Ilmos. Senhores Juan Carlos Sotuyo- Diretor Superintendente Valdir Antonio Ferreira- Diretor Administrativo-Financeiro

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1 À Fundação Parque Tecnológico Itaipu (FPTI-BR) Ilmos. Senhores Juan Carlos Sotuyo- Diretor Superintendente Valdir Antonio Ferreira- Diretor Administrativo-Financeiro Licitação Eletrônica Processo nº 0215/2017 Edital FPTI- BR nº 026/2017 Prezados Senhores, A empresa FLEXFORM INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÓVEIS LTDA, sociedade limitada devidamente inscrita no CNPJ/MF sob nº / , já qualificada no certame em epígrafe, por seus representantes legais firmatários, pela presente e na melhor forma de direito, com fundamento no Regulamento de Licitações, Contratos e Convênios da Fundação Parque Tecnológico Itaipu-Brasil RELC, registrado no 1 Ofício de Registro de Pessoas Jurídicas da Comarca de Foz do Iguaçu (PR), sob o n , Livro B1175, folhas 203 a 263, com alterações registradas sob o nº

2 no livro B-1225, folhas 171 a 174, vem oferecer tempestivamente as presentes RAZÕES DE RECURSO contra habilitação da empresa ROKO MÓVEIS ERGONÔMICOS LTDA - ME., inscrita no CNPJ sob o nº / , para lote 1 do certame em epígrafe, e o faz pelos relevantes motivos de fato e de direito que ora passa a expor. A empresa recorrida, ao participar do referido processo licitatório, foi convocada para apresentação de sua documentação e amostra, pertinentes ao lote em comento, cuja solicitação foi atendida parcialmente, contrariando flagrantemente ao exigido no edital, senão vejamos. Dentre outras exigências, o termo de referência disciplina algumas marcas e respectivos modelos para parâmetro, conforme segue: Para o licitante vencedor será solicitado. (...) h. Modelos de referência: Cadeira Marelli, modelo 1604i; Cadeira Flexform, modelo LED; Cadeira Flexform,

3 modelo Work; Cadeira COD, modelo M45G; Cadeira Cavaletti, modelo; Air 27001; Cadeira Cavaletti, modelo C3; Cadeira Cavaletti, modelo C4. (grifos nossos) Diante disso, em análise ao mostruário apresentado pela ilustre recorrida, verifica-se que se trata do modelo SRE da marca Cavaletti, cuja cadeira não figura como referência no processo, até porque deixa de atender aos requisitos mínimos promovidos pelo edital. Pois bem, é neste ponto em que a recorrente respeitosamente não concorda com a r. decisão deste Órgão sobre o julgamento no qual ensejou a habilitação da recorrida, tendo em vista que a mesma não apresentou protótipo condizente com o esperado por esta Administração. A cadeira em comento é inferior aos modelos previstos no edital, em número de regulagens, em qualidade, inclusive em preço. Enfim, trata-se de uma cadeira muito inferior se comparada com outras da Cavalleti e de suas concorrentes referenciadas no processo. Vale observar que o Termo de Referência prevê o seguinte: Encosto: (...)

4 c. possuir mecanismo de apoio lombar que permita o ajuste da altura deste apoio com a região lombar do usuário. A cadeira da Cavaletti não possui apoio lombar definido e regulável, tendo em vista que ao sentar o usuário não percebe a funcionalidade deste componente, existe uma chapa que é utilizada para a fixação do encosto no suporte do mecanismo, mas muito longe de ser um componente efetivo para esta função de apoiar e proteger a região lombar, sendo facilmente constatado ao sentar na cadeira. A região lombar é a que suporta a maior carga, tendo a função de manter a postura na posição sentada, daí a importância do apoio lombar do qual permite a adaptação e conforto do usuário, além de prevenir ou minimizar tanto quanto possível, futuros problemas de saúde que podem desencadear ao longo do uso. Já o subitem do Termo de Referência, exige o quanto segue: Assento / Encosto (...) d.) a inclinação pode ser sincronizada entre encosto e assento desde que quando o encosto estiver na posição mais anteriorizada o assento fique na horizontal (sem inclinações); e) possuir mecanismo de ajuste para tensão da mola que permite a inclinação.

