No Rumo da Mudança. Biocombustíveis e Mudanças Climáticas Interfaces e Potencialidades

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1 No Rumo da Mudança Biocombustíveis e Mudanças Climáticas Interfaces e Potencialidades

2 Introdução Biocombustíveis no Mundo A recente reflexão sobre biocombustíveis e mudanças climáticas nos remete a uma discussão sobre suas principais interfaces e potencialidades. Ou seja, o que de certa forma induz a questionamentos sobre a sustentabilidade da produção de biomassa, da competição com a produção de alimentos, da proteção de áreas florestais ricas em diversidade biológica e de alto valor para o futuro da humanidade, de uma melhor inserção social nos processos produtivos, sobretudo, no plantio e colheita, além das necessidades de desenvolvimento científico e tecnológico que a questão impõe. O presente trabalho apresenta uma síntese do tema, com o objetivo de colaborar com os tomadores de decisão, pesquisadores e técnicos que desejam aprofundar o debate tecno-cientifico das relações entre os biocombustíveis e a sustentabilidade no contexto da mudança do clima. Os biocombustíveis têm importante papel na provisão da demanda mundial de combustíveis líquidos, sobretudo pelas questões ambientais em pauta, instabilidade nos preços do petróleo no mercado internacional e pela perda de confiança na oferta dos combustíveis fósseis a médio e longo prazo. Por esse motivo os biocombustíveis assumem importância ímpar no debate concernente ao aprovisionamento energético mundial futuro. A utilização de biocombustíveis como fonte de energia, apesar de não ser um assunto novo, nunca despertou tanto a atenção dos diversos segmentos da comunidade internacional. Seja pelos Estados, as empresas ou as sociedades em geral, os biocombustíveis são vistos como uma importante contribuição para a: 1)redução da dependência das fontes de energia não-renováveis, como o petróleo, 2) mitigação do aquecimento global, via redução das emissões de gases de efeito estufa, 3) a minimização da exclusão econômica social de famílias em situação de miséria. Os biocombustíveis, devido à sua origem na biomassa, são considerados por alguns pesquisadores, dentre eles alguns dos que compõem o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em Inglês), como fontes energéticas de emissão zero de CO2, uma vez que o carbono liberado na queima foi capturado da atmosfera durante o crescimento da matéria-prima pelo processo de fotossíntese, seja a cana-de-açúcar para o caso do etanol, seja espécies oleaginosas para o caso do biodiesel. Assim, os biocombustíveis desde que produzidos de maneira sustentável são considerados fontes energéticas neutras em emissões de gases de efeito estufa. Nos cenários de produção de biocombustíveis, dois fatores têm potencial para serem variáveis motrizes: o preço do barril do petróleo e a evolução tecnológica. O primeiro por permitir que os biocombustíveis se apresentem como produtos substitutos dos derivados de petróleo, e o segundo por viabilizar a redução dos custos de produção. A opção pelo álcool viabilizou a substituição da gasolina consumida por álcool anidro, em até 25% da mistura, evitando, assim, que fossem emitidas para a atmosfera cerca de 400 milhões de toneladas de CO 2, aliviando o país da necessidade de importação de cerca de 550 milhões de barris de petróleo, o que se traduziu em uma economia de divisas da ordem de 11,5 bilhões de dólares até o ano de Em 1989 houve uma crise de abastecimento de álcool, o que reduziu a participação dos carros movidos a álcool para percentual próximo de 2%, mantendo-se esse patamar até o ano de 2003, que marcou o lançamento dos veículos bicombustíveis Flex Fuel. A Lei de janeiro de 2005 introduziu o biodiesel na matriz energética, determinando: 1) a adição voluntária de 2% de biodiesel (B2) ao óleo diesel comercializado ao consumidor final até 2007; 2) adição obrigatória de 2% a partir de 2008; 3) adição voluntária de 5% de biodiesel ao óleo diesel de 2008 até 2012, passando a ser compulsória a partir de Recentemente algumas empresas públicas e privadas têm aderido ao uso do biodiesel de forma voluntária em suas frotas cativas, nestes casos os percentuais de uso têm variado desde B5 em ônibus urbanos e caminhões até alguns casos de usuários do meio rural com índices de adição do biodiesel ao diesel bem maiores que 30 a 40%, e mesmo óleo vegetal in natura em tratores. Um destes exemplos de adesão voluntária é detalhado neste documento com o caso do uso de B 2 0 (20%) nas locomotivas da CVRD. A Matriz Energética Nacional O Brasil é reconhecidamente um país com elevado potencial de uso das fontes renováveis de energia, cerca de 44,9% de toda energia primária produzida em Já no mundo, esta escala se inverte e as fontes não renováveis respondem por 86,8% de todo o abastecimento energético do planeta, conforme ilustrado na Figura 1. Figura 1 MATRIZ ENERGÉTICA - Participação Percentual por Fonte Primária Brasil 2006, OCDE e MUNDO Brasil - O Ambiente no Brasil para Expansão dos Biocombustíveis Os biocombustíveis no Brasil No rastro global da demanda por novas fontes de energia, foi criado no Brasil, em meados dos anos 70, o Plano de Mobilização Energética com duas vertentes: uma para motores de ciclo Otto (Pró Álcool) e outro para motores de ciclo Diesel (Pró Óleo), mas apenas o álcool evoluiu como alternativa real. Posteriormente, na década de 80, surgiram experiências isoladas de uso de óleo vegetal in natura em motores. O Brasil foi pioneiro na introdução comercial do etanol em sua matriz energética com o Programa Nacional do Álcool Proalcool, criado em Inicialmente, o álcool etílico anidro foi adicionado à gasolina como oxigenante, tornando-se a mistura compulsória a partir de No período de 1983 a 1986, a participação percentual dos automóveis movidos a álcool na produção brasileira total de automóveis atingiu seu pico e variou entre 73% e 76%. O Proalcool impulsionou a produção de cerca de 6 milhões de veículos movidos exclusivamente a álcool hidratado entre os anos 1975 e Isso resultou na elevação da produção de álcool no país de 700 milhões de litros em 1975 para 15 bilhões de litros na safra de 2005 / (Ministério da Agricultura, 2007) Fonte: IEA -Agência Internacional de Energia, 2005, Hollauer 2007 e BEN,

