MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA RAFAELA DE SOUSA PEREIRA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA RAFAELA DE SOUSA PEREIRA"

Transcrição

1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA RAFAELA DE SOUSA PEREIRA TIPOLOGIA DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS ASSOCIADO AOS ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS EM TOMÉ-AÇU/PARÁ. PARAGOMINAS 2016

2 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA RAFAELA DE SOUSA PEREIRA TIPOLOGIA DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS ASSOCIADO AOS ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS EM TOMÉ-AÇU/PARÁ. Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Agronomia. Área de concentração: Agricultura Familiar. Orientador: D.Sc. Marcelo Augusto Machado Vasconcelos. PARAGOMINAS 2016

3 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal Rural da Amazônia Pereira, Rafaela de Sousa Tipologia dos sistemas agroflorestais associado aos aspectos socioeconômicos em Tomé-Açu/Pará / Rafaela de Sousa Pereira. _ Paragominas, f. Orientador: Profº D.Sc. Marcelo Augusto Machado Vasconcelos. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Agronomia) Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA, Paragominas- PA, Agricultura Familiar. 2. Sistema Alternativo. 3. Sustentabilidade. I. Pereira, Rafaela de Sousa. II. Vasconcelos, Marcelo Augusto Machado, Orient. III. Título. CDD 23.ed

4 RAFAELA DE SOUSA PEREIRA TIPOLOGIA DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS ASSOCIADO AOS ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS EM TOMÉ-AÇU/PARÁ. Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao curso de Agronomia da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Agronomia. Área de Concentração: Agricultura Familiar. Data da Aprovação: 26/04/2016

5 Á DEUS, pela vida. Aos meus pais e familiares, em especial minha mãe, um exemplo de coragem, dedicação, honestidade, atitude, e por essas qualidades me possibilitou chegar até aqui.

6 AGRADECIMENTOS A Deus pela vida, saúde, e por sua infinita misericórdia que não nos deixa em nenhum momento, e sempre nos dá força, coragem e ânimo para viver nesse mundo tão turbulento. Aos meus pais, em especial minha mãe Maria Hilda, uma mulher guerreira, batalhadora, honesta que dedicou sua vida toda para o bem estar do seus filhos, e juntamente com meu pai Antonio Rodrigues, me ensinou os bons valores morais e espirituais. A minha querida irmã Raquel, que com o passar dos anos tornou-se minha grande amiga, e por isso vem me aturando a bastante tempo, e mesmo as vezes discordando, sempre estamos unidas, embora não pareça para alguns, mas agradeço a Deus por tê-la como minha irmã mais velha. A Universidade Federal Rural da Amazônia e o seu corpo docente, pela oportunidade de realizar este curso e aperfeiçoar meus conhecimentos. Ao meu professor e orientado Dr. Marcelo Vasconcelos, por ter me dado a oportunidade de ser colaboradora no projeto da Embrapa, e depositado em mim sua confiança para utilização dos dados do projeto na construção deste trabalho. A Embrapa Amazônia Oriental, em especial o Dr. Osvaldo Kato, responsável pelo projeto pela qual participei e por meio deste tive a oportunidade de conhecer alguns comunidades familiares e obter mais conhecimento que agregou valor a minha formação profissional. A professora Dr. Izabelle Pereira, por ter permitido ser voluntária no programa de educação tutorial (PET), pela qual tive a enorme satisfação de realizar algumas atividades de extensão que acrescentaram na minha formação. A Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu pela parceria em colocar seus funcionários para conduzir as propriedades dos agricultores, bem como a disponibilidades dos cooperados entrevistados em dispor de seu precioso tempo para ajudar na pesquisa. E a todas comunidades visitadas que receberam a equipe do projeto de forma agradável em suas casas, e se proporão a responder os questionários, mesmo com suas ocupações. Ao agricultor e empresário Michinori Konagano por ter aberto as portas de sua propriedade para estudantes realizarem estágios e aperfeiçoarem seus conhecimentos aprendidos em sala de aula. A minha equipe de trabalho acadêmico, Ádria, Talita, Charles, Hérika, Lorena, Amanda, que estiveram comigo durante o curso e apesar de alguns terem ido para outra cidade, continuaram sendo meus amigos e sempre torceram pelo meu sucesso. Agradeço a todos que contribuíram direta ou indiretamente na minha formação profissional e na elaboração deste trabalho de conclusão de curso.

7 Bem aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. (Provérbios 3:13)

8 RESUMO Os grandes problemas ambientais que ocorrem no Brasil e no mundo são associadas ao mau uso dos recursos naturais. Baseado nessa concepção, os Sistemas Agroflorestais (SAFs) vem sendo difundido como um modelo de exploração agrícola sustentável. Nesse sentido, o contexto socioeconômico em que estão inseridos poderá ser seguido por futuras políticas públicas. Dessa forma, o presente trabalho avaliou a tipologia dos SAFs associado aos aspectos socioeconômicos no município de Tomé-Açu. O estudo foi realizado no município de Tomé- Açu, Pará, nas propriedades dos nipônicos da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA) e dos agricultores familiares da Comunidade Santa Luzia. Os dados foram obtidos através de um levantamento de informações de 26 famílias representativas. Para isso aplicaramse questionários previamente elaborados, contendo perguntas abertas e fechadas. Ainda para melhor observação dos dados os produtores nipônicos e agricultores familiares foram classificados dentro de cinco tipologias de SAFs baseado no arranjo das culturas, como: Tipo 1- Cacau (Theobroma cacao), Mogno (Swietenia macrophylla) e Açaí (Euterpe oleracea); Tipo 2- Cupuaçu (Theobroma grandiflorum) e Açaí (E. oleracea); Tipo 3- Cupuaçu (Theobroma grandiflorum), Açaí (E. oleracea), Cacau (T. cacao) e Paricá (Schizolobium amazonicum); Tipo 4- Pimenta-do-reino (Piper nigrum), Cupuaçu (T. grandiflorum), Açaí (E. oleracea) e Pupunha (Bactris gasipaes); Tipo 5- Pimenta-do- reino (P. nigrum), Cupuaçu (T. grandiflorum), Cacau (T. cacao), Mogno (S. macrophylla) e Ipê (Tabebuia chrysotricha). Posteriormente os dados foram organizados e sistematizados em planilhas do programa Microsoft Office Excel Os resultados apontam cinco categorias de agricultores analisadas, sendo observado que os Tipos 5, 4 e 1 obtiveram os melhores resultados nas variáveis idade, escolaridade, mão de obra, tempo de ocupação, tamanho de área, situação fundiária e renda. No entanto, comparando os Tipos 2 e 3 com os demais, os mesmo conseguiram valores inferiores quanto a escolaridade, tempo de ocupação, tamanho de área e renda. Conclui-se que os arranjos utilizados nos SAFs são influenciados diretamente pelas variáveis socioeconômicas nas unidades familiares da Comunidade Santa Luzia e dos produtores nipônicos da CAMTA, permitindo constatar uma tendência significativa de consolidação dos tipos SAFs nesta região, e possibilitando a elaboração de políticas públicas de acordo a tipologia dos SAFs encontrados em Tomé-Açu, podendo servir até como referência para os demais municípios do estado do Pará. Palavras-chave: Agricultura familiar. Sistema alternativo. Sustentabilidade.

9 ABSTRACT The major environmental problems that occur in Brazil and in the world are associated to the misuse of natural resources. Based on this design, the Agroforestry Systems (AFS) have been widespread as a sustainable farm model. The socioeconomic context in which they are inserted, can be followed by future public policies. This study evaluated the types of AFS associated with socioeconomic aspects in the municipality of Tomé-Açu. The study was conducted in the municipality of Tomé-Açu, Pará, in the Nipponese properties of the Agricultural Joint Cooperative of Tomé-Açu (CAMTA) and family farmers of the Community Santa Luzia. The data were obtained through a survey information from 26 representative families. Then were applied previously prepared questionnaires containing open and closed questions. For better observation of data, the producers and family farmers were classified into five types of agroforestry systems based on the arrangement of cultures, such as Type 1- Cocoa (Theobroma cacao), Mahogany (Swietenia macrophylla) and Acai (Euterpe oleracea); Type 2- Cupuaçu (Theobroma grandiflorum) and Acai (E. oleracea); Type 3- Cupuaçu (T. grandiflorum), Acai (E. oleracea), Cocoa (T. cacao) and Paricá (Schizolobium amazonicum); Type 4- Black pepper (Piper nigrum), Cupuaçu (T. grandiflorum), Acai (E. oleracea) and Pupunha (Bactris gasipaes); Type 5- Black pepper (P. nigrum), Cupuaçu (T. grandiflorum), Cocoa (T. cacao), Mahogany (S. macrophylla) and Ipe (Tabebuia chrysotricha). The data were organized and systematized in the program Microsoft Office Excel 2013 on spreadsheets. The results show five categories of farmers, and observed that the types 5, 4 and 1 obtained the best results in the variables age, education, labor, time occupation, area size, ownership status and income. However, comparing the types 2 and 3 with the other, they show lower values about education, occupation time, area size and income. It is concluded that the arrangements used in agroforestry systems are directly influenced by the socioeconomic variables in the family units of the Community Santa Luzia and CAMTA's Nipponese producers, allowing us to observe a significant trend of consolidation of the AFS types in this region, and making possible the development of public policies according to the typology of agroforestry systems found in Tomé-Açu, and can also be a reference for other municipalities in the state of Pará. Keywords: Family agriculture. Alternative system. Sustainability

10 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Mapa de localização do município de Tomé-Açu, Pará Figura 2 - SAFs encontrado nas propriedades dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Figura 3 - Frequência percentual da idade dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Figura 4 - Frequência percentual da escolaridade dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Figura 5 - Frequência percentual da mão de obra dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Figura 6 - Calendário sazonal adotado pelos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará.37 Figura 7 Frequência percentual do tamanho de área dos agricultores do município de Tomé- Açu, Pará Figura 8 - Frequência da situação fundiária dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Figura 9 - Cultivo do maracujá consorciado com pimenta-do-reino no município de Tomé- Açu, Pará... 43

11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Principais arranjos espaciais encontrado nos sistemas agroflorestais (SAFs) dos agricultores familiares da comunidade Santa Luzia e produtores nipônicos da CAMTA do município de Tomé-Açu, Pará Tabela 2 - Espécies cultivadas nos SAFs dos agricultores familiares da comunidade Santa Luzia e produtores nipônicos da CAMTA do município de Tomé-Açu, Pará...31 Tabela 3 - Média do tempo de ocupação dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará...38 Tabela 4 - Média do tamanho de área dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Tabela 5 - Média da renda bruta anual, tamanho de área e produtividade por hectare dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Tabela 6 - Perfil socioeconômico dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará... 45

12 LISTA DE SIGLAS AF - Agricultura Familiar APAs- Áreas protegidas APP - Área de Preservação Permanente APPRAFAMTA Associação de Produtores e Produtoras de Agricultura Familiar do Município de Tomé-Açu CAMTA Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu CA- Censo agropecuário IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICRAF - International Council for Research in Agroforestry INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais ITERPA - Instituto de Terras do Pará MDL - Mecanismo de desenvolvimento limpo MO - Matéria orgânica PAA - Programa Aquisição de Alimentos PIB - Produto Interno Bruto PROAMBIENTE -Produção Familiar Rural PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PSA- Pagamento por serviço ambiental RB/C Relação benefício/ custo RL-Reserva Legal SAFs Sistemas Agroflorestais SAFTA- Sistemas Agroflorestais de Tomé-Açu TIR- Taxa interna de retorno UC- Unidade de Conservação UP - Unidade de produção VBP -Valor Bruto da Produção agropecuária VPL Valor presente líquido

13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO OBJETIVOS Geral Específico REVISÃO DE LITERATURA Agricultura familiar dentro do cenário agropecuário: Uma categoria em análise Sistemas Agroflorestais: Conceitos e Classificações Potencialidades dos sistemas agroflorestais Composição dos sistemas agroflorestais no município de Tomé-Açu, Pará MATÉRIAL E MÉTODOS Área de estudo Metodologia RESULTADOS E DISCUSSÃO Classificação das tipologias dos SAFs Caracterização dos aspectos sociais Idade Escolaridade Mão de obra Caracterização da estrutura fundiária Tempo de ocupação Tamanho de área Situação fundiária Caracterização dos aspectos econômicos Renda Análise geral das características socioeconômicas dos agricultores CONCLUSÃO... 46

14 REFERÊNCIAS ANEXO A APÊNDICE A... 64

15 13 1 INTRODUÇÃO Os debates sobre as grandes catástrofes ocorrentes no Brasil e no mundo são atribuídas ao mau uso dos recursos naturais, pois a muito tempo esse bem tão precioso não vem sendo utilizado de forma adequada para que os seres humanos pudessem viver tranquilamente, sem se preocupar com o futuro próximo. Gazoni e Mota (2010) afirmam em seus discursos que as consequências das atividades humanas no meio ambiente tem gerado muitas preocupações, principalmente relacionado as perdas de bens e serviços ambientais, que acabam prejudicando o bem estar da sociedade. Como sabedores da diferença entre a teoria e a prática percebe-se o conflito gerado em ambas óticas, pois é mais fácil negociar com a futura geração sobre o dever de preservar os recursos naturais para sobreviver, do que alerta-los da necessidade de preservar o meio ambiente e não realizar mais atividades degradantes a natureza (SILVA, 2005; PAULUS; SCHLINDWEIN, 2001). Baseado nisso, a reflexão sobre a união dos discursos das políticas ambientalistas e econômicas tornaram-se um consenso dialético nos conceitos de sustentabilidade, porém com objetivos distintos influenciado pelos interesses políticos de cada um. E por isso que na maioria das vezes essas políticas não conseguem compreender e nem atender a lógica da multifuncionalidade produtiva dos produtores e agricultores familiares do bioma Amazônico. Lemos e Silva (2011) e Gazoni e Mota (2010) revelam que o uso indiscriminado dos recursos naturais resulta no desmatamento, e este é caracterizado como uma supressão total da vegetação nativa para o uso alternativo do solo, ou seja, qualquer ação que descaracterize a vegetação nativa é considerada como um desmatamento, e já o desflorestamento envolve a fragmentação e a degradação. Porro (2009) e também Lemos e Silva (2011) revendo a história explicam que o desmatamento na Amazônia se intensificou no início da década de 1970, principalmente pelos agricultores e pecuaristas da região Sul e Sudeste do Brasil, em consequência da preocupação dos governos militares na possibilidade de internacionalização da Amazônia. E isso ocasionou a abertura inicial das florestas, chegando ser desmatado cerca de 85 milhões de hectares, convertidos para o uso na agricultura, pecuária e extração madeireira. Um dos órgãos responsáveis pelo monitoramento do desmatamento na Amazônia Brasileira é o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o mesmo está realizando essa atividade desde 1988 e chegou a estimar um desmatamento equivalente a quase 700 mil Km 2 ou 17,5% da área florestada da Amazônia (INPE, 2009).

