I Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental I COBESA
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- Talita Tuschinski Marques
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1 I Congresso Baiano de Engenharia Sanitária e Ambiental I COBESA INFLUÊNCIA DA TOPOGRAFIA E DO SISTEMA VIÁRIO NA COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES EM ÁREAS COM DIFERENTES PADRÕES DE RENDA: ESTUDO EM SALVADOR, BAHIA, BRASIL Karine Fernanda Guermandi Luiz Roberto Santos Moraes Salvador,
2 INTRODUÇÃO A coleta domiciliar é um importante serviço do sistema de limpeza urbana, pois esta estabelece a ligação entre o resíduo gerado e o sistema. Uma remoção falha pode implicar no descarte do resíduo no solo, em rios ou, ainda, na queima indiscriminada, podendo provocar a poluição do ar, das águas e dos solos, além do estimulo a proliferação de roedores e insetos, causando problemas de saúde pública e degradando o ambiente. O serviço de coleta domiciliar não atende a toda a população brasileira e que merece a devida importância não só dos governantes, como do meio científico/acadêmico e da população em geral, na busca da sua universalização.
3 OBJETIVO Analisar a influência do sistema viário e da topografia sobre a coleta domiciliar de resíduos sólidos em áreas com diferentes padrões de renda, utilizando como base micro-áreas selecionadas da cidade de Salvador, Bahia, Brasil.
4 ÀREA DE INVESTIGAÇÃO A pesquisa foi realizada em 35 micro-áreas distribuídas na cidade de Salvador as quais foram selecionadas por uma pesquisa do Instituto de Saúde Coletiva/UFBA, guardando características diferenciadas em termos de faixa de renda da população.
5 km MICRO-ÁREAS População: Localização das Micro-áreas Salvador - Bahia - Brasil hab. Área: 684,4ha Declividade Mínima: 0,4% Declividade Máxima: 89,7% Baía de Todos os Santos Oceano Atlântico Bacia de Esgamento Sanitário Mangabeira Paripe Tripas Armação Lobato Periperi Média Camarajipe Cobre Calafate Barra km Localização da Área de Estudo O C E A N O P A C Í F I C O BRASIL BAHIA # Salvador O C E A N O A T L Â N T I C O Fonte: Censo Demográfico. IBGE, Base Cartográfica: Malha de Setores Censitários da RMS. Esc. 1: Conder, Convênio: FUNASA/FEP/MEAU-UFBA
6 UNIDADE DE COLETA DE DADOS Trecho de Logradouro Definição: trecho entre dois cruzamentos de vias. Trecho Trecho de de Logradouro Logradouro Totalizaram-se trechos em m de vias.
7 COLETA DE DADOS Trecho de Logradouro Para cada trecho de logradouro foram levantadas as seguintes informações: Tipo e conservação do pavimento; Tipo de coleta domiciliar; Declividade e Largura. Dados coletados pelo estudo Avaliação quali-quantitativa dos serviços de saneamento na cidade de Salvador Dados calculados por meio de procedimentos metodológicos próprios da pesquisa.
8 COLETA DOMICILIAR Nesta pesquisa só foi considerado o modo de coleta domiciliar porta-a-porta, a qual foi classificada em: Coleta regular motorizada (diária, alternada ou semanal), Coleta regular alternativa (diária, alternada ou semanal), Coleta inexistente. Classificação
9 PAVIMENTAÇÃO Classificação O tipo do pavimento foi classificado em: Presente - asfalto, paralelepípedo, placa de concreto, bloquetes, argamassa armada; Ausente - cascalho, terra batida, areia. A conservação do pavimento foi classificada em: Ótima/boa, Regular, Péssima.
10 DECLIVIDADE Definição/Cálculo Define-se enquanto declividade do trecho de logradouro como sendo sua inclinação em relação ao plano horizontal. dh dh = Altura dc = Comprimento dc Declividade (D) medida em percentual D = dh/dc x 100 D A declividade foi calculada por meio da diferença total da elevação pela extensão horizontal. A diferença total da elevação é a diferença entre a cota maior e a menor que passa pelo início e pelo final do trecho, auferida com o auxílio de planta cartográfica analógica (CONDER/SICAR, 1992) contendo os trechos amostrados e as curvas de nível de metro em metro. A extensão horizontal, ou comprimento dos trechos foi utilizado do banco de dados do estudo Avaliação qualiquantitativa dos serviços de saneamento na cidade de Salvador.
