Tribunal de Recurso CÂMARA DE CONTAS. Proc. n.º 6/2014/AUDIT-C/CC. Vol. I RELATÓRIO DE AUDITORIA N.º 1/2015

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1 Tribunal de Recurso Proc. n.º 6/2014/AUDIT-C/CC Vol. I RELATÓRIO DE AUDITORIA N.º 1/2015 AUDITORIA AO PROGRAMA DOS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO DO FUNDO DAS INFRAESTRUTURAS ANOS DE 2011 A 2014

2 ÍNDICE Índice de figuras, quadros e tabelas... 3 Relação de siglas e abreviaturas INTRODUÇÃO NATUREZA E ÂMBITO FUNDAMENTO, METODOLOGIA E AMOSTRA OBJECTIVOS DA AUDITORIA COLABORAÇÃO DOS SERVIÇOS EXERCÍCIO DO CONTRADITÓRIO OBSERVAÇÕES DE AUDITORIA BREVE CARACTERIZAÇÃO DO FUNDO DAS INFRAESTRUTURAS ENQUADRAMENTO LEGAL ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO PROGRAMA DOS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO CARACTERIZAÇÃO GERAL QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS REGRAS DO APROVISIONAMENTO E DOS CONTRATOS PÚBLICOS Concurso Público Internacional Contrato Inicial Contratos Adicionais Prestação de Garantia pelo Adiantamento de 10% do Valor do Contrato ANÁLISE GLOBAL DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL EXECUÇÃO FÍSICA DO CONTRATO Habitação Comunitária Estradas e Drenagem Instalações Públicas Água e Saneamento EXECUÇÃO FINANCEIRA Habitação Comunitária Estradas e Drenagem Instalações Públicas Água e Saneamento REVISÃO DO CONTRATO, BILL OF QUANTITIES E PEÇAS DESENHADAS EXISTÊNCIA DE SOBREPREÇO NAS INSTALAÇÕES PÚBLICAS Preços Contratuais Trabalhos de Construção Fórmula de Cálculo dos Preços Unitários Preços Contratuais de Materiais de Construção Vs Preços de Mercado Preços Contratuais do Mobiliário Vs Preços de Mercado Quantidades de Trabalhos Previstos nos BoQ Erros nas Quantidades de Trabalhos Trabalhos Considerados em Duplicado no BoQ Análise dos Coeficientes de Mão-de-Obra nos Preços Unitários dos Trabalhos RESULTADOS DAS VERIFICAÇÕES FÍSICAS Considerações Prévias Habitação Comunitária Construção de Habitações sem a Aplicação de Ferros Laterais de Reforço Estrutural Danos Resultantes da Fraca Resistência das Habitações e de Deficiências de Construção Construção de Habitações em Desconformidade com o Contrato em Wesoro Pagamento de Painéis Solares Inexistentes em Mehara Estradas e Drenagem Clearing and Grubbing e Sub Grade Preparation Subbase Course

3 Instalações Públicas Desconformidades entre os Pagamentos Realizados e as Obras Executadas Alterações aos Projecto das Capelas Não Reflectidas no Preço Pago Água e Saneamento PAGAMENTOS ILEGAIS E INDEVIDOS NO ÂMBITO DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES E CONCLUSÕES DA AUDITORIA RECOMENDAÇÕES DECISÃO MAPA DE EVENTUAIS INFRACÇÕES FINANCEIRAS / APURAMENTO DE RESPONSABILIDADES FICHA TÉCNICA RESPOSTAS DOS RESPONSÁVEIS AO CONTRADITÓRIO

4 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1 NÃO APLICAÇÃO DE FERROS LATERAIS DE REFORÇO ESTRUTURAL NAS HABITAÇÕES - EXEMPLOS Figura 2 DEFICIÊNCIAS DE CONSTRUÇÃO DOS BIOTANK FOSSAS CÉPTICAS - WESORO Figura 3 DESCONFORMIDADES NAS HABITAÇÕES EM WESORO VS BIBILEO Figura 4 DESENHO DAS ESTRADAS PREVISTAS NO ADICIONAL Figura 5 CLEARING AND GRUBBING WESORU, 17 DE JULHO DE Figura 6 SUB GRADE PREPARATION EXEMPLOS Figura 7 SUBBASE COURSE EXEMPLOS Figura 8 DESENHO DAS CAPELAS PREVISTAS NO ADICIONAL 3 VS DESENHOS DAS CAPELAS CONSTRUÍDAS ÍNDICE DE QUADROS Quadro 1 RESUMO PROCEDIMENTO DE APROVISIONAMENTO CONCURSO PUBLICO INTERNACIONAL ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 PROPOSTA DA CARYA TIMOR-LESTE VS CONTRATO CELEBRADO Tabela 2 CONTRATOS ADICIONAIS CELEBRADOS ALTERAÇÕES VALOR GLOBAL CONTRATO Tabela 3 ALTERAÇÕES AO OBJECTO DO CONTRATO Tabela 4 ADIANTAMENTO 10% VALOR CONTRATO RETENÇÕES EFECTUADAS Tabela 5 EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DO PROGRAMA DOS ODM 2011 A Tabela 6 EXECUÇÃO FÍSICA HABITAÇÃO COMUNITÁRIA, MARÇO Tabela 7 EXECUÇÃO FÍSICA ESTRADAS, JUNHO 2014, PAGAMENTO N.º Tabela 8 EXECUÇÃO FÍSICA ESTRADAS E DRENAGEM, MARÇO 2014, INDICADORES ADN Tabela 9 EXECUÇÃO FÍSICA INSTALAÇÕES PÚBLICAS, JUNHO Tabela 10 EXECUÇÃO FINANCEIRA PROGRAMA ODM, JUNHO Tabela 11 EXECUÇÃO FINANCEIRA RETENÇÕES NOS PAGAMENTOS, JUNHO Tabela 12 EXECUÇÃO FINANCEIRA P/ TIPO HABITAÇÃO JUNHO Tabela 13 ALTERAÇÕES PREÇOS TRABALHOS HABITAÇÃO 41,80 M Tabela 14 QUANTIDADES FACTURADAS E PAGAS - HABITAÇÃO 41,80 M Tabela 15 QUANTIDADES FACTURADAS E PAGAS - HABITAÇÃO 41,80 M Tabela 16 EXECUÇÃO FINANCEIRA P/ DISTRITO ESTRADAS E DRENAGEM JUNHO Tabela 17 EXECUÇÃO FINANCEIRA P/ DISTRITO INSTALAÇÕES PÚBLICAS JUNHO Tabela 18 EXECUÇÃO FINANCEIRA P/ DISTRITO ÁGUA E SANEAMENTO JUNHO Tabela 19 FACTORES DE MULTIPLICAÇÃO FIXAÇÃO PREÇOS DE CUSTO UNITÁRIO Tabela 20 PREÇOS CONTRATUAIS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO VS PREÇOS DE MERCADO Tabela 21 SOBREPREÇO DOS BLOCOS DE CIMENTO ALVENARIA Tabela 22 SOBREPREÇO MÉDIO DE PORTAS, JANELAS, AROS E VENTILAÇÃO Tabela 23 MOBILIÁRIO INCLUÍDO NO CONTRATO INSTALAÇÕES PÚBLICAS Tabela 24 PREÇOS CONTRATUAIS DO MOBILIÁRIO VS PREÇOS DE MERCADO Tabela 25 TRABALHOS EM DUPLICADO PREÇO TOTAL CONTRATUAL Tabela 26 MÃO-DE-OBRA IMPUTADA AOS TRABALHOS - SOBREPREÇO Tabela 27 ALDEIAS OBJECTO DE VERIFICAÇÃO FÍSICA Tabela 28 PAGAMENTOS E INDEVIDOS HABITAÇÕES 41,8M2 - MEHARA Tabela 29 PAGAMENTOS INDEVIDOS HABITAÇÕES 55,2 M2 - MEHARA Tabela 30 PAGAMENTOS REALIZADOS CLEARING AND GRUBBING E SUB GRADE PREPARATION Tabela 31 SUB GRADE PREPARATION PAGAMENTOS ILEGAIS E INDEVIDOS Tabela 32 PAGAMENTOS REALIZADOS SUBBASE COURSE Tabela 33 ESTIMATIVA DE SOBREFACTURAÇÃO SUBBASE COURSE Tabela 34 DESCONFORMIDADES NAS INSTALAÇÕES PÚBLICAS - PAGO VS OBRA REALIZADA Tabela 35 PREÇOS CONTRATUAIS DAS CAPELAS P/ DISTRITO Tabela 36 ESTIMATIVA DE PAGAMENTO INDEVIDOS RELATIVOS À CONSTRUÇÃO DE CAPELAS Tabela 37 IMPUTAÇÃO DE RESPONSABILIDADES PAGAMENTOS ILEGAIS E INDEVIDOS

5 RELAÇÃO DE SIGLAS E ABREVIATURAS SIGLA ADN Art. BoQ CA Cf. cm CNA CRDTL DGT DL EDTL FI INTOSAI LOCC LOGF m2 m3 ODM PA PED PGA RJA RJCP SCI SGP USD DESIGNAÇÃO Agência de Desenvolvimento Nacional Artigo Bill of Quantities ou Mapa de Quantidades de Trabalhos Conselho de Administração Conforme centímetro Comissão Nacional de Aprovisionamento Constituição da República Democrática de Timor-Leste Direcção Geral do Tesouro Decreto-Lei Electricidade de Timor-Leste Fundo das Infraestruturas International Organization of Supreme Audit Institutions Lei Orgânica da Câmara de Contas Lei do Orçamento e Gestão Financeira Metro quadrado Metro cúbico Objectivos de Desenvolvimento do Milénio Programa de Auditoria Plano Estratégico de Desenvolvimento Plano Global de Auditoria Regime Jurídico do Aprovisionamento Regime Jurídico dos Contratos Públicos Sistema de Controlo Interno Secretariado dos Grandes Projectos Dólar dos Estados Unidos da América 4

6 1. INTRODUÇÃO 1.1. NATUREZA E ÂMBITO Do Plano de Acção Anual da Câmara de Contas para o ano de 2014, aprovado pela Deliberação n.º 4/2013, de 5 de Dezembro 1, consta a realização de uma auditoria concomitante ao Programa dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) do Fundo das Infraestruturas (FI) de Timor-Leste, relativa aos anos de 2011 a 2014, e cuja concretização cabe à Agência de Desenvolvimento Nacional (ADN). Esta auditoria centrou-se nas áreas constantes do Plano Global de Auditoria (PGA) e Programa de Auditoria (PA). Tratando-se de uma Auditoria Concomitante e encontrando-se o Programa ainda em curso à data da conclusão desta auditoria, a mesma incidiu sobre todo o processo de aprovisionamento e sobre a sua execução física até Julho de Foi analisada a execução financeira do contrato até ao pagamento n.º 8. A realização desta auditoria incidiu, directa ou indirectamente, sobre a ADN, a Comissão Nacional de Aprovisionamento (CNA), o Secretariado dos Grandes Projectos (SGP) e sobre a Direcção Geral do Tesouro (DGT) do Ministério das Finanças FUNDAMENTO, METODOLOGIA E AMOSTRA Esta auditoria teve como fundamento a oportunidade do controlo e foi realizada de acordo com as Linhas de Orientação Estratégica 3.1 e 3.2 do Plano Trienal da Câmara de Contas 2, aprovado pela Deliberação n.º 2/2013, de 14 de Março, do Plenário do Tribunal de Recurso. A metodologia utilizada seguiu as orientações constantes das Normas Técnicas da International Organization of Supreme Audit Institutions - INTOSAI, desenvolvendo-se nas seguintes fases: Planeamento, Execução, Avaliação dos Resultados/Relato. 1 Publicado no Jornal da República, Série I, n.º 4/2013, de 11 de Dezembro. 2 Respectivamente, Controlar as despesas de Capital e Desenvolvimento realizadas através do Fundo de Infraestruturas e Realizar Auditorias ao nível da Contratação e da Execução de obras públicas, referentes ao Objectivo Estratégico 3 Intensificar o controlo financeiro externo sobre os grandes fluxos financeiros e nos domínios de Maior risco e desenvolver auditorias de gestão e de avaliação de resultados das políticas públicas desenvolvidas pelo Governo. 5

7 Foram seguidas, também, as Linhas de Orientação e Procedimentos para a Realização de Auditorias a Obras Públicas da Câmara de Contas. Incluiu a verificação da documentação de suporte da despesa realizada com referência às aldeias seleccionadas, através de método não estatístico, para efeitos de realização de verificações físicas pela Equipa de Auditoria OBJECTIVOS DA AUDITORIA O desenvolvimento desta acção de controlo visa alcançar os seguintes objectivos: Avaliação do Sistema de Controlo Interno (SCI) nas áreas da execução dos projectos e da contratação pública; Caracterização física e financeira do Programa; Avaliação da execução física e financeira do Programa; Verificação do cumprimento da legislação do aprovisionamento COLABORAÇÃO DOS SERVIÇOS Regista-se a boa colaboração prestada pelos dirigentes e colaboradores da ADN na resposta aos pedidos de elementos e esclarecimentos feitos no decurso desta acção, não obstante terem sido registados alguns atrasos na disponibilização de documentos. Regista-se, ainda, a boa colaboração prestada pela CNA e pelo SGP EXERCÍCIO DO CONTRADITÓRIO Para efeitos do exercício do contraditório, consagrado no art. 11.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto, que aprova a Orgânica da Câmara de Contas - LOCC, foram instados para, querendo, se pronunciarem sobre os factos constantes do Relato de Auditoria o: 1) Actual Primeiro Ministro da RDTL, Rui Maria de Araújo; 2) Ex-Primeiro Ministro e Presidente do Conselho de Administração do Fundo das Infraestruturas, responsável pelas autorizações de pagamento, e actual Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, Kay Rala Xanana Gusmão; 3) Ex Ministra das Finanças, Emília Pires; 4) Diretor da Comissão Nacional de Aprovisionamento, Aniceto do Rosário; 6

8 5) Coordenador do Secretariado dos Grandes Projectos, José dos Reis F. Abel; 6) Director da ADN e responsável pelas recomendações de pagamento / Relatorio Inspecsaun no Recomendasaun ba Pagamento, Samuel Marçal; Foram ainda contraditados os seguintes dirigentes e funcionários da ADN, também responsáveis pelas recomendações de pagamento: 7) Adjunto do Director da ADN, Alexandre Rosa Bruno Sarmento; 8) Chefe do Departamento dos MDGs Suco, Sheila M. R. L. da Silva; 9) Francisco Xavier de Deus Jerónimo; 10) Esron Stevanus Henuk; 11) Valentina Violet Bianco; 12) João Gomes; 13) Arlindo Monteiro Sarmento; 14) Zulkarnaen Depari; 15) Warsoadhi DH; 16) Herning Widayati; 17) Carlos Costa. Foram concedidos 20 dias úteis para o efeito, tendo a ADN, na pessoa do ex-primeiro Ministro e actual Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, solicitado mais 16 dias úteis para resposta ao contraditório, tendo apresentado as suas alegações no dia 29 de Abril de O Coordenador do Secretariado dos Grandes Projectos e a ex-ministra das Finanças apresentaram as suas alegações em 23 e 26 de Março, respectivamente. Não foram apresentadas alegações pelos restantes responsável. Dando plena expressão ao princípio do contraditório, as respostas recebidas constam na íntegra no Ponto 8 deste Relatório de Auditoria, nos termos do n.º 4 do art. 11.º da LOCC. As alegações apresentadas foram, ainda, transcritas, na íntegra ou em síntese, nos respectivos pontos e tidas em consideração na elaboração do presente Relatório. Não obstante, importa desde já destacar a atitude manifestada, em sede de contraditório, pelo Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico com vista à correcção de todas as situações ilegais e irregulares identificadas neste Relatório ao afirmar que [t]odas estas situações serão alvo de análise minuciosa em conjunto com o Empreiteiro, e apurados os montantes exactos de pagamento excessivo, proceder-se-á à sua recuperação ao abrigo dos elementos legais aplicáveis, nomeadamente o estipulado no contrato. Sem prejuízo do afirmado, não pode deixar de dizer que apesar de se aceitar a possibilidade de ocorrência de lapsos ou erros no controlo exercido pela ADN sobre a execução do Programa dos ODM, algumas situações detectadas no âmbito desta auditoria são de grande gravidade e a sua ocorrência é difícil de aceitar, pelo que deverão merecer a atenção por parte de todos os responsáveis pela ADN e por parte do Governo. 7

9 2. OBSERVAÇÕES DE AUDITORIA 2.1 BREVE CARACTERIZAÇÃO DO FUNDO DAS INFRAESTRUTURAS ENQUADRAMENTO LEGAL Tendo em vista a concretização dos investimento físicos previstos no Plano Estratégico de Desenvolvimento de Timor-Leste (PED) , foi criado o FI, pela Lei n.º 1/II, de 14 de Fevereiro - Lei do Orçamento Geral do Estado para , que se destina a financiar programas e projectos plurianuais - n.ºs 1 e 2 do art. 9.º. De entre estes programas e projectos plurianuais destacam-se os investimento nas áreas das: a) Infraestruturas rodoviárias, incluindo estradas, pontes, portos e aeroportos; b) Geradores de energia e linhas de distribuição; c) Telecomunicações; d) Infraestruturas que promovam a protecção de cheias; e) Instalações de tratamento de água e saneamento; f) Instalações logísticas, incluindo infraestruturas de armazenamento (n.ºs 1 e 2 do art. 9.º da Lei n.º 1/II, cit.). A criação de fundos encontra-se regulada no ordenamento jurídico timorense através do n.º 2 do art. 145.º da CRDTL e do n.º 1 do art. 32.º da Lei n.º 13/2009, de 21 de Outubro (Lei do Orçamento e Gestão Financeira LOGF). Os fundos especial encontram-se sujeitos aos poderes de controlo financeiro e jurisdicional da Câmara de Contas (al. d) do n.º 1 do art. 3.º da LOCC), bem como, à prestação de contas (al. h) do n.º 1 do art. 37.º, da mesma Lei) ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO O FI foi regulamentado pelo DL n.º 8/2011, de 16 de Março, que estabelece no seu art. 3.º que a respectiva gestão cabe ao seu Conselho Administrativo (CA) que é composto, em regime de permanência pelo Primeiro-Ministro, que preside, pela Ministra das Finanças e pelo Ministro das Infraestruturas 3. Integram ainda o CA, temporariamente, outros membros do Governo, que tenham relação com os programas e projectos a financiar pelo Fundo (n.º 3 do mesmo art.). A criação do FI trouxe alterações no quadro institucional da gestão do aprovisionamento público e dos projectos, onde intervêm, além do seu CA, cuja composição e competências se encontram definidas nos arts. 3.º e 4.º do DL n.º 8/2011, cit., as seguintes entidades: 3 Actual Ministro das Obras Públicas cf. DL n.º 41/2012, de 7 de Setembro - aprova a Orgânica do V Governo Constitucional. Com o DL n.º 25/2014, de 10 de Setembro, que aprova a primeira alteração ao DL n.º 8/2011, de 10 de Setembro, passou também a fazer parte do CA em permanência o Ministro dos Transportes e Comunicações. 8

10 O SGP, órgão de apoio técnico e administrativo ao CA, responsável por conduzir uma análise detalhada das submissões feitas pelos Ministérios para a inclusão de projectos no FI 4 ; A ADN 5 supervisiona a implementação dos projectos, valida o seu progresso e leva a cabo o controlo de qualidade; A CNA 6 serviço da administração directa do Estado na dependência do Primeiro-Ministro que tem por missão realizar processos de aprovisionamento cujo valor seja igual ou superior a um milhão de USD, bem como acompanhar e assistir tecnicamente os restantes procedimentos realizados por todas as entidades públicas. É responsável pela emissão de um aviso de aprovisionamento, pela avaliação das propostas das diferentes empresas e pela recomendação da empresa com a qual deverá ser assinado contrato. Através do Diploma Ministerial n.º 9/2011, de 18 de Maio, do Primeiro-Ministro, foi aprovado o Regimento Interno do Conselho de Administração e o fluxo de processos do Fundo das Infraestruturas, conforme previsto no art. 16.º do DL n.º 8/2011, cit. 2.2 PROGRAMA DOS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO CARACTERIZAÇÃO GERAL O Programa dos ODM está inscrito no FI desde o ano de 2011 e prevê desde o início o Projecto de Água e Saneamento e o Projecto de Habitação Comunitária. Uma vez que o primeiro projecto não teve qualquer execução orçamental durante os anos de 2011 a 2013 cf. Ponto 2.2.3, a presente Auditoria incidiu apenas sobre o Projecto de Habitação Comunitária, doravante designado de Programa dos ODM. Encontra-se previsto no PED de Timor-Leste para , a construção de casas para pessoas vulneráveis através do Programa dos ODM. Com este Programa, previa-se a construção de cinco casas, todos os anos, em cada uma das aldeias, num total de casas, no valor total de 65 milhões de USD, a construir entre 2011 e Cf. al. b) do n.º 3 do art. 5.º e art. 39.º do DL n.º 44/2012, de 21 de Novembro - aprova a Orgânica do Ministério das Finanças. 5 Criada pelo DL n.º 11/2011, de 23 de Março 6 Constituída através do DL n.º 14/2011, de 30 de Março 9

11 No Programa do V Governo Constitucional ( ) é dada continuidade ao Programa, estendido o respectivo período de implementação até 2017 e mantido o objectivo de construção de cerca de casas por ano QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS REGRAS DO APROVISIONAMENTO E DOS CONTRATOS PÚBLICOS Concurso Público Internacional Contrato Inicial O Programa está a ser executado ao abrigo do contrato celebrado, em 12 de Outubro de 2011, entre o Governo de Timor-Leste e a Carya Timor-Leste em joint venture com a Jonize Construction, com o valor inicial de USD 7. A celebração deste contrato foi precedida de Concurso Público Internacional Ref. ICB/012/OPM realizado pela CNA, com vista à construção de casas do tipo pré-fabricadas, nas tipologias de 36m2, 50m2, 70m2 e 140m2, no prazo de um ano. Quadro 1 RESUMO PROCEDIMENTO DE APROVISIONAMENTO CONCURSO PÚBLICO INTERNACIONAL Data Abertura do Concurso 16 de Junho de 2011 Data da Conferência Prévia 30 de Junho de 2011 Rectificação aos Documentos do Concurso Uma rectificação, 7 de Julho de 2011 Último Dia para Apresentação de Propostas Dia Abertura das Propostas N.º Empresas presentes na Conferência Prévia N.º Propostas Recebidas N.º Propostas Admitidas a Concurso N.º Propostas Técnicas Seleccionadas 18 de Julho de 2011, antes das 16h 18 de Julho de 2011, 16h 29 (vinte e nove) 7 (sete) 6 (seis) 3 (três) Data da Adjudicação 2 de Setembro de 2011 Data Anúncio Intensão de Adjudicação 8 de Setembro de 2011 Data da Assinatura do Contrato 12 de Outubro de 2011 A Carya Timor-Leste 8 foi a empresa que apresentou a proposta financeira com o preço mais baixo de ,18 USD. 7 Por uma questão de simplificação os valores apresentados foram arredondados para a unidade de USD. 8 As reverências doravante feitas, neste Relatório de Auditoria, à Carya Timor-Leste referem-se à Carya Timor-Leste em joint venture com a Jonize Construction. 10

