Construindo um Novo Brasil Tese para o III Congresso Nacional do PT

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1 Construindo um Novo Brasil Tese para o III Congresso Nacional do PT Apresentação 1. O PT tem a cara e o jeito do povo brasileiro, que tempera com esperança a crueza cotidiana e colhe do convívio o alimento para superação das desigualdades. Partido de gente que aspira por liberdade, igualdade, justiça e democracia. Partido que reconhece seus erros, acertos e o valor dos quadros adversos. Partido que reafirma suas convicções, acredita e quer o Brasil como um país socialista! 2. A tese Construindo um Novo Brasil, provoca uma reflexão sobre o papel do PT em face da sua história e vocação. Uma reflexão sobre os riscos e oportunidades deste momento histórico, reafirmando o compromisso com os ideais de liberdade e combate à desigualdade econômica, social, racial, étnica e regional; desenvolvimento sustentável e conservação da biodiversidade; democracia, ética pública e combate à corrupção; fortalecimento e autonomia dos movimentos sociais; inclusão social, proteção e fomento da diversidade cultural; superação de todas as formas de preconceito e discriminação. Compromissos libertários que, vertidos para a na nossa prática política e de governo, criam as condições para a construção do socialismo democrático. 3. O III Congresso foi convocado sob o impacto de duas questões: de um lado, a crise iniciada em 2005; de outro, a expectativa de que a possível reeleição do presidente Lula daria ao PT as energias necessárias para realizar sua reflexão em uma conjuntura favorável. Lula continua presidente e o PT saiu fortalecido das eleições. Este III Congresso é uma rica oportunidade para que, de maneira respeitosa e franca, a militância do PT se debruce sobre o que lhe dá sentido. 4. No curto prazo teremos que discutir nossa organização interna; a perda do vigor no nosso diálogo com os movimentos sociais, com a intelectualidade e com a nossa militância; o papel da juventude na construção do PT; o papel dos setoriais no equilíbrio entre nossa atuação institucional e as lutas da sociedade; a renovação dos modos petistas de governar e legislar; devemos ter uma política de formação mais ativa e ousada, ao mesmo tempo em que a Fundação Perseu Abramo deve ganhar ainda mais dinamismo. 5. São significativos os desafios do socialismo petista, que deve ser avaliado com cuidado e nos armar adequadamente para a luta política. Concebemos o socialismo como um projeto de tomada de consciência e conseqüente construção de hegemonia. O socialismo petista é, sobretudo, um projeto político e cultural de emancipação das classes trabalhadoras e dos excluídos, uma conquista cotidiana que permite a efetivação de revoluções democráticas, de consolidação de valores republicanos e afirmação de cidadania, cujos preceitos devem balizar nossa organização partidária e nossa atuação à frente dos governos, parlamentos e lutas sociais. 6. Temos de apoiar nosso governo e manter nossa capacidade de apresentar propostas e críticas a ele. O PAC, por exemplo, é um projeto de desenvolvimento que reflete aquilo que o PT sempre defendeu em seus programas. Os quatro primeiros anos do governo Lula criaram condições e possibilidades, de natureza econômica, cultural e política, para que formulássemos um plano de crescimento com grande sustentação política que se comprometa com distribuição de renda, geração de empregos e melhoria da educação. 7. Em 2010, teremos o importante desafio de dar continuidade aos oito anos de transformação do país, quando disputaremos a Presidência da República para consolidar o programa da Revolução Democrática. 8. Por tudo isso, o III Congresso não pode exprimir um resultado apenas aritmético, mas tem de representar mudanças reais que confiram ao partido uma grande vitória política, de conteúdo, algo que se torne uma referência consistente para o PT e para a sociedade. 9. Este desafio é de toda a militância partidária, de todas as correntes internas, de todas as lideranças políticas de nosso partido. A tese Construindo um Novo Brasil se 1

2 oferece para esse debate a partir dos marcos aqui apresentados: análise crítica e responsável da crise e do momento político em que vivemos; retomada do debate sobre o socialismo petista sem que ele se torne uma camisa-de-força, mas um poderoso e ágil instrumento nas mãos de nossa militância; e proposição criteriosa de medidas concretas de funcionamento de nosso partido. 10. Este debate deve ser feito tendo como referência a história da esquerda mundial e, principalmente, a história do Partido dos Trabalhadores, com os olhos na luta política presente e a serenidade de quem enfrentará grandes desafios político-eleitorais nos próximos anos. 2

3 I - O SOCIALISMO PETISTA 11. Liberdade, democracia e justiça! O socialismo petista, definido neste III Congresso, deve estar alicerçado sobre esse tripé. Se assim não for, não será socialismo e nem será petista. Pacto político 12. O PT nasceu congregando diferentes concepções e experiências sociais: militantes da esquerda cristã, do novo sindicalismo, artistas e intelectuais, a esquerda que se opôs à ditadura pelas armas e a que se opôs no parlamento. 13. Houve, também, a presença de diferentes gerações. Ali estava a geração de Mário Pedrosa e Apolônio de Carvalho. Estava a geração de Sérgio Buarque e Lélia Abramo. Estava a geração dos movimentos pré-64 com figuras como o Manoel da Conceição, vindo das lutas camponesas no Nordeste. E os sobreviventes ou remanescentes da geração de 68, que haviam voltado ao país com a anistia, além de outros tantos companheiros que haviam sido libertados recentemente das prisões. 14. O movimento operário exerceu a liderança necessária para aglutinar todas essas vertentes do pensamento de esquerda no Brasil e, em última análise, promover o reencontro do pensamento de esquerda com a realidade concreta das lutas dos trabalhadores. 15. Dessa maneira, o PT foi capaz de abrigar militantes de várias origens para lutar pela democracia e pelos direitos sociais dos trabalhadores. Nesse processo nasceram as convicções anti-capitalistas e a opção pelo socialismo democrático comprometido com uma sociedade sem explorados e sem exploradores. A opção pelo socialismo democrático surgiu ao mesmo tempo em que o PT realizava uma profunda crítica à social-democracia e ao socialismo burocrático. O Socialismo Petista 16.Escrito no início dos anos 90, o documento O Socialismo Petista é ainda muito atual apesar de impactado por questões conjunturais da década de 80. Ele afirma um compromisso democrático que tem dupla dimensão. A primeira: nós queremos um Brasil democrático e um partido democrático. A segunda: o socialismo é um processo de construção, não de dedução. 17. De uma maneira geral, o documento apontava a necessidade de transcender para uma sociedade pós-capitalista, mas sem seguir modelos pré-estabelecidos. Nosso socialismo seria uma construção histórica, na qual tinha mais importância o aprendizado vivo das massas e de todos aqueles empenhados na luta contra a exploração e a opressão. Socialismo, Democracia e papel do Estado 18. A tradição da luta socialista pela derrubada revolucionária do Estado burguês e os paradigmas sociológicos da esquerda clássica que fundamentam a análise da luta de classes a partir de uma segmentação social, própria do século XVIII e XIX, contamina a leitura contemporânea sobre o papel da institucionalidade na consolidação da democracia. 19. Se a nossa prática política, derivada em larga medida das experiências históricas das lutas da esquerda e das revoluções sociais, fosse prisioneira de uma versão maniqueísta e instrumental do Estado e da sociedade, teríamos enormes dificuldades de compreender as formas atuais do capitalismo, que produz uma grande massa desorganizada, vítima da exclusão social, e os processos materiais e simbólicos da dominação. 20. Essa percepção aponta para a sobrevivência da noção de classes e conflito entre elas - no Brasil e no mundo, mas em um contexto que alia novas formas de reprodução do capital e novas estruturas de comunicação, com um outro modelo de organização do mundo do trabalho e dos Estados nacionais. 3

