ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA DA CADEIA DA MADEIRA NO MATO GROSSO COM FOCO NA REGIÃO NOROESTE Relatório Final

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1 ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA DA CADEIA DA MADEIRA NO MATO GROSSO COM FOCO NA REGIÃO NOROESTE Relatório Final 20/07/2016 Autor: Ricardo Woldmar Revisão: Cecilia Simões Coordenação: Andrea Aguiar Azevedo Este trabalho tem como objetivo trazer elementos técnicos de apoio à tomada de decisão, bem como levantar os principais dados disponíveis sobre a sustentabilidade econômica, ambiental e social da cadeia produtiva florestal no estado do Mato Grosso. Financiadores Gestão administrativa e financeira Implementação

2 1 OBJETIVO DO TRABALHO Objetivo: Identificar e analisar elementos chave para o processo de decisão sobre a sustentabilidade econômica, ambiental e social do mercado da madeira no noroeste do Mato Grosso. Duração : Março Maio 2016 INFORMAÇÕES SOBRE A CONTRATADA: Nome da instituição: Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) Tipo de instituição: Organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) Ano de estabelecimento: 1995 Endereço de localização da sede: SHIN CA 5, Bloco J2, Sala Lago Norte, Brasília - DF, Endereço de localização no Mato Grosso: Rua Cursino do Amarante, 588 Bairro do Quilombo, Cuiabá MT, Website: ELABORAÇÃO Coordenação geral: Andrea Azevedo, PhD; Bióloga e Diretora Adjunta do IPAM com foco em Políticas Públicas de uso do solo. Pesquisador responsável: Ricardo Woldmar, Msc; Economista Ambiental e Pesquisador Auxiliar do IPAM com foco em estudos de viabilidade econômica de cadeias produtivas. Pesquisador assistente: Cecília Simões, PhD; Bióloga e Pesquisadora Auxiliar do IPAM com foco em pesquisas científicas e REDD. Consultoria: ECO2 Serviços Ambientais Ltda Agradecimentos: Marisa Cristina Larios Vieira CONTRATAÇÃO DO TRABALHO Nome da Instituição: ONF Brasil Tipo de instituição: Fundada em 1999, a ONF Brasil é uma empresa florestal brasileira, filial da ONF International (ONFI), uma companhia do grupo ONF - Office National des Forêts (ONF) Endereço: Fazenda São Nicolau Caixa Postal Cotriguaçu/MT Website:

3 2 Sumário Lista de Acrônimos Sobre as instituições envolvidas no trabalho Introdução Sumário Executivo Material e métodos REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E SÍNTESE DO MERCADO DA MADEIRA Aspectos mercadológicos do setor florestal a) Síntese do mercado mundial b) Síntese do mercado nacional c) Síntese do mercado estadual d) Síntese do mercado na região noroeste do Mato Grosso Aspectos econômicos do setor florestal a) Preços e viabilidade econômica em Mato Grosso b) Custo de produção e viabilidade econômica de Eucalipto e Teca no Mato Grosso c) Custo de produção e viabilidade econômica do manejo florestal em Cotriguaçú d) Custo de processamento no Mato Grosso e Cotriguaçu Transporte e logística no setor florestal Aspectos legais e tributários do setor florestal a) Legislação federal e estadual b) Principais tributos do setor florestal no Mato Grosso c) Carga tributária no setor florestal em nível nacional Aspectos produtivos de espécies exóticas e nativas a) Descrição do processo de exploração de madeira nativa b) Descrição do processo de implantação de florestas plantadas Aspectos sociais do setor florestal a) Número de empregos no estado do Mato Grosso b) Região noroeste do Mato Grosso c) Aspectos sociais gerais do manejo florestal d) Aspectos sociais gerais das florestas plantadas Aspectos ambientais de florestas e melhores práticas do setor a) Florestas plantadas b) Florestas nativas e ilegalidade... 39

4 3 ESTUDOS DE CASO Estudos de caso - TECA Estudos de caso - EUCALIPTO Estudo de caso MANEJO FLORESTAL Estudo de caso MANEJO FLORESTAL Estudos de caso PROCESSAMENTO PRIMÁRIO Estudos de caso PROCESSAMENTO SECUNDÁRIO Compilação das simulações dos estudos de caso Leis e licenças que mais impactaram a atividade florestal Certificação e exigência internacionais Análise SWOT Comentários finais Referências Bibliográficas ANEXO... 80

5 4 Lista de Tabelas Tabela 1. Volume e comércio nacional Tabela 2. Volume e comércio estadual Tabela 3. Valor Bruto da Produção (VBP) por setor no Mato Grosso Tabela 4. Número, consumo, produção, empregos e receita bruta na região noroeste Tabela 5. Diferença de preço praticado por produto no mercado nacional e internacional Tabela 6. Principais Leis que impactam o setor florestal Tabela 7. Incidência tributária de acordo com a etapa da cadeia de produção Tabela 8. Histórico de arrecadação tributária no Mato Grosso Tabela 9. Variação e distribuição dos postos de trabalho na cadeia produtiva florestal Tabela 10. PIB per capta dos municípios do Mato Grosso Tabela 11. Principais indicadores sociais da região noroeste Tabela 12. Estabelecimentos da agricultura familiar na região noroeste Tabela 13. Desmatamento na região noroeste Tabela 14. Certificação no Mato Grosso Tabela 15. Receitas de Teca Tabela 16. Indicadores de viabilidade econômica da Teca Tabela 17. Variáveis para o fluxo de caixa da Teca Tabela 18. Análise de sensibilidade - TIR Tabela 19. Análise de sensibilidade - VPL Tabela 20. Receitas de Eucalipto Tabela 21. Indicadores de viabilidade econômica do Eucalipto Tabela 22. Variáveis para o fluxo de caixa de Eucalipto Tabela 23. Análise de sensibilidade - TIR Tabela 24. Análise de sensibilidade - VPL Tabela 25. Preços de espécies nativas Tabela 26. Custo de um manejo florestal sustentável Tabela 27. Indicadores de viabilidade econômica de um manejo florestal sustentável Tabela 28. Variáveis para um fluxo de caixa de manejo florestal sustentável Tabela 29. Análise de sensibilidade - TIR Tabela 30. Análise de sensibilidade - VPL Tabela 31. Preço de espécies nativas - FSN Tabela 32. Custos de um manejo florestal sustentável - FSN Tabela 33. Indicadores de viabilidade econômica - FSN Tabela 34. Indicadores de viabilidade econômica - FSN (sem aquisição de terra) Tabela 35. Variáveis do fluxo de caixa - FSN Tabela 36. Análise de sensibilidade - TIR (exploração em 25 anos) Tabela 37. Análise de sensibilidade - VPL (exploração em 25 anos) Tabela 38. Análise de sensibilidade - TIR (exploração em 10 anos) Tabela 39. Análise de sensibilidade - VPL (exploração em 10 anos) Tabela 40. Logística rodoviária de uma Serraria Tabela 41. Volumes e preços de uma Serraria... 60

6 5 Tabela 42. Custo de mão de obra de uma Serraria Tabela 43. Custos de produção de uma Serraria Tabela 44. Logística rodoviária de uma Beneficiadora Tabela 45. Volume e preços de uma Beneficiadora Tabela 46. Custos de mão de obra de uma Beneficiadora Tabela 47. Custos de produção de uma Beneficiadora Tabela 48. Compilação das simulações de viabilidade econômica dos estudos de caso Tabela 49. Compilação dos resultados das Análises de Sensibilidade dos estudos de caso Tabela 50. Leis e licenças que mais impactam a atividade florestal dos estudos de caso Tabela 51. Certificação e exigências internacionais para os estudos de caso Lista de Figuras Figura 1. Custos de produção de Teca Figura 2. Custos de produção de Eucalipto Figura 3. Exemplo de um processamento primário... 59

7 6 Lista de Acrônimos ABIMCI APF APP AUTEX BNDES C&F CAR CDB CIF CIPEM CITES CONAMA CPP CRA CSS DAP DOF FAMAD FCO FETHAB FGV FIPLAN Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente Autorização Prévia de Funcionamento Área de Proteção Permanente Autorização de Exploração Florestal Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Cost and Freight Cadastro Ambiental Rural Convenção de Diversidade Biológica Cost Insurance and Freight Centro das Industrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado do Mato Grosso Convenção Sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção Conselho Nacional do Meio Ambiente Centro de Pesquisas do Pantanal Cotas de Reserva Ambiental Contribuição Social para a Saúde Declaração de Aptidão ao Pronaf Documento de Origem Florestal Fundo de Apoio à Madeira Fundo Constitucional do Centro Oeste Fundo Estadual de Transporte e Habilitação Fundação Getúlio Vargas Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças

8 7 FOB FSN FUNRURAL IBAMA IBGE ICMS IDH IFT IMA IMAZON IMEA IPAM IPI ITR LI LO LP MDF MDP MO NR ONF PCI PCMSO PDFS Freight on Board Fazenda São Nicolau Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços Índice de Desenvolvimento Humano Instituto Florestal Tropical Incremento Médio Anual Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia Imposto de Produtos Industrializados Imposto Territorial Rural Licença de Instalação Licença de Operação Licença Prévia Medium-Density Fiberboard Medium-Density Particleboard Mão de Obra Normas Regulamentadoras Organização Nacional de Florestas Estratégia Produzir, Conservar e Incluir Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional Plano de Desenvolvimento Florestal Sustentável

9 8 PIB PMFS POA PPRA PRA PSS REDD+ RL SAE SAG SEDEC SEFAZ SEUC SFB SICAR SWOT TIR TMA VBP VPL Produto Interno Bruto Planos de Manejo Florestal Sustentável Plano Operacional Anual Programa de Controle Médico de Saúde Ambiental Programa de Regularização Ambiental Plano de Suprimento Sustentável Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Reserva Legal Proposta de Anteprojeto de Lei da Política Nacional de Florestas Plantadas Secretaria Adjunta de Agricultura Secretaria de Desenvolvimento Econômico Secretaria de Estado da Fazenda Sistema Estadual de Unidades de Conservação Serviço Florestal Brasileiro Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats Taxa Interna de Retorno Taxa Media de Atratividade Valor Bruto da Produção Valor Presente Líquido

10 9 1. Sobre as instituições envolvidas no trabalho O IPAM é uma organização ambiental sem fins lucrativos, fundada em O Instituto tem a missão de contribuir para um processo de desenvolvimento da Amazônia que atenda às aspirações sociais e econômicas da população e, ao mesmo tempo, mantenha a integridade funcional dos ecossistemas da região. O IPAM atua em diversas áreas, como pesquisa científica, desenvolvimento e avaliação de políticas públicas, capacitação e apoio a populações tradicionais, desenvolvimento rural de baixas emissões de carbono, fortalecimento e implementação de políticas de REDD+. A ONF Brasil, junto com o Centro de Pesquisas do Pantanal (CPP) e a ONF International, implementam o projeto PETRA, financiado pelo FFEM entre 2012 e O objetivo do projeto é contribuir para o desenvolvimento sustentável da região noroeste do Mato Grosso, considerada como uma região teste e piloto para que as políticas públicas permitam tornar compatível o crescimento das regiões de fronteira agrícola e preservação das florestas. O projeto permitirá, em particular, desenvolver o potencial da fazenda São Nicolau como plataforma de recursos em benefício dos agentes locais, do Estado do Mato Grosso e da região amazonense brasileira. 2. Introdução O IPAM busca por meio deste trabalho, fazer um levantamento técnico e econômico do setor florestal do Mato Grosso, com foco na região noroeste com o objetivo de reunir os principais elementos que influenciam o desenvolvimento econômico, social e ambiental do setor florestal na região. Adicionalmente este estudo busca trazer elementos de decisão para a ONF Brasil sobre a sustentabilidade econômica da Fazenda São Nicolau (FSN). O estudo colabora para a estratégia Produzir, Conservar e Incluir (PCI) que junto com o Governo do estado do Mato Grosso, setor privado e sociedade civil, buscam dentre outros, acabar com o desmatamento ilegal até 2020 e aumentar a área de manejo florestal sustentável em 3,2 milhões de hectares bem como aumentar a área de florestas plantadas em 500 mil hectares até Portanto este estudo almeja trazer informações de caráter técnico-econômico como suporte para a tomada de decisão de atores da sociedade de forma a contribuir com o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva florestal madeireira no estado do Mato Grosso.