12 No entanto, na Proposta de Adjudicação apresentada pela CNA ao Primeiro-Ministro para aprovação, foi reduzido o número de casas a construir de unidades para unidades 9, com vista à diminuição do valor do contrato a celebrar para os USD, conforme se apresenta na tabela seguinte. Tabela 1 PROPOSTA DA CARYA TIMOR-LESTE VS CONTRATO CELEBRADO Tipo Casa Proposta Carya Timor-Leste Contrato (m2) Preço Preço Qt. Valor Qt. Unitário Unitário Valor 36 4,456 8,841 39,394,159 4,456 8,841 39,394, ,684 12,690 84,819,626 4,456 12,690 56,546, ,379 1,999, ,379 1,999, ,834 18,038, ,834 2,004,231 Total 11, ,251,122 9,107 99,944,067 (*) (*) Existe ainda um lapso no valor do contrato de 7 USD, ou seja, o contrato foi assinado por USD, quando deveria ter sido USD. Esta redução deveu-se ao facto do valor da proposta com o preço mais baixo apresentada no concurso ( USD) ser muito superior ao valor do respectivo orçamento para o ano de 2011 ( USD) Contratos Adicionais Até à data foram assinados três contratos Adicionais, ascendendo o contrato, actualmente a ,68 USD, ou seja, mais 45,8 % do que o valor do contrato inicial. Tabela 2 CONTRATOS ADICIONAIS CELEBRADOS ALTERAÇÕES VALOR GLOBAL CONTRATO Data Valor Variação Valor Total Contrato USD Variação (%) Contrato Inicial 12-Out-11 99,944,067 Adicional 1 8-Nov-11 86,898,684-13,045, Adicional 2 8-Dez ,277,543 17,378, Adicional 3 22-Jul ,742,520 41,464, As alterações efectuadas ao Contrato por via da celebração destes três contratos adicionais, foram de tal modo profundas que o seu objecto actual é totalmente diferente do objecto do contrato inicial, conforme se pode observar na tabela seguinte. USD 9 No contrato foi considerado erradamente o total de casas, na medida em que a soma das parcelas totaliza casas. Só desta forma o contrato podia totalizar os USD, considerando os vários preços unitários das casas a construir. 11

13 Tabela 3 ALTERAÇÕES AO OBJECTO DO CONTRATO Objecto Qt. Contrato Inicial Adicional 1 Adicional 2 Adicional 3 Preço Unit. Preço Total Qt. Preço Unit. Preço Total Qt. Preço Unit. Preço Total Qt. Preço UniT USD Preço Total 36m2 4,456 8,841 39,394,159 50m2 4,456 12,690 56,546,417 Habitação Comunitária 70m ,379 1,999, m ,834 2,004, m2 6,684 7,179 47,985,505 6,684 7,179 47,985,505 1,200 6,886 8,263, m2 4,456 8,733 38,913,179 4,456 8,733 38,913,179 4,970 8,399 41,744,620 Estradas e Drenagem n/d n/d 12,069, ,988 15,969,736 Instalações Públicas n/d n/d 275, ,833 16,759,125 Água e Saneamento n/d n/d 5,033, ,876 22,351,909 Habitação Comunitária 55.41m2 4,970 8,180 40,653,606 Total 99,944,067 86,898, ,277, ,742,520 O objecto do Contrato inicial foi completamente alterado com a celebração do Adicional 1, menos de um mês depois de ter sido assinado. Com efeito, nenhuma das casas pré-fabricadas inicialmente previstas de36m2, 50m2, 70m2 e 140m2 e cuja construção foi posta a concurso, foi de facto construída. Com este adicional, suprimiram-se todos os trabalhos que estavam no contrato inicial e adicionaram-se novos tipos de casa, também pré-fabricadas, mas de 41.8m2 e de 55.2m2, situação que consubstancia, de facto, um novo contrato e não um contrato adicional. De referir que, na Proposta de Adjudicação elaborada pela CNA, de 2 de Setembro de 2011, se admitia que a ADN já estava a trabalhar na alteração de um contrato que não tinha ainda sido celebrado. Com o Adicional 2, foram introduzidos no contrato as obras de construção de estradas, sistemas de drenagem, instalações públicas (capelas, escolas infantis, centros comunitários, mini-mercados, lavandarias e postos de polícia), sistemas de fornecimento de água e saneamento. A introdução destes trabalhos no contrato não resultou de uma circunstância imprevista, sendo que podiam ser, do ponto de vista técnico e económico, realizados no âmbito da execução de um novo contrato. 12

14 A introdução destes trabalhos no contrato, através do Adicional 2, resultou, sim, de uma alteração de vontades do Dono da Obra, constituindo, por este motivo, obra nova, que deveria ter sido posta a concurso atento o valor global dos mesmos ( USD). Neste sentido, deveria ter sido aberto concurso público internacional com vista à escolha do adjudicatário para proceder à sua realização. O que se verificou, na prática, foi a adjudicação directa dos mesmos à Carya Timor-Leste em joint venture com a Jonize Construction, o que beneficiou estas empresas em detrimento de outros potenciais interessados. Com o Adicional 3, foram introduzidas as seguintes alterações: Alteração das quantidades e dos respectivos preços unitários para as casas de 41,8m2 e de 55,2m2 a construir; Introdução de um novo tipo de casa a construir, com 55,41m2, sem casa de banho e com sistema de ventilação natural nas janelas e portas; Aumento dos valores previstos para Estradas e Drenagem, Instalações Públicas e Água e Saneamento, que passaram dos USD para USD, relativos à realização de obras em 65 aldeias. As alterações verificadas no contrato celebrado com a Carya Timor-Leste em joint venture com a Jonize Construction, constituem, no essencial, ajustes directos a estas empresas, em prejuízo das regras da legalidade, igualdade, transparência e da publicidade previstos no Regime Jurídico do Aprovisionamento (RJA), aprovado pelo DL n.º 10/2005, de 21 de Novembro. Desta situação resultou, ainda, o inflacionamento dos preços contratuais, conforme análise feita no Ponto relativamente às Instalações Públicas, uma vez que os mesmos foram fixados num contexto não concorrencial. Em sede de contraditório, o Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico afirmou que [e]stes contratos adicionais, à luz do estipulado no RJA, enquadrar-se-iam de facto com outro tipo de procedimento de aprovisionamento, não fosse o facto da decisão ter sido aprovada em Conselho de Ministros, que é a entidade competente para autorizar os procedimentos de aprovisionamento com estas características doravante, todas as referências feitas ao Contraditório referem-se às alegações apresentadas pelo Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico. 13

15 Das alegações apresentadas é de salientar o reconhecimento por parte daquele responsável de que, de acordo com a lei, os trabalhos introduzidos no contrato por via dos adicionais celebrados deveriam ter sido adjudicados através de outro tipo de procedimento de aprovisionamento e não por ajuste directo como aconteceu. Contudo, sendo certo que a competência para a autorização/aprovação de contratos ou alterações aos contratos de valor superior USD pertence ao Conselho de Ministros, estas decisões devem ser tomadas de acordo com previsto no RJA. Recomendação ao Governo: 1. Recorra ao procedimento de aprovisionamento por ajuste directo apenas nas situações estritamente previstas nos arts. 92.º e 94.º do RJA; 2. Estabeleça limites percentuais para as alterações aos contratos acima dos quais deverá proceder à abertura de procedimento de aprovisionamento concorrencial; 3. Adopte práticas que vão ao encontro dos objectivos previsto no RJA para o aprovisionamento do Estado, nomeadamente, no que respeita à consulta do maior número de interessados possível, à preferência pelo concurso público e à selecção da melhor proposta com a melhor qualidade / preço, mencionados nos arts. 4.º, 47.º e 86.º do RJA; 4. Garanta o cumprimento dos princípios da legalidade, da igualdade, da transparência e da publicidade no aprovisionamento público Prestação de Garantia pelo Adiantamento de 10% do Valor do Contrato Está previsto no Contrato a realização de um adiantamento à Carya Timor-Leste correspondente a 10% do seu valor inicial, após prestação de garantia bancária por parte da empresa a favor do Estado, no mesmo montante. A 9 de Dezembro de 2011, foi solicitado pela empresa o pagamento de adiantamento no valor de USD 10 e, simultaneamente, requerida a dispensa de prestação da garantia bancária correspondente ao valor do mesmo. 10 Correspondente a 10% do valor do Contrato após o Adicional 1. 14

16 Em alternativa à apresentação da garantia bancária a empresa daria em garantia activos / equipamentos de valor equivalente ao do adiantamento solicitado, cuja lista estaria em anexo ao seu pedido de 9 de Dezembro. Adicionalmente, afirmou que doaria ao Governo 5 máquinas pesadas. A ADN, em 15 de Dezembro de 2011, através de ofício assinado pelo seu Director, Samuel Marçal, requereu ao Primeiro-Ministro autorização para a dispensa de apresentação da garantia, tendo então afirmado que: We have carefully exercised a due diligence to inspect and certify the value of all assets submitted by the contractor as a substitution for the 10% Advance Payment Security issued by a bank. The contractors will surrender to ADN all the ownership documents of all the fixed assets in the list (...). We consider this option to be in the best interest of the government in order to ensure the timely completion of this very important project. Note: The contractor, as per its letter of request, will also donate brand new heavy equipments as has been indicated in the attached list (negrito nosso) Com base nesta informação foi autorizada no mesmo dia a dispensa da prestação de garantia bancária e autorizado o pagamento do adiantamento, no valor de USD. No âmbito desta auditoria, foram solicitados em 25 de Setembro de 2014 os seguintes documentos: 1) A lista anexa ao pedido da Carya Timor-Leste dirigido ao Director da ADN, onde consta a relação dos activos / equipamentos dados pela empresa como garantia, em substituição da prestação de garantia bancária prevista contratualmente; 2) A avaliação da ADN sobre a lista de equipamentos dados como garantia; 3) O Registo de propriedade em nome do Estado das 5 máquinas pesadas alegadamente doadas pela empresa ao Estado de Timor-Leste. Em resposta ao documento indicado em 1), foi entregue pela ADN neste Tribunal, no dia 10 de Outubro de 2014 a lista de máquinas a utilizar já adquiridas e a adquirir - pela Carya Timor- Leste que integrava a Proposta Técnica desta empresa ao Concurso Público Ref. ICB/012/OPM- 2011, lista esta que nada tem a ver com o solicitado. A 14 de Outubro foi enviado à ADN ofício de insistência sobre esta matéria, que teve resposta nos dias 19 de Novembro e 17 de Dezembro de

17 Com vista a confirmar a doação das máquinas foi enviado, em 29 de Outubro de 2014, um ofício ao Ministério das Finanças, a quem cabe a gestão do património móvel do Estado. Dada a ausência de resposta a esta carta, foi enviado ofício de insistência em 15 de Dezembro. O Ministério das Finanças respondeu em 29 de Dezembro de Da análise das respostas obtidas importa referir, relativamente à apresentação de activos / equipamentos pela Carya Timor-Leste como garantia do adiantamento realizado no valor de USD, que: Não foi obtida qualquer evidência da realização pela ADN da avaliação das máquinas em questão e da certificação dos respectivos valores que esta entidade afirma, em ofício de 15 de Dezembro de 2011 dirigido ao Primeiro-Ministro, ter então realizado; Com efeito, apenas após solicitação no âmbito desta auditoria a ADN, na sua carta de 17 de Dezembro de 2014, afirma ter procedido à (...) reverifikasaun ba patrimoniu hirak ne e hodi konfirma sira nia ezistência no kondisaun, juntando em anexo documentação relativa aos activos / equipamentos dados como garantia. Destes documentos constata-se que dos equipamentos dados em garantia USD referem-se a máquinas propriedade da Carya Timor-Leste, e USD relativos a terrenos e edifícios da Jonize, o que totaliza USD. Os valores apresentados referem-se aos preços de compra dos equipamentos e dos terrenos. Referir contudo que os terrenos dados em garantia pela Jonize, no valor total de , não são activos da empresa, pertencendo sim ao património pessoal de I Jin Filipe, proprietário da Jonize. Apesar da ADN ter afirmado, no seu ofício de 15 de Dezembro de 2011 dirigido ao Primeiro-Ministro, que a Carya Timor-Leste doaria ao Estado de Timor-Leste 5 máquinas novas (brand new) esta doação nunca foi concretiza, facto reconhecido pela própria entidade na sua resposta de 19 de Novembro, em que afirma [k]ona ba 5 maquinas pesadas nebe oferece ba estado ne e ami hakarak clarifica katak maquinas sira ne e hanesan doasaun ba estado nebe sei entrega ba estado depois de servico MDG s remata. A não doação das máquinas em questão foi confirmada pelo Ministério das Finanças. Sem prejuízo do acima afirmado, encontra-se prevista no RJA a prestação de garantias de concurso, de execução do contrato e de qualidade. Estas duas últimas garantias encontram-se, 16

18 igualmente, previstas no Regime dos Contratos Públicos (RJCP), aprovado pelo DL n.º 11/2005, de 21 de Novembro cf. arts. 32.º e seguintes. Quanto às primeiras, estabelece o art. 73.º do RJA que podem ter a (...) forma de letras de crédito ou garantias de um banco ou de instituição financeira ou seguradora idóneos (...). Já as garantias de execução e de qualidade, podem assumir a mesma forma das garantias de concurso (letras de crédito ou garantia bancária ou de instituição financeira ou seguradora) ou podem ser satisfeitas (...) mediante retenções dos pagamentos periódicos, segundo conste no contrato público assinado cf. art. 35.º do RJCP. De acordo com as Condições Gerais do Contrato - Apêndice 7 -, que consistem da Parte 1 das Conditions of Contract for Construction, First Edition 1999, da Fédération Internationale des Ingénieurs-Conseils (FIDIC), o pagamento do adiantamento é feito quando a empresa contratada apresenta a correspondente garantia bancária. Até à apresentação da garantia bancária, a subclausula relativa ao pagamento do adiantamento não é aplicável cf. Sub-cláusula Ainda nos termos desta sub-cláusula, a empresa contratada deve assegurar que a garantia bancária é válida e pode ser accionada pelo Estado até que o adiantamento tenha sido reembolsado através da retenção de 12% nos pagamento periódicos efectuados à empresa Appendix to Tender. Também de acordo com a Secção 5 dos documentos do concurso (Employer s Requirements dos Bidding Documents), onde constam as especificações técnicas, os desenhos e explicações suplementares às obras a realizar, o pagamento de 10% do valor do contrato é feito mediante a apresentação de garantia bancária no mesmo montante que deverá ser válida até ao seu reembolso cf. Payment Terms. A apresentação de garantia bancária pela empresa contratada implica, necessariamente, custos que terão que ser pagos por si à instituição financeira que irá emitir a garantia. Acresce que, aquando do concurso público, as empresas interessadas em concorrer têm que ter em conta estes custos na determinação do valor que constituirá a sua proposta financeira. Ou seja, as empresas concorrem com a convicção de que caso venham a ganhar o concurso têm obrigatoriamente de apresentar garantia bancária. De acordo com o n.º 3 do art. 8.º do RJA, [a]pós a adjudicação, as partes podem introduzir, por mútuo acordo, alguns ajustamentos de carácter acessório ou funcional, desde que seja inequivocamente observado o princípio do interesse público. 17

19 De referir que a prestação de garantias visa cobrir o risco e salvaguardar os interesses do Estado em caso de incumprimento do contrato por parte da entidade adjudicante. Ora a não prestação de garantia bancária põe em causa os interesses financeiros do Estado, na medida em que deixa o mesmo desprotegido em caso de incumprimento contratual por parte da Carya Timor-Leste, situação que não salvaguarda o interesse público. Assim, conclui-se que a dispensa de prestação de garantia bancária para cobrir o montante de USD, concedida à Carya Timor-Leste, põe em causa os princípios da igualdade, da estabilidade e, consequentemente da legalidade, previstos nos arts. 4.º e 8.º do RJA, e não tem enquadramento legal. Acresce que, o adiantamento realizado deve, de acordo com o previsto no Contrato, ser objecto de regularização através de dedução aos pagamentos periódicos do valor correspondente a 12,0% - cf. Apendix to Tender. Constatou-se, contudo, que nos pagamentos 1 ao 7 apenas foram retidos apenas 10,0% do valor dos mesmos, ou seja, foi pago indevidamente à Carya Timor-Leste o valor correspondente a 2,0% daqueles pagamentos, no total de USD. Esta situação foi objecto de regularização aquando do pagamento 8, conforme se observa na tabela seguinte. Tabela 4 ADIANTAMENTO 10% VALOR CONTRATO RETENÇÕES EFECTUADAS Descrição Adiant. Valor do Adiantamento 8,689,868 Retenção para dedução ao adiantamento Valor Adiantamento Após Retenção Valor Pago / Não Retido Indevidamente (2%) 1 (até Mai. 2012) 2 (até. Dez. 2012) Cálculo da Retenções Para Dedução Adiantamento 3 (até Mar. 2013) 4 (até Jun. 2013) 5 (até Set. 2013) 6 (até Nov. 2013) 7 (até Fev. 2014) USD 8 (até Jun. (2014) 929, , , , , , , ,859 7,759,918 7,085,735 6,855,356 6,616,005 6,361,631 6,194,564 5,628,809 4,707, , ,837 46,076 47,870 50,875 33, ,151 0 Assim, após a realização do pagamento 8, o valor ainda na posse da Carya Timor-Leste relativo ao adiantamento recebido era de USD, valor este que não se encontrava coberto por garantia bancária nos termos do previsto na lei e no contrato. 18

20 No seguimento da apresentação para pagamento da factura n.º 9, no valor global de USD, foi decidido pela ADN proceder à retenção de 90,0% da mesma, correspondente a USD, por dedução ao valor do adiantamento ainda na posse da empresa. Em consequência, no final de 2014, o valor do adiantamento era de USD. Em contraditório, foi afirmado que tendo-se constatado a (...) efectiva incorrecção na aceitação de garantias, procedeu-se à retenção da quase totalidade do valor da factura n.º 9, o que diminuiu substancialmente o valor afecto ao risco de incumprimento (...). Com esta retenção, ficou prevista a regularização (...) no momento do pagamento seguinte. Recomendação à ADN: 1. Assegure o cumprimento da lei e dos contratos por parte das empresas de construção, designadamente no que se refere à prestação de garantias relativas ao pagamento de adiantamentos, garantindo a defesa dos interesses financeiros do Estado; 2. Abstenha-se de propor aos decisores políticos formas alternativas e ilegais de contornar exigências previstas na lei e nos contratos ANÁLISE GLOBAL DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL A execução orçamental do Programa dos ODM tem sido, desde o seu início, muito baixa, situando-se entre os 10,9% em 2012 e os 17,0% em Projectos do Programa dos ODM Água e Saneamento Habitação Comunitária Tabela 5 EXECUÇÃO ORÇAMENTAL DO PROGRAMA DOS ODM 2011 A 2013 Orç. Inicial Orç. Final Pago Orç. Inicial Orç. Final Pago Orç. Inicial Orç. Final Pago 20,420,000 4,084, ,420,000 24,504, ,930,000 6,930, ,550,000 47,123,165 8,689,865 54,580,000 93,013,297 12,833,068 39,333,300 40,500,000 7,129,370 Total 64,970,000 51,207,165 8,689,865 75,000, ,517,297 12,833,068 46,263,300 47,430,000 7,129,370 % Execução Orçamental USD Fonte: Livro 6 dos Orçamentos Gerais do Estado de 2011 a 2014 e Contas Gerais do Estado 2011 a 2013 A baixa taxa de execução orçamental no ano de 2011 justifica-se pelo facto do contrato com a Carya Timor-Leste ter sido celebrado apenas em 12 de Outubro do mesmo ano. O pagamento de USD refere-se, unicamente, ao pagamento do adiantamento contratualmente previsto. 19

21 Já em 2012, e apesar de ter sido pago o valor mais elevado de entre os três anos ( USD), registou-se a taxa de execução mais baixa, uma vez que o orçamento final atingiu os USD, resultante da soma do valor do Orçamento inicial de USD com o valor da dotação não utilizada do ano anterior de USD. Para a baixa taxa de execução verificada neste ano contribuiu, ainda, a não realização de qualquer pagamento relativo ao Projecto Água e Saneamento. Por fim, no ano de 2013, e apesar de se ter reduzido para menos de metade o valor do Orçamento Final quando comparado com o ano anterior, a taxa de execução manteve-se baixa em consequência do lento progresso físico do Projecto Habitação Comunitária e, uma vez mais, na inexistência de execução do Projecto Água e Saneamento. O Orçamento Geral do Estado para o ano de 2014, previu para o Programa dos ODM o montante de USD, dos quais USD para o Projecto Habitação Comunitária, valor este mais realista e adaptado ao progresso físico que este Projecto tem registado desde o ano de Em conclusão, com excepção do Orçamento Geral do Estado para o ano de 2014, foram orçamentados anualmente para o Programa dos ODM dotações manifestamente exageradas face à capacidade de execução demonstrada pela Carya Timor-Leste e pelas entidades públicas envolvidas o que deu origem a taxas de execução orçamental muito baixas. Sobre esta matéria veja-se o Ponto seguinte EXECUÇÃO FÍSICA DO CONTRATO Conforme já ficou dito acima, o Contrato celebrado inicialmente previa apenas a construção de casas pré-fabricadas Habitação Comunitária. Com os Adicionais 2 e 3, foi alterado o objecto do Contrato, tendo sido introduzidas as componente respeitantes a Estradas e Drenagem, Instalações Públicas e Água e Saneamento. A situação da execução física das obras consta dos Pontos seguintes Habitação Comunitária O Programa dos ODM previa no seu início a construção de casas por ano, entre os anos de 2011 e 2015, num total de casas. 20

