Alexandre Amorim recepcionou no aeroporto Hercílio Luz e fez as honras da casa levando-os para almoçar.

Transcrição

1 Visita técnica com Manoel de La Torre e Dieter Groben Dia 1º de agosto de 2015 Alexandre Amorim recepcionou no aeroporto Hercílio Luz e fez as honras da casa levando-os para almoçar. Na tarde às 14 horas Dalton Lemos fez o traslado do aeroporto para Itaguaçu onde mostrou os megalíticos ali existentes. No fim da tarde Dalton Lemos os trouxe até o Praia Mole Eco Village que ofereceu estada cortesia de 5 diárias como parceiro do IMMA na preservação, pesquisa e divulgação do acervo arqueológico de Santa Catarina. No dia 02 de agosto às 05 horas, eu Adnir Ramos, busquei-os no hotel e nos dirigimos a Laguna. Nosso primeiro ponto de parada foi na praia do Gi para contemplar a grandeza da famosa Pedra do Frade.

2 Após as filmagens e fotografia eu fiz uma pequena entrevista com ambos para sentir o que eles acharam e gravei em vídeo mas o vento forte não favorece a publicação do vídeo devido ao ruído, portanto farei uma breve transcrição: Durante a filmagem informei sobre meus estudos sobre a Pedra do Frade em Laguna, a Pedra Furada em Urubici e a Pedra Fincada na ilha do Campeche. Falei a eles que pelo alinhamento feito através do Geoogle Earth os alinhamento a partir da Pedra Furada para a pedra do Frade marca o nascer do sol no solstício de Verão e a Pedra fincada na ilha do Campeche marca o nascer do sol no solstício de inverno. Na verdade na pedra furada está a 113º da pedra do Frade, que é a direção no sol no dia 25 de novembro quando ele entra na constelação de escorpião no meio das estrelas Omega 1 e Omega 2 e é a mesma direção do templo de Angkor Wat, Camboja. Na ilha do Campeche o alinhamento passa um pouco ao norte pegando o Morro da Cantagalo onde existe um grande monólito. Outro detalhe interessante é que as duas pedras têm a mesma altura aproximadamente 10 metros. Dieter e De La Torre se perguntaram como essa pedra veio parar aqui? Sem caminho sem nada, será que esta relacionado a lenda da Ilha Del Sol em Lago Titicaca que diz que as pedras pulavam pelo ar, única solução disse Dieter. Concluiu que ela não foi colocada ali de uma maneira natural, mas sim artificial. Ela parece representar um falo. Como e que as pessoas que chegoaram a este continente escreviam seus petroglifos e faziam suas coisas antes de ir para o

3 interior. Mas a pergunta é como transportavam e equilibravam? Esse é o problema! Ela está inclinada e isso complica as coisas. De La Torre em cima? A pedra de cima é que ajuda a equilibrar o monólito, mas como colocar a pedra Dieter Na Índia há pedras similares, equilibradas que se conectam com o trabalho dos Deuses, pedra de Brama, Shiva, e outros. As daqui são similares só que se perdeu a lenda. É muito estranho ver todas as pedras deitadas e ela a única parada em pé Ela tem uma pequena inclinação como 5 graus Deixamos a pedra do Frade com seus mistérios e fomos até a balsa e atravessamos o canal em direção ao Cabo de Santa Marta. Primeira parada foi no Sambaqui da ilha na praia de Ipuã que está a 13 Km de distancia em linha reta, a 195 graus sul. Fomos diretamente a um grande monólito que está apoiado sobre três bases. Então perguntei ao arqueoastronômo Manoel de La Torre o que ele acha da pedra. É muito parecido o sistema de posicionamento sobre três bases e também a inclinação, elas estão inclinadas, não estão verticais nem horizontais. Ela tem uma espécie de equilíbrio, mas não esta exatamente colocada em cima, com um lado deslocado tratando de fazer um certo equilíbrio. Porem são pedras muito grandes que nos desafiam a pensar como elas foram montadas aqui! Parece que ela faz parte desse conjunto de pedras aqui no lado sul, mas ela é a

4 única que esta montada diretamente em outra pedra. E na parte de baixo vemos outras pedras que formam como portais que parecem ser para algum tipo de ritual que eles faziam. Muitas outras pedras poderiam ser mostradas, mas o tempo não permitiu que eu os levasse em cada uma delas, então aproveito para mostrar as fotos delas aqui no relatório. Pedras da Barra de Laguna e Praia do Gravatá

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6 Pedras do Ipuã depois da praia do Gravatá e Tereza.

