Flor das angiospermas

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1 REINO PLANTAE Os membros do reino das plantas se desenvolvem de embriões estruturas multicelulares envolvidas em tecido maternal. Além disso, devido a todas as plantas formarem embriões, elas são todas multicelulares. Fazem parte do reino Plantae: Divisão Hepaticophyta (hepáticas); Anthocerotophyta (Antóceros); Bryophyta (musgos); Psilotophyta (pteridófitas fósseis); Lycophyta (licófitos); Sphenophytera (cavalinhas); Pterophyta (samambaias); Pinophyta (GIMNOSPERMAS) e Magnoliophyta (ANGIOSPERMAS). Reconhece-se, há mais de um século, que as angiospermas ou plantas com flores formam um grupo natural, o qual consiste de dois subgrupos. Estes dois subgrupos têm sido usualmente denominados de dicotiledôneas e monocotiledôneas, ou Magnoliopsida e Liliopsida, respectivamente. Entre as gimnospermas, os representantes mais comuns e com interesse comercial são os pinheiros, da família Pinaceae. São plantas arbóreas, de grande porte e têm grande importância econômica, pois são fornecedoras de madeira, matéria-prima para a produção de papel, resina e outros produtos. A característica mais importante, a que diferencia gimnospermas das angiospermas, é o fato de as primeiras produzirem sementes nuas, sem a cobertura de um fruto. Isso porque as gimnospermas não possuem ovário, sendo os óvulos produzidos nas bordas, margens ou extremidade das folhas especializadas em sua produção. Nas angiospermas, o óvulo que é o precursor da semente - é produzido no interior do ovário. O óvulo, após a fecundação, evolui para a semente, e o ovário desenvolve-se no fruto. Assim, nas angiospermas, a semente é coberta pelo fruto, e nas gimnospermas, a semente é nua, sem a proteção das paredes do fruto. Há diversas características próprias de cada classe de Magnoliophyta, as monocotiledôneas e dicotiledôneas, que permitem a distinção de indivíduos pertencentes a cada uma, mas a mais importante é o número de cotilédones de suas sementes. As monocotiledôneas têm sementes com um cotilédone, enquanto as dicotiledôneas possuem sementes com dois cotilédones.

2 Flor das angiospermas O órgão no qual ocorre a reprodução sexual nas espermatófitas é a flor. Quanto a sua forma, a flor pode ser definida como um ramo curto, portador de folhas modificadas, umas férteis e outras estéreis. Esse conceito é aplicável tanto para as estruturas de reprodução sexual das angiospermas quanto para as gimnospermas, mesmo que haja consideráveis diferenças morfológicas entre as flores de uma e outra classe de plantas. Organização da flor de angiosperma Organização esquemática da flor Pendúculo - flor. é o ramo curto sobre o qual emergem as folhas modificadas estéreis e férteis da Receptáculo porção dilatada do extremo do pendúculo, onde se inserem os verticilos florais. Cálice - constituído por folhas modificadas estéreis chamadas sépalas. Corola - constituída por folhas modificadas estéreis chamadas pétalas. Androceu é a denominação dada ao conjunto de peças masculinas da flor, os estames. Gineceu é o conjunto de peças femininas da flor. Perianto - nome que se dá ao conjunto de cálice e corola. Estame folha modificada organizada em três partes: Filete- haste geralmente filamentosa, encimada pelas anteras;

3 antera porção dilatada, geralmente com duas tecas; conectivo tecido pouco ou muito desenvolvido que une as tecas da antera. Folha carpelar ou carpelo a folha carpelar toma a forma de uma garrafa, na qual se podem reconhecer três partes: estigma, estilete e ovário. No interior do ovário formam-se os óvulos. MORFOLOGIA DO ÓVULO DEFINIÇÃO: corpúsculo onde se forma o gameta feminino; após a fecundação, transformandose em semente. O óvulo formado no interior do ovário, amadurece após a fecundação, dando origem a semente. Assim, faz-se importante caracterizar os principais aspectos morfológicos do óvulo, para a correta interpretação das estruturas das sementes. Um óvulo completo, consiste nas seguintes partes: funículo cordão que liga o óvulo a placenta; Hilo inserção do funículo ao óvulo; Integumentos geralmente 2, o integumento externo e o integumento interno, os quais envolvem a nucela, deixando entre si uma abertura, a micrópila, a qual age geralmente como uma passagem para o tubo polínico; Nucela tecido sem vasos, cuja a base unida aos integumentos chama-se calaza. No seu interior, está o saco embrionário com: 6 células (1 oosfera, 2 sinérgidas e 3 antípodas) e dois núcleos, os núcleos polares, que geralmente fundem-se em um só. A oosfera é o gameta feminino, que, após a fecundação, vai formar o embrião da semente. Estrutura do óvulo