22 Com estas metas em vista, o concurso público que precedeu a assinatura do contrato com a Carya Timor-Leste, previa a construção de casas pré-fabricadas no prazo de 365 dias (um ano). Já o Contrato, celebrado em 12 de Outubro de 2011, tinha por objecto a construção de casas no mesmo prazo de 365 dias. Saliente-se que as casas previstas no contrato não foram construídas, por via da celebração do Adicional 1 que alterou a tipologia e o número total das mesmas para Sem prejuízo, o prazo de execução manteve-se inalterado. O Adicional 2 refere que no final do prazo de execução previsto no contrato Outubro de a execução física era de apenas 11%, ou seja, casas do total de previstos. Em Março de 2014, a execução física relativa à construção de Habitação Comunitária era a seguinte. Tabela 6 EXECUÇÃO FÍSICA HABITAÇÃO COMUNITÁRIA, MARÇO 2014 N.º Distrito Sub-Distrito Suco / Aldeia 1 Aileu Aileu-Villa 2 Ainaro 3 Baucau 4 Bobonaro 5 Covalima Ainaro Contrato / Adicional 3 N.º Casas 1 Liurai 74 Total Distrito N.º Casas Concluídas N.º Casas em Construção Execução até Março / 2014 Total Aldeia % Aldeia Malere Aileu Villa Lequidoe Laulara Nugufu Casa Hatudo 8 Hatudo 250 1, Maubessi 9 Maubessi Hatobuilico 10 Hatobuilico Baucau 11 Lanut Seisal Walili Laga 14 Laga Quelicai 15 Quelicai Balibo 16 Batugade Sanirin Maliana 18 Maliana 250 1, Atabae 19 Rairobo Bobonaro 20 Bobonaro Tilomar Maukatar 21 Lalawa Betis Lalawa Tula edu Lalawa Kotafoun Halimea 1, Gazolo Dais Vila Busadao Total Distrito % Distrito Concluídas e em Construção

23 N.º Distrito Sub-Distrito Suco / Aldeia 6 Dili 7 Ermera 8 Liquiça 9 Lautem 10 Manatutu 11 Manufahi 12 Oecusse 13 Viqueque Suai Villa Contrato / Adicional 3 N.º Casas Total Distrito N.º Casas Concluídas N.º Casas em Construção Execução até Março / 2014 Total Aldeia % Aldeia 27 Matai Matai-HaliHun San fuk timor Gap Haemanu Zumalae 29 Zumalae Fohorem 30 Fohorem Don Aleixo 31 Bairopite Betóo Manleuana Dili 32 Hera Tibar 33 Tibar Gleno 34 Fatukero Tokoluli- Railaco Tahubate Ermera 36 Ermera Maubara 37 Lisadila-gisu Bazartete 38 Bazartete Liquiça 39 Liquiça Tutuala Lospalos Natarbora Soibada 40 Mehara Tanah Merah Tutuala Iliomar Lore Lore Uma boko Aubeon Leohat Leohat Soibada Laleia 51 Laleia Manatutu-villa 52 Manatutu-Villa Betano 53 Betano Same 54 Same Alas 55 Alas Fatuberlui 56 Fatuberlui Nitibe 57 Lelaufe Banafi Pante Makasar 59 Taiboco Luca 60 Luca SP Watulari 61 Wesoru Craras Viqueque Craras1 / Lalerek Mutin Craras2/Uma Kiik , Bahalara-Uain Uma Uain Kraik Total Distrito % Distrito Concluídas e em Construção Total Casas 11,140 11,140 2,154 1,518 3,672 3,

24 Assim, cerca de 30 meses após a assinatura do contrato estava concluída a construção de casas (19,3% do total) e estavam em construção casas (13,6%), o que constitui uma taxa de execução muito aquém das metas inicialmente definidas para o Programa dos ODM, bem como do previsto no Contrato. Para tal contribuíram as seguintes causas identificadas pela ADN e que constam do Relatório Anual do FI do ano de 2013, elaborado pelo SGP: O elevado grau de desconhecimento por parte das comunidades em relação ao Programa dos ODM; As dificuldades em encontrar terrenos adequados à construção das casas e que vão ao encontro das preocupações das comunidades, como a proximidade com terrenos agrícolas, o acesso à água e a existência de pontes que facilitem o acesso aos mesmos; O número insuficiente de engenheiros da ADN para supervisionar a execução do Programa. São ainda imputadas responsabilidades à Carya Timor-Leste na medida em que afectou meios humanos e equipamentos insuficientes à implementação do Programa e não tem conseguido gerir eficazmente o mesmo por ter outros projectos em curso. Não obstante as razões apresentadas importa, desde logo, salientar, que a metas definidas inicialmente foram demasiado ambiciosas e de alcance quase impossível. Desde logo quanto ao objectivo de construção de 5 casas por cada uma das aldeias de Timor-Leste. Ora, se considerarmos que um ano tem 52 semanas, e partirmos do pressuposto (muito optimista) que a construção de 5 casas numa aldeia demoraria uma semana, seria necessário construir simultaneamente em 43 aldeias diferentes todas as semanas, cenário este manifestamente inalcançável. Sem prejuízo, não deixa de ser preocupante a constatação da ADN quanto à insuficiência dos meios humanos e de equipamento utilizados na execução do Programa pela empresa contratada. Com isto, a empresa está a gerir os seus recursos com vista à maximização do seu ganho, na medida em que o prazo de execução tem grande influência nos gastos com a realização de obras. Desde logo, porque a execução da obra no prazo previsto no Contrato implicaria a mobilização de maiores meios humanos e de equipamentos e, consequentemente, maiores despesas para a empresa de construção. 23

25 Esta gestão é feita à custa do interesse público, uma vez que deixam de ser satisfeitas necessidades colectivas, neste caso, necessidades de habitação condigna para pessoas carenciadas, em consequência da não construção das casas previstas no Contrato. Recomendação à ADN: 3. Exija às empresas de construção contratadas pelo Estado o cumprimento dos prazos de execução dos projectos previstos nos contratos Estradas e Drenagem A alteração introduzida ao Contrato através do Adicional 3 prevê a construção de 140,1 km de estradas e drenagem nos 13 distritos abrangidos pelo Programa, pelo valor total de USD. De acordo com o Projecto, as estradas a construir são de três tipos: sub-base course, concrete e asphalt cf. Ponto Está ainda prevista a construção de sistemas de drenagem que variam em função da sua largura e altura. De acordo com os documentos de suporte ao pagamento 8 a execução física das estradas é a seguinte. Tabela 7 EXECUÇÃO FÍSICA ESTRADAS, JUNHO 2014, PAGAMENTO N.º 8 N.º Distrito Unid. Qt. Contrato (km) Qt. até Junho de 2014 (km) Execução % 1 Dili Km Lautem Km Baucau Km Viqueque Km Manatutu Km Aileu Km Manufahi Km Liquiça Km Ermera Km Ainaro Km Bobonaro Km Covalima Km Oecusse-Ambeno Km Total Até Junho de 2014 apenas tinham sido construídos 7,44 km de estradas o que representa pouco mais de 5% do previsto, isto apesar da execução financeira até ao mesmo mês ter ascendido a 55,4%. 24

26 Segundo os indicadores de progresso elaborados pela ADN a execução física desta componente era, em Março de 2014, a seguinte: Tabela 8 EXECUÇÃO FÍSICA ESTRADAS E DRENAGEM, MARÇO 2014, INDICADORES ADN Distrito Aldeia Largura 4m Estradas (m') Largura 4.5m Largura 5m Drenagem (m') Total D1 D2 D3 Total Aileu Malere ,173 Aileu Liurai 1,392 1, ,633 1,874 Bobonaro Batugade ,134 1,653 Covalima Lalawa-Halimea 0 1,811 1,811 Covalima Lalawa-KotaFoun 0 Covalima Lalawa-TulaEdu 1,035 1,035 0 Covalima Belekasak-Matai , ,085 1,222 Covalima Camanasa 2, , ,063 3,517 Lautem Mehara 1,397 1,348 2, ,963 3,509 Manatuto Aubeon 1,819 1, ,666 2,230 Manatuto Uma Boco 2,887 2, ,061 3,146 Total 4,456 6,763 4,427 15,645 2,639 14,549 1,134 18,322 De acordo com estes indicadores foram realizados 15,6 km de estradas e 18,3 km de drenagem em 11 aldeias, no total de 33,9 km, correspondente a apenas 24,2% do total previsto no Contrato. Conforme se observa existe uma diferença muito significativa entre indicadores de execução física constantes dos documentos relativos ao pagamento 8 e os dados dos indicadores de progresso da ADN que se encontra por justificar Instalações Públicas Actualmente está previsto no Contrato a construção de Capelas, Escolas Infantis, Centros Comunitários, Mini Mercados, Lavandarias e Postos de Polícia em cada uma das 65 aldeias, ou seja, 6 instalações públicas por aldeia, num total de 455 instalações públicas, pelo preço total de USD. 25

27 Contudo, em Junho de 2014 estavam concluídas ou em construção apenas 18,5% das instalações previstas. Tabela 9 EXECUÇÃO FÍSICA INSTALAÇÕES PÚBLICAS, JUNHO 2014 Distrito Qt. Contrato Concluídas ou em Construção até Junho de 2014 Execução % Capela Escola Infantil Centro Comunitário Clínica Mini Mercado Lavandaria Posto de Polícia Total Para esta baixa execução têm contribuído as já referidas dificuldades em localizar terrenos adequados à construção das casas e instalações públicas e as afectação pela Carya Timor- Leste de meios humanos e de equipamentos suficientes e a incapacidade de gestão eficiente do Programa. Importa contudo acrescentar que esta reduzida execução também resulta, parcialmente, do facto de não se estarem a construir em todas as 65 aldeias as 6 instalações previstas, muitas vezes por, objectivamente, não serem necessárias. Veja-se, por exemplo, a aldeia de Gazolo onde apenas foi construída uma lavandaria, uma vez se situa junto a Dais, aldeia onde foi construído uma capela, uma escola, um centro comunitário, clinica e lavandaria, não se justificando, por esta razão, a construção das mesmas instalações em Gazolo Água e Saneamento Não foram entregues pela ADN indicadores sobre o progresso físico desta componente do Contrato. No entanto, tendo em conta que a execução financeira da mesma até ao pagamento 8 foi de apenas 2,2%, a execução física foi diminuta. 26

28 2.2.5 EXECUÇÃO FINANCEIRA A execução financeira do Programa dos ODM relativamente a trabalhos medidos até Junho de 2014 foi, por componente, a seguinte. Descrição Valor Contrato (após Adic. 3) Tabela 10 EXECUÇÃO FINANCEIRA PROGRAMA ODM, JUNHO (até Mai. 2012) 2 (até. Dez. 2012) 3 (até Mar. 2013) Pagamento n.º (correspondentes a trabalhos medidos) 4 (até Jun. 2013) 5 (até Set. 2013) 6 (até Nov. 2013) 7 (até Fev. 2014) 8 (até Jun. (2014) Total USD Taxa de Execução (%) Casas 90,661,721 9,299,505 2,055, ,607 1,456,936 1,640, ,747 3,781,423 1,023,805 20,633, Estradas e Drenagem Instalações Públicas Água e Saneamento 15,969,736 4,280,303 1,635, , , , , ,410 8,845, ,759, , , , ,538 1,018,833 1,108,841 3,214, ,351, , ,641 87, , , Total 145,742,520 9,299,505 6,741,830 2,303,787 2,393,515 2,543,736 1,670,675 5,657,543 2,572,056 33,182, A execução ficou-se, assim, pelos 22,8% do valor actual contratual, 2 anos e 7 meses depois da assinatura o Contrato. Tabela 11 EXECUÇÃO FINANCEIRA RETENÇÕES NOS PAGAMENTOS, JUNHO 2014 Descrição Valor Bruto do Pagamento (correspondente a trabalhos medidos) Deduções: - Retenção 10% para dedução ao adiantamento - Regularização Retenção Adiantamento (Pag. 1 a 7) - Retenção 10% para garantia de execução 1 (até Mai. 2012) 2 (até. Dez. 2012) 3 (até Mar. 2013) Cálculo da Retenções nos Pagamentos 4 (até Jun. 2013) 5 (até Set. 2013) 6 (até Nov. 2013) 7 (até Fev. 2014) 8 (até Jun. (2014) 9,299,505 6,741,830 2,303,787 2,393,515 2,543,736 1,670,675 5,657,543 2,572,056 33,182, , , , , , , , ,647 3,369, , , , , , , , , ,206 3,318,265 Valor Líquido do Pagamento 7,439,604 5,393,464 1,843,029 1,914,812 2,034,989 1,336,540 4,526,035 1,393,992 26,494,677 Total USD Os pagamentos efectuados à Carya Timor-Leste, líquidos das retenções devidas para reembolso do adiantamento efectuado pelo Estado correspondente a 10% do valor do Contrato e da retenção de 10% relativo à garantia de execução, ascenderam a USD. 27

29 Habitação Comunitária O valor dos trabalhos medidos até Junho de 2014 relativos à construção de Habitações foi de USD 11. Habitação (Tipologia) Tabela 12 EXECUÇÃO FINANCEIRA P/ TIPO HABITAÇÃO JUNHO (até Maio (até Dez. 2012) 3 (até Mar. 2013) Pagamento n.º (correspondentes a trabalhos medidos) 4 (até Jun. 2013) 5 (até Set. 2013) 6 (até Nov. 2013) 7 (até Fev. 2014) 8 (até Jun. 2014) m2 4,977, , , , , , ,406 6,672 7,651, m2 4,322,245 1,234, , , , ,506 2,834, ,918 10,176, m2 804, ,523 1,270, m2 (Foundation) 276, , , m2 (Foundation) 200, , ,248 Total 9,299,505 2,055, ,607 1,456,936 1,640, ,747 3,781,423 1,019,907 20,629,644 Nota: Existe uma diferença injustificada de USD entre o total apresentado para o pagamento 8 desta tabela e o total da Tabela 11 Total USD Refira-se que as casas do tipo 55,20 m2 (Foundation) e 55,4 m2 (Foundation) com os preços unitários de, respectivamente, 9.277,47 USD e de 9.036,27 USD, não se encontram previstos no Contrato. De acordo com a Secção 5 dos documentos do concurso (Employer s Requirements dos Bidding Documents o pagamento das casas deve ser feito em função das unidades efectivamente concluídas, ou seja, complete-in-place - cf. Payment Terms. Constatou-se, contudo, que os pagamentos relativos às habitações não estão a ser feitos de acordo com o previsto no contrato. Com efeito, os pagamentos têm sido feitos em função da medição do trabalhos realizados que compõem os BoQ das casas, o que dá origem à realização de pagamentos adiantados à Carya Timor-Leste não previstos no contrato. Com a celebração do Adicional 3, em 2 de Julho de 2013, procedeu-se à alteração dos trabalhos inerentes à construção das casas de 41,80 m2. De entre estas alterações está o aumento do preço unitário dos trabalhos de Taxa de Instalação e Transporte da casa pré-fabricada e Aplicação de Folha Plástica. Os preços destes trabalhos tinham sido fixados inicialmente no Adicional Na Tabela 11 o total é de USD, resultante de uma diferença injustificada no valor de USD, relativa ao pagamento 8, constante dos documentos da ADN onde é apresentada a divisão por tipo de habitação. 28

30 Tabela 13 ALTERAÇÕES PREÇOS TRABALHOS HABITAÇÃO 41,80 M2 Habitação 41.8 m2 Preços Contratuais Adicional 1 (08/11/2011) Adicional 3 (22/07/2013) USD Diferença Preço Trabalhos Estrutura - Taxa de Instalação + Transporte Construção Civil - Aplicação de Folha Plástica Os preços novos foram aplicados à totalidade das casas do tipo 41,80m2 construídas, num total de unidades. Tabela 14 QUANTIDADES FACTURADAS E PAGAS - HABITAÇÃO 41,80 M2 Quantidades Realizadas Quantidades Facturadas e Pagas Até ao Pagamento 4 (até Jun. 2013) Até ao pagamento 8 (até Jun. 2014) Diferença Quantidades (executadas entre Jul e Jun Estrutura - Taxa de Instalação + Transporte 726 1, Construção Civil - Aplicação de Folha Plástica 883 1, Ora esta situação é irregular uma vez que os preços novos apenas deveriam ter sido aplicados aos trabalhos realizados após a celebração do Adicional 3, ou seja, Julho de 2013, pelo que as quantidades a considerar no cálculo dos trabalhos em questão a preços novos deveriam ser 350 e 193, correspondentes aos trabalhos realizados entre Julho de 2013 e Junho de 2014 (pagamento n.º 8). Tabela 15 QUANTIDADES FACTURADAS E PAGAS - HABITAÇÃO 41,80 M2 Trabalhos Cálculos Pago em Pago Auditoria Excesso (até Pagamento 8) Estrutura - Taxa de Instalação + Transporte 994, ,392 95,832 Construção Civil - Aplicação de Folha Plástica 138, ,601 37,881 Total 1,132, , ,713 Em resultado, foram feitos pagamento ilegais e indevidos à Carya Timor-Leste no valor total de USD, resultantes da aplicação de preços novos (superiores) a trabalhos já realizados antes da celebração do Adicional 3. No âmbito do contraditório, foi reconhecido, relativamente às casas do tipo 55,20 m2 (Foundation) e 55,4 m2 (Foundation), que as mesmas não se encontram previstas no contrato, apesar de terem sido aprovadas em 28 de Janeiro de 2014, tendo, ainda, sido afirmado que deverão ser incluídas no adicional 4 a celebrar. 29

31 No que respeita ao pagamento das casas em desacordo com o previsto no contrato afirmou que [d]e acordo com o alerta da Auditoria (...) a ADN terá essa questão em conta nos próximos pagamentos. Por fim e em relação à alteração dos preços unitários dos trabalhos acima identificados, da qual resultou o pagamento ilegal e indevido de USD, foi afirmado pela entidade que (...) a ADN, após confirmar o exposto pelo Relatório de Auditoria, reconhece o erro e tratará de reaver a verba paga indevidamente (...). Recomendação ao Governo: 5. Proceda à celebração dos adicionais aos contratos resultantes da aprovação de alterações aos projectos de forma atempada. Recomendação à ADN: 4. Assegure que o pagamento das habitações é feito apenas após a sua conclusão (complete-in-place), de acordo com o previsto no contrato; 5. Proceda à recuperação a favor do Estado do valor de USD pago indevidamente e resultante da aplicação de preços novos (superiores) a trabalhos já realizados antes da celebração do Adicional Estradas e Drenagem Os trabalhos medidos até Junho de 2014 da componente Estradas e Drenagem ascenderam a USD, equivalente a 55,4% do previsto no Contrato. N.º Distritos Tabela 16 EXECUÇÃO FINANCEIRA P/ DISTRITO ESTRADAS E DRENAGEM JUNHO 2014 Valor Contrato (após Adic. 3) 1 (até Mai (até Dez. 2012) Pagamento n.º (correspondentes a trabalhos medidos) (até Jun. (até Set. (até Nov. 2013) 2013) 2013) 3 (até Mar. 2013) 7 (até Fev. 2014) 8 (até Jun. 2014) USD Taxa de Execução (%) 1 Díli 710,212 19,650 19, Lautém 1,330, , , , Baucau 1,270, , , , Viqueque 2,076, , , , , Manatuto 1,221,462 1,144,420 1,144, Aileu 896, ,746-72, , Manufahi 761,604 1,659,662 34, ,160 1,501, Liquiça 968, Ermera 716, , , , Ainaro 1,545,673 63,430 63, Bobonaro 1,682, , , Covalima 2,104, , , , , ,817 1,675, Oecusse 683, Total 15,969, ,280,303 1,635, , , , , ,410 8,845, Total 30

32 Os distritos de Covalima, Manufahi e Manatuto foram responsáveis por quase metade da execução financeira desta componente ( USD, 48,8% do total). Os distritos de Liquiça e Oecusse não tiveram qualquer execução. No primeiro apenas recentemente se iniciou a construção de habitações, enquanto no segundo a mesma ainda não foi iniciada. Quando comparado com o valor constante no Adicional 3 para cada Distrito, constata-se que a execução em Manufahi corresponde ao dobro (197,2%) do previsto. Conforme já se disse anteriormente a execução financeira foi de 55,4%, ou seja, muito superior à execução física desta componente Instalações Públicas Até junho de 2014 os trabalhos medidos relativos às Instalações Públicas atingiram os USD, o que correspondeu a 19,2% do valor contratual após a celebração do Adicional 3. N.º Distritos Tabela 17 EXECUÇÃO FINANCEIRA P/ DISTRITO INSTALAÇÕES PÚBLICAS JUNHO 2014 Valor Contrato (após Adic. 3) 1 (até Mai (até Dez. 2012) 3 (até Mar. 2013) Pagamento n.º (correspondentes a trabalhos medidos) 4 (até Jun. 2013) 5 (até Set. 2013) 6 (até Nov. 2013) 7 (até Fev. 2014) 8 (até Jun. 2014) USD Taxa de Execução (%) 1 Díli 717, Lautém 1,559, , , Baucau 1,271, ,206 8, , Viqueque 1,605, , , Manatuto 1,707, , , , Aileu 1,272,770 31, ,197 12,736 68, , Manufahi 1,025, ,222 18,627 7,095 7,002 22, , Liquiça 739, Ermera 754, ,263 73, , Ainaro 1,296, Bobonaro 1,379, , , Covalima 2,592,565 39, , , , ,249 1,211, Oecusse 806, Total 16,729, , , , ,538 1,018,833 1,108,841 3,214, As taxas de execução mais elevadas verificaram-se nos distritos de Covalima e Ermera, com taxas de, respectivamente, 46,7% e 33,4%, face ao previsto no contrato para os respectivos distritos. Quanto ao peso do total executado face ao valor do contrato para esta componente, Covalima foi responsável por 37,7% do trabalhos realizados Água e Saneamento A execução da componente de Água e Saneamento teve até Junho de 2014 uma execução residual de apenas 2,2%, correspondente ao valor de USD. Total 31

33 N.º Distritos Tabela 18 EXECUÇÃO FINANCEIRA P/ DISTRITO ÁGUA E SANEAMENTO JUNHO 2014 Valor Contrato (após Adic. 3) 1 (até Mai (até Dez. 2012) 3 (até Mar. 2013) Pagamento n.º (correspondentes a trabalhos medidos) 4 (até Jun. 2013) 5 (até Set. 2013) 6 (até Nov. 2013) 7 (até Fev. 2014) 8 (até Jun. 2014) Total USD Taxa de Execução (%) 1 Díli 937,692 31,551 31, Lautém 1,777,730 34,186 34, Baucau 1,538,717 45,678 45, Viqueque 2,074,223 11,441 15,993 27, Manatuto 2,339,685 50,539 50, Aileu 1,686,003 35,324 35, Manufahi 1,398,847 68,337 14,255 82, Liquiça 1,053, Ermera 1,068, Ainaro 1,968,146 11,492 11, Bobonaro 1,932, , , Covalima 3,507,143 39,403 39, Oecusse 1,069, Total 22,351, , ,641 87, , , Do total executado, 26,6% referem-se ao distrito de Bobonaro REVISÃO DO CONTRATO, BILL OF QUANTITIES E PEÇAS DESENHADAS EXISTÊNCIA DE SOBREPREÇO NAS INSTALAÇÕES PÚBLICAS Foi efectuada a revisão da componente relativa às Instalações Públicas prevista no Contrato após a celebração do Adicional 3 12, cujo valor global ascende a USD, do total de USD. Esta revisão envolveu a análise dos preços unitários contratuais e das respectivas quantidades, bem como, a análise dos coeficientes de mão-de-obra imputados aos preços unitários dos trabalhos. Os resultados da análise efectuada constam dos pontos seguintes Preços Contratuais Trabalhos de Construção Fórmula de Cálculo dos Preços Unitários O procedimento adoptado na fixação dos preços unitários contratuais consistiu na consideração de factores de multiplicação para cada um dos diferentes distritos a aplicar sobre os preços praticados em Díli, como forma de se determinar o custo da construção para o consórcio constituído pela Carya Timor-Leste e pela Jonize Construction. O custo é tudo aquilo que onera a empresa de construção e resulta da soma de todas as despesas com mão-de-obra, materiais e gastos com equipamentos necessários à construção da obra. 12 O valor de USD relativo a Instalações Públicas constante do Adicional 2 refere-se apenas aos trabalhos realizados em Batugade. 32

