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1 ISSN LINGUAGEM ACADÊMICA Suplemento Especial: Engenharias v. 7, n. 3, jan./jun. 2017

2 LINGUAGEM ACADÊMICA Suplemento Especial: Engenharias Revista Científica do Claretiano Centro Universitário

3 Reitoria / Rectorate Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva Pró-reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon Pró-reitor Acadêmico: Prof. Me. Luís Cláudio de Almeida Pró-reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Me. Pe. José Paulo Gatti Conselho editorial / Publish Committe Prof. Dr. Alexandre Bonafim Felizardo (UEG) Prof.ª Dra. Alexsandra Loiola Sarmento (UNIMONTES) Prof.ª Dra. Aline Sommerhalder (UFSCar-SP) Prof. Dr. Antônio Donizetti Gonçalves de Souza (UNIFAL-MG) Prof. ª Dra. Camila de Araújo Beraldo Ludovice (UNIFRAN) Prof. Me. Carlos Alberto Marinheiro (CLARETIANO) Prof.ª Ma. Carmen Aparecida Malagutti de Barros (CLARETIANO) Prof. ª Dra. Carolina Kesser Barcellos Dias (UNIPel) Prof. Dr. Christian José Quintana Pinedo (UFT) Prof. Me. Dirceu Fernando Ferreira (IFTM) Prof. Dr. Elvisney Aparecido Alves (CLARETIANO-SP e UNI-FACEF) Prof. Dr. Everton Luis Sanches (CLARETIANO-SP) Prof.ª Dra. Fatima Chechetto (UNESP) Prof. Dr. Fernando Donizete Alves (UFSCar-SP) Prof. Dr. Fernando de Figueiredo Balieiro (UNISEB) Prof. Dr. Francisco de Assis Breda (CLARETIANO-SP) Prof. Dr. Glauco Nunes Souto Ramos (UFSCar) Prof. Me. Gustavo Henrique Cepolini Ferreira (UNIMONTES) Prof.ª Dra. Hilda Maria Gonçalves da Silva (UNESP) Prof. Dr. José Augusto de Oliveira (UNESP) Prof.ª Dra. Jussara Bittencourt de Sá (UNISUL) Prof. Dr. Juscelino Pernambuco (UNIFRAN) Prof.ª Dra. Maria Cecília de Oliveira Adão (CLARETIANO) Prof.ª Dra. Maria de Lourdes Faria dos Santos Paniago (UFG) Prof. Dr. Pedro Guilherme Fernandes da Silva (IFAL) Prof. Dr. Renato Luis Tâme Parreira (UNIFRAN) Prof. Me. Ricardo Boone Wotckoski (CLARETIANO) Prof. Me. Rodrigo Ferreira Daverni (CLARETIANO) Prof.ª Dra. Silvia Beatriz Adoue (UNESP) Prof.ª Dra. Semíramis Corsi Silva (UFSM) Prof. Dr. Stefan Vasilev Krastanov (UFMS) Prof.ª Dra. Zenith Nara Costa Delabrida (UFS) Informações Gerais / General Information Periodicidade: semestral Número de páginas: 127 páginas Número de artigos: 6 artigos neste volume Mancha/Formato: 11,3 x 18 cm / 15 x 21 cm Os artigos são de inteira responsabilidade de seus autores

4 ISSN LINGUAGEM ACADÊMICA Suplemento Especial: Engenharias Revista Científica do Claretiano Centro Universitário Ling. Acadêmica Batatais v. 7 n. 3 p jan./jun. 2017

5 2017 Ação Educacional Claretiana Equipe editorial / Editorial team Editor responsável: Prof. Me. Rafael Menari Archanjo Equipe técnica / Technical staff Normatização: Dandara Louise Vieira Matavelli Revisão: Rosana Letícia Pugina Capa e Projeto gráfico: Bruno do Carmo Bulgarelli Direitos autorais / Copyright Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana. Permuta / Exchange Os pedidos de permuta devem ser encaminhados à Biblioteca da instituição: periodico@claretiano.edu.br Bibliotecária / Librarian Ana Carolina Guimarães CRB-8/ L727 Linguagem acadêmica : suplemento especial : engenharias : revista científica do Claretiano Centro Universitário v.7, n.3, jan./jun. 2017) -. Batatais, SP : Claretiano, p. Semestral. ISSN: Educação - Periódicos. I. Linguagem acadêmica : revista científica do Claretiano - Centro Universitário. CDD 370 Os trabalhos publicados nesta Revista são de inteira responsabilidade dos seus autores, não refletindo necessariamente a opinião do Claretiano Centro Universitário, do Conselho Editorial ou da Coordenadoria Geral de Pesquisa e Iniciação Científica.

6 Sumário / Contents Editorial / Editor s note... 7 ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL PAPER Motor monofásico vantagens da utilização de capacitor na partida sob carga Proposta de um roteiro para a implantação do orçamento matricial objetivando ciclos contínuos de redução de custos e despesas Liderança 360º (Liderança a partir da Influência) Desenho técnico, a espinha dorsal do produto Pesquisa operacional: análise de casos de implementação do modelo matemático Modelo de Rede de Petri de um sistema de automação de uma esteira transportadora seletora Política Editorial / Editorial Policy

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8 7 Editorial / Editor s note Estimados Leitores, Apresentamos mais uma edição da Revista Linguagem Acadêmica do Claretiano Centro Universitário, desta vez como Suplemento Especial das Engenharias. Oportunamente, a edição chega no momento em que tivemos o reconhecimento oficial do curso de Engenharia de Produção pelo Ministério da Educação (MEC), comprovando a qualidade do trabalho de nossa Instituição. Atualmente o Claretiano oferece cursos presenciais e a distância de Engenharia de Produção, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Ambiental e Engenharia Mecatrônica, nos quais constata-se a preocupação institucional em oferecer cursos que alavanquem o desenvolvimento do país e da sociedade como um todo. Esta edição é composta de trabalhos que se propõem à reflexão sobre problemas do cotidiano profissional. Com o desejo de buscarmos a ampliação e a disseminação do conhecimento científico, desejo uma boa leitura. Fraternalmente, Prof. Me. Eng. Thiago Francisco Malagutti Coordenador dos Cursos de Engenharia do Claretiano Centro Universitário Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 7, jan./jun. 2017

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10 Motor monofásico - vantagens da utilização de capacitor na partida sob carga 9 Elson Alves PEREIRA 1 Laudo C. MIRANDA 2 Resumo: O presente trabalho visa analisar as vantagens da utilização de capacitor na partida de motores monofásicos, demonstrando a maior eficácia do mesmo em detrimento das demais formas construtivas existentes no mercado. Pretende- -se usar, como base de estudo, pesquisa bibliográfica sobre o tema, com a finalidade de elaborar material didático teórico para ilustrar as diversas formas de arranjos dos sistemas de partida encontrados. Os resultados obtidos através da análise das características de cada sistema apresentarão a exemplificação real de produtos encontrados no mercado consumidor, os quais exigem tal concepção na fabricação. Ao término da análise desse sistema de partida, poderemos oferecer um valioso e aprofundado estudo técnico, que consiste em um diagnóstico consistente no dimensionamento correto de diversos equipamentos, visando contribuir para uma melhor eficácia, e um aumento da vida útil e da durabilidade de motores elétricos monofásicos instalados em máquinas e dispositivos mecânicos afins. Palavras-chave: Motores Monofásicos com Capacitor. Partida de Motor Monofásico. Partida Capacitiva em Motores. 1 Elson Alves Pereira. Graduando em Engenharia Elétrica pelo Claretiano Faculdade. <recomaq@msn.com>. 2 Laudo C. Miranda. Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bacharel em Engenharia Elétrica pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Docente do Claretiano - Faculdade. <laudo.miranda@gmail.com>. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

11 10 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

12 11 1. INTRODUÇÃO Para produzirem torque mecânico, todos os motores elétricos necessitam de uma interação de dois campos magnéticos montados alternadamente sob a forma de grupos dispostos com fios enrolados em forma de bobinas. Nos arranjos mais comuns, esses campos magnéticos são produzidos por diversos conjuntos de enrolamentos de fios de cobre e de alumínio, ambos induzidos pelas correntes supridas por uma fonte elétrica. Um dos conjuntos de enrolamentos localiza-se no estator, que é a parte fixa da máquina, estando o outro situado na parte giratória (rotativa), denominada normalmente como rotor ou induzido. Assim, [...] o rotor ou induzido é o elemento girante do motor; consiste de três partes principais: núcleo, bobinamento e eixo (MUNOZ, 1987, p. 63). Em motores de corrente alternada, denominados C.A., existem dois tipos básicos de motores. Temos motores denominados síncronos e assíncronos. Motores assíncronos, objeto de nosso estudo, podem ser de indução ou de repulsão, nos quais observamos que os bobinados do estator estão distribuídos em ranhuras na parte interna da carcaça do mesmo, que é a parte fixa. Esses enrolamentos são alimentados pela rede de energia elétrica. O campo magnético produzido por eles induz uma corrente no enrolamento do rotor (parte rotativa da máquina). A intensidade da corrente elétrica gerada percorre os bobinados do rotor induzido, criando um fluxo de campo magnético, que vai realizar a interação com o campo magnético induzido pelo bobinado localizado no estator. Tal processo acarreta o torque mecânico no eixo, o qual é necessário para o funcionamento do motor. Os motores denominados de indução de fase auxiliar são motores monofásicos em que observamos a utilização de um rotor chamado de gaiola de esquilo, o qual apresenta barras internas em curto nas extremidades. Internamente, o núcleo do estator (parte fixa do motor), que recebe os enrolamentos dos bobinados, é construído por lâminas de aço silício montadas e isoladas uma a uma. Ele tem seus dois enrolamentos confeccionados em suas ranhuras também isoladas eletricamente: um bobinado principal para o funcionamento em regime normal de uso, e outro, chamado de auxiliar, Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

13 12 usado momentaneamente para a partida do motor. Os bobinados ou enrolamentos do motor localizados no estator (designados como principal e auxiliar) são ligados em paralelo e recebem alimentação de uma fase ou de duas fases da rede elétrica, para a partida do motor. Assim que o motor atinge o seu regime de velocidade nominal, o bobinado auxiliar de partida deverá ser desligado. Podemos obtê- -lo automaticamente por uma chave mecânica rotativa ou centrífuga, que corta a ligação do circuito do enrolamento auxiliar quando atingirmos cerca de 80% da rotação normal de funcionamento. Uma outra solução adotada é o emprego de um relé elétrico, cuja bobina de atuação deverá ser devidamente ligada em série com o enrolamento principal do motor, na sua parte fixa que é o estator, ou de regime de funcionamento. Quando obtemos uma drástica redução da corrente nesse enrolamento, pelo fato do motor já estar muito próximo à velocidade nominal de uso, há o desarme do relé, cujo contato elétrico, ao abrir, interrompe o circuito do bobinado estatórico auxiliar. Normalmente, o enrolamento do circuito auxiliar é confeccionado por fios isolados (de cobre ou de alumínio) de bitola menor que o da bobina principal. Por esse motivo, é projetado para ser percorrido por uma intensidade de corrente intensa, visando um aumento do torque na partida do induzido, mas por pouco tempo. Caso não ocorra o seu desacoplamento, ou seja, se continuar sendo alimentado por um tempo maior do que o dimensionado, poderá superaquecer perigosamente, ocasionando a sua queima. Como todos os motores de indução de corrente alternada, aquele conhecido como de fase auxiliar tem semelhanças com os motores denominados de campo em derivação shunt, utilizados com corrente contínua (C.C. ou D.C.), isto é, possuem velocidade nominal aproximadamente constante, independentemente das variações das condições de carga no eixo do estator. O motor de indução de polos partidos é utilizado para situações em que são necessárias pequenas potências com alimentação monofásica. Isto se deve a sua relativa simplicidade e à robustez em sua forma de funcionamento. O rotor interno é gaiola de esquilo, o qual é produzido por barras longitudinais curto-circuitadas em suas extremidades. O estator apresenta polos salientes, muito parecidos com os existentes no motor universal, com a diferença de que Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

14 as bobinas de campo (estatóricas) são alimentadas diretamente pela rede de energia. Cada polo montado divide-se por ranhura aberta nas chapas de aço isoladas, as quais devem ser eletricamente isoladas com verniz dielétrico (tem a função de diminuir as correntes parasitas). Paralelamente ao eixo, uma das suas porções, em cada um dos polos, é circundada por um anel de cobre, conhecido como bobina de arrastamento. Estudaremos, objetivamente, o motor de indução, tipo assíncrono, de alimentação monofásica com partida capacitiva (também conhecido como capacitor alimentado por fonte de corrente ou tensão alternada). Em sua construção, ele se parece muito com o motor elétrico de fase auxiliar, mas, para que seja obtido um torque de partida maior com o objetivo de alcançar uma menor corrente na partida, um capacitor do tipo eletrolítico é ligado em série com o enrolamento estatórico auxiliar de partida. Quando o motor atinge a sua rotação normal, um dispositivo mecânico auxiliar instalado no eixo do rotor, normalmente de forma circular, centrífugo com molas de pressão, interrompe o circuito do enrolamento auxiliar após atingir, aproximadamente, 80% da velocidade nominal de rotação. Podemos citar ainda motores elétricos de indução com partida auxiliada por capacitor eletrolítico e funcionamento contínuo com capacitor permanente (ou capacitores que apresentam normalmente dois valores de capacitância), nos quais dois capacitores são empregados (geralmente um é usado na partida, denominado eletrolítico, e outro que é do tipo permanente ou de regime contínuo, que utiliza apenas uma medida de capacitância). Isso permite que, por meio comutador de interrupção centrífuga auxiliar de partida, uma porção da capacitância total continue ligada ao circuito do enrolamento auxiliar durante o funcionamento, o que melhora o fator de potência, aproximando-o da unidade de fator de potência (F.P.). Consequentemente, é reduzida a intensidade de corrente elétrica consumida pelo motor em seu regime normal, bem como o aquecimento e a temperatura do mesmo. Para determinados tipos de cargas leves, podemos utilizar um motor de indução com partida capacitiva, que possua apenas um capacitor, chamado de capacitivo permanente e não do tipo ele- 13 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

15 14 trolítico. O motor parte e funciona com dois bobinados (auxiliar e principal). O capacitor do tipo permanente é mantido durante todo o regime de funcionamento normal do motor e nenhum dispositivo ou chave de interrupção é necessário. Esse tipo de motor é utilizado quando há a necessidade de conjugado de partida não elevado, sob cargas leves no eixo. A escolha do tema de nosso estudo surgiu devido à real necessidade de conhecimento mais elaborado e específico em sistemas de partida de motores elétricos monofásicos e seus diversos tipos. Vários produtos de mercado são acionados por esses tipos de motores, e a falta do dimensionamento correto dos mesmos acarreta situações de ineficiência, sobrecarga e, por diversas vezes, a queima do elemento motriz. Em detrimento de um estudo que abordasse tais características, visamos apresentar e melhor compreender a importância desse sistema de maior eficiência para os seus usos específicos. Para o pesquisador autor dessa pesquisa, é de primordial importância desenvolver esse trabalho acadêmico, pois a sua realização trará muitos benefícios, tanto para o enriquecimento de sua carreira profissional, como para a ampliação de seus conhecimentos no dimensionamento técnico correto de motores elétricos monofásicos. Possivelmente, os resultados desse estudo serão incorporados ao cotidiano, o que irá melhorar os serviços de vendas, manutenção preditiva e corretiva, na conservação e no prolongamento da vida útil desses motores elétricos. A partir do problema proposto, o objetivo principal dessa pesquisa é apresentar um estudo teórico abrangente e relevante acerca de um tipo específico de partida, utilizando-se de capacitor em motores elétricos de indução monofásicos. Utilizando-se de fundamentos da engenharia elétrica, tenciona-se trazer informações claras e objetivas para serem utilizadas com relação a esse tipo de dispositivo e para o seu uso correto, visando o aumento da vida útil desses equipamentos. A metodologia empregada nesse estudo foi a de pesquisa aplicada, motivada pela necessidade de resolver problemas concretamente observados no dia a dia na área de engenharia elétrica. A Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

16 pesquisa bibliográfica foi usada como meio investigativo. Como cita Vergara (2007, p. 45), esse tipo de investigação [...] tem, portanto, finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador e situada, sobretudo, no nível de especulação. O desenvolvimento teórico se realizou através da pesquisa bibliográfica. As fontes de consulta utilizadas foram fontes impressas, como livros técnicos sobre o assunto, nos quais foram verificados os diversos tipos de funcionamento de motores monofásicos de indução, as suas características de funcionamento, bem como os inúmeros tipos de arranque encontrados nesses equipamentos DESENVOLVIMENTO Ao contrário dos motores polifásicos, como os trifásicos, por exemplo, os motores de corrente alternada do tipo monofásico apresentam várias concepções para as mais variadas aplicações. Na sua maioria, possuem eixo motriz tipo gaiola de esquilo, operando em regimes de trabalho diferenciados com relação aos motores polifásicos ou trifásicos, que trabalham somente se alimentados por três fases da rede elétrica. Esses motores são ligados por apenas dois fios condutores oriundos da rede de energia, sendo fase-neutro (127, 220 ou 254 volts) ou fase-fase (220 volts). Eles operam em vários graus de regimes de trabalho diferentes, normalmente intermitentes, com variações de tensão elétrica em sua alimentação, do fator de carga e conjugado solicitado no eixo. E, em sua grande maioria, são empregados em usos definidos ou específicos. A denominação dada aos motores monofásicos é assim caracterizada porque seus enrolamentos de campo ou bobinas são eletricamente conectados a uma fonte elétrica de tensão chamada monofásica, composta por dois fios somente, geralmente fabricados para uso em dupla tensão de trabalho. Em locais onde não há redes trifásicas, em detrimento das distâncias ou devido à utilização de potências não superiores a 3 CV, utilizamos motores do tipo monofásicos, apesar do custo de Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