4 FECUNDAÇÃO Formação do tubo polínico o grão de pólen, retido no estigma por substâncias mucilaginosas aí existentes, germina, formando o tubo polínico. O núcleo vegetativo, que dá origem ao tubo polínico, fica localizado próximo a extremidade do tubo. O tubo polínico desce através do estilete floral, em direção ao ovário, atravessando o canal ou digerindo o tecido condutor do estilete. O núcleo germinativo do pólen dá origem, por divisão, a dois núcleos espermáticos. Há a penetração do tubo polínico no óvulo e desaparecimento do núcleo vegetativo. Dupla fecundação - os dois núcleos espermáticos penetram no saco embrionário; nas angiospermas ocorre uma dupla fecundação; um dos núcleos espermáticos funde-se com o núcleo da oosfera, formando o zigoto (diplóide) que dará origem ao embrião da semente. O outro núcleo espermático funde-se com os núcleos polares e de tal fecundação se originará o albume das sementes, que é um tecido de reserva.

5 ESTRUTURAS DE REPRODUÇÃO SEXUAL DAS GIMNOSPERMAS A morfologia das estruturas de reprodução sexual das gimnospermas apresenta maior diversidade do que a das flores das angiospermas, tendo em vista o menor número de representantes das gimnospermas em comparação com o elevado número de espécies de angiospermas. Não há estruturas de reprodução hermafroditas nas gimnospermas. As coníferas são plantas cujos aparelhos de reprodução encontram-se reunidos exclusivamente em cones ou estróbilos. Esse grupo de plantas gimnospermas engloba as espécies de maior importância agronômica e econômica, tais como a araucária e diversas espécies do gênero Pinus. REPRODUÇÃO SEXUAL DOS PINHEIROS Os microsporângios e os megasporângios nos pinheiros e na maioria das outras espécies de coníferas são formados em cones ou estróbilos, masculinos e femininos, que se encontram na mesma planta (plantas monóicas, portanto).

6 De maneira geral, os cones masculinos se desenvolvem nos ramos inferiores da planta, enquanto os femininos nascem nos ramos superiores ou, se nascerem no mesmo ramo, sempre posicionam-se na extremidade do mesmo. Tais posições evitam a autopolinização, favorecendo a polinização cruzada. microsporângios Esquema de um cone ou estróbilo feminino de pinheiro Esquema de um cone ou estróbilo masculino de pinheiro Morfologicamente, tanto os Microesporófilos como os megasporófilos são folhas com formato de escamas, produzindo microsporângios (anteras) e megasporângios (óvulo), respectivamente. Cada microsporófilo desenvolve, na superfície inferior e interna da escama, dois microsporângios, os quais são análogos aos microsporângios das angiospermas. No interior dos microsporângios, existem micromeiócitos (célula-mãe do grão de pólen) que por divisão reducional (meiose) darão início a formação do grão de pólen maduro. Em contraste com os cones masculinos, os femininos são estruturas mais complexas, tendo em vista a existência de dois tipos de folhas modificadas que formam os cones femininos. As mais externas são brácteas, e na axila de cada bráctea desenvolve-se a folha feminina fértil, o megasporófilo. Na superfície interna e inferior do megasporófilo são formados os megasporângios (óvulos).