11 10 3. Sumário Executivo Este estudo levantou os principais fatores que influenciam o desenvolvimento do setor florestal no Mato Grosso. O trabalhou abordou os aspectos mercadológicos, econômicos, fiscais e tributários, sociais e ambientais da fase produtiva de florestas nativas e plantadas, bem como o processamento primário e secundário, pois estes dois setores desempenham um papel crucial como consumidores e geradores de demanda dos produtos florestais. Nesse sentido, realizamos uma extensa revisão da literatura desde a produção de espécies nativas e plantadas até a fase de processamento primário e secundário de madeira. Os aspectos estudados foram à demanda de mercado, aspectos econômicos, regulatórios, produtivos e aspectos ambientais. A começar pelos aspectos mercadológicos, o tamanho do setor florestal mundial em 2012 foi da ordem de aproximadamente US$ 240 bilhões dos quais 42% foram de papel e papelão e o restante pelos demais produtos e subprodutos florestais com destaque à celulose, serrados e compensados. Desse total, cerca de 91% foi comercializado na fase de transformação primária e secundária e apenas 9% realizado na fase de produção. Isso indica a importância da industrialização como gerador de emprego e renda em uma economia florestal e consequentemente sua influencia na demanda sobre matéria prima de origem florestal (CIPEM, 2014) No Mato Grosso em particular, dos 10,3 milhões de metros cúbicos produzidos em 2013, a grande maioria (96%) foi de origem nativa dos quais apenas 1,4 milhões foram provenientes de PMFS - Planos de Manejo Florestal Sustentável. A madeira nativa é vendida em sua maioria em tora para industrialização no estado e muitas vezes exportada. De acordo com os produtores entrevistados neste estudo, o seu principal diferencial competitivo é a alta qualidade se comparada a madeira plantada. Já o restante da matéria prima florestal (4%) foi proveniente de reflorestamento, dos quais 317 mil hectares foram de Eucalipto e 61 mil hectares de Teca. A produção de madeira de eucalipto é em grande parte para abastecer a crescente demanda de biomassa para a agricultura, embora haja também uma tendência de produção de tora para processamento. Já a produção de Teca é em grande parte destinada a exportação em tora devido à alta demanda internacional de produtos de qualidade intrínseca à especie. Embora o estado conte com uma indústria de transformação florestal consolidada com um grande número de empresas, o setor vem enfrentando dificuldades. Em termos gerais, os principais desafios estão relacionados à competição

12 11 desleal com madeira ilegal, insegurança regulatória, excessiva burocracia e morosidade pelos órgãos ambientais, escassez de mão de obra qualificada, dificuldade de acesso a financiamento e logística precária. Uma característica importante do setor florestal se comparado com importantes cadeias da agricultura no Mato Grosso é sua capacidade na geração de divisas financeiras por meio de impostos e geração de empregos. Com um VBP de apenas R$ 233 milhões (ou 0,5% do VBP agrícola-pecuário do MT) o setor foi capaz de gerar um Produto Interno Bruto (PIB) na ordem de R$ 3,5 bilhões em 2012, que corresponde a 0,5% de todos os bens e serviços produzidos no estado. No que se refere aos aspectos fiscais e tributários, o ICMS, FETHAB e FAMAD juntos tiveram uma arrecadação media de R$ 90 milhões entre 2010 e 2014, com destaque ao ICMS que sozinho foi responsável por 76% do total. Entretanto o setor apresentou redução de 20% de receitas tributárias nesse período o que pode ser atribuído a perda de competitividade da indústria de transformação devido a baixa competitividade do setor. Dados oficiais indicam que o setor gerou em 2015 aproximadamente 18 mil empregos diretos no estado, dos quais a maioria (55%) foram na fase transformação e desdobramento de madeira e apenas 5% na exploração de madeira nativa e 9% na produção de madeira plantada. Fontes não oficiais indicam a geração de aproximadamente 100 mil empregos diretos e indiretos no setor. Tais números indicam grande informalidade na fase de exploração de madeira nativa, em parte devido a exploração ilegal e maior concentração de empregos formais na fase de transformação. O maior impacto ambiental do setor florestal é sem dúvida e exploração ilegal. Em 2012, a maior parte da área explorada (54%) não possuía PMFS, configurando exploração de matéria prima ilegal. Se realizada de forma correta, dentro do limite de exploração de 30m³/hectare por POA, a exploração é considerada sustentável por manter constante o estoque florestal. É importante mencionar também que este é uma importante fonte de renda e por sua vez serve como incentivo para o produtor manter as florestas de pé ao invés de converter florestas nativas para a agricultura e pecuária por exemplo. O reflorestamento de espécies exóticas por sua vez é uma atividade que pode apresentar benefícios se realizada de forma correta, entre eles, o reaproveitamento de terras degradadas pela pecuária para plantios florestais que possibilitam maior sequestro de carbono, além de proteção do solo contra erosão e redução da pressão sobre as florestas nativas a partir da oferta adicional de madeira plantada. No final de 2014 o estado instituiu o Plano de Desenvolvimento Florestal do Mato Grosso (PDFS), que prevê alocar os recursos florestais de uma forma mais

13 12 eficiente, bem como aumentando a geração de empregos e renda no estado. O programa prevê até 2030 a incorporação de 8 a 10 milhões de hectares de floresta nativa ao manejo sustentável e aumento dos atuais 4,8MM para 6,0MM de m³ de matéria prima nativa. Simultaneamente, estão previstos o aumento de 500 mil hectares de florestas plantadas em áreas já desmatadas para produção de 10MM m³ de tora e lenha de origem plantada. As florestas plantadas podem também ajudar o estado a atingir a meta proposta pelo programa Produzir, Conservar e Incluir (PCI), anunciado durante a COP 21 de Paris, onde se estabelece o compromisso de restaurar um total de 2,9MM de hectares de área degradada até Para a fase de industrialização o PDFS-MT prevê aumentar a competitividade do setor industrial no Mato Grosso, reduzindo a exportação de matéria prima bruta e aumentando a agregação de valor dentro do estado para posterior exportação de produtos de valor agregado. Neste contexto, buscamos por meio deste estudo trazer elementos técnicos e econômicos para apoiar a tomada de decisão em projetos de investimento de base florestal. Sendo assim, analisamos seis empresas que atuam em diferentes fases da cadeia produtiva florestal, desde a produção de plantadas e exploração de nativas até o processamento primário e secundário. Os resultados mostraram viabilidade econômica praticamente em todos os estudos de caso, muito embora os retornos sejam relativamente baixos com Taxas Internas de Retorno em torno de 15%, sendo as opções de Teca e de manejo florestal com período de exploração em 10 anos os estudos de caso mais atrativos. Visto que a viabilidade econômica do setor florestal está sujeita a variáveis internas e externas, que podem em grande parte ser influenciadas por ações do PDFS-MT, Lei PSS, comando e controle, investimentos em infraestrutura, dentre outros, realizamos uma análise de sensibilidade a partir das variáveis que melhor refletem tais fatores, que são: o preço da madeira, custos de produção, frete rodoviário, produtividade a taxa de câmbio. A partir desta simulação foi possível encontrar não apenas o ponto de equilíbrio onde cada atividade se torna viável, mas principalmente encontrar, mesmo com dados conservadores, os cenários mais otimistas com TIRs de até 23% para o manejo florestal sustentável, 22% para a Teca e 16% para o Eucalipto. Tais simulações ajudam a mostrar a viabilidade econômica que as empresas florestais podem vir a ter caso as melhorias no setor venham a ocorrer. No que se refere à fase de industrialização, os preços encontrados para a madeira serrada de espécies nativas da região noroeste foram em torno de R$ 1.100,00/m³. Já na fase de beneficiamento os preços de venda variaram entre R$ 3.000,00 até R$ 5.000,00/m³ para pisos de madeira e entre R$ 3.500,00 até R$ 8.000,00/ m³ para

14 13 Decks. A alta lucratividade é, em parte, resultado da visão de curto prazo dos empresários do setor como reflexo da instabilidade no clima de negócios do setor. 4. Material e métodos Dados secundários Para o presente trabalho foi realizado uma extensa revisão da literatura da cadeia florestal no Mato Grosso abrangendo desde a produção de espécies nativas e plantadas até o processamento primário e secundário de madeira. A revisão se inicia com uma análise dos aspectos mercadológicos do setor florestal, com o objetivo de ter uma dimensão do potencial de mercado do estado do Mato Grosso e região noroeste para os subprodutos florestais. A seguir foram levantados os aspectos econômicos do setor envolvendo fluxos de caixa da fase de produção e custos de logística com o intuito de entender a viabilidade econômica do setor. Mais adiante, descrevemos o processo de produção para melhor entendimento da dinâmica produtiva das espécies nativas e plantações. Nos aspectos sociais, procuramos o número de empregos gerados no setor florestal e sua distribuição ao longo da cadeia de produção e distribuição bem como os prós e contras de cada atividade. Por último, fizemos uma breve descrição dos aspectos ambientais, com uma descrição sucinta das alternativas de produção de menor impacto e melhores práticas adotadas no setor florestal além da exploração ilegal de madeira nativa no Mato Grosso. Estes dados foram levantados através de publicações e por acesso a endereços eletrônicos listados no final deste estudo nas referências bibliográficas. Dados primários Para o levantamento de dados do setor e estudos de viabilidade econômica, foi realizada uma viagem de campo com duração de quatro dias no mês março de 2016 para entrevistar empresários e produtores de seis empresas que atuam no setor madeireiro em sua maioria na região noroeste do Mato Grosso. A escolha pelas empresas se deu pelo nível de consolidação das mesmas na região, em geral empresas de maior porte, bem como pelo relacionamento com algumas dessas empresas, visando maior acesso a informações e dados. Para a coleta de dados foram utilizados questionários semiestruturados de perguntas dissertativas, aplicados em geral na própria fazenda ou fábrica dos entrevistados contendo questões quali-quantitativas, compreendendo aspectos produtivos; mercadológicos; custos e receitas de produção; questões regulatórias; impactos ambientais; e riscos e oportunidades da atividade. Adicionalmente, foram realizadas outras 3 entrevistas não estruturadas com empresas relacionadas ao setor para dar

15 14 suporte na coleta de dados, sendo uma delas especializada em plantio de mudas e outras duas de processamento primário e secundário. O estudo de viabilidade econômica foi realizado apenas para a fase de produção, dada a complexidade de dados necessários para simulações desse tipo na fase de processamento e industrialização. Para as simulações foram levantados os principais subgrupos de custos que compõem o fluxo de caixa, posteriormente validado pelos entrevistados para ajustes finais. Na sequência foram atribuídos valores máximos e mínimos para as principais variáveis que apresentam maior nível de incerteza e oscilação para dimensionar o risco do negócio e avaliar a viabilidade econômica de cada cadeia em cada um dos cenários. Indicadores Econômicos utilizados A partir dos dados levantados em campo foram elaborados fluxos de caixa que permitiram calcular os principais indicadores de viabilidade econômica e por meio destes, comparar a atratividade de cada um dos sistemas de produção estudados. O critério Valor Presente Liquido VPL (em inglês net presente value NPV) é o mais utilizado e conhecido critério para a análise de projetos de investimento, pelo fato de ser conceitualmente correto. O VPL é a diferença entre as receitas financeiras do projeto, descontados a valor presente, menos os custos do projeto no valor presente. Quando o VPL for positivo o projeto vale mais do que custa, ou seja, é lucrativo. E se o VPL for negativo ele custa mais do que vale, ou seja, gera prejuízo. O critério Taxa Interna de Retorno, TIR (ou Internal Rate of Return IRR), é a taxa de desconto (i) que anula o VPL de forma que o valor presente de um investimento seja igual aos valores futuros gerados pelo fluxo de caixa. Portanto se a TIR for menor do que a taxa (i), o projeto não será capaz de pagar o seu custo de capital e, portanto, não será um projeto economicamente viável. Entretanto se a TIR for maior do que a taxa (i) o mesmo será viável e economicamente atrativo. A TIR permite resumir a viabilidade do projeto em um único número, sua rentabilidade intrínseca expressa em percentuais. Portanto a TIR mede o retorno do projeto, sendo assim quanto maior for o seu valor, mais atrativo será o projeto. O critério payback (em português pegar de volta ) avalia o tempo necessário para recuperar o investimento. Portanto deve ser utilizado na análise de investimento como um indicador adicional ao critério VPL e TIR. Ressalva-se que este indicador leva em consideração o custo do capital no período de investimento descontando os valores projetados do fluxo de caixa a seus valores presentes a taxa (i) de forma a obter o payback descontado.

