ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS DE 16 DE JANEIRO DE 2013 PROPOSTA RELATIVA AO PONTO UM DA ORDEM DO DIA

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1 BANIF BANCO INTERNACIONAL DO FUNCHAL, S.A. Sociedade Aberta Matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Funchal Sede social: Rua de João Tavira, n.º 30, , Funchal Capital social: ,00 Euros Número único de Matrícula e de pessoa colectiva: ASSEMBLEIA GERAL DE ACCIONISTAS DE 16 DE JANEIRO DE 2013 PROPOSTA RELATIVA AO PONTO UM DA ORDEM DO DIA Considerando que: A. A deterioração acentuada da economia portuguesa, a escassez de financiamento de mercado, com impacto significativo na actividade e rendibilidade dos bancos portugueses e, ainda, o estabelecimento de requisitos de reforço da base de capital para o sector financeiro português conduziram à necessidade de reforço de capitalização do Banif Banco Internacional do Funchal, S.A. ( BANIF ); B. O Banco de Portugal estabeleceu, em elevação dos requisitos permanentes vigentes, que as entidades financeiras sujeitas à supervisão do Banco de Portugal, deveriam reforçar os seus rácios Core Tier 1, para um valor não inferior a 10%, até 31 de Dezembro de 2012; C. Apesar dos esforços envidados pelo BANIF durante 2011, o enquadramento adverso não permitiu o cumprimento dos requisitos legais de capital; D. Para cumprir com o referido rácio Core Tier 1, as estimadas necessidades de capitais do Grupo Banif ascendem a milhões, montante ao qual será acrescida uma margem adicional de 300 milhões com o objectivo de cobrir riscos de execução do seu plano estratégico nos exercícios de 2013 e 2014; E. Para colmatar as referidas necessidades em termos de capitais, o Conselho de Administração considera inevitável o recurso ao investimento público (o qual inclui o acesso ao Bank Solvency Support Facility) e privado; F. Que o BANIF tem interesse em poder dispor da possibilidade de acesso ao investimento público, como mecanismo integrante do processo de reforço dos fundos próprios, medida que, para além da sua relevância específica, é 1

2 susceptível de viabilizar um processo, devida e atempadamente estruturado, para captação e rentabilização de investimento privado; G. Que o plano de capitalização do BANIF, elaborado nos termos e para os efeitos da Lei n.º 63-A/2008, de 24 de Novembro, conforme alterada, e como expressamente previsto no n.º 1 do respectivo artigo 9.º ( PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO ) foi nos seus termos essenciais já discutido e apreciado pelo Banco de Portugal; Propõe-se que a assembleia delibere: 1. Aprovar que o reforço de capitalização do BANIF, em linha com os níveis exigidos no Aviso 3/2011 do Banco de Portugal, inclua acesso a investimento público, nos termos da Lei n.º 63-A/2008, de 24 de Novembro, conforme alterada, e respectiva regulamentação complementar, nomeadamente nos termos constantes do PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO do BANIF; 2. Aprovar, na sua configuração anexa à presente proposta (com os elementos e informação de ajustamento ou actualização que tenham sido transmitidos a esta Assembleia) o PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO e os compromissos e obrigações conexos, incluindo as operações de aumento de capital previstas para as primeira e segunda fases do mesmo (ambas integrantes do PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO), tal como elaborado pelo Conselho de Administração, com parecer favorável do Conselho Fiscal, incluindo os respectivos anexos, os Termos e Condições dos Instrumentos Convertíveis, os Princípios Acordados das acções e as condições de recapitalização e declarações que desses anexos constam, bem como as fichas técnicas divulgadas como documentação preparatória da presente assembleia geral, com referência ao presente ponto da ordem do dia, sem prejuízo e com sujeição às modificações, aditamentos ou alterações que, com aprovação pelo Conselho de Administração e parecer favorável do Conselho Fiscal, venham a ser estabelecidos em conformidade com o despacho do membro do Governo responsável pela área das finanças, como previsto no artigo 13.º da referida Lei; 3. Aprovar, incluindo no que respeita aos actos já praticados, a prática pelo Conselho de Administração, por uma ou mais vezes, e sempre com parecer favorável do Conselho Fiscal, de todos os actos relativos à solicitação e promoção do acesso ao investimento público nos termos da Lei n.º 63-A/2008, de 24 de Novembro, conforme alterada, e respectiva regulamentação complementar, e obrigações e compromissos conexos, conferindo-lhe mandato para todos os actos ou diligências necessários ou convenientes, incluindo, sem 2

3 limitação, no que respeita (i) ao eventual ajustamento dos termos do PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO e obrigações e compromissos conexos em conformidade com o despacho ministerial de aprovação referido no artigo 13.º daquela Lei, (ii) à concretização e desenvolvimento das respectivas medidas de execução, incluindo, nomeadamente, a celebração de um Subscription Agreement com o Estado e no que respeita à deliberação e/ou execução de emissões de instrumentos financeiros subordinados e convertíveis em acções, qualificados como capital Core Tier 1, no valor total de 400 milhões, os quais serão parcialmente amortizados através do encaixe financeiro obtido pelo BANIF em resultado da realização da segunda fase de recapitalização e deliberação de aumento de capital por entradas em dinheiro com supressão do direito de preferência, reservado ao Estado, no montante de 700 milhões, através da emissão de de novas acções especiais, com direitos de voto a exercer na sua plenitude nas matérias previstas e no artigo 4º, n.º 8 da Lei n.º 63-A/2008, de 24 de Novembro, conforme alterada, e nas demais matérias tendo por inerente direitos de voto, nos termos do artigo 4.º, n.º 9 daquela Lei e do artigo 3.º da Portaria n.º 150-A/2012, de 17 de Maio, conforme alterada pela Portaria n.º 421-A/2012, de 21 de Dezembro, com um valor de emissão unitário de 0,01, bem como deliberação de emissão de acções a emitir como remuneração ou em sede de conversão daqueles instrumentos, aprovando designadamente o conteúdo das fichas técnicas das acções especiais e dos instrumentos de capital Core Tier 1 subscritos pelo Estado divulgadas como documentação preparatória da presente assembleia geral, com referência ao presente ponto da ordem do dia, dos Princípios Acordados das acções especiais e dos Termos e Condições dos instrumentos de capital Core Tier 1 subscritos pelo Estado, assim como as condições constantes do anexo às mesmas, ao exercício, pelo Estado, dos seus direitos e aos termos da respectiva recompra pelo BANIF, (iii) à realização de uma consolidação de acções, nos termos que, eventualmente, vierem a ser solicitados pelo Estado, (iv) à concretização e desenvolvimento das medidas de execução da segunda fase do PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO, a realizar no primeiro semestre de 2013, incluindo um aumento de capital de 450 milhões e (v) à definição e execução de medidas de ajustamento que venham, subsequentemente a ter lugar, nomeadamente para correcção de eventuais desvios pontuais ou para actualização de condições de desinvestimento público. 4. No âmbito desta aprovação, tomar designadamente conhecimento dos compromissos do Banif SA tomar medidas que venham a ser exigidas pelo Estado quanto a ações por si detidas no contexto da recapitalização do BANIF, nomeadamente em relação a qualquer conversão dos instrumentos de capital Core Tier 1 subscritos pelo Estado ou acções especiais detidas pelo Estado, 3

4 incluindo, quando necessário, convocar a assembleia geral de accionistas para deliberar consolidação de acções. Lisboa, 31 de Dezembro de 2012 O Conselho de Administração Anexo: PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO, respectivos anexos e fichas técnicas de instrumentos de capital 4

5 PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO Relatório Final 28 de Dezembro de 2012

6 ÍNDICE SUMÁRIO EXECUTIVO CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO REQUERENTE DESCRIÇÃO FUNDAMENTADA DAS RAZÕES QUE ESTIVERAM NA ORIGEM DA NECESSIDADE DE RECURSO AO INVESTIMENTO PÚBLICO (FACTORES INTERNOS) EVOLUÇÃO PROSPECTIVA DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DA INSTITUIÇÃO REQUERENTE NO CASO DE NÃO HAVER RECURSO A INVESTIMENTO PÚBLICO AVALIAÇÃO DE POSSÍVEIS ALTERNATIVAS À CAPITALIZAÇÃO COM RECURSO A CAPITAIS PÚBLICOS DESCRIÇÃO DO MODO DE CAPITALIZAÇÃO PROGRAMAÇÃO ESTRATÉGICA DURANTE O PERÍODO DE INVESTIMENTO PÚBLICO, COM VISTA A RESTABELECER OS NÍVEIS DE SOLVABILIDADE SEM INVESTIMENTO PÚBLICO PLANO DE DESINVESTIMENTO PÚBLICO RISCOS DO PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO DOCUMENTAÇÃO EM ANEXO 2

7 ÍNDICE DETALHADO PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO... 1 NOTA PRÉVIA 7 SUMÁRIO EXECUTIVO... 8 Notas Técnicas CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO REQUERENTE INFORMAÇÃO GERAL a) História i / 1992 Fundação e desenvolvimentos iniciais ii / 2002 Internacionalização e diversificação das áreas de negócio iii / 2008 Consolidação e Expansão iv / 2011 Desenvolvimentos recentes v Ano de viragem b) Estrutura Accionista c) Composição dos Órgãos Sociais d) Organização interna i. Modelo de governo societário ii. Modelo de gestão de risco e) Modelo de negócio f) Áreas de Negócio i. Banca Comercial ii. Banca de Investimento iii. Crédito Especializado iv. Seguros g) Estrutura do Grupo h) Presença Geográfica i. Actividade Doméstica ii. Actividade Internacional INFORMAÇÃO FINANCEIRA EM BASE CONSOLIDADA E INDIVIDUAL Informação financeira em base consolidada

8 a) Balanço i. Crédito a clientes ii. Depósitos iii. Outras rubricas materialmente relevantes iv. Imparidade v. Passivos contingentes b) Demonstração de resultados i. Produto bancário ii. Custos operacionais iii. Provisões e imparidade c) Principais rubricas da demonstração de ganhos e perdas não relevadas em demonstração de resultados (Demonstração do rendimento integral) d) Estrutura de capitais e) Liquidez e financiamento i. Estrutura de financiamento ii. Emissões de dívida com garantia do Estado f) Adequação de fundos próprios g) Indicadores de qualidade do crédito Informação financeira em base individual i. Crédito a clientes ii. Depósitos iii. Outras rubricas materialmente relevantes iv. Imparidade v. Provisões e passivos contingentes iv. Custos operacionais v. Provisões e imparidade iii. Estrutura de financiamento iv. Emissões de dívida com garantia do Estado Desenvolvimentos globais em

9 2. DESCRIÇÃO FUNDAMENTADA DAS RAZÕES QUE ESTIVERAM NA ORIGEM DA NECESSIDADE DE RECURSO AO INVESTIMENTO PÚBLICO (FACTORES INTERNOS) EVOLUÇÃO PROSPECTIVA DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DA INSTITUIÇÃO REQUERENTE NO CASO DE NÃO CONCRETIZAÇÃO DO INVESTIMENTO PÚBLICO AVALIAÇÃO DE POSSÍVEIS ALTERNATIVAS À CAPITALIZAÇÃO COM RECURSO A CAPITAIS PÚBLICOS DESCRIÇÃO DO MODO DE CAPITALIZAÇÃO a) QUANTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DE FUNDOS PÚBLICOS PARA RECAPITALIZAÇÃO b) APRESENTAÇÃO DA DURAÇÃO ESTIMADA PARA O INVESTIMENTO PÚBLICO E DATA PREVISTA PARA A SUA CONCRETIZAÇÃO c) JUSTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DE FUNDOS PÚBLICOS, INCLUINDO APRECIAÇÃO SOBRE A IMPOSSIBILIDADE DE RECURSO A CAPITAIS EXCLUSIVAMENTE PRIVADOS d) DESCRIÇÃO DO MODO DE CAPITALIZAÇÃO PROGRAMAÇÃO ESTRATÉGICA DURANTE O PERÍODO DE INVESTIMENTO PÚBLICO, COM VISTA A RESTABELECER OS NÍVEIS DE SOLVABILIDADE SEM INVESTIMENTO PÚBLICO a) Análise prospectiva da posição financeira da instituição durante o período de investimento público num cenário base e num cenário adverso i. Cenário base ii. Cenário Adverso b) Identificação dos principais pressupostos subjacentes à estratégia c) Estratégia (medidas de gestão a ser implementadas) durante o período de investimento público i. Reestruturação societária ii. Turnaround operacional iii. Estratégia de Desalavancagem iv. Programa de optimização de capital d) Descrição das medidas adoptadas / a adoptar tendo em vista o reforço do sistema de governo societário e) Descrição das políticas de distribuição de dividendos e de remuneração dos órgãos de administração e fiscalização

10 f) Descrição das alterações no modelo de gestão e de controlo dos riscos g) Alterações na estrutura do grupo h) Alterações nas participações de capital (em particular em entidades não financeiras) i) Descrição das diferentes medidas planeadas para restabelecer os níveis de solvabilidade sem investimento público j) Descrição do impacto das diferentes medidas tomadas para limitar as distorções de concorrência PLANO DE DESINVESTIMENTO PÚBLICO a) Calendário para concretização do desinvestimento b) Descrição fundamentada de como serão pagos os capitais públicos c) Identificação dos pressupostos subjacentes à concretização do desinvestimento público RISCOS DO PLANO DE RECAPITALIZAÇÃO DOCUMENTAÇÃO EM ANEXO Declaração de acordo com o artigo 2.º, n.º2, alínea j) da Portaria 150-A/ Declaração de acordo com o artigo 2.º, n.º 2, alínea l) da Portaria 150-A/ Declaração de compromisso de submeter a aprovação prévia do Ministério das Finanças a decisão de proceder ao pagamento de juros e dividendos Declaração de compromisso de consultar o Ministério das Finanças previamente à decisão sobre o exercício do direito de recompra de instrumento elegível para capital regulamentar 120 6

11 NOTA PRÉVIA No contexto do seguinte documento, as várias unidades de negócio serão referidas com as seguintes abreviaturas: - Auto-Industrial Investimentos e Participações SGPS, SA como Auto-Industrial ; - Banif Banco Comercial dos Açores, SA como BCA ou BBCA ; - Banif - Banco de Investimento, SA como BBI - Banif - Banco Internacional do Funchal, SA como Banif SA, Banif ou Banco ; - Banif Grupo Financeiro como o Grupo ; - Banif Go, Instituição Financeira de Crédito, SA como Banif Go ; - Banif Mais SGPS, SA como Banif Mais SGPS ; - Banco Banif Mais, SA como Banif Mais ; - Banif SGPS, SA como Banif SGPS ; - Companhia de Seguros Açoreana, SA como CSA - Rentipar Financeira SGPS, SA como Rentipar Financeira ou Rentipar ; - Rentipar Seguros SGPS, SA como Rentipar Seguros ; - Tecnicrédito SGPS, SA como Tecnicrédito ou Banif Mais SGPS. 7

12 SUMÁRIO EXECUTIVO Grupo Banif detém um estatuto relevante no sistema financeiro português O Banif Grupo Financeiro tem, ao longo da sua história, assumido uma presença marcante no sistema financeiro português fruto i) da liderança destacada nas regiões autónomas dos Açores e Madeira, onde detém quotas de mercado de 36% e 24%, respectivamente, ii) de um forte posicionamento no segmento das PMEs; iii) de uma oferta de elevada qualidade no segmento de crédito ao consumo e iv) de um elevado nível de reconhecimento associado à marca Banif e aos serviços por si prestados. O Banif Grupo Financeiro foi fundado na ilha da Madeira em Janeiro de 1988, através da incorporação de activos e passivos da Caixa Económica do Funchal, e tornou-se no maior grupo financeiro na Região Autónoma dos Açores em 1996, por aquisição de uma posição de controlo no Banco Comercial dos Açores, SA. O Grupo Banif ocupa hoje a 8ª posição no ranking do sector bancário português, assumindo um verdadeiro estatuto sistémico ao nível do sector financeiro nacional, que deriva do seu forte posicionamento competitivo nas regiões autónomas dos Açores e Madeira. No sentido de melhor adaptar a organização aos riscos e desafios sem precedentes que se colocam hoje ao sistema bancário português, em consequência de uma contracção acentuada da actividade económica nacional, do aumento significativo do desemprego e da deterioração da situação financeira do sector empresarial público e privado, foi recentemente nomeada uma nova equipa de gestão que goza de um elevado nível de reconhecimento, track record e experiência no sector bancário. Esta equipa de gestão está fortemente empenhada e comprometida em reforçar os níveis de solvabilidade e liquidez do Grupo e assegurar o regresso a níveis normalizados e sustentáveis de rendibilidade. Uma nova equipa de gestão com prioridades estratégicas claramente identificadas A actividade do sistema financeiro português está a desenvolver-se num contexto particularmente adverso e exigente do ponto de vista macroeconómico, financeiro e regulamentar. Por um lado, a drástica deterioração da qualidade das carteiras de crédito conduziu à necessidade de reforço acentuado de imparidades, e, por outro, tem-se assistido a uma significativa diminuição na margem financeira e comissões devido à forte recessão económica, necessidade de redução da concessão de crédito (dado o elevado nível de endividamento dos agentes económicos e o processo de desalavancagem imposto pelo programa de assistência económica e financeira - PAEF), aumento do custo dos recursos de clientes, num contexto de ausência de captação de financiamento junto dos mercados monetários interbancários da Zona do Euro. Por sua vez, as restrições no acesso ao financiamento, as imposições regulamentares em termos de reforço dos níveis de solvabilidade, bem como a necessidade de se continuar a implementar medidas que conduzam à sustentabilidade das finanças públicas colocam, num contexto de elevada incerteza, desafios adicionais significativos para todos os players, mantendo-se uma perspectiva desfavorável para a actividade económica em Tendo em conta este enquadramento, a equipa de gestão, recentemente nomeada, iniciou, em Abril de 2012, um processo exaustivo de revisão estratégica do plano de negócios do Grupo, que deu origem a uma reestruturação profunda e transversal de toda a organização. Este plano estratégico engloba áreas como estrutura corporativa, governance, performance operacional e revisão do portefólio de negócios. Prevê-se que a aplicação do extenso conjunto de medidas englobado neste plano estratégico resulte num processo 8

13 transformacional do qual irá emergir um Grupo Banif mais forte e totalmente focado nas suas capacidades distintivas intrínsecas e reforço das suas vantagens competitivas. Plano Estratégico principais prioridades A criação de valor para o accionista é vista como a principal prioridade pelo Conselho de Administração, pelo que, com o objectivo de reposicionar o Grupo dentro do sistema financeiro nacional, alavancando nas suas fortes vantagens competitivas, e melhorar a capacidade de geração orgânica de capital, as áreas de actuação identificadas como cruciais foram: Reestruturação societária: Ao nível da reestruturação societária, os objectivos que o Grupo se propõe atingir passam pela simplificação da estrutura organizacional, redução do número de sub-holdings e subsidiárias e redução de financiamentos intragrupo. Estas medidas irão tornar a organização mais flexível e aumentar a eficácia nos processos de tomada de decisão, ao mesmo tempo que contribuem para uma melhoria significativa dos mecanismos de controlo interno. De salientar que o passo mais importante relativamente a esta área já foi tomado com a conclusão do processo de fusão da Banif SGPS no Banif SA. Eficiência operacional: O processo de turnaround actualmente em curso irá contribuir para a melhoria das capacidades de geração orgânica de capital e baseia-se em medidas críticas ao nível da geração de receitas, redução de custos, recuperação de crédito, gestão imobiliária e aumento da produtividade. No que respeita à geração de receitas, importa referir que o Grupo pretende continuar o processo de desalavancagem em curso e redireccionar a concessão de crédito para os sectores e empresas mais competitivos da economia. Em termos de corte de custos, merece referência o programa de redução de pessoal que compreende mais de 300 trabalhadores entre rescisões e reformas e que estará concluído no início de Adicionalmente, está em curso a reestruturação da rede de distribuição, que inclui o encerramento de 24 agências em 2012, das quais 21 foram encerradas até final de Setembro. Por fim, existem outras áreas que estão a ser objecto de reestruturação por potenciarem a obtenção de um nível de sinergias significativo e, consequentemente poupança de custos. Globalmente, é objectivo do Grupo, com o plano acima descrito, fazer convergir as suas principais métricas de produtividade para as melhores práticas de mercado, garantindo assim rácios de cost/income compatíveis com níveis atractivos de retorno sobre os capitais próprios. Estas medidas estão a ser acompanhadas por uma total reformulação e optimização da estratégia comercial do Grupo, através da revisão do modelo de segmentação de clientes e reorganização da estrutura comercial, de forma a maximizar a extracção de valor da sua base de clientela tradicional. Adicionalmente, e no sentido de fazer face aos elevados níveis de incumprimento de crédito, o Grupo reformulou e tem vindo a reforçar significativamente as estruturas de gestão de risco e de recuperação de crédito. São de salientar, nomeadamente, os esforços significativos no sentido de reforçar recursos, processos e procedimentos com vista a melhorar os níveis de recuperação do crédito concedido pelo Grupo, com o objectivo de promover o seu ajustamento das estruturas às exigências decorrentes do aumento acentuado do crédito vencido e assim reduzir os rácios de incumprimento. 9

14 Revisão do portefólio de negócios: Com o objectivo de optimizar a alocação de capital, a estratégia de desalavancagem irá privilegiar a venda de activos com baixas taxas de retorno e elevados consumos de capital, nomeadamente activos imobiliários, carteiras de crédito em incumprimento e outros activos considerados não estratégicos. O rationale deste programa de desinvestimento tem por base a avaliação dos actuais níveis de retorno e de consumo de capital das diversas carteiras de activos em termos relativos. No cômputo geral, é importante ter em conta que o programa de desalavancagem irá contribuir decisivamente para a geração orgânica de capital do Grupo ao longo de todo o período de investimento público, por via da redução de custos de financiamento e alocação mais eficiente de capital. Globalmente, as linhas estratégicas acima descritas têm por objectivo assegurar que o modelo de negócio do Grupo, tradicionalmente assente em segmentos de elevado retorno como são as PMEs e o crédito ao consumo, se mantém viável e perfeitamente adaptado a um contexto económico e operacional bastante mais desafiante face ao passado recente. Necessidade de capitalização, no curto prazo, é inevitável face à deterioração do contexto envolvente O plano de recapitalização do Grupo Banif compreende os seguintes tipos de investimento: i) investimento público, no montante máximo de milhões, compostos por 700 milhões de capital por via da emissão de acções especiais e 400 milhões de instrumentos subordinados convertíveis a ser reembolsados faseadamente entre Junho de 2013 e Dezembro de 2014, e ii) investimento por parte de accionistas privados até 450 milhões, a realizar até Junho de 2013 através de um aumento de capital que irá compreender quatro tranches. A necessidade de capitalização do Grupo Banif tornou-se inevitável e deve-se maioritariamente ao impacto do enquadramento económico na actividade do Banco. Por um lado, a deterioração da rendibilidade do Banco em consequência da grave recessão que afecta a economia portuguesa desde o início de 2011 não permitiu que as medidas já tomadas no sentido de reforço da solvabilidade (e que incluíram, entre outras, a optimização dos activos ponderados pelo risco, transacções de gestão de activos e passivos, venda de activos, desalavancagem do balanço e redução de custos) fossem suficientes para se atingir o limite mínimo regulamentar ao nível dos requisitos de Core Tier 1. Por outro lado, o acesso a fontes externas de capital continua vedado a empresas nacionais, sendo que uma estabilização nas condições de acesso aos mercados dependerá sobretudo da capacidade do Estado de demonstrar a sustentabilidade intertemporal das finanças públicas, bem como de desenvolvimentos no enquadramento externo face ao potencial efeito de contágio por agravamento da crise da dívida soberana na área do euro. Finalmente, importa ter presente que o ambicioso processo de reestruturação já em curso não tem impacto imediato, sendo expectável que comece a produzir efeitos materiais apenas a partir de Assim, e face às metas regulamentares extremamente exigentes que foram definidas pelo Banco de Portugal ( BdP ) para Dezembro de 2012, no que respeita a um rácio Core Tier 1 de 10% (estabelecido no aviso nº 3/2011), o Grupo decidiu recorrer a fundos públicos para a recapitalização do Banco ao abrigo da Lei 63/2008, de 24 de Novembro ( Fundo de Recapitalização ). O plano estratégico agora em fase de implementação terá impactos duradouros e sustentados sobre os níveis de geração de capital do Grupo, revelando-se por isso crítico para garantir que os capitais investidos 10

15 pelo Estado português serão reembolsados no prazo previsto, quer na sua componente de instrumentos híbridos, quer na componente de acções especiais, bem como assegurar níveis de remuneração de acordo com a Lei. Importa sublinhar que o plano estratégico permitirá ao Grupo manter níveis de capitalização adequados e atingir 2017 com uma estrutura de balanço capaz de gerar retornos atractivos para os investidores, com vista a permitir uma solução de mercado para o Banco no final do período de investimento público. É importante salientar que o Grupo é objecto de monitorização pelo Banco de Portugal através da apresentação, numa base trimestral, do Plano de Financiamento e de Capital (Funding and Capital Plan) que documenta e quantifica exaustivamente a estratégia para atingir e manter determinados objectivos em termos de capital e liquidez e ainda enfrentar o conjunto de riscos e desafios colocados pelo actual ambiente operacional. Importância da participação dos accionistas privados no Plano de Recapitalização A participação dos accionistas privados no aumento de capital previsto no plano de recapitalização é encarada, pelo Conselho de Administração do Banif Grupo Financeiro, como de extrema importância e um sinal inequívoco de confiança na estratégica que foi delineada e cuja implementação está já em curso. Aliás, a prossecução do reforço de solvabilidade, sempre encarado como uma prioridade estratégica para o Grupo, foi ao longo do tempo concretizado através do apoio dos seus accionistas que, entre 2006 e 2010, suportaram quatro aumentos de capital no valor de 370 milhões. Importa desde já referir o compromisso firme dos actuais accionistas de referência de acompanhar o aumento de capital que irá ocorrer no âmbito deste processo de recapitalização, até 30 de Junho de A equipa de gestão, embora consciente de que este será necessariamente um processo complexo e demorado, reitera o seu compromisso no sentido de colocar o Banif Grupo Financeiro numa trajectória sustrentável em termos de rendibilidade, liquidez e capital. O modelo de negócio do Grupo Banif manter-se-á focado no seu mercado natural O modelo de negócio do Grupo Banif, assente num posicionamento de nicho do qual se destacam a clara posição de liderança nas Regiões Autónomas, a forte presença no segmento de PMEs e a oferta de elevada qualidade no crédito ao consumo, demonstrou ao longo do tempo capacidade para gerar retornos muito atractivos sobre os capitais investidos, provando a sustentabilidade do modelo. A enorme complexidade do enquadramento financeiro, económico e regulamentar dos últimos anos veio assim interromper uma tendência sustentada de crescimento e de resultados positivos para todos os seus stakeholders. O abrangente plano estratégico já em curso, nas suas várias componentes, em conjunto com o processo de recapitalização, permitirão ao Grupo desenvolver uma abordagem comercial mais eficaz, implementar uma estrutura operacional mais eficiente e gerir um balanço mais focado, todos devidamente adaptados à actual realidade de negócio, permitindo-lhe dessa forma voltar a extrair o maior valor possível dos seus segmentos tradicionais. Ambos os processos plano estratégico e processo de recapitalização - funcionam assim como catalisadores essenciais para sustentar e consolidar a viabilidade já demonstrada no passado. 11

16 Notas Técnicas 1. O presente documento foi preparado no contexto da Lei 4/2012, publicada em Janeiro 2011, resultante da comunicação da Comissão Europeia 356/7, que estabelece as condições e requisitos para a injecção de capital público nas instituições de crédito Portuguesas, particularmente o requisito de que o acesso ao investimento público é dependente da submissão ao Banco de Portugal de um Plano de Recapitalização que deverá compreender: (i) a descrição das medidas adequadas a serem adoptadas pela Rentipar / Banif Grupo Financeiro com o objectivo de assegurar a viabilidade a médio prazo; (ii) o calendário de implementação das medidas de viabilidade, e (iii) a demonstração da consistência operacional / solidez da instituição de crédito e do Grupo Financeiro. 2. O Plano de Recapitalização foi preparado pelo Banif Banco Internacional do Funchal SA, a holding de topo do Banif Grupo Financeiro, instituição de crédito supervisionada pelo Banco de Portugal ( BdP ) e pelas demais entidades de supervisão das sociedades cotadas. Dado que o estatuto do Banif SA como sociedade de topo do Grupo ocorreu muito recentemente, após aprovação em Assembleia Geral de Accionistas do passado dia 8 de Outubro de 2012 e posterior registo com a fusão da anterior sociedade holding de topo do Grupo, a Banif SGPS SA, no Banif SA, a informação histórica apresentada neste documento diz respeito à Banif SGPS. No que diz respeito à informação contabilística previsional, importa notar, para efeito de comparações históricas, que os valores pro-forma do Banif SA enquanto nova entidade consolidadora do Grupo não diferem materialmente dos da Banif SGPS. 12

17 Retalho, Banca de Empresas & Privado 1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO REQUERENTE 1.1. INFORMAÇÃO GERAL O Banif Grupo Financeiro é um grupo financeiro português, liderado pelo Banif Banco Internacional do Funchal, SA após um processo de fusão por incorporação da anterior sociedade holding de topo Banif SGPS no Banif SA que, classificando-se como o 8.º maior grupo financeiro Português, oferece um conjunto abrangente de linhas de produtos e serviços através das operações de diversas unidades nos segmentos de banca comercial, banca de investimento, crédito especializado e actividade seguradora. O Grupo detém uma quota de mercado média de cerca de 4% (3,8% em empréstimos e 4% em depósitos) em Portugal e ocupa posições de liderança destacada nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, com quotas de mercado médias de 26% e 34%, respectivamente. Do ponto de vista geográfico, além da actividade doméstica, que compõe a maior parte das actividades e dos resultados, o Grupo está presente no Brasil, EUA, África do Sul, Venezuela, Espanha, Malta e Cabo Verde. No que respeita à sua actividade e desempenho, em 31 de Dezembro de 2011 a Banif SGPS sociedade de consolidação de topo do Banif Grupo Financeiro naquela data detinha Activos líquidos de milhões, com uma carteira bruta de crédito concedido a Clientes de milhões e recursos captados junto de Clientes de milhões, através de uma rede de 652 pontos de venda espalhados pelo mundo, 482 dos quais localizados em Portugal. Naquela data, o rácio de capital Core Tier 1 da Banif SGPS, em termos consolidados, calculado de acordo com os critérios estabelecidos pelo Banco de Portugal situava-se em 6,78% e o rácio de solvabilidade total em 8,02%. Figura 1. Estrutura organizacional Continente Portugal Banif SA Madeira BANCA Banca Comercial Brasil Banif SA (Brasil) Açores Banca BANIF SA Offshore Outras participações Malta (72%) Cabo Verde (51,7%) Espanha (33,3%) Crédito Especializado Banif Mais Banif Plus (Hungria) Banca de Investimento Portugal Brasil BBI BBI (Brasil) EUA ACTIVIDADE SEGURADORA 47,7% Rentipar Seguros SGPS Açoreana Principais unidades operacionais Outras unidades operacionais 13

18 a) História i / 1992 Fundação e desenvolvimentos iniciais O Banif Grupo Financeiro foi fundado na ilha da Madeira em Janeiro de 1988, pela incorporação dos activos e passivos da extinta Caixa Económica do Funchal, que, por sua vez, foi fundada em Nos primeiros 3 anos da sua existência, o Grupo centrou a sua actividade na consolidação da sua posição na região autónoma da Madeira ( RAM ) e em melhorar a sua situação financeira. O segundo passo estratégico passou pelo alargamento do seu portfolio de negócios, constituindo uma empresa de gestão de fundos de pensões (SGM Sociedade Gestora de Fundos de Pensões Mundial, SA), uma empresa de leasing (Mundileasing Sociedade de Locação Financeira, SA) e uma empresa de crédito ao consumo (Mundicre - Sociedade Financeira para Aquisições a Crédito, SA). Adicionalmente, o Grupo constituiu duas subsidiárias gestoras de activos, incorporando a Banifundos Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, SA e adquirindo a Invesfreiras Investimentos Imobiliários, SA. ii / 2002 Internacionalização e diversificação das áreas de negócio As acções da Banif SGPS são admitidas à negociação nas Bolsas de Valores de Lisboa e do Porto em Novembro de 1992, um marco que evidencia o crescimento financeiro do Grupo. Um ano mais tarde, o Grupo tomou as primeiras iniciativas com vista à expansão internacional com a criação do Banif - Banco Internacional do Funchal (Cayman), Ltd., uma subsidiária detida a 100% e sedeada em Georgetown, na Ilha Grand Cayman. Em 1994, foi adquirida a corretora Ascor Dealer Sociedade Financeira de Corretagem, SA ( Ascor Dealer ), representando o início das actividades de banca de investimento. O Grupo Banif tornou-se o maior grupo financeiro na Região Autónoma dos Açores ( RAA ) quando, em 1996, adquiriu uma posição de controlo no Banco Comercial dos Açores, SA ( BCA / BBCA ), o maior banco comercial nos Açores, e uma posição maioritária numa seguradora, Companhia de Seguros Açoreana, SA ( CSA ). Em 1997, o Grupo reforçou a sua presença no sector segurador, adquirindo a maioria do capital da Oceânica Companhia de Seguros, SA ( Oceânica ). Para reforçar a sua actividade de banca de investimento, o Grupo Banif adquiriu, em Junho de 1999, uma participação de 51% num banco de investimento brasileiro, Banco Primus, que passou a denominar-se Banco Banif Primus, SA e, em Setembro de 1999, procedeu-se à fusão entre a Oceânica e a CSA. No primeiro trimestre de 2000, a CSA adquiriu uma outra seguradora, O Trabalho Companhia de Seguros, SA e em Dezembro de 2000, o processo de cisão da corretora Ascor Dealer conduziu à constituição de um novo banco - Banif Banco de Investimento, SA. Um ano mais tarde, o Grupo expandiu a sua presença internacional abrindo um escritório em Miami e adquirindo uma corretora em Nova Iorque. iii / 2008 Consolidação e Expansão Em 2002, a empresa formalmente conhecida como Banif Banco Internacional do Funchal, SA foi transformada em Banif SGPS (a anterior holding do Banif Grupo Financeiro) e foi criado um novo banco com a mesma denominação social Banif Banco Internacional do Funchal, SA pela transferência de toda 14

