ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA-INSS COORDENAÇÃO-GERAL DE MATÉRIA ADMINISTRATIVA

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1 ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO PROCURADORIA-GERAL FEDERAL PROCURADORIA FEDERAL ESPECIALIZADA-INSS COORDENAÇÃO-GERAL DE MATÉRIA ADMINISTRATIVA PARECER Nº56 56/201 /2011/DPES DPES/CGMADM/PFE /CGMADM/PFE-INSS INSS/PGF/AGU PROCESSO Nº / SIPPS INTERESSADO: RODRIGO REBOUCAS MACIEL ASSUNTO: CESSÃO DE SERVIDOR Requerimento de cessão de servidor. Preenchidos os requisitos legais, há o juízo discricionário da Administração. Ilustríssimo Senhor Coordenador-Geral de Matéria Administrativa, 1. Trata-se de processo encaminhado pela Diretoria de Recursos Humanos de para manifestação sobre pedido de cessão do servidor interessado. 2. A Presidência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região encaminhou o OFÍCIO/PRESI/SECRE nº 1669 de 09 de novembro de 2010, fl. 01 endereçado ao Ministro de Estado da Previdência Social no qual solicita a cessão do servidor RODRIGO REBOUÇAS MACIEL, para exercer função comissionada de Supervisor de Seção, código FC-05, Matrícula Instruem os autos; i. Fls. 06: Dados funcionais do servidor. ii. Fls. 07: Despacho da DCAD solicita diligências da Unidade de Recursos Humanos de lotação do interessado para: a) verificar se há algum impedimento para efetivação da requisição; inclusive se o mesmo responde a processo administrativo disciplinar; b) manifestação da chefia imediata do servidor, da Gerência Executiva de Salvador/BA e da Superintendência Regional Nordeste, informando se a autorização do pedido causará prejuízos ao andamento das atividades no setor de lotação do interessado; c)informar se o servidor foi contemplado com bolsa de estudo em um dos processos seletivos realizados, bem como se o mesmo se enquadra em algum dos casos que enseja a obrigatoriedade de ressarcimento. iii. Fls. 10: da Chefe da Corregedoria Regional de Salvador informa que o servidor interessado até a data de 18/01/2011 não responde a processo administrativo disciplinar. iv. Fls : da Equipe de Bolsas de Estudo informa embora o servidor tenha sido contemplado com bolsa de estudos, caso seja concedida a cessão seus reembolsos estarão assegurados como se em exercício estivesse. v. Fls. 17: Despacho da chefia imediata do servidor, Gerência executiva em Salvador, informa que a autorização do pedido de cessão não causará prejuízos ao andamento das atividades no setor de lotação do mesmo. vi. Fls. 19: contendo despacho dom de acordo do Superintendente Regional Nordeste. vii. Fls. 21/22: Demonstrativo da evolução do quadro de servidores cedidos no INSS em viii. Fls. 23/24: Ofício-Circular nº 07/2007 estabelece as correlações/equiparações dos cargos comissionados ou funções de confiança exercido por servidores cedidos ao Poder legislativo e Judiciário, no qual o FC do Poder Judiciário equivale a um DAS 101.2/102.2.

2 ix. Fls. 25: Cópia da declaração emitida pelo servidor interessado quanto à ciência em razão de não fazer jus ao recebimento da GDASS, caso seja autorizada a sua cessão. x. Fls. 26/28: Despacho da DCAD contém relatório dos documentos relacionados e dispositivos que regem a matéria, sugere o encaminhamento a PFE/INSS para pronunciamento, com posterior encaminhamento a Presidência para deliberação. 4. É o relatório. 5. O papel precípuo da Consultoria Jurídica, nos termos do inciso III, do art. 11, da Lei Complementar 73, de 10 de fevereiro de 1993, que instituiu a Lei Orgânica da Advocacia-Geral da União (da qual a PFE-INSS é órgão de execução), é a de fixar a interpretação da Constituição, das leis, dos tratados e dos demais atos normativos a ser uniformemente seguida em suas áreas de atuação e coordenação quando não houver orientação normativa do Advogado-Geral da União. 6. Diz-se precípuo, porque ao atuar no cumprimento de todas as demais atribuições previstas nos incisos de I a VI do citado art. 11, estará fixando a interpretação da Constituição, das leis, dos tratados e dos demais atos normativos. 7. Sendo assim, pode-se afirmar que uma vez que a Administração esteja diante de situação cuja solução depende de esclarecimentos de ordem jurídica, competirá à respectiva Consultoria Jurídica sua análise. 8. O Regimento Interno do INSS, aprovado pela Portaria MPS n. 296, de 09 de novembro de 2009, enumera as competências das Procuradorias Regionais, das Procuradorias Seccionais, dos Serviços de Matéria Administrativa, da Seção de Matéria Administrativa, nos seguintes termos: Art. 37. À Procuradoria Federal Especializada, órgão de execução da Procuradoria-Geral Federal, compete: I - representar judicial e extrajudicialmente o INSS e outras entidades, mediante designação da Procuradoria-Geral Federal; II - zelar pela observância da Constituição, das leis e dos atos emanados dos Poderes Públicos, sob a orientação normativa da Procuradoria-Geral Federal e da Advocacia-Geral da União; III - exercer as atividades de consultoria e assessoramento jurídicos no âmbito do INSS, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 11 da Lei Complementar nº 73, de 10 de fevereiro de 1993; IV - fixar a orientação jurídica do INSS, intervindo na elaboração e edição de seus atos normativos e interpretativos, em articulação com os órgãos componentes do INSS; V - coordenar e supervisionar, técnica e administrativamente, as Procuradorias- Regionais e as Procuradorias-Seccionais; VI - encaminhar à Procuradoria-Geral Federal ou à Advocacia-Geral da União, conforme o caso, pedido de apuração de falta funcional praticada no exercício de suas atribuições, por seus respectivos membros; VII - encaminhar ao Presidente proposta de estruturação, reestruturação e localização das Procuradorias-Regionais e Procuradorias-Seccionais, ouvida previamente a Procuradoria-Geral Federal; e VIII - expedir pareceres normativos e vinculantes, observadas as competências da Consultoria Jurídica do Ministério da Previdência Social e do Advogado-Geral da União. Art. 44. À Coordenação-Geral de Matéria Administrativa compete: Página 2 de 6

