CIRE Código de Insolvência e Recuperação de Empresas
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1 CIRE Código de Insolvência e Recuperação de Empresas Decreto-Lei n.º 53/2004 de 18 de Março Processo n.º 2130/12.7TBPRD Tribunal Judicial de Paredes 1º Juízo Cível Relatório do Administrador de Insolvência (Artigo 155º do CIRE) de Joaquim Moreira da Costa Rua Caminho Novo, 63 Louredo Paredes João Fernandes de Sousa Administrador de Insolvência Rua de Mataduços, 121 Fermentões Ap Guimarães Tel. e Fax: Tlm: JoaoFernandesSousa@mail.telepac.pt Guimarães, 23 de Agosto de 2012
2 I N D I C E 1. Identificação da insolvente Competência Comissão de Credores Administrador de Insolvência Datas do Processo Relatório Nota Prévia Considerações Actividade desenvolvida Contabilidade Perspectivas futuras Proposta do Administrador de Insolvência Remuneração do Administrador de Insolvência Anexos Inventário (requerimento de pedido de dispensa) Lista Provisória de Credores
3 1. Identificação da insolvente Joaquim Moreira da Costa, NIF , portador do Bilhete de Identidade nº , NISS O insolvente é casado com Maria de Fátima Ribeiro Neto, no regime de separação de bens, e reside habitualmente na Rua do Caminho Novo, nº 63, freguesia de Louredo do concelho de Paredes. No entanto, na sequência de não ter logrado obter emprego, reside actualmente na na Rue de Chatelet, 15ª, 6030 Marchienne-au-Point Charleroi - Bélgica, país onde se encontra a trabalhar. 2. Competência Tribunal Judicial de Paredes 1º Juízo Cível Processo nº 2130/12.7TBPRD Insolvência de Pessoa Singular (Apresentação) 3. Comissão de Credores Não nomeada 4. Administrador de Insolvência João Fernandes de Sousa Rua de Mataduços, 121 Fermentões - Apartado Guimarães Telefone e Fax: Telemóvel: JoaoFernandesSousa@mail.telepac.pt 5. Datas do Processo Declaração de Insolvência: 27 de Junho de 2012 Publicação no Portal Citius em 29 de Junho de 2012 Assembleia de credores de apreciação do relatório: 23 de Agosto de Relatório 6.1. Nota Prévia Joaquim Moreira da Costa veio apresentar-se à insolvência alegando, sinteticamente, ter exercido a actividade de construção civil em nome individual e, em virtude de não ter conseguido cobrar os serviços realizados a alguns clientes começou a sentir dificuldades financeiras e, atento o cenário de crise que assolou e assola o sector, viu-se forçado a 2
4 encerrar a actividade, por não se mostrar lucrativa. Deparou-se então com uma situação de impossibilidade de cumprimento das suas obrigações vencidas, não logrando obter emprego que permitisse auferir rendimentos para saldar o seu passivo, tendo então optado por emigrar em Outubro de 2011, em busca de melhores oportunidades. Porém, sendo o seu vencimento incerto e a impossibilidade de cumprimento definitiva, apresentou-se à insolvência requerendo lhes seja concedida a exoneração do passivo restante. Verificada nos autos a situação, foi declarada a insolvência do apresentante no dia 27 de Junho de 2012, pelo que, nos termos do artigo 37º nº 1, 3 e 7 do CIRE, a Juiz ordenou a citação dos credores da insolvente, nomeou o Administrador de Insolvência, fixou o prazo de reclamação de créditos, que se procedesse à apreensão dos bens, declarando aberto o incidente de qualificação de insolvência com carácter pleno. Os credores tiveram 30 dias para reclamar os seus créditos e foi marcada a assembleia de credores para apreciação do relatório do administrador de insolvência nos termos do artigo 155º do CIRE para o dia 23 de Agosto de 2012 pelas 15,00 horas no 1º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Paredes. Foram preenchidos todos os requisitos do artigo 36º do CIRE, nomeadamente o relacionado com as alíneas f) e g), no que tange à satisfação pelo devedor da entrega imediata ao administrador de insolvência dos documentos referidos no nº 1 artigo 24º, bem como dos bens para apreensão. O insolvente respondeu à chamada para assistir o administrador de insolvência para o bom exercício das suas funções, com vista à apresentação na assembleia de credores do relatório elaborado nos termos do referido artigo 155º do CIRE. É pois sua convicção de