19 a actividade bancária da anterior empresa. No mesmo ano, ocorreu a fusão por incorporação da seguradora O Trabalho na CSA. Em Abril de 2003, ocorreu a privatização dos restantes 15% do BCA, detidos pelo Governo Regional dos Açores. Como resultado, o Banif Grupo Financeiro passou a controlar 100% do capital do BCA. Em Novembro de 2007, o Banco Comercial dos Açores, SA ( BCA ) foi redenominado Banco Banif e Comercial dos Açores, SA ( BBCA ). O Grupo tornou-se o único accionista do Banco Banif Primus, em Janeiro de Um ano mais tarde, o Banco Banif Primus, SA foi redenominado Banif Banco Internacional do Funchal (Brasil), SA e começou a actuar como o banco de retalho do Grupo no Brasil. Em Maio de 2005, o Grupo reorganizou as suas holdings segregando as actividades de banca e de outros serviços financeiros do Grupo do negócio segurador. A Banif SGPS vendeu a sua participação de 100% na Banif Seguros SGPS, SA, a sub-holding do Grupo para a actividade seguradora, e adquiriu 33,62% do capital da CSA. Com vista à expansão do seu negócio internacional, o Grupo constituiu um banco subsidiário em Nassau, nas Bahamas, em Junho de Este banco, denominado Banif International Bank, Ltd, visa oferecer os produtos bancários e serviços do Grupo aos seus clientes, principalmente no continente Americano. Em Junho de 2005, a corretora Banif Primus Corretora de Valores e Câmbio, SA, detida a 75% pelo Banco Banif Primus, foi convertida num banco de investimento denominado Banif Primus Banco de Investimento, SA (detido a 75% pelo Banif Banco Internacional do Funchal (Brasil), SA). Em 2006, com o objectivo de segregar as actividades de banca de investimento das actividades de banca de retalho, a Banif Investimentos SGPS, SA adquiriu a participação da Banif Comercial SGPS, SA no Banif Primus Banco de Investimento, SA, que foi então redenominado Banif Banco de Investimento (Brasil), SA. Em 2007, o Grupo Banif alargou a sua presença internacional através de parcerias e aquisições. A Banif SGPS adquiriu uma participação de 46% no Banco Caboverdiano de Negócios, assumindo a gestão de controlo do Banco, e constituiu um banco de retalho em Malta - Banif Bank (Malta), plc, em conjunto com parceiros locais. Adicionalmente, o Grupo entrou no mercado Espanhol, através da aquisição de uma participação significativa em dois bancos. Com a aquisição de 33,32% da Banca Pueyo, o Grupo passou a participar na gestão do Banco através do seu Conselho de Administração. Com a aquisição de 27,5% do Bankpyme, o Grupo tornou-se o maior accionista individual do Banco, assegurando a sua presença no negócio de gestão de activos na Catalunha. Em Setembro 2007, foi criada uma nova empresa Banif Go, Instituição Financeira de Crédito, SA ( Banif Go ), resultante da fusão da Banif Crédito Sociedade Financeira para Aquisições a Crédito, SA com a Banif Leasing, SA. Já em Outubro de 2007, as acções da Banif SGPS foram integradas no índice NEXT 150 da Euronext Lisbon. 15

20 iv / 2011 Desenvolvimentos recentes Em Maio de 2008, a Banif Investimentos SGPS adquiriu a participação remanescente de 25% no Banif Banco de Investimento (Brasil), através da sua participada Banif Securities Holdings, Ltd, tornando-se o seu único accionista. A Banif SGPS também reforçou a sua presença no capital social do Banco Caboverdiano de Negócios, atingindo uma participação de 52%. Ao longo de 2008, o Grupo reforçou capital através de diversas empresas: Banif SGPS, SA de 250 milhões para 350 milhões; Banif Investimentos SGPS, SA de 8.75 milhões para 10 milhões; BBI de 30 milhões para 40 milhões; CSA, de 36,25 milhões para 57,25 milhões; Banif Bank (Malta) de 15 milhões para 25 milhões. Em Dezembro 2008, foi concluída a fusão por incorporação do BBCA no Banif, com produção de efeitos a partir de 1 de Janeiro de Em Setembro de 2009, a Banif SGPS adquiriu 100% do capital social da Tecnicrédito SGPS ( Tecnicrédito ), um grupo português especializado em crédito automóvel e ao consumo. Um mês mais tarde, a Banif SGPS aumentou o seu capital social de 350M para 490M. Em consonância com a política de crescimento prosseguida pelo Grupo tanto no sector financeiro como segurador, a estrutura de participações na CSA foi posteriormente reorganizada, para posicionar a Rentipar Seguros SGPS, SA ( Rentipar Seguros ) como a holding do sector segurador e a accionista directa de 100% do capital social da CSA. Sob a nova estrutura, a Banif SGPS e o Banif SA passaram a ter participações directas no capital social da Rentipar Seguros, proporcionalmente iguais às suas anteriores participações na CSA (33,62% e 14,07%, respectivamente), o que significa que mantiveram o mesmo nível de participação na companhia de seguros, ainda que indirectamente. Uma nova série de aumentos de capital ocorreu em 2009: Banif SA, de 366 milhões para 566 milhões ( 50 milhões em Março e 150M em Setembro); BBI, de 40M para 55M; Banif Banco Internacional do Funchal (Brasil), SA, de BRL128 milhões para BRL158 milhões; Banif Banco de Investimento (Brasil), de BRL37 milhões para BRL65 milhões; Banif Bank (Malta), em que o Grupo Banif subscreveu 7,2 milhões no aumento de capital social para um total de 25 milhões. Em Fevereiro de 2010, a Tecnicrédito vendeu a sua participação de 30% no Banco Pecúnia, SA (uma instituição financeira brasileira) ao Banco Société Générale Brasil, SA, o detentor dos restantes 70% do referido banco. Na sequência do acordo celebrado em Novembro de 2009 pela Rentipar Seguros tendente à aquisição à CNP Assurances de uma participação de 83,52% da Global Companhia de Seguros, SA e de 83,57% do 16

21 capital da Global Vida-Companhia de Seguros de Vida, SA, a operação foi formalizada em Março de 2010, representando um investimento de cerca de 115 milhões. Ainda no decurso de 2010 a Rentipar Seguros reforçou a sua posição em ambas as seguradoras, tendo passado a deter 100% do seu capital social. Na sequência dessas aquisições, a Rentipar Seguros assumiu o controlo de um grupo segurador responsável pela gestão de activos no valor de milhões e prémios brutos anuais de 680 milhões, gerando uma posição de mercado entre as seguradoras top 5 em Portugal, em termos globais, e top 3, no ramo não vida. No contexto da reorganização do negócio segurador, a participação (44,76%) do Grupo nesta área de negócio foi concentrada na Banif SGPS, através da venda da participação anteriormente detida pelo Banif SA na Rentipar Seguros. Em Junho de 2010, o Grupo celebrou um acordo com o Grupo Caixa Geral de Depósitos ( Grupo CGD ) materializado na tomada de uma participação de 70%, por parte do Grupo CGD, na Banif Corretora de Valores e Câmbios. O Grupo registou uma mais-valia líquida de 37,6 milhões, correspondente ao desreconhecimento total da Banif Corretora de Valores e Câmbio (a esta operação veio a seguir-se, em Junho de 2012, a alienação dos remanescentes 30% detidos pelo Grupo ao Grupo CGD, por via do exercício de uma opção de compra estabelecida entre as partes aquando do acordo de Junho de 2010). No final de 2010, o Grupo vendeu uma participação de 9,84% na Finibanco Holding, SGPS, SA, como resultado de uma oferta pública de aquisição lançada pelo Montepio Geral Associação Mutualista, registando um ganho líquido de 7,2 milhões. No início de 2011, os negócios de crédito ao consumo e leasing da Banif Go foram integrados no Banif Mais e a sua actividade de leasing imobiliário foi integrada no Banif. Também durante o 1º trimestre de 2011, concluiu-se a fusão jurídica da Global e da Global Vida na CSA. Durante esse período, o Grupo vendeu 51% da Centro Venture Sociedade de Capital de Risco, SA, pelo valor de 165 mil e estabeleceu um acordo com o Caixa Bank, SA ("La Caixa"), a fim de vender o Bankpyme por 16 milhões. v Ano de viragem 2012 revelou-se um ano de viragem para o Grupo. Uma nova equipa de gestão, mandatada em Março de 2012, comprometeu-se a um programa refundacional, para garantir o regresso a níveis sustentáveis de rendibilidade, o reforço do balanço e, finalmente, aumentar e manter a solidez de capital, através de um amplo conjunto de medidas, nomeadamente: i. um processo de reorganização transversal da estrutura societária; ii. um plano estratégico detalhado destinado a reposicionar o Grupo no seu principal segmento alvo original os mercados de retalho e PMEs e simultaneamente melhorar a eficiência operacional; e iii. um programa abrangente de desalavancagem, a ocorrer num horizonte de médio prazo. Como marco crucial para o desenvolvimento futuro do Banif Grupo Financeiro, e no âmbito do processo de reestruturação societária em curso, procedeu-se à fusão por incorporação da Banif SGPS no Banif SA, aprovada em Assembleia Geral realizada no passado dia 8 de Outubro, como passo essencial à simplificação do organograma do Grupo e à sua optimização e, em simultâneo, à criação das condições necessárias ao acesso ao investimento público por parte do Banif SA, a instituição de crédito que passou a ser a holding de topo do Banif Grupo Financeiro. 17

22 b) Estrutura Accionista As acções representativas do capital social do Banif foram pela primeira vez admitidas à negociação no mercado oficial Euronext Lisbon em Novembro de Uma década mais tarde, a 1 de Abril de 2002, devido à reorganização do Banif Grupo Financeiro nessa data, a denominação social da entidade cujas acções foram admitidas à negociação foi alterada para Banif SGPS, SA. A 31 de Dezembro de 2011, o capital da Banif SGPS, a sociedade que no âmbito do Banif Grupo Financeiro tinha o estatuto de sociedade aberta ao investimento público, era representado por 570 milhões de acções sem valor nominal. A 31 de Dezembro de 2011, os accionistas qualificados da Banif SGPS incluíam a Herança Indivisa de Horácio da Silva Roque - fundador do Grupo e seu Presidente até falecer em Maio de 2010 que detinham, directa e indirectamente, uma participação total de 59,128%. Além da participação directa de 0,142%, os accionistas maioritários tinham participações indirectas via Rentipar Financeira (54,073%, das quais 53,871% detidas directamente através da Rentipar e as restantes 0,202% detidas pelos membros do Conselho de Administração da Rentipar), Vestiban Gestão e Investimentos (4,839%), Espaço Dez- Sociedade Imobiliária (0,047%) e Renticapital (0,028%). O segundo maior accionista de referência era o Grupo Auto-Industrial, com uma participação de 13,4% (ou 25% após diluição adicional máxima quando forem convertidos os VMOCs - valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis em acções, em Setembro 2013), que se tornou accionista após a integração da Tecnicrédito no Grupo Banif no final de A transacção envolveu um aumento de capital global de 140 milhões, composto por um aumento de 70 milhões de capital reservado aos accionistas da Banif SGPS e um outro aumento de capital subscrito pelos accionistas da Tecnicrédito, dividido em duas tranches: i. 70,000,000 novas acções com um valor nominal de 1, através de uma oferta particular de subscrição; ii. 70,000,000 valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis em acções ( VMOCs ) com um valor nominal de 1, a serem convertidas em capital em Setembro de Deste modo, e tendo em conta que o acordo parassocial considera que os VMOCs serão obrigatoriamente convertíveis em Setembro de 2013, o número total de acções do Banif SA após diluição adicional máxima deve considerar o stock existente de acções ordinárias (570 milhões de acções), juntamente com as novas acções adicionais (70 milhões de acções) que irão resultar da conversão de obrigações. No que se refere ao accionista qualificado Joaquim Ferreira Amorim (com uma participação de 2,231%), importa realçar que se trata de um empresário português da região Norte com interesses principais no Grupo Amorim, mas cuja participação contínua no Banif Grupo Financeiro também reflecte um compromisso empenhado relativamente a este investimento. 18

23 Figura 2. Estrutura accionista 26% RENTIPAR FINANCEIRA SGPS SA AUTO-INDUSTRIAL INV. E PART. SGPS 2% 5% 54% VESTIBAN GESTAO E INVESTIMENTOS JOAQUIM FERREIRA AMORIM 13% OUTROS ACCIONISTAS Atendendo à extinção da Banif SGPS, no contexto da sua fusão por incorporação no Banif SA, o estatuto de sociedade aberta ao investimento público cotada em Bolsa transitou para o Banif SA. Em termos processuais, as acções Banif SGPS foram excluídas da negociação em mercado regulamentado e, após o registo da fusão por incorporação da Banif SGPS no Banif SA, procedeu-se à atribuição das acções Banif SA aos accionistas da sociedade extinta Banif SGPS na proporção de 1:1. Assim, os accionistas titulares de participações qualificadas na extinta Banif SGPS, nos termos do disposto no artigo n.º 20 do Código dos Valores Mobiliários, passaram a ser os titulares de participações qualificadas no Banif SA. c) Composição dos Órgãos Sociais No âmbito da Assembleia Geral de Accionistas da Banif SGPS, realizada a 22 de Março de 2012, procedeuse à nomeação dos órgãos sociais daquela sociedade para exercer funções no triénio 2012/2014. Paralelamente, dada a redefinição do modelo de governo societário implementada ao longo do primeiro trimestre de 2012, importa mencionar a criação de uma Comissão Executiva ao nível da Banif SGPS uma novidade no âmbito do Governance do Grupo com funções de gestão segregadas do Conselho de Administração, que agora incorpora estritamente um papel de supervisão. 19

24 Figura 3. Banif SGPS Órgãos sociais eleitos a 22 de Março de 2012 Assembleia Geral Presidente: Miguel José Luís de Sousa Secretário: Bruno Miguel dos Santos de Jesus Conselho de Administração Presidente: Luís Filipe Marques Amado Vice-Presidente: Maria Teresa Henriques da Silva Moura Roque del Fabbro Paula Cristina Moura Roque Membros: Fernando José Inverno da Piedade Jorge Humberto Correia Tomé Diogo António Rodrigues da Silveira Nuno José Roquette Teixeira Manuel Carlos de Carvalho Fernandes Vítor Manuel Farinha Nunes João Paulo Pereira Marques de Almeida José António Vinhas Mouquinho Comissão Executiva Presidente: Jorge Humberto Correia Tomé Membros: Nuno José Roquette Teixeira Vítor Manuel Farinha Nunes João Paulo Pereira Marques de Almeida José António Vinhas Mouquinho Carlos Eduardo Pais e Jorge Conselho Fiscal Presidente: Fernando Mário Teixeira de Almeida Membros Efectivos: António Ernesto Neto da Silva Thomaz Paes de Vasconcelos Revisor Oficial de Contas Ernst & Young Audit & Associados SROC SA Superior Corporate Board Presidente: Maria Teresa Henriques da Silva Moura Roque del Fabbro Vice-Presidente: Mário Raúl Leite Santos Membros: António Soares Pinto Barbosa Fernando José Inverno da Piedade Jorge Humberto Correia Tomé José Marques de Almeida José Paulo Baptista Fontes Mário Henrique de Almeida Santos David Paula Cristina Moura Roque Presentemente, atendendo à conclusão do processo de fusão por incorporação da Banif SGPS no Banif SA, o qual passou a funcionar como a sociedade cotada e holding de topo do Banif - Grupo Financeiro, e a aprovação na Assembleia Geral de Accionistas do passado dia 8 de Outubro das alterações propostas no Projecto da referida fusão para a composição dos órgãos sociais da sociedade incorporante, a composição dos órgãos sociais do Banif SA passa a obedecer aos seguintes critérios: Mesa da Assembleia Geral: Os membros da Mesa da Assembleia Geral eram comuns à Banif SGPS e ao Banif SA, pelo que se mantêm em funções no Banif SA; Conselho Fiscal e Revisor Oficial de Contas: Os membros do Conselho Fiscal e o Revisor Oficial de Contas eram comuns a ambas as sociedades, pelo que se mantêm em funções no Banif SA; Comissão de Remunerações: Concretizada a fusão da Banif SGPS no Banif SA, dois dos três membros da Comissão de Remunerações anteriormente em funções no Banif SA (Drª Maria Teresa Henriques da Silva Moura Roque Dal Fabbro e Dr. Fernando José Inverno de Piedade) passaram a integrar o Conselho de Administração do Banif SA, o que inviabilizou a sua continuidade naquelas funções. Assim, e tendo presente o interesse em assegurar a independência dos membros desta Comissão, agora no âmbito de uma sociedade emitente de acções admitidas à negociação em mercado regulamentado, a Comissão de Remunerações do Banif SA passa a integrar os membros da Comissão de Remunerações da Banif SGPS (que preenchem todos os requisitos técnicos e de independência exigíveis) para o desempenho das funções; Conselho Estratégico: Órgão de natureza consultiva aprovado na Assembleia Geral de 8 de Outubro, cujas atribuições, regime e composição replicam o Conselho Superior Corporativo anteriormente existente 20

25 no âmbito da Banif SGPS. A alteração de denominação deste órgão reflecte, por um lado, a maior importância que se pretende atribuir à sua componente de apoio à estratégia de gestão e, por outro, à eliminação do vocábulo corporativo, anteriormente associado no contexto do Banif Grupo Financeiro à actividade de coordenação transversal da Banif SGPS. Conselho de Administração e Comissão Executiva: Considerando, por um lado, o elevado número de elementos comuns ao Conselho de Administração e à Comissão Executiva da Banif SGPS e do Banif SA (7 administradores comuns nos Conselhos de Administração e 4 administradores comuns nas Comissões Executivas) e, por outro, que o Banif SA, após a fusão, mantém o desenvolvimento da sua actividade bancária e passa a assegurar a gestão transversal às diversas sociedades do Grupo, o Conselho de Administração integra doravante os 4 elementos que anteriormente exerciam funções exclusivamente na Banif SGPS, num total de 14 membros. Considera-se, desta forma, adaptada a composição do órgão de administração do Banif SA à nova natureza de sociedade cotada e holding de topo do Grupo, por um lado, com uma Comissão Executiva ligeiramente mais alargada (com mais um elemento), de modo a acomodar matérias relacionadas com a gestão transversal das suas sociedades e, por outro lado, com um aumento do número de administradores não executivos, susceptíveis de assumirem as funções de supervisão que anteriormente estavam confiadas ao órgão de gestão da Banif SGPS, enquanto holding de topo. Figura 4. Banif SA Órgãos sociais eleitos a 8 de Outubro de 2012 Assembleia Geral Presidente Miguel José Luís de Sousa Secretário: Bruno Miguel dos Santos de Jesus Conselho de Administração Presidente: Luís Filipe Marques Amado Vice-Presidente: Jorge Humberto Correia Tomé Maria Teresa Henriques da Silva Moura Roque del Fabbro Paula Cristina Moura Roque Vogais: Carlos Eduardo Pais e Jorge Diogo António Rodrigues da Silveira Fernando José Inverno da Piedade Gonçalo Vaz Gago de Câmara de Medeiros Botelho João José Gonçalves de Sousa João Paulo Pereira Marques de Almeida José António Vinhas Mouquinho Manuel Carlos de Carvalho Fernandes Nuno José Roquette Teixeira Vítor Manuel Farinha Nunes Vítor Manuel Farinha Nunes Comissão Executiva Presidente: Jorge Humberto Correia Tomé Vogais: Gonçalo Vaz Gago da Câmara de Medeiros Botelho Carlos Eduardo Pais e Jorge João José Gonçalves de Sousa João Paulo Pereira Marques de Almeida Nuno José Roquette Teixeira Vítor Manuel Farinha Nunes Conselho Fiscal Presidente: Fernando Mário Teixeira de Almeida Vogais Efectivos: António Ernesto Neto da Silva José Pedro Lopes Trindade Revisor Oficial de Contas Ernst & Young Audit & Associados SROC SA Conselho Estratégico Presidente: Maria Teresa Henriques da Silva Moura Roque del Fabbro Vice-Presidente: Mário Raúl Leite Santos Vogais António Soares Pinto Barbosa Fernando José Inverno da Piedade Jorge Humberto Correia Tomé José Marques de Almeida José Paulo Baptista Fontes Mário Henrique de Almeida Santos David Paula Cristina Moura Roque 21

26 d) Organização interna i. Modelo de governo societário Em 2007, a necessidade de ajustamento do modelo de governo societário do Grupo para responder aos novos desafios de desenvolvimento e crescimento do negócio levou a equipa de gestão da Banif SGPS a rever e reformular a atribuição de responsabilidades e procedimentos de gestão dentro do Grupo, a fim de alinhar a estrutura de governo e gestão de topo com as melhores práticas do sector financeiro. Em 2012, tendo em conta os crescentes desafios macroeconómicos e sectoriais, o Grupo implementou um novo modelo de governo societário na Banif SGPS e suas subsidiárias, fundamentado numa abordagem de gestão de topo transversal com o objectivo de garantir um processo de decisão mais fluído e centralizado, permitindo a obtenção de sinergias de custos entre as unidades bancárias domésticas. No contexto da fusão por incorporação da Banif SGPS no Banif SA, que passou a assumir as funções de holding do Banif Grupo Financeiro, o Banif SA adoptou o referido modelo societário. Figura 5. Modelo de governo societário institucionalizado em 2012 HOLDING DE TOPO Conselho de Administração Comissão Executiva Administrador comum para funções de Finanças / Planeamento & Contabilidade / Gestão de Risco / Recursos Humanos UNIDADES DOMÉSTICAS BANCA COMERCIAL BANCA DE INVESTIMENTO CRÉDITO ESPECIALIZADO Administradores responsáveis por funções comerciais / front-office As principais alterações consubstanciaram-se da seguinte forma: Criação de uma Comissão Executiva ao nível da Banif SGPS agora Banif SA mandatada pelo Conselho de Administração, que visa garantir não só uma maior coesão entre as várias unidades de negócios mas também uma maior eficácia em termos de tomada de decisão; Os administradores das áreas de suporte estratégicas (Finanças, Risco, Contabilidade e Planeamento e Recursos Humanos) são comuns às três principais unidades operacionais domésticas (Banif SA, 22

27 Banif Banco de Investimento e Banif Mais) enquanto as principais funções de front-office são asseguradas por administradores autónomos e específicos em cada unidade. Resultado destas alterações, verificou-se uma redução de quase 50% do número de administradores, no âmbito das unidades domésticas, que, para além dos benefícios acima mencionados, também permitiu uma redução dos custos de gestão. Conselho de Administração As competências do Conselho de Administração estão previstas no art.º 22.º do Contrato de Sociedade. Nos termos do presente artigo, ao Conselho de Administração cabe a responsabilidade de assegurar a gestão dos negócios sociais, dispondo, para o efeito, de competência para deliberar sobre qualquer assunto da sociedade, que não seja, por força da lei ou do contrato de sociedade, da competência exclusiva de outro órgão e designadamente: Realizar quaisquer operações relativas ao seu objecto social; Adquirir, alienar, locar ou permutar ou, por qualquer forma, onerar bens ou direitos, móveis ou imóveis, incluindo acções e obrigações próprias ou alheias, bem como participações no capital de outras sociedades, ainda que com objecto social diverso; Deliberar sobre a oportunidade e condições da emissão de obrigações e outros títulos de dívida da sociedade; Elaborar o Relatório Anual de Gestão, o Balanço e as Contas do Exercício, submetendo-os à apreciação da Assembleia Geral; Deliberar que sejam pagos aos accionistas adiantamentos sobre os lucros. No que diz respeito ao nível de independência do Conselho, em conformidade com os critérios legais aplicáveis, três dos membros não executivos do Conselho de Administração são considerados como totalmente independentes. Centro Corporativo A criação de um modelo de governo transversal ao Grupo compreendeu a criação de um Centro Corporativo, com responsabilidade no acompanhamento de questões fundamentais relativas a processos estratégicos e tácticos ao nível das unidades operacionais recolhendo informação directamente das respectivas unidades e, simultaneamente, implementando sinergias de optimização tanto ao nível das unidades de negócio, como ao nível do Grupo. 23

28 Modelo de Governo Figura 6. Modelo e fluxo do Centro de Funções corporativas CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Reporte Hierárquico As funções corporativas reportam hierarquicamente ao Conselho de Administração do Banif SA; Reporte Orgânico Função Corporativa As unidades orgânicas homólogas das várias sociedades do Grupo reportam hierarquicamente ao Conselho de Administração das mesmas; Reporte Hierárquico Órgão Administração de empresa do Grupo * Unidade orgânica homóloga ** Reporte Funcional O reporte funcional concretiza-se através da definição de metodologias, a direcção de processos transversais ao Grupo na articulação da actividade e na avaliação da adesão às políticas; Caso as medidas careçam de expressão em normas, estas são aprovadas pelo Conselho de Administração do Banif SA. * Conselho de Administração ou Comissão Executiva (consoante o modelo de gestão); ** Estrutura Orgânica (direcção, gabinete, núcleo, etc.) com atribuições no âmbito de função corporativa. No contexto do novo modelo implementado, a equipa de gestão decidiu rever a estrutura de Comités do Grupo, a fim de permitir um controlo mais próximo das actividades correntes, garantindo um modelo mais colaborativo envolvendo os gestores-chave do Grupo, transversalmente às três unidades de negócio domésticas. Assim, importa realçar os esforços efectuados para desenvolver estruturas efectivamente envolvidas na gestão corrente das operações, afectando tanto as actividades de curto e médio prazo do Grupo, nomeadamente através da recente criação de um conjunto de Comités específicos, com experiência e conhecimento para enfrentar os desafios tácticos nas suas áreas específicas de acção, criando iniciativas inovadoras e preventivas. Comité de Produtividade Este Comité monitoriza e analisa as medidas a serem implementadas para reduzir / controlar os custos e aumentar as receitas, em consonância com os objectivos de eficiência e produtividade. O Comité de Produtividade tem âmbito transversal ao Grupo e reúne com periodicidade quinzenal. Comité de Recuperação Recentemente criado e de âmbito transversal ao Grupo, este Comité substitui os anteriores comités de vigilância ao nível das principais unidades de negócio domésticas, com o objectivo de optimizar a abordagem global para a recuperação de crédito, bem como avaliar e adequar continuamente o processo de tomada de decisão. Reúne com periodicidade mensal. Comité de Supervisão de Imparidade Recentemente criado, em Junho de 2012, e ao nível do Grupo, este Comité tem como missão a supervisão e monitorização dos processos relacionados com imparidade relativamente aos diversos segmentos de negócios e redes, com a missão principal de i) avaliar os modelos, parâmetros e pressupostos dos modelos de imparidade e ii) rever as premissas e pressupostos de recuperação nos principais casos de imparidade individual. 24

29 Comité de IT Recentemente criado ao nível do Grupo, reunindo com periodicidade trimestral, este Comité é responsável pelo acompanhamento dos projectos e investimentos em sistemas de informação, nomeadamente seleccionando e prioritizando os projectos a serem incluídos em Ciclos de Desenvolvimento, validando todas as mudanças e melhorias solicitadas. Comité de Compliance Este Comité tem como missão principal garantir que as matérias de compliance mais relevantes e transversais ao Grupo são objecto de uma abordagem coordenada e eficaz. Reúne com periodicidade semestral. Comité de Gestão de Continuidade de Negócio Criado em 2012 ao nível do Banif SA, este Comité tem a função principal de rever periodicamente o Plano de Continuidade de Negócio e acompanhar a sua execução. Esta estrutura define a estratégia para a recuperação operacional em caso de eventos anormais, com impacto em funções de negócio críticas e postos de trabalho, com base nos resultados da análise de impacto de negócio e de possíveis cenários de desastre. Reúne com periodicidade semestral. Comité de Produtos e de Cross-selling Actualmente em implementação e transversal ao Grupo, este Comité resulta da fusão de três comités anteriores (Comité de Particulares, Comité de Empresas e Comité de Cross-selling), que analisavam as práticas da actividade comercial nas áreas de particulares e empresas relativamente às várias unidades de negócio domésticas, e visa estabelecer recomendações para aumentar as sinergias entre as diversas áreas de negócio e potenciar a capacidade máxima de cross-selling dentro de todo o Grupo. Comité de Risco O Comité de Risco, ao nível do Grupo, está actualmente em fase de implementação e irá centrar-se no controlo transversal da exposição de risco global, acompanhamento das métricas e limites definidos, bem como a avaliação do impacto e elaboração de recomendações sobre eventos passíveis de impactar a exposição de risco global. Comité de Recursos Humanos O Comité de Recursos Humanos reúne-se trimestralmente, com o objectivo de monitorizar as políticas de Recursos Humanos do Grupo e definir acções concretas, em consonância com os princípios de desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais dos colaboradores das diversas unidades de negócio, bem como o reforço da cultura e identidade do Grupo. Conselho de Crédito O Regulamento Geral de Crédito, que entrou em vigor a 4 de Junho de 2012, é o resultado de uma revisão profunda, acomodando as alterações previstas nas novas directrizes regulamentares e adicionando medidas 25

30 em resposta ao ambiente económico actual. Ao nível do processo de decisão composto por 6 níveis hierárquicos este modelo contempla um Conselho de Crédito (nível 5) com competência para decidir sobre operações de crédito cujas condições propostas se considera excederem o poder de decisão dos Gestores Comerciais. As decisões são tomadas considerando parâmetros, tais como o tipo de transacção, montante, prazo da operação, nível de risco do requerente / operação, nível de cobertura da operação propriamente dita, nível de cobertura por colaterais mitigantes de risco e rendibilidade mínima. ii. Modelo de gestão de risco Tendo em conta o agravamento da crise financeira, aliado à perda de confiança do mercado em países sujeitos a intervenções externas, o modelo de controlo e gestão dos diversos riscos a que o Grupo está exposto dentro das diferentes áreas e mercados geográficos, é um pilar fundamental na manutenção de rentabilidade e sustentabilidade da performance operacional, garantindo continuamente um claro equilíbrio entre risco e retorno, bem como sobre a capacidade de mitigar os riscos potenciais passíveis de impactar negativamente a situação financeira do Banif - Grupo Financeiro. Dentro do Grupo os riscos são controlados e geridos por toda a estrutura organizacional, liderada pelas estratégias e políticas traçadas pelo Conselho de Administração da Banif SGPS agora Banif SA -, baseado na identificação e análise da exposição do Grupo a vários riscos (crédito, mercado, risco operacional, estrutural e outros riscos) e definição de políticas para prevenir e mitigar esses riscos ao nível das subsidiárias. Deste modo, as principais unidades operacionais têm divisões de gestão de risco autónomas, em conformidade com os riscos específicos inerentes à actividade e às características geográficas. Figura 7. Enquadramento organizacional de gestão de risco Ao nível do Grupo Ao nível das subsidiárias Política de Gestão e Controlo dos Riscos Conselho de Administração Banif SGPS Conselho de Administração Subsidiária Comissão Executiva Medição, Monitorização e Controlo dos Riscos Head of Risk Área Técnica de Gestão do Risco Administrador do Pelouro Após a nomeação no primeiro trimestre de 2012 de novos membros para os órgãos sociais e de uma nova equipa de gestão, acompanhada de uma revisão estratégica do plano de negócios do Grupo e reestruturação societária, está a ser efectuada uma revisão da função de gestão de risco, com o objectivo de preparar a organização para os novos desafios decorrentes do actual contexto macroeconómico e do ambiente regulatório mais exigente e rigoroso. Gestão de riscos do Grupo O Grupo sentiu a necessidade de constituir uma nova estrutura, actualmente em fase de implementação o Comité de Risco para monitorizar, de forma transversal, o portfolio de riscos, para garantir que os 26

31 níveis de risco estão alinhados com o perfil de risco definido e a estratégia do Grupo. Este Comité supervisiona todo o espectro de categorias de risco, transversalmente a todos os segmentos de clientes, produtos e geografias, com enfoque em metodologias e exercícios que abranjam várias categorias de risco (por exemplo, exercícios de testes de esforço, cálculos ICAAP, requisitos de capital). Para além da monitorização dos níveis de risco, o Comité de Risco tem a função de analisar e recomendar a revisão ou a definição de novas políticas de risco, metodologias e procedimentos de avaliação para qualquer tipo de risco. Simultaneamente, o Grupo assegura a monitorização contínua do risco através de medição sistemática do desempenho das diversas áreas de negócio, nomeadamente através do trabalho técnico do Comité de Gestão de Activos e Passivos (ALCO Assets and Liabilities Committee), criado para avaliar cuidadosamente os riscos que resultam não só das condições macro, mas também de práticas internas. O ALCO é um comité consultivo criado ao nível do Grupo, a fim de apoiar o Conselho de Administração na gestão estratégica das principais massas de balanço e riscos inerentes. Este Comité analisa a informação macroeconómica e, ao mesmo tempo, a evolução das contas dos principais activos e passivos especialmente crédito e depósitos e a contribuição resultante nas contas de resultados, a fim de optimizar as decisões estratégicas do Conselho de Administração em conformidade com as principais tendências em termos de captação de recursos, concessão de crédito e respectivo modelo de pricing. Como procedimentos complementares com vista à monitorização contínua de riscos, o Grupo realiza regularmente uma série de exercícios em diversas áreas, com especial ênfase para: Testes de esforço avaliação de potenciais eventos adversos ou inesperados que podem ocorrer em circunstâncias extraordinárias, como forma de antecipar os resultados desfavoráveis das variações dos principais indicadores operacionais e de exposição aos riscos mais significativos, propiciando a definição de planos de contingência coerentes; Relatórios de informação de gestão revisão periódica e alargamento de indicadores e informação de gestão com o objectivo de proporcionar ao Conselho de Administração e às equipas de gestão de topo uma visão mais abrangente e efectiva, melhorando o conhecimento de informação concreta sobre avaliação do desempenho dos principais riscos e optimizando acções correctivas ou mitigantes; Requisitos de capital regulamentares cálculo periódico dos requisitos de capital por segmentos de contraparte, de acordo com as regras definidas pelo Banco de Portugal, a fim de avaliar a posição de solvência do Grupo. Para calcular as necessidades de capital regulamentares são usadas as seguintes abordagens: o Método Standard para risco de crédito, o Método do Indicador Básico para o risco Operacional e o Método de Avaliação ao Preço de Mercado; Processo de Auto-Avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP) avaliação regular dos recursos financeiros do Grupo disponíveis Risk Taking Capacity, avaliando a adequação dos níveis de capital e recursos financeiros existentes disponíveis para o prazo de dois anos (classificando-os de acordo com a sua acessibilidade, liquidez, utilização e respectiva repercussão no mercado - efeito reputacional, protecção dos accionistas e elegibilidade por parte das entidades de supervisão) para lidar com os riscos actuais e futuros, sem afectar a sua solvência, tendo em conta quer a perspectiva da gestão corrente, quer a perspectiva da liquidação. Após a quantificação dos riscos e recursos 27