16 14 Dentre os principais atores dessa devastação destacam-se a pecuária, a agricultura (em especial a cultura da soja (Glycine max L.), a extração de madeira ilegal, a especulação com terras através do próprio desmatamento da terra, o crédito agrícola e também produtores e agricultores familiares em pequena escala (REYDON, 2011; MARGULIS, 2003; DINIZ et al., 2009; GAZONI; MOTA, 2010). Entretanto, os agricultores familiares e produtores na Amazônia são considerados um dos grandes vilões, simplesmente por utilizarem um sistema de cultivo baseado na agricultura itinerante ou corte e queima. Essa prática tem sido realizada para a ampliação das pastagens ou para o próprio preparo de área no cultivo de culturas de subsistência. Isso se repete por várias vezes a cada dois ou três anos ocasionando uma série de problemas ambientais, como a perda de nutrientes no solo, além dos prejuízos sociais, econômicos e principalmente a limitação de área para expansão agrícola (COUTO, 2013; FREITAS et al., 2013). Na Amazônia, as questões ambientais são o foco das discussões em reuniões dedicadas a implementação de programas de desenvolvimento para agricultura familiar. Esses eventos ocorrem dentro do contexto em que é consensual as políticas e programas destinados à produção familiar na Amazônia. Estas devem desenvolver mecanismos para potencializar práticas sustentáveis incrementando os aspectos socioeconômicos para esse público. E para tentar superar os problemas decorrentes da degradação dos recursos naturais, seria necessário intensificar modelos de produção sustentável do ponto de vista ambiental, econômico e social. Pensando nisso, em 1970 várias regiões do país começaram a mudar suas práticas agrícolas, especialmente na Bahia (Una), no Acre, Amazonas, Rondônia (Ouro Preto), no Pará (Monte Alegre, Acará e Tomé-Açu) e em outras localidades da Amazônia. E a partir dessa ação muitos substituíram uma prática como o monocultivo tradicional por um modelo de produção, pelo qual combina dois ou mais cultivos e criatórios ao mesmo tempo, de forma organizada (VARELA; SANTANA, 2009). Castro et al. (2009) e Barros et al. (2009) explica que esse sistema é formado pela combinação de espécies arbóreas com culturas agrícolas e a criação de animais sendo denominado de Sistemas Agroflorestais (SAFs), e apesar de ser considerado novo, os SAFs são práticas utilizadas a muito tempo pelas comunidades indígenas, caboclas e ribeirinhas, estes possuíam a técnica de transformar floresta nativa em castanhais (Bertholletia excelsa HBK) e aglomerações de pupunheiras (Bactris gasipaes Kunth). Para a agricultura familiar (AF) que geralmente possui áreas relativamente pequenas para produção agrícola é extremamente relevante esse modelo de exploração, pois estes garantem a sustentabilidade ao longo dos anos. Isso por que esses SAFs são responsáveis por

17 15 recuperar áreas degradadas, de Reserva Legal (RL) e Área de Preservação Permanente(APP), além de proporcionar retorno econômico e segurança alimentar (ABDO; VALERI; MARTINS, 2008; OLIVEIRA, D., 2013). Esse mesmo sistema foi adotado no município de Tomé-Açu, Pará, como alternativa de uso da terra para redução do desmatamento, queima e também por causa da disseminação causada pela Fusarium na cultura da pimenta-do-reino. Essa doença surgiu em 1957 e passou a devastar os plantios a partir da década de 1970, e além disso houve na época uma queda de preço provocada também pela expansão desordenada dos plantios (COUTO, 2013; BARROS et al., 2009). Os SAFs comumente encontrados nos municípios de Tomé-Açu e Acará se destacam dentre os demais, pois produtores locais conseguem desenvolver tecnologias e processos assemelhando-se às chamadas ilhas de eficiência, ou seja, podem ser reproduzidos por outros produtores e sofrer algumas adaptações ao longo dos anos com as modificações do contexto socioeconômico e ambiental em que foram criados (HOMMA; MENEZES; BARROS, 2014). Esse sistema possibilitou a criação de uma marca registrada titulada de Sistemas Agroflorestais de Tomé-Açu (SAFTA) utilizado como um modelo de produção sustentável para outros municípios. Segundo Varela e Santana (2009) existem muitas pesquisas sobre os SAFs voltadas ao aspecto biológico e ambiental, denotando as vantagens do ponto de vista ecológico e social. No entanto no campo econômico há poucos estudos e ainda são de caráter estimativo. Essa afirmação é comprovado após uma análise de 25 anos em pesquisas sobre os SAFs na Amazônia realizada por Brienza Junior et al. (2009), que verificou apenas 21% da linha de pesquisa destinadas aos indicadores socioeconômicos e os demais se enquadravam em assuntos sobre os componentes vegetais, animais e outros. Baseado nessa informação, a análise dos SAFs dentro do contexto poderá ser um caminho para as futuras políticas públicas, e também serve de base aos próximos estudos sobre os tipos de SAFs relacionado ao uso e manejo dos recursos naturais mais duradouro. Portanto, é possível perceber que a composição dos SAFs e os aspectos socioeconômicos podem ser fatores relacionados entre si, pois como dito anteriormente um influencia o outro. E dessa forma o presente trabalho visa caracterizar e analisar a situação socioeconômica dos produtores 1 nipônicos 2 da Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (CAMTA) e agricultores familiares da comunidade Santa Luzia que adotam os SAFs com 1 Médios agricultores. 2 De origem Japonesa.

18 16 intuito de fornecer informações para futuros estudos, bem como subsidiar novas intervenções de políticas públicas para o Estado do Pará, em especial o município de Tomé-Açu. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral: Caracterizar as tipologias dos SAFs existentes nas propriedades dos agricultores e relacionar com os dados socioeconômicos para constatação da viabilidade desse modelo alternativo de cultivo no Estado do Pará, em especial no município de Tomé-Açu. 2.2 Objetivo Específico: Descrever e analisar a tipologia dos SAFs dos agricultores do município de Tomé-Açu. Diagnosticar os aspectos socioeconômicos relacionando com os tipos de SAFs dos agricultores do município de Tomé-Açu. 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Agricultura familiar dentro do cenário agropecuário: Uma categoria em análise A lei nº , de 24 de julho de 2006 define a AF considerando alguns critérios, tais como: I não deter área maior do que quatro módulos fiscais 3 ; II utilizar predominantemente mão de obra da própria família nas atividades do seu estabelecimento ou empreendimento; III a renda familiar ser predominantemente originada de atividades vinculadas ao próprio estabelecimento e IV o estabelecimento ser dirigido pelo agricultor (a) com sua família (art.3) (BRASIL, 2006). De acordo com o Censo agropecuário (CA) 2006 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram identificados estabelecimentos da agricultura familiar equivalente a 84,4% de um total de dos estabelecimentos brasileiros (IBGE, 2009). Os dados do Censo agropecuário 2006 indicam que a AF, antes lembrada apenas como um setor produtor de alimentos usados para o autoconsumo e gerador de mão de obra, passou a ser um fator relevante no desenvolvimento rural possibilitando sua inserção na economia nacional (MOTA; SCHMITZ; FREITAS, 2007; GUILHOTO et al., 2007). E mesmo no CA de 1995/1996 a AF já era responsável por 37,90% do valor bruto da produção agropecuária (VBP) 4, com apenas 30,50% da área de cultivo e 25,30% dos financiamentos disponibilizados. Enquanto no âmbito Amazônico esses valores eram de 3 O módulo fiscal é uma unidade relativa de área, expressa em hectares, fixada para cada município, instituída pela Lei n , de 10 de dezembro de 1979, que leva em conta: tipo de exploração predominante no município; a renda obtida com a exploração predominante. 4 O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, e nos preços recebidos pelos produtores.

19 17 58,30% do VBP da região, mesmo detendo somente 37,50% da área de cultivo e 38,60% do crédito disponibilizado. Esses resultados apontam a existência de uma estrutura agrária ainda em concentração no País. Embora perdendo seu contingente de terras, a AF manteve sua participação produtiva nacional, o que demostra sua capacidade ativa e estratégica na economia rural do país (MATTOS, 2010; GUANZIROLI; CARDIM, 2000). Com isso perceber-se um aumento de produtividade nesse setor, sendo o responsável por garantir: 87% da produção total de mandioca (Manihot esculenta C.), 70% da produção de feijão (Phaseolus vulgaris), 46% da produção de milho (Zea mays), 34% da produção de arroz, 38% da produção de café (Coffea arabica) e 58% da produção de leite. Além disso, os dados revelam que 59% do plantel de suínos, 50% do plantel de aves e 30% do plantel de bovinos são de responsabilidade da AF (IBGE, 2009). Guilhoto et al. (2007) analisando o desempenho do produto interno bruto (PIB) no período de (1995 a 2005) observou que o segmento da AF dentro do agronegócio nacional obteve 9% de 27,9% do PIB total, isso indica que esse setor é responsável por gerar riqueza no país, pois um terço do agronegócio brasileiro esteve condicionado à produção agropecuária familiar. Apesar da AF se deparar com dificuldades em competir com a agricultura patronal (ou moderna), vislumbram-se novas tendências, devido a reestruturação de alguns paradigmas produtivos que viabilizam e criam novas possibilidades para essa forma de produção agrícola (BUAINAIN; ROMEIRO; GUANZIROLI, 2003; CARVALHO, 2000; GUANZIROLI et al., 2001). Esse setor pode se adaptar as novas exigências em função da sua flexibilidade e possibilidade de operar em menor escala e com maior diversidade, e isso faz a AF integra-se ao padrão de desenvolvimento atual, definido pela sustentabilidade. Em estudo realizado por Guanziroli, Buainain e Sabbato (2012) mediante os dados obtidos pelo CA 1996/2006, foi verificado a produtividade por hectare, e a agricultura familiar ao somar o valor de todos os produtos que produz numa certa área (VBP/área) obteve R$ 554 por hectare, em média 17% a mais de produto que os não familiares (que são normalmente os patronais) que geravam um VBP por hectare de R$ 461 em No censo de 1996, essa diferença, ou superioridade, era de 39%, ou seja, diminuiu bastante. Segundo os autores, essa constatação refere-se ao rendimento do fator terra, ou seja, como a terra é um elemento limitante, os agricultores familiares acabam aproveitando ao máximo sua área total e por isso tem a necessidade de intensificar seu uso. Um dos motivos do crescimento da AF está relacionado ao aumento dos incentivos públicos. Uma vez que foi criado em 1996 o Programa Nacional de Fortalecimento da

20 18 Agricultura Familiar (PRONAF), e este serviu como um alicerce para a construção de uma outra concepção de AF, pois até então os mesmo não eram lembrados pelas autoridades públicas em termos de acesso a benefícios de políticas agrícolas (MATTEI, 2014). Juntamente com o PRONAF vieram outros programas contribuintes para o crescimento da AF no meio agropecuário como o Programa Aquisição de Alimentos (PAA), o Programa Nacional de Reforma Agrária (assentamentos, regularização e crédito fundiário), o Programa Luz para Todos (de eletrificação rural) e a Política de Habitação Rural, e o Plano Safra da Agricultura Familiar (MATTEI, 2014). Embora tenham sido criado programas para beneficiar o setor da AF, ainda é necessário mais otimização dentro dessa categoria através da relação da AF com os recursos naturais. Essa junção é considerada positiva por causa da união do meio biofísico e socioeconômico, permitindo assim um maior controle do processo produtivo e a convivência de forma harmônica com os ecossistemas naturais (SCHNEIDER, 2006; NEVES, 1993; CARVALHO, 2000) que são por eles percebidos como um patrimônio familiar (WANDERLEY, 2003). No entanto, a AF acaba sofrendo uma pressão dos órgãos governamentais quanto a utilização dos recursos naturais atribuída ao desequilíbrio no sistema produtivo dos agricultores, fruto das diversas e históricas exclusões dos agricultores pelas próprias políticas públicas (CARVALHO, 2000; GUANZIROLI et al., 2001). Convém salientar que mais de 85% das propriedades familiares ocupam apenas 30,5% de área, enquanto pouco mais de 11% dos estabelecimentos patronais ocupam quase 68% das terras, ilustrando os efeitos das práticas antrópicas sobre os solos, matas e recursos hídricos (SCHNEIDER, 2006; GUANZIROLI; CARDIM, 2000; VEIGA, 1991; GUANZIROLI et al., 2001). E com isso os principais prejudicados são os tipos familiares de pequena produção, pois frequentemente não têm merecido analises contundentes por meio de estudos da realidade e diagnósticos mais cuidadosos sobre sua real situação social e produtiva (GUANZIROLI; CARDIM, 2000). Mattos (2010) faz uma reflexão sobre a forma como é colocado as categorias sociais ditas como agricultura moderna ou AF, tendendo simplificar ou mesmo desconsiderar particularidades importantes, a exemplo da produção de alimentos básicos. E muita das vezes retratam os sistemas produtivos de pequena e grande escala como dicotomia entre passado e modernidade ou como sinônimo de uma economia de subsistência de pouca relevância econômica. Então o contexto socioeconômico poderá mostrar um caminho as futuras políticas públicas, além de servi de base para os próximo estudos a cerca dos tipos familiares e seu posicionamento quanto o uso e manejo dos recursos naturais. Vale ressaltar que desde os anos

21 19 90 vêm sendo discutindo formas de introduzir nos programas e políticas de desenvolvimento rural, práticas sustentáveis que articulem a viabilidade econômica, a inclusão social e a preservação e conservação ambiental. 3.2 Sistemas Agroflorestais: Conceitos e Classificações Os SAFs começaram a se desenvolver como ciência na década de 1970, quando houve a criação de Instituições Internacionais voltadas à pesquisa agroflorestal, como a International Council for Research in Agroforestry (ICRAF) (ENGEL, 1999). Embora seja considerada uma prática milenar realizada tanto na Ásia quanto na América Latina, passou a ser utilizado por volta da década de 80 e 90, (HOFFMAN, 2005). No Brasil esse pratica já era utilizada por comunidades indígenas, caboclas e ribeirinhas (BARROS et al., 2009). As terminologias utilizadas para definir os SAFs eram empregadas muitas vezes de forma errônea, pois ainda não havia um consenso do real significado do sistema como um todo. Como por exemplo a palavra agrosiviculture (agrossilvicultura), antes usada para designar os SAFs no seu conjunto, mas que hoje representa uma parte das técnicas empregadas na implantação e manejo do sistema. E também o termo agroflorestal que causa confusões quando usada em publicações destinadas ao público internacional. Portanto, a forma correta para conceituar as diversas alternativas de uso agroflorestal da terra é o termo Sistemas Agroflorestais (DANIEL et al., 1999; MAY; TROVATTO, 2008). Existem muitas definições para SAFs e dentre elas podem se destacar a descrita por Young (1991, p.19) dada da seguinte forma: Agroflorestal refere-se a sistemas de uso da terra em que as árvores ou arbustos são cultivados em associação com culturas agrícolas, pastagens ou gado, e em que há tanto interações ecológicas e econômicas entre as árvores e outros componentes [...]. Apesar de ser um pouco antigo o conceito de Young (1991), a legislação Brasileira trouxe uma definição mais atual, mas baseada nos mesmos principios de Young (1991) como: Sistemas de uso e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes são manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas, forrageiras em uma mesma unidade de manejo, de acordo com arranjo espacial e temporal, com alta diversidade de espécies e interações entre es tes componentes (BRASIL, 2011, p.76). Ruthenberg (1971) e Dubois (1996) definem essa prática ou sistema como um complexo de plantas perenes ou semiperenes, utilizado por um conjunto de unidades familiares, em áreas pequenas em torno de um hectare, geralmente encontrado próximo de suas moradias. Para Nair (1993) nesse tipo de sistema ocorre a inclusão de animais, principalmente as aves, como elementos complementares, e também descreve esses SAFs como sendo os homegarden, com