17 16 aquisição ser superior ao custo dos motores trifásicos. Sobre isso, Munoz (1987, p. 190), afirma: [...] em tamanhos fracionários, utilizam-se motores monofásicos de indução mais extensamente que os polifásicos, devido à preponderância da corrente monofásica. Os motores elétricos de indução monofásicos, portanto, são uma alternativa mais viável para a instalação em locais onde não há fontes de alimentação trifásica, como em algumas regiões agrícolas, pequenas oficinas de reparos, residências, escritórios, entre outros. Podemos justificar a utilização desses motores apenas para usos em menores potências, isto porque são muito maiores as correntes observadas na utilização em tensões mais baixas. A utilização de rotor tipo gaiola de esquilo nesses motores justifica-se pela sua simplicidade de fabricação, pela sua robustez e pela manutenção simplificada. Esses motores são fabricados de tal forma a utilizarem bobinados auxiliares para a partida, os quais são posicionados e dimensionados de forma a criar uma fase fictícia e momentânea. Permite-se, assim, a formação de um campo girante necessário para a partida: [...] há vários métodos de arranque do motor de indução monofásico que visam melhorar o funcionamento. Os mais empregados são por: capacitor, resistor, polo auxiliar ou método de polo com retardamento parcial, etc. (MUNOZ, 1987, p. 186). Os motores monofásicos, devido as suas características construtivas, podem ser assim divididos: Motor monofásico Split-phase ou fase dividida; Motor monofásico com capacitor permanente; Motor monofásico Shaded-pole ou com polos sombreados; Motor monofásico com dois tipos de capacitores, partida eletrolítico e de regime permanente; Motor monofásico com capacitor de partida eletrolítico. O motor denominado como de fase dividida possui dois enrolamentos bobinados: um principal e um auxiliar. Ambos os enrolamentos estão defasados em 90 elétricos em seu espaço das Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

18 ranhuras localizadas no estator. Quando atingida uma determinada velocidade de rotação, o enrolamento da bobina auxiliar de partida é desligado de sua alimentação elétrica por uma chave interruptora, geralmente do tipo centrífuga, influenciada pela ação centrífuga da rotação do eixo do motor elétrico. Em alguns casos específicos, alguns sistemas de partida desses motores são caracterizados pelo uso de relés de corrente ou de relés eletrônicos. Conforme Munoz (1987, p. 201): 17 Relé. Dispositivo operado pela variação das características de um circuito elétrico, para efetuar a operação de outros dispositivos, no mesmo, ou em outro circuito elétrico. Seus contatos se situam no circuito de controle. Alguns motores possuem conjugado de partida igual ou ligeiramente superior que o nominal que foi projetado, limitando a sua aplicação em pequenas potências e em cargas que não solicitam um alto torque ou conjugado na sua partida. Nas palavras de Wilkinson (1982, p. 7), [...] para produzirem torque, todos os motores requerem a interação de dois campos magnéticos. Nos arranjos mais usuais estes campos são produzidos por dois conjuntos de enrolamentos, ambos percorridos por correntes supridas pela fonte de alimentação. Motores monofásicos com capacitor do tipo permanente apresentam seu bobinado auxiliar de partida e capacitor permanentemente ligados, sem haver a sua desconexão por atuação de qualquer dispositivo. O efeito do capacitor é o de criar um fluxo capacitivo, que se assemelha ao encontrado em motores polifásicos ou trifásicos, por exemplo. Com isso, temos um conjugado de partida máximo e uma melhora no fator de potência. Sobre isso, Torreira (1980, p. 66) afirma que: [...] existem, no entanto, motores que utilizam o capacitor e o enrolamento de partida permanentemente no circuito, o que elimina o contato centrífugo, torna o motor mais silencioso, mas, em contrapartida, faz com que o conjugado do motor seja reduzido. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

19 18 Por apresentar características especiais, a sua aplicação deverá ser devidamente analisada. O torque conjugado de sua partida é relativamente mais baixo ao do motor de fase dividida, pois se apresenta entre 50% a 100% do seu conjugado de partida nominal. Motores com polos sombreados são também chamados de motor de campo distorcido em razão do seu tipo de partida. É o tipo de motor monofásico mais básico e simples, econômico e factível, sendo que são, geralmente, confeccionados para faixas de pequenas potências não superiores a ¼ CV. Eles apresentam baixo conjugado de partida, variando de 15% a 50% da nominal, um baixo fator de potência e de rendimento elétricos. Os motores com dois capacitores (de partida e permanente) são motores monofásicos mais robustos, que utilizam as vantagens de partida com capacitor eletrolítico com alto conjugado na partida, bem como o funcionamento em regime de trabalho idêntico ao motor que utiliza capacitor permanente, que visa um desempenho superior, o que contribui para a melhoria de seu fator de potência. Normalmente, pelo seu maior valor agregado, esses motores são fabricados para potências acima de 1 CV, em atividades para as quais são exigidos motores que têm boa performance sob a carga na partida. Sua aplicação principal ocorre em instalações rurais, onde são necessários motores com potências consideráveis, ou onde ocorrem elevadas quedas de tensões em linhas elétricas. Os motores elétricos de capacitor de partida são os mais populares e de fácil aquisição no segmento comercial: [...] o motor de indução monofásico com partida a capacitor é quase idêntico em construção ao motor de fase auxiliar, mas para obter um torque de partida maior com menor corrente, um capacitor eletrolítico é usado em série com o enrolamento auxiliar (WILKINSON, 1982, p. 8). Já que apresenta seu enrolamento construído por um enrolamento principal de funcionamento (fios condutores de maior seção) e outro para impulsionar um torque em seu eixo motriz na partida, para obtermos um maior conjugado de partida do mesmo, temos a inclusão de um capacitor do tipo eletrolítico ligado em série com o enrolamento bobinado auxiliar (fios condutores de menor seção) Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

20 do estator. Após o desligamento do circuito auxiliar, o motor comporta-se como um motor de fase dividida. Devido ao seu elevado torque na partida (que pode chegar de 300 a 350% do nominal), o motor pode ser utilizado em uma vasta gama de produtos e de aplicações que necessitam partir sob a carga. É totalmente contraindicado na utilização em sistemas que necessitem de reversão de rotação instantânea, pois, devido à elevada corrente de partida, poderá incorrer na queima de seus bobinados pelo excesso de temperatura ao intercalar o sentido de giro do eixo motriz CONSIDERAÇÕES FINAIS Como conclusão desse trabalho, podemos destacar que a engenharia elétrica exerce um papel primordial para o progresso técnico da fabricação, da instalação e da manutenção de motores elétricos. Na análise efetuada acima, acerca dos sistemas de partida dos diversos tipos dos motores monofásicos projetados e fabricados comercialmente, observamos que o uso de capacitores na partida de motores monofásicos é substancialmente melhor na maior parte das aplicações a que se destina. A utilização de motores monofásicos como, por exemplo, em bombas, compressores de ar, ventiladores, máquinas agrícolas, eletrodomésticos e em uma infinidade de outras aplicações desses motores torna o mercado consumidor muitíssimo abrangente. Deparamo-nos, cotidianamente, com a aplicação inadequada do tipo de motor ao tipo de uso por um dimensionamento incorreto ou pela falta de informações técnicas complementares no momento da instalação desses dispositivos. É comum, por exemplo, a aplicação de motores do tipo split- -phase, que não utilizam capacitor para a partida em moto bombas d água. Ocorrem, muitas vezes, problemas de dimensionamento ou de projeto na instalação, podendo ocasionar a queima dos bobinados desses motores devido à queda de tensão elétrica excessiva não prevista para a instalação do equipamento. A falta da devida atenção na colocação de válvula de retenção na linha de descarga da bomba Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

21 20 também é um fator que vai influenciar em uma carga que vai exigir um conjugado de partida elevado. A partida auxiliar poderá não executar a correta partida do motor, ocasionando a queima dos bobinados auxiliar e principal por elevação de temperatura advinda da corrente excessiva nos mesmos. As implantações, as pesquisas e as descobertas de novas técnicas, bem como a identificação e a solução dos problemas nos motores elétricos monofásicos são as principais atribuições da área de engenharia elétrica. O engenheiro é submetido, diariamente, a diversas pressões das áreas de fabricação das indústrias para a solução dos problemas imediatos: meu motor elétrico quebrou e estou perdendo produção! Necessito que seja executada a manutenção rapidamente de minha máquina. Essa é uma frase muito comum no âmbito industrial. Normalmente, devido ao cada vez mais intenso e inquietante corre-corre diário, deixamos de raciocinar e de prever situações que podem ocorrer em médio e em longo prazos. Porém, certamente, se fossem resolvidos, em tempo hábil, os problemas crônicos encontrados, não estaríamos sendo esmagados e atropelados pelos problemas de curto prazo. A função da engenharia elétrica não é só manter a capacidade produtiva dos equipamentos e dos motores elétricos, mas, principalmente, saber detectar e agir em caso de problemas de falhas operacionais. Igualmente, saber propor soluções para a melhoria de performance e de aumento de rendimento dos mecanismos elétricos. Em muitos casos, denotamos que é muito mais econômico modernizar e corrigir defeitos, introduzindo melhorias nos motores elétricos monofásicos, do que mantê-los em seu projeto original de fábrica. Devemos ter a consciência de que a engenharia elétrica é um dos elementos impulsores de melhoria na produtividade e no retorno de investimento aplicado dentro do contexto industrial. Nos últimos anos, muitas mudanças tecnológicas ocorreram na fabricação dos motores elétricos monofásicos. Por isso, torna-se cada vez mais preponderante o gerenciamento orçamentário pelo menor custo e pela maior eficiência. Os fatores qualidade e custo Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

22 monetário exercem grande influência nas decisões quanto à compra e à instalação desses motores. Assim, é de suma importância ao engenheiro elétrico o conhecimento técnico das características de partida, operação, regime de funcionamento e tipos de carga aos quais podem ser submetidos os diversos tipos de motores elétricos monofásicos e as suas principais aplicações. Esse estudo visa à melhoria contínua dos estudos relacionados a esses motores, objetivando contribuir com mais uma valiosa ferramenta da engenharia para a criação, a correção, a manutenção e a avaliação de problemas que possam surgir cotidianamente. REFERÊNCIAS FITZGERALD, A. E. Máquinas elétricas. São Paulo: McGraw-Hill, HAMBLEY, A. R. Engenharia elétrica: princípios e aplicações. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, KOSOW, I. L. Máquinas elétricas e transformadores. 7. ed. Rio de Janeiro: Globo, LINDEBURG, M. R. Fundamentos de engenharia: teoria e prática. v. 3, Rio de Janeiro: LTC, MARTIGNONI, A. Máquinas de corrente alternada. 5. ed. Rio de Janeiro: Globo, MILEAF, H. Eletricidade sete. São Paulo: Martins Fontes, MUNOZ, N. T. Cálculo de enrolamentos de máquinas elétricas e sistemas de alarme. 4. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, RIZZONI, G. Fundamentos de engenharia elétrica. Porto Alegre: Bookman, TORREIRA, R. P. Manual básico de motores elétricos. 2. ed. Rio de Janeiro: Antenna, VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração. 9. ed. São Paulo: ATLAS, WILKINSON, K. Como rebobinar pequenos motores elétricos. Rio de Janeiro: Antenna, Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p. 9-21, jan./jun. 2017

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24 23 Proposta de um roteiro para a implantação do orçamento matricial objetivando ciclos contínuos de redução de custos e despesas Marcelo Fabiano de Souza PALOMBO 1 Thiago Francisco MALAGUTTI 2 Diego Fernandes SILVA 3 Resumo: A metodologia do orçamento matricial foi desenvolvida em meados de 1998, influenciada pelos conceitos do orçamento base zero, tendo como característica principal os ciclos contínuos de redução de custos. Desde a sua formulação e implantação, o orçamento matricial vem ganhando destaque no cenário gerencial das empresas brasileiras, principalmente, no processo de gestão dos custos e das despesas. Com uma metodologia que prioriza a implantação de ciclos contínuos de redução de custos e despesas, o orçamento matricial poderá ser alinhado com a busca incessante das organizações na otimização de suas estruturas operacionais. Desse modo, o estudo e o aprimoramento da metodologia do orçamento matricial podem contribuir no processo de gestão dos gastos das organizações, maximizando os seus resultados econômicos. Esse estudo tem como finalidade principal propor um roteiro para a implantação do orçamento matricial, objetivando criar ciclos contínuos de redução de custos e despesas. A estratégia de pesquisa parte da revisão da literatura sobre os temas: planejamento, orçamento e orçamento matricial, passando pela identificação das etapas necessárias para a implantação da metodologia matricial, com vistas a agregar, à metodologia, conceitos do ciclo PDCA (Plan, Do, Check e Act), os quais formam um importante mecanismo de controle de custos e despesas dentro das organizações, sobretudo, por adicionar um agente externo (gestor de pacote) na elaboração, na aprovação e no acompanhamento do orçamento. A visão matricial fomenta, ainda, diversas ações que contribuem para o processo constante de busca pela excelência na utilização dos gastos dentro das organizações, como, por exemplo: (i) as comparações internas e externas (benchmarking); e (ii) a identificação e a implantação de melhores práticas (melhoria contínua). Conclui- -se que, por se tratar de uma metodologia de gestão, os objetivos do orçamento matricial só serão alcançados se estiverem ligados diretamente à cultura organizacional da empresa e, enfaticamente, se existir a participação dos gestores em todos os níveis hierárquicos. Palavras-chave: Gestão de Custos e Despesas. Orçamento Matricial. Ciclo PDCA. 1 Marcelo Fabiano de Souza Palombo. Especialista em Gestão de Negócios pela Universidade Federal do Paraná. Graduando em Engenharia de Produção pelo Claretiano Centro Universitário. <marcelopalombo@hotmail.com>. 2 Thiago Francisco Malagutti. Mestre em Educação pelo Centro Universitário Moura Lacerda (CUML). Coordenador dos cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Engenharia de Produção do Claretiano Centro Universitário. <thiagomalagutti@claretiano.edu.br>. 3 Diego Fernandes Silva. Mestrando em Administração das Organizações pela Universidade de São Paulo (USP). Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade de Franca (UNIFRAN). Tem MBA em Engenharia e Inovação pelo Centro Universitário Uniseb. Atualmente é Professor, Tutor e Auxiliar de Coordenação do curso de Engenharia de Produção no Claretiano Centro Universitário. <diegosilva@claretiano.edu.br>. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

25 24 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

26 25 1. INTRODUÇÃO O orçamento empresarial surgiu no início do século XX, em meados de 1919, e passou por várias evoluções, acompanhando a modernização das teorias de gestão. Em um primeiro momento, predominou o orçamento empresarial, que dava ênfase na projeção dos resultados e, posteriormente, no controle. Em uma segunda fase, predominou o orçamento contínuo, com foco na revisão contínua, por meio do qual os dados mais recentes eram trocados pelas projeções futuras. O próximo passo foi a adoção do orçamento base zero, a partir do qual as projeções partiam do zero, ou seja, o futuro deveria ser pensado sem a consideração dos dados históricos e com a necessidade de justificativa sobre os gastos. Depois entrou em cena o orçamento flexível, com a projeção dos recursos para vários níveis de atividade. Naturalmente, o orçamento flexível migrou para o orçamento por atividade, estruturado nos conceitos de custeio e baseado em atividades e no uso de direcionadores para estimar e controlar os resultados. Finalmente, chega-se ao conceito de orçamento perpétuo, o qual prevê o uso de recursos fundamentados na relação de causa-efeito (LUNKES, 2003). A metodologia do orçamento matricial foi desenvolvida em meados de 1998, influenciada pelos conceitos do orçamento base zero, tendo como característica principal os ciclos contínuos de redução de custos e despesas. Diante do exposto, chega-se à seguinte pergunta: quais são as etapas necessárias para a implantação do orçamento matricial que seja capaz de viabilizar ciclos contínuos de redução de custos e despesas? Desde a sua formulação e implantação em 1998, o orçamento matricial vem ganhando destaque no cenário gerencial das empresas brasileiras, principalmente, no processo de gestão de custos e despesas. Com uma metodologia que prioriza a implantação de ciclos contínuos de redução de custos e despesas, o orçamento matricial Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