32 financeiros disponíveis, o Grupo desenvolve um conjunto de acções de adequação de capital interno, nomeadamente, a alocação de capital económico pelas suas diversas entidades e áreas de negócio. Este exercício é realizado quer para o cenário base quer para os cenários de agravamento da conjuntura macroeconómica (admitindo variações da taxa de inflação, taxa de desemprego, PIB e taxa de juro). Risco de crédito Na actividade de concessão de crédito, o Risco de Crédito é a probabilidade de incumprimento por parte de um cliente ou contraparte nos seus compromissos financeiros perante o Grupo, sendo um dos riscos mais relevantes a que o Grupo se encontra exposto. A actividade de concessão e acompanhamento do crédito é realizada com base num conjunto de políticas orientadoras, que decorrem da estratégia de risco de crédito definida para o Grupo. Esse conjunto de políticas é delegado para as unidades operacionais na forma de regras e procedimentos relativas à aprovação e acompanhamento de crédito, que são alvo de actualizações e ajustamentos sempre que tal se mostre necessário. O Grupo promove a monitorização contínua do risco de crédito, pela avaliação regular da estrutura global do crédito concedido e de um conjunto de operações consideradas significativas. A carteira é avaliada em conformidade com os limites estabelecidos anualmente, e esta avaliação fornece directrizes para os objectivos quantitativos definidos para a actividade comercial. Este processo envolve a definição de limites para notação de risco da carteira, concentração/dispersão de exposição ao risco, distribuição geográfica, sectorial, grandes riscos, riscos por colateral/garantias, entre outros. A informação de gestão, preparada regularmente, tem em conta estas variáveis e promove a sua divulgação pelas estruturas de decisão e órgãos de gestão. Relativamente ao Risco de Crédito, o Grupo dispõe actualmente de Modelos Internos de Notação de Risco para uma parte significativa do seu portfolio de crédito concedido e para os segmentos mais relevantes. Os modelos foram desenvolvidos internamente considerando as metodologias preditivas mais adequadas para os segmentos de particulares, empresas e PMEs e para as várias linhas de produto dentro de cada um desses segmentos, com base na experiência de incumprimento dos clientes, combinando um vasto conjunto de variáveis sócio-demográficas, relacionadas com a operação propriamente dita e financeiras, proporcionando uma capacidade de avaliação do crédito mais preditiva. O Risco de Crédito é monitorizado através de um controlo permanente sobre a evolução da carteira de crédito e a aplicação de medidas de mitigação, desenhadas para preservar a qualidade de crédito e o perfil de risco definido, com a avaliação da eficiência das políticas implementadas e a aplicação de medidas correctivas quando de revele necessário. A análise da qualidade do crédito tem subjacente um conjunto de factores, nomeadamente, a concentração por área geográfica e sector económico, níveis de colateral/garantia, capacidade de recuperação de imparidades individuais e colectivas. Do ponto de vista organizativo, importa mencionar que ao nível do Banif SA foram tomadas as seguintes medidas: (i) o processo de concessão de crédito foi simplificado e foi criada uma nova unidade Direcção de Crédito para permitir a implementação de um modelo de risco de crédito mais robusto; (ii) o Comité 28

33 de Recuperação de Crédito foi reformulado para melhor gerir as carteiras de crédito em risco e com incumprimento e para estar alinhado com o modelo e estratégia melhorada de recuperação de crédito; e (iii) um novo Comité foi estabelecido - o Comité de Supervisão de Imparidade, que controla e valida a estrutura (por exemplo, metodologias, parâmetros de risco, pressupostos) usada para calcular as perdas por imparidade da carteira de crédito. Risco de mercado O risco de mercado define-se como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital, devido a movimentos desfavoráveis no preço de mercado dos instrumentos da carteira de negociação, provocados, nomeadamente, por flutuações nas taxas de juro, taxas de câmbio, cotações de acções ou preços de commodities. O risco de mercado advém sobretudo da tomada de posições a curto prazo em títulos de dívida e de capital, moedas, commodities e derivados. Ao nível do Grupo, o risco de mercado decorre essencialmente das exposições em títulos detidos nas carteiras de negociação das várias subsidiárias. Como princípio geral, o Grupo não contrata derivados. A gestão do risco de mercado é realizada de uma forma autónoma pelas várias subsidiárias, reflectindo as especificidades e vantagens competitivas, entre as quais a proximidade e o conhecimento local dos mercados em que operam, com particular ênfase para as instituições que actuam no Brasil e para o Banif - Banco de Investimento, SA, em Portugal. Risco de liquidez O risco de liquidez, definido como a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos resultados ou no capital decorrentes da incapacidade da instituição dispor, sobretudo no curto prazo, de fundos líquidos para o cumprimento das suas obrigações financeiras à medida que as mesmas se vencem, é gerido de forma centralizada no Grupo. A monitorização dos níveis de liquidez corrente e estrutural, necessários em função dos montantes e prazos dos compromissos assumidos, é efectuada em conformidade com uma série de indicadores presentes nas disposições emanadas do Banco de Portugal, juntamente com indicadores internos. Assim, o Grupo analisa regularmente a sua situação de liquidez através da identificação de todos os eventos que sustentam as mudanças avaliadas. Sempre que houver impacto material, os desvios são posteriormente analisados e são definidas medidas de melhoria, a serem implementadas. A implementação destas medidas é monitorizada através de testes de esforço quantitativos com vista à detecção de deficiências e fontes de potencial de melhoria. Risco operacional O risco operacional é o risco de perdas resultantes da inadequação ou deficiência de procedimentos, do pessoal ou dos sistemas internos ou de acontecimentos externos, incluindo os riscos jurídicos. O Grupo tem investido significativamente na construção de uma base de dados de perdas e de um registo detalhado das situações que as originaram, incentivando continuamente um crescente reporte de eventos. Este processo é suportado por uma plataforma específica, que pode ser acedida pelos gestores de risco 29

34 operacional distribuídos por toda a organização que participam regularmente no reporte de eventos dessa natureza. Para atender a uma área específica desta categoria de risco, o Banif SA dispõe de um Comité de Compliance para (i) garantir que as matérias de compliance mais relevantes são tratadas de forma coordenada e eficaz e (ii) aprovar o Programa de Compliance do Banco, que define as prioridades da Função de Compliance. Outros riscos Dada a sua relevância para a actividade do Grupo e abrangência em termos de unidades envolvidas, foi criado o Comité de Gestão de Continuidade de Negócio para ajudar a Comissão Executiva a implementar um Plano de Continuidade de Negócio eficaz e eficiente. e) Modelo de negócio O Banif Grupo Financeiro é um grupo financeiro português historicamente sólido, oferecendo uma ampla variedade de serviços, centrando a sua actividade na banca relacional, principalmente no segmento de banca comercial (PMEs). O Grupo ocupa a 8 a posição no ranking do sector bancário doméstico com uma quota de mercado média de cerca de 4% (3,8% em empréstimos e 4% em depósitos) em Portugal. O Banco ocupa posições de liderança destacada nos arquipélagos da Madeira e dos Açores (com quotas de mercado médias de 26% e 34%, respectivamente). Para além da área de banca comercial, o Grupo também actua na actividade de banca de investimento, crédito especializado e sector segurador. O Grupo tem actualmente presença em diversas geografias, nomeadamente, no Brasil, Estados Unidos, África do Sul, Venezuela, Espanha, Malta e Cabo Verde. 30

35 Figura 8. Áreas de negócio BANCA COMERCIAL SEGUROS Crédito a Empresas e ao Consumo Crédito Imobiliário Depósitos Cartões Crédito & Débito Factoring Ramo Vida Ramo Não Vida Leasing Renting Crédito ao Consumo Portugal & Brasil Gestão de Activos Mercado Capitais / Corretagem Corporate Finance / M&A Leverage & Project Finance CRÉDITO ESPECIALIZADO BANCA DE INVESTIMENTO Figura 9. Contribuição por segmento de negócio M , M , M 2,0 0, ,0-10,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0-5,0 14,1 Dec/10 3,6 1, ,3 2, ,4-61, , ,4-10, ,5 Banca Comercial Banca de Investimento Crédito Especializado Seguros Holdings & Outros Figura 10. Contribuição por segmento geográfico M M M ,4 43,2-8, ,0-150,0-100,0-50, , , ,9 Actividade doméstica Actividade internacional 31

36 f) Áreas de Negócio i. Banca Comercial A unidade de banca comercial mais relevante no universo do Grupo é o Banif-Banco Internacional do Funchal, SA, que se posiciona como um banco Português de middle-market, representando a maior contribuição para a actividade e resultados do Grupo, tanto interna como internacionalmente. Tabela 1. Banif SA Indicadores financeiros M Dez-09 Dez-10 Dez-11 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Activo líquido % 11% Crédito concedido (bruto) % -6% Imparidade % 11% Carteira de títulos % 17% Recursos de clientes % 11% Dívida emitida % -18% Capitais próprios % -8% Margem financeira % -8% Produto bancário % 5% Custos operacionais % -1% Cash-Flow % 12% Amortizações do exercício % -27% Imparidade % 210% Imparidade do crédito % 206% Resultado líquido % -334% Cost/Income 63,8% 60,6% 57,1% - - Crédito vencido (> 90d) /Crédito bruto 2,2% 3,4% 4,5% - - Imparidade/Crédito bruto 3,1% 3,4% 4,1% - - Crédito (líquido)/depósitos 145,9% 140,7% 119,5% - - ROA 0,3% 0,3% n.a. - - ROE 4,8% 5,0% n.a. - - h) Nota: A informação relativa a 2009 não é directamente comparável com a informação relativa a 2010 devido à reexpressão das Demonstrações Financeiras relativas a 2010 no âmbito de uma alteração no tratamento contabilístico de securitizações retidas em Balanço (carteira de Activos financeiros disponíveis para venda). O Banif SA é um banco com uma presença sólida, com um total de 384 pontos de venda a 30 de Junho de 2012, com um rácio de 3,93 empregados em média por cada ponto de venda, um dos mais baixos do sector, e apoiando dois segmentos de clientes: Banca de retalho, actuando nos segmentos de particulares e pequenas empresas; Banca de empresas, cujos serviços são direccionados para as PME com um volume de negócios anual superior a 2 milhões e um volume de negócios médio anual de 4 milhões. 32

37 Figura 11. Linhas de produtos por segmento de cliente RETALHO & PMEs Depósitos e Poupanças Crédito imobiliário e ao consumo Contas de gestão de tesouraria Cartões de crédito / débito Produtos de investimento Investimento BANCA DE EMPRESAS & BANCA PRIVADA Linhas de crédito / descobertos Empréstimos sindicados Investimento imobiliário Garantias Trade Finance Depósitos e Poupanças O Banco tem operado por meio de diferentes redes, embora este modelo esteja actualmente em fase de revisão atendendo ao projecto de nova segmentação de clientes lançado no Verão de 2012: Rede de Agências: fornece depósitos e aplicações alternativas e produtos de crédito para particulares e pequenos negócios; Banca Privada e Institucional: oferece diferentes produtos e serviços financeiros a particulares de elevado rendimento e investidores institucionais; Rede de Centros de Empresas: oferece produtos bancários e consultoria financeira para empresas; Rede de Não Residentes: fornece serviços financeiros para as comunidades emigrantes; Adicionalmente ao posicionamento universal dos balcões de retalho, o Banif SA implementou medidas complementares geradoras de negócio, especialmente a partir de 2008, passando a rede de retalho, a captar clientes através dos seguintes drivers principais: Rede de Empresas e Empresários: estrategicamente instalada nas Agências do Banco com maior dimensão - com Gestores de Negócio dedicados a manter uma estreita relação com a sua carteira de clientes e oferecendo soluções inovadoras e personalizadas consoante as especificidades geográficas e características do negócio de cada cliente; Promotores Assurfinance: rede de promotores de negócio assente em Agentes da CSA previamente seleccionados, maximizando a actividade de cross-selling entre produtos de banca e seguros; Agências Associadas: Agências universais, quanto aos serviços prestados e produtos vendidos, mas com uma menor dimensão e quadro de pessoal mais reduzido, estando dependentes do Gerente de uma agência maior (standard) na proximidade. Apesar da política actual de redução de custos que implica a avaliação da rede de agências associadas e encerramento das agências que não atinjam o limiar de rentabilidade, o Banif SA mantém ainda este conceito de agências próximas (correspondente a cerca de 15% da rede de retalho total em Dezembro de 2011 e 10% em Junho de 2012). 33

38 A rede de Centros de Empresas é responsável pela construção de relações próximas com empresas, centrando-se no nicho das PMEs. Tem como objectivo actuar como parceiro financeiro das empresas, oferecendo uma gama alargada de produtos incluindo, soluções de tesouraria e de investimento nomeadamente facilidades de crédito / descobertos, garantias, empréstimos sindicatos, Trade Finance, factoring e confirming e procurando cooperar com os clientes na sua actividade empresarial, ajudando-os a criar novos projectos, explorar oportunidades potenciais e, consequentemente, aumentar a sustentabilidade do negócio. O agravamento da situação económica, com degradação dos riscos actuais e consequente deterioração da qualidade da carteira de crédito, impôs um acompanhamento estrito e sempre actualizado dos clientes e dos respectivos negócios, permitindo, nomeadamente, antecipar situações de incumprimento, tendo sido implementada uma política de visitas trimestrais aos clientes empresas. Também neste contexto, o Banco criou Comités de vigilância actualmente substituídos pelo Comité de Recuperação, com âmbito transversal ao Grupo com o objectivo de optimizar a abordagem global para a recuperação de crédito, bem como avaliar e adequar continuamente o processo de tomada de decisão. Finalmente, o Banco tem uma abordagem específica para os clientes particulares de médio-elevado rendimento, oferecendo uma gestão personalizada dos investimentos dos clientes de elevado rendimento através de Centros Privado, localizados em Lisboa e no Porto. Um dos objectivos subjacentes ao posicionamento relativamente aos clientes de elevado rendimento consiste na captação de recursos de clientes diversificada e estável, o que é esperado ser um dos aspectos-chave estratégicos nos próximos anos. Tabela 2. Banif SA Quotas de mercado globais M Dez-09 Dez-10 Dez-11 Banif SA Sector Quota Banif SA Sector Quota Banif SA Sector Quota Crédito ,8% ,9% ,8% Depósitos ,6% ,8% ,0% Total ,7% ,9% ,9% Tal como referido anteriormente, o Grupo ocupa uma posição de mercado relevante nos arquipélagos da Madeira e Açores, sendo líder tanto nos depósitos, como no crédito. Na RAM, a Dezembro de 2011, o Banif SA dispunha de 41 pontos de venda, 36 dos quais agências (sem alterações materiais durante o primeiro semestre de 2012), garantindo uma quota de mercado global de aproximadamente 26%. Enquanto o Grupo tem uma exposição equilibrada a todos os sectores económicos, a sua exposição directa ao Governo Regional e Municípios difere significativamente, dependendo se for considerado o crédito (quotas de mercado de 7% e 5%, respectivamente) ou depósitos (quotas de Mercado de 55% e 36%, respectivamente). Relativamente à RAA, o Banif SA herdou a rede de agências (e a posição de liderança) do BCA, um antigo banco regional nacionalizado a operar na RAA e cuja incorporação no Banif Grupo Financeiro se iniciou em 1996, tendo havido um processo de investimento crescente por parte do Grupo. A completa integração do BBCA no Banif SA foi concluída em 2009, quando o banco foi redenominado, acompanhado da total incorporação de activos e passivos e um processo de reestruturação, que colocou a rede com 55 agências, no final de 2011 (a Junho de 2012, a rede tinha 48 agências, na sequência do encerramento das agências menos rentáveis no contexto do actual programa de racionalização da rede). Também a Dezembro de 34

39 2011, o desempenho sustentado do Banif SA na RAA foi evidenciado por uma quota de mercado global de 34%, para o qual o relacionamento de longo prazo com o Governo Regional e Municípios teve uma contribuição relevante as quotas de mercado nestes segmentos situavam-se, no final de 2011, no intervalo de 20 a 30% em termos de crédito e 60% e 80%, em termos de depósitos. Tal como mencionado, o Banif SA também opera no exterior através de uma rede de Escritórios de Representação cujo papel é apoiar as comunidades emigrantes, nomeadamente na Venezuela, Canadá, EUA e África do Sul e, simultaneamente, extrair valor de empresas e empresários com comércio com o exterior. A contribuição desta rede é especialmente relevante como um complemento à actividade nas regiões autónomas, tornando-se num importante interface de negócios. ii. Banca de Investimento O Grupo Banif actua desde 2000 na área de banca de investimento através da actividade do Banif Banco de Investimento (BBI), operando tanto no mercado interno, como no mercado internacional nomeadamente, no Brasil e nos Estados Unidos da América (Nova Iorque e Miami). O BBI e suas subsidiárias dispõem de extensas competências nas áreas de Mercado de Capitais (que integra as actividades de trading & sales, estruturação e securitização), Gestão de Activos (incluindo a gestão de fundos de investimento e a gestão de fundos de pensões) e Advisory Services (compreendendo, em sentido lato, as actividades de M&A e Corporate Finance e as actividades relacionadas com Project & Leverage Finance). A estratégia do Banif Banco de Investimento reflecte o conceito global reach & local approach e baseiase numa estrutura matricial produto / cliente / mercado por forma a estimular a presença em mercados geográficos diversificados, onde o enfoque é dado a uma abordagem sustentável de relacionamento com o cliente. O BBI alavanca na forte presença do Grupo nos mercados Ibérico e Latino-Americano e na sua associação com parceiros internacionais e a subsequente capacidade de gerar um modelo de negócio baseado em operações sinergéticas. Tem como alvo empresas de média dimensão (mid-caps) que evidenciem indicadores financeiros superiores à média e localizadas principalmente em Portugal e Espanha, dada a proximidade geográfica, e no Brasil. 35

40 Tabela 3. BBI Indicadores financeiros M Dez-09 Dez-10 Dez-11 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Activo líquido % -18% Crédito concedido (bruto) % -6% Imparidade % 103% Carteira de títulos % -30% Recursos de clientes % -7% Dívida emitida % -37% Capitais próprios % 1% Margem financeira % -29% Comissões % -23% Res. Op. Financeiras % -2352% Produto bancário % -17% Custos operacionais % -3% Cash-Flow % -36% Amortizações do exercício Imparidade % 303% Imparidade do crédito % 111% Resultado líquido % -116% Crédito (líquido)/depósitos 153,1% 160,8% 177,7% - - Cost/Income 72,4% 60,8% 71,1% - - ROA 0,4% 0,7% n.a. - - ROE 5,9% 11,1% n.a. - - A área de negócio de Mercado de Capitais estrutura e distribui operações de mercado de capitais, oferecendo serviços de market making e gestão de risco financeiro nos mercados primários português e brasileiro. Também opera em transacções em mercado secundário, nomeadamente nos mercados de dívida e acções, bem como no Forex. O BBI também oferece serviços de corretagem, research e securitização aos seus clientes. O negócio de Gestão de Activos é desenvolvido através de empresas especializadas nas áreas de fundos de investimento mobiliário, fundos imobiliários, fundos de investimento alternativo, fundos de Pensões e fundos de private equity. A Banif Gestão de Activos (BGA) é uma subsidiária totalmente detida pelo BBI. A empresa tem um histórico de inovação e foi a primeira sociedade gestora a lançar um fundo especial de investimento (FEI Fundo Especial de Investimento) em Portugal. O portfolio de produtos actualmente oferecido pela empresa é composto por fundos de investimento mobiliário (incluindo 3 fundos de fundos), fundos imobiliários e fundos especiais de investimento, totalizando 33 fundos. Total de activos sob gestão a 31 de Dezembro de 2011: EUR 2,3 mil Milhões (incluindo mandatos de gestão discricionária). A Banif Açor Pensões é responsável pela comercialização e gestão de fundos de Pensões e outros produtos de reforma tais como, fundos de pensões abertos para clientes individuais e empresas. Total de activos sob gestão a 31 de Dezembro de 2011: EUR 253M. 36

41 A Banif Capital é uma sociedade de capital de risco com o objectivo de contribuir para o desenvolvimento de pequenas e médias empresas em Portugal que não têm acesso directo a outras fontes de capital ou de dívida. A empresa gere fundos de capital de risco, que detêm participações em empresas com elevado potencial de crescimento e são geridos por equipas de profissionais com uma visão estratégica para os seus negócios. Total de activos sob gestão a 31 de Dezembro de 2011: EUR 62,2M. A área de Advisory Services está dividida em duas sub-áreas principais Corporate Finance e Structured Finance. Corporate Finance: prestação de serviços de assessoria financeira, incluindo aconselhamento financeiro em fusões e aquisições (M&A), avaliação de empresas ou de áreas de negócios, reestruturação financeira e consultoria em processos de privatização. Structured Finance: compreende serviços de Project Finance & Leveraged Finance, incluindo serviços de consultoria financeira às parcerias público-privadas e estruturação, subscrição e investimento em projectos de energia e infra-estrutura. Em Leveraged Finance, o banco está directamente envolvido na aquisição de empresas e fornece serviços de assessoria em transacções de LBO, MBO e MBI. Em termos de posicionamento global da actividade de banca de investimento do Grupo, a posição consolidada das várias actividades / entidades supra detalhadas (isto é, empresas de banca de investimento e gestão de activos) é considerada contra um universo total cobrindo os outros grandes grupos a operar em Portugal BES Investimento, Caixa BI, Banco BIG e Finantia. Tendo em conta que o Banco de Portugal não fornece estatísticas específicas sobre o segmento de banca de investimento, o exercício de benchmark foi baseado em demonstrações financeiras divulgadas nos Relatório e Contas anuais dos concorrentes de mercado mencionados. Embora esta seja a melhor aproximação, considerando as informações disponíveis, reconhecemos que esta abordagem tende a sobrestimar as quotas de mercado, pois há bancos universais em Portugal também a exercer actividades tradicionais de banca de investimento (por exemplo: corretagem de acções; gestão de activos), embora integradas com os restantes negócios bancários. Tendo em conta a natureza específica do negócio de banca de investimento, significativamente diferente do da banca comercial, a quota de mercado detalhada do BBI é avaliada em termos de comissões. Tabela 4. BBI Quota de mercado global M Dez-09 Dez-10 Dez-11 BBI Sector Quota BBI Sector Quota BBI Sector Quota Comissões ,9% ,2% ,0% Adicionalmente, dada a relevância da área de gestão de activos, especialmente através da actividade da subsidiária BGA, é importante mencionar o posicionamento deste segmento específico, nomeadamente ao nível do montante dos activos sob gestão, sob a forma de Fundos Especiais de Investimento e Fundos Imobiliários. 37

42 Tabela 5. BBI Quotas de mercado de Activos sob gestão Principais Fundos de investimento M Dez-09 Dez-10 Dez-11 BGA Sector Quota BGA Sector Quota BGA Sector Quota Fundos Especiais ,5% ,7% ,4% Fundos Imobiliários ,1% ,1% ,4% iii. Crédito Especializado Em Setembro de 2009, o Banif Grupo Financeiro concluiu uma transacção pela qual a Tecnicrédito SGPS passou a ser detida a 100% pelo Grupo. O objectivo estratégico desta operação assentou num potencial de desenvolvimento do crédito ao consumo, na obtenção de sinergias a vários níveis entre os grupos e no reforço dos capitais próprios, permitindo um forte desenvolvimento da actividade bancário do Banif Grupo Financeiro. A fusão também implicou a fusão no Grupo Banif da subsidiária Banco Mais, especializada em crédito automóvel, agora sob a marca Banif Mais. Tabela 6. Banif Mais SGPS Indicadores financeiros M Dez-09 Dez-10 Dez-11 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Activo líquido % 2% Crédito concedido (bruto) % 13% Imparidade % 23% Títulos % -31% Recursos de clientes % 39% Dívida emitida % -29% Capitais próprios % -1% Margem financeira % -11% Produto bancário % -11% Custos operacionais % -1% Cash-Flow % -18% Amortizações do exercício % -11% Imparidade % 212% Imparidade do crédito % 100% Resultado líquido % -92% Imparidade/Crédito bruto 15,99% 18,01% 19,56% - - Cost/Income 37,11% 42,15% 46,62% - - ROA 2,5% 2,5% 0,2% - - ROE 18,1% 9,0% 0,8% - - Nota: O incremento verificado nas perdas por imparidade em 2011 reflecte a inclusão da Banif Go no perímetro de consolidação da Banif Mais SGPS. Dado o seu posicionamento de longa data no mercado de financiamento automóvel, o Banif Mais tem sido capaz de manter quotas de mercado elevadas nos nichos de produtos de veículos usados e motos, ocupando a segunda posição nestes segmentos em As quotas de mercado do Banif Mais são avaliadas em termos de número de contratos contra o mercado global nacional de Crédito ao Consumo, com base nas informações compiladas pela ASFAC - Associação de Instituições de Crédito Especializado. 38

43 Tabela 7. Banif Mais SGPS Quota de mercado global M Dez-09 Dez-10 Dez-11 BMais Sector Quota BMais Sector Quota BMais Sector Quota Crédito ,6% ,5% ,3% Tabela 8. Banif Mais SGPS Quotas de mercado de financiamento automóvel # Dez-09 Dez-10 Dez-11 BMais Sector Quota BMais Sector Quota BMais Sector Quota Viaturas usadas ,5% ,9% ,8% Viaturas novas ,2% ,3% ,7% Ao longo dos anos, o Banco tem vindo a alargar a sua gama de produtos e consequentemente diversificou a composição da sua carteira de crédito. Nos últimos anos, o Banif Mais oferece crédito ao consumo para além de leasing e financiamento de equipamentos não apenas na área de financiamento automóvel, mas também para equipamentos pesados e máquinas e produtos de créditos ao consumo não especificados. Assim, o portfolio de produtos oferecidos pelo Banif Mais a clientes particulares e PME compreende: Financiamento automóvel; Crédito ao consumo; Agricultura e equipamento pesado; Crédito pessoal e saúde e lar. Em relação ao mix de produto, é importante observar que o aumento observado no crédito ao consumo em 2011 reflecte a incorporação parcial da antiga subsidiária do Grupo Banif Go, cujas actividades de leasing operacional e crédito ao consumo foram parcialmente integradas no portfolio do Banif Mais. O nicho de financiamento automóvel, tal como mencionado supra, é o segmento central do banco, com um peso sobre o volume total de crédito concedido na na ordem dos 80% a 90%. No entanto, esse peso tem evidenciado uma tendência descendente, resultante do impacto da recessão económica nos padrões de consumo e, consequentemente, sobre o sector automóvel, e de alguns esforços no sentido de uma maior diversificação da carteira de crédito. Efectivamente, o peso dos negócios em máquinas pesadas e agrícolas, direccionado para os segmentos de empresas e PMEs, tem vindo a aumentar, o que se reflectiu num aumento de duas vezes em termos de volume de negócios e número de contratos em O banco actua não só no mercado interno através de uma rede autónoma de cerca de 20 pontos de venda e através de protocolos estabelecidos com stands automóveis, mas também no exterior, tendo filiais na Polónia e na Eslováquia e, na Hungria, através da actividade das seis agências do Banif Plus Bank. Em ambos os casos, o segmento de negócio principal é o nicho de crédito do financiamento automóvel. Relativamente à actividade deste último, na Hungria, o Banif Plus Bank contribui em média com cerca de 10% do volume de negócios do Banif Mais, resultado do impulso operacional significativo revelado pela unidade nos dois últimos anos. No que se refere à actividade em Espanha, o Banif Mais actua presentemente somente numa abordagem de recuperação de crédito, devido ao ambiente económico e financeiro muito deteriorado, tendo cessado a actividade de financiamento no último trimestre de

44 iv. Seguros O Banif Grupo Financeiro tem exposição ao negócio segurador através da sua participação de 47% na Rentipar Seguros SGPS, que controla a Companhia de Seguros Açoreana (CSA). A CSA oferece uma ampla gama de produtos de seguros Vida e Não Vida, nomeadamente através da rede da Banif SA, assegurando, portanto, a actividade de bancassurance do Grupo. Tabela 9. CSA Indicadores financeiros M Dez-09 Dez-10 Dez-11 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Activo líquido % -10% Investimentos líquidos % -14% Provisões técnicas % -11% Margem técnica % 69% Custos operacionais % -7% Cash-Flow % 66% Resultado líquido % 352% Prémios Vida % -22% Prémios Não Vida % -6% Custos operacionais / Prémios totais 10,6% 12,0% 12,9% - - Custos sinistros - Vida % -13% Custos sinistros - Não Vida % -15% Rácio Comissionamento Total 6,2% 8,2% 9,3% - - ROA -2,8% 0,1% 0,4% - - ROE -49,1% 1,2% 4,3% - - Nota: O exercício de 2010 reflecte a incorporação da Global Seguros e da Global Vida na Companhia de Seguros Açoreana, a partir de 1 de Março de 2010, pelo que a informação não é totalmente comparável com a referente a 2009 (correspondente à actividade individual da CSA). A CSA foi integrada no Grupo Banif em 1996, na sequência da aquisição do BCA, permitindo que o Grupo alargasse a sua actividade a uma nova área de negócio com as vantagens inerentes de cross-selling e, simultaneamente, permitindo a expansão da rede, nomeadamente, no Continente e na RAA. Com a aquisição da Global e Global Vida, concluída no início de 2011, o Grupo tem actualmente uma quota de mercado global de cerca de 4,1%, composta de uma quota de 7% no ramo Não vida e 3% no ramo Vida, classificando-a entre as cinco maiores companhias de seguros portuguesas e entre as três primeiras no ramo Não Vida. Tabela 10. Seguros Quotas de mercado globais M Dez-09 Dez-10 Dez-11 CSA Sector Quota CSA Sector Quota CSA Sector Quota Vida ,6% ,0% ,5% Não Vida ,5% ,4% ,0% TOTAL ,1% ,4% ,1% A oferta de produtos por parte da CSA é direccionada quer para particulares quer para empresas, e visa dar cobertura a necessidades de protecção pessoal e patrimonial, assim como rentabilizar o património financeiro das diversas entidades através de produtos de poupança e de capitalização. 40

45 No contexto do actual ambiente macroeconómico, importa realçar a posição relevante da CSA no ramo Acidentes de Trabalho, dado o enfoque da companhia neste segmento, nomeadamente entre as PMEs e profissionais liberais, e o serviço de elevada qualidade percebido pelo mercado nos últimos anos. Baseado numa abordagem de cross-selling, os produtos da CSA são vendidos não só em 49 delegações próprias da CSA, mas também através de uma rede de mais de mediadores que operam no continente e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores. Além disso, a abordagem de cross-selling implementada no âmbito da rede bancária do Banif SA gerou, durante os últimos anos, um desempenho significativo na venda de produtos de seguros, principalmente no ramo Vida. g) Estrutura do Grupo Actualmente, as principais actividades do Banif Grupo Financeiro são realizadas através de mais de 40 empresas nas seguintes áreas: 41

