UNIÃO NACIONAL DOS CONSELHOS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO - UNCME/ES CARTA DE DOMINGOS MARTINS
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1 CARTA DE DOMINGOS MARTINS A União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação do Espírito Santo (UNCME/ES) em seu V Encontro Estadual realizado nos dias 23 e 24 de setembro de 2010, na cidade de Domingos Martins, estado do Espírito Santo, com o tema Fortalecimento dos Conselhos na perspectiva da Gestão Democrática, reafirma seu compromisso em defesa da universalização da educação básica com qualidade social, buscando o fortalecimento e a autonomia dos Conselhos Municipais, como órgãos normativos e de controle social dos Sistemas Municipais de Ensino. A temática abordada justifica-se pela necessidade de tornar mais forte o papel dos Conselhos na Construção dos Planos estadual e Municipais de Educação, o entendimento e aprimoramento da atuação das câmaras/conselhos do FUNDEB e no acompanhamento das políticas públicas de educação e assim contribuir para a melhoria da qualidade da educação. A partir de um diagnóstico da realidade educacional nos municípios e da situação dos conselhos, o V Encontro propiciou o repensar do papel dos Conselhos; a articulação necessária entre Educação Infantil e o Ensino Fundamental, o financiamento da Educação e o controle social nas políticas de fortalecimento dos Conselhos Municipais de Educação. O resultado deste Encontro fixa compromissos enraizados nos objetivos fundamentais do Estado Democrático de Direito, implantado pela Constituição Federal de 1988 e explicita os principais posicionamentos da Entidade frente ao quadro educacional, na perspectiva de contribuir para a qualidade social da Educação em todas as suas vertentes. Diante disso, a UNCME/ES, na perspectiva de dar sustentabilidade a política educacional elaborada por nossa organização em nível nacional, reafirma o compromisso de defender: 1. Conselhos Municipais de Educação como órgãos de Estado, plurais e autônomos, com função deliberativa normativa, mobilizadora e de controle social.
2 2. Desenvolvimento de uma cultura de participação, para além da representatividade, consolidada numa base de pertencimento e responsabilidade. 3. Diálogo com outras entidades da Sociedade Civil organizada. 4. Organização dos sistemas de ensino na esfera municipal. 5. Dotação orçamentária e autonomia de gestão financeira dos Conselhos Municipais de Educação, asseguradas no PNE bem como em outros dispositivos legais. 6. Estabelecimento de Regime de Colaboração legalmente constituído entre os entes federados, em especial nas políticas desenvolvidas entre estados e municípios, como base do Sistema Nacional de Educação. 7. Participação dos Conselhos Municipais de Educação e dos Conselhos Estaduais na elaboração dos Planos Municipais e Estaduais de Educação, articulados com o Plano Nacional de Educação. 8. Articulação, nos municípios, dos Conselhos Municipais de Educação com os demais conselhos nas áreas educacional, cultural, socialambiental e social. 9. Participação da UNCME ES nos diversos espaços de debates e fóruns, nas esferas municipal e estadual. 10. Atuação dos Conselhos Municipais de Educação na regulamentação de políticas voltadas para educação inclusiva, interculturalidade e campesinato. 11. Aprofundamento do Pacto de Colaboração entre os Conselhos de Educação: CME, CEE e CNE, como processo contínuo e permanente. 12. Inclusão na LDB, dos Conselhos Estaduais e Municipais de Educação, garantindo-se as suas funções normativas e de acompanhamento das políticas educacionais. E,
3 13. Deliberações da CONAE como referência na construção dos Planos de Educação nos âmbitos nacional, estadual e municipal. Além dos itens apresentados acima, reafirmamos os compromissos pleiteados junto aos futuros governantes e parlamentares do estado e do Brasil pela Garantia do Direito à Educação de Qualidade: O Sistema Nacional de Educação deve ser estruturado em três pilares: (1) a elaboração do Plano Nacional de Educação PNE que deverá provocar a construção articulada de planos estaduais e municipais de educação; (2) o estabelecimento de Regime de Colaboração legalmente constituído entre os entes federados; e (3) a implementação de Lei de Responsabilidade Educacional, tal como aprovou a CONAE (2010). Se a superação dos desafios prioritários passa pela institucionalização do Sistema Nacional de Educação, o estabelecimento deste sistema exige que os futuros governantes e parlamentares assumam quatro compromissos fundamentais, os quais devem ser devidamente transformados em leis e políticas públicas. São eles: 1. Ampliação adequada do financiamento da Educação pública; 2. Implementação de ações concretas para a valorização dos profissionais da Educação; 3. Promoção da gestão democrática; e 4. Aperfeiçoamento das políticas de avaliação e regulação. Entendemos também a importância de reafirmarmos compromissos no âmbito estadual a serem defendidos junto ao governo e parlamento estadual: 1. Findar a prática das deduções indevidas das receitas destinadas ao FUNDAP (Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias) do montante da arrecadação do ICMS constitucionalmente vinculada ao FUNDEB e adotar a metodologia correta determinada pela legislação; 2. Ampliar os investimentos públicos em educação, de forma a garantir o número de vagas (matrículas) necessárias, construção de novas unidades,