16 15 Uma Análise de Sensibilidade foi utilizada em cada estudo de caso deste trabalho para mensurar o impacto das variáveis que apresentam maior elasticidade de preços, de forma que possamos visualizar diferentes combinações e cenários. Desta forma, podemos verificar os limites de até onde o projeto pode suportar condições extremas e, consequentemente, ter maior capacidade de análise sobre os riscos dos projetos de investimento.

17 16 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E SÍNTESE DO MERCADO DA MADEIRA 5. Aspectos mercadológicos do setor florestal a) Síntese do mercado mundial A economia florestal ocorre predominantemente em países em desenvolvimento com extensas áreas de florestas tropicais, bem como em países de clima temperado como o Canadá e Rússia que detêm grandes áreas de cobertura florestal. Vários são os subprodutos de matéria prima florestal e que variam conforme o nível de industrialização da madeira. A agregação de valor é maior nas fases mais avançadas, onde a demanda por mão de obra é superior. Na fase de industrialização ocorre o processamento primário por serrarias (que incluem o desdobro, o refilamento e o empacotamento das peças) e o processamento secundário por beneficiadoras (secagem, aplainamento e expedição de peças). Em 2012, o comércio mundial de produtos florestais foi na ordem de US$ 240 bilhões dos quais 42% foram de papel e papelão, perfazendo um total aproximado de US$ 100 bilhões. Os outros 58% foram representados pelos demais produtos e subprodutos florestais com destaque à celulose, serrados e compensados 1. Na fase de produção primária, foram produzidos cerca de milhões de metros cúbicos de madeira em tora, comercializados por cerca de US$ 14,3 bilhões e outros milhões de metros cúbicos de lenha, comercializados por cerca de US$ 481 milhões (CIPEM, 2014). A lenha é um produto menos nobre e de menor valor agregado e, portanto, geralmente consumida em nível local para geração de energia. Já as toras, por ser a matéria prima utilizada para a produção da maior parte dos produtos da cadeia florestal, possuem maior valor comercial e têm maior presença nas exportações. O volume total de madeira exportada em 2012 foi de 112 milhões de metros cúbicos, sendo que a Rússia foi o maior exportador (16%) e a China o maior importador (32%) de matéria prima florestal madeireira. No mesmo período o Brasil exportou US$ milhões, equivalente à 3,69% do total do valor comercializado (US$ milhões) (CIPEM, 2014). Na fase de processamento primário 2, foram comercializados aproximadamente US$ 119 bilhões, dos quais 30% foram de celulose, 26% de serrados, 1 Neste capítulo a grande maioria dos dados foram obtidos pela STCP Engenharia, uma vez que um extenso diagnóstico florestal foi realizado para o estado do Mato Grosso entre 2011 e 2013, cujo objetivo foi dar suporte na elaboração do Plano de Desenvolvimento Florestal Sustentável do Mato Grosso 2 Processamento primário é a primeira fase de transformação ou industrialização de madeira de tora em madeira serrada (cortada em peças retangulares ou quadradas).

18 17 12% de compensados, 11% de MDP e MDF, 2% de laminados, 1% de carvão vegetal e 18% de outros subprodutos. Os EUA foram o maior produtor (30%) e também maior consumidor de celulose (28%), enquanto o Brasil foi o 3 maior produtor (8%) e 9 maior consumidor (3%) deste produto. No que se refere aos serrados, os EUA foram responsáveis por 16% de toda a produção, enquanto o Brasil produziu 6% desse total (o 4 maior produtor). Em termos de consumo, a China foi o maior (19%) e o Brasil o 3 maior consumidor de serrados em (CIPEM, 2014). Para a fase de processamento secundário 3, foram comercializados R$ 101 bilhões no ano de 2012, que equivale a 42% de toda a comercialização do setor florestal. A China foi o maior produtor (17%) e maior consumidor (26%) dos produtos secundários, tais como papel e papelão. Já o Brasil figurou como o 11 maior produtor (3%) e 7 maior consumidor (2%) neste setor. Por fim, o mercado de borracha natural comercializou 12 milhões de metros cúbicos naquele ano, o que representou um comércio de US$ 3,4 bilhões (CIPEM, 2014). b) Síntese do mercado nacional Em 2012, o Brasil possuía uma cobertura vegetal de aproximadamente 517 milhões de hectares. Desse total 98,6% eram florestas nativas e 1,4% de florestas plantadas. No mesmo ano, o relatório da STCP apontou que a produção de toras passou a ser maior do que a produção de lenha, seguindo uma tendência mundial de industrialização do setor florestal, atingindo um volume total de 145 milhões de metros cúbicos. A maior parte dessa produção foi direcionada para exportação (US$ 17,7 milhões ou 89% do total). Na fase de processamento primário, o carvão foi o produto mais relevante em termos volumétricos, com uma produção de 25 milhões de MDC 4. Já a celulose foi o produto mais exportado: 13,9 milhões de metros cúbicos que equivaleram a US$ 4,7 bilhões (ou 84% do total exportado pelo processamento primário e 53% do total exportado pelo setor florestal). Em termos de madeira serrada, foram produzidos 15,2 milhões de metros cúbicos (4% do valor total exportado). Outro produto do processamento primário que se destacou em 2012 no Brasil foram os painéis reconstituídos (MDF, MDP e chapa dura), que totalizaram 7,3 milhões de metros cúbicos (representando 1% do valor total 3 O processamento secundário é a segunda fase de transformação ou industrialização de madeira e consiste no acabamento da madeira, que envolve o arredondamento das bordas, desenhos e formatos de acordo com as demandas dos clientes. 4 MDC é uma unidade de medida para o carvão vegetal, equivalente à quantidade de carvão produzido relativo a um metro cúbico de madeira.

19 18 exportado), seguindo uma constante tendência crescente de produção de 9% ao ano que se iniciou em 2000, impulsionada principalmente pela produção de móveis associado à construção civil. Por fim, foram produzidos 2,6 milhões de metros cúbicos de madeira compensada que representaram 5% do valor total exportado em 2012 (CIPEM, 2014). No que se refere ao processamento secundário, foram produzidos 28,8 milhões de metros cúbicos de subprodutos, dos quais 35% foram de papel e papelão, 34% de pisos maciços, 28% de portas e janelas e 3% de molduras. O valor total exportado de produtos do processamento secundário é equivalente a 36% (ou US$ 3,1 bilhões) do total exportado pelo setor florestal no Brasil em 2012 (CIPEM, 2014). Tabela 1. Volume e comércio nacional Classe Produto Produção Consumo Exp. US$ MM Imp. Matéria Prima Florestal Madeireira Processamento primário Lenha 145 MM m³ 146 MM m³ 0,2 0,3 Tora 146,8 MM m³ 146,8 MM m³ 17,7 2,2 Carvão Vegetal 24,9 MM mdc 25,2 MM mdc 0,5 8,7 Serrados 15,2 MM m³ 14,2 MM m³ 351,9 22,6 Compensados 2,6 MM m³ 1,5 MM m³ 408,0 2,6 Painéis Reconstituídos* 7,3 MM m³ 7,2 MM m³ 117,1 54,2 Celulose 13,9 MM m³ 5,8 MM m³ 4.700,0 339,2 Móveis ND ND 421,3 41,0 Processamento Secundário da Madeira Produtos Não- Madeireiros Portas e Janelas 8 MM m³ ND 209,5 6,3 Pisos Maciços 9,9 MM m³ 4,9 MM m³ 507,2 15,4 Molduras 982 mil m³ ND 20,4 2,3 Papel e Papelão 10,0 MM ton 9,6 MM ton 2.000, ,0 Borracha Natural 295 mil ton 479 mil ton 48,6 662,0 TOTAL 8.802, ,8 * Incluindo materiais 'case', cavacos e partículas, hardboard, painéis 'insulated', outras fibras para polpa e resíduos de madeira Fonte: STCP Engenharia, 2013 c) Síntese do mercado estadual O Mato Grosso é o segundo maior produtor de madeira nativa do Brasil, com aproximadamente 3 milhões de hectares de áreas de manejo florestal licenciadas (Silgueiro et al., 2015). O estado conta com uma indústria florestal consolidada, principalmente no processamento de toras de madeira nativa que abastece o mercado local e

20 19 internacional. Atualmente, a maior parte da produção é voltada para a transformação de produtos primários. Em 2012, foram produzidos 10,3 milhões de metros cúbicos de madeira em Mato Grosso, dos quais 5,1 milhões foram de madeira em tora (96% oriundas de florestas nativas e 4% de florestas plantadas) (CIPEM, 2014). No que tange à produção de madeira nativa, apenas 1,4 milhão de metros cúbicos foram provenientes de PMFS - Planos de Manejo Florestal Sustentável. No total foram exportados US$ 7,7 milhões de madeira em tora, representando 8% do total exportado pelo setor florestal naquele ano (CIPEM, 2014). Na fase de processamento primário, a maior parte da produção foi de serrados, com 1,7 milhão de metros cúbicos, representando uma exportação de US$ 43,3 milhões. Quanto a produção de compensados e laminados, estes totalizaram 138 mil m³ (US$ 2,1 milhões exportados) e carvão vegetal, com 359 mil MDC. As exportações totais do processamento primário foram de US$ 45,8 milhões e representaram 45% do total exportado pelo setor florestal em 2012 (CIPEM, 2014). No que se refere ao processamento secundário, foram produzidos m³ de subprodutos, dos quais 42% foram de portas e janelas, 41% de aplainados e beneficiados e 17% de pisos maciços. As exportações totais do processamento secundário foram de US$ 47,4 milhões e representaram 47% do total exportado pelo setor florestal. Por fim, a produção de borracha natural foi de 26 mil toneladas em 2012 (CIPEM, 2014). A área total de florestas plantadas cresceu de 145 mil hectares em 2007 para 317 mil hectares em 2013 e as projeções para 2030 são ambiciosas, conforme as metas do PDFS, representando um crescimento de 119% no período. A principal espécie é o eucalipto, que ocupa 59% da área total, seguido pela Teca, com 21%.