4 21. E como fica o PT como partido de esquerda e a sua luta pelo socialismo? Entender a complexidade e a velocidade da ordem social em movimento é fundamental para uma estratégia de luta política que busca a realização humana e tem a liberdade como princípio. Sem compreendermos como funciona e como se reconhece a sociedade onde nós mesmos vivemos não daremos conseqüência às nossas utopias. 22. É evidente que nossas experiências em governos locais permitiram a transformação de uma certa visão conspirativa em relação ao Estado. Passamos a dialogar com toda a sociedade e a compreender o papel das políticas públicas e a importância de parcerias com o setor econômico e da participação em fóruns sociais representativos. 23. O projeto do modo petista de governar - com inversão de prioridades, políticas de desenvolvimento local sustentável e ampliação da participação social permitiu a transformação da vida das pessoas, a diminuição das desigualdades e um reforço às referências do PT na luta por hegemonia política e superação do capitalismo. Pós-capitalismo 24. O PT representa a busca da superação do capitalismo pela combinação da luta institucional com a luta social, sobretudo pela acentuação de mecanismos de participação popular na condução da política e do Estado. 25.Somos anticapitalistas por entendermos que o capitalismo, por sua natureza, gera miséria, fome, violência, guerra e destruição da natureza. É um sistema que trata o cidadão como consumidor e converte direitos em privilégios, negando sua participação política plena. 26. Essa superação, porém, não se dará pela via da ruptura violenta, nem pela adoção de modelos já fracassados. Nos países do chamado socialismo real, a luta anticapitalista foi afetada por um retumbante fracasso político. A política não foi socializada e não se criaram as condições para a autotransformação. Para o PT, a concepção de socialismo deve ser combinada com o conceito de Revolução Democrática e de socialização da política. Socialização da política 27. Socialismo, para o PT, não deve ser confundido com estatização, mas entendido como socialização da política. Essa noção deve ser cara ao PT, já que recupera a idéia de uma cidadania ativa, reconhece a democracia como espaço de explicitação de dissensos e propõe a ampliação da participação popular e controle social do Estado. 28. Socializar a política não é um meio para superar as contradições e eliminar os conflitos, mas, sim, um processo constante de construção de liberdade e justiça, a partir da convivência entre as contradições, confiando que a explicitação de diferenças ajuda a construir a democracia plena e a noção de espaço público. 29.O socialismo petista, portanto, defende e luta pela ampliação da esfera pública como reinvenção permanente e coletiva da luta pela igualdade, dialogando diretamente com a noção de democracia como reinvenção cotidiana da política. Como aprovado no 7º Encontro Nacional do PT, O socialismo, para o PT, ou será radicalmente democrático, ou não será socialismo. 30. Desse modo, democracia pressupõe a prevalência do diálogo em oposição á idéia de uso da força bruta para a solução dos problemas. E este diálogo só nos fortalece, tanto na condução da vida partidária como na condução do governo brasileiro e no posicionamento deste na geopolítica internacional. Valores históricos 31. O socialismo democrático, para nós, é um processo histórico, de construção permanente, que não pode prescindir de ampla participação. Esta concepção implica em reafirmar nosso compromisso com as lutas sociais, e, no exercício de governos e mandatos, na tradução em ações, do nosso compromisso democrático institucional. Isso nos permite renovar as principais concepções dos modos petistas de governar e legislar. 4

5 32.Se queremos um partido que dispute a hegemonia, que suas tarefas não se resumam ao ato de governar ou fazer oposição, é fundamental essa adesão valorativa ao socialismo, que deve se constituir numa referência para a definição do nosso projeto nacional. O socialismo no século XXI 33. Do ponto de vista de avanços intelectuais e teóricos, temos de reconhecer que construímos um poderoso instrumento político e seria de se esperar que este instrumento tivesse gerado uma cultura socialista e um campo de elaboração intelectual maior. 34. O III Congresso do PT deve subsidiar o partido para se posicionar como herdeiro das melhores tradições socialistas diante de temas contemporâneos. Nesse aspecto, há alguns pontos fundamentais para a definição daquilo que poderia ser a agenda para um socialismo no século XXI. Citamos alguns exemplos: Relações do internacional com o nacional. O neoliberalismo colocou na ordem do dia a tese do fim do Estado Nacional e as lutas populares, em vários países, apontaram para a necessidade de completar a construção nacional, mesmo dentro de um processo de regionalização. Este processo não passa só por articulação de Estados-nações, mas deve envolver movimentos sociais, mantendo uma agenda de transformação que derrube a atual ordem econômica mundial. É preciso reformar os organismos internacionais, cujas decisões comerciais e financeiras oprimem e interferem negativamente na vida de nossos países Igualdade social. É um tema que se transformou em questão fundamental, não só porque o Brasil é um cruel exemplo de desigualdade social, apesar dos avanços destes últimos quatro anos. O mundo também tem ficado cada vez mais desigual e o enfrentamento específico não se dará exclusivamente por um programa de crescimento econômico, mas por um conjunto mais amplo de medidas que combinem desenvolvimento, no seu sentido amplo, com aprofundamento da democracia Tema da propriedade. Passamos de um período em que a abolição da propriedade privada e dos meios de produção era confundida com estatização total e temos, agora, de construir formas de propriedade privada, de propriedade estatal, de cooperativas e, sobretudo, de mecanismos de regulação que possam direcionar o crescimento da economia em benefício da maioria Meio Ambiente. O confronto entre as tradicionais concepções de desenvolvimento e questões ambientais como aquecimento global, novas formas de geração de energia, proteção da biodiversidade e patrimônio genético devem ser encarados pelo socialismo como temas estratégicos para o desenvolvimento e sobrevivência do mundo Luta sindical. O mundo do trabalho tem passado por transformações visíveis, desde a automação, que impacta sobre o número de trabalhadores em atividade, até o enfrentamento de temas como a redução das jornadas de trabalho e modificações qualitativas das condições e dos locais de trabalho. A agenda fabril e sindical não pode ser encarada pelos socialistas com o mesmo olhar dos anos 80, mas atualizada permanentemente A política como direito. O maior acesso aos bens materiais e simbólicos, resultado do processo de globalização econômica, está divorciado do exercício pleno da cidadania, sendo mediado pela exacerbação da noção de consumo e de espetáculo. O socialismo tem de colocar na pauta política o tema dos direitos e da política como reinvenção coletiva da qual todos podem efetivamente participar e não apenas consumir e comercializar A cultura e o conhecimento. É importante debater a relação da luta socialista com esses temas. A cultura, mais do que um expediente de lazer nas sociedades 5

6 modernas, é um instrumento de construção de identidades num mundo cada vez mais global. A socialização do conhecimento e a promoção do aceso aos bens culturais de maneira a promover desconcentração territorial e de padrões estéticos são temas a ser incorporados pela esquerda mundial Economia solidária. Temos o desafio de buscar novas formas de organização da economia, estimulando organizações solidárias e de cooperativismo que se constituam como implantes de socialismo, conforme afirma Paul Singer e à luz do conceito de Revolução Democrática Racismo, machismo e homofobia. A superação do racismo, do machismo, da homofobia e outras formas de preconceito e discriminação só é possível com o apoio e comprometimento dos governantes e legisladores, além do engajamento político dos movimentos sociais que atuam neste campo. Essa é uma luta do socialismo desde sempre. É inegável, porém, que a contemporaneidade e visibilidade desses temas exigem dos socialistas melhor e mais ousada elaboração e atuação política efetiva Comunicação. É preciso combinar a luta pela radicalização da democracia com a garantia de direitos. O direito à comunicação constitui um bem público e a luta socialista deve considerar a garantia da liberdade de imprensa com a adoção de mecanismos combinados de comunicação pública, privada e comunitária Construção do espaço público. A tradição socialista vem enfrentando um processo de reavaliação histórica sobre qual é o papel da sociedade civil na elaboração e fiscalização das políticas públicas. O PT introduziu na vida política brasileira elementos como o Orçamento Participativo, o Planejamento Participativo e re-significou o papel dos conselhos e das conferências. Cabe agora realizar uma reflexão profunda sobre qual o papel desses mecanismos de co-gestão na construção do Estado, reafirmando nosso compromisso com eles A questão da paz mundial: a luta pela paz mundial foi historicamente bandeira do movimento socialista por todo o mundo. Com o fim da bipolarização mundial e a supremacia norte-americana, a luta pela paz mundial, pelo fortalecimento de instâncias multilaterais, pelo respeito ao multiculturalismo e pela diversidade étnico-religiosa deve ser bandeira a unir os socialistas de todo o mundo. 35. É evidente que outros temas poderiam ser citados aqui. Importante, porém, é percebermos que a militância petista no século XXI não deve se restringir à noção de luta de classes ainda viva e estruturante para o socialismo -, mas deve estar preparada para enfrentar os problemas contemporâneos à luz dos valores socialistas que inspiraram a formação de nosso partido e tem norteado a atuação do governo Lula. 36. O PT, como partido socialista, deve discutir o caráter social da propriedade, o controle dos fundos públicos e a apropriação da riqueza num país como o Brasil. Temos de debater a democratização da cultura, do conhecimento e da informação como mecanismos de construção de hegemonia, criando as bases do socialismo que almejamos. O PT deve encarar os grandes problemas mundiais a partir de sua cultura socialista, reconhecendo suas tradições e atualizando seu discurso e prática. 6