27 26 poderá ser alinhado com a busca incessante das organizações pela otimização de suas estruturas operacionais. Destaca-se, ainda, o atual cenário econômico em que operam as empresas brasileiras, influenciado por uma crise político-financeira. Nesse contexto, dentro das companhias, o controle eficaz das estruturas de custos e despesas pode ser conceituado como uma das estratégias mais importantes para a manutenção da atividade econômica. Desse modo, o estudo e o aprimoramento da metodologia do orçamento matricial podem contribuir no processo de gestão dos gastos das organizações, maximizando os seus resultados econômicos. A pesquisa tem como interesse principal propor um roteiro para a implantação do orçamento matricial com o objetivo de criar ciclos contínuos de redução de custos e despesas. Os objetivos secundários da pesquisa são: Revisar a bibliografia sobre os temas: planejamento, orçamento e orçamento matricial; Identificar quais são as etapas necessárias para a implantação do método de orçamento matricial; Identificar as possíveis relações entre o ciclo PDCA e a metodologia matricial que contribuem para a implantação de ciclos contínuos de redução de custos; e Responder ao problema da pesquisa. A pesquisa [...] sempre parte de um problema, de uma interrogação, de maneira a responder necessidades de geração de conhecimento sobre um problema ou fenômeno (PALOMBO, 2006, p. 30). Para Gil (2002, p. 37), a pesquisa possui um caráter pragmático, que é caracterizado como [...] um processo formal e sistematizado de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental de toda pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

28 Alves (2003, p. 59) define metodologia como: Figura 1. Estratégia da pesquisa. 27 [...] um instrumento do pesquisador, uma vez que é através da especificação dos caminhos a serem adotados que se torna possível delimitar a criatividade de definir o como, onde, com quem, com quê, quanto e de que maneira se pretende captar a realidade e seus fenômenos. A estratégia da pesquisa parte da revisão da literatura sobre os temas: planejamento, orçamento e orçamento matricial, passando pela identificação das etapas necessárias para a implantação da metodologia matricial, por meio da agregação, à metodologia, de conceitos do ciclo PDCA com o objetivo de que o roteiro proposto contemple ciclos contínuos de redução de custos e despesas. A estratégia da pesquisa pode ser melhor visualizada na Figura 1. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

29 28 2. DESENVOLVIMENTO Planejamento Segundo Ferreira (2009, p. 1575): [...] planejamento é o trabalho de preparação para qualquer empreendimento, segundo roteiro e métodos determinados. Processo que leva ao estabelecimento de um conjunto coordenado de ações visando à consecução de determinados objetivos. Para que as atividades que são desenvolvidas nas empresas alcancem os objetivos e os resultados esperados, elas devem estar atreladas a outros objetivos maiores e não devem ser desenvolvidas de forma aleatória. Portanto, necessitam ser planejadas e controladas (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2008). Catelli (2007) destaca que os gestores desempenham as suas atividades utilizando um processo formal de gestão. Nele, as decisões ocorrem na fase de planejamento e nas etapas de execução e de controle. Para que um processo de gestão sirva de suporte à tomada de decisão, ele deve comtemplar as seguintes etapas: a) planejamento estratégico: como serão alocados os recursos da empresa (em longo prazo) para que as metas e os objetivos futuros sejam alcançados; b) planejamento operacional: quais recursos e/ou atividades são necessários para que um objetivo seja realizado; c) programação: alocação das atividades (recursos) ao longo de um período; e d) execução e controle: verificação de atendimento e de alcance de objetivos, planos, políticas e padrões (FIGUEIREDO; CAGGIA- NO, 2008). Sobre isso, Lunkes (2003) conclui que o conhecimento do planejamento possibilita a compreensão do processo orçamentário, pois é na fase do planejamento que são definidas as metas e os objetivos da empresa. Após uma breve explanação sobre o tema planejamento, evidenciam-se, a seguir, alguns conceitos sobre orçamento. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

30 29 Orçamento O orçamento pode ser entendido como a tradução da estratégia de uma organização. Confeccionado na etapa do planejamento tático ou operacional, o orçamento servirá de base para o processo de execução e controle. Na visão de Lunkes (2003, p. 18), o orçamento [...] tem como princípio fundamental o planejamento e o controle do resultado, através do planejamento formal, da coordenação efetiva e do controle dinâmico das operações da empresa. Já Frezatti (2007) compreende o orçamento como um dos pilares do processo de gestão, o qual contribui para a implantação da accountability, ou seja, a obrigação dos gestores em prestar contas de suas atividades e dos recursos sob a sua responsabilidade. Figueiredo e Caggiano (2008, p. 20) destacam também que [...] o orçamento é um instrumento direcional constituído de planos específicos em termos de datas e de unidades monetárias, visando orientar a administração para atingir os fins específicos. Nesse sentido, Frezatti (2007) afirma que o orçamento, além de ser um plano financeiro, é um compromisso dos gestores com as metas e com os objetivos da organização. Os objetivos do orçamento são o planejamento, a coordenação e o controle, que visam orientar a execução das atividades, coordenar os esforços das áreas por meio do envolvimento de toda a organização, otimizar o resultado global da empresa, reduzir os riscos operacionais e facilitar a identificação das causas dos desvios entre o que foi planejado e o que foi realizado, o que propicia a implantação de ações corretivas (FIGUEIREDO; CAGGIANO, 2008). Lunkes (2003) enfatiza que o orçamento proporciona uma disciplina no controle financeiro da organização e de suas divisões ou unidades, o que o torna peça fundamental nos sistemas de gestão. Até o momento, conceituou-se o orçamento em termos de objetivos e de importância, sem evidenciar as diversas técnicas en- Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

31 30 contradas na literatura para a sua execução. No tópico a seguir, serão apresentados os conceitos inerentes a um modelo específico de processo orçamentário, denominado orçamento matricial. Orçamento matricial O orçamento matricial é um dos mais recentes conceitos de controle orçamentário. Ele sugere um exame detalhado dos gastos, com a definição de metas de redução específicas. Tais metas são definidas de acordo com o desempenho de cada departamento, gerência ou unidade de negócio, para isso, as melhores práticas são comparadas (PADOVEZE; TARANTO, 2009). Wanzuit (2009) destaca que o orçamento matricial, também denominado de gestão matricial de despesas (GMD), surgiu na Ambev, em 1998, para o orçamento de Como a ferramenta gerou uma economia de aproximadamente 152 milhões de reais, passou a ser amplamente utilizada no meio empresarial, inclusive em instituições públicas. Além de oferecer desafios compatíveis com o potencial de ganho de cada área, o controle matricial traz uma sistemática eficaz de acompanhamento e controle de custos e despesas (PADOVEZE; TARANTO, 2009). O orçamento matricial tem relação com a metodologia do ciclo PDCA. Tal sigla significa: Plan (Planejar), Do (Executar), Check (Verificar) e Act (Agir). Segundo Wanzuit (2009), na fase de planejamento (P), há a confecção do orçamento matricial, já a execução e o acompanhamento do mesmo ocorrem nas fases (D), (C) e (A). Rodrigues, Estivalete e Lemos (2008, p. 2) atestam que [...] o ciclo PDCA é considerado como um método de gestão, representando o caminho a ser seguido para que as metas estabelecidas possam ser atingidas. Na opinião de Padoveze e Taranto (2009, p. 61), a metodologia do orçamento matricial está apoiada em três definições: Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

32 31 (i) variável de análise: é uma conta contábil ou mesmo um grupo de contas contábeis homogêneas em relação aos lançamentos que a originam (de mesma natureza); (ii) pacotes: são agrupamentos de variáveis de análise relacionadas ao mesmo tema; e (iii) entidades: é o menor nível em que serão realizados os levantamentos de dados. Pode ser uma unidade organizacional da empresa ou um centro de custo. Na visão de Carvalho (2012), o orçamento matricial é baseado em: a) no controle cruzado: dois gestores são responsáveis pelos recursos; b) desdobramento dos gastos: todos os custos e as despesas devem ser abertos até o menor nível de contabilização; e c) acompanhamento sistemático: confrontação dos valores realizados com os valores orçados. Conforme Carvalho (2012, p. 45) observa-se que: [...] o controle cruzado tem como vantagem: (i) aumento do conhecimento técnico das equipes; (ii) melhora da coordenação da equipe; (iii) ganho na especialização das atividades; (iv) melhor uso dos recursos da empresa; e (v) melhora no cumprimento de prazos e orçamento. Como desvantagens do controle cruzado (matricial), Padoveze e Taranto (2009, p. 66) destacam: (i) como mais pessoas participam das decisões, as aprovações são mais lentas e os projetos atrasam; e (ii) é necessário lidar com gestores que têm culturas, ideias e personalidades diferentes. Para Carvalho (2012) o detalhamento dos custos e das despesas garante que o recurso realizado foi identificado até o último nível da organização, o que facilitará o processo de definição das metas nos diferentes níveis operacionais da empresa. Ainda conforme o autor, ele conclui que o processo de acompanhamento do orçamento matricial ocorre em reuniões, as quais podem ser mensais ou em períodos pré-determinados. Nelas, são apresentados os resultados da confrontação entre o que foi realizado versus o que foi orçado, e os planos de ação necessários para o alcance das metas e dos objetivos estabelecidos. O método de orçamento matricial é relativamente novo no mundo dos negócios. Com o objetivo de contribuir para a disseminação dessa metodologia de gestão, detalha-se, a seguir, uma pro- Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

33 32 posta de roteiro para a implantação do orçamento matricial em uma empresa. Proposta de roteiro para a implantação do orçamento matricial Nesta seção, apresenta-se uma proposta de roteiro para a implantação do orçamento matricial vinculado às fases do ciclo PDCA. O roteiro foi desenvolvido com base na experiência do autor dessa pesquisa com a metodologia matricial. Primeiramente, serão mostrados alguns termos próprios que caracterizam esse tipo de processo orçamentário, em seguida, descrevem-se as 13 etapas propostas no roteiro de implantação. O roteiro foi idealizado para facilitar o entendimento acerca dos conceitos envolvidos na metodologia matricial e sugerir um guia, tipo passo a passo, para a sua implantação. Enfatiza-se que o roteiro segue as fases do ciclo PDCA, o que contribui para que processo matricial de controle de gastos mantenha um ciclo contínuo dentro da organização. Termos utilizados no roteiro No desenvolvimento do roteiro, serão utilizadas algumas terminologias próprias. Para a perfeita compreensão da metodologia matricial, serão descritos alguns termos a seguir: (i) O orçamento matricial adota duas perspectivas: donos e gestores de pacotes e gestores de entidades, conforme demonstrado na Figura 2. O papel e a responsabilidades de cada gestor na metodologia matricial serão evidenciados no modelo proposto. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

34 33 Figura 2. Perspectivas do orçamento matricial. Fonte: elaborado pelos autores. (ii) Pacotes: são agrupamentos de contas, contábeis ou gerenciais, que possuam uma mesma natureza de realização. Por exemplo: o pacote de serviços de terceiros seria formado pelas contas contábeis que relacionam os diversos prestadores de serviços, tais como: consultoria técnica, auditoria, serviços de segurança e vigilância, serviços de limpeza, etc.; e (iii) Entidades: podem ser entendidas como um agrupamento de centros de custo. Em muitos casos, uma entidade representa uma área ou um departamento da empresa. Como exemplos de entidades, apontam-se: área comercial, área administrativa, departamento de engenharia, departamento da qualidade, setor de usinagem, setor de montagem, setor de pintura, etc. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

35 34 Roteiro proposto O roteiro objetiva descrever, de forma clara, as 13 etapas propostas para a implantação do orçamento matricial vinculadas às fases do ciclo PDCA. Planejamento do orçamento matricial (Plan) O planejamento é a principal fase da implantação do orçamento matricial. Nessa fase, que compreende as oito primeiras etapas do roteiro, será constituída a equipe de trabalho, serão definidos os pacotes e as entidades e, principalmente, tem-se, como pauta, a definição das diretrizes orçamentárias e a elaboração do orçamento. A seguir, descrevem-se, de forma detalhada, as etapas da fase de planejamento. Etapa 1 Definição da equipe de trabalho O orçamento matricial é uma metodologia de gestão. Necessita da participação dos diversos níveis hierárquicos da organização na sua implantação e, posteriormente, na manutenção e na disseminação da metodologia. Como sugestão de uma equipe de trabalho para a implantação e a manutenção do projeto, tem-se: (i) Sponsor do orçamento matricial: será o responsável (patrocinador) pelo orçamento matricial. Recomenda-se que essa posição seja ocupada por um membro da alta gestão, pois terá como responsabilidades: gestão de todo o processo, disseminação da metodologia, viabilização da implantação das melhores práticas, seleção das indicações de gestores de pacote, condução das reuniões de elaboração e acompanhamento do orçamento matricial; (ii) Gestores de pacote: são os responsáveis pelo orçamento e pelo acompanhamento do pacote. Conforme já foi definido, o pacote consiste em um agrupamento de contas contábeis ou gerenciais de mesma natureza. Sugere-se que as posições de gestores de pacote sejam preenchidas por integrantes da alta gestão. O ideal é que cada pacote tenha um dono e um ges- Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

36 tor, e que estas posições sejam ocupadas por um membro da diretoria e outro da gerência, sempre que possível. Como responsabilidades dos gestores de pacotes, podem ser citadas: (a) definição das diretrizes orçamentárias; (b) cobrança dos gestores de entidades sobre o cumprimento do orçamento; (c) identificação de oportunidades de redução de custos e despesas em seus pacotes; (d) disseminação das melhores práticas de realização de custos e/ou despesas por toda a organização; e (e) participação nas reuniões de elaboração e acompanhamento do orçamento matricial, apresentando os resultados do pacote e os planos de ação necessários para o cumprimento do orçamento; (iii) Gestores de entidade: asseguram que os recursos da empresa estão sendo consumidos em conformidade com as regras e as metas definidas pelos gestores de pacote. Conforme já comentado, entidades são a representação de uma área, um departamento ou um setor. Os gestores de entidades são os membros da organização responsáveis pela gestão direta do orçamento de suas respectivas áreas, departamentos ou setores. Suas principais atribuições são: (a) seguir as orientações dos gestores de pacote; (b) justificar as distorções orçamentárias; (c) elaborar planos de ação corretivos para o cumprimento do orçamento; e (d) identificar possíveis oportunidades de redução de custos e/ou despesas em suas áreas de atuação; (iv) Condutor do orçamento matricial: é responsável pela gestão de todo o processo do orçamento matricial. Recomenda-se que a condução do processo seja feita pelo pessoal da área de controladoria da organização em função da sua visão sistêmica de todos os demais processos da empresa. São responsabilidades da área que irá conduzir o orçamento matricial: (a) participação na definição dos pacotes e das entidades; (b) gestão da base de informações para a elaboração e o acompanhamento do orçamento matricial; (c) condução das reuniões de elaboração e acompanhamento; (d) acompanhamento de todos os planos de ação; (e) treinamento dos gestores de pacote e dos gestores de entidades; e (f) zelo pela metodologia. 35 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

37 36 Etapa 2 Levantamento das informações econômico-financeiras Consiste em analisar o histórico dos lançamentos contábeis com o objetivo de identificar a natureza das contas e os diversos geradores de gastos (empresas, filiais, unidades, áreas, departamentos, setores, etc.). Em resumo, essa etapa consiste em conhecer quais são os custos e as despesas das operações e quais são os agentes que consomem tais recursos. Recomenda-se que as informações econômico-financeiras tenham confiabilidade e que sejam fornecidas pela área de controladoria. Etapa 3 Definição dos pacotes e dos seus respectivos gestores Após o levantamento histórico das informações econômico- -financeiras da organização, procede-se ao agrupamento das contas contábeis de mesma natureza para a criação dos pacotes. Sugere-se o agrupamento de contas de mesma natureza de gasto para facilitar a gestão do pacote e maximizar a identificação de oportunidades de redução de custos. Após a composição do pacote, o sponsor do projeto deve nomear um gestor e um dono, os quais realizarão a gestão das contas contábeis. Recomenda-se que o gestor e o dono do pacote não tenham envolvimento direto com o grupo de contas que compõem o pacote, evitando-se, com isso, possíveis conflitos de interesse dentro da metodologia do orçamento matricial. Recomenda-se, ainda, a troca dos gestores de pacote a cada cinco anos, objetivando a manutenção da metodologia. Etapa 4 Definição das entidades e dos seus respectivos gestores Dentro da perspectiva do orçamento matricial, as entidades são agrupamentos de centros de custo ou de centros de recurso que identificam uma determinada área, departamento ou setor. O agrupamento dos centros de custo se faz necessário para o ganho de sinergia na gestão dentro da metodologia matricial, pois, em muitos casos, um departamento, por exemplo, é constituído por mais de um centro de custo. Ao contrário do que ocorre com os gestores de pacote, os gestores de entidades devem ser os próprios gestores das áreas, ou seja, os gestores de entidade são integrantes da organização e têm poder de decisão em seus departamentos ou setores. Eles asseguram que os recursos da empresa estão sendo consumidos em Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

