Por que aleatorizar? Cecilia Machado FGV-EPGE Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab.

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1 Por que aleatorizar? Cecilia Machado FGV-EPGE Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab

2 Contexto do curso 1 - Monitoramento e Avaliação 2 Avaliação de programas 3 - Avaliação de impacto 4 - Avaliação Aleatória A avaliação de impacto tem como objetivo atribuir causalidade. Ou seja: busca medir os efeitos de um programa. Veremos que o método experimental (aleatório) é um método transparente e muito confiável para conseguir fazer isso.

3 I O problema de seleção e a formação de grupos de controle

4 Relações causais Alguns exemplos de perguntas causais podem ser: 1. Qual é o efeito do crédito sobre a produtividade de uma empresa? 2. Qual é o efeito de mulheres eleitas para cargos de voto popular sobre o investimento público e a percepção de mulheres como líderes? 3. Qual é o efeito de fornecer informação aos consumidores sobre suas decisões de compra? 4. Qual é o efeito do encarceramento sobre a reincidência criminal? 4

5 Relações causais Responder estas perguntas não é fácil, mesmo quando identificados: (a) qual é exatamente o tratamento, e (b) quais são as variáveis que vão medir o resultado. Por exemplo, para medir o efeito de mulheres eleitas sobre o investimento público e a percepção de mulheres como líderes, se compararmos lugares com mulheres eleitas e não eleitas podemos estar comparando maçãs com laranjas. Por quê? Talvez o que possibilitou a eleição foi uma percepção prévia diferente, ou níveis de educação ou de renda diferentes da população, que também afetam as percepções e o investimento público. 5

6 Relações causais Problema de seleção: as pessoas que tomam uma decisão (ex: ir à escola ou solicitar um empréstimo) são em geral diferentes das pessoas que não tomam a decisão. Por exemplo: Que variáveis podem levar algumas pessoas a solicitarem um empréstimo? Apertos econômicos? Portanto, se não formos cuidadosos podemos concluir que o empréstimo prejudica as empresas Melhor expectativa para o futuro? Portanto superestimaremos o efeito Outro exemplo: se inocentemente compararmos pessoas que são encarceradas com outras que não, o que poderemos concluir? 6

7 Impacto O problema da avaliação de impacto: Avaliação típica: Como a vida dos beneficiários mudou depois do começo do programa? Avaliação com grupo de controle: Como a vida dos beneficiários mudou por causa do programa? 7 Recebe benefícios do programa GRUPO DE TRATAMENTO Não recebe benefícios GRUPO CONTROLE

8 Impacto Para medir impacto precisamos saber: O que aconteceu com o programa e - O que teria acontecido sem o programa (contrafatual) =IMPACTO do programa Mantendo todo o resto constante (ou seja, lugares com a mesma percepção das mulheres, empresas idênticas com e sem empréstimo, etc.) Sem o contrafatual não temos nada com o que comparar os resultados! 8

9 Resultado primário Impacto: cenário nº1 Intervenção Impacto Tempo

10 Resultado primário Impacto: cenário nº2 Intervenção Impacto Tempo

11 Resultado primário Impacto: cenário nº3 Intervenção Impacto Tempo

12 Contrafactual Problema: O contrafactual não pode ser observado Ou seja: não podemos observar a mesma pessoa com ou sem o tratamento. Solução: Repetir ou construir o contrafactual Isto é o que faz um grupo de controle : imitar o que teria acontecido com as pessoas que receberam o tratamento, se não o tivessem recebido. Ou seja, são seus clones em um mundo sem tratamento.

13 Como construir o contrafactual O contrafactual costuma ser construído com a ajuda de um grupo não afetado pela intervenção (grupo de controle ou grupo de comparação) A maneira em que este grupo é selecionado é uma decisão importante para o desenho de qualquer avaliação de impacto A ideia é escolher um grupo que seja exatamente igual ao grupo de participantes, menos em uma coisa: sua exposição ao programa que está sendo avaliado. Por quê?

