Discurso de Pedro Parente, presidente do Conselho Deliberativo da UNICA.

Transcrição

1 Discurso de Pedro Parente, presidente do Conselho Deliberativo da UNICA. Exma. Sra. presidenta da República, Dilma Rousseff Exmo. Sr. ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho Ilmo. Sr. presidente da Contag, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Alberto Ercílio Broch Ilmo. Sr. presidente da Feraesp, Federação dos Trabalhadores Rurais Assalariados do Estado de São Paulo, Élio Neves Exmo. Sr. coordenador do Fórum Nacional Sucroenergético, Luiz Custódio Cotta Martins Trabalhadores e empresários do setor sucroenergético Senhoras e senhores O que estamos comemorando juntos hoje é mais um, entre muitos resultados positivos do Compromisso Nacional. Uma ideia inovadora desde sua concepção, que há quase quatro anos vem produzindo ganhos significativos para todos os envolvidos. Hoje, completamos mais uma fase desse processo com a entrega dos primeiros selos às usinas verificadas, e que estão cumprindo integralmente os padrões definidos pelo Compromisso. São 169 usinas que receberam selos hoje e mais 86 que aderiram, mas ainda vão ser verificadas pelos auditores. No total, 255 usinas já confirmaram sua adesão ao Compromisso. Vale lembrar que 91 das 169 usinas que receberam selos hoje são associadas à UNICA, numa clara demonstração de apoio e comprometimento da nossa entidade a essa ideia. Das 134 usinas associadas à UNICA, 106 já são signatárias do Compromisso Nacional e não temos dúvida que muito em breve, vamos anunciar que TODAS

2 as associadas à UNICA já tem em mãos seu selo de Empresa Compromissada. É gratificante observar os ganhos que o Compromisso Nacional está produzindo para todos os envolvidos, evidentes, por exemplo, na qualidade do diálogo entre trabalhadores, empresas e o Governo. Para o setor sucroenergético, há um ganho fundamental que eu gostaria de destacar. Ao identificar as melhores práticas trabalhistas, reconhecer que muitas delas vão além do que determina a Lei, e transformar essas práticas em padrão, o Compromisso Nacional prestou um serviço de imenso valor para o setor sucroenergético e para o próprio País. Reconhecer essas práticas contribuiu e continuará a contribuir diretamente para derrubar mitos que circulavam há muito tempo sobre este setor. Maus atores existem em todos os setores econômicos ou sociais, mas a generalização que se observava em relação às práticas trabalhistas do setor sucroenergético, não era apenas improcedente, mas totalmente injusta com a imensa maioria dos empresários do setor. Intencionalmente ou não, em nosso setor a exceção é assumida como regra com mais freqüência do que deveria, desmerecendo as nossas conquistas e retardando o nosso avanço. E isso não é bom para os trabalhadores, para os empresários, e para a economia do nosso País. O Compromisso Nacional deixou claro que as melhores práticas trabalhistas já existiam, e agora, graças a essa iniciativa, essas práticas vão se espalhar mais rapidamente, aperfeiçoando e aprimorando o trabalho na indústria da cana como um todo. O Compromisso também acelera temas fundamentais, como a requalificação dos cortadores de cana antes mesmo que eles sejam deslocados pelo avanço da mecanização. Esse é um processo essencial para o bem-estar do trabalhador, para manter o trabalhador ativo em sua comunidade.

3 É o que nós, na UNICA, já estamos fazendo em parceria com a Feraesp no Projeto RenovAção, lançado em Nas próximas semanas, vamos chegar a 5 mil trabalhadores requalificados, prontos para novas funções que demandam mais conhecimento e também pagam melhor. Se incluirmos os programas criados por nossas usinas associadas, que replicam o Projeto RenovAção, o número de trabalhadores requalificados já passa de 20 mil. Resultados e perspectivas tão expressivas são fruto de muito empenho, envolvendo inúmeras pessoas em diversos ministérios, sindicatos e entidades setoriais, todos trabalhando juntos com transparência e comprometimento. Nesse momento queremos reconhecer e agradecer a imensa contribuição que o Presidente Lula deu para resolver essa injustiça. Ele, que tratava o etanol como causa, como missão, que sempre levava na bagagem algo de positivo para dizer sobre o nosso biocombustível renovável, pediu ao então ministro Luiz Dulci para desenvolver um trabalho com empresários e trabalhadores para mostrar que a realidade do setor no Brasil não era aquela dos questionamentos que ele ouvia, principalmente nas viagens ao exterior. Quatro anos depois, temos o Compromisso, um acordo tripartite, inusitado, que marcou as relações capital-trabalho no Brasil, e vem rendendo frutos desde 2009, quando foi assinado. O trabalho primoroso na coordenação inicial do Compromisso pelo ministro Dulci rendeu a ele o Prêmio TOP Etanol, reconhecimento do setor sucroenergético através do Projeto AGORA, que reúne empresas e entidades da cadeia produtiva da cana-de-açúcar, muitas representadas aqui hoje. Este País tem assistido eventos de continuidade republicana de programas e agendas de elevado interesse público, independentemente do Governante no

4 poder. São sinais da maturidade institucional do Brasil que tem recebido o justo reconhecimento da comunidade internacional. Foi isso que aconteceu com o Compromisso. Em 2011, quando a Presidenta Dilma chegou ao poder, essa continuidade foi assegurada e o Programa ficou naturalmente reforçado. É preciso registrar que dar continuidade ao Compromisso Nacional foi mais um passo importante dado pela Presidenta Dilma a favor do etanol brasileiro. Como ministra, ela teve papel fundamental no encaminhamento do Zoneamento Agroecológico, medida que hoje tem papel decisivo na rejeição dos velhos e batidos argumentos de que a cana-de-açúcar estaria invadindo a Amazonia e outros biomas sensíveis do território brasileiro. A continuidade foi observada também na competência com a qual o Compromisso passou a ser coordenado pelo Ministro Gilberto Carvalho, e que permitiu que hoje realizemos esta cerimônia para reconhecimento das empresas que foram certificadas. Temos que fazer também um reconhecimento às entidades dos trabalhadores que participam do Compromisso, aqui presentes. Outro sinal de maturidade institucional, mostrando que a parceria entre o Governo, trabalhadores e empresários é boa para todos os envolvidos, e acima de tudo para o nosso País. É com este exemplo, Senhora Presidenta, que faço o meu último registro. A realização da Conferência Rio+20 constitui uma oportunidade única para reafirmarmos a supremacia do etanol sobre qualquer outro combustível, incluindo os demais combustíveis renováveis, quando olhamos o conjunto de seus benefícios, não apenas os ambientais, embora esses sejam eloqüentes: graças ao etanol, o Brasil é um dos países com maior índice de consumo de energia renovável e com menor emissão de gases de efeito estufa.

5 Reafirmo, assim, a nossa disposição para que os efeitos da parceria entre o Governo e o setor privado sejam sentidos também no encaminhamento das questões que atualmente sombreiam a retomada dos investimentos para a ampliação da produção de etanol e bioeletricidade, tão importantes para o abastecimento de combustível e o suprimento energético do País. Estamos prontos para assumir compromissos para o sucesso da parceria. Tenho certeza de que essa é uma demanda em que também se associam os trabalhadores e empresários aqui presentes. Muito obrigado, e um bom dia a todos.