38 conformidade com as regras e as metas definidas pelos gestores de pacote. Etapa 5 Estudo das informações econômico-financeiras e definição das diretrizes orçamentárias Após a definição dos pacotes e de seus respectivos gestores, inicia-se a etapa de estudos das contas contábeis e de definição das diretrizes orçamentárias (DO). A diretriz orçamentária tem como objetivo regular a utilização de recursos e direcionar a alocação de gastos da empresa. A DO pode ser uma meta que define os limites que devem ser assumidos pelas entidades na elaboração do orçamento ou uma regra ou política da empresa, que estabelece a forma como são consumidos certos recursos, como, por exemplo, os gastos com viagens. A definição da DO é de responsabilidade do gestor de pacote e deve ser realizada com o objetivo de identificar as oportunidades de redução de custos e as despesas dentro da organização. Dentre as metodologias aplicadas para esse trabalho, destaca-se a realização de benchmarking, ou seja, comparações sistemáticas internas, entre entidades ou com os valores históricos, ou comparações externas, com outras empresas do segmento ou com o mercado. Etapa 6 Divulgação das diretrizes orçamentárias e formação do orçamento sugerido As diretrizes orçamentárias definidas pelos gestores de pacote devem ser divulgadas para os gestores de entidades e, posteriormente, para os demais membros da organização que possuem algum relacionamento com o processo. A DO é base para a formação do Orçamento Sugerido, que recebe este nome por ser uma sugestão de orçamento elaborada pelo gestor de pacote. O Orçamento Sugerido sintetiza o melhor nível operacional em que a empresa poderia trabalhar, sendo resultado dos estudos dos gestores de pacote na busca por oportunidades de redução dos gastos para toda a organização. Portanto, uma comunicação assertiva das diretrizes orçamentárias é fundamental para a compreensão do Orçamento Sugerido. 37 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

39 38 Etapa 7 Elaboração do orçamento proposto Caso os gestores de entidade não aceitem o Orçamento Sugerido, eles podem elaborar uma proposta orçamentária, que receberá o nome de Orçamento Proposto. Em síntese, o Orçamento Proposto diverge das diretrizes orçamentárias (DO), por isso, essas variações devem ser devidamente justificadas pelos gestores de entidade. Etapa 8 Negociação e aprovação do orçamento É última etapa da elaboração do orçamento. Consiste na aprovação ou na negociação do Orçamento Proposto por parte dos gestores de pacote. Vale a pena destacar que a aprovação final do orçamento matricial é de responsabilidade do gestor de pacote, e que todas as variações orçamentárias em relação ao Orçamento Sugerido (elaborado com base nas diretrizes orçamentárias) devem ser justificadas pelos gestores de entidade e aprovadas pelos gestores de pacote. Essa mecânica de justificativa e aprovação visa garantir o balanceamento final do pacote, ou seja, caso uma área necessite de mais recursos, por exemplo, cabe ao gestor de pacote identificar, dentro do pacote, uma oportunidade de redução na mesma área (em outra conta) ou em outros departamentos para equilibrar o orçamento. Conforme foi explicitado, o Orçamento Sugerido sintetiza o melhor nível operacional em que a empresa poderia trabalhar. Portanto, é de responsabilidade do gestor de pacote manter o orçamento final dentro dos patamares definidos nas diretrizes orçamentárias. Execução do orçamento matricial (Do) A execução do orçamento matricial é a fase como ocorre a realização, por parte das entidades, dos planos e dos objetivos definidos na fase de planejamento. Etapa 9 Execução do orçamento matricial Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

40 Após o encerramento das etapas de elaboração e aprovação, inicia-se a execução do orçamento matricial, que consiste na realização dos recursos. Atualmente, a maioria das organizações possui sistemas computacionais denominados Enterprise Resource Planning (ERP), que são responsáveis pela contabilização de todas as transações que ocorrem na organização e, em muitos casos, tais sistemas também estão integrados com o processo orçamentário matricial, facilitando o processo de acompanhamento. É relevante ressaltar que a execução do orçamento matricial é feita pelos gestores de entidade, os quais são colaboradores com autonomia para consumir os recursos da organização. Acompanhamento do orçamento matricial (Check) Na fase de acompanhamento do orçamento, que compreende duas etapas do roteiro, ocorre a confrontação entre os recursos realizados versus os recursos planejados. Nesse momento, as distorções orçamentárias podem ser corrigidas com a identificação de oportunidades de redução de gastos para equilibrar o orçamento aprovado. Etapa 10 Acompanhamento do orçamento matricial Na etapa de acompanhamento do orçamento matricial, ocorre a confrontação entre os valores realizados e os valores aprovados no orçamento matricial. As possíveis distorções orçamentárias devem ser justificadas pelos gestores de entidade e posteriormente aprovadas pelos gestores de pacote. O processo de acompanhamento consiste em um monitoramento do orçamento matricial, com o objetivo de identificar as variações entre o planejamento aprovado e a realidade da empresa. Etapa 11 Identificação de oportunidades A identificação de oportunidades de redução de gastos pode ocorrer no processo de justificativas das distorções orçamentárias, quando os gestores de entidades identificam oportunidades em suas áreas para assegurar o cumprimento do orçamento matricial, ou por meio do trabalho dos gestores de pacote na análise do pacote. Em 39 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

41 40 última instância, a responsabilidade de identificação de oportunidades de redução de gastos é dos gestores de pacote. Cabe aos gestores de pacote analisar o pacote como um todo e apontar oportunidades de redução, mesmo que o próprio gestor de entidade não tenha identificado tal ocasião favorável. Planos de ação e disseminação das melhores práticas (Act) A última fase do roteiro corresponde à criação de planos de ação e disseminação das melhores práticas, ou seja, a disseminação das oportunidades de redução de custos e despesas que foram identificadas na fase de acompanhamento do orçamento. Etapa 12 Criação de planos de ação Os planos de ação corretivos podem decorrer das oportunidades identificadas na etapa anterior ou para ajustar uma determinada variação orçamentária, objetivando o cumprimento do orçamento matricial. Conforme já foi mostrado, em um primeiro momento, a criação de planos de ação deve partir dos gestores de entidade no momento de elaboração das análises e das justificativas das variações orçamentárias em seus respectivos departamentos ou setores. Entretanto, os gestores de pacote podem sugerir planos corretivos decorrentes dos estudos realizados nos pacotes. Um resumo do roteiro proposto para a implantação do orçamento matricial vinculado às etapas do ciclo PDCA pode ser visualizado na Figura 3. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

42 41 Figura 3. Resumo do roteiro proposto. Etapa 13 Disseminação das melhores práticas O processo de acompanhamento do orçamento matricial gera várias análises nas áreas, feitas pelos gestores de entidade, e nos pacotes, fruto dos estudos dos gestores de pacote na busca constante pela minimização dos custos e das despesas. Tais oportunidades devem ser analisadas e disseminadas por toda a organização, propiciando ciclos de melhoria contínua. A responsabilidade de implantação e disseminação das melhores práticas é dos gestores de pacote, os quais, através do pacote, têm uma visão geral da organização e, com isso, conseguem verificar a aplicabilidade das melhorias nos diversos setores e/ou unidades da empresa. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo desse trabalho foi propor um roteiro para a implantação do orçamento matricial, objetivando a criação de ciclos contínuos de redução de custos e despesas nas organizações que adotam ou venham a adotar essa metodologia. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

43 42 O roteiro proposto foi elaborado com base na experiência do autor dessa pesquisa com o orçamento matricial, e visa demonstrar, de forma objetiva, os passos necessários para a implantação da metodologia em qualquer tipo de empresa. Os conceitos da metodologia matricial, vinculados ao ciclo PDCA, formam um importante mecanismo de controle de custos e despesas dentro das organizações, sobretudo, por adicionar um agente externo (gestor de pacote) na elaboração, na aprovação e no acompanhamento do orçamento. A visão matricial fomenta diversas ações que contribuem para o processo constante de busca pela excelência na utilização dos gastos dentro das organizações, como, por exemplo: (i) as comparações internas e externas (benchmarking); e (ii) a identificação e a implantação de melhores práticas (melhoria contínua). Por se tratar de uma metodologia de gestão, os objetivos do orçamento matricial só serão alcançados se estiverem ligados diretamente à cultura organizacional da empresa e, principalmente, se existir a participação dos gestores nos diversos níveis hierárquicos. REFERÊNCIAS ALVES, M. Como escrever teses e monografias. Rio de Janeiro: Campus, CARVALHO, P. T. O uso do orçamento matricial como uma ferramenta para o planejamento econômico-financeiro e para a melhoria de resultados f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre (RS), Disponível em: < handle/10183/76178/ pdf?sequence=1>. Acesso em: 21 fev CATELLI, A. (Org). Controladoria: uma abordagem da gestão econômica GECON. 2. ed. São Paulo: Atlas, FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 4. ed. Curitiba: Positivo, FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. Controladoria: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

44 FREZATTI, F. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. 4. ed. São Paulo: Atlas, GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, LUNKES, R. J. Contribuição à melhoria do processo orçamentário empresarial f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Disponível em: < br/bitstream/handle/ /84627/ pdf?sequence=1>. Acesso em: 22 fev PADOVEZE, C. L.; TARANTO, F. C. Orçamento empresarial: novos conceitos e técnicas. São Paulo: Pearson Education do Brasil, PALOMBO, L. F. R. Processos de gestão da inovação na sociedade em rede: uma abordagem em engenharia ontológica f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção e Sistemas) Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC- PR), Curitiba, Disponível em: < a088473d04da887d044dbfbf413bc7bb/details>. Acesso em: 10 mar RODRIGUES, C. M. C.; ESTIVALETE, V. F. B.; LEMOS, A. C. F. V. A etapa planejamento do ciclo PDCA: um relato de experiências multicasos. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Anais eletrônicos. Rio de Janeiro: ABREPO, p Disponível em: < abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_tn_sto_069_496_12017.pdf>. Acesso em: 22 fev WANZUIT, D. R. D. Proposta de uma sistemática de apoio à implantação do orçamento matricial o caso de uma indústria de alimentos f. Dissertação (Mestrado Profissional em Engenharia de Produção) Escola de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre (RS), Disponível em: < handle/10183/19053/ pdf?sequence=1>. Acesso em: 19 fev. 43 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

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46 45 Liderança 360º (Liderança a partir da Influência) Vera Beatriz SANTOS 1 Thiago Francisco MALAGUTTI 2 Diego Fernandes SILVA 3 Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar o conceito de liderança 360º, de John C. Maxwell, procurando relacionar tal conceito com a definição de outros autores sobre liderança. A liderança 360º é aquela que ocorre a partir da influência, podendo ser exercida por qualquer profissional na posição em que ele está. Profissionais que atuam nos níveis médios das organizações como analistas, especialistas, supervisores, gerentes, etc., muitas vezes, são cobrados para atingirem altos níveis de rendimentos em prol dos resultados. Com efeito, não raras vezes, ficam sufocados, pois diversos resultados dependem não somente de atuações técnicas e individuais, mas também do trabalho de outros profissionais do mesmo nível ou de níveis hierárquicos abaixo, e até mesmo de chefes, de níveis acima. Liderar em 360º implica em influenciar pessoas que estão em posições acima, tais como chefes, colegas que estão atuando nos mesmos níveis, e pessoas que estão em níveis abaixo. Essa pesquisa procura mostrar como é possível liderar em 360º sem ocupar cargos de chefia e como é possível, através da liderança 360º, agregar valor aos chefes, aos colegas do mesmo nível, aos colegas de níveis abaixo e, consequentemente, à organização. As considerações do trabalho poderão ser relevantes para os profissionais da área de engenharia de produção e das demais áreas, com vistas a uma melhoria de desempenho profissional e de resultados individuais e coletivos a partir do desenvolvimento de métodos de liderança e de influência, fazendo com que mudanças e atitudes necessárias partam de cada um dos profissionais envolvidos na organização. Palavras-chave: Liderança 360. Liderança. Influência. 1 Vera Beatriz Santos. Discente do curso de Engenharia de Produção do Claretiano Centro Universitário. <beatriz.l.s@hotmail.com>. 2 Thiago Francisco Malagutti. Mestre em Educação pelo Centro Universitário Moura Lacerda (CUML). Coordenador dos cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Engenharia de Produção do Claretiano Centro Universitário. <thiagomalagutti@claretiano.edu.br>. 3 Diego Fernandes Silva. Mestrando em Administração das Organizações pela Universidade de São Paulo (USP). Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade de Franca (UNIFRAN). Tem MBA em Engenharia e Inovação pelo Centro Universitário Uniseb. Atualmente é Professor e Auxiliar de Coordenação do curso de Engenharia de Produção no Claretiano Centro Universitário. <diegosilva@claretiano.edu.br>. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

47 46 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

48 47 1. INTRODUÇÃO A exigência por profissionais produtivos e capacitados tem se tornado uma necessidade em todas as áreas do mercado, cada vez mais competitivo. O número de pessoas com alta capacidade técnica aumenta a cada dia, principalmente, em momentos de crise econômica, período no qual o número de profissionais em busca de melhor colocação ou recolocação no mercado tende a aumentar. Tornar-se um melhor profissional poderá implicar não só em buscar maior qualificação técnica específica, mas em ter que melhorar a performance como um todo: comportamento, entrega de tarefas, organização, condução de projetos etc. John C. Maxwell, em sua teoria da liderança 360º, aborda que os profissionais devem buscar a excelência em suas atuações, tendo como objetivo gerar resultados e agregar valor a si mesmos, às organizações onde trabalham, aos colegas e aos chefes. O autor aponta, como um dos caminhos para alcançar tais objetivos, a liderança 360, que é aquela exercida através da influência. Segundo Maxwell (2012), a verdadeira medida da liderança é a influência. A liderança, para o estudioso, é uma escolha que se faz, não um lugar que se ocupa. Liderar em 360º significa atuar na posição em que se está e influenciar as pessoas que estão no mesmo nível, as que estão em posições abaixo, bem como os chefes, que ocupam posições hierárquicas acima. Os autores Maxwell e Dornan (2011) defendem a ideia de que a influência é uma ótima ferramenta para alcançar os objetivos desejados, quando é utilizada com inteligência. A influência pode levar as pessoas a ter motivação para fazer o melhor de si dentro das suas atividades, ainda que não estejam ocupando cargos formais de liderança. Através da influência, profissionais poderão ser movidos para a busca de uma melhor qualificação, tendo como objetivo, por exemplo, uma melhora no seu desempenho. Na obra em que abordam o contexto e as perspectivas de liderar, Gowert e Fernandes (2012) tratam a liderança como uma competência, podendo, dessa forma, ser desenvolvida satisfatoriamente. O ato de liderar implica em conduzir um grupo a um Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

49 48 determinado objetivo. Observa-se a existência de líderes nos mais diversos meios, como estudantis, profissionais, familiares, de movimentos sociais, etc.. As autoras dizem que um período de observação de um grupo pode ser suficiente para a identificação do líder. Gowert e Fernandes (2012) definem o líder como o indivíduo que leva um grupo na direção de um alvo, fazendo com que todos se empenhem ao máximo para o alcance do objetivo. Nessa perspectiva, a liderança também é exercida a partir da capacidade do líder de influenciar o grupo, podendo, assim, conduzi-lo. Para Bradford e Cohen (2012), uma parte importante do sucesso na tarefa de liderar está em influenciar pessoas sobre as quais não se tem nenhuma autoridade formal. Assim, como na teoria da liderança 360º, os resultados são atingidos a partir da influência, ou da capacidade de influenciar pessoas. É possível que influência e manipulação sejam confundidas, ou que influência seja considerada como manipulação. Porém, uma reflexão sobre o tema resultará na compreensão de que a influência busca resultados maiores e o alcance de objetivos coletivos, já a manipulação leva em consideração somente o individualismo. De acordo com esses autores, a manipulação pode ser considerada antiética e gera, com frequência, reações contrárias e não agradáveis. A influência, no entanto, pode ser praticada por todas as pessoas sem trazer danos, mas sim resultados positivos. Para Cortella e Mussak (2013), a liderança não é um cargo, é uma condição, uma atitude, um comportamento humano. Tal comportamento está presente nas relações humanas, nas quais, quando observadas, é possível identificar os que lideram e os que são liderados. Entende-se também que não é possível liderar o tempo todo, ou seja, em determinadas circunstâncias uma pessoa está liderando e, em outra circunstância, está sendo liderada. A partir da diferenciação da atitude de liderança nos cargos de chefia ou de supervisão (supervisores, gerentes, diretores, presidentes etc.), percebe-se que pessoas que ocupam cargos de líderes não necessariamente se comportam como líderes, ainda que, na maioria dos casos, assim seja esperado. As pessoas, ou profissionais, com o instinto de liderança, devem procurar aprimorar Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

50 as suas habilidades para influenciar pessoas ou grupos, na busca por resultados positivos e melhores. A teoria da liderança 360º estimula os profissionais a se tornarem pessoas que agregam valor, querendo fazer melhor, querendo fazer a diferença, querendo influenciar aqueles que estão no seu perímetro de atuação na busca por um objetivo final e maior. O líder 360º não espera que o chefe o reconheça, age para que o resultado do seu chefe seja positivo, pois isso gerará maior impacto no resultado final. O líder 360º não espera que os seus pares se motivem ou o motivem para gerar ações necessárias, ele mesmo influencia tais pessoas para que as tarefas necessárias sejam executadas. A consulta de obras de autores que tratam do tema liderança, como John C. Maxwell, Allan Cohen, David Bradford, Mario Sergio Cortella, dentre outros, aponta para uma liderança exercida a partir de um comportamento e converge para o entendimento da influência como uma atitude central, a partir da qual liderar é influenciar. Esse trabalho busca estimular os profissionais da área de engenharia de produção, e das mais diversas áreas, a se transformarem em profissionais que buscam a excelência por meio do desenvolvimento da influência, independentemente da posição que ocupam, tornando-se líderes 360º, ou seja, pessoas que lideram em todos os sentidos e agregam valor a si mesmos, aos colegas, aos gestores e às organizações. A presente pesquisa foi desenvolvida através da metodologia de revisão bibliográfica. A partir da teoria da liderança 360º, de Jonh C. Maxwell, exposta na obra O líder 360º (MAXWELL, 2012), buscou-se, junto a outras referências bibliográficas, apresentar o conceito de liderança a partir da influência, asssociando a aplicação desse conceito à atuação dos engenheiros de produção, bem como a de profissionais de outras áreas. 2. DESENVOLVIMENTO Os profissionais da área de engenharia de produção tendem a atuar, na maioria das vezes, em cargos nos quais terão que conduzir trabalhos, liderar pessoas, levantar e analisar dados que, geralmen- 49 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