7 II - O BRASIL QUE QUEREMOS 37. Queremos um país livre, justo, soberano, com igualdade social, fundado na solidariedade e onde os direitos individuais e coletivos sejam o centro da agenda política. O Estado brasileiro deve ter seu caráter distributivo fortalecido, seus espaços de participação ampliados e deve promover o desenvolvimento econômico e social de maneira democrática e com respeito à natureza. O Governo Lula 38. O governo Lula caminha no rumo e na direção deste país que nós queremos praticando uma política econômica que privilegia o crescimento, mas comprometido com a distribuição da renda e da riqueza, com a recuperação do poder do Estado e da qualidade do serviço público e de um comportamento afirmativo do Brasil no mundo. 39. O governo Lula está mudando o Brasil. Está rompendo com as tradições elitistas, clientelistas e patrimonialistas que historicamente fizeram crer que direitos eram favores, que privatizaram o Estado e concentraram a riqueza e o conhecimento nas mãos de poucos. 40. O governo Lula tem projeto para o país. É um governo que atua para que os bancos públicos sejam bancos de fomento e o BNDES seja o carro-chefe da economia brasileira; não é um governo dos monopólios, é um governo que apóia a pequena e a micro-empresa, que apóia a economia popular e a agricultura familiar. 41. É um governo comprometido com a autodeterminação dos povos, com a integração da América do Sul e com o diálogo entre as periferias do mundo; não é um governo da elite do grande capital, é um governo popular, que está fazendo políticas públicas inclusivas em todas as áreas sociais, que investe em educação, na geração de empregos, na reforma agrária e que defende os Direitos Humanos. 42. O governo Lula articula desenvolvimento com respeito ao meio ambiente. É um governo que não corta gastos como ideologia; não trata o funcionalismo público como adversário e nem criminaliza os movimentos sociais. 43. O Governo Lula é um governo de esquerda que constrói os fundamentos de uma verdadeira revolução democrática, essencial para caminharmos na direção de uma sociedade socialista! Herança maldita 44. O Brasil é um país marcado por séculos de dominação conservadora e autoritária, que impediu a construção de um projeto soberano de nação e que relegou ao país indicadores sociais comparáveis aos dos países mais pobres do mundo. 45. Apesar dos avanços democráticos dos anos 80 e 90, o Brasil chegou ao século XXI sendo um dos raros países do mundo a não ter realizado plenamente sua reforma agrária, com uma das piores concentrações de renda do mundo, a taxa de juros mais alta do planeta, um inadmissível déficit habitacional, e oferecendo a crianças, adolescentes e jovens o convívio diário e brutal com violência urbana. 46. Em 2003, quando Lula chegou à Presidência da República, constatamos que nosso país quase chegou à falência com uma dívida externa de 210,7 bilhões de dólares e um risco Brasil acima de pontos. Nosso governo soube controlar e reduzi-la para 161 bilhões de dólares e o risco Brasil para a casa dos 200 pontos menor índice de sua história além de zerar a dívida com o FMI. 47. A dívida líquida no governo FHC, apesar das privatizações realizadas, saltou de 30% do PIB em 1994 para 55,5% do PIB em 2002; e desde 2004 está recuando. A relação da dívida externa líquida com o PIB, na era FHC passou de 17,4% para 35,9%, relação que em nosso primeiro governo baixamos para 9,4%. 48. Nossas reservas internacionais foram reduzidas na gestão tucana de 37,9 bilhões de dólares para US$ 16,3 bilhões, deixando nossa economia absolutamente vulnerável, 7

8 ameaçando nossa soberania. Nosso governo inverteu a tendência e fez estas reservas crescerem para US$ 95 bilhões garantindo a estabilidade necessária. 49. Nos governos anteriores, o saldo comercial acumulado sofreu um déficit de US$ 8,6 bilhões. No nosso, ao contrário, houve um superávit de mais de US$ 120 bilhões e um crescimento de mais de 100% em nossas exportações. E os juros, embora ainda elevados, estão hoje em rota francamente descendente. 50. A herança maldita, porém, não foi só econômica. O desemprego ultrapassou os 13% da população, a violência passou a povoar as cidades, a cultura passou a depender da vontade do setor privado, e as políticas sociais eram cada vez mais fragmentadas e frágeis. 51. Na educação, por exemplo, vimos que o compromisso com a qualidade foi abandonado e as escolas públicas passaram a ser sinônimo de sucateamento e desamparo. O ensino superior foi largamente privatizado comprometendo sua qualidade média e se distanciando da tarefa principal do Estado brasileiro, que deveria ser a de oferecer educação pública, gratuita e de qualidade para todos. Mudança de época 52.A partir do governo Lula, vivemos uma revolução democrática que pretende mudar a sociedade pela conscientização da população; não por uma vanguarda política, mas pela ampliação da participação e pela construção de hegemonia, ao mesmo tempo em que propõe mecanismos de defesa contra o retrocesso político, econômico e social. Podemos dizer que em nosso país, não vivemos uma época de mudança, mas uma mudança de época, como disse o presidente do Equador Rafael Correa, sobre a América Latina. 53. A grande tarefa que o PT, o Governo Lula, os movimentos sociais e as demais forças de esquerda têm pela frente é avançar na construção permanente de um governo democrático popular com base em um projeto de desenvolvimento de longo prazo para o país. Projeto que, em grande parte, já está em andamento. Algumas conquistas do primeiro mandato 54. O governo Lula é mais de esquerda do que foi caracterizado pela imprensa e, algumas vezes, por discursos de membros do próprio governo, revelando certa falta de compreensão dos avanços propostos e alcançados nesses quatro anos. 55. O Brasil conquistou a auto-suficiência em petróleo, atingindo a produção de 1,8 milhão de barris/dia. Ou seja, o país produz mais do que consome, superando a vulnerabilidade decorrente das oscilações do mercado internacional do óleo combustível. 56. O governo federal tem atuado também na viabilização econômica e ampliação do uso do gás natural. Criou um novo modelo de gestão para o setor elétrico que garante o planejamento em longo prazo, garantindo-se as condições para evitar déficits no fornecimento de energia elétrica aos consumidores, com tarifas mais baratas no futuro e atento aos danos provocados ao meio ambiente por projetos mal elaborados. 57.O país avança no biodiesel. A obrigatoriedade da mistura do biodiesel ao diesel do petróleo cria mercado interno potencial e permite competitividade frente a outros combustíveis. Além disso, o programa implantou política de inclusão social que beneficia a agricultura familiar e contribui para a desconcentração da renda no país. 58.O programa Brasil Alfabetizado atendeu mais de 7 milhões de pessoas em Com a aprovação do FUNDEB, o atendimento será ampliado de 30,7 milhões para 47,2 milhões de alunos, com investimentos adicionais da União de R$ 4,3 bilhões por ano. 59.Pela primeira vez houve distribuição de livros didáticos (português e matemática) e merenda escolar no ensino médio, e o repasse por aluno/dia aumentou 69% no ensino fundamental e 266% na educação infantil. 60.A criação do PROUNI permitiu oferecer 250,9 mil bolsas de estudo em 2005 e 2006 para o ensino superior, beneficiando jovens de baixa renda. Foram criadas 4 novas 8