3 I - coordenar, orientar e uniformizar as atividades relativas às matérias de pessoal, patrimônio imobiliário, licitações e contratos; II - supervisionar e orientar o cumprimento de sentenças e ordens judiciais de repercussão regional ou nacional relativas à matéria administrativa, conforme o pronunciamento sobre a sua força executória a ser proferido pelo órgão de execução a Procuradoria-Geral Federal; III - coordenar e orientar as atividades de consultoria e assessoramento jurídicos no âmbito do INSS, relativas à matéria administrativa, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 11 da Lei Complementar nº 73, de 1993; IV - emitir pareceres em matéria administrativa, visando à fixação de orientação jurídica do INSS; V - manifestar-se, previamente, na edição de atos normativos e interpretativos do INSS, relacionados a matéria administrativa, analisando os aspectos legais e formais adotados na sua elaboração; VI - realizar estudos de temas jurídicos específicos em matéria administrativa; VII - prestar consultoria e assessoramento jurídico aos órgãos da Administração Central do INSS, nas questões afetas a matéria administrativa; e VIII - estabelecer diretrizes e supervisionar as atividades relativas a matéria administrativa, exercidas pelas Procuradorias-Regionais e Procuradorias- Seccionais. Art. 45. Às Divisões de Licitações e Contratos, de Patrimônio Imobiliário e de Pessoal, observada sua área de atuação, compete: I - emitir pareceres e notas técnicas visando a fixação da orientação jurídica do INSS; II - manifestar-se, previamente, na edição de atos normativos e interpretativos do INSS, analisando os aspectos legais e formais adotados na sua elaboração; e III - definir diretrizes para supervisão das atividades de consultoria e assessoramento jurídicos exercidas pelas Procuradorias-Regionais e Procuradorias-Seccionais. 9. Cumpre observar que a Instrução Normativa Conjunta nº 01 de 19/10/2010 disciplina o exercício das atividades de consultoria e assessoramento jurídicos ao INSS pelos órgãos da PGF, e o procedimento a ser seguido tanto pela Administração quanto pelos órgãos de execução da PGF. Art. 9º As consultas formuladas pelas unidades do INSS aos órgãos de execução da Procuradoria-Geral Federal responsáveis pela consultoria e assessoramento jurídico da autarquia deverão ser autuadas e identificadas pelo número do Sistema Informatizado de Protocolo da Previdência Social - SIPPS, com o assunto, o nome do interessado e do órgão ó consulente, devendo o processo ter as suas folhas numeradas e rubricadas antes de sua remessa ao órgão jurídico j e conter: I - fundamentação técnica e conclusiva do órgão ou autoridade consulente; II - informação sobre os atos e diplomas legais aplicáveis ao caso; III - explicitação da dúvida jurídica; (...) 10. Depreende-se que os assuntos jurídicos ligados à atuação de cada um dos órgãos do INSS deverão ser objeto de análise pelas Procuradorias que atuem em sua área de abrangência. Uma vez que a administração esteja diante de situação cujo deslinde perpassa, impreterivelmente, pela análise de aspectos jurídicos dos quais emanam dúvidas, deverá consultar seu órgão de consultoria e assessoramento jurídico. Página 3 de 6