3 Esses dados reafirmam a posição histórica do Brasil: uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta, com 44,9% de fontes renováveis contra 13,3% da média mundial, ou ainda 6,1% para os paises desenvolvidos da OCDE. Assim, a adoção de uma política de expansão da produção e uso dos biocombustíveis coaduna-se, sob o ponto de vista da oferta de energia, com a nossa vocação energética. A demanda interna de etanol em 2010, segundo estudos prospectivos realizados pelo Banco de Cooperação Internacional do Japão com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, alcançará entre 14,254 e 23,037 bilhões de litros. A menor projeção leva em conta o aumento no consumo de gasolina e a maior consumo de etanol acima das médias anteriores. A figura 2 apresenta os números de cenários nacionais para consumo de etanol e numero de veículos para Item Caso 1 Estimado com Base nas Médias Anteriores Caso 2 Maior Consumo de Etanol Caso 3 Maior Consumo de Gasolina Estimativa Aumento Estimativa Aumento Estimativa Aumento Consumo de Etanol (mil kl) Consumo de Gasolina (mil kl) Total (mil kl) Qde. de Veículos (mil uni.) Consumo anual por 1,75 1,83 1,71 veículo (kl/unid/ano) Mercado Etanol 47% 60% 40% Figura 2 Brasil - Cenários de Consumo de Combustíveis Etanol, Gasolina, e Número de Veículos A demanda de biodiesel prevista no Brasil, como forma de cumprimento da Lei /2005, será de 1 bilhão de litros a partir de 2008 e de 2,9 bilhões de litros a partir de A Figura 3 apresenta a projeção de consumo de biodiesel para 2008 no país por região geográfica. A figura 4 representa a produção atual de matéria-prima (oleaginosas) para atender a demanda de B 2, num período de 2008 a Obs.: índices acima = Volume necessário para atender B 2 / volume total produzido (2006) Figura 4 Produção de matéria-prima atual para atender a demanda de B 2 ( ) Fonte: Marques, 2007 Os Biocombustíveis e suas Etapas As fontes renováveis de energia podem, devido às características do acesso aos recursos primários, ser observadas em dois grupos: i) as centradas no conversor (lenha, eólica, hidráulica, entre outros) e ii) os biocombustíveis. As fontes centradas no conversor são aquelas em que os recursos primários são disponibilizados diretamente pela natureza, sendo necessária apenas a conversão da forma primária de energia em sua forma secundária através do módulo tecnológico, ou seja: o acesso direto à energia cinética dos ventos, no caso da energia eólica, e sua conversão direta em energia mecânica no eixo do motor-bomba ou no aerogerador para se ter energia elétrica. No caso dos biocombustíveis, se faz necessária a conversão das fontes primárias em um combustível secundário para então levá-lo ao módulo conversor de energia. Dessa forma, a cadeia dos biocombustíveis contempla: o Etapa Primária Agrária o Etapa Secundária Extração e Distribuição para os centros de transformação o Etapa Terciária Tecnologia de Produção. O presente trabalho se concentra na etapa agrária dos biocombustíveis, sem dúvida a de maior conflito e risco, as demais são abordadas resumidamente nos casos do etanol e biodiesel, contemplando suas principais barreiras e oportunidades, além da percepção do setor produtivo brasileiro. A Etapa Primária Agrária Figura 3 Projeção de Consumo de Biodíesel para 2008 Fonte: ANP, 2007 O Brasil tem como projeto estratégico tornar-se o principal centro produtor de agroenergia e de tecnologias para o etanol. Para isso, o Governo Federal tem buscado a liderança nos biocombustíveis, procurando acesso competitivo do etanol nacional aos mercados dos Estados Unidos e Europa através das mesmas vantagens tarifárias que são disponibilizadas aos países da América Central e Caribe. Para tanto, o Plano Nacional de Agroenergia aponta para a expansão da produção de cana-de-açúcar e oleaginosas. O Plano Nacional de Agroenergia estima como área potencial agricultável para a ampliação do cultivo com fins energéticos algo em torno de 200 milhões de hectares, nos quais estão incluídos a recuperação de áreas degradadas, reconversão de pastos e reflorestamento da Amazônia com palma. O plano também considera necessária e ao alcance dos objetivos a construção de toda uma infra-estrutura e uma logística capaz de permitir a eficiência da produção e escoamento. Dados disponibilizados pela Embrapa e IBGE mostram que a área total do território brasileiro é de 851 milhões de hectares. Deste total, 47% (402 milhões de hectares) têm potencial agricultável e apenas 15% desta área (62 milhões de hectares) são utilizados para o cultivo de lavouras. 3 4