22 20 associação densa de plantas sem nenhuma organização aparente em sua plantação, apresentam múltiplos estratos e espécies. Nesses quintais também são introduzidos hortas e plantas medicinais denominadas de farmácia viva, sendo disposta da seguinte forma: horta e farmácia dividida em canteiros separados por caminhos de duas fileiras de plantas adubadoras. Outro aspecto importante do manejo refere-se a época do ano, especialmente no período do pico de produção, influindo na existência de excedentes. Neste sistema é observado uma alta intensidade de ocupação da área, que se caracteriza pela quantidade elevada da diversidade de espécies de diferentes idades, formando múltiplos estratos e espaços em competição por água, luz e nutriente (VAN LEEUWEN; GOMES, 1999). Para Ruthenberg (1971) e Dubois (1996) essa alta diversidade do sistema gera fatores positivos quanto a ciclagem de nutriente e proteção do solo simultaneamente, e permite que os grupos familiares obtenham uma boa produção quase que continua de alimento, gerando renda durante o ano inteiro. Nesse sistema predomina a força de trabalho familiar, em que todos os membros da família participam da implantação e manejo dos quintais agroflorestais. Todavia, a participação da mulher na condução dos quintais ainda é pouca se comparada aos demais membros familiares. Por que além de realizar as atividades produtivas, também tem suas funções nas tarefas domésticas, resultando na baixa frequência das mesmas no campo. E apesar disso representa uma grande força de trabalho na unidade familiar. Vale ressaltar que todos os SAFs são consórcios, mas nem todos os consórcios podem ser considerados como SAFs, pois de acordo com Yared, Brienza Junior e Marques (1998, p.11) [...] é necessário que o componente arbóreo ou outra planta lenhosa sempre esteja presente, em qualquer associação, para que seja caracterizado como um sistema agroflorestal. Nair (1993) apresentou uma classificação dos SAFs, sendo esta a mais difundida na literatura. A mesma é baseada nos aspectos estruturais, funcionais, socioeconômicos e ecológicos, descrita da seguinte forma: a) Estrutural Este refere-se a mistura espacial dos componentes lenhosos, da estratificação vertical, bem como o arranjo temporal dos mesmos. Macêdo (2008) explicou essa categoria baseado nos três grandes grupos imprescindíveis ao manejado, como: o florestal, representado por árvores, palmeiras ou plantas lenhosas perenes; o agrícola, com as plantas herbáceas ou mesmo arbustivas, incluindo as forrageiras; e o animal, de pequeno e grande porte. O mesmo enfatizou que o arranjo espacial contempla a densidade de plantio, assim como sua distribuição das plantas na área. b) Funcional

23 21 Como o próprio nome sugere, essa categoria depende da função do sistema, seja da sua produção ou mesmo do serviço. Macêdo (2008) descreve esse aspecto referindo-se ao papel ou função do componente arbóreo dentro do sistema como a produção (madeira, fruto, semente, forragem, lenha, etc.) e os serviços (quebra-ventos, cercas vivas, conservação do solo. c) Socioeconômico Assim como Nair (1993), Medrado (2000) explica sobre essa categoria poder diferir em relação as entradas ou as escalas de manejo e objetivos comerciais. Este por sua vez contribui para renda da população que utiliza desse sistema, sendo classificado quanto ao nível de utilização de insumos no manejo e intensidade ou escala do manejo e aos objetivos comerciais. Macêdo (2008) diz que além dos SAFs poder atender a diferentes escalas de produção, atingindo os níveis comerciais, intermediários e de subsistência, também podem utilizar diferentes níveis tecnológicos e de manejo, como alto, médio e baixo. d) Ecológico Este baseia-se no local aonde o sistema será implantado, ou seja, para se formar os SAFs são necessários observar a zona agroecológica existente no ambiente, seja em sistema para o trópico úmido ou semiárido (NAIR, 1993; MEDRADO, 2000). A classificação proposta por Nair (1993) também pode ser subdividida conforme a natureza dos componentes, tais como: a) Agrossilvicultural (ou silviagrícola) É a combinação de árvores ou arbustos com espécies agrícolas. Luizão et al. (2006) verificou uso desse sistema na reutilizado de áreas abandonadas ou degradadas, uma vez que estes recuperam a capacidade produtiva da terra, alimentos e madeira, além de produzir diversos serviços ambientais, como fixação de carbono na biomassa, reciclagem de nutrientes minerais, entre outros. b) Silvipastoris É associação de árvores, arbustos ou palmeiras com espécies forrageiras e animais. Castro et al. (2008) estudando a criação de búfalos na Amazônia nesse sistema, verificaram o maior conforto térmico aos animais, a melhora da ciclagem de nutrientes, podendo até ser uma alternativa para maximização do uso de terra. c) Agrossilvipastoris Envolve a criação e manejo de animais dentro dos sistemas agrossilviculturais. Também conhecido como um sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), esse sistema pode ser considerado um fator relevante no conforto térmico dos animais, por causa da sombra das

24 22 árvores. Além de ser contribuinte no sequestro de carbono e na diminuição dos gases de efeito estufa (BALBINO et al. 2011). De acordo com Medrado (2000) existem várias formas de associações de árvores e cultivos agrícolas, tais como: árvores dispersas de forma irregular, intercaladas, para sombra inicial e permanente, em cultivos sequenciais, com cultivos em aleias, esparsas para sombreamento em pastagens, em bosquetes para sombreamento de pastagens, intercaladas com pastagens, em contorno, usadas como tutores vivos, como cercas vivas, cercas de mourões vivos, quebra vento, barreiras vivas, bancos forrageiros e hortos caseiros ou pomares domésticos. Os SAFs também podem ser categorizado quanto a presença dos seus componentes ao longo do tempo, isso foi o que Engel (1999) e May e Trovatto (2008) classificou quanto aos SAFs concomitantes (ou simultâneo) e sequencias e complementares (cercas vivas e cortinas usadas como quebra-vento). Os sistemas simultâneos são a associação de culturas durante o mesmo período, como por exemplo as associações de árvores com cultivos anuais ou perenes; hortos caseiros mistos e sistemas agrossilvipastoris. Já os sequenciais como o próprio nome indica, a sucessão, ocorrendo uma relação cronológica entre os componentes do sistema, em que as espécies agrícolas anuais e as plantações de árvores se sucedem no tempo. O sistema complementar é a junção das categorias sequenciais e simultâneas, sendo plantado fileiras de árvores para delimitar uma área rural de proteção para os outros componentes (ENGEL, 1999; MAY e TROVATTO, 2008). No que se refere ao sistema sequencial, este é utilizado pelos agricultores familiares do município de Tomé-Açu, Pará, e por sua vez é adotado no cultivo sucessor da pimenta-do-reino, ou seja, é plantado a cultura do maracujá (Passiflora edulis) na cova da pimenteira morta ao lado da estaca, sendo que ambas espécies são beneficiadas pelas mudas de árvores tanto pela sombra quanto pela ação quebra-vento (YAMADA, 2009). Os SAFs é uma alternativa mais conveniente para os agricultores familiares e por isso Lamônica e Barroso (2008) apontou três práticas agroflorestais de fácil utilização para essas pequenas propriedades, tais como: cultivo em aleias ou alley cropping ; cerca viva ou mourões vivos e sistema taungya. Estes possui a seguinte definição: a) Cultivo em aleias ou alley cropping Consiste no plantio de culturas agrícolas plantadas nas entrelinhas das espécies florestais, estas costumam ter a função de adubadeiras como por exemplo o feijão, milho e pimenta-do-reino, porém as mais utilizadas são leguminosas, fixadoras de nitrogênio, como

25 23 feijão guandu (Cajanus cajan), gliricídia (Gliricidia sepium), e crotalária (Crotalaria juncea), etc. b) Cerca viva ou mourões vivos Baseia-se em linhas de árvores ou arbustos plantadas para delimitar uma área. Os mourões vivos são implantados por meio de mudas ou estacas de fácil enraizamento e rebrota, para que as mesmas se fixem nos fios de arame. Essa prática produz uma série de produtos como lenha, proteção contra o vento, conforto térmico aos animais, maior durabilidade da cerca comparado as convencionais, além dos benefícios ao solo. Vale destacar que a escolha da espécie está entre um dos critérios essenciais para obtenção de bons resultados nesse sistema. c) Sistema Taungya É o mesmo sistema agrossilvicultural ou silviagrícola, pois nas primeiras fases são plantadas espécies agrícolas até o estabelecimento das árvores, cujo o principal objetivo é a produção florestal. Iniciou em 1962 no Brasil com o consórcio de milho e eucalipto. E tem como foco diminuir os custos do estabelecimento de florestas plantadas. No primeiro ano é plantado culturas anuais intercalando com mudas de espécies florestais. Já no segundo e terceiro é realizado uma rotação das culturas anuais, realizando as colheitas e vendas dos produtos agrícolas para gerar receitas até as árvores crescerem. E a partir do terceiro em diante forma-se um bosque jovem, e dependendo da espécie e região escolhida é possível ou não colheita de algum produto florestal (látex, flores, folhas, resina, etc.). 3.3 Potencialidades dos Sistemas Agroflorestais Dentro dos SAFs o componente arbóreo proporciona uma série de benefícios, pois sempre trouxeram ao homem o fornecimento de produtos tais como: madeira, mel e produtos medicinais. E além disso também existem alguns benefícios indiretos como a sombra, umidade do ar, temperatura, proteção dos solos e mananciais (ABDO; VALERI; MARTINS, 2008). E se tratando desse tipo de benefício, muitos tem pensado sobre os serviços ambientais ou mesmo serviços ecossistêmicos que as agroflorestais podem trazem, pois a mais de três décadas as pesquisas e desenvolvimento na área agroflorestal mostraram os SAFs como um sistema de grande potencial para a produção de bens agropecuários e florestais de forma ecologicamente mais adaptada (BÖRNER, 2009). De acordo com Dixon (1995) os SAFs são capazes de estocar até 228t/ha de carbono incluindo o retido no solo. Outros estudos tem apontado também essa potencialidade, como por exemplo a pesquisa feita nas várzeas do rio Juba no Pará que verificou os SAFs como importantes acumuladores de carbono, grande contribuinte no sequestro de CO2 e consequente redutor do efeito estufa (SANTOS, MIRANDA E TOURINHO, 2004).

26 24 Essa capacidade de sequestrar carbono foi o ponto de partir para surgir o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), locais de trocas de carbono não emitido ou capturado por efetivos financeiros, e já utilizado nos mercados internacionais. Além desse tipo de comércio muito se têm estudado sobre o pagamento por serviços ambientais (PSA) que acontece quando o beneficiário (comprador) do serviço ambiental associado a um processo produtivo estar disposto a pagar ao proprietário da área (vendedor) pelos serviços (BÖRNER, 2009; MAY e TROVATTO, 2008). Um dos grandes percalços para PSA são a forma de aferir os serviços, no entanto já existem trabalhos visando solucionar essa problemática. Como é o caso de Woda (2009) que estudou no Nordeste Paraense indicadores para avaliar a contribuição dos SAFs na conservação de solos e da biodiversidade. Esse pesquisa se deu através do Programa de Desenvolvimento socioambiental da Produção Familiar Rural (PROAMBIENTE), projeto governamental criado com objetivo de promover sistemas de produção sustentáveis pelo pagamento de serviços ambientais. A melhora das propriedades dos solos é um tipo de serviço ambiental de grande valor, pois proporciona o acúmulo de matéria orgânica (MO) melhorando a ciclagem de nutrientes no solo. Righi e Bernardes (2015) estudando esse assunto observou que a utilização das plantas perenes como as árvores nos sistemas agrícolas ocasiona o menor revolvimento do solo, e assim facilita o aumento de MO. Esses benefícios ocorrem por meio da decomposição da serapilheira 5 e raízes mortas. Um outro fator relevante na dinâmica de ciclagem de nutrientes são as características anatômicas das diversas espécies, uma vez que estas realizam a extração de nutrientes em diferentes camadas do solo e quantidades diferentes de cada elemento (N, P, K, Ca, etc.). O estágio sucessional também faz parte dessa ciclagem, pois as espécies pioneiras melhoram as condições edáficas, através da elevada produção de MO, o que facilita o estabelecimento das espécies dos próximos estágios sucessionais, porquanto estas são mais exigentes em fertilidade do solo (RIGHI; BERNARDES, 2015). Os SAFs também podem ser utilizados como alternativa para recuperação de áreas degradadas, pois melhora as características físico-químicas dos solos degradados, aumentando assim a ação dos microrganismos e servindo de fonte de MO (CASTRO et al., 2009). No entanto, esse fator não pode ser considerado um antídoto para todo o desmatamento da 5 A serapilheira é formada por uma camada de detritos vegetais que se encontram na superfície do solo, incluindo folhas, caules, ramos, frutos, flores e outras partes da vegetação, assim como restos da macro e micro fauna e material fecal (BISPO, 2007).

27 25 Amazônia como salientou Fearnside (2009) sobre as agroflorestais ser apropriadas a pequenos agricultores que utilizam o sistema para reduzir a derrubada das florestas absorvendo mão de obra familiar, e impede a ampliação da área desmatada. Este por sua vez não é um sistema recomendado para alguns dos principais atores do desmatamento amazônico que desmatam para propósitos como especulação imobiliária, lavagem de dinheiro e sonegação de impostos. Baseado em todos os aspectos positivos desse sistema a Lei nº /2012 do novo código florestal beneficia a pequena propriedade ou posse rural familiar de utilizar os SAFs em RL, pois nessas áreas pode ser mantida o plantio de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, compostos por espécies exóticas cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com espécies nativas (BRASIL, 2012, p. 24). Martins e Ranieri (2014) explica que no caso de pequenos proprietários, a exploração agroflorestal é considerada de interesse social, desde que não seja descaracterizado a cobertura vegetal existente e nem prejudicado a função ambiental da área. A lei também prevê o tratamento diferenciado a esses proprietários no sentido da simplificação dos procedimentos legais e recebimento de apoio técnico, jurídico e financeiro. Todas as características conservacionistas obtidas por meio dos SAFs gera um retorno socioeconômico para o agricultor, pois Oliveira R. (2013) realizando uma avaliação econômica dos SAFs no Nordeste Paraense, verificou ser um sistema viável de acordo com os índices econômicos (Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) Relação Benefício /custo (Rb/c)) 6 apresentando retornos positivos aos cenários observados. Santos e Paiva (2002) ao realizarem avaliações como estas, também concluíram essa viabilidade econômica, além de perceberam que os SAFs podem ser aplicáveis em outras propriedades agrícolas, sendo dependente da capacitação em condições de manejo do agricultor. Magalhães et al. (2014) também observou que as equações diferenciais demonstramse eficientes para a análise econômica, e indicou a viabilidade financeira do modelo hipotético dos SAFs. 3.4 Composição dos sistemas agroflorestais no município de Tomé-Açu, Pará Antes de entender como são formados os SAFs é necessário conhecer a história de como foi introduzido esse sistema no município de Tomé-Açu, Pará. Primeiramente houve a colonização japonesa na Amazônia a partir do século 20, trazendo cerca de 200 a 400 pessoas 6 O Valor Presente Líquido (VPL) é a soma algébrica dos valores descontados do fluxo de caixa, ou seja, a diferença do valor presente das receitas e o valor presente dos custos, se no projeto o VPL for positivo é economicamente viável, e quanto maior o VPL melhor para o projeto (MAGALHÃES et al., 2014). A Taxa Interna de Retorno (TIR) é a taxa de juros capaz de zerar o VPL, ou seja, a taxa de juros a partir da qual as receitas superam os custos e tornam uma atividade rentável economicamente. A Relação Beneficio-Custo (Rb/c) é um índice obtido por esta relação corresponde ao número de vezes que o investimento terá de retorno sobre o montante do investimento, manutenção e/ou condução do empreendimento (OLIVEIRA, R., 2013).