7 Depois nos dirigimos ao Sambaqui onde eu achei um relógio solar em janeiro de 1994 e apresentei o relógio solar a eles e aqui segue fotos de como ele funciona no sambaqui

8 Foto no nascer do sol no solstício de inverno de 2013 e foto às 12 horas e foto abaixo as 17 horas A sombra projetada sobre as conchas do sambaqui mostra a direção do sol nas mudanças de estações. Eu pessoalmente acredito que os moradores desse sambaqui eram grandes astrônomos, e esse sambaqui em especial funcionava como uma universidade de astronomia e climatologia entre outras funções, pois a grande quantidade de pequenas pedras espalhada no lado sul dele, no meu ver mostra como eles faziam para mapear o céu de cada mês, como se as pedras pequenas servissem para marcar as principais estrelas como em um planetário.

9 Este é o Sambaqui do Ipuã onde eu achei o relógio solar, um pouco para cima de onde esta o professor De La Torre. Achei significativa a preocupação do IPHAN em cercar os sambaquis para impedir a passagem de motoqueiros que fazem dos sambaquis de Laguna pista de MotoCross. Após as observações e as filmagens nos dirigimos para o farol de Santa Marta, onde mostrei outras pirâmides de conchas e outros monumentos megalíticos. Segue fotos deles: Esta pedra ao lado sul do Farol está apoiada em três bases e também marca o solstício de inverno.

10 Depois do almoço levei nossos convidados na base do maior sambaqui do mundo, que segundo morador e vizinho do sambaqui Elefante Branco media aproximadamente 88 metros de altura, e hoje esta reduzido a 5 metros apenas. Aproveitei e gravei uma entrevista com ele: Voce se lembra do sambaqui original? Antes as atividades eram artesanais o processo de extração das conchas era lento, depois passou a ser com maquinário e em um ano e oito meses destruíram tudo. Eles tiravam as conchas brutas e colocavam em caminhões e levavam para o Esteio no Rio Grande do Sul. A concha so passava em uma lavagem num açude proximo, o caminhão encostava carregavam e levavam. O pátio aqui era um grande estacionamento de caminhões. Não era nada beneficiado era levado bruto. Você se lembra de ver muitas ossadas humanas no meio das conchas? - Tinha muitas ossadas e pedras trabalhadas que nos achamos que os homens do sambaqui usavam para confeccionar seus artefatos. Ele nos fez uma pergunta: O que vocês acham que originou os sambaquis? É a mesma tese de todo mundo que isso é resto de comida indígena? Eu respondi que que sim devido ao resto de fogueiras e artefatos e forma como estão sepultados as ossadas humanas. Ele não concorda: - ve um tsunami foi feito redemoinho das águas e acumulou. A idéia é que seja cemitério indígena, como explicar que para o fundo tinha ossada, para cima também tinha ossadas. Até tem uma arqueóloga da UNISUL que pesquisa aqui, a Dayse que um dia eu a questionei. Porque quando desmorona um bloco de conchas e esta meio avermelhada, observamos que tem uma ossada. Ela respondeu. - Norivelto, é que os nossos antepassados, quando alguem morria eles passavam ocre, então eu perguntei e nos peixes também? Porque tem ossada que é de animais e peixes. Até um dia um professor que trazia os universitários aqui, encontrou uma vértebra grande que não parecia humana. A gente acha muita ossada ai quando desmorona.

11 Na beira do portão de entrada do sambaqui tinha uma pedras trabalhadas, tipo uma amolador, já pela metade, chamei a atenção dele para ver se ele não queria guardar para não se perder. Foi quando ele nos contou que aquele tipo de pedra ali tinha muito também, e aquela pedra ali era maior, quebrou eu acho, disse ele. Pedra desse tipo assim, que parece um prato, uma bacia, machados, existia muito, durante a demolicao. E onde eles colocaram essas pedras? Essas pedras os historiadores foram levando, todo mundo, os curiosos, até na época os caminhoneiros levavam, eu me lembro que nós éramos piá na época, nos trocavamos por bala, chiclete, pra nós não tinha valor. Triste com a santa ignorância humana, continuamos nossa jornada rumo a Tubarão. Eu intentava leválos à pedra do Equilíbrio no Sertão dos Correias, ali em Tubarão e depois em Gravatá para mostrar outros monumentos mas já era tarde, resolvemos retornar para Florianópolis. A titulo de ilustração segue fotos da pedra do Equilíbrio e de Gravatal. Esta pedra realmente desafia qualquer intento de posicioná-la sem o conhecimento das leis gravitacionais.

