Angiospermas. Plantas vasculares com Semente e... Flores

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1 Angiospermas Plantas vasculares com Semente e... As angiospermas compreendem o maior e mais diverso grupo de vegetais existentes no nosso planeta, estando presente em praticamente todos os ecossistemas conhecidos. São, portanto, nesse ponto de vista, o grupo que apresenta a maior variedade de adaptações tais que lhes garantiram tamanha vantagem evolutiva. Dentre elas, são notáveis as flores e os frutos, mas nesse capitulo e partir dele, iremos abordar diversas outras características vegetais tendo como base de estudo as angiospermas! Flores As flores são ramos diferenciados que portam esporofilos. Foi dai que surgiu o nome angiospermas: angio, vaso, recipiente e sperma, que significa semente. A palavra vaso faz alusão ao carpelo, um megafilo especializado que faz parte do gineceu, o gametófito feminino. As flores podem estar sozinhas num ramo ou agrupadas. Quando sozinhas, dizemos que são ligadas por uma haste chamada pedicelo. Quando agrupadas, recebem o nome de inflorescência e estão ligadas em um pedúnculo. No ápice dessa haste existe um receptáculo, uma estrutura na qual se inserem as partes de uma flor. Normalmente as flores apresentam dois tipos de apêndices estéreis: as sépalas, e as pétalas, fixadas no receptáculo abaixo das partes florais férteis: os estames e os carpelos. Os estames são microesporofilos, e em conjunto recebem o nome de Androceu (a casa do homem). Cada estame é formado por uma haste chamada filete e uma antera, bilobada, que possui quatro microsporangios (ou sacos polínicos). Os carpelos, quando agrupados chamamos de Gineceu (Casa da Mulher) são megasporofilos, e podem ser únicos ou vários dobrados e soldados entre si. Os carpelos também podem ser chamados de pistilos, e são divididos em uma parte

2 inferior mais robusta chamada ovário, um pescoço fino chamado estilete e uma abertura que recebe o pólen, denominada estigma. Estudaremos os ovários mais adiante durante a explicação de frutos. Ao conjunto de pétalas chamamos corola, e ao conjunto de sépalas denominamos cálice. Cálice e corola, juntos, formam o perianto e possui, normalmente, estrutura foliácea. As flores podem ser monoicas ou dioicas. Se monoicas, possuem o Androceu e o Gineceu na mesma estrutura floral. Se dioicas, possuem flores contendo Androceu, e flores contendo gineceu. Esquema de uma flor e suas partes

3 Ciclo de Vida Antes de falar dos frutos e sementes, para um melhor entendimento do processo de formação dessas estrutura, será necessário um passeio pelos complexos caminhos de formação dos esporos, desenvolvimento dos gametas, polinização e fecundação. O gametófito, em angiospermas, tem o tamanho extremamente reduzido, menor do que em qualquer outra planta heterosporada. O microgametofito, quando maduro, consiste em apenas três células, enquanto o megagametofito maduro passa toda sua existência retido nos tecidos do esporofilo, e consiste, apenas, de no máximo sete células. Os anterídios e os arquegônios não existem em angiospermas! Micrósporos e microgametófito O processo de formação dos micrósporos dentro dos microsporangios é chamado de microsporogênese e ocorre dentro das anteras. O micrósporo, por sua vez, ira se desenvolver em um microgametifito ou grão de pólen a partir de um processo chamado microgametogênese. A microsporogênese se inicia dentro da antera, que é formada por uma massa indiferenciada de células. No interior dessa massa de células, algumas células se diferenciam em células férteis, ou esporógenas, que ficam rodeadas por uma camada de células estéreis. Essas células estéreis irão se diferenciar na parede do saco polínico e em células nutritivas que irão fornecer energia para os micrósporos em desenvolvimento. Essas células nutritivas formam a parede mais interna do saco polínico, denominada tapete, que circunda diretamente o agrupamento de células esporógenas. As células Esporógenas, então, se desenvolvem em microsporocitos diploides, que sofrem meiose e originam quatro micrósporos haploides. A microgametogênese se inicia quando o micrósporo vai se desprender da antera. Nesse momento, o micrósporo sofre mitose e gera duas células: uma célula do tubo, e uma célula geradora.

4 Um corte transversal de uma antera. Podemos ver os quatro sacos polínicos contendo microsporocitos ao centro, circundados por uma parede de células maiores, de coloração branca: as células do tapete. A coloração branca se da porque o marcador utilizado para corar as células não cora amido, a substancia de reserva nutritiva do vegetal. Isso comprova a função nutritiva das células do tapete.

5 Grão de pólen ou microgametófito. Podemos notar as duas células que o formam. Megásporos e Megagametofito Os processos que ocorrem na parte feminina da planta são bem mais complexos que os processos envolvendo a parte masculina. Chamamos de megasporogenese a formação de um megásporo no interior do núcleo do ovulo (o megasporangio). Megagametogenese é o desenvolvimento do megásporo em um megagametofito (saco embrionário). Durante a megasporogenese, o ovulo, que contem um núcleo, desenvolve um tegumento que lhe envolve quase completamente, deixando apenas uma

6 abertura: a micrópila. O núcleo então se desenvolve em um único megaesporocito, que sofrera meiose originando quatro megásporos haploides. Durante a Megagametogenese, dos quatro megásporos originados, três se desintegram e o mais distante da micrópila, ou seja, o mais oposto se desenvolve no megagametofito a partir de sucessivas mitoses que irão originar um saco embrionário complexo com oito células: Quatro dispostas próximas à região da micrópila, e quatro na região oposta. Um núcleo de cada grupo migra para a região central e recebem o nome de núcleos polares, formando uma única célula binucleada. As três células restantes da região micrópilar ficam organizadas, formando uma oosfera (gameta feminino) acompanhada por duas sinérgides. E as três células da região oposta à micrópila passam a se chamar antípodas. Na próxima aula, iremos nos aprofundar na polinização e fecundação, com a formação da semente e do fruto! Thafarel Pitton- Professor de Ecologia e Botânica no Cursinho Metamorfose, UNESP- SÃO JOSE DO RIO PRETO

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