História de Maria dos Santos Vieira

Transcrição

1 História de Maria dos Santos Vieira Nascimento: 29 de novembro de 1925 Falecimento: 8 de junho de 2007 Em Cacequi, dia 29 de novembro de 1925, nascia Maria dos Santos Vieira, filha dos ferroviários Amália e Avelino dos Santos. Vanda, Sueli, Josefina, Eloí, Genesi, Amaro e Getro são os nomes dos seus irmãos. Maria casou-se com Ogentil Vieira Flores, com quem teve dois filhos: Carlos Alberto e Paulo Flores. Fernanda e Patricia são os nomes das netas e Melissa e Rafael os dos bisnetos. Logo após seu nascimento, vieram para o interior de Rio Pardo. Estudou o básico, o suficiente para aprender a ler e a escrever. Não tinha o sonho de ter determinada profissão e sim de casar e ser feliz com a família. Sempre desejou muito a casa própria, pois morou, por muito tempo, de favor. Ia, com os irmãos, nos bailes da juventude, dançar. Muitas vezes, fugiam dos pais para poder sair. Gostava muito de carnaval. Até hoje, o filho Paulo se lembra de quando ela falava sobre seu bloco "Olhe e deixe". Colorada, era simpatizante, mas não

2 fanática. Tinha muitas amizades. Paulo se lembra da Dona Olga, proprietária de um apartamento em que Maria e o marido alugavam. A amizade era baseada na conversa e confiança. Altemar Dutra era seu cantor favorito. Era caseira, gostava mesmo era de estar trabalhando por perto. Cozinheira de primeira mão, preparava um quibebe delicioso. Sempre fazia as vontades do marido e filhos. Gostava de comer alcatra mal passada. Quando era feito churrasco, ela sempre pedia uma lasquinha antes mesmo da carne ficar pronta. Pouco tempo antes de ela falecer, Paulo ofereceu alcatra e ela recusou. Então, ele já começou a perceber que ela já não era mais a mesma. Quando o filho Carlos Alberto faleceu, a vida de Maria mudou muito. Ele partiu com 21 anos, na época do Exército, por causa de uma leucemia. Foi a partir desse momento que a saúde dela ficou abalada. Passou a ter pressão alta e diabetes. Mas, o mais triste para o filho Paulo foi perceber que sua mãe, que sempre estava sorrindo e cantando enquanto trabalhava, agora era uma pessoa depressiva. Paulo nunca se esquece do dia da morte do irmão. Quando Maria o viu no hospital, começou a caminhar em direção a uma janela. Um soldado, amigo de Carlos Alberto, achou aquilo estranho e a seguiu. Maria ia se atirar do prédio e esse garoto a salvou. Teve que permanecer dopada durante todo o velório. Paulo acredita que ela deveria ter permanecido acordada, para sofrer na hora e depois ficar melhor. Conheceu Ogentil, pois os pais dos dois eram ferroviários. Nessa proximidade, os filhos iam ao mesmo carnaval, onde se conheceram. Logo, começaram a namorar. Em 1949 se casaram, realizando um sonho de Maria. A relação dos dois era ótima, baseada em fidelidade e atenção. Como ele era taxista, os colegas brincavam se ele tinha feito alguma corrida para uma mulher bonita. Ogentil era direto: "mulher eu só tenho uma". Depois que Maria faleceu, ele não quis conhecer outra pessoa. Certa vez, quando disseram para ele ir aos bailes, arrumar uma namorada, ele ficou bravo e disse que Maria foi e sempre será o grande e único amor de sua vida. Ganhou do seu sogro um fogão a gás, o que foi uma de suas maiores felicidades. Tinha apenas um a lenha e quando foi presenteada, tirou uma fotografia e escreveu os agradecimentos.

3 Partiu em 8 de junho de 2007, por falência múltipla dos órgãos. Paulo aprendeu com ela a ser honesto e nunca prejudicar as pessoas. "Não precisa sair fazendo o bem para todo mundo, basta não fazer o mal para ninguém", dizia Maria. Ela sempre salientava a importância dos bons gestos e sentimentos verdadeiros. Se ela pudesse dizer algo para as pessoas, diria para valorizar as relações e continuar sempre junto da pessoa que ama, para levar a família, sempre, em primeiro lugar.

4 Mãe, sinto muito a sua falta. O pai gostaria muito que você estivesse aqui ainda. Estou cuidando bem dele e sempre vou cuidar. Paulo Flores Maria e Ogentil.

5 Maria, Ogentil e as netas. Família reunida no Natal.

6 Minha querida esposa. Todo dia me lembro de você. Como tu me fazes falta. Mas, Deus quis assim. Só desejo que tu estejas acompanhada dos anjos, pois tu mereces. Deus é bom e ele está contigo. Ogentil Vieira Flores