11 DECLIVIDADE Definição dos Intervalos Os intervalos representam a dificuldade de acesso ao domicílio na realização da coleta domiciliar porta-a-porta: fácil, restrito e difícil acesso. Fácil acesso - a coleta é realizada por caminhão compactador com capacidade de 10 m3 a 20 m3 por viagem.
12 DECLIVIDADE Definição dos Intervalos Acesso restrito - a coleta é realizada através de veículos compactadores de menor porte com a capacidade de 6 m3 por viagem. As áreas de difícil acesso são as que não permitem a coleta porta a porta motorizada.
13 DECLIVIDADE Art As rampas deverão apresentar: Intervalos I -... II - declividade máxima de 20% (vinte por cento) quando destinada à circulação de automóveis e utilitários; III - declividade máxima de 12% (doze por cento) quando destinada à circulação de caminhões e ônibus (Lei nº /92) Intervalos: 12%; >12% a 20% ; >20% Artigo 201 do Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo (Lei n.º /92)
14 LARGURA Definição/Medição Define-se enquanto largura do trecho de logradouro a distância entre um meio fio e outro. A largura dos trechos amostrados foram medidas com o auxílio da ferramenta régua do CD - Rom da Lei do Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo de Salvador.
15 LARGURA Definição dos Intervalos Os intervalos representam a dificuldade de acesso ao domicílio na realização da coleta domiciliar porta-a-porta: fácil, restrito e difícil acesso. Na definição destes intervalos utilizou-se dois parâmetros: A largura dos caminhões coletores e A distância lateral mínima do meio-fio para a circulação destes veículos na via
16 LARGURA Definição dos Intervalos Capacidade do Compactador Largura Média do Veículo (m) Largura da Via de Circulação Entre 13,7m 3 e 19,9m 3 2,5 3,2 6m 3 2,1 2,8 Intervalos: < 2,80m; 2,80m a < 3,20m; 3,20m
17 CRUZAMENTO DOS DADOS Coleta Motorizada Pavimentação Largura Declividade Coleta Alternativa Coleta Inexistente A princípio o cruzamento dos dados foi feito sem levar em consideração as faixas de renda, e posteriormente por faixa de renda.
18 RENDA Definição dos Intervalos As faixas de renda são resultantes de uma tentativa de agrupar as faixas de renda definidas pelo IBGE, de maneira que estas viessem a corresponder, da melhor maneira possível, a concentração de renda, por micro-área. Intervalos: < 5 Salários Mínimos; 5 Salários Mínimos.
19 RESULTADOS E DISCUSSÃO Pavimentação A condição do trecho estar ou não pavimentado parece não exercer influência na realização da coleta domiciliar porta-a-porta. O estado de conservação da pavimentação parece exercer influência sobre a realização da coleta domiciliar porta-a-porta: nos trechos aonde foi observado estado de conservação péssimo e regular os índices de coleta são baixos, 38,8% e 37,8%, respectivamente, se comparados ao atendimento dos trechos com estado de conservação ótimo/bom (62,5%).
20 RESULTADOS E DISCUSSÃO Largura A maioria dos trechos aonde ocorre a coleta alternativa (53,7%) ou onde a coleta domiciliar é inexistente (51,9%) possuem largura inferior a 2,80m; A maioria dos trechos aonde ocorre a coleta domiciliar motorizada (87,3%) possuem largura igual ou superior a 3,20m; Entretanto, não parece ser a largura reduzida dos trechos o único motivo para a não realização da coleta domiciliar: uma percentagem significativa dos trechos não contemplados pela coleta domiciliar (41,5%) possuem largura maior ou igual a 3,20m.
21 RESULTADOS E DISCUSSÃO Declividade A maioria dos trechos contemplados, ou não, pela coleta domiciliar possuem declividade inferior ou igual a 12%; Uma percentagem significativa dos trechos sem coleta (21,1%), se comparada às percentagens dos trechos servidos pela coleta domiciliar (1,9%), possuem declividade superior a 20%.
22 RESULTADOS E DISCUSSÃO Outros Resultados Dos trechos contemplados por coleta domiciliar porta-a-porta motorizada: 82,4% possuem largura maior ou igual a 3,20m e declividade menor ou igual a 12%; 70,5% possuem estado de conservação do pavimento entre ótimo e bom.
