UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA MONOGRAFIA

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA MONOGRAFIA PERFIL DE ANTICORPOS ANTI-Toxoplama gondii EM GRÁVIDAS ATENDIDAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PATOS - PB. Área: Medicina Veterinária Preventiva Aluno (a): Moema Costa de Sousa Matrícula: Orientador(a): Profª. Drª. Carolina de Sousa A. Batista Santos Janeiro/2018 Patos/PB

2 MOEMA COSTA DE SOUSA PERFIL DE ANTICORPOS ANTI-Toxoplama gondii EM GRÁVIDAS ATENDIDAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE PATOS - PB. Monografia apresentada como requisito necessário para aprovação no curso de graduação de Medicina Veterinária; Orientador(a): Profª. Drª. Carolina de S. Américo Batista Santos Janeiro/2018 Patos/PB

3 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG S719p Sousa, Moema Costa de Perfil de anticorpos anti-toxoplama gondii em grávidas atendidas no sistema único de saúde do município de Patos PB / Moema Costa de Sousa. Patos, f.: il. color. Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, "Orientação: Profa. Dra. Carolina de Sousa A. Batista Santos Referências. 1. Toxoplasmose congênita. 2. Gravidez. 3. Exame pré-natal. 4. Prevenção. I. Título. CDU 616:619

4 AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Marcos e Ana, que se dedicaram inteiramente e me deram sempre o apoio necessário. As minhas tias e mães de criação, Ligia, Leila e Lilian, que sempre cuidaram de mim como uma filha, obrigada. À professora Carolina Américo, responsável pela orientação deste trabalho, pela oportunidade que me concedeu e também por me ajudar a abrir os caminhos para o futuro, com sábios conselhos sempre. Ao professor Sérgio Azevedo pela contribuição nas estatísticas utilizadas no trabalho. Aos meus tios e padrinhos, Marcone e Lurdinha, por terem me recebido como uma filha em sua casa, sempre com o maior cuidado e atenção. Aos meus irmãos, Matheus e Mathias, por serem os melhores irmãos (às vezes). À Katianny (Katis), colega de curso e minha amiga especial, por sempre me incentivar a ser uma pessoa melhor e pelos inúmeros favores que me fez durante o curso. À Diana e Aldenise, as duas pessoas maravilhosas com quem morei e criei um vinculo imenso, e tornaram-se muito especiais para mim e melhores amigas. À Amanda, pela colaboração nas pesquisas, muito obrigada. À Rodolfo, namorado e melhor amigo que me apoiou durante essa etapa de construção do trabalho. E por fim, as pessoas responsáveis em cada UBSs que me auxiliaram nas buscas pelos prontuários, gratidão.

5 RESUMO A toxoplasmose é uma antropozoonose causada por um parasito intracelular obrigatório, Toxoplasma gondii, que pode parasitar tanto os seres humanos como uma gama extensiva de outras espécies vertebradas, tendo os felídeos como hospedeiro definitivo e as outras espécies de animais e os seres humanos como hospedeiros intermediários. A infecção pode causar consequências graves em fetos de mães com infecção aguda, de maneira que o exame específico no pré-natal é imprescindível do ponto de vista preventivo. Dessa maneira, o objetivo deste trabalho foi identificar o perfil de anticorpos anti-toxoplasma gondii em mulheres gestantes que estiveram em acompanhamento pré-natal, no período de janeiro a dezembro de 2016, atendidas nas Unidades Básicas de Saúde da Família pertencentes ao Distrito 4, que engloba os bairros Jatobá, Monte Castelo, Alto da Tubiba e Santo Antônio, município de Patos PB. Foi realizado um estudo observacional descritivo do tipo série de casos através da revisão de 249 prontuários médicos, com coleta de informações referentes a pesquisa sorológica para toxoplasmose (IgG e IgM). Das 249 gestantes analisadas 123 (49,4%) não realizaram a sorologia de rotina pré-natal no primeiro trimestre para anticorpos IgM, 125 (50,2%) foram negativas e uma (0,4%) foi positiva. Para a pesquisa de anticorpos IgG, 46 (18,5%) gestantes foram positivas, 79 (31,7%) foram negativas e 124 (49,8%) não realizaram o exame e apenas uma (0,4%) gestante realizou duas sorologias durante a gestação. Das 126 gestantes estudadas que realizaram sorologia para toxoplasmose, 125 (99,2%) e 79 (63,2%) apresentaram resultado não reagente, respectivamente, para IgM e IgG anti-t. gondii, uma (0,8%) gestante apresentou resultado reagente para IgM e 46 (36,8%) foram reagentes para IgG anti-t. gondii. A elevada frequência de gestantes que não realizaram pelo menos um exame durante o acompanhamento pré-natal demonstra a deficiência dos serviços públicos na implantação de medidas preventivas na formação de um protocolo adequado na triagem sorológica nas gestantes, bem como sugerese a realização de orientações adequadas as gestantes, desde a primeira consulta pré-natal, acerca dos hábitos de higiene e alimentação que evitem o risco de contaminação de toxoplasmose. Palavras-chave: Toxoplasmose congênita, gravidez, exame pré-natal, prevenção.

6 ABSTRACT Toxoplasmosis is an anthropozoonosis caused by an obligate intracellular parasite, Toxoplasma gondii, which can parasitize both humans and a wide range of other vertebrate species, with felids as the definitive host and other animal species and humans as intermediate hosts. The infection can cause serious consequences in fetuses of mothers with acute infection, so that the specific prenatal examination is essential from the preventive point of view. Thus, the objective of this study was to identify the profile of anti-toxoplasma gondii antibodies in pregnant women who were under prenatal care, from January to December 2016, attended at the Basic Units of Family Health belonging to District 4, which includes the neighborhoods Jatobá, Monte Castelo, Alto da Tubiba and Santo Antônio, municipality of Patos - PB. A descriptive observational study of case series was carried out through a review of 249 medical records, with information collected on serological research for toxoplasmosis (IgG and IgM). Of the 249 pregnant women analyzed, 123 (49.4%) did not perform prenatal routine serology in the first trimester for IgM antibodies, 125 (50.2%) were negative and one (0.4%) was positive. For the IgG antibody test, 46 (18.5%) pregnant women were positive, 79 (31.7%) were negative and 124 (49.8%) did not take the test and only one (0.4%) pregnant woman performed two serologies during pregnancy. Of the 126 pregnant women who underwent serology for toxoplasmosis, 125 (99.2%) and 79 (63.2%) presented non-reactive results, respectively, for IgM and IgG anti-t. gondii, one (0.8%) pregnant patient presented IgM reagent result and 46 (36.8%) were reagents for IgG anti-t. gondii. The high frequency of pregnant women who did not perform at least one exam during prenatal follow-up demonstrates the deficiency of public services in the implementation of preventive measures in the formation of an adequate protocol in the serological screening in pregnant women, as well as it is suggested the guidelines in pregnant women, since the first prenatal visit, about hygiene and feeding habits that avoid the risk of contamination of toxoplasmosis. Key words: Congenital toxoplasmosis, pregnancy, prenatal examination, prevention.

