MUDANÇA INSTITUCIONAL NA FORMA DE LICITAR: A LEI DO PREGÃO E OS CUSTOS DE TRANSAÇÃO

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1 MUDANÇA INSTITUCIONAL NA FORMA DE LICITAR: A LEI DO PREGÃO E OS CUSTOS DE TRANSAÇÃO AUTOR: EVANDRO MEIRA BARADEL ORIENTADOR: PROF. ME. IVAN PRADO SILVA

2 Objetivo e justificativa: O objetivo deste trabalho foi investigar, do ponto de vista econômico, o resultado da mudança institucional ocorrida nos procedimentos licitatórios, centrando-se o foco na eficiência alocativa dos recursos. Justifica-se tal escolha pelo fato de que por trás das licitações estão os gastos públicos, principal peça de atuação de um governo no que se refere à prestação de serviços públicos básicos e aos investimentos a serem realizados.

3 Procedimentos: Comparação dos textos legais: Leis federais nº 8.666/93 e nº /02. Análise de processos de licitação ocorridos para atenderem às necessidades do Almoxarifado Central da Universidade de São Paulo (estudo de caso).

4 Referencial teórico: Nova Economia Institucional (NEI) Slogan: instituições importam e são suscetíveis de análise.

5 Pilares desta teoria: Instituições: regras do jogo dentro de uma sociedade. Podem ser: formais: leis e constituições, em geral impostas por um governo; e informais: normas ou códigos de conduta, formados em geral no seio da própria sociedade. Custos de transação: custos que os agentes enfrentam toda vez que recorrem ao mercado. Custos não ligados à produção.

6 Relação entre instituições e custos de transação: Instituições surgem para reduzirem os custos de transação; Custos de transação surgem da incerteza ou imperfeição de informação nas transações econômicas entre agentes, sendo a incerteza algo que impossibilita ou dificulta tais transações; Instituição eficiente é a que reduz mais intensamente os custos de transação.

7 Uma das óticas da NEI Economia dos Custos de Transação (ECT) : Pressupostos comportamentais: racionalidade limitada e oportunismo; Características transacionais: freqüência, incerteza e especificidade dos ativos.

8 Resultados da análise dos textos legais: A lei mais antiga é mais rígida (126 artigos) e a mais nova é mais flexível (13 artigos) o que permite a absorção de boas práticas e inovações; Ambas dão maior importância à primeira fase da licitação (abertura de habilitação ou de propostas) o que pode levar a resultados distintos; A lei mais atual gera menos custos operacionais (fora do escopo) e menos custos de transação. Deve-se a redução dos custos transacionais à diminuição da incerteza quanto ao vencedor e à restrição de atos oportunistas; Exemplos de redutores de custos de transação: (incerteza) correção de falhas formais, inversão de fases, dinamicidade dos preços; (oportunismo) redução do uso de recurso administrativo, aumento do prazo de punição e pedido de amostra e outros documentos (sinalização inversa).

9 Resultados da análise das licitações: Produtos analisados: papel a4, papel higiênico, disquete, envelope e papel toalha interfolhas; Período de análise: de fevereiro de 2000 até agosto de 2006; Amostragem: 68 processos; Índice de deflacionamento de preços: IPCA.

10 Resultado papel a4:

11 Resultado papel higiênico:

12 Resultado disquete

13 Resultado envelope

14 Resultado papel toalha interfolhas

15 Alguns dados retirados da análise: Média de preços unitários deflacionados, quantidades adquiridas e propostas abertas por base legal Produtos adquiridos e respectivas unidades Base legal Preço unitário médio deflacionado pelo IPCA Quantidade média adquirida Quantidade média de propostas abertas Papel a4 pct. com 500 fls R$5, Papel a4 pct. com 500 fls R$4, Papel higiênico pct. com 4 rolos R$1, ,6 Papel higiênico pct. com 4 rolos R$1, ,8 Disquete cx. com 10 unidades R$5, ,9 Disquete cx. com 10 unidades R$3, ,4 Envelope cento R$5, ,63 Envelope cento R$4, Papel toalha pct. com fls R$2, Papel toalha pct. com fls R$2, ,67

16 Conclusões: A lei do pregão mostrou-se uma instituição mais eficiente. Tal entendimento está baseado no preço médio de cada período, sendo que dos cinco produtos analisados, quatro tiveram seus preços deflacionados médios menores na fase do pregão (dinamicidade dos preços/redução de incerteza). Não se pode ignorar também a elevação do quantitativo médio adquirido na fase desta modalidade; No pregão presencial houve uma queda de participação de licitantes (quantitativo x qualitativo; barreira regional).

17 Sugestões: Mudança do pregão presencial para o eletrônico; Revisão da Lei federal nº 8.666/93.

18 Obrigado.