PESQUISA IMPACTO DO RACIONAMENTO DE ÁGUA NO SETOR INDUSTRIAL DO DISTRITO FEDERAL

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1 PESQUISA IMPACTO DO RACIONAMENTO DE ÁGUA NO SETOR INDUSTRIAL DO DISTRITO FEDERAL Brasília, março de 2017

2 OBJETIVO Diante do aumento do risco de desabastecimento de água, neste primeiro semestre de 2017, a Federação das Indústrias do Distrito Federal (FIBRA) em parceria com o Núcleo de Estudos e Pesquisas do Instituto EuvaldoLodi (IEL-DF) realizaram essa pesquisa para identificar a proporção de s industriais impactadas com o racionamento de água na indústria do Distrito Federal. Indústrias do DF ainda não sentem o racionamento, mas temem continuidade da interrupção de água Pesquisa inédita encomendada pela Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra) revela o impacto do racionamento de água no setor industrial brasiliense. A grave crise hídrica enfrentada na capital federal levou o Governo de Brasília a adotar, em janeiro, um rodízio que alterna o corte de água por um dia a cada seis em todas as regiões administrativas do DF. O levantamento feito pelo Instituto EuvaldoLodi (IEL- DF), com 114 s de todos os portes, mostra que a grande maioria das indústrias ainda não foi afetada por problemas relativos ao racionamento, contudo há evidente preocupação dos empresários brasilienses quanto aos reflexos negativos no processo produtivo, caso haja continuidade de interrupção no fornecimento de água. O parque fabril local utiliza menos de 1% da água consumida no DF. Mesmo assim, 61,4% dos empresários informaram utilizar a água no seu processo produtivo. Segundo a pesquisa, 44,2% dos respondentes têm a produção prejudicada pela interrupção no fornecimento de água. Destes, 31,9% que se sentem apenas prejudicados. Uma parcela menor, 5,3% dos entrevistados dizem que precisam parar a produção no momento da interrupção da água. Para 4,4%, a situação é mais delicada: afirmaram que não só a produção é prejudicada como precisa ser paralisada e demora bastante tempo para ser retomada. Apenas 1,8% das s informou que a produção é prejudicada e acarreta grandes perdas. A maior parcela pesquisada (55,8%), no entanto, afirmou não ter sua produção prejudicada. Com relação ao impacto do racionamento de água sobre o faturamento das s, 33,6% informaram que sim, há impacto. Destes, 42,1% disseram que seu faturamento foi afetado num nível baixo, de 0,5% até 1%. Outra parcela (23,7%) destacou que teve queda mediana no faturamento, entre 1% e 2%. Já 13,2% das s tiveram alto impacto no faturamento, em mais 5%. O levantamento também apurou se houve necessidade de dispensar funcionários nos dias de racionamento. A grande maioria dos entrevistados (86,8%) relatou que não precisou dispensar os empregados nos momentos em que houve o corte da água. Contudo, 9,6% dos empresários afirmaram ter dispensado parte do corpo de colaboradores, enquanto 3,5% tiveram que liberar todos os seus funcionários. Na análise por porte, essa necessidade ainda não existiu em 57,9% das MPEs, seguidas das s (23,7%) e das s (5,3%). parcela das s industriais do DF (74,6%) também disse possuir caixa d água. As 25,4% restantes afirmaram não possuir reservatórios de água. Já aquelas que afirmaram ter fonte alternativa de abastecimento que só compreende 13

3 s das 114 pesquisadas, citaram possuir poço artesiano (61,5%) e cisterna/poço (23,1%) para atender as necessidades de água do próprio negócio. Considerando a continuidade do racionamento de água no DF, a pesquisa traça as perspectivas do parque fabril do DF quanto aos possíveis reflexos no processo produtivo. Neste caso, 51,8% dos respondentes consideram que sim, as s podem ser afetadas de forma mais intensa em todo processo produtivo. Também fazendo a análise por porte, essa é uma preocupação de 31,6% das MPEs, seguidas das s (14,9%) e s (1,8%) quanto maior o porte da, menos dependentes elas são do abastecimento da Caesb. Outros 48,2% acreditam que não haverá alteração em seu chão de fábrica, caso haja continuidade no corte de água. Perfil da amostra A pesquisa realizada pelo IEL-DF ouviu, entre fevereiro e março, 114 s de todos os portes: Micro e pequenas (até 49 empregados); s (de 50 a 249 empregados); e s (com 250 ou mais empregados). Além disso, foram consultadas s de nove setores industriais. São eles: Alimentação e Bebidas; Beneficiamento, Moagem, Torrefação e Fabricação de Produtos Alimentares e de Origem Vegetal; Metal Mecânica; Madeira e Mobiliário; Construção Civil; Edição e Impressão; Tecnologia da Informação e Comunicação; Reparação ou Manutenção de Máquinas, Aparelhos e Equipamentos Industriais, Elétricos e Eletrônicos; Vestuário e Acessórios do Vestuário. Considerando a possibilidade da continuidade do racionamento pelo Governo de Brasília, tendo em vista que o principal reservatório do DF, o Descoberto, chegou a atingir 18,7% em 2017, o mais baixo nível da história - nova pesquisa será realizada ainda no mês de maio. Diante desse quadro, a Fibra iniciou, em outubro de 2016, campanha com vistas a incentivar o uso racional da água. O objetivo é sensibilizar o setor industrial, assim como ao corpo de funcionários das Casas que integram o Sistema Fibra (Fibra/Sesi/Senai/IEL-DF) a reduzir o consumo e, principalmente, a estender essa prática junto às famílias e comunidades, propagando a cultura do uso racional desse bem que é renovável, porém não infinito. Texto: Suzana Leite Assessoria de Imprensa da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra)