7 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Distribuição das gestantes estudadas de acordo com o resultado da sorologia anti- T.gondii, no período de janeiro a dezembro de FIGURA 2 - Perfil Sorológico das gestantes estudadas que realizaram acompanhamento pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde, no período de janeiro a dezembro de

8 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - TABELA 2 - Detalhamento do perfil sorológico das gestantes de acordo com as Unidades Básicas de Saúde analisadas no período de janeiro a dezembro de Distribuição do perfil sorológico das gestantes de acordo com as Unidades Básicas de Saúde analisadas durante o período de janeiro a dezembro de

9 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS... 7 LISTA DE TABELAS INTRODUÇÃO OBJETIVOS Geral Específicos REVISÃO DE LITERATURA HISTÓRICO AGENTE ETIOLÓGICO CICLO DE VIDA DO TOXOPLASMA GONDII ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS SINAIS CLINICOS DIAGNÓSTICO PREVENÇÃO E CONTROLE MATERIAL E MÉTODOS RESULTADOS DISCUSSÃO CONCLUSÕES REFERÊNCIAS... 30

10 9 1 INTRODUÇÃO A toxoplasmose é uma antropozoonose causada por um parasito intracelular obrigatório, Toxoplasma gondii, que pode parasitar tanto os seres humanos como uma gama extensiva de outras espécies vertebradas, tendo os felídeos como hospedeiros definitivos e as outras espécies de animais e os seres humanos como hospedeiros intermediários. É uma das parasitoses mais difundidas mundialmente, e a alta prevalência varia em função de fatores sociais, econômicos, regionais, hábitos alimentares, faixa etária e procedência urbana ou rural. Em torno de 90% das infecções em humanos ocorrem de forma assintomática, porém, em indivíduos com o sistema imune deprimido os sintomas muitas vezes demostram-se severos. A transmissão pode ocorrer de duas formas, adquirida e congênita. A primeira se dá pela ingestão da carne contaminada contendo cistos teciduais, ou através da ingestão de oocistos esporulados, presentes no meio ambiente, que são eliminados pelos felinos. Na toxoplasmose congênita, a doença é transmitida ao feto por via transplacentária, quando a primo-infecção é adquirida durante o período gestacional, com maiores índices de aparecimento de sequelas fetais no terceiro trimestre da gestação; neste caso, a taxa de infecção fetal pode chegar até 40%. Aliado a isso, a virulência da cepa do parasita e a capacidade de resposta imune da mãe são fatores responsáveis por definir a gravidade e o aparecimento das manifestações clínicas. Os sinais clínicos podem variar desde quadro assintomático até manifestações clínicas genéricas caracterizadas por quadro febril, linfoadenopatia e hepatoesplenomegalia mais observada na toxoplasmose adquirida, bem como casos mais graves com comprometimento do sistema nervoso central, abortos, crescimento intrauterino retardado e acometimento oftalmológico observados na forma congênita. Desde o ano de 2016, a toxoplasmose gestacional e congênita passaram a integrar a lista de Doenças de Notificação Compulsória, de acordo com a portaria N 204, de 17 de fevereiro de Segundo a Organização Mundial de Saúde, a toxoplasmose apresenta uma incidência anual e mundial de casos, representando, no Brasil, aproximadamente 1,5 casos para cada 1000 nascidos vivos. O diagnóstico da infecção aguda pelo T. gondii na gravidez se reveste de importância, tendo como objetivo principal a prevenção da toxoplasmose congênita e suas sequelas. Diante disso, o diagnóstico precoce em mulheres grávidas é indispensável para a implantação de tratamento adequado e consequentemente

11 10 redução dos potenciais efeitos deletérios que podem ser causados ao feto e a gestação, além da promoção da saúde pública.

12 11 2 OBJETIVOS 2.1 Geral Identificar o perfil de anticorpos anti-toxoplasma gondii em mulheres gestantes que estiveram em acompanhamento pré-natal, no período de janeiro a dezembro de 2016, atendidas nas Unidades Básicas de Saúde da Família pertencentes ao Distrito 4 dos bairros Jatobá, Monte Castelo, Alto da Tubiba e Santo Antônio, município de Patos PB. 2.2 Específicos Determinar a frequência de infecção aguda e/ou crônica por Toxoplasma gondii em mulheres gestantes que estiveram em acompanhamento pré-natal, no período de janeiro a dezembro de 2016, atendidas nas Unidades Básicas de Saúde da Família pertencentes ao Distrito 4 dos bairros Jatobá, Monte Castelo, Alto da Tubiba e Santo Antônio, município de Patos PB. Avaliar a frequência de soroconversão para Toxoplasma gondii em mulheres gestantes que estiveram em acompanhamento pré-natal, no período de janeiro a dezembro de 2016, atendidas nas Unidades Básicas de Saúde da Família pertencentes ao Distrito 4 dos bairros Jatobá, Monte Castelo, Alto da Tubiba e Santo Antônio, município de Patos PB.

13 12 3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 HISTÓRICO O T.gondii, agente causador da toxoplasmose, foi descrito pela primeira vez em julho de 1908, por Alfonso Splendore, em São Paulo, que notificou a descoberta de um parasita, presente em formas livres e intracelulares, nos diversos tecidos de coelhos (SAFADI, 2000). No mesmo ano Nicolle e Manceaux encontraram um protozoário em tecidos de um roedor tipo hamster, o gundi (Ctenodactylus gundi), que estava sendo usado para pesquisa de leishmaniose no laboratório de Charles Nicolle no Instituto Pasteur em Túnis (DUBEY, 2008). Nicolle e Manceux acreditavam que o parasita se tratava de Leishmania, mas na verdade era um novo organismo, que foi denominado T. gondii com base na sua morfologia (toxon = arco, plasma = forma) (DUBEY, 2008). O primeiro caso de toxoplasmose humana foi descrito por Castellani, em 1913, em um menino com quadro febril e esplenomegalia (PIZZI, 1997). Em animais, foi descrito por Mello (1910), em um cão na Itália que apresentava sinais clínicos como anorexia, fraqueza, anemia, emagrecimento, desidratação, atrofia dos músculos, dispneia, diarreia, vômitos, e pulso fraco (CAVALCANTE et al, 2008), e no ano seguinte no Brasil, um cão foi diagnosticado por Carini (1911), através de necropsia com análise dos pulmões, baço, fígado, rins e de medula óssea, onde foram observados organismos viáveis tendo as características de T. gondii (CARINI, 1911). Em ovinos foi relatado pela primeira vez em 1942, por Olafson e Monlux nos Estados Unidos da América (ULON, 1996). A toxoplasmose suína como doença natural foi diagnosticada pela primeira vez também nos Estados Unidos da América, em 1952 em um rebanho que apresentava elevada mortalidade em todas as faixas etárias (FARREL et al., 1952). No Brasil, o primeiro relato dessa parasitose foi feito por Silva (1959) que descreveu baseado em diagnóstico histológico, um caso espontâneo de toxoplasmose suína no estado de Minas Gerais. Posteriormente, Amaral e Macruz (1969) em São Paulo, e Schenk, Lima e Viana (1976) em Minas Gerais isolaram o agente etiológico do diafragma e do cérebro de suínos clinicamente sadios, abatidos para consumo humano (MILLAR, 2008). Em caprinos, o primeiro relato da infecção pelo T. gondii foi feito por Feldman e Miller (1956) que identificaram por meio de inquéritos sorológicos a prevalência de 43% de anticorpos anti-t. gondii em dois grupos de caprinos na área central de Nova York (EUA). Munday e Mason (1979) foram os primeiros a descreverem a toxoplasmose como importante causa de prejuízos reprodutivos em caprinos, e