23 RESULTADOS E DISCUSSÃO Dentre os trechos sem coleta domiciliar: Outros Resultados 31% possuem largura maior ou igual a 3,20m, e declividade menor ou igual a 12%; 50,7% possuem estado de conservação do pavimento entre ótimo e bom, 42,7% regular e 6,6% péssimo; 73,8% deles encontram-se em áreas com renda menor ou igual a 5 salários mínimos. Cerca de 31% dos trechos sem coleta domiciliar, têm condições topográficas e viárias para a realização da coleta porta-a-porta e motorizada.
24 RESULTADOS E DISCUSSÃO Outros Resultados A maioria dos trechos que não são contemplados pela coleta domiciliar porta-a-porta, possuem como característica em comum a largura menor que 2,80m: 25,9% possuem largura inferior a 2,80m e declividade menor que 12% ; 11,2% possuem largura inferior a 2,80m e declividade maior que 12% e menor ou igual a 20%; 14,8% possuem largura inferior a 2,80m e declividade maior que 20%.
25 RESULTADOS E DISCUSSÃO Outros Resultados 36,6% dos trechos contemplados pela coleta domiciliar alternativa possuem largura do trecho maior que 3,20m, declividade menor que 12%, 69,2% destes possuem estado de conservação do pavimento regular.
26 CONCLUSÃO É possível observar, com alguma evidência, que determinadas medidas de largura do trecho e de declividade, e determinados estados de conservação do pavimento limitam a realização da coleta porta-a-porta motorizada, sendo a limitação da largura a mais evidente. Tais medidas não impossibilitam a realização da coleta domiciliar porta-a-porta, já que existem trechos, ainda que reduzidos, aonde a coleta é realizada com tecnologias não convencionais, de maneira alternativa, sobre os quais tais limitações não incidem. Os resultados deste estudo mostram com alguma evidência que as condições viárias e topográficas não impedem a realização da coleta domiciliar, apenas funcionam como barreiras que parecem já haverem sido transpostas, ainda que este serviço não seja universal.
27 CONCLUSÃO Foram destacados trechos com ausência injustificada dos serviços de coleta domiciliar motorizada, já que estes possuem boas condições de tráfego, sendo que a maioria destes trechos está localizada em áreas com renda mensal inferior a 5 salários mínimos. Tal fato evidencia a diferença de atendimento dos serviços de coleta em áreas com diferentes padrões de renda, indicando que este é um serviço público que evidencia na sua prestação desigualdades sociais no espaço urbano.
28 CONCLUSÃO Intervenções de natureza física, que possibilitem a manutenção do sistema viário, auxiliaria na melhoria do serviço de coleta domiciliar, já que foi observado que os trechos que possuem estado de conservação do pavimento entre regular e péssimo tendem a não serem atendidos por este serviço. Enquanto se priorizar a coleta domiciliar por meio de caminhões compactadores, um número razoável de áreas na cidade de Salvador continuará a não dispor do essencial serviço de coleta domiciliar porta-a-porta.
29 CONCLUSÃO Se faz necessário à ampliação da utilização de tecnologias para a coleta domiciliar de resíduos sólidos adequadas às realidades sócio-culturais e características urbano-ambientais existentes na cidade, a fim do atendimento do serviço de coleta domiciliar porta-a-porta tornar-se universal.
30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BORJA, Patrícia Campos et al. Avaliação Quali-quantitativa dos Serviços de Saneamento da Cidade de Salvador. Relatório Final (Convênio FUNASA/FEP 171/2002). Salvador: MEAU/UFBA, GUERMANDI, Karine Fernanda. Influência da Topografia e do Sistema Viário na Coleta Domiciliar dos Resíduos Sólidos Urbanos em Áreas com Diferentes Padrões de Renda: Estudo na Cidade de Salvador, Bahia f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana) Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador.
Endereço*: Rua Aristides Novis, 2 - Federação; CEP. 40.210-630 - Salvador-Bahia-Brasil; kguermandi@hotmail.com
INFLUÊNCIA DA TOPOGRAFIA E DO SISTEMA VIÁRIO NA COLETA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES EM ÁREAS COM DIFERENTES PADRÕES DE RENDA: ESTUDO EM SALVADOR, BAHIA, BRASIL Karine Fernanda Guermandi* MEAU/UFBA,
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