4 As florestas nativas e biomas ocupam cerca de 51% do território (440 milhões de hectares), sendo que a Amazônia Legal abriga 79% (350 milhões de hectares) de nossas florestas. Os dados permitem inferir que existem 340 milhões de hectares viáveis para utilização na agricultura, porém, é necessário ressaltar que parte desta área é hoje destinada à pastagem. Nesse contexto, estima-se haver algo em torno de 90 milhões de hectares de terras disponíveis para a agroenergia. Considerando a possibilidade de culturas energéticas na safrinha, acrescentar-se-ia a estes valores 26 milhões de hectares apenas sobre os 62 milhões de hectares da área cultivada. A safrinha que ocorre no intervalo do ano onde a safra principal já foi colhida ocupa hoje apenas 13,8 milhões de hectares. A figura 4 mapeia a situação atual e o potencial de expansão da agroenergia no Brasil. Figura 4 Brasil - ÁREAS DE EXPANSÃO DA AGRICULTURA DE ENERGIA Figura 5: Brasil - Evolução da Produção de Álcool ( ) Fonte: Ministério da Agricultura, 2007 A produção de etanol tem experimentado crescimento contínuo ao longo dos últimos anos no Brasil, tanto pela área plantada quanto pelo aumento da produtividade, conforme pode ser observado na figura 6. Área da expansão da agricultura de energia Atual (Soja, girassol, etc) Pontencial (anuais) Potencial (perenes) Figura 6 - Brasil Evolução da área plantada, colhida e do rendimento da lavoura da cana de açúcar ( ) Fonte: Ministério da Agricultura, 2007 Fonte: Plano Nacional de Agroenergia, 2005 Setor Sucroalcooleiro O setor sucroalcooleiro se estende por mais de 7 milhões de hectares no Brasil. Na safra 2006/2007 foram produzidas 259 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Dessa produção, cerca de 50% foi utilizada para a produção de açúcar e 50% para etanol. Assim, a produção de etanol no Brasil ocupa hoje cerca de 3,5 milhões de hectares, 0,4% da superfície do país e 5,8% da área nacional de lavouras. (Ministério da Agricultura, 2007) Uma usina de produção de açúcar e álcool permite, ao longo da produção, variar a quantidade de um ou outro produto. Isso tem a vantagem de permitir ao usineiro arbitrar a produção em função, por exemplo, do preço de mercado dos produtos. A figura 5 apresenta a composição da produção de álcool e açúcar desde a safra 1948/49 até a safra 2006/07. 5 O etanol já está consolidado no mercado como combustível, e sua demanda deve manter-se crescente, seja devido ao uso direto nos motores flex fuel, seja devido à adição à gasolina para aumentar sua octanagem, ou ainda devido ao seu uso como insumo na produção de biodiesel. Porém, uma nova perspectiva de uso do etanol se apresenta diante dos elevados preços atingidos pelo petróleo no mercado internacional: a indústria química. O etanol pode ser utilizado para produzir plástico, borracha, adubo nitrogenado e outros produtos químicos, hoje produzidos a partir de derivados de petróleo. O polietileno, matéria prima na fabricação de plásticos, originalmente obtido a partir da nafta do petróleo, já é produzido em escala comercial a partir do etanol. Além do aumento da competitividade em face do preço do petróleo, os químicos de origem vegetal têm apelo ambiental. A possibilidade de utilização do etanol como insumo da indústria química aumenta a sua demanda potencial em mais 7 bilhões de litros por ano, além da produção atual voltada para o setor automobilístico. Esta e outras novas demandas possibilitam o desenvolvimento de novas tecnologias de produção de etanol e de geração de energia com a cana de açúcar. 6

5 Novas tecnologias da produção de Energia com produtos da Cana de Açúcar Hidrólise do bagaço e das folhas As alternativas para a produção de óleos vegetais são diversas. Por se tratar de um país tropical, com dimensões continentais, o desafio que se apresenta é o do aproveitamento das potencialidades regionais. Isso é válido tanto para culturas já tradicionais, como a soja, o amendoim, o girassol, a mamona e o dendê, quanto para alternativas novas, como o pinhão manso, o nabo forrageiro, o pequi, o buriti, a macaúba e mais uma grande variedade de oleaginosas a serem exploradas. A Embrapa, avaliando as potencialidades regionais de oleaginosas, observa que soja se mostra com maior aptidão nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No nordeste, a vocação é posta na mamona e no dendê, como também na região Norte do país. O girassol, algodão, amendoim, entre outras culturas, também se mostram viáveis em distintas regiões. A figura 7 apresenta a distribuição potencial de culturas oleaginosas no território brasileiro. Atualmente, em escala comercial, a produção de álcool é feita, somente, a partir do caldo de cana, que representa, apenas, um terço da cana-de-açúcar, sendo o bagaço e a palha os outros dois terços. O bagaço é queimado nas usinas para produzir energia calor de processo de eletricidade para produção de etanol e a palha é, na maioria das vezes, queimada na própria lavoura. Novas tecnologias estão sendo estudadas com o objetivo de aproveitar o bagaço e a palha para aumentar a produção de etanol, como as hidrólises ácida e enzimática. A hidrólise ácida tem como fundamento a quebra das moléculas de celulose por meio da adição de ácido sulfúrico aos resíduos. A hidrólise enzimática, por sua vez, utiliza enzimas para realizar essas quebras. Ambas as tecnologias ainda não estão disponíveis para utilização em escala comercial, sendo que, no caso da hidrólise ácida, já existem plantas experimentais em instituições de ensino e empresas, tanto no Brasil quanto no exterior. A