4 melhoria da estrutura física e as condições materiais e tecnológicas fundamentais ao processo ensino-aprendizagem; 3. Valorizar o trabalho dos (as) profissionais da educação, sem cerceamentos, com remuneração digna e reajuste salarial que contemple as perdas salariais históricas acumuladas pela categoria ao longo dos anos em sucessivos governos, bem como conceder reajuste salarial anual que reponha os índices inflacionários e garanta ganho real nos salários, além de adotar um Plano de Carreira que valorize a profissão e estimule a progressão funcional, sem a retirada de direitos; 4. Cumprir integralmente as Leis Federais /2008 (Piso Salarial Nacional) e /2007 (FUNDEB); 5. Implantar a Gestão Democrática nas escolas, com especial atenção para a eleição direta para direção; 6. Ser transparente na gestão pública, disponibilizando informações da Administração, bem como adotar uma política de respeito e fortalecimento dos órgãos de controle social (Conselhos de Escola, Conselho do FUNDEB, Conselho Estadual de Educação e Conselho de Alimentação Escolar); 7. Realizar concurso público de ingresso para o preenchimento das vagas nos sistemas de ensino, de modo a respeitar a Constituição Federal e rever a política de terceirização dos serviços públicos; 8. Prover e incentivar a qualificação profissional pela oferta de cursos, formação continuada em serviço, incentivo à pós-graduação; 9. Adotar uma gestão de alimentação escolar que garanta a segurança alimentar e nutricional necessária aos estudantes, com ampliação transparente de investimento nesta área, aplicação de atividades educacionais, além de outras medidas necessárias para executá-la o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE);
5 10. Garantir a criação da Comissão de Saúde do Trabalhador em Educação (COSAT) e estabelecer políticas de promoção da saúde desses profissionais, oferecendo condições adequadas de trabalho. E, 11. Desenvolver políticas públicas para garantir a integridade física e psicológica da comunidade escolar frente à crescente violência que a atinge. Destacamos que a educação ambiental crítica e transformadora conforme estabelece a lei federal 9795/99 tem potencialidade de se tornar tema transversal articulador da vida como eixo do currículo. A participação dos ecoeducadores na formulação, concepção e implementação de uma nova forma de conceber o conhecimento, além de estabelecer a participação da comunidade local e escolar na construção do protagonismo dos usuários dos serviços públicos como direito. Finalmente, sendo os municípios os responsáveis pela oferta da educação infantil é necessário destacar a atuação dos Conselhos Municipais de Educação frente às políticas voltadas para a qualidade referenciada socialmente nesta etapa da educação básica. Reafirmamos nosso compromisso com as propostas construídas nos fóruns de educação infantil, em especial, aqueles integrantes do Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil. Neste sentido defendemos: 1. Junto aos Dirigentes Municipais e Estaduais de Educação: 1.1 Que fortaleçam o controle social, acompanhamento e monitoramento com ações através do CME que inclua no Sistema Municipal e plano municipal de educação o atendimento de Creche e pré-escola do município, e assim, possa ser construída e aprovada a deliberação para atendimento em Educação Infantil. 1.2 Que os municípios realizem estudos sobre os calendários escolares a fim de atender e ampliar a formação em serviço dos profissionais da educação infantil, dentro de uma política de formação continuada. 1.3 Que cumpram as leis que tratam a Educação Etnicorracial e Afro-brasileira, indígena, educação do campo, Educação Especial na Perspectiva Inclusiva,
6 1.4 Que envidem esforços para promover as políticas públicas de educação infantil em diferentes contextos (campo, indígenas, quilombolas). 1.5 Que os Concursos públicos exijam formação mínima em curso superior Pedagogia para ingresso no magistério da educação infantil, tendo por base no diagnóstico dos profissionais do magistério e os em formação dos municípios, para que assim possa iniciar um processo de formação com prazo determinado aos que demonstra carência local e ou regional do profissional. 1.6 Que seja assegurada a efetiva inclusão das crianças com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades e superdotação nas instituições de educação infantil, garantindo as condições materiais e humanas, bem como formação em serviço, necessárias a um atendimento de qualidade. 2. Junto aos Conselhos Municipais de Educação e Estadual de Educação: A garantia de ter uma representação do FOPEIES, para as discussões em torno dos temas: Identidade/formação/carreira nas Políticas Públicas para a Educação Infantil. Domingos Martins, 24 de setembro de Conselhos Municipais de Educação, Conselhos e Câmaras do FUNDEB e Conselhos do CAE presentes: 1. Afonso Cláudio 2. Aracruz 3. Atilho Vivacqua 4. Boa Esperança 5. Cachoeiro de Itapemirim 6. Cariacica 7. Castelo 8. Colatina 9. Conceição da Barra 10. Domingos Martins 11. Fundão 12. Iconha 13. Itapemirim
7 14. Jaguaré 15. Jerônimo Monteiro 16. Laranja da Terra 17. Montanha 18. Muqui 19. Nova Venécia 20. Rio Novo do Sul 21. São Gabriel da Palha 22. São Mateus 23. Serra 24. Vargem Alta 25. Venda Nova do Imigrante 26. Vila Velha 27. Vitória
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