9 universidades públicas, 6 passaram de faculdades para universidades e estão sendo implantados ou consolidados 48 campi. 61.Ações inovadoras para a juventude beneficiaram 440 mil jovens pelo PROJOVEM, com ampliação da escolaridade, a qualificação profissional e desenvolvimento de ações comunitárias para jovens de 18 a 24 anos que não concluíram o ensino fundamental e sem emprego formal 62.Crescimento do emprego formal, com a criação de 4, 2 milhões de empregos com carteira assinada que, somados às vagas no mercado informal e no setor público, ampliam para 5,6 milhões de postos de trabalho criados. 63. O salário mínimo teve aumento real em todos os anos do governo Lula, chegando a R$ 350,00 por mês. Em março de 2003 comprava 1,3 cesta básica, hoje compra quase 3. Essa é uma conquista determinante na distribuição de renda e combate à desigualdade no país. 64.O governo federal iniciou o programa Luz para Todos em 2004 e tem transformado a vida do interior do país. Os atendidos estão majoritariamente nas localidades de menor Índice de Desenvolvimento Humano e nas famílias de baixa renda. Cerca de 90% destas famílias têm renda inferior a três salários-mínimos e 80% estão no meio rural. 65.O Programa Fome Zero, conjunto de programas e projetos de diversos órgãos do Governo Federal, que permitiu a inclusão social de famílias brasileiras que vivem abaixo da linha da pobreza e a garantia do direito à alimentação a todos os brasileiros. O programa Bolsa Família, que é o maior programa do Fome Zero, já está presente em 100% dos municípios do país 66.Com o Programa de Aquisição de Alimentos, mais de R$ 750 milhões foram investidos pelo Governo Federal na aquisição de alimentos da agricultura familiar, beneficiando agricultores familiares, tendo sido atendidas 6,5 milhões de pessoas em mais de municípios. 67.Até maio de 2006 foram construídas 143 mil cisternas, beneficiando 715 mil pessoas nos municípios do Semi-Árido, com investimentos da ordem de R$ 239 milhões do Governo Federal. 68.Nosso governo deu total prioridade para a América Latina, participando e estimulando a criação da Comunidade Sul-Americana de Nações, o fortalecimento do Mercosul, e colaborando com vizinhos como Venezuela, Bolívia, Equador, Colômbia e Haiti. 69. Houve investimentos em ferrovias, ampliação e modernização de aeroportos, melhoria da infra-estrutura em 20 portos e início do processo de recuperação da malha viária. 70. Houve significativos avanços na saúde, com a ampliação do atendimento de saúde bucal, do Sistema Móvel de Atendimento de Urgência SAMU -, criação das Farmácias Populares e significativa redução da mortalidade infantil. 71. Aumentamos significativamente os recursos para habitação popular e saneamento. Aprovamos a Lei que instituiu o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), o primeiro projeto de iniciativa popular aprovado, bem como o novo marco regulatório do saneamento. 72. Fortalecemos a federação brasileira e colocamos o tema do pacto federativo em pauta. No primeiro governo, estabelecemos uma nova relação com prefeitos e prefeitas. Ampliamos a base tributária própria dos municípios, criamos Sistemas Públicos Nacionais, como o Sistema Nacional de Assistência Social SUAS - e o Sistema Nacional de Cultura SNC -, e buscamos consolidar os já existentes, como o Sistema Único de Saúde - SUS - e o Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA. 73. Essas conquistas são importantes, mas, sem dúvida, representam apenas o início da mudança pela qual o Brasil precisa passar. Movimentos Sociais 9

10 74. O primeiro mandato de Lula representou um marco na relação do governo federal com a sociedade civil organizada, que passou a ser respeitada, legitimada e valorizada. O governo fortaleceu os conselhos, realizou inúmeras conferências e rompeu com a tradição autoritária do Estado Brasileiro. 75. Mesmo quando houve conflito entre as partes, o que é natural numa democracia, a postura do governo Lula representou um enorme avanço, reconhecido por todos os movimentos sociais do país, quando comparado com governos passados. Política Externa 76. As mudanças pelas quais o Brasil passa também ocorrem, de certa maneira, na América Latina e têm conseqüências no cenário internacional. Temos de ter capacidade e grandeza para entender a importância e o papel do PT, da liderança do presidente Lula e do Brasil no mundo e no continente. Há condições para a América do Sul se transformar numa comunidade de nações e para haver uma integração que deve ser, em primeiro lugar, política e, depois, econômica, cultural e social. 77. O mundo vive uma barbárie fragmentada, enquanto a América Latina está construindo experiências de agregação. Cresce a adesão à democracia em nosso continente porque as massas populares estão se identificando com as experiências de governos que estão dialogando com suas aspirações e reivindicações. 78. A política externa de nosso governo é importante, também, pelo diálogo aberto com África e Ásia, pela ampliação do comércio exterior com os Estados Unidos e Europa, pela liderança frente ao G20 e pelo papel protagonista exercido pelo Brasil frente às grandes questões da política internacional. 79. O governo Lula foi firme ao condenar a invasão do Iraque, ao defender a democracia na Venezuela e enviar tropas para garantir a paz no Haiti. Nosso governo tem uma política externa comprometida com a autodeterminação dos povos e não é subserviente aos interesses do grande capital. O segundo mandato 80. O que significa, nesse momento, dar continuidade a esse projeto político? A partir de nossos ideais e valores socialistas e de uma necessária análise da sociedade brasileira, devemos formular as contribuições do PT para a continuidade da construção do Brasil que queremos. 81. Além da reforma política, da mudança da política econômica - com predominância do desenvolvimento sobre a estabilidade temos de lutar por uma ampla reforma do estado brasileiro. 82. Não é só a reforma da gerência e da administração pública, mas a do papel do Estado no desenvolvimento. A batalha ideológica em torno do PAC é essa: o Estado pode ou não financiare planejar o desenvolvimento? A direita tucano-pefelista quer que o Estado apenas financie, mas não planeje. Nós entendemos que deve financiar e planejar. O Estado pode mudar a estrutura de renda e a participação do trabalho na renda nacional? Eles dizem que não. Nós dizemos sim! 83. Essa reforma do Estado deve espelhar as mudanças pelas quais o Brasil está passando. O país está mudando, está sendo apropriado pelas classes populares e tem uma outra estratégia de desenvolvimento. Não é mais a estratégia que as classes dominantes hegemonizaram, mas a estratégia que o povo escolheu nas urnas. 84. O PT deve estar preparado para discutir os temas do Plano de Aceleração do Crescimento PAC e o Plano de Desenvolvimento da Educação PDE -, que são mais que planos burocráticos, podendo se transformar em grandes caudais de mobilização social, política e cultural. Para isto, precisamos de um partido de pernas firmes. 85.É evidente a necessidade de uma revolução educacional no Brasil. As medidas adotadas no primeiro mandato (PROUNI, FUNDEB, as políticas de formação em todos os níveis e modalidades de ensino, a ampliação do alcance dos livros didáticos, o aumento e descentralização de recursos do salário-educação e a recuperação e crescimento das 10