28 26 fugitivas do Peru e Bolívia (YAMADA, 2009). E em 1934 foi introduzido a cultura da pimentado-reino por causa dos altos preços e queda na produção dos principais fornecedores como o sul da Ásia e com isso acabou sendo expandida por toda a localidade, e conhecida até como Diamante Negro. No entanto, em 1957 surgiu de forma sutil a disseminação da Fusarium nos pimentais, e somente a partir da década de 1970 esta doença acabou se alastrando e devastando os plantios, e além disso houve uma queda dos preços no mercado mundial, contribuindo também para a destruição de muitas plantações (YAMADA, 2009; HOMA, 2004). Depois de todos os prejuízos ocasionados pelo monocultivo dos plantios, começaram a se buscar outras alternativas visando substituir essa prática. E nessa tentativa de encontrar outros plantios viram no cacau (Theobroma cacao) uma possibilidade de estabelecer suas plantações, pois como é uma espécie proveniente da Amazônia seria o melhor cultivo para o local. Então nos anos de 1975 e 1976 os agricultores de Tomé-Açu plantaram um milhão de pés de cacau, pois os cacaueiros consorciados com árvores altas para sombreamento cresceram muito bem. Além do cacau (Theobroma cacao), a cultura do maracujá foi introduzida como cultivo sucessor da pimenta-do-reino, sendo plantada na cova da pimenteira morta ao lado da estaca (YAMADA, 2009). E assim passaram a ser adotados sistemas consorciados, em rotação e sequencial, com cultivos perenes e anuais visando aproveitar áreas antes, durante e depois do plantio da pimentado-reino (HOMMA, 2004). Barros e Homma (2009) avaliando a dinâmica dos SAFs em Tomé- Açu, ressaltou que na quase totalidade dos sistemas implantados no município iniciaram com a pimenta-do-reino e/ou maracujá. Kato et al. (2012) observou o uso comum de cultivos de espécies anuais como arroz, milho, feijão caupi e mandioca nas entrelinhas de espécies frutíferas no período de crescimento dessas espécies perenes. Dessa forma as agroflorestais de Tomé-Açu evoluíram em um processo paralelo a sucessão secundária da floresta natural, pois a biomassa de alguns plantios consorciados de 25 anos de idade atingiram entre metade a dois terços da biomassa de florestais primárias (YAMADA, 2009). Barros e Homma (2009) e Couto (2013) observaram que os SAFs são formados basicamente pelas culturas da pimenta-do-reino, cupuaçu, cacau e açaí combinados entre si e/ou com espécies frutíferas e florestais. As espécies mais comuns dos SAFs de Tomé-Açu possui características peculiares que as fazem tão importantes nos sistemas, e dessa forma será abordado os aspectos relevantes de cada uma abaixo: a) Pimenta-do-reino (Piper nigrum L.)

29 27 Essa cultura se estabeleceu em Tomé-Açu por causa de todo seu histórico de altos e baixos. Ela é uma espécie perene, arbustiva e trepadeira, originária de regiões tropicais da Índia. Seus frutos possuem alto valor comercial na forma de pimenta preta, pimenta branca e pimenta verde, em conserva e em pó, sendo utilizadas como condimento na alimentação, indústrias de carne e perfumaria. O cultivo da pimenta-do-reino é realizado geralmente em solos de baixa fertilidade naturais, um dos motivos de sua adaptação na Amazônia (QUARTEZANI et al., 2013). No Pará, a cultura arrecada mais de 50 milhões de dólares ao ano e emprega cerca de 70 mil a 80 mil pessoas, no período da safra (FILGUEIRAS et al., 2012). b) Cupuaçu (Theobroma grandiflorum) É uma planta amazônica de origem Brasileira, pelo qual vem se destacando imensamente tanto no contexto nacional como internacional, devido a seu grande potencial de múltiplos usos. Na indústria de alimentos essa fruta pode ser utilizada para gerar produtos, tais como: geleia, iogurte, pudim, sorvete, picolé, e muitos outros (SECAF et al., 2006). De acordo com Rocha Neto, Figueirêdo e Souza (1997) o cupuaçuzeiro é uma planta umbrófila, ou seja, requer sombreamento, no entanto quando adulta suporta a radiação solar direta e é considerada espécie preventiva diante de estresses ambientais. Segundo Aires e Alfaia (2007) essa cultura é um dos principais componentes dos plantios agroflorestais, pois apresenta um bom desenvolvimento em comparação aos monocultivos. c) Cacau (Theobroma cacao) Essa planta é da família Sterculiaceae, gênero Theobroma, originária do continente Sul Americano, provavelmente das bacias dos rios Amazonas e Orinoco. Sua tolerância à sombra propicia a associação com outras espécies, que lhes fornecem sombreamento provisório e definitivo. Essa forma de cultivo o caracteriza como um dos modelos agroflorestais mais clássicos (SUFRAMA, 2003; OLIVEIRA, D., 2013). Desde a década de 60 a costa do Marfim lidera a produção mundial de cacau em amêndoas secas. E somente na década de 80 o Brasil conseguiu ocupar o 2º lugar do ranking, e posteriormente caiu para o 4º lugar, por que a Bahia maior produtora do país, foi acometida por uma doença conhecida como vassoura de bruxa provocada pelo fungo Moniliophtera perniciosa que devastou todos os cacaueiros do estado. E com isso o Brasil se transformou de exportador de cacau em amêndoas para importador (SUFRAMA, 2003). De acordo com os dados do IBGE, em novembro de 2015 houve redução de 6,7% em relação ao ano de 2014, com previsão de colher uma safra de 255,3 mil toneladas. A área plantada e área a ser colhida apresentaram quedas de 10,0% e 11,7%, respectivamente, enquanto o rendimento médio aumentou 5,7%. No mesmo ano o destaque ficou com o Pará,

30 28 cuja estimativa de produção aumentou 5,7% em relação ao ano anterior. Na Bahia, principal produtor nacional, com participação de 53,1%, teve um aumento de 0,3% no rendimento médio, que alcançou 295 kg/ /ha (IBGE, 2015a). d) Açaí (Euterpe oleracea Mart.) É considerada uma planta de fácil adaptação na Amazônia, por ser uma ser uma palmeira nativa. Esse fator demonstra seu grande potencial socioeconômico, pois além do retorno financeiro faz parte do principal alimento de grande parte das famílias ribeirinhas e de baixa renda dos centros urbanos, que o consomem diariamente, com farinha seca, tapioca, charque, peixe ou camarão (NOGUEIRA; SANTANA; GARCIA, 2013). A principal característica dessa cultura está na emissão de perfilhos (brotações que surgem na base da planta), que possibilita a sua exploração permanente, desde que racionalmente manejada. Os tipos mais encontrados são o açaí preto, cujos frutos maduros têm polpa arroxeada, e o açaí branco, com frutos de coloração verde, mesmo quando maduros (BRANDÃO et al., 2015; NOGUEIRA; SANTANA; GARCIA, 2013). 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Área de estudo O estudo foi realizado em unidades familiares da comunidade de Santa Luzia e nas propriedades dos produtores nipônicos da CAMTA no Município de Tomé-Açu, Pará, localizado a uma latitude de 02º04'52"e 03º16 36 Sul e uma longitude de 47º55'38" e 48º26'46" Oeste de Greenwich. Este município pertence a mesorregião Nordeste Paraense e limita-se ao norte com os municípios de Acará e Concórdia do Pará, ao sul com Ipixuna, a leste com Aurora do Pará e a oeste com Tailândia e Acará (Figura 1). O mesmo se encontra 280 km de Belém por via rodoviária (PA-140) e 270 km com percurso pelos rios Acará e Guamá (PACHÊCO et al., 2011; VARELA; SANTANA, 2009). A área territorial do município se encontra com valores de 5.145,361 km 2, com uma população estimada de habitantes (IBGE, 2015b). O clima da área é do tipo Ami, da classificação de Köppen, com temperatura média anual de 27,9ºC e chuvas com um total anual em torno de mm, com distribuição irregular durante os meses, definindo duas estações, uma bastante chuvosa (de novembro a junho), e outra menos chuvosa (de julho a outubro), quando ocorrem totais mensais inferiores a 50 mm, o que causa considerável deficiência hídrica Os solos predominantes da região é Latossolo Amarelo em suas fases texturais variando de média a argilosa e, na de topografia ondulada, apresentando níveis baixos de ph e fertilidade limitada (VARELA; SANTANA, 2009).

31 29 Figura 1 - Mapa de localização do município de Tomé-Açu, Pará. Fonte: CAMPOS, Metodologia Primeiramente foi realizado uma pesquisa de cunho bibliográfico na qual se utilizou de materiais como artigos, livros, dissertações e outros tipos de fontes. Posteriormente os dados foram coletados através de um levantamento de campo realizado nas propriedades dos produtores nipônicos da CAMTA e de agricultores familiares da Comunidade Santa Luzia, sendo utilizado uma amostra de 26 famílias representativas. Essa coleta de dados foi constituída por entrevistas estruturadas e semiestruturadas, baseada em um questionário previamente elaborado, contendo perguntas abertas e fechadas. As informações deste estudo fazem parte do projeto transição agroecológica criado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), que já possuem resultados de alguns atividades realizadas descritas por Medeiros, Carvalho e Strassburger (2011), mas como o projeto é a longo prazo o mesmo está em andamento e por isso possibilitou a utilização de alguns dados para elaboração desta pesquisa. O questionário foi dividido em várias tópicos, tais como: 1-Dados cadastrais da unidade de produção (UP) e Dados para comunicação com UP; 2-Dados da composição de mão de obra

32 30 e divisão social do trabalho na UP; 3-Renda da UP, acesso ao crédito rural, infraestrutura e políticas sociais; 4-Tipos de uso da terra (variáveis dependentes), dentre outros (Anexo A). Utilizaram-se perguntas abertas com intuito de saber a opinião dos produtores e agricultores sobre o sistema convencional e o sistema produtivo integrado. As entrevistas foram gravadas para maior confiabilidade na pesquisa, sendo também obtida o croqui do sistema produtivo integrado da UP. No entanto para a construção deste trabalho não foram utilizadas todas as variáveis, mas apenas 7 destas, como: os aspectos sociais (idade, escolaridade e mão de obra); fundiários (tempo de ocupação, tamanho de área e situação fundiária) e econômicos (renda). E para melhor observação dos dados os produtores e agricultores familiares foram agrupados dentro de 5 categorias de acordo com o arranjo dos SAFs encontrado em cada propriedade agrícola, facilitando associação dos dados socioeconômicos com os SAFs. Os dados obtidos nesse estudo foram organizados e sistematizados em planilhas do programa Microsoft Office Excel 2013, e após esse procedimento houve a análise por meio da estatística descritiva com a produção de tabelas e gráficos. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Classificação das tipologias dos SAFs Das 26 famílias avaliadas identificou-se 18 combinações de SAFs, sendo que estas foram separadas conforme suas semelhanças e posteriormente classificadas em 5 categorias tais como: Tipo 1- Cacau, Mogno e Açaí; Tipo 2-Cupuaçu e Açaí; Tipo 3- Cupuaçu, Açaí, Cacau e Paricá; Tipo 4- Pimenta-do-reino, Cupuaçu, Açaí e Pupunha; Tipo 5- Pimenta-do-reino, Cupuaçu, Cacau, Mogno e Ipê, as famílias ficaram subdivididas conforme a Tabela 1 e Apêndice A. Tabela 1 - Principais arranjos espaciais encontrado nos SAFs dos agricultores e quantidade de familiares analisadas no município de Tomé-Açu, Pará. Tipo Arranjo Espacial Quantidade de famílias 1 Cacau, Mogno e Açaí. 3 2 Cupuaçu e Açaí. 3 3 Cupuaçu, Açaí, Cacau e Paricá. 4 4 Pimenta-do-reino, Cupuaçu, Açaí e Pupunha. 8 5 Pimenta-do-reino, Cupuaçu, Cacau, Mogno e Ipê. 8 Total = 26 famílias analisadas Fonte: Elaboração própria, 2016.

33 31 Apesar de ter um número bastante representativo dessas combinações é possível que haja mais como mostrado por Homma, Menezes e Barros (2014) quando avaliou 96 produtores da CAMTA em Tomé-Açu-Pa e identificou 442 sistemas, essa quantidade pode ser atribuída a um princípio matemático de análise combinatória, pois esse conjunto de procedimentos possibilita a construção de grupos diferentes formados por um número de infinitos elementos de um conjunto sob certas circunstâncias (plantas sombreadas e sombreadoras). No entanto Melo Júnior (2014) observou apenas 76 arranjos diferentes agrupados em 18 agroecossistemas na comunidade de Santa Luzia em Tomé-Açu, Pará. A Tabela 2 mostra as espécies cultivadas nos SAFs totalizam 12 culturas entre agrícolas e florestais. O cupuaçu obteve a maior frequência com 77%, seguida pelo cacau, pimenta-doreino, açaí, mogno brasileiro, com 65%, 62%, 46 e 15% respectivamente. E as culturas como maracujá, pupunha, andiroba, paricá, castanha do brasil, ipê, seringa, apresentaram uma frequência de apenas 4%. Tabela 2 - Espécies cultivadas nos SAFs dos agricultores familiares da comunidade Santa Luzia e produtores nipônicos da CAMTA do município de Tomé-Açu, Pará. Nome Vulgar Nome Científico Principal *Destino Frequência dos Produto SAFs Cupuaçu Theobroma grandiflorum Polpa AC/C 77% Cacau Theobroma cacao Amêndoa C 65% Pimenta-doreino Piper nigrum Semente C 62% Açaí Euterpe oleracea Polpa AC/C 46% Mogno Brasileiro Swietenia macrophylla Semente/ Sombra - 15% Maracujá Passiflora edulis Polpa AC/C 4% Pupunha Bactris gasipaes Semente AC 4% Andiroba Carapa guianensis Óleo AC/C 4% Paricá Schizolobium Semente/ - 4% amazonicum Sombra Castanha-do- Bertholletia excelsa Semente AC 4% Brasil Ipê Tabebuia chrysotricha Semente/ - 4% Sombra Seringa Hevea brasiliensis Látex/Sombra - 4% *Comercialização (C); AutoConsumo (AC). Fonte: Elaboração própria, Dados como estes corroboram aos encontrados por Couto (2013) que verificou a presença da cultura da pimenta-do-reino, cacau e açaí em 90% das propriedades dos agricultores

34 32 da Associação de Produtores e Produtoras de Agricultura Familiar do Município de Tomé-Açu (APPRAFAMTA) na comunidade de Santa Luzia em Tomé-Açu. Melo Júnior (2014) realizando a tipificação dos SAFs também na comunidade de Santa Luzia pôde identificar essas quatro principais culturas, determinando as seguintes frequências tais como: o cupuaçu e a pimenta-do-reino obteve os mesmos valores de 83,3%; açaí e cacau com 77,8% e 72,2% respectivamente (Figura 2). Figura 2 - SAFs encontrado nas propriedades dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará. Fonte: Arquivo pessoal, Caracterização dos aspectos sociais Idade De acordo com a Figura 3 é possível observar que a maioria dos entrevistados apresentaram idades menores de 25 e entre 41 a 60 anos, e os demais esteviram no intervalo de 25 a 40 anos e maior de 60 anos. Esses dados significam que todas as categorias analisadas estão em sua plena capacidade de força de trabalho, pois há presença significativa de jovens e adultos. Analisando separadamente cada tipologia, o Tipo 1 apresentou uma frequência de 31% nas idades menores de 25 anos, e 23% nos intervalos de 25 a 40, 41 a 60, e também para os que tinham mais de 60 anos. E já o Tipo 2 obteve a maior frequência no intervalo de 41 a 60 anos, e o menor na classe para mais 60 anos. Enquanto o Tipo 3 conseguiu a porcentagem mais elevada na idade menor que 25 anos, e a menor no intervalo de 25 a 40 anos. O Tipo 4

