A primeira apresentação pública aconteceu em Paris, em dezembro de Em 1896 acontece a primeira exibição pública no Brasil;

Transcrição

1 A História do Cinema No final da década de 1820, na França, o inventor Joseph Niepce demorou 8 horas para registrar uma paisagem sem pintá-la. Este feito foi conseguido usando uma câmera escura e uma placa de vidro; No final da década de 1880 o filme fotográfico é aperfeiçoado comercialmente por George Eastman, criador da câmera Kodak, na mesma época em que são criadas as câmeras portáteis; Em 1895 os irmãos franceses Louis e Auguste Lumière, ambos engenheiros, criaram um aparelho que registrava e projetava imagens em movimento conhecido por Cinematógrafo;

2 A primeira apresentação pública aconteceu em Paris, em dezembro de Em 1896 acontece a primeira exibição pública no Brasil; Com o sucesso do evento, o empresário do entretenimento Pascoal Segreto inaugura a primeira sala fixa de exibições em Em 1898, Afonso Segreto (irmão de Pascoal) em sua chegada da Europa, registra com uma câmera Lumière algumas imagens da Baía de Guanabara. Nasce o cinema brasileiro; Entretanto, o fornecimento precário de energia na cidade atrasa o desenvolvimento e crescimento do cinema por quase 10 anos, que só começa com a inauguração da usina de Ribeirão das Lajes (RJ);

3 Os estúdios cariocas produziram nesses anos alguns filmes e o produto brasileiro tem a preferência do público em relação aos similares estrangeiros. Gêneros produzidos: documentário e comédia. Em 1909, novos cinemas foram inaugurados no Rio de Janeiro (o primeiro foi o Cine Soberano, hoje Cine Íris); Em 1911, investidores estrangeiros chegam interessados no mercado e na produção brasileira. Ainda em 1911 é fundada a Companhia Cinematográfica Brasileira com capital estrangeiro, dando preferência aos filmes de fora. A produção brasileira sofre uma grande queda; Com o início da I Guerra Mundial ( ), a matéria-prima se torna escassa, prejudicando a produção. O mercado se volta ainda mais para o produto externo, agora dominado pelos EUA e não mais pela Europa;

4 Em 1914, Francisco Santos produz o primeiro longametragem (2 horas) O crime dos Banhados. Em 1915, Paolo Benedetti produz Uma transformista original, primeiro filme sincronizando música (ambiente) com a imagem precursor da sonorização; Em 1917, é feito o primeiro filme de animação no Brasil, O Kaiser de Álvaro Marins; Na década de 20, um dos destaques do cinema mudo mundial é Charles Chaplin. O primeiro filme sonorizado da história é O cantor de jazz (1927 uso do Vitaphone da Western Eletric), mas essa nova técnica só chega ao Brasil dois anos depois. Em 1929, Luiz de Barros produz Acabaramse os otários, primeiro filme sonoro produzido no Brasil; Em 1931, Limite de Mario Peixoto se torna um marco por sua produção diferenciada (ângulos e cortes);

5 O estúdio Cinédia, criado em 1930, produz filmes musicais carnavalescos que evoluem depois para as chanchadas (comédias musicais com cantores do rádio) como Alô, Alô Brasil (1935) e Alô, Alô Carnaval (1936) com Carmem Miranda. Seu maior sucesso foi O ébrio (1946), uma das maiores bilheterias do país na época; Em 1936, o Instituto Nacional do Cinema Educativo é criado por Roquette-Pinto, valorizando os documentários; Em 1939, o cinema nacional se fortalece com a criação da lei que obriga a exibição de uma quantidade mínima de filmes brasileiros nas salas de cinema (no início da década 30 foi criada uma lei de isentava os filmes americanos de impostos);

6 Em 1941 surgiu a Atlântida Cinematográfica produzindo, no início, principalmente documentários e, em seguida, comédias musicais com maior apelo para o público; Seu primeiro grande sucesso é Moleque Tião (Grande Otelo ) e sua última produção é Os apavorados (1962). O homem do Sputnik (1959) é considerado seu melhor filme; A entrada de Luís Severiano Ribeiro Jr., que possuía a União Cinematográfica Brasileira (distribuidoras) e a Cinegráfica São Luiz (revelação de película), garante que ela se torne a maior empresa de cinema nacional e é um marco nessa industrialização (produz e distribui);