utilização dos resíduos da cana-de-açúca, palha e bagaço, na produção de etanol permitiria aumentar o volume produzido sem aumento de área plantada. Isso, contudo, não esgota as possibilidades de utilização de tecnologia para a produção de etanol, uma vez que há espaço para melhoramentos genéticos da planta, assim como melhoria no manejo, com escolha de variedades diferentes em função do tipo de solo. Pirólise do bagaço Pirólise ou craqueamento térmico pode ser definida como a conversão de uma substância em outra por aquecimento, catalisado ou não. Envolve queima na ausência de ar e quebra das ligações químicas gerando moléculas menores. A pirólise é o processo pelo qual o bagaço é aquecido em ambiente fechado com exclusão do ar. Gases, vapores d água e líquidos orgânicos são liberados, enquanto o alcatrão e principalmente o carvão são deixados como resíduos. A produção de carvão através da pirólise do bagaço da cana-de-açúcar favorece a diminuição de resíduos e aumenta o seu poder calorífico por kg de matéria o que barateia o seu transporte e favorece a sua utilização como combustível. Óleos vegetais e o Biodiesel no Brasil O uso energético de óleos vegetais no Brasil foi proposto em 1975, originando o Pró-óleo Plano de Produção de Óleos Vegetais para Fins Energéticos. Seu objetivo era gerar um excedente de óleo vegetal capaz de tornar seus custos de produção competitivos com os do petróleo. Previa-se uma mistura de 30% de óleo vegetal no óleo diesel, com perspectivas para sua substituição integral em longo prazo. O Brasil é um dos países do mundo que reúne o maior quantitativo de vantagens comparativas para liderar a agricultura de energia, devido à(s): 1) Perspectiva de incorporação de áreas à agricultura de energia, sem competição direta com a agricultura de alimentos, e com impactos ambientais passiveis de serem controlados por medidas regulatórias de comando e controle, e também por políticas econômicas que estimulem o desenvolvimento de sementes, técnicas e tecnologias mais adequadas aos ecossistemas e também a uma maior valorização dos resíduos (bagaço, vinhoto, palha, casca de frutos, galhos e etc.) e baixo uso de adubos químicos; 2) Possibilidade de múltiplos cultivos dentro do calendário agrícola anual; 3) Extensão e localização geográfica; 4) Condições edafoclimáticas favoráveis ao cultivo de uma grande variedade de oleaginosas como matéria-prima para a produção de biocombustíveis e, ainda, cerca de 19% da disponibilidade hídrica superficial do planeta; 5) Tecnologia de agricultura tropical, associada à agroindústria e já testada na produção de etanol; e 6) Independência do mercado internacional para assegurar a sua competitividade, pois dispõe de um mercado consumidor interno, podendo ainda alavancar diversos negócios na área de agroenergia. Figura 7 Brasil Distribuição Potencial de Culturas de Oleaginosas 7 8

6 Desafios Tecnológicos e Usos Involuntários e Voluntários do Biodiesel O uso do biodiesel no Brasil é recente e isto tem demandado uma série de testes de campo e bancada de motores, alem do desenvolvimento tecnológico nas diversas fases de produção e uso do biodiesel. Na fase de produção, destacam-se as dificuldades de se manter o padrão de qualidade exigido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), fixado pelos 24 parâmetros na Resolução ANP 420/2004, e de se trabalhar com diversos tipos de gordura vegetal e animal, além de usar o etanol como reagente principal em lugar do metanol usado nos Estados Unidos e Europa. Assim sendo, um dos principais desafios nacionais e internacionais tem sido o de avaliar o efeito do uso do biodiesel e suas misturas nos motores de Ciclo Diesel. O Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG/COPPE/UFRJ), com patentes registradas nas transformações de gorduras vegetais e animais em biodiesel, desenvolvimento tecnológico de duas plantas biodiesel multi-insumos 1, produção de biodiesel no padrão ANP 420/2004, tem coordenado diversos testes de uso de misturas diversas do biodiesel em motores de Ciclo Diesel. Tais testes têm sido feitos em parte com financiamento publico (MCT, FINEP, FAPERJ), além de parceria com fabricantes de motores (Volkswagen, MWM, etc.), indústrias de petróleo (Petrobras e Shell), centros de pesquisa (CENPES & INT), fabricantes de componentes de motores (Bosch), de produtos químicos (Panmericana, Prosint, etc.), empresas usuárias de veículos de Ciclo Diesel (Ônibus Urbanos REAL, frota de caminhões da COMLURB) e acompanhamento dos procedimentos e resultados pela ANP e ANFAVEA (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores). Países como o Estados Unidos e os do conjunto da União Européia (UE), importantes produtores e consumidores de biocombustíveis (etanol e biodiesel), caso reduzam as tarifas sobre a importação de biocombustíveis provenientes de países emergentes onde a produção é mais barata e eficaz, como o Brasil, influenciarão na matriz de produção de alimentos em uma relação direta com a maturidade de seus mercados de alimentos de origem agrária. Ou seja, quanto mais consolidada a estrutura de produção agrícola, menor o impacto no abastecimento de seu mercado interno, no caso brasileiro, importante exportador de alimentos no cenário mundial, ações de planejamento, regulação do uso do solo e, sobretudo, de desenvolvimento cientifico e tecnológico serão necessárias para adequação da oferta de produtos agrícolas a este possível acréscimo de demanda. Segundo o Plano Nacional de