21 20 Tabela 2. Volume e comércio estadual Classe Produto Produção Exp. US$ MM Imp. Matéria Prima Florestal Madeireira Processamento primário Processamento Secundário da Madeira Produtos Não- Madeireiros Lenha 2,8 MM m³ Ausente Ausente Tora 5,1 MM m³ 7,7 0,4 Resíduos 2,4 MM m³ Ausente Ausente Carvão Vegetal 359 mil mdc Ausente Ausente Serrados 1,7 MM m³ 43,7 Ausente Compensados e Lâminas 138 mil m³ 2,1 Ausente Painéis Reconstituídos* Ausente Ausente Residual Celulose Ausente Ausente Ausente Móveis ND Ausente Residual Portas e Janelas 117 mil m³ 1,2 Residual Pisos Maciços 48 mil m³ 46,1 Residual Aplainados e Beneficiados 115 mil m³ 0,1 0,1 Papel e Papelão Ausente Residual Residual Borracha Natural 26 mil ton Ausente Ausente TOTAL 100,9 0,5 * MDF, MDP e Chapa Dura Fonte: STCP Engenharia, 2013 Em 2014 o estado do Mato Grosso instituiu o Plano de Desenvolvimento Florestal Sustentável do Mato Grosso - PDFS/MT (RESOLUÇÃO 14/2014). Um programa envolvendo as principais instituições do setor florestal que em conjunto definiram uma série de ações para desenvolver o setor florestal até Estas ações envolvem redução da burocracia, treinamento e capacitação, aumento de acesso a credito e desenvolvimento de mercado. O programa prevê nesse período reverter a distribuição de recursos de forma a aumentar a matéria prima florestal e reduzir a pressão sobre florestas nativas, em especial sobre exploração ilegal através da incorporação de 8 a 10 milhões de hectares de floresta nativa ao manejo sustentável e aumento dos atuais 4,8MM para 6,0MM de m³ de matéria prima nativa. Em contrapartida estão previstos um aumento para 500 mil hectares de florestas plantadas em áreas já abertas para uma produção de 12MM de m³ de madeira plantada até O detalhamento das metas encontra-se ao final desse documento no anexo 3. Para a fase de industrialização o PDFS-MT prevê aumentar a competitividade do setor industrial no Mato Grosso, reduzindo a exportação de matéria prima bruta e aumentando a agregação de valor dentro do estado para posterior exportação de produtos de valor agregado. Os benefícios são muitos uma vez que é na agregação de valor onde existe a maior demanda por capital humano e maior geração de divisas

22 21 para o estado através de receitas tributárias e consequentemente desenvolvimento econômico e social. Embora o plano esteja pronto, o estado ainda não conta com o orçamento necessário para a implementação das ações previstas. De acordo com o CIPEM (2014), existem empresas florestais operando no estado do Mato Grosso na área de exploração florestal, industrialização e comércio, das quais 883 são indústrias madeireiras. Já o IMAZON, Fatos Florestais, 2010 demonstra que haviam 592 indústrias madeireiras no Mato Grosso, das quais 70% eram serrarias de serra fita, 11% beneficiadoras, 9% microsserrarias, 8% laminadoras e 2% fábricas de compensados. Embora as receitas agregadas do setor florestal sejam relativamente altas, o Valor Bruto de Produção (VBP) 5 é baixo quando comparado com as demais cadeias produtivas do Mato Grosso. Em 2014, o VBP somado dos setores da agricultura, pecuária e floresta foi de R$ 43 bilhões, dos quais apenas R$ 236 milhões corresponderam ao setor florestal (0,5% do total) (IMEA, 2014). É importante ressaltar que isso não é necessariamente ruim, uma vez que em geral a maior parte da geração de receitas de um determinado setor ocorre na agregação de valor, e não na fase de produção. Isto é uma realidade no setor florestal que, embora tenha um VBP baixo, apresentou um PIB alto em 2012, de cerca de R$3,2 bilhões, com grande potencial de expansão se o estado aumentar a sua competitividade industrial (CIPEM, 2014). Tabela 3. Valor Bruto da Produção (VBP) por setor no Mato Grosso Valor Bruto de Produção (VBP) Agricultura e Floresta * Participação no total Variação 2013/14 Soja ,9% 13,0% Pecuária¹ ,1% 9,3% Milho ,3% -16,1% Algodão ,4% 32,4% Cana de Açúcar ,8% 17,5% Arroz ,9% 12,6% Produtos Florestais e Lenha ,5% -3,3% VBP Agricultura e Floresta ,0% 10,2% ¹Inclui Boi, Aves, Leite e Suínos *Estimativas IMEA (setembro/14) Fonte: IMEA, 2014 (elaborado por IPAM). 5 VBP é diferente do PIB, uma vez que o VBP é igual ao Preço vezes a Produção. Já o PIB é igual ao VBP do setor menos o VBP dos setores que fornecem insumos para produção. Em outras palavras, o PIB considera os produtos e serviços gerados ao longo da cadeia de produção e não apenas a receita agregada da fase de produção.

23 22 d) Síntese do mercado na região noroeste do Mato Grosso A região noroeste do Mato Grosso é composta pelos municípios de Colniza, Aripuanã, Cotriguaçu, Juína, Juara, Juruena e Tabaporã. De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Florestal Tropical (IFT) em 2009, a região contava com 173 empresas madeireiras que consumiram milhões de metros cúbicos de toras, com uma geração de empregos e uma arrecadação de US$ 352 milhões em receita bruta. No mesmo ano, o município de Cotriguaçú ocupava o 5º lugar no ranking geral de polos madeireiros da região noroeste do Mato Grosso, com 15 empresas madeireiras, totalizando um consumo de 129 mil metros cúbicos de madeira em tora e arrecadação anual de 28 milhões de dólares (IFT, 2010). Tabela 4. Número, consumo, produção, empregos e receita bruta na região noroeste Polo Madeireiro Número de Empresas Consumo Anual de Toras (Milhares de m³) Produção Processada (Milhares de m³) Empregos Gerados Receita Bruta (US$ Milhões) Aripuanã¹ ,3 Colniza² ,9 Cotriguaçú³ ,7 Juara¹² ,2 Juína ,8 Juruena ,2 Tabapoarã Noroeste MT ,1 ¹Inclui distrito de Conselvan; ² Inclui distrito de Guariba; ³Inclui distrito de Nova União; ¹²Inclui distrito de Porta do Céu e o município de Porto dos Gaúchos Fonte: IFT, Aspectos econômicos do setor florestal a) Preços e viabilidade econômica em Mato Grosso Em 2009, os preços de madeira em tora de espécies nativas no Mato Grosso ficaram em torno de R$ 486,00/m³, variando desde R$ 359,00/m³ para as espécies de baixo valor econômico até R$ 702,04/m³ para as espécies de alto valor econômico. Já os preços de madeira serrada no mercado nacional, atingiram uma média R$ 1.695,00/m³, variando desde R$ 1.320,00/m³ até R$ 2.433,00/m³ para as espécies de alto valor econômico (IMAZON - Fatos Florestais, 2010) 6. 6 Os valores foram originalmente informados em moeda americana e convertidos em reais pela taxa de Câmbio do dia 27/Fev/2016 (US$ 1,00 = BRL 3,99).

24 23 Para os demais produtos beneficiados (pisos, portas, decks, móveis e outros) os preços médios praticados foram de R$ 1.385,00/m³ para os laminados, R$ 1.584,00/m³ para os compensados e R$ 2394,00/m³ para os produtos beneficiados. Tabela 5. Diferença de preço praticado por produto no mercado nacional e internacional Produtos Mercado Nacional Preços Médios (R$/m³)¹ Mercado Internacional Média Laminados Compensados Outros Produtos ¹Valores originalmente informados em moeda americana e convertidos em reais pela taxa de Câmbio do dia 27/Fev/2016 (US$ 1,00 = BRL 3,99) Fonte: IMAZON - Fatos Florestais, 2010 b) Custo de produção e viabilidade econômica de Eucalipto e Teca no Mato Grosso Considerando que os estudos de caso de florestas plantadas deste trabalho foram realizados em plantios de Eucalipto e Teca, foi feito um breve levantamento dos principais trabalhos encontrados sobre a viabilidade econômica destas espécies no Mato Grosso. Em 2013, o IMEA publicou o segundo diagnóstico de florestas plantadas do Mato Grosso. Através de reuniões, painéis e por meio de consenso, responderam questões relativas aos custos de produção do setor. Este é o levantamento mais recente disponível para revisão e indica que ambos os projetos de investimento de Eucalipto e Teca são economicamente viáveis no estado. De acordo com um estudo realizado pelo IMEA em 2013, os custos de produção de eucalipto com destinação para lenha em uma área de 200 hectares, com uma estimativa de produção de 350 st 7 ou 233 m³, conduzidos por um período de sete anos, foram de R$18.162,29 por hectare 8. Para o uso múltiplo, a colheita é feita após 12 anos, porém, com desbastes intermediários, totalizando um custo total por hectare de R$22.345,54 9. Neste caso, o investimento inicial do produtor, incluindo instalações, equipamentos auxiliares e maquinário é de R$ ,00 ou reais por ha (IMEA, 2013). Para a produção de Teca em uma propriedade de R$ hectares, com produção de 300 m³/ha para com período entre 20 a 21 anos, o investimento inicial em máquinas e equipamentos foi de R$ ,00 e o custo total de produção após 7 A medida estéreo ou st é uma medida de volume (neste caso o IMEA considerou 1,00st = 0,66m³). 8 Os custos fixos são de R$ 2.650,88 e os custos variáveis são de R$ ,41 9 Os custos fixos são de R$ 5.959,85 e os custos variáveis são de R$ ,69

25 24 a colheita foi de R$ ,90 por hectare para todo o ciclo de produção 10. Para a simulação de viabilidade econômica foi encontrado uma TIR 11 de 9,91% para a lenha de Eucalipto, 12,40% para a madeira serrada de Eucalipto e 17% para a produção de madeira serrada de TECA 12 (IMEA, 2013). Portanto, para o eucalipto a produção de madeira serrada se demonstrou mais atrativa do que a madeira serrada devido a maior demanda interna do estado 13. Para efeito de comparação, levantamos outros dois estudos que, embora tenham mais ênfase na simulação econômica do que nos custos de produção, dão parâmetros adicionais sobre a viabilidade econômica do setor. Em 2006, foi realizada uma avaliação econômica de diferentes alternativas em um manejo de eucalipto em uma propriedade localizada no município de Viçosa, Minas Gerais, com área plantada de 5 ha e 72 meses de idade. A taxa de desconto utilizada no estudo foi de 10% e a TIR encontrada foi de 13,34% para o projeto de manejo de eucalipto para biomassa (Paixão et al., 2006). O segundo estudo foi realizado em 2003, com fontes de dados do estado do Mato Grosso para um plantio de Teca com mudas e espaçamento de 3 X 2 (ou 3,27 hectares). O investimento foi de 25 anos, com desbastes nos anos 4, 8, 12, 16, 20 e corte raso aos 25. A taxa de desconto utilizada foi de 10% ao ano, e a TIR encontrada foi de 15,1% (Tsukamoto Filho et al., 2003). Sendo assim, a partir deste breve levantamento é possível concluir que todos os projetos estudados se mostram economicamente viáveis, sendo a produção de Teca a opção de investimento mais atrativa se comparado com o Eucalipto. Entretanto, é importante salientar que esta é a opção mais arriscada, uma vez que o projeto de investimento é mais longo (>20 anos) e cujo mercado em geral é o externo, além de se embasar em cotações de preços em dólares e, por isso, deve ser bem analisada antes de ingressar na atividade. c) Custo de produção e viabilidade econômica do manejo florestal em Cotriguaçú Em 2010, o Instituto Florestal Tropical realizou um estudo na região de Cotriguaçu, onde foram realizadas simulações de fluxos de caixa de POAs 14 de 595 hectares, com projetos de investimento em um horizonte de 8 anos, comparando 10 Os custos fixos são de R$ ,05 e os custos variáveis são de R$ ,84 11 TIR Taxa Interna de Retorno. 12 Para simulação da viabilidade econômica das atividades o IMEA considerou para o Eucalipto um preço de R$ 110,36 st para os 122,5 metros estéreos de tora e R$ 55,00 para os 477,5 metros estéreos de lenha e R$ 1000,00/m³ para os 300m³/há de Teca 13 Neste trabalho, a taxa de desconto utilizada pelo IMEA é exatamente a taxa de juros do capital de terceiro (5% para BNDES; 4,12% FCO no ano de 2013), pois foi considerado que o investimento seria realizado 100% através de capital de terceiros 14 Planos de Operação Anual serão explicados mais adiante no capítulo Etapas do licenciamento de florestas nativas.

