Projeto Pedagógico do Curso de. Ciência da Computação Universidade Federal de São João del-rei
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- Ângelo Rosa Azenha
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1 Projeto Pedagógico do Curso de Ciência da Computação Universidade Federal de São João del-rei Agosto de 2010
2 SUMÁRIO 1. APRESENTAÇÃO IDENTIFICAÇÃO DO CURSO JUSTIFICATIVA OBJETIVOS DO CURSO OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS PERFIL DO EGRESSO ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DIRETRIZES LEGAIS EIXOS EPISTEMOLÓGICOS ESTRUTURA CURRICULAR COMPONENTES CURRICULARES UNIDADES CURRICULARES (UCS) DO CURSO ATIVIDADES COMPLEMENTARES FORMAÇÃO ESPECÍFICA PROJETO ORIENTADO EM COMPUTAÇÃO ESTRATÉGIAS DE ENSINO E APRENDIZAGEM MODALIDADES DE OFERTA DE UNIDADES CURRICULARES AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM Unidades Curriculares Teóricas Unidades Curriculares Mistas Projeto Orientado em Computação AVALIAÇÃO E ATUALIZAÇÃO CURRICULAR PESQUISA E EXTENSÃO CORPO DOCENTE E TÉCNICO ADMINISTRATIVO CRITÉRIOS GERAIS DE ESCOLHA DO CORPO DOCENTE PLANEJAMENTO DE CONTRATAÇÕES RESUMO DAS CONTRATAÇÕES RELAÇÃO DOS DOCENTES BIBLIOTECA ESPAÇO FÍSICO E EQUIPAMENTOS...29 ANEXO A: FLUXOGRAMA DO CURSO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO...35 ANEXO B: SEQÜENCIAMENTO DAS UNIDADES CURRICULARES...36 ANEXO C: PROJETO DAS UNIDADES CURRICULARES...38 ANEXO D: PLANEJAMENTO DE CONTRATAÇÃO DE DOCENTES...67 ANEXO E: CRONOGRAMA DE AQUISIÇÃO DE MATERIAL BIBLIOGRÁFICO...77 ANEXO F: PLANEJAMENTO DA UTILIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS.84 ANEXO G: PLANEJAMENTO DE GASTOS POR ANO...86 REFERÊNCIAS
3 1. Apresentação O objetivo deste documento é apresentar a Proposta de Plano Pedagógico para o curso de Bacharelado em Ciência da Computação. Tal proposta foi concebida a partir das Diretrizes Curriculares de Cursos da área de Computação e Informática estabelecidas pela Comissão de Especialistas de Ensino de Computação e Informática (CEEInf) do Ministério da Educação de 1999 [5], e a partir dos Currículos de Referência da Sociedade Brasileira de Computação, para Cursos de Graduação em Bacharelado em Ciência da Computação e Engenharia de Computação, versões de 1999 e 2005 [6, 7]. É conteúdo desta Proposta a identificação do curso, seus objetivos e justificativas, o perfil do egresso e suas competências, a organização curricular e as diretrizes metodológicas de ensino e avaliação. Na primeira parte são apresentados os dados preliminares do curso proposto, que englobam: identificação, local de funcionamento, processo seletivo, regime escolar, regime de matrículas, prazo de integralização, turno de funcionamento, número de vagas, dimensão das turmas, caracterização da bibliografia básica, espaço físico, equipamentos necessários e planejamento econômico-financeiro. Na segunda parte estão descritos os objetivos e a justificativa para a implantação do curso, perfil do egresso, campo de atuação, os eixos epistemológicos e as bases da organização curricular com a distribuição da carga horária. Ainda são feitas considerações sobre as atividades complementares que compõem a grade do curso, seguidas da bibliografia básica de referência deste projeto. A parte final da proposta corresponde ao grupo de metodologias de ensino-aprendizagem a serem utilizadas no curso, tendo em vista o perfil profissional pretendido para o estudante egresso. Deve-se ressaltar que o perfil do profissional que se deseja formar é a base sobre a qual toda a proposta foi desenvolvida. Em busca de uma exposição mais clara, optou-se por organizar alguns dos componentes do Projeto Político-Pedagógico do Curso de Ciência da Computação no formato de anexos. O Projeto ora apresentado ao CONEP é o resultado de alterações realizadas pelos professores do DCOMP-UFSJ Elisa Tuler de Albergaria, Leonardo Chaves Dutra da Rocha, Leonardo Jose Silvestre, Hilton de Oliveira Mota e Cristiane Neri Nobre no Projeto inicialmente apresentado à UFSJ pelos professores Sérgio Vale Aguiar Campos (UFMG), Alex Borges Vieira (PUC MG) e José Augusto Miranda Nacif (Universidade de Itaúna). Tais alterações foram aprovadas pelo Colegiado do Curso de Ciência da Computação, conforme ata da quarta reunião do mesmo. 3
4 2. Identificação do Curso Título: Ciência da Computação Modalidade: Bacharelado Carga Horária: 3314 horas Carga Horária Semestral: Mínima Mínima: 288 horas Média: 414 horas Máxima: 558 horas Local de funcionamento: Universidade Federal de São João del-rei - UFSJ Campus Tancredo de Almeida Neves CTAN Av. Visconde do Rio Preto, s/nº, Colônia do Bengo, São João del-rei, MG, CEP Horário: Diurno (Integral) Regime escolar: Semestral Processo seletivo: Anual com 1 entrada no início do ano. Vagas: 50 Prazo de Integralização: Mínimo: 6 semestres Médio: 8 semestres Máximo: 12 semestres Curso criado pela Resolução nº. 033, de 22 de outubro de 2007, do conselho Universitário da UFSJ. 4
5 3. Justificativa O avanço da tecnologia no mundo moderno tem sido extremamente rápido. Tecnologias em geral, e em particular, tecnologias associadas à ciência da computação, têm se tornado cada vez mais presentes no dia-a-dia das pessoas e afetado de forma significativa nossa maneira de viver. Entre essas tecnologias, a ciência da computação destaca-se não só pela velocidade de seu desenvolvimento como também pelo seu aspecto multidisciplinar que faz com que ela interaja naturalmente com praticamente todas as outras unidades, desde as mais próximas, como engenharia e matemática, até áreas aparentemente não relacionadas, como arte e cultura. Por isso, é de vital importância para uma universidade ter em seu elenco de cursos a Ciência da Computação, tanto para a geração de mão-de-obra qualificada, visando suprir diretamente as necessidades do mercado para profissionais de informática, como também para apoiar atividades de outras áreas. O contexto regional em que a UFSJ se encontra hoje mostra-se extremamente propício à criação do curso de Ciência da Computação por duas razões. A primeira é que não existem cursos superiores de computação públicos na região, apesar da demanda do mercado local. É importante ressaltar que a qualificação oferecida pelo curso de Ciência da Computação é bastante superior à de cursos de curta duração, normalmente oferecidos por escolas particulares. O profissional formado pelo curso de Ciência da Computação tem uma área de atuação muito mais ampla e é capaz não só de atuar em qualquer tema relacionado à computação, como também de criar e gerenciar projetos de computação, podendo assim