Agroenergia (PNA), a expansão da área de agricultura energética não poderá ocorrer à custa da contração da oferta de alimentos nem de impactos ambientais nos recursos hídricos, atmosféricos, ecossistemas e solo, sob pena de forte reação contrária da sociedade, o que inviabilizaria a mudança. Isto caracteriza, por parte do governo brasileiro, uma preocupação para com o assunto. Outra questão que pode envolver a agroenergia é o conflito clássico do setor agrícola brasileiro no que se refere à precariedade da mão de obra no campo, com a disponibilidade de trabalhadores desqualificados, e da redução de postos de trabalho advindos da mecanização do agronegócio. Objetivando minimizar os impactos na geração de emprego e renda no campo, bem como as repercussões sobre a oferta de alimentos, o governo brasileiro estruturou no Plano de Agroenergia e no Plano Nacional de Biodiesel o incentivo ao uso de mão de obra familiar no processo agroenergético brasileiro. Isto se traduz na proposta de Selo Social de Combustível, o qual agrega importante valor ao produto final. 1 Plantas desenvolvidas para produção de biodiesel a partir de qualquer tipo de gordura e uso de variados reagentes. Bioenergia e Agricultura Familiar Box 1 - Experiências e Testes de Uso de Biodiesel em Locomotivas O caso da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) Em 2006, um dos maiores testes realizados no mundo sobre o uso de biodiesel, foi realizado, por solicitação da Vale, pelo Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais/Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (IVIG/COPPE). Trata-se do teste sobre o uso de B 20 (mistura de 20% de biodiesel e 80% de diesel comum) em locomotivas de HP da Companhia. Neste teste, foram realizadas análises das condições químicas e físicas do biodiesel (B100), do diesel e da mistura B 20; além de serem avaliados os efeitos de durabilidade, de emissão de gases e de eficiência energética. O teste foi realizado em bancada e em Km rodados pelas locomotivas entre Minas Gerais e Espírito Santo, nos quais foram usados cerca de litros de biodiesel oriundos do óleo de palma e litros de diesel. Os resultados aprovaram o uso do B 20 nas locomotivas. Desde maio de 2007, a Vale estabeleceu parceria com a Petrobras Distribuidora (BR) para uso do B 20 em suas locomotivas na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e na Estrada de Ferro Carajás (EFC). Com essa medida - aliada ao uso do B 2 (mistura de 2% de biodiesel com 98% de diesel comum) que, desde janeiro de 2007, é utilizado pela Vale em locomotivas, caminhões fora-de-estrada e geração elétrica - mais de 224 mil toneladas de CO 2 deixarão de ser lançadas na atmosfera até dezembro de Durante os 12 meses de 2008, com o uso contínuo do B20 nas ferrovias da Vale, cerca de 336 mil toneladas de CO 2 deixarão de ser emitidas na atmosfera. Fonte: Freitas, 2007 e CVRD, Produção de Bioenergia e Alimentos Um tema em debate na questão da expansão da bioenergia está focado em até que ponto esta produção deslocará a demanda por alimentos no mundo, com acento nos países mais pobres. Em alguns países, dada a escassez de espaço e de terras agricultáveis, a produção de bioenergia poderá repercutir na disponibilidade de alimentos. Avaliando estritamente a disponibilidade de terra agricultável, poderíamos inferir que este não é o caso brasileiro. Por outro lado, não podemos negligenciar que, segundo a FAO, o mundo apresenta um grande desperdício de alimentos, sendo o problema o acesso a estes. De fato, a utilização desordenada de áreas originalmente destinadas à produção de alimentícios para a produção de bioenergia pode ter conseqüências sobre a oferta de alimentos. Dessa forma, é necessária uma maior coordenação internacional sobre o tema para que as políticas que buscam um desenvolvimento rápido dos biocombustíveis levem em consideração este fator. No Brasil, as políticas conduzidas pelo Governo Federal para a expansão da agroenergia apresentam-se como alternativa capaz de promover a inclusão social no setor agrícola familiar, todavia, para que esta estratégia dê certo será necessário um importante estimulo às atividades de extensão, transferência de tecnologia e pesquisa para identificação e adequação dos cultivos e técnicas de produção nas condições do pequeno produtor. O centro condutor da política de agroenergia repousa na ampliação de culturas oleaginosas e da cana-de-açúcar. O desafio está em alcançar um ponto de equilíbrio onde a expansão da lavoura energética não interfira no processo social de inclusão e segurança alimentar. O Selo Combustível Social, expresso no Programa Nacional de Produção e uso do Biodiesel (PNPB), é uma clara tentativa de estabelecer preceitos de negociação da produção advinda da produção familiar de forma apropriada à agricultura familiar. Quanto aos impactos sobre o mercado de alimentos, registram-se preocupações no que concerne a possíveis substituições de culturas alimentares por oleaginosas para fins energéticos e industriais, face à maior rentabilidade dessas. Registram-se também preocupações quanto a possíveis deslocamentos das culturas alimentares para terras menos atrativas, o que pode estabelecer, em casos específicos, a redução da área destinada à produção de alimentos, contribuindo assim para a elevação de preços e impacto negativo sobre a segurança alimentar, em especial para as comunidades de menor renda. Por estas razões, defende-se neste texto que o fomento da produção e