NOTA INFORMATIVA Nº 389/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP

Transcrição

1 Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão Secretaria de Recursos Humanos Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas NOTA INFORMATIVA Nº 389/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP Assunto: Desaverbação de tempo de serviço SUMÁRIO EXECUTIVO 1. O processo em epígrafe retorna a esta Coordenação-Geral após pronunciamento da Consultoria Jurídica deste Ministério sobre a possibilidade de desaverbação do tempo de serviço no Regime Geral de Previdência Social RGPS, uma vez que o servidor XXXXXXXXXXXXX, Auditor da Receita Federal, aposentou por invalidez não utilizando esse tempo para obter o referido benefício. INFORMAÇÕES 2. A Coordenação-Geral de Recursos Humanos do Ministério do Fazenda MF solicitou pronunciamento quanto a possibilidade de desaverbação do tempo de serviço no RGPS já que o servidor aposentou-se por invalidez, não utilizando esse tempo para obter o referido benefício. 3. Esta Coordenação-Geral, por intermédio da Nota Técnica Nº 152/2010/COGES/DENOP/SRH/MP, fls. 139 a 143, pronunciou-se pela impossibilidade de desaverbação do tempo de serviço no Regime Geral, aos servidores aposentados por invalidez, consubstanciado no Parecer nº GQ 130, elaborado pela Advocacia Geral da União. Contudo, encaminhou os autos à Consultora Jurídica deste Ministério pela peculiaridade da matéria em questão, conforme transcrição abaixo: 16. Todavia, haja vista as disposições do Parecer nº GQ 130, de 1997, segundo as quais a aposentadoria é um ato perfeito e acabado, do qual surtiram efeitos jurídicos, essa Divisão de Análise de Processos entende que o tempo requerido pelo servidor não poderá ser desaverbado. Contudo, em vista da complexidade da matéria, sugerimos a oitiva da Consultoria Jurídica deste Ministério.

2 4. A Consultoria Jurídica deste Ministério - CONJUR/MP, por meio do PARECER/MP/CONJUR/JPA/Nº /2010, fls. 149 a 158, pronunciou-se pela possibilidade de desaverbação do tempo serviço não utilizado para aposentadoria por invalidez, porém, ressaltou que tal afirmativa não equivale a reconhecer em favor do servidor o direito à aposentadoria voluntária por tempo de serviço no RGPS. Em razão disso, propôs o encaminhamento dos autos à Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social CONJUR/MPS, para manifestação quanto a sua concordância com o entendimento firmado pela CONJUR/MP, in verbis: 14. A nosso aviso, não há qualquer óbice ao deferimento do pedido de desaverbação de tempo de serviço que não foi utilizado para a concessão de qualquer benefício previdenciário junto ao Regime Próprio de Previdência Social da União - RPPS. (...) 24. Tendo em vista o fato de o tempo de serviço averbado não ter sido computado para efeito da concessão da aposentadoria que vem sendo fruída pelo servidor requerente, impõe-se concluir pela viabilidade do acolhimento do pedido de desaverbação. 25. Ressalte-se, por derradeiro, que tal afirmação não equivale a reconhecer em favor do servidor requerente o direito à aposentadoria voluntária por tempo de serviço (ou contribuição) no Regime Geral de Previdência Social RGPS. O reconhecimento deste direito é atribuição afeta a exclusiva alçada do Instituto Nacional de Seguridade Social INSS, entidade vinculada ao Ministério da Previdência Social e responsável pela organização e gestão do RGPS. 26. Bem por esta razão, caracterizada pelo fato de o acolhimento do pedido de desaverbação surtir efeitos relevantes sobre o Regime Geral de Previdência Social RGPS, afigura-se de bom alvitre colher o opinativo da Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social CONJUR/MPS acerca da matéria posta nos autos, a fim de manifeste, ou não, a sua concordância com o entendimento que vai aqui exposto. 27. Na hipótese de a CONJUR/MPS analisar o tema objeto desta consulta e manifestar-se em sentido contrário ao entendimento sustentado em algum ponto deste opinativo, mostra-se recomendável chamar a atuação da Consultoria Geral da União CGU, com escopo de dirimir a eventual divergência de entendimentos entre os órgãos consultivos da União, nos termos do art. 4º, X, da Lei Complementar nº 73/ Ante o exposto, opina-se: a) pela remessa dos autos à Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social CONJUR/MPS, para que tome ciência dos termos deste parecer e aprecie a matéria como entender de direito; b) pela remessa de cópia desta manifestação à Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas deste Ministério COGES/SRH/MP, para que tome ciência do entendimento da CONJUR/MP e das medidas adotadas; c) pelo envio de cópia deste parecer à Consultoria Geral da União CGU/AGU, para tomar ciência do inteiro teor desta manifestação, notadamente da providência sugerida por este órgão de assessoramento jurídico no sentido de encaminhar os autos à CONJUR/MPS.