ajudar a suprir as necessidades do mercado e aquecê-lo através da criação de novas empresas e do provimento de serviços às empresas e instituições locais. A segunda razão é que hoje em dia a Ciência da Computação permeia praticamente todas as áreas do conhecimento numa influência que tende a aumentar. Algumas áreas nas quais a computação tem participado de forma ativa incluem: biologia, com os avanços da biotecnologia; arte e cultura, com a disseminação de obras de arte e peças culturais através da Internet de forma nunca antes possível; e sistemas de informação, com a capacidade de organização, indexação e recuperação de conteúdos. A UFSJ atua em diversas destas áreas, muitas das quais ainda estão sendo definidas e estruturadas. A existência de um curso de ciência da computação poderá apoiar a universidade no desenvolvimento destas áreas de forma harmoniosa com os desenvolvimentos computacionais existentes e futuros. É importante ressaltar novamente o caráter multidisciplinar da Ciência da computação. O curso proposto baseia-se fortemente neste aspecto, oferecendo diversas oportunidades de interação com outras áreas da universidade. Podemos concluir desta forma que a criação do curso de Ciência da Computação irá não somente formar mão-de-obra qualificada necessária, como também terá o potencial de fortalecer a economia da região, integrando-a com outras próximas e maiores, como as regiões de influência de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, o curso de Ciência da Computação irá fortalecer a UFSJ, auxiliando-a a crescer em diversas áreas, estabelecendo uma interação forte e saudável entre diversas unidades. 5
6 4. Objetivos do Curso 4.1 Objetivo Geral O curso de Bacharelado em Ciência da Computação tem por objetivo formar profissionais com fundamentação científica, técnica, ética e humanista, condizente com a especificidade da área de Ciência da Computação e de acordo com as diretrizes elaboradas pela Comissão de Especialistas em Educação em Computação e Informática (CEEInf) do Ministério da Educação [5]. 4.2 Objetivos Específicos Os objetivos específicos do Curso de Ciência da Computação da UFSJ são os seguintes: Formar profissionais com competência técnica e ética, para suprir as necessidades do mercado de informática e ciência da computação da região; Formar profissionais com espírito empreendedor e crítico, para não só trabalhar no mercado de informática como também para ajudar em seu crescimento através da criação de novas empresas e oportunidades de negócios em computação; Fortalecer a economia da região de São João del-rei, através doaumento da interação entre as empresas e instituições da região com outras das regiões de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo visando incrementar o intercâmbio técnico e comercial da área; Instalar na UFSJ um centro de excelência em Ciência da Computação, que irá não só formar mão-deobra, como também prestará consultoria avançada a empresas e instituições da região; Criar um pólo de informática, atraindo para a região profissionais qualificados e permitindo o desenvolvimento de projetos avançados em computação; Oferecer um curso de Ciência da Computação adequado às mais novas diretrizes do ensino de computação, tanto brasileiras [6, 7] quanto internacionais[2, 4]; Oferecer um curso de Ciência da Computação diferenciado pela flexibilidade curricular e pela multidisciplinaridade, essenciais em um curso como computação, que se caracteriza por modificações tecnológicas freqüentes e interações fortes com outras áreas do conhecimento; Viabilizar projetos de pesquisa interdisciplinares, relacionando a Ciência da Computação com outras áreas do conhecimento presentes na UFSJ. 6
7 5. Perfil do Egresso Do egresso do curso de Bacharelado em Ciência da Computação é exigida uma predisposição e aptidões para a área, além de um conjunto de competências, habilidades e atitudes a serem adquiridas durante a realização do curso. As componentes desse perfil são destacadas a seguir: Competências Técnicas 1. Visão sistêmica e holística da área de computação; 2. Profundo conhecimento dos aspectos teóricos, científicos e tecnológicos relacionados à área de computação; 3. Competência e eficiência na operação de equipamentos computacionais e sistemas de software; 4. Capacidade de iniciar, projetar, desenvolver, implementar, validar e gerenciar qualquer projeto de software, com base nos conceitos adquiridos; 5. Capacidade para projetar e desenvolver sistemas que integrem hardware e software; 6. Capacidade para avaliar prazos e custos em projetos de software; 7. Competência para identificar, analisar e documentar oportunidades, problemas e necessidades passíveis de solução via computação, e para empreender na concretização desta solução; 8. Capacidade para pesquisar e viabilizar soluções de software para várias áreas de conhecimento e aplicação; 9. Capacidade de aplicar de forma eficiente princípios de gerenciamento, organização e busca de informações. Habilidades Gerais 1. Compreensão do mundo e da sociedade em função de uma boa base humanística; 2. Saber liderar e ser liderado, saber trabalhar em grupo e com equipes multidisciplinares; 3. Saber se comunicar bem de forma oral e escrita, com destaque para o uso correto da língua portuguesa e para um grau de fluência na língua inglesa suficiente para a leitura e escrita de documentos técnicos na área; 4. Ser capaz de desenvolver soluções criativas e inovadoras para problemas e situações da vida profissional; 5. Saber considerar aspectos de negócios no processo de gerenciamento de um projeto; 6. Ser capaz de se adaptar constantemente à rápida evolução da área. 7