46 Tabela 11. Unidades de negócio do Banif Grupo Financeiro BANCA OUTRAS ACTIVIDADES Banif Banco Internacional do Funchal, SA Banif Açores Inc, San José (Escritório de Representação) Banif Banco Internacional do Funchal (Brasil), SA Banif Açores, Inc Fall River (Escritório de Representação) Banif (Cayman), Ltd. Banif (Brasil), Ltda (consultoria financial - Brasil) Banca Pueyo, SA Banif Finance, Ltd. (veículo de emissão de dívida) Banco Caboverdiano de Negócios, SA Banif Financial Services, Inc. (Miami) Banif Bank (Malta), Ltd. Banif Finance (USA) Corp. (crédito imobiliário EUA) Banif International Bank, Ltd. Banif Holding (Malta), Ltd. Banif Banco de Investimento, SA Banif International Holdings Ltd. Banif Banco de Investimento (Brasil), SA Banif Securities Holdings Ltd. Banif Ecoprogresso Trading, SA CORRETAGEM Banif Rent, SA Banif Securities, Inc. (corretagem - EUA) Centaurus Realty Group - Investimentos Imobiliários, SA (Brasil) GESTÃO DE ACTIVOS Banif Gestão de Activos Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário, SA (gestão de Fundos de investimento - Portugal) Banif Açor Pensões - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, SA (gestão de Fundos de pensões - Portugal) Banif International Asset Management, Ltd. (gestão de activos offshore) Banif Multifund, Ltd. (gestão de fundos de investimento offshore) Banif Gestão de Activos (Brasil), SA MCO2 Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Mobiliário Gamma Sociedade de Titularização de Créditos, SA (veículo de securitização) Investaçor SGPS Komodo Numberone SGPS, Lda. TCC Investments Luxembourg CAPITAL VENTURE Banif Capital - Sociedade de Capital de Risco, SA LEASING & CRÉDITO AO CONSUMO Banco Banif Mais SA Banif Plus Bank, Zrt TRADE FINANCE Banif Forfaiting Company, Ltd ACTIVIDADE SEGURADORA Companhia de Seguros Açoreana, SA CRIA - Centro de Reabilitação Integrada de Acidentes GIGA - Grupo Integrado de Gestão de Acidentes, SA Margem - Mediação de Seguros, SA IMOBILIÁRIO Banif Imobiliária SA SIP - Sociedade Imobiliária Piedade SA Inmobiliaria Vegas Altas (Espanha) h) Presença Geográfica Ao longo dos anos, o Grupo prosseguiu uma estratégia de diversificação progressiva, aproveitando oportunidades específicas. Como resultado, o Grupo conseguiu continuamente alargar a sua presença a vários mercados, através da criação de novas subsidiárias, a constituição de novas unidades no contexto da diversificação das áreas de negócio e também a aquisição de participações em bancos estrangeiros. Desde a sua fundação, na Madeira região que foi sempre vista como um pilar o Grupo manteve o seu enfoque nas regiões autónomas portuguesas, aumentando a sua presença física na RAM e RAA a fim de manter a sua posição de liderança nestes mercados, acompanhada de uma penetração gradual no continente, direccionada aos segmentos de particulares e empresas. Esse foco foi sendo alargado, com a expansão dos negócios para mercados internacionais, especialmente os mercados com comunidades emigrantes Portuguesas relevantes nomeadamente com relações com a RAM e RAA ou com sustentados fluxos comerciais com agentes económicos portugueses. 42

47 Dado o crescimento natural das operações do Grupo, que levou à diversificação das áreas de negócio nomeadamente à banca de investimento investir no exterior era um passo natural na diversificação da sua presença geográfica. Ao longo da década de 90, o Banif Grupo Financeiro criou uma série de subsidiárias em áreas de negócio específicas, presentes tanto na banca comercial, como na banca de investimento, localizadas principalmente nos EUA e América Latina. Simultaneamente, foi dado um ênfase especial ao mercado brasileiro, tendo o Grupo reforçado gradualmente as participações nesses bancos, conduzindo à criação de filiais de banca comercial e de investimento, operando sob a marca Banif no Brasil. Na última década, a estratégia centrou-se na entrada em novos mercados, investindo em bancos que operam em mercados com ligações económicas ou culturais a Portugal, Espanha, Malta e Cabo Verde. Adicionalmente, outro passo importante foi dado com a incorporação da unidade de crédito especializado Banco Mais, que permitiu um reforço da presença do Grupo neste segmento no mercado português, bem como a expansão para outras regiões europeias. Relativamente ao negócio segurador, tem sido mantida uma posição sustentada ao longo dos anos - desde os anos 90 - com uma rede física presente no continente, RAM e RAA. Assim, actualmente, para além de Portugal (continente, RAM e RAA), o Grupo Banif está presente no Brasil, EUA, África do Sul, Venezuela, Espanha, Malta e Cabo Verde. Figura 12. Presença do Banif Grupo Financeiro EUROPA AMÉRICA Portugal Espanha Malta Polónia Hungria Eslováquia E.U.A. Canadá Brasil Venezuela Ilhas Caimão Bahamas ÁFRICA Cabo Verde África do Sul Participações internacionais: Banca Pueyo (Espanha), Banco Cabo-Verdiano de Negócios (Cabo Verde), Banif Plus (Hungria) 43

48 Tabela 12. Pontos de venda por área de negócio Dez-11 Jun-12 Portugal Estrangeiro Total Portugal Estrangeiro Total BANCA COMERCIAL Banif SA, dos quais Agências Centros de Empresas Centros Privados Escritórios de Representação & Outros** Banif (Brasil), dos quais Agências Banif Bank (Malta) Banco Caboverdiano de Negócios (Cabo Verde) Banca Pueyo (Espanha)* Outros CRÉDITO ESPECIALIZADO BANCA DE INVESTIMENTO Banif Banco de Investimento Banif Banco de Investimento (Brasil) Banif Cayman Banif International Bank (Bahamas) Outros ACTIVIDADE SEGURADORA PONTOS DE VENDA TOTAIS * Banca Pueyo e CSA (Actividade seguradora) não consolidam integralmente. ** 'Outro' ponto de venda em território nacional corresponde a uma agência de retalho localizada na RAA, com horário diferenciado. i. Actividade Doméstica O Grupo actua no mercado nacional na totalidade das quatro áreas de negócio. Embora a presença física mais expressiva respeite à unidade de banca comercial - Banif SA, o Banif Banco de Investimento, o Banif Mais e a CSA também têm uma rede de distribuição física. 44

49 Figura 13. Implantação doméstica Continente 260 Agências de retalho; 13 Centros de Empresas com 40 Gestores especializados; 22 Gestores dedicados ao segmento de Banca Privada Madeira 36 Agências de retalho; 1 Centro de Empresas; 1 Centro de Banca Privada Envolvimento em projectos regionais e com o Governo Regional e Sector Público Açores 47 Agências de retalho; 3 Centros de Empresas; 2 Centros de Banca Privada Relacionamento consolidado com Governo Regional e Sector Público Nota: Informação a 30 de Junho de ii. Actividade Internacional As actividades internacionais do Grupo são realizadas, neste momento, em 14 países distintos distribuídos pelos continentes Europeu, Americano e Africano. Figura 14. Implantação internacional Europa Europe Portugal Espanha Malta Eslováquia Polónia Hungria Banca Pueyo Banif Mais Banif Malta Banif Mais Banif Mais Banif Plus Américas Americas Brasil Bahamas Ilhas Caimão Venezuela Canadá EUA África Cabo Verde África do Sul Banif SA Banif Investment Bank Banif International Bank Banif Forfaiting Company Banif (Cayman) Ltd Esc. Representação Caracas Esc. Representação Toronto Banif Mortgage Company Banif Financial Services, Inc Esc. Representação San Jose, Fall River e Newark BCN Esc. Representação em Global Reach... Local Approach Países Europa 6 Américas 6 África 2 Total Pontos de venda espalhados pelo mundo Joanesburgo (em formalização) Banif Bank (Malta) O Banif Bank (Malta) iniciou actividade em 2008 visando tornar-se um dos principais bancos intervenientes em Malta, capitalizando no conhecimento e experiência adquiridas com as operações da RAM e da RAA, com um ambiente socioeconómico semelhante. Actualmente, posicionando-se como o Banco Maltês Alternativo, com uma abordagem diferenciada, o Banif Bank foi nomeado em 2011, pela segunda vez 45

50 consecutiva, o Melhor Grupo Bancário em Malta, pela World Finance. Oferece soluções customizadas, destinadas aos segmentos de retalho e empresas, apoiada por consultores financeiros dedicados e uma rede personalizada de nove agências de retalho, um Centro de Empresas e uma unidade de Private Banking. A participação de 72% detida no capital social desta unidade de banca comercial é actualmente considerada estratégica dentro do portfolio de negócios do Grupo, pelo seu potencial como plataforma offshore na sequência das recentes alterações ao regime fiscal na Região Autónoma da Madeira. Adicionalmente, é importante realçar que o Banco em Malta tendo já atingido o limiar de rentabilidade é um projecto criado de raiz (Greenfield) que tem tido uma evolução muito positiva. O seu posicionamento de nicho já lhe concedeu um sólido reconhecimento no mercado, favorecendo o retorno potencial a longo prazo. Banca Pueyo (Espanha) O Banca Pueyo, cuja participação de 33,3% foi adquirida em 2007, é um banco espanhol regional que actua no segmento de banca comercial desde Fundado como um banco familiar para servir empresários e pequenas empresas, o banco evoluiu ao longo do tempo e, no final de 2011, tinha 91 agências presentes nas comunidades autónomas da Estremadura, Madrid e Sevilha. A actividade da Banca Pueyo é a de um banco comercial padrão, centrando-se em clientes de retalho, oferecendo os produtos bancários standard, bem como a intermediação de títulos e depósitos, juntamente com a comercialização de diferentes tipos de seguros, fundos de investimento e fundos de pensões. A Banca Pueyo é a empresamãe de um grupo de empresas, entre os quais as mais significativas são uma empresa de gestão de fundos de pensões Pueyo Pensiones EGFP, SA e uma mediadora de seguros Pueyo Mediación, SA. Banif Plus Bank O Banif Plus, localizado na Hungria, foi criado em 1998 como uma subsidiária da Banif Mais SGPS, tendolhe sido concedido o estatuto de instituição de crédito em O Banco actua no mercado de crédito ao consumo através de 6 filiais uma na capital, Budapeste, bem como uma rede de parceiros / agentes, cujo segmento de nicho é o financiamento automóvel de veículos usados e novos. Como já mencionado, o Banif Plus Bank gera actualmente cerca de 10% do volume de negócios total desta área de negócio especializada, com uma tendência de crescimento significativo. Banco Caboverdiano de Negócios (BCN) Tendo sido constituído na cidade da Praia em 1996 como uma filial de um Banco Português, o BCN adquiriu o estatuto jurídico de uma empresa autónoma em 2003, sendo o primeiro banco de Cabo Verde a ser totalmente detido por fundos privados. O Grupo Banif estabeleceu a parceria com o BCN em 2007, aumentando progressivamente a sua participação até deter, actualmente, uma participação maioritária de 52%. O banco actua como um banco universal de retalho, sustentado por um forte apoio ao desenvolvimento económico de Cabo Verde, oferecendo produtos e serviços direccionados a particulares residentes e empresas, e dirigindo-se também a comunidades emigrantes. Através de uma rede física de 21 agências, ao longo das nove ilhas, o banco é o terceiro maior em Cabo Verde, centrando-se nas principais actividades bancárias concessão de crédito, para particulares e empresas, sobretudo presentes nos sectores de serviços e construção / imobiliário, e captação de depósitos. Banif Banco (Brasil) e Banif Banco de Investimento (Brasil) O Banif Banco (Brasil), anteriormente denominado Banco Primus antes de ser totalmente detido pelo Grupo é um banco comercial de média dimensão com 13 pontos de venda no país, nomeadamente em São Paulo e Rio de Janeiro baseado numa abordagem de relacionamento, oferecendo serviços 46

51 personalizados para o segmento de private banking. A actividade do banco centra-se na oferta de soluções de crédito ao consumo e comércio externo / cambiais. As operações no Brasil são complementadas pelos serviços do Banif - Banco de Investimento (Brasil), principalmente na venda de serviços da Banifinvest, nas áreas de gestão de activos e operações de mercado de capitais e na estruturação de transacções crossborder de fusões e aquisições e operações de Structured Finance, com empresas portuguesas e brasileiras, beneficiando de sinergias resultantes do cross-selling com a unidade de banca de investimento em Portugal. Escritórios de Representação (EUA, Canadá, Venezuela, África do Sul) Como acima referido, o Banif SA opera no exterior através de uma rede de Escritórios de Representação cuja função é apoiar as comunidades emigrantes, nomeadamente as da Venezuela, Canadá, EUA e África do Sul (em formalização) e, simultaneamente, capitalizar em empresas e empresários com relações comerciais com esses mercados externos. A contribuição desta rede é particularmente relevante, como complemento para a actividade doméstica nas regiões autónomas, não só pela captação de recursos nessas comunidades, mas também através do financiamento de oportunidades de negócios promovidas por emigrantes ou outros agentes económicos com ligações socioeconómicas a emigrantes, interessadas em investir em Portugal. Num futuro próximo, e designadamente no contexto da actual abordagem estratégica para a captação de depósitos, é atribuído um enfoque renovado ao papel dos Escritórios de Representação do Grupo com o objectivo de aumentar o grau de fidelização do cliente através de um relacionamento personalizado e, simultaneamente, uma oferta mais competitiva de produtos e serviços INFORMAÇÃO FINANCEIRA EM BASE CONSOLIDADA E INDIVIDUAL Informação financeira em base consolidada A análise da informação financeira em base consolidada do Banif Grupo Financeiro terá por base a Banif SGPS dado que, por um lado, no exercício findo em Dezembro de 2011 esta era a entidade de topo de consolidação da actividade operacional do Grupo e, por outro, a situação financeira consolidada do Banif SA passará, doravante, a ser equiparável à situação financeira consolidada da anterior holding de topo Banif SGPS. As demonstrações financeiras consolidadas referentes aos exercícios de 2009, 2010 e 2011 foram preparadas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IRFS / International Financial Reporting Standards), tal como adoptadas na União Europeia e transpostas para a legislação Portuguesa. No que respeita à informação especificamente referente à adequação de Fundos Próprios, esta é apresentada de acordo com o disposto no Aviso do Banco de Portugal n.º 3/2011. Adicionalmente, a análise qualitativa que se segue incorpora o modelo de reporte de informação do Plano de Financiamento e de Capital (Funding and Capital Plan), como definido pelo Banco de Portugal no âmbito do PAEF. 47

52 Tabela 13. Indicadores financeiros Milhares de Euros * 2011 BALANÇO D YoY 10/09 D YoY 11/10 Activo líquido ,7% 0,8% Crédito concedido (bruto) ,6% -6,7% Recursos de Clientes ,3% 2,4% Capitais P róprios ,1% -18,3% DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Margem financeira (líq,) ,7% -20,4% Resultados Operações financeiras (líq.) ,8% -104,6% Comissões (líq.) ,9% -9,6% Outros Resultados de Exploração ,1% 208,6% Produto Bancário ,3% 1,9% Custos com pessoal ,0% 0,1% Gastos gerais administrativos ,4% -1,5% Cash Flow ,5% 5,5% Amortizações do exercício ,7% -4,8% Imparidade (líq,) ,6% 204,8% Equivalência patrimonial ,2% -39,9% Resultados antes de Impostos ,2% -411,6% Impostos (correntes e diferidos) ,0% -293,6% Interesses Minoritários ,9% -13,6% Resultado líquido consolidado ,5% -570,3% OUTROS INDICADORES Solvabilidade Core Tier 1 (IAS) 6,24% 7,33% 7,08% Tier 1 (IAS ) 8,14% 8,47% 7,07% Total (IAS) 10,03% 10,07% 8,47% Core Tier 1 (BdP) 5,45% 6,60% 6,78% Tier 1 (Bdp) 7,01% 7,75% 6,77% Total (BdP) 9,91% 9,24% 8,02% Qualidade do Crédito Crédito vencido / Crédito total 5,4% 6,6% 8,9% Crédito em risco / Crédito total 9,8% 12,0% 16,4% Imparidade do crédito / Crédito total 4,3% 4,7% 6,8% Custo de risco do crédito 1,1% 0,9% 2,9% Rendibilidade ROE 8,1% 3,5% - ROA 0,40% 0,22% - Resultados antes de Impostos e Interesses Minoritários / Activo líquido médio 0,49% 0,38% - Produto Bancário / Activo líquido médio 3,76% 3,64% 3,5% Resultados antes de Impostos e Interesses Minoritários / Capitais próprios médios (Incluindo Interesses Minoritários) Eficiência Custos operacionais + Amortizações / Produto bancário 7,2% 4,9% - 65,3% 66,3% 64,4% Custos com pessoal / Produto bancário 33,4% 33,4% 32,8% Transformação Crédito total (líq.) / Depósitos de Clientes 168,9% 155,7% 138,7% Crédito total (líq.) / Recursos totais de balanço 154,4% 155,7% 138,7% Outros indicadores Activos sob gestão (Milhões de Euros) * Reexpresso 1 Excluindo Interesses M inoritários. 48

53 a) Balanço A evolução do balanço consolidado da Banif SGPS entre o período reflecte o ambiente económico recessivo que evoluiu desde a eclosão da crise financeira em 2008 e o impacto, desde o final do primeiro semestre de 2011, dos requisitos regulamentares impostos no âmbito do PAEF, com enfoque no processo de desalavancagem do balanço, especialmente através da redução do rácio de transformação. Assim, enquanto em Dezembro de 2010 o Activo líquido do Grupo que ascendia a milhões registava um aumento anual de 8,7%, em Dezembro de 2011 o Activo líquido totalizava milhões, um aumento marginal de apenas 0,8% face ao ano anterior. i. Crédito a clientes Em Dezembro de 2010 o crédito bruto concedido a clientes atingiu milhões, subindo cerca de 6.6% face ao stock de milhões no período homólogo, o que, no entanto, não reflecte alguma diferenciação no padrão de evolução intra-anual, dado que no segundo semestre do exercício o stock de crédito bruto se manteve praticamente inalterado. Em termos da evolução dos segmentos de crédito vivo, o segmento de crédito a empresas concedido, na sua maioria, a Pequenas e médias empresas registou um decréscimo ligeiro, de 0,8% face a Dezembro de 2009, já reflectindo o abrandamento da actividade económica. O crédito concedido a Pequenos Negócios e Empresários em nome individual ( ENIs ), que faz parte do nicho de mercado em que o Grupo se tem focado e que é classificado separadamente do segmento empresas cresceu entre os períodos quase 10% (9,6%). No que respeita especificamente ao segmento de crédito ao consumo, o crescimento de 11,3% desta carteira decorreu, maioritariamente, da integração da Tecnicrédito (agora Banif Mais) no exercício de 2009, cuja actuação no segmento de financiamento automóvel permitiu a diversificação da actividade creditícia do Grupo. No que respeita à estrutura da carteira de crédito vivo, o crédito a empresas representava 50,4% em 2009, vendo o seu peso reduzido para 47% da carteira total no final do exercício de Por sua vez, o crédito concedido a Pequenos Negócios e ENIs aumentou o seu peso na carteira total de 10,2% em 2009 para 10,5% em Globalmente, o volume conjunto do crédito concedido a empresas (isto é, o que é classificado como sendo concedido a empresas e a Pequenos Negócios e ENIs) correspondia a 60,6% e 57,5% da carteira em 2009 e 2010, respectivamente, demonstrativo da importância que este nicho representa na actividade do Grupo. O peso do crédito a particulares registou um aumento de 35,7% para 36,3% entre 2009 e 2010, reflectindo uma evolução estável nos segmentos de crédito à habitação e de crédito ao consumo. Em Dezembro de 2011 a carteira de crédito bruto concedido a clientes totalizava milhões, uma contracção homóloga de 6,7%, como reflexo do esforço de desalavancagem. Quanto à evolução dos segmentos de crédito, a contracção económica resultou na redução dos volumes globais, com uma contracção mais significativa nos segmentos de crédito a empresas. O crédito concedido a Pequenos Negócios e ENIs registou a maior queda, de 15,8% face ao período homólogo, e o crédito a empresas diminuiu 10,5%. O volume de crédito a particulares decresceu 2,7%, influenciado pela redução do stock de crédito ao consumo, com uma contracção de 13% face ao final de

54 A evolução dos volumes do crédito vivo resultou na diminuição do peso do segmento de crédito a empresas, que representava 46,1% da carteira total em Dezembro de 2011, e do crédito a Pequenos Negócios e ENIs, representativo de menos de 10% do volume total de crédito vivo. Em termos conjuntos, a exposição a empresas (como já referido, maioritariamente PMEs, Pequenos negócios e ENIs) desceu para 55,8% da carteira. A exposição a crédito a particulares aumentou entre 2010 e 2011, reflexo do aumento da exposição ao crédito à habitação, ainda que o peso do crédito ao consumo se tenha reduzido marginalmente. Tabela 14. Crédito vivo a clientes Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Crédito a empresas ,8% -10,5% Crédito a particulares ,9% -2,7% Crédito à habitação ,9% 0,5% Crédito ao consumo ,3% -13,1% Outras finalidades (Pequenos Negócios & ENIs) ,6% -15,8% Crédito vivo total ,6% -8,1% Outros créditos e valores a receber (titulados) ,0% -37,8% Crédito e juros vencidos ,8% 28,0% Rendimentos a receber ,3% 4,2% Despesas com rendimento diferido Receitas com rendimento diferido ,1% -15,0% Crédito bruto total ,6% -6,7% Imparidade do crédito ,0% 36,8% Crédito líquido total ,3% -8,8% * Reexpresso Figura 15. Carteira de crédito vivo por segmento ,3% 8,7% 8,3% 27,4% 50,4% 27,6% 47,0% 30,4% 46,1% 10,2% 10,5% 9,7% Empresas Pequenos Negócios e ENIs Habitação Consumo Ao longo do período entre 2009 e 2011 o Grupo realizou diversas operações de titularização de crédito, através da alienação dos respectivos activos a veículos de titularização de créditos. Em 2009, foram concretizadas duas operações de securitização de créditos imobiliários (Atlantes Mortgage N.º 4 e Atlantes Mortgage N.º 5) financiadas através da emissão de obrigações num montante de milhões. Em 2010 ocorreram três operações de titularização (Atlantes Mortgage N.º 6, Altantes Mortgage N.º 7 e Atlantes Finance N.º 3) que resultaram na emissão de obrigações titularizadas nos montantes, respectivamente, de 113 milhões (sobre a carteira de crédito imobiliário), 460,5 milhões (sobre uma carteira de crédito hipotecário residencial) e 382,5 milhões (sobre uma carteira de contratos de crédito ao consumo). Em 50

55 2011, o Grupo concretizou duas operações (Atlantes N.º 1 e Atlantes Finance N.º 4), tendo a primeira sido financiada com a emissão de milhões de obrigações sobre uma carteira de crédito a empresas, enquanto a segunda gerou obrigações no montante de 260 milhões sobre uma carteira de crédito ao consumo. A globalidade das obrigações emitidas foram retidas no balanço do Grupo, tendo vindo a ser dadas como garantia de colateral para levantamento de fundos junto do BCE. Tabela 15. RMBS/ABS usados como colateral junto do BCE Milhões de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Obrigações no âmbito de securitizações ,5% 28,9% * Reexpresso Nota: Montante nominal ii. Depósitos A Dezembro de 2010, os recursos de clientes totalizavam milhões, um crescimento de 15% face ao montante de milhões no final do exercício anterior. Para este crescimento contribuiu um crescimento anual de 29% dos depósitos à vista e de 14% dos depósitos a prazo. Este desempenho resultou da adopção de uma política de dinamismo da rede comercial, designadamente no âmbito da rede de retalho do Banif SA no continente. Em Dezembro de 2011, os recursos de clientes ascendiam a milhões, correspondendo a um aumento anual sustentado maioritariamente no crescimento anual de 12% dos depósitos de retalho ao nível do Banif SA, com um crescimento duas vezes superior ao evidenciado pelo mercado doméstico, como resultado do enfoque da rede comercial do Banco na captação de recursos junto de clientes. Por natureza, verifica-se que os depósitos a prazo diminuíram 7% (- 392M), e os depósitos à ordem aumentaram 39% (+642M). Estas variações resultaram de uma reclassificação entre produtos com um valor estimado de 572M, relacionada com o fim dos benefícios fiscais atribuídos à RAM. Retirando este efeito, a evolução dos depósitos a prazo e depósitos à ordem teria sido de 3,2% e 4,2% respectivamente. Tabela 16. Depósitos de clientes Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 À vista % 39% A prazo % -7% Poupança % -17% Outros % 7% Depósitos totais % 3% Outros % -47% Recursos totais de Clientes % 2% * Reexpresso 51

56 Figura 16. Depósitos por tipo % 7% 1% 19% 1% 2% 2% 7%1% 19% 5% 21% 71% 1% 5% 1% 29% 71% 70% 64% À vista A prazo Poupança Outros Outros iii. Outras rubricas materialmente relevantes No que respeita à remanescente composição do balanço, uma das rubricas com alterações materiais corresponde à carteira de Activos financeiros disponíveis para venda que aumentou de 105 milhões no final de 2009 para 294 milhões em Dezembro de 2010, e para 561 milhões em Dezembro de O crescimento desta carteira reflectiu especialmente a aquisição de Bilhetes e Obrigações do Tesouro Portugueses utilizados na sua maioria como colateral em operações de refinanciamento junto do BCE. É de realçar, no entanto, a redução ao longo de 2011 da exposição a dívida Portuguesa, com um stock de 249 milhões em Dezembro de Outro aspecto a realçar respeita ao peso desta carteira face à globalidade dos títulos registados no Activo do Grupo, dada a variação do seu peso de 10%, em 2009, para cerca de um quarto, em 2010, e mais de 50%, no final de As restantes carteiras de títulos decresceram no decurso de 2009 a 2011 não só pelo vencimento natural de títulos de dívida como também pela política de desinvestimento adoptada pelo Grupo, implicando uma redução da exposição a instrumentos de capital nas carteiras de Activos financeiros detidos para negociação e de Activos financeiros ao justo valor através de resultados, em especial entre o final de 2010 e de

57 Tabela 17. Carteiras de títulos Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Activos financeiros detidos para negociação % -44% Derivados com justo valor positivo % -32% Instrumentos de dívida % -48% Instrumentos de capital % -48% Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados % -48% Instrumentos de capital % -66% Instrumentos de dívida % -22% Activos financeiros disponíveis para venda % 91% Instrumentos de dívida % 77% Instrumentos de capital % 249% Imparidade % 87% Investimentos detidos até à maturidade % -16% Instrumentos de dívida % -16% Imparidade Derivados de cobertura % -100% Títulos totais % -12% * Reexpresso Importa realçar, adicionalmente, e com especial relevância no decurso do exercício de 2011, o incremento da rubrica de Activos não correntes detidos para venda em cerca de 60%, para o qual contribuiu o montante de 133 milhões, decorrente da execução ou arrematação de imóveis dados como garantia em crédito com incumprimento, bem como a consolidação de fundos de investimento imobiliário, em resultado dos elevados resgates efectuados pelos clientes da rede de retalho. iv. Imparidade A tendência das rubricas de imparidade em balanço ao longo do período reflecte o enquadramento macroeconómico doméstico, com impacto nos graus de incumprimento do crédito, assim como a estagnação continuada nos mercados internacionais, com a desvalorização das carteiras de títulos. No que respeita à imparidade do crédito concedido, que representa a quase totalidade da imparidade registada em balanço, o crescimento verificado nos vários segmentos de crédito, especialmente nos segmentos de crédito a empresas e de crédito ao consumo, resultou no aumento do volume de imparidade de 517 milhões em 2009 para 594 milhões um ano depois e, em Dezembro de 2011, para 813 milhões. O rácio de Imparidade do crédito / Crédito bruto correspondia a 4,35% em 2009, tendo-se deteriorado ao longo do período, ascendendo a 4,73% em Dezembro de Ao longo do período seguinte, por sua vez, a conjuntura desfavorável já referida, com o agravamento do nível de incumprimento do crédito a empresas, levou a que o rácio se posicionasse em 6,81% no final do exercício de Tabela 18. Imparidade de crédito Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Imparidade para crédito concedido ,0% 36,8% * Reexpresso Relativamente às remanescentes rubricas de imparidade em balanço, importa destacar que a imparidade para Títulos, tendo ascendido a 21 milhões em Dezembro de 2009, no final de 2010 havia caído em cerca 53

58 de 80% para um total de 4 milhões, como resultado, nomeadamente, da redução da exposição do Grupo à carteira de Outros activos ao justo valor através de resultados. O acréscimo da imparidade de outros activos resultou principalmente do acréscimo da imparidade de activos não correntes detidos para venda, especialmente entre os exercícios de 2010 e 2011 um incremento de cerca de 9,5 milhões influenciado pela desvalorização de imóveis e equipamento recebidos em dação de pagamento. Tabela 19. Imparidade de títulos e de outros activos Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Imparidade para Titulos ,5% 91,6% Imparidade de outros activos ,5% 184,9% Activos não correntes detidos para venda ,0% 176,6% Propriedade de investimento Outros activos ,6% 191,0% Total ,3% 161,8% * Reexpresso v. Passivos contingentes Em conformidade com o enquadramento contabilístico aplicável, o Grupo procede regularmente à identificação de potenciais contingências que possam implicar o futuro dispêndio de recursos, apurando simultaneamente o montante estimado em função do seu grau de probabilidade. Tabela 20. Provisões e passivos contingentes Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Provisões para garantias e compromissos % 80% Contingências fiscais % -37% Outras provisões % 135% Total % 1% * Reexpresso b) Demonstração de resultados Os resultados líquidos consolidados obtidos pelo Grupo ao longo dos exercícios reflectem o enquadramento económico que influenciou as capacidades operacionais do sector financeiro desde o final do primeiro semestre de 2008, deteriorando a capacidade de geração de negócio e resultando no incremento das perdas por imparidade. Enquanto nos exercícios anteriores, o Grupo havia obtido resultados líquidos crescentes em resultado de uma estratégia de expansão e consolidação das várias áreas de negócio, em 2010 o resultado líquido consolidado totalizou 34 milhões, um decréscimo de 37% face aos 54 milhões obtidos no exercício de Este resultado derivou da combinação dos efeitos negativos das perdas incorridas em Operações financeiras e do aumento dos custos operacionais. Adicionalmente, importa referir, para efeitos de comparabilidade, os resultados não recorrentes que haviam sido obtidos em 2009 um ganho bruto de 21 milhões da alienação de participações financeiras (Zon Madeira, Zon Açores, Via Litoral) e um ganho bruto de 32 milhões resultante da recompra de dívida própria. 54

59 Em 2011, o resultado líquido consolidado reflectiu as condições domésticas adversas em que o Grupo operou no contexto do PAEF, tendo sido registado um prejuízo líquido de 162 milhões. Este resultado, sem precedentes, foi especialmente influenciado pelo aumento significativo das dotações para imparidade, em linha com uma política conservadora de gestão de riscos. i. Produto bancário Margem Financeira No final do exercício de 2010, a Margem financeira ascendeu a 348 milhões, um aumento de 20,7% face a 2009, reflectindo sobretudo a integração da Tecnicrédito, que representou um contributo de 57,2M para a geração da margem financeira do Grupo. O desempenho evidenciado em 2010 resultou ainda do ajustamento progressivo dos spreads de crédito combinado com uma política de controlo dos custos de recursos de clientes. Em Dezembro de 2011, a Margem financeira totalizou 277 milhões, um decréscimo anual de 20,4% resultante do aumento dos custos de financiamento ao nível das holdings, que aumentaram 21,7 milhões em termos homólogos, da consolidação de novas unidades com custos de financiamento de 6,4 milhões nomeadamente Fundos de investimento imobiliários e ainda do agravamento do custo de recursos de clientes associado à redução da actividade creditícia. De facto, o aumento sustentado dos níveis de spreads aplicados especialmente no crédito concedido a empresas não foi suficiente para compensar o aumento do custo médio dos recursos de clientes. Outros proveitos líquidos O contributo das Comissões líquidas evidenciou uma tendência inversa ao longo dos períodos. Enquanto em 2010 se registara um aumento anual de 9,9% para 122 milhões como resultado do crescimento da actividade comercial e da banca de investimento em 2011 esta rubrica decresceu 9,6% para 110 milhões, influenciada pelo abrandamento dos vários segmentos de negócio. Os Resultados de operações financeiras contabilizaram um ganho de 68,8 milhões no final de 2009, incluindo ganhos não-recorrentes brutos de 54 milhões referentes a 21 milhões de mais-valias na alienação de participações financeiras (Zon Madeira, Zon Açores, Via Litoral) e a 32 milhões de ganhos pela recompra de passivos emitidos pelo Grupo. No final de 2010, os Resultados de operações financeiras diminuíram 31,8% para 39,8 milhões, com um contributo de 12,1 milhões da alienação da participação na Finibanco Holdings SGPS, no âmbito da OPA lançada pelo Montepio Geral Associação Mutualista, e de 15 milhões de ganhos pela recompra de passivos emitidos pelo grupo. Em Dezembro de 2011, os Resultados de trading registaram uma perda de 1,1 milhão, influenciada pela desvalorização das carteiras ao justo valor. 55

60 Tabela 21. Produto bancário detalhado Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Margem financeira ,7% -20,4% Rendimentos de instrumentos de capital ,6% -16,8% Comissões líquidas ,9% -9,6% Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados ,6% -553,3% Resultados de activos financeiros disponíveis para venda ,7% -117,8% Resultados de reavaliação cambial ,1% -69,8% Resultados de alienação de outros activos ,8% 1656,9% Outros resultados de exploração ,6% 133,2% Produto Bancário ,3% 1,9% * Reexpresso Tabela 22. Produto bancário Contributo por rubrica % * 2011 Margem financeira 56,7% 63,1% 49,4% Rendimentos de instrumentos de capital 0,3% 0,2% 0,1% Comissões líquidas 21,8% 22,1% 19,7% Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados -5,6% 0,1% -0,4% Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 4,4% 2,4% -0,4% Resultados de reavaliação cambial 8,2% 2,0% 0,6% Resultados de alienação de outros activos 1,1% 0,5% 9,1% Outros resultados de exploração 13,1% 9,6% 22,0% Produto Bancário 100,0% 100,0% 100,0% * Reexpresso Quanto aos Outros resultados de exploração (incluindo os Resultados de alienação de outros activos), o aspecto mais material respeita ao contributo total de 174 milhões gerado em 2011 um aumento de 212% face a 2010 resultante, nomeadamente, da mais-valia decorrente da alienação da Banif Corretora de Valores e Câmbios que contribuiu com 48,6 milhões ( 37,7 milhões em termos líquidos) para a geração de proveitos, bem como dos ganhos de 52,1 milhões da recompra de passivos próprios, de 38 milhões em prestação de serviços e reembolso de despesas e ainda 15 milhões em rendas de locação operacional. 56