4 11. Nesse contexto em contraponto ao teor dos autos, verifico que não consta explicitação da dúvida jurídica, o que é imprescindível a fim da atuação do parecerista ser satisfatória e adequada. 12. A cessão de servidor é tratada na Lei 8.112/90 que prevê o afastamento do servidor para prestar serviço em outros órgãos da administração pública federal, estadual, distrital ou municipal. Trata-se de instituto regido pelo art. 93 da Lei nº 8.112/90: Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de ) (Regulamento) (Vide Decreto nº 4.493, de ) (Regulamento) I - para exercício de cargo em comissão ou função de confiança; (Redação dada pela Lei nº 8.270, de ) II - em casos previstos em leis específicas.(redação dada pela Lei nº 8.270, de ) 1 o Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, mantido o ônus para o cedente nos demais casos. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de ) 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. (Redação dada pela Lei nº , de 2006) 3 o A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União. (Redação dada pela Lei nº 8.270, de ) 4 o Mediante autorização expressa do Presidente da República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. (Incluído pela Lei nº 8.270, de ) 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou servidor por ela requisitado, as disposições dos 1º e 2º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº , de ) 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II e 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido condicionado a autorização específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de cargo em comissão ou função gratificada. (Incluído pela Lei nº , de ) 7 O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, com a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, independentemente da observância do constante no inciso I e nos 1º e 2º deste artigo. (Incluído pela Lei nº , de ) (Vide Decreto nº 5.375, de 2005) 13. É importante trazer à colação, o ato que regulamentou o instituto acima, que é o Decreto Federal nº 4.050/2001, em especial o art. 3º, assim expresso: Página 4 de 6

5 Art. 3º Ressalvada a hipótese contida no 4º do art. 93 da Lei n o 8.112, de 11 de dezembro de 1990, a cessão obedecerá aos seguintes procedimentos: I - quando ocorrer no âmbito do Poder Executivo, será autorizada pelo Ministro de Estado ou autoridade competente de órgão integrante da Presidência da República a que pertencer o servidor; e II - quando ocorrer para órgão ou entidade dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios ou de outro Poder da União, será autorizada pelo Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil - SIPEC, ficando condicionada à anuência do Ministro de Estado ou autoridade competente de órgão integrante da Presidência da República ao qual o servidor estiver lotado. 14. A cessão de servidor é, regra geral, ato discricionário. Significa dizer, pois, que cabe ao administrador avaliar a conveniência e a oportunidade da liberação de um servidor para prestar serviços em outro órgão. Seu conceito está contido no Decreto Federal nº 4.050/01, que preconiza ser o ato autorizativo para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, ou para atender situações previstas em leis específicas, em outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sem alteração da lotação no órgão de origem. 15. Com o advento do Decreto nº 4.050, de 12 de dezembro de 2001, norma revogadora do Decreto nº 925/93, as cessões de servidores pertencentes ao Poder Executivo Federal para os outros Poderes da União, além dos Estados, Municípios e Distrito Federal, deveriam obedecer ao prazo de 1 (um) ano, prorrogável por igual período. 16. O Ofício-Circular/MP nº 32/2000 estabelece que as cessões serão autorizadas pelo prazo de um ano, prorrogável, mediante solicitação do órgão cessionário, ouvido o órgão cedente, devendo o pedido de prorrogação estar consubstanciado de informações que atestem a sua necessidade. 17. Ainda consta do referido ofício que compete exclusivamente ao Órgão Central do Sistema de Pessoal Civil- SIPEC a prorrogação das cessões de servidores afastados por meio de cessão. 18. Por todo o exposto, desde que preenchidos os requisitos legais, conclui-se pela possibilidade jurídica, ressalvado o juízo de discricionariedade do administrador, de conceder a cessão do servidor RODRIGO REBOUÇAS MACIEL ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, compatível com o disposto no art. 93 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, no Decreto nº 4.050, de 12 de dezembro de2001, e nos Ofícios-Circulares SRH/MP nº 32, de 29 de dezembro de Assim propomos o encaminhamento dos presentes autos ao Gabinete do Senhor Presidente do INSS para ciência e deliberação conforme sugerido pela CGARH. 20. À consideração superior. Brasília, 18 de março de Leila Kato Caldas Procuradora Federal Divisão de Pessoal Página 5 de 6

6 1. Ciente e de acordo. 2. Encaminhem-se conforme sugerido. Brasília, / /2011. Fabíola Guerreiro Vilar de Melo Oliveira Procurador Federal Chefe da Divisão de Pessoal 3. Ciente e de acordo. 4. Encaminhem-se conforme sugerido. Brasília, / /2011. Leonardo Silva Lima Fernandes Coordenador-Geral de Matéria Administrativa 1. Aprovo. 2. Encaminhem-se ao Gabinete da Presidência. Brasília, / /2011. Alessandro Antonio Stefanutto Procurador Chefe da PFE-INSS Página 6 de 6