CÓPIA. Coordenação Geral de Tributação. Relatório. Solução de Consulta Interna nº 10 Cosit Data 28 de março de 2013 Origem

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1 Fl. 49 Fls. 1 Coordenação Geral de Tributação Solução de Consulta Interna nº 10 Data 28 de março de 2013 Origem DELEGACIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL EM BRASÍLIA, DISTRITO FEDERAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA. RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. RECOLHIMENTO A MAIOR. ORDEM JUDICIAL DE RESTITUIÇÃO. CUMPRIMENTO. COMPETÊNCIA. Compete à Delegacia da Receita Federal do Brasil do domicílio fiscal do reclamante cumprir decisões da Justiça do Trabalho que determinem restituição de imposto de renda recolhido a maior, nos autos da respectiva ação trabalhista. Dispositivos Legais: Regimento Interno da Receita Federal do Brasil (Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, art. 224, inciso X). Relatório (e processo / ) A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Brasília, Distrito Federal, formulou Consulta Interna s/n, de 5 de julho de 2012, na qual apresenta a seguinte questão: a quem cabe decidir sobre restituição de imposto de renda recolhido a maior, em cumprimento de decisões proferidas pela Justiça do Trabalho? 2. Relata que, na hipótese de retenção efetuada por instituição financeira, o recolhimento dos valores retidos é centralizado em Brasília, na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil, mediante Darf código de receita Em razão disso as unidades da Receita Federal do Brasil encaminham à DRF em Brasília ofícios da Justiça do Trabalho, que têm por objeto pedidos de restituição de imposto de renda recolhido a maior, com base no art. 57 da Instrução Normativa RFB nº 900, de 30 de dezembro de 2008 (vigente à época), segundo o qual A decisão sobre o pedido de restituição [...] caberá ao titular da Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF) que, à data do reconhecimento do direito creditório, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo [...]. 3. O órgão consulente entende ser competente para julgar tais pedidos de restituição a DRF do domicílio fiscal do contribuinte, que na hipótese é o reclamante e não a Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil em Brasília. Estes são por força do art. 28 da 1

2 Fl. 50 Fls. 2 Lei nº , de 29 de dezembro de 2003, e do art. 46 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, responsáveis tributários (Código Tributário Nacional CTN, art. 121, parágrafo único, II). 4. A Consulta foi solucionada pela Divisão de Tributação da Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil na 1ª Região Fiscal (Disit/SRRF01), e esta emitiu a Solução de Consulta Interna (SCI) nº 3, de 1º de novembro de 2012, na qual registra que não se trata da hipótese de pedido de restituição a que se referem os arts. 3º e 8º da IN RFB nº 900/2008, tampouco da compensação efetuada pelo sujeito passivo da obrigação tributária (art. 34 da IN RFB nº 900/2008).[...] na restituição determinada pelo Juízo Trabalhista inexiste a figura do requerimento (Pedido de Restituição PER) e, a princípio, da restituição processada mediante DIRPF, uma vez que essa não é objeto da ordem do Judiciário. [...] O que existe é uma ordem judicial a ser cumprida, que determina a restituição de receita administrada pela RFB para que essa fique à disposição do Tribunal (depósito em conta). Como consequência, forçoso concluir que as determinações da IN RFB nº 900/2008, inclusive o disposto em seu art. 57, não se aplicam ao caso sob análise.. [...]...o Judiciário é o responsável pelos cálculos do valor do imposto de renda a ser retido na fonte, como previsto pelo art. 28, 1º, da Lei nº /2003, cabendo à instituição financeira depositária do crédito tão somente reter e recolher o valor definido pelo Tribunal.. [...]...as instituições financeiras não dão ensejo, em tese, a erros decorrentes de cálculos e não se confundem, nos estritos termos do referido artigo (regulamentado pelo art. 3º da IN SRF nº 491/2005), com a chamada fonte pagadora (reclamada).. [...]...a responsabilidade da instituição financeira (arts. 45, parágrafo único, e 121, II, do CTN) extingue se com a retenção e o recolhimento (a maior ou não) determinados pelo Judiciário.. [...]...os procedimentos relativos ao caso em comento não estejam previstos na IN RFB nº 900/2008, possível cogitar que a obrigação da União (restituição) aproxima se daquela decorrente da aplicação do disposto no art. 10 da referida IN, ressalvado o fato de que a reclamante (contribuinte) não está obrigada a cumprir a obrigação de requerer exclusivamente mediante a apresentação da DIRPF, posto que (sic) a ordem judicial em questão afasta indiretamente essa exigência. IN RFB nº 900/2008. Art. 10. Não ocorrendo a devolução prevista no art. 8º ou a dedução nos termos do art. 9º, a restituição do indébito de imposto de renda retido sobre rendimentos sujeitos ao ajuste anual, bem como a restituição do indébito de imposto de renda pago a título de recolhimento mensal obrigatório (carnê leão), será requerida pela pessoa física à RFB exclusivamente mediante a apresentação da DIRPF. Como consequência, por força do art. 224, X, do Regimento Interno da RFB (aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012), compete às DRF, 2