14 13 apesar de menos documentada, aparentemente os danos são maiores nesta espécie, acometendo clinicamente também animais adultos (DUBEY, 1987). 3.2 AGENTE ETIOLÓGICO O T. gondii é um protozoário do filo Apicomplexa, pertencente à família Sacorcystidae, da classe Sporozoa, subclasse Coccidia, subordem Eimereina. O agente possui três formas evolutivas ao longo do seu ciclo de vida: taquizoítos, bradizoítos e oocistos (HINRICHSEN, 2005). A primeira forma descrita foi o taquizoíto, e seu aspecto morfológico, em forma de arco, deu nome ao gênero. É a forma encontrada durante a fase aguda da infecção, sendo também denominada fase proliferativa, forma livre ou trofozoíto. Essa forma requer um habitat intracelular para se multiplicar e sobreviver, sendo rapidamente destruída no suco gástrico (JACOBS et al., 1960). A forma de resistência do parasito nos tecidos é o cisto, que contém em seu interior os bradizoítos, característicos da fase crônica da infecção, que podem permanecer viáveis pelo resto da vida no hospedeiro (DUBEY e FRENKEL, 1976) em todos os tecidos, principalmente miocárdio, cérebro e tecido musculoesquelético (REMINGTON e CAVANAUGH, 1965). A parede do cisto pode ser rompida por ação das enzimas gástricas, sendo que os bradizoítos liberados permanecem viáveis por até duas horas, em meio contendo ácido clorídrico e pepsina, ou até seis horas, em meio contendo tripsina, permitindo sobreviverem ao período de digestão normal de estômago e no duodeno. Fora do hospedeiro, pode ser destruído pelo congelamento abaixo de -20 C e o aquecimento acima de 66 C, entretanto, em temperatura de 4 C esta pode sobreviver por até dois meses (JACOBS et al., 1960). A forma infectante do parasito é o oocisto, que possui formato oval e mede 10 a 12 micrometros de diâmetro, e está presente no intestino dos felídeos em sua forma imatura, sendo eliminado através das fezes e, ao entrar em contato com o ambiente externo, ocorre a sua maturação tornando-se infectante (JACOBS, et al., 1960). O oocisto, após sua maturação, é viável por muitos meses e até anos no solo, desde que em condições razoáveis de umidade relativa, sendo extremamente resistentes a agentes químicos, como tintura de iodo a 2% por uma hora, solução sulfocrômica, ácido hipocloroso a 10%, além de resistirem por até um ano às condições extremas de temperatura ambiente (-20 C a 37,5 C) no próprio material fecal devido a presença de uma parede dupla (FRENKEL et al., 1975).

15 CICLO DE VIDA DO TOXOPLASMA GONDII O ciclo do T. gondii é heteroxeno facultativo, sendo os hospedeiros definitivos membros da família Felidae e os hospedeiros intermediários são animais homeotérmicos, incluindo o homem. Nos hospedeiros definitivos, o parasito passa por uma fase sexuada com diferenciação de gametas (gametogonia). O gameta masculino, possuindo flagelos, se desloca até o gameta feminino (intracelular) onde ocorre a fecundação e formação do oocisto. O oocisto presente na célula epitelial do intestino ainda é imaturo, e quando esta se rompe é liberado no lúmen intestinal e consequentemente nas fezes. No meio externo, dentro de quatro dias, ocorre a esporogonia, e o oocisto torna-se infectante, contendo dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos. Uma vez no ambiente externo, o oocisto pode ser ingerido através de água e alimentos contaminados, sendo essa uma importante via de transmissão da toxoplasmose (HILL et al, 2005). Após ingerido pelos hospedeiros intermediários, o oocisto sofre ação enzimática no trato gastrointestinal, ocorrendo liberação dos esporozoítos que invadem as células epiteliais do intestino delgado, preferencialmente na parte mais distal do íleo. Na lâmina própria, os esporozoítos já podem ser encontrados duas horas após ingestão dos oocistos e a conversão em taquizoítos ocorre entre 12 e 18 horas de infecção. A parasitemia é geralmente encontrada após 48h e, em três dias, órgãos viscerais já estão infectados (DUBEY et al., 1997). O desenvolvimento assexuado ocorre tanto no hospedeiro intermediário quanto no definitivo e passa por duas fases. Na primeira fase (fase aguda), os taquizoítos penetram ativamente nas células hospedeiras onde se multiplicam de forma rápida (DOBROWOLKI E SIBLEY, 1996). Os taquizoítos são capazes de invadir ativamente tanto células fagocíticas como não fagocíticas, bem como serem ativamente fagocitados pelas primeiras (PACHECO e SOUSA, 2002). O parasito modifica a membrana do vacúolo parasitóforo excluindo proteínas transmembranas do próprio hospedeiro que estão envolvidas na fusão de lisossomos, mantendo assim o vacúolo como um compartimento resistente à acidificação endosoma-lisossomal pela célula hospedeira (MORDUE et al., 1999). Durante essa fase proliferativa, a toxoplasmose pode causar a morte do hospedeiro, dependendo de alguns fatores como espécie, idade, cepa de T. gondii, e número de parasitos (DUBEY, 1988). Em humanos, a toxoplasmose pode ser fatal, sobretudo, em fetos e indivíduos imunocomprometidos. Porém, em casos de indivíduos imunocompetentes, com o desenvolvimento da resposta imune, a multiplicação dos taquizoítos é interrompida e ocorrem à formação de cistos teciduais contendo bradizoítos, formas de resistência e de multiplicação

