O Montado como Ecossistema Terrestre Dependente da água Subterrânea
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1 O Montado como Ecossistema Terrestre Dependente da água Subterrânea Maria Paula MENDES e Luís RIBEIRO Évora, 9 e 10 de abril de 2015 Universidade de Évora
2 Smith et al. (2006) definiram os EDAS como aqueles que dependem total ou parcialmente da água subterrânea para a manutenção de um nível adequado da função do ecossistema e, para a manutenção da composição de uma comunidade ao longo de múltiplas gerações de espécies.
3 Podemos considerar o montado como um ETDAS? Ao longo do tempo os sobreiros desenvolveram uma ampla gama de adaptações morfológicas, fisiológicas e anatómicas para sobreviver ao prolongado período seco no verão. David et al., 2013, compararam a razão isotópica 18 O/ 16 O (δ 18 O) da água do xilema com a água no solo e a água subterrânea, e demonstraram que durante o semestre seco, o Quercus Suber usa a água subterrânea para fazer a sua transpiração.
4 A Herdade das Lezírias caracteriza-se por um terreno pouco acidentado e com consideráveis recursos hídricos subterrâneos. - Aluviões - Depósitos de terraços (Plistocénico) - Complexo detrítico (Pliocénico)
5 Análise da precipitação mensal Dados da estação meteorológica de Vila Franca de Xira ( ). O clima mediterrânico tem uma forte sazonalidade. Évora, 9 e 10 de abril de 2015 Universidade de Évora
6 Análise da série temporal da precipitação e das séries dos níveis freáticos Série temporal foi decomposta através do modelo clássico aditivo P=f(S,T,I), método média móvel ST mens_med =S p +T p +I p Precipitação Níveis freáticos Poço (prof=7.6 m)
7 Tendência das séries temporais de precipitação e níveis freáticos Valores abaixo do 1 º quartil da tendência(44 mm) indicam meses secos Secas extremas como 1994/95 e 2004/05 Valores acima do 3 º quartil da tendência (64 mm), períodos com elevada precipitação Cheias no Rio Tejo como em 2001,1995 e 1989.
8 Evolução dos níveis freáticos para o mês de Julho O escoamento subterrâneo dá-se preferencialmente no sentido do rio Sorraia ano + chuvoso da década de 2001/10: Jan-Mar e Out-Dez (trimestres mais chuvosos); Já para os meses de Abril a Setembro os valores foram inferiores aos valores médios (excepto em Junho que foi próximo do normal); Jul + seco dos últimos 24 anos; Ag + seco dos últimos 23 anos e Set segundo + seco dos últimos 22 anos (IM, 2010); Com uma temperatura média anual de 16ºC, o ano de 2011 situou-se entre os 7 mais quentes dos últimos 80 anos a situação de seca meteorológica que se iniciou no inverno 2011/12 mantém-se na primavera 2012, tendo-se verificado no início de primavera um agravamento da sua intensidade.
9 Grandes Mortalidade dos sobreiros versus nível da água subterrânea Jovens Sobreiros grandes: De 2009 a 2010 Houve uma redução de 44% na tx de mortalidade; 2009: (H1) Encharcamento do solo, contribuindo este factor para a possível asfixia radicular; (H2) período muito seco em 2009 seguido de um período com elevada precipitação aumento das populações dos agentes patogénicos e menor resistência dos hospedeiros. Sobreiros jovens: o ano de 2011 foi especialmente quente, e esse factor pode ter contribuído para uma maior mortalidade dos sobreiros jovens, que mesmo com os níveis freáticos mais próximos da superfície não conseguiram compensar a quantidade de água necessária para a transpiração.
10 Considerações finais A profundidade do nível freático é um dos factores que podem contribuir para a mortalidade do sobreiro. Embora, o sobreiro use a água subterrânea no período seco, não foi possível ainda caracterizar uma relação da mortalidade do sobreiro e nível de água subterrânea. A descida dos níveis freáticos tenderá a aumentar a mortalidade das árvores jovens. Já a subida dos níveis freáticos, poderá contribuir para a mortalidade dos sobreiros adultos, não sendo esta relação tão clara como a anterior, uma vez que a existência de luvissolos também poderá ser importante. Muito obrigada!!! mpaulamendes@ist.utl.pt
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