Angiospermas. Da polinização a germinação de um novo esporófito

Transcrição

1 Angiospermas Da polinização a germinação de um novo esporófito Introdução Na ultima aula evidenciamos os mecanismos de divisão celular que resultaram no desenvolvimento de um microsporocitos e um megaesporocito, ambos diploides, em gametófitos haploides, capazes de serem fecundados e formarem um zigoto. Nessa aula, veremos mais detalhadamente o processo de polinização, fecundação da oosfera, formação das sementes e dos frutos. Boa aula. Polinização A polinização ocorre quando o gametófito masculino esta maduro. Nesta fase, após as células esporógenas darem origem aos microsporocitos e estes sofrerem meiose, irão se originar micrósporos haploides com duas células: uma célula do tubo, e uma célula geradora. Nesse estagio, o saco polínico se rompe, e os micrósporos são liberados no ambiente para alcançar o gametófito feminino em outra flor. Existem vários tipos de polinização, caracterizadas pela forma com que esse esporo é transportado de uma flor para outra: 1) Anemofilia: polinização através do vento 2) Entomifilia: polinização através de insetos 3) Ornitofilia: polinização através de aves 4) Hidrofilia: polinização através da agua 5) Quiropterofilia: polinização por morcegos 6) Artificial: polinização feita pelo homem de forma intencional Um exemplo de planta que depende da agua para a polinização

2 Abelha coberta por grãos de pólen, um exemplo de entomofilia. Um beija-flor se alimentando do néctar de uma flor acaba atuando como agente polinizador da planta. Um exemplo de ornitofilia. Dente-de-leão, um exemplo de Anemofilia.

3 Um exemplo de quiropterofilia. Polinização artificial Fecundação e formação da semente Uma vez no ambiente, o micrósporo ira encontrar outra flor e se instalar na superfície do estigma do gineceu. Nesse momento, a célula do tubo polínico se desenvolve gerando o tubo que ira se desenvolver ate a abertura micropilar do megagametofito, e a célula geradora sofre mitose gerando duas novas células que recebem o nome de núcleos espermáticos. Nesse ponto, o micrósporo passa a ser considerado o microgametófito. (Apesar de alguns autores considerarem o micrósporo um microgametófito no momento em que ele se desprende da antera.). Nesse momento, o megagametofito já possui os oito núcleos em sete células, com a oosfera entre as sinérgides próximas a micrópila, os dois núcleos polares no centro, e as antípodas na extremidade oposta. O tubo polínico então adentra pela região micropilar e se instala em uma das sinérgides, que degenera. Os dois núcleos espermáticos então descem pelo tubo e fecundam, respectivamente, a oosfera e a célula central binucleada (os dois núcleos polares). Chamamos esse processo de dupla fecundação.

4 A oosfera fecundada ira originar o zigoto que se desenvolvera em um embrião. A célula com os dois núcleos polares ira, junto com um núcleo espermático, formar o endosperma primário, triploide (3n) que se desenvolvera no endosperma da semente, cuja função é nutrir o embrião. A sinérgide e as antípodas restantes se degeneram. A partir dai, o tegumento que envolvia o megagametofito se desenvolve na testa da semente, preenchida pelo endosperma que reveste o embrião na porção central. Lembrando que todo esse processo ocorre dentro do ovário, cujas paredes se desenvolverão em três camadas, o epicarpo, o mesocarpo e o endocarpo, dando origem ao fruto. Tipos de fruto Quando originado do ovário de uma flor, dizemos que o fruto é simples e representa exatamente o que temos estudado ate aqui. Eles podem ser do tipo baga, quando apresentam mais de uma semente, ou do tipo drupa, quando apresentam apenas uma semente. Entretanto, nem sempre apenas o ovário se desenvolve em um fruto, e algumas variações são possíveis.

5 Nesses casos, quando outras partes florais se desenvolvem em frutos, damos-lhes o nome de pseudofrutos, que podem ser simples ou compostos. Quando o receptáculo floral de uma única flor, que contem vários ovários, se desenvolve num fruto, temos então um pseudofruto composto. Um exemplo de pseudofruto composto é o morango. Quando um receptáculo floral contendo um único ovário se desenvolve, temos um pseudofruto simples. Ex: caju. Quando uma inflorescência inteira (ou seja, varias flores em um pedúnculo) se desenvolve em um fruto, temos o que chamamos de infrutescência. Um exemplo de infrutescência é o abacaxi. Segue uma lista com alguns tipos de frutos simples. a) Simples tipo baga Tomate, uva, laranja, abobora, melancia. b) Simples tipo drupa Ameixa, azeitona, pêssego. *Os frutos simples podem, ainda, ser classificados como secos ou lenhosos. Secos quando apresentam endocarpo pouco desenvolvido, como o caso das vagens. Lenhosos são os frutos com endocarpo bem desenvolvido, caso da manga, melancia, etc. Mono e dicotiledôneas As angiospermas são divididas em dois grandes grupos. As monocotiledôneas e as dicotiledôneas. Como o próprio nome já diz, a diferença básica entre elas esta no numero de uma estrutura chamada cotilédone, que são pequenas folhas modificadas responsáveis pela nutrição do embrião durante a germinação e parte do desenvolvimento inicial. As monocotiledôneas apresentam, então, apenas um cotilédone, enquanto as dicotiledôneas apresentam dois cotilédones. Outras diferenças são de extrema importância entre elas:

6 *As estruturas citadas na tabela serão explicadas em aula e em aulas futuras. Thafarel Pitton- Professor de Ecologia e Botânica no Cursinho Metamorfose, UNESP- SÃO JOSE DO RIO PRETO thafarelpitton@gmail.com