7 Na década de 50, mudanças ideológicas (Cinema Novo popular e realista) e tecnológicas (chegada da televisão) influenciam seu fim; A criação do Estúdio Vera Cruz, em 1949, representa a vontade de diretores em produzir filmes com técnicas e linguagens mais bem elaboradas e sofisticadas, seguindo uma tendência estrangeira; Empresários paulistas aproveitam para investir em um mercado lucrativo e tratar temas nacionais; Após grande investimento em equipamento, infraestrutura e pessoal, o primeiro filme Caiçara (1950) é lançado;

8 Em 1952, o filme O Cangaceiro, rodado por Lima Barreto, entra no circuito internacional e é premiado no Festival de Cannes em Nesse mesmo ano Destino em Apuros é a primeira produção brasileira em cores; As dificuldades em distribuir seus filmes (não possuíam sistema próprio e perdiam 60% da arrecadação para os distribuidores) e colocá-los em circuito internacional foram os principais fatores que levaram ao seu fechamento em 1954 (continuou com coproduções até 1972); O Cinema Novo, movimento em torno da revitalização do cinema nacional, inspirado no neorrealismo italiano e na nova estética francesa (contrária as grandes produções americanas) se inicia entre as >

9 décadas de 50 e 60 e é marcado pelos filmes Rio 40 graus (1955) e Vidas secas (1963) de Nelson Pereira dos Santos. No Brasil esse movimento é contrário às comédias musicais e pretende trabalhar com os temas da realidade do país e um baixo custo de produção; Lema: Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. No início da década de 60 os filmes possuem uma forte temática social e econômica. Glauber Rocha, cineasta baiano, produz Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e é o símbolo do Cinema Novo; Os anos seguintes se tornam a época de ouro do cinema brasileiro. Mesmo com o golpe militar de 1964, os realizadores do Cinema Novo e uma nova geração de cineastas continuaram a fazer obras críticas da realidade, mas sempre tentando burlar a censura;

10 É o Cinema Marginal. Destaques: Glauber Rocha, com Terra em Transe (1968), Rogério Sganzerla, com O Bandido da Luz Vermelha (1968) e Júlio Bressane, com Matou a família e foi ao cinema (1969); Em setembro de 1969 é criada a Embrafilme, uma empresa de economia mista (governo + investimento público) que tinha como objetivos principais a produção, promoção e distribuição de filmes no Brasil e exterior, em cooperação com o INC; Destaques: Dona Flor e Seus Dois Maridos ( Bruno Barreto) e Pixote, a Lei do Mais Fraco ( Hector Babenco). Essa produção fortalece o cinema nacional;

11 Na década de 70, o Movimento Boca do Lixo (SP) produz as pornochanchadas e filmes com forte apelo erótico, produzindo cerca de 120 filmes por ano; O fim do regime militar e da censura, em 1985, aumentam a liberdade de expressão. Entretanto, com a crise econômica, a Embrafilme entra em declínio e a produção nacional também; A lei de cota para exibição de filmes brasileiros obrigatória tem fim em 1990; Em 1990 o governo Collor extingue empresas estatais e abre o mercado aos filmes estrangeiros. A Embrafilme é extinta;

12 A produção nacional entra em colapso e pouquíssimos longas-metragens nacionais são realizados e exibidos nos anos seguintes; A recuperação só acontece com a criação da Lei do Audiovisual, em 1993; Incentivos fiscais e novas instâncias governamentais de apoio ao cinema, que reorganiza a produção e proporciona instrumentos para que realizadores possam competir, mesmo que de modo desigual, com as produções estrangeiras; Esse período é conhecida como a Retomada do cinema brasileiro. A publicidade se volta para esse meio de comunicação e estimula a produção, melhorando a qualidade técnica;

13 Destaque para Carlota Joaquina, de Carla Camurati, lançado em 1995, primeiro filme nacional da década a levar mais de 1 milhão de pessoas ao cinema. É também o primeiro filme produzido com a Lei do Audiovisual; Outros destaques: O Quatrilho (1995), O Que é Isso, Companheiro (1997) e Central do Brasil (1998); Em 2001 é inaugurada a Ancine (Agência Nacional do Cinema) responsável por incentivar, regular e fiscalizar o mercado do cinema e do audiovisual; Cidade de Deus (2002) e Carandiru (2003) participam do Festival de Cannes;