14 Métodos de avaliação de impacto 1. Avaliações experimentais ou com grupo de controle aleatório (muito confiáveis) 2. Métodos não experimentais ou quase experimentais a) Antes e depois b) Diferença simples em um mesmo momento no tempo c) Diferenças em diferenças (combinam (a) e (b)) d) Pareamento estatístico e) Variáveis instrumentais f) Regressão Descontínua 14

15 Métodos não experimentais Todos estes métodos tentam fazer a mesma coisa: 1. Estimar o que teria acontecido sem o programa através da criação de um grupo de controle. 2. Estimar a diferença entre o grupo de controle e o grupo de tratamento. 3. A principal diferença entre eles é como estimam o contrafactual e para quais subpopulações, isto é, quem é o grupo de controle. 15

16 Métodos não experimentais Para definir o grupo de controle os métodos não experimentais fazem suposições, e pior ainda: suposições que não podem ser verificadas! Por exemplo: Por quê? a) Antes e depois, mesmos indivíduos Grupo de controle: os tratados antes de receber o tratamento Suposição: que sem o tratamento teriam ficado como antes Ameaça: que existam tendências, por exemplo que o machismo vá diminuindo com o tempo. b) Diferença simples depois do programa Grupo de controle: aqueles sem tratamento, (ex.: empresas sem empréstimo) Suposição: que as empresas sem empréstimo são iguais às empresas com empréstimo. 16

17 Métodos não experimentais c) Pareamento: Grupo de controle: aqueles com características observáveis iguais Suposição: que observamos todas as características que possam afetar o resultado d) Variáveis instrumentais: Idéia: usar uma variável que afete a probabilidade de receber tratamento, mas não diretamente o resultado. Por exemplo: que alguns tenham recebido convite e outros não. Grupo de controle: aqueles que não receberam o convite. Suposição: que o convite não foi mandado com base no resultado esperado (ex.: aos melhores estudantes) 17

18 Métodos não experimentais Na medida que a suposição de identificação não é válida, a nossa estimativa do efeito do programa também não será: haverá um viés Como raramente sabemos o quão ruim é a suposição quantitativamente, também não sabemos o tamanho do viés (embora existam métodos para tentar medi-lo). Y Y T i C i o que o que aconteceria aconteceria a a i i com T sem T T C Ri E[ Yi Yi ] ideal R T E[ Y T] E[ Y C C] possível 18

19 Métodos não experimentais Somando e diminuindo E[ Y C T] i R T C C C E[ Y Y T] E[ Y T] E[ Y C] Efeito do tratamento Viés C C Randomização E[ Y T] E[ Y C] 19

20 II O que é uma avaliação aleatória?

21 O que é uma avaliação aleatória? Começamos com um exemplo simples: Pegamos uma amostra de candidatos para o programa Aleatoriamente são designados para: Grupo de tratamento o tratamento é oferecido Grupo de controle não é permitido receber o tratamento (durante o período de avaliação) 21

22 Principal vantagem de experimentos Já que os membros dos grupos (tratamento e controle) não diferem sistematicamente, e a única diferença por construção é que alguns receberam o tratamento e outros não, qualquer diferença que surja posteriormente, entre eles, poderá ser atribuída ao programa e não a outros fatores. C C Randomização E[ Y T] E[ Y C] 22

23 Vantagens da aleatorização Suposições que não podem ser verificadas não devem ser feitas. A aleatorização faz com que os grupos sejam comparáveis em variáveis observáveis, mas também naquelas que não observamos! Se concebidos e implementados corretamente, os experimentos aleatórios são o método mais confiável para estimar o impacto de um programa. 23

24 Passos principais para realizar um experimento 1. Desenhar o estudo cuidadosamente (subpopulação) 2. Alocar aleatoriamente para tratamento ou controle. Recolher dados da linha de base (não é estritamente necessário porém muito recomendável) Verificação equilíbrio, tamanho da amostra, interações. 4. Verificar que a aleatorização gerou grupos similares 5. Monitorar o processo para garantir a integridade do experimento (que não apliquem o programa aos de controle mas sim aos de tratamento) 24

25 Passos principais para realizar um experimento 6. Recolher dados pós-intervenção para o grupo de tratamento e também para o grupo de controle 7. Estimar os impactos do programa, comparando a média dos resultados do grupo de tratamento com a média dos resultados do grupo de controle 8. Determinar se os impactos são estatisticamente significativos e praticamente significativos 25

26 Passos principais para realizar um experimento 2. INTERVENÇÃO 1. Linha de base 2. DIVISÃO aleatória 4. Medição final 3. STATUS QUO PÚBLICO-ALVO 26

27 A medição é o fator-chave Uma coisa é ter grupos comparáveis, para o qual a aleatorização é nossa melhor aliada e outra coisa é poder medir com precisão os resultados. A precisão dependerá do instrumento usado para medir (enquete, informação administrativa, etc.), do tamanho da amostra, e outras coisas que veremos depois. Há variáveis difíceis de medir: ex.: percepção das mulheres líderes sobre suas próprias capacidades. Como vocês fariam? as pessoas tendem a dizer o que você quer ouvir. Sejam criativos: ex.: opinar sobre o mesmo discurso feito por homens/mulheres 27

28 III Há diferenças na prática entre aleatorizar ou não? Sim, muita!

29 Exemplo Balsakhi: antecedentes Implementado por Pratham, uma ONG na Índia O programa proporcionou tutores (Balsakhis) para ajudar crianças com dificuldades na escola O programa de Balsakhi foi implementado em escolas primárias públicas em Os professores destas escolas decidiram que as crianças (as mais atrasadas) se educariam com os Balsakhi 29

30 Case 2: Remedial Education in India Exemplo nº1: o programa de Balsakhi

31 Balsakhi: Indicadores de Resultados Variável resultado: As crianças fazem testes de linguagem e matemática no começo do ano escolar (pré-teste) e no final do ano (pós-teste ) PERGUNTA: Como determinamos o impacto do programa?

32 Métodos para estimar impacto Exploremos diferentes formas de calcular os impactos utilizando os dados das escolas que obtiveram um balsakhi 1. Pré Pós (Antes vs. depois) 2. Diferença simples 3. Diferenças em Diferenças 4. Outros métodos não experimentais 5. Experimento Aleatório

33 1. Pré-pós (Antes vs. depois) Estratégia Comparar as notas médias das crianças educadas pelos balsakhi Antes do balsakhi (2002) vs. Depois do balsakhi (2004)

34 1. Pré-pós (Antes vs. depois) Nota média pós-teste para crianças com um balsakhi Nota média pré-teste para as crianças com um balsakhi 51,22 24,80 Diferença 26,42 PERGUNTA: Sob que condições esta diferença (26,42) pode ser considerada como o impacto do programa Balsakhi?

35 O que teria acontecido sem o balsakhi? Método 1: Antes vs. depois Impacto = pontos? ,42 pontos

36 2 Diferença simples Compare a nota média de com a nota média de Crianças que receberam o balsakhi Crianças que não receberam o balsakhi

37 2 Diferença simples Nota média para as crianças com um balsakhi Nota média para as cranças sem um balsakhi 51,22 56,27 Diferença -5,05 PERGUNTA: Sob que condições esta diferença (-5,05) pode ser considerada como o impacto do programa Balsakhi?

38 O que teria acontecido sem o balsakhi? Método 2: Comparação simples Impacto = pontos? ,05 pontos

39 3 Diferenças em Diferenças Compare a mudança na nota média de Com a mudança na nota média de Crianças que receberam o balsakhi Crianças que não receberam o balsakhi

40 3 Diferenças em Diferenças Pré-teste Pós-teste Diferença Nota média para as crianças com um balsakhi Nota média para as cranças sem um balsakhi

41 3 Diferenças em Diferenças Pré-teste Pós-teste Diferença Nota média para as crianças com um balsakhi Nota média para as cranças sem um balsakhi

42 3 Diferenças em Diferenças Pré-teste Pós-teste Diferença Nota média para as crianças com um balsakhi Nota média para as cranças sem um balsakhi Diferença 6.82 PERGUNTA: Sob que condições esta diferença (6.82) pode ser considerada como o impacto do programa Balsakhi?

43 4 Experimento Aleatório Suponha que avaliamos o programa de Balsakhi usando um experimento aleatório PERGUNTA nº1: O que isso implica? Como o fazemos? PREGUNTA nº2: Qual seria a vantagem de utilizar este método para avaliar o impacto do programa Balsakhi? Source: 43

44 Impacto do Programa Balsakhi Método Impacto Estimado (1) Pré-pós 26.42* (2) Diferença simples -5.05* (3) Diferenças em diferenças 6.82* (4) Regressão 1.92 *: Estatísticamente significativo ao nível de 5%

45 Impacto do Programa Balsakhi Método Impacto Estimado (1) Pré-pós 26.42* (2) Diferença simples -5.05* (3) Diferenças em diferenças 6.82* (4) Regressão 1.92 (5) Experimento Aleatório 5.87* *: Estatísticamente significativo ao nível de 5%

46 Impacto do Programa Balsakhi Método Impacto Estimado (1) Pré-pós 26.42* (2) Diferença simples -5.05* (3) Diferenças em diferenças 6.82* (4) Regressão 1.92 (5) Experimento Aleatório 5.87* *: Estatísticamente significativo ao nível de 5% Conclusão: O método usado importa!

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