do uso de biocombustíveis são políticas viáveis para expansão no Brasil, em respeito à Lei Federal nº 8.171/91 que institui a Política Agrícola Nacional e, ao regulamentar a atividade agrícola, cuida também da preservação do meio ambiente ( segurança ambiental ) e da oferta constante e suficiente de alimentos ( segurança alimentar ). A atratividade da produção agroenergética poderá implicar na elevação dos preços da terra, e a disputa de mercado entre distintos produtores condicionará o aumento da produção. Nesse contexto, comunitários com menor capacidade de acesso à terra tendem a perder o direito de propriedade (proprietários sem registro, meeiros e parceiros). Os micro proprietários e minifundiários poderão apresentar dificuldades de ocupação da área cultivável e poderão ser marginalizados da produção. Já os produtores familiares que se mostram consolidados em sua produção também correm riscos de marginalização caso não tenham acesso à assistência técnica e à tecnologia. Através da agroenergia, é possível promover a inclusão social. No entanto, a estruturação desse mercado é fortemente dependente de um continuado processo de tecnificação da produção e da adoção e aprimoramento de outras atividades produtivas que viabilizem a geração de novos postos de trabalho, bem como agreguem um maior valor à produção. Nesse sentido, ganha ênfase a necessidade de adoção de políticas públicas e suporte técnico aos produtores familiares. O Brasil apresenta uma considerável disponibilidade de áreas agricultáveis, sem necessidade de desmatamento adicional. Observando uma forte diversidade tecnológica, registra-se uma real capacidade de expansão da produção voltada à agroenergia, compartilhada com a produção agrícola de alimentos. É imperativo, então, que se estabeleçam critérios regulatórios para a ampliação da produção de oleaginosas, de forma a evitar que a pressão advinda do mercado internacional, ou que o aumento da rentabilidade dessas culturas, possa repercutir em um desequilíbrio na produção alimentar. 9 10

7 A necessidade de fomento da agroenergia, em harmonia com a produção alimentar e com a proteção das florestas, já é reconhecida pelo Congresso Nacional, como demonstra a exposição de motivos do Projeto de Lei Federal nº /2007, em trâmite na Câmara dos Deputados, o qual pretende restabelecer em 50% a área de Reserva Legal na região da Amazônia e permitir que a recomposição da área de Reserva Legal possa ocorrer com uso de palmáceas (ex: dendê), mediante manejo sustentável. Biocombustíveis e Créditos de Carbono Os biocombustíveis possuem grande potencial para auxiliar o combate ao aquecimento global, no escopo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e do Protocolo de Quioto. O uso de biocombustíveis, no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo artigo 12 do Protocolo de Quioto, apresenta um grande potencial para geração de Reduções Certificadas de Emissão RCEs (ou créditos de carbono), assim como no âmbito de outros mercados de carbono não vinculados ao Protocolo (as Reduções Verificadas de Emissão ). Um projeto de redução de emissão de gases de efeito estufa no âmbito do MDL se inicia, no Brasil, com a elaboração de um Documento de Concepção do Projeto (DCP), com base em uma metodologia de linha de base e monitoramento aprovada, e sua validação por uma empresa de auditoria (denominada de Entidade Operacional Designada - EOD). Após, este DCP deve ser aprovado pelo Governo Brasileiro, por meio da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, Autoridade Nacional Designada (AND), e então finalmente submetido para registro ao Conselho Executivo do MDL, na ONU, para fins de verificação/certificação por outra EOD e emissão dos créditos de carbono, conforme Resolução nº 1/03 publicada pela Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima. Recentemente, foi aprovada uma metodologia específica pelo Conselho Executivo do MDL, no âmbito da ONU, para obtenção de créditos de carbono por meio de projetos de substituição do uso de combustível fóssil por biodiesel, e já há diversas outras metodologias semelhantes em análise, o que demonstra o potencial de crescimento dos mercados de carbonos para projetos de biocombustíveis. No entanto, ainda há desafios que devem ser superados no Brasil e no mundo para a implementação e fomento de projetos de biocombustíveis para a geração de créditos de carbono. As principais preocupações com relação à expansão da produção de biodiesel e, conseqüentemente, de projetos MDL no setor, residem nas seguintes argumentações: 1) A produção do biocombustível pode acarretar o deslocamento da produção de alimentos, levando a um aumento gradativo do preço das terras e, por conseqüência, dos alimentos no mercado internacional; 2) A demanda crescente por terras para a produção de biodiesel pode aumentar a pressão sobre florestas, expandindo as áreas desmatadas. Exemplos deste tipo de atividade ocorrem na Indonésia, onde o aumento das plantações de palma africana (dendê) para a produção de óleo, visando a produção de biodiesel e atendimento ao crescente mercado de óleos vegetais, tem sido relacionado à expansão do desmatamento. Estas preocupações têm conduzido a posição do Conselho Executivo do MDL que se apresenta, até o momento, contrário a projetos MDL de Biodiesel que utilizem oleaginosas cultivadas em áreas previamente utilizadas para atender ao mercado de alimentos ou áreas com potencial de expansão da produção alimentícia. Em