11 Universidades Públicas) foram fundamentais e deram início a ela, que necessita, no segundo mandato, de maior profundidade e extensão. 86. A educação pública no país deve se constituir em um dos alicerces de um (ou do novo) novo Brasil. É na escola, única instituição pública presente em todos os municípios brasileiros, que se deve sedimentar os valores que queremos ver inscritos no mundo e assegurar o acesso às condições de produção do conhecimento e da cultura. Para isso, é preciso tornar prioridade nacional a qualidade da educação pública, a partir do debate com a sociedade. O PDE nos oferece essa oportunidade. 87. Temos de completar a reforma tributária, que não pode se limitar à unificação do ICMS e à criação do IVA, mas ser uma reforma que mude a distribuição de renda na sociedade brasileira. Até agora isso foi feito por meio de políticas sociais e aumento de salário mínimo. Temos de fazê-la pela inclusão no mercado de trabalho e de consumo, pela política de moradia e reforma urbana, de apoio às pequenas empresas e pela geração de empregos. 88. Temos de criar o mercado interno que, com a integração da América do Sul, dê dinamismo ao capitalismo brasileiro e promova outro tipo de reforma. A partir daí poderão surgir outros temas em discussão, aparentemente proibidos hoje, como a propriedade social e o caráter da empresa privada. Cria-se uma perspectiva socialista, e não só de reformas dentro do capitalismo. 89. Mercado interno se faz com distribuição de renda. Se não houver uma revolução na distribuição de renda do país, vamos perpetuar a cruel desigualdade que conhecemos, principalmente com esse modelo econômico que cria empregos de baixa qualidade e remuneração. 90. Para mudar isso é preciso cumprir algumas etapas. No Brasil, não existe ainda comissão de fábrica, contrato coletivo, nem participação na gestão das empresas. Também não existe uma discussão, apesar dos fundos de pensão, da apropriação do excedente social pelas empresas e sobre as suas políticas de investimentos. 91. O Brasil está crescendo, criando empregos, mas a qualidade do emprego está caindo. A CUT sabe disso, os sindicatos também, todas as estatísticas mostram isso. Temos de pensar nesse tema com maior profundidade. Tarefas para o período 92.No programa de governo apresentado na campanha eleitoral de 2006, seis eixos sintetizaram nossos compromissos com o povo brasileiro. Entendemos que eles continuam válidos e devem ser ratificados pelo III Congresso do PT: a) Combate à exclusão social, à pobreza e à desigualdade; b) Aprofundamento do novo modelo de desenvolvimento: crescimento com distribuição de renda e sustentabilidade ambiental; c) Brasil para todos. Educação massiva e de qualidade. Cultura, comunicação, ciência e tecnologia como instrumentos de desenvolvimento e de democracia; d) Ampliação da democracia; e) Garantia de a segurança de brasileiros e brasileiras; e f) Inserção soberana no mundo. 93. Não nos cabe, aqui, reproduzir todo o programa de governo, mas destacamos alguns pontos que entendemos que devem ser priorizados pelo governo e pelo partido, todos eles absolutamente compatíveis, senão integrantes, do Programa de Aceleração do Crescimento: Educação: A educação de qualidade e ao alcance de todos deve ser entendida como instrumento de produção, organização e difusão de conhecimento e cultura. Deve contribuir para a formação de gerações de brasileiros capazes de compreender criticamente e dar significação aos valores culturais construídos ao longo da história, em diálogo permanente e afirmativo com as demais culturas do mundo O acesso à educação básica, por meio da universalização do ensino fundamental de 9 anos deve ser resultado de uma repactuação federativa. É preciso ampliar o atendimento à educação infantil e dar continuidade à reestruturação do ensino 11

12 médio e do ensino noturno, assim como é preciso avançar na integração das políticas de educação com as de cultura Comunicação: Convocar a 1ª Conferência Nacional de Comunicação Social e articular as ações governamentais em educação, cultura e comunicação. É preciso fortalecer a concepção de um sistema de comunicação que combine a atuação do setor público, do setor privado e dos instrumentos de comunicação comunitária Povos Indígenas: Avançar no processo de eliminação da herança tutelar, paternalista e integracionista ainda presente no Estado brasileiro, em direção a um novo cenário jurídico, político e administrativo, coerente com os preceitos da Constituição Federal de Para tanto, é preciso instituir uma nova relação entre Estado e Povos Indígenas e garantir a demarcação, proteção e o desenvolvimento sócio-ambiental das terras indígenas no País Mulheres: Deve ser prioridade do governo brasileiro dar continuidade à implementação de políticas voltadas à igualdade de direitos entre os gêneros, respeitada a identidade das mulheres, dando como exemplo o combate à violência doméstica e às desigualdades no mercado de trabalho. É preciso que os meios de comunicação e as políticas de educação incentivem a sedimentação de uma cultura de igualdade, com respeito às mulheres e sua diversidade Igualdade Racial: Acelerar a implementação do Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial e combiná-la com as políticas de cotas sociais e raciais na educação. Adotar medidas especiais para compensar e superar as desvantagens históricas e sociais que atingem a população negra em todo o território brasileiro. Além disso, deve continuar sendo prioridade do governo brasileiro as políticas de regularização fundiária e desenvolvimento sustentável para as comunidades quilombolas e tradicionais Moradia: Garantir acesso à moradia digna e aos serviços urbanos essenciais, em especial de saneamento básico e transporte público, priorizando a inclusão sócio-espacial dos assentamentos informais, especialmente das favelas nas regiões metropolitanas Regiões Metropolitanas: Temos de ter uma agenda de desenvolvimento para as regiões metropolitanas, onde estão as maiores concentrações de pobreza, desemprego, violência e desorganização do espaço urbano. A articulação do conjunto das políticas de desenvolvimento urbano, sobretudo habitação, saneamento e mobilidade urbana, somadas às políticas sociais e de segurança pública, com foco nas populações alvo das transferência de renda e na juventude, deve ser assumida pelos governos federal, estaduais e municipais, fortalecendo novos mecanismos de gestão compartilhadas das políticas públicas nestes territórios Política Agrícola e Reforma Agrária: A busca de um modelo sustentável dependerá de se combinar a Reforma Agrária, o apoio à agricultura familiar, o incentivo ao agro-negócio e o equacionamento de seus problemas estruturais de comercialização. Para isso, é preciso gerar um ambiente de produção e trabalho que garanta ampliação da renda agrícola, oferta adequada de alimentos e geração de divisas, com preservação dos recursos ambientais Políticas sociais: o Brasil não pode esmorecer no combate à fome e desconcentração da renda. As políticas sociais devem ser integradas de maneira crescente, de tal forma que o PAC não seja apenas um programa de crescimento econômico, mas de desenvolvimento humano Segurança Pública: A segurança pública é uma prioridade na agenda política dos brasileiros. Para isso, temos de consolidar e expandir o Sistema Único de Segurança Pública, valorizar os profissionais da segurança, modernizar o trabalho policial, investir em sistema de inteligência, promover uma repressão qualificada às organizações criminosas, reorganizar e modernizar o sistema 12

13 penitenciário brasileiro, e investir maciçamente em participação social na segurança pública cidadã. É inadmissível o grau de exposição de crianças e jovens à violência que temos no país. Segurança tem de ser prioridade nacional Reforma Sindical: o PT sempre defendeu uma reforma sindical para democratizar as relações capital/trabalho. Esta reforma deve estar baseada nos princípios historicamente defendidos pelo PT, que são a liberdade e autonomia sindical, que passa pelo reconhecimento oficial das centrais sindicais, das organizações por local de trabalho, do acolhimento das convenções OIT, bem como o direito de negociação ao funcionalismo público Inclusão digital: O PT deve trazer para a centralidade do projeto nacional de desenvolvimento uma forte política nacional de inclusão digital, como necessidade contemporânea do seu compromisso com uma revolução na educação, bem como é essencial para a democratização dos meios de comunicação Energia: É necessário consolidarmos os movimentos iniciados no primeiro mandato, a retomada do papel do Estado como planejador, com importante papel nos investimentos e na regulação do setor energético, assim como o apoio às fontes renováveis de energia, em especial os biocombustíveis como o etanol e o biodiesel. Políticas Públicas de Juventude. 94. Nosso partido, por meio de suas administrações municipais, foi pioneiro na execução das Políticas Públicas de Juventude PPJs. O Governo Lula inaugurou uma discussão nacional sobre a juventude brasileira e implementou programas e projetos visando a redução das desigualdades e a geração de oportunidades para os jovens do Brasil. 95. É preciso aprovar o Plano Nacional de Juventude e o Estatuto da Juventude que tramita no Congresso Nacional, fortalecendo a Secretaria Nacional de Juventude do Governo Federal como espaço de articulação institucional das PPJs e ampliando a abrangência dos programas para juventude no segundo Governo. 96. Outra grande contribuição que o nosso partido deve dar para a efetivação do debate e da execução das políticas públicas em seus governos estaduais e municipais é a criação de órgãos de gerenciamento e articulação das PPJs e conselhos de juventude que garantam o dialogo institucional com os jovens. 97. O desemprego entre os jovens ainda é uma dura realidade. A juventude é a mais atingida pela violência urbana e pela escassez dos equipamentos públicos de esporte, lazer e cultura. Os governos do PT devem colocar o tema juventude como uma de suas prioridades, pensando na formação das novas gerações e mantendo viva a nossa esperança por um país mais justo e solidário. Reforma Política 98. O PT tem de ser a vanguarda da reforma política. Se queremos democratizar o estado brasileiro, precisamos, antes de mais nada, fazer a reforma política, administrativa e do Estado brasileiro. Temos base, há clima no país e pode-se formar maiorias para isso. 99. O Partido dos Trabalhadores deve lutar por uma ampla reforma do sistema político, visando o fortalecimento dos partidos, a adoção de financiamento público exclusivo de campanhas eleitorais, o voto para o parlamento em listas pré-ordenadas, o fim das coligações nas eleições proporcionais, a revisão do papel do Senado considerando o tempo de mandato, a eleição de suplentes e seu caráter de câmara revisora -, a garantia da fidelidade partidária e rigoroso combate à corrupção. 100.O financiamento da política não deve contribuir para a privatização do Estado, mas para a preservação de seu caráter público, razão pela qual o financiamento público exclusivo de campanhas, combinado com o voto em listas pré-ordenadas que contemplem a representação de gênero, raça e etnia, deve ser urgentemente implantado no Brasil. A existência de instituições republicanas fortes é a principal garantia de que os interesses privados não subjuguem os interesses públicos. 13