16 15 lenta, caracterizando a segunda fase (fase crônica) da infecção. Nessa fase, não ocorre sintomatologia significante no hospedeiro, ocasionalmente os cistos podem se romper reativando a toxoplasmose, porém por mecanismos ainda desconhecidos (HILL et al., 2005). Os cistos podem estar presentes em tecidos de animais utilizados para consumo humano e, assim, o consumo de carne crua ou mal cozida de hospedeiros intermediários infectados com T.gondii é outra importante via de transmissão da toxoplasmose (DUBEY, 1988). Quando estes hospedeiros intermediários infectados são ingeridos pelo homem, a parede desses cistos sofre ação enzimática proteolítica no estômago, liberando bradizoítos no intestino delgado. Provavelmente, parte dos bradizoítos é destruída durante a digestão no tubo digestivo (DUBEY, 1998). Os bradizoítos infectam enterócitos no íleo e posteriormente penetram a barreira epitelial, chegando ao tecido da submucosa (BARRAGAN e SIBLEY, 2003). Após quatro dias de infecção, os parasitos já podem ser encontrados em órgãos viscerais após invadir a circulação sanguínea (DUBEY, 1988). 3.4 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS A toxoplasmose apresenta distribuição cosmopolita, e estima-se que um terço ou mais da população mundial esteja cronicamente infectada, apresentando anticorpos para o parasita (MONTOYA e LIESENFELD, 2004). A soropositividade em humanos pode variar de 23 a 83%, dependendo de fatores climáticos, socioeconômicos e culturais (FIALHO et al., 2009). Estudos mostram valores de prevalência de 10,9% na Noruega (JENUM, 1998), 14% em Estocolmo (PETERSSON, 2000), 18,8% em Londres (GILBERT, 1993), 20,3% na Finlândia (LAPPALAINEN, 1995) e 32% em Nova Iorque (REMINGTON, 2001). Em Paris, esta proporção já atingiu 70% das gestantes, e após medidas de prevenção primária, a mesma foi reduzida para 65% (VARELLA, 2003). No Brasil, a infecção pelo T. gondii está amplamente presente em humanos, sendo que 50% das crianças e 80% das mulheres em idade fértil apresentam anticorpos para esse protozoário (DUBEY et al., 2012). Estudos sorológicos revelaram prevalências de 77,1% no Rio de Janeiro (MEIRELLES FILHO, 1985), 69,4% em Recife (NÓBREGA, 1999), 54,3% em Porto Alegre (NEVES, 1994), 42% em Salvador (MOREIRA, 1988), 32,4% na região metropolitana da cidade de São Paulo e 66,3% em Natal, no Rio Grande do Norte (BARBOSA, 2008). Assim como nos seres humanos, a infecção está amplamente difundida entre os animais. Inquéritos epidemiológicos relevam que até 90% dos animais domésticos e silvestres possuem anticorpos anti-t. gondii, demonstrando a importância da toxoplasmose em animais de

17 16 produção, como suínos, ovinos e caprinos (DUBEY et al., 2012), o que representa riscos à saúde pública, pois uma das vias de transmissão mais comuns é a ingestão de bradizoítos viáveis presentes no tecido muscular de animais infectados (DUBEY et al., 2007) assim como verduras, legumes e frutas cruas ou não higienizadas contaminadas com fezes de gatos contendo oocistos esporulados. Todas as fases de desenvolvimento do parasita são infecciosas para ambos os hospedeiros e estes podem adquirir toxoplasmose por diferentes vias, como a horizontal, por ingestão oral de oocistos esporulados no ambiente, presentes em verduras, legumes e frutas cruas ou mal higienizadas, associados a hábitos de jardinagem e o recolhimento das fezes dos gatos sem o uso de luvas, e por ingestão de cistos teciduais presentes na carne crua ou mal cozida, correspondendo a mais da metade dos casos de infecção; ou verticalmente, pela transmissão transplacentária de taquizoítos. Estes também podem ser transmitidos pelo leite, da mãe para o filho, e ocasionalmente por transplante de sangue ou órgãos (TENTER, 2000). Em condições naturais, o gato elimina oocistos somente quando sofre a primo-infecção, geralmente nos primeiros meses de vida, por aproximadamente dez dias. (DAVIDSON, 2000; DE BRITO et al., 2002). Por sua vez, em razão de seus cuidadosos hábitos de limpeza, a matéria fecal não é encontrada na pelagem de gatos clinicamente normais, reduzindo a possibilidade de transmissão para seres humanos pelo ato de tocar ou acariciar um gato (LAPPIN, 2004; NAVARRO, 2007), de maneira que pessoas que tenham contato com gatos não apresentam risco elevado de adquirir toxoplasmose, e o ato específico de tocar os gatos é um modo raro de contrair a doença (LAPPIN, 2004). Mordidas e arranhões são improváveis vias de transmissão, pois os taquizoítos dificilmente estarão presentes na cavidade oral, saliva e unhas de gatos com infecção ativa ou infecção crônica (NAVARRO, 2007). Considerando-se as outras formas de infecção no homem, a eutanásia de gatos não soluciona o problema (DUBEY et al., 2004; DUBEY, 2005). A comprovação da presença do parasito na carne de animais de abate é de grande interesse em saúde pública, tendo-se em conta que estes alimentos insuficientemente cozidos são uma das principais fontes de infecção do ser humano (HILL et al., 2005). A transmissão do T. gondii da gestante ao feto é variável, sendo que a média varia entre 30% a 40% dos casos e depende do período gestacional no qual ocorre a infecção aguda na mãe (AVELINO et al., 2014). A gravidade das lesões é inversamente proporcional à fase gestacional e consequências podem ser maiores quanto mais jovens forem os fetos (VAZ et al., 2011). A chance de transmissão materno-fetal é dependente de alguns fatores, como a taxa de taquizoítos no sangue materno, taxa de amadurecimento da placenta e competência da resposta