26 25 diferentes tecnologias (e.g. trator Skidder 15 versus trator Girico 16 ) e 25 anos (no ano zero versus adquiridas gradualmente). Os investimentos iniciais no ano zero foram de aproximadamente R$3,2 milhões e de R$17,4 milhões, se considerada, além do maquinário, a aquisição de terras. Os resultados indicaram uma TIR muito atrativa nas simulações sem aquisição de terra, sendo a tecnologia de arraste de trator Girico com uma TIR de 25,6% e Skidder com TIR 24,1%). Na simulação do cenário de aquisição total de terras no ano zero, a TIR encontrada foi de 5,1%, o que configurou uma opção economicamente inviável. No entanto, quando o modelo considerou a aquisição gradual de terras a cada 5 anos, a TIR encontrada foi de 22,9%, portanto, similar às simulações iniciais (IFT, 2010). Esse resultado mostra que quando se dilui o investimento inicial ao longo do projeto de investimento a taxa interna de retorno do projeto passa a ser maior devido ao custo do capital ao longo do tempo. d) Custo de processamento no Mato Grosso e Cotriguaçu Foi identificado um custo médio de processamento de madeira na Amazônia Legal a R$279,00/m³ no ano de 2009, tendo a madeira laminada um custo inferior, de R$196,00/m³, e a madeira beneficiada apresentou o maior custo de produção, equivalente a R$480,00/m³. Os custos intermediários foram das madeiras serrada e compensada, a R$255,00/m³ e R$394,00/m³, respectivamente (IMAZON - Fatos Florestais, 2010) 17. Na região de Cotriguaçú, os custos médios de processamento da madeira em tora (madeira em tora para madeira serrada) foram estimados em aproximadamente R$ 133,29 por metro cúbico com base em 7 serrarias identificadas pelo instituto na região (IFT, 2010) Transporte e logística no setor florestal A distância entre a matéria prima e os centros de processamento primários e secundários no Mato Grosso é variável, uma vez que as indústrias primárias ficam próximas aos locais de produção, em um raio médio de 150 km, enquanto as indústrias secundárias podem estar localizadas em qualquer região, dentro ou até mesmo fora do estado. 15 Equipamento florestal utilizado para extração de madeira 16 Veículo rústico adaptado para transporte de madeira 17 Valores atualizados com base na inflação acumulada do período. 18 Valores atualizados com base na inflação acumulada do período.

27 26 Os custos de frete podem ser pagos pelo produtor ou por terceiros e variam de acordo com a espécie comercializada. Em um levantamento realizado em 2015 pelo IPAM quatro empresas de Teca e cinco de Eucalipto foram contatadas informalmente e questionadas quanto aos seus custos de transporte. Todos os produtores de Teca informaram que objetivo era a exportação, sendo que uma Trading Company arca com os custos de frete desde o local de origem da produção até o porto. Entretanto, no caso do Eucalipto, por ter sua produção com destino às serrarias locais, o frete foi pago pelo produtor em todas as cinco empresas contatadas. No Mato Grosso a maior parte da madeira em tora oriunda de florestas nativas foi extraída por terceiros (72%), enquanto que a menor parte (28%) foi extraída pelas próprias indústrias processadoras. A distância média da floresta para a indústria no Mato Grosso foi de 131 km e a maior parcela do volume extraído foi transportada por meio de estradas piçarradas (64%), seguido de 19% em estradas não piçarradas 19 e 17% em estradas asfaltadas. Essa distância é maior do que a distância média na Amazônia Legal (117 km) e a participação das estradas asfaltadas no volume total extraído é inferior: em média 19% das entradas são asfaltadas na Amazônia Legal (IMAZON Fatos Florestais 2010). Segundo a informação dos empresários entrevistados pelo IFT em Cotriguaçú, o custo médio de transporte de madeira nativa em tora da floresta até o pátio das serrarias é de R$34,50 por metro cúbico de madeira explorada (aproximadamente 41% do custo médio de processamento de madeira em tora). O autor também mensurou a composição média dos tipos de estradas na região, concluindo que a maior parte do trajeto é de terra não piçarrada, explicando assim os altos custos com transporte na região (IFT, 2010). Quanto à logística do setor de florestas plantadas no Mato Grosso, em 51% dos casos o produtor fecha o negócio com o frete incluso e nos demais casos o frete fica por conta do produtor. O custo pago varia de acordo com a distância, sendo R$11,35/m³ em distâncias inferiores a 100km, R$19,82/m³ em distâncias até 140 km e R$24,61/m³ em distâncias acima de 140 km (IMEA, 2013). Em termos gerais os custos de transporte de florestas plantadas são bem inferiores aos de florestas nativas uma vez que as estradas de acesso às regiões manejadas são em geral de baixa qualidade, por sua vez aumentando significativamente o custo de transporte. 19 De acordo com o autor as estradas piçarradas geralmente possuem melhores condições de rodagem do que as não piçarradas, pois possuem melhor drenagem, nivelamento e conservação.

28 27 8. Aspectos legais e tributários do setor florestal a) Legislação federal e estadual Esta seção tem como objetivo levantar as principais leis que tratam da questão do uso do solo e ocupação da área rural que tem impacto no setor florestal, incluindo convenções internacionais. Mais adiante nas entrevistas de campo serão direcionadas perguntas relativas a legislação florestal na fase de produção de nativas e plantadas, bem como na fase de processamento, com o objetivo de identificar as normas e licenças que mais impactam o setor florestal. Tabela 6. Principais Leis que impactam o setor florestal LEIS DE CARÁTER GERAL Constituição Federal de 1988 Lei Complementar Federal n 140/11 LEGISLAÇÃO FLORESTAL NÍVEL FEDERAL Novo Código Florestal de 2012 (Lei Federal n /12), com as Modificações Introduzidas pela Lei Federal n /12 e Regulamentação do Decreto Federal n 7.830/12: a) Área de Proteção Permanente (APP); b) Reserva Legal (RL); c) Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (SICAR); d) Cadastro Ambiental Rural (CAR); e) Programas de Regularização Ambiental (PRA); f) Cota de Reserva Ambiental (CRA). Política Nacional de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta - Lei Federal n /13 Lei de Gestão de Florestas Públicas - Lei Federal n /06 Proposta de Anteprojeto de Lei da Política Nacional de Florestas Plantadas (SAE) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Lei da Política Nacional de Meio Ambiente - Lei Federal n Lei da Política Nacional dos Resíduos Sólidos Lei Federal n /10 Lei da Política Nacional Sobre Mudança do Clima - Lei Federal n /09 Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal n 9.605/98 Sistema Nacional de Unidades de Conservação - Lei Federal n 9.985/00 LEGISLAÇÃO FUNDIÁRIA Lei da Reforma Agrária Lei Federal n 8.629/1993 Legislação de recursos hídricos Política Nacional dos Recursos Hídricos Lei Federal n 9.433/97 e Código das Águas Decreto Federal n /1934. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA NR-7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO ( )

29 28 NR-9 Programa de Controle Médico de Saúde Ambiental PPRA NR-12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos NR-15 Atividades e Operações Insalubres NR-31 Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração florestal e Aquicultura CONVENÇÕES INTERNACIONAIS Convenção da Diversidade Biológica CDB Convenção Sobre o Comércio Internacional de Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção CITES Convenção Ramsar NÍVEL ESTADUAL CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE MATO GROSSO (1989) LEGISLAÇÃO FLORESTAL Lei da Política Florestal do Estado de Mato Grosso (Lei Complementar n 233/2005) Gestão Florestal do Estado de Mato Grosso (Decreto n 8.188/2006) Alterações no Regulamento da Gestão Florestal do Estado de Mato Grosso Reposição Florestal (Decreto n 1.214/2008) Instituição do Selo Verde no Estado de Mato Grosso (Lei n 8.397/2005) Programa de Desenvolvimento Florestal do Estado de Mato Grosso (Lei n 7.709/2002) Programa de Desenvolvimento do Agronegócio da Madeira no Estado de Mato Grosso (Lei n 7200/99) Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso (Lei n 7.958/03) Lei do Programa Mato-grossense de Regularização Ambiental Rural - MT LEGAL (Lei Complementar n 343/08) LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Código Estadual do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso (Lei Complementar n 38/1995) Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SEUC) Lei Estadual n 9.502/11 Política Estadual sobre Mudança Climática de Mato Grosso Minuta de Lei Aprovada em Sistema Estadual de REDD+ no Estado de Mato Grosso Lei n 9.978/13 Política Estadual de Educação Ambiental Lei n 7.888/03 LEGISLAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS Política Estadual de Recursos Hídricos Lei Estadual n 6.945/97 Administração e Conservação das Águas Subterrâneas de Domínio do Estado - Lei Estadual n 9.612/11 LEGISLAÇÃO TRABALHISTA NR-7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO; NR-9 Programa de Controle Médico de Saúde Ambiental PPRA; NR-12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos; NR-15 Atividades e Operações Insalubres Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração florestal e Aquicultura Fonte: CIPEM, 2014 (adaptado por IPAM).

30 29 b) Principais tributos do setor florestal no Mato Grosso Os impostos, tributos e taxas que incidem sobre a cadeia da madeira no Mato Grosso variam de acordo com a etapa da cadeia produção, tipo e natureza do imposto. Na fase de produção incide o ICMS, que é um imposto estadual cumulativo e diferido para o momento da saída e cuja alíquota sobre o volume de madeira varia de estado para estado, sendo 17% quando comercializado dentro do estado e 12% quando comercializado para outros estados 20. O FETHAB (Fundo Estadual de Transporte e Habilitação), é uma contribuição com o objetivo de financiar um fundo para o planejamento, execução, acompanhamento e avaliação de obras e serviços de transportes e habitação no estado do Mato Grosso, cuja alíquota é de 9,305% sobre a UPF (Unidade Padrão Fiscal) por metro cúbico de madeira comercializada (lei n 7.263/ 2000) 21. O FAMAD (Fundo de Apoio à Madeira), para o financiamento de ações voltadas ao apoio e desenvolvimento do setor de base florestal e organização do sistema de produção por meio de entidades representativas do segmento, cobra alíquota de 1,855% sobre o UPF por metro cúbico de madeira comercializada (lei n 7.263/2000) 22. FUNRURAL (Fundo de Apoio ao Trabalhador Rural) é uma contribuição social destinada ao custeio do seguro de acidente do trabalhador rural. A alíquota é de 2,3% sobre a venda da madeira em tora com (Lei nº 8.212/91) 23. A Tabela 7 extraída do IMEA (2013), traz indicadores sobre a incidência tributária da madeira em tora ao longo da cadeia produtiva florestal. Entretanto, com base no Decreto 545/2016 não haverá mais o diferimento do ICMS para empresas de micro e pequeno porte que se enquadram no simples nacional (grande maioria das empresas do setor florestal do MT), portanto aumentando significativamente a carga tributária do ICMS sobre o setor. A incidência tributária sobre a madeira serrada é praticamente a mesma, com exceção do FETHAB que passa ser pago na pela indústria na fase do processamento. 20 De acordo com a lei Kandir, Lei Complementar n 87, o ICMS não incide sobre os produtos e matérias primas destinados à exportação B6DE7B032568B30044C0D B6DE7B032568B30044C0D b.pdf