35 0 0 Frequência da idade (%) demonstrou ter a maior frequência no intervalo de 41 a 60 anos e a menor esteve entre 25 a 40 anos. E por último o Tipo 5 esteve com uma porcentagem de 33% para idades menores que 25 anos, sendo a menor frequência contida na classe para os maiores de 60 anos. Figura 3 - Frequência percentual da idade dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 *Tipologia < > 60 *Tipo 1: Cacau x Mogno x Açaí; Tipo 2: Cupuaçu x Açaí; Tipo 3: Cupuaçu x Açaí x Cacau x Paricá; Tipo 4: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Açaí x Pupunha; Tipo 5: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Cacau x Mogno x Ipê. Fonte: Elaboração própria, Dados semelhantes foram encontrados por Pereira (2004) ao estudar os SAFs em área de agricultura familiar no município de Santo Antônio do Tauá, Pará, observou que a maioria dos agricultores apresentaram idades entre 18 a 59 anos estando em plena capacidade de exercerem as atividades produtivas de seus lotes (com condições físicas de trabalho). Vieira et al. (2007) ao analisar a adoção dos SAFs na agricultura familiar em Igarapé-Açu, Pará, obteve uma faixa etária no intervalo de 29 a 49 anos (56,2%), com idade média de 47 anos. Apesar das menores frequências serem da idade maior que 60 anos, os agricultores não apresentam resistência na adoção do sistema, ao contrário, os mesmo repassam seus conhecimentos para os mais novos, sendo esse o motivo pela qual o município tem histórico quanto a prática dos SAFs. Contudo essa informação contrapõe ao estudando por Almeida (1998) ao comparar idade do agricultor e a capacidade de adoção de tecnologia, relata que os membros mais velhos de uma sociedade tendem a resistir às mudanças socioculturais, implicando na resistência de aderir aos espaçamentos recomendados pela pesquisa. Embora existam agricultores mais velhos que apresentem resistência a mudança, estes tem a maior liberdade de inovar quando possuem alguma renda extra (aposentadoria), pois mesmo não conhecendo o sistema, os agricultores tem uma confiança financeira, ou seja, caso sistema de produção não tenha lucratividade o mesmo possuem aquele salário fixo todo mês

36 Frequência da escolariddade (%) lhes dando condições hábeis de permanecer nos SAFs, enquanto os agricultores mais jovens podem não utilizar o sistema por que caso não os proporcione retorno imediato, estes provavelmente deixaram por um sistema convencional, no caso o monocultivo. A presença dos agricultores de idade mais avança na propriedade é crucial para a adesão dos SAFs, pois além de terem um confiança financeira possuem também uma preocupação com os seus futuros descentes, e por essa razão eles tem maior facilidade de utilizar o sistema, ou seja, como os agricultores já são velhos eles não terão como colher as espécies florestais, então estas serviram como poupança para os seus descentes. E essas espécies poderão ser negociadas, não apenas a madeira, mas também pelo seu valor ambiental por meio do PSA, MDL e outros mercados de carbono Escolaridade De acordo com a análise dos quatro níveis de escolaridade, analfabeto, ensino fundamental, médio e superior foi observado na Figura 4 que o nível escolar da maioria dos agricultores é razoavelmente bom, pois os mesmos possuem o ensino fundamental e médio. Figura 4 - Frequência percentual da escolaridade dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 *Tipologia Analfabeto Ensino Fundamental Ensino Médio Ensino Superior *Tipo 1: Cacau x Mogno x Açaí; Tipo 2: Cupuaçu x Açaí; Tipo 3: Cupuaçu x Açaí x Cacau x Paricá; Tipo 4: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Açaí x Pupunha; Tipo 5: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Cacau x Mogno x Ipê. Fonte: Elaboração própria, Realizando uma análise geral dessa variável, pode-se verificar na classe de analfabeto um número extremamente elevado na categoria do Tipo 2 com 40%, enquanto que os Tipos 4 e 5 não apresentaram nenhum valor representativo. No nível fundamental os agricultores do Tipo 4 obtiveram 50%, enquanto o Tipo 1 apenas 8%. No nível médio se destacou o Tipo 1 com 46% e o Tipo 3 somente 11%. E já no ensino superior o Tipo 1 novamente esteve com a

37 35 maior porcentagem, com o valor de 38%, no entanto o Tipo 2 também não apresentou nenhum valor representativo (Figura 4). Nas categorias dos Tipos 1, 3, 4 e 5 foi verificado um nível de educação considerado bom, exceto para o Tipo 2 que obteve um elevado número de analfabetos, sendo este um dado preocupante, pois isso irá refletir na forma de condução do sistema agrícola utilizado em sua propriedade. Freitas et al. (2013) revela que o nível de formação escolar é um indicador importante para a caracterização dos agricultores, auxiliando na compreensão e tomada de decisão sobre tudo que lhe diz respeito aos sistemas produtivos. Mattos (2010) também caracterizou a educação como um elemento decisivo no horizonte profissional de qualquer agricultor. Explicando que para os menos escolarizados, a renda agrícola representa o patamar máximo possível, enquanto os mais escolarizados, oportunidades no meio urbano apresentam-se como mais oportunas em comparação a renda esperada na atividade herdada no meio rural. É importante salientar das especificidades envolvidas no investimento em capital humano das famílias do meio rural do país. Como argumentado por Abramovay (1998) em estudos a respeito da formação educacional neste ambiente específico, não parecer ter uma crença na importância da educação formal como condicionante produtivo no meio rural. Em relação as demais categorias como os Tipos 1, 3, 4 e 5 Couto (2013) encontrou dados de escolaridade semelhantes aos da comunidade de Santa Luzia no município de Tomé- Açu, Pará, pois 32% entre jovens e adultos tem nível fundamental incompleto, 11% nível fundamental completo, 15% nível médio incompleto, 28% nível médio completo e 6% concluíram o ensino superior. O mesmo destaca que uma boa escolaridade possibilita o acesso a novos conhecimentos e o uso de tecnologias para facilitar a administração de suas propriedades. Cabe salientar que o processo educacional se deu descontextualizado da realidade rural local, a expressão da consciência dos agricultores/as não foi ouvida e a realidade atual tem como algumas das suas consequências, taxas altíssimas de analfabetismo, evasão e atraso escolar (JESUS; FOERSTE, 2009). Consequentemente é necessário otimizar este tempo, eliminando dos currículos alguns conteúdos que são irrelevantes a realidade rural, substituindo-os por outros que, ao serem originados a partir das necessidades próprias do meio rural, tenham maior utilidade e aplicabilidade na solução dos problemas lá existentes. Embora a variável escolaridade seja considerada de extrema relevância na avaliação socioeconômica, muita das vezes a empírica se dissocia da educação formal, ou seja, mesmo que o agricultor não tenha uma boa formação escolar, existem aqueles que apresentam

38 Frequência da Mão de Obra (%) ,5 62, características e potenciais de um empreendedor e por isso possui a capacidade de alcançar nossos mercados e também de ampliar seu negócio Mão de Obra De acordo com a Figura 5 é notável uma predominância da mão de obra do tipo familiar. Entretanto, foi obtido alguns valores de contratação temporária e permanente. Ambos do Tipo 1 e 2 apresentaram 67% e 33%. Quanto aos Tipos 3 e 4, chegam a contratar 50% da mão de obra temporários e permanente. E apenas o Tipo 5 com 12,5% realiza de forma simultânea contratações temporárias e permanentes, 62,5% e 25% somente para contratação temporária e permanente, respectivamente. Figura 5 - Frequência percentual da mão de obra dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 *Tipologia Contratação Permanente Contratação Temporária Ambas *Tipo 1: Cacau x Mogno x Açaí; Tipo 2: Cupuaçu x Açaí; Tipo 3: Cupuaçu x Açaí x Cacau x Paricá; Tipo 4: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Açaí x Pupunha; Tipo 5: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Cacau x Mogno x Ipê. Fonte: Elaboração própria, As categorias do Tipo 1, 2, 3, e 4 realizam contratações temporárias ou permanentes, isso por que os mesmo possuem tamanho de área e renda bruta anual menor. Enquanto grande parte do Tipo 5 utiliza ambos serviços simultaneamente. Essa característica podem ser atribuídas a disposição do sistema e a diversificação, além disso o Tipo 5 também possuem áreas maiores. Para Vasconcelos (2008) essas contratações são atribuídas a dificuldade de realização de muitos trabalhos por parte dos agricultores familiares, que em alguns casos são necessária a contratação de mão de obra. Isso ocorre normalmente, quando o casal já se encontra em idade avançada e os filhos já não moram mais com a família ou estão em fase escolar ou quando todas essas situações ocorrem simultaneamente. As contratações temporárias ocorrem de forma eventual, quando os cultivos requerem mais tratos culturais como a limpeza de área, colheita da produção, até mesmo plantio das

39 37 culturas, daí então a necessidade de uma ajuda extra. Os agricultores chegam a contratar até 50 pessoas, especialmente em período de colheita da pimenta-do-reino. Enquanto que as contratações permanentes pode ser justifica pela sazonalidades das culturas (Figura 6), ou seja, como são várias culturas em um mesmo espaço cada uma possui uma época diferente de colheita e tratos culturais durante o ano e por isso a exigência dessa mão de obra fixa na propriedade. Figura 6 - Calendário sazonal adotado pelos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará. Fonte: Arquivo pessoal, Barros e Homma (2009) destaca outro fator importante relacionado ao tamanho dos sistema, pois quando aumentam os SAFs há necessidade de mais mão de obra, uma vez que existem culturas exigentes em grandes quantidades de insumos, como a pimenta-do-reino, maracujá e outras. Vale ressaltar a existência de uma economia de mão de obra, haja vista que não são monocultivos, e sim sistemas diversificados, como por exemplo: a capina, em uma monocultura esse serviço seria realizado apenas para uma cultura, enquanto esse mesmo trabalho nos SAFs são realizados para mais de uma cultura seja ela agrícola ou florestal, diminuindo assim os custo com mão de obra. Já Barros et al. (2009) analisando a evolução e percepção dos SAFs desenvolvidos pelos agricultores nipônicos do município de Tomé-açu, Pará, identificou de 73 agricultores 53,42% a existência de economia na mão de obra dentro dos SAFs, influenciando de forma significativa o custo total da produção agrícola, e o preço final do produto. 5.3 Caracterização da estrutura fundiária

40 Tempo de ocupação De acordo com a Tabela 3 ambos do Tipos 1 e 5 apresentaram média de 44 anos de ocupação da terra, enquanto os Tipos 2, 3 e 4 alcançaram médias de 23, 24 e 37 anos, respectivamente. Esses dados apontam uma pretensão dos agricultores a permanecer em suas terras, pois os sistemas adotados por eles têm os possibilitado estar na propriedade. E com base nas entrevistas abertas esses dados foram apenas comprovados, por que a maioria dos agricultores falaram que não pretendiam vender suas terras. A composição do sistema é um reflexo do tempo de ocupação obtido pelas categorias do Tipo 1 e 5, ou seja, os SAFs adotados por eles possuem mais diversificação devido esse maior período de ocupação na propriedade. Tabela 3 Média do tempo de ocupação dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará. *Tipologia Média do tempo de ocupação (anos) Tipo 1 44 Tipo 2 23 Tipo 3 24 Tipo 4 37 Tipo 5 44 *Tipo 1: Cacau x Mogno x Açaí; Tipo 2: Cupuaçu x Açaí; Tipo 3: Cupuaçu x Açaí x Cacau x Paricá; Tipo 4: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Açaí x Pupunha; Tipo 5: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Cacau x Mogno x Ipê. Fonte: Elaboração própria, Resultados obtidos por Rayol, Alvino-Rayol e Silva (2013) corroboram com este estudo, pois ao caracterizar dos SAFs do município de Monte Alegre, Pará, encontrou uma média de ocupação de 21 anos para agricultores com experiência nesse sistema. No entanto Silva (2013) ao pesquisar sobre os SAFs na cidade de Manaus, Amazonas, obteve uma média inferior comparado com os valores de Rayol, Alvino-Rayol e Silva (2013), pois apenas 2% dos produtores ocupavam a terra a mais de 15 anos. Dessa forma é possível observar que no município de Tomé-Açu os agricultores possuem uma maior experiência com os SAFs, e isso os remetem a terem um maior tempo de ocupação na terra se comparado com outros municípios. Essa informação é comprovada por Couto (2013) ao analisar os SAFs da comunidade de Santa Luzia, em Tomé-Açu, Pará, encontrando médias aproximadas a este trabalho de 21 a 43 anos de permanência na terra. Para Mattos (2010) e Homma (1989) o uso da terra não é determinado apenas pelas políticas públicas, mercado consumidor e tendências econômicas. Mas é um fator dependente de um mosaico das propriedades em diferentes estágios que reagem num mesmo momento conforme suas condições estruturais. E além do mercado consumidor, origem (que baliza os modos culturais de uso da terra), experiência agrícola, composição familiar e capital inicial,

41 Frequência do tamanho de área (%) 12,5 12,5 12,5 12,5 12, , dentre outras, os anos de ocupação aparece como variável relevante na Amazônia, em especial na região do Nordeste do Pará Tamanho de área Conforme os dados obtidos na Tabela 4 as maiores médias do tamanho de área foram adquiridas pelos agricultores do Tipo 5, 4 e 1 com 1.263, 379 e 273 ha, respectivamente, enquanto as menores estiveram com os Tipos 2 e 3, com 22 e 26 ha, respectivamente. Tabela 4 Média do tamanho de área dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará. *Tipologia Média do tamanho de área (ha) Tipo Tipo 2 22 Tipo 3 26 Tipo Tipo *Tipo 1: Cacau x Mogno x Açaí; Tipo 2: Cupuaçu x Açaí; Tipo 3: Cupuaçu x Açaí x Cacau x Paricá; Tipo 4: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Açaí x Pupunha; Tipo 5: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Cacau x Mogno x Ipê. Fonte: Elaboração própria, E considerando o tamanho real de área dos agricultores, a Figura 7 mostra que o intervalo mais frequente dentro da tipologias, foram entre 20 a 50 ha, sendo estes representados pelos Tipos 1, 2, 3 e 4, enquanto em áreas maiores que 1000 ha, apenas os Tipos 4 e 5 obtiveram uma porcentagem representativa. Figura 7 Frequência percentual do tamanho de área dos agricultores do município de Tomé- Açu, Pará Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 Tipologia < >1000 *Tipo 1: Cacau x Mogno x Açaí; Tipo 2: Cupuaçu x Açaí; Tipo 3: Cupuaçu x Açaí x Cacau x Paricá; Tipo 4: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Açaí x Pupunha; Tipo 5: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Cacau x Mogno x Ipê Fonte: Elaboração própria, Esses dados revelam que os agricultores da comunidade de Santa Luzia e produtores nipônicos da CAMTA possuem algumas diferença relacionadas ao tamanho de área das suas

42 Frequência da situação fundiária (%) propriedades, e isso pode ter influenciado as categorias classificadas neste trabalho. Esse relação é observado nos Tipos 1, 4 e 5 quando apresentaram médias semelhantes aos resultados obtidos por Homma, Menezes e Barros (2014) e Barros et al. (2009) que ao estudar os SAFs dos agricultores da CAMTA, encontraram mais de 33,33% com lotes entre 100 a 400ha, e 4,55% com médias de 1210,85ha. Portanto os Tipos 1, 4 e 5 sofreram maior influência de áreas dos agricultores da cooperativa. Enquanto os Tipos 2 e 3 se assemelham aos resultados encontrados por Couto (2013) ao pesquisar sobre os SAFs da comunidade de Santa Luzia, Tomé-Açu, Pará, pois 66,7% dos agricultores tinham áreas entre 5 a 28ha. Vale ressaltar que o tamanho de área encontrada no estudo foi considerado elevado, pois é comum ter agricultores utilizando os SAFs com áreas menores as obtidas neste estudo. Vieira et al. (2007) comprova isso em sua pesquisa ao obter uma média entre 1,6 a 75 ha, e além disso a maioria dos agricultores tinham lotes menores de 10 ha, um número bem inferior aos módulo fiscal da região de 25 ha. Para Calvi (2009) em seu estudo na Transamazônica a variável tamanho de área é apontada com 10,7% de frequência como relevante para ampliação de áreas de SAFs. Tal fator é relatado tanto por famílias com áreas pequenas (5 e 15 ha), como por produtores nipônicos de áreas maiores (> 50 ha) Situação fundiária Com base nas informações da Figura 8 foi possível notar a UP da maioria dos agricultores já regularizadas ou com perspectivas futuras de legalização, pois os Tipos 1, 2 e 4 possuem 100% de suas propriedades com esse requisito. E apesar dos Tipos 3 e 5 apresentarem 88% de suas UP regularizadas e 12% não, ainda são porcentagens bastantes representativas. Figura 8 - Frequência da situação fundiária dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 *Tipologia Unidade de produção (UP) em processo e sem expectativa de regularização ou UP não regularizada Unidade de produção (UP) regularizada ou UP em processo e com expectativa de regularização *Tipo 1: Cacau x Mogno x Açaí; Tipo 2: Cupuaçu x Açaí; Tipo 3: Cupuaçu x Açaí x Cacau x Paricá; Tipo 4: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Açaí x Pupunha; Tipo 5: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Cacau x Mogno x Ipê. Fonte: Elaboração própria, 2016.

