História de Ademir Neves de Quadros

Transcrição

1 História de Ademir Neves de Quadros Nascimento: 24 de julho de 1956 Falecimento: 06 de maio de 2010 Uma pessoa de idade média, quase 54 anos, bem de saúde e cabelo grisalho. É assim que o filho Jeferson se lembra de seu pai. Filho de Marino Nunes de Quadros e Elza Neves de Quadros, Ademir Neves de Quadros nasceu em 24 de julho de 1956, na cidade de Santa Cruz do Sul. Ele e o irmão Vanderlei Neves de Quadros passaram a infância juntos e ajudavam a família sempre que necessário. Estudou até a sexta-série, mas não pode se esforçar muito, pois naquela época era escola e depois direto trabalho. Com Antônia Edilamar da Silva Quadros, teve os filhos Jeferson de Quadros, Anderson de Quadros e Robson de Quadros. E, graças a esses, pode ser chamado de avô, quando os netos Everson, Pamela, Mateus, Keterlin, Eric e Gayeker nasceram. Ele

2 e a esposa se conheceram por acaso, quando ele passava em frente a sua casa. Aos poucos, começaram a se falar. Ele estava saindo do quartel quando começaram a namorar. A relação dos dois sempre foi tranquila. Ademir começou a ficar mais apegado com a família nos últimos anos. Era um avô coruja, que fazia as vontades dos netos. Trabalhava como pintor e pedreiro e ensinou tudo aos filhos, que acabaram tendo a mesma profissão. Aprendeu sozinho, parecia ter nascido com o dom de pintar. Essa profissão veio por acaso, mas acabou tornando-se uma grande paixão. Trabalhou com venda de verduras também. Mas, acabou voltando para a pintura. Ele pintava mais os ambientes internos, pois não gostava de altura. Ele prestava serviços para algumas construtoras. Torcia pelo internacional, mas não era fanático. Gostava de viver sua vida sempre aproveitando. Não se preocupava muito com o futuro, ele vivia o presente. Sempre foi um ótimo pai e tudo que ele pode ensinar, ele ensinou. Honestidade foi um dos maiores ensinamentos que passou, segundo o filho Jeferson. Tinha muitos sonhos. Alguns, ele conseguiu realizar, outros não. Queria se aposentar, mas não conseguiu. Ele nunca foi muito de contar essas coisas. Falava bastante, porém não sobre futuro. Foi um homem ativo e jogava futebol com os filhos. Com o tempo, foi largando. Por falar em amizades, tinha várias, tanto da fase adulta, quanto do passado. Tinha muitos amigos próximos. O filho não cita nomes, com medo de esquecer alguém. Afinal, eram muitos. Gostava de estar no bar, jogando bocha com os amigos. Mas, só ia para o bar nos sábados e domingos de tarde, porque ele se preocupava muito em

3 trabalhar. Quando estava em casa, gostava de olhar televisão e arrumar alguma coisa pelo pátio. Novelas e programas de esportes era o que ele mais assistia. Os filmes de ação eram seus favoritos. Quando ia aos bailes, dançava bandinhas com a esposa. Gostava de comer churrasco e coisas salgadas. Doce era pouco. Para acompanhar, uma boa cervejinha. Ele também sabia cozinhar. Quando ele e o filho Jeferson iam trabalhar juntos, era ele que preparava tudo para a hora do intervalo. De manhã cedo, como um bom gaúcho, tomava seu chimarrão. Nem sempre conseguia tomar com sua esposa, porque os horários de trabalho dos dois não correspondiam. Mas, no final de semana, aproveitavam para ficar mais tempo juntos. Era uma pessoa muito boa, se relacionava bem com os vizinhos e não negava ajuda a ninguém. Gostava de músicas do Raça Negra e banda JM e as cantava no banheiro. Ademir não gostava muito de tirar fotos. Jeferson não esquece a primeira vez que foi trabalhar com o seu pai. Era na pintura de um grande prédio no centro. Deu um temporal e eles estavam lá em cima. Jeferson tinha 12 anos e lembra-se das coisas voando enquanto eles ficavam escondidos. O pai, acostumado, tentava tranquilizar o filho. Ademir não era uma pessoa que ficava brava por algo não dar certo. Tinha uma personalidade calma. Brincalhão, dificilmente alguém lhe via de mau humor. Jeferson lembra-se de seu pai muito feliz em diversos momentos. Ele costumava se presentear com o direito de sorrir, pois sabia que a vida passa muito rápido para ser desperdiçada.

4 Passou por algumas dificuldades, como períodos com pouco trabalho a ser feito, que balançava a estrutura financeira da família. Faleceu dia 6 de maio de 2010, por parada cardíaca. Não apresentava problemas nesse sentido, apenas de pressão e ele controlava. Ademir deixou ensinamentos de honestidade e mostrou aos filhos o quanto é feio mexer naquilo que não é da gente. Além disso, os filhos aprenderam com ele a dar mais apoio à família. Se estivesse vivo diria para as pessoas aproveitarem a vida, pois ela é única. Hoje a gente vê a importância de conversar e não se preocupar tanto em trabalhar. Jeferson, sobre o que aprendeu com o pai.

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