31 30 Tabela 7. Incidência tributária de acordo com a etapa da cadeia de produção Operação De Para ICMS/FETHAB/FAMAD Saída interna de madeira in natura (toras) Produtor ou extrator Industria (para industrialização) ICMS: Diferido para o produtor FETHAB: Não incidência FAMAD: Deve ser recolhido pelo industrial adquirente da madeira in natura Saída interna de madeira in natura (toras) Industrial Comercial (para revenda) ICMS: Diferido pelo industrial remetente FETHAB: Apenas sobre a madeira serrada FAMAD: Tributação encerrada (se recolhida na 1 operação) Saída interna de madeira in natura (toras) Comercial Industria (para industrialização) ICMS: Devido pelo comercial remetente FETHAB: Não incidência FAMAD: Tributação encerrada (se recolhida na 1 operação) FONTE: IMEA, 2013 (adaptado por IPAM) Os demais impostos são em geral comuns a outros setores, tais como: ITR de 0,3% a 20% sobre o imóvel rural, conforme o valor da terra nua e CSS, cuja alíquota é de 2,3% sobre o faturamento bruto proveniente da comercialização da produção rural. Em termos de mão de obra, incidem o Imposto de Renda sobre pessoa jurídica, variando de 0% a 27,5% de acordo com o nível progressivo de renda, Imposto de renda sobre pessoa física, de acordo com a tabela progressiva de renda e INSS de 8 a 11% pago sobre os rendimentos dos funcionários (IMEA, 2013). Com o objetivo de levantar o histórico de arrecadação dos principais tributos no Mato Grosso, foram acessados os dados ano a ano do Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças (FIPLAN) da SEFAZ/MT para levantar a arrecadação total de receitas relativas ao FETHAB e FAMAD do setor florestal, bem como dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC) para contabilizar informações relativas à arrecadação de ICMS. Como verificado na Tabela 8, o ICMS foi o principal tributo arrecadado com uma média de R$76 milhões/ano (ou 85% do total arrecadado), seguido do FETHAB com R$10,3 milhões (11% do total) e FAMAD com R$3 milhões/ano (ou 3% do total). Com base nos dados obtidos, pôde-se inferir que a arrecadação total diminuiu de R$100 milhões em 2010 para R$80 milhões em 2014 (20% de redução no período). Não se sabe ao certo as causas dessa redução.

32 31 Tabela 8. Histórico de arrecadação tributária no Mato Grosso Média Participação (%) ICMS 87,0 94,0 76,0 69,0 57,0 76,6 85% FETHAB Madeira 9,7 9,0 7,9 5,0 20, ,3 11% FAMAD 3,0 2,8 3,1 3,2 3,2 3,0 3% TOTAL ,0 100% Fonte: Fiplan/ SEFAZ, 2015 e SEDEC, 2015 elaborado por IPAM c) Carga tributária no setor florestal em nível nacional Em 2013, o Serviço Florestal Brasileiro publicou um estudo técnico com um mapeamento da carga tributária incidente sobre os produtos florestais madeireiros, dentro de uma estratégia para o desenvolvimento florestal sustentável do setor florestal no Brasil, principalmente no bioma Amazônico. A seguir, as principais conclusões do estudo são apresentadas: A carga tributária total da madeira serrada e do compensado desde a produção até ao consumidor final é de 5% a 32%, variando de acordo com o enquadramento das empresas e destino dos produtos, sendo de 5% para uma cooperativa de exploração florestal com produção voltada à exportação e de 32% para uma empresa privada de exploração com produção voltada ao mercado interno; O ICMS é o tributo com o maior peso na carga tributária da cadeia da madeira, exceto no caso de exportação ao exterior; O Simples Nacional é o segundo tributo com o maior peso na carga tributária da cadeia florestal, uma vez que a margem de lucro do setor terciário é alta (40%) e que a incidência do tributo ocorre sobre a receita bruta do faturamento, consequentemente, elevando o peso da carga tributária sobre o produto; O IPI é o terceiro tributo que mais onera a cadeia produtiva (6% sobre o produto final, exceto exportação) e por se tratar de um tributo extrafiscal, cujo objetivo é regular a demanda e oferta e não a arrecadação em si, há boas possibilidades de desoneração tributária; 24 O grande aumento da arrecadação do FETHAB de 2013 para 2014 se deu pela elevação UPF no período.

33 32 O enquadramento da empresa de produção e processamento como agroindústria torna a carga tributária mais elevada se o destino final for o mercado interno. De acordo com o estudo, se a produção for para exportação haverá redução de 41% das contribuições sociais sobre a folha de pagamento, uma vez que não haverá incidência de tributação sobre a receita de exportação. 9. Aspectos produtivos de espécies exóticas e nativas a) Descrição do processo de exploração de madeira nativa A exploração da madeira nativa pode ocorrer através de diferentes métodos, sendo a exploração ilegal uma das formas mais preocupantes. Neste caso ocorre o corte raso e não há qualquer preocupação ambiental. Estradas são abertas sem planejamento, não há inventário das espécies derrubadas e geralmente essas terras são convertidas em áreas agrícolas e de pastagens provocando degradação florestal (FGV, 2011). Outro método utilizado é o desmatamento autorizado, quando o proprietário é autorizado a desmatar até 20% da sua área localizada na Amazônia, para conversão em áreas agrícolas e pastagens. Há também o Manejo Florestal Sutentável, que pode ser realizado em áreas de reserva legal, sendo realizado por meio do planejamento completo da atividade florestal em que há a seleção de espécies comerciais potenciais e posterior corte direcionado das árvores, gerando assim menor impacto ambiental durante a extração da madeira. O Manejo Florestal também apresenta vantagens socioambientais, pois há um compromisso com as questões socioambientais das áreas adjacentes ao local de extração da madeira, como conservação da água, eliminação de resíduos e garantias ocupacionais (FGV, 2011). Assim, o Manejo Florestal realizado através de Planos de Manejo Florestais Sustentáveis (PMFS) é a forma mais sustentável de exploração de florestas nativas, cujo processo de exploração consiste nas seguintes fases: Fase pré-exploratória: Esta etapa possui várias fases desde o planejamento no manejo, que consiste na localização e definição do tamanho dos pátios, definição do tamanho dos ramais e a direção da queda das árvores e aprovação do PMFS, até o planejamento e instalação de infraestrutura (rotas de acesso e estradas, pátios de armazenamento e escoamento da produção). Esta fase é realizada de forma a reduzir os custos operacionais, minimizar os impactos ambientais e otimizar a produtividade das máquinas de corte e arraste (CIF Florestas 25 ). 25

34 33 Fase exploratória: A primeira atividade da fase de exploração é a demarcação de estradas (localizar estradas existentes, abrir trilhas, fazer eventuais desvios etc). Posteriormente ocorre a demarcação dos pátios de acordo com o planejamento inicial onde a madeira será estocada, e a demarcação dos ramais de arraste. Em seguida há o pré-corte, cujo objetivo é a definição da direção da queda das árvores, limpeza dos troncos a serem cortados (de cipós por exemplo) e preparação de caminhos de fuga no ato da derrubada. Na fase póscorte ocorre o desponte (separar a copa do tronco) e divisão da tora em toras menores (traçamento). Por fim, acorre o arraste da madeira para os pátios, que é realizado por diferentes equipamentos até chegar ao trator florestal de pneus (skidder) (IMAZON, 1998). Fase pós exploratória: Nesta etapa haverá a manutenção e acompanhamento da área explorada para avaliar a possibilidade de intervenção de tratamentos silviculturais com objetivo de restaurar a área e garantir a recuperação da floresta. Esta etapa é importante pois as áreas desmatadas criam mosaicos com acumulo de material comburente, que com a incidência solar pode resultar em incêndios. A avaliação de regeneração da área depende da legislação vigente para cada estado e fixado pela SEMA. Em geral, ocorre um a dois anos após a exploração (IMAZON, 1998). b) Descrição do processo de implantação de florestas plantadas A implantação de florestas plantadas deve ser pautada por processos silviculturais, tais como a escolha da região, limpeza da área, controle de pragas e doenças, definição do método de plantio e tratos culturais. O ciclo de produção varia de acordo com a espécie, clima, condições do solo da região e método de manejo, sendo em geral de 5 a 7 para biomassa e a partir de 12 anos para uso múltiplo de Eucalipto e de 20 a 30 anos para a Teca. A seguir, a descrição geral das fases de produção de florestas plantadas: Fase de pré-plantio: Na fase de implantação da floresta deve haver planejamento e preparação da área, que deve contemplar vias de acesso, aceiros e posicionamento adequado dos talhões, o que irá facilitar ações de combate ao fogo, assim como o processo de trato e retirada da madeira. Nesse período, também é necessária a realização de operações de combate a formigas e o preparo do solo, que deve ser feito por meio de subsolagem, calagem e adubação (STCP, 2010)

35 34 Fase de plantio: O plantio pode ser realizado de três formas: manual, semimecanizado ou mecanizado, sendo o semimecanizado o mais utilizado atualmente. Nesse momento, deve haver atenção especial para o espaçamento das mudas de acordo com o objetivo de comercialização. Alguns números apontam que se houver índices de sobrevivência inferior a 90%, pode haver a necessidade de replantio. Nos meses e anos posteriores a plantação, a área deve passar por tratos culturais que incluem coroamento, capinas e roçadas. Já por volta do terceiro a quarto ano, se iniciam os tratos silviculturais com a prática da desrama (visando melhorar a qualidade da madeira com a ausência de nós), do desbaste (para evitar a competição entre as árvores) e aplicação de herbicida (STCP, 2010). Fase Exploratória: A fase de extração da madeira engloba todas as atividades relacionadas desde a derrubada até o transporte para o pátio da indústria consumidora. O corte pode ocorrer através do sistema de toras longas (se faz apenas o desgalhamento e o destopo das árvores no local) ou do sistema de toras curtas, onde todos os procedimentos de corte (desgalhamento, destopo, toragem e descascamento) são realizados no local. As formas de extração podem ocorrer através de arraste, baldeação ou forma suspensa, de acordo com as condições topográficas do local. O carregamento é a etapa final, sendo o transporte primário realizado no local do talhão até a beira da estrada e o transporte principal é aquele que leva a madeira até o pátio da indústria (STCP, 2010). 10. Aspectos sociais do setor florestal a) Número de empregos no estado do Mato Grosso A produção de base florestal é um setor importante no Mato Grosso e gera cerca de empregos diretos e indiretos (ICV, 2015). Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o total de postos de trabalho diretos no setor florestal em dezembro de 2014 foi de , reduzidos para em julho de 2015, indicando uma redução absoluta de 788 empregos no período. Ainda segundo a SEDEC, 55% dos empregos no setor madeireiro são gerados por empresas de desdobramento de madeira, 12% por empresas fabricantes de móveis, 9% por fabricantes de laminados, 9% pela plantação florestal, 5% na produção de florestas nativas, 4% por fabricantes de estruturas de madeira e artigos de carpintaria, 4% por atividades de apoio florestal, e 2% no comércio atacadista de madeira e produtos derivados.