8 Atitudes e Posturas 1. Atuação profissional baseada em sólidos princípios éticos, sociais e legais, com destaque ao conhecimento e respeito à legislação específica da área; 2. Posturas pró-ativa, colaborativa e crítica; 3. Mentalidade transformadora e inovadora capaz de acompanhar o desenvolvimento da área e de participar do mesmo propondo, novas soluções e desenvolvê-las de forma eficiente. Classes de Problemas que os Egressos Estarão Capacitados a Resolver Em função da competência técnica e das habilidades atribuídas ao egresso, este deverá estar apto a resolver as seguintes classes de problemas: 1. Análise, especificação, projeto, desenvolvimento, implementação, validação, manutenção e gerenciamento de qualquer projeto de software, envolvendo tecnologia conhecida ou a ser criada; 2. Projeto e desenvolvimento de sistemas que integrem hardware e software; 3. Pesquisa e viabilização de soluções de software para diversas áreas de conhecimento e aplicação; 4. Operação, instalação, configuração e integração eficiente de equipamentos computacionais e sistemas de software. Funções que os Egressos Poderão Exercer no Mercado de Trabalho O perfil profissional do egresso capacita-o a desenvolver as seguintes funções no mercado de trabalho: 1. Empreendedor descobrimento e empreendimento de novas oportunidades para aplicações usando sistemas computacionais e avaliando a conveniência de se investir no desenvolvimento da aplicação; 2. Consultor consultoria e assessoria a empresas de diversas áreas no que tange ao uso adequado de sistemas computacionais; 3. Coordenador de Equipe coordenação de equipes envolvidas em projetos na área de computação e informática; 4. Membro de Equipe participação de equipes que desenvolvem projetos na área de informática, de forma colaborativa e integrada; 5. Pesquisador participação em projetos de pesquisa científica e tecnológica. 8
9 6. Organização Curricular 6.1 Diretrizes Legais A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) extinguiu o conceito de currículo mínimo, para todos os cursos, dando autonomia para cada instituição de ensino superior definir as unidades e conteúdos de seus cursos. Além disso, os cursos superiores passam a ter como referência as Diretrizes Curriculares de cada área. A estrutura curricular do Curso de Bacharelado em Ciência da Computação aqui apresentada está fundamentada nos currículos de referência da SBC (Sociedade Brasileira de Computação) de 1999 e 2005 [6, 7], nas diretrizes curriculares da Comissão de Especialistas do Ministério da Educação (CEEInf/MEC) [5] e em várias versões dos Computing Currículo da ACM (Association of Computing Machinery) [2] e do IEEE (Institute of Eletrical and Eletronics Engineers) [4]. Fundamenta-se ainda na Resolução 001, de 15 de janeiro de 2003 CONAC-UFSJ que estabelece os parâmetros mínimos para a elaboração de um projeto pedagógico na Universidade Federal de São João del-rei. Orientado pelas diretrizes e modelos citados, o currículo proposto oferece um conjunto de unidades em vários campos de conhecimento, com a finalidade de se alcançar uma formação abrangente e que ofereça as bases técnicas e científicas necessárias ao Bacharel em Ciência da Computação. 6.2 Eixos Epistemológicos Devido à rápida evolução do conhecimento e da tecnologia, os cursos de nível superior em computação requerem uma atualização constante de seus currículos. Assim, um currículo estático, concentrado somente no aprendizado através de aulas expositivas, dificilmente poderá ser usado por mais que alguns anos, tornando-se rapidamente obsoleto. Além disso, a nova Lei das Diretrizes e Bases da Educação introduz novos conceitos e filosofias para a educação superior no nível de graduação no Brasil. De acordo com a LDB, a graduação é uma etapa inicial da formação e não um momento de esgotamento do conhecimento. Este aspecto dinâmico só é viável dentro de uma estrutura flexível, que permita aos cursos definirem diferentes perfis para os seus egressos, adaptando-os às rápidas mudanças do mundo moderno [3]. A definição de perfis dos egressos está ligada à clara definição da capacidade criativa, das responsabilidades e das funções que os egressos poderão vir a exercer. Os profissionais formados deverão ser dinâmicos, adaptáveis às demandas do mercado de trabalho e aptos a aprender a aprender. Eles serão profissionais diferenciados em relação àqueles formados no âmbito dos currículos mínimos estáticos. O curso, então, deverá fornecer um conjunto de habilidades e competências que configurem uma estruturação do conhecimento de uma certa área do saber. O projeto pedagógico aqui apresentado utiliza métodos de ensino que estimulam a pesquisa, a apresentação de seminários e a elaboração de monografias. O curso também estimula o aluno a desenvolver a capacidade de análise, abstração, especificação, projeto e avaliação nas diversas áreas da computação. A proposta pedagógica utiliza o conceito da transversalidade, que consiste em exigir dos alunos, ao longo do curso, atividades integradas aos conteúdos específicos da computação que estimulem o desenvolvimento de tais habilidades. Cada professor poderá, e deverá, cobrar esta capacidade dos seus alunos. O aprendizado de comunicação e expressão, por exemplo, poderá ser feito 9
10 estimulando os alunos a escreverem e apresentarem seminários. O aprendizado de inglês poderá ser realizado através de leitura e produção de textos em inglês sobre assuntos estudados nas unidades de computação. Métodos de pesquisa para desenvolver um trabalho científico poderão ser orientados a partir da experiência. Desta forma, o aluno irá adquirir, ao longo do curso habilidades de raciocínio e construção do conhecimento que lhe permitirão não somente aprender novos assuntos técnicos de forma independente, como também se adequar a novas realidades profissionais de forma eficiente e rápida. 6.3 Estrutura curricular Reconhecendo a dificuldade de implantação destas idéias em uma estrutura curricular convencional, este projeto apresenta uma estrutura curricular diferenciada. O curso de computação não será mais composto apenas por unidades, mas considerará outras atividades pedagógicas como parte integrante do currículo. Cada atividade utilizará diferentes métodos de aprendizado, visando avaliar se o aluno adquiriu as competências nas habilidades específicas. Para atingir esses objetivos, o curso de Ciência da Computação está estruturado em dois blocos. O primeiro bloco é denominado de Formação Básica em Computação e é composto por um conjunto de unidades obrigatórias que visam garantir a competência mínima necessária a um profissional de nível superior, com conhecimentos das principais áreas da computação. O segundo bloco é composto por um conjunto de Projetos de Formação Específica, cada um possibilitando a formação em um perfil profissional específico da computação. A quantidade e os perfis dos Projetos não são fixados e determinados na proposta pedagógica do curso. Cada projeto deverá ser submetido e aprovado pelo colegiado do curso, com base no relato de uma comissão de especialistas. Os Projetos de Formação Específica deverão ser elaborados e submetidos periodicamente ao colegiado, de acordo com a disponibilidade de recursos humanos e de infra-estrutura. Além de participar dos Projetos de Formação Específica, o aluno deverá elaborar e defender, perante uma banca examinadora, uma monografia de graduação (Projeto Orientado em Computação). A monografia deverá envolver conhecimentos de um ou mais Projetos de Formação Específica dos quais o aluno tenha participado. Cada aluno terá um orientador acadêmico que o ajude no planejamento dos projetos e na elaboração da monografia. 6.4 Componentes Curriculares O Bacharelado em Ciência da Computação proposto apresenta: um conjunto básico de unidades curriculares do núcleo de Matemática, perfazendo um total de 504 horas. A profundidade de abordagem das matérias leva em conta o perfil do profissional e as necessidades específicas de outras disciplinas do curso, de forma a fornecer a base de conhecimento necessária para cursá-las; unidades do núcleo de Ciências Básicas, perfazendo 144 horas. Unidades como Física, com enfoque em treinamento experimental, são abordadas para garantir a melhor formação do aluno e também fornecer a base de conhecimento para outras unidades do curso; uma sólida base de Fundamentos da Computação, com 990 horas; um núcleo de Tecnologia da Computação, englobando 684 horas. 10