51 50 te, serão utilizados para que profissionais em posições hierarquicamente superiores como, por exemplo, supervisores, gerentes e diretores possam tomar decisões. A atuação em tais atividades exige, muitas vezes, que os engenheiros de produção apresentem boas habilidades técnicas e também de liderança, dado que a condução de trabalhos implica quase sempre na condução de pessoas. Desenvolver as habilidades de liderança nem sempre é foco dos profissionais da área de engenharia, os quais, normalmente, procuram meios para aperfeiçoar as suas capacidades técnicas. Tal aprimoramento também não é visto como uma necessidade, uma vez que raramente os profissionais percebem que o resultado de um trabalho, além dos fatores técnicos, pode estar relacionado com a atuação de outras pessoas e com a capacidade que os profissionais têm para conduzi-las. Para algumas situações, afora uma boa qualificação técnica, é fundamental que os engenheiros (não só os de produção, mas também das outras áreas da engenharia) desenvolvam ou aprimorem as habilidades de liderar. Somente a qualificação técnica não faz um profissional completo e não coopera para uma atuação de excelência. Determinados momentos solicitam um equilíbrio na atuação profissional com a associação da capacidade técnica à habilidade de se relacionar com as pessoas, ressaltando o que há de melhor em cada uma. Os profissionais que associam as habilidades técnicas ao comprometimento com os resultados macros das empresas onde atuam e procuram influenciar pessoas na mesma direção podem obter resultados finais melhores do que aqueles que não demonstram tais preocupações. Os ambientes profissionais tornam-se cada vez mais competitivos, principalmente, com um mercado mais restrito onde o número de profissionais qualificados cresce e as ofertas de emprego diminuem. Esse ambiente competitivo pode contribuir para a atuação de pessoas voltadas para o seu próprio resultado e não para o resultado da equipe ou da organização na qual trabalham. Profissionais que procuram fazer o seu melhor no local onde estão, nas posições que ocupam, comprometidos com o resultado maior, coletivo e da organização, certamente cooperarão para o alcance de resultados finais positivos e melhores ambientes de trabalho. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

52 Os engenheiros de produção atuam, na maioria das vezes, nos níveis médios das organizações, exercendo funções de especialistas, analistas, engenheiros, supervisores, gerentes etc. Não necessariamente todo engenheiro de produção é ou será chefe, ainda que, em muitos casos, os chefes sejam engenheiros. Poucos profissionais ocuparão os lugares do topo e se tornarão gerentes, diretores ou presidentes. Porém, a expectativa de muitos engenheiros é o reconhecimento através de uma promoção para cargos superiores, o que nem sempre acontece. Como resultado, não é difícil encontrar, nos ambientes empresariais, profissionais com potencial de liderança frustrados e desmotivados, atuando de forma medíocre. Pessoas que poderiam contribuir mais, influenciar outras pessoas, agregar valor, encontram-se, de forma geral, atuando de forma mediana, pois não fazem nada mais do que o necessário. Líder 360º Maxwell (2012) defende que a busca pela liderança 360º traz benefícios para o profissional e para a ornganização onde o mesmo atua, pois o foco de atuação passa a ser atingir o resultado final. De acordo com Maxwell (2012), os líderes 360º compreendem que, para liderar, não é necessário estar no topo, pois a liderança é algo dinâmico e, muitas vezes, circustancial. Cortella e Mussak (2013) abordam a liderança como uma atitude não necessariamente ligada à hierarquia: 51 Passando a vista pela história, deparamos com muitos líderes que não tinham cargos de chefia. Alguns eram até antichefes. Basta que nos lembremos de figuras como Nelson Mandela, Mahatma Gandhi, Jesus de Nazaré, Martin Luther King, Sócrates, Madre Teresa de Calcutá pessoas que não ocupavam nenhum cargo de chefia. Aliás, penso que valeria a pena examinar a distinção entre as noções de chefia e liderança. Enquanto a chefia é caracterizada pelo poder de mando sustentado pela posição que a pessoa ocupa em determinada hierarquia (na família, na empresa, na escola, etc.), a liderança é uma autoridade que se constrói pelo exemplo, pela admiração, pelo respeito (CORTELLA; MUSSAK, 2013, p. 8, grifo dos autores). Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

53 52 Na prática, a liderança 360º consiste em desenvolver influência para, então, liderar para cima, para os lados e para baixo, ou seja, em todos os sentidos. Figura 1. Ilustração utilizada na obra O Líder 360. Fonte: Maxwell (2012). Mas por que se esforçar para liderar outras pessoas quando não se ocupa cargos de chefia? Talvez, para muitos profissionais, tal atitude não faça o menor sentido, porém, para profissionais que desejam fazer a diferença, visualizar melhores resultados e agregar valor em meio à situações nas quais se sentem limitados pelas circunstâncias ou pelas pessoas que o cercam, tornar-se um líder 360º poderá ser um caminho para que as mudanças desejadas possam acontecer a partir dos próprios profissionais. Para Maxwell (2012, p. 17), [...] tornar-se um líder 360º está ao alcance de qualquer pessoa que possua habilidades de liderança e esteja disposta a se esforçar para isto. De acordo com o mesmo autor, a liderança pode ser melhorada, ou seja, é possível aprender a liderar e melhorar essa capacidade, bem como desenvolver influência sobre as pessoas que cercam cada profissional dentro das organizações, estando em qualquer lugar. O profissional que deseja se tornar um líder 360º precisa ter ciência de que irá enfrentar dificuldades e desafios. Muitos profissionais carregam históricos ou enfrentam, no seu cotidiano, experiências frustrantes. Em muitos casos, faz-se necessário uma Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

54 autorreflexão sobre o papel que está sendo desempenhado, o que e como o profissional gostaria de desempenhar, e também sobre o ambiente onde está atuando (clima organizacional, valores, lideranças etc.), para que, a partir desse ponto, seja possível desenvolver uma caminhada no aprendizado de liderar e desenvolver influência. Para Bradford e Cohen (2012), um dos maiores desafios para quem busca desenvolver influência é superar barreiras internas, ou seja, os sentimentos e as reações podem ser, muitas vezes, paralisantes. Para Maxwell (2012), mitos como pensar que nada poderá ser feito porque a pessoa não é o chefe, portanto, não tem poder de atuação; acreditar que só é possível liderar se ocupar uma posição no topo da organização; esperar alcançar um cargo de chefia para, então, pôr em prática atitudes de melhoria; esperar uma promoção para um cargo de chefia para, assim, aprender a liderar e gerar influência, deverão ser vencidos pelos líderes 360º. De acordo com Maxwell (2012), é possível iniciar a mudança a partir do cargo ou da função que o profissional ocupa. E se algum profissional lidera outros, utilizando somente a posição formal de chefia que possui no momento, sem fazer nenhum esforço para desenvolver influência, as pessoas seguirão esse chefe apenas por obrigação, ou seja, porque precisam fazer. Em situações como estas, os resultados tendem a ser medianos, dado que é muito difícil alguém fazer algo relevante sozinho. Para Maxwell (2012), líderes em potencial percebem que posição tem pouca relação com a verdadeira liderança, e que liderar é uma escolha que se faz e não o lugar onde a pessoa se senta. Ainda de acordo com Maxwell (2012, p. 23): 53 [...] a boa liderança é aprendida nas bases. Liderar tão bem quanto possível onde estiverem é o que prepara os líderes para responsabilidades maiores. Tornar-se um bom líder é um processo de aprendizagem que dura a vida toda. A partir desse conceito, entende-se que o bom líder procurará fazer bem todas as tarefas que forem propostas. Nas áreas de engenharia, nas quais são comuns o desenvolvimento de atividades mais complexas, corre-se o risco de banalizar as atividades avaliadas como menos relevantes ou mais simples. Banalizar atividades menos complexas e até mesmo as pessoas que as executam são atitudes que podem, em muitas situações, comprometer trabalhos, Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

55 54 como um projeto, por exemplo. O líder 360º procurar fazer tudo com excelência, pois aprende que todas as atividades possuem a sua importância, ainda que tenham pesos diferentes. Atitudes focadas no que precisa ser feito naquele momento contribuem para a construção da influência. Circunstâncias vistas como impeditivas passam a ser observadas como favoráveis ao aprendizado da liderança e ao desenvolvimento da influência. Cortella e Mussak (2013) apontam para a necessidade de se tomar atitudes a partir de uma determinada circunstância. Segundo os autores, as habilidades precisam ser desenvolvidas e aprimoradas. Nesse contexto, a situação ocasional do momento, muitas vezes, torna-se um fator que contribui para o desenvolvimento de habilidades intrínsecas. Por exemplo, o chefe inapto e a falta de organização e de planejamento em uma organização poderão tornar-se situações que possibilitam o desenvolvimento da liderança e da influência. Isso é um processo e uma construção, a partir dos quais o hoje prepara o profissional para o amanhã: Não são raras às vezes em que alguém se dirige a mim, e diz: Mas você é um orador nato. Queria ser como você. Nessas situações revelo que existe uma história por trás dessa capacidade. Como é que eu vim a falar bem? Sei que falo bem e essa afirmação não é arrogância da minha parte, pois exerço essa profissão há 35 anos. Então é o mínimo que se poderia esperar depois de tanto tempo de prática (CORTELLA; MUSSAK, 2013, p. 17). Às vezes, quando estou fazendo uma conferência sobre liderança que dura o dia todo, um participante aparece durante o intervalo, olha para mim e exclama: Que trabalho maravilhoso. Eu gostaria de fazer o que você faz! Meu trabalho é maravilhoso, e admito isso. Porém, sempre respondo: Sim, mas você quer fazer o que fiz para poder fazer o que faço? (MAXWELL, 2012, p. 65, grifos do autor). Os profissionais que desejarem se tornar líderes 360º enfrentarão diversos obstáculos e precisarão encontrar motivações para a jornada, objetivando a busca pela excelência e pelo desejo de agregar valor às suas atividades. As tensões enfrentadas em função das restrições impostas por colegas ou por superiores e as frustra- Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

56 ções geradas por ter um chefe posicionado hierarquicamente acima (muitas vezes, ineficiente) tornam-se barreiras a serem enfrentadas. Nas áreas de engenharia a pressão gerada devido à entrega de resultados faz com que os profissionais tendam a atuar apenas para se livrar da atividade e, consequentemente, da cobrança. Também pode sre considerar um desafio lidar com o ego, com o desejo de crescer e de assumir posições de topo ou de ser reconhecido, principalmente, em ambientes de trabalho onde é necessário desempenhar vários papéis. Esforçar-se para o contentamento com o trabalho que se tem a realizar e se preocupar mais com os deveres do que com os sonhos, são ações que podem auxiliar no desenvolvimento profissional, bem como na satisfação pessoal. Os resultados serão evidenciados a partir da postura do profissionao e das atitudes adotadas por ele tomadas. Passa-se, assim, a pensar em influência e não em posição. De acordo com Maxwell (2012), líderes 360º procuram mudar o conceito de querer uma posição para que as pessoas o sigam, para querer se tornar alguém a quem as pessoas queiram seguir. A liderança é normalmente notada e, quando as habilidades são aprimoradas, os resultados tornam-se uma consequência. Nas palavras do estudioso: 55 [...] quem se ocupa em ajudar os que estão abaixo não tem tempo para sentir inveja dos que estão acima. A atitude correta é essencial para o contentamento no escalão médio de uma organização [...] Com a atitude certa e as habilidades certas, você pode influenciar os outros do lugar onde está em uma organização (MAXWELL, 2012, p. 76). A influência consiste em se relacionar e em procurar em cada profissional o que há de melhor para que, uma vez identificado, seja possível explorar o potencial, de forma positiva, visando o resultado coletivo. Influenciar em todos os sentidos exigirá comportamentos e atitudes relacionais com os chefes, colegas do mesmo nível e colegas de níveis abaixo. Nas relações com as chefias superiores, muitos profissionais adotam a postura da reclamação, da crítica, da não concordância. Muitas vezes, os motivos existentes tendem a justificar tais comportamentos, porém, o profissional que deseja fazer a diferença in- Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

57 56 verte a lógica comumente utilizada, conforme Cortella e Mussak (2013, p , grifo do autor): [...] a condição ou a função do líder é atribuir o caráter de viável ao inédito...a factibilidade. A capacidade de fazer com que aconteça. É aquele sujeito a quem você se refere dizendo: Aquele faz e acontece, o que até pode parecer uma redundância faz e acontece -, mas não é. Trata-se do sujeito a quem não basta simplesmente estimular as pessoas dizendo: Gente vamos lá. Isso é estimulo. Mas é aquele que se junta com os outros para fazer e acontecer. [...] Os caminhos para liderar não são fáceis, mas devem ser trilhados por quem faz essa opção e mantém o olho no futuro, buscando mudar este mundo para melhor. Em nome da viabilidade do inédito os líderes ajudam o grupo a tolerar a crueldade do imediato. [...] Quem tem um porquê suporta qualquer como. A busca pelo aprimoramento da liderança e o desafio da jornada para se tornar um líder 360º implicam na adoção, por parte do profissional, de princípios que se transformarão em padrões de comportamento. De acordo com Maxwell (2012), junto à necessidade de procurar agregar valor aos superiores, relacionando-se e procurando concentrar-se nos pontos positivos, são também necessárias ações como: autoadiministrar-se (liderar a si mesmo); cooperar com a carga de atividades do chefe (sem ser bajulador, mas sim profissional, focando no resultado); e estar disposto a fazer o que a maioria não faz (além do mínimo necessário). De acordo com Maxwel (2012, p. 120), os verdadeiros líderes são pessoas de sucesso que fazem coisas que as pessoas sem sucesso não estão dispostas a fazer ; que fazem mais do que gerenciar, pois lideram; que se tornam membros confiáveis da corporação; e que querem ser melhor amanhã do que são hoje (buscar a excelência e a melhoria contínua). Para esse nível de liderança, o lema poderá ser: siga- -me, eu estou logo atrás de você (MAXWELL, 2012). Conforme o estudioso: Liderança é e sempre será um alvo móvel. Se quiser tornar- -se um líder melhor, fique à vontade com a mudança. E, se quiser liderar para cima, aprenda a pensar como líder. Pense nas pessoas, pense em progresso e pense no que é intangível (MAXWELL, 2012, p. 134). Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

58 57 [...] você não pode construir um relacionamento positivo com seu chefe se, secretamente, o desrespeita por causa dos pontos fracos dele. Uma vez que todos têm pontos cegos, e áreas de fraqueza, por que não aprender com eles? Tente concentrar-se em coisas positivas e trabalhe as negativas. Fazer qualquer outra coisa só servirá para prejudicá- -lo (MAXWELL, 2012, p. 140). Para exercitar a liderança junto aos colegas de mesmo nível, mais dificuldades serão encontradas. A competição comum entre engenheiros e entre profissionais de outras áreas torna, muitas vezes, a busca pelo resultado individual o foco principal para a atuação. Desensolver a influência e, consequentemente, a liderança para os lados, controlar o desejo pela competição e procurar se tornar um complemento para o trabalho dos colegas são alternativas que poderão trazer bons resultados. Tais atitudes também demonstram senso de cooperação, dado que ninguém é autosuficiente em si mesmo. Todos possuem habilidades, porém, nem todas as habilidades para atuar em todas as áreas necessárias, portanto, associar os pontos fortes aos pontos fracos dos colegas e estimular o contrário são ações que geram resultados completos e trabalhos satisfatórios realizados em equipe. Não procurar ser perfeito e admitir erros e falhas são posturas a serem adotadas com os colegas de mesmo nível. Elas auxiliam no desenvolvimento da influência. Para esse nível de liderança, o lema poderá ser: siga-me, eu andarei com você (MAXWELL, 2012). Segundo o pesquisador: Ser um líder 360º e liderar para os lados não tem a ver com seguir o próprio caminho. Não tem a ver com vencer a qualquer preço. Tem a ver com ganhar respeito e influência com seus colegas para que você possa ajudar toda a equipe a vencer. Você deve ter paixão e ser determinado, acreditando em si mesmo e em suas habilidades de contribuir? Definitivamente. Você deve se apegar aos valores que defende com unhas e dentes e basear-se em princípios quando eles estiverem em risco? Completamente. Mas nunca se esqueça de que ter um espírito colaborativo ajuda a organização. Ao pensar em termos de nossa ideia, em vez de minha ideia ou da ideia dele, você provavelmente está no caminho de ajudar a equipe a vencer. Essa deve ser sua motivação não só tentar fazer amigos e influenciar pessoas. Mas acho que você descobrirá que, se deixar a melhor Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