que o trabalho desenvolvido permitirá transmitir a todos os credores as informações necessárias e suficientes para poderem decidir em consciência a proposta que vai ser apresentada Considerações O Administrador de Insolvência, deixa aqui o seu relatório, de forma a permitir seja apreciado e dele extraído o que as partes envolventes entenderem ser o melhor para a solução do processo Actividade desenvolvida Joaquim Moreira da Costa exerceu até 31/12/2009 a actividade de construção civil em nome individual. Após um período de desemprego, emigrou em Outubro de 2011 para a Bélgica onde trabalha na construção civil. Relativamente aos rendimentos auferidos, não logrou esclarecer o montante recebido com exactidão, tendo referido que o montante é variável e 3
5 rondará os 1.300,00 mensais. Todavia, não apresentou suporte documental, aduzindo que a documentação necessária se encontra na Bélgica Contabilidade O insolvente referiu ter em sua posse os documentos contabilísticos, mas que os mesmos não se encontravam devidamente organizados. A actividade que exercia foi encerrada no ano de 2009, conforme informação constante no Serviço de Finanças. Relativamente ao imobilizado que utilizaria na sua actividade, alegou que o mesmo foi furtado, ficando de apresentar documentação comprovativa, a qual não foi entregue até à data da elaboração do presente relatório Perspectivas futuras Foi pelo devedor efectuado o pedido de exoneração do passivo restante, nos termos do art. 236º do CIRE, comprometendo-se a observar todas as condições exigidas nos artigos 237º e seguintes. O regime da Exoneração do Passivo Restante foi acolhido pelo CIRE de forma a ser possibilitado aos devedores singulares de boa fé que incorram em situação de insolvência a libertação dos créditos sobre a insolvência que não forem integralmente pagos no processo de insolvência ou nos cinco anos posteriores ao encerramento deste, permitindo assim a sua reabilitação e reintegração plena na vida económica, segundo o princípio do Fresh Start. O Administrador de Insolvência desconhece qualquer motivo que pudesse levar ao indeferimento liminar do pedido de exoneração, nos termos do art. 238º do CIRE. Poder-se-ia arguir que o devedor se absteve da apresentação à insolvência nos 6 meses seguintes à verificação de insolvência. No entanto, tal condição é cumulativa com a existência de prejuízo para os credores e não existência de perspectivas sérias de melhoria da sua situação económica. Não se verificando dissipação de património nem contracção de novas dívidas, e estando os débitos a vencer juros, não se vislumbra a existência de prejuízo para os credores, isto é, é entendimento do Administrador de Insolvência que do simples atraso não resulta o prejuízo automático para os credores pelo vencimento de juros, até porque os créditos continuam a vencer juros mesmo após a apresentação à insolvência, mas sim que este deve resultar de factos de onde se possa concluir que o devedor teve uma conduta ilícita e de má-fé donde resultaram os prejuízos para os credores. Caso a Exma. Juiz delibere no sentido do deferimento do Pedido de Exoneração do Passivo Restante, durante os cinco anos subsequentes ao encerramento do processo de insolvência o rendimento disponível que os devedores venham a auferir será cedido a um Fiduciário que, no final de cada ano da duração da cessão, notificará a cessão dos rendimentos do devedor e sua afectação àqueles de que a eles tenha direito, podendo fiscalizar o cumprimento pelo 4
6 devedor das obrigações que sobre este impendem, caso a Assembleia de Credores assim o determine. Findo o período de cessão, e não tendo havido lugar a cessação antecipada, a juiz decide sobre a concessão ou não da exoneração do passivo restante dos devedores, isto é, a extinção de todos os créditos sobre a insolvência que ainda subsistam à data em que foi concedida, não abrangendo, no entanto, os créditos por alimentos, as indemnizações devidas por factos ilícitos dolosos praticados pelos devedores, que hajam sido reclamadas nessa qualidade, os créditos por multas, coimas e outras sanções pecuniárias por crimes ou contraordenações