Fevereiro de 2007 foi aprovada a primeira metodologia desenvolvida para a produção e uso de biodiesel. A metodologia AM0047 ( Produção de Biodiesel a partir de óleos e/ou gorduras animais para uso combustível ) é aplicável a atividades de projeto que reduzam as emissões através da produção, venda e consumo de misturas de diesel e biodiesel para serem usadas como combustível, sendo o biodiesel produzido a partir de óleo de fritura (óleos residuais) e/ou gorduras animais, observando as seguintes condições: O petrodiesel utilizado na mistura é 100% fóssil; O biodiesel utilizado na mistura é obtido a partir do processo de transesterificação; A mistura de biodiesel é definida como qualquer fração de mistura de biodiesel ao diesel superior a 0 e menor do que 100%; Além destas condições a metodologia descreve detalhadamente os critérios aplicáveis à matéria-prima utilizada, produtos obtidos e consumo do biodiesel, como demonstrado a seguir: i) Matéria-Prima: os óleos residuais ou gorduras residuais são definidos como resíduos ou dejetos de restaurantes, agroindústrias, indústrias alimentícias, frigoríficos ou setores comerciais relacionados. Quaisquer volumes de biodiesel produzidos de outras fontes devem ser claramente identificados e uma nova metodologia deve ser formulada de maneira a abarcá-los. Nenhuma RCE pode ser solicitada no contexto desta metodologia que não corresponda à produção de biodiesel a partir de óleos/gorduras residuais. ii) Produtos: O diesel, o biodiesel e suas misturas, devem estar em conformidade com a regulamentação nacional ou outros padrões internacionais aplicáveis. Ademais, o glicerol obtido como subproduto não pode ser disposto para decomposição. O mesmo deverá ser incinerado ou utilizado como matéria-prima industrial. iii) Consumo do biodiesel: o A mistura do biodiesel é fornecida a consumidores no país sede (de desenvolvimento do projeto) que devem utilizar a mistura em veículos ou motores estacionários e estarem compreendidos na fronteira do projeto; o O consumidor (usuário-final) da mistura no setor de transportes é frota cativa; o O consumidor e o produtor da mistura firmam um contrato que permita ao produtor monitorar o consumo de biodiesel e que assegure que o consumidor não solicitará os RCEs relativos ao uso do combustível; o Nenhuma modificação significativa nos motores estacionários ou veiculares são necessárias ao uso/combustão da mistura. No caso de instalações estacionárias, a fração de mistura pode estar entre 0 e 100%. No caso de motores veiculares, a mistura deve ser pequena o suficiente para assegurar que o desempenho técnico da mistura não se diferencie substancialmente do diesel puro. O valor default máximo para este tipo de mistura é de 20% (B20), podendo ser superior se devidamente justificado no documento de concepção do projeto (DCP); o A mistura é feita pelo produtor, consumidor ou terceiro, previsto em contrato, e a proporção da mistura queimada deve ser monitorada e cumprir todos os requisitos da Lei. As condições acima descritas mostram a necessidade de que o desenvolvedor do projeto garanta a origem da matéria-prima e assegure que a mistura produzida seja queimada e monitorada nas instalações do consumidor final (dentro da fronteira do projeto) que não pode solicitar os créditos para si. O fechamento do ciclo entre produtor e consumidor evita a possibilidade de dupla-contagem (double-counting), que representa a solicitação do mesmo volume de redução de emissões por diferentes participantes do projeto. É importante destacar que a metodologia AM0047 engloba apenas as emissões de CO 2 obtidas com a substituição do combustível fóssil pelo biodiesel. Ou seja, atividades como: a) redução de emissões associadas ao ciclo de vida da produção do diesel; b) redução de emissões relativas ao consumo de biodiesel para fins não-energéticos; c) redução de emissões referentes à utilização do sub-produto glicerol e d) redução de emissões de metano associadas à diminuição da quantidade de óleos residuais na água de processo; não são passíveis de obter créditos por meio desta metodologia. A inclusão de projetos de produção e consumo de biodiesel que façam uso de oleaginosas ainda é incerta. No entanto, sabe-se que a interpretação do Conselho Executivo do MDL perante as novas metodologias submetidas deve se basear nos critérios e condições estabelecidas pela metodologia AM0047, sobretudo no que se refere ao volume das misturas, dupla-contagem e definição da fronteira de projeto. Está em análise uma metodologia que permitiria a submissão de projetos de biodiesel a partir de oleaginosas cultivadas em áreas degradadas e marginais e oleaginosas plantadas na entressafra. O Painel de Metodologias recomendou a fusão desta metodologia (NM0228) à metodologia AM0047, sendo necessária ainda a apreciação final do Conselho Executivo do MDL. Por fim, é importante destacar que o processo de produção de biodiesel (do plantio à produção do éster) ainda abarca outras oportunidades de projetos MDL, quais sejam: Redução das emissões de GEE através do tratamento de efluentes do processo de esmagamento de oleaginosas e produção de biodiesel; Plantio de espécies oleaginosas para a produção do biocombustível renovável, desde que observados os critérios fixados para atividades de seqüestro de carbono a partir de florestamento e reflorestamento; Co-geração a partir do uso de resíduos oriundos do processo de esmagamento para obtenção do óleo vegetal