36 35 Tabela 9. Variação e distribuição dos postos de trabalho na cadeia produtiva florestal SEGMENTOS FLORESTAIS Produção Nativas Produção Plantadas Atividades de Apoio Laminados e Chapas Artigos de Carpintaria Móveis Comércio Atacadista Desdobramento Total no Período Total de Admissões Total de demissões Indicadores Empregos em 01/12/14 Empregos em 31/07/ Variação Distribuição de empregos (%) 5% 9% 4% 9% 4% 12% 2% 55% 100% * Unidades Fonte: SAG/SEDEC adaptado por IPAM. b) Região noroeste do Mato Grosso A área total da região noroeste é de hectares e sua população é de habitantes dos quais 63% residem na região urbana e 37% no meio rural. No que se refere ao PIB per capita (Tabela 10), o município mais elevado foi de Aripuanã enquanto que a Cotriguaçu registrou em 2010 o menor PIB per capita. Tabela 10. PIB per capta dos municípios do Mato Grosso Municípios Área (em Km²) População Total População Urbana População Rural PIB per capita (R$) Aripuanã , ,07 Castanheira 3.909, ,63 Colniza , ,53 Cotriguaçu 9.460, ,83 Juína , ,05 Juruena 2.778, ,08 Rondolândia , ,23 Total , NA Fonte: IBGE 2010.

37 36 Tabela 11. Principais indicadores sociais da região noroeste Municípios Incidência da pobreza* Índice de GINI* IDH** PIB per capta** Aripuanã 35,45% 0,41% 0, ,07 Castanheira 29,92% 0,40% 0, ,63 Colniza NE NE 0, ,53 Cotriguaçu 32,56% 0,41% 0, ,83 Juína 31,92% 0,42% 0, ,05 Juruena 33,55% 0,43% 0, ,08 Rondolândia NE NE 0, ,23 IBGE: (*2003; **2010) Tabela 12. Estabelecimentos da agricultura familiar na região noroeste Municípios Nº de estabelecimentos da agricultura familiar Pessoal ocupado na agricultura familiar DAP - Pessoa Física 26 Aripuanã Castanheira Colniza Cotriguaçu Juína Juruena Rondolândia Total Fonte: MDA, Estimativas do IFT indicaram que o município de Cotriguaçu gerava em 2010 entre e empregos diretos e indiretos no setor florestal, dos quais 574 empregos na indústria eram diretos e aproximadamente 150 a 190 empregos eram especificamente na fase de exploração (IFT, 2010). Segundo as fontes do portal da prefeitura do município de Cotriguaçú, existem 590 empregos na indústria madeireira da cidade 27. c) Aspectos sociais gerais do manejo florestal Como levantado anteriormente, a menor parte da mão de obra do setor florestal está na fase primária (extração de madeira). Isso se dá pela natureza da atividade que exige menor capital humano para a agregação de valor, mas também sugere maior informalidade na fase de produção de florestas nativas. 26 DAP = Declarações de Aptidão ao Pronaf 27

38 37 Em um estudo realizado pela FGV (2011) foi citado que: A exploração ilegal não controla danos, não paga impostos, usa mãode-obra em condição quase escrava e, em muitos casos, a área não é comprada ou arrendada, mas invadida, como ocorre nas terras públicas ou unidades de conservação. Em outro estudo elaborado pelo IFT (2010), foi mencionado que: Ao longo de sua história, o setor florestal da Amazônia se desenvolveu com poucos investimentos em capacitação. Existem no Brasil, hoje, diversas universidades e escolas técnicas florestais, mas os profissionais formados nessas escolas possuem experiência prática insuficiente para a aplicação do manejo florestal. O mesmo grau de desconhecimento em relação às melhores práticas de manejo florestal é observado na maioria dos trabalhadores do setor e comunidades florestais. d) Aspectos sociais gerais das florestas plantadas Quanto aos aspectos sociais das florestas plantadas, Cossalter & Pye-Smith (2003) constataram que o setor traz bem menos benefícios em termos de geração de empregos do que é de fato informado pelas empresas florestais. Não que não haja benefícios, de fato o desenvolvimento de florestas plantadas em algumas circunstâncias pode levar a criação de escolas, empregos, saúde e prosperidade em determinadas regiões remotas, mas dependendo das circunstâncias pode, ao revés, trazer conflitos locais com comunidades que perderam suas terras para os plantios florestais. Em contrapartida, Carrere (1999) faz uma análise mais negativa da atividade, chamando atenção principalmente para sua característica sazonal, uma vez que o setor geralmente contrata no período do plantio e depois apenas no período de desbaste, o que gera desemprego na maior parte do ciclo de plantio. O autor também argumenta que o setor geralmente emprega mão de obra de baixo capital humano e com más condições de trabalho..

39 Aspectos ambientais de florestas e melhores práticas do setor a) Florestas plantadas A plantação de florestas é uma atividade que pode apresentar benefícios se realizada de forma correta, entre eles, o reaproveitamento de terras degradadas pela pecuária para plantios florestais que possibilitam maior sequestro de carbono, além de proteção do solo contra erosão e diminuição da pressão sobre florestas nativas a partir da oferta de madeira plantada. Uma maneira de se aumentar os benefícios ambientais associados às práticas silviculturais é a plantação em mosaico, onde se mescla em uma mesma área o cultivo de uma espécie florestal e fragmentos de floresta nativa. Ao se basear em teorias ecológicas, como biogeografia de ilhas e metapopulação, o método apresenta maior sucesso na manutenção dos processos ecológicos em paisagens que permitam a interligação dos habitats. Assim, esse modelo de produção gera amplas extensões florestais que funcionam como corredores ecológicos, permitindo o fluxo gênico da fauna, além de haver a diminuição da incidência de pragas nas plantações (Vital, 2007; Conrado et al., 2014). As boas práticas florestais incluem o preparo do solo com adubação e aragem para garantir uma boa circulação de oxigênio, bem como técnicas de controle de erosão também podem ser utilizadas visando à conservação do solo e redução de risco de incêndio. Inclui-se também a prevenção de riscos profissionais, na qual se deve implantar um conjunto de princípios para garantir segurança, higiene e saúde (SHS) dos colaboradores para melhorar as condições de trabalho (Vital, 2007; Conrado et al., 2014). Em relação à produção de plantios de Eucalipto, é possível minimizar os impactos ambientais decorrentes de sua produção ao se escolher plantar em áreas com índice pluviométrico maior que 400 mm/ano, pois desse modo não há risco de ressecamento do solo. Outro fator que deve ser observado é a distância da área de produção dos cursos d água e a profundidade do lençol freático (Vital, 2007), já que a raiz do eucalipto cresce em torno de 2 a 2,5 m. Assim, as plantações devem ser implantadas em regiões com lençol freático com maior profundidade do que o crescimento médio da raiz. Se compararmos o consumo de água com outras culturas, o eucalipto apresenta um consumo bem inferior ao que é observado nas plantações de cana-de-açúcar, batata, milho, soja e pastagens para produção de carne bovina, por exemplo (Vital 2007). Mesmo assim, para reduzir o impacto das plantações é crucial respeitar as regras de plantio que protegem os cursos d água.

40 39 Um estudo realizado em mais de 100 propriedades detectou diferentes espécies de fauna e flora presentes em florestas de eucaliptos, o que mostra que essas florestas também podem ser usadas como refúgio da fauna se comparados com outras regiões, tais como pastagens degradadas, por exemplo. Essa taxa de detecção foi ainda maior quando o sub-bosque em regeneração não era manejado. Nesse sentido, é possível observar que a utilização de diferentes técnicas de manejo possibilita que a produção florestal caminhe em consonância com a conservação ambiental (Gabriel et al, 2013). b) Florestas nativas e ilegalidade As florestas nativas são as maiores fontes de biodiversidade ecológica existentes no planeta e oferecem uma série de serviços ecossistêmicos tais como: regulação do clima, sequestro e armazenamento de carbono, conservação do solo, regulação do clima e moderação de eventos extremos, tratamento de águas residuais, prevenção de erosão e manutenção de fertilidade do solo, polinização, controle biológico, dentre outros 28. No entanto, apesar de sua importância ambiental o setor é marcado pela ilegalidade no Brasil, especialmente no estado do Mato Grosso. De acordo com o ICV (2012), no ano de 2011, 47% da área explorada era ilegal e em 2012 essa proporção chegou a 54%. A maior parte da exploração ilegal acontece em áreas privadas, devolutas ou sob disputa. Outra parte, no entanto, ocorre também em terras indígenas, unidades de conservação e assentamentos rurais. Dentre os municípios da região noroeste do Mato Grosso, Colniza teve o maior desmatamento com 74 km², seguido por Juína (24 km²), Aripuanã (15 km²) e Cotriguaçu (12 km²) 29. Em um refinamento realizado pelo ICV (2015) foi identificado um desmatamento de 71,4 km² em Colniza e 5,9 km² em Cotriguaçú Lista dos 20 municípios com maior área desmatada no Prodes entre Agosto/2014 e Janeiro/2015 (ICV, 2015).

41 40 Tabela 13. Desmatamento na região noroeste Desmatamento na região Noroeste em 2014 Municípios (km²) Ranking NO Colniza 145,5 1 Cotriguaçu 45,0 2 Aripuanã 40,0 3 Juína 33,2 4 Castanheira NA NA Juruena NA NA Rondolândia NA NA Total Noroeste 125 Fonte: PRODES (elaborado por IPAM) Esses números demonstram que os atuais sistemas de monitoramento e controle florestal não garantem a legalidade da madeira. De acordo com o ICV, os atuais sistemas de monitoramento (Sisflora, CC-SEMA e DOF), apresentam fragilidades e incompatibilidades entre si, permitindo assim fraudes e irregularidades na cadeia produtiva florestal. Desta forma, a madeira ilegal passa a ser encoberta por documentos legais, gerando a falsa percepção de legalidade dos produtos florestais. Essa situação gera uma concorrência desleal da madeira legal frente a madeira de origem ilegal, gerando prejuízos ao setor florestal e ao meio ambiente. Há, no entanto, modos de se garantir a qualidade, legalidade e sustentabilidade do processo de exploração de madeira nativa, tais como processos de certificação de madeira. Entretanto, conforme podemos ver na tabela abaixo, apenas 1% das indústrias utiliza certificação de madeira em Mato Grosso. A mesma pesquisa aponta que as indústrias que mostraram interesse na certificação, alegaram dificuldades para consegui-la, devido à ausência de informações, falta de pessoal capacitado, dificuldade de acesso à crédito e dificuldade de acesso a mercados (CIPEM, 2014). A resolução desses gargalos é fundamental para incentivar a produção mais sustentável de madeira no estado. Tabela 14. Certificação no Mato Grosso Macrorregião Possuem Certificação Não Possuem Certificação Centro-Sul 0% 100% Médio-Norte 1% 99% Noroeste 2% 98% Norte 1% 99% Mato grosso 1% 99% Fonte: CIPEM, 2014

