Concurso de Crimes (continuação)
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- Sebastiana Vilalobos Godoi
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1 LEGALE
2 Concurso de Crimes (continuação)
3 Concurso de Crimes Crime Continuado Crime continuado (concurso específico) art. 71 do CP
4 Concurso de Crimes Crime Continuado Crime continuado (concurso específico) art. 71 do CP São crimes autônomos, praticados em contextos diferentes, mas que se ligam por serem muito semelhantes (um crime é continuação do outro)
5 Concurso de Crimes Crime Continuado Para caracterizar o crime continuado são necessários 4 requisitos (cumulativos):
6 Concurso de Crimes Crime Continuado Crimes da mesma espécie
7 Concurso de Crimes Crime Continuado Crimes da mesma espécie tempo de uma atitude e outra não superior a um mês (para a jurisprudência majoritária)
8 Concurso de Crimes Crime Continuado Crimes da mesma espécie tempo de uma atitude e outra não superior a um mês (para a jurisprudência majoritária) que os crimes sejam praticados na mesma região geográfica e
9 Concurso de Crimes Crime Continuado Crimes da mesma espécie tempo de uma atitude e outra não superior a um mês (para a jurisprudência majoritária) que os crimes sejam praticados na mesma região geográfica e que os crimes sejam praticados sempre da mesma forma (mesmo modus operandi)
10 Concurso de Crimes Crime Continuado A pena pelo crime continuado, em regra, é aplicada da seguinte forma:
11 Concurso de Crimes Crime Continuado A pena pelo crime continuado, em regra, é aplicada da seguinte forma: pega-se a pena do crime mais grave e aumenta-se de 1/6 até 2/3.
12 Concurso de Crimes Crime Continuado A pena pelo crime continuado, em regra, é aplicada da seguinte forma: pega-se a pena do crime mais grave e aumenta-se de 1/6 até 2/3. se o crime tiver violência ou grave ameaça deverá ser aplicada a pena do crime mais grave aumentada o triplo.
13 Concurso de Crimes ATENÇÃO As penas de multa (não interessa o concurso) deverão ser sempre somadas.
14 Concurso de Crimes ATENÇÃO As penas de multa (não interessa o concurso) deverão ser sempre somadas. Se a soma das penas for melhor do que a utilização das regras do concurso formal perfeito e do crime continuado as penas deverão ser somadas (concurso material benéfico)
15 Concurso de Crimes ANÁLISE DE JURISPRUDÊNCIA Caso do desastre do avião da Gol (x Jato Legacy)
16 Superior Tribunal de Justiça. RECURSO ESPECIAL Nº MT (2013/ ). RELATORA : MINISTRA LAURITA VAZ RECORRENTE : JAN PAUL PALADINO RECORRENTE : JOSEPH LEPORE EMENTA - RECURSO ESPECIAL DO MPF E DA DEFESA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. ATENTADO CONTRA A SEGURANÇA DE TRANSPORTE AÉREO. ALEGADA VIOLAÇÃO A ARTIGOS DA LEI FEDERAL.CRITÉRIO DE APRECIAÇÃO E VALORAÇÃO DA PROVA. REVISÃO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N.º 07 DO STJ. MAJORAÇÃO DA (segue)
17 PENA-BASE. FUNDAMENTAÇÃO EM ELEMENTOS CONCRETOS E IDÔNEOS. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVAS DE DIREITOS. IMPOSSIBILIDADE. PRESENÇA DE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS DESFAVORÁVEIS. INTELIGÊNCIA DO ART. 44, INCISO III, DO CP. INCIDÊNCIA DE CAUSA DE AUMENTO DO 4.º DO ART. 121 DO CP. EXISTÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIA DISTINTA DA JÁ CONSIDERADA PARA CONFIGURAÇÃO DO TIPO CULPOSO. AUSÊNCIA DE BIS IN IDEM. RECURSOS ESPECIAIS DESPROVIDOS. (segue)
18 1. O caso dos autos é reconhecidamente um dos maiores e trágicos acidentes aéreos ocorrido no país. Em 29 de setembro de 2006, 154 pessoas perderam suas vidas quando o avião Boeing/ , da companhia Gol Transportes Aéreos S/A, colidiu em voo, sob o céu do Estado de Mato Grosso, com o jato Embraer/Legacy 600, prefixo N600XL. As duas aeronaves mantinham a mesma altitude ( pés), e voavam em sentidos opostos, em pleno espaço aéreo controlado pelo ACC- BS (Centro de Controle de Área de Brasília), sediado no CINDACTA-I (segue)
19 (Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), nesta Capital. O processo foi cindido em relação aos controladores de voo envolvidos no episódio. 2. Os pilotos foram condenados por concorrerem para o acidente, em apertada síntese, porque, por imperícia, desligaram o transponder, que assim permaneceu por cerca de 1 hora (e só foi religado momentos depois da colisão), e, por negligência, deixaram de manter constante observação dos instrumentos, sobretudo o funcionamento do TCAS Traffic Collision Avoidance (segue)
20 System (sistema anticolisão de tráfego). 3. O acórdão recorrido se valeu do desvalor da culpabilidade e das circunstâncias do crime, retirando do cálculo da pena-base a aferição das consequências. Quanto a estas, o votocondutor do julgado fez constar que "as consequências, muito embora gravíssimas, com a morte das 154 pessoas que se encontravam a bordo do voo 1907 da empresa GOL, não serão consideradas para fixação da pena-base além do mínimo, porque já integram a qualificadora [rectius, causa de aumento] do delito." 4. O desvalor(segue)
21 da culpabilidade está assentado, essencialmente, no exagerado tempo de duração da conduta imperita e negligente, ambas com elevado grau de reprovabilidade por se tratar de inobservância de procedimentos elementares na aviação. 5. Ao tratar das circunstâncias do crime, o acórdão recorrido pôs em destaque o elevado disparate entre o alto grau de preparação dos pilotos, bastante experientes, um deles, aliás, instrutor de voo, e a conduta imperita e negligente. Enfatizou o acórdão que "diante de sua comprovada capacidade profissional, (segue)
22 é inaceitável que tivesse comportamento diametralmente oposto na ocasião do acidente, tal como um amador. Mais grave ainda, não estava sozinho. Errou em dupla. Expôs o espaço aéreo a sua volta a um perigo desnecessário, causando a queda do voo 1907 da empresa GOL". 6. Não se constata desproporcionalidade flagrante que autorize a ingerência do Superior Tribunal de Justiça na individualização da pena estabelecida pela Corte Regional. Com efeito, a partir da pena abstratamente cominada para o crime (de 1 a 3 anos), a pena-base foi fixada em 1 (um) (segue)
23 ano e 9 (nove) meses, ou seja, em patamar praticamente intermediário, em razão do desvalor de duas entre oito circunstâncias judiciais. Nada desarrazoado, considerando o estreito limite da cominação legal para o delito em questão 7. Também não prospera a insurgência ministerial no sentido de valorar na primeira fase da dosimetria da pena as consequências do delito. De fato, o resultado morte figura no crime em tela como causa de aumento e, portanto, deve ser considerado na terceira fase da dosimetria da pena, em estrita observância do sistema trifásico (segue)
24 consagrado no art. 68 do Código Penal, sendo vedada a dupla valoração. 8. A alegação da Defesa de que houve má apreciação das provas revela, indisfarçavelmente, a pretensão de rediscutir o acervo probatório carreado aos autos, de modo a reformar a conclusão a que chegaram as instâncias ordinárias, o que, como é sabido, não se coaduna com a via eleita, a teor do verbete sumular n.º 07 desta Corte. 9. Não se sustenta a alegação de falta de fundamentação na elevação da pena-base, uma vez que o acórdão recorrido bem considerou em desfavor dos (segue)
25 Recorrentes a culpabilidade e as circunstâncias do crime, com elementos concretos e idôneos a ensejar o aumento implementado, de forma fundamentada, notadamente a condição pessoal de expertise dos pilotos e o alto grau de reprovabilidade de suas condutas displicentes, as quais acarretaram um dos maiores acidentes aéreos do país. 10. E, em razão justamente das circunstâncias judiciais desfavoráveis, a Corte Regional denegou a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, o que fez dentro da mais absoluta legalidade, a teor do art. 44, (segue)
26 inciso III, do Código Penal. 11. Não há o alegado bis in idem pelo aumento implementado com base no 4.º do art. 121 do Código Penal, uma vez que se constata circunstâncias distintas, uma para configurar a majorante, outra para o reconhecimento do próprio tipo culposo. 12. No caso, a principal conduta culposa dos pilotos resume-se a não promoverem o devido monitoramento dos instrumentos de bordo da aeronave. O desligamento do transponder, por sua vez, em pleno voo por instrumento em espaço aéreo controlado, submetido a rígidas (segue)
27 regras da aviação, surge como uma circunstância que, de fato, agrava a conduta culposa, merecendo, pois, maior reprovabilidade, passível de enquadramento justo na causa de aumento do 4.º do art. 121 do Código Penal. Não só foram negligentes (conduta negativa, ausência de ação), mas também imperitos no manuseio do transponder, equipamento de altíssima relevância para o voo proposto, que, se não tivesse sido desligado, teria indicado, com acuidade, a altitude e direção da aeronave tanto para o ACC-BS como para (segue)
28 a outra aeronave que se aproximava. Se o transponder estivesse ligado, poderia ter ensejado uma reação do controlador de voo do setor (a tela radar mostraria em evidência os aviões em rumo de colisão), ou dos pilotos da outra aeronave acidentada ou dos próprios pilotos do legacy, já que o TCAS poderia ter indicado a colisão iminente, sugerindo manobras evasivas. 13. Recursos especiais desprovidos. Brasília (DF), 07 de agosto de 2014 (Data do Julgamento) MINISTRA LAURITA VAZ Relatora.
29 Efeitos da Condenação
30 Efeitos da Condenação São efeitos da condenação:
31 Efeitos da Condenação - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime
32 Efeitos da Condenação - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:
33 Efeitos da Condenação - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
34 Efeitos da Condenação - a perda em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé: a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito; b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.
35 Efeitos da Condenação - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo (que devem ser declarados em sentença):
36 Efeitos da Condenação - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo (que devem ser declarados em sentença): a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública;
37 Efeitos da Condenação - a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo (que devem ser declarados em sentença): a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos.
38 Efeitos da Condenação - a incapacidade para o exercício do pátrio poder (atual poder familiar), tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado
39 Efeitos da Condenação - a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso fim
40 Reabilitação
41 Reabilitação A reabilitação visa apagar os antecedentes do réu em sua folha de antecedentes
42 Reabilitação A reabilitação poderá ser requerida, decorridos 2 (dois) anos do dia em que for extinta, de qualquer modo, a pena ou terminar sua execução, desde que o condenado:
43 Reabilitação - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido;
44 Reabilitação - tenha tido domicílio no País no prazo acima referido; - tenha dado, durante esse tempo, demonstração efetiva e constante de bom comportamento público e privado;
45 Reabilitação - tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre a absoluta impossibilidade de o fazer, até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou novação da dívida
46 Reabilitação Se a reabilitação for negada, poderá ser requerida, a qualquer tempo, com novos elementos probatórios
47 Reabilitação A reabilitação será revogada, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva (salvo no caso de pena de multa) fim
48 Extinção da Punibilidade
49 Extinção da punibilidade É a extinção da capacidade de punir pertencente ao Estado.
50 Extinção da punibilidade Como se sabe, a ação pode ser pública ou privada, mas quem pune o agente é o Estado, único detentor do jus puniendi.
51 Extinção da punibilidade Ocorre que às vezes o Estado perde o direito de punir, independente da existência ou não do crime. É o caso da EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE.
52 Extinção da punibilidade As causas de extinção da punibilidade estão previstas o art. 107 do Código Penal em rol meramente exemplificativo
53 Extinção da punibilidade As causas de extinção da punibilidade estão previstas o art. 107 do Código Penal em rol meramente exemplificativo (existem outras causas de extinção da punibilidade na lei e na jurisprudência)
54 Extinção da punibilidade São causas do artigo 107 do CP:
55 Extinção da punibilidade I Morte do agente
56 Extinção da punibilidade Morte do agente - Se o agente morrer não poderá ser punido e nem os seus herdeiros, pois a pena é intransmissível, sendo o processo penal intranscendente
57 Extinção da punibilidade II Anistia, Graça ou Indulto
58 Extinção da punibilidade anistia A anistia é uma lei votada no Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente da República. Promove o esquecimento oficial acerca de um fato.
59 Extinção da punibilidade anistia Entretanto, é bom lembrar que se o beneficiado cometer outro crime idêntico, não será beneficiado, pois a anistia se refere a fato determinado
60 Extinção da punibilidade anistia * A Lei /11 concede anistia aos policiais e bombeiros militares dos Estados de Alagoas, de Goiás, do Maranhão, de Minas Gerais, da Paraíba, do Piauí, do Rio de Janeiro, de Rondônia, de Sergipe, da Bahia, do Ceará, de Mato Grosso, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, de Roraima, de Santa Catarina e do Tocantins e do Distrito Federal punidos por participar de movimentos reivindicatórios.
61 Extinção da punibilidade graça e indulto A graça e o indulto são de atribuição do Presidente da República, através de um decreto presidencial.
62 Extinção da punibilidade graça e indulto A graça e o indulto são de atribuição do Presidente da República, através de um decreto presidencial. Porém, essa atribuição poderá ser delegada ao Ministro da Justiça, ao Procurador Geral da República ou ao Advogado Geral da União.
63 Extinção da punibilidade Graça A graça é individual Precisa ser requerida Indulto O indulto é coletivo Pode ser dado de ofício Pode ser parcial (caso em que não extingue a punibilidade)
64 Extinção da punibilidade Anistia, graça ou indulto Os crimes hediondos e os assemelhados são insuscetíveis de anistia, graça ou indulto
65 Extinção da punibilidade Anistia, graça ou indulto Decreto de Indulto 8940/2016:
66 Concede indulto natalino e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício da competência privativa que lhe confere o art. 84, caput, inciso XII, da Constituição, tendo em vista a manifestação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e, considerando a tradição, por ocasião das festividades comemorativas do Natal, de conceder indulto às pessoas condenadas ou submetidas a medida de segurança, DECRETA:
67 Art. 1º O indulto será concedido às pessoas nacionais e estrangeiras condenadas a pena privativa de liberdade, não substituída por restritivas de direitos ou por multa, que tenham, até 25 de dezembro de 2016, cumprido as condições previstas neste Decreto. 1º Os requisitos para concessão de indulto serão diferenciados na hipótese de pessoas: I - gestantes; II - maiores de 70 anos de idade; (segue)
68 III - que tenham filho ou filha menor de doze anos ou com doença crônica grave ou com deficiência que necessite de seus cuidados diretos; IV - que estejam cumprindo pena no regime semiaberto ou aberto ou estejam em livramento condicional e tenham frequentado, ou estejam frequentando curso de ensino fundamental, médio, superior, profissionalizante ou de requalificação profissional, na forma do art. 126, caput, da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984, ou exercido trabalho, no mínimo por (segue)
69 doze meses nos três anos contados retroativamente a 25 de dezembro de 2016; V - com paraplegia, tetraplegia ou cegueira, desde que tais condições não sejam anteriores à prática do delito e se comprovem por laudo médico oficial ou, na falta deste, por médico designado pelo juízo da execução; ou VI - acometidas de doença grave e permanente que apresentem grave limitação de atividade e restrição de participação ou exijam cuidados contínuos que não possam ser prestados no estabelecimento penal, desde que comprovada a hipótese por laudo médico oficial ou, (segue)
70 na falta deste, por médico designado pelo juízo da execução, constando o histórico da doença, caso não haja oposição da pessoa condenada. 2º A hipótese prevista no inciso III do 1º, não alcança as pessoas condenadas por crime praticado com violência ou grave ameaça contra o filho ou a filha ou por crimes de abuso sexual contra crianças, adolescentes ou pessoas com deficiência. Art. 2º As hipóteses de indulto concedidas por este Decreto não abrangem as penas impostas por crimes:
71 I - de tortura ou terrorismo; II - tipificados no caput e no 1º do art. 33, bem como nos arts. 34, 36 e 37 da Lei nº , de 23 de agosto de 2006, salvo a hipótese prevista no art. 4º deste Decreto; III - considerados hediondos ou a estes equiparados praticados após a publicação da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, observadas as suas alterações posteriores; IV - previstos no Código Penal Militar e correspondentes aos mencionados neste artigo; ou
72 V - tipificados nos arts. 240 e parágrafos, 241 e 241-A e 1º, da Lei nº 8.069, de 13 de julho de Art. 3º Nos crimes praticados sem grave ameaça ou violência à pessoa, o indulto será concedido quando a pena privativa de liberdade não for superior a doze anos, desde que, tenha sido cumprido: I - um quarto da pena, se não reincidentes, ou um terço, se reincidentes; ou II - um sexto da pena, se não reincidentes, ou um quarto, se reincidentes, nas hipóteses do 1º, do art. 1º. (segue)
73 Art. 4º No caso dos crimes previstos no caput e no 1º, combinados com o 4º, do art. 33 da Lei nº , de 2006, quando a condenação tiver reconhecido a primariedade do agente, seus bons antecedentes e a ausência de dedicação a atividades criminosas ou inexistência de participação em organização criminosa, o indulto somente será concedido nas hipóteses do 1º, do art. 1º deste Decreto e desde que tenha sido cumprido um quarto da pena. Art. 5º Nos crimes praticados com grave ameaça ou violência à pessoa, o indulto (segue)
74 será concedido, nas seguintes hipóteses: I - quando a pena privativa de liberdade não for superior a quatro anos, desde que, tenha cumprido: a) um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes; b) um quarto da pena, se não reincidentes, ou um terço, se reincidentes, nas hipóteses do 1º, do art. 1º; II - quando a pena privativa de liberdade for superior a quatro e igual ou inferior a oito anos, desde que, tenha sido cumprido:
75 a) metade da pena, se não reincidentes, ou dois terços, se reincidentes; b) um terço da pena, se não reincidentes, e metade, se reincidentes, nas hipóteses do 1º, do art. 1º. Art. 6º O indulto será concedido às pessoas condenadas a pena privativa de liberdade que, no curso do cumprimento da sua pena, tenham sido vítimas de tortura, nos termos da Lei nº 9.455, de 7 de abril de 19997, praticada por agente público ou investido em função pública, com decisão transitada em julgado. (segue)
76 Art. 7º O indulto será concedido às pessoas submetidas a medida de segurança que, independentemente da cessação de periculosidade, tenham suportado privação da liberdade, internação ou tratamento ambulatorial por período igual ou superior ao máximo da pena cominada à infração penal correspondente à conduta praticada ou, nos casos da substituição prevista no art. 183 da Lei nº 7.210, de 1984, por período igual ao remanescente da condenação cominada, garantindo o tratamento psicossocial adequado, de acordo com a (segue)
77 Lei nº , de 6 de abril de Parágrafo único. A decisão que extinguir a medida de segurança com base no resultado da avaliação individualizada realizada por equipe multidisciplinar e, objetivando a reinserção psicossocial, determinará: I - o encaminhamento a centro de Atenção Psicossocial ou outro serviço na região de residência, previamente indicado pela Secretaria de Estado de Saúde, com a determinação para a busca ativa, se necessário, e com atendimento psicossocial à sua família caso de trate de medida apontada no (segue)
78 projeto terapêutico singular, quando houver indicação de tratamento ambulatorial; II - o acolhimento em serviço residencial terapêutico, nos moldes da Portaria nº 106/GM/MS, de 11 de fevereiro de 2000, do Ministério da Saúde, previamente indicado pela Secretaria de Saúde do Estado ou Município da última residência, quando não houve condições de acolhimento familiar ou moradia independente; III - o encaminhamento ao serviço de saúde em que receberá o tratamento psiquiátrico, indicado previamente pela Secretaria de (segue)
79 Estado da Saúde, com cópia do prontuário médico, e determinação de realização de projeto terapêutico singular para alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, nos termos do art. 5º da Lei nº , de 2001, quando houver a indicação de internação hospitalar, por critérios médicos ou por ausência de processo de desinstitucionalização; e IV - ciência ao Ministério Público do local de residência do paciente para acompanhamento da inclusão do paciente em tratamento de saúde e para avaliação de sua situação civil. (segue)
80 Art. 8º O indulto de que trata este Decreto não se estende às penas acessórias previstas no Código Penal Militar e aos efeitos da condenação. Art. 9º A declaração do indulto prevista neste Decreto fica condicionada à ausência da prática de infração disciplinar de natureza grave, nos doze meses anteriores à publicação deste Decreto. Parágrafo único. Caso a infração disciplinar não tenha sido submetida à apreciação do juízo de execução, a declaração do indulto deverá ser postergada até a conclusão (segue)
81 da apuração, que deverá ocorrer em regime de urgência. Art. 10. A pena de multa aplicada, cumulativamente ou não, com a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos não é alcançada pelo indulto. Parágrafo único. O indulto será concedido independentemente do pagamento da pena pecuniária, que será objeto de execução fiscal após inscrição em dívida ativa do ente federado competente. Art. 11. As penas correspondentes a infrações diversas devem somar-se, para efeito (segue)
82 da declaração do indulto até 25 de dezembro de Parágrafo único. Na hipótese de haver concurso com infração descrita no art. 2º, não será declarado o indulto correspondente ao crime não impeditivo enquanto a pessoa condenada não cumprir integralmente a pena correspondente ao crime impeditivo dos benefícios. Art. 12. A declaração de indulto terá preferência sobre a decisão de qualquer outro incidente no curso da execução penal. (segue)
83 Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 22 de dezembro de 2016; 195º da Independência e 128º da República.
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