11 um núcleo de Contexto Social e Profissional com matérias relevantes às atividades de estágio, atuação profissional, formação ética e humanística, o que propicia o conhecimento básico para a compreensão do domínio de aplicação e a atuação profissional com responsabilidade. Este núcleo engloba 416 horas; um conjunto de atividades voltadas à pesquisa e desenvolvimento, extensão, seminários e integração extracurricular para expandir as atividades extra-classe e oferecer uma formação de qualidade para os egressos. Essas atividades estão inseridas nos núcleos descritos acima, mas suas horas (200 horas obrigatórias) são contadas como sendo do núcleo de Contexto Social e Profissional. um núcleo de formação específica, onde as unidades são criadas de maneira integrada e de acordo com a vocação da instituição e formação do seu corpo docente. Essas unidades (UCs optativas e eletivas) totalizam 576 horas, oferecendo aos alunos a opção de se especializarem em certas linhas de aplicação; Com base nesses parâmetros, o Curso de Bacharelado em Ciência da Computação proposto apresenta a seguinte organização curricular: Núcleo Matemática Núcleo Ciências Básicas Fundamentos da Computação Tecnologia da Computação Contexto Social e Profissional Formação Específica Total Tabela 1: Componentes Curriculares 504 horas 144 horas 990 horas 684 horas 416 horas 576 horas 3314 horas A matriz curricular do curso e as ementas das unidades podem ser vistas nos anexos A, B e C. 6.5 Unidades Curriculares (UCs) do Curso As unidades da área de Computação estão organizadas em dois núcleos: 1. Fundamentos da Computação: compreende o núcleo de matérias que envolvem a parte científica e as técnicas fundamentais à formação sólida dos egressos dos diversos cursos de computação. Estas unidades caracterizam-se por apresentarem conteúdos teóricos e práticos integrados, não sendo desejável um desenvolvimento independente de ambos. A carga de conhecimento teórico e prático deve ser equilibrada de acordo com a unidade. Deve-se ter uma atenção especial às unidades deste núcleo, por serem base das unidades de conteúdo tecnológico e das unidades de formação específica. Estas unidades caracterizam-se por desenvolverem diretamente as competências práticas iniciais do curso, necessárias para a formação tecnológica e específica do aluno. A Tabela 2 apresenta as unidades curriculares deste módulo. Unidade Curricular CH Introdução a Ciência da Computação 36 Algoritmo e Estruturas de Dados I (AEDS I) 72 Laboratório AEDS I 18 Algoritmos e Estrutura de Dados II (AEDS II) 72 Laboratório AEDS II 18 11
12 Algoritmos e Estrutura de Dados III (AEDS III) 72 Laboratório AEDS III 18 Lógica Aplicada à Computação 72 Introdução a Sistemas Lógicos Digitais 72 Laboratório de Sistemas Lógicos Digitais 18 Arquitetura e Organização de Computadores I 72 Programação Orientada a Objetos 72 Conceitos de Linguagens de Programação 72 Grafos 72 Arquitetura e Organização de Computadores II 72 Sistemas Operacionais 72 Laboratório de Sistemas Operacionais 18 Teoria de Linguagens 72 Total 990 NOTA: As unidades curriculares de laboratório são oferecidas sempre junto à respectiva unidade curricular teórica. A aprovação em laboratório é condicionada à aprovação na respectiva unidade teórica e vice-versa. Tabela 2: Unidades Curriculares de Fundamentos da Computação 2. Tecnologia da Computação: compreende o núcleo de matérias que representam um conjunto de conhecimento agregado e consolidado que capacitam o aluno para a elaboração de solução de problemas nos diversos domínios de aplicação. Estas unidades curriculares caracterizam-se por apresentarem conteúdos teóricos e práticos integrados, não sendo desejável um desenvolvimento independente de ambos. A carga de conhecimento teórico e prático deve ser equilibrada de acordo com a unidade em si e é desejável a integração da prática multidisciplinar, onde o aluno deverá adotar o conhecimento compreendido em várias unidades com o objetivo de solucionar um trabalho prático. Particularmente no curso de Ciência da Computação, observa-se que as unidades que abordam conteúdo teórico e prático com visão multidisciplinar são as mais numerosas do curso e pertencentes a todos os campos de conhecimento. A Tabela 3 apresenta as unidades deste módulo. Unidade Curricular CH Introdução à Engenharia de Software 72 Matemática Computacional 72 Compiladores 72 Banco de Dados 72 Laboratório de Banco de Dados 18 Redes de Computadores I 72 Laboratório Redes de Computadores I 18 Computação Gráfica 72 Processamento Digital de Imagens 72 Interação Humano-Computador 72 Inteligência Artificial 72 Total 684 NOTA: As unidades curriculares de laboratório são oferecidas sempre junto à respectiva unidade curricular teórica. A aprovação em laboratório é condicionada à aprovação na respectiva unidade teórica e vice-versa Tabela 3: Unidade Curricular de Tecnologia da Computação As unidades de outras áreas estão organizadas em outros três núcleos: 12