18 17 imunológica materna ao T. gondii, que pode ser classificada em completa, deficiente ou ausente (TORGERSON; MASTROIACOVO, 2013). A proporção de humanos que adquirem a infecção pelo T. gondii é mais alta na população que tem o hábito de comer carne mal passada (AMATO NETO, 1995). O risco de infecção aumenta pelo consumo de carne de suínos, seguido de ovinos e caprinos (GARCIA, 1999). Vários estudos determinaram que o principal fator de risco para a infecção em gestantes é o consumo de carne inadequadamente cozida, que contribuiu com 30% a 63% dos casos; outras 6% a 17% das infecções foram atribuídas ao solo contaminado (STRAY, 1993; COOK, 2000), ou ainda hortaliças, frutas, águas e pelas mãos contaminadas pelos oocistos (DUBEY,2006). 3.5 SINAIS CLINICOS A infecção no início da gestação tende a estar associada ao aborto ou a sequelas mais severas, ou seja, no primeiro trimestre, em sua maioria são observadas repercussões graves no concepto, óbito fetal ou neonatal, enquanto que a infecção tardia, ou seja, no segundo e terceiro trimestre embora seja mais frequente, leva a sequelas relativamente menos severas, e na maioria das vezes, subclínicas (AMENDOEIRA, 2010). Um estudo realizado demonstrou que os bebês de mulheres que soroconverteram entre 24 a 30 semanas de gestação constituíram o grupo que apresentou a maior frequência (10%) de sinais clínicos de infecção congênita, pois nessa fase da gestação já existe um alto risco de transmissão materno-fetal, ao mesmo tempo em que o risco de manifestações clínicas ainda é alto (DUNN et al., 1999). Atualmente sabe-se que a toxoplasmose em crianças pode apresentar-se de diversas formas, variando de morte logo após o nascimento, sobrevida com dano cerebral ou doença leve à subclínica, frequentemente com acometimento ocular (COUVREUR et al., 1994; MEENKEN et al., 1995; ALFORD, 1974). Em gestantes, pode ocasionar aborto espontâneo, nascimento prematuro e morte neonatal (JOINER, 1993). Estima-se que em torno de 80% das crianças com infecção subclínica apresentam sequela ocular em algum momento de sua vida (MEENKEN et al., 1995). As lesões cerebrais causadas pelo T. gondii são caracterizadas por inflamação de meninges e áreas de necrose cerebral e meníngea. Os locais geralmente mais acometidos pela necrose são o parênquima cerebral, os gânglios da base e a região do aqueduto de Sylvius (DIEBLER et al., 1985). Ao nascimento, é possível a detecção de calcificações das áreas de necrose (COUVREUR et al.,

19 ; PATEL et al., 1996; GRANT et al., 1985). Outros achados comuns são os aumentos de ventrículos, hidroanencefalia, hidrocefalia, microcefalia, retardo psicomotor, convulsões, hipertonia muscular, hiperreflexia tendinosa, e paralisias (COUVREUR et al., 1994; DIEBLER et al., 1985; BECKER et al., 1992). Quanto às complicações oftalmológicas pode-se observar microftalmia, sinéquia de globo ocular, estrabismo, nistagmus, e catarata (FORTUNOV, 2008). 3.6 DIAGNÓSTICO O diagnóstico da toxoplasmose pode ser feito por métodos parasitológicos e imunológicos. O método parasitológico consiste na demonstração do taquizoíto em amostras como líquido amniótico e sangue, durante a fase aguda da infecção (DANTE et al., 2013). O diagnóstico imunológico da toxoplasmose é realizado pela pesquisa sorológica dos anticorpos de fase aguda (IgM) e/ou crônica (IgG), e menos frequentemente, na pesquisa de IgE e IgA (CADEMARTORI, 2007; JEFFREY et al., 2003). São preconizadas diferentes técnicas para o diagnóstico sorológico da toxoplasmose, a saber: técnica de Sabin-Feldman, Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI), Hemaglutinação (HA), Fixação de Complemento (FC), Ensaio Imunoenzimático (ELISA), Imunoblot e testes de aglutinação (WALL et al., 2013; CADEMARTORI, 2007; BARBARESCO et al., 2014). Dentre esses métodos, destacam-se o ELISA e a RIFI. A RIFI é considerada de boa especificidade e sensibilidade e tem a vantagem de utilizar parasitos preservados, fixados em lâminas de microscopia, tornando-a muito mais prática e segura para a rotina laboratorial. Essa metodologia permite identificar os anticorpos segundo as classes de imunoglobulinas (SILVA, 2006). O teste de imunoadsorção enzimática (ELISA) é utilizado amplamente para demonstração de anticorpos IgG, IgM, IgA e IgE por ser objetivo e apresentar leitura automatizada. Apresenta maior sensibilidade e especificidade para IgM do que a RIFI, de acordo com o kit utilizado. É muito importante no diagnóstico de infecção fetal, através da detecção de anticorpos específicos no líquido amniótico e sangue fetal - IgM, IgA e IgE, em qualquer título (já que estes não atravessam a barreira placentária) e também IgG em título maior que o materno. Na toxoplasmose congênita, pode ser detectada em 75% dos casos (McCANDLISH, 2001). A sorologia específica possibilita a identificação do período da infecção, seja de infecção recente, em fase aguda, ou de infecção antiga em fase de latência ou crônica (SILVA, 2006). Em pessoas imunologicamente competentes os exames de sorologia para IgG e IgM são suficientes para o diagnóstico, devido a sua sensibilidade, especificidade e fácil execução

20 19 (LAGO et al., 2014), porem em indivíduos imunocomprometidos, é importante a utilização de exames parasitológicos (SILVA, 2006). O diagnóstico de toxoplasmose congênita é confirmado através da soroconversão de grávidas soronegativas e daquelas com perfil sorológico de toxoplasmose recém-adquirida. Há uma parcela das gestantes que não apresentam anticorpos contra o T. gondii, fato esse que impõe a necessidade de repetição dos testes periódicos (RODRIGUES, 2013). A triagem da grávida em risco devido a estar na fase aguda da toxoplasmose é feita geralmente pelo teste de ELISA, sendo o mais disponível nos laboratórios da rede pública (RODRIGUES, 2013). De acordo com os resultados obtidos na triagem, a gestante pode ser considerada de baixo risco quando possui IgG positiva e IgM negativa, suscetível quando os anticorpos IgG e IgM são negativos ou portadora de infecção aguda se IgM for positiva. Os anticorpos da classe IgM se mostram positivos com frequência na primeira ou segunda semanas de infecção, podendo permanecer assim por meses (SILVA, 2006). O resultado negativo para IgM reduz a possibilidade de infecção atual ou recente (SILVA, 2006). Caso os resultados confirmem infecção aguda da mãe, o estabelecimento do envolvimento fetal torna-se crítico (AVELINO et al., 2014). Quando a IgM é detectada essa imunoglobulina pode permanecer reagente por mais de dois anos em alguns pacientes, demonstrando a alta sensibilidade desse método na detecção desse anticorpo. Nas gestantes, esta alta sensibilidade dificulta o diagnóstico da infecção aguda, sendo necessário realizar o teste de avidez da IgG para diferenciar infecção recente da passada (RODRIGUES, 2006). Recentemente, foi desenvolvido um método de ensaio imunoenzimático capaz de diferenciar infecção recente de infecção passada, com a presença de IgM residual, através da avaliação da capacidade de ligação dos anticorpos IgG. Tal capacidade de ligação, denominada avidez, é diretamente proporcional ao tempo de infecção. Em quadros infecciosos com até três a quatro meses de evolução, a IgG apresenta uma baixa avidez, enquanto que, em infecções com mais de quatro meses de evolução, os anticorpos IgG apresentam alta avidez (ABOLGHASEM et al., 2011). Em algumas situações, os anticorpos IgG podem apresentar uma avidez intermediária, o que impossibilita a definição segura do tempo de infecção. O teste de avidez para anticorpos IgG tem grande importância, principalmente em pacientes grávidas que apresentam simultaneamente anticorpos das classes IgM e IgG no exame pré-natal para as doenças infecciosas que podem acometer o feto. Nessa situação, a determinação do tempo de infecção é de extrema importância, pois pode definir a necessidade de tratamento caso a infecção tenha ocorrido durante a gravidez, como no caso da toxoplasmose, ou tranquilizar a gestante e o