8 Espera-se que com a evolução da indústria e diversificação de processos, os projetos de MDL no setor sejam expandidos. No entanto, o uso generalizado do mecanismo de produção de biodiesel ainda está atrelado ao desenvolvimento de novas metodologias. Incertezas em relação ao período pós-2012, aos preços do petróleo a longo prazo e à demanda por óleos vegetais podem representar algumas das barreiras ao desenvolvimento de novas metodologias Considerações Finais O Brasil, pela sua extensão geográfica, diversidade e disponibilidade de terras agrícolas e agricultáveis, bem como pelo clima tropical, apresenta todos os ingredientes para liderar a produção mundial de biocombustíveis. Este potencial deverá ser aproveitado com respeito pela preservação do meio ambiente como um todo e da biodiversidade em particular e com foco na segurança alimentar, nos termos da Política Nacional Agrícola e da legislação aplicável. No que diz respeito ao biodiesel, é de se ressaltar que inúmeras barreiras ainda devem ser superadas, desde as especificações de qualidade de produto até o custo final possível de ser aceito pelo mercado consumidor, com destaque para o desenvolvimento de plantio de espécies oleaginosas de alto rendimento por hectare como a palma e o pinhão manso. Já o etanol apresenta questão técnica relativamente bem resolvida e apresenta como desafio a introdução de novas tecnologias de transformação da biomassa da cana em etanol para otimizar ainda mais sua produção, bem como a necessidade ainda premente de melhorar a qualidade dos empregos, que atualmente estão concentrados prioritariamente na etapa agrícola de colheita da cana com o uso de mão de obra pouco qualificada. Os benefícios trazidos pelos biocombustíveis na redução das emissões de compostos poluentes (enxofre, material particulado etc.) e CO 2, provenientes da exaustão dos motores de combustão interna, criam importante atrativos no mercado internacional tanto para o biodiesel como para o etanol, com destaque para a demanda dos países desenvolvidos do Hemisfério Norte, considerados grandes poluidores mundiais, em decorrência do enorme volume de combustíveis fósseis queimados para sustentar suas poderosas economias. Assim sendo, em relação ao biodiesel, os desafios de curto e médio prazo seriam o de estruturar e harmonizar a logística de produção, a mistura, o armazenamento e a distribuição, balanceando produção e consumo regional, planejando modos de transportes apropriados ao volume produzido, misturado e comercializado, de forma a tornar competitivo o custo final do produto, inclusive mediante concessão de novos incentivos fiscais. Outra questão estratégica tanto para o etanol como para o biodiesel é a de preparar os combustíveis para o mercado internacional, o que apresenta barreiras para a entrada, tanto do ponto de vista técnico como político por meio da produção de forma ambiental e socialmente correta. Referências Bibliográficas ANP, Acessado em outubro de Carvalho, René L. Bioenergia Inclusão Social na Agenda Política. Revista Democracia Viva n º 36 obtido em ibase.br/modules.php?name=conteudo&pid=2000 em outubro de Freitas, M. A. V., coord. (2007). Monitoramento de testes de campo com biodiesel em locomotivas da CVRD - Período Janeiro a Dezembro de Rio de Janeiro, IVIG/COPPE/UFRJ Hollauer, Gilberto. Prospectivas da Matriz Energética Nacional Apresentação feita na Reunião Regional Preparatória da LAC-REEEP-RS Rio de Janeiro,setembro, International Energy Agency Bioenergy. Bioenergy Project & Biomass Supply,, obtido em free/2007/biomass.pdf, em outubro International Energy Agency Bioenergy. Potential Contribution of Bioenergy to the World s Future Energy Demand, obtido em em outubro Marques, Luiz Guilherme C. Planejamento Estratégico Tecnológico e Logístico para o Programa Nacional de Biodiesel. Instituto Brasileiro do Petróleo Gás e Biocombustiveis /PET-COPPE-UFRJ/ COPPEAD- UFRJ, FIRJAN-RJ outubro de 2007 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Balanço Nacional da Cana de Açúcar e Agroenergia. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Brasília Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plano Nacional de Agroenergia. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, 2ª Edição Revisada. Brasília Ministério de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional de em biocombustiveis.asp acessado em outubro de UNICA. Álcool: combustível limpo e renovável. União da Agroindústria Canavieira de São Pulo - UNICA. com.br/pages/alcool_combustivel.asp,outubro de Companhia Vale do Rio Doce (2007). CVRD é a primeira empresa do país a utilizar biodiesel B20 em suas ferrovias. Rio de Janeiro, release de 31 de julho

9 Ficha Técnica Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais IVIG/COPPE-UFRJ Coordenação Marcos Aurélio Vasconcelos de Freitas Equipe Neilton Fidelis da Silva Cícero Augusto Prudêncio Pimenteira Luis Guilherme Costa Marques Luiz Antonio Rodrigues Dias Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) Coordenação Marina Freitas G. de A. Grossi Suporte de produção Fernanda Abbud Sueli Mendes Consultora Externa Andréa Souza Projeto gráfico Vânia Morais Impressão Gráfica Grafitto Tiragem 1000 exemplares Todos os direitos reservados. Este trabalho foi produzido pela Câmara Técnica de Energia e Mudança do Clima do CEBDS. Este documento está disponível na integra no site Publicado em cebds@cebds.org Patrocinadores Master: Patrocinadores: 15

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