4 PRINCIPAIS RESULTADOS SEGUNDO O PORTE DAS EMPRESAS INDUSTRIAIS TABELA 2 Consequências da interrupção no fornecimento de água nas s industriais segundo o porte Setor de atividade A produção é prejudicada, precisa ser paralisada e demora bastante tempo para ser retomada. A produção é prejudicada e acarreta em grandes perdas, pois todo material que está sendo processado e perdido A produção é prejudicada porém só precisa ser paralisada apenas no momento da interrupção e retomada em seguida. A produção é prejudicada, mas não precisa ser interrompida. Não há produção no dia do racionamento, pois demanda muia água na produção 3 2,7% 2 1,8% - 0,0% 5 4,4% 1 0,9% 1 0,9% - 0,0% 2 1,8% 4 3,5% 2 1,8% - 0,0% 6 5,3% 24 21,2% 10 8,8% 2 1,8% 36 31,9% - 0,0% 1 0,9% - 0,0% 1 0,9% Não prejudica a produção ,1% 15 13,3% 5 4,4% 63 55,8% Geral 75 66,4% 31 27,4% 7 6,2% ,0% TABELA 3 Impacto do racionamento de água sobre o faturamento das s industrias segundo o porte Não 51 45,1% 20 17,7% 4 3,5% 75 66,4% Sim 24 21,2% 11 9,7% 3 2,7% 38 33,6% Geral 75 66,4% 31 27,4% 7 6,2% ,0%

5 TABELA 4 Percentual de faturamento afetado nas s industriais segundo o porte Percentual do fatuamento afetado Muito baixo (0 à 0,5%) 5 13,2% - 0,0% - 0,0% 5 13,2% Baixo (0,5% à 1%) 6 15,8% 9 23,7% 1 2,6% 16 42,1% Mediano (1% à 2%) 8 21,1% - 0,0% 1 2,6% 9 23,7% Alto (2% à 5%) 2 5,3% 1 2,6% - 0,0% 3 7,9% Muito alto (Acima de 5%) 3 7,9% 1 2,6% 1 2,6% 5 13,2% Geral 24 63,2% 11 28,9% 3 7,9% ,0% TABELA 5 Dispensa de funcionários nas s industriais segundo o porte Não houve necessidade 66 57,9% 27 23,7% 6 5,3% 99 86,8% Sim, totalmente 2 1,8% 2 1,8% - 0,0% 4 3,5% Sim, apenas parcialmente 8 7,0% 2 1,8% 1 0,9% 11 9,6% Geral 76 66,7% 31 27,2% 7 6,1% ,0% TABELA 6 Presença de caixa d água nas s industriais segundo o porte Não 19 16,7% 8 7,02% 2 1,8% 29 25,4% Sim 57 50,0% 23 20,18% 5 4,4% 85 74,6% Geral 76 66,7% 31 27,19% 7 6,1% ,0%

6 TABELA 7 Presença de fonte alternativa de abastecimento de água nas s industriais segundo o porte Cisterna/Poço 1 1,3% 2 2,6% - 0,0% 3 3,8% Compram água para abastecer a caixa de água 0,0% 1 1,3% - 0,0% 1 1,3% Poço Artesiano 3 3,8% 3 3,8% 2 2,6% 8 10,3% Tanque 1 1,3% - 0,0% - 0,0% 1 1,3% Geral 5 6,4% 6 7,7% 2 2,6% 13 16,7% TABELA 8 Considerando que o racionamento não tem data prevista para acabar, gostaríamos de saber se na continuidade dele, sua poderá ser afetada de forma mais intensa no processo produtivo? (segundo o porte) Não 36 31,6% 17 14,9% 2 1,8% 55 48,2% Sim 40 35,1% 14 12,3% 5 4,4% 59 51,8% Geral 76 66,7% 31 27,2% 7 6,1% ,0%