61 Tabela 23. Outros resultados de exploração Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Outros Proveitos ,0% 47,2% Prestação de Serviços ,1% 41,6% Recuperação de crédito e juros ,2% -7,2% Reembolso de despesas ,5% -11,6% Renda de locação operacional ,3% -11,5% Recompra de passivos emitidos ,9% 257,7% Outros ,7% 37,9% Outros Custos ,2% 1,2% Quotizações e donativos ,8% -9,0% Contribuições para FGD e FGCAM ,8% 26,6% Outros impostos ,1% 62,7% Outros ,0% -7,6% Outros Proveitos líquidos ,6% 133,2% * Reexpresso ii. Custos operacionais No final de 2010, os custos operacionais (incluindo amortizações) ascenderam a 365 milhões, um incremento de 10% face a 332 milhões em Dezembro de 2009, em resultado da integração da Tecnicrédito, do crescimento orgânico das actividades do Grupo no Brasil e ainda da expansão da rede comercial (com a abertura de 9 agências no decurso do exercício). O Cash flow de exploração ascendeu a 223 milhões em 2010, um aumento de 5,5% face ao final de Em Dezembro de 2011, os custos operacionais do Grupo somaram 362 milhões, uma diminuição anual de 3,8 milhões, resultante das medidas de racionalização de custos que envolveram a reestruturação da rede comercial com o encerramento de 17 agências ao longo do ano e um esforço de contenção de gastos administrativos relacionados com sistemas de informação, publicidade e serviços especializados. Assim, o Cash flow de exploração aumentou 5,5% para 235,5 milhões. Como resultado da optimização da estrutura de custos, o Grupo conseguiu aumentar os níveis de eficiência, com um decréscimo do rácio Cost / Income de 65,3% em 2009 para 66,3% em 2010, e 64,4% no final de Tabela 24. Custos operacionais detalhados Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Custos com pessoal ,0% 0,1% Gastos gerais administrativos ,4% -1,5% Amortizações do exercício ,7% -4,8% Custos de funcionamento e amortizações ,0% -1,1% Cost / Income 65,3% 66,3% 64,4% * Reexpresso 57

62 Tabela 25. Custos operacionais Peso por rubrica % * 2011 Custos com pessoal 51,3% 50,3% 50,9% Gastos gerais administrativos 38,3% 39,4% 39,3% Amortizações do exercício 10,4% 10,2% 9,8% Custos de funcionamento e amortizações 100,0% 100,0% 100,0% * Reexpresso iii. Provisões e imparidade No final de 2010, as dotações para imparidade caíram 9% de 136 milhões para 124 milhões. Esta diminuição resulta da contabilização de imparidades substanciais ( 16 milhões) no final de 2009 relativas à participação na Finibanco Holdings SGPS, entretanto alienada. O Grupo registou em milhões de imparidades para crédito, contra 112 milhões em Quanto às outras rubricas, importa destacar a contabilização de imparidades de 9 milhões referentes a goodwill em investimentos financeiros, nomeadamente a participação no Bankpime. Em Dezembro de 2011, as dotações para imparidade totalizaram 377,8 milhões, um incremento homólogo de 204,8% que reflecte um conjunto de impactos: Uma política conservadora na avaliação de imparidades da carteira de crédito; Registo de uma dotação adicional de 90 milhões para imparidades da carteira de crédito no contexto dos exercícios de inspecção ( Special Inspection Programme SIP ) realizados no âmbito do PAEF correspondente a 0,8% do montante total de perdas avaliadas, correspondentes a 15,7% das imparidades da carteira analisada; Registo de 1,7 milhões de imparidades relativas ao goodwill na participação no Bankpime; Registo de 10,2 milhões de imparidades de outros activos, associadas a propriedades classificadas como Activos não correntes detidos para venda. Tabela 26. Imparidade registada em resultados Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Provisões líquidas de reposições e anulações ,5% -446,1% Imparidade do crédito a clientes (líq. de reposições e anulações) Imparidade de outros activos financeiros (líq. de reversões e recuperações) Imparidade de outros activos (líq. de reversões e recuperações) ,8% 217,1% ,4% -26,2% ,1% 131,8% Total ,6% 204,8% * Reexpresso 58

63 c) Principais rubricas da demonstração de ganhos e perdas não relevadas em demonstração de resultados (Demonstração do rendimento integral) Em 2009, o Grupo apurou um resultado integral de 94 milhões e, no final do exercício seguinte, um ganho de 31 milhões, enquanto em Dezembro de 2011 foi registado um rendimento líquido de 203 milhões, tendo-se verificado a seguinte evolução nas principais rubricas de ganhos e perdas: As reservas ao justo valor associadas a Activos financeiros disponíveis para venda desvalorizaram ao longo dos exercícios, com perdas de 7,5 milhões em 2009, 8,2 milhões em 2010 e 23,3 milhões em 2011; A rubrica de activos de entidades que consolidam por equivalência patrimonial registou um ganho de 27,4 milhões em 2009, enquanto em 2010 e 2011 se verificaram perdas de 10,8 milhões e 2 milhões, respectivamente; A rubrica relativa a reavaliação de imóveis desvalorizou também ao longo do período, com um ganho de 14 milhões em 2009, enquanto em 2010 se registou um ganho marginal que, por sua vez, em 2011, evoluiu para uma perda de cerca de 200 milhares; Ao nível das variações cambiais, estas resultaram em ganhos de 9 milhões em 2009 e de 16 milhões em 2010, enquanto em 2011 contribuíram com uma perda de 21 milhões para o rendimento integral do Grupo. Finalmente, importa referir que, no exercício de 2011, o Grupo decidiu alterar a política contabilística de reconhecimento de ganhos e perdas actuariais, no âmbito das Responsabilidades com pensões e assistência médica, tendo passado a relevar os ganhos e perdas actuariais de forma imediata no rendimento integral em conformidade com a IAS 19 pelo que se verifica o efeito dessa alteração nas Demonstrações relativas a 2010 e a Assim, registou-se uma perda de 2 milhões em 2010 e um ganho de 4 milhões em

64 Tabela 27. Demonstração do rendimento integral Milhares de Euros * 2011 Resultado após impostos e antes de interesses minoritários Outro rendimento integral D YoY 10/09 D YoY 11/ % -449% Activos financeiros disponíveis para venda % 39% Justo valor Impostos % 175% Activos de entidades que consolidam por equivalência patrimonial % -76% Impostos % -68% Reavaliações de imóveis % -146% Impostos % -143% Ganhos / Perdas actuariais % Impostos % Instrumentos de cobertura de fluxos de caixa % -8% Impostos % Variações cambiais % -232% Rendimento integral líquido de impostos % -580% Interesses minoritários % -14% Rendimento integral líquido do exercício % -756% * Reexpresso d) Estrutura de capitais No final de 2010, os Capitais Próprios (deduzidos de Interesses Minoritários) totalizavam milhões, um incremento de 8,1% face aos 941 milhões verificados no final do exercício de 2009, como resultado dos seguintes factores: Aumento de capital no montante de 80 milhões, totalmente realizado em Dezembro de 2010; Resultado do exercício de 2010 de 33,4 milhões; Ganhos na recompra de acções preferenciais emitidas por empresas do Grupo no montante de 1,4 milhões; Variações cambiais positivas no montante de 15,7 milhões; Diminuição das reservas de reavaliação em 17,2 milhões; Distribuição de dividendos relativos ao exercício de 2009 no montante de 19,6 milhões. Em Dezembro de 2011, por sua vez, os Capitais Próprios (deduzidos de Interesses Minoritários) somaram 831,8 milhões, uma diminuição anual de 18,3%, cujo principal contributo negativo correspondeu ao prejuízo de 162 milhões no final do exercício. Importa realçar, pelo contrário, o efeito positivo em cerca de 16 milhões de ganhos em recompra de acções preferenciais emitidas por subsidiárias do Grupo. 60

65 Tabela 28. Estrutura de capitais próprios Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Capital % 0% Prémios de emissão % 0% Outros instrumentos de capital % 0% Acções próprias % 4% Reservas de reavaliação % 66% Outras reservas e resultados transitados % 12% Resultado do exercício % -570% Dividendos antecipados Interesses minoritários % -40% Capital total % -21% * Reexpresso Interesses minoritários A forte queda observada nesta rubrica prende-se com a decisão tomada pelo Grupo de reconhecer as unidades de participação dos fundos de investimento imobiliários, que estão incluídas no perímetro de consolidação, detidas por entidades externas ao Grupo em outros passivos, por ser uma responsabilidade do Grupo, conforme AG 29ª e BC 68 das IAS 32, deixando de as reconhecer em Interesses que não controlam. As contas de 2010 rexpressas já espelham esta alteração contabilística. e) Liquidez e financiamento i. Estrutura de financiamento A estrutura de financiamento do Grupo reflecte, actualmente, os efeitos da crise financeira prevalecente e da escassez de liquidez, resultando no recurso crescente ao financiamento obtido através do Banco Central Europeu (BCE). Tabela 29. Estrutura de financiamento Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Recursos de bancos centrais % 28% Passivos financeiros detidos para negociação Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados % -39% % -32% Recursos de outras instituições de crédito % -15% Recursos de clientes e outros empréstimos Responsabilidades representadas por títulos % 2% % -1% Derivados de cobertura % -90% Provisões % 1% Outros passivos subordinados % -19% Instrumentos representativos de capital % -4% Outros passivos % 4% Passivo total % 3% * Reexpresso 1 Inclui passivos por impostos correntes, passivos por impostos diferidos e outros passivos. A principal fonte de financiamento do Grupo corresponde aos recursos de clientes que em Dezembro de 2010 totalizaram milhões, com um aumento de 15% face ao final de Em Dezembro de 2011, 61

66 por sua vez, a rubrica de Recursos de clientes aumentou cerca de 2%, sendo de realçar, como referido supra, o contributo da rede comercial do Banif SA (com um crescimento anual de 12% nos depósitos captados junto do segmento de retalho, quase duas vezes mais que a média do mercado doméstico), o que demonstra os esforços levados a cabo pelo Grupo no sentido de potenciar a captação de fundos junto da sua base de clientes da banca comercial. Atendendo à crise de liquidez que se vem mantendo desde 2008, o recurso ao financiamento junto do Eurosistema aumentou ao longo dos exercícios, tendo os Recursos junto de bancos centrais aumentado substancialmente de milhões em 2009 para milhões no exercício seguinte e, em Dezembro de 2011, totalizado milhões, o que corresponde a um aumento crescente do seu peso no conjunto do financiamento entre 2009 e 2011, de 10% para 17%, respectivamente. As operações de cedência de liquidez a que o Grupo recorre são garantidas por penhor de activos elegíveis, nomeadamente relativo a títulos emitidos no âmbito de operações de securitização, crédito a clientes e obrigações. Tabela 30. Recursos de bancos centrais Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Recursos de bancos centrais % 28% Juros de Recursos de bancos centrais % 346% Despesas com encargo diferido Total % 28% * Reexpresso Os Recursos de outras instituições de crédito diminuíram ao longo do período, de milhões em 2009 para milhões em 2010, o que representa um decréscimo anual de 29%. Em Dezembro de 2011 o financiamento junto de outras instituições de crédito ascendia a milhões, registando novo decréscimo anual, de cerca de 15%. Assim, os fundos obtidos no mercado interbancário na globalidade da estrutura de financiamento do Banco diminuíram a sua representatividade, tendo passado de 15% em 2009 para 9% em 2010 e diminuído para 8% no final do exercício de No final de 2010, a posição de responsabilidades representadas por títulos ascendia a milhões, e, em 2009, a milhões. Ao longo de ambos os períodos, o Grupo procedeu a operações de recompra de dívida emitida, com a recompra de 102 milhões de títulos em 2009 e 48 milhões em Em 2011 as responsabilidades representadas por títulos decresceram para milhões, uma diminuição anual de 1,3% resultante, em particular, do reembolso de emissões de subsidiárias do Grupo. Em termos de estrutura de financiamento, esta rubrica manteve uma representatividade relativamente estável ao longo dos períodos, representando 18% do financiamento obtido em 2009 e 17% nos exercícios seguintes. Os Outros passivos subordinados decresceram continuamente ao longo dos três exercícios, tendo o financiamento por via da emissão de dívida subordinada diminuído de 358 milhões em 2009 para 219 milhões no final de 2011, reflectindo, maioritariamente, o reembolso natural de emissões de subsidiárias do Grupo e recompras de títulos em mercados secundários. 62

67 Tabela 31. Detalhe da estrutura de financiamento Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Recursos de bancos centrais % 28% Recursos de outras instituições de crédito % -15% Recursos de clientes e outros empréstimos % 2% Responsabilidades representadas por títulos % -1% Outros passivos subordinados % -19% Instrumentos representativos de capital % -4% Financiamento % 3% * Reexpresso ii. Emissões de dívida com garantia do Estado A primeira transacção garantida pelo Estado ocorreu em Dezembro de 2008, tendo sido bilateralmente realizada entre o Banif SA e uma contraparte Suíça, a Raiffeisen Switzerland Cooperative, com a emissão de 50 milhões de obrigações com maturidade de um ano. No exercício seguinte, em 6 Maio de 2009, o Banif SA emitiu 500 milhões de Obrigações não subordinadas com a garantia da República Portuguesa com um cupão anual de 3,25% - que maturaram em Maio de Em Julho de 2011, o Grupo concretizou três emissões de dívida garantida pelo Estado, na forma de Obrigações não subordinadas com taxa variável e maturidade a 3 anos. As Obrigações foram emitidas pelas subsidiárias Banif SA ( 200 milhões), Banif Banco de Investimento ( 55 milhões) e Banif Mais ( 25 milhões), com um cupão anual de Euribor a 3 meses a que acresce uma margem de 4,95%. Ainda em 2011, em Dezembro, o Banif SA e o Banif Banco de Investimento emitiram Obrigações não subordinadas com taxa variável nos montantes de 500 milhões e 95 milhões, respectivamente. As Obrigações têm um cupão anual de Euribor a 3 meses a que acresce uma margem de 12%. Importa ainda referir que já no decurso de em 8 de Maio, aquando do vencimento da emissão de 500 milhões o Banif SA emitiu um montante total de 300 milhões de Obrigações garantidas pelo Estado, com uma taxa anual fixa de 13,7%, a vencer no prazo de 5 anos. No que respeita à geração de liquidez pelos referidos instrumentos garantidos pelo Estado, importa referir que a maioria das obrigações emitidas no exercício de 2009 foi colocada junto de investidores institucionais, tendo o remanescente sido adquirido por entidades do Grupo e utilizado como colateral junto do Eurosistema. A utilização dos títulos como penhor de colateral junto do BCE ocorreu, igualmente, com as emissões concretizadas durante o exercício de 2011, enquanto as obrigações emitidas em 2012 estão a ser utilizadas em transacções de Activos com acordos de recompra com contrapartes domésticas. 63

68 Tabela 32. Emissões de dívida com garantia do Estado Emitente Tipo de transacção com garantia Contraparte Montante Data emissão Data maturidade Banif SA Schuldschein Lender: Raiffeisen Switzerland Cooperative 50M 23-Dez Dez-09 Banif SA Obrigações não subordinadas Lead Managers: Barclays Capital, ING, Citibank, Banif Banco de Investimento 500M 08-Mai Mai-12 Banif SA BBI Banco Mais Banif SA BBI Banif SA Obrigações não subordinadas taxa variável Obrigações não subordinadas taxa variável Obrigações não subordinadas taxa variável Obrigações não subordinads taxa variável Obrigações não subordinadas taxa variável Obrigações não subordinadas taxa fixa Lead Manager: Banif - Banco de Investimento 200M 15-Jul Jul-14 Manager: Banif- Banco de Investimento 55M 15-Jul Jul-14 Lead Manager: Banif Banco de Investimento 25M 15-Jul Jul-14 Lead Manager: Banif Banco de Investimento 500M 20-Dez Dez-14 Manager: Banif - Banco de Investimento 95M 20-Dez Dez-14 Manager: Banif - Banco de Investimento 300M 08-Mai Mai-17 f) Adequação de fundos próprios Em Dezembro de 2010, os Fundos Próprios Core Tier 1 do Grupo ascendiam a 841 milhões ( 652 milhões em Dezembro de 2009) e os Fundos Próprios de Base a 987 milhões ( 839 milhões no período homólogo), enquanto os Activos Ponderados (Risk Weighted Assets RWAs ) ascendiam a milhões, contra milhões em termos homólogos. Como resultado, o Grupo apresentava um rácio Core Tier 1 de 6,60% - face a 5,45% em Dezembro de 2009 e um rácio Tier 1 de 7,75% - contra os 7,01% no período homólogo. Os Fundos Próprios Totais do Grupo elevavam-se a milhões no final do exercício de 2010 (em comparação com milhões em Dezembro de 2009), a que correspondia um rácio de solvabilidade total de 9,24% (contra 9,91% no final do exercício de 2009). No final do exercício de 2011, os Fundos Próprios Core Tier 1 e os Fundos Próprios de Base do Grupo totalizavam 804 milhões, enquanto os Activos Ponderados (Risk Weighted Assets) ascendiam a milhões, a que correspondia um rácio Core Tier 1 de 6,78% e um rácio de Tier 1 de 6,77%. Os Fundos Próprios Totais do Grupo somavam 951 milhões no final de 2010, a que correspondia um rácio de solvabilidade total de 8,02%. Tabela 33. Adequação de fundos próprios Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Activos ponderados totais % -7% Fundos Próprios Core Tier % -4% Fundos próprios de base (Tier 1) % -19% Fundos próprios complementares % -18% Fundos próprios elegíveis % -19% Rácio de solvabilidade Core Tier 1 5,45% 6,60% 6,78% - - Tier 1 7,01% 7,75% 6,77% - - Rácio de solvabilidade total 9,91% 9,24% 8,02% - - * Reexpresso A evolução dos Fundos Próprios entre 2009 e 2010 (+ 163M) é essencialmente explicada pelos seguintes movimentos: 64

69 Aumento de capital de 80M da Banif SGPS; Aumento das reservas e resultados transitados em 51M ( 45.7M de resultados transitados e 5.5M de outras reservas); Aumento 33M resultantes de resultados do exercício; Impacto negativo de 5M registado nas reservas de reavaliação; Aumento de 3M devido a aumentos nas amortizações; A contribuição para o fundo de pensões não registada como perda na demonstração de resultados, aumentou 3M, implicando um decréscimo do mesmo montante nos fundos próprios; Aumento de 3M no montante deduzido a título do diferencial entre os volumes de provisões e de imparidade para crédito ( insuficiência de provisões ); O goodwill gerado pelas unidades Bankpyme e Banca Pueyo foi reconhecido na demonstração de resultados, resultando na eliminação dos abatimentos a fundos próprios de 8M e 1M, respectivamente; A dedução de activos por impostos diferidos, associado a provisões para riscos gerais de crédito, de acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 12/1992, aumentou 2M, causando uma redução nos fundos próprios no mesmo montante. Já entre 2010 e 2011, a evolução dos Fundos Próprios (- 57M) foi determinada por: Um aumento de 40M em Interesses Minoritários em resultado da conversão de Dívida Subordinada Perpétua em capital do Banif Mais SGPS, integralmente subscrito por terceiros; A redução de 9M em reservas de reavaliação elegíveis para o Core Tier I, dos quais 4M estavam sujeitos a um filtro prudencial de acordo com o Aviso do Banco de Portugal n º 1/2012; Em consequência do ambiente macroeconómico já mencionado, o Grupo registou uma perda de 161M, dos quais 5M foram sujeitos a um filtro prudencial de acordo com o Aviso do Banco de Portugal n º 1/2012; Um maior volume de contabilização de imparidade de crédito permitiu uma redução montante deduzido a título de insuficiência de provisões de 48M; O Banif remunerou os seus depósitos acima das taxas estipuladas na referida instrução e incorreu numa perda prudencial de 6M, de acordo com a Instrução do Banco de Portugal nº 28/2011; O goodwill gerado pelas unidades Bankpyme e Banca Pueyo foi registado na demonstração de resultados, resultando num aumento dos fundos próprios de 7MDe acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 6/2010, deixou de ser possível deduzir os impostos diferidos associados a provisões relacionadas com riscos gerais de crédito, aumentando assim os fundos próprios em 14M. Quanto aos Activos ponderados pelo Risco, a sua evolução entre (+ 774M) foi determinada pelos seguintes factores Um aumento significativo nas exposições das carteiras do banco (tanto no crédito, nos títulos como em outros activos relacionados); A revisão em baixa da notação de rating de longo prazo da República Portuguesa, em Julho, que resultou num aumento do risco ponderado aplicado a contrapartes nacionais nos segmentos Governo Regional/Local e Instituições ; 65

70 O aumento de exposições vencidas que, em média, têm um peso superior às exposições em incumprimento. Entre 2010 e 2011, a evolução dos Activos ponderados pelo Risco (- 874M) foi influenciada pelos seguintes factores: As alterações introduzidas pela Directiva III sobre Requisitos de Capital, nomeadamente a redução significativa dos riscos ponderados aplicados às exposições a Governos Regionais e Autoridades Locais (de 100% para 20%); A equivalência de supervisão concedida à dívida soberana do Brasil, autorizada pelo Banco de Portugal em Dezembro de 2011, permitiu a aplicação de um ponderador de risco 0% (em vez de 50%) à exposição do Banco Central do Brasil/Exposições de Bancos Centrais; O processo de desalavancagem do crédito prosseguida pelo Grupo reflectiu-se num decréscimo das exposições da carteira; A implementação de um projecto de optimização de RWAs, englobando a validação e melhoria de colaterais relacionados com operações de crédito e a racionalização de processos para definir a ponderação de risco de segmentos específicos; O aumento global das imparidades registadas traduziu-se num decréscimo da exposição de crédito líquida. g) Indicadores de qualidade do crédito Relativamente aos principais indicadores de qualidade do crédito, o rácio de Crédito vencido agravou-se ao longo dos períodos, de 5,3% em 2009 para 6,6% em 2010 e para 8,9% em Dezembro de 2011, com o agravamento dos níveis de delinquência nos vários segmentos de crédito mas, particularmente, nos segmentos de crédito a empresas e de crédito ao consumo. Em termos de rácio de imparidade do crédito, como detalhado anteriormente, importa referir que a degradação económica continuada levou ao incremento deste rácio de 4,3% em 2009 para 4,7% em 2010, com um pico de 6,8% no final de 2011, em linha com a evolução das condições económicas nacionais. Assim, o stock de imparidade de crédito ascendia a 517 milhões no final de 2009, tendo aumentado para 594 milhões em 2010 e para 813M em Dezembro de O movimento registado no período entre 2009 e 2011 reflecte a degradação da qualidade do crédito como resultado de dois factores combinados. Por um lado, o aumento das perdas estimadas na análise de imparidade individual e, por outro, o incremento do parâmetro de Loss Given Defaut, especialmente relativamente ao sector de empresas ao nível doméstico, no âmbito de uma abordagem conservadora face à avaliação de imparidades. 66

71 Tabela 34. Rácios de qualidade do crédito * 2011 Imparidade do crédito / Crédito total 4,3% 4,7% 6,8% Crédito vencido / Crédito total 5,3% 6,6% 8,9% Crédito em risco / Crédito total 9,8% 12,0% 16,4% Custo de risco do crédito 1,1% 0,9% 2,9% * Reexpresso Informação financeira em base individual A análise da informação financeira em base individual do Banif Grupo Financeiro terá por base o Banif SA. Além do facto de esta entidade ter passado a incorporar a Banif SGPS que, por sua vez, foi extinta, passando o Banif SA a ser, doravante, a sociedade de consolidação do Grupo, a actividade e os resultados individuais do Banif SA correspondiam, no passado, ao contributo com maior relevância para as contas consolidadas do Grupo. As demonstrações financeiras individuais referentes aos exercícios de 2009, 2010 e 2011 foram preparadas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IRFS / International Financial Reporting Standards). A informação referente à adequação de Fundos Próprios é apresentada de acordo com o disposto no Aviso n.º 3/2011 do Banco de Portugal e os indicadores de Qualidade de Crédito de acordo com a Instrução do Banco de Portugal n.º 16/2004. Como nota complementar, importa referir a reexpressão das demonstrações financeiras do Banif SA referentes ao exercício de 2010, devido a um ajustamento no tratamento contabilístico das Obrigações emitidas no contexto de operações de titularização e posteriormente retidas em balanço. 67

72 Tabela 35. Indicadores financeiros Milhares de Euros * 2011 BALANÇO YoY 10/09 YoY 11/10 Activo líquido ,6% 11,1% Crédito concedido (bruto) ,8% -4,5% Recursos de Clientes ,4% 10,6% Capitais Próprios ,0% -8,3% DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Margem financeira (líq.) ,4% -8,0% Resultados Operações financeiras (líq.) ,2% 3139,0% Outros Resultados de Exploração ,4% 35,7% Produto Bancário ,3% 4,8% Custos com pessoal ,0% 3,0% Gastos gerais administrativos ,2% -7,2% Cash Flow ,2% 12,2% Amortizações do exercício ,1% -3,5% Provisões e imparidade (líq.) ,1% 210,5% Resultados antes de Impostos ,1% -367,8% Impostos (correntes e diferidos) ,6% -551,3% Resultado líquido ,2% -333,5% OUTROS INDICADORES Solvabilidade Core Tier 1 (BdP) 7,6% 10,1% 10,1% Tier 1 (BdP) 8,2% 10,1% 10,4% Total (BdP) 13,2% 14,1% 11,4% Qualidade do Crédito Imparidade de crédito /crédito total 3,05% 3,33% 4,91% Rendibilidade Resultados antes de impostos/activo líquido médio 0,18% 0,30% - Produto bancário /Activo líquido médio 2,90% 2,23% 2,12% Resultados antes de impostos/capitais próprios médios 3,43% 5,98% - ROE 4,8% 5,0% - ROA 0,3% 0,3% - Eficiência Custos operacionais + amortizações / Produto bancário 63,78% 60,86% 57,10% Custos com pessoal / Produto bancário 34,86% 34,10% 33,50% Transformação Rácio de transformação 146,0% 140,7% 119,5% * Reexpresso a) Balanço A evolução do balanço do Banif Banco Internacional do Funchal, SA nos períodos entre 2009 e 2010 reflecte as implicações decorrentes da evolução da crise financeira e as condicionantes na actividade doméstica, especialmente a contínua deterioração das condições económicas, com um aumento substancial dos níveis de desemprego e de incumprimento das empresas. No final de 2010, o Activo líquido do Banif SA situava-se em milhões face a milhões no final de 2009, uma variação que não é, no entanto, directamente comparável atendendo à reexpressão das demonstrações financeiras de

73 Em 31 de Dezembro de 2011, o Activo líquido do Banco totalizava milhões, um aumento de 11,1% face ao período homólogo que decorreu maioritariamente do aumento da carteira de Activos financeiros disponíveis para venda, no contexto de aquisições de obrigações relativas a operações de titularização retidas em balanço. Assim, retirando esse efeito, a variação do balanço seria substancialmente mais reduzida, abaixo dos 7%. i. Crédito a clientes No final de 2010, o Crédito a Clientes apresentava um saldo bruto de milhões, mais 4,8% do que no exercício anterior. Cerca de 39% do crédito vivo estava concedido a particulares correspondente a milhões do qual 74% era crédito imobiliário. Comparativamente a 2009, o saldo do crédito imobiliário aumentou 4,4%. O crédito ao consumo ascendia no final de 2010 a 375 milhões, decrescendo 4,1% contra os 391 milhões registados em O crédito a empresas, que à semelhança do referido na análise relativa a Crédito a clientes ao nível consolidado (incluído na análise financeira referente à Banif SGPS) corresponde maioritariamente a crédito concedido a PMEs no âmbito da estratégia comercial do Grupo e, em especial, do Banif SA, totalizava milhões no final de 2010, mais 6,1% que no final de 2009, representando cerca de 53,0% da carteira. Em conjunto com o Crédito a Pequenos Negócios e ENIs que, por sua vez, teve uma redução marginal entre os períodos, o Crédito a empresas, Pequenos Negócios e ENIs pesava 60,9% da totalidade do crédito vivo. No final do exercício de 2011, o saldo bruto do Crédito a clientes ascendeu a milhões, uma diminuição de 4,5% ( 466 milhões) face a Dezembro de Este impacto foi mais sentido ao nível das carteiras de crédito a empresas (-6,7%) e de crédito a Pequenos Negócios e ENIs (-4,0%) reflectindo o elevado número de falências em consequência das actuais condições económicas e a dificuldade no acesso ao crédito bancário pelas empresas de menor dimensão. Globalmente, o crédito a empresas (ou seja, crédito a empresas, a Pequenos Negócios e ENIs) representava em Dezembro de ,8% da carteira de crédito vivo, enquanto o crédito à habitação correspondia a 30,1%. Ao longo dos exercícios, o Banif SA concretizou uma série de operações de titularização de créditos. No decurso de 2010, concretizou-se a Atlantes Mortgages N.º 7, sobre uma carteira de crédito imobiliário de 397,8 milhões. Em 2010, também foi concretizada uma operação de titularização de crédito ao consumo, a Atlantes Finance N.º 3, que abrangeu 241 milhões de euros de créditos. No decurso de 2011 o Banco realizou duas operações de titularização de créditos em Abril concretizou a Atlantes SME N.º 1, que incidiu sobre milhares de créditos concedidos a empresas, enquanto no final do exercício se concluiu a operação de titularização Atlantes Finance N.º 4, sobre 110 milhões de créditos ao consumo. Ainda no decurso deste exercício, o Banco realizou cessões de carteiras de crédito no montante de 142 milhões (com a venda a ocorrer pelo montante total de 133 milhões). 69

74 Tabela 36. Crédito a clientes Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Crédito a empresas ,1% -6,7% Do qual titularizado Crédito a particulares ,7% -2,1% Crédito à habitação ,4% -1,0% Do qual titularizado ,9% -4,1% Crédito ao consumo ,1% -8,0% Do qual titularizado ,0% Outras finalidades (Pequenos Negócios & ENIs) ,7% -4,0% Crédito vivo total ,3% -4,7% Juros a receber e vencidos ,1% 50,0% Crédito bruto total ,8% -4,5% Imparidade do crédito ,3% 40,6% Crédito líquido total ,5% -6,0% *Reexpresso Figura 17. Carteira de crédito por segmento ,8% 3,7% 32,0% 3,7% 3,6% 7,0% 29,6% 32,0% 57,2% 33,5% 54,7% 57,2% 55,8% 7,3% 7,0% 7,1% Empresas Pequenos Negócios e ENIs Habitação Consumo ii. Depósitos Em 2010, os depósitos de clientes subiram 8,4%, representando um aumento de 551,9 milhões quando comparado com Os depósitos a prazo destacaram-se com um expressivo aumento de 11,1%, mais 530,4 milhões de aumento em volume, seguidos pelos depósitos à ordem que acompanharam o aumento contribuindo com 121,7 milhões, uma subida de 10,2%. Em 2011, os depósitos de clientes aumentaram 10,6% relativamente a 2010, um aumento de 760 milhões. Por natureza, os depósitos a prazo diminuíram 412 milhões, um decréscimo de 7,8% enquanto os depósitos à ordem aumentaram milhões, um acréscimo de 86,4%. Estas variações resultaram de um efeito transitório decorrente do final do regime offshore da Madeira no final de Dezembro de 2011, com um valor estimado de cerca de 975 milhões. Retirando este efeito, a evolução dos depósitos a prazo e os depósitos à ordem seria de 10,6% e 12,1%, respectivamente. 70

75 Tabela 37. Depósitos de clientes Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 À vista ,2% 86,4% A prazo ,1% -7,8% Poupança ,1% 1,7% Outros ,1% 72,7% Depósitos totais ,4% 10,6% * Reexpresso Figura 18. Depósitos por tipo % 7% 19% 1% 5% 2%7% 19% 21% 72% 1% 6% 29% 72% 72% 65% À vista A prazo Poupança Outros iii. Outras rubricas materialmente relevantes Em termos da estrutura de balanço, importa salientar a evolução das carteiras de Activos financeiros disponíveis para venda e de Activos financeiros ao justo valor através de resultados. A carteira de Activos financeiros disponíveis para venda cresceu ao longo dos exercícios, totalizando milhões em Dezembro de 2010 face a 124 milhões no final de Estas posições não são directamente comparáveis, atendendo à reexpressão das contas no exercício de 2010, com a inclusão dos montantes de obrigações emitidas no contexto das operações de titularização e recompradas pelo Banco, com vista à sua utilização como colateral junto do BCE. Para uma melhor compreensão deste efeito, importa relevar que, com a estagnação do mercado interbancário, após a crise financeira de 2008, os Bancos passaram a emitir RMBS / ABS através de veículos de titularização, mantendo-os no balanço para serem utilizados como colateral junto do BCE. Inicialmente, estas transacções geraram aumentos de igual montante em ambos os lados do balanço, pelo que foi entendimento dos auditores externos que estes dois agregados deveriam compensar-se, por forma a melhor ilustrar o montante de dívida efectivamente colocado junto de terceiros. No entanto, aquando das emissões de dívida garantida pelo Estado pelas unidades do Grupo (Banif SA / BBI / Banco Mais), em Julho de 2011, o Grupo entendeu que este procedimento não correspondia às melhores práticas do mercado pelo que decidiu reajustar as demonstrações financeiras, com o registo dos montantes das obrigações emitidas na carteira de Activos de activos financeiros disponíveis para venda, no lado do Activo, e na rubrica de Passivos financeiros associados a activos transferidos, no lado do Passivo. Em 31 de Dezembro de 2011, por sua vez, a carteira de Activos financeiros disponíveis para venda ascendia a milhões, um incremento anual de 800 milhões para o qual contribuiu a aquisição de 71

