"Desafios da privacidade e proteção de dados pessoais na internet"

Transcrição

1 "Desafios da privacidade e proteção de dados pessoais na internet" Rodrigo Dias de Pinho Gomes Mestre em Direito Civil UERJ. Membro da Comissão de Direito e Tecnologia da Informação (CDTI) da OAB-RJ. Advogado.

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3 "Estamos emocionados que nossa abordagem revolucionária à comunicação baseada em dados tenha desempenhado um papel tão importante na vitória extraordinária do presidente eleito Trump (...). (tradução livre) A empresa foi parte integrante campanha de Trump no Brexit. Alexander James Ashburner Nix, CEO - Cambridge Analytica. da

4 Bigdata: Análise de grande quantidade de dados como forma de alcançar os objetivos. Atividades online deixam rastros, nossos telefones móveis, pesquisas no google, fotos, curtidas, o que permite que sejam traçados perfis de comportamento e consumo, além de extraído valor através da análise de de dados pessoais. Hielke Hijmans: Achar a agulha no palheiro. A internet é o epicentro do mundo, onde se estabelece e se cultivam amizades, onde livros e filmes são escolhidos e consumidos, onde o engajamento político se organiza e ganha força, e sobretudo, local no qual os dados pessoais são criados e arquivados. Brasil: + de 100 milhões de brasileiros possuem contas ativas em redes sociais. Aumento de 18% no número total de perfis nas redes em Internautas brasileiros gastam em média quatro horas diárias utilizando redes sociais.

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7 Informações do fabricante: "Nenhum dado será compartilhado com terceiros sem o consentimento informado de nossos clientes". Política de privacidade: "Podemos compartilhar suas informações pessoais nas instâncias descritas abaixo. (...) Outras empresas em razão de qualquer transação da empresa, como uma fusão, venda de total ou parte dos ativos ou ações da empresa, reorganização, financiamento, mudança de controle ou aquisição de toda ou parte de nossa empresa por outra empresa ou terceiro ou em caso de falência ou processos relacionados ou similares;"

8 O serviço funciona em tempo real e está disponível para qualquer cliente que pague pelo acesso, incluindo dados de fluxo de tráfego dos automóveis em mais de 60 países.

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11 Há trinta anos, quase ninguém usava a Internet para nada. Hoje, quase todo mundo usa isso para tudo. O Google controla quase 90% da renda com publicidade em mecanismos de pesquisa, o Facebook quase 80% do tráfego de dados que circulam em redes sociais nos dispositivos móveis e a Amazon cerca de 75% das vendas de e-books. Elizabeth Kolbert - Ganhadora do prêmio Pulitzer em 2015

12 Dados pessoais dos cidadãos europeus terão valor de 1 trilhão em Viviane Reding - Vice-Presidente da Comissão Europeia, Comissária de Justiça da União Europeia.

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14 Lei Identificação Civil Nacional (ICN) Objetivo: identificar o brasileiro em suas relações com a sociedade e com os órgãos e entidades governamentais e privados. Utilizará: a base de dados biométricos da Justiça Eleitoral; a base de dados do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc) e da Central Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional). outras informações, não disponíveis no Sirc, contidas em bases de dados da Justiça Eleitoral Garantirá aos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios acesso à base de dados da ICN, de forma gratuita.

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16 Legislação Brasileira Proteção Setorial Constituição Federal de 1988 Lei 8.078/90: Código de Defesa do Consumidor LC 105/2001: Sigilo das operações de instituições financeiras Lei /2002: Novo Código Civil Lei /2011: Cadastro positivo, aspectos sobre proteção de dados pessoais no ambiente creditício Lei /2011: Lei de acesso a informação (Art. 4º IV e Art. 31) Lei /2013: Lei anticorrupção Lei /2014: Marco Civil da Internet - Lei principiológica Decreto 8.771/16: Regulamentou aspectos do MCI

17 Princípio da finalidade Legítima, específica, determinada e conhecida do titular. Consentimento Livre, expresso, informado.

18 Decreto 8.771: Art. 13. Os provedores de conexão e de aplicações devem, na guarda, armazenamento e tratamento de dados pessoais e comunicações privadas, observar as seguintes diretrizes sobre padrões de segurança: (...) 2o Tendo em vista o disposto nos incisos VII a X do caput do art. 7º da Lei nº , de 2014, os provedores de conexão e aplicações devem reter a menor quantidade possível de dados pessoais, comunicações privadas e registros de conexão e acesso a aplicações, os quais deverão ser excluídos: I - tão logo atingida a finalidade de seu uso; ou MCI: Art. 7o O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário são assegurados os seguintes direitos: (...) VII - não fornecimento a terceiros de seus dados pessoais, inclusive registros de conexão, e de acesso a aplicações de internet, salvo mediante consentimento livre, expresso e informado ou nas hipóteses previstas em lei; VIII - informações claras e completas sobre coleta, uso, armazenamento, tratamento e proteção de seus dados pessoais, que somente poderão ser utilizados para finalidades que: a) justifiquem sua coleta; b) não sejam vedadas pela legislação; e c) estejam especificadas nos contratos de prestação de serviços ou em termos de uso de aplicações de internet; IX - consentimento expresso sobre coleta, uso, armazenamento e tratamento de dados pessoais, que deverá ocorrer de forma destacada das demais cláusulas contratuais; X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao término da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda obrigatória de registros previstas nesta Lei;

19 Projeto de Lei 5.276/2016 Traz os legítimos interesses como um de nove formas de requisito lícito de tratamento de dados pessoais, além de não adjetivar o consentimento como expresso, mas tão somente como livre e inequívoco. O consentimento livre e inequívoco para a ser a regra geral, e o expresso apenas para situações específicas. Art. 7.o O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes hipóteses: I - mediante o fornecimento pelo titular de consentimento livre e inequívoco; (...) IX quando necessário para atender aos interesses legítimos do responsável, respeitados os interesses ou os direitos e liberdades fundamentais do titular.

20 ANTEPROJETO - TEXTO PROPOSTO CAPÍTULO II REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS Seção I Consentimento Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente é permitido após o consentimento livre, expresso, específico e informado do titular, salvo o disposto no art. 11. TEXTO FINAL ENVIADO - PL 5276/2016 CAPÍTULO II - REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS Seção I - Requisitos para o tratamento Art 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas seguintes hipóteses: I - mediante o fornecimento pelo titular de consentimento livre e inequívoco; IX quando necessário para atender aos interesses legítimos do responsável, respeitados os interesses ou os direitos e liberdades fundamentais do titular.

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24 OBRIGADO!