34 Tabela 19 FACTORES DE MULTIPLICAÇÃO FIXAÇÃO PREÇOS DE CUSTO UNITÁRIO Distrito Factor Multiplicação Díli 1.00 Lautem 1.10 Baucau 1.05 Viqueque 1.15 Manatuto 1.05 Aileu 1.05 Manufahi 1.10 Liquiça 1.05 Ermera 1.05 Ainaro 1.10 Bobonaro 1.10 Covalima 1.10 Oecusse 1.15 Quer isto dizer que os custos de construção para a Carya Timor-Leste, e que serviram de base à fixação dos preços incluídos no Adicional 3, são, 5%, 10% ou 15% mais caros do que em Díli, em função do distrito em que sejam feitas as obras, ou seja: Custo (distrito n) = Custo em Díli x Factor Multiplicação do Distrito n O preço a pagar pelo Estado Preço de Venda - consiste no total do custo para a empresa contratada, acrescido de 12%, dos quais 2% a título de imposto de retenção e 10% de taxa de lucro para a empresa, de acordo com a seguinte fórmula: Preço de Venda / Contratado = Custo x (1 + Imposto Retenção e Lucro) De acordo com nota justificativa elaborada pela ADN e apresentada no Conselho de Ministros de 2 de Julho de 2013, aquando da aprovação da celebração do Adicional 3 MDGs-SUCO Program: A Presentation to Council of Ministers -, (...) ADN cost estimator and relevant civil engineers rigorously review the cost and negociate the unit prices with the contractor (negrito nosso). Por forma a verificar a adequação dos preços unitários foi efectuado, no âmbito da presente auditoria, um levantamento de preços dos materiais utilizados na construção das Instalações Públicas para posterior comparação com os preços incluídos no Contrato. Este levantamento foi realizado junto de 13 lojas de materiais de construção e de mobiliário localizados em Díli. 33

35 Preços Contratuais de Materiais de Construção Vs Preços de Mercado Da comparação efectuada constatou-se uma situação de sobrepreço generalizado por via da existência de inflaccionamento geral dos preços unitários uma vez que são, na sua maioria, muito superiores aos preços de mercado praticados em Díli. Da seguinte constam os resultados da comparação dos preços unitários previstos no contrato para materiais de construção. Tabela 20 PREÇOS CONTRATUAIS DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO VS PREÇOS DE MERCADO Designação dos Materiais Unid. Preço Unitário Contratual (*) (1) Preço Médio de Mercado (2) Sobrepreço do Contrato Valor (3) = (1) - (2) % Block Wall 10 x 20 x 40 cm Unid Bovenlight Frame V 42 x 52 Unid Cable Wiring 3 x 2.5 mm KWH to Panel m Cable Wiring 3 x 4 mm KWH to Panel m Ceiling Listplank Plywood 6 mm Folha Ceiling Plywood 6 mm Folha Closet WC (squat type) Unid Distribution Board 1 Phase 4 Gang Unid Door Bolt Unid Door Frame 210 x 92 cm Unid Door Frame 257 x 92 cm Unid Door Frame 384 x 310 cm Unid Door Frame 84 x 240 cm Unid Door Frame 91 x 220 cm Unid Door Panel 210 x 92 cm Unid Door Panel 257 x 92 cm Unid Door Panel 384 x 310 cm Unid. 1, Door Panel 82 x 205 cm Unid Door Panel 84 x 240 Unid Door Panel 91 x 220 cm Unid Double Broco Switch Unid Double Lamp Fluorecent 20w Philips Unid Floor drain Unid Floor tile 20x20 cm m Floor tile 30x40 cm m Frame Bovenlight V 92 x 52 Unid Galvalum roof 0.42 mm m Glass 5 mm m Handle Key of Door Unid Hinge 3" for window panel Unid Hinge 4" for door panel Unid Lamp Essential 20w Philips Unid Light Socket Unid Listplank 30 x 2 cm m Pipe Accessories Unid Pipe PVC 1/2"aw m Pipe PVC 2"aw m Pipe PVC 3"aw m Pipe PVC 4"aw m Power Outlet Unid Roof Top m Single Broco Switch Unid Wall Tile Lavandaria 20 x 20 m Water basin Unid Water faucet 1/2 Unid Water gutter m Westafel Set Unid Window Bolt Unid Window Frame 150 x 170 Unid USD 34

36 Designação dos Materiais Unid. Preço Unitário Contratual (*) (1) Preço Médio de Mercado (2) Sobrepreço do Contrato Valor (3) = (1) - (2) % Window Frame 174 x 158 Unid Window Frame 260 x 120 Unid Window Frame 72 x 118 Unid Window Frame 92 x 216 Unid Window Panel 150 x 170 Unid Window Panel 174 x 158 cm Unid Window Panel 260 x 120 Unid Window Panel 72 x 118 Unid Window Panel 92 x 216 cm Unid (*) Inclui 12% a título de Lucro e Imposto de Retenção USD Média do Sobrepreço De acordo com os cálculos efectuados o sobrepreço verificado tem diversos graus, variando entre os 1.441,6% - Distribution Board 1 Phase 4 Gang - e os 1,8% - Pipe PVC 3"aw. Dos 58 artigos analisados, constatou-se a existência de sobrepreço em 90% dos mesmos, sendo que em apenas 6, se verificou um preço contratual inferior aos preços apurados pela auditoria. Em contraditório, foi alegado que (...) a comparação de preços de mercado feita pela auditoria, constante da Tabela 20, considera preços dos materiais diferentes dos que constam nas tabelas de Unit Price Analysis pertencentes ao contrato, não indicando, contudo em que situações isso aconteceu. No âmbito da análise do contraditório e tendo em conta o afirmado, foram revistos pela Equipa de Auditoria todos os preços apresentados na Tabela 20, tendo-se constatado que os mesmos se encontram correctos e de acordo com as Unit Price Analysis do contrato. Com efeito, o entendimento de que os preços apresentados na Tabela 20 são diferentes dos apresentados nas tabelas das Unit Price Analysis, pode ter a ver com o facto de não ter sido considerado na análise feita no contraditório a necessidade de se somar o valor correspondente à percentagem de lucro e relativa ao imposto de retenção (10% e 2%, respectivamente). Sem prejuízo, é de salientar a disponibilidade manifestada em contraditório pelo Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico, quando afirma que os (...) valores considerados para os materiais, serão reavaliados pela ADN juntamente com o empreiteiro, de modo a ajustar as discrepâncias entre os preços considerados, quer estes sejam superiores ou inferiores ao inscrito no contrato, tendo o Empreiteiro já concordado com a devolução de montantes, provando-se a não razoabilidade dos preços unitários. 35

37 Dos materiais utilizados na construção das instalações públicas e com base no resultado do levantamento pela equipa de auditoria dos preços praticados em Díli, importa destacar os seguintes a título meramente exemplificativo. a) Blocos de cimento 10 x 20 x 40 - alvenaria Do total contratual previsto para a construção das Instalações Públicas, ,38 USD referem-se ao custo com os Blocos de Cimento 10 x 20 x 40. Tabela 21 SOBREPREÇO DOS BLOCOS DE CIMENTO ALVENARIA Distritos Preço p/ Distrito (1) Total Tijolos P/ Aldeia (2) Valor Tijolos p/ Aldeia (3) = (1) x (2) N.º Aldeias por distrito (4) Valor Total Distrito (5) = (3) x (4) Díli ,505 7, , Lautem ,505 8, , Baucau ,505 8, , Viqueque ,505 9, , Manatuto ,505 8, , Aileu ,505 8, , Manufahi ,505 8, , Liquiça ,505 8, , Ermera ,505 8, , Ainaro ,505 8, , Bobonaro ,505 8, , Covalima ,505 7, , Oecusse ,505 9, , (A) Preço Total Contratual x 65 Aldeias 547, (B) Preço Total Mercado x 65 Aldeias 260, (D) Sobrepreço (%) Conforme se observa, o preço previsto no contrato está 110% acima do preço de mercado, ou seja, é cerca de duas vezes mais alto. Caso tivesse sido considerado o preço de mercado, teria sido possível ao Estado poupar, apenas em blocos de cimento, cerca de USD cf. Anexo 1, página 4 do Vol. II deste Relatório de Auditoria. Em sede de contraditório, foi afirmado que os resultados dos cálculos efectuados pela Auditoria estão empolados por ter sido considerado (...) que em todas as aldeias são construídas uma unidade de cada um dos tipos de instalações públicas, o que na realidade não acontece. Acrescentou, ainda, que no determinação do sobrepreço dever-se-ia ter tido em conta que (...) o preço unitário de 0,94 USD/un considerado (...), é já por si um preço composto e não um «preço seco», já que para este material específico deve ser considerado o seu transporte exclusivo. Se for o valor de mercado de um bloco de cimento Grade A, este é de 0,55 USD aos quais devem ser adicionados o seu custo de transporte (normalmente 50 USD por cada carga de 300 blocos) cobrados pelo fornecedor, o que perfaz a quantia de 0,72 USD/un. Existe então uma diferença 36

38 entre a estimativa considerada em contrato e custo efectivo de mercado aos dias de hoje de cerca de 0,22 USD/un. Concluindo que, [a]ssim (...) o sobrepreço deste artigo é de 41% e o valor que teria sido possível poupar é de ,11 USD contra os USD que a auditoria sugere. Face ao exposto, importa afirmar que os argumentos apresentados não podem ser aceites pela seguinte ordem de razões. Primeiro, e ao contrário do afirmado em contraditório, o pressuposto da construção de uma unidade de cada instalação pública em cada uma das 65 aldeias previstas no Contrato, não é um pressuposto definido pela Auditoria na elaboração dos seus cálculos. É sim, o pressuposto que esteve na base da determinação do valor do Adicional n.º 3. Com efeito, o valor de USD destinado à construção de Instalações Públicas em 65 aldeias, refere-se de facto, ao valor previsto para a construção dos sete tipos de instalações públicas em cada uma das 65 aldeias. Acresce que, o cálculo do sobrepreço do contrato não pode limitar-se apenas ao cálculo nas aldeias onde foram construídas e pagas instalações públicas, na medida em que, o que está em causa é a determinação do valor que foi considerado acima do preço de mercado (sobrepreço), aquando da celebração do Adicional 3, ou seja, tem, necessariamente que ter em conta as 65 aldeias previstas. Por fim, o argumento de que nos cálculos efectuados no relatório não foi considerado o custo de transporte dos blocos não está correcto na medida em que apenas é verdade para o Distrito de Díli, uma vez que, os factores de multiplicação (Tabela 19) usados pela ADN para a determinação dos preços unitários dos materiais usados na construção em cada um dos Distritos, referem-se, nomeadamente, aos custos com o seu transporte, ou seja, 5%, 10% ou 15% sobre o seu preço base 0,94 USD / unidade considerado no Contrato. Apesar de tudo o afirmado, e não obstante as diferenças de cálculo apresentadas para o sobrepreço, não pode deixar de se sublinhar o reconhecimento, em contraditório, da existência de sobrepreço, ainda que em valor inferior ao apurado pela Auditoria. Neste sentido, se considerado o sobrepreço de 0,22 USD / unidade apresentado em contraditório em todas as 65 aldeias (pressuposto do Adicional e usado nos cálculos do sobrepreço feitos pela Auditoria), chegaríamos a um valor total de sobrepreço de USD e não os USD considerados. 37

39 Face ao exposto, mantêm-se as conclusões expressas no Relato de Auditoria quanto à existência de sobrepreço no Contrato. b) Portas, janelas, aros e ventilação Na construção das escolas infantis, centros comunitários e clínicas, foram utilizadas portas em triplex, com espessura de 6mm, de várias dimensões de acordo com as peças desenhadas do projecto. Os aros das portas, janelas e sistemas de ventilação de todas as instalações públicas, bem como as portas das capelas foram fabricados em Teka. Conforme consta da Tabela 20, constatou-se o inflaccionamento muito significativo dos preços para estes artigos, face aos preços de mercado, que se resume em seguida. Tabela 22 SOBREPREÇO MÉDIO DE PORTAS, JANELAS, AROS E VENTILAÇÃO Descrição Média Sobrepreço (%) Portas Janelas Aros das Portas Aros das Janelas Sistemas Ventilação Média Assim, o inflaccionamento médio foi de 286,7% o que corresponde a cerca de 3,8 vezes mais caro que o preço normal de mercado. Este sobrepreço é muito significativo se considerarmos que, em média, estes artigos representam 11,5% do valor total das instalações públicas. Veja-se o exemplo das capelas, onde 25,4% do seu custo respeita a portas, janelas, aros e ventilação. Considerando os preços médios de mercado apurados, estima-se que o sobrepreço contratual seja de USD. Assim, se tivessem sido considerados no contrato preços para estes artigos mais ajustados aos preços de mercado, teria sido possível ao Estado obter poupanças muito significativas face ao que está, actualmente, a pagar. 38

40 Recomendação à ADN: 6. Proceda à revisão dos preços dos materiais de construção previstos no Contrato celebrado com a Carya Timor-Leste, com vista à adequação dos respectivos preços contratuais aos preços de mercado; 7. Maior rigor e exigência na negociação e aceitação de preços unitários propostos pelas empresas de construção, visando a defesa dos interesses e a poupança dos (escassos) recursos financeiros do Estado de Timor-Leste. Preços Contratuais do Mobiliário Vs Preços de Mercado Foram incluídos nos BoQ das Capelas, Escolas Infantis, Centros Comunitários e Clínicas, mobiliário como secretárias, cadeiras e armários de escritório, no valor total de USD, correspondente a 15,3 % do total contratual para Instalações Públicas. Mobiliário Tabela 23 MOBILIÁRIO INCLUÍDO NO CONTRATO INSTALAÇÕES PÚBLICAS Preço Unitário Contratual Quantidades Valor p/ Instalação Pública Capela Escola Centro Escola Centro Clínica Capela Infantil Comunitário Infantil Comunitário Clínica Office table ,165 Chair ,236 Filling cabinet ,854 Capela Chair , ,648 Altar Table Sachristy Table Sacristy Chair Altar Chair Bed for Patient Table + Chair for Children , ,560 White board (A) Custo 14,950 16,389 1,380 2,423 35,142 (B) Custo x 65 Aldeias 2,284,231 (C) Taxa de Lucro e Imposto de Retenção (12%) x (B) 274,108 (D) Preço Total do Mobiliário (B) + (C) 2,558,339 USD Valor Total À semelhança do que foi feito para os trabalhos de construção cf. Ponto anterior -, foi efectuada uma análise dos preços de mercado em Díli para o mobiliário incluído no contrato. 39

41 Tabela 24 PREÇOS CONTRATUAIS DO MOBILIÁRIO VS PREÇOS DE MERCADO USD Mobiliário Imagem Mobiliário Comprado Preço Unitário Contratual (*) (1) Preço Médio de Mercado (2) Sobrepreço do Contrato Valor (3) = (1) - (2) % Office table Chair Filling cabinet Capela Chair Altar Table Sachristy Table n/d 204 n/d n/d n/d Sacristy and Altar Chair Bed for Patient Table + Chair for Children

42 USD Mobiliário Imagem Mobiliário Comprado Preço Unitário Contratual (*) (1) Preço Médio de Mercado (2) Sobrepreço do Contrato Valor (3) = (1) - (2) % White board (*) Inclui 12% a título de Lucro e Imposto de Retenção n/d Não disponível Média do Sobrepreço Conforme se pode observar na Tabela anterior, os preços contratuais são, mais uma vez, muito superiores aos preços médios de mercado. Com efeito, caso tivessem sido aplicados os preços médios de mercado, o preço global de compra do mobiliário previsto no contrato seria de USD, o que corresponde a apenas 30% do preço a pagar pelo Estado previsto no contrato, ou seja, apenas um terço. De referir, que os preços médios de mercado apresentados não têm em consideração eventuais descontos de quantidade, sendo preços aplicáveis à compra de uma unidade do mobiliário em questão. Refira-se a este propósito que a compra de mobiliário não foi objecto de contrato de aquisição de bens, mas sim incluído no âmbito das obras de construção das Instalações Públicas. Ora, de acordo com o estabelecido na al. h) do n.º 1 do art. 3.º do RJA consideram-se obra a acção ou conjunto de acções destinadas a realizar trabalhos sobre imóveis, relativos a reparação, manutenção ou edificação de instalações destinadas a garantir o desenvolvimento de actividades com fins públicos e que pode incluir, também, qualquer outra actividade profissional de engenharia civil e outras de similar natureza assim como o projecto da obra e o fornecimento de alguns recursos materiais exigidos pelas suas características. Definição semelhante consta do art. 22.º do RJCP. Neste sentido, considera-se que a compra de mobiliário deveria ter sido objecto de contrato de aquisição de bens precedido, atendendo ao seu valor, da realização de concurso público internacional, de acordo com o estabelecido na al. b) do n.º 2 do art. 39.º do RJA. Esta questão assume particular relevância face à evidência existente, e já demonstrada anteriormente, da ocorrência de sobrepreço do mobiliário incluído no contrato celebrado com a Carya Timor-Leste. 41

43 De acordo com a estimativa realizada, seria possível ao Estado comprar o mesmo mobiliário, nas quantidades previstas, por cerca de um terço do preço previsto no Contrato. Com a realização de concurso público internacional e a consequente apresentação de propostas por várias empresas de forma concorrencial seria possível, muito provavelmente, obter maiores poupanças. Considera-se por isto que, da inclusão do mobiliário no contrato celebrado com a Carya Timor-Leste, por via da celebração do Adicional 3, consubstanciando esta uma adjudicação por ajuste directo a esta empresa, resultaram prejuízos financeiros para o Estado. No âmbito do Contraditório, foi afirmado que (...) a decisão de incluir o fornecimento dentro do contrato de construção, foi tomada em Conselho de Ministros. Foi ainda dito que [a] análise aos preços propostos antes da assinatura de contrato condiz com as especificações técnicas dos bens, que no caso se pretendem de madeira maciça e grau de qualidade adequado. A ADN não considera esclarecedora a comparação que é feita pela auditoria entre os preços de contrato e os valores por si considerados como preços justos mercados, já que não foi fornecido qualquer documentos de especificações técnicas relativo a esses elementos que a auditoria considera como compatíveis. Seria útil a apresentação dessa justificação para que a ADN pudesse comprovar a justeza da acusação. As alegações apresentadas merecem os seguintes comentários. Desde logo, o facto da decisão de incluir o fornecimento de mobiliário num contrato de obras ter sido tomada em Conselho de Ministros não justifica a opção tomada que, conforme ficou demonstrado, consubstanciou um ajuste directo à empresa do qual resultaram pagamentos bem acima dos preços de mercado. Relativamente à necessidade de apresentação de especificações técnicas por parte da Auditoria para que a ADN se possa pronunciar sobre a justeza da comparação feita, tal não faz sentido pelas seguintes razões: 1) Desde logo porque cabe ao Dono da Obra, neste caso a ADN, a definição das especificações técnicas de todas as componentes do Projecto. 42

44 Durante a Auditoria a ADN foi questionada no sentido de fornecer essas especificações técnicas tendo sido informada que normalmente as especificações técnicas são aquelas que constam no BoQ (sem mais desenvolvimentos). Ora, relativamente ao mobiliário incluído no contrato, o que consta do BoQ é, designadamente, o seguinte: office table; chair; filling cabinet; white board. Não foi definida qualquer característica relativamente ao mobiliário, sendo, por isso, difícil perceber como é que a ADN verificou que os preços a incluir no contrato eram os adequados, uma vez que o tipo específico de mobiliário, nomeadamente, o seu nível de qualidade, não foi definido. 2) O trabalho realizado na Auditoria consistiu em procurar na cidade de Díli o preço do mobiliário equivalente em todos os aspectos, como sejam a dimensão, materiais e outras características, ao fornecido pela Carya Timor-Leste e instalado nas instalações públicas nos vários Distritos, não sendo, para isso, necessária a definição de especificações técnicas conforme afirmado em contraditório. Acresce que, as imagens apresentadas na Tabela 24 não deixam qualquer margem para dúvidas sobre o inflaccionamento dos preços previsto no contrato. Com todo o respeito que é devido pelas entidades envolvidas, até o cidadão comum sabe o preço de mercado das cadeiras constantes da Tabela, usadas por quase todas as instituições públicas timorenses e facilmente encontradas à venda em várias lojas de mobiliário na cidade de Díli. O mesmo acontece com os armários de arquivo ou as secretárias de escritório. Da ADN, enquanto entidade pública responsável pelo gestão do Programa dos ODM, exigia-se mais rigor na apreciação dos preços a incluir no contrato, com vista à defesa dos interesses financeiros do Estado. Recomendação à ADN: 8. Proceda à revisão dos preços dos mobiliários incluídos no Contrato, com vista à adequação dos respectivos preços contratuais aos preços de mercado; 9. Abstenha-se no futuro de incluir no objecto de contratos de obras o fornecimento de mobiliário. 43

45 Quantidades de Trabalhos Previstos nos BoQ Constatou-se a existência de erros nas quantidades de trabalhos incluídos nos BoQ e de trabalhos considerados em duplicado, dos quais resulta o sobrepreço contratual, conforme análise feita nos Pontos seguintes. As correcções às respectivas quantidades constam dos Anexos 2.1 a 2.4, páginas 5 a 9 do Vol. II deste Relatório de Auditoria. Erros nas Quantidades de Trabalhos As quantidades de trabalhos relativos a Accessories Doors and Window Works dos centros comunitários, como sejam, a colocação de fechaduras e dobradiças nas portas e janelas, encontram-se erradas, conforme se apresenta no Anexo 2.1, páginas 5 e 6 do Vol. II. Este erro consistiu na aplicação de quantidades completamente desajustadas aos centros comunitários, cujo projecto previa apenas a existência de 4 portas e de uma janela, originando um empolamento do valor contratual de USD, resultante da diferença entre o valor previsto no contrato de USD, calculado com base em quantidades erradas para os trabalhos em questão, e o valor de USD, referente às quantidades correctas cf. Anexo 3, página 10 do Vol. II. Refira-se, como exemplo, a inclusão de 71,7 fechaduras no BoQ para um centro comunitário com 4 portas. Verificou-se, também, a existência no BoQ dos centros comunitários, clínicas, lavandarias e minimercados, de erros nas quantidades dos trabalhos de Floor tile 13. Nestes trabalhos foram consideradas as quantidades de, respectivamente, 125 m2, 80 m2, 40 m2 e 85m2, quando as quantidades correctas face aos projectos são de 67,75 m2, 66m2, 20 m2 e 48m2, diferenças que originaram o empolamento de USD. Por fim, constataram-se, ainda, erros nas quantidades dos trabalhos de construção dos telhados dos centros comunitários, lavandarias e minimercados. Estão em causa os trabalhos de: Construction Steel Truss Galavalum; Construction Galvalum Roof 0.42 mm; Roof Top; 13 Verificou-se ainda a existência de erros não materialmente relevante nas quantidades de trabalhos para Glass works nas escolas infantis e centros comunitários. 44