13 1. Matemática: propicia a capacidade de abstração, de modelagem e de raciocínio lógico constituindo a base para várias matérias da área de Computação. A Tabela 4 apresenta as unidades deste módulo. Unidade Curricular CH Matemática Discreta* 72 Cálculo Diferencial e Integral I 108 Geometria Analítica 72 Cálculo Diferencial e Integral II 72 Equações Diferenciais 72 Estatística e Probabilidade Aplicada à Computação 72 Álgebra Linear 72 Total 540 *Nota: a disciplina de Matemática Discreta deverá ser ministrada por professor do Departamento de Ciência da Computação Tabela 4: Unidade Curricular de Matemática 2. Ciências Básicas: fornece conhecimento de física e desenvolve no aluno a habilidade para aplicação do método científico (Tabela 5). Unidade Curricular CH Fundamentos de Mecânica Clássica 72 Fundamentos de Eletricidade e Magnetismo 72 Total 144 Tabela 5: Unidade Curricular de Ciências Básicas 3. Contexto Social e Profissional: fornece o conhecimento sócio-cultural e organizacional, propiciando uma visão humanística das questões sociais e profissionais, em consonância com os princípios da ética em computação (Tabela 6). Unidade Curricular CH Português Instrumental 36 Computador e Sociedade 36 Proposta de Projeto Orientado 72 Projeto Orientado 72 Atividades Complementares 200 Total 416 Tabela 6: Unidade Curricular de Contexto Social e Profissional 6.6 Atividades Complementares Compreende-se por Atividades Complementares aquelas atividades que visam a complementar e enriquecer a formação do aluno de acordo com o perfil do profissional proposto pelo curso. Sua realização deve estar articulada com os objetivos gerais do curso. Seguindo a Resolução 001 do CONAC/UFSJ de 15 de Janeiro de 2003, que estabelece diretrizes para a elaboração do projeto político-pedagógico, podemos apontar as seguintes atividades complementares como sendo pertinentes à proposta pedagógica do curso de bacharelado em Ciência da Computação: 1. Iniciação Científica; 2. Participação em Eventos Científicos e Acadêmicos; 3. Atividades de Extensão; 13
14 4. Trabalhos Multidisciplinares ou de Equipe; 5. Atividades Culturais e Artísticas; 6. Monitorias, Tutorias e Auxílio em Projetos Pedagógicos. O aluno deverá realizar atividades complementares que representem no mínimo 200 horas. Estas atividades deverão ser realizadas ao longo do curso e não serão computadas as atividades antecedentes ao ingresso do aluno no curso. As atividades complementar estão divididas em duas linhas de complementação, denominadas Atividades de Extensão e Atividades de Ensino e Pesquisa. O aluno deverá realizar atividades em pelo menos uma das duas linhas de complementação distintas para a sua graduação, devendo ser motivado a participar de ambas. Atividades acadêmicas, culturais e científicas poderão ter carga horária contabilizada como Atividades Complementares do curso e poderão ser desenvolvidas ao longo do semestre letivo ou em período de férias. A documentação comprobatória referente à atividade complementar deverá ser apresentada à Coordenação do Curso e o seu registro no sistema de controle acadêmico só será efetivado após a homologação pela Coordenação. O cálculo da carga horária a ser contabilizada na atividade complementar será realizado por um professor que poderá deferir ou não a atividade, de acordo com a documentação comprobatória e a relevância da mesma para formação do aluno. As Tabela 7 e 8 servem como base para a contabilização da carga horária por atividade complementar. Atividade Estágio não obrigatório a partir do quarto semestre do curso Comprovação Termo de Compromisso e relatório semestral das atividades desenvolvidas, assinado pelo responsável direto pelo estagiário, comprovando atividades em computação Horas máxima/atividade 30h por semestre Bolsa de extensão certificada pela Pró-reitoria de Extensão Relatório semestral da extensão, com o aval do professor responsável 30h por semestre Participação em projeto ou atividade de extensão certificada pela Pró-reitoria de Extensão Certificado de participação, assinado pelo professor responsável. Tabela 7: Atividades de Extensão 20h por projeto ou atividade, limitado a um total de 80h Atividade Iniciação Científica certificada pela Pró-reitoria de Pesquisa remunerada ou não Participação em seminário ou mini-curso de caráter acadêmico Comprovação Relatório semestral da Iniciação Científica, com o aval do professor orientador Certificado emitido pelo órgão promotor do evento Horas Máxima/Atividade 30h por semestre 10h por evento, limitado a um total de 60h 14
15 Apresentação de seminário de caráter acadêmico Participação em congresso ou congênere científico em computação ou áreas afins Publicação de trabalho em Congresso ou congênere científico ou artigo em revista científica Monitoria reconhecida pela Pró-reitoria de Graduação Certificado emitido pelo órgão promotor do evento Certificado emitido pelo órgão competente responsável pelo evento Certificado emitido pelo órgão competente responsável pelo evento ou carta de aceitação do artigo Relatório semestral da monitoria, com o visto do professor orientador 20h por apresentação, limitado a um total de 80h 20h por evento, limitado a um total de 80h 60h por publicação 30h por semestre Tabela 8: Atividades de Pesquisa e Ensino Coordenação das Atividades Complementares A coordenação das atividades complementares do curso de Ciência da Computação ficará a cargo de um professor que contará com 8 horas semanais de dedicação para tal atividade. Este professor deve: Avaliar e quantificar as atividades complementares realizadas pelos alunos; Promover palestras, jornadas e workshops de ciência da computação; Coordenar as atividades de monitoria e introdução à docência; 6.7 Formação Específica As Unidades Curriculares de formação específica, (576h), constituem as UCs, optativas e/ou eletivas, que deverão ser cursadas pelo aluno para direcionar sua formação para uma área que ele desejar. Por exemplo, caso o aluno tenha o desejo de ter uma formação mais específica em Engenharia de Software, ele deverá procurar cursar as disciplinas optativas relacionadas ao assunto: Engenharia de Produtos de Software I, Gestão de Projetos de Software, Engenharia de Usabilidade etc. O nível de profundidade/abrangência da formação específica será decidido pelo aluno, com orientação do Coordenador de Curso, de acordo com as UCs disponíveis no momento. Na Tabela 9 são apresentadas as possíveis UCs optativas a serem oferecidas. É importante ressaltar que o oferecimento das UCs optativas será feito de acordo com decisão do colegiado. Dessa forma, algumas das UCs listadas poderão não ser oferecidas, assim como novas UCs poderão ser criadas e oferecidas de acordo com a demanda dos alunos, do mercado e do ambiente acadêmico. Também são apresentados na Tabela 10 exemplos de UCs eletivas, ou seja, UCs oferecidas por outros departamentos que podem complementar a formação específica do aluno, de acordo com seus objetivos e com a orientação do coordenador. Para cursar UCs eletivas que não constam da tabela, o aluno deverá consultar o Colegiado do Curso antes de fazer a inscrição para as mesmas. Caso não haja consulta prévia, o aluno não poderá utilizar tais UCs para compor a carga horária da sua formação específica. A carga horária de UCs eletivas é de 144 horas, podendo, conforme deliberação do colegiado, se estender a 288 horas no máximo, diminuindo a carga horária de optativas de 432 horas para 288 horas. 15