7 FRUTO O fruto segundo a definição clássica é o ovário desenvolvido, após a fertilização dos óvulos, e que contém semente em seu interior. Há entretanto, exceções a essa regra geral. Por meio dessa definição, observa-se que o fruto é uma entidade botânica, não devendo ser confundido com o termo popular fruta, que é a designação comum aos frutos, falsos frutos e infrutescências comestíveis, mais ou menos adocicados. De acordo com o tipo de fruto, o desenvolvimento pode ser mais ou menos complexo, podendo ocorrer, ou não o crescimento e/ou a união (concrescimento) de outras partes da flor nas paredes do fruto. Função - é um protetor para a semente, ao mesmo tempo que assegura a propagação e continuação das espécies. Durante o seu amadurecimento, muitos frutos adquirem cores chamativas e aromas agradáveis ou tornam-se suculentos, e seu sabor é apreciado por animais que ao se alimentarem deles despejam sua semente a maior ou menor distância (dispersão de semente). Partes que constituem um fruto Epicarpo camada mais externa. Mesocarpo camada intermediária. Endocarpo camada mais interna. P E R I C A R P O Nas gimnospermas como os óvulos não estão encerrados em um ovário, sendo produzidos em megasporófilos (escamas), os quais não se dobram sobre si mesmos, não há produção de frutos, no sentido estrito da palavra.

8 Classificação dos frutos Existem, na literatura, diversos maneiras de classificar os vários tipos de frutos existentes. Na maturidade, os frutos podem apresentar pericarpo mais ou menos seco, com pequeno ou quase nenhum conteúdo de a água, ou serem sucosos, de consistência carnosa, constituído por tecido macio e rico em água. Além disso, os frutos, quando maduros, podem abrir-se para liberar as sementes do seu interior, ou permanecerem fechados. Com relação ao conteúdo de água do pericarpo de frutos maduros, convencionou-se dividi-los em dois grandes grupos: Frutos secos ou que apresentam na maturidade, o pericarpo com baixo conteúdo de água, membranoso ou coreáceo, de aspecto ressecado. Frutos carnosos ou os que apresentam todas ou algumas das camadas do pericarpo aquosas. Tanto os frutos secos como os carnosos, na maturidade, podem abrir-se, ou permanecerem fechados. Segundo a deiscência (dehiscere, abri-se), classificam-se os frutos em: Deiscentes os que se abrem na maturidade. Indeiscentes os que não se abrem naturalmente, mesmo quando completamente maduros. SEMENTES A semente (do latim seminilla, diminutivo de semen, esperma) é o órgão responsável pela dispersão e perpetuação das espermatófitas, as plantas que as produzem. As espermatófitas, as angiospermas e gimnospermas diferem basicamente pelo fato de as plantas do primeiro grupo produzirem sementes como resultado de uma dupla fecundação, enquanto as sementes das gimnospermas são o produto de uma fecundação simples. O termo semente é utilizado para designar um óvulo maduro, possuindo um embrião em algum estágio de desenvolvimento, material de reserva alimentar (raramente ausente) e um

9 envoltório protetor, o tegumento. Freqüentemente, o termo semente é mal empregado: algumas unidades de dispersão, tais como certos frutos secos, são incorretamente denominadas sementes. Nesses casos, o correto é referir-se a tais unidades como diásporos, que consiste de sementes e dos complexos orgânicos que as acompanham, e que a planta separa de si para a propagação. As funções das sementes relacionam-se com a dispersão e a sobrevivência de plantas sob condições desfavoráveis, tais como extremos de temperatura (até certo limite) e de seca. Em muitas espécies, as sementes retêm sua vitalidade por muitos anos, sendo muito resistentes a condições extremas de dessecação e temperatura. Muitas sementes apresentam, também, estruturas adaptadas para uma ampla disseminação natural. Sementes de espécies diferentes variam muito quanto a forma, tamanho, cor, características internas e externas, quantidade e natureza dos tecidos de reserva alimentar. Tais diferenças são, em grande parte, relacionadas com a maneira de dispersão e germinação, particulares a cada espécie. Há, entretanto, algumas características que são comuns às sementes dos grandes grupos de plantas. DEFINIÇÃO: é o óvulo desenvolvido após a fecundação, contendo o embrião, com ou sem reservas nutritivas, protegido pelo tegumento. Tegumento ou casca testa tégmen ou tegma CONSTITUIÇÃO DA SEMENTE Amêndoa embrião radícula; caulículo; gêmula; cotilédones. Reservas: albume ou endosperma ou perisperma.