46 Listplank Works 30 x 2 cm. Relativamente a estes trabalhos, o empolamento total contratual foi de USD. O total do sobrepreço resultante de erros nos BoQ dos centros comunitários, clínicas, mini mercados e lavandarias atingiu o total de USD. Trabalhos Considerados em Duplicado no BoQ Dos trabalhos incluídos nos BoQ das diferentes instalações públicas constam trabalhos em duplicado que, por esta razão, não deviam ser objecto do Contrato e, consequentemente, de pagamento. Estão nesta situação os seguintes trabalhos: a) Site Clearing A limpeza do terreno para a construção das instalações públicas foi objecto de pagamento em duplicado, uma vez que o mesmo tipo de trabalho tem sido pago pelo Estado no âmbito da componente Estradas e Drenagem, através dos trabalhos de Clearing and grubbing - cf. Ponto b) Supply Water for Work O fornecimento de água para os trabalhos de construção já se encontra incluído nos preços unitários relativos a Concrete and Foundation Works. c) Install Lamp Essential 20w Philips e Install Lamp Essential 40w Philips A instalação destas lâmpadas já se encontram incluídas nos trabalhos de Supply and Install Lamp, de acordo com a justificação dos respectivos preços unitários unit price analysis. d) Install Power Outlet Broco A instalação de fichas eléctricas está incluído nos trabalhos de Installation Power Outlet. e) Install Switch Broco A instalação dos interruptores está englobada nos trabalhos de Single Broco Switch e Double Broco Switch. f) Pipe Accessories Os acessórios para a instalação da canalização das casas de banho incluídos nos preços unitários dos trabalhos de Install Pipe PVC 4 Aw, Install Pipe PVC 3 Aw e Install Pipe PVC 1/2 Aw. 45

47 Tabela 25 TRABALHOS EM DUPLICADO PREÇO TOTAL CONTRATUAL Aldeias N.º Aldeias p/ Distrito Custo p/ Aldeia USD Custo Total Díli 3 5,250 15,749 Lautem 6 5,277 31,661 Baucau 5 5,263 26,317 Viqueque 6 5,291 31,744 Manatuto 7 5,263 36,844 Aileu 5 5,263 26,317 Manufahi 4 5,277 21,108 Liquiça 3 5,263 15,790 Ermera 3 5,263 15,790 Ainaro 5 5,277 26,385 Bobonaro 5 5,277 26,385 Covalima 10 5,277 52,769 Oecusse 3 5,291 15,872 (A) Custo Contratual 342,732 (B) Taxa de Lucro e Imposto de Retenção (12%) x (A) 41,128 (C) Preço Total Contratual (A) + (B) 383,860 O preço total contratual dos trabalhos considerados em duplicado é de USD. No contraditório, foi afirmado que os erros existentes nas quantidades de trabalhos previstos nos BoQ se deveram a lapso técnico, tendo sido dada a (...) garantia de que todos os mapas de quantidades serão revistos e os assuntos minuciosamente analisados, de modo a por cobro à incorrecção que neste momento existe, de acordo com o estipulado em contrato e que [o] Empreiteiro concorda com a devolução das verbas pagas excessivamente, logo que se proceda à reinspecção dos locais de obra e se chegue a acordo quanto às efectivas quantidades excessivas. Quanto aos trabalhos em duplicado, a ADN procedeu à sua revisão e apurou as correcções a efectuar e que serão consideradas na alteração que irá efectuar aos BoQ. Recomendação à ADN: 10. Realize a revisão dos BoQ contratuais com vista à correcção de todos os erros de quantidades e duplicações de trabalhos existentes; Análise dos Coeficientes de Mão-de-Obra nos Preços Unitários dos Trabalhos Foi realizada a revisão aos coeficientes de mão-de-obra imputados aos vários preços unitários dos trabalhos necessários à construção das Instalações Públicas e que constam dos respectivos BoQ. Os cálculos efectuados constam do Anexo 4, páginas 11 a 18 do Vol. II deste Relatório de Auditoria. 46

48 De acordo com os resultados alcançados constatou-se a existência de sobrepreço em relação à mão-de-obra imputada aos vários trabalhos, à semelhança do que aconteceu com a existência de erros e duplicações de trabalhos nos BoQ e com o sobrepreço dos materiais de construção e do mobiliário analisados nos pontos anteriores. Tabela 26 MÃO-DE-OBRA IMPUTADA AOS TRABALHOS - SOBREPREÇO Instalação Pública Total de Dias de Trabalho - Homem Pagos N.º Meses de Construção - cenários (*) Média de 6 trabalhadores Média de 10 trabalhadores Capela 1, Escola 1, Centro Comunitário 1, Clínica Mercado Lavandaria Total 5, (*) Considerando 26 dias de trabalho por mês (de segunda a sábado) De acordo com os cenários constantes da tabela anterior, que têm por base o total de dias homem totais por instalação pública, o total previsto no Adicional 3 e pago pelo Estado é manifestamente exagerado face ao prazo normal para construção deste tipo de instalações. Assim, considerando um número médio de 10 trabalhadores afectos exclusivamente à construção de cada uma das instalações públicas, teríamos um prazo de construção de 20,2 meses para as 6 instalações públicas, ou seja, quase 2 anos, prazo que ultrapassa, em muito, o que se verificou nas aldeias em que as mesmas foram construídas. Isto sem esquecer que este cenário, de 10 trabalhadores em permanência na construção de uma instalação pública, nem sequer se coloca, uma vez que existem trabalhos que apenas exigem 2, 3 ou 4 trabalhadores, como seja, por exemplo, as instalações eléctricas ou a pintura de paredes. Acresce que, a construção de várias instalações públicas numa aldeia é feita em simultâneo, ou seja, os mesmos 10 trabalhadores podem estar a trabalhar em vários edifícios ao mesmo tempo. Isto mesmo foi confirmado pelos chefes de suco, chefes de aldeia e encarregados de obra. Considerando o cenário de 6 trabalhadores a tempo integral em cada instalação pública, cenário mais realista, teríamos um prazo total de 33,6 meses, equivalente a quase três anos. A título exemplificativo, veja-se o prazo de construção do telhado (roofing works) de um centro comunitário, em que os preços dos vários trabalhos de construção têm incluídos 330,5 dias homem, ou seja, o Estado paga, se considerados 10 homens em exclusivo, 33 dias para a sua 47

49 construção. Se considerados 6 homens (cenário mais provável), o Estado estaria a pagar 55 dias de salários para a sua construção. Ora, a construção do telhado de um centro comunitário demora 5 dias a construir. Outro exemplo que pode ser dado é a construção de um centro comunitário e de uma clínica (por exemplo: Cailoi), com prazo que, considerados 10 trabalhadores pagos, atinge os 7 meses (210 dias), é de cerca de 45 dias. Na construção de uma escola, um centro comunitário, uma clínica, um mini mercado e uma lavandaria são pagos pelo Estado um total de dias homem, que considerados 10 trabalhadores corresponde a 14,2 meses de prazo de construção, quando na realidade o mesmo é de cerca de 4,5 meses (exemplo: Aubeon). Quer isto dizer que as quantidades de dias homem referente aos vários trabalhos previstos nos BoQ e pagos pelo Estado, são manifestamente exagerados dando origem ao sobrepreço do valor contratual. Em contraditório foi afirmado que: Relativamente a este capítulo, importa referir que a análise de preços preparada antes da implementação dos trabalhos, é feita, numa primeira fase, com base em estimativas e elementos da própria experiência dos técnicos, não havendo até então nenhuma base de dados fiável que pudesse fazer corresponder com exactidão a produtividade prevista com a efectivamente alcançada, a não ser os documentos (...) importados do MOP e da ILO, assim como o documento de análise STANDAR NASIONAL INDONESIA (SNI), que sempre serviu de base ao trabalho desempenhado pela Agência de Desenvolvimento Nacional Por outro lado, as estimativas alcançadas reflectem a experiência dos técnicos obtida noutros países, e que não pode ser aplicada em Timor-Leste, por vários factores, nomeadamente a capacidade técnica e produtividade dos trabalhadores locais (...). Por norma, é de consenso geral, que a mão-de-obra nacional tem índices de produtividade baixos, razão pela qual o factor de segurança aplicado à realização de uma estimativa deve ser considerável. De referir também, que após a análise no terreno, evidencia-se mais fácil a análise à carga de mão-de-obra afecta a cada tarefa, comparativamente com a mesma análise, feita em fase de projecto. (...) É essa análise que tem reforçado a base de dados da ADN, com vista ao melhoramento dos índices de mão-de-obra a considerar em cada projecto. Nos dias de hoje, o departamento de estimativas de custo da ADN está já provido de elementos bastante mais fiáveis do que anteriormente para a sua análise de preços de cada tarefa, em função da natureza, complexidade, padrão de qualidade e localização do projecto. Apesar de se concordar com tudo o que foi afirmado no âmbito do contraditório, importa referir o seguinte. 48

50 Um dos objectivos que se pretende alcançar com a realização de obras públicas é criar empregos para trabalhadores nacionais. Este objectivo encontra-se bastante claro, por exemplo, na al. c) do n.º 5 do art. 86.º do RJA. No entanto, e apesar de se poder aceitar o argumento apresentado relativo à produtividade dos trabalhadores nacionais, a verdade constatada em obra revela que os trabalhadores timorenses representam menos de metade do total dos trabalhadores contratados pela Carya Timor-Leste para trabalhar no Programa dos ODM. Assim, é necessário ter cuidado com as estimativas relativas à carga de mão-de-obra a afectar a cada trabalho em que se parte do pressuposto de que serão trabalhadores nacionais a realizar os mesmos, por se correr o risco de proporcionar ganhos desproporcionados ao Empreiteiro, na medida em que, muitas das vezes, os trabalhos são realizados por trabalhadores estrangeiros. Ou seja, haverá seguramente situações em que o Estado estará a pagar mais mão-de-obra com o pretexto de que se tratam de trabalhadores nacionais, com produtividade mais baixa, e, na prática, as empresas recorrem a trabalhadores estrangeiros com maior produtividade, por forma a obterem maiores ganhos de produtividade. Nestas situações o Estado acaba duplamente prejudicado. No entanto, não pode deixar de se enaltecer os esforços desenvolvidos pela ADN no sentido de melhorar as suas estimativas quanto à mão-de-obra e as suas bases de dados. Um destes esforços, passou pela elaboração e publicação por parte da ADN do Timor-Leste Standard Method of Measurement (TL-SMM) em Janeiro de Com efeito, se analisados os cálculos apresentados neste documento da ADN sobre os coeficientes de mão-de-obra (cf. Standard Coeficiente of Unit Price Analysis for Civil Works - Manual Works -, páginas 66 a 100), tirar-se-á, seguramente, a mesma conclusão a que se chegou nesta auditoria sobre o sobrepreço contratual no que se refere à mão-de-obra imputada aos vários trabalhos. Recomendação à ADN: 11. Reveja a carga de mão-de-obra afecta à realização dos vários trabalhos de construção civil prevista no contrato (unit price analysis) com vista à eliminação do sobrepreço existente. 49

51 2.2.7 RESULTADOS DAS VERIFICAÇÕES FÍSICAS Considerações Prévias Foram realizadas, entre os dias 30 de Junho e 24 de Julho de 2014, verificações físicas as 23 aldeias localizadas em 6 distritos de Timor-Leste com o objectivo de avaliar a execução física das obras. Posteriormente, foi realizada uma verificação física a Mehara, Lautem, nos dias 1 e 2 de Dezembro de Tabela 27 ALDEIAS OBJECTO DE VERIFICAÇÃO FÍSICA Distrito Aileu Ainaro Baucau Covalima Lautem Manatuto Viqueque Suco / Aldeia Malere Liurai Nugufu Hatudo Lanud Lalawa-Halimea Lalawa-KotaFoun Lalawa-TulaEdu Belekasak-Gazolo Belekasak-Betis Belekasak-Dais Belekasak-Matai Matai-HaliHun Haemanu Sanfuk Mehara Aubeon Uma Boco Luca SP4 Bibileo-Lalerek Mutin Cailoi Uma Kiik Craras Wesoru Bahalarawain O Relatório Fotográfico das verificações físicas realizadas consta do Anexo 7, páginas 181 a 235 do Vol. II deste Relatório de Auditoria Habitação Comunitária Não se verificaram diferenças entre o número de casas facturadas e pagas e o número de casas efectivamente construídas. No entanto, não foi possível confirmar a entrega formal das casas ao Estado pela empresa de construção aquando da sua conclusão. Esta situação assume particular relevância relativamente 50

52 à responsabilidade pela segurança das mesmas uma vez que se constatou a existência, em várias aldeias, de casas destruídas antes mesmo de alguma vez terem sido habitadas. Relativamente à situação verificada nas várias aldeias importa salientar as seguintes situações. Construção de Habitações sem a Aplicação de Ferros Laterais de Reforço Estrutural Constatou-se na generalidade das aldeias visitadas a não aplicação em todas as casas de ferros laterais de reforço estrutural (em X). Esta constatação pode ser verificada no Relatório Fotográfico cf. Anexo 7, páginas 181 a 235 do Vol. II apresentando-se, em seguida, alguns exemplos. Figura 1 NÃO APLICAÇÃO DE FERROS LATERAIS DE REFORÇO ESTRUTURAL NAS HABITAÇÕES - EXEMPLOS 1 Habitação construída em Cailoi, Viqueque, com aplicação dos ferros de reforço estrutural 2 Habitação construída em Malere, Aileu 3 Habitação construída em Nugufu, Ainaro 4- Habitação construída em KotaFoun, Covalima Considerando que está em causa a resistência das habitações construídas, assim como, a segurança das pessoas que nelas vivem, a ADN deve garantir a correcção destas situações e assegurar que não voltam a acontecer no futuro. 51

53 Recomendação à ADN: 12. Realize a reinspecção de todas as casas construídas com vista à identificação de todas as situações em que se encontram em falta os ferros laterais de reforço estrutural e exija à Carya Timor-Leste que proceda à sua instalação. Danos Resultantes da Fraca Resistência das Habitações e de Deficiências de Construção Verificou-se a existência de danos decorrentes da fraca resistência das habitações às condições climatéricas, nomeadamente, a resistência ao vento, bem como de deficiências de construção. Dos danos destacam-se os danos provocados nas cozinhas, vidros de janelas e tectos falsos, nas aldeias de Kotafoun, Tulaedu e Betis (Covalima), Nugufu (Ainaro), Uma Boco (Manatuto), Luca SP4 (Viqueque) e Mehara (Lautem) cf. Relatórios Fotográficos. Em Wesoro constatou-se a destruição por construção deficiente de um número considerável de biotank (fossas cépticas), situação que coloca em causa a utilização das habitações pelos residentes e a sua saúde. Figura 2 DEFICIÊNCIAS DE CONSTRUÇÃO DOS BIOTANK FOSSAS CÉPTICAS - WESORO 1 Fossa céptica construída em Wesoru (i) 2 - Fossa céptica construída em Wesoru (ii) Estas situações devem merecer uma atenção especial por parte da ADN por forma a assegurar a sua reparação pela Carya Timor-Leste. Recomendação à ADN: 13. Exija à Carya Timor-Leste a reparação de todas as fossas cépticas (biotank) construídas de forma deficiente em Wesoro. 52

54 Construção de Habitações em Desconformidade com o Contrato em Wesoro Consta do BoQ das habitações de 41,8 m2 e de 55,20 m2 (Adicional 1), no âmbito dos trabalhos de construção civil, a aplicação em todas as casas de uma folha plástica Laying of plastic sheet antes da construção do piso em cimento, pelos preços unitários de 85,80 USD e de 103,35 USD, respectivamente. Com a celebração do Adicional 3, o preço deste trabalho para a habitação de 41,8 m2 aumentou para 128,70 USD e manteve-se igual nas casas de 55,2 m2. Para as habitações 55,41 m2 o preço fixado foi de 112,13 USD. No suco de Wesoru está prevista a construção de 98 casas de 55,2 m2 e 264 casas de 55,41 m2. Nas verificações físicas, realizadas no dia 16 de Julho de 2014, constatou-se a não aplicação da folha plástica e da malha de aço na construção do piso das casas, conforme se pode ver nas fotografias seguintes. Figura 3 DESCONFORMIDADES NAS HABITAÇÕES EM WESORO VS BIBILEO 1 - Construção do chão de habitações em Wesoru 2 - Construção do chão de habitações em Wesoru 53

55 3 - Construção do chão de habitações em Bibileo 4- Construção do chão de habitações em Bibileo O que está previsto no BoQ corresponde ao aplicado, por exemplo, em Bibileo. Até ao pagamento n.º 8, referente aos trabalhos medidos até Junho de 2014, haviam sido pagos os trabalhos de construção civil onde se incluem os trabalhos de colocação da folha plástica relativos a 68 casas de 55,2 m2 e 110 casas de 55,41 m2 no suco de Wesoru. Não foi possível determinar o preço da armadura em ferro não aplicada na obra, uma vez que não foi facultado á equipa de auditoria a desagregação do preço unitário para o trabalho de constrution of floor slab 1:3:5. Assim, terão sido pagos USD e USD, referentes às casas de 55,2 m2 e 55,41 m2, respectivamente, relativos a folhas plásticas que não terão sido aplicadas na construção das casas. Apesar de não ter sido possível verificar a não aplicação da folha plástica nas casas já concluídas, a equipa de auditoria foi informada pela população que aquela folha plástica não foi aplicada em nenhuma casa. Face ao exposto, está em causa o eventual pagamento de USD de trabalhos não executados no suco de Wesoru que deverão ser objecto de revisão por parte da ADN e posterior acerto de contas com a Carya Timor-Leste. No âmbito do Contraditório, foi afirmado que a não aplicação de membrana plástica em Wesoru se deveu a razões técnicas e que (...) tendo sido inadvertidamente certificada para pagamento, será oportunamente deduzida no próximo certificado (...). Já a não aplicação de malha de aço não foi de facto executada nem paga. 54

56 Recomendação à ADN: 14. Proceda à recuperação a favor do Estado dos valores pagos indevidamente resultantes da não execução do trabalho correspondente à aplicação de folha plástica no piso em cimento das casas construídas em Wesoro, no valor de USD. Pagamento de Painéis Solares Inexistentes em Mehara Na tipologia de casas introduzida no Contrato por força da celebração do Adicional 1estava prevista a instalação de 2 painéis solares e respectivas instalações eléctricas em cada habitação de 41,8 m2 e de 55,2 m2, pelo preço de 965 USD por habitação. Com a celebração do Adicional 3, alteraram-se os trabalhos eléctricos previstos para as casas, por forma a permitir a ligação das mesmas às linhas de distribuição de energia eléctrica da EDTL, pelo preços unitários 497,21 USD e de 565,56 USD, para as casas de 41,8 m2 e de 55,2 m2, respectivamente. Com esta alteração, suprimiram-se os trabalhos relativos aos painéis solares e sua instalação previstos no Adicional 1. No entanto, verificou-se que em Mehara, foram facturados e pagos os painéis solares e os trabalhos eléctricos necessários à sua instalação, mas também foram facturados e pagos os trabalhos eléctricos necessários à ligação às linhas de distribuição eléctrica, constituindo isto o pagamento em duplicado de trabalhos. Com vista a esclarecer esta situação, foi realizada a verificação física das obras executadas em Mehara no âmbito desta auditoria, tendo-se constatado cf. Relatório Fotográfico que consta do Anexo 7.5, páginas 211 a 215 do Vol. II deste Relatório de Auditoria que não foram instalados quaisquer painéis solares, apesar de terem sido pagos. De acordo com a população local, nenhuma das 150 habitações ali construídas teve alguma vez painéis solares. O cálculo dos pagamentos feitos em excesso consta das tabelas seguintes. 55

57 Tabela 28 PAGAMENTOS E INDEVIDOS HABITAÇÕES 41,8M2 - MEHARA Trab. Eléctricos Pagos Habitação 41.8 m2 - Mehara Valor p/ Casa (n.º habitações) (USD) N.º Descrição dos Trabalhos Eléctricos Pag. 3 Pag. 6 Pag. 7 ADICIONAL 1 C ELECTRICAL WORKS 1. Provide and install solar panel and accessories 80 watt capacity Installation electrical works ADICIONAL 3 C ELECTRICAL WORKS 1. Provide and Instalation of Electrical Works N.º Casas onde foram feitas instalações eléctricas 153 N.º casas construídas (41.8 m2) 90 Diferença Injustificada (Painéis Solares) - n.º casas 63 Diferença Injustificada (Painéis Solares) - USD 60,795 Tabela 29 PAGAMENTOS INDEVIDOS HABITAÇÕES 55,2 M2 - MEHARA Trab. Eléctricos Pagos Habitação 55.2 m2 - Mehara Valor p/ Casa (n.º habitações) (USD) N.º Descrição dos Trabalhos Eléctricos Pag. 3 Pag. 6 Pag. 7 ADICIONAL 1 C ELECTRICAL WORKS 1. Provide and install solar panel and accessories 80 watt capacity Installation electrical works ADICIONAL 3 C ELECTRICAL WORKS 1. Provide and Instalation of Electrical Works N.º Casas onde foram feitas instalações eléctricas 102 N.º casas construídas (55,2 m2) 60 Diferença Injustificada (Painéis Solares) - n.º casas 42 Diferença Injustificada (Painéis Solares) - valor 40,530 Desta situação resultou a realização de pagamentos ilegais e indevidos no valor global de USD, decorrente da inexistência de contraprestação. Relativamente a esta matéria foi afirmado em contraditório que: Os painéis solares que a Auditoria afirma não terem sido instalados, foram-no de facto. Com efeito, estaria previsto inicialmente para esta aldeia a instalação de painéis solares, que são considerados provisórios até à data em que já seja possível a ligação da rede eléctrica pública às casas. Dado que, nesta aldeia, foi possível posteriormente a ligação à rede pública, os painéis foram solicitados retirar, sem que esse trabalho (mão-de-obra para retirada dos painéis) resultasse em encargos solicitados pelo empreiteiro. A ADN vai reaver os materiais reutilizáveis, que neste momento se encontram em posse do empreiteiro, e posteriormente encaminhá-los para um outro projecto da forma que se considere mais adequada, já que se trata de património do estado. 56