3 5. A Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social CONJUR/MPS, antes de se manifestar, colheu manifestações técnicas do Departamento do Regime Geral da Previdência Social DRGPS e do Departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público DRPSP do Ministério da Previdência Social a respeito do tema. 6. O Departamento do Regime Geral da Previdência Social - DRGPS manifestou-se, por meio da NOTA CGLN Nº 136/2010, fls. 162 a 164, no sentido de que embora o servidor tenha requerido CTC com vistas à contagem do tempo de contribuição no regime próprio de previdência social, tal período não foi utilizado para fins de concessão de benefício e, conforme se depreende da análise da legislação, notadamente da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e do Regulamento da Previdência Social- RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, não há impedimento para o cancelamento de certidão anteriormente emitida, desde que respeitadas determinadas exigências que preservem o interesse público. Todavia, aduz que o cancelamento da certidão somente poderá ocorrer se o órgão que a recepcionou não a utilizou para obtenção de qualquer vantagem ou direito no regime próprio de previdência social, e desde que devolvido o original, atendidas as demais exigências da IN INSS/PRES nº 20, de Instado a se manifestar, o Departamento dos Regimes de Previdência no Serviço Público - DRPSP, por intermédio do PARECER Nº 01/CGNAL/DRPSP/SPS/MPS, fls. 194 a 201, aduz pela possibilidade de desaverbação do tempo de contribuição certificado pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS, fls 12 a 14, uma vez que não foi utilizado para fins de concessão e cálculo da aposentadoria por invalidez e de cômputo para direitos e vantagens, bem como ressalta que é vedado a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio na condição de servidor ativo ou inativo. 8. A Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social CONJUR/MPS, após manifestações dos departamentos supra citados, pronunciou-se, no PARECER/CONJUR/MPS/Nº 68/2011, fls 202 a 216, pela possibilidade de desaverbação requerida pelo servidor aposentado por invalidez, desde que o tempo de serviço a ser desaverbado não tenha sido utilizado nem para o cálculo dos proventos de aposentadoria por invalidez, nem para concessão de qualquer direito ou vantagem, remetendo os autos a CONJUR/MP, conforme transcrição abaixo:

