UM POUCO DE DIREITO DO CONSUMIDOR
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- Nelson Neves Aragão
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1 UM POUCO DE DIREITO DO CONSUMIDOR Direito do Consumidor tem origem nas sociedades capitalistas centrais (EUA, Inglaterra, Alemanha e França), sendo que as primeiras legislações protetivas dos direitos dos consumidores surgiram nos EUA, o Federal Trade Commission Act (1914) e o Consumer Product Safety Act, e se consolidaram após o pronunciamento de John F. Kennedy ao Congresso norte-americano, em Em 15 de março de 1962, em mensagem especial ao Congresso sobre a problemática do consumidor, o presidente dos EUA identificou os pontos mais importantes em torno da questão: 1) os bens e serviços colocados no mercado devem ser sadios e seguros para o uso, promovidos e apresentados de uma maneira que permita ao consumidor fazer a escolha satisfatória; 2) que a voz do consumidor seja ouvida no processo de tomada de decisão governamental que determina o tipo, a qualidade e o preço de bens e serviços colocados no mercado; 3) tenha o consumidor o direito de ser informado sobre as condições e serviços; 4) e ainda o direito a preços justos. Seguindo o exemplo do presidente norte-americano, a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, em sua 29ª Sessão, em 1973, em Genebra, reconheceu basicamente aqueles princípios como direitos fundamentais do consumidor, conforme Miriam de Almeida Souza, em A Política Legislativa do Consumidor no Direito Comparado, Salvador : Nova Alvorada Edições, 1996, págs. 59/60. 1 / 6
2 Já na Europa, a Loi Royer (França, 1973), a AGB Gesetz (dispositivo legal de 1976 protegendo os consumidores alemães das cláusulas abusivas), a Lei Portuguesa nº 29, de 1981, e a Ley General para la Defensa de los Consumidores y Usuarios (Espanha, 1984) foram pioneiras. No Brasil, o Direito do Consumidor, enquanto fonte de normas reguladoras das relações de consumo, foi implementado com a promulgação da Lei nº 8.078, de 1990, fruto de um árduo trabalho que se iniciou com a redemocratização do País, como bem explicou o professor argentino Gabriel Stiglitz: "A descontinuidade dos sistemas democráticos gerou um atraso notório no próprio florescimento do Direito do Consumidor (incompatível com regimes jurídicos de fonte autoritária), que bem consolidado na Europa dos anos 70 e antes ainda nos EUA não chegou a se desenvolver na América Latina, à exceção do México e da Venezuela, senão uma década depois, quando se dá a mais ampla restauração do Estado de Direito em nossos países" Revista do Direito do Consumidor, vol. 6, pág Enquanto nos países centrais o Direito do Consumidor está consolidado, nos países periféricos emergentes há a necessidade de implementar-se, diariamente, os dispositivos fundamentais à proteção do consumidor. Recentemente, ficou claro que esta luta diária deve ser permanente, ainda mais em tempo de globalização. Neste sentido, a tentativa de uniformização de legislações entre os quatro países-membros do Mercosul, ocorrida no final do ano passado, através da assinatura de tratado internacional revela que o neoliberalismo, justificado agora pela globalização, vem tentando acossar o Direito do Consumidor, como já fez com o Direito do Trabalho. Entre os quatro países-membros do Mercosul, o mais desenvolvido em termos de Direito do Consumidor é o Brasil, seja pelo próprio CDC, como pela doutrina e jurisprudência consumeristas. Nos últimos anos, desde a promulgação do Código, a consciência de cidadania do consumidor brasileiro vem aumentando, o que refletiu em mudanças no "estilo" de muitos fornecedores/prestadores de serviços e, por óbvio, em demandas judiciais específicas. 2 / 6
3 Com isto, criou-se uma classe de operadores jurídicos especializados nos temas das relações de consumo e o saber específico difundiu-se, originando, ao que nos parece, um movimento consumerista, ainda não muito ordenado, com características diferentes dos movimentos americano e europeu. UM POUCO DE DIREITO DO CONSUMIDOR Direito do Consumidor tem origem nas sociedades capitalistas centrais (EUA, Inglaterra, Alemanha e França), sendo que as primeiras legislações protetivas dos direitos dos consumidores surgiram nos EUA, o Federal Trade Commission Act (1914) e o Consumer Product Safety Act, e se consolidaram após o pronunciamento de John F. Kennedy ao Congresso norte-americano, em Em 15 de março de 1962, em mensagem especial ao Congresso sobre a problemática do consumidor, o presidente dos EUA identificou os pontos mais importantes em torno da questão: 1) os bens e serviços colocados no mercado devem ser sadios e seguros para o uso, promovidos e apresentados de uma maneira que permita ao consumidor fazer a escolha satisfatória; 2) que a voz do consumidor seja ouvida no processo de tomada de decisão governamental que determina o tipo, a qualidade e o preço de bens e serviços colocados no mercado; 3) tenha o consumidor o direito de ser informado sobre as condições e serviços; 4) e ainda o direito a preços justos. 3 / 6