14 101.Entendemos que para isso, porém, o PT deve abrir um grande debate com sua militância sobre a Reforma Política, fazendo dessa uma oportunidade de formação política e esclarecimento sobre as peculiaridades de cada proposta, considerando que a reforma política que defendemos deverá significar a ampliação da democracia no PT e no Brasil. Governabilidade Social e Federativa 102.A sustentação deste projeto de mudanças, de rompimento com a dominação conservadora, não pode ficar restrita à bancada de sustentação do governo, ou seja, ao jogo político no Congresso Nacional: será necessária a construção de um Bloco Histórico que defenda na sociedade o projeto democrático popular, com ampla participação dos movimentos sociais e de meios de comunicação alternativos. 103.É necessário que governos estaduais e municipais do PT e de partidos da coalizão interajam com o projeto nacional em andamento, contribuindo para a sua formulação e fortalecendo-o regional e localmente, constituindo-se em atores institucionais fundamentais para a efetivação das políticas e para a sua defesa junto à sociedade. 104.No Brasil que queremos, os partidos de esquerda devem estar juntos, empunhando as mesmas bandeiras e ocupando as mesmas trincheiras. Para isso, o Partido dos Trabalhadores deve buscar, junto ao PC do B e PSB, compor o núcleo da coalizão do governo Lula, de maneira a contribuir para a consolidação de uma hegemonia de esquerda no país e para a sedimentação dessa aliança estratégica para o projeto socialista. 14

15 III - PT CONCEPÇÃO E FUNCIONAMENTO 105.Os valores do socialismo também devem balizar nossa organização partidária. Nossa democracia interna deve estar marcada fortemente por valores que queremos ver inscritos no mundo. Temos de reconhecer, porém, que é preciso dar um passo adiante na nossa forma de organização e convivência e também no relacionamento que mantemos com governos e com a sociedade. Hegemonia e Democracia 106.Em nossa história partidária, sempre afirmamos que os valores que queremos ver inscritos na sociedade devem ser praticados internamente. Para que o PT contribua para o aprimoramento da democracia brasileira e para as transformações sociais necessárias, é preciso que o projeto político por nós defendido tenha capilaridade na sociedade. Isto supõe a construção de hegemonia, não apenas de maiorias políticas. 107.O mesmo se dá em relação ao partido. Entendemos que a construção de maiorias partidárias, que são muito importantes para o funcionamento das instâncias, não podem se estabelecer em detrimento desse projeto de hegemonia, que pressupõe a conquista de espaços pela força do argumento e da elaboração política. Concepção de Partido 108.O PT é uma experiência extraordinariamente bem sucedida, tanto como construção partidária orgânica quanto no significado político que criou no imaginário da sociedade brasileira. As pesquisas de opinião efetuadas nos últimos 10 anos apontam que um em cada cinco brasileiros tem o PT como partido de sua preferência. Mesmo no auge da crise de 2005, quando caímos um pouco, ainda ficamos próximos dos 20%. 109.Os acertos do partido também se verificam em sua representação institucional. Saímos das eleições 2006 com nosso Presidente da República reeleito, a segunda maior bancada na Câmara dos Deputados, com 83 deputados federais, a quarta maior bancada no Senado Federal, com 10 senadores, 5 governadores eleitos e a terceira maior bancada nos legislativos estaduais, com 126 deputados estaduais. Esta grande força institucional se completa com nossos 411 prefeitos e vereadores eleitos em Em 27 anos o PT transformou-se num dos maiores partidos de esquerda do Ocidente. 110.Entretanto, é preciso discutir qual é o resultado real desse processo como faremos para aperfeiçoar o que já conquistamos e como corrigiremos nossas falhas. Qual é o grau de capacidade do partido de se relacionar com o cotidiano de sua imensa base de quase 1 milhão de filiados? Qual o nível de organização, participação e agregação desses filiados? Como superar a dispersão e melhorar os canais de comunicação? Como traduzir - em organização, planejamento, aferimento e execução uma política que traga para o PT mais uma parcela dos 25 milhões de simpatizantes? Como fazer com que aqueles que têm uma avaliação positiva do governo Lula identifiquem isso com o partido ao qual o presidente é filiado? 111.Para avançarmos além do que já foi feito nesses 27 anos, nosso desafio é assegurar que o PT seja realmente um partido de massas, democrático e socialista. Temos de criar instrumentos e mecanismos para democratizar a relação, não apenas com nossos atuais filiados, mas também com essa massa, buscando organizar as pessoas em torno do nosso projeto nacional. 112.Nesta caminhada de 27 anos o PT vem se transformando continuamente. Aquele PT nascido em torno das lutas operárias para ser a expressão política dos movimentos sociais, em seus primeiros anos não tinha a perspectiva real de poder, mas a prática social a mobilização, e a militância de esquerda. 113.Ao longo dos anos o PT melhorou seu desempenho eleitoral e aumentou seu número de parlamentares, de prefeituras, de governos estaduais, ampliando assim os espaços para a luta institucional. Os movimentos passaram a ter canais de interlocução no governo e nos parlamentos. O PT foi aprendendo, na prática, não sem alguma tensão, a combinar a luta social com a luta institucional, a combinar um partido de massas com a 15