21 20 médico, caso a infecção tenha ocorrido antes da gravidez. Embora o teste de avidez já tenha sido utilizado no diagnóstico de numerosas doenças infecciosas, hoje a sua maior aplicação é no diagnóstico da toxoplasmose, rubéola e citomegalovirose, principalmente em pacientes gestantes (ABOLGHASEM et al., 2011) 3.7 PREVENÇÃO E CONTROLE A triagem sorológica da gestante para toxoplasmose tem sido utilizada como uma ferramenta que torna possível a tomada de medidas preventivas e terapêuticas precocemente e, com isso, propicia a redução da taxa de transmissão vertical e consequentemente os danos ao desenvolvimento fetal (CASTILHO-PELLOSO et al., 2005). No âmbito do Ministério da Saúde, são preconizadas medidas com o objetivo de evitar a toxoplasmose congênita, dando ênfase as gestantes susceptíveis, e na detecção precoce de mulheres com infecção aguda durante a gestação, visando proporcionar o tratamento adequado com o objetivo de prevenir a transmissão fetal (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012), além da notificação compulsória da doença que passou a pertencer à lista de doenças de notificação compulsória desde o ano de 2016 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016). As principais medidas profiláticas relacionadas à prevenção primária em gestantes são correlacionadas a educação higiênico sanitária, a orientação quanto a lavagem das mãos ao manipular alimentos, lavar bem frutas, legumes e verduras antes de ingeri-las, evitar a ingestão de carnes cruas, mal cozidas ou mal passadas, incluindo quibe cru e embutidos (linguiça, salame, copa e outros), evitar manuseio direto com solo, incluindo jardins, parques, e caso seja necessário, usar luvas e lavar bem as mãos após a atividade, evitar o contato com fezes de gato, a caixa de areia dos gatos deve ser limpa preferencialmente por outra pessoa, todavia se não possível, deve-se limpá-la e trocá-la diariamente utilizando luvas e pás de lixo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). As gestantes em uso de imunossupressores (corticóides e quimioterápicos) ou com risco para imunossupressão por HIV/AIDS, deverão seguir as medidas profiláticas de prevenção primária pelo risco de reinfecção em portadores da infecção crônica e que apresentem disfunção imunológica (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). Assim, é importante que no acompanhamento pré-natal, no primeiro trimestre da gestação, seja realizada a triagem por meio da sorologia, favorecendo a identificação inicial dos casos agudos de toxoplasmose gestacional (AVELINO et al., 2014). Quando a sorologia for negativa, deve-se repetir o exame no segundo e terceiro trimestres da gravidez (AVELINO; AMARAL, 2008).

22 21 A prevenção secundária baseia-se em evitar a transmissão transplacentária do parasito, por meio do diagnóstico precoce da infecção na grávida com posterior tratamento específico (BREUGELMANS et al., 2004). A triagem sorológica pré-natal é realizada através da coleta de gotas de sangue do dedo da mão da gestante em papel filtro na maioria das unidades de saúde pública no Brasil. Após esse procedimento são realizados exames que detectam as seguintes doenças: toxoplasmose, rubéola, doenças da inclusão citomegálica, sífilis, síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), doença de Chagas, hepatite B e C, HTLV, hipotireoidismo e hemoglobinopatia. Dessa forma, é essencial iniciar o pré-natal no primeiro trimestre da gravidez, realizando a triagem sorológica para permitir a identificação precoce de casos agudos de toxoplasmose e outras doenças (APAE, 2016). O tratamento é mais eficaz se for iniciado dias ou semanas após a soroconversão em gestantes, entretanto estudos apontam que a triagem nessas mulheres não é seguida de acordo com as recomendações. No Brasil, a triagem pré-natal é sugerida como política pública não obrigatória devido à elevada prevalência da toxoplasmose materna (superior até 90% em algumas regiões), sendo oferecida gratuitamente nos estados (FIGUEIRO-Filho et al., 2007; GIFFONI, 2007). A prevenção terciária consiste em realizar o diagnóstico precoce através da dosagem de anticorpos específicos IgG e IgM em sangue coletado de recém nascidos, o que permite a introdução de esquema terapêutico para prevenir ou minimizar as sequelas (AVELINO; AMARAL, 2008). A triagem neonatal realizada por meio do teste do pezinho tem o objetivo de rastrear e detectar patologias na população com idade entre 3 a 7 dias e vêm incluindo novos diagnósticos e métodos mais eficazes e capazes de identificar, além de doenças metabólicas, outros tipos de patologias como as hematológicas, infecciosas e genéticas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).

23 22 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 TIPO DE ESTUDO E POPULAÇÃO ALVO O estudo é caracterizado como observacional descritivo do tipo série de casos (THRUSFIELD, 2007) através da revisão dos prontuários médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Distrito Geo-Administrativo 4 (DGA 4) do município de Patos, Sertão do Estado da Paraíba. De acordo com a Secretária de Saúde do município de Patos, as UBSs são agrupadas em distritos, de acordo com os bairros em que as mesmas estão localizadas, totalizando quatro Distritos Geo-Administrativos (DGA 1, 2, 3 e 4). A população alvo foi constituída por 249 mulheres gestantes que realizaram acompanhamento pré-natal nas oito Unidades Básicas de Saúde da Família pertencentes ao Distrito 4 dos bairros Jatobá, Monte Castelo, Alto da Tubiba e Santo Antônio, no período de janeiro a dezembro de As UBSs contempladas foram: Carleuza Candeia (UBS 1), Evaristo Guedes (UBS 2), Lauro Queiroz (UBS 3), Maria Marques (UBS 4), Monte Castelo (UBS 5), Osman Ayres (UBS 6), Pedro Leandro (UBS 7) e Yoyo Laureano (UBS 8). 4.2 COLETA DE DADOS A coleta de dados foi realizada através da revisão dos prontuários médicos no serviço de arquivo das Unidades Básicas de Saúde da Família pertencentes ao DGA 4, de todas as gestantes que, durante o ano de 2016, realizaram pelo menos uma consulta pré-natal nos ambulatórios das referidas Unidades de Saúde. Foram coletadas informações referentes a pesquisa sorológica para toxoplasmose (IgG e IgM), através de uma busca ativa dos exames laboratoriais realizados nestas pacientes, para detecção de anticorpos anti-t. gondii. 4.3 CONSTRUÇÃO DO BANCO DE DADOS Os dados obtidos com a revisão dos prontuários foram tabulados em planilha do programa Excel e em seguida realizou-se a análise estatística. Antes da digitalização, todos os resultados foram examinados para a conferência da integridade e da coerência dos dados. 4.4 ANÁLISE DOS DADOS A comparação das frequências totais de positivos e negativos para IgM e IgG foi realizada pelo teste Binomial para uma amostra, com nível de significância de 5%, utilizandose o programa RStudio (R Core Team, 2017).