10 FORMAÇÃO DO EMBRIÃO: DESENVOLVIMENTO DA SEMENTE. O zigoto diplóide (proveniente da fusão do microgameta com a oosfera) divide-se em duas células. A mais externa, encostada a micrópila, por divisões sucessivas, forma um cordão, o suspensor, ligado por um lado ao saco embrionário e, por onde recebe substâncias nutritivas. A mais interna, concomitantemente, por divisões sucessivas, forma o embrião, que é a futura planta. FORMAÇÃO DE RESERVAS: Ao mesmo tempo que os fenômenos acima se verificam, o núcleo triplóide, por divisões sucessivas, formará um tecido de reserva, o albume. FORMAÇÃO DO TEGUMENTO: Os integumentos dos óvulos, geralmente vão originar o tegumento que é o revestimento protetor da semente. Esquema:

11 TEGUMENTOS TIPOS DE SEMENTES QUANTO AO NÚMERO DE TEGUMENTOS Bitegumentadas constituídas de testa (externo) e tegma (interno), ex: angiospermas. Unitegumentadas constituídas de um tegumento, ex: em gimnospermas. Ategumentadas sem tegumento, estando a amêndoa protegida diretamente pelo pericarpo do fruto. RESERVAS DA SEMENTE albume ou endosperma secundário É posterior a fecundação. Pode ocorrer na semente ou desaparecer durante a formação do embrião. TIPOS DE RESERVA perisperma Tecido originado pela parte da nucela, persistente, durante a formação do albume. O perisperma pode ser a única reserva da semente, ou ocorre juntamente com o albume. endosperma ou e. primário Tecido haplóide. É anterior a fecundação. Ex: gimnospermas. EMBRIÃO radícula raiz rudimentar; PARTES CONSTITUINTES gêmula ou plúmula é o cone vegetativo apical, com os primórdios das primeiras folhas propriamente ditas; cotilédone (s) é a primeira ou são as primeiras folhas; caulículo é a porção caulinar do embrião.

12 Micrópila é uma pequena abertura, deixada como cicatriz da micrópila do óvulo, que pode ser ou não perceptível. Hilo é uma cicatriz deixada pela separação do óvulo do local onde o mesmo se unia a placenta, o funículo. O hilo tem forma constante para cada espécie, mas varia entre elas quanto ao tamanho e quanto a forma. Rafe é uma saliência, resultado de uma cicatriz do feixe vascular que atravessa o funículo e chega a calaza. Calaza é a base da nucela do óvulo. Em certas sementes, a calaza subsiste na forma de uma saliência ou mancha escura no tegumento, que se encontra a curta distância do hilo, unida a ela pela rafe, do lado oposto a micrópila.

13 DISSEMINAÇÃO DAS SEMENTES E FRUTOS Definição - processo pelo qual as sementes ou os frutos são dispersos, isto é, são transportados ou lançados a uma maior ou menor distância da planta que as originou. Muitas sementes e frutos têm dispositivos morfológicos (tais como pêlos e espinhos) que, juntamente com fatores externos (como, por exemplo, o corpo dos animais), concorrem para que aqueles órgãos sejam dispersados. TIPOS DE DISSEMINAÇÃO ANTROPOCÓRICA Definição - quando é feita pelo homem, acidental ou espontaneamente. ZOOCÓRICA Definição - quando é feita com auxílio dos animais. Caracteres frutos e sementes com pêlos e espinhos que aderem ao corpo dos animais. Outras vezes, são ingeridas por aves, macacos ou outros animais, sendo as sementes disseminadas junto com as fezes. ANEMOCÓRICA Definição: feita com auxílio do vento. Caracteres sementes e frutos minúsculos, ex: sementes de orquídeas. Outras podem ter expansões aliformes ou pêlos com aspecto de pára-quedas: paineira. HIDROCÓRICA Definição: feita com o auxílio da água. Caracteres: sementes e frutos leves com cutícula impermeável, ex: coco. É comum apresentarem aparelhos flutuadores especiais, tais como tecido esponjoso ou sacos aeríferos. BOLOCÓRICA Definição: feita pelo próprio vegetal. Caracteres: frutos que se abrem com grande pressão, lançando as sementes a distância. GEOCÁRPICA Definição: quando os pedúnculos, após a fecundação, enterram no solo os próprios frutos, onde amadurecem, ex: amendoim.