16 idéia de um partido militante, a combinar a democracia pluralista com a unidade de ação política. 114.Após as eleições de 2002, quando o PT se consolidou como um partido verdadeiramente nacional, elegendo a maior bancada de deputados federais e estaduais e, principalmente, vencendo a disputa para a Presidência da República, novos desafios se apresentaram, desta vez em escala nacional: como implantar, na velocidade necessária, as profundas transformações pelas quais sempre lutamos, com as restrições econômico-financeiras herdadas dos governos anteriores e com as restrições políticas derivadas da ausência de uma maioria parlamentar comprometida com estas transformações? A crise política 115.Ao longo de seus 27 anos, o PT viveu várias crises e soube enfrentá-las e superá-las. A mais grave, pela sua natureza e dimensão, foi a de Essa crise, que é do sistema político brasileiro, que enfraquece programas e partidos, personaliza o debate e privatiza os interesses, também é uma crise do PT, decorrente de opções feitas pelo partido, do crescente acesso a mandatos, do distanciamento das lutas sociais e da nebulização de nosso projeto estratégico. 116.A experiência do primeiro mandato governando o Brasil e a enorme crise política pela qual passamos em 2005 e 2006 nos levam a um processo de reavaliação da nossa trajetória, de reflexão sobre a experiência destes 27 anos e, particularmente, deste último período. 117.O esforço da nossa militância e a capacidade de compreensão do povo brasileiro quanto ao que estava em jogo na tentativa das elites de interditar o projeto popular representado pelo governo Lula, foram decisivos para a superação da crise. No entanto, o conjunto das forças petistas deve realizar uma autocrítica profunda sobre o ocorrido e analisar suas causas para não mais reproduzi-las. 118.Parte da crise se deveu a um processo de entendimento inadequado da relação partido e governo já no início da gestão Lula. O PT deixou de assumir uma posição de autonomia, portando-se quase como correia de transmissão das posições do governo junto à sociedade e à nossa base social. Não se trata de questionar a necessidade de apoio integral do partido ao governo, mas de entender que teria sido mais adequado se tivéssemos trabalhado na formulação de propostas e na disputa de posições com outras forças políticas da nossa base de sustentação sobre os rumos do governo, como temos feito neste segundo mandato. 119.Outro erro foi dar ao partido a responsabilidade de compor politicamente o governo, preenchendo com outros partidos os cargos da administração pública. A responsabilidade pela composição política de um governo deve ser do próprio governo, pois nem sempre os interesses do partido coincidem com os da administração. 120.Erramos também na forma de consolidação da nossa base de sustentação políticoparlamentar. Já em 2003 se apresentava a necessidade do estabelecimento de um governo de coalizão, que tivesse o PMDB como um de seus principais integrantes. Ao invés disso, optamos por alianças congressuais com pequenos partidos, de ampla diversidade ideológica e forte heterogeneidade. Além disso, os fundamentos dessas alianças se davam em bases tradicionais, sem a referência de um programa mínimo, como feito agora, e muito marcadas por interesses em cargos, emendas orçamentárias ou, ainda, de apoio ao financiamento de campanhas eleitorais. 121.Infelizmente, a governabilidade institucional foi a única que buscamos, relegando a segundo plano a sustentação pelos movimentos e por outros atores sociais. 122.O PT errou ao conferir, a partir de 2003, certa exclusividade para as tarefas governamentais e institucionais, sem combinar com as tarefas de organização do movimento social e da militância, abrindo fissuras na relação com sua base social nos primeiros anos do governo Lula. 123.Outro sério equívoco que cometemos foi a não priorização da aprovação da reforma política já em Apesar do enorme capital político de que dispunham Lula e o 16

17 governo, ficamos reféns de pequenos partidos de nossa base de sustentação parlamentar que a ela se opunham, particularmente ao item do financiamento público de campanhas eleitorais. Sem a adoção do financiamento público, situações como as que vivemos em 2005 seriam absolutamente previsíveis. 124.O distanciamento do partido em relação à sua base e o funcionamento de núcleos de poder paralelos à direção partidária (ainda que formados por integrantes dessa mesma direção) terminaram também por contribuir com a crise. 125.O PT errou, também, ao envolver-se, sem o devido debate interno, com o financiamento de campanhas de aliados e assumir riscos graves em relação às finanças do partido. Um ambicioso projeto de poder político para as eleições de 2004, que incluía a tentativa de eleger centenas de prefeitos em todo o país, e, conseqüentemente, a necessidade de fundos para a sua concretização, contribuíram para o esforço temerário de buscar recursos de forma diferente daquela que o partido tradicionalmente utilizou. O padrão das campanhas eleitorais em 2004, em todo o país, ampliou a necessidade de recursos financeiros ao mesmo tempo em que a mobilização da militância foi deixada em segundo plano Sobre todas essas questões, as responsabilidades devem ser apuradas, assim como problemas estruturais devem ser examinados a fundo, com o acompanhamento de um processo de reflexão que, por um lado, preserve nossas conquistas e, por outro, elimine as nossas fragilidades. A relação com os mandatos 127.Uma das questões sobre as quais o PT mais tem refletido é a relação do partido com os espaços que ele conquista na institucionalidade. São recorrentes, por exemplo, as críticas à atuação dos mandatos parlamentares e dos governos petistas. Quase sempre, quando o PT ganha pela primeira vez uma prefeitura ou um governo estadual, estabelece-se um relacionamento problemático entre o partido e os petistas que vão para a administração. 128.A estrutura dos mandatos parlamentares cresceu muito nos últimos anos. Até 2001 não havia a verba indenizatória para deputados que, quando foi criada, era de R$ 7 mil e hoje é de R$ 15 mil, enquanto a verba para contratar funcionários, que era de R$ 20 mil, já está em R$ 50 mil. Esse aparato, importante para a reprodução dos próprios mandatos, está dissociado totalmente da relação com os partidos, os fortalece enormemente e, comparativamente, torna as instâncias partidárias muito frágeis. 129.No que diz respeito à relação do PT com mandatos de petistas, é preciso manter uma relação de autonomia, diferenciando o partido dos governos e evitando práticas de cooptação, subordinação e/ou estatização de nossas instâncias. Todo governante e parlamentar petista deve manter intenso diálogo com o partido, evitando que este só lhe sirva para a concessão de legendas e/ou elaboração de um programa de governo. Por outro lado, cabe ao Partido o acompanhamento solidário, crítico e permanente dos nossos governos e mandatos parlamentares, a fim de contribuir para elevação de sua qualidade e preservação da identidade de nosso projeto. 130.A reforma política, se aprovada, terá enorme incidência na vida partidária e mudará a concepção de partido. Hoje há um condicionamento da vida partidária pela via eleitoral e pelo atual sistema de representação. Para mudar isso, é vital que o PT coloque a reforma política como sua agenda principal. Direções partidárias 131.A constituição das direções partidárias tornou-se tema do debate público após as eleições de A democracia interna do PT pressupõe elas sejam formadas a partir da proporção de votos obtidos pelas chapas concorrentes, que são inscritas juntamente com suas teses, que refletem suas idéias e propostas. No PT, não há brecha legal para que qualquer pessoa, seja um militante do movimento social, um ministro de Estado, governador ou parlamentar, participe da direção partidária sem passar por esse processo. 17

18 132.O PT não pode ser como os outros partidos, cuja fonte de poder é constituída por quem tem voto na sociedade, independente do que pensa ou do que representa. Para nós, as idéias e os projetos coletivos devem ter primazia, assim como o estatuto do partido. Qualquer inversão disso seria subalternizar definitivamente as instâncias partidárias à lógica dos mandatos. 133.Entendemos, entretanto, que as lideranças petistas com mandato devem ser atraídas para a estrutura partidária, valorizando a cultura e a participação nos organismos partidários. Para isso, propomos a criação de um Conselho Nacional Consultivo com eleitos do PT. Este conselho seria composto pelos governadores, senadores, deputados federais e pelos prefeitos das capitais, com obrigação estatutária de se reunir periodicamente, sob a coordenação da presidência nacional do PT, de modo que haja diálogo efetivo sobre o programa partidário e os desafios concretos na sua implementação. 134.A consolidação do PT como um partido nacional é cada vez mais necessária. Por isso, propomos a instituição de vice-presidências regionais como forma de nacionalizar a atuação da direção partidária. 135.Propomos, também, definir no estatuto do PT que presidentes e membros de comissões executivas, em todos os níveis, não acumulem cargos de primeiro escalão nos governos correspondentes. Processo de Eleições Diretas 136.No próximo período, temos o compromisso de garantir a qualidade da democracia interna, a manutenção da proporcionalidade como método de composição das instâncias, o permanente aperfeiçoamento do PED Processo de Eleições Diretas - como rico instrumento de democracia participativa. 137.O PED, implementado em 2001, foi uma grande conquista da militância petista, que não apenas passou a eleger diretamente as direções, mas se constitui num instrumento fundamental de ampliação radical da participação de nossa militância nos processos de tomada de decisão no PT. Este instrumento deve ser mantido e aperfeiçoado. Coordenações Macrorregionais 138.A estruturação das Coordenações Macrorregionais, garantidas as condições financeiras e um projeto de implantação coordenado com as direções estaduais possibilitará o crescimento sustentado do partido em todo o país. É por meio destas estruturas que poderemos avançar na informatização, na comunicação, no acompanhamento dos governos e mandatos de parlamentares petistas, na formação política, no apoio aos DM s, no acompanhamento das filiações e na organização para as eleições de 2008 e Com a estruturação delas, mantido um profundo relacionamento com os Diretórios Regionais, será possível constituir uma verdadeira rede logística de organização partidária, mais próximas das realidades locais. As macrorregiões devem ser estruturas de apoio na execução das políticas do PT, vinculadas às direções estaduais e com escritórios independentes de mandatos. Inovações Tecnológicas 139.O PT precisa adotar mecanismos de apropriação das inovações tecnológicas que permitam democratizar a participação nas decisões, estimular a troca e a sinergia e de experiências a partir, por exemplo, da montagem de coletivos, presenciais e virtuais, com funcionamento sistemático. Tais coletivos podem ser compostos por dirigentes das estruturas municipais, estaduais e nacionais, pelos militantes dos setoriais, por gestores públicos e parlamentares do partido. 140.A internet também pode facilitar a participação dos militantes na vida do partido. É preciso estabelecer mecanismos para que isso aconteça em todos os momentos. Um bom exemplo é o III Congresso, cujos debates podem e devem ser realizados oferecidos por meio eletrônico. 141.Criar uma Política Nacional de Gestão da Informação do PT que permita que todas as instâncias partidárias conheçam a vida política de seus filiados, informatizando os processos disciplinares, de filiação e de contribuição estatutária. Considerando que esse 18