42 41 ESTUDOS DE CASO Nesta sessão apresentamos os dados que foram levantados no estudo de caso realizado em seis empresas entrevistadas, sendo uma de Teca, uma de Eucalipto, duas de Manejo Florestal de espécie nativas, sendo uma delas a própria Fazenda São Nicolau (FSN), bem como uma empresa de processamento primário (Serraria) e outra de processamento secundário (Beneficiadora). As informações obtidas incluem os dados gerais da empresa, aspectos produtivos, mercado consumidor, logística e os custos e receitas de produção. Além destes dados a fase de manejo e reflorestamento contará com uma simulação de viabilidade econômica bem como uma análise de sensibilidade. Para os indicadores econômicos, foi calculado o fluxo de caixa acumulado, sendo este a somatória dos custos e receitas acumulados ao longo de todo o período de investimento. Posteriormente foi calculado o fluxo de caixa descontado que por sua vez desconta os fluxos de caixa a valor presente com base na taxa de juros. Posteriormente foi realizada uma análise de sensibilidade, em que foram escolhidas as duas variáveis que mais influenciaram a viabilidade econômica da atividade e a partir delas foram realizadas 16 combinações com o objetivo de visualizar todos os cenários possíveis dentro do intervalo escolhido, o ponto de equilíbrio onde a atividade é economicamente viável bem como os valores mínimos e máximos de TIR e VPL obtidos de cada atividade estudada. De forma a manter consistência em todos os estudos de caso, consideramos a aquisição de terra no ano zero e sem as respectivas receitas de venda da terra no ano final da produção uma vez que as empresas almejam permanecer na atividade após o final do ciclo produtivo. Naturalmente isso implica em resultados mais conservadores do que os reais uma vez que a valorização da terra passa a não integrar os fluxos de caixa dos estudos de caso analisados Estudos de caso - TECA Para o presente estudo, foi analisada uma fazenda localizada na região de Alta Floresta com reflorestamento de Teca de hectares, realizado em sistema de integração pecuária floresta. Aspectos produtivos Os tratos silviculturais utilizados pela fazenda envolvem a análise de solo, gradagem e subsolagem, limpeza química e mecânica, além de desrama e desbaste. Não há uso de fertilizantes, adubação ou herbicidas e fungicida, apenas aplicação de

43 42 formicida na fase de plantio. O incremento médio anual da produção nos diferentes lotes de plantio da propriedade varia em torno de 15 a 20m³/hectare, com altura média de 26 a 30 metros de altura nos plantios de 20 anos de idade, que é o ano de corte, e índices de mortalidade inferiores a 1%. Mercado O mercado consumidor de tora é majoritariamente internacional, embora vendas de madeira serrada dentro do Brasil também ocorram. O uso final da Teca é a construção civil, indústria naval e madeireira. As vendas são em geral antecipadas e realizadas via Trading Company, com coleta na fabrica ou FOB 30 e C&F 31 nas vendas diretas, com entregas no porto marítimo. Quando comercializado no mercado interno, o perfil de clientes em geral é de pequenas marcenarias. Um dos principais diferenciais competitivos da Teca é a resistência e durabilidade, além de não ter grande regulação ambiental como a madeira nativa. Além disso, por ser uma matéria prima de alta qualidade, existe uma grande demanda por produtos desse tipo, desde que os mesmos tenham um bom tratamento e qualidade final. Isso sugere que a maior dificuldade no setor não é a falta de demanda ou preço baixo, mas sim a capacidade de empresas locais em ofertar madeira de alta qualidade. Logística A logística de transporte envolve desde o trecho entre a fazenda e a cidade de Alta Floresta, com distancia aproximada de 100km em terreno bom (asfalto), até a entrega no porto marítimo de Paranaguá, no estado do Paraná, distante cerca de 2.600km de Alta Floresta. Esse transporte ocorre ao custo de R$ 470/m³ para madeira em tora, e R$ 280/m³ para madeira serrada. Também é necessário apoio para transporte dos funcionários que se locomovem da fazenda para Alta Floresta ao menos uma vez por mês. Análise de Viabilidade Econômica Para calcular a viabilidade econômica de um plantio de Teca na região de Alta Floresta, foi considerado um fluxo de caixa relativo a um plantio de 60 hectares 32 em um período de 20 anos, com desbaste de madeira serrada no ano 6, desbastes de madeira serrada e tora nos anos 11 e 15, e colheita final de tora no ano 20. As receitas de produção variam de acordo com o produto (madeira serrada ou tora), com a idade do plantio (quanto mais velho o plantio maior o valor da tora comercializada) e de 30 Freight on Board FOB é uma das modalidades utilizadas no comércio internacional onde o comprador assume todos os riscos e custos com transporte da mercadoria assim que ela é colocada a bordo do navio. Ou seja o fornecedor é responsável pela mercadoria apenas até o porto. 31 Cost Insurance and Freight CIF é quando o fornecedor é responsável pela entrega da mercadoria até o local de destino. Ou seja ele paga os custos de frete e seguro. 32 Muito embora a maioria dos plantios sejam dinâmicos, envolvendo novos plantios e colheitas anuais, faremos uma simulação de uma parcela de 60 hectares, de forma que o fluxo de receitas de uma área de hectares possa ser constante durante um após o ciclo de produção de 20 anos, configurando sustentabilidade econômica da atividade.

44 Custo Anual de Produção 43 acordo com o câmbio na data de venda de madeira em tora. Para facilitar a visualização, as receitas e custos foram informados por hectare conforme Figura 1. Tabela 15. Receitas de Teca R$/ hectare Ano 6 Ano 11 Ano 15 Ano 20 Preço - TORA US$ 385 US$ 500 Produtividade (m³/hectare) Preço SERRADA R$ 310 R$ 430 Produtividade (m³/hectare) 7 9 Os custos de produção abrangem desde os investimentos de capital inicial, que incluem infraestrutura, maquinário 33, aquisição de terra, e preparo da área e plantio (limpeza de área, combate a formigas, sulcagem e adubação, gradagem, dentre outras operações), até os custos operacionais de manutenção e corte (desrama, afiação de serra, manutenção de estradas, desbaste, corte, mão de obra, logística etc) 34. O custo total por hectare no ano da colheita totalizou R$ ,00/ha conforme a tabela abaixo: Figura 1. Custos de produção de Teca R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ O fluxo de caixa acumulado foi calculado a partir da somatória de todos os custos e receitas do período, e totalizou R$ 30,8 milhões para uma área de 60 hectares. Considerando-se o custo de capital ao longo do tempo e a taxa de juros de 8,53% 35, obtivemos o fluxo de caixa descontado acumulado de R$ 5,2 milhões. A tabela abaixo mostra os resultados dos indicadores econômicos dessa simulação, indicando um projeto economicamente viável a um VPL de ,55, TIR de 18,68% e Payback de 20 anos Visto que o entrevistado possui instalações antigas (para produção e processamento) não foi possível acessar tais valores. Como alternativa utilizamos os dados do Diagnóstico de Florestas Plantadas, IMAE 2013 para esta simulação. 34 Os custos foram obtidos pelo Diagnóstico de Florestas Plantadas do IMEA e validados na pesquisa de campo. 35 Foi considerado a linha de financiamento do FCO para 2016 para produtores com menos de R$ 90milhões de faturamento (sem bônus de performance) 36 Nessa simulação foi considerado uma taxa cambial de R$ 3,80, uma produtividade de aproximadamente 17,5m³/há/ano (IMA), um custo de frete médio de R$ 470,00/m³ e preço de venda de tora no ano 20 de US$ 500,00.

45 44 Tabela 16. Indicadores de viabilidade econômica da Teca Indicadores Econômicos R$/ 60 hectares Taxa de Desconto 8,53% Fluxo de caixa acumulado R$ Fluxo de caixa acumulado descontado R$ VPL do Fluxo de Caixa R$ ,55 Taxa Interna de Retorno - TIR 18,68% Payback 20 anos Análise de Risco Visto que existem diversas variáveis que impactam positivamente e negativamente o fluxo de caixa durante um projeto de investimento, levantamos junto ao entrevistado as variáveis que apresentam maior oscilação de valores, e atribuímos valores mínimos e máximos conforme apresentado na Tabela : Tabela 17. Variáveis para o fluxo de caixa da Teca Câmbio Produtividade Custo de Frete Rodoviário (Tora) Preço SERRADA Preço - TORA MIN R$ 2,00 15m³/há/ano R$ 420,00/ m³ US$ 300 US$ 250 MAX R$ 4,00 20m³/há/ano R$ 520,00/ m³ US$ 440 US$ 900 Dentre as variáveis analisadas, escolhemos a taxa de câmbio, e o preço da madeira em tora. Como podemos ver na tabela 18, a atividade é economicamente viável com a tora sendo comercializada acima de US$ 250,00/m³ e com câmbio acima de R$/US 2,00. Além de mostrar o ponto de equilíbrio, essa simulação nos ajuda a mostrar que em cenários mais otimistas a atividade pode ser bastante atrativa com uma TIR de 22,91% e um VPL de R$ 10,6 milhões. No entanto é importante lembrar que que essa simulação considera apenas duas variáveis, e que por sua vez outras análises de sensibilidade podem ser realizadas com as demais variáveis do fluxo de caixa apresentando novos resultados. 37 Os valores mínimos e máximos de câmbio foram considerados com base em séries históricas de câmbio no Brasil, já os custos de frete, produtividade e preços de madeira foram definidos com base na entrevista de campo.

46 45 Tabela 18. Análise de sensibilidade - TIR Preço - TORA Câmbio (R$/USD) TIR $900 $683 $467 $250 R$/USD 4,00 22,91% 21,15% 18,70% 14,53% R$/USD 3,33 21,39% 19,57% 17,01% 12,52% R$/USD 2,66 19,51% 17,61% 14,90% 9,88% R$/USD 2,00 17,10% 15,07% 12,07% 6,00% Tabela 19. Análise de sensibilidade - VPL Câmbio (R$/USD) Preço - TORA VPL(R$Mil) $900 $683 $467 $250 R$/USD 4,00 R$ ,0 R$ 7.665,0 R$ 4.747,0 R$ 1.816,0 R$/USD 3,33 R$ 8.369,0 R$ 5.928,0 R$ 3.499,0 R$ 1.059,0 R$/USD 2,66 R$ 6.141,0 R$ 4.192,0 R$ 2.252,0 R$ 302,0 R$/USD 2,00 R$ 3.947,0 R$ 2.481,0 R$ 1.023,0 -R$ 442, Estudos de caso - EUCALIPTO Para o estudo de caso das plantações de Eucalipto, analisamos uma fazenda localizada no município da Reserva do Cabaçal (próximo a Tangará da Serra), com reflorestamento de Eucalipto cobrindo uma área de hectares comercializados para uso múltiplo (madeira em Tora e Lenha). Aspectos produtivos Os tratos silviculturais utilizados pela fazenda envolvem a análise de solo, limpeza química e mecânica, adubação com fosfato, duas gradagens por ano para preparo do solo, uso de formicida e desrama e desbaste. Não há uso de agricultura de precisão. Devido ao solo arenoso da região, a taxa de crescimento, representada pelo incremento médio anual, é mais baixa, com produtividades dos diferentes lotes de produção da propriedade variando de 30 a 40 m³/ha/ano. A altura média do plantio é de 25 a 30 metros, e a idade média da floresta, de 11 anos. Novos plantios são realizados todos os anos pela empresa e desde o inicio das atividades já foram realizados 3 desbastes. O índice de mortalidade é de até 5%. Mercado O mercado consumidor é inteiramente doméstico, embora a empresa pretenda exportar no futuro. No passado, o Eucalipto foi comercializado em lenha para secagem de grãos, entretanto, a produção está migrando para produção de toras para Serrarias e Laminadoras. Os clientes em geral são pecuaristas que utilizam a madeira serrada para construção de cercas, e para quem as vendas são normalmente realizadas à

47 46 prazo. A principal vantagem competitiva do Eucalipto se comparado com a Teca são os baixos custos de produção, além da baixa fiscalização do setor quando comparada ao setor de florestas nativas. Também foi apontado um bom potencial de mercado para o Eucalipto, em especial por madeira tratada (processada). Logística O custo de frete rodoviário varia de R$ 14/m³ para uma distância de 50km, até R$ 28/m³ para uma distância de 120km. As estradas são em geral 50% de terra e 50% de asfalto. Se faz também necessário o apoio para o transporte dos funcionários entre a fazenda e Tangará da Serra, que fica a uma distância de 100km. Este transporte ocorre ao menos uma vez por mês. Análise de Viabilidade Econômica Para calcular a viabilidade econômica, do plantio de Eucalipto na região de Tangará da Serra, foi considerado um fluxo de caixa relativo a um plantio de 100 hectares, de forma que o produtor possa manter as receