Laudo 006/ AUXILIAR DE FARMÁCIA EM PRONTO ATENDIMENTO E FARMÁCIA DISTRITAL - SMS

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1 PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE SMS GERÊNCIA DE SAÚDE DO SERVIDOR MUNICIPAL EQUIPE DE PERÍCIA TÉCNICA EPT Laudo 006/ AUXILIAR DE FARMÁCIA EM PRONTO ATENDIMENTO E FARMÁCIA DISTRITAL - SMS LAUDO PERICIAL DE INSALUBRIDADE E/OU PERICULOSIDADE 006/ IDENTIFICAÇÃO ÓRGÃO: Secretaria Municipal da Saúde - SMS DIVISÃO: Pronto Atendimentos e Farmácias Distritais ENDEREÇO: Diversos RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕES: Suzana Martinewski Farmacêutica matr TÉCNICOS QUE REALIZARAM A PERÍCIA: Artur Wolffenbüttel Eng.º de Seg. do Trabalho matr DATA DA PERÍCIA: 18 de março de 2015

2 2. DESCRIÇÃO DO AMBIENTE DE TRABALHO 2.1 INTRODUÇÃO O presente laudo tem como objetivo a análise qualificação da Atividade de Auxiliar de Farmácia e tem aplicabilidade no desempenho em farmácias de Pronto Atendimentos e Farmácias Distritais localizadas em Centros de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, especialmente nos aspectos relacionados com atividades e operações insalubres e perigosas. 2.2 DESCRIÇÃO GERAL As farmácias de Pronto Atendimentos e Farmácias Distritais localizam-se em área determinada de prédios construídos em alvenaria nos quais são desempenhadas atividades de atendimento à saúde para a população em geral. Em geral são dotados de ventilação e climatização artificial provenientes de ventilador, condicionador de ar e parte natural sendo a iluminação natural e artificial fornecida através de lâmpadas fluorescentes e incandescentes no teto. Os ambientes consistem de área de armazenamento de medicamentos normalmente em prateleiras ou armários e em alguns casos geladeiras para controle de temperatura quando necessário. Nas farmácias distritais há balcões ou guichês para atendimento ao público para a dispensação de medicamentos. Nos Pronto Atendimentos há locais de armazenamento intermediário para execução de fracionamento de embalagens maiores e acesso mais próximo de ambulatórios e enfermarias. 3. ANÁLISE QUALITATIVA 3.1. DA FUNÇÃO DO TRABALHADOR Atividade de Auxiliar de Farmácia: receber, examinar, conferir, separar, fracionar, guardar, transportar e distribuir medicamentos e correlatos entregues à farmácia. Controlar estoques cuidando data de validade e condições de armazenamento. Registrar entrada e saída de estoques. Dispensar medicamentos para usuários quando necessário. Aviar receitas, de acordo com a prescrição médica. Realizar o controle de estoque. Em Pronto Atendimentos suprir enfermarias e ambulatórios com medicamentos ali utilizados. Operação de microcomputador. Digitação de documentos. 3.2 DOS POSSÍVEIS RISCOS OCUPACIONAIS Atividade de Auxiliar de Farmácia: os servidores desempenhando esta atividade estão expostos a riscos biológicos pelo contato com pacientes. Os medicamentos e correlatos manipulados encontram-se normalmente dentro de embalagens. 4. Análise Quantitativa Não foram realizadas avaliações quantitativas.

3 5. Equipamentos de Proteção Individual EPI S Para realização dos serviços são fornecidos, sem critério técnico, alguns equipamentos de proteção individual como luvas de látex ou borracha. A utilização dos equipamentos depende da iniciativa dos servidores, visto que não existe um programa de informação e acompanhamento. 6. Conclusão 6.1 Fundamento Legal No âmbito da legislação municipal a Lei 6309/88 Plano de Carreira dos Funcionários da Administração Centralizada em seus artigos 60 e 62 apresenta o texto legal que concede os adicionais de insalubridade e periculosidade aos servidores expostos a agentes nocivos a saúde e atividades perigosas. As condições para definição de insalubridade nos locais de trabalho ou atividades dos trabalhadores estão regulamentadas na legislação federal, aprovadas pela Portaria nº de , que considera como insalubre as atividades ou operações que se desenvolvem acima dos limites de tolerância, no que se refere ao ruído (contínuo, intermitente ou de impacto), calor, radiações ionizantes, agentes químicos e poeiras minerais; as atividades de trabalho sob condições hiperbáricas, envolvendo agentes químicos e agentes biológicos. Considera, ainda, as atividades que, através de inspeção no local de trabalho, verifique o estabelecido em lei no que se refere às radiações não ionizantes, vibração, frio e umidade. O exercício de trabalho em condições insalubres assegura ao trabalhador a percepção de adicional de acordo com a classificação de grau máximo (40%), médio (20%) ou mínimo (10%). As situações a que se refere à legislação quanto aos riscos químicos, físicos ou biológicos são as seguintes: Anexo 1: Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente; Anexo 2: Limites de Tolerância para Ruído de Impacto; Anexo 3: Limites de Tolerância para Exposição ao Calor; Anexo 4: Revogado pela Portaria de ; Anexo 5: Radiações Ionizantes; Anexo 6: Trabalho sob Condições Hiperbáricas; Anexo 7: Radiações Não-Ionizantes; Anexo 8: Vibração; Anexo 9: Frio; Anexo 10: Umidade; Anexo 11: Agentes Químicos (avaliação quantitativa); Anexo 12: Limites de Tolerância para Poeiras Minerais;

