DIREITOS HUMANOS: DIREITO À VERDADE, MEMÓRIA E JUSTIÇA A VIOLÊNCIA NO BRASIL

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1 DIREITOS HUMANOS: DIREITO À VERDADE, MEMÓRIA E JUSTIÇA A VIOLÊNCIA NO BRASIL Introdução Aluna: Vitória Westin Barros Orientador: João Ricardo Wanderley Dornelles No século XX, a América Latina sofreu uma série de golpes que implementaram regimes autoritários em países como Chile, Argentina, Peru e também Brasil. Nestes regimes, havia em comum o comando por parte das forças armadas, apesar de parcelas da sociedade civil terem apoiado e incentivado as ditaduras. Além disto, neste cenário ocorreram diversas violações de direitos humanos lesando diversos direitos fundamentais dos indivíduos através de práticas de tortura e perseguições políticas, por exemplo. Após a ruptura destes regimes, todos os países passaram por um periodo de redemocratização, apesar das particulares de cada Estado. Desta forma, surgiu a justiça transicional que consiste em um conjunto de discursos e práticas para reconciliar a sociedade após a saída de um governo autoritário rumo a uma sociedade democrática. Neste contexto, surge o papel das Comissões da Verdade, instrumentos que foram de grande colaboração para assegurar o direito à verdade e memória das vítimas e seus familiares buscando a verdade dos fatos ocorridos. A transição democrática brasileira encontrou muitos obstáculos, principalmente devido ao modelo proposto que se baseou em uma redemocratização controlada pelos próprios ditadores através de uma política de esquecimento. A Lei de Anistia, por exemplo, representa uma forma de impedir a responsabilização dos culpados pelos crimes contra a humanidade cometidos a partir de um perdão que não foi pautado pelo reconhecimento ou mesmo políticas de memórias com intuito de reparação dos danos, mas apenas com intuito de deixar para trás todos os abusos cometidos durante a Ditadura brasileira. Desta forma, apesar do Estado brasileiro já ter avançado em várias questões como a os testemunhos das vítimas nos trabalhos das Comissões da Verdade possibilitando dar voz aos sujeitos oprimidos, o Brasil infelizmente não realizou integralmente a sua redemocratização, visto que muitas etapas deste processo ainda estão em estágios iniciais, além de por muitos anos a luta pelos direitos à memória e à

2 verdade terem perdido espaço no contexto dos movimentos populares pós Portanto, ainda há muito a ser feito, visto que para se alcançar uma efetiva sociedade democrática, é preciso resgatar o passado, relembrá-lo, para evitar que se repita. 1. O Direito à Memória, Verdade e Justiça De acordo com o filósofo espanhol Reyes Mate, a justiça deveria ser repensada centrando a sua análise na memória que possibilita efetivamente que se dê ouvidos ao sujeito que seria esquecido: a vítima. Desta forma, o autor nos trouxe o conceito de justiça anamnética. É impossível a restauração integral do passado, e, por este motivo, a memória consiste em uma seleção de fatos escolhidos com alguma finalidade. Isto é o que torna a memória um conceito tão sutil, visto que é possível eleger de diferentes formas o que se quer lembrar do passado. No entanto, a memória tem papel crucial em contextos posteriores a regimes autoritários nos quais houve violações graves de direitos humanos. A partir da ideia de relembrar as lesões sofridas, é possível evitar as repetições. Neste sentido, após o maior exemplo existente no mundo que foi o Holocausto na Alemanha nazista, criouse a expressão nunca mais, a qual traduz a ideia de não deixar o passado completamente para trás. Esquecer a história não permitiria o dever de memória, o qual é essencial para a construção de uma sociedade democrática pautado no respeito aos direitos humanos. Contudo, convém destacar que existem bons e maus usos da memoria e é preciso diferenciá-los, conforme propõe Todorov em seus escritos. Escolher as lembranças de fatos passados com o intuito de criar ressentimento nos indivíduos não é a solução adequada, visto que a nova sociedade seria formada em cima de uma fixação pelos acontecimentos anteriores. Este sentimento profundo que um mau uso da memória pode trazer gera, inclusive, futuros conflitos diferentes que, na realidade, estão incrustrados em razões de lembranças sobre um passado não superado. Um bom uso da memória resgata o passado através de um objetivo de lembrar as violações para que não se esqueça suas consequências. O sujeito que foi privado de ter voz no contexto autoritário de violações sofridas pode, enfim, ser escutado pela sociedade. Neste ponto torna-se fundamental diferenciar a memória, que está vinculada a um passado recordado, da rememoração, que relaciona-se a um passado esquecido. Assim, deve-se resgatar não qualquer passado, mas aquele ausente que não

3 foi contado, o qual será relembrado porque foi apagado da história por inúmeras razões. A memória possibilita, portanto, a perspectiva do oprimido, havendo um pensamento pautado na voz que se dá à vítima a partir do exercício de tal direito. As lembranças dos injustiçados no passado são condição para a justiça do presente. Contudo, convém lembrar que os relatos só podem ser realizados através justamente de uma real busca pela verdade, isto é, entender a história com a perspectiva dos oprimidos. O esclarecimento dos fatos é a uma etapa crucial da restauração necessária a um processo de redemocratização, visto que somente a partir do reconhecimento das violações se pode chegar a uma paz social. Neste sentido, os testemunhos das vítimas e seus familiares tem extrema importância não somente para os próprios individuos que finalmente tem possibilidade de fala, como para a sociedade como um todo que pode reconhecer seus erros. O direito à memória, à verdade e à justiça estão estritamente conectados. Porém, ressalta-se que a memória do sofrimento vivido existe como um instrumento para o alcance de uma sociedade que conviva com base na paz e no respeito à dignidade humana. Por isso o testemunho é fator importante tanto para o alcance da verdade como para o exercício do direito da memória, e é a partir dos relatos das vítimas que se verifica o trabalho importante das comissões da verdade conforme o conceito de justiça anamnética. 2. Justiças Transicionais e as Comissões da Verdade Surgido o termo na década de 1980, o processo de justiça de transição é delicado e ocorre em momentos posteriores a regimes autoritários em que se pretende voltar a uma realidade democrática. A justiça transicional significa um conjunto heterogêneo de práticas pelas quais se persegue, em diversas escalas espaciais e temporais, propósitos relacionados a reconciliar sociedades. Não existe um modelo único, porém há alguns parâmetros para análise de elementos básicos, entre eles a reparação dos danos, o fornecimento da verdade, a regulação da justica e a reforma das instituições. Logo, um processo transicional completo só estaria complete com a concretização de todos os elementos. Por isso, conclui-se que o Brasil está em estágios diferentes de acordo com cada etapa, contundo, em um panorama geral, encontra-se bastante atrasado em relação a outros países da América Latina.

4 O Tribunal de Nuremberg, realizado após o final II Guerra Mundial, foi um marco importante no assunto porque criou a ideia dos crimes contra a humanidade dentro do Direito Internacional. Tais crimes são aqueles pelos quais não se pode alegar a legalidade prévia ou mesmo a obediência devida para desviar a responsabilidade pelos atos cometidos em regimes autoritários, como é o caso da prática de tortura, por exemplo. Desta forma, houve uma revolução no âmbito dos direitos humanos através do julgamento de autoridades políticas e militares de Estados europeus diante deste tribunal por conta de abusos de direitos humanos. As experiências no Cone Sul latino-americano tiveram papel decisivo na definição de novos modelos de uma justiça transicional. O caso argentino é uma referência fundamental. Em 1983, o Presidente Raúl Afonsin decidiu realizar o julgamento penal dos governantes do país durante a Ditadura, além de criar uma comissão de investigação dos crimes cometidos chamada de Comisión Nacional sobre la Desaparición de Personas (CONADEP). O relatório final Nunca Más desta órgão promoveu a expressão que tornou-se símbolo da luta dos movimentos por uma justiça em momentos de redemocratização. Contudo, apesar da Argentina ser um caso fundamental para debater a responsabilidade legal por violações de direitos humanos, grande parte dos países que passaram por contextos de transições democráticas na América Latina utilizaram anistias. Desta forma, diante de um padrão de impunidade, as comissões de verdade tornam-se a única saída para obter a verdade almejada pela sociedade. No Peru ocorreu a primeira experiência de testemunhos de vítimas e familiares foi através de audiências púlicas realizadas no âmbito da comissão da verdade do país, o que foi um ponto de partida na região. A autora Priscilla Hayner definiu, em 2010, Comissões de Verdade como instituições com foco no passado com intenção de alterar políticas públicas, práticas e relações com o futuro, de forma a respeitar aqueles que foram afetados por violações de direitos humanos. Após ter uma definição feita em 2002 bastante criticada, a autora incluiu em seu conceito um elemento subjetivo crucial: o envolvimento amplo das vítimas no processo. Por isso os relatos dos injustiçados devem ter valor fundamental nos trabalhos das comissões. Destaca-se que as comissões da verdade não são tribunais justamente porque não são instituídas para julgar, mas apenas para buscar a verdade em relação às violações ocorridas. Elas foram criadas no Cone Sul como um mecanismo alternativo de justiça

5 com foco na reparação da vítima, dentro de um contexto de impossibilidade de responsabilização legal dos agentes responsáveis pelas lesões de direitos humanos. Atualmente, porém, elas já não são entendidas apenas mecanismos alternativos, sendo uma forma complementar de justiça. Se antes havia uma oposição entre a justiça criminal dos culpados e a verdade dos fatos ocorridos, agora existe uma possibilidade de somar estes dois fatores levando a justiça e a verdade em conjunto de medidas possíveis a serem tomadas no processo de reconciliação social. Não é necessário haver um contexto de impunidade para haver comissões de verdade, visto que as comissões tem papel fundamental neste processo ao dar voz às vítimas e familiares. Os trabalhos destes órgãos buscam satisfazer a necessidade dos oprimidos pelos regimes autoritários de contar usas histórias para que elas possam ser ouvidas pela sociedade. 3. A Transição Democrática Brasileira A transição democrática brasileira foi realizada de forma a não concretizar os direitos à memória, verdade e justiça das vítimas da Ditadura Militar e seus familiares através do impedimento da responsabilização dos culpados pelos crimes de direitos humanos cometidos e também pela falta de políticas públicas visando à reparação dos danos. Isto reflete até hoje na conduta de algumas instituição do Estado, como é o caso principalmente das Forças Armadas. As forças de segurança brasileiras mantém práticas autoritárias e se negam a fornecer informações sobre os abusos cometidos. No entanto, há instituições que trabalham em políticas públicas de memórias, como, por exemplo, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva incrementou os mecanismo de reparação através da criação do projeto Memórias Reveladas, o qual disponibilizou documentos do período autoritário, além de propor o projeto de lei da Comissão Nacional da Verdade que definitivamente foi um divisor de águas na concretização de direitos até então adormecidos na recém democracia brasileira. O principal empecilho durante a justiça transicional no caso brasileiro foi a ideia de reconciliação ser pautada uma política de esquecimento, criando obstáculos aos julgamentos por crimes contra a humanidade e às políticas públicas de memória. O esquecimento, no entanto, ao invés de conduzir à reconciliação social, na realidade,

6 cria um grande impedimento para alcançar uma democracia. O reconhecimento das violências é a única forma de permitir a concretização da paz social. Tal fato se deve principalmente à condução da transição que foi controlada pelos governantes autoritários. Ademais, com o context da redemocratização e os intensos debates na Assembleia Constituinte que originou a Constituição Cidadã de 1988, a temática de direitos humanos violados na ditadura militar ficou posta de lado diante das várias reinvidações populares. Após anos de opressão, os movimentos sociais voltaram com força ao cenário político, o que tornou a luta das vítimas e familiares das violações cometidas no periodo ditatorial restrito a segmentos isolados da sociedade. A falta de mobilização popular, portanto, representou um fator colaborador para a ausência de políticas públicas mais eficazes sobre o tema. Na esfera judical, o Brasil editou a Lei de Anistia em 1979 como uma estratégia dos próprios perpetradores do regime autoritário com intuito de realizar uma transição lenta, gradual e segura, na qual o objetivo era impedir a culpabilização do responsáveis por crimes contra a humanidade. A anistia, no âmbito jurídico, é o perdão. Contudo, o perdão não se relaciona com o esquecimento, mas sim com reconhecimento e arrependimento. Desta forma, o direito à memoria e à verdade são essenciais dentro da ideia do perdão que não condiz com os mecanismos de impunidade e esquecimento que foram adotadas pelo Estado brasileiro. Um exemplo na análise das anistias é a África do Sul que, no contexto de transição pós Apartheid, realizou processo de anistia a partir da ideia de que os julgamentos penais aos criminosos que apoiaram as práticas segregacionistas poderiam impusionar uma guerra civil. A divisão no país seria tão grande que criaria um profundo sentimento de ódio e ressentimento dos oprimidos em face dos opressores. Desta forma, a alternativa encontrada foi a realização de uma anistia, no entanto, diferentemente do Brasil, não associada à ideia de esquecimento das práticas abusivas. Independentemente das particularidades de cada país, é importante perceber a possibilidade de mecanismos para concretizar o perdão judicial. Por outro lado, também houve a experiência da Argentina que foi um caso paradigmático no qual os movimentos sociais relacionados aos direitos das vítimas e familiares do período autoritário atuaram e colaboraram para a derrubada da anistia concedida aos ditadores, havendo julgamentos dos militares. O caso argentino exemplica muitos avanços na temática de direitos à memória e à verdade e mostra que

7 nem sempre a anistia é a unica solução para a construção de uma nova sociedade após regimes que violam direitos humanos. No Estado Brasileiro, os agentes públicos impediram acesso a documentos públicos importantes que esclarecem fatos históricos e as Forças Armadas sequer se arrependeram publicamente pelos seus atos. O ato de anistia brasileira em nenhum momento dialogou com o conceito de perdão, mas teve base apenas em um esquecimento das mortes, perseguições, torturas e todas as demais violações ocorridas durante a Ditadura Civil-Militar. A Lei da Anistia teve papel importante na representação de uma tentativa de lançar um véu de esquecimento sobre os crimes cometidos sem a realização uma política de transição que possibilitasse uma verdadeira democracia. Ainda que existam diversos avanços no sentido de reconhecer os crimes cometidos através de programas como a implementação da Diretriz sobre o Direito à Memória e à Verdade no III Programa Nacional de Direitos Humanos, e, obviamente, o trabalho forte das Comissões da Verdade, ainda existem obstáculos. O principal é a decisão da ADPF 153 no Supremo Tribunal Federal, reafirmando a validade da Lei de Anistia e tentando encerrar as discussões sobre a necessidade de rever a opção de transição escolhida pelo Brasil. Nesta ação, o STF deliberou pela eficácia da lei e pela validade de sua interpretação de anistia bilateral aos resistentes e aos perpetradores do regime, o que, na prática, nega o direito de proteção judicial das vítimas. Todavia, detaca-se a importância do Caso Araguaia contra o Estado Brasileiro tramitado na Corte Interamericana, na qual o país foi condenado pela não abertura dos arquivos relacionados à ditadura, além da não revelação do paradeiro dos desaparecidos políticos na Guerrilha do Araguaia. Segundo jurisprudência já consolidada da Corte, a anistia não pode ser impedimento para o processamento de crimes contra a humanidade, havendo uma enorme divergência entre a decisão do STF e o entendimento da Corte Interamericana, órgão da Organização dos Estados Americanos do qual o Brasil faz parte. Conclusão Após a vivência de um período de Ditadura Civil-Militar na história brasileira, ressalta-se a necessidade de avaliar seus efeitos que se propagam até os dias atuais. A

8 transição política no país é alvo de muitas críticas, visto que não foi realizada de forma a concretizar os direitos à verdade, memória e justiça dos tantos indivíduos afetados pelas violações de direitos humanos ocorridas. Desta forma, isto impossibilitou a existência de uma real transição democrática, ainda havendo resquícios dos traços do regime autoritário na sociedade brasileira. O direito à memória e à justiça estão profundamente conectados, como expõe o filósofo espanhol Reyes Matte: La memoria no es un adorno sino un acto de justicia. A busca pela vida em democracia tem como elemento essencial o direito de saber, conhecer e entender a verdade. Isto significa que somente através da verdade podemos exercitar a recordação que se traduz, portanto, no alcance da justiça. A expressão nunca mais explicita o papel da memória neste âmbito que vai além do lembrar, já que também inclui a ideia de recordar os fatos para que eles não sejam repetidos. As justiças transicionais foram processos os quais utilizaram de uma diversidade de mecanismos com intuito de sair de um regime autoritário e recuperar um regime democrático através do conhecimento dos fatos ocorridos, da responsabilização dos culpados pelas violações de direitos humanos, da reforma das instituições e da reparação dos danos causados às vítimas. Não existe um modelo universal de justiça transicional, sendo este adaptado e modelado às condições de cada país. Dentro deste contexto, surgiram as Comissões da Verdade que tiveram papel de grande relevância para a concretização destas transições. É de suma importância avaliar o caso da Argentina na transição democrática. Neste país, houve uma ruptura entre os dois regimes, diferentemente do caso brasileiro. O caso argentino criou possibilidades sociais, políticas e jurídicas para responsabilização legal das violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura. No país foram realizadas investigações penais, ocorrendo a primeira condenação de militares por um tribunal da América Latina, além da forte atuação da Comissão da Verdade que serviu de exemplo para os outros países do Cone Sul latino-americano. No entanto, no Brasil, tais possibilidades foram extintas por conta da política de impunidade e de esquecimento que foram a base dos governos pós ditadura, principalmente pela Lei de Anistia que impediu a responsabilização dos abusos de direitos humanos. Devido ao forte controle do governo na justiça transicional brasileira, tornou-se difícil especificar exatamente em qual momento o Brasil deixou

9 de viver um regime autoritário e passou a viver um regime democrático. A máxima da transição lenta, gradual e segura foi a escolha dos próprios ditadores para o processo que ocorreu no país. Desta forma, não houve uma depuração do Poder Judiciário após a ditadura, o que colaborou para que fosse mantida a mentalidade autoritária no país, além de manter a realidade de violações aos direitos das vítimas e seus familiares. A mobilização popular voltou ao cenário político após o período de repressão no contexto da elaboração da Constituição Brasileira de 1988, que possibilitou grande participação da sociedade civil nas suas discussões. Contudo, isso gerou uma fragmentação dos movimentos sociais e o tema da justiça transicional ficou restrito ao movimento dos familiares dos mortos e desaparecidos políticos. A baixa articulação social por demandas relacionados às políticas de transição começou a se alterar no ano de 2002, em que houve aprovação da Lei que responsabiliza o Estado por atos do Estado de Exceção, desde que os atos não sejam morte ou desaparecimento. Desde então, surgiram movimentos como os Grupos Totura Nunca Mais que trouxeram a justiça de transição como tema de interesse coletivo e não mais restrito ao âmbito dos familiares e vítimas dos que foram diretamente afetados. O principal obstáculo para as demandas destes movimentos é a decisão do STF sobre a Lei de Anistia tornando-a formalmente válida no ordenamento jurídico brasileiro. A alternativa para a busca da justiça no Brasil no atual contexto tornou-se a atuação para além da decisão do Supremo Tribunal Federal, sendo essencial a articulação social pressionando a agenda política. Além disso, outra possibilidade é o acionamento dos tribunais internacionais como a Corte Interamericana de Direitos Humanos, tendo papel importante na mobilização social. Referências Bibliográficas ABRÃO, P. e TORELLY, M. (2012). Justiça de transição e a eficácia da lei de anistia no brasil: alternativas para a verdade e a justiça in DORNELLES, J. et al. (Orgs). Direitos Humanos: Justiça, Verdade e Memória. Rio de Janeiro, p

10 FILHO, J. (2012). Entre a anistia e o perdão: memoria e esquecimento na transição política brasileira qual reconcialição? in DORNELLES, J. et al. (Orgs). Direitos Humanos: Justiça, Verdade e Memória. Rio de Janeiro, p GÓMEZ, J. (2012). Justiça transicional, humanitarismo compassivo e ordem global liberal pós Guerra-fria in DORNELLES, J. et al. (Orgs). Direitos Humanos: Justiça, Verdade e Memória. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p MELO, C. (2012). Memória como justiça: apontamentos sobre comissões de verdade in DORNELLES, J. et al. (Orgs). Direitos Humanos: Justiça, Verdade e Memória. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p RUIZ, C. (2012). Justiça anmnética e alteridade ferida, por uma justiça das vítimas in in DORNELLES, J. et al. (Orgs). Direitos Humanos: Justiça, Verdade e Memória. Rio de Janeiro: Lumen Juris, p

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