e os créditos tributários O insolvente, quando em Portugal, reside em habitação de familiar com a sua cônjuge, e têm a seu cargo dois filhos menores. Conforme referido em 6.3, o seu rendimento é variável e rondará os 1.300,00, tendo no entanto despesas avultadas por se encontrar deslocado em país estrangeiro. Atentos os créditos reclamados e situação patrimonial do insolvente, verificase que não possui efectivamente meios que lhe permita fazer face ao seu passivo. O insolvente encontra-se disponível para a Cessão do Rendimento Disponível, a determinar nos termos do nº 3 do art. 239º do CIRE, comprometendo-se a cumprir as obrigações constantes do nº 4 desse artigo, nomeadamente: a) Não ocultar ou dissimular quaisquer rendimentos que aufiram, por qualquer título, e a informar o tribunal e o fiduciário sobre os seus rendimentos e património na forma e no prazo em que isso lhes seja requisitado; b) Exercer uma profissão remunerada, não a abandonando sem motivo legítimo, e a procurar diligentemente tal profissão quando desempregada, não recusando desrazoavelmente algum emprego para que seja apta; c) Entregar imediatamente ao fiduciário, quando por si recebida, a parte dos seus rendimentos objecto de cessão; d) Informar o tribunal e o fiduciário de qualquer mudança de domicílio ou de condições de emprego, no prazo de 10 dias após a respectiva ocorrência, bem como, quando solicitado e dentro de igual prazo, sobre as diligências realizadas para a obtenção de emprego; e) Não fazer quaisquer pagamentos aos credores da insolvência a não ser através do fiduciário e a não criar qualquer vantagem especial para algum desses credores Proposta do Administrador de Insolvência O Administrador de Insolvência é de opinião que o insolvente cumpre os requisitos necessários ao deferimento da exoneração do passivo restante, e que se encontram de boa fé, vivendo às custas de um trabalho honesto. Não é do seu conhecimento que tenha dissipado ou ocultado património, e a sua conduta tenha voluntariamente contribuído para a 5
7 criação ou agravamento do estado de insolvência, que decorre do insucesso da actividade que exercia, motivada, por sua vez, da dificuldade de cobrança aos seus devedores, agravado pelas condições macroeconómicas, com impacto visível no sector da construção. Em suma, face ao descrito nos pontos anteriores o Administrador de Insolvência propõe que: seja efectuadas diligências para cobrança dos saldos devedores e liquidado o activo apreendido, através da modalidade de negociação particular, e efectuado pagamento em rateio aos credores de conformidade com a graduação de créditos a efectuar. seja deferido o pedido de exoneração do passivo restante dos insolventes, e fixado um Rendimento Disponível a entregar ao fiduciário correspondente ao excedente a dois salários mínimos nacionais, nos meses em que o seu rendimento exceda esse valor, isto é, tendo em conta os valores actuais, o excedente a 970,00 [= 485,00 * 2]; seja nomeado o Fiduciário 6.7. Remuneração do Administrador de Insolvência Não se afigurando ao Administrador de Insolvência conveniência para a aprovação de qualquer plano de insolvência, desde já propõe-se levar a efeito o processo de liquidação do activo do insolvente mediante a retribuição do valor da remuneração fixa legalmente estipulada e constante do nº 1 do artigo 1º da portaria nº 51/2005 de 20 de Janeiro e da parte variável de conformidade com o anexo I da Tabela a que se refere o nº 2 do artigo 20º da Lei nº 32/2004, de 22 de Julho, que aprovou o estatuto do administrador de insolvência, na redacção do DL 282/2007 de 07 de Agosto. 7. Anexos 7.1. Inventário (requerimento de pedido de dispensa) Relativamente ao inventário foi nesta data requerida a dispensa da sua apresentação nos termos do nº 5 do artigo 153º do CIRE, em virtude de ter sido já efectuada a apreensão de bens em 08/08/ Lista Provisória de Credores Junta-se a este relatório a lista provisória de credores, nos termos do artigo 154º do CIRE. Guimarães, 23 de Agosto de 2012 O Administrador de Insolvência João Fernandes de Sousa 6
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