16 Unidade Curricular CH Pré-Requisitos Redes de Computadores II 72 Redes de Computadores Sistemas Distribuídos e Paralelos Sistemas Operacionais; 72 Redes de Computadores Estatística e Probabilidade Aplicada à Modelagem e Avaliação de Desempenho 72 Computação; Redes de Computadores; Segurança e Auditoria de Sistemas 72 Redes de Computadores Sistemas Operacionais II Sistemas Operacionais; 72 Redes de Computadores Algoritmos para Bioinformática Introdução à Biologia Molecular AEDS I Banco de Dados para Bioinformática Mineração de Dados Montagem de Genomas e Alinhamentos Clonagem e Construção de Bibliotecas de Seqüenciamento de DNA Fundamentos da Tecnologia da Arte Digital A História Visual Projetos de Jogos Modelagem 3D Processamento de Áudio e Vídeo Introdução a Animação Engenharia de Produtos de Software I Gestão de Projetos de Software Engenharia de Usabilidade Padrões de Projeto Projeto de Banco de Dados Introdução a Sistemas de Informação Técnicas Avançadas de Programação Orientada a Objetos Recuperação de Informação 72 Bancos de Dados; Algoritmos para Bioinformática 72 Bancos de Dados 72 Algoritmos para Bioinformática 72 Montagem de Genomas e Alinhamentos 72 AEDS I 72 Fundamentos da Tecnologia da Arte Digital 72 Fundamentos da Tecnologia da Arte Digital 72 Fundamentos da Tecnologia da Arte Digital 72 Fundamentos da Tecnologia da Arte Digital 72 Modelagem 3D 72 Introdução à Engenharia de Software 72 Introdução à Engenharia de Software 72 Introdução à Engenharia de Software Programação Orientada a Objetos; Banco de 72 Dados Banco de Dados; Introdução à Engenharia de 72 Software 72 Introdução à Ciência da Computação 72 Introdução à Engenharia de Software 72 Algoritmos e Estrutura de Dados II 16
17 Tecnologias Web BD: Modelos BD: Linguagens e Arquiteturas 72 Redes de Computadores 72 Banco de Dados 72 Banco de Dados Empreendedorismo em Informática 36 Tópicos Especiais em Ciência da Computação I Tópicos Especiais em Ciência da Computação II Tópicos Especiais em Ciência da Computação III Tópicos Especiais em Ciência da Computação IV Tópicos Especiais em Ciência da Computação V Processamento Digital de Sinais Sistemas Embarcados 18 De acordo com a ementa da UC a ser oferecida 36 De acordo com a ementa da UC a ser oferecida 72 De acordo com a ementa da UC a ser oferecida 72 De acordo com a ementa da UC a ser oferecida 90 De acordo com a ementa da UC a ser oferecida 72 AEDS III 72 Arquitetura de Computadores II LIBRAS Linguagem Brasileira de Sinais (a ser oferecida a partir da contratação de docente para a área pelo 36 - departamento responsável, previsa para 2012) Tabela 9: Formação Específica UCs optativas Unidade Curricular CH Pré-Requisitos Empreendedorismo 72 - Direito e Legislação 72 - Introdução à Economia 72 - Inglês Instrumental 72 - Introdução à Administração 72 - Contabilidade e Custos 72 - Sociologia 72 - Psicologia 72 - Tabela 10: Formação Específica Exemplos de UCs eletivas 6.8 Projeto Orientado em Computação As diretrizes curriculares da SBC e MEC [5, 6, 7] recomendam um trabalho de conclusão de curso na grade curricular. Neste documento, tal trabalho é chamado de Projeto Orientado em Computação (POC) o qual será dividido em duas etapas, a elaboração da proposta, prevista na grade curricular no sétimo período do curso (UC Proposta de Projeto Orientado ) e o desenvolvimento do projeto, baseado na proposta, no oitavo período do curso (UC Projeto Orientado ). Durante a realização do POC, o aluno será orientado por um professor: para cada grupo máximo de 6 alunos haverá um professor orientador, dispondo de 6 horas semanais para a tarefa de orientar os alunos 17
18 e avaliar, de modo processual, seus trabalhos. Ou seja, em média, será uma hora de orientação do professor por aluno, por semana. Os trabalhos desenvolvidos naquelas duas UCs deverão ser entregues sob forma de artigo, modelo SBC, sendo eles um trabalho de caráter científico e individual. O trabalho de fim de curso tem caráter multidisciplinar e deve incorporar os diversos conhecimentos adquiridos pelo aluno no decorrer do curso, evidenciando a ligação entre teoria e prática. Coordenação das Unidades Curriculares de Projeto Orientado As UCs de Proposta de Projeto Orientado e Projeto Orientado em Computação contarão com a figura de um professor coordenador que contará com 4 horas de dedicação semanal para realização das tarefas envolvidas com estas UCs. O professor coordenador deverá: Acompanhar e ajudar na alocação de alunos por professores orientadores; Acompanhar os trabalhos de diplomação; Avaliar os relatórios parciais; Organizar as apresentações finais das propostas e trabalhos realizados; Controlar e emitir certificados de participação para as atividades complementares dos outros alunos dos cursos. Critérios de Avaliação para o POC Ver seção Projeto Orientado em Computação. 6.9 Estratégias de Ensino e Aprendizagem A proposta de Currículo do Curso de Bacharelado em Ciência da Computação possui grande variedade de UCs e atividades com características bastante diferentes no que se refere à natureza dos conteúdos a serem apreendidos e integrados. Distinguem-se uma série de conteúdos como conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos, em contínuo processo de desenvolvimento e interação, que deverão ser mobilizados em forma de competências. Neste sentido, as competências referem-se à capacidade do aluno de mobilizar conteúdos válidos e adequados para a realização de uma tarefa ou problema em situações de aprendizagem. No entanto, não basta situar as competências como objetivos de aprendizagem, sem definir como elas podem ser desenvolvidas em situações concretas de ensino e aprendizagem nos diferentes contextos de cada UC [1]. Para qualquer proposta de estabelecer estratégias de ensino e aprendizagem, deve-se levar em conta a natureza dos conteúdos a serem desenvolvidos e a adequação dos procedimentos didáticos para possibilitar que esses conteúdos sejam mobilizados na formação de competências [1]. Neste sentido, classificamos as UCs e atividades presentes no curso de acordo com o currículo base da SBC [6, 7]. A proposta das matérias nestes currículos está organizada em seis núcleos. Dentro dos núcleos, cada matéria abrange um campo específico de conhecimento. 18