24 23 5 RESULTADOS O número total de gestantes acompanhadas nas oito Unidades Básicas de Saúde pertencentes ao DGA 4, localizadas na cidade de Patos, PB, no período de janeiro a dezembro de 2016, foi de 249. Destas, 123 (49,4%) não realizaram a sorologia de rotina pré-natal no primeiro trimestre para anticorpos IgM, 125 (50,2%) foram negativas e uma (0,4%) foi positiva. Para a pesquisa de anticorpos IgG, 46 (18,5%) gestantes foram positivas, 79 (31,7%) foram negativas e 124 (49,8%) não realizaram o exame e apenas uma (0,4%) gestante realizou duas sorologias durante a gestação (Figura 1, Tabela 1). Foram observadas variações na frequência de gestantes que não realizaram o exame para toxoplasmose entre as Unidades Básicas de Saúde, com valores de 38,9% a 75%, onde a menor frequência foi observada na UBS 3 e a maior frequência na UBS 6 (Figura 1, Tabela 1). Figura 1 - Distribuição das gestantes estudadas de acordo com o resultado da sorologia anti- T. gondii, no período de janeiro a dezembro de ,0% 90,0% 80,0% 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 50,2% 49,4% 49,8% 18,5% 31,7% Positivo Negativo Não fez 10,0% 0,0% 0,4% IgM IgG

25 24 Tabela 1 - Detalhamento do perfil sorológico das gestantes de acordo com as Unidades Básicas de Saúde analisadas no período de janeiro a dezembro de 2016 Unidade IgM IgG Total Positivo Negativo Não fez Positivo Negativo Não fez (%) 1 0 (%) (0) 11 (%) (57,9) 8 (42,1) (%) 4 (21,1) (%) 7 (36,8) (%) 8 (42,1) (%) 19 (100) 2 0 (0) 5 (35,7) 9 (64,3) 4 (28,6) 1 (7,1) 9 (64,3) 14 (100) 3 0 (0) 22 (61,1) 14 (38,9) 12 (33,3) 10 (27,8) 14 (38,9) 36 (100) 4 0 (0) 24 (51,1) 23 (48,9) 7 (14,9) 16 (34) 24 (51,1) 47 (100) 5 1 (1,5) 34 (50) 33 (48,5) 8 (11,8) 27 (39,7) 33 (48,5) 68 (100) 6 0 (0) 2 (25) 6 (75) 1 (12,5) 1 (12,5) 6 (75) 8 (100) 7 0 (0) 16 (47,1) 18 (52,9) 6 (17,6) 10 (29,4) 18 (52,9) 34 (100) 8 0 (0) 11 (47,8) 12 (52,2) 4 (17,4) 7 (30,4) 12 (52,2) 23 (100) Total (%) 1 (0,4) 125 (50,2) 123 (49,4) 46 (18,5) 79 (31,7) 124 (49,8) 249 (100) Das 126 gestantes estudadas que realizaram sorologia para toxoplasmose, 125 (99,2%) e 79 (63,2%) apresentaram resultado não reagente, respectivamente, para IgM e IgG anti-t. gondii, uma (0,8%) gestante apresentou resultado reagente para IgM e 46 (36,8%) foram reagentes para IgG anti-t. gondii (Figura 2). Figura 2 - Perfil sorológico das gestantes estudadas que realizaram acompanhamento pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde, no período de janeiro a dezembro de ,0% 100,0% 99,2% 80,0% 60,0% 40,0% 36,8% 63,2% Positivo Negativo 20,0% 0,0% 0,8% IgM IgG

26 25 De acordo com a distribuição das gestantes que fizeram o acompanhamento pré-natal durante o ano de 2016, nas Unidades Básicas de Saúde pertencentes ao DGA 4, que realizaram a sorologia para toxoplasmose, foi observado uma maior prevalência de gestantes que apresentaram-se reagentes para anticorpos IgG anti - T. gondii nas UBSs Evaristo Guedes (80%) localizada no bairro Multirão, Lauro Queiroz (54,5%) localizada no bairro Jatobá e Osman Ayres (50%) localizada no bairro Santo Antônio. Em relação à prevalência das gestantes para anticorpos IgM anti- T.gondii, apenas uma gestante (2,9%), da UBS Monte Castelo, apresentou resultado positivo (Tabela 2). Foi observada diferença estatística entre as frequências totais de positivos e negativos para IgM (p < 0,001) e IgG (p = 0,004), pelo teste Binomial para uma amostra. Tabela 2 - Distribuição do perfil sorológico das gestantes de acordo com as Unidades Básicas de Saúde analisadas durante o período de janeiro a dezembro de 2016 Unidade IgM IgG Positivo (%) Negativo (%) Positivo (%) Negativo (%) 1 0 (0) 11 (100) 4 (36,4) 7 (63,6) 2 0 (0) 5 (100) 4 (80) 1 (20) 3 0 (0) 22 (100) 12 (54,5) 10 (45,5) 4 0 (0) 24 (100) 7 (30,4) 16 (69,6) 5 1 (2,9) 34 (97,1) 8 (22,9) 27 (77,1) 6 0 (0) 2 (100) 1 (50) 1 (50) 7 0 (0) 16 (100) 6 (37,5) 10 (62,5) 8 0 (0) 11 (100) 4 (36,4) 7 (63,6) Total (%) 1 (0,8) 125 (99,2) 46 (36,8) 79 (63,2)