14 O ano de 2010 é muito positivo para o cinema nacional, com Tropa de Elite 2, de José Padilha, se tornando o filme mais assistido de todos os tempos, com um público de mais de 11 milhões de pessoas, superando Dona Flor e Seus Dois Maridos após mais de 30 anos; Nos últimos anos o cinema nacional tem passado por uma fase de crescimento, com incentivos e leis de proteção. A Lei da TV Paga (2011), por exemplo, reserva 3 horas e 30 minutos por semana para produções nacionais, inclusive de produtoras independentes, nos canais desse tipo de conteúdo; Já a Lei Cota de Tela (2015) regulamenta o número de dias e a diversidade de filmes brasileiros exibidos em circuito nacional;

15 Considerando as inovações, o chefe de produção da Pixar, John Lasseter, acredita que o futuro do cinema mundial está nas imagens com GoPro s e smartphones. A tecnologia continuará contribuindo para o veículo, desde que torne os filmes mais interessantes para o público, e a resistência de alguns se deve apenas à falta de conhecimento e experiência; A China, por sua vez, conseguiu mais visibilidade para sua produção nacional utilizando a distribuição online. Redes sociais, regras rígidas em relação à pirataria e parcerias com grandes estúdios (Hollywood) integram as ações para essa política de crescimento; Inovações técnicas: 3D, resolução 4K e motion-picture>

16 (Avatar) - pensando os efeitos especiais não só no final, mas desde o início das filmagens. Cinema Digital A digitalização das produções cinematográficas tem crescido e se fortalecido no mercado; Entretanto, a substituição dos filmes em película por filmes digitais causa impacto em todo o processo de construção de um filme, trazendo prós e contras; Na produção: Considerando orçamento, o filme digital é mais barato e simples de editar do que o filme em película. Dessa forma, a facilidade para produtores independentes ou menores é muito maior;

17 Na distribuição: O custo das cópias dos filmes em película é muito alto, assim como a distribuição dessas cópias pelo mundo. Além disso, é necessário recolher todas estas cópias no final do período de exibição do filme; Sendo assim, alguns filmes acabam não chegando a todos os países ou, quando chegam, a distribuição fica limitada às salas de exibição maiores; Para os filmes digitais, a distribuição pode ser feita através de mídia física (dvd) ou até mesmo pela internet, o que elimina (ou praticamente zera) este custo. Isso facilita muito a organização de uma estreia simultânea mundial;

18 Se houver a necessidade de aumentar o número de salas exibindo um filme de sucesso, é possível também distribuir o sinal dessa exibição para outras salas digitais. Estas salas também estão preparadas para transmitir ao vivo outros eventos ao redor do mundo; Na projeção: Alguns profissionais acreditam que a qualidade digital é inferior à da película. Entretanto, a película sofre desgaste com o uso e com a ação do tempo e do clima e é possível perceber, nesse processo, falhas e interferências na exibição. Já o filme digital mantém sua qualidade indefinidamente; O grande problema em relação ao filme digital é a pirataria. Enquanto que para copiar um filme em >

19 película é necessário todo um equipamento específico e investimento em tempo, a cópia de um filme digital é facilitada pelos mesmos mecanismos que facilitam sua distribuição oficial. É necessário então o investimento em formas de encriptação para proteger esse material; E esse não é o único problema. Do lado das salas de exibição, o investimento em uma sala digital é muito alto (até 200 mil dólares). As salas de pequeno ou médio porte acabam ficando fora dessa modernização; Desde 2014, os grandes estúdios deixaram de ter o compromisso de produzir versões dos filmes em película 35mm. A Paramount foi primeira a adotar o formato digital para todas as suas produções;

20 O filme O lobo de Wall Street foi o primeiro a ser lançado apenas em versão digital; Atualmente, em torno de 80% das salas de exibição no circuito mundial são digitais; No Brasil, temos em torno de salas de exibição e apenas 35% delas são digitais (EUA 94%). Cinema brasileiro em curso Diverso: Breve história do cinema brasileiro:

21 Fontes: Extra