76 obrigações decorrentes das operações de securitização realizadas pelo Banco bem como o aumento da exposição à dívida pública de curto prazo portuguesa. Relativamente à carteira de Activos financeiros ao justo valor através de resultados, enquanto em 2010 se verificou um incremento de 31,4% do seu montante total, de 223 milhões em 2009 para 293 milhões no final de 2010, no exercício de 2011 esta carteira diminuiu 76,5% ( 224 milhões) em termos homólogos, como resultado da venda de unidades de participação de fundos imobiliários e do vencimento de obrigações. Tabela 38. Carteiras de títulos Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Activos financeiros detidos para negociação % 108% Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados % -76% Activos financeiros disponíveis para venda % 25% Investimentos detidos até à maturidade Derivados de cobertura % - Títulos totais % 17% * Reexpresso Importa realçar, adicionalmente, e com especial relevância no decurso do exercício de 2011, o incremento da rubrica de Activos não correntes detidos para venda, para o qual contribuiu o montante de 133 milhões correspondente à execução ou arrematação de activos maioritariamente imóveis dados como garantia de crédito com incumprimento. iv. Imparidade No final de 2010, o nível de imparidade de crédito, que totalizava 346 milhões, aumentou 14% face a Dezembro de 2009, no contexto da adopção pelo Grupo de uma política conservadora de avaliação da qualidade do crédito, enquanto em 2011 o nível de imparidade para crédito aumentou 141 milhões face ao período homólogo. Tabela 39. Imparidade de crédito Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Imparidade de crédito ,3% 40,8% * Reexpresso No que concerne às remanescentes rubricas de imparidade em balanço, importa destacar que, em 2011, o Banco registou uma imparidade de 69,9 milhões em títulos, enquanto a imparidade registada em operações de titularização ascendeu a 66 milhões em 2011, montante que compara com 25 milhões registados em 2010 e com 16 milhões em A imparidade registada ao nível dos instrumentos de capital, por sua vez, evidenciou uma tendência crescente ao longo dos períodos, cifrando-se em 311 milhares em 2009, 544 milhares em 2010 e 3 milhões em No que respeita ao acréscimo da imparidade de activos não correntes detidos para venda, esta rubrica refere-se essencialmente a imóveis e equipamento que foram adquiridos por meio de execução de garantias, tendo aumentado de 2,2 milhões em 2009 para 3,2 milhões em 2010 e 11,7 milhões em 72

77 2011. Quanto às propriedades de investimento, estas correspondem a imóveis recebidos por reembolso de crédito próprio, que se encontram arrendados ou com potencial de valorização, no caso específico dos terrenos. Enquanto nos exercícios de 2009 e de 2010, o montante de imparidade foi quase imaterial, em 2011 o Banco registou um montante de 4,3 milhões. Tabela 40. Imparidade de títulos e de outros activos Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Imparidade para Titulos ,9% 171,5% Imparidade de outros activos ,9% 177,4% Activos não correntes detidos para venda ,8% 264,0% Propriedade de investimento ,8% 1296,1% Outros activos ,9% 45,9% Total ,2% 178,9% * Reexpresso v. Provisões e passivos contingentes O Banco procede regularmente à identificação de potenciais contingências que possam implicar o futuro dispêndio de recursos apurando simultaneamente o montante estimado em função do seu grau de probabilidade, as quais são devidamente relevadas na rubrica de provisões. Tabela 41. Provisões e passivos contingentes Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Riscos gerais de crédito % -15% Processos judiciais % -44% Contingências fiscais % -2% Outras provisões % 0% Total % -15% * Reexpresso Do conjunto das rubricas apresentadas, importa relevar, em primeiro lugar, a evolução da rubrica de Provisões para riscos gerais de crédito no último exercício, tendo sido registadas em Dezembro de ,2 milhões em regularizações que respeitam à provisão de crédito titularizado, que não afectou os resultados, bem como 552 milhares resultantes da fusão da subsidiária Banif Go. Em segundo lugar, o Banco identificou, igualmente no exercício de 2011, a materialidade de passivos contingentes que correspondem a processos judiciais em curso com perdas potenciais para o Banco, mas cuja probabilidade de ocorrência da perda se considera pouco provável e que ascendiam a 15,5 milhões em 31 de Dezembro de 2011, não havendo para estes processos qualquer estimativa viável da eventual perda. b) Demonstração de resultados Em consequência da actual conjuntura, o desempenho do Banif SA agravou-se no decurso dos períodos Enquanto, em Dezembro de 2009, o Banco contabilizou um resultado líquido de 28,4 milhões, em 2010 os lucros ascenderam a 37,2 milhões. No final do exercício de 2011, atendendo às condições domésticas adversas, o Banco gerou um resultado líquido negativo de 86,6 milhões. 73

78 Como nota complementar, considera-se relevante fazer referência ao desempenho obtido pelo Banif SA em base NCAs, dado ser este o enquadramento contabilístico em que, regulamentarmente, o Banco procedia ao reporte do seu desempenho nos períodos em referência. No exercício de 2010, os resultados fixaram-se em 54 milhões, sendo que a principal razão para a diferença face ao resultado obtido em base IAS/IFRS resulta dos diferentes critérios entre as provisões constituídas nos termos do Aviso 3/95 do Banco de Portugal que atingiram 123,2 milhões ( 89,3 milhões no final de 2009) e a imparidade de crédito, em base IAS/IFRS que ascendeu a 80,3 milhões ( 91,9 milhões no exercício de 2009). No final de 2011, foram registados resultados negativos de 15,7 milhões, que diferem do reportado em base IAS/IFRS devido à diferença de critérios entre as provisões, que atingiram 133,7 milhões, e a imparidade de crédito, que ascendeu a 245,8 milhões. i. Produto bancário Margem Financeira A Margem Financeira que no âmbito do Banif SA incorpora, por norma, o Rendimento de instrumentos de capital ascendeu em 2010 a 231,2 milhões, um aumento anual de 0,2%, enquanto no final de 2011 totalizava 223,7 milhões, uma diminuição de 3,5% em termos homólogos. Relativamente à rubrica de Rendimentos de instrumentos de capital, estes incluem, nos exercícios em análise, dividendos distribuídos antecipadamente pela sociedade Numberone SGPS (veículo responsável pela gestão de participações sociais e de emissão de dívida de várias subsidiárias do Grupo Banif), na prática decorrentes de operações de recompra de dívida própria, num total de 82,4 milhões ao longo dos exercícios ( 39,6 milhões em 2009, 16,8 milhões em 2010 e 26 milhões em 2011). Em 2010, o comportamento da margem financeira estrita (excluindo rendimentos de capital) foi favorável, com um acréscimo de 13,4% em termos homólogos, beneficiando, por um lado, da descida dos juros das taxas passivas iniciada em 2009, e por outro, de uma tendência crescente ao nível das taxas de juro activas, nomeadamente com a revisão em alta dos spreads de crédito. Como resultado, a margem de intermediação financeira terá recuperado cerca de 20 pontos base face a Em 2011, a evolução da margem financeira estrita foi negativa, registando um decréscimo de 8% devido principalmente à subida das taxas de juro passivas devido à forte concorrência na angariação de depósitos, apenas parcialmente compensada parcial pela negociação de spreads do crédito a empresas. Os juros recebidos aumentaram de 534 milhões em 2010, para 776 milhões em 2011, enquanto os juros pagos aumentaram de 319 milhões em 2010 para 565 milhões em Outros proveitos líquidos Os Rendimentos de Serviços e Comissões subiram 15,1%, de 71 milhões em 2010 para 82 milhões em 2011, mantendo a tendência que já se registava em 2009 (entre 2009 e 2010, o crescimento situou-se em 13,1%). Este comportamento reflectiu, por um lado, o alargamento registado no relacionamento comercial com a base de clientes do Banco e, por outro, a revisão das condições de preçário, apesar de o aumento ter sido parcialmente mitigado por comissões pagas mais elevadas. Relativamente aos resultados gerados por Operações Financeiras, em 2010 o Banco contabilizou ganhos de 2,8 milhões, contra 4,5 milhões em 2009, diminuição decorrente dos Resultados de Activos e Passivos 74

79 Financeiros Avaliados ao Justo Valor Através de Resultados, negativos em 7,8 milhões, devido às desvalorizações registadas nas Obrigações de Tesouro em consequência das avaliações negativas do rating da República Portuguesa. Os Resultados de Activos financeiros disponíveis para venda, por outro lado, contribuíram positivamente para a formação dos Lucros de Operações Financeiras, principalmente em resultado da alienação de uma participação. Em 2011, registou-se uma perda no valor de 7,3 milhões. O prejuízo foi gerado pelos Resultados de Activos e Passivos Financeiros ao Justo Valor Através de Resultados que foram negativos em 8,2 milhões, devido à desvalorização das unidades de participação de fundos de investimento. Os Resultados de Activos financeiros disponíveis para venda também foram negativos em 64 milhares, contra lucros de 7,5 milhões em 2010 relativos à alienação de uma participação na Rentipar Seguros. Quanto aos Resultados de alienação de outros activos, em 2010 o Banco gerou um ganho de 4,1 milhões face a uma perda de 8,6 milhões no final de 2009, que inclui 3,1 milhões de ganhos na alienação de Activos não correntes detidos para venda e 2,2 milhões de ganhos na alienação de Propriedades de Investimento. No final de 2011, o Banco voltou a registar uma perda, de 1,8 milhões, justificado principalmente por menos-valias na venda de imóveis. Tabela 42. Produto bancário detalhado Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Margem financeira ,4% -8,0% Rendimentos de instrumentos de capital ,4% 52,8% Comissões líquidas ,1% 15,1% Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados ,3% 5,1% Resultados de activos financeiros disponíveis para venda ,4% -100,9% Resultados de reavaliação cambial ,5% 24,6% Resultados de alienação de outros activos ,2% -144,4% Outros resultados de exploração ,0% 123,0% Produto Bancário ,9% 4,7% * Reexpresso Tabela 43. Produto bancário Contributo por rubrica % * 2011 Margem financeira 59,2% 65,2% 57,3% Rendimentos de instrumentos de capital 12,6% 5,2% 7,6% Comissões líquidas 19,7% 21,6% 23,8% Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 2,1% -2,4% -2,4% Resultados de activos financeiros disponíveis para venda 1,4% 2,3% 0,0% Resultados de reavaliação cambial 0,6% 0,2% 0,3% Resultados de alienação de outros activos -2,7% 1,2% -0,5% Outros resultados de exploração 7,2% 6,5% 13,9% Produto Bancário 100,0% 100,0% 100,0% * Reexpresso Finalmente, o contributo dos Outros resultados de exploração manteve-se relativamente estável entre 2009 e 2010, correspondendo a 23 milhões e 22 milhões, respectivamente. Em 2011, por sua vez, verificou-se uma subida de 102% para 48 milhões, sendo a principal causa desta evolução o ganho de 25,6 milhões 75

80 com recompra de passivos emitidos, no âmbito de uma operação de oferta pública de troca de obrigações subordinadas. Tabela 44. Outros resultados de exploração Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Outros Proveitos ,2% 102,7% Prestação de Serviços ,3% -0,1% Recuperação de crédito e juros ,7% -37,3% Reembolso de despesas ,0% -12,9% Ganhos em activos não financeiros Outros ,6% 2813,1% Outros Custos ,3% 43,6% Quotizações e donativos ,4% -14,4% Contribuições para FGD e FGCAM ,0% 4,4% Outros impostos ,7% 16,5% Perdas em activos não financeiros ,1% 818,6% Outros ,1% 20,6% Outros Proveitos liquidos ,0% 123,0% * Reexpresso iv. Custos operacionais O esforço de contenção de custos implementado desde o exercício de 2009 levou a um incremento na eficiência operacional do Banif SA no decurso do período trienal. Assim, enquanto em Dezembro de 2009 os custos operacionais incluindo amortizações totalizavam 206 milhões, no final do exercício seguinte verificou-se um decréscimo de 3,3% para 199 milhões. De facto, no final do exercício de 2010, todas as componentes dos custos de funcionamento haviam diminuído em termos homólogos. Os Custos com pessoal diminuíram cerca de 0,2% e, nos Gastos Gerais Administrativos a poupança ascendeu a 5,6 milhões, o que corresponde a menos 7,2% dos gastos contabilizados em 2009, como reflexo, nomeadamente, das poupanças obtidas em publicidade, comunicações, deslocações e estadias. Como resultado da optimização da estrutura de custos, o rácio Cost / Income melhorou entre o final de 2009 e de 2010, de 63,8% para 60,6%. Em 2011, o Banif SA implementou um extenso programa de redução de custos, abrangendo as várias rubricas de custos com pessoal e de gastos administrativos, tendo os custos operacionais incluindo amortizações totalizado 197 milhões, uma diminuição homóloga de 1,2% face ao montante total registado em Dezembro de No que respeita ao aumento de 3% registado em 2011 com os custos com pessoal, este resulta do impacto não-recorrente da transferência parcial das responsabilidades com pensões para a Segurança Social, no montante de 6,8 milhões pelo que, sem esse efeito, os custos com pessoal apresentariam um decréscimo de 3,2% face ao período homólogo. Relativamente à rubrica de gastos gerais administrativos, o seu montante diminuiu 5,2M entre o final dos períodos de 2010 e 2011, o que representa um decréscimo anual de 7,2%, em resultado dos esforços de poupança em áreas como serviços de informática, comunicações e rendas e alugueres, bem como ao nível dos gastos com serviços especializados. No contexto do processo de reestruturação da rede comercial, a rubrica de Depreciação registou uma 76

81 tendência decrescente no decurso do período trienal, com uma diminuição substancial de 7,1% entre Dezembro de 2010 e Durante 2011, o Banco fechou 17 agências, com a consequente redução de 121 colaboradores, pelo que a melhoria do rácio Cost / Income para 57,1% reflecte as economias feitas em termos de custos e o desinvestimento em termos de rede de distribuição. Tabela 45. Custos operacionais detalhados Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Custos com pessoal ,1% 3,0% Gastos gerais administrativos ,2% -7,2% Amortizações do exercício ,1% -3,5% Custos de funcionamento e amortizações ,3% -1,2% Cost / Income 63,8% 60,6% 57,1% * Reexpresso Tabela 46. Custos operacionais Peso por rubrica % * 2011 Custos com pessoal 54,4% 56,2% 58,6% Gastos gerais administrativos 38,0% 36,5% 34,3% Amortizações do exercício 7,5% 7,2% 7,1% Custos de funcionamento e amortizações 100,0% 100,0% 100,0% * Reexpresso v. Provisões e imparidade Em 31 de Dezembro de 2009, as Provisões e Imparidade líquidas ascenderam a 97,3 milhões, registando uma diminuição ao longo desse período para 85,6 milhões no final de No final de 2011, pelo contrário, as Provisões e imparidades líquidas ascenderam a 265,8 milhões, um incremento anual de 180,2 milhões, demonstrativo da conjuntura económica adversa. No cômputo geral das dotações registadas para imparidade, importa relevar as referentes a crédito a clientes, que registaram um incremento substancial de cerca de 160 milhões entre os períodos, no contexto de uma abordagem crescentemente conservadora face ao risco da carteira de crédito. Atendendo ao impacto relevante do diferencial entre as dotações para imparidade em base IAS/IFRS e para provisões em base NCAs as quais impactam os resultados líquidos do Banif SA em cada um desses enquadramentos de reporte, considera-se pertinente evidenciar não só os montantes de imparidades registadas nos resultados no decurso dos períodos em análise como também a reconciliação dos seus montantes com os contabilizados em base NCAs. 77

82 Tabela 47. Provisões e imparidades Reconciliação entre montantes em bases IAS/IFRS e NCAs * 2011 Milhares de Euros NCAs Ajust. IAS NCAs Ajust. IAS NCAs Ajust. IAS Provisões líquidas de reposições e anulações Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber de outros devedores (liq. de reposições e anulações) Imparidade de outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações Imparidade de outros activos líquida de reversões e recuperações * Reexpresso c) Principais rubricas da demonstração de ganhos e perdas não relevadas em demonstração de resultados (Demonstração do rendimento integral) No final de 2009 e de 2010, o impacto das rubricas da demonstração de ganhos e perdas não relevadas na demonstração de resultados correspondeu, respectivamente, a 28 milhões e 32 milhões. Em Dezembro de 2011, o Banco contabilizou um rendimento integral negativo em cerca de 93 milhões. O impacto do total de ganhos e perdas não relevadas em resultados foi influenciado, em primeiro lugar, pela evolução das reservas ao justo valor associadas a Activos financeiros disponíveis para venda, com uma desvalorização crescente ao longo dos três exercícios. Em segundo lugar, o rendimento integral foi impactado por uma perda actuarial no exercício de 2010, enquanto no final de 2011 se contabilizou um ganho actuarial. Tabela 48. Demonstração do rendimento integral Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Resultado Líquido % -334% Outro rendimento integral Justo valor de Activos financeiros disponíveis para venda % 227% Impostos % 239% Reavaliações de imóveis % - Ganhos / Perdas actuariais % Impostos % Rendimento integral líquido do exercício % -387% * Reexpresso d) Estrutura de capitais No final do exercício de 2010, os Capitais Próprios do Banco atingiram 908,9 milhões, um aumento de 30% face ao montante de 699,4 milhões no final de 2009, devido ao aumento do capital social do Banco, no montante de 214 milhões de euros, realizado pela Banif Comercial SGPS em Dezembro de Importa referir que, com efeitos a 1 de Janeiro de 2009, se procedeu à fusão por incorporação do Banco Banif e Comercial dos Açores no Banif SA, que resultou num aumento de capital de 76 milhões. Ainda 78

83 durante o ano de 2009, procederam-se a dois aumentos de capital, um em Março, no montante de 50 milhões e outro em Setembro, no montante de 150 milhões pelo que, em 31 de Dezembro de 2009, os Capitais Próprios do Banif SA totalizavam 699,4 milhões. Em 31 de Dezembro de 2011, os Capitais Próprios do Banif SA totalizavam 833,8 milhões face ao montante total de 908,9 milhões no final do exercício homólogo. Esta variação negativa de 75,1 milhões foi influenciada, principalmente, pelos resultados negativos registados pelo Banco no final do exercício de Como contributo positivo, importa destacar a realização de um aumento de capital de 14,5 milhões, no âmbito da operação de cisão-fusão da Banif Go, pela qual o Banif SA integrou parcialmente, os activos e passivos relativos à actividade de leasing imobiliário da Banif Go. Tabela 49. Estrutura de capitais próprios Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Capital % 2% Prémios de emissão % 0% Outros instrumentos de capital Acções próprias Reservas de reavaliação % 27% Outras reservas e resultados transitados % 26% Resultado do exercício % -334% Dividendos antecipados Capital total % -8% * Reexpresso e) Liquidez e financiamento iii. Estrutura de financiamento A evolução da estrutura de financiamento do Banif SA entre os exercícios findos em 2009 e 2011 retrata, na sua globalidade, o impacto do funcionamento irregular dos mercados internacionais, pelo que o financiamento interbancário e o mercado das emissões foi gradualmente substituído pelo financiamento junto do BCE. 79

84 Tabela 50. Estrutura de passivo total Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Recursos de bancos centrais % 29% Passivos financeiros detidos para negociação Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados Recursos de outras instituições de crédito Recursos de clientes e outros empréstimos Responsabilidades representadas por títulos % -51% % -100% % -15% % 11% % -19% Passivos financeiros associados a activos transferidos % 27% Derivados de cobertura % - Provisões % 12% Outros passivos subordinados % -16% Instrumentos representativos de capital % 1% Outros passivos % 67% Passivo total % 12% * Reexpresso 1 Inclui passivos por impostos correntes, passivos por impostos diferidos e outros passivos. No que respeita à captação de financiamento junto de clientes, o Banco conseguiu manter um padrão de crescimento, em linha com a manutenção de uma política dinâmica de captação de depósitos, principalmente no universo da rede comercial no continente, o que permitiu um aumento desta rubrica de financiamento ao longo dos três exercícios, incrementando o seu contributo para a estrutura total de financiamento. Assim, o Banco conseguiu aumentar os Recursos de clientes de 551 milhões entre Dezembro de 2009 e 2010, um acréscimo de 8,4% entre os exercícios. Entre 2010 e 2011, a captação desta fonte de recursos foi ainda superior, com um incremento de 760 milhões, que resultava, em 31 de Dezembro de 2011, num saldo de milhões. Em resultado deste desempenho positivo, o Banco conseguiu incrementar o peso dos fundos de clientes em balanço no cômputo do seu financiamento total em cerca de 3 pontos percentuais, dos já significativos 64%, em 2009 para 67%, em Os Recursos de bancos centrais aumentaram ao longo dos períodos, com a posição de milhões no final de 2009 a aumentar para milhões em Dezembro de 2010 e para milhões no final de O financiamento junto do BCE corresponde a operações de cedência de liquidez colaterizadas por activos emitidos no âmbito das operações de titularização realizadas pelo Banco e outras obrigações elegíveis para caução junto do Eurosistema. Por consequência, o peso dos fundos levantados junto do BCE face à totalidade da estrutura de financiamento do Banco aumentou de 11% para 15%, entre 2009 e 2010, e para 18%, no final do exercício de Tabela 51. Recursos de bancos centrais Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Recursos de bancos centrais % 29% Encargos financeiros % 127% Total % 29% * Reexpresso 80

85 No final de 2010, os Recursos de outras instituições de crédito caíram 38%, em termos homólogos, face ao saldo de milhões em Dezembro de 2009, um contributo, naquela data, de 16% para o total do financiamento captado. No exercício de 2011, o financiamento interbancário voltou a cair, somando em Dezembro de milhões, representativos de 7% da estrutura total de financiamento do Banco. Quanto ao financiamento obtido por meio da emissão de dívida, resultante da emissão de Responsabilidades representadas por títulos e Outros passivos subordinados, o Banco reduziu progressivamente a sua posição, especialmente como reflexo do vencimento de emissões no decurso dos períodos, apesar da sua representatividade conjunta se ter mantido estável, com um contributo a rondar os 10% no final dos três exercícios. A variação ocorrida em Responsabilidades representadas por títulos, nomeadamente, com menos 144 milhões entre o final de 2010 e 2011, decorre principalmente do vencimento de uma emissão no âmbito do programa de Euro Medium Term Notes, no montante de 150 milhões, substituída por uma nova emissão no montante de 20 milhões, com renovação trimestral. Tabela 52. Detalhe da estrutura de financiamento Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Recursos de bancos centrais % 29% Recursos de outras instituições de crédito Recursos de clientes e outros empréstimos Responsabilidades representadas por títulos % -15% % 11% % -19% Outros passivos subordinados % -16% Financiamento % 8% * Reexpresso iv. Emissões de dívida com garantia do Estado A primeira transacção garantida pelo Estado ocorreu em Dezembro de 2008, tendo sido bilateralmente realizada entre o Banif SA e uma contraparte suiça, a Raiffeisen Switzerland Cooperative, com a emissão de 50 milhões de obrigações com maturidade de um ano, momento em que o Grupo procedeu ao devido reembolso. No exercício seguinte, em 6 Maio de 2009, o Banif SA emitiu 500 milhões de Obrigações não subordinadas com a garantia da República Portuguesa com um cupão anual de 3,25% - as quais maturaram em Maio de Em Julho de 2011 o Banco concretizou uma nova emissão de dívida garantida pelo Estado, no montante de 200 milhões, na forma de Obrigações não subordinadas com taxa variável e maturidade a 3 anos. Ainda em 2011, em Dezembro, o Banco emitiu Obrigações não subordinadas com taxa variável, no montante de 500 milhões. As Obrigações, com um cupão anual de Euribor a 3 meses a que acresce uma margem de 12%, irão maturar em 3 anos. Aquando do vencimento da emissão de 500 milhões, em Maio de 2012, o Banif SA procedeu à emissão de Obrigações garantidas pelo Estado no montante de 300 milhões, pelo prazo de 5 anos, com uma taxa anual fixa de 13,7%, os quais estão a ser utilizados no âmbito de operações de Activos com acordos de recompra com instituições financeiras domésticas. 81

86 Tabela 53. Emissões de dívida com garantia do Estado Tipo de transacção com garantia Montante Data emissão Data maturidade Schuldschein 50M 23-Dez Dez-09 Obrigações não subordinadas 500M 08-Mai Mai-12 Obrigações não subordinadas taxa variável 200M 15-Jul Jul-14 Obrigações não subordinadas taxa variável 500M 20-Dez Dez-14 Obrigações não subordinadas taxa fixa 300M 08-Mai Mai-17 f) Adequação de fundos próprios Em Dezembro de 2010, os Fundos Próprios Core Tier 1 do Banco ascendiam a 866 milhões ( 602 milhões em Dezembro de 2009) e os Fundos Próprios de Base a 866 milhões ( 652 milhões no período homólogo), enquanto os Activos Ponderados ( Risk Weighted Assets ) ascendiam a milhões, face a milhões em termos homólogos. Como resultado, o Banco apresentava um rácio Core Tier 1 de 10,07% - face a 7,59% em Dezembro de 2009 e um rácio Tier 1 de 10,07% - contra os 8,22% no período homólogo. Os Fundos Próprios Totais do Banco elevavam-se a milhões no final do exercício de 2010 (em comparação com milhões em Dezembro de 2009), a que correspondia um rácio de solvabilidade total de 14,05% (contra 13,23% no final do exercício de 2009). No final do exercício de 2011, os Fundos Próprios Core Tier 1 e os Fundos Próprios de Base do Banif SA totalizavam 823 milhões e 822 milhões, respectivamente, enquanto os Activos Ponderados (Risk Weighted Assets) ascendiam a milhões, a que correspondia um rácio Core Tier 1 de 10,22% e um rácio de Tier 1 de 10,21%. Por seu turno, os Fundos Próprios Totais do Grupo elevavam-se a 898 milhões, a que correspondia um rácio de solvabilidade total de 11,%. Assim, o Banco cumpria com o requisito estabelecido pelo Aviso do Banco de Portugal n.º 3/2011, apesar de naquela data não estar sujeito ao referido enquadramento regulamentar. Tabela 54. Adequação de fundos próprios Milhares de Euros * 2011 D YoY 10/09 D YoY 11/10 Activos ponderados totais 7,927 8,597 7,927 8% -8% Fundos Próprios Core Tier % -5% Fundos próprios de base (Tier 1) % -5% Fundos próprios complementares % -31% Fundos próprios elegíveis 1,048 1, % -26% Rácio de solvabilidade Core Tier % 10.07% 10.22% - - Tier % 10.07% 10.21% - - Rácio de solvabilidade total 13.23% 14.05% 11.15% - - * Reexpresso g) Indicadores de qualidade do crédito A deterioração da carteira de crédito do Banco ao longo dos períodos foi resultado do enquadramento de austeridade imposto no contexto do PAEF, como resultado da perda de rendimentos pelas famílias e a 82

87 consequente queda no consumo que levou à falência de muitas pequenas e médias empresas. No entanto, importa referir que o Banco, em resposta à conjuntura recessiva, envidou esforços de mitigação, com a implementação de medidas com vista a atenuar os níveis de incumprimento que, no entanto, aumentou (em termos brutos) de 2,7% do crédito total em 2009 para 4,9%, no final de O total de crédito vencido (superior a 90 dias), incluindo crédito securitizado, totalizava no final de milhões, montante que aumentou em cerca de 60% até ao final do ano seguinte para 365 milhões. A Dezembro de 2011, o crédito vencido (superior a 90 dias) ascendia a 446 milhões, correspondente a um incremento anual de 25%, substancialmente inferior à variação registada entre Dezembro de 2009 e A deterioração das condições económicas a nível doméstico agravou os rácios de qualidade de crédito ao longo do período em análise, apesar das medidas tomadas relativamente às exigências de aprovação da concessão de crédito, nomeadamente LTV mais baixos, spreads mais elevados e do reforço de garantias. Tabela 55. Rácios de qualidade de crédito * 2011 Provisões e Imparidade / Crédito total 2,0% 3,0% 3,8% Crédito com incumprimento / Crédito total 2,7% 4,0% 4,9% Crédito com incumprimento liq. / Crédito total liq. 0,7% 1,1% 1,2% Crédito em risco / Crédito total - 6,8% 10,3% Crédito em risco liq. / Crédito total liq. - 3,9% 6,8% * Reexpresso De acordo com Instrução do Banco de Portugal n.º 16/

88 Desenvolvimentos globais em 2012 a) Balanço O desempenho da Banif SGPS durante os primeiros nove meses de 2012 está em linha com os objectivos definidos no Plano de Financiamento e Capital pela equipa de gestão e cuja implementação está em curso. Assim, a 30 de Setembro de 2012, o Activo líquido totalizava ,1 milhões, registando um decréscimo de 5,9% face ao final do exercício de A carteira de crédito bruta atingiu ,9 milhões a 30 de Setembro de 2012, diminuindo cerca de 5,1% face a Dezembro último, reflectindo o processo de desalavancagem em curso. O crédito a particulares registou uma descida de 7% no período em causa, para 5.008,3 milhões, e o crédito a empresas diminuiu 10,3% para 4.610,3 milhões. No final de Setembro de 2012, o crédito a particulares representava 44% do total de crédito concedido enquanto o crédito a empresas representava 41%. Tabela 56. Carteira de Crédito - Decomposição milhões 9M D Set12/ D ez11 Empresas ,3% Particulares ,1% Hipotecário ,9% Crédito ao consumo ,4% Outros ,0% Pequenos negócios & outros ,5% % Relativamente à qualidade da carteira de crédito a deterioração verificada, ao longo do período em análise, é ainda resultante do enquadramento de austeridade imposto no contexto do PAEF, reflexo das medidas de austeridade impostas que levaram à perda de rendimentos das famílias e à falência de muitas unidades de negócio. Relativamente à carteira de títulos do Grupo, nos primeiros 9 meses de 2012, merece referência a recomposição das carteiras Activos financeiros ao justo valor através de resultados e Activos financeiros disponíveis para venda, reflectindo não apenas vencimentos na carteira de dívida mas também o reforço de exposição a dívida pública portuguesa. Assim, enquanto a primeira registou um decréscimo de 54,6%, a segunda apresentou um crescimento de 17,3%. 84

89 Tabela 57. Carteiras de títulos milhares 9M D Set12/ D ez11 Activos financeiros detidos para negociação ,9% Derivados com justo valor positivo ,2% Instrumentos de dívida ,4% Instrumentos de capital ,1% Outros ativos financeiros ao justo valor através de resultados ,6% Instrumentos de dívida ,0% Instrumentos de capital ,8% Activos financeiros disponíveis para venda ,3% Instrumentos de dívida ,6% Instrumentos de capital ,4% Imparidade ,6% Investimentos detidos até á maturidade ,8% Instrumentos de dívida ,0% Imparidade ,0% Carteira de títulos ,6% O volume das restantes carteiras de títulos desceu igualmente no decurso dos primeiros nove meses de 2012 não só pelo vencimento natural dos títulos em dívida mas também pela política de desinvestimento em curso, visando principalmente instrumentos de capital. A rubrica Activos não recorrentes detidos para venda, que totalizava 353 milhões a Setembro de 2012, registou um crescimento de 92% face ao final de 2011, decorrente da execução ou arrematação de imóveis dados como garantia em crédito com incumprimento. Tabela 58. Activos não correntes detidos para venda milhares 9M D Set12/ D ez11 Activos não recorrentes detidos para venda (liq.) ,9% Activos não recorrentes detidos para venda ,4% Imparidade ,6% Quanto aos recursos totais, ascendiam a 13,600 milhões, a 30 de Setembro, um decréscimo de 4% face ao final de A estrutura de recursos do Grupo é reflexo do irregular funcionamento dos mercados, sendo os recursos de clientes a principal fonte de financiamento, contribuindo com 65% do total, seguido pelo recurso ao financiamento junto do BCE cuja contribuição já se situa nos 21% (18% em Dezembro de 2011). 85

90 Tabela 59. Recursos totais - decomposição Set Dez BCE MMI/MCI Recursos de Clientes Outros Recursos Os depósitos de clientes, que representam a quase totalidade dos recursos totais de balanço, ascendiam a milhões a 30 de Setembro de 2012, evolução estável em comparação com o final do exercício de Quanto aos recursos fora de balanço, o seu total ascendia a milhões no mesmo período, reflectindo um aumento de 3,8% face a Dezembro de De salientar que a evolução favorável no mix de depósitos e crédito concedido resultou numa melhoria do rácio de transformação (crédito líquido/depósitos), que diminuiu de 139% em Dezembro de 2011 para 130% a Setembro de Tabela 60. Rácio de Transformação - Evolução 142% 139% 130% Set/11 Dez/11 Set/12 A exposição líquida do Grupo ao BCE aumentou 427 milhões, comparativamente a Dezembro de 2011, totalizando milhões em Setembro de O aumento verificado nestes recursos está associado ao aumento da disponibilidade de colaterais, reflectido no acréscimo de 574 milhões, relativamente ao final de 2011, da carteira de activos elegíveis para operações de redesconto, líquida de hair cuts, que se cifrava em milhões no final de Setembro de Os recursos no mercado interbancário diminuíram 239 milhões de euros, continuando a reflectir alguma escassez de liquidez neste segmento de mercado. Relativamente ao financiamento obtido através de emissão de dívida, a sua contribuição desceu para 8,3% (12,2% em Dezembro 2011). Nos primeiros 9 meses de 2012, o Grupo procedeu à emissão de obrigações de caixa , no montante de 60 milhões e emitiu 118 milhões, ao abrigo do programa de EMTNotes, sendo que 20 milhões se vencem em Outubro de 2012 e 98 milhões em Janeiro de Em Julho de 2012, foi concretizada uma operação de securitização de créditos ao consumo no montante de 226 milhões. No mesmo período ocorreram reembolsos de várias emissões de dívida, no montante total de 762,4 milhões sendo que 51 milhões foram antecipadamente reembolsadas e 711,3 milhões por vencimento. 86