27 26 6 DISCUSSÃO No presente estudo foi realizado levantamento sorológico para toxoplasmose em gestantes na cidade de Patos, Paraíba, atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no período de janeiro a dezembro de 2016, em oito Unidades Básicas de Saúde pertencentes ao Distrito IV, dos bairros Jatobá, Monte Castelo, Alto da Tubiba e Santo Antônio. O município está localizado na região Nordeste do Brasil e, portanto, apresenta clima tropical, o que favorece a sobrevivência de oocistos de T. gondii no meio ambiente, o que aumenta as chances de infecção quando a gestante fica exposta às diversas vias de transmissão do agente. Diante desse fato, a triagem sorológica é incluída como um importante método na prevenção da toxoplasmose congênita, no entanto, foi observado que das 249 gestantes que fizeram o acompanhamento prénatal no ano estudado, 125 (49,8%) não realizaram pelo menos um exame durante a gestação, o que é considerado um risco para as mesmas no que diz respeito à possibilidade de ocorrência de toxoplasmose congênita. As estratégias de prevenção adotadas pelo Sistema Único de Saúde não são homogêneas entre os vários países, e alguns como França e Áustria, que possuem uma alta incidência da parasitose, têm implementado programas nacionais de triagem pré-natal, obrigatórios por lei, o que resultou em redução da incidência de toxoplasmose fetal de 40% para 7% nesses países (SPALDING et al., 2003; FOULON et al., 2000; PAUL et al., 2000). Outros países, como Reino Unido e Holanda, com baixa prevalência, adotaram práticas educativas ou ainda a triagem neonatal como é realizada na Dinamarca e Polônia (FOULON et al., 2000; PAUL et al., 2000). Os resultados mostraram soropositividades de 36,8% para IgG e 0,8% para IgM, bem como 63,2% das gestantes estavam susceptíveis (negativas para IgG). Esses valores são inferiores aos obtidos em outros estudos brasileiros realizados na região Nordeste. Nascimento et al. (2002), na Bahia, examinaram gestantes de diversas regiões do estado e encontraram soropositividades de 64,9% e 1,19% para IgG e IgM, respectivamente. Porto et al. (2008), no estado de Pernambuco, examinaram 503 gestantes atendidas no ambulatório pré-natal do Instituto Materno-infantil Prof. Ferdinando Figueira (IMIP), em Recife, e observaram soropositividades de 74,7% e 2,8% para IgG e IgM, respectivamente. Em Fortaleza, no Ceará, foi realizado por Rey et al. (1999) um inquérito sorológico de infecção por T. gondii em grupos populacionais de duas maternidades do estado, e das 186 gestantes examinadas 71,5% foram soropositivas para IgG. Em Salvador, Moreira (1988) observou soroprevalência de 42% para IgG em 410 gestantes examinadas provindas de duas maternidades da cidade. Alves et al. (2009), em Sergipe, examinaram gestantes provenientes dos diversos municípios do

28 27 estado, e obtiveram 69% e 0,46% de soropositividade para IgG e IgM, respectivamente. Em Natal, Rio Grande do Norte, em estudo realizado por Barbosa (2008), das 190 gestantes 66,3% foram reagentes para IgG, no entanto, com relação as taxas de susceptibilidade, foi observado valor de 33,1% das gestantes, sendo menor em relação ao valor obtido no presente estudo. Em outras regiões também foram observados maiores valores de prevalência. Rocha et al. (2014) realizaram um estudo em 197 gestantes atendidas no Hospital Santo Antônio localizado em Santo Antônio da Patrulha, no Rio Grande do Sul, e encontraram soropositividade para IgG em 53,3% das gestantes. Mionanza et al. (2008) verificaram que de 334 gestantes atendidas no Laboratório Municipal de Cascavel, Paraná, 54,2% foram soropositivas para IgG e 2,4% para IgM. Carellos et al. (2008) examinaram 420 gestantes procedentes dos centros de saúde da prefeitura em duas maternidades de Belo Horizonte e encontraram soropositividade para IgG de 56,3% e Leão et al. (2004) obtiveram 70,7% de soropositividade para IgG em 205 gestantes atendidas em duas maternidade de Cuiabá, Mato Grosso. Sartori et al. (2011) realizaram estudo em gestantes registradas no programa de triagem, em Goiânia, e obtiveram soropositividade para IgG de 67,7%. No entanto, apesar dos valores encontrados neste estudo serem menores quando comparados aos estudos brasileiros em outras cidades onde a toxoplasmose é considerada endêmica, vale ressaltar que a população em estudo do presente trabalho foi relativamente menor abrangendo um único Distrito Geo- Administrativo, o que poderia de alguma forma influenciar os menores índices de soropositividade encontrados. Das 126 gestantes analisadas somente 0,8% da população estudada apresentou anticorpos IgM específicos para T. gondii, o que pode ser considerado uma baixa taxa de soroconversão comparada a outros estudos realizados na região Nordeste: 1,19% na Bahia (NASCIMENTO et al. 2002), 2,8% no Pernambuco (PORTO et al. 2008). Em outras regiões do país frequências maiores também foram encontradas: 1,8% no Paraná (MIONANZA et al. 2008) e 2,4% em Porto Alegre (VARELLA et al., 2003). Também foram descritas taxas de infecção materna durante a gestação em alguns estudos realizados nos Estados Unidos, com variações de 0,2% a 0,6%, na Finlândia 0,24% e em Oslo 0,11% a 0,13% (VARELLA et al., 2003). No presente estudo foi observado a presença de uma gestante soropositiva para IgM, o que deve ser interpretado de forma cuidadosa, sendo necessário a repetição do exame após 15 dias da primeira coleta, e nesses casos se reveste de importância o teste de avidez para anticorpos IgG no primeiro trimestre da gestação, pois o mesmo é capaz de determinar o tempo de infecção.

29 28 Dentre as Unidades de Saúde examinadas houve uma variação entre a prevalência de gestantes soropositivas para IgG. Na UBS Evaristo Guedes, por exemplo, foi encontrado 80% de gestantes soropositivas. Essa UBS está localizada no bairro Mutirão, constituído em sua maioria de uma população de baixa renda, que não possui acesso a informações sobre práticas higiênico-sanitárias indispensáveis na prevenção de doenças como a toxoplasmose. Dessa maneira, as gestantes são menos instruídas acerca das medidas de prevenção da doença, o que aumenta os riscos de infecção. Segundo o Ministério da Saúde (2006), os dados evidenciam que a atenção no puerpério não está consolidada nos serviços de saúde. A grande maioria das mulheres retorna ao serviço de saúde no primeiro mês após o parto, com a única preocupação da avaliação do recémnascido, indicando que as mulheres não estão suficientemente informadas para compreenderem a importância da consulta puerperal, o que pode ter influenciado a alta frequência de grávidas que não realizaram exames sorológicos para toxoplasmose nos trimestres gestacionais (Tabela 1). Isso demonstra a deficiência de esclarecimento a gestante sobre a importância dos exames sorológicos na prevenção de doenças congênitas, como a toxoplasmose, e os danos que a mesma pode causar durante a gestação ao feto, assim como ao recém-nascido.

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