4 Anexo 13: Agentes Químicos; Anexo 14: Agentes Biológicos. De acordo com a NR 16, conforme legislação vigente, as hipóteses para enquadramento de periculosidade aos trabalhadores em geral são: Anexo 1: Atividades e Operações Perigosas com Explosivos; Anexo 2: Ativ idades e Operações Perigosas com Inflamáveis; Anexo 3: Atividades e Operações Perigosas com Exposição a Roubos ou Outras Espécies de Violência Física nas Atividades Profissionais de Segurança Pessoal ou Patrimonial Anexo 4: Atividades e Operações Perigosas com Energia Elétrica; Anexo 5: Atividades e Operações Perigosas em Motocicletas; Portaria 518/2003: Radiações ionizantes ou substâncias Radioativas Nesses casos é obrigatório o pagamento de adicional de periculosidade no valor de 30% do salário básico FUNDAMENTO CIENTÍFICO AGENTES BIOLÓGICOS: Os trabalhadores da área da saúde estão sujeitos à exposição a agentes biológicos infecciosos. As doenças infecciosas podem ser definidas como aquelas que são transmitidas de um ser vivo para o outro. São doenças causadas pela invasão de um organismo hospedeiro, neste caso o homem, por outro, geralmente microorganismo patógeno capaz de se multiplicar nos tecidos em que se aloja causando-lhes lesões. No caso do homem, devemos considerar os doentes e os portadores. Denominam-se portadores os indivíduos que, embora constituindo fonte de infecção, não apresentam qualquer alteração de saúde imputável ao agente infeccioso. Existem diversas vias de eliminação do agente infeccioso: - secreções oronasais e expectorações (ex.: tuberculose); - fezes (ex.: febre amarela) ; - sangue (ex.: AIDS, hepatite B e C); - urina (ex.: febre tifóide); - descargas purulentas e descamações cutâneas (ex.: varicela); - leite (ex.: AIDS). As vias de transmissão do agente infeccioso podem se dar através de: a) transmissão por contágio; b) transmissão por vetores; c) transmissão por alimentos; d) transmissão por solo. Fatores como suscetibilidade e resistência, patogenicidade e infectibilidade com relação aos microorganismos são variáveis a serem consideradas e de grande importância epidemiológica na transmissão das doenças. Também os aspectos sociais são determinantes

5 e importantes para o desenvolvimento das doenças infecciosas, destacando-se hábitos e estilo de vida, ocupação, bem como habitação e organização social. Existem diversas portas de entrada para os agentes infecciosos, conforme o agente em questão: 1. mucosa do trato respiratório: transmissão por gotículas e poeiras; 2. boca: transmissão por gotículas, poeiras, fômites, mãos contaminadas, etc.; 3. mucosa do trato gênito-urinário: contato direto, fômites, mãos contaminadas; 4. pele: contágio direto, transmissão por vetores, pelo solo, pela água. Os agentes biológicos podem causar dermatoses ocupacionais ou funcionar como fatores desencadeantes, concorrentes ou agravantes. Os mais comuns são: - bactérias; - vírus; - fungos e leveduras. Os riscos de acidentes ocupacionais na área de saúde são diversos e as circunstâncias em que ocorrem variam de acordo com a especialidade da atividade: cortes e arranhões por médicos cirurgiões e patologistas, respingos de fluidos sépticos ou vacinas em cirurgiões e pediatras, irradiações entre radiologistas e físicos, traumas e mordidas, causados por pacientes em delírio, em psiquiatras e lesões resultantes de instrumentos perfurocortantes em servidores em geral. 7. BIBLIOGRAFIA Segurança e Medicina do Trabalho, Manuais de Legislação Atlas; 74ª edição, São Paulo, Editora Atlas S. A, 2014 Bier, Otto; Microbiologia e Imunologia, 24ªedição. Parmeggianni, Luigi; Occupational Health and Safety Encyclopaedia, third edition, 1983 Vieira, Salvador Leone; Medicina Básica do Trabalho; Volume 4; CONCLUSÃO FINAL Atividade do Auxiliar de Farmácia: aos servidores desempenhando as atividades referenciadas nos itens 2 e 3 do presente laudo é devido o adicional de insalubridade em grau médio 20 %, pela exposição a agentes biológicos de acordo com o anexo n.º14 da NR 15 conforme a Portaria nº. 3214/78. Porto Alegre, 20 de março de Artur Wolffenbüttel Engº de Seg. do Trabalho CREA Equipe de Perícia Técnica GSSM