4 Seguindo o exemplo do presidente norte-americano, a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas, em sua 29ª Sessão, em 1973, em Genebra, reconheceu basicamente aqueles princípios como direitos fundamentais do consumidor, conforme Miriam de Almeida Souza, em A Política Legislativa do Consumidor no Direito Comparado, Salvador : Nova Alvorada Edições, 1996, págs. 59/60. Já na Europa, a Loi Royer (França, 1973), a AGB Gesetz (dispositivo legal de 1976 protegendo os consumidores alemães das cláusulas abusivas), a Lei Portuguesa nº 29, de 1981, e a Ley General para la Defensa de los Consumidores y Usuarios (Espanha, 1984) foram pioneiras. No Brasil, o Direito do Consumidor, enquanto fonte de normas reguladoras das relações de consumo, foi implementado com a promulgação da Lei nº 8.078, de 1990, fruto de um árduo trabalho que se iniciou com a redemocratização do País, como bem explicou o professor argentino Gabriel Stiglitz: "A descontinuidade dos sistemas democráticos gerou um atraso notório no próprio florescimento do Direito do Consumidor (incompatível com regimes jurídicos de fonte autoritária), que bem consolidado na Europa dos anos 70 e antes ainda nos EUA não chegou a se desenvolver na América Latina, à exceção do México e da Venezuela, senão uma década depois, quando se dá a mais ampla restauração do Estado de Direito em nossos países" Revista do Direito do Consumidor, vol. 6, pág Enquanto nos países centrais o Direito do Consumidor está consolidado, nos países periféricos emergentes há a necessidade de implementar-se, diariamente, os dispositivos fundamentais à proteção do consumidor. Recentemente, ficou claro que esta luta diária deve ser permanente, ainda mais em tempo de globalização. Neste sentido, a tentativa de uniformização de legislações entre os quatro países-membros do Mercosul, ocorrida no final do ano passado, através da assinatura de tratado internacional revela que o neoliberalismo, justificado agora pela globalização, vem tentando acossar o Direito do Consumidor, como já fez com o Direito do Trabalho. Entre os quatro países-membros do Mercosul, o mais desenvolvido em termos de Direito do 4 / 6
5 Consumidor é o Brasil, seja pelo próprio CDC, como pela doutrina e jurisprudência consumeristas. Nos últimos anos, desde a promulgação do Código, a consciência de cidadania do consumidor brasileiro vem aumentando, o que refletiu em mudanças no "estilo" de muitos fornecedores/prestadores de serviços e, por óbvio, em demandas judiciais específicas. Com isto, criou-se uma classe de operadores jurídicos especializados nos temas das relações de consumo e o saber específico difundiu-se, originando, ao que nos parece, um movimento consumerista, ainda não muito ordenado, com características diferentes dos movimentos americano e europeu. Se hoje estes arrefeceram, o nosso, ao revés, cresce, na medida em que há um maior envolvimento e participação do cidadão/consumidor brasileiro em questões que envolvam os direitos de terceira geração. público alvo Este curso destina-se para os profissionais de Direito (incluindo alunos da graduação) e também para profissionais das Relações Internacionais, Economia e Comércio Exterior com conhecimentos básicos na área de Direito do Consumidor. Profissionais que tenham como objetivo alavancar resultados por meio de uma estrutura mais estratégica.se hoje estes arrefeceram, o nosso, ao revés, cresce, na medida em que há um maior envolvimento e participação do cidadão/consumidor brasileiro em questões que envolvam os direitos de terceira geração. público alvo Este curso destina-se para os profissionais de Direito (incluindo alunos da graduação) e também para profissionais das Relações Internacionais, Economia e Comércio Exterior com conhecimentos básicos na área de Direito do Consumidor. Profissionais que tenham como objetivo alavancar resultados por meio de uma estrutura mais estratégica. 5 / 6
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