19 Para as unidades dos núcleos de fundamentos da computação, tecnologia da computação e contexto social e profissional, as estratégias de ensino e aprendizagem devem favorecer as atividades práticas que cada uma das UCs demandarem. A apresentação de situações potenciais de aprendizagem deverá ser o ponto de partida para se chegar às soluções e respostas através de um conhecimento (teórico), passando de uma atitude inicial de tentativa e erro ou de resposta baseada no senso comum, a uma resposta baseada na utilização de um conhecimento apresentado pelo professor ou, preferencialmente, alcançado e construído pelos alunos através da observação crítica da prática. De forma semelhante ao trabalho com as UCs teóricas, o professor deverá partir inicialmente dos recursos próprios dos alunos e instigá-los na resolução de tarefas específicas de aprendizado, ou da solução de um problema, oferecendo ou apresentando em seguida novos recursos, novas teorias e novas habilidades. Trata-se de criar situações para a aprendizagem de novos conhecimentos teóricos e novas habilidades técnicas em situações práticas, visando solucionar problemas emergentes destas situações. As unidades pertencentes aos núcleos de Matemática e Ciências Básicas caracterizam-se por apresentarem conhecimentos predominantemente teóricos, que deverão ser apresentados aos alunos e desenvolvidos através de atividades didáticas que almejem não apenas um acúmulo de informações, mas o desenvolvimento de competências para criticar, relacionar, contextualizar e dar sentido a este conhecimento em diferentes situações. Para tanto, as estratégias do professor deverão estar a serviço do desenvolvimento do aluno através de atividades onde esse seja o sujeito da aprendizagem e não um simples receptor do conhecimento. O professor deverá desenvolver práticas didáticas que vão além do modelo tradicional das aulas expositivas, em que a apresentação exaustiva dos conteúdos teóricos toma o tempo e o espaço total da aula. Sugere-se o emprego de situações potenciais de aprendizagem, criativas, lúdicas e desafiantes, que instiguem a curiosidade e a busca de respostas para as questões propostas. Situações que ofereçam perguntas não respondidas, desafios a serem solucionados, levando os alunos a passarem de uma atitude inicial de responder ou agir com base no senso comum, ou apenas na opinião pessoal, para uma atitude gradativa de exame crítico da situação apresentada, respondendo com reflexão e embasamento teórico, ou em conhecimentos que, neste momento, passam a ter um significado real, útil e aplicável, mais do que simplesmente de acúmulo para ser avaliado mais tarde pelo professor. Nesse sentido, além de cursar as disciplinas da grade curricular do curso, o aluno poderá participar de outras formas de aprendizagem tais como: 1) monitoria, onde o aluno participa dos trabalhos didáticos de disciplinas específicas, de acordo com os seus interesses, o que lhe proporciona a oportunidade de aprofundar conhecimentos e a contribuir para a melhoria do processo ensino-aprendizagem; 2) projetos de iniciação científica, onde o aluno se insere em projetos de pesquisa de professores do departamento, que lhe proporciona a oportunidade de desenvolver as suas habilidades de pesquisador e se manter em contato com a geração de novos conhecimentos; 3) projetos de extensão; o Curso de Ciência da Computação têm uma grande preocupação na formação geral dos seus alunos. Preocupação essa que, além de conhecimentos técnicos específicos esperados de todo profissional da área de tecnologia, está voltada para a responsabilidade social. Assim, faz parte da estratégia de ensino-aprendizagem adotado por esse curso, o envolvimento dos alunos em projetos que atendam a comunidade. Segundo esse projeto pedagógico, na visão de ensino integral, não basta dar ao aluno o conhecimento técnico. É também importante oferecer a oportunidade de colocar o conhecimento, que está sendo construído, em benefício da comunidade, de poder visualizar as necessidades de seu meio. Esse tipo de atividade é tão importante na formação do aluno, como Ser Humano, que o MEC incluiu a avaliação de programas/projetos de extensão como um dos itens da Avaliação das Condições de Ensino. 19
20 4) Envolvimentos dos alunos em trabalhos interdisciplinares; o curso de Ciência da Computação incentivará os alunos a se envolverem em trabalhos interdisciplinares durante todo o curso através do desenvolvimento de projetos envolvendo várias disciplinas do semestre. Espera-se que essa também seja uma boa estratégia de ensino-aprendizado. E finalmente, 5) Para concluir seu curso, no último ano, o aluno deve apresentar um trabalho, denominado "Projeto Orientado em Computação", onde ele tem a oportunidade de consolidar e integrar todos os conhecimentos adquiridos durante o curso Modalidades de Oferta de Unidades Curriculares As unidades curriculares do curso de Ciência da Computação poderão ser ofertadas nas modalidades presencial e semi-presencial, de acordo com a Portaria 4.059/2004 do Ministério da Educação. Para o caso de UCs oferecidas na modalidade semi-presencial, as mesmas deverão antes ser previstas neste projeto pedagógico Avaliação de Aprendizagem A avaliação do aprendizado em Ciência da Computação deverá levar em conta tanto os aspectos teóricos quanto práticos. Apesar de o curso conter UCs nitidamente de conteúdo teórico, a maior parte está voltada a um conteúdo misto, onde prática e teoria são inseparáveis. A seguir, propomos meios de avaliação para os diferentes perfis de UC do curso. Entretanto, deve-se salientar que a forma, o conteúdo e o tipo de avaliação serão de livre escolha do professor da UC. Disposições gerais quanto às avaliações das Unidades Curriculares: As avaliações deverão seguir critérios específicos de distribuição de pontos divulgados no plano de ensino da UC no início de cada semestre; O professor deverá comunicar aos alunos o resultado de cada avaliação realizada num prazo máximo de 15 dias após a sua realização, exceto no caso da avaliação final, que permanecerá arquivada e cuja revisão deverá ser solicitada explicitamente pelo aluno junto à Coordenadoria de Curso; As avaliações deverão apresentar um número amplo e variado de questões, o suficiente para que o aluno possa ser avaliado em vários elementos do conteúdo e em aspectos da aprendizagem de cada UC Unidades Curriculares Teóricas As UCs teóricas caracterizam-se por apresentarem conhecimentos predominantemente teóricos, que deverão ser desenvolvidos através de atividades didáticas que instiguem a curiosidade e a investigação, promovendo um sentido de valor ao conhecimento e à teoria, que devem ser apreendidos e mobilizados para solucionar ou responder questões emergentes nas atividades em sala de aula. Não basta avaliar simplesmente a aquisição dos conteúdos teóricos, mas a contextualização e sentido dado por cada aluno. Dessa maneira, a forma de avaliação deverá levar em conta tanto o conhecimento em si quanto as competências a eles relacionados. Portanto, é sugerido: 20