59 58 ideia prevalecer, irá fazer amigos e influenciar pessoas (MAXWELL, 2012, p. 220, grifo do autor). No exercicío da liderança para baixo, o desenvolvimento da influência passa por valorizar as funções e as pessoas que executam tais funções. Dar valor aos pontos fortes dos colegas, compartilhar resultados, mostrar a participação de cada um no alcance ou não dos objetivos e ser exemplo são comportamentos que contribuirão para prática dessa liderança. De acordo com Cortella e Mussak (2013), o líder verdadeiro conduz as pessoas a se movimentarem para a realização de determinadas ações, não de forma automática, mas porque elas entenderam que vale a pena. Ao liderar para baixo é possível contibuir com o desenvolvimento de cada colega desse nível. É possível descobrir quem são essas pessoas e cooperar para o desenvolvimento de potenciais inertes. O lema para liderança nesse nível será: [...] siga-me, eu agregarei valor a você (MAXWELL, 2012). Como afirma o autor: A liderança deve estar baseada na boa vontade. Boa vontade não significa pose, e muito menos, aproveitar-se das fraquezas da multidão. Significa um compromisso claro e sincero de ajudar os que nos seguem. Estamos cansados de líderes de quem temos medo, cansados de líderes a quem amamos e cansados de líderes que nos deixam tomar liberdades com eles. Precisamos como líderes de homens de coração que ajudem tanto que, de fato, dispensem a necessidade de seu trabalho. Mas líderes como estes nunca ficam sem trabalho, nunca ficam sem seguidores. Por mais estranho que pareça, grandes líderes ganham autoridade quando abrem mão dela (MAXWELL, 2012, p ). O desenvolvimento da habilidade de liderar não é fácil. Os profissionais que identificam em si tal habilidade e optarem por desenvolverem-na, geralmente, encontram situações que, muitas vezes, podem desestimulá-los. A busca pelo crescimento, tanto pessoal quanto profissional, pode ser um combustível para enfrentar os desafios. Engenheiros de produção que atuam nos níveis médios das empresas poderão buscar os objetivos de desenvolver habilidades e de agregar valor aos colegas e ao lugar onde trabalham, procurando a melhoria contínua por meio da influência às pessoas. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

60 59 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS A proposta de liderança 360º, de Maxwell (2012), defende a atitude de liderar a partir do desenvolvimento da influência, independentemente da função ou da posição que o professional está ocupando. Outros autores como Cortella e Mussack (2013), e Bradford e Cohen (2012) entendem a liderança como a capacidade de influenciar pessoas e não necessariamente como cargos ou posições ocupadas no momento. Profissionais que anseiam por fazer a diferença, que desejam agregar valor ao trabalho, que tenham interesse em contribuir para resultados coletivos melhores e serem não só profissionais, mas também pessoas melhores poderão encontrar um caminho no desafio de se tornarem líderes 360º. A partir da liderança 360º, entende-se que o papel de liderar pode ser executado por qualquer profissional disposto a desenvolver a sua liderança e enfrentar os desafios propostos a partir de tal atitude, e não somente por aqueles que possuem cargos de chefia. Atuando como um líder 360, o profissioanal coopera com o bom resultado dos trabalhos dos seus chefes diretos, dos seus colegas em mesmo nível de atuação e dos profissionais que estão em posições abaixo, o que auxilia, positivamente, no alcance dos objetivos macros colocados pela organização. Para exercer influência sobre as pessoas em todas as direções, o líder 360º precisa ter foco no seu desenvolvimento profissional e pessoal, buscando excelência em suas atuções, por meio do estabalecimento de padrões de comportamento éticos, o que o tornará, assim, alguém a quem as pessoas queiram seguir. A atitude de se preocupar com as pessoas a sua volta e a de colocar os resultados coletivos à frente dos resultados individuais tornam-se características dos líderes 360º. O estudo sobre a liderança 360 é uma contribuição para que os profissionais da área de engenharia de produção, e de outras áreas de atuação, reflitam sobre a qualidade e as motivações das suas performances profissionais e desenvolvam o desejo constante pela atuação de excelência, movidos pela vontade de agregar valor ao trabalho, gerar resultados positivos e coletivos, e influenciar pessoas. Esse trabalho não pretende definir esse conceito como único e ideal, mas sim despertar, nos profissionais, a atitude de fazer Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

61 60 o melhor e de agir de forma ética, o que é possível de ser realizado a partir dos recursos oferecidos pelas posições ocupadas por cada profissional. Enfim, essa pesquisa, em um patamar mais elevado, quer que, a partir do hoje, as pessoas tenham uma guinada positiva na sua preparação para o amanhã, tornando-se profissionais melhores e, quem sabe, futuros gestores ou chefes com capacidade para liderar e formar outros líderes. Para isso, é importante que os profissionais sejam exemplos a serem seguidos por outras pessoas. REFERÊNCIAS BRADFORD, D. L.; COHEN, A. Influência sem autoridade. São Paulo: Évora, CORTELLA, M. S.; MUSSAK, E. Liderança em foco. São Paulo: Papirus, GOWERT, S. C.; FERNANDES, A. C. Liderança: contexto e perspectivas. Nanbiquara - Revista Científica da Fametro, v. 2, n. 2, p , Disponível em: <file:///c:/users/100745/downloads/ pb.pdf>. Acesso em: 14 fev MAXWELL, J. C.; DORNAN, J. Liderar é influenciar. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, Líder 360º: como desenvolver seu poder de influência a partir de qualquer ponto da estrutura corporativa. 2. ed. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

62 Desenho técnico, a espinha dorsal do produto 61 Gustavo de Souza J. SOBRINHO 1 Wellington Luis CINEL 2 Eduardo Augusto P. de OLIVEIRA 3 Diego Fernandes SILVA 4 Thiago Francisco MALAGUTTI 5 Resumo: O presente artigo mostra a importância do desenho técnico e as suas relações com o ser humano, bem como o seu desenvolvimento e a sua evolução no decorrer da história. Aborda também a sua forte relação com a engenharia. De forma técnica, mostra projeções bidimensionais e tridimensionais, e normatização para os princípios básicos, como vistas a observar padrões, cortes e dimensionamentos. Trata, ainda, da trajetória e da evolução dos softwares Computer Aided Design (CAD) e das formas como as empresas desenvolvem os mesmos. Tendo em vista a grande demanda por cursos na área da engenharia, essa obra mostra o quanto é importante o entendimento do desenho técnico para a formação do engenheiro porque este é a identidade de fabricação do produto, devido a esse fato, o engenheiro deve dominar essa área de forma segura. Esse trabalho tem por objetivo demonstrar, de uma forma básica, os pontos necessários para o começo do aprendizado do desenho técnico. No decorrer da presente pesquisa, o leitor passará a perceber a necessidade das informações técnicas para o ingresso nessa área. Palavras-chave: Desenho. Softwares. Vistas. Técnico. 1 Gustavo de Souza J. Sobrinho. Graduando em Engenharia de Produção pelo Claretiano Centro Universitário <gustavosobrinho1212@hotmail.com>. 2 Wellington Luis Cinel. Graduando em Engenharia de Produção pelo Claretiano Centro Universitário <welington_lcinel@yahoo.com.br>. 3 Eduardo Augusto P. de Oliveira. Graduando em Engenharia de Produção pelo Claretiano Centro Universitário <eduardoaugusto250@msn.com>. 4 Diego Fernandes Silva. Mestrando em Administração das Organizações pela Universidade de São Paulo (USP). Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade de Franca (UNIFRAN). Tem MBA em Engenharia e Inovação pelo Centro Universitário Uniseb. Atualmente é Professor, Tutor e Auxiliar de Coordenação do curso de Engenharia de Produção no Claretiano Centro Universitário. <diegosilva@claretiano.edu.br>. 5 Thiago Francisco Malagutti. Mestre em Educação pelo Centro Universitário Moura Lacerda (CUML). Coordenador dos Cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Engenharia de Produção do Claretiano Centro Universitário. <thiagomalagutti@claretiano.edu.br>. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

63 62 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

64 63 1. INTRODUÇÃO Em tudo o que adquirimos materialmente no decorrer de nossa vida, com vistas a satisfazer as nossas necessidades, entende-se que existiu, por trás desse bem, uma ideia que fosse capaz de atender alguém que, certamente, necessitava daquilo. Dessa ideia, foi feito um projeto e, desse projeto, foi feita uma representação que proporcionaria um entendimento adequado para confecção desse bem. Essa representação se chama desenho técnico. Comumente, no dia a dia, veem-se os mais variados produtos fabricados na nossa atualidade e, em cada produto que encontramos, é certo que há um projeto e os seus respectivos desenhos técnicos, os quais representam as formas de fabricação dos componentes desse produto. Sem muitos detalhes, percebe-se a importância do desenho técnico não somente nas empresas, mas também na vida cotidiana. Por exemplo, a impressora que fez a impressão desse artigo, quantos componentes diferenciados existem nesse equipamento? As roupas que usamos: as partes de cada peça, sem dúvida, foram desenhadas com as medidas certas para serem costuradas. Dessa forma, fica claro que o desenho técnico é de suma importância para as empresas. Com base nisso, pode-se afirmar que o estudo sobre o desenho técnico, o seu entendimento e a sua aplicação contribuem para o desenvolvimento da humanidade. O presente estudo pretende mostrar a importância do desenho técnico, o qual é, pode-se dizer, a identidade do produto, ou seja, é a principal forma de representar um objeto com todas as informações necessárias para a sua confecção. Para isso, esse trabalho explana, de forma rápida, os conceitos básicos de representação de vistas, as normas principais necessárias envolvidas e os softwares Computer Aided Design (CAD), usados para auxiliar no projeto. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

65 64 2. DESENVOLVIMENTO A trajetória do desenho técnico Segundo Severino (2014), na era primitiva, o desenho era a única forma de comunicação que os homens tinham entre si. A humanidade se comunicava e representava as suas ideias a partir de desenhos pintados ou riscados nas paredes das cavernas: eram desenhados objetos, armas e seres reais. Dessa maneira, tais formas de representação passaram adiante imagens quase reais dos hábitos e dos costumes dos homens primitivos. Esses desenhos, até os dias de hoje, podem ser encontrados em plena conservação em algumas partes do mundo. Com esse fato, temos a certeza de que o desenho se fez importante na vida dos homens primitivos (informação verbal). Podem ser vistos, na Figura 1, alguns desses desenhos: Figura 1. Pinturas do período Neolítico. Fonte: Sites (2017). Severino (2014) afirma ainda que, além dos exemplos citados no parágrafo acima, pinturas e quadros de artistas, como Picasso, Leonardo Da Vinci, Michelangelo e outros, são representações artísticas que também transmitem algumas mensagens, as quais podem ter sentidos variados e interpretações particulares, dependendo de quem as observa. Essas imagens artísticas não deixam de ser formas de representação em desenho, porém, não disponibilizam Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

66 informações técnicas ou dados para que possa ser construído um objeto ou uma obra de arquitetura, por exemplo. Segundo Marques (2015, p. 2), por volta do século XVII, no período do Renascimento, foram registrados os primeiros desenhos em forma de planta, elevação e cortes no tratado da arquitetura que houve naquele período. Nesses mesmos desenhos registrados, foram observados os conceitos de escala em redução, por meio dos quais era possível transportar a planta para uma folha de papel. Nessa mesma época, o arquiteto e escultor italiano Filippo Brunelleschi desenvolveu o método da perspectiva, que foi um grande passo na construção dos desenhos arquitetônicos, pois possibilitou a execução e a interpretação dos projetos. Apesar dos registros feitos no período do Renascimento, Ribeiro et al. (2013, p. 2) afirmam que os desenhos em planta e elevação mais antigos se encontram fisicamente na Biblioteca do Vaticano. Foram elaborados pelo engenheiro militar italiano e arquiteto Giuliano da Sangallo, no ano de Ainda no século XVII, Gaspar Monge, um matemático francês muito habilidoso com desenhos, deu origem à Geometria Descritiva, que basicamente é a relação de dois planos para uma projeção tridimensional. Conforme Silva (2014, p. 12, grifo do autor): 65 [...] a geometria descritiva é a representação de objetos tridimensionais (3D), por meio de desenhos técnicos, bidimensionais (2D). Nela são utilizados dois planos de projeção (horizontal e vertical) perpendiculares entre si. As projetantes atingem esses planos perpendicularmente e são denominadas projeção ortogonal. É possível ver os dois planos perpendiculares entre si na Figura 2 a seguir: Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

67 66 Figura 2. Geometria descritiva. Fonte: Silva (2014, p. 12). As projeções em 2D de Gaspar Monge, segundo Ribeiro et al. (2013, p. 02), resumem-se em dois planos e três vistas: plano horizontal e plano vertical, vista frontal, vista superior e vista lateral esquerda, mostrando, com mais detalhes, as faces do objeto e as informações básicas, como altura, comprimento, largura e profundidade. Pode-se dizer que o conceito de Desenho Técnico surgiu através do sistema de projeções ortogonais criado por Gaspard Monge, que também ficou conhecido como método de Monge ou geometria mongeana. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

68 67 Figura 3. Vistas ortogonais. Fonte: Silva (2014, p. 34). Marques (2015, p. 2) destaca que, a partir de então, o desenho técnico passou a ser utilizado na arquitetura e na mecânica para a projeção de objetos, estruturas, componentes de produtos e obras civis. Porém, a linguagem usada era bastante variada, determinada particularmente pelos próprios desenhistas, o que certamente gerava bastante dificuldade para o entendimento por outras pessoas, por exemplo, para os executores dos projetos. A utilidade do desenho técnico nas áreas da engenharia e da arquitetura veio a ser tão ampla que se gerou uma demanda pela normatização da linguagem do desenho técnico, a fim de melhorar a comunicação entre engenheiros, projetistas, desenhistas e interpretadores dos desenhos. Nas palavras de Silva (2014, p. 100): [...] Por volta do século XIX, dadas as necessidades provocadas pela Revolução Industrial, a geometria descritiva precisou ser normatizada para que a comunicação fluísse corretamente. Desde sua criação, o desenho técnico tornou-se cada vez mais preciso e normatizado pelas associações de normas e técnicas de cada nação. No Brasil, a regulamentação é dada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Segundo Ribeiro et al. (2011, p. 4), a padronização do desenho técnico veio para transformá-lo em uma linguagem gráfica Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

69 68 universal, resultado de uma força-tarefa realizada pelos interessados em estabelecer procedimentos técnicos para estreitar e regular a relação entre produtores, consumidores, engenheiros, empreiteiros e clientes. Cada país tem as suas normas relacionadas ao desenho técnico, com abrangência em todo território. Como afirma Silva (2014, p. 100), no Brasil, as normas são editadas e reguladas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O conhecimento acerca das técnicas e das normas do desenho técnico é tido, hoje, como fundamental para a formação de engenheiros, arquitetos, topógrafos, tecnólogos e técnicos. Fica a cargo de engenheiros, arquitetos ou profissionais capacitados a elaboração de todos os cálculos do projeto e do croqui (desenho feito à mão que serve como rascunho para a elaboração do desenho técnico), o qual, posteriormente, é redesenhado por um técnico desenhista, sendo executado na prancheta com papel e lápis ou através de softwares de computador. Assim, o desenho é elaborado de acordo com as normas técnicas, contendo todas as informações necessárias para o seu claro entendimento e para a realização do projeto. Por fim, o desenho será utilizado por técnicos que executarão ou acompanharão a execução do projeto, seguindo rigorosamente as informações contidas no desenho. Segundo Ribeiro et al. (2011, p. 3), o desenho, por sua vez, tem uma forte relação com a engenharia, levando em conta que, nessa área, necessita-se de fazer cálculos complexos, estudos econômicos, definições de materiais, etc. Na maioria dos casos, essas informações estão contidas no próprio desenho, tendo em vista a otimização e a boa interpretação do projeto. Todo esse processo de desenvolvimento complexo da engenharia está intimamente ligado à expressão gráfica, uma vez que o desenho em si não é usado somente para mostrar o projeto, mas sim para apresentar os resultados da engenharia de forma gráfica, o que, muitas vezes, substitui cálculos complicados. Dessa forma, o estudo e a boa compreensão do desenho técnico são inquestionáveis na área de engenharia. Todo o exercício e o aprendizado, nessa área, dependerão de uma forma ou de outra do desenho técnico. Sobre isso, Ribeiro et al. (2013, p. 2) atestam que: Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

70 69 [...] o desenho técnico ainda é imprescindível na formação de engenheiros de qualquer área, pois, além do aspecto de linguagem gráfica, que permite que as ideias concebidas por alguém sejam executadas por terceiros, o estudo do desenho técnico desenvolve o raciocínio, o senso de rigor geométrico, o espírito de iniciativa e de organização. Normas e princípios básicos do desenho técnico De acordo com Ribeiro et al. (2013, p. 4), o desenho trouxe a necessidade da padronização para uma melhor relação entre os envolvidos. Foi no século XIX, em meio ao grande desenvolvimento industrial, que esse fato ocorreu. Para conhecer a padronização do desenho técnico é necessário compreender as normas de representação. As características do layout e as dimensões dos desenhos são definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Segundo Silva (2014, p. 30), tal norma recomenda o uso dos padrões A0, A1, A2, A3 e A4, sendo a legenda sempre situada no canto inferior direito da folha, na qual constarão alguns dados, como número, título, data, conteúdo e o nome do profissional, A folha pode ser utilizada tanto na posição vertical como na horizontal. Podemos destacar as principais normas brasileiras acerca do desenho técnico: NBR é a norma geral do desenho técnico; NBR dispõe acerca do layout e das dimensões da ficha de desenho; NBR padroniza a apresentação da folha; NBR padroniza o dobramento de cópias; NBR 8402 estabelece os caracteres para a escrita em desenhos técnicos; NBR 8403 define os tipos de linhas. A norma principal e que define a diferença entre os tipos de desenhos é a NBR Também é a primeira norma que é ensinada em cursos técnicos de desenho e em algumas instituições. Segundo Ribeiro et al. (2013, p. 3, grifos do autor): Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

71 70 O desenho técnico é dividido em dois grandes grupos: Desenhos não projetivos: na maioria dos casos, correspondem a desenhos resultantes dos cálculos algébricos; eles compreendem os desenhos de gráficos, diagramas, esquemas, ábacos, fluxogramas, organogramas etc. Desenhos projetivos: são resultantes de projeções do objeto em um ou mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às perspectivas. Novamente, Silva (2014, p. 32) afirma que a caligrafia técnica, por exemplo, encontra-se estabelecida na NBR 8402, sendo responsável por determinar os caracteres dos desenhos, como a altura das letras e a distância entre as linhas, bem como estabelecer quais os tipos de linhas que podem ou não serem utilizados, tudo isso com vistas à obtenção de um desenho legível. Entende-se, pela conceituação do desenho técnico mostrada até aqui, que os desenhos técnicos projetivos são, por sua vez, aplainados em níveis de baixa e de alta complexidade. Por esse motivo, fica claro que, para elaborar os desenhos, o desenhista, projetista ou engenheiro deve ter experiência técnica suficiente para transmitir o que a peça, o conjunto, a planta ou o sistema precisa de informações para ser elaborado. Essa experiência técnica é adquirida por meio de cursos técnicos que abordam todo o leque de informações para essa disciplina. O primeiro ponto a ser considerado para o aprendizado do desenho técnico é a visão espacial. De acordo com Ribeiro et al. (2013, p. 2), a visão espacial é a capacidade de visualizar mentalmente formas espaciais tridimensionais a partir de figuras planas sem, realmente, ver a figura, ou seja, o processo abrange as ações de imaginar e de projetar, na mente, aquilo que será colocado no papel. Sobre isso, Ribeiro et al. (2013, p. 2) apontam que: [...] fechando os olhos pode-se visualizar a forma espacial de um corpo, de um tijolo, de um determinado carro etc. Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas espaciais, sem ver fisicamente os objetos. [...] essa habilidade pode ser desenvolvida com treinamento sistematizado e com exercícios progressivos em termos de complexidade de formas geométricas. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

72 Percebe-se que a visão espacial é de suma importância para o aprendizado do desenho técnico. Como a visão espacial consistente na imaginação do desenhista, na sequência, vem o conjunto de projeções básicas que, por sua vez, possui vistas específicas para elaboração do desenho técnico. Silva (2014, p. 39) ressalta que o conjunto é formado por três vistas principais: vista frontal, vista superior e vista lateral, que são as chamadas vistas ortogonais. Caso estas não sejam suficientes para uma visão completa da forma do objeto, podemos aumentar o número de vistas para seis. De forma técnica, é possível ver, na Figura 4, as três principais vistas e, na Figura 5, as seis vistas: Figura 4. Três vistas padrão. 71 Fonte: Silva (2014, p. 39). Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

73 72 Figura 5. Seis vistas. Fonte: Silva (2014, p. 39). O desenho técnico precisa representar o objeto com precisão, razão pela qual não importa o número de vistas que foram utilizadas, devendo-se evitar o uso de arestas ocultas, além de observar as suas dimensões quanto à altura, largura e profundidade. Essa arte chamada desenho técnico possui outra técnica nomeada de vistas secionais ou vistas de corte, a partir das quais o objeto é realmente cortado, apresentando detalhes internos, não visíveis, razão pela qual são utilizados cortes que dividem o objeto principal em duas partes. Dentro das vistas de corte e das vistas secionais estão alguns tipos diferenciados de corte. Silva (2014, p ) faz a diferença entre as vistas nas Figuras 6, 7, 8, 9, e 10, a seguir. O Corte Pleno ou Total é aquele que atravessa todo o objeto e possui apenas um plano, conforme pode visualizado na Figura 6: Figura 6. Corte total. Fonte: Silva (2014, p. 46). Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

74 Os Cortes com Desvio são aqueles que possuem dois ou mais planos de corte e se subdividem em dois tipos. O primeiro deles é o Corte com desvio paralelo, onde ocorre um desvio plano de corte em uma angulação qualquer, seguida de um novo desvio do plano de corte que anula a angulação anterior, direcionando ambos os planos para um sentido qualquer, em paralelo, cortam todo o objeto, como pode ser observado na Figura 7: Figura 7. Corte com desvio paralelo. 73 Fonte: Silva (2014, p. 47). Um segundo tipo de Corte com desvio é o concorrente, que ocorre quando um plano de corte é realizado em uma angulação qualquer, criando um desvio, como pode ser observado na Figura 8: Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

75 74 Figura 8. Corte com desvio concorrente. Fonte: Silva (2014, p. 48). O Meio-corte é aplicado apenas na representação de parte de um objeto, cortando-o em sua totalidade, como pode ser observado na Figura 9: Figura 9. Meio-corte. Fonte: Silva (2014, p. 49). Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

76 O Corte parcial é utilizado para representar uma pequena parte do objeto, sem que o corte não travessa totalmente o objeto se diferenciando do meio-corte. Ele pode ser visualizado na Figura 10: Figura 10. Corte parcial. 75 Fonte: Silva (2014, p. 50). É importante destacar a diferenciação entre a seção e o corte. Na seção, é possível enxergar apenas a parte que foi atingida pelo corte. Já no corte, é possível ver além do plano do corte. Silva (2014, p. 60) salienta que, além das vistas ortogonais e secionais, há as chamadas vistas auxiliares, que são utilizadas para representar superfícies inclinadas e perpendiculares, ou seja, localizam-se em posições diferentes das vistas principais e, por isso, precisam ter o seu sentido indicado por uma seta designada por uma letra, como está ilustrado na Figura 11: Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

77 76 Figura 11. Vista auxiliar. Fonte: Silva (2014, p. 60). Também temos a chamada axonometria ortogonal, que constitui um sistema de projeção cilíndrica dividida em perspectiva cavaleira e perspectiva ortogonal. Na perspectiva cavaleira, as projeções são formadas pelo ângulo de 90º. Na perspectiva axométrica, é possível a formação de outros ângulos. Segundo Silva (2014, p ), a projeção axométrica, em razão da possibilidade de criação de diversas variedades de ângulos entre os raios projetantes, também pode ser classificada como perspectiva isomérica, dimétrica e trimétrica. A perspectiva isométrica é a mais utilizada no desenho técnico, contudo, pode apresentar distorções visuais. Ao contrário da dimétrica, que apresenta uma perspectiva mais próxima do objeto real. Já na trimétrica, os ângulos podem variar de acordo com as projeções. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

78 Finalizada a apresentação da sequência de normas principais acerca do desenho técnico, a seguir, serão mostradas a escala e o dimensionamento, elementos estes que definem as dimensões para a fabricação do objeto e a representações em várias grandezas, segundo Ribeiro et al. (2013, p. 76): 77 O desenho técnico é usado para representação de máquinas, equipamentos, prédios, e até unidades inteiras de processos industriais, mas nem sempre é possível representá- -los em verdadeiras grandezas. Para viabilizar a execução dos desenhos, os objetos grandes precisam ser representados com suas dimensões reduzidas, enquanto os objetos, ou detalhes, muito pequenos necessitam de uma representação ampliada. Para o perfeito entendimento da proporcionalidade entre a escala real e escala utilizada no desenho, as reduções e as ampliações estão normalizadas a fim de respeitar uma razão constante entre as dimensões. Segundo Ribeiro et al. (2013, p. 75), é chamada de escala do desenho a razão existente entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto. O fato de o desenho técnico ser uma linguagem gráfica, a ordem da razão jamais pode ser invertida, conforme Ribeiro et al. (2013, p. 77): Para facilitar a interpretação da relação entre o desenho e o tamanho real do objeto, pelo menos um dos lados da razão terá valor unitário, o que resulta nas seguintes possiblidades: 1 : 1 para desenhos em tamanho natural escala natural; 1 : n > 1 para desenhos reduzidos escala de redução; n > 1: 1 para desenhos ampliados escala de ampliação. [...] a indicação é feita na legenda dos desenhos utilizando a palavra escalas seguida dos valores da razão correspondente. Quando, em uma mesma folha, houver desenhos com escalas diferentes daquela indicada na legenda, existira abaixo dos respectivos desenhos a identificação das escalas utilizadas. Para um melhor entendimento das razões das dimensões, seguem, abaixo, as normas da ABNT: Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

79 78 Figura 12. Escalas para desenho técnico. Fonte: Ribeiro et al. (2013, p. 76). Somente a escala não é suficiente para mostrar de forma completa todas as dimensões do desenho. Para mostrar essas informações, existe o dimensionamento que, basicamente, nada mais é do que a representação das medidas para a fabricação. As cotas também são normalizadas pela ABNT. Entende-se o rigor da normalização, pois as cotas definem as dimensões de fabricação do objeto. De acordo com Ribeiro et al. (2013, p. 77), o desenho possui características geométricas, como tamanho, posições de furos, rebaixos, ângulos, diâmetros e muito mais. Essas são as características que definem a forma espacial do objeto. Segundo Ribeiro et al. (2013, p. 77): As dimensões são definidas por meio de cotas, constituídas de: linhas de chamada, linhas de cota, setas e o valor numérico em uma determinada unidade de medida. [...] as cotas trazem todas as dimensões necessárias para a construção do objeto desenhado e devem ser colocadas uma única vez em qualquer uma das vistas que compõem o desenho e no local que representa mais claramente o elemento que está sendo cotado. Ainda de acordo com Ribeiro et al. (2013, p. 77), não é necessário cotar o mesmo elemento mais de uma vez. A posição ou a localização deve ser cotada somente uma vez, evitando cotas desnecessárias e, consequentemente, a poluição visual do desenho, conforme a Figura abaixo: Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

80 79 Figura 13. Cotas. Fonte: Ribeiro et al. (2013, p. 76). Projetos e desenhos auxiliados por softwares Segundo Render (2014), por muito tempo, desde quando surgiu o desenho técnico, uma das maiores dificuldades era a produtividade, ou seja, os desenhos eram relativamente trabalhosos de serem confeccionados. Assim, quanto mais complexo era o projeto, mais dificuldade o profissional tinha em confeccionar o desenho, o que demandava um certo tempo. Antes do surgimento dos softwares, os desenhos eram feitos na prancheta, com lapiseiras, esquadros, transferidores de graus, compassos, escalímetros, réguas T e curvas francesas. Em alguns casos, dependendo da escala, a folha era fixada no chão e o desenho era feito por vários desenhistas deitados em cima da mesma. Na década de 50, surgiram os primeiros protótipos de máquinas para auxiliar nos projetos de sistemas e redes elétricas, pouco depois, essas máquinas passaram a ser chamadas, pelo cientista da computação Douglas Taylor Ross, de softwares CADs, que significa, em inglês, Computer Aided Design (desenho auxiliado por computador). Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

81 80 De acordo com Render (2014), na década de 60, as empresas aeronáuticas, automobilísticas e eletroeletrônicas começaram a usar, com mais frequência, os softwares CAD, mesmo tendo um custo elevado, pois eram softwares de extrema importância para a elaboração de projetos e desenhos. Sobre um dos primeiros softwares CAD, precursores para os demais, Render (2014, [n.p.]) afirma que [...] um dos programas CADs, que foi base para os outros, foi o UNISURF, desenvolvido pelo engenheiro francês Pierre Bézier, da fabricante de carros Renault. Ainda na mesma década, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) desenvolveu o software Sketchpad, o qual alavancou os CADs. Esse software possibilitava ao desenhista escrever na tela do monitor com uma caneta. Nas décadas de 70 e 80, os CADs começaram a ter aplicações e modelagens em 3D, mais precisamente no ano de 1977, por meio do trabalho do engenheiro aeronáutico Francis Bernard. Na sequência, surgiu a empresa francesa Dassault Systèmes e, posteriormente, no ano de 1982, a empresa Autodesk, duas corporações que são concorrentes até os dias de hoje. Conforme Render (2014, [n.p.]): Foi também na década de 80 que surgiram os primeiros computadores pessoais, desenvolvidos pela IBM. Com este avanço, várias empresas começaram a tomar proveito para criar softwares CAD para PCs. Para alavancar as vendas, a Dassault e a IBM fecharam um acordo de vendas mútuas de produtos, o que foi muito rentável para as duas empresas. Render (2014) afirma que, com o aumento da tecnologia nessa época, surgiram várias firmas além da Dassault Systèmes e da Autodesk, empresas como a Adra Systems (CADRA 2D CAD), a Bentley Systems (com a implementação para PC do Intergraph s IGDS CAD), a Micro-Control Systems (CADKEY), a Unigraphics (NX Unigraphics) e muitas outras. Porém, muitas não obtiveram muito sucesso devido à sua relevância no mercado ser relativamente baixa, tendo em vista as líderes Dassault Systèmes e Autodesk. Com o grande avanço tecnológico dos computadores e dos sistemas operacionais, as empresas começaram a lançar cada vez mais Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

82 softwares CADs compatíveis com os sistemas, isso fez com que o mercado dos softwares se expandisse. No entanto, foi uma empresa que contribuiu mais para essa expansão na época: a Parametric Technology que, no final da década de 80, lançou o Pro/Engineer, atualmente conhecido como PTC Creo. Esse software trouxe uma evolução na modelagem em 3D baseada em recursos (features) e um grande aproveitamento na construção de sólidos paramétricos. Na década de 90, houve um grande aumento na venda de softwares CADs devido a uma grande necessidade de automatização na indústria aeronáutica, o que gerou, automaticamente, uma grande disputa entre as empresas desenvolvedoras. Na época, as empresas concorrentes eram a Dassault Systèmes, a Parametric Technology, a Unigraphics e a Autodesk. Conforme Render (2014, [n.p.]): 81 [...] ao final da década de 90, com o avanço da Internet, começaram a surgir os primeiros softwares CADs que funcionavam online, possibilitando a visualização de projetos através dos navegadores. A empresa líder nessa nova tecnologia foi a Dassault Systèmes, que aproveitou os conhecimentos obtidos pela integração de programas CAD na rede da Boeing durante a produção do Boeing 777. Para a Autodesk, apenas em 2000 foi lançada a primeira versão do AutoCAD para a internet. Segundo o site Render (2014), na mesma década, as empresas de softwares CADs que não acompanhavam o desenvolvimento da tecnologia e que, por isso, não ganharam força no mercado, foram desaparecendo. Desde então, ficaram na disputa as empresas Dassault Systèmes e a Autodesk, as quais são líderes no mercado até os dias de hoje. Porém, existem empresas menores que desenvolvem softwares similares. No final da década de 90, a Dassault Systèmes começou a comprar várias empresas desenvolvedoras de softwares CADs, e a Autodesk ganhou força nesse mercado, lançando novos produtos. A Dassault comprou empresas, como a SolidWorks (1993) e a Deneb Robotics (1985). A Autodesk lançou o Inventor (1999), o qual, futuramente, iria concorrer com o SolidWorks. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

83 82 Quando se fala em softwares CADs, para quem tem conhecimento no assunto, logo são imaginados o SolidWorks e o Autocad. Verdadeiramente, esses são os softwares mais usados pelas empresas, tendo em vista a facilidade e a versatilidade de uso na hora de elaborar um projeto. O SolidWorks possui recursos de modelagem em 3D, montagens, simulações e criação do desenho a partir da peça 3D. Além disso, possibilita a visualização do projeto por dentro e por fora, cortando a peça nos planos X,Y e Z, recurso que ajuda em possíveis correções do projeto. O Autocad, por sua vez, possibilita a confecção do desenho em 2D, porém, nos dias atuais, o SolidWorks já vem substituindo- -o, mas existem muitas empresas que ainda usam o AutoCad para desenhos planificados, como, por exemplo, plantas baixas ou desenhos de chapas dobradas. Como foi dito, a Autodesk lançou o Inventor em 1999, um software semelhante ao SolidWorks, que, basicamente, possui os mesmos recursos. Porém, com uma interface um pouco diferente: ela é muito parecida com a do Autocad, o que possibilita um conforto maior para quem já trabalhava com ele. A escolha entre SolidWorks e Inventor depende muito do segmento da empresa, do produto, dos projetistas e dos engenheiros. Entretanto, os dois softwares são muito bons, é claro que há os prós e os contras de cada um deles, isso vai depender do usuário. Tendo em vista que o SolidWorks tem mais relevância no mercado, vamos falar um pouco sobre a sua história. Segundo o site SolidWorks (2017), uma tecnologia CAD acessível e produtiva era a missão de Jon Hirschtick, em Fundador da SolidWorks, ele e a sua equipe de engenheiros desenvolveram o primeiro software CAD em 3D compatível com a plataforma Windows. Mas, somente no ano de 1995, foi lançada, oficialmente, a primeira versão do SolidWorks, a qual foi bem aceita pelo mercado e por engenheiros que, finalmente, encontraram um software para dar vida aos seus projetos. Nessa mesma década, o mais moderno software CAD da época chamava a atenção de todos, por Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

84 isso, a empresa francesa Dassault Systèmes comprou o SolidWorks por US$ 310 milhões. De acordo com SolidWorks (2017, [n.p.]): 83 [...] hoje, a Dassault Sistèmes SolidWorks Corporation oferece um conjunto completo de ferramentas para criar, simular, publicar e gerenciar dados, otimizando a inovação e a produtividade dos recursos de engenharia. Todas estas soluções trabalham juntas permitindo que as empresas projetem produtos de maneira mais rápida e mais eficiente. A Dassault Sistèmes SolidWorks Corporation busca, continuamente, inovar e implementar a forma de uso do software, criando novas extensões, ferramentas e recursos para facilitar o desenvolvimento de projetos simples e complexos. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando-se que o assunto do presente artigo é de caráter técnico, no decorrer de seu desenvolvimento, mais precisamente na primeira parte, foram abordados assuntos de fundamentos teóricos, mostrando, de forma clara, a evolução do desenho técnico iniciado no Renascimento, na área de arquitetura. Enfatizou-se a época em que o desenho passou a ser tratado mais tecnicamente até o auge do desenvolvimento industrial, quando foram criadas normas para a regulamentação dos desenhos técnicos. Por meio da comprovação de que o desenho contém pequenas informações que são indispensáveis para a confecção de um produto, e que tais informações eram passadas sem um padrão específico gerando dúvidas e problemas de fabricação, foram criadas normas que regulamentaram desde a posição das vistas até a forma da escrita, deixando, assim, as distorções e equívocos para trás. O trabalho abordou, também, a história da tecnologia voltada para a criação dos desenhos técnicos, a qual, logo após a Segunda Guerra Mundial, cresceu de uma forma contínua, com empresas investindo em tecnologias e em engenharia cada vez mais avançadas direcionadas não só para a criação dos desenhos, mas para a Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

85 84 criação de projetos em 3D e de simulações de diversos processos de fabricação. REFERÊNCIAS MARQUES, J. C. O ensino do desenho técnico e suas relações com historia da matemática, da arquitetura e a computação gráfica Disponível em: < Acesso em: 19 mar RIBEIRO, A. C.; PERES, M. P.; IZIDORO, N. Curso de desenho técnico e AutoCad. São Paulo: Pearson Education do Brasil, (Série Bibliográfica Universitária Pearson). RENDER. A história do CAD. Disponível em: < Acesso em: 4 abr SEVERINO, D. Aula 01 - Desenho técnico - história, geometria descritiva e figuras geométricas. Canal Daniel.CAD, Youtube, 3jun Disponível em < >. Acesso em: 13 abr SILVA, A. S. Desenho técnico. São Paulo: Pearson Eduacation do Brasil, (Série Bibliográfica Universitária Pearson). SOLIDWORKS.ESP. Historia de la empresa. Disponível em: < solidworks.es/sw/656_esn_html.htm>. Acesso em: 6 de maio de Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

86 85 Pesquisa operacional: análise de casos de implementação do modelo matemático Marcos Vinícius Mantovani TOLOI 1 Diego Fernandes SILVA 2 Thiago Francisco MALAGUTTI 3 Resumo: A indústria brasileira está passando por um momento de turbulência, apresentando consecutivos recuos em seus resultados e altas taxas de desemprego, que chegam a 11%. Tendo em vista esse cenário, é importante que as empresas adotem estratégias voltadas apara a obtenção de vantagem competitiva, sendo a Pesquisa Operacional uma delas. A justificativa deste trabalho está na ampla área de aplicação da programação matemática e o fato da mesma ser uma ferramenta capaz de gerar o aumento da competitividade por meio da maximização de resultados e da minimização de recursos. Assim, o objetivo do presente trabalho é avaliar o impacto do uso da Pesquisa Operacional em quatro empresas de diferentes setores da economia, as quais criaram e aplicaram um modelo matemático eficaz. O método empregado foi o de revisão bibliográfica de natureza qualitativa, com a utilização dos resultados obtidos de forma aplicada, com fins descritivos, e realizada por meio documental, sendo selecionados quatro trabalhos publicados no ano de 2016 nos anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Os resultados mostram que, entre os casos estudados, os respectivos modelos matemáticos foram eficazes, apresentando diversos resultados positivos para as organizações, como a redução de custos, a melhoria no gerenciamento de compras e estoques, a redução de tempos de entrega, o aumento da rentabilidade e a maior satisfação dos usuários e clientes envolvidos. Palavras-chave: Pesquisa Operacional. Modelos Matemáticos. Programação Matemática. 1 Marcos Vinícius Mantovani Toloi. Graduando em Engenharia de Produção pelo Claretiano Centro Universitário. <marcostoloi@claretiano.edu.br>. 2 Diego Fernandes Silva. Mestrando em Administração das Organizações pela Universidade de São Paulo (USP). Graduado em Engenharia de Produção pela Universidade de Franca (UNIFRAN). Tem MBA em Engenharia e Inovação pelo Centro Universitário Uniseb. Atualmente é Professor, Tutor e Auxiliar de Coordenação do curso de Engenharia de Produção no Claretiano Centro Universitário. <diegosilva@claretiano.edu.br>. 3 Thiago Francisco Malagutti. Mestre em Educação pelo Centro Universitário Moura Lacerda (CUML). Coordenador dos Cursos de Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica e Engenharia de Produção do Claretiano Centro Universitário. <thiagomalagutti@claretiano.edu.br>. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

87 86 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

88 87 1. INTRODUÇÃO A economia brasileira decai dia após dia de forma generalizante, atingindo tanto pessoas físicas quanto jurídicas. A indústria, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017), já passava pelo 25 o recuo consecutivo no ano passado, o setor de serviços, pelo 14 o mês seguido, e a taxa de desemprego chegava a 10,9% no primeiro trimestre do ano de Tendo em vista esse cenário, é importante que as empresas sejam mais estratégicas para o ganho de vantagem competitiva e tenham um diferencial com relação às outras, uma vez que o mercado está cada vez mais concorrido (CUNHA JUNIOR; GUIMARAES, 2016). Para Pizzolato e Gandolpho (2009), para previsão e minimização dos custos, que estão diretamente ligados ao âmbito operacional, é necessário um bom planejamento, o qual é proveniente de tomadas de decisões rápidas e acertadas. Visto isso, o uso de ferramentas matemáticas e computacionais ligadas à pesquisa operacional (PO) é bastante eficiente para o gestor tomar decisões precisas, ótimas e sem margens de erros. Justifica-se o estudo da PO e a programação matemática pela vasta possibilidade de aplicação no mercado e pela grande concentração de empresas que não conseguem se solidificar e se manter estáveis no mercado após alguns anos de atividade. Dessa forma, o presente artigo tem como objetivo, a partir de uma revisão bibliográfica, investigar os benefícios da aplicação da PO e observar os resultados que ela acarreta nas empresas, após a criação e a implementação de um modelo matemático. Para trabalhos futuros, sugere-se que sejam investigados novos casos de aplicação da PO, destacando as potenciais dificuldades e desvantagens que o uso da mesma possa ocasionar, uma vez que esse trabalho abordou somente os benefícios de sua implantação. Outra sugestão é abordar outras áreas da aplicação da PO, como os Processos Estocásticos, os temas de Decisão Multicriterial, e outros relacionados. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

89 88 2. METODOLOGIA O presente artigo corresponde a uma pesquisa científica qualitativa, aplicada, de caráter descritivo e documental. Nesse trabalho, foram feitas consultas: a) em livros presentes no acervo da Biblioteca do Centro Universitário Claretiano Batatais; b) em artigos científicos encontrados no banco de dados do Scholar Google sobre a PO; e c) em artigos publicados pelo Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP) no site da Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO). Como palavra-chave, foi usada Pesquisa Operacional, no Scholar Google. Filtrou-se por ano (2016), tema (Pesquisa Operacional) e subtema (Programação Matemática), no site da ABEPRO. Como PO é uma expressão em português, e no site da ABEPRO foram procurados artigos para o ENEGEP, ambos nacionais, por isso, foram usados apenas artigos em português. Realizou-se uma seleção entre os artigos encontrados, levando-se em conta se os mesmos estavam dentro dos critérios propostos estudar a programação matemática e como a mesma impactava as empresas após a implementação de um modelo matemático. 3. REFERENCIAL TEÓRICO Pesquisa Operacional (PO) É chamada de PO, a técnica investigativa que tem como objetivo otimizar a produção de uma empresa, seja em minimizar os gastos de produção ou em maximizar os lucros, buscando o melhor cenário possível. Para que isso ocorra, necessita-se de um modelo matemático, uma vez que o mesmo não apresentará margens de erro e, com certeza, o resultado trará uma solução ótima (ALVES; MENEZES, 2010). De acordo com Bidurin (2014 apud TAHA, 2008), a PO é um método científico desenvolvido com a obtenção das mais variadas Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

90 informações de uma empresa com a finalidade de estabelecer um controle das ações, atendendo, assim, os objetivos da mesma. Alves e Menezes (2010) afirmam que, no caso de uso da PO, é necessário que o profissional esteja capacitado para a compreensão dos mais variados tipos de problemas para que seja feita uma modelagem eficaz. Eles afirmam que o primeiro passo para a resolução de um problema de PO é a formulação, que consiste em traduzir a realidade empírica para sentenças lógicas e dados objetivos, a partir dos quais, é possível o estabelecimento de um modelo matemático. A PO envolve os mais diversos campos, como a Matemática, a Economia, a Estatística, a Informática, entre outros. Costuma-se reunir equipes de especialistas para estruturar e analisar um problema em termos quantitativos, de forma que uma solução matematicamente ótima possa ser obtida. Na área empresarial, a PO tem afinidade com a Administração da Produção, fornecendo um grande número de ferramentas quantitativas para a tomada de decisão, bem como auxilia outras disciplinas empresariais (AQUILANO et al., 2006). Usou-se a PO, pela primeira vez, em problemas táticos e estratégicos em operações militares. A expansão de seu uso se deu por influência da Segunda Guerra Mundial, devido à difusão da utilização do computador nas empresas e nas universidades, com as demandas provenientes de empresas e do governo, e também o financiamento para pesquisas nas áreas de matemática, engenharia, estatística, economia e computação. O mais importante desenvolvimento pós-guerra foi o do Método Simplex, por George Dantzig, cuja finalidade é resolver problemas de programação linear (PL) por meio da utilização de modelos matemáticos para otimizações lineares (BIDURIN, 2014). A PO busca um modelo que seja apropriado para cada tipo de situação, podendo ser: Modelo Conceitual, Modelo Heurístico e Modelo Matemático, que é o foco do presente trabalho (LACHTERMACHER, 2007). 89 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

91 90 Modelo conceitual Quando tratamos de um problema real, sabe-se que há inúmeras variáveis e uma grande complexidade. A partir de uma análise adequada, é possível perceber que o problema possui um comportamento característico, mesmo se gerenciado por um número reduzido de elementos principais. Portanto, o modelo conceitual reproduz as principais caraterísticas de um problema real através de um modelo reduzido (LACHTERMACHER, 2007). Modelo heurístico Segundo o dicionário, heurístico é o que serve para a descoberta ou investigação de fatos. Na PO, o Modelo Heurístico é aquele que o problema é tão complexo que a utilização de métodos matemáticos é impossibilitada ou inviabilizada, portanto, é necessário se basear em encontrar inicialmente uma solução para posteriormente outras mais aprimoradas (LACHTERMACHER, 2007). Modelo matemático O modelo matemático é o mais usado na PO e representa as operações de um sistema real através de funções matemáticas. Admite-se que todas as variáveis que são importantes para o sistema serão quantitativas (LACHTERMACHER, 2007). Para a construção de um modelo matemático, segundo Pizzolato e Gandolpho (2009), é necessário os seguintes elementos: Variáveis de decisão: x j, tal que j = 1, 2,, n; Função objetivo Z a ser otimizada; Restrições: g m tal que g = 1, 2,, m; Não negatividade das restrições, ou seja, x j 0 A forma geral para a resolução de um problema de programação linear, segundo Lachtermacher (2007), é explicitada a seguir: Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

92 91 Otimizar Z = f (x 1, x 2,, x n ) Sujeito a: g 1 (x 1, x 2,, x n ) b 1 g 2 (x 1, x 2,, x n ) b 2. =... g m (x 1, x 2,, x n ) b m O Modelo Matemático se divide em dois outros modelos: Modelo de Simulação e Modelo de Otimização. Modelo de simulação Este modelo tem como grande característica analisar as alternativas antes de serem implantadas. A simulação é uma atividade que reproduz uma condição real, com aparência realista. Por isso, permite ao analista testar a viabilidade de todas as hipóteses que ele quiser e encontrar soluções para cada uma delas (LACHTERMACHER, 2007). Segundo Montevechi et al. (2006, apud Harrel et al., 2000 e Law e Kelton, 1991), uma simulação imita um sistema real e é modelado em um computador para a melhoria de seu desempenho. Modelo de otimização É um modelo menos flexível, que busca uma única solução, chamada de solução ótima. Para Montevechi et al. (2006, apud FU, 2002), encara-se a otimização como uma ferramenta complementar à simulação porque esta última fornece as variáveis de uma possível solução para a otimização, os inputs, gerando uma resposta para o cenário simulado, o output. Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

93 92 Fases de um trabalho de PO Pode-se dividir a PO em seis fases. Vamos a elas. Fase 1 - definição do problema Nesta fase, são coletados e entendidos os objetivos a serem estudados. As alternativas de decisão são identificadas e se explicitam as limitações (LACHTERMACHER, 2007). Fase 2 construção do modelo O modelo é essencial para a solução do problema. Ele precisa representar a realidade do mesmo de forma clara: quanto mais representar, melhor será a solução proveniente do estudo (LACHTERMACHER, 2007). Fase 3 solução do modelo Quando se trata de um modelo matemático, a solução é chamada de solução ótima, a qual é obtida através de um algoritmo (LACHTERMACHER, 2007). Fase 4 validação do modelo Para simular um modelo criado, costuma-se usar dados existentes para representar a realidade de um problema, com o intuito de que o modelo consiga reproduzir, com precisão, o comportamento do sistema (LACHTERMACHER, 2007). Fase 5 implementação da solução Acompanha-se, minuciosamente, o processo de conversão da solução obtida pelo modelo em uma regra operacional. Algumas vezes, adaptações poderão ser necessárias (LACHTERMACHER, 2007). Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

94 Fase 6 avaliação final Verificam-se os resultados em todas as possíveis fases do processo (LACHTERMACHER, 2007). A figura a baixo demonstra as etapas de uma pesquisa aplicada, com objetivos empíricos descritivos: Figura 1. Etapas de uma pesquisa aplicada. 93 Fonte: Marins et al. (2013). 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram estudados quatro artigos voltados à programação matemática: Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

95 94 Estudo em uma instituição privada de ensino superior Foi necessário atribuir valores simbólicos em alguns recursos para que o modelo não interpretasse esses recursos como ilimitados, pois se trata de um evento acadêmico, o qual foi realizado nas dependências da universidade (CUNHA JUNIOR; GUIMARÃES, 2016). O estudo de caso aqui apresentado foi realizado durante um ano: e O objetivo foi o desenvolvimento de um modelo matemático, com vistas à otimização da alocação de recursos, com foco na redução de custos em uma instituição de ensino superior privada. O estudo resultou na redução em 40,21% dos custos, comprovando a eficácia do modelo e da técnica utilizada (CUNHA JUNIOR; GUIMARÃES, 2016). Abaixo estão explicitadas as figuras com os comparativos entre os valores reais e os valores otimizados: Figura 2. Comparativo entre a quantidade de recursos utilizados em Real x Otimizado. Fonte: Cunha Junior e Guimarães (2016). Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

96 Figura 3. Comparativo entre a quantidade de recursos utilizados em Real x Otimizado. 95 Fonte: Cunha Junior e Guimarães (2016). Nota-se que, em todos os recursos, o modelo otimizado diminui os custos. Quanto maior for a quantidade de recursos, mais drástica é a diferença entre dados reais e dados otimizados. Estudo em uma loja de materiais de construção O desenvolvimento da pesquisa se deu com a utilização de modelos lineares para a realização de previsões em curto prazo, com o objetivo de prever o preço de compra do cimento Portland CP IV (REICHERT; SOUZA, 2016). A variável analisada foi coletada entre julho de 2010 e março de Foram feitas 69 observações mensais, realizadas em uma empresa de médio porte, do segmento de materiais de construção, no estado do Rio Grande do Sul (REICHERT; SOUZA, 2016). A aplicação do modelo se mostrou útil no gerenciamento de compras e estoque da empresa, pois foi possível atingir o objetivo proposto com a utilização dos dados coletados (REICHERT; SOU- ZA, 2016). Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

97 96 Estudo de um problema de localização de filtros de água em uma Universidade Pública Primeiramente, os corredores térreos de um dos prédios do Campo Acadêmico do Agreste (CAA) foram mapeados, conforme mostra a Figura 4: Figura 4. Distribuição de filtros antes do modelo ser aplicado. Fonte: Andrade e Fraga (2016). Nota-se que há seis filtros no total. Se fossem alocados corretamente e frequentemente abastecidos, seriam suficientes para atender a demanda, porém, há uma maior concentração de filtros na parte superior do Campo Acadêmico e tendo em vista que há um ponto de ônibus na parte inferior, a demanda não é atendida (AN- DRADE; FRAGA, 2016). Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 3, p , jan./jun. 2017

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