58 Apesar das afirmações feitas importa referir que aquando da deslocação da Equipa de Auditoria a Mehara, nos dias 1 e 2 de Dezembro de 2014, os auditores reuniram com as autoridades e população local. Esta deslocação visou verificar especificamente a existência dos painéis solares aqui em questão. Assim, foi questionado o Administrador do Sub-Distrito, Chefe do Suco, o Chefe da Aldeia e vários outros membros da comunidade sobre este assunto, tendo todos sido unânimes ao afirmar que as casas construídas na aldeia nunca tiveram quaisquer painéis solares. No seguimento das afirmações feitas em contraditório, a Equipa de Auditoria reviu novamente os seus registos fotográficos da aldeia de Mehara procurando localizar nos telhados das casas construídas algum vestígio da instalação de painéis solares, como sejam, diferenças de cor decorrentes de diferentes níveis de exposição solar, marcas da perfuração dos telhados para a montagem da estrutura metálica sobre a qual são colocados os painéis solares, sem sucesso. Por estas razões, mantêm-se as conclusões expressas no Relato de Auditoria quanto à ilegalidade do pagamento de USD. Recomendação à ADN: 15. Proceda à recuperação a favor do Estado dos valores pagos indevidamente resultantes da não colocação de painéis solares em Mehara, no valor de USD. 57

59 Estradas e Drenagem De acordo com o Projecto, as estradas a construir são de três tipos: subbase course, concrete e asphalt, de acordo com os desenhos seguintes. Figura 4 DESENHO DAS ESTRADAS PREVISTAS NO ADICIONAL 3 Clearing and Grubbing e Sub Grade Preparation O BoQ para as Estradas e Drenagem inclui, de entre outros, os trabalhos de Clearing and grubbing e Sub grade preparation necessários à construção das estradas e dos sistemas de drenagem. O primeiro consiste na limpeza do terreno e inclui o corte e arranque de árvores e arbustos conforme se pode ver na figura seguinte. 58

60 Figura 5 CLEARING AND GRUBBING WESORU, 17 DE JULHO DE 2014 Já o segundo consiste na preparação dos terrenos existentes destinados à construção das estradas novas antes da construção dos pavimentos. Este trabalho pressupõe a realização de compactação do terreno com recurso a meios mecânicos, como sejam, compactadores de rodas pneumáticas ou compactadores vibratórios de asfalto. O objectivo deste trabalho é assegurar uma maior resistência e homogeneidade dos terrenos que conduza à densificação desejada dos mesmos, necessária à construção de estradas. Constatou-se contudo que ambos os trabalhos foram aplicados à totalidade da área dos terrenos dos sucos / aldeias onde foram construídas habitações e outras infraestruturas no âmbito do Programa dos ODM e não apenas à área onde foram construídas estradas ou sistemas de drenagem. 59

61 Os trabalhos medidos e facturados até ao pagamento 8 nos sucos / aldeias objecto de vistoria constam da tabela seguinte. Tabela 30 PAGAMENTOS REALIZADOS CLEARING AND GRUBBING E SUB GRADE PREPARATION Distrito Aileu Ainaro B.1. Clearing and grubbing B.2 Sub grade preparation Total Suco / Aldeia Preço Valor Preço Valor (3) = (1) + Unid. Qts Unid. Qts Unitário (1) Unitário (2) (2) Liurai m2 40, , m2 40, , , Malere m2 28, , m2 28, , , Nugufu m m Hatudo m m Baucau Lanud m2 81, , m2 81, , , Covalima Lalawa-Halimea m m Lalawa-KotaFoun m2 30, , m2 30, , , Lalawa-TulaEdu m2 27, , m2 27, , , Belekasak-Gazolo m m Belekasak-Betis m2 32, , m2 32, , , Belekasak-Dais m m Belekasak-Matai m m Matai-HaliHun m m Haemanu - Beco m m Sanfuk m m Lautem Mehara m2 92, , m2 92, , , Manatuto Viqueque Aubeon m2 65, , m2 65, , , Uma Boco m2 85, , m2 85, , , Luca SP4 m2 44, , m2 44, , , Bibileo-Lalerek Mutin m m Cailoi m m Uma Kiik Craras m2 21, , m2 21, , , Wesoru m m Bahalarawain m m Custo Real 183, ,300, ,510, Taxa de Lucro + Imposto de Retenção (12%) 22, , , Preço Total 205, ,456, ,691, USD Conforme se pode observar na tabela anterior a área (m2) facturada em relação aos dois trabalhos em cada aldeia é igual. Relativamente ao trabalho de Clearing and grubbing considera-se aceitável que tenha sido paga a área referente a terrenos que não se destinavam à construção das estradas ou dos sistemas de drenagem, dado que foram construídas casas em terrenos onde foi necessário o desmatamento completo cf. Figura 4. De salientar que, o BoQ das habitações previstas no contrato e respectivos adicionais não previa o trabalho de limpeza dos terrenos. O mesmo já não aconteceu relativamente à construção das instalações públicas, razão pela qual esses trabalhos foram considerados como tendo sido pagos em duplicado no âmbito da esta auditoria, conforme visto no Ponto

62 Não obstante, em resultado das vistorias realizadas constataram-se divergências entre a áreas facturadas e pagas e as medições da equipa de auditoria relativamente ao trabalho de Clearing and grubbing, que poderão ter dado origem a sobrefacturação nas aldeias de Malere, Aileu, e de Uma Boco e Aubeon, em Manatuto. Neste sentido, as áreas facturadas deverão ser revistas pela ADN. Já a medição e pagamento do trabalho Sub grade preparation nos terrenos destinados à construção de habitações não pode ser aceite uma vez que este trabalho não foi executado nestes terrenos, conforme facilmente se pode observar da comparação das imagens fotográficas seguintes com as imagens recolhidas durante as visitas aos sucos / aldeias pela equipa de auditoria Relatório Fotográfico Não execução do Sub grade preparation, Anexo 8, páginas 236 a 240 do Vol. II deste Relatório. Na figura seguinte apresentam-se dois exemplos da realização destes trabalhos. Figura 6 SUB GRADE PREPARATION EXEMPLOS Nota: imagens obtidas na internet 61

63 Por esta razão apenas foram realizados os trabalhos de sub grade preparation nos terrenos destinados à construção de estradas cujas áreas (m2) constam na tabela seguinte. As áreas aqui consideradas foram as medidas para o trabalho C.1 Subbase course. Tabela 31 SUB GRADE PREPARATION PAGAMENTOS ILEGAIS E INDEVIDOS B.2 Sub grade preparation USD Distrito Suco / Aldeia Facturado e Pago Unid. Qts Preço Unitário Valor (1) Qts Preço Unitário Auditoria Valor (2) Pagamentos Indevidos (3) = (1) - (2) Liurai m2 40, , , , , Aileu Malere m2 28, , , , , Nugufu m Ainaro Hatudo m Baucau Lanud m2 81, , , , , Lalawa-Halimea m Lalawa-KotaFoun m2 30, , , , , Lalawa-TulaEdu m2 27, , , , , Belekasak-Gazolo m Belekasak-Betis m2 32, , , , , Covalima Belekasak-Dais m Belekasak-Matai m Matai-HaliHun m Haemanu - Beco m Sanfuk m Lautem Mehara m2 92, , , , , Aubeon m2 65, , , , , Manatuto Uma Boco m2 85, , , , , Luca SP4 m2 44, , , , , Bibileo-Lalerek Mutin m Cailoi m Viqueque Uma Kiik Craras m2 21, , , , , Wesoru m Bahalarawain m Custo Real 1,300, , ,086, Taxa de Lucro + IR (12%) 156, , , Preço Total 1,456, , ,217, Neste sentido, considera-se que o pagamento deste trabalho nas áreas que vão além das correspondentes aos terrenos destinados à construção de estradas é injustificado uma vez que corresponde a trabalhos não realizados, sendo, por esta razão, um pagamento ilegal e indevido no valor total de USD pela inexistência de contraprestação efectiva que causou dano para o erário público- cf. n.º 4 do art. 44.º da LOCC. 62

64 Em contraditório, o Ministro do Planeamento e do Investimento Estratégico aceita o afirmado neste Relatório ao afirmar que: (...) o que importa neste capítulo é que a tarefa de Sub Grade Preparation tenha sido facturada e paga, em toda a extensão do terreno onde foi feita a desmatação, e não apenas onde seria necessário preparar terrenos para a construção de pavimentos rodoviários. Este facto constitui evidentemente uma anormalidade que passou despercebida aos técnicos, uma vez que, em trabalhos de estradas, as áreas quantificadas para limpeza e desmatação são equivalentes às áreas de pavimento. Este lapso constitui de facto um erro que, com base nos cálculos apresentados no relatório, representa um pagamento avultado que não deveria ter sido efectuado. Os técnicos da ADN farão a verificação de todas as quantidades efectivamente facturadas relativamente a este capítulo, e apurando-se o real montante de pagamento não devido, proceder-se-á à sua recuperação de acordo com o procedimento mais adequado. Recomendação à ADN: 16. Realize a revisão dos valores pagos em todas as aldeias em que foi facturado pela Carya Timor-Leste a execução do trabalho de sub-grade preparation com vista ao apuramento dos valores pagos em excesso relativos às áreas não correspondentes a estradas construídas; 17. Em resultado da revisão mencionada na Recomendação n.º 16, proceda à recuperação a favor do Estado dos pagamentos indevidos feitos em excesso, que só nas aldeias objecto de verificação na Auditoria haviam já atingido USD até ao pagamento n.º 8. Subbase Course O BoQ das Estradas e Drenagem inclui o trabalho de Subbase course que consiste na aplicação sobre o solo existente de materiais de maior qualidade como a gravilha ou pedra. A totalidade das estradas construídas nos sucos / aldeias objecto de verificação física respeitam a estradas de subbase cf. Figura 4. 63

65 Figura 7 SUBBASE COURSE EXEMPLOS 1 - imagem obtidas na internet 2 Fotografia das obras de reabilitação e Manutenção da estrada Tibar - Gleno Na tabela seguinte constam as quantidades e valores medidos e pagos nas aldeias visitadas. Tabela 32 PAGAMENTOS REALIZADOS SUBBASE COURSE Distrito Suco / Aldeia Largura (m) (1) Cumprimento (m) (2) C.1 Subbase preparation Quantidades Facturadas e Pagas Espessura (m) (3) Qts. m3 (4) = (1) x (2) x (3) Preço Unitário (5) Valor (6) = (4) x (5) Aileu Liurai , , , Malere , , Ainaro Nugufu Hatudo , , Baucau Lanud , , , Lalawa-Halimea Lalawa-KotaFoun , , , Lalawa-TulaEdu , , , Belekasak-Gazolo , , Covalima Belekasak-Betis , , Belekasak-Dais Belekasak-Matai Matai-HaliHun Haemanu - Beco Sunfuk , , Lautem Mehara , , , , Manatuto Aubeon , , , Uma Boco , , , Luca SP4 (*) , , , Viqueque Bibileo-Lalerek Mutin Cailoi Uma Kiik Craras , Wesoru Bahalarawain Custo Real 1,059, Taxa de Lucro + IR (12%) 127, Preço Total 1,186, (*) O resultado da soma das parcelas não é igual ao total que foi efectivamente pago em Luca SP4 64

66 Conforme se observa, foram pagos até ao pagamento 8 nas aldeias visitadas um total de USD, tendo as quantidades deste trabalho facturadas tido como referência espessuras que variam entre os 30 cm e os 60 cm, em função das quais são determinados os valores a pagar pelo Estado. Nas verificações físicas efectuadas pela equipa de auditoria e não obstante não terem sido feitas medições exactas das quantidades de subbase course aplicados na construção das estradas, foi possível verificar que em nenhuma das aldeias foram aplicadas as quantidades facturadas de subbase course, conforme se pode observar nos registos fotográficos das respectivas aldeias cf. Relatórios Fotográficos, Anexo 7, páginas 181 a 235 do Vol. II. Com efeito, as espessuras médias aplicadas não ultrapassaram os 20 cm em nenhuma dos sucos / aldeias, havendo mesmo situações em que as quantidades aplicadas são quase inexistentes. Como exemplo destas últimas estão as aldeias de Liurai e Malere, onde foram facturados 60 cm de espessura. Se considerado o pressuposto de aplicação de espessuras médias de 20 cm em todos os sucos / aldeias (cenário optimista) é possível chegar à seguinte estimativa de sobrefacturação e de prejuízo para o Estado. 65

67 Tabela 33 ESTIMATIVA DE SOBREFACTURAÇÃO SUBBASE COURSE Distrito Suco / Aldeia Qts. M3 (1) Facturado e Pago Preço Unitário (2) Valor (3) = (1) x (2) C.1 Subbase preparation Qts. M3 c/ 0,2 m espessura (4) Auditoria (estimativa) Valor (5) = (4) x (2) Pagamento Indevido (estimativa) (6) = (3) - (5) Aileu Liurai 3, , , , , Malere 1, , , , Ainaro Nugufu 0.00 Hatudo , , Baucau Lanud 1, , , , , , Lalawa-Halimea 0.00 Lalawa-KotaFoun 2, , , , , Lalawa-TulaEdu 1, , , , , Belekasak-Gazolo , , Covalima Belekasak-Betis , , , , , Belekasak-Dais 0.00 Belekasak-Matai 0.00 Matai-HaliHun 0.00 Haemanu - Beco 0.00 Sunfuk 0.00 Lautem Mehara 3, , , , , , , , , Manatuto Aubeon 4, , , , , Uma Boco 8, , , , , Luca SP4 (*) 1, , , , , , Viqueque Bibileo-Lalerek Mutin 0.00 Cailoi 0.00 Uma Kiik Craras , , , Wesoru 0.00 Bahalarawain 0.00 Custo Real 1,059, , , Taxa de Lucro + IR (12%) 127, , , Preço Total 1,186, , , (*) O resultado da soma das parcelas não é igual ao total que foi efectivamente pago em Luca SP4 Neste sentido, considera-se que os valores pagos pelo Estado relativamente a todas as aldeias onde este trabalho foi pago devem ser revistos pela ADN considerando que, de acordo com a estimativa efectuada, terão sido pagos em excesso pelo menos USD, apenas nas aldeias objecto de verificação nesta auditoria e cujos trabalhos tinham sido medidos até ao pagamento 8. 66

68 Em contraditório, foi afirmado, à semelhança do que aconteceu noutras situações já analisadas, que: (...) [A] quantificação real dos trabalhos de Subbase será entretanto feita para os locais alvo de inspecção pela equipa de auditoria, e também para os restantes locais de projecto. Fica entretanto reforçado o compromisso de que a ADN fará a correcta reavaliação destes trabalhos, de modo a apurar o verdadeiro montante pago excessivamente e que a auditoria apenas refere como estimativa. Com os dados correctos provenientes das reinspecções a efectuar proceder-se-ão às respectivas deduções no pedido de pagamento seguinte, se entretanto não tiver sido completado o trabalho com a correcta espessura constante em projecto. Recomendação à ADN: 18. Realize a revisão dos valores pagos em todas as aldeias em que foi facturado pela Carya Timor-Leste a execução do trabalho de subbase preparation com vista ao apuramento dos valores pagos em excesso relativos a espessuras não executadas INSTALAÇÕES PÚBLICAS Desconformidades entre os Pagamentos Realizados e as Obras Executadas Conforme análise efectuada no Ponto deste Relatório de Auditoria constatou-se a existência de erros e duplicações de trabalhos nos BoQ das instalações públicas. Nas vistorias efectuadas verificou-se a existência de desconformidades entre o previsto no contrato, respectivos BoQ e peças desenhadas e as obras efectivamente executadas. Em resultado destas situações foram efectuados facturados e pagos valores em excesso, face ao que foi efectivamente construído. Consta dos Anexos 5.1 a 5.6, páginas 19 a 178 do Volume II deste Relatório o detalhe dos cálculos efectuados no âmbito desta Auditoria, sendo o resumo das mesmas por Suco / Aldeia apresentado em seguida. A análise das desconformidades detectadas nas capelas construídas consta do Ponto seguinte. 67

69 Tabela 34 DESCONFORMIDADES NAS INSTALAÇÕES PÚBLICAS - PAGO VS OBRA REALIZADA Distrito Suco / Aldeia Instalação Pública Unid. Aileu Ainaro Baucau Covalima Lautem Manatuto Total Pago (1) Total considerado pela Auditoria (2) Pagamento Indevido (3) = (1)-(2) Malere Lavandaria 2 15,676 6,712 8,964 Centro Comunitário 1 46,116 35,028 11,088 Escola 1 70,647 68,327 2,320 Liurai Clínica 1 33,252 31,392 1,861 Lavandaria 1 8,820 6,712 2,108 Mini Mercado 1 22,063 20,206 1,857 Nugufu Hatudo Centro Comunitário 1 47,475 36,613 10,862 Lanud Escola 1 72,304 70,551 1,753 Clínica 1 34,805 32,833 1,972 Lalawa-Halimea 0 0 Lalawa- KotaFoun Lalawa-TulaEdu Centro Comunitário 1 46,847 35,243 11,604 Lavandaria 1 9,015 6,953 2,063 Mini Mercado 1 22,260 20,360 1,899 Centro Comunitário 1 48,379 37,318 11,061 Clínica 1 34,039 32,136 1,903 Lavandaria Belekasak- Gazolo Lavandaria Centro Comunitário 1 48,194 37,474 10,720 Belekasak-Betis Escola 1 72,535 70,711 1,824 Clínica 1 35,709 33,597 2,111 Centro Comunitário 1 48,752 37,466 11,286 Belekasak-Dais Escola 1 72,535 70,306 2,229 Clínica 1 34,691 32,942 1,748 Lavandaria 1 9,015 6,875 2,140 Centro Comunitário 1 48,752 37,533 11,219 Belekasak-Matai Escola 1 73,625 71,718 1,908 Clínica 1 35,639 33,657 1,983 Mini Mercado 1 22,260 20,360 1,899 Matai-HaliHun Capela Centro Comunitário Haemanu Escola Clínica Lavandaria Mini Mercado Centro Comunitário Sunfuk Escola 1 73,625 71,865 1,760 Clínica 1 35,091 33,062 2,029 Lavandaria 2 18,031 13,751 4,280 Centro Comunitário 1 27,845 26,274 1,571 Escola 1 40,073 39,009 1,064 Mehara Clínica 1 23,179 22,115 1,064 Mini Mercado Lavandaria Centro Comunitário 1 35,453 32,800 2,652 Aubeon Escola 1 69,403 67,650 1,753 Clínica 1 30,150 28,387 1,762 Mini Mercado 1 20,547 19,368 1,179 USD 68

70 USD Distrito Suco / Aldeia Instalação Pública Unid. Total Pago (1) Total considerado pela Auditoria (2) Pagamento Indevido (3) = (1)-(2) Viqueque Centro Comunitário 1 45,876 34,885 10,991 Uma Boco Escola 1 69,414 67,166 2,248 Clínica 1 32,929 30,756 2,173 Luca SP4 Centro Comunitário 1 37,814 34,540 3,274 Clínica 1 33,832 32,049 1,784 Bibileo-Lalerek Mutin Cailoi Centro Comunitário Clínica Centro Comunitário 1 38,023 35,262 2,761 Uma Kiik Craras Escola 1 69,709 68,161 1,548 Mini Mercado 1 22,496 20,574 1,922 Lavandaria 1 8,590 7,254 1,335 Wesoru Bahalarawain Total 1,745,484 1,578, ,533 Assim, foram efectuados pagamentos indevidos no valor total de USD, resultantes de erros e duplicações de trabalhos nos BoQ contratuais e da existência de desconformidades entre o que foi pago e o efectivamente executado em obra. No âmbito do contraditório, foi reconhecida a existência de desconformidades e afirmado que as mesmas serão alvo de análise pela ADN, com vista à quantificação do valor pago em excesso conforme já exposto no seu comentário ao Ponto , referentes aos erros e duplicações de trabalhos existentes nos BoQ. Recomendação à ADN: 19. Proceda à revisão em todas as aldeias dos valores pagos indevidamente em resultado de erros nas quantidade, de duplicações de trabalhos, e de trabalhos não executados mas facturados, relativos à construção de Instalações Públicas, e à recuperação a favor do Estado de todos os montantes pagos em excesso. Alterações aos Projecto das Capelas Não Reflectidas no Preço Pago Com a celebração do Adicional 3 foi introduzida no contrato a construção de Capelas no âmbito das Instalações Públicas. 69

71 Os preços contratuais por capelas e distrito são os seguintes. Tabela 35 PREÇOS CONTRATUAIS DAS CAPELAS P/ DISTRITO Ref. Distritos Custo Contratual Margem de Lucro e Imposto Retenção (12%) USD Preço Contratual 1 Díli 67,998 8,160 76,158 2 Lautem 73,542 8,825 82,367 3 Baucau 72,132 8,656 80,787 4 Viqueque 75,545 9,065 84,611 5 Manatuto 70,117 8,414 78,531 6 Aileu 72,120 8,654 80,775 7 Manufahi 72,324 8,679 81,003 8 Liquiça 69,604 8,353 77,957 9 Ermera 71,027 8,523 79, Ainaro 73,041 8,765 81, Bobonaro 84,674 10,161 94, Covalima 72,983 8,758 81, Oecusse 75,485 9,058 84,543 Refira-se, desde já, que os valores apresentados na tabela anterior são diferentes dos anexos ao Contrato, por existirem nos mesmos erros 14. Verificou-se, contudo que, nas aldeias objecto de verificações físicas as capelas construídas não correspondem ao previsto no Adicional 3. Com efeito, as capelas construídas são de tamanho inferior e desenho distinto do previsto no projecto inicial, não obstante terem sido pagas tendo por base o BoQ para as capelas previstas no Adicional 3, ou seja, foram pagas capelas maiores do que as efectivamente construídas. Na figura seguinte pode observar-se as diferenças entre o desenho da capela prevista no Adicional 3 e efectivamente paga, e o desenho das Capelas construídas as built drawings - nas aldeias acima indicadas. 14 A soma do BoQ para cada capela por distrito incluída no contrato não teve em consideração o valor do fornecimento de cadeiras para igreja no valor de USD, apesar das mesmas constarem no BoQ. 70

72 Figura 8 DESENHO DAS CAPELAS PREVISTAS NO ADICIONAL 3 VS DESENHOS DAS CAPELAS CONSTRUÍDAS 1 Desenho das Capelas previstas no Adicional 3 Floor Plan e Foundation Plan, área de construção = 103,88 m2 2 Desenho das Capelas construídas Floor Plan e Foundation Plan, área de construção = 72 m2 As diferenças consistem essencialmente na supressão / eliminação das duas sacristias que estavam previstas no desenhos iniciais das Capelas. Para melhor compreensão das diferenças entre os dois projectos veja-se outros desenhos no Anexo 6, páginas 179 e 180 do Volume II deste Relatório. 71