43 41 Dados obtidos por Raiol (2010) corroboram com este estudo, pois ao estudar os SAFs de Santa Maria, Pará, verificou que 78% dos agricultores possuíam título definitivo dos seus lotes, e apenas 22% não eram detentores da posse da terra. Rosa et al. (2011) ao verificar os SAFs do município de Bragança, Pará, também constatou que 93% dos agricultores possuíam o título definitivo da terra, e o restante encontrava-se na situação de ocupante. Estas informações apontam a posse da terra um fator de influência na adoção de SAFs, impedindo novos desmatamentos da propriedade. No entanto, como 7% dos agricultores com SAFs não possuíam o título definitivo, pode-se inferir que a posse da terra não foi um fator determinante para a adoção destes sistemas. Apesar desses resultados a realidade é bem diferente, por que Pereira (2004) estudando a viabilidade dos SAFs de Santo Antônio do Tauá, Pará, verificou que 76,32% são os proprietários dos lotes explorados, dessa porcentagem 50% não possuem o título da terra por serem herdeiros dos antigos proprietário. E somente 26,32% detêm a titulação adquirida por meio da compra e venda, e herança, sendo juridicamente registrado ao Instituto de Terras do Pará (ITERPA). Essa irregularidade de terra também foi constatado por Couto (2013) ao estudar os SAFs da comunidade de Santa Luzia, Pará, destacou apenas alguns agricultores com o título definitivo dos seus lotes, em que estes foram distribuídos e cadastrados pelo ITERPA. Para Mattos (2010) o título da terra não apresenta grande relevância no modo de manejo dos recursos naturais, mas cumpre o papel fundamental para posicionar melhor as decisões econômicas sobre o uso da terra, e não necessariamente para auxiliar no processo de titulação dos lotes. Vieira et al. (2007) e Rosa et al. (2009) também mostraram que a posse do lote não é um fator limitante para a adoção de SAFs ou outro uso da terra. Calvi (2009) e Vasconcelos (2008) relatam que a falta de recursos para agricultores detentores da posse da terra e com título definitivo é o principal entrave para a não implementação de melhorias na unidade familiar, principalmente em tipo de uso da terra sustentável, como os SAFs. As questões fundiárias não são problemas de ocorrência apenas no Pará, mas de abrangência em todo o Brasil, inclusive na Amazônia. O caos é tão grande que Reydon 2011 descrevendo um quadro institucional da regulação fundiária explicou que os conflitos são ocasionados por não haver cadastro e nem governança fundiária, e apesar do Brasil ter criado o Programa Terra legal (visa a regulação de terras da união no que tange a Amazônia Legal) e também as áreas protegidas (APAs) na forma de Unidade de Conservação (UCs) e outras leis. Estes ainda não são suficientes para sanar ou amenizar as problemáticas da regulação de terras. 5.4 Caracterização dos aspectos econômicos Renda

44 42 De acordo com a Tabela 5 a categoria do Tipo 5 obteve a maior média de renda bruta anual com R$ ,50, seguido pelo Tipo 4 com receita de R$ ,75 e os Tipos 1, 3 e 2 alcançaram valores médios de R$ ,56, R$ ,5 e R$ ,0, respectivamente. Apesar da maior receita ser obtida pelos agricultores do Tipo 5, de acordo com o cálculo de renda total por hectare (ou produtividade por hectare) a eficiência econômica do uso da terra destes foram uma das menores, com R$ 240,12, enquanto o Tipo 2, a categoria considera até então menos eficiente devido as baixas porcentagens nos aspectos sociais e econômicos obteve o segundo melhor valor da renda por hectare de R$ 1.341,86, seguido pelo Tipo 3 com R$ 1.792,02. A afirmativa de Guanziroli, Buainain e Sabbato (2012) reforça os dados encontrados na Tabela 5, pois ao analisar a evolução da agricultura familiar no Brasil relata que a obtenção dos maiores rendimentos por área total nem sempre significa alcançar uma alta produtividade por hectare. Tabela 5 Média da renda bruta anual, tamanho de área e produtividade por hectare dos agricultores do município de Tomé-Açu, Pará. *Tipologia Renda bruta anual (R$) Tamanho de área (ha) **Produtividade (R$/ha) , , , , , , , , , ,56 *Tipo 1: Cacau x Mogno x Açaí; Tipo 2: Cupuaçu x Açaí; Tipo 3: Cupuaçu x Açaí x Cacau x Paricá; Tipo 4: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Açaí x Pupunha; Tipo 5: Pimenta-do-reino x Cupuaçu x Cacau x Mogno x Ipê. **Cálculo de média da renda bruta anual dividido pela média do tamanho de área (R$/ha). Fonte: Elaboração própria, A renda obtida pela maioria dos agricultores é provinda da venda de seus produtos agroflorestais. Dessa forma pode-se dizer que o sistema é economicamente viável, uma vez que não é necessário outra renda extra. Com base nisso Yamada (2009) descreve sobre a lucratividade do sistema ocorrer de forma contínua, ou seja, quando uma cultura finaliza seu ciclo de produção, automaticamente a outra inicia um novo e com isso a propriedade não fica ociosa quanto sua renda. Essa transição acontece com as culturas anuais, semiperenes e perenes (no caso das arvores frutíferas consorciadas que passam a produzir a partir de 3 a 5 anos de idade). Apesar da grande parte dos agricultores terem sua renda adquirida principalmente da UP, existem uma pequena parcela que possuem uma renda extra agrícola também conhecido

45 43 por pluriatividade, seja por pensão, aposentadoria, bolsa família e outros. Há casos de membros de família, especialmente o chefe de família, que também trabalham fora da propriedade, seja em atividades agrícolas ou não-agrícolas, como os comerciantes, ou em outras ocupações. Wanderley (1999) explica sobre o trabalho extra agrícola ser entendido como uma necessidade estrutural, sendo uma garantia para propriedade rural. Além disso é possível encontrar também o trabalho assalariado de alguns membros, tendo vínculo empregatício até mesmo fora dos limites de suas propriedades, inclusive na cidade, e com isso possibilita a reprodutibilidade da família e a manutenção das atividades produtivas. A rentabilidade dos SAFs deve ser analisado de forma criteriosa, pois dependendo da cultura implantada nos primeiros anos, do tempo e tamanho do sistema, pode ou não ter retorno econômico. Esse fator é observado nas propriedades dos agricultores de Tomé-Açu, pois normalmente é implantado simultaneamente as culturas do maracujá, pimenta-do-reino e algumas espécies florestais madeireiras (mogno ou paricá) ou não madeiras (açaí). A princípio o maracujá começa a produzir gerando uma renda inicial e quando terminar a vida útil dessa cultura é o período que a pimenta e outras culturas começam a produzir (Figura 9). Figura 9 - Cultivo do maracujá consorciado com pimenta-do-reino no município de Tomé- Açu, Pará. Fonte: Arquivo pessoal, Os dados observados neste estudo revelam exatamente isso, pois Vieira et al. (2007) relata que 38% dos agricultores de Igarapé-Açu, Pará, não obtiveram renda ou mesmo não souberam informar, pois dos sistemas estudados alguns haviam sido implantados recentemente.

02 a 04 de agosto de 2016 Tomé-açu, PA ISBN:

02 a 04 de agosto de 2016 Tomé-açu, PA ISBN: Anais do 02 a 04 de agosto de 2016 Tomé-açu, PA ISBN: 978-85-7295-112-8 REALIZAÇÃO ORGANIZAÇÃO COLABORADORES APOIO Tomé-açu, PA 2016 EFICIÊNCIA ECONÔMICA DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS EM TOMÉ-AÇU, PA Rafaela

Leia mais

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Embrapa Belém, PA 2014 ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS

Leia mais

VIABILIDADE ECONÔMICA DE SISTEMA AGROFLORESTAL NO NORDESTE PARAENSE. Ryohei Kato 4

VIABILIDADE ECONÔMICA DE SISTEMA AGROFLORESTAL NO NORDESTE PARAENSE. Ryohei Kato 4 VIABILIDADE ECONÔMICA DE SISTEMA AGROFLORESTAL NO NORDESTE PARAENSE Jade da Silva Brito 1, Célia Maria Braga Calandrini de Azevedo 2, Maurício Kadooka Shimizu 3, Osvaldo Ryohei Kato 4 1 Bolsista FAPESPA/Embrapa

Leia mais

INFLUÊNCIA DO MERCADO SOBRE A IMPLANTAÇÃO, PRODUÇÃO E MANEJO DE CACAU E PIMENTA-DO-REINO EM SAF S NO MUNICÍPIO TOME-AÇU.

INFLUÊNCIA DO MERCADO SOBRE A IMPLANTAÇÃO, PRODUÇÃO E MANEJO DE CACAU E PIMENTA-DO-REINO EM SAF S NO MUNICÍPIO TOME-AÇU. INFLUÊNCIA DO MERCADO SOBRE A IMPLANTAÇÃO, PRODUÇÃO E MANEJO DE CACAU E PIMENTA-DO-REINO EM SAF S NO MUNICÍPIO TOME-AÇU. Carlos Wagner Da Silva Costa¹; Orisvaldo Pinto Lago²; Rangel Luís Da Silva Cunha³.

Leia mais

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF PA 02

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF PA 02 Experiências em Recuperação Ambiental Código Florestal Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF PA 02 Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF PA 02 1. Bioma: Amazônia 2. Município/Estado: Tomé-Açu/ Pará 3.

Leia mais

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO INTEGRAÇÃO LAVOURA, PECUÁRIA, FLORESTA - ilpf

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO INTEGRAÇÃO LAVOURA, PECUÁRIA, FLORESTA - ilpf 2 TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO INTEGRAÇÃO LAVOURA, PECUÁRIA, FLORESTA - ilpf O projeto Na perspectiva de colaborar com o esforço brasileiro de redução de emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE), o

Leia mais

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF PA 01 - Pará

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF PA 01 - Pará Experiências em Recuperação Ambiental Código Florestal Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF PA 01 - Pará Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF PA 01 - Pará 1. Bioma: Amazônia Histórico da área: A propriedade

Leia mais

Cadeia Produtiva da Silvicultura

Cadeia Produtiva da Silvicultura Cadeia Produtiva da Silvicultura Silvicultura É a atividade que se ocupa do estabelecimento, do desenvolvimento e da reprodução de florestas, visando a múltiplas aplicações, tais como: a produção de madeira,

Leia mais

VIABILIDADE ECONÔMICA DE PLANTIOS FLORESTAIS SOLTEIROS E DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS

VIABILIDADE ECONÔMICA DE PLANTIOS FLORESTAIS SOLTEIROS E DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS COMUNICADO TÉCNICO N o 22, fev.98, p.1-4 VIABILIDADE ECONÔMICA DE PLANTIOS FLORESTAIS SOLTEIROS E DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS Honorino Roque Rodigheri * A expansão e modernização da agricultura brasileira,

Leia mais

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO INFORMATIVO 2 Foto: M. Vilar/BID Foto : K.Carvalheiro/BID TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA E FLORESTA ilpf 2016 PROJETO IMPORTÂNCIA DA INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA FLORESTA ilpf

Leia mais

Agroecologia e Sistemas Agroflorestais

Agroecologia e Sistemas Agroflorestais Agroecologia e Sistemas Agroflorestais Deixai-nos amar as árvores As árvores nos querem bem Nos seus brotos verdes Corre o sangue eterno de Deus. Outrora a madeira quis endurecer Então Cristo nela se pendurou

Leia mais

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF RR 01 - Roraima

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF RR 01 - Roraima Experiências em Recuperação Ambiental Código Florestal Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF RR 01 - Roraima Sistemas Agroflorestais modelo BR SAF RR 01 - Roraima 1. Bioma: Amazônia 2. Histórico da área:

Leia mais

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Embrapa Amazônia Oriental Belém, PA 2015 VIABILIDADE ECONÔMICA DE UM SISTEMA SILVIPASTORIL

Leia mais

FUNDAMENTOS EM AGROECOLOGIA

FUNDAMENTOS EM AGROECOLOGIA Especialização Latu Sensu em Agroecologia 2017-1 FUNDAMENTOS EM AGROECOLOGIA Professor: Roberto Akitoshi Komatsu roberto.komatsu@ifsc.edu.br (49) 9.9152-9081 FUNDAMENTOS EM AGROECOLOGIA - Transferência

Leia mais

Resumos do IX Congresso Brasileiro de Agroecologia Belém/PA a

Resumos do IX Congresso Brasileiro de Agroecologia Belém/PA a Resumos do IX Congresso Brasileiro de Agroecologia Belém/PA 28.09 a 01.10.2015 Utilização de sistemas agroflorestais enquanto estratégia socioeconômica em uma comunidade rural da Amazônia paraense Use

Leia mais

AGRICULTURA FAMILAR E SUA IMPORTÂNCIA PARA A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS

AGRICULTURA FAMILAR E SUA IMPORTÂNCIA PARA A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS AGRICULTURA FAMILAR E SUA IMPORTÂNCIA PARA A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS RESUTADOS E EXPERIÊNCIAS DO PROJETO SEMEANDO SUSTENTABILIDADE FABIANA B. GOMES CES RIOTERRA RECURSOS NATURAIS ENERGIA SOLAR

Leia mais

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro 20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação ANAIS 21 a 23 de setembro 2016 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária

Leia mais

ESTADO ATUAL DE SISTEMAS SILVIAGRÍCOLAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA J. A. G. YARED (1) ; S. B. JÚNIOR (2) ; A. B. G. FILHO (3)

ESTADO ATUAL DE SISTEMAS SILVIAGRÍCOLAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA J. A. G. YARED (1) ; S. B. JÚNIOR (2) ; A. B. G. FILHO (3) ESTADO ATUAL DE SISTEMAS SILVIAGRÍCOLAS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA J. A. G. YARED (1) ; S. B. JÚNIOR (2) ; A. B. G. FILHO (3) (1) Eng. Ftal. Dr. Embrapa Amazônia Oriental. Caixa Posta 48. CEP 66017-970, Belém,

Leia mais

O QUE É ILPF ILP IPF. A ILPF pode ser utilizada em diferentes configurações, combinando-se dois ou três componentes em um sistema produtivo:

O QUE É ILPF ILP IPF. A ILPF pode ser utilizada em diferentes configurações, combinando-se dois ou três componentes em um sistema produtivo: ILPF EM NÚM3R05 O QUE É ILPF A integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) é uma estratégia de produção agropecuária que integra diferentes sistemas produtivos, agrícolas, pecuários e florestais, dentro

Leia mais

Experiência de Avaliação de Impactos de Tecnologias da Embrapa Amazônia Oriental

Experiência de Avaliação de Impactos de Tecnologias da Embrapa Amazônia Oriental Experiência de Avaliação de Impactos de Tecnologias da Embrapa Amazônia Oriental Aldecy José Garcia de Moraes Enilson Solano Albuquerque Silva Brasília - DF, 05 de junho de 2018 Histórico da avaliação

Leia mais

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Embrapa Amazônia Oriental Belém, PA 2015 ANÁLISE FINANCEIRA DO CONSORCIO DE MELANCIA

Leia mais

Síglia Regina Souza / Embrapa. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) Sustentabilidade do agronegócio com preservação ambiental

Síglia Regina Souza / Embrapa. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) Sustentabilidade do agronegócio com preservação ambiental Síglia Regina Souza / Embrapa Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) Sustentabilidade do agronegócio com preservação ambiental 1 Síglia Regina Souza / Embrapa O que é Integração Lavoura-Pecuária-Floresta