19 é um importante instrumento de democratização do partido e acompanhamento da atuação dos dirigentes e lideranças políticas por parte dos militantes, é necessária efetiva mobilização de todas as instâncias do PT para que haja efetiva integração. 142.Implantar a Rede PT Brasil, a intranet do PT, que interligará os diretórios nacional, estaduais, municipais e zonais, com a implantação de um sistema de controle de documentação e comunicação interna eficiente. Comunicação 143.É preciso reconhecer que o PT oferece aos seus militantes e à sociedade um modelo de comunicação deficitário. Devemos priorizar a criação e manutenção de mecanismos de comunicação do PT com sua base social, de maneira que a busca de construção social de hegemonia seja um projeto político real e não apenas retórica partidária. 144.Um dos projetos que deve ser retomado, com o acompanhamento da SNAI e da Fundação Perseu Abramo, é a publicação da revista Cidades Vivas, com reportagens sobre administrações petistas, debates e reflexões sobre o Modo Petista de Governar. Eleições 145.Pela importância das eleições municipais de 2008, propomos a constituição imediata de Grupo de Trabalho Eleitoral para elaboração de estratégia nacional, que poderá servir de alicerce para as eleições de Setoriais e Movimentos Sociais 146.Uma das razões da crise vivida pelo PT foi o distanciamento político de nosso partido dos movimentos sociais e da militância petista. Erro já reconhecido aqui. É preciso dar um salto de qualidade na organização partidária para que ultrapassemos os limites do discurso e a atuação política dos petistas permita a convivência dialética e criativa entre as duas forças que nos animam, o projeto de poder e a relação com a sociedade civil, estimulando uma convivência democrática de todos com o projeto partidário mais amplo. 147.As direções partidárias, em todos os níveis, devem reconhecer como sua a tarefa de restabelecimento do diálogo propositivo com os movimentos sociais, investindo financeira e politicamente na estruturação e qualificação das secretarias setoriais que, muitas vezes, têm se limitado às formalidades estatutárias e burocráticas, transformando-se em instrumentos de assistência ao movimento social. 148.O diálogo com o movimento social tem que se dar em outro patamar, com uma visão mais estratégica, na qual se diminua a distância entre o militante partidário e o militante social. Os setoriais precisam ampliar sua representatividade e capacidade de articulação. Temos que ampliar o diálogo, incentivar a participação de nossos filiados, orientar nossos governos e parlamentares a intensificar essa relação, mas com a clareza de que o PT não tem como função organizar os movimentos, mas ser uma parceiro estratégico na luta pela radicalização da democracia e superação das desigualdades. 149.As direções partidárias, representadas pelas secretarias gerais, as Secretarias de Movimentos Populares e as demais secretarias setoriais devem elaborar planos de atuação conjunta, promovendo maior sinergia de atuação e superando os deletérios efeitos da luta entre correntes políticas. Como instâncias, é preciso que estejam articuladas e atuem conjuntamente, de forma a oferecer à sociedade brasileira uma atuação política qualificada. 150.Da mesma forma que o PT deve reunir e dar a oportunidade do diálogo entre gestores e parlamentares petistas, deve reunir as lideranças petistas nos movimentos sociais. Um rica experiência, que deve ser retomada periodicamente, é a da realização da Conferência Nacional PT e Movimentos Sociais. Núcleos Setoriais de Base 151.Desde o Congresso de 1999 que se aponta a necessidade de revitalização dos Núcleos de Base do PT. Reconhecemos sua importância, mas propomos que se organizem sobre 19

20 outras bases. O PT deve criar Núcleos Setoriais de Base que organizem a participação de militantes de todos os setores nos Diretórios Municipais, mantendo atualizado diagnóstico dos problemas locais e permitindo, também, que os setoriais estaduais e nacionais tenham sólido diálogo com suas bases em todo o país, evitando-se que se constituam em aparelhos apenas burocráticos. Pacto Geracional 152.O partido precisa construir um diálogo forte no processo de participação da juventude no partido, possibilitando um debate sobre a renovação de seus dirigentes e dando a oportunidade de melhor formação de nossos jovens. É preciso que o PT assuma a responsabilidade por um pacto geracional, investindo na formação de novos quadros, tendo em vista a continuidade do projeto partidário. 153.Não se pode imaginar que o PT represente para a juventude atual o mesmo que representou para os jovens dos anos 80 e 90. A nossa atuação política deve espelhar a preocupação com essa juventude de maneira tal que o PT seja, de fato, uma referência para jovens que não conheceram o Brasil sob a ditadura militar, a censura ou a hiperinflação. Modo Petista de Governar e Legislar 154.É preciso atualizar a idéia de modos petistas de governar e legislar. Os mandatários petistas devem balizar sua atuação no programa do partido, no programa de governo apresentado por ocasião das eleições e no confronto desses com a realidade política, econômica e social. Cabe ao PT e às suas instâncias permanentemente fazer o acompanhamento crítico e solidário, qualificar sua militância para a intervenção política e oferecer aos seus quadros a formação política necessária para que o conceito de política pública seja aplicado. 155.A Secretaria Nacional de Assuntos Institucionais e suas correspondentes em Estados e municípios -, devem manter um fórum permanente de debates com as secretarias setoriais sobre políticas públicas, de forma a se estabelecer nexos qualificados entre as demandas dos movimentos sociais, os programas que elaboramos e a atuação, no executivo ou no legislativo, de petistas e/ou governantes apoiados pelo PT. 156.À SNAI, juntamente com a Fundação Perseu Abramo, caberá a tarefa de oferecer, periodicamente, cursos de formação de vereadores e demais parlamentares a fim de estimular a reflexão e qualificação de seus mandatos, aproximando-os das concepções de políticas públicas elaboradas pelo PT. 157.Os secretários municipais e estaduais de uma mesma área também deverão reunir-se periodicamente para que dificuldades e alternativas sejam socializadas, assim como os conceitos que animam suas gestões sejam debatidos. Deve ser tarefa da SNAI e suas correspondentes estimular a criação de fóruns petistas de gestores cuja organização poderá elevar nossas administrações a altíssimo grau de eficiência política e compromisso socialista. Fórum de governadores e Prefeitos de Capitais 158.A SNAI deverá, também, juntamente com a presidência do PT, a partir do Conselho Nacional Consultivo, propor e acompanhar a criação de um Fórum dos Governadores Petistas, procurando fomentar a troca de experiências e projetos, estabelecimento de parcerias e maior elaboração, para o âmbito dos Estados, do Modo Petista de Governar. 159.O mesmo deve ocorrer com os prefeitos de Capitais, cujo fórum possibilitará uma proximidade maior dos gestores com os temas partidários e a do partido com os desafios postos à administração de grandes cidades. Conselho Fiscal 160.Não existe partido com mais mecanismos internos de auto-fiscalização que o PT, nem com vida interna mais ativa. Mesmo assim, ainda há espaço para avançarmos na radicalização da democracia interna e da transparência das instâncias do PT. É preciso aumentar o controle dos filiados sobre a direção sem que isso se traduza em 20

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