73 Com vista ao apuramento dos valores pagos em excesso, foi solicitado à ADN em 25 de Setembro e 14 de Outubro de 2014, o envio do BoQ referente ao as built drawing das capelas efectivamente construídas. Em resposta ao solicitado, foi enviado pela ADN o BoQ das capelas previstas no Adicional 3. Ora este BoQ não corresponde às capelas efectivamente construídas conforme visto atrás, nem ao que foi pedido no âmbito da auditoria. Em consequência, não possível apurar nesta auditoria os valores efectivamente pagos em excesso decorrentes da alteração do projecto. Contudo, considerando o respectivo valor de construção por m2 e considerando que a capela construída tem uma área inferior em 22 % à do projecto inicial, estima-se que até ao pagamento 8 tenham sido pago em excesso cerca de USD, apenas em 8 sucos / aldeias visitadas no âmbito desta auditoria. Tabela 36 ESTIMATIVA DE PAGAMENTO INDEVIDOS RELATIVOS À CONSTRUÇÃO DE CAPELAS Distritos Suco / Aldeia Trabalhos Medidos até Junho de 2014 (pagamento 8) Valor Pago Valor Pago s/ Mobiliário (1) Estimativa da Auditoria Valor Devido -22% do valor pago s/ mobiliário (2) USD Valor indevido (3) = (1) - (2) Aileu Liurai 78,055 65,825 51,343 14,481 Baucau Lanud 79,840 64,890 50,614 14,276 Lalawa-KotaFoun Lalawa-TulaEdu 77,906 64,004 49,923 14,081 Covalima Belekasak-Betis 79,390 65,448 51,049 14,399 Belekasak-Dais 80,361 66,459 51,838 14,621 Haemanu Lautem Mehara 48,817 48,817 38,078 10,740 Manatuto Uma Boco 77,583 62,633 48,854 13,779 Viqueque Luca SP4 63,158 63,158 49,263 13,895 Total 110,272 De salientar que, nos sucos / aldeias de Belekasak Matai, Sanfuk e Aubeon foram construídas capelas de dimensões superiores às previstas no projecto, tendo, contudo, nestas situações sido pago pelo Estado a construção destas obras de acordo com um BoQ revisto, em que o preço das mesmas é superior ao previsto no Adicional 3. Quer isto dizer que, nas situações em que a Carya Timor-Leste construiu capelas de tamanho inferior ao previsto no contrato foram pagos trabalhos não realizados, quando a empresa 72

74 construiu capelas de tamanho superior ao previsto no contrato, foram pagos pelo Estado os valores devidos. Esta situação representa um claro benefício para a Carya Timor-Leste em prejuízo dos interesses financeiros e patrimoniais do Estado. Assim, recomenda-se à ADN que: 20. Proceda à elaboração do BoQ das capelas efectivamente construídas, com base no qual terá de proceder à revisão dos valores pagos com vista ao necessário acerto de conta e reembolso ao Estado dos valores indevidamente pagos em todas as aldeias ÁGUA E SANEAMENTO A execução física da componente para Água e Saneamento prevista no contrato foi, até Julho de 2014, altura da realização das verificações físicas, muito reduzida. Em consequência, a execução financeira até ao pagamento 8 foi de apenas USD, correspondente a 2,2% do total contratual de USD. Não obstante, importa destacar as seguintes situações resultantes das verificações efectuadas. Desde logo o facto de estarem a ser construídas lavandarias em quase todas os sucos / aldeias, também no âmbito deste contrato, sem que as populações locais tenham acesso a água, o que impede a utilização das lavandarias construídas. Talvez por esta razão, nas 9 aldeias visitadas em que foram construídas uma ou mais lavandarias, no total de 10, não se constatou, por uma única vez, a utilização das mesmas pela população. Da mesma forma, os centros comunitários, escolas infantis e clínicas foram construídas com instalações sanitárias que não podem ser utilizadas por não haver acesso a água. Algumas destas instalações públicas apresentavam já, aquando das vistorias, avançado estado de degradação sem alguma vez tenham sido utilizadas. Por outro lado, não foi possível obter justificação para a não execução desta componente, sendo certo que estamos perante uma necessidade básica. Esta preocupação foi manifestada, igualmente, pelas populações locais. 73

75 2.2.8 PAGAMENTOS ILEGAIS E INDEVIDOS NO ÂMBITO DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA As desconformidades apuradas nos Pontos , , e consubstanciam a realização de despesas e pagamentos ilegais e indevidos por inexistência de contraprestação, resultantes da alteração de preços unitários para trabalhos realizados, do pagamento de painéis solares inexistentes em Mehara, do pagamento de trabalhos de sub grade preparation não realizados e da existência de desconformidades entre os pagamentos feitos e as obras de construção de instalações públicas, em violação do n.º 1 do art. 14.º da LOGF. Dispõe o n.º 4 do art. 44.º da LOCC que [c]onsideram-se pagamentos indevidos para efeito de reposição os pagamentos ilegais que causarem dano para o erário público, incluindo aqueles a que corresponda contraprestação efetiva que não seja adequada ou proporcional à prossecução das atribuições da entidade em causa ou aos usos normais de determinada atividade. De facto, nos casos em apreço o pagamento das despesas causou prejuízo ao erário público, consubstanciado, em síntese, nas seguintes situações: a) Aplicação injustificada de preços novos (mais elevados) aos trabalhos já executados e pagos antes da celebração do Adicional 3, no valor de USD Ponto ; b) Pagamento ilegal e indevido de 105 painéis solares e respectivos trabalhos eléctricos de instalação inexistentes em Mehara, Lautem, no montante de USD Ponto ; c) Pagamento ilegal e indevido do trabalho de sub grade preparation não realizado correspondente à área dos terrenos destinados à construção de habitações e instalações públicas e respectivos terrenos circundantes, no valor de USD Ponto ; d) Pagamentos ilegais e indevidos no âmbito da construção de instalações públicas, resultantes de erros e duplicações de trabalhos existentes nos BoQ e de trabalhos não realizados, no montante de USD Pontos e Os responsáveis pelos pagamentos indevidos no valor total de USD encontramse identificados no Ponto 4 deste Relatório de Auditoria, atento o disposto no n.º 4 do art. 46.º da LOCC, sendo as situações suscetíveis de constituir eventual responsabilidade financeira sancionatória e reintegratória nos termos das als. b) e d) do n.º 1 do art. 50.º e dos n.ºs 1 e 4 do art. 44.º da LOCC. Devem ainda ser tidas em consideração as outras situações analisadas que deram origem a pagamentos ilegais e indevidos cujo montante exacto não foi possível apurar, sendo que os mesmos foram, de acordo com a estimativa efectuada de, pelo menos, USD, conforme se apresenta: 74

76 Pagamento dos trabalhos não realizados de aplicação de folha plástica na execução do piso em cimento das habitações em Wesoru, Viqueque valor estimado de USD Ponto ; Pagamento do trabalho de subbase course, relativo a espessuras superiores às realmente aplicadas em obra valor estimado de USD Ponto Pagamento das capelas construídas sem ter em conta as alterações efectuadas ao projecto valor estimado de USD Ponto ; Por fim, referir as divergências entre as áreas facturadas e pagas e as medições da equipa de auditoria relativamente ao trabalho de Clearing and grubbing, que poderão ter dado origem a sobrefacturação nas aldeias de Malere, Uma Boco e Aubeon Ponto Estas situações deverão ser objecto de regularização por parte da ADN com vista à recuperação pelo Estado dos valores pagos em excesso à Carya Timor-Leste, sob pena de eventual responsabilidade financeira sancionatória e reintegratória, nos termos previstos na LOCC. Em contraditório, foi afirmado que: Tal como atrás explicado em cada um dos Pontos, a ADN, em concordância parcial com o exposto no relatório, tem já em marcha um plano para avaliar todos os aspectos considerados não regulares, nomeadamente no que respeita a pagamentos excessivos. Neste ponto, a ADN considera que não é justo nem correcto considerar como ilegais ou indevidos os pagamentos excessivos que se confirmarem ter sido efectuados com base nos certificados intermédios. À luz do estipulado na Sub-Clause 14.1 das Condições Gerais do Contrato, antes da emissão do certificado final de recepção da obra é sempre possível rectificar as quantidades de trabalho certificadas anteriormente, enquanto a obra está em curso, sem que se esteja a cometer nenhuma ilegalidade. Assim que for apurado o real montante de pagamentos excessivos, detectados por este relatório ou pela equipa que já está no terreno com a responsabilidade de reinspecção dos locais de projecto, serão encetados os devidos procedimentos para a recuperação dos montantes em causa, o que está previsto em contrato, como atrás referido. Entretanto a ADN reuniu já com o Empreiteiro, que demonstra não ter nenhuma objecção à devolução dos pagamentos excessivos, assim que estes sejam confirmados e devidamente documentados. Acrescentou ainda, que por (...) impossibilidade de interpretar o procedimento de cálculo que responsabilizaria cada um dos intervenientes (...) seria bastante útil e esclarecedor que a auditoria fornecesse informação mais detalhada sobra a forma como relaciona cada um dos nomes com os montantes em causa. Face ao exposto, é de salientar o seguinte. 75

77 Não obstante existir a possibilidade de recuperar os valores pagos em excesso, a ilegalidade, para efeitos de responsabilidade financeira sancionatório e reintegratória, foi cometida aquando das várias recomendações e autorizações de pagamento referentes a trabalhos que, conforme ficou demonstrado neste Relatório deram origem a pagamentos ilegais e indevidos. Com efeito, o que poderá acontecer com a recuperação a favor do Estado de Timor-Leste dos valores pagos em excesso é a extinção da responsabilidade financeira sancionatória e reintegratória, tal como se encontra previsto no art. 54.º da LOCC. Relativamente à imputação de responsabilidades, consta da tabela seguinte a sua desagregação. Tabela 37 IMPUTAÇÃO DE RESPONSABILIDADES PAGAMENTOS ILEGAIS E INDEVIDOS 2 (até Dez. 2012) 3 (até Mar. 2013) 4 (até Jun. 2013) 5 (até Set. 2013) 6 (até Nov. 2013) 7 (até Fev. 2014) 8 (até Jun. 2014) Alteração Preços 133, ,713 Painéis Solares 101, ,325 Sub grade preparation 485, , , , ,217,385 Instalações Públicas 2,128 10,905 8,571 70,587 75, ,533 1,619,955 Warsoadhi x Francisco Xavier de Jesus Jerónimo x x x x x Valentina Violet Bianco x x x x x x João Gomes x x x x x Arlindo Monteiro Sarmento x x x x Zulkarnaen Depari x x x Carlos Costa x Sheila M. R. L. da Silva x x x x x Herning Widayati x Esron Stevanus Henuk x x x x Alexandre Sarmento x x Samuel Marçal x x x x x x Kay Rala Xanana Gusmão x x x x x x x Assim, nos termos do art. 48.º da LOCC, quando são vários os responsáveis que deram origem à ilegalidade, (...) a sua responsabilidade, tanto directa como subsidiária, é solidária, e o pagamento da totalidade da quantia a repor por qualquer deles extingue o procedimento instaurado ou obsta à sua instauração, sem prejuízo do direito de regresso. Quer isto dizer que, nas recomendações de pagamento que houve lugar a um pagamento ilegal e indevido, todos os intervenientes nessa recomendação são responsáveis pela totalidade do valor em causa. Recomendação ao Governo: 6. Proceda ao apuramento das eventuais responsabilidades disciplinares por acções ou omissões por parte de funcionários e agentes da ADN tendo em contra as falhas de controlo identificadas neste Relatório, nos termos do n.º 3 do art. 46.º da Lei do Orçamento e Gestão Financeira e demais legislação aplicável. Total 76

78 3. PRINCIPAIS OBSERVAÇÕES E CONCLUSÕES DA AUDITORIA PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES 2.2 PROGRAMA DOS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO CARACTERIZAÇÃO GERAL Encontra-se previsto no Plano Estratégico de Desenvolvimento de Timor-Leste para , a construção de casas para pessoas vulneráveis através do Programa dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Com este Programa, previa-se a construção de cinco casas, todos os anos, em cada uma das aldeias, num total de casas, no valor total de 65 milhões de USD, a construir entre 2011 e No Programa do V Governo Constitucional ( ) foi dada continuidade ao mesmo, tendo-se estendido o respectivo período de implementação até 2017 e mantido o objectivo de construção de cerca de casas por ano QUANTO AO CUMPRIMENTO DAS REGRAS DO APROVISIONAMENTO E DOS CONTRATOS PÚBLICOS Concurso Público Internacional Contrato Inicial O Programa está a ser executado ao abrigo do contrato celebrado, em 12 de Outubro de 2011, entre o Governo de Timor-Leste e a Carya Timor-Leste em joint venture com a Jonize Construction, com o valor inicial de USD 15, para a construção de casas do tipo pré-fabricadas, nas tipologias de 36m2, 50m2, 70m2 e 140m2, no prazo de um ano. A celebração deste contrato foi precedida de Concurso Público Internacional Contratos Adicionais Nenhuma das casas pré-fabricadas inicialmente previstas no contrato e cuja construção foi posta a concurso, foi de facto construída, uma vez que estes trabalhos foram suprimidos do contrato menos de um mês depois do mesmo ter sido assinado, por via da celebração do Adicional 1, no dia 8 de Novembro de Com este adicional foram adicionados novos tipos de casas, também pré-fabricadas, mas de 41.8m2 e de 55.2m2, situação que consubstancia, de facto, um novo contrato e não um contrato adicional. Com o Adicional 2, foram introduzidos no contrato as obras de construção de estradas, sistemas de drenagem, instalações públicas (capelas, escolas infantis, centros comunitários, mini-mercados, lavandarias e postos de polícia), sistemas de fornecimento de água e saneamento, trabalhos que constituem obra nova, que deveria ter sido posta a concurso público internacional atento o valor global dos mesmos ( USD). Através do Adicional 3, foram alterados os preços unitários para as casas de 41,8m2 e de 55,2m2 a construir, introduzido um novo tipo de casa a construir, com 55,41m2, sem casa de banho e com sistema de ventilação natural nas janelas e portas, e aumentados os valores previstos para Estradas e Drenagem, Instalações Públicas e Água e Saneamento, que passaram dos USD para USD, relativos à realização de obras em 65 aldeias. 15 Por uma questão de simplificação os valores foram arredondados para a unidade de USD. 77

79 PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES Após a celebração de três adicionais o valor contratual é de USD, ou seja, mais 45,8 % do que o valor do contrato inicial. As alterações verificadas no contrato celebrado com a Carya Timor-Leste em joint venture com a Jonize Construction, constituem, no essencial, ajustes directos a estas empresas, em prejuízo das regras da legalidade, igualdade, transparência e da publicidade previstos no Regime Jurídico do Aprovisionamento (RJA), aprovado pelo DL n.º 10/2005, de 21 de Novembro, o que beneficiou estas empresas em detrimento de outros potenciais interessados. Desta situação resultou, ainda, o inflacionamento dos preços contratuais, conforme análise feita no Ponto relativamente às Instalações Públicas, uma vez que os mesmos foram fixados num contexto não concorrencial Prestação de Garantia pelo Adiantamento de 10% do Valor do Contrato O Contrato prevê a realização de um adiantamento à Carya Timor-Leste 16 correspondente a 10% do seu valor, após prestação de garantia bancária por parte da empresa a favor do Estado, no mesmo montante. A 9 de Dezembro de 2011, foi solicitado pela empresa o pagamento de adiantamento no valor de USD e, simultaneamente, requerida a dispensa de prestação da garantia bancária. Em alternativa, a empresa daria em garantia activos / equipamentos de valor equivalente ao do adiantamento solicitado, constantes de lista anexa ao seu pedido, e doaria ao Governo 5 máquinas pesadas novas. Com base em informação da ADN, que afirmou ter examinado as máquinas em questão e atestado que o seu valor era equivalente ao valor do adiantamento, a empresa foi dispensada de apresentação da garantia bancária e foi autorizado o pagamento do adiantamento. No âmbito da auditoria não foi obtida qualquer evidência da realização pela ADN da avaliação das máquinas em questão e da certificação dos respectivos valores que a entidade afirma ter realizado em finais de Apenas após solicitação no âmbito desta auditoria a ADN, na sua carta de 17 de Dezembro de 2014, afirma ter procedido à (...) reverifikasaun ba patrimoniu hirak ne e hodi konfirma sira nia ezistência no kondisaun. A doação ao Estado das máquinas pesadas novas, pela Carya Timor-Leste, nunca foi concretizada. A dispensa de prestação de garantia bancária concedida põe em causa os princípios da igualdade, da estabilidade e, consequentemente da legalidade e não tem enquadramento legal. A não prestação de garantia bancária põe em causa os interesses financeiros do Estado, na medida em que deixa o mesmo desprotegido em caso de incumprimento contratual situação que não salvaguarda o interesse público. 16 As reverências feitas à Carya Timor-Leste referem-se à Carya Timor-Leste em joint venture com a Jonize Construction. 78

80 PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES Após a realização do pagamento 8 ainda estavam na posse da empresa USD relativos ao adiantamento. No seguimento da apresentação para pagamento pela Carya Timor-Leste da factura n.º 9, no valor global de USD, foi decidido pela ADN proceder à retenção de 90% da mesma, correspondente a USD, por dedução ao valor do adiantamento ainda na posse da empresa. Assim, no final de 2014, o valor do adiantamento era de USD ANÁLISE GLOBAL DA EXECUÇÃO ORÇAMENTAL A execução orçamental do Programa dos ODM tem sido, desde o seu início, muito baixa, situando-se entre os 10,9% em 2012 e os 17,0% em Em 2013, a execução foi de 15,0%. A baixa taxa de execução orçamental no ano de 2011 justifica-se pelo facto do contrato ter sido assinado em Outubro, tendo sido feito apenas o pagamento de USD relativo ao adiantamento. Em 2012, e apesar de terem sido pagos USD, registou-se a taxa de execução mais baixa, uma vez que o orçamento final atingiu os USD. No ano de 2013, e apesar de se ter reduzido para menos de metade o valor do Orçamento Final quando comparado com o ano anterior, a taxa de execução manteve-se baixa em consequência do lento progresso físico das obras. O Orçamento Geral do Estado para o ano de 2014, previu para o Programa dos ODM o montante de USD, dos quais USD para o Projecto Habitação Comunitária. Com excepção do Orçamento Geral do Estado para o ano de 2014, foram orçamentados anualmente para o Programa dotações manifestamente exageradas face à capacidade de execução demonstrada pela Carya Timor-Leste e pelas entidades públicas envolvidas, o que deu origem a taxas de execução orçamental muito baixas EXECUÇÃO FÍSICA DO CONTRATO Habitação Comunitária O Contrato assinado em Outubro de 2011 previa a construção de casas no prazo de um ano. Com o Adicional 1, assinado em Novembro do mesmo ano, aumentou-se o número de casas a construir para e manteve-se o prazo de execução. Em Março de 2014, cerca de 30 meses após a assinatura do contrato estava concluída a construção de casas (19,3% do total) e estavam em construção casas (13,6%), o que constitui uma taxa de execução muito aquém das metas inicialmente definidas, correspondente a um total de casas construídas ou em construção (32,9%). 79

81 PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES Para tal contribuíram as seguintes causas: O elevado grau de desconhecimento por parte das comunidades em relação ao Programa; As dificuldades em encontrar terrenos adequados à construção das casas e que vão ao encontro das preocupações das comunidades, como a proximidade com terrenos agrícolas, o acesso à água e a existência de pontes que facilitem o acesso aos mesmos; O número insuficiente de engenheiros da ADN para supervisionar a execução do Programa; A afectação de meios humanos e equipamentos insuficientes à implementação do Programa pela Carya Timor-Leste e o facto da mesma não conseguir gerir eficazmente o mesmo por ter outros projectos em curso. Apesar de se considerar que as metas definidas inicialmente foram demasiado ambiciosas e de alcance quase impossível deve ser exigida maior rapidez de execução à Carya Timor- Leste através da afectação de mais meios humanos e materiais e equipamentos às obras em curso Estradas e Drenagem Com o Adicional 3 foi prevista a construção de 140,1 km de estradas do tipo sub-base course, concrete e asphalt e drenagem nos 13 distritos abrangidos pelo Programa, pelo valor total de USD. Até Março de 2014 tinham sido construídos 15,6 km de estradas e 18,3 km de drenagem em 11 aldeias, no total de 33,9 km, correspondente a apenas 24,2% do total previsto no Contrato, e muito aquém da execução financeira Instalações Públicas Está previsto no Contrato a construção de capelas, escolas infantis, centros comunitários, mini mercados, lavandarias e postos de polícia em cada uma das 65 aldeias, ou seja, 6 instalações públicas por aldeia, num total de 455 instalações públicas, pelo preço total de USD. Em Junho de 2014 estavam concluídas ou em construção 84 instalações públicas, ou seja, 18,5% das previstas, percentagem que se justifica em parte pelo facto de não estarem a ser construídas em todas as aldeias as seis instalações incluídas no contrato Água e Saneamento Não foram entregues pela ADN indicadores sobre o progresso físico desta componente do Contrato. 80

82 PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES EXECUÇÃO FINANCEIRA A execução financeira do Programa relativamente a trabalhos medidos até Junho de 2014 foi de USD, ou seja, 22,8% do valor actual contratual ( USD), 2 anos e 7 meses depois da assinatura o Contrato. O valor dos trabalhos medidos até Junho de 2014 relativos à construção de Habitações foi de USD (22,8% do total previsto no Contrato). Os pagamentos relativos às habitações não foram realizados de acordo com o previsto no contrato, que prevê que o mesmo seja feito em função das unidades efectivamente concluídas, ou seja, complete-in-place. Os mesmos têm sido feitos em função da medição do trabalhos realizados que compõem os BoQ das casas, o que dá origem à realização de pagamentos adiantados não previstos no contrato. Foram feitos pagamentos ilegais e indevidos à Carya Timor-Leste no valor total de USD, resultantes da aplicação de preços novos (superiores) a trabalhos já realizados e medidos antes da celebração do Adicional 3. A construção de Estradas e Drenagem ascendeu a USD, equivalente a 55,4% do previsto no Contrato, percentagem muito superior à sua execução física. Os distritos de Covalima, Manufahi e Manatuto foram responsáveis por quase metade da execução financeira desta componente ( USD, 48,8% do total). Os distritos de Liquiça e Oecusse não tiveram qualquer execução. No distrito de Manufahi foi gasto o dobro do previsto no Contrato (197,2%). A execução financeira relativa às Instalações Públicas atingiu os USD, o que correspondeu a 19,2% do valor contratual. As taxas de execução mais elevadas verificaram-se nos distritos de Covalima e Ermera, com taxas de, respectivamente, 46,7% e 33,4%, face ao previsto no contrato para os respectivos distritos, tendo Covalima sido responsável por 37,7% da execução financeira. A execução da componente de Água e Saneamento foi de apenas 2,2%, correspondente ao valor de USD, dos quais 26,6% referem-se ao distrito de Bobonaro REVISÃO DO CONTRATO, BILL OF QUANTITIES E PEÇAS DESENHADAS EXISTÊNCIA DE SOBREPREÇO NAS INSTALAÇÕES PÚBLICAS Foi efectuada a revisão da componente relativa às Instalações Públicas prevista no Contrato após a celebração do Adicional 3, cujo valor global ascende a USD, do total de USD, que consistiu na análise dos preços unitários contratuais e das respectivas quantidades, bem como, na análise dos coeficientes de mão-de-obra imputados aos preços unitários dos trabalhos Preços Contratuais Por forma a verificar a adequação dos preços unitários contratuais foi efectuado um levantamento de preços dos materiais utilizados na construção das Instalações Públicas. Este levantamento foi feito junto de 13 lojas de materiais de construção e de mobiliário localizados em Díli, uma vez que os preços contratuais têm por referência o custo dos materiais de construção e o custo do mobiliário nesta cidade. 81