Leia mais

MANEJO SUSTENTÁVEL PARA USO DO SOLO QUE FAVORECE O MEIO AMBIENTE E O AGRICULTOR NO SEMIÁRIDO E CARIRI

MANEJO SUSTENTÁVEL PARA USO DO SOLO QUE FAVORECE O MEIO AMBIENTE E O AGRICULTOR NO SEMIÁRIDO E CARIRI MANEJO SUSTENTÁVEL PARA USO DO SOLO QUE FAVORECE O MEIO AMBIENTE E O AGRICULTOR NO SEMIÁRIDO E CARIRI Marília Costa de Medeiros Universidade Federal Rural de Pernambuco mariliamedeiros@hotmail.com.br Resumo

Leia mais

Agricultura Familiar e Comercial nos Censos. Agropecuários de 1996 e Carlos Otávio de Freitas Erly Cardoso Teixeira

Agricultura Familiar e Comercial nos Censos. Agropecuários de 1996 e Carlos Otávio de Freitas Erly Cardoso Teixeira XXII SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE POLÍTICA ECONÔMICA POLÍTICAS PÚBLICAS E DESENVOLVIMENTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA 27 e 28-10-2010 Agricultura Familiar e Comercial nos Censos Agropecuários de 1996

Leia mais

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta* Introdução

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta* Introdução Integração Lavoura-Pecuária-Floresta* Introdução O aumento populacional mundial e a inserção de novos contingentes no mercado consumidor tem gerado crescente demanda mundial por matérias-primas, alimentos,

Leia mais

Diversificação para a sustentabilidade da produção

Diversificação para a sustentabilidade da produção Diversificação para a sustentabilidade da produção Introdução O aumento populacional mundial e a inserção de novos contingentes no mercado consumidor têm gerado crescente demanda mundial por matérias-primas,

Leia mais

ANAIS. Artigos Aprovados 2014 Volume I ISSN:

ANAIS. Artigos Aprovados 2014 Volume I ISSN: ANAIS Artigos Aprovados 2014 Volume I ISSN: 2316-7637 Universidade do Estado do Pará, Centro de Ciências Naturais e Tecnologia 18, 19 e 20 de novembro de 2014 1 CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS E PRODUTIVAS

Leia mais

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil Programa ABC Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas visando à Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura

Leia mais

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - RAD COM PASTAGEM OU FLORESTAS

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - RAD COM PASTAGEM OU FLORESTAS 3 TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS - RAD COM PASTAGEM OU FLORESTAS O projeto Na perspectiva de colaborar com o esforço brasileiro de redução de emissões de Gases de Efeito de

Leia mais

Agenda de P&D da Embrapa Cerrados

Agenda de P&D da Embrapa Cerrados Manejo, conservação e uso de recursos naturais Recuperação de Áreas Degradadas: Desenvolvimento de tecnologias para restauração ecológica e recuperação de áreas agrícolas com baixa capacidade produtiva.

Leia mais

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais em Rondônia - RECA (BR SAF RO 01)

Experiências em Recuperação Ambiental. Código Florestal. Sistemas Agroflorestais em Rondônia - RECA (BR SAF RO 01) Experiências em Recuperação Ambiental Código Florestal Sistemas Agroflorestais em Rondônia - RECA (BR SAF RO 01) Sistemas Agroflorestais em Rondônia - RECA (BR SAF RO 01) 1. Bioma: Amazônia 2. Município/Estado:

Leia mais

04/10/2015. Moacyr Bernardino Dias-Filho Embrapa Amazônia Oriental. Amazônia: protótipo da fronteira agrícola brasileira

04/10/2015. Moacyr Bernardino Dias-Filho Embrapa Amazônia Oriental. Amazônia: protótipo da fronteira agrícola brasileira 31,8 15,9 Moacyr Bernardino Dias-Filho Embrapa Amazônia Oriental 1,6 1,4 1,8 www.diasfilho.com.br Fonte: IBGE/Pesquisa Pecuária Municipal Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Amazônia: protótipo da

Leia mais

Introdução aos Sistemas Agroflorestais

Introdução aos Sistemas Agroflorestais Introdução aos Sistemas Agroflorestais A floresta é um sistema em equilíbrio. Isto porque o próprio sistema se alimenta. Ninguém aduba a floresta, ela própria é responsável por isso. O solo da floresta

Leia mais

PFNM: conceitose importância

PFNM: conceitose importância Universidade Federal de Rondônia Curso de Eng. Florestal Manejo de produtos florestais não madeireiros PFNM: conceitose importância Emanuel Maia emanuel@unir.br www.emanuel.acagea.net Apresentação Introdução

Leia mais

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO PLANTIO DE FLORESTAS COMERCIAIS

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO PLANTIO DE FLORESTAS COMERCIAIS 4 TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO PLANTIO DE FLORESTAS COMERCIAIS O projeto Na perspectiva de colaborar com o esforço brasileiro de redução de emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE), o Governo do Reino

Leia mais

Principais problemas da pecuária na Amazônia

Principais problemas da pecuária na Amazônia 4ª ed. reimpresso em maio/2015, 215 páginas Moacyr Bernardino Dias-Filho Embrapa Amazônia Oriental www.diasfilho.com.br www.diasfilho.com.br Principais problemas da pecuária na Amazônia 15,2 13,0 Baixo

Leia mais

SISTEMAS DE ILPF NO BIOMA MATA ATLÂNTICA

SISTEMAS DE ILPF NO BIOMA MATA ATLÂNTICA SISTEMAS DE ILPF NO BIOMA MATA ATLÂNTICA Parte I José Ricardo Macedo Pezzopane SISTEMAS DE ILPF NO BIOMA MATA ATLÂNTICA Introdução/Contextualização; Conceitos e definições; Benefícios no uso de sistemas

Leia mais

Agroecologia, sistemas agroflorestais e espaços protegidos

Agroecologia, sistemas agroflorestais e espaços protegidos Universidade de Brasília Departamento de Engenharia Florestal Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais Agroecologia, sistemas agroflorestais e espaços protegidos Thiago Vinicius Pereira Leite Porque

Leia mais

Foto: Kátia Carvalheiro/BID INFORMATIVO TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO PLANTIO DE FLORESTAS COMERCIAIS

Foto: Kátia Carvalheiro/BID INFORMATIVO TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO PLANTIO DE FLORESTAS COMERCIAIS INFORMATIVO 4 TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO PLANTIO DE FLORESTAS COMERCIAIS 2016 PROJETO PLANTIO DE FLORESTAS COMERCIAIS O PROJETO RURAL SUSTENTÁVEL Na perspectiva de colaborar com o esforço brasileiro

Leia mais

AGROSSILVICULTURA COMO OPORTUNIDADE PARA O FOMENTO

AGROSSILVICULTURA COMO OPORTUNIDADE PARA O FOMENTO AGROSSILVICULTURA COMO OPORTUNIDADE PARA O FOMENTO FLORESTAL Ivan Crespo Silva ivancrespo@ufpr.br Ampliação da base florestal plantada Fomento Des. sustentável (uso + conservação) Incluir prod. rurais

Leia mais

Palavras-chave: Floresta Amazônica; Reserva Legal; Agrofloresta; Diversificação; Agroextrativismo.

Palavras-chave: Floresta Amazônica; Reserva Legal; Agrofloresta; Diversificação; Agroextrativismo. Conservação dos recursos naturais na comunidade Santa Luzia, município de Tomé- Açu/Pará: uma experiência de produção com sustentabilidade na Amazônia através de sistemas agroflorestais Conservation of

Leia mais

Resumos do VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia Porto Alegre/RS 25 a 28/11/2013

Resumos do VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia Porto Alegre/RS 25 a 28/11/2013 14249 - A evolução agrícola na comunidade Santa Luzia, município de Tomé-açu-PA: do monocultivo à diversificação da produção em Sistemas Agroflorestais Agricultural development in the community of Santa

Leia mais

Rumo ao REDD+ Jurisdicional:

Rumo ao REDD+ Jurisdicional: Rumo ao REDD+ Jurisdicional: Pesquisa, Análises e Recomendações ao Programa de Incentivos aos Serviços Ambientais do Acre (ISA Carbono) Pesquisa, Análises e Recomendações 11 Figura 1. Zonas

Leia mais

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO MANEJO SUSTENTÁVEL DE FLORESTAS NATIVAS

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO MANEJO SUSTENTÁVEL DE FLORESTAS NATIVAS 5 TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO MANEJO SUSTENTÁVEL DE FLORESTAS NATIVAS O projeto Na perspectiva de colaborar com o esforço brasileiro de redução de emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE), o Governo

Leia mais

Cacau e Pecuária na Amazônia: Análise de Meios de Vida em São Félix do Xingu - PA

Cacau e Pecuária na Amazônia: Análise de Meios de Vida em São Félix do Xingu - PA Cacau e Pecuária na Amazônia: Análise de Meios de Vida em São Félix do Xingu - PA Por: Daniel Braga 1 Como principais estratégias econômicas do meio rural, em São Félix do Xingu - PA, o cacau e a pecuária

Leia mais

Quais são os principais drivers do desflorestamento na Amazônia? Um exemplo de interdisciplinaridade.

Quais são os principais drivers do desflorestamento na Amazônia? Um exemplo de interdisciplinaridade. INCLINE workshop interdisciplinaridade FEA-USP - 10 de Março de 2015 Quais são os principais drivers do desflorestamento na Amazônia? Um exemplo de interdisciplinaridade. Natália G. R. Mello, PROCAM-USP

Leia mais

Sistemas agroflorestais como estratégia de desenvolvimento rural sustentável da pequena produção familiar no município de Tomé-açu/ PA

Sistemas agroflorestais como estratégia de desenvolvimento rural sustentável da pequena produção familiar no município de Tomé-açu/ PA Sistemas agroflorestais como estratégia de desenvolvimento rural sustentável da pequena produção familiar no município de Tomé-açu/ PA 1 Mayane de Sousa Barbosa, 2 Fabricio Nilo Lima da Silva, 2 Luciano

Leia mais

Experiências Agroflorestais na Comunidade de Boqueirão. Renato Ribeiro Mendes Eng. Florestal, Msc

Experiências Agroflorestais na Comunidade de Boqueirão. Renato Ribeiro Mendes Eng. Florestal, Msc Experiências Agroflorestais na Comunidade de Boqueirão Renato Ribeiro Mendes Eng. Florestal, Msc Localização da área de estudo Dados Climáticos da Região Clima Tropical semi-úmido, com 4 a 5 meses de seca

Leia mais

1 Conceitos e Modalidades

1 Conceitos e Modalidades 1 Conceitos e Modalidades da Estratégia de Integração Lavoura- -Pecuária-Floresta João Kluthcouski Luiz Adriano Maia Cordeiro Lourival Vilela Robélio Leandro Marchão Júlio Cesar Salton Manuel Cláudio Motta

Leia mais

SISTEMAS DE INTEGRAÇÃO E PRODUÇÃO AGRÍCOLA

SISTEMAS DE INTEGRAÇÃO E PRODUÇÃO AGRÍCOLA SISTEMAS DE INTEGRAÇÃO E PRODUÇÃO AGRÍCOLA Graziele Luíza Hammes 1, Marlova Bernardi¹, Patrícia Janssen Porsch 1 Marciano Balbinot² Palavras chaves: Solo. Pastagem. Sustentabilidade. INTRODUÇÃO O solo

Leia mais

VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA DE PRODUÇÃO SOJA- MILHO SAFRINHA 1.INTRODUÇÃO

VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA DE PRODUÇÃO SOJA- MILHO SAFRINHA 1.INTRODUÇÃO VIABILIDADE ECONÔMICA DO SISTEMA DE PRODUÇÃO SOJA- MILHO SAFRINHA Alceu Richetti 1 1.INTRODUÇÃO No cenário nacional, o Estado de Mato Grosso do Sul é o terceiro maior produtor de milho safrinha e o quinto

Leia mais

AULA: Sistemas Agroflorestais. Prof : Marcus Costa

AULA: Sistemas Agroflorestais. Prof : Marcus Costa AULA: Sistemas Agroflorestais Prof : Marcus Costa Saudações Florestais! Antes de tudo, gostaria de me apresentar, meu nome é Marcus Costa, sou Engenheiro Florestal, especialista em Gestão Florestal, servidor

Leia mais

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO Fotos : K. Carvalheiro/BID INFORMATIVO 3 TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS RAD COM PASTAGEM OU FLORESTAS 2016 PROJETO RAD COM PASTAGEM OU FLORESTA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Leia mais

Sustentabilidade na Amazônia

Sustentabilidade na Amazônia ABIOVE Sustentabilidade na Amazônia ABAG Associação Brasileira de Agribusiness Carlo Lovatelli Presidente Alemanha 10 de Julho de 2006 Europa 6.4% sendo 90% na Rússia R América Tropical 34% Brasil 34%

Leia mais

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - ECONOMIA AMBIENTAL

ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - ECONOMIA AMBIENTAL ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - ECONOMIA AMBIENTAL ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE DA CULTURA DO CACAU NOS ANOS DE 2004 A 2014 NO ESTADO DO PARÁ POR MEIO DE SIG JESSYCA FERNANDA DOS SANTOS DUARTE,

Leia mais

ASPECTOS DA IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR NO ESTADO DO AMAPÁ

ASPECTOS DA IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR NO ESTADO DO AMAPÁ 25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN 978-85-8084-055-1 ASPECTOS DA IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA FAMILIAR NO ESTADO DO AMAPÁ Irenildo Costa da Silva 1 ; Roni Mayer Lomba 2 RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo

Leia mais

Edson Vidal Prof. Manejo de Florestas Tropicais ESALQ/USP

Edson Vidal Prof. Manejo de Florestas Tropicais ESALQ/USP Edson Vidal Prof. Manejo de Florestas Tropicais ESALQ/USP PRINCIPAIS ECOSSISTEMAS CAATINGA 844 Mil Km 2 (9,9%) Território Brasileiro = 9,9% Nordeste = 55,6% Cobertura Atual 30% Fonte: IBAMA 2002 Elaboração:

Leia mais

O AGRONEGÓCIO EM MATO GROSSO

O AGRONEGÓCIO EM MATO GROSSO O AGRONEGÓCIO EM MATO GROSSO Sistema Famato Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso. Criada em 1965, é a representante máxima da estrutura que compõe o Sistema Sindical Rural do Estado

Leia mais

Tecnologias para uma Agricultura de Baixa Emissão de Carbono

Tecnologias para uma Agricultura de Baixa Emissão de Carbono Tecnologias para uma Agricultura de Baixa Emissão de Carbono Miguel Marques Gontijo Neto Eng.Agr., M.Sc., D.S., Pesquisador Embrapa Milho e Sorgo Luiz Adriano Maia Cordeiro Eng.Agr., M.Sc., D.S., Pesquisador,

Leia mais

Diretoria de Agronegócios. BB e o Agronegócio

Diretoria de Agronegócios. BB e o Agronegócio Diretoria de Agronegócios BB e o Agronegócio Importância do Agronegócio no Brasil + 35% nas exportações do país 197,9 40,9% 41,1% 37,4% 55,1 58,2 60,4 20,6 23,8 24,8 41,9% 73,1 30,6 160,6 40,4% 137,5 118,3

Leia mais

Agricultura Familiar e Quintais Agroflorestais em São Félix do Xingu-PA

Agricultura Familiar e Quintais Agroflorestais em São Félix do Xingu-PA Agricultura Familiar e Quintais Agroflorestais em São Félix do Xingu-PA Por Daniel Braga 1 A agricultura familiar e seus de meios de vida vêm sendo estudados pela tese de doutorado do engenheiro florestal

Leia mais

BRASIL: POTÊNCIA AGROAMBIENTAL

BRASIL: POTÊNCIA AGROAMBIENTAL BRASIL: POTÊNCIA AGROAMBIENTAL DESAFIOS DO PLANETA E HUMANIDADE SEGURANÇA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO Do que o mundo consome de carne bovina, quanto vem do Brasil? Participação do Agronegócio

Leia mais

GRUPO 2: AGRICULTURA FAMILIAR E/OU ESTRUTURA AGRÁRIA NA REGIÃO NORTE

GRUPO 2: AGRICULTURA FAMILIAR E/OU ESTRUTURA AGRÁRIA NA REGIÃO NORTE TITULO: ANÁLISE ECONÔMICA DE SISTEMA DE BACURIZEIROS (Platonia insignis MART.) MANEJADOS PARA PEQUENOS PRODUTORES NA AMAZÔNIA PARAENSE Ercilene de Cassia Ferreira Rodrigues 1 ; Antônio José Elias Amorim

Leia mais

ANÁLISE DO PIB DA AGRICULTURA FAMILIAR COMPARANDO COM O DISPONIBILIZADO AO PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR - PRONAF.