21 70% do valor total da pontuação do semestre voltada para a avaliação de aprendizagem dos conteúdos teóricos. 30% da pontuação voltada para o desenvolvimento da capacidade de contextualização, interpretação e mobilização dos conteúdos teóricos como competências a serem desenvolvidas em situações de classe. Somam-se também aos conteúdos teóricos, os conteúdos comportamentais, para efeito de avaliação das competências. Sugestão de Forma de Avaliação: 70% dos pontos para conteúdos teóricos distribuídos em, no mínimo, 2 avaliações ao longo do semestre e 30% em trabalhos, apresentação de seminários e artigos Unidades Curriculares Mistas Uma parte do curso é formada por UCs mistas, que se caracterizam por apresentarem conteúdos teóricos e práticos, que poderão ser desenvolvidos separadamente, em momentos distintos da aprendizagem, mas que deverão ser integrados, tendo como produto final as competências referentes àquela atividade ou UC em questão. Como é grande o número de UCs mistas e entre elas existem algumas diferenças significativas, é possível uma variação de porcentagem na distribuição de pontos referentes aos conteúdos teóricos e práticos. Neste sentido, é sugerido: 60% do valor total da pontuação do semestre voltados para a avaliação de aprendizagem dos conteúdos teóricos; 40% do valor total voltados para a avaliação de trabalhos práticos. Sugestão de Forma de Avaliação: 60% dos pontos para conteúdos teóricos, avaliados em, no mínimo, 2 avaliações ao longo do semestre e 40% dos pontos para trabalhos práticos, apresentações de seminários, artigos, etc. Obs.: As unidades com denominação Laboratório são automaticamente incluídas na matrícula do aluno quando este se matricula na disciplina teórica. Por exemplo, ao se matricular em Algoritmos e Estruturas de Dados I, o sistema deverá matricular o aluno em Laboratório Algoritmos e Estruturas de Dados I. Assim, o sistema não deverá permitir a matrícula isolada de UCs de laboratório sem o vínculo com a disciplina teórica e vice-versa Projeto Orientado em Computação O Projeto Orientado em Computação do Curso de Ciência da Computação caracteriza-se como avaliação final para obtenção do grau de bacharel em Ciência da Computação, sendo, portanto, compulsória a sua elaboração. O documento resultante da Proposta e do Projeto Orientado em Computação deverá ser entregue ao professor orientador e ao coordenador da UC em data preestabelecida por este. O professor orientador será responsável por 60% da nota da UC e o coordenador será responsável pelos 40% restantes. Serão avaliados os relatórios intermediários, a documentação final e a apresentação do projeto. 21
22 A apresentação final representará pelo menos 10% da nota a ser avaliada pelo coordenador das unidades de projeto. Durante a apresentação o aluno deverá fazer uma exposição oral a respeito do trabalho desenvolvido contando com um tempo limitado para a apresentação e para as perguntas. Após o término, a exposição e o trabalho serão avaliados por uma banca examinadora composta por pelo menos 2 (dois) professores designados pela Coordenadoria, sendo um destes o orientador do trabalho e o outro um membro convidado selecionado entre os componentes do corpo docente do curso. A apresentação do trabalho é de domínio público e os alunos do curso deverão ser incentivados a assistir a exposição dos colegas, sobretudo aqueles que estejam cursando a disciplina Proposta de Projeto Orientado, para que tenham noção da dimensão e da importância do POC. O aluno deverá obter aproveitamento igual ou superior a 60% da pontuação para que seja considerado aprovado. Caso o aluno não seja aprovado, ele deverá cursar a UC no semestre subseqüente. Isto não impede a continuidade do trabalho em desenvolvimento, caso o aluno deseje aperfeiçoá-lo. De acordo com a Resolução 030 do CONEP/UFSJ de 20 de Dezembro de 2007: É obrigatória a inscrição semestral para o aluno cujo Estágio Supervisionado, Monografia, outras formas de Trabalho de Conclusão e Atividades Complementares constituir a última atividade para integralização do curso. A mesma resolução diz ainda que, quando a finalização do POC for a última exigência para a integralização do curso, é permitido ao aluno requerer sua inscrição por, no máximo, dois períodos letivos Avaliação e Atualização Curricular A avaliação e a atualização curricular devem constituir um processo contínuo, com o intuito de manter o curso de Ciência da Computação sintonizado com as necessidades do ambiente externo e propiciar o aperfeiçoamento constante das condições de ensino do curso. Assim, a avaliação deve ser uma concepção incorporada ao desenvolvimento das atividades do curso no âmbito da sala de aula, no âmbito da unidade acadêmica que é responsável pelo curso e no âmbito da própria instituição de ensino superior [7]. Avaliação do projeto político-pedagógico do curso compreende o acompanhamento e a gestão da execução do projeto. A avaliação deverá ser realizada semestralmente e será executada a partir das seguintes ações: Criação de uma comissão avaliadora a ser escolhida pelo colegiado do curso para acompanhar os resultados advindos da execução do Projeto Político-Pedagógico. Reuniões semestrais entre professores que lecionarão UCs da mesma subárea da computação, para que as metodologias, ferramentas e linguagens de programação utilizadas sejam consistentes entre si, alterando-as quando necessário. Reuniões entre Coordenador, vice-coordenador, professores e representantes dos alunos ao final dos semestres para avaliar a eficácia do Projeto Político-Pedagógico e detectar possíveis ajustes. A atualização curricular do bacharelado será feita de forma natural e continuada. Isto acontece porque o curso está estruturado de forma que contenha um grupo relativamente pequeno de Unidades Curriculares obrigatórias, atendendo às principais diretrizes curriculares para a Computação, e um grupo relativamente grande de UCs optativas, que permitem uma grande flexibilidade no direcionamento da formação dos egressos. Esta abordagem possibilita o oferecimento ou não de determinadas UCs de acordo com as demandas atuais dos alunos, do mercado e do meio acadêmico, assim como a criação de novas UCs, sempre por decisão do Colegiado do Curso. Desta forma, a 22
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