pelo agricultor 3 etapas para tomada de decisão Produzido sob a orientação de Alexandre Mendonça de Barros

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1 3 etapas para tomada de decisão pelo agricultor Produzido sob a orientação de Alexandre Mendonça de Barros E-book complementar ao webinar O mundo Agro e a Economia

2 3 etapas para tomada de decisão pelo agricultor Do pré-plantio à venda dos produtos, há um longo caminho a ser percorrido pelo agricultor envolvendo uma série de escolhas importantes. Segundo o sócio-consultor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros, um dos mais conceituados especialistas sobre agronegócio do país, há momentos fundamentais para nortear essas definições, que levam em conta aspectos técnicos, operacionais e econômicos. Não são decisões independentes, diz o consultor. Mendonça de Barros participou, no dia 29 de junho, de um webinar no Portal Syngenta quando respondeu ao vivo as perguntas dos participantes sobre conjuntura econômica voltada para o setor. 2

3 CONHEÇA AS ETAPAS PARA TOMADA DE DECISÃO PELO AGRICULTOR, DE ACORDO COM ALEXANDRE MENDONÇA DE BARROS 1 Planejamento agronômico Genética Nutrição Proteção 2 Planejamento operacional 3 Máquinas Planejamento econômico Mão de obra $ Compra de insumos Venda de produtos 3

4 1 Planejamento da tecnologia agronômica Genética Primeira decisão a ser tomada, a escolha da genética tem um valor muito alto para o agricultor, pois ele precisa estar adaptado ao seu meio. Produtores podem testar várias sementes até encontrar o material mais ajustado à propriedade. Nesta etapa, algumas questões precisam ser definidas: Quais são as sementes mais adequadas para a fazenda? Como será distribuído o tempo de desenvolvimento dessas variedades? Qual será o espaçamento? Quantas sementes serão usadas entre as linhas e em cada uma delas? Quanto maior o nível de tecnologia, a tendência é intensificar o uso de determinado tipo de semente. 4

5 Nutrição [...] de modo geral produtividades muito altas pressupõem uma nutrição mais forte - Alexandre Mendonça de Barros A planta tem ser alimentada de acordo com o nível de produtividade desejado. Um sistema de nutrição envolve, por exemplo, escolhas sobre o uso de macro e micronutrientes, os melhores momentos para adubar, se haverá cobertura ou não. Há um pacote de decisões, mas de modo geral produtividades muito altas pressupõem uma nutrição mais forte, diz Alexandre Mendonça de Barros. Nesta etapa, o produtor também deve verificar se é preciso corrigir o solo a partir da experiência em relação à safra anterior. Proteção ao cultivo São três ameaças que devem ser observadas quando o assunto é proteção do cultivo: doenças, insetos e plantas daninhas. A estratégia deve considerar aspectos como a escolha do herbicida mais adequado, melhor momento para aplicação, tipo de planta. O planejamento pode ser feito desde a semente para evitar que a planta seja atacada ainda embaixo do solo. 5

6 Há uma gama enorme de produtos capazes de controlar o problema desde o plantio até a evolução. Segundo o especialista, é importante monitorar sempre, pois plantas com genética idêntica estão sujeitas a uma série de doenças, fungos e bactérias que se multiplicam quando atacam. É preciso definir um plano para protegê-las levando em conta oscilações de clima e infestações. 6

7 2 Planejamento operacional Máquinas Mão de obra Definido e executado o planejamento agronômico, chega o momento de pensar na colheita. Todos os processos exigem máquinas e mão de obra, portanto é preciso ter dimensionamento operacional para dar conta dos problemas. Se o trator quebrar e não tiver sobra, o produtor não vai conseguir colher, ou pulverizar. Tudo isso representa perda de produtividade, afirma Mendonça de Barros. Da mesma forma, se há máquinas, é necessário pessoas para operá-las. Essas decisões têm de ser tomadas antecipadamente considerando as demandas desde o plantio até a colheita. 7

8 3. PLANEJAMENTO ECONÔMICO 3 $ Planejamento econômico Insumos Nesta etapa, o agricultor define o que precisa comprar para fazer a operação girar. A decisão de compra deve ser tomada até o início do plantio, em alguns casos até antes, principalmente por conta da logística. Há um prazo para que o produtor não corra o risco de chegar o momento de plantio e não estar tudo organizado o adubo precisa estar à mão, assim como a semente, por exemplo. Esse intervalo limita um pouco a decisão econômica. Venda de produtos Quanto à decisão de venda, há produtores que antecipam bastante e outros que deixam para depois da colheita. A recomendação nessa fase é sempre acompanhar o mercado para fazer uma escolha mais apurada. De acordo com Mendonça 8

9 3. PLANEJAMENTO ECONÔMICO de Barros, deixar para vender na boca do caixa é temerário, pois muitas oportunidades boas podem ser perdidas. O agricultor sempre deve ter uma mínima ideia de qual é seu custo e medir a margem de lucro. O custo está relacionado a diversos fatores, como a tecnologia usada, a produtividade esperada. Portanto, não são decisões independentes, diz. O agricultor sempre deve ter uma mínima ideia de qual é seu custo e medir a margem de lucro. 9

10 Dica do consultor Para a tomada de decisão, o planejamento técnico é fundamental, mas deve ser associado ao econômico. A partir disso, é possível escolher entre duas tecnologias e saber qual deve dar mais resultado de acordo com a estrutura de custos. Munido de informações sobre o mercado, o produtor pode ir refinando suas escolhas com o tempo. Isso tem enorme valor num mercado tão volátil como o brasileiro, afirma o consultor. 10

11 Quem é Alexandre Mendonça de Barros Alexandre Mendonça de Barros é sócio-consultor da MB Agro, empresa que presta consultoria econômica para o agronegócio. É engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), e doutor em economia aplicada pela mesma instituição. Foi professor do Departamento de Economia da universidade de 1995 a 2004 e de Economia Agrícola da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de 2005 a Foi membro dos conselhos de administração de Fosfértil, CASP, Vale Fertilizantes, Terra Viva (grupo Schoenmaker) e Coplana. É membro dos conselhos dos grupos Otávio Lage, Guarita, Roncador e frigorífico Minerva. Também compõe o Comitê de Assessoria Externa da Embrapa Pecuária Sudeste e o Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Produção e tecnologia