12 Esse grande dólmen forma a gruta de Nossa Senhora da Saúde na comunidade de São Miguel, Gravatal. Centenas de pessoas já receberam alguma espécie de cura ou graça. O número de graças de plaquinhas com nomes de pessoas que receberam é tão grande que os padres retiram constantemente para não entulhar a pequena gruta.

13 Atrás da gruta algumas pedras foram cortadas para fazer o pátio para fazer as festa em homenagem a santa.

14 Essas foram algumas das pedras da região de Tubarão e Gravata, apresentei-as aqui para que todos que acessarem esse documento saibam da existência delas. São pedras incríveis e imensas apoiadas uma sobre as outras e concentradas em alguns lugares especiais. Dia 03 de agosto de 2015 Começamos nossa visita pela sede do IMMA onde tive o privilégio de mostrar a nossa coleção de telas de arte rupestre e de explicar minha metodologia de interpretação a cerca delas, o que os deixou impressionados, porém delas comentarei em outro relatório. Segue apenas uma foto para ilustração da coleção.

15 Também dei entrevista para um documentário que Dieter Groben está fazendo sobre os alinhamentos megalíticos. Também mostrei a eles minhas observações sobre alinhamentos de nossos monumentos megalíticos em relação a outros templos importantes na face da terra. Por exemplo: da plataforma localizada na Fortaleza da Barra da Lagoa com a pedra de solstício de inverno. Quando o sol atinge o topo do morro alinha-se com uma pedra sobreposta que marca precisamente o solstício de inverno. No momento que o sol atinge o topo do morro ele encontra-se a 58º nessa mesma direção estão as três principais

16 pirâmides do Egito, Queops, Kefren e Miquerinus, a Km. Já para o pôr-do-sol do solstício de inverno Bolívia, Machu Picchu, Peru e muitas outras cidade andinas. Estes alinhamentos também estão relacionados com ocaso do grupo de estrelas Plêiades, na constelação de Touro. Outro alinhamento interessante é o do dia 25 de novembro quando o sol nasce no meio de duas pedras no topo do morro da Galheta para o observador que se posiciona também na plataforma já mencionada. Nesse dia o sol entra no meio das estrelas Omega 1 e Omega 2 na constelação de escorpião que nasce no horizonte a 113º mesmo rumo de Angkor Wat, Camboja. Que esta distante de Florianópolis ,50 km. A ilha de Páscoa esta a 255º de Florianópolis, a 9º do por do sol no solstício de verão, a uma distancia de 5.964,64 Km, sendo que o templo de Angkor Wat esta a 252º da ilha de Páscoa a uma distancia ,83 km, ou seja, uma distancia e um ângulo semelhante ao de Florianópolis. Entre outros como segue no mapa abaixo: Depois subimos o Morro da Galheta pela trilha da Oração, onde expliquei para eles os alinhamentos do Dólmen da oração para o solstício de verão com o meio da ilha do Xavier e com o solstício de inverno com o canto do morro da Galheta. E o alinhamento em baixo do dólmen da oração no solstício de inverno

17 Durante a tarde visitamos a Pedra do Frade no costão da Barra da Lagoa, onde ficou constatado que o acesso é dificílimo e que exigiu um esforço incomum por parte de nossos convidados. No dia 4 de agosto tentamos ir para a ilha do Campeche, mas as condições do mar e a temperatura nos fizeram retornar. Mas ao retornar do mar e adentrar o canal da Barra um fato nos chamou a atenção. Num certo trecho do canal que denominamos Barra Nova, tem um menir e muito próximo a ele uma obra civil que está colocando em risco sua permanência. Inclusive este menir esta alinhado com a pedra do frade para solstício de inverno e com a plataforma para Stonehenge na Inglaterra, UK.

18 Dia 05 de agosto fomos para o Costão do Santinho onde Ciro Couto e Renato Ferracioli, responsáveis pelo museu arqueológico do costão norte nos levaram até as artes rupestres e uma pedra que é conhecida como poltrona devido o acento que parece destinar-se às observações e rituais. Ficamos de acompanhar a passagem do sol durante as mudanças de estação para confirmar nossas intuições. Parece que naquele pequeno losango entre as duas pedras vamos ter a passagem do sol no inverno, mas há ângulo para a passagem do sol e das estrelas nas quatro estações. Foi nos apresentado outras gravuras ali nas proximidades que mostram que esse era um lugar de grande poder.

19 Depois do almoço oferecido pelo empreendimento Costão do Santinho retornamos à nossas bases em preparativo para a palestra do Professor Manuel de La Torre no planetário da Universidade Federal de Santa Catarina.