ANÁLISE DO PIB DA AGRICULTURA FAMILIAR COMPARANDO COM O DISPONIBILIZADO AO PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR - PRONAF. ANÁLISE DO PIB DA AGRICULTURA FAMILIAR COMPARANDO COM O DISPONIBILIZADO AO PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR - PRONAF. Nome do Autor (a) Principal Jéssica dos Santos LeiteGonella

Leia mais

ANÁLISE ECONÔMICA DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS PARA EXPANSÃO DA PRODUÇÃO PECUÁRIA

ANÁLISE ECONÔMICA DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS PARA EXPANSÃO DA PRODUÇÃO PECUÁRIA São Paulo, outubro de 2016. SUMÁRIO EXECUTIVO ANÁLISE ECONÔMICA DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS PARA EXPANSÃO DA PRODUÇÃO PECUÁRIA LEILA HARFUCH GUSTAVO PALAURO WILSON ZAMBIANCO 1. INTRODUÇÃO O agronegócio

Leia mais

Ações para maior protagonismo de mulheres e jovens na agenda de restauração com sistemas agroflorestais via Projeto Cacau Floresta

Ações para maior protagonismo de mulheres e jovens na agenda de restauração com sistemas agroflorestais via Projeto Cacau Floresta Ações para maior protagonismo de mulheres e jovens na agenda de restauração com sistemas agroflorestais via Projeto Cacau Floresta PROJETO CACAU FLORESTA OBJETIVO: Consolidar a produção de cacau em sistemas

Leia mais

LEVANTAMENTO E MANEJO ECOLÓGICO DE PRAGAS EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAF S): ESTUDO DE CASO DE UM SAF SUCESSIONAL NO DISTRITO FEDERAL, BRASIL

LEVANTAMENTO E MANEJO ECOLÓGICO DE PRAGAS EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAF S): ESTUDO DE CASO DE UM SAF SUCESSIONAL NO DISTRITO FEDERAL, BRASIL LEVANTAMENTO E MANEJO ECOLÓGICO DE PRAGAS EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAF S): ESTUDO DE CASO DE UM SAF SUCESSIONAL NO DISTRITO FEDERAL, BRASIL PROJETO DE PESQUISA PROFESSOR: MARCELO TAVARES DE CASTRO ALUNA:

Leia mais

CURSO. Capacitação em Tecnologias Agroflorestais para a Amazônia Módulo 2. 3 a 7 de novembro de 2014

CURSO. Capacitação em Tecnologias Agroflorestais para a Amazônia Módulo 2. 3 a 7 de novembro de 2014 CURSO Capacitação em Tecnologias Agroflorestais para a Amazônia Módulo 2 3 a 7 de novembro de 2014 Apresentação Os sistemas agroflorestais (SAFs) são apontados como uma alternativa apropriada para uso

Leia mais

Agricultura familiar, orgânica e agroecológica. Semana do Meio Ambiente

Agricultura familiar, orgânica e agroecológica. Semana do Meio Ambiente Agricultura familiar, orgânica e agroecológica Semana do Meio Ambiente - 2017 Agricultura familiar uma entre muitas conceituações Conforme a legislação compreende os modos de vida e as formas de produzir

Leia mais

SISTEMAS AGROSSILVIPASTORIS COM VARIEDADES CRIOULAS

SISTEMAS AGROSSILVIPASTORIS COM VARIEDADES CRIOULAS INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO TRIÂNGULO MINEIRO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO htttp://editora.iftm.edu.br/index.php/sepit ISSN 2594-7605 (Digital) SISTEMAS

Leia mais

Evolução recente da estrutura fundiária e. propriedade agrícola no Brasil. Marlon Gomes Ney. Universidade Estadual do Norte Fluminense

Evolução recente da estrutura fundiária e. propriedade agrícola no Brasil. Marlon Gomes Ney. Universidade Estadual do Norte Fluminense Evolução recente da estrutura fundiária e propriedade agrícola no Brasil Marlon Gomes Ney Universidade Estadual do Norte Fluminense OBJETIVOS - Analisar a evolução recente da distribuição da posse da terra

Leia mais

Pecuária na fronteira agrícola A pecuária é considerada a pecuária é ativ considerada a

Pecuária na fronteira agrícola A pecuária é considerada a pecuária é ativ considerada a Pecuária na fronteira agrícola A pecuária é considerada a atividade agrícola menos onerosa e mais eficiente para ocupar áreas e assegurar a posse da terra Embrapa Amazônia Oriental Outras atividades agrícolas

Leia mais

FD-076 ~E 1991 \0) C. H. Fl>-.076 Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia

FD-076 ~E 1991 \0) C. H. Fl>-.076 Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia FD-076 ~E 1991 \0) C. H Fl>-.076 Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia SISTEMAS AGROFLORESTAIS RONDÔNIA: UMA OpçÃO INTERESSANTE EM Em Rondônia predominam solos de baixa e média fertilidade, que

Leia mais

Serviços Técnicos e Gestão Ambiental no Agronegócio Diretoria de Agronegócios

Serviços Técnicos e Gestão Ambiental no Agronegócio Diretoria de Agronegócios 47º Café com Sustentabilidade - Febraban Pecuária Sustentável: Agentes financeiros como indutores de boas práticas Modelos de financiamento e investimento: incentivos à adoção de boas práticas socioambientais

Leia mais

Uso de Adubos Verdes na Agricultura Familiar. Semestre 2018/1 Professor: - Fernando Domingo Zinger

Uso de Adubos Verdes na Agricultura Familiar. Semestre 2018/1 Professor: - Fernando Domingo Zinger Uso de Adubos Verdes na Agricultura Familiar Semestre 2018/1 Professor: - Fernando Domingo Zinger Adubação Verde Utilização dos Adubos Verdes - Em pré-cultivo ou rotação de culturas: quando são utilizadas

Leia mais

Pecuária na fronteira agrícola A pecuária é considerada a pecuária é ativ considerada a

Pecuária na fronteira agrícola A pecuária é considerada a pecuária é ativ considerada a Pecuária na fronteira agrícola A pecuária é considerada a atividade agrícola menos onerosa e mais eficiente para ocupar áreas e assegurar a posse da terra Moacyr Bernardino Dias-Filho Embrapa Amazônia

Leia mais

Desafios da pecuária de corte no Brasil: pecuária na Amazônia. José Féres (IPEA)

Desafios da pecuária de corte no Brasil: pecuária na Amazônia. José Féres (IPEA) Desafios da pecuária de corte no Brasil: pecuária na Amazônia José Féres (IPEA) Dinamismo da pecuária na Amazônia Legal Crescimento do rebanho bovino na Amazônia respondeu pela maior parte do crescimento

Leia mais

CENSO AGROPECUÁRIO 2006: AGRICULTURA FAMILIAR E REFORMA AGRÁRIA. Aspectos metodológicos e alguns resultados

CENSO AGROPECUÁRIO 2006: AGRICULTURA FAMILIAR E REFORMA AGRÁRIA. Aspectos metodológicos e alguns resultados CENSO AGROPECUÁRIO 2006: AGRICULTURA FAMILIAR E REFORMA AGRÁRIA Aspectos metodológicos e alguns resultados CAIO GALVÃO DE FRANÇA 21 de março de 2013 CODES-IPEA, Brasília - DF Censo 2006 Agricultura Familiar

Leia mais

Guarapari/ES SESC, 23 a 26 de Outubro de 2012

Guarapari/ES SESC, 23 a 26 de Outubro de 2012 Guarapari/ES SESC, 23 a 26 de Outubro de 2012 EPÍGRAFE ASPECTOS HISTÓRICOS E AMBIENTAIS: quando, onde e como? A história: Quando e onde tudo começou... DIFERENCIAL DA CABRUCA...... A PAISAGEM Região Cacaueira

Leia mais

SAF implantado em linhas e em média diversidade de arbustos e árvores.

SAF implantado em linhas e em média diversidade de arbustos e árvores. 74 Fotos: Milton Parron Padovan SAF implantado em linhas e em média diversidade de arbustos e árvores. SAF de base pecuária com árvores nativas implantadas em linhas. SAF com arranjo de espécies vegetais

Leia mais

Adriano Venturieri. Chefe Geral Embrapa Amazônia Oriental

Adriano Venturieri. Chefe Geral Embrapa Amazônia Oriental Adriano Venturieri Chefe Geral Embrapa Amazônia Oriental Brasília, 12 dezembro de 2014 Desafios e perspectivas para pesquisa em apoio ao desenvolvimento sustentável amazônico Sistema Embrapa de Inteligência

Leia mais

LAVOURA-PECUÁRIA: GANHO DE PRODUTIVIDADE COM SUSTENTABILIDADE

LAVOURA-PECUÁRIA: GANHO DE PRODUTIVIDADE COM SUSTENTABILIDADE ESPAÇO DE PRÁTICAS EM SUSTENTABILIDADE LAVOURA-PECUÁRIA: GANHO DE PRODUTIVIDADE COM SUSTENTABILIDADE Com adoção de modelo de produção integrado, a Fazenda Palmeira, em Sinop/MT, aumenta em 40% a produção

Leia mais

Prof. Clésio Farrapo

Prof. Clésio Farrapo Prof. Clésio Farrapo Podemos dividir a área agrícola em dois tipos de Iavoura: cultura permanente e cultura temporária. No primeiro caso, as culturas Ievam mais de um ano para produzir; podem ser retiradas

Leia mais

Gerência de Assessoramento Técnico ao Agronegócio Gerag SP

Gerência de Assessoramento Técnico ao Agronegócio Gerag SP Gerência de Assessoramento Técnico ao Agronegócio Gerag SP Diretoria de Agronegócios Gerag São Paulo Safra 2012/2013 Programa ABC Agricultura de Baixo Carbono ABC - Mitigar a Emissões de GEE pela Agropecuária

Leia mais

RELATÓRIO DIRETORIA DE DIFUSÃO AGROTECNOLÓGICA. Palmas- TO, 09 de junho de 2015.

RELATÓRIO DIRETORIA DE DIFUSÃO AGROTECNOLÓGICA. Palmas- TO, 09 de junho de 2015. RELATÓRIO DIRETORIA DE DIFUSÃO AGROTECNOLÓGICA Palmas- TO, 09 de junho de 2015. 1 PLANO ABC-TOCANTINS OBETIVO O Plano Estadual de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de

Leia mais

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS. Fabio Ramos

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS. Fabio Ramos INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS Fabio Ramos consultoria@agrosuisse.com.br www.agrosuisse.com.br AGROSUISSE Empresa de consultoria com 36 anos de experiência na execução de importantes trabalhos na área da agricultura

Leia mais

Pimenta-do-reino: Alta rentabilidade atrai produtores para a atividade

Pimenta-do-reino: Alta rentabilidade atrai produtores para a atividade Página 1 de 6 Florestas Grãos Hortifrúti Pimenta-do-reino: Alta rentabilidade atrai produtores para a atividade Este post foi publicado em Hortifrúti em 22 de agosto de 2014 Neste ano, um quilo de pimenta-do-reino

Leia mais

Organização da Aula. Recuperação de Áreas Degradas. Aula 2. Matas Ciliares: Nomenclatura e Conceito. Contextualização

Organização da Aula. Recuperação de Áreas Degradas. Aula 2. Matas Ciliares: Nomenclatura e Conceito. Contextualização Recuperação de Áreas Degradas Aula 2 Prof. Prof. Francisco W. von Hartenthal Organização da Aula Conceito, Importância e Recuperação da Mata Ciliar 1.Conceitos e funções da mata ciliar 2.Cenário de degradação

Leia mais

DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E AGRICULTURA FAMILIAR

DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E AGRICULTURA FAMILIAR UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA CURSO DE ZOOTECNIA DISCIPLINA SOCIOLOGIA E ÉTICA DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E AGRICULTURA FAMILIAR Prof. Antonio Lázaro Sant

Leia mais

Ensino Fundamental II

Ensino Fundamental II Ensino Fundamental II Valor: 2,0 Nota: Data: / /2017 Professora: Angela Disciplina: Geografia Nome: n o : Ano: 7º 1º bim Orientações: - Leia atentamente as questões propostas; - Realize-as com muita atenção

Leia mais

Palavra-chave: densidade de árvores, Eucalyptus urophylla, sistemas agroflorestais

Palavra-chave: densidade de árvores, Eucalyptus urophylla, sistemas agroflorestais INTERAÇÕES ENTRE ESPAÇAMENTO DE ÁRVORES DE EUCALIPTO, PRODUÇÃO DE SERRAPILHEIRA E NÍVEIS DE PH NO SOLO DE UM SISTEMA AGRISSILVIPASTORIL Igor Murilo Bumbieris Nogueira 1 ; Omar Daniel 2 ; Antônio Carlos

Leia mais

Agenda de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Cerrados

Agenda de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Cerrados Agenda de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Cerrados Definição A Agenda de P&D da Embrapa Cerrados é um documento de caráter estratégico, construído em consonância com o Sistema de Inteligência Estratégica

Leia mais

Aula Ao Vivo(18/04/2013) - Geografia Agrária do Brasil

Aula Ao Vivo(18/04/2013) - Geografia Agrária do Brasil Aula Ao Vivo(18/04/2013) - Geografia Agrária do Brasil IFCE 1 - O agronegócio, também conhecido por seu nome em inglês "agribusiness", cujas cadeias produtivas se baseiam na agricultura e na pecuária,

Leia mais

MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO NO CERRADO

MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO NO CERRADO EMENTA MANEJO DA FERTILIDADE DO SOLO NO CERRADO DISCIPLINA: Solos nos domínios morfoclimáticos do Cerrado EMENTA: Solos em ambientes de Cerrado. Sistema Brasileiro de Classificação do Solo. Caracterização

Leia mais

Características da Agricultura Familiar no Brasil (Censo 2006)

Características da Agricultura Familiar no Brasil (Censo 2006) Características da Agricultura Familiar no Brasil (Censo 2006) 84,4% de estabelecimentos rurais. 24,3% das terras, colaborando com 38% do VBP da produção e 3,42% do PIB. 87% produção de mandioca. 70% produção

Leia mais

POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO E APOIO AS EMPRESAS/INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS

POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO E APOIO AS EMPRESAS/INSTITUIÇÕES ASSOCIADAS www.cedagro.org.br O que é o CEDAGRO? O Centro de Desenvolvimento do Agronegócio - CEDAGRO, registrado em 27/10/2004, em Vitória/ES, é uma organização não governamental, sem fins econômicos, pessoa jurídica

Leia mais

NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO: Principais mudanças e implicações. Lei n , de 25 maio de Volume 2 Série Cartilhas ao Produtor

NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO: Principais mudanças e implicações. Lei n , de 25 maio de Volume 2 Série Cartilhas ao Produtor NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO: Principais mudanças e implicações Lei n 12.651, de 25 maio de 2012 Volume 2 Série Cartilhas ao Produtor 2015 Elaboração Maristela Machado Araujo, Prof a de Silvicultura

Leia mais