4 49. Por todo o exposto, e respondendo à indagação feita pela CONJUR/MPOG, conclui-se ser possível a desaverbação requerida pelo Sr. Airton Gonçalves Dias, desde que fique demonstrado e atestado que o tempo de serviço a ser averbado não tenha sido utilizado nem para o cálculo dos proventos de aposentadoria por invalidez (o que, s.m.j., já foi atestado no Ofício nº 1092/GRA-RJ-GAB, fls.138 e 170), nem para concessão de anuênios, nem para concessão de qualquer outro direito ou vantagem ao requerente. 50. Conclui-se, ainda, que o órgão apto a emitir esse tipo de atestado/pronunciamento é, s.m.j., o Ministério da Fazenda, por ser o órgão no qual se encontra averbado o tempo de serviço a ser desaverbado, e também por ser o órgão com o qual o requerente mantinha/matém a sua vinculação funcional. 51. Por fim, e até como conseqüência da conclusão anterior, conclui-se que este Ministério da Previdência Social não ostenta nenhuma atribuição e/ou competência para adotar qualquer decisão ou emitir qualquer pronunciamento de caráter vinculante em relação ao caso concreto, pelo que se conclui que as manifestações proferidas pelo MPS (tanto este parecer quanto as 2 manifestações das suas áreas técnicas) ostentam caráter meramente opinativo, tendo sido proferidas tão-somente em atenção à solicitação formulada pela CONJUR/MPOG. 9. Diante do exposto acima, a CONJUR/MP, por intermédio da NOTA Nº /2011/JPA/CONJUR/MP, pronunciou-se da seguinte forma: 7. Conforme se constata, a manifestação exarada pelo órgão de assessoramento jurídico do Ministério da Previdência Social (CONJUR/MPS) consona com o entendimento sustentado pela CONJUR/MP no PARECER/MP/CONJUR/JPA/Nº /2010 (fls.149/158). Ambos pareceres jurídicos advogam a possibilidade de se deferir a desaverbação do tempo de serviço vinculado ao RGPS averbado no Ministério da Fazenda -MF, desde que se constate que este tempo não foi utilizado para a aquisição de nenhum direito ou benefício. 8. Pois bem. Os autos foram originariamente remetidos a esta CONJUR/MP por força da Nota Técnica nº 152/2010/COGES/DENOP/SRH/MP, na qual a Coordenação- Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas deste Ministério COGES/SRH/MP, atendendo à provocação da Coordenação Geral de Recursos Humanos do Ministério da Fazenda, houvera se manifestado contrariamente ao pedido de desaverbação. 9. Tendo em conta que a CONJUR/MP foi instada a se manifestar em razão de solicitação da Secretaria de Recursos Humanos deste Ministério SRH/MP, e sem perder de vista ainda as relevantes competências normativas atribuídas ao órgão central do SIPEC, a medida mais adequada para o caso é sugerir a devolução dos autos à CGNOR/SRH/MP. 10. Ante o exposto, opina-se pela restituição dos autos à Coordenação-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas deste Ministério - CGNOR/SRH/MP, para ciência dos termos do PARECER/CONJUR/MPS/Nº 68/2011 (fls.202/216) e do Parecer nº 01/2011/CGNAL/DRPSP/SPS/MPS (fls.196/201), sugerindo-se, ainda, que a CGNOR/SRH/MP promova o encaminhamento dos autos ao Ministério da Fazenda MF, para que este órgão adote as medidas decisórias cabíveis para o caso.

5 11. Por fim, convém ressaltar que não compete a este órgão de assessoramento jurídico atestar a força executória da documentação juntada às fls. 219/ Em vista da manifestação da Consultoria Jurídica deste Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, esta Divisão corrobora o entendimento pela possibilidade de desaverbação requerida pelo servidor aposentado por invalidez, desde que o tempo de serviço a ser desaverbado não tenha sido utilizado nem para o cálculo dos proventos de aposentadoria por invalidez, nem para concessão de qualquer direito ou vantagem. 11. Todavia, ressaltamos que o Ministério da Fazenda, por ser o órgão no qual se encontra averbado o tempo de serviço a ser desaverbado, e também por ser o órgão com o qual o requerente mantém a sua vinculação funcional, é o único responsável pelo pronunciamento quanto à utilização desse tempo para concessão de aposentadoria, anuênios, ou para concessão de qualquer outro direito ou vantagem ao requerente. Brasília, 3 de Maio de ADRIANA DUTRA TEIXEIRA Técnico da DIPVS MÁRCIA DE OLIVEIRA COSTA AZEVEDO Chefe da DIPVS-Substituta De acordo. À consideração superior. Brasília, 3 de Maio de GERALDO ANTONIO NICOLI Coordenador-Geral de Elaboração, Sistematização e Aplicação das Normas Aprovo. Encaminhe-se à Coordenação-Geral de Recursos Humanos do Ministério da Fazenda, na forma proposta. Brasília, 05 de Maio de VALÉRIA PORTO Diretora do Departamento de Normas e Procedimentos Judiciais