3 Fl. 51 Fls. 3 no âmbito da respectiva jurisdição, executar as atividades relacionadas com a restituição do imposto de renda objeto da consulta formulada.. [...] prospera o entendimento da DRF/Brasília/DF de que a competência para o cumprimento das ordens da Justiça do Trabalho, que determinam a restituição de indébito relativo ao imposto de renda na fonte incidente sobre os rendimentos pagos em cumprimento de decisão do Juízo Trabalhista, é da DRF que jurisdiciona a pessoa beneficiária do rendimento (a reclamante). 5. Conclui se, portanto, que a Disit/SRRF01 entende ser da Delegacia da Receita Federal do Brasil de jurisdição da pessoa beneficiária do rendimento (reclamante) a competência para dar cumprimento às ordens da Justiça do Trabalho, que determinam a restituição de imposto de renda recolhido a maior. O fundamento dessa competência, contudo, não é o art. 57 da Instrução Normativa RFB nº 900, como supõe o órgão consulente, mas o art. 224, X, do Regimento Interno da RFB, aprovado pela Portaria MF nº 203, de 14 de maio de A SCI nº 3, da Disit/SRRF01, foi submetida à Divisão de Tributação da Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil na 10ª Região Fiscal (Disit/SRRF10), como determina o art. 5º da Ordem de Serviço nº 1, de 5 de setembro de Esta, por sua vez, emitiu o Parecer nº 002 SRRF10/Disit, de 14 de janeiro de 2013, no qual concorda inteiramente com a Solução objeto da SCI nº 3, e encaminhou para aprovação desta Coordenação, seguindo o rito estabelecido pelo art. 5º, 3º da Ordem de Serviço nº 1. Fundamentos 7. A Instrução Normativa RFB nº 900, de 2008, que as unidades da RFB tomaram como base para encaminhar à DRF em Brasília os ofícios da Justiça do Trabalho, requerendo restituições, foi revogada pela Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de Mas esta manteve no art. 69 a mesma disposição do art. 57 da norma revogada, do que se conclui não ter havido, por esse fato, alteração da base em que se fundou o órgão consulente. 8. Como dito pelas Divisões de Tributação da 1ª e da 10ª Região Fiscal, a restituição de tributo feita em cumprimento de decisão da Justiça do Trabalho não é disciplinada pela Instrução Normativa RFB nº 1.300, de De acordo com esta, a restituição opera se mediante processo em que o interessado faz prova de seu direito, demonstrando o adequadamente em petição dirigida à autoridade administrativa. Esta, analisando o pedido, defere o ou não, conforme o direito. Na espécie, porém, a restituição é determinada pela autoridade judicial, com base nos autos da ação trabalhista. Não cabe à autoridade administrativa julgar se é devida ou não a restituição, mas apenas cumprir a decisão judicial. 9. Os valores reclamados em ações trabalhistas nem sempre são discriminados adequadamente. Deixa se de separar verbas remuneratórias (sobre as quais há incidência de tributos) das indenizatórias. Em algumas ações o reclamante inclui valores relativos a vários períodos e diversas rubricas, sem apropriar mês a mês os valores reclamados. O pagamento de 3

4 Fl. 52 Fls. 4 tais valores de forma acumulada pode acarretar a incidência indevida (ou com alíquota indevida) do IRRF, surgindo daí o direito à restituição. O pedido de restituição, na hipótese, deve ser instruído com cópia da respectiva sentença, e qualquer divergência só pode ser discutida nos autos da respectiva ação trabalhista, por isso a conveniência de se atribuir à DRF de domicílio fiscal do reclamante a competência para cumprir a ordem de restituição. 10. O inciso X do art. 224 do Regimento Interno da RFB (Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012) estabelece como competência Às Delegacias da Receita Federal do Brasil DRF [...] quanto aos tributos administrados pela RFB [...] no âmbito da respectiva jurisdição, no que couber, desenvolver as atividades de arrecadação [...] e, especificamente, executar as atividades relacionadas à restituição, [...]. Conclusão 11. Com base no exposto, conclui se que compete à Delegacia da Receita Federal do Brasil do domicílio fiscal do reclamante cumprir decisões da Justiça do Trabalho que determinem restituição de imposto de renda recolhido a maior, nos autos da respectiva ação trabalhista. À consideração superior. RONAN DE OLIVEIRA Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil De acordo. Encaminhe se ao Coordenador Geral de Tributação. MIRZA MENDES REIS Auditora Fiscal da RFB Coordenadora da Copen 4

5 Fl. 53 Fls. 5 Despacho de Aprovação nº 12 Data: 28 de março de 2013 Aprovo a Solução de Consulta Interna objeto do processo eletrônico nº / Publique se e encaminhe se na forma dos arts. 2º e 3º da Ordem de Serviço nº 1, de 11 de outubro de FERNANDO MOMBELLI Auditor Fiscal da RFB Coordenador Geral de Tributação 5