83 PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES Preços Contratuais de Materiais de Construção Vs Preços de Mercado Da comparação efectuada constatou-se uma situação de sobrepreço generalizado por via da existência de inflaccionamento geral dos preços unitários uma vez que são, na sua maioria, muito superiores aos preços de mercado. Dos 58 artigos analisados, constatou-se a existência de sobrepreço em 90% dos mesmos, sendo que em apenas 6, se verificou um preço contratual inferior aos preços apurados pela auditoria. A média de sobrepreço foi de 183,1%, ou seja, os preços contratuais dos materiais de construção são, em média, quase três vezes superiores aos preços de mercado. Preços Contratuais do Mobiliário Vs Preços de Mercado Foram incluídos nos BoQ das capelas, escolas infantis, centros comunitários e clínicas, mobiliário como secretárias, cadeiras e armários de escritório, no valor total de USD, correspondente a 15,3 % do total contratual para Instalações Públicas. Assim, a compra de mobiliário não foi objecto de contrato de aquisição de bens, mas sim incluído no âmbito das obras de construção das Instalações Públicas. Atento o seu valor, a compra deste mobiliário deveria ter sido objecto de contrato de aquisição de bens precedido da realização de concurso público internacional, de acordo com o estabelecido na al. b) do n.º 2 do art. 39.º do RJA. A inclusão do mobiliário no contrato celebrado, por via da celebração do Adicional 3, consubstancia uma adjudicação por ajuste directo. Apurou-se que os preços contratuais são, em média, 175,7% mais caros do que os preços de mercado. De acordo com a estimativa realizada, seria possível ao Estado comprar o mesmo mobiliário, nas quantidades previstas, por cerca de um terço ( USD) do preço previsto no Contrato ( USD). Com a realização de concurso público internacional e a consequente apresentação de propostas por várias empresas de forma concorrencial seria possível, muito provavelmente, obter maiores poupanças Quantidades de Trabalhos Previstos nos BoQ Erros nas Quantidades de Trabalhos As quantidades de trabalhos previstas nos BoQ para acessórios de portas e janelas dos centros comunitários, e as quantidades de trabalhos de aplicação de chão em cerâmica e de construção dos telhados centros comunitários, clínicas, mini mercados e lavandarias apresentam erros dos quais resultou o sobrepreço contratual no valor total de USD. Trabalhos Considerados em Duplicado no BoQ Dos trabalhos incluídos nos BoQ das diferentes instalações públicas constam trabalhos em duplicado que, por esta razão, não deviam ser objecto do Contrato e, consequentemente, de pagamento. 82

84 PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES Estão em causa os trabalhos de Site Clearing, Supply Water for Work, Install Lamp Essential 20w Philips, Install Lamp Essential 40w Philips, Install Power Outlet Broco, Install Switch Broco e Pipe Accessories, dos quais resultou o sobrepreço contractual total de USD Análise dos Coeficientes de Mão-de-Obra nos Preços Unitários dos Trabalhos Foi feita a revisão dos coeficientes de mão-de-obra imputados aos vários preços unitários dos trabalhos necessários à construção das Instalações Públicas e que constam dos respectivos BoQ. Desta revisão constatou-se que o número total de dias homem por instalação pública previstos no Adicional 3 e pagos pelo Estado, é manifestamente exagerado face ao prazo normal para construção deste tipo de instalações, donde resulta, uma vez mais, o sobrepreço do valor do contrato. RESULTADOS DAS VERIFICAÇÕES FÍSICAS Considerações Prévias Foram realizadas, pela Equipa de Auditoria da Câmara de Contas, verificações físicas as 24 aldeias localizadas em 7 distritos de Timor-Leste com o objectivo de avaliar a execução físicas das obras, cujo Relatório Fotográfico consta do Anexo 7, páginas 181 a 235 do Vol. II deste Relatório de Auditoria Habitação Comunitária Das verificações físicas realizadas às habitações construídas constatou-se: A não aplicação em todas as casas de ferros laterais de reforço estrutural (em X) na generalidade das aldeias visitadas, o que coloca em causa a resistência das mesmas, assim como, a segurança das pessoas que nelas vivem; A existência de danos resultante da fraca resistência das casas e de deficiências de construção, nomeadamente nas cozinhas, vidros de janelas e tectos falsos, nas aldeias de Kotafoun, Tulaedu e Betis (Covalima), Nugufu (Ainaro), Uma Boco (Manatuto), Luca SP4 (Viqueque) e Mehara (Lautem). Em Wesoro constatou-se a destruição por construção deficiente de um número considerável de biotank (fossas cépticas), situação que coloca em causa a utilização das habitações pelos residentes e a sua saúde; A construção de habitações em desconformidade com o previsto no Contrato em Wesoru, resultante da não aplicação de folha plástica e de armadura em ferro na construção do piso em cimento. Só em relação à não aplicação da folha plástica está em causa o eventual pagamento pelo Estado de trabalhos não executados no valor de USD. O pagamento de painéis solares e dos trabalhos eléctricos para 105 habitações em Mehara que nunca foram instalados. Desta situação resultou a realização de pagamentos ilegais e indevidos no valor global de USD, decorrente da inexistência de contraprestação. 83

85 PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES Estradas e Drenagem Clearing and Grubbing e Sub Grade Preparation O BoQ para as Estradas e Drenagem inclui, de entre outros, os trabalhos de Clearing and grubbing e Sub grade preparation necessários à construção das estradas e dos sistemas de drenagem. O primeiro consiste na limpeza do terreno e inclui o corte e arranque de árvores e arbustos. Já o segundo consiste na preparação dos terrenos existentes destinados à construção das estradas novas antes da construção dos pavimentos. Este trabalho pressupõe a realização de compactação do terreno com recurso a meios mecânicos, como sejam, compactadores de rodas pneumáticas ou compactadores vibratórios de asfalto. O objectivo deste trabalho é assegurar uma maior resistência e homogeneidade dos terrenos que conduza à densificação desejada dos mesmos, necessária à construção de estradas. Estes trabalhos foram aplicados, e pagos pelo Estado, à totalidade da área dos terrenos dos sucos / aldeias onde foram construídas habitações e outras infraestruturas no âmbito do Programa dos ODM e não apenas à área onde foram construídas estradas ou sistemas de drenagem. Constataram-se divergências entre a áreas facturadas e pagas e as medições da equipa de auditoria relativamente ao trabalho de Clearing and grubbing, que poderão ter dado origem a sobrefacturação nas aldeias de Malere, Aileu, e de Uma Boco e Aubeon, em Manatuto. Em consequência, as áreas facturadas deverão ser revistas pela ADN. A medição e pagamento do trabalho Sub grade preparation nos terrenos destinados à construção de habitações e áreas envolventes não pode ser aceite uma vez que este trabalho não foi executado nestes terrenos, conforme facilmente se pode observar nas imagens recolhidas durante as visitas aos sucos / aldeias pela equipa de auditoria. Assim, o pagamento deste trabalho nas áreas que vão além das correspondentes aos terrenos destinados à construção de estradas é injustificado uma vez que corresponde a trabalhos não realizados, sendo, por esta razão, um pagamento ilegal e indevido no valor total de ,54 USD, pela inexistência de contraprestação efectiva que causou dano para o Estado - cf. n.º 4 do art. 44.º da LOCC. Subbase Course O BoQ das Estradas e Drenagem inclui o trabalho de Subbase course que consiste na aplicação sobre o solo existente de materiais de maior qualidade como a gravilha ou pedra. A totalidade das estradas construídas nos sucos / aldeias objecto de verificação física respeitam a estradas de subbase. Até junho de 2014, tinha sido medidos trabalhos no valor de USD, apenas nas aldeias objecto de verificação física, tendo as quantidades deste trabalho sido facturadas tendo como referência espessuras que variam entre os 30 cm e os 60 cm, em função das quais são determinados os valores a pagar pelo Estado. Nas verificações físicas efectuadas pela equipa de auditoria e não obstante não terem sido feitas medições exactas das quantidades de subbase course aplicados na construção das estradas, foi possível verificar que em nenhuma das aldeias foram aplicadas as quantidades facturadas de subbase course. 84

86 PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES As espessuras médias aplicadas não ultrapassaram os 20 cm em nenhuma dos sucos / aldeias, havendo mesmo situações em que as quantidades aplicadas são quase inexistentes. De acordo com a estimativa efectuada nesta auditoria, terão sido pagos em excesso pelo menos USD, apenas nas aldeias objecto de verificação nesta auditoria e cujos trabalhos tinham sido medidos até ao pagamento 8 (considerando o pressuposto optimista de aplicação de 20 cm) Instalações Públicas Desconformidades entre os Pagamentos Realizados e as Obras Executadas Em resultado das vistorias realizadas constatou-se a realização de pagamentos indevidos no valor total de USD, por inexistência de contraprestação, resultantes de erros e duplicações de trabalhos nos BoQ contratuais e da existência de desconformidades entre o que foi pago e o efectivamente executado nas obras relativas às Instalações Públicas. Alterações aos Projecto das Capelas Não Reflectidas no Preço Pago As capelas construídas nas aldeias objecto de verificação não correspondem ao previsto no Adicional 3, uma vez que são de tamanho inferior (em 22%) e desenho distinto do projecto inicial, não obstante terem sido pagas como se construídas de acordo com o estabelecido no contrato. Estima-se, tendo por base o custo do m2 de construção, que tenham sido pagos a mais pelo Estado cerca de USD na construção de oito capelas Água e Saneamento Não foi possível obter justificação para execução quase inexistente desta componente, sendo certo que estamos perante uma necessidade básica e que põe em causa, por exemplo, a ocupação das casas construídas pelas populações locais, bem como, a utilização das instalações públicas. Esta preocupação foi manifestada pelas populações locais PAGAMENTOS ILEGAIS E INDEVIDOS NO ÂMBITO DA EXECUÇÃO DO PROGRAMA Na sequência da análise da execução financeira do Programa dos MDG e das verificações físicas efectuadas em 23 aldeias constatou-se a existência de inúmeras desconformidades das quais resultou a realização de pagamentos indevidos no valor total de USD. As desconformidades apuradas evidenciam a realização de pagamentos a que surgem associados prejuízos para Estado, pela ausência de contraprestação efetiva. 85

87 PONTO CONCLUSÕES E OBSERVAÇÕES Estes pagamentos indevidos resultaram: a) Da aplicação injustificada de preços novos (mais elevados) aos trabalhos já executados e pagos antes da celebração do Adicional 3, no valor de USD - Ponto ; b) Do pagamento de 105 painéis solares e respectivos trabalhos eléctricos de instalação inexistentes em Mehara, Lautem, no montante de USD Ponto ; c) Do pagamento do trabalho de sub grade preparation não realizado correspondente à área dos terrenos destinados à construção de habitações e instalações públicas e respectivos terrenos circundantes, no valor de USD Ponto ; d) E dos pagamentos no âmbito da construção de instalações públicas, resultantes de erros e duplicações de trabalhos existentes nos BoQ e de trabalhos não realizados, no montante de USD Pontos e Devem ainda ser tidas em consideração as outras situações analisadas que deram origem a pagamentos ilegais e indevidos cujo montante exacto não foi possível apurar, sendo que os mesmos foram, de acordo com a estimativa efectuada de, pelo menos, USD, conforme se apresenta: Pagamento dos trabalhos não realizados de aplicação de folha plástica na execução do piso em cimento das habitações em Wesoru, Viqueque valor estimado de USD Ponto ; Pagamento do trabalho de subbase course, relativo a espessuras superiores às realmente aplicadas em obra valor estimado de USD Ponto ; Pagamento das capelas construídas sem ter em conta as alterações efectuadas ao projecto valor estimado de USD Ponto ; Por fim, referir as divergências entre as áreas facturadas e pagas e as medições da equipa de auditoria relativamente ao trabalho de Clearing and grubbing, que poderão ter dado origem a sobrefacturação nas aldeias de Malere, Uma Boco e Aubeon Ponto Estas situações deverão ser objecto de regularização através da recuperação pelo Estado dos valores pagos em excesso à Carya Timor-Leste, sob pena de eventual responsabilidade financeira sancionatória e reintegratória, nos termos previstos na LOCC. 86

88 4. RECOMENDAÇÕES Atentas as principais conclusões e observações formuladas no presente Relatório, recomendase a adopção das seguintes medidas: Ao Governo: 1. Recorra ao procedimento de aprovisionamento por ajuste directo apenas nas situações estritamente previstas nos arts. 92.º e 94.º do RJA; 2. Estabeleça limites percentuais para as alterações aos contratos acima dos quais deverá proceder à abertura de procedimento de aprovisionamento concorrencial; 3. Adopte práticas que vão ao encontro dos objectivos previsto no RJA para o aprovisionamento do Estado, nomeadamente, no que respeita à consulta do maior número de interessados possível, à preferência pelo concurso público e à selecção da melhor proposta com a melhor qualidade / preço, mencionados nos arts. 4.º, 47.º e 86.º do RJA; 4. Garanta o cumprimento dos princípios da legalidade, da igualdade, da transparência e da publicidade no aprovisionamento público; 5. Proceda à celebração dos adicionais aos contratos resultantes da aprovação de alterações aos projectos de forma atempada; 6. Proceda ao apuramento das eventuais responsabilidades disciplinares por acções ou omissões por parte de funcionários e agentes da ADN tendo em contra as falhas de controlo identificadas neste Relatório, nos termos do n.º 3 do art. 46.º da Lei do Orçamento e Gestão Financeira e demais legislação aplicável. À Agência de Desenvolvimento Nacional (ADN) 1. Assegure o cumprimento da lei e dos contratos por parte das empresas de construção, designadamente no que se refere à prestação de garantias relativas ao pagamento de adiantamentos, garantindo a defesa dos interesses financeiros do Estado; 2. Abstenha-se de propor aos decisores políticos formas alternativas e ilegais de contornar exigências previstas na lei e nos contratos; 87

89 3. Exija às empresas de construção contratadas pelo Estado o cumprimento dos prazos de execução dos projectos previstos nos contratos; 4. Assegure que o pagamento das habitações é feito apenas após a sua conclusão (complete-in-place), de acordo com o previsto no contrato; 5. Proceda à recuperação a favor do Estado do valor de USD pago indevidamente e resultante da aplicação de preços novos (superiores) a trabalhos já realizados antes da celebração do Adicional 3; 6. Proceda à revisão dos preços dos materiais de construção previstos no Contrato celebrado com a Carya Timor-Leste, com vista à adequação dos respectivos preços contratuais aos preços de mercado; 7. Maior rigor e exigência na negociação e aceitação de preços unitários propostos pelas empresas de construção, visando a defesa dos interesses e a poupança dos (escassos) recursos financeiros do Estado de Timor-Leste; 8. Proceda à revisão dos preços dos mobiliários incluídos no Contrato, com vista à adequação dos respectivos preços contratuais aos preços de mercado; 9. Abstenha-se no futuro de incluir no objecto de contratos de obras o fornecimento de mobiliário; 10. Realize a revisão dos BoQ contratuais com vista à correcção de todos os erros de quantidades e duplicações de trabalhos existentes; 11. Reveja a carga de mão-de-obra afecta à realização dos vários trabalhos de construção cívil prevista no contrato (unit price analysis) com vista à eliminação do sobrepreço existente; 12. Realize a reinspecção de todas as casas construídas com vista à identificação de todas as situações em que se encontram em falta os ferros laterais de reforço estrutural e exija à Carya Timor-Leste que proceda à sua instalação; 13. Exija à Carya Timor-Leste a reparação de todas as fossas cépticas (biotank) construídas de forma deficiente em Wesoro; 14. Proceda à recuperação a favor do Estado dos valores pagos indevidamente resultantes da não execução do trabalho correspondente à aplicação de folha plástica no piso em cimento das casas construídas em Wesoro, no valor de USD; 88

90 15. Proceda à recuperação a favor do Estado dos valores pagos indevidamente resultantes da não colocação de painéis solares em Mehara, no valor de USD; 16. Realize a revisão dos valores pagos em todas as aldeias em que foi facturado pela Carya Timor-Leste a execução do trabalho de sub-grade preparation com vista ao apuramento dos valores pagos em excesso relativos às áreas não correspondentes a estradas construídas; 17. Em resultado da revisão mencionada na Recomendação n.º 16, proceda à recuperação a favor do Estado dos pagamentos indevidos feitos em excesso, que só nas aldeias objecto de verificação na Auditoria haviam já atingido USD até ao pagamento n.º 8; 18. Realize a revisão dos valores pagos em todas as aldeias em que foi facturado pela Carya Timor-Leste a execução do trabalho de subbase preparation com vista ao apuramento dos valores pagos em excesso relativos a espessuras não executadas; 19. Realize a revisão dos valores pagos em todas as aldeias em que foi facturado pela Carya Timor-Leste a execução do trabalho de subbase preparation com vista ao apuramento dos valores pagos em excesso relativos a espessuras não executadas; 20. Proceda à elaboração do BoQ das capelas efectivamente construídas, com base no qual terá de proceder à revisão dos valores pagos com vista ao necessário acerto de conta e reembolso ao Estado dos valores indevidamente pagos em todas as aldeias. 89

91 5. DECISÃO Pelo exposto, os Juízes do Tribunal de Recurso decidem, em Colectivo, o seguinte: 1) Aprovar o presente relatório nos termos da al. h) do n.º 1 do art.º 60.º da Lei n.º 9/2011, 17 de Agosto, com as recomendações dele constantes; 2) Remeter cópia do relatório ao Presidente do Parlamento Nacional, ao Primeiro Ministro e ao Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico; 3) Notificar os responsáveis identificados no Ponto 6 deste Relatório, com o envio de cópia do mesmo; 4) Enviar o relatório ao Procurador-Geral da República, nos termos dos n.ºs 1 e 2 do art. 23.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto; 5) No prazo de 6 meses, o Governo, na pessoa do Ministro do Planeamento e Desenvolvimento Estratégico, e a Agência de Desenvolvimento Nacional (ADN) deverão informar a Câmara de Contas do Tribunal de Recurso sobre o seguimento dado às recomendações feitas neste relatório; 6) Após as notificações e comunicações necessárias, publicar o Relatório no sítio da internet dos Tribunais. Tribunal de Recurso, 29 de Maio de

92 6. MAPA DE EVENTUAIS INFRACÇÕES FINANCEIRAS / APURAMENTO DE RESPONSABILIDADES PONTO DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO E MONTANTES NORMAS VIOLADAS RESPONSÁVEIS SANCIONATÓRIA RESPONSABILIDADE REINTEGRATÓRIA e Pagamentos ilegais e indevidos resultantes da aplicação injustificada de preços novos (mais elevados) aos trabalhos já executados antes da celebração do Adicional 3. Valor total de USD. N.º 1 do art. 14.º da Lei n.º 13/2009, de 21 de Outubro.. Recomendações de pagamento (ADN): (n.º 3 e 4 do art. 46.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto) Valentina Violet Bianco João Gomes Arlindo Monteiro Sarmento Zulkarnaen Depari Sheila M. R. L. da Silva Esron Stevanus Henuk Samuel Marçal Al. b) e d) do n.º 1 do art. 50.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto. N.ºs 1 e 4 do art. 44.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto Autorização do Pagamento: Kay Rala Xanana Gusmão e Pagamento ilegal e indevido de 105 painéis solares, e respectivos trabalhos eléctricos de instalação, inexistentes em Mehara, Lautem. N.º 1 do art. 14.º da Lei n.º 13/2009, de 21 de Outubro. Recomendações de pagamento (ADN): (n.º 3 e 4 do art. 46.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto) Francisco Xavier de Jesus Jerónimo Sheila M. R. L. da Silva Samuel Marçal Al. b) e d) do n.º 1 do art. 50.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto. N.ºs 1 e 4 do art. 44.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto Valor total de USD. Autorização do Pagamento: Kay Rala Xanana Gusmão 91

93 PONTO DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO E MONTANTES NORMAS VIOLADAS RESPONSÁVEIS SANCIONATÓRIA RESPONSABILIDADE REINTEGRATÓRIA Recomendações de pagamento (ADN): (n.º 3 e 4 do art. 46.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto) e Pagamento ilegal e indevido do trabalho de sub grade preparation não realizado correspondente à área dos terrenos destinados à construção de habitações e instalações públicas e respectivos terrenos circundantes. Valor total de USD. N.º 1 do art. 14.º da Lei n.º 13/2009, de 21 de Outubro.. Warsoadhi USD Francisco Xavier de Jesus Jerónimo USD Valentina Violet Bianco USD João Gomes USD Arlindo Monteiro Sarmento USD Zulkarnaen Depari USD Sheila M. R. L. da Silva USD Herning Widayati USD Esron Stevanus Henuk USD Alexandre Sarmento USD Samuel Marçal USD Al. b) e d) do n.º 1 do art. 50.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto. N.ºs 1 e 4 do art. 44.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto Autorização do Pagamento: Kay Rala Xanana Gusmão 92

94 PONTO DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO E MONTANTES NORMAS VIOLADAS RESPONSÁVEIS SANCIONATÓRIA RESPONSABILIDADE REINTEGRATÓRIA , e Pagamentos ilegais e indevidos no âmbito da construção de instalações públicas, resultantes de erros e duplicações de trabalhos existentes nos BoQ e de trabalhos não realizados. Valor total de USD. N.º 1 do art. 14.º da Lei n.º 13/2009, de 21 de Outubro. Recomendações de pagamento (ADN): (n.º 3 e 4 do art. 46.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto) Francisco Xavier de Jesus Jerónimo USD Valentina Violet Bianco USD João Gomes USD Arlindo Monteiro Sarmento USD Zulkarnaen Depari USD Carlos Costa USD Sheila M. R. L. da Silva USD Esron Stevanus Henuk USD Alexandre Sarmento USD Samuel Marçal USD Al. b) e d) do n.º 1 do art. 50.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto. N.ºs 1 e 4 do art. 44.º da Lei n.º 9/2011, de 17 de Agosto Autorização do Pagamento: Kay Rala Xanana Gusmão 93

95 7. FICHA TÉCNICA Direcção da Equipa de Auditoria Luis Filipe Mota Agapito Soares Santos Agapito de Araújo Equipa de Auditoria Aidil Oliveira Eduardo Leitão Hermenegildo G. Amaral Marcelino Pereira 94

96 8. RESPOSTAS DOS RESPONSÁVEIS AO CONTRADITÓRIO Ministro do Investimento e Planeamento Estratégico 95

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