5 Pois bem, a cadeira entregue como amostra (16003), possui mecanismo tipo Back System, ou seja, não possui movimento sincronizado do assento e encosto, bem como não possui também o ajuste de tensão da mola para permitir a inclinação. Portanto, respeitosamente entendemos que a referida empresa não cumpriu a rigor o exigido pelo edital, por não comprovar que entregará o produto almejado por esta Administração não merecendo, portanto, a habilitação no certame. Como exposto, não subsiste razão para a habilitação de referida empresa, já que não comprovou atendimento ao exigido no edital, conforme se verifica no mostruário apresentado. Desta forma, a permanência da mesma não merece guarida e - portanto- não deve prevalecer, porquanto não comprovar tecnicamente atender integralmente ao exigido no edital e seus anexos, aos quais declarou conhecimento e total subordinação. Vale frisar aqui o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, onde o Ilustre Celso Antônio Bandeira de Mello bem observa que este princípio vincula a Administração Pública a seguir de forma estrita a todas as regras que tenham sido previamente estipuladas para disciplinar e conduzir ao certame, conforme pode-se observar no art. 41 da Lei 8666/1993, in verbis:

6 Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. Desta forma, tais condições dispostas no instrumento convocatório não comportam subjetividade ou desobediência, ao contrário, as partes se vinculam às regras ali estabelecidas. Constituição Federal: Conveniente trazer a lume o que trata o art. 37, caput da Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também ao seguinte... (...) XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação

7 técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. A Emenda Constitucional n.º 19/1998 em boa hora inseriu nos princípios que regem os atos da Administração Pública o da eficiência administrativa, pelo qual deve a Administração Pública agir com vistas a perseguir o melhor resultado possível com o menor ônus. Ora, por certo não atende ao princípio da eficiência a atitude de habilitar empresa da qual não demonstrou atendimento a regras claras estipuladas no edital. (grifos nossos): Importante relembrar as disposições da Lei Federal nº 9.874/99 "Art. 2º. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. (grifos nossos). Por outro lado, a Administração deve observar o edital por ela elaborado, com intuito de alcançar o resultado almejado, com a participação do maior número possível de participantes, alijando as empresas que não comprovem aptidão para atendimento do objeto licitado.

8 subsidiária no Pregão: Cumpre lembrar as disposições da Lei 8.666/93, de aplicação Art. 3o o É vedado aos agentes públicos: I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato; (g.n.) Logo, a habilitação da referida empresa, na forma em que se encontra, fere os princípios da equidade, razoabilidade e amplitude do caráter competitivo. Tampouco respeita a proporcionalidade e razoabilidade o aceite de empresa que não tenha comprovado tecnicamente ter cumprido as regras claras do edital, das quais a mesma declarou conhecimento e obediência que, por relevante no caso, deveria influir no julgamento para continuidade no pleito. DALLARI BUCCI: Cabe aqui citar os escólios proferidos por MARIA PAULA

9 A invocação ao princípio da razoabilidade é, portanto, um chamado à razão, para que os produtores da lei e seus aplicadores não se desviem dos valores e interesses maiores protegidos pela Constituição, mesmo quando aparentemente estejam agindo nos limites da legalidade (O princípio da razoabilidade em apoio à legalidade, Cadernos de Direito Constitucional e Ciência Política nº. 16, Revista dos Tribunais, São Paulo, 1996, p.173 grifo nosso). Lembramos, respeitosamente, que a Administração está jungida aos princípios Constitucionais, dentre os quais, o da EFICIÊNCIA. A finalidade da apresentação de amostra é permitir que a Administração possa aferir a compatibilidade do material ofertado com o objeto previsto no edital, assim, o Professor Renato Geraldo Mendes ensina que: A finalidade da amostra é permitir que a Administração, no julgamento da proposta, possa se certificar de que o bem proposto pelo licitante atende a todas as condições e especificações técnicas indicadas na sua descrição, tal como constante no edital. Com a amostra, pretende-se reduzir riscos e possibilitar a quem julga a certeza de que o objeto proposto atenderá à necessidade da Administração. (MENDES, Renato Geraldo. O processo

10 de contratação pública: fases, etapas e atos. Curitiba: Zênite, p. 171.) DO PEDIDO Por todo o exposto, é o presente para requerer respeitosamente que as presentes razões de recurso sejam regularmente recebidas e processadas, a fim de desclassificar a empresa ROKO MÓVEIS ERGONÔMICOS LTDA - ME., retornando o processo com a convocação das empresas remanescentes para a fase de negociação no certame em referência. Termos em que; Pede e Aguarda Deferimento. Guarulhos, 22 de maio de 2017.

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