91 Este último grupo incluía uma emissão com garantia do Estado português, no montante de 442,2, vencida em Maio, que foi substituída por outra emissão no montante de 300 milhões, utilizada no âmbito de operações de activos com acordos de recompra com instituições financeiras domésticas. Tabela 61. Balanço Principais agregados M ilhares de Euros 2011 Set-12 % Activo líquido ,9% Crédito concedido (bruto) ,1% Recurso de Clientes ,0% Capitais Próprios ,2% b) Demonstração de resultados A Banif SGPS registou, nos primeiros nove meses de 2012, um resultado líquido negativo de 254,5 milhões. Estes resultados incluem a contabilização de custos não recorrentes relacionados com o processo de reestruturação actualmente em curso e reflectem i) um reforço significativo de dotações para provisões e imparidades, na sequência dos vários programas de inspecção levados a cabo pelo Banco de Portugal; ii) a redução na margem financeira e nas comissões, reflexo de uma conjuntura económica recessiva, de uma forte concorrência na captação de fundos, com impacto no respectivo custo, e de um nível anormalmente baixo das taxas de juro de referência e iii) a necessidade de prossecução do processo de desalavancagem imposto pelo Programa de Assistência Económica e Financeira. O Produto da Actividade atingiu 181,4 milhões nos primeiros nove meses de 2012, registando uma diminuição de 57,2% em termos homólogos e que se deveu fundamentalmente a: Uma diminuição de 41,3% na margem financeira, para 124,2 milhões, que reflecte sobretudo i) a saída do perímetro de consolidação, no final de 2011, da Banif Corretora de Valores e Câmbio, SA, ii) o agravamento do custo dos recursos de clientes, sobretudo no que respeita aos depósitos a prazo, iii) a redução da actividade creditícia em 2012, bem como o aumento verificado nas operações de crédito em incumprimento; Uma diminuição de 21,4% nas comissões líquidas, para 65,2 milhões, explicada pela já referida saída do perímetro de consolidação da Banif Corretora de Valores e Câmbio. Uma diminuição de 103,1% em outros resultados de exploração, para - 3,3 milhões, justificada pela ocorrência no período homólogo de 2011 de situações não recorrentes, nomeadamente o reconhecimento dos ganhos com a alienação da Banif Corretora de Valores e Câmbio, SA e recompras de passivos. Adicionalmente, no 3º Trimestre de 2012, esta rubrica reflecte a desvalorização de propriedades de investimento no montante de 24,4 milhões. Tabela 62. Produto bancário - Evolução milhares 9M12 9M11 D Set12/ Set11 Margem financeira % Comissões % Outros resultados de exploração % Produto da actividade % 87

92 Relativamente aos custos de estrutura (Gastos Gerais Administrativos e Custos com Pessoal), totalizaram 225,7 milhões nos primeiros nove meses de 2012, diminuindo 4,7% face ao período homólogo do ano anterior. Esta evolução reflecte essencialmente as medidas de racionalização e optimização adoptadas no sentido de adaptar o Grupo ao actual enquadramento económico, que envolveram a reestruturação da rede comercial já iniciada em A rede de pontos de venda passou de 579 para 513, entre o 3º Trimestre de 2011 e o 3º Trimestre de O número de agências bancárias em Portugal diminuiu de 372 para 336 nos últimos 12 meses. De salientar que esta rubrica inclui o reconhecimento, no 3º Trimestre de 2012, de 10,6 milhões em custos com o pessoal relacionados com o processo de rescisão por mútuo acordo dos contratos de trabalho com colaboradores. Excluindo este efeito, os custos de estrutura teriam diminuído 9,4% face aos nove primeiros meses de As amortizações caíram 12% durante o período em análise. No que diz respeito às provisões e imparidade líquidas, registou-se nos primeiros nove meses de 2012 um aumento de 50,9% face ao período homólogo de 2011, para 229,3 milhões. Este incremento nas dotações para provisões e imparidades está, sobretudo, enquadrado pelos exercícios de inspecção de que o Grupo foi objecto, que incluiu todas as classes de activos e abrangeu igualmente as subsidiárias no exterior. Este exercício teve lugar no âmbito do processo de recapitalização em que o Grupo está envolvido. Adicionalmente, o actual contexto de recessão económica justifica a manutenção de uma política prudente e conservadora de reforço significativo da imparidade da carteira de crédito. Estes efeitos combinados resultaram em dotações líquidas para imparidade de crédito no montante de 200 milhões até Setembro de 2012, e que compara com 139,6 milhões contabilizados até Setembro de 2011, um aumento de 43,3%. Tabela 63. Imparidades e provisões milhares 9M12 9M11 Provisões líquidas de reposições e anulações D Set12/ Set11 Imparidade do crédito a clientes (liq.de reposições e anulações) % Imparidade de outros activos financeiros (liq. de reversões e recuperações) % Imparidade de outros activos (liq. de reversões e recuperações) % -75% % Relativamente à imparidade de outros activos, que se cifrou em 27 milhões de euros, um crescimento de 19 milhões quando comparado com o período homólogo de 2011, reflecte, na sua quase totalidade, o reforço de imparidade associadas a propriedades classificadas como Activos não correntes detidos para venda. 88

93 Tabela 64. Demonstração de Resultados Set-11 Set-12 % Margem Financeira (líq.) ,3% Rendimento de instrumentos de capital ,5% Resultados de Operações Financeiras (líq.) ,0% Comissões (líq.) ,4% Outros Resultados de Exploração ,1% Produto Bancário ,2% Custos com pessoal ,0% Gastos Gerais Administrativos ,9% Cash Flow ,7% Amortizações do exercício ,7% Imparidade (líq.) ,9% Equivalencia patrimonial ,7% Resultados antes de impostos ,6% Impostos (correntes e diferidos) ,1% Interesses minoritários ,4% Resultado líquido consolidado ,9% c) Capitais Os Capitais Próprios, deduzidos de Interesses Minoritários, registaram uma diminuição de 27,2% ascendendo a 605,7 milhões no final do 3º Trimestre de 2012, explicada essencialmente pelo Resultado acumulado do 3º Trimestre de 2012, (- 254,5 milhões) e pelo aumento das reservas de reavaliação ( 35,4 milhões). 89

94 2. DESCRIÇÃO FUNDAMENTADA DAS RAZÕES QUE ESTIVERAM NA ORIGEM DA NECESSIDADE DE RECURSO AO INVESTIMENTO PÚBLICO (FACTORES INTERNOS) A necessidade de capitalização do Grupo Banif é sobretudo explicada pela conjugação dos seguintes factores: i) deterioração acentuada da economia portuguesa, que teve um impacto muito negativo na actividade e rendibilidade dos bancos; ii) enquadramento regulamentar que, ao longo de 2011, se tornou muito exigente e resultou na necessidade de cumprir um rácio Core Tier 1 de 9% e 10% em Dezembro de 2011 e Dezembro de 2012, respectivamente (Aviso 3/2011 do Banco de Portugal), iii) escassez de financiamento de mercado, uma vez que, na sequência da adesão de Portugal ao Programa de Assistência Económica e Financeira ( PAEF ), o recurso a fontes externas de capital continua praticamente vedado a empresas portuguesas e iv) fracas perspectivas no curto prazo para a economia portuguesa, esperando-se um agravamento do contexto recessivo e deterioração adicional da qualidade de crédito. Em primeiro lugar, a deterioração acentuada da economia portuguesa ao longo do ano de 2011 juntamente com a contínua tensão nos mercados de capitais da Zona Euro colocaram forte pressão sobre o ambiente operacional em várias frentes: i) Deterioração da qualidade de activos: O ambiente macroeconómico adverso sentido desde meados de 2008 já tinha conduzido a níveis crescentes de imparidade, consistente com os padrões normais em tempos de crise económica. No entanto, os ajustes macroeconómicos em curso em Portugal, resultantes do PAEF acordado com o FMI / UE no início de 2011, levaram a que fossem atingidos máximos históricos de desemprego e falências de empresas, implicando uma deterioração muito acentuada no custo de risco, que anulou totalmente o resultado operacional e restringiu severamente a geração de capital orgânico. O montante de imparidades reconhecidas pela Banif SGPS em 2011, correspondente a 2,91% da carteira de crédito bruto ou seja, 342M, representou um recorde absoluto para o Grupo, correspondendo a 171% do resultado operacional. É ainda de realçar que os níveis mais elevados de delinquência se traduziram num aumento de activos imobiliários no balanço do banco, o que implica uma maior rigidez na gestão de balanço, criando riscos de perda de capital a médio prazo. ii) Rendibilidade sob pressão: Os requisitos de desalavancagem e as restrições de capital impostas pelo PAEF têm vindo a criar uma pressão adicional sobre a evolução da margem financeira líquida. Por um lado, a necessidade de reduzir o volume de crédito tem um impacto directo sobre os proveitos de juros, que não foi totalmente mitigado pela estratégia de repricing contínua seguida ao longo do ano; por outro lado, os custos crescentes de depósitos num contexto de escassa liquidez colocaram ainda mais pressão sobre os juros pagos. A margem financeira tem sido penalizada igualmente pela descida das taxas do mercado monetário interbancário (Euribor) da Zona do Euro, já que os bancos nacionais não conseguem financiar-se nesse mercado e são penalizados nas taxas activas, já que grande parte dos créditos está indexado às taxas Euribor. Adicionalmente, a redução ao nível da concessão de crédito também penalizou, de forma significativa, a componente de comissões cobradas pelo Banco. iii) Por último, é importante referir que o nível de capital regulamentar dos bancos tem sido afectado por outros factores, tais como o impacto da transferência parcial dos fundos de pensões para a segurança social e o impacto dos resultados das inspecções especiais aos níveis de provisionamento das carteiras de crédito na qualidade dos activos (Programa Especial de Inspecções). 90

95 Em segundo lugar, o enquadramento regulamentar mais exigente decorrente da assinatura do PAEF, no âmbito do qual o Banco de Portugal estabeleceu a necessidade de todos os grupos bancários sob a sua supervisão atingirem um rácio Core Tier 1 de 9% em 2011, 10% em 2012, mantendo o limiar mínimo de 10% a partir dessa data. Em terceiro lugar, a crise da dívida soberana da Zona Euro, aliada à intervenção do FMI / UE, ditaram que os mercados de dívida se mantivessem fechados para os emitentes portugueses desde meados de No caso concreto do Banif Grupo Financeiro, a situação de financiamento foi agravada pelos downgrades de rating verificados em 2011, um dos quais desencadeou o reembolso antecipado de 420 milhões em empréstimos interbancários em Maio de Desta forma, o PAEF visa criar as condições necessárias ao retorno do sector financeiro ao financiamento junto do mercado internacional para, por sua vez, assegurar a concessão de financiamento da economia portuguesa. A combinação dos factores acima identificados não permitiu que se atinjam os requisitos legais de capital, apesar dos esforços significativos realizados pelo Grupo desde 2011 nesse sentido. Estes esforços incluíram medidas como a optimização dos activos ponderados pelo risco, transacções de gestão de activos e passivos, venda de activos, desalavancagem do balanço e redução de custos. Com efeito, o reforço da solvabilidade foi sempre encarado como uma prioridade estratégica para o Grupo que, entre 2006 e 2010, beneficiou de quatro aumentos de capital no valor de 370M com o objectivo de reforçar o seu capital. O Grupo também reteve parte do lucro líquido e ganhos acumulados, que serviu para reforçar o seu capital. Face ao exposto e tendo em conta que, no futuro próximo, as perspectivas para a economia portuguesa se mantêm adversas, é inevitável que o Grupo Banif proceda ao reforço dos seus rácios de capital. O Grupo está perfeitamente ciente, por um lado, do papel determinante que ocupa no sistema bancário português e que lhe confere um estatuto de natureza sistémica e, por outro lado, dos desafios sem precedentes que se colocam actualmente a todos os players e ao Banif em particular. Nesse sentido, foi recentemente nomeada uma nova equipa de gestão que, pelo seu track record no sector, experiência e reconhecimento, reúne as características necessárias para implementar um processo de turnaround do Grupo e assim adequá-lo à nova realidade. No entanto, o plano estratégico delineado envolve um profundo processo de reestruturação, transversal a toda a organização, devidamente documentado e quantificado no Plano de de Financiamento e de Capital (Funding and Capital Plan) que, numa base regular, é submetido à supervisão do Banco de Portugal. Este ambicioso Plano de Reestruturação, não sendo isento de riscos, é complexo e demora tempo a produzir efeitos. Nesse sentido, o recurso ao investimento público (que inclui o acesso ao fundo de apoio à recapitalização), mas também o apoio dos seus accionistas, tornou-se inevitável. O plano estratégico agora em fase de implementação terá impactos duradouros e sustentados sobre os níveis de geração de capital do Grupo, revelando-se por isso crítico para garantir que os capitais investidos pelo Estado português serão reembolsados no prazo previsto, quer na sua componente de instrumentos híbridos, quer na componente de acções especiais, bem como assegurar níveis de remuneração de acordo com a Lei. Importa sublinhar que o plano estratégico permitirá consolidar a viabilidade do Grupo com níveis de capitalização superiores aos regulamentares e uma estrutura de balanço capaz de gerar retornos atractivos para os investidores. 91

96 3. EVOLUÇÃO PROSPECTIVA DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DA INSTITUIÇÃO REQUERENTE NO CASO DE NÃO CONCRETIZAÇÃO DO INVESTIMENTO PÚBLICO Previamente à eclosão da crise financeira e soberana em 2008, o Banif Grupo Financeiro apresentava uma trajectória de reforço dos seus rácios de capital. No entanto, à medida que o contexto económico e sectorial se tornou cada vez mais desafiante, a estratégia do Grupo foi sendo posta em causa por uma crise sem precedentes e os esforços de capitalização foram dificultados pelo desempenho operacional e pelo incremento das perdas com imparidades. No caso da não concretização do recurso ao investimento público, o Grupo não reuniria as condições necessárias para atingir o limite mínimo imposto pelo Aviso 3/2011 do Banco de Portugal até ao final de Dezembro. A prevalência dessa circunstância, por sua vez, poderia gerar riscos materiais no que respeita à capacidade de financiamento do Grupo assim como à viabilidade da manutenção da base de depósitos de clientes. Nesse cenário, o Grupo enfrentaria dificuldades acrescidas na execução do seu Plano Estratégico actual, particularmente no que se refere ao programa de desalavancagem, que irá forçar o Grupo a incorrer em perdas. Em tais condições e na actual ausência de um mercado de capitais estabilizado conducente a um leque mais abrangente de investidores privados com uma perspectiva de envolvimento a longo prazo, o actual plano de negócios não permitiria atingir os rácios de capital estabelecidos de acordo com o actual normativo prudencial. 92

97 4. AVALIAÇÃO DE POSSÍVEIS ALTERNATIVAS À CAPITALIZAÇÃO COM RECURSO A CAPITAIS PÚBLICOS Medidas de reestruturação interna passíveis de ser adoptadas no caso de ausência de capitalização pública; identificação de eventuais opções alternativas e descrição das implicações daquelas alternativas As consequências da implementação do Programa de Assistência Económica e Financeira, em termos de actividade e rendibilidade bancária, assim como as restrições no acesso ao financiamento externo, e ainda a existência de um cenário bastante mais exigente do ponto de vista regulamentar, tornam praticamente impossível que o esforço intenso desenvolvido pelo Grupo Banif, no sentido de reforço de capitalização, seja suficiente, por si só, para cumprir a imposição de um rácio Core Tier 1 de 10% num horizonte temporal tão limitado (Dezembro de 2012, tal como estabelecido no aviso nº 3/2011). O reforço da solvabilidade sempre foi e continua a ser uma das prioridades estratégicas do Grupo, dada a sua relevância no sistema financeiro português, que decorre de um estatuto sistémico adquirido através de uma posição de liderança destacada nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Contudo, é importante destacar que o plano estratégico actualmente em curso, que deverá contribuir de forma significativa para a geração orgânica de capital e liquidez do Grupo, é um processo profundo e complexo, que dificilmente terá impacto material antes de 2013 (este plano será detalhado em profundidade na secção Programação estratégica durante o período de investimento público, com vista a restabelecer os níveis de solvabilidade sem investimento público ). Atendendo à actual conjuntura macroeconómica adversa, a dimensão e a natureza das necessidades de capital, a capitalização com recursos a capitais públicos é a alternativa subsidiária de capitalização que permite o Grupo atingir os rácios de capital regulamentares na actual conjuntura. 93

98 5. DESCRIÇÃO DO MODO DE CAPITALIZAÇÃO a) QUANTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DE FUNDOS PÚBLICOS PARA RECAPITALIZAÇÃO b) APRESENTAÇÃO DA DURAÇÃO ESTIMADA PARA O INVESTIMENTO PÚBLICO E DATA PREVISTA PARA A SUA CONCRETIZAÇÃO c) JUSTIFICAÇÃO DA NECESSIDADE DE FUNDOS PÚBLICOS, INCLUINDO APRECIAÇÃO SOBRE A IMPOSSIBILIDADE DE RECURSO A CAPITAIS EXCLUSIVAMENTE PRIVADOS A necessidade de capitalização do Grupo Banif decorre, acima de tudo, da deterioração acentuada da economia portuguesa, da escassez de financiamento de mercado, com impacto significativo na actividade e na rendibilidade dos bancos portugueses e, ainda, do estabelecimento de requisitos de reforço da base de capital do sector financeiro português. Assim, apesar dos esforços envidados pelo Grupo durante 2011, na forma de medidas de optimização de activos ponderados pelo risco, desalavancagem do balanço, venda de activos e redução de custos, o enquadramento adverso não permitiu o cumprimento dos requisitos legais de capital. Nesse sentido, e tendo em conta que, no futuro próximo, as perspectivas para a economia portuguesa se mantêm adversas, é inevitável que o Grupo Banif proceda ao reforço dos seus rácios de capital. As necessidades de capitais estimadas ascendem a milhões, montante ao qual será acrescida uma margem adicional de 300 milhões com o objectivo de cobrir riscos de execução de estratégia em 2013 e Assim, o montante de recapitalização total ascenderá a mihões, valor que irá permitir a conformidade com os requisitos de capital (rácio Core Tier 1 de 10% em Dezembro de 2012) e, mais importante, irá dotar o Grupo de uma margem prudencial para lidar com um ambiente operacional extremamente difícil, que continuará a desafiar a equipa de gestão nos próximos anos. Para colmatar essas necessidades em termos de capital, o recurso ao investimento público (que inclui o acesso ao fundo de apoio à recapitalização), mas também o apoio dos accionistas privados, tornou-se inevitável. O Conselho de Administração considera fundamental a participação de investidores privados neste processo, e está totalmente empenhado em desenvolver todos os esforços para que a operação de aumento de capital em mercado seja um sucesso. Neste contexto, é importante referir que os accionistas têm, ao longo do tempo, permitido que a prossecução do reforço da solvabilidade, prioridade estratégica para o Grupo, seja concretizada através de aumentos de capital. Entre 2006 e 2010, o Grupo beneficiou de quatro aumentos de capital no valor de 370 milhões com o objectivo de reforçar o seu capital e aumentar a sua exposição à actividade internacional. O Grupo também reteve parte do lucro líquido e ganhos acumulados, que serviu para reforçar o seu capital. No âmbito da presente operação de investimento público prevê-se, ainda que preliminarmente e dependente dos resultados do aumento de capital a ser subscrito por investidores privados, que o Estado fique com um interesse económico máximo de 60.57% o que corresponde, em termos de direitos de voto, a uma participação de 49.41%. d) DESCRIÇÃO DO MODO DE CAPITALIZAÇÃO Na prossecução do objectivo de reforçar a sua solvabilidade, tendo em conta a necessidade de cumprir os rácios mínimos de capital estabelecidos pelo Banco de Portugal e a necessidade de criar uma margem prudencial para lidar com um ambiente operacional extremamente difícil, o Grupo Banif irá participar no 94

99 programa de recapitalização das instituições de crédito em Portugal através da realização de investimento público. No caso do Grupo Banif, a recapitalização, realizada após a conversão em definitivo do registo da fusão da Banif SGPS, SA, no Banif SA, será no montante global de até milhões, nas seguintes duas fases e com a seguinte estrutura: (a) Primeira fase - a realizar até ao final de 2012 por oferta particular, incluindo: (i) A emissão de instrumentos subordinados e convertíveis, qualificáveis como capital Core Tier 1, no valor total de 400 milhões, nos termos de Subscription Agreement a celebrar com o Estado, os quais serão parcialmente amortizados através do encaixe financeiro obtido pelo Banif SA em resultado da realização da segunda fase de recapitalização; (ii) Um aumento do capital social do Banif SA, por entradas em dinheiro com supressão do direito de preferência, reservado ao Estado, no montante de 700 milhões, através da emissão de de novas acções especiais, sendo acções com direitos de voto a exercer na sua plenitude e acções com direitos de voto sujeitos à limitação prevista no artigo 4º/8 da Lei n.º 4/2012, de 11 de Janeiro, com um valor de emissão unitário de 0,01. Assim, as acções da titularidade do Estado serão, nos termos da lei, especiais, beneficiando de um limite a partir do qual o Estado exercerá, na sua plenitude, os direitos de voto. (b) Segunda fase novo aumento do capital social do Banif SA, até ao montante de 450 milhões, a realizar por oferta pública de subscrição até ao final de Junho de 2013, compreendendo as seguintes tranches: (i) Tranche A no montante de até 350 milhões, destinada aos accionistas e aos titulares de VMOCs do Banif SA, no exercício dos respectivos direitos de preferência (os quais serão negociáveis em mercado regulamentado e fora dele, nos termos legalmente previstos), e a trabalhadores e ao público em geral, a realizar por entradas em dinheiro, através da emissão de até de novas acções ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal, com um valor de emissão unitário de 0,01 1. Caso os pedidos de subscrição dos accionistas e dos titulares dos VMOCs não totalizem o valor máximo previsto, serão seguidamente satisfeitos os pedidos de subscrição de trabalhadores e, finalmente, os pedidos de subscrição do público em geral. Os accionistas de referência assumiram o compromisso de apresentar pedidos de subscrição no âmbito desta tranche no montante de 100 milhões. (ii) Tranche B (inclui uma emissão de obrigações) no montante de até 50 milhões, com supressão do direito de preferência dos accionistas, destinada a pequenos subscritores que pretendam subscrever um conjunto de novas acções e de novas obrigações a emitir pelo 1 A referência de preço relativa à segunda fase deve ser considerada a título exclusivamente ilustrativo. 95

100 Banif SA, sendo 30% do montante investido destinado à subscrição de até de novas acções ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal, com um valor de emissão unitário de 0,01, e 70% do montante investido destinado à subscrição de até de obrigações ao portador, escriturais, com valor nominal unitário de 1,00. Caso os pedidos de subscrição no âmbito desta tranche não totalizem o valor máximo nela previsto, as acções sobrantes poderão ser destinadas à subscrição por trabalhadores e pelo público em geral, no âmbito de uma Tranche D, havendo, portanto, comunicabilidade entre esta tranche e uma Tranche D. (iii) Tranche C (consubstancia uma oferta pública de troca) no montante de até 50 milhões de euros, destinada a Titulares de Valores Mobiliários emitidos pelo Banif SA e pelo Banif Finance, Ltd, a realizar por entradas em espécie com a entrega dos Valores Mobiliários emitidos pelo Banif SA e pelo Banif Finance, Ltd., através da subscrição de até de novas acções ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal. Caso os pedidos de subscrição no âmbito desta tranche não totalizem o valor máximo nela previsto, as acções sobrantes poderão ser destinadas à subscrição por trabalhadores e pelo público em geral, no âmbito de uma Tranche D, havendo, portanto, comunicabilidade entre esta tranche e uma Tranche D. (iv) Tranche D poderá ainda ser estruturada uma tranche para acções sobrantes das tranches B e C, destinada a trabalhadores e ao público em geral, com prioridade das ordens de subscrição dadas por trabalhadores, a realizar por entradas em dinheiro, com supressão do direito de preferência. Esta tranche será subsidiária, sendo preenchida apenas em caso de insucesso das tranches B e C, podendo ir até ao montante máximo das tranches B e C supra. De referir que, no âmbito da segunda fase, além do compromisso dos actuais accionistas de referência subscreverem um mínimo de 100 milhões, existirá também uma garantia de colocação por parte do Banco Espírito Santo de até 50 milhões, contribuindo assim para a colocação dos 450 milhões. Do encaixe financeiro decorrente do aumento do capital social do Banif SA no âmbito da segunda fase da recapitalização serão utilizados 150 milhões para o reembolso dos instrumentos subordinados convertíveis emitidos no âmbito da primeira fase da recapitalização. No que respeita aos instrumentos de dívida elegíveis para fundos próprios Core Tier 1, o plano de recapitalização assume uma taxa de juro anual de 9,5%, a ser acrescida de 25 pontos base em cada um dos anos de 2013 e 2014 e de 50 pontos base anualmente nos períodos posteriores, estando previsto que os reembolsos do instrumento híbrido ocorram em Junho de 2013 (150 milhões de euros), Dezembro de 2013 (125 milhões de euros) e Dezembro de 2014 (125 milhões de euros). 96

101 6. PROGRAMAÇÃO ESTRATÉGICA DURANTE O PERÍODO DE INVESTIMENTO PÚBLICO, COM VISTA A RESTABELECER OS NÍVEIS DE SOLVABILIDADE SEM INVESTIMENTO PÚBLICO a) Análise prospectiva da posição financeira da instituição durante o período de investimento público num cenário base e num cenário adverso Procede-se de seguida à análise prospectiva do Banif SA ao longo do horizonte temporal de 2012 a 2017, com a apresentação de dois cenários distintos, ambos de acordo com os pressupostos regulamentares do Banco de Portugal no contexto da avaliação trimestral do Plano de Financiamento e de Capital (Funding and Capital Plan). A primeira análise centra-se no cenário de base que é assumido pelo Grupo para a actividade e o desempenho a alcançar ao longo do período de investimento público. Posteriormente, procede-se a uma análise baseada num cenário adverso. i. Cenário base O cenário de base para a análise prospectiva da actividade e dos resultados do Grupo deriva do conjunto das linhas de actuação que norteiam o plano estratégico em curso, consubstanciado em 5 áreas distintas: 1. Reorganização societária: simplificação da estrutura do Grupo, a resultar numa redução significativa do financiamento intra-grupo e em melhorias efectivas em termos de alocação e consumo de capital, bem como na simplificação da estrutura e maior transparência; 2. Turnaround operacional: implementação do plano de acção no âmbito das unidades domésticas e, especialmente, no âmbito do Banif SA, cobrindo uma diversidade de iniciativas tácticas, por um lado, e estruturais para o posicionamento do Grupo, por outro. O enfoque em medidas de melhoria de geração de produto bancário e de optimização da estrutura de custos deverá resultar num aumento sustentado dos níveis de produtividade operacional, rendibilidade e reforço de capital (por meio da optimização do perfil de risco, nomeadamente, da carteira de crédito a clientes); 3. Programa de desalavancagem: implementação de um plano de desalavancagem, envolvendo carteiras de créditos, participações financeiras e activos imobiliários, a ocorrer ao longo do período de investimento público, com o objectivo de optimizar a estrutura do balanço pela alienação de classes de activos com um retorno reduzido e, paralelamente, mitigar o incremento da imparidade. O desinvestimento nas subsidiárias localizadas no Brasil e em Cabo Verde, no decurso de 2013, também está incorporado na análise que se segue; 4. Programa de optimização de capital: implementação de um conjunto de medidas de geração orgânica de capital de que se destacam, no momento presente, programas específicos de optimização de RWAs por via da revisão do grau de colateralização de operações de crédito. 5. Medidas de capitalização: o plano estratégico incorpora, finalmente, o aumento de milhões nos Fundos próprios do Banif SA, composto por: i) recurso ao investimento público (através da subscrição de capital pelo Estado português e da emissão de instrumentos elegíveis para capital, igualmente subscritos pelo Estado); ii) uma entrada de capital por parte de investidores privados e iii) uma operação de conversão de dívida em capital. 97

102 Balanço O volume do crédito concedido a clientes deverá cair ao longo do horizonte temporal devido ao processo de desalavancagem em curso, centrado numa optimização da estrutura da carteira de crédito, tendo por base a desalavancagem natural em alguns segmentos por via do vencimento das operações, combinado com o enfoque no financiamento à economia, nomeadamente ao sector exportador. O volume de depósitos deverá aumentar em resultado da introdução do novo modelo de incentivos na rede comercial, por um lado, e pela implementação de um novo modelo de segmentação de clientes, que estabelece planos de acção específicos para o segmento de clientes affluent. O decréscimo esperado no total dos Activos líquidos reflecte a venda das classes de activos no programa de desalavancagem, que resultam na libertação de RWAs. Demonstração de resultados De 2013 em diante, o Grupo estima melhorar a Margem de intermediação por via das medidas implementadas ao nível da carteira de crédito e dos recursos de clientes, bem como pelo impacto da estratégia de desalavancagem. O Produto Bancário também deverá aumentar até 2017 também com base no aumento da Margem Financeira líquida e dos rendimentos líquidos de Comissões. O incremento na rubrica de Comissões resulta, por um lado, do potencial de melhoria gerado pelo programa de turnaround estratégico e, por outro lado, da substituição das obrigações garantidas pelo Estado, actualmente dadas como colateral junto do BCE, pelas Obrigações do Tesouro a adquirir no âmbito da operação de recapitalização, o que resultará na diminuição das comissões associadas às emissões com garantia do Estado. Quanto às perdas por imparidade, as estimativas indicam que os níveis de imparidade deverão decrescer atendendo a que a concessão de crédito deverá basear-se em critérios mais estritos, bem como em resultado da venda de carteiras de crédito e, finalmente, num contexto da retoma económica. Adequação de capital De acordo com o plano estratégico do Grupo para os períodos entre 2012 e 2017, as medidas já em curso deverão assegurar o cumprimento do requisito de alcançar um rácio Core Tier 1 superior a 10%, conforme estipulado no Aviso do BdP 3/2011, no final do exercício de 2012 e ao longo do período de investimento público. ii. Cenário Adverso O cenário adverso assenta nos mesmos princípios estratégicos definidos para o cenário base. Adicionalmente, a análise da evolução da actividade e do desempenho do Banif Grupo Financeiro num cenário adverso fundamentou-se nas estimativas macro-económicas estabelecidas para o exercício de Stress Test, o qual é elaborado no contexto da revisão trimestral do Plano de Financiamento e de Capital do Grupo. Para efeitos deste exercício adoptou-se uma perspectiva mais conservadora, por meio da aplicação de um conjunto de cenários macro-económicos adversos que incorporaram as referidas estimativas do 98

103 Banco de Portugal e um conjunto de factores de risco de cariz interno, a fim de aferir o impacto decorrente desses choques severos mas plausíveis. b) Identificação dos principais pressupostos subjacentes à estratégia O acesso ao Fundo de Recapitalização requer um forte compromisso no sentido de optimizar a estrutura de balanço e a capacidade de geração orgânica de capital do Grupo de forma a garantir níveis de rentabilidade sustentáveis. O ponto de arranque para esse processo foi desencadeado com a nomeação de uma nova equipa de gestão do Grupo para o período de , juntamente com uma completa reformulação do modelo de governo societário do Grupo, com o objectivo de melhorar a coesão entre as diversas unidades de negócio e aumentar a eficácia em termos de tomada de decisão. Um passo fundamental em termos do modelo de governo societário foi a decisão de simplificação organizacional do Grupo, reduzindo o número de sociedades que o integram, garantindo a redução de financiamentos intra-grupo. O objectivo final desta transformação profunda é esclarecer o papel do Banif SA como unidade operacional mais relevante e fornecedora de liquidez dentro do universo Banif Grupo Financeiro, criando o modelo adequado ao processo de recapitalização. O Grupo iniciou também um processo de reestruturação profunda especialmente a nível do Banif SA fortemente apoiado pela equipa de gestão de topo do Grupo, com vista ao reposicionamento do Banco para o seu segmento principal original, o mercado das PME, onde o Grupo pode desempenhar um papel na reactivação dos canais normais de concessão de crédito ao segmento mais importante da economia portuguesa, contribuindo para a melhoria da capacidade de geração de capital orgânico de forma sustentada. Finalmente, o Grupo irá desenvolver um programa ambicioso de desalavancagem, cobrindo várias classes de activos, projectada para a venda de activos de baixo retorno / elevado custo de manutenção, melhorando a liquidez média do Balanço e optimizando substancialmente a geração de capital / níveis de consumo de capital em todo o horizonte temporal. Em suma, é expectável que a implementação do plano estratégico permita reforçar o modelo de negócio do Grupo de forma sustentável e apoiar um investment case atractivo para potenciais novos investidores. c) Estratégia (medidas de gestão a ser implementadas) durante o período de investimento público i. Reestruturação societária Com o intuito de adaptar a estrutura organizacional do Grupo a uma nova realidade estratégica, o Grupo pretende implementar diversas alterações organizacionais que visam, essencialmente, simplificar a actual estrutura societária, bem como aumentar a transparência nas relações intra grupo. Para tal, será implementada uma estratégia focada em (i) reestruturação societária e uma reorganização das áreas de negócio dentro da estrutura organizativa, (ii) diminuição significativa dos financiamentos intra grupo, e (iii) maior eficiência na alocação de RWAs. Neste contexto, as medidas propostas permitem tornar a estrutura do Grupo mais sólida e mais competitiva e com uma maior capacidade de resposta aos desafios do presente e do futuro. 99

104 O Grupo reconhece que o processo de reestruturação será bastante complexo e que, atento tal facto, estará sujeito a diversos ajustamentos durante a sua execução. Contudo, a equipa de gestão do Grupo está empenhada em finalizar este processo de reestruturação, dado que o mesmo assume grande importância no funcionamento operacional do Grupo no futuro. Rationale da sequência temporal das operações de reestruturação No âmbito do processo de reestruturação, foi feita uma análise a cada uma das sociedades pertencentes ao universo da Banif-SGPS, e aquelas cuja existência foi considerada redundante serão dissolvidas ou fusionadas. As áreas de negócios/agências serão mais focadas/especializadas e integradas numa estrutura societária simplificada. Um dos principais objectivos do processo de reestruturação é a redução dos financiamentos intra grupo, o que se obterá especialmente com a fusão das holdings (em especial a fusão da Banif Comercial SGPS, SA e da Banif Investimentos SGPS, SA na Banif SGPS, SA e a fusão da Banif SGPS, SA no Banif Banco Internacional do Funchal, SA), que irá permitir a compensação de créditos e dívidas entre estas sociedades, eliminando assim vários financiamentos intra grupo. Adicionalmente, os financiamentos intra-grupo serão, na medida do possível, eliminados, o que significa que serão reembolsados os financiamentos intra-grupo mais significativos entre as sociedades holdings, permitindo assim, igualmente, o reembolso dos financiamentos concedidos às respectivas subsidiárias, seja mediante reembolso em dinheiro, pela entrega de participações sociais ou ainda mediante a compensação de créditos e débitos. Assim sendo, as relações creditícias intra-grupo serão, para efeitos de gestão e controlo, mais transparentes e lineares. A sequência das transacções foi delineada tendo em consideração a estrutura accionista de cada sociedade envolvida, para que a solução adoptada para cada transacção permitisse resultados mais céleres, evitando a existência de quaisquer efeitos negativos, tais como exposições fiscais desnecessárias, ou aumento (ainda que temporário) do montante em dívida, no balanço e/ou P&L de cada sociedade. Nesta medida, é apresentado um flowchart indicativo, que identifica os prazos estimados para a conclusão das transacções a realizar no âmbito do processo de reestruturação. Os prazos indicados para a execução de cada uma das transacções têm em consideração os requisitos legais e regulatórios impostos pela Lei Portuguesa (tal como o período de oposição de 30 dias concedido aos credores das sociedades envolvidas em processos de fusão), e ainda a informação obtida dos consultores locais, referente aos ordenamentos jurídicos estrangeiros envolvidos no referido processo de reestruturação. A reestruturação do Grupo irá, ainda, permitir o aumento da qualidade e transparência da informação relacionada com a administração, assegurando uma organização mais flexível e uma gestão mais eficiente. Além do mais, a reestruturação societária permitirá a criação de uma estrutura societária mais coerente, mantendo sob a participação do Banif SA as sociedades operacionais, segregando a maioria das sociedades e negócios internacionais que ficarão sob a participação de uma sociedade sub holding que será titular da maioria das participações internacionais do Grupo. Uma estrutura mais simples e segmentada do Grupo permite torná-lo num grupo mais focado e especializado, sob um único comando estratégico e plano harmonizado. 100

105 Adicionalmente, tendo em consideração os objectivos referidos e o compromisso assumido pelo Grupo e com o intuito de acelerar a concretização dos objectivos traçados, foi incluído no processo de reestruturação societária uma transacção de grande importância a fusão da Banif SGPS no Banif SA. Tal transacção será sucedida pelo aumento de capital do Banif SA, participado pelos seus actuais accionistas e pelo Estado Português. No final do processo de reestruturação, o Banif SA passará a ser a holding do Grupo, o que simplificará significativamente a estrutura societária e eliminará grande parte do financiamento intra grupo, através da compensação de créditos e dívidas. Uma estrutura societária e organizativa simplificada permitirá uma melhor compreensão das actividades do Grupo e dos seus indicadores chave. Adicionalmente, a eficiência organizacional poderá suavizar a estrutura exigida para a implementação/exercício das actividades de negócio, implicando menos burocracia intra grupo, mais transparência e flexibilidade. Posto isto, refere-se que a reestruturação societária teve por base os seguintes pressupostos: O regime português da neutralidade fiscal será aplicável às fusões que ocorrerão dentro do Grupo Banif. Adicionalmente, todas as transacções, nomeadamente os contractos de compra e venda de acções representativas do capital social de instituições de crédito poderão estar sujeitos a autorizações regulatórias. Todos os valores indicados para as diversas transacções têm por pressuposto que serão realizados ao valor correspondente de custo histórico. Não obstante, deverá ser considerada a possibilidade das transacções serem realizadas a fair value, o que poderá não ser neutral do ponto de vista tributário. A execução das transacções está dependente de diversos factores que estão por confirmar e como tal poderá implicar um ajuste às transacções 101

106 Figura 19. Organograma actual da estrutura societária do Grupo Banif 102

107 Figura 20. Organograma proposto após reestruturação Banif - Banco Internacional do Funchal, SA Capital Social: [To be determined] (Versão 5) 100% 10,81% Banif - Banco de 100% Seguros, SGPS, SA SGPS, Lda Investimento, SA Banif Holding Cap. Social: Eur Cap. Social: ,00 Banca Pueyo, SA Cap. Social: Eur Cap. Social: Euros (Malta), Ltd (Espanha) 33,32% Cap. Social: ,00 Cap. Social: Banif Gestão de Companhia de Seguros Activos Banco Caboverdiano 99,01% Banco Banif Mais, SA 100% Açoreana, SA Inmobiliaria Vegas Altas 59,195% Investaçor, SGPS 100% 33,33% (Espanha) Cap.Social: de Negócios 0,99% Cap. Social: ,00 Cap. Social: Eur 51,69% Cap. Social: ,42 Capital Social: $00 Cap. Social: Eur MCO2 - Soc. Gestora de Giga - Grupo Integrado de Fundos de Inv. Mobiliário Banif Bank Gestão de Acidentes, SA Banif Banco Internacional 25% 100% 60% 100% Banif Plus Bank ZRT (Malta) Cap. Social: ,00 do Funchal (Brasil), SA Cap.Social: % Cap. Social: ,00 Cap. Social: HUF Banif Ecoprogresso CRIA - Centro Reabilitação Trading, SA TCC Integrada de Acidentes 50% 90% 70% Cap.Social: Centaurus Realty Group 10% Investments Luxembourg Cap. Social: ,00 Invest. Imobiliários, SA 37,60% Cap. Social: ,00 Eur Banif Cap. Social: R$ ,00 56,48% Açor Pensões 29,19% Margem Cap. Social: %Mediaçao de Seguros, Lda 80,00% Banif Capital - Soc. Banif Brasil (Ltda 100% de Capital de Risco Cap social: R $ Cap. Social: % 47,69% 100% 84% Banif Mais - SGPS, SA Rentipar Numberone Cap. Social: 6.234,97 Eur 100% Cap. Social: R $ ,09 Banif Banco de Investimento (Brasil), SA Cap. Social: R $ ,21 100% Banif Gestão de Ativos (Brasil) S. A. 99,70% Banif Brasil (Holding), S.A Capital Social R$ 1,000,000,00 100% Gamma - Soc. Titularização de Créditos Cap. Social: % Komodo 100% Banif Rent, SA Cap. Social: Banif 100% Imobiliária, SA Cap. Social: [To be determined] Eur Banif Açores, Inc 100% San José b) Cap. Social: USD Banif Açores, Inc 100% Fall River Cap. Social: USD Companies to be wound up. Holding companies 100% Banif Finance, Ltd Cap. Social: c) Banif International 100% Bank, Ltd Cap. Social: % Genius Mediadora de Seguros, SA Cap. Social:

108 ii. Turnaround operacional O Banif Grupo Financeiro iniciou em Janeiro de 2012 uma revisão estratégica profunda que cobriu as diversas unidades de negócio, a fim de antecipar a evolução das tendências do mercado, avaliar as necessidades de reforço de capital e identificar as linhas estratégicas críticas que permitam o retorno a níveis de rendibilidade sustentáveis e assegurem o reforço da solidez do balanço. No contexto desta análise estratégica, que contou com a assessoria da consultora Mckinsey & Company, desenvolveu-se um plano de turnaround operacional que está actualmente em fase de implementação avançada com objectivos ambiciosos e um plano de acção transversal ao Grupo, permitindo tirar partido das suas vantagens competitivas: Capacidades diferenciadoras: Recuperação de uma posição de mercado sólida através do enfoque na identidade distintiva do Grupo, nomeadamente a sua posição de liderança nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, a oferta de elevada qualidade no crédito ao consumo (Banif Mais) e a forte relação mantida ao longo dos anos com as PMEs nacionais (que representavam 60% do volume de crédito em 2011). Flexibilidade de Balanço: A manutenção de um Balanço flexível comparativamente com a média do mercado, caracterizado por um peso reduzido do crédito à habitação (35% em 2012), reflecte um potencial relevante de optimização quer do mix da carteira de crédito, quer de ajustamento do pricing praticado em consonância com o respectivo perfil de risco visando a recuperação da margem financeira para níveis históricos. Aumento da eficiência operacional: Incremento da eficiência operacional pela actuação em factores controláveis (designadamente redução de custos, revisão do preçário de comissões, optimização da rede comercial e do modelo comercial, revisão do portfolio de negócios e melhoria na recuperação de crédito). Foi definido um plano de acção com objectivos previamente definidos e responsabilidades atribuídas, que está em fase avançada de implementação, havendo uma monitorização regular. Figura 21. Novo enquadramento estratégico Âmbito BANIF SGPS UNIDADES DOMÉSTICAS BANIF SA Objectivos Redefinição estratégica & Simplificação da estrutura do Grupo Optimização de níveis de eficiência (assegurando manutenção de enfoque estratégico específico) Reposicionamento no mercado & Optimização do modelo de negócio Áreas de actuação Reorganização societária Gestão de portfolio de negócios Desalavancagem Redução de custos Optimização transversal De práticas de negócio 104

109 Novo modelo de segmentação de clientes Ao nível do Banif SA procedeu-se à revisão do modelo de segmentação de clientes e, paralelamente, da estrutura da rede comercial suportado pela assessoria da consultora The Boston Consulting Group ( BCG ), restruturando de raiz o enquadramento da actividade de banca comercial. O novo modelo de segmentação de clientes inclui uma abordagem customizada a três segmentos distintos quer para Particulares quer para Empresas/Institucionais. iii. Estratégia de Desalavancagem Após uma análise cuidada das principais componentes do seu Balanço o Grupo decidiu avançar com uma extensa estratégia de desalavancagem focada nos activos com taxa de retorno mais baixa, de modo a optimizar a estrutura de alocação de capital e, simultaneamente, reduzir riscos contingenciais. iv. Programa de optimização de capital O Banif Grupo Financeiro procederá ao lançamento de um programa de optimização de RWAs no final de 2012, o qual deverá incluir um conjunto de medidas a cobrir áreas diversas, designadamente: i) a obtenção de garantias de entidades do sector público (autoridades locais, regionais ou centrais); ii) a reavaliação da carteira de garantias bancárias concedidas e a eliminação de exposições cuja validade já não se aplica; iii) o aumento do nível de elegibilidade de activos colaterais; iv) a optimização da carteira de linhas de crédito não utilizadas (através da aferição da exequibilidade de chegar a acordo com os os clientes quanto ao cancelamento de exposições, da sua transformação em linhas de crédito revogáveis ou ainda da redução dos prazos de maturidade). d) Descrição das medidas adoptadas / a adoptar tendo em vista o reforço do sistema de governo societário Em primeiro lugar, importa referir que, no âmbito do processo contínuo de avaliação do modelo e das práticas de governo do Banif Grupo Financeiro, procedeu-se à implementação de um novo modelo já no decurso de 2012, o qual foi sujeito à aprovação da Assembleia Geral realizada a 22 de Março, implicando, designadamente, a criação de uma Comissão Executiva ao nível da sociedade holding do Grupo, mandatada pelo Conselho de Administração. Dos onze administradores que passaram, naquela data, a compor o Conselho de Administração mandatado para o período , seis incorporaram funções não executivas, com destaque para o Presidente do Conselho de Administração, com uma função autónoma de supervisão sobre o processo de implementação da estratégia. No que respeita ao nível de independência dos membros daquele órgão, por sua vez, a sociedade viu cumpridos os critérios legais aplicáveis, nomeadamente o critério de que mais de um quarto dos administradores (3) sejam não executivos e estejam em cumprimento de todos os critérios legais de independência. Do circunstancialismo descrito resultou um nível de independência dos membros do órgão de administração em conformidade com as melhores práticas de corporate governance. Nessa data, foi também criado um novo órgão societário, sob a denominação de Conselho Superior Corporativo, de carácter consultivo no âmbito dos processos de tomada de decisões estratégicas para a actividade e o desempenho do Grupo. Em segundo lugar, importa relevar as alterações recentemente ocorridas no âmbito do processo de fusão por incorporação da Banif SGPS no Banif SA e, por consequência, a transição do estatuto de sociedade holding do Grupo para a sociedade incorporante Banif SA. Assim, conforme aprovado na Assembleia Geral ocorrida no passado dia 8 de Outubro de 2012, os órgãos sociais do Banif SA foram sujeitos às alterações consideradas necessárias ao cumprimento dos critérios aplicáveis às sociedades abertas ao investimento público e, paralelamente, às novas circunstâncias que lhe estão subjacentes, de sociedade que, além de gestora de um 105

110 conjunto de participações, mantém uma actividade operacional contínua e de materialidade no cômputo do Grupo. Nesse contexto, o modelo de governo doravante estabelecido ao nível do Banif SA mantém os princípios de governo e de gestão do modelo que havia sido implementado no início de 2012, com as alterações estatutárias consideradas necessárias que se consubstanciaram em: - Aumento do número máximo estatutariamente admissível de membros do Conselho de Administração que resultou, após aprovação da composição dos órgãos sociais do Banif SA, na nomeação de 14 administradores que agora compõem este órgão, o que decorreu da integração dos administradores que, anteriormente, exerciam funções exclusivamente na sociedade extinta Banif SGPS; - Alteração da composição da Comissão de Remunerações do Banif SA, a qual passou a ser constituída pelos membros que preenchem todos os requisitos técnicos e de independência previstos que anteriormente compunham a Comissão de Remunerações da Banif SGPS, a fim de assegurar os referidos critérios de independência, atendendo a que dois dos três membros que anteriormente compunham este órgão ao nível do Banif SA passam a integrar o seu Conselho de Administração; - Criação do Conselho Estratégico, em substituição do órgão de carácter consultivo que havia sido estabelecido ao nível da extinta Banif SGPS no início de 2012 Conselho Superior Corporativo órgão ao qual compete acompanhar, analisar e reflectir sobre a estratégia global da sociedade e a sua implementação nos vários segmentos de actividade, bem como analisar o modelo de governo societário, procedendo às recomendações que considere necessárias aos diversos aspectos de cariz regulamentar, económico e empresarial. Em suma, tendo em consideração os esforços contínuos de adaptação do modelo de governo envidados pelo Grupo desde 2007, nomeadamente a alteração substancial ocorrida no início de 2012, o Grupo considera que o modelo de governo e de gestão implementado se encontra adequado à sua estrutura organizacional e à sua actividade operacional, bem como se configura alinhado com as melhores práticas de governo. Face ao exposto, o Grupo não planeia, no curto prazo, implementar alterações significativas ao actual modelo de governo societário, sem prejuízo de reconhecer que, nos termos do artigo n.º 14 da Lei n.º 63-A/2008 (na sua redacção actual) o Estado poder vir a exercer o direito à nomeação de um membro não executivo para o Conselho de Administração e/ou Conselho de Fiscalização ao longo do período do investimento público. Neste contexto, admite-se ainda que, aquando da aprovação do Plano de Recapitalização, por iniciativa e voto dos accionistas, possa haver lugar a uma re-composição e/ou re-legitimação dos órgãos de administração e de fiscalização do Banif, SA, em qualquer dos casos com escrutínio prévio do Banco de Portugal quanto à idoneidade e capacidades pessoais e técnicas dos seus membros, tendo em atenção o específico mandato que terão a seu cargo, de executar e implementar o Plano de Recapitalização, nos termos em que o mesmo vier a ser aprovado. e) Descrição das políticas de distribuição de dividendos e de remuneração dos órgãos de administração e fiscalização Política de distribuição de dividendos As acções especiais a serem subscritas pelo Estado Português contemplam um dividendo prioritário de 10%, cumulativo, e pago sobre resultados distribuíveis. Adicionalmente está contemplada a possibilidade da recompra das acções especiais em condições compatíveis com uma remuneração total de 10%, sujeita à manutenção de rácios de capital demarcados pelas normas prudenciais vigentes. 106

111 Política de remuneração dos órgãos de administração e de fiscalização Nos termos do artigo 31º dos estatutos do Banif SA na redacção aprovada no passado dia 8 de Outubro em Assembleia Geral de Accionistas as remunerações dos membros dos órgãos sociais e estatutários são fixadas pela assembleia geral ou por uma comissão de remunerações, composta por três membros eleitos, pelo período de três anos, pela assembleia geral e a remuneração a fixar para os membros do Conselho de Administração poderá ser certa ou consistir, parcialmente, numa percentagem global dos lucros líquidos do exercício, não excedente a 5%. A competência da comissão de remunerações é exercida nos termos do mandato que lhe foi conferido pela Assembleia Geral e sem prejuízo das recomendações das autoridades de supervisão e das directrizes transversais às sociedades do Banif Grupo Financeiro. Neste contexto, a Comissão de Remunerações do Banif SA definiu a seguinte política de remuneração dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização: Objectivos da Política de remuneração A Política de Remuneração tem como objectivos: - permitir, em permanência, ao Grupo, tendo em conta o ambiente concorrencial em que opera, atrair, motivar e fidelizar quadros dirigentes de alto nível e que apresentem um elevado potencial; - incentivar a consecução de objectivos de performance coincidentes com os interesses do Grupo e dos seus accionistas, a curto, médio e longo prazo; - estimular e recompensar os contributos individuais relevantes e o bom desempenho colectivo; - evitar uma excessiva exposição ao risco e potenciais conflitos de interesses, promovendo os objectivos, valores e interesses de longo prazo da instituição. e visa estabelecer: - Os níveis e a estrutura da remuneração dos membros dos órgãos de administração e fiscalização; - Os mecanismos de alinhamento dos interesses dos membros dos órgãos sociais com os interesses societários. Aprovação da Política de remuneração A Política de Remuneração para o exercício de 2012 foi aprovada no dia 30 de Março de 2012, em reunião da Comissão de Remunerações da holding de topo naquela data a Banif SGPS por deliberação unânime dos respectivos membros da referida Comissão naquela data, de acordo com o parágrafo n.º 2 da Lei n.º 28/2009, de 19 de Junho, e com o parágrafo 16 da Instrução n.º 10/2011 do Banco de Portugal, tendo sido elaborada uma declaração relativa à referida Política de Remuneração, posteriormente sujeita a aprovação pela Assembleia Geral realizada a 5 de Abril de A Comissão de Remunerações não recorreu a quaisquer peritos, consultores ou entidades externas com vista à preparação, elaboração e aprovação da Política de remuneração, tendo tomado em consideração as práticas de 107

112 remuneração das empresas em geral e as práticas de remuneração no sector financeiro e de outros Bancos portugueses que operam nos mercados nacional e internacional. Descrição da Política de remuneração 1) Conselho de Administração 1.1) Presidente do Conselho de Administração A remuneração do Presidente do Conselho de Administração é estabelecida exclusivamente em função das respectivas presenças nas reuniões daquele órgão, não estando, por qualquer forma, dependente ou relacionada com os resultados da sociedade. Esta remuneração, constituída por um valor fixo, será paga até ao final do mês em que a(s) reunião(ões) se efective(m) e até ao limite de 12 (doze) por ano. 1.2) Membros da Comissão Executiva ( Administradores Executivos ) Composição da Remuneração A Comissão de Remunerações considera que os membros executivos do órgão de administração devem receber uma remuneração susceptível de (i) remunerar adequadamente a responsabilidade assumida, a disponibilidade e a competência colocadas ao serviço da sociedade, (ii) garantir uma actuação alinhada com os interesses de longo prazo da sociedade e (iii) premiar o desempenho obtido. Neste sentido, a remuneração dos Administradores Executivos tem como referência um conceito de Remuneração Global que compreende 3 elementos chave: - Uma Remuneração Fixa : A remuneração de base (Salário base); - Uma Remuneração Variável : O prémio de desempenho; - Um mecanismo de alinhamento dos interesses dos membros executivos do órgão de administração com os interesses de longo prazo da sociedade: Limitação do montante da remuneração variável; A Remuneração Global, acima referida, poderá ser formalizada, relativamente a cada membro executivo do órgão de administração, num contracto que contempla, nomeadamente, o nível e a estrutura da remuneração (componentes fixa e variável), o respectivo termo e modalidades de rescisão, cláusulas de confidencialidade, não-concorrência e exclusividade e eventuais limitações contratuais para a compensação a pagar por destituição sem justa causa. A Remuneração Fixa constitui a parte mais significativa da Remuneração Global, estimando-se que possa representar, numa situação de cumprimento pleno dos objectivos delineados, cerca de 70% da Remuneração Global dos Administradores Executivos. Através dela, pretende-se remunerar os membros executivos do órgão de administração pelas responsabilidades inerentes às suas funções e pelas suas competências específicas. Por sua vez, a Remuneração Variável, referida ao desempenho, deverá constituir a parte menor da Remuneração Global, estimando-se que possa representar, numa situação de cumprimento pleno dos objectivos delineados, cerca de 30% daquela. 108

113 Subjacente à Remuneração Variável está o objectivo de reconhecer e recompensar o contributo de cada Administrador Executivo, bem como a sua performance enquanto membro do colectivo dirigente do Banco. Os montantes atribuídos a título de prémio de desempenho dependem directamente do desempenho efectivo da instituição, aferido a objectivos qualitativos e quantitativos pré-determinados. Estes objectivos são determinados em função das estratégias delineadas (estratégia global do Banif Grupo Financeiro e estratégias específicas para as várias unidades operacionais). Determinação e forma de pagamento da Remuneração Fixa A Remuneração Fixa é estabelecida com uma periodicidade anual, pela Comissão de Remunerações, relativamente a cada um dos Administradores Executivos, tendo em atenção os níveis praticados no mercado para funções equivalentes. Não existem mecanismos de ajustamento automático aos referidos níveis de mercado. A Remuneração Fixa é paga com periodicidade mensal, 14 vezes por ano, ou seja, com pagamento de duas mensalidades nos meses de Abril e Novembro de cada ano. Condições, critério para a determinação e forma de pagamento da Remuneração Variável Aquando da definição da Política de Remuneração, a Comissão de Remunerações teve presente que as particulares circunstâncias de governance da instituição e o contexto económico e financeiro em que a mesma vinha desenvolvendo a sua actividade representavam fortes condicionantes e introduziam factores de indefinição susceptíveis de prejudicar o estabelecimento adequado, naquela data, de critérios e modelos de determinação da Remuneração Variável. Nesse sentido, foi ainda tida em conta a circunstância de que o Banif SA, enquanto entidade integrada no Banif Grupo Financeiro, está envolvido num processo global de reorganização e recapitalização do Grupo, com vista ao cumprimento dos requisitos de capital exigidos pelo Aviso n.º 3/2011 do Banco de Portugal, e que este facto deveria vir a implicar a adopção de medidas com efeito ao nível do Grupo. Adicionalmente, foi ainda tomado em consideração que o recurso aos referidos mecanismos de recapitalização (previstos na Lei n.º 63-A/2008, de 24 de Novembro, na redacção que lhe foi conferida pela Lei n.º 4/2012 de 11 de Janeiro), poderia vir a implicar a necessidade de revisão do modelo de remuneração dos membros dos órgãos de administração, em conformidade com o disposto na alínea l) do n.º 24 do Ponto XI do anexo ao Decreto-Lei n.º 104/2007, de 3 de Abril, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 88/2011, de 20 de Julho. Acresceu então ainda a circunstância de a sociedade ter, muito recentemente (em reunião da Assembleia Geral de 23 de Março de 2012) realizado alterações significativas na composição do seu Conselho de Administração, agora em funções para o triénio , facto que, conforme então se entendeu, deveria vir a ter implicações nas estratégias a implementar, nos objectivos estabelecidos e no orçamento delineado. Pelas razões descritas, naquela data e em face dos dados então disponíveis, a Comissão de Remunerações entendeu e tem vindo a entender conveniente manter o modelo de determinação e forma de pagamento de Remuneração Variável adoptados para o exercício de 2011, sem prejuízo de, a qualquer momento, vir a proceder à sua revisão caso a conjuntura envolvente e a situação da sociedade o justifiquem. 1.3) Vogais do Conselho de Administração (Administradores Não Executivos) A remuneração dos membros vogais, não executivos, do Conselho de Administração é exclusivamente constituída por senhas de presença, de valor fixo, nas reuniões do referido órgão. 109

114 Estes elementos poderão ser remunerados por outras sociedades do Grupo onde exerçam funções, nos casos em que os níveis e a complexidade das respectivas actividades, as práticas de mercado ou outras circunstâncias relevantes o justifiquem. 1.4) Conselho Fiscal A fim de garantir a isenção e o rigor na acção fiscalizadora do Conselho Fiscal, a remuneração dos seus membros é estabelecida exclusivamente em função das respectivas presenças nas reuniões daquele órgão, não estando, por qualquer forma, dependente ou relacionada com os resultados da sociedade. Efeitos do recurso ao investimento público, de acordo com o regime previsto na Lei n.º 63-A/2008, de 24 de Novembro (na redação em vigor) e na Portaria n.º 150-A/2012, de 17 de Maio, na política e nos termos da remuneração dos órgãos de administração e de fiscalização A Política de remuneração dos órgãos de administração e de fiscalização do Banif SA actualmente em vigor (Política de Remuneração ), integra-se num plano de continuidade em relação aos exercícios anteriores, está em linha com a actual tendência say on pay, consagrada na Lei n.º 28/2009 de 19 de Junho, e respeita os princípios e regras constantes do Aviso n.º 10/2011 do Banco de Portugal, aplicável às instituições de crédito, nomeadamente em termos de permitir um maior controlo pelos accionistas do processo de fixação de remunerações e, simultaneamente, de assegurar a divulgação de informação e a indução das melhores práticas remuneratórias. Tendo integrado por fusão a Banif SGPS e assumido a natureza de sociedade emitente de acções admitidas à negociação em mercado regulamentado, o Banif SA passou igualmente a sujeitar-se aos deveres de informação previstos no Regulamento da CMVM n.º 1/2010, sendo que a Política de Remuneração em vigor se afigura susceptível de assegurar o cumprimento da generalidade das Recomendações da CMVM sobre esta matéria, nomeadamente as constantes do respectivo Código de Governo das Sociedades. Resulta do exposto que a Política de Remunerações, na medida em que associa remuneração a desempenho, prevê a existência de remuneração variável dependente do cumprimento de determinados objectivos, prevê uma remuneração fixa suficiente para permitir absoluta flexibilidade na atribuição (ou não atribuição) de remuneração variável e prevê mecanismos de diferimento do pagamento da retribuição variável, está alinhada com as melhores práticas remuneratórias, afigurando-se adequada para captar e fidelizar gestores de qualidade, sem, no entanto, assumir remunerações excessivamente elevadas ou desproporcionadas face ao património da sociedade. Afigura-se igualmente adequada para promover o alinhamento dos interesses dos gestores com os interesses de longo prazo da sociedade, desincentivando a assunção excessiva de risco e as estratégias orientadas para resultados de curto prazo. Por outro lado, a prática seguida nos exercícios recentes tem evidenciado que a Política de Remunerações é suficientemente flexível para se ajustar à realidade e às circunstâncias envolventes em cada momento da vida da instituição. Neste sentido, salienta-se que a remuneração global dos membros do Conselho de Administração do Banif SA foi reduzida em cerca de 30%, entre 2010 e o momento actual, que o valor global da remuneração variável paga à totalidade dos membros da Comissão Executiva, relativa ao exercício de 2010, foi praticamente imaterial (inferior a ) e não existiu qualquer pagamento de remuneração variável referente ao exercício de

115 Pelas razões descritas, o Banif SA considera que a sua Política de Remuneração integra princípios e regras susceptíveis de a enquadrar nas melhores práticas e tem demonstrado a sua adequação em face das circunstâncias específicas da actividade da instituição. Não obstante, independentemente da adequação da Política de Remuneração, o recurso ao investimento público implica, per si, a necessidade de ajustamentos em matéria remuneratória, nomeadamente os previstos no artigo 12.º da Portaria n.º 150-A/2012, de 17 de Maio. Assim, além de ser assegurado o rigoroso cumprimento das determinações constantes do Decreto-Lei n.º 104/2007, de 3 de Abril, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 88/2011, de 20 de Julho, tendentes à adopção de políticas de remuneração e práticas remuneratórias consentâneas com uma gestão de riscos sã e prudente, durante o período de investimento público será especialmente assegurada a aplicação do disposto na alínea l) do n.º 24 do ponto xi do anexo do referido diploma legal, ou seja, até ao integral reembolso do investimento público a que diz respeito o presente plano, não será paga qualquer remuneração variável aos membros do órgão de administração. Sem prejuízo do referido no parágrafo anterior, a Comissão de Remunerações do Banif, SA poderá, em condições devidamente justificadas, no quadro e nos termos da Política de Remunerações em vigor, atribuir aos membros da Comissão Executiva do Conselho de Administração remunerações variáveis desde que o respectivo pagamento fique condicionado e apenas possa ter lugar após o reembolso integral do investimento público previsto no presente plano. Por outro lado, durante o período de duração do investimento público, o Banif SA fixará para o conjunto dos membros dos seus órgãos de administração e fiscalização (Conselho de Administração e Conselho Fiscal) uma remuneração que não seja superior a 50% da respectiva remuneração média dos 2 anos anteriores, contados com referência à data de operação de recapitalização, salvo se esse valor for inferior à remuneração em vigor em instituições de crédito cujo capital seja detido na totalidade, directa ou indirectamente pelo Estado, caso em que pode ser este o valor de remuneração a fixar. Neste contexto, haverá que ter ainda em conta que a forma de organização do Banif Grupo Financeiro contempla o desenvolvimento da actividade bancária em Portugal através de 3 instituições distintas, o Banif SA, o Banif Banco de Investimento, SA e o Banco Banif Mais, SA, os quais são, igualmente, as mais relevantes entidades para a actividade bancária do Grupo. Por outro lado, com a incorporação, por fusão, da Banif SGPS, o Banif SA passou a assumir também a função de holding operacional do Grupo. Pelo exposto, e de forma a assegurar que o compromisso acima referido é fixado considerando, de uma forma global, a actividade bancária e a gestão de todo o Grupo, em linha com a actual filosofia de governo e gestão transversal, a redução da remuneração é efectuada tendo em consideração não só os membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal do Banif SA (incluindo a holding entretanto incorporada neste), mas também os membros dos Conselhos de Administração e dos Conselhos Fiscais do Banif Banco de Investimento, SA e do Banco Banif Mais, SA. Este alargamento transversal à gestão da actividade bancária do Grupo em Portugal relevará, quer para cômputo do valor de referência do montante global remuneratório dos dois anos anteriores, quer para o âmbito do conceito de órgãos de administração e fiscalização a serem sujeitos à redução de 50%, considerando-se, para efeito de redução e relativamente a cada um dos administradores ou membros dos órgãos de fiscalização, a remuneração média que estes hajam auferido nas referidas sociedades do Banif Grupo Financeiro nos dois anos anteriores. 111

116 Concretizando o procedimento descrito e assumindo que o cálculo da remuneração global dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização, durante o período de investimento público, terá como limite máximo os 50% da respectiva remuneração média dos 2 anos anteriores. No que diz respeito aos quadros de alta direcção, entendendo-se como tal os responsáveis pelos órgãos de primeira linha dos três bancos, deverá manter-se em vigor a Política de Remuneração dos Colaboradores do Banif Grupo Financeiro aprovada pelo Conselho de Administração em reunião de 21 de Junho de 2012, a qual, atendendo à estrutura remuneratória que preconiza, assente essencialmente numa remuneração fixa, se considera adequada para promover o contributo daqueles para uma gestão sã e equilibrada da instituição. A introdução recente, já durante o exercício de 2012, de um esquema de incentivos com incidência na estrutura remuneratória dos colaboradores das áreas comerciais e de recuperação de crédito do Banif SA (à semelhança do que já existia no Banco Banif Mais, SA e que poderá vir a existir no Banif Banco de Investimento, SA) não se afigura susceptível de colocar em causa o modelo de política remuneratória oportunamente aprovado nem os fins que através deste se pretendem alcançar. Paralelamente, procurar-se-á continuar a desenvolver o trabalho, já iniciado desde Abril de 2012, de ajustar as condições remuneratórias dos quadros de alta direcção à situação patrimonial do Grupo. Não obstante, tais medidas dependerão sempre de processos negociais mais ou menos individualizados, tendentes a obter o acordo das partes envolvidas, dadas as limitações e os condicionalismos legais a quaisquer ajustamentos susceptíveis de reduzir remunerações auferidas no âmbito de relações laborais. 112

117 f) Descrição das alterações no modelo de gestão e de controlo dos riscos i. Estrutura Organizativa A gestão e controlo dos riscos são conduzidos de acordo com estratégias e políticas definidas pela Comissão Executiva e são assumidos pela totalidade da sua estrutura organizacional. O Grupo tem vindo, no passado recente, a alinhar a sua organização de acordo com os princípios de Corporate Governance com o objectivo de garantir: Incremento da performance e eficiência operacional; Melhor gestão e controlo do risco; Impacto reputacional favorável; Assegurar o alinhamento e compliance com a regulamentação em vigor. Figura 22. Princípios de Corporate Governance g) Alterações na estrutura do grupo Conforme já referenciado no âmbito do plano estratégico delineado pelo Banif Grupo Financeiro para o período do investimento público, encontra-se actualmente em curso, um amplo processo de reestruturação organizacional e societária do Grupo, que envolveu a delineação de um conjunto de passos tendentes ao seu redimensionamento, incorporando uma perspectiva de simplificação e de optimização de alocação de capital, tendo em vista um efectivo contributo para a criação de condições de sustentabilidade e desenvolvimento futuro. No âmbito do processo de reorganização em curso, importa destacar as principais operações que lhe estão subjacentes, grande parte das quais já concluídas: - Fusão de sociedades sub-holdings na sociedade holding de topo; - Fusão de sociedades imobiliárias; - Transmissão de partes sociais de sociedades do Grupo, de modo a permitir reorganizar as participações financeiras e/ou facilitar os processos de extinção por fusão / liquidação; - Extinção de várias entidades, em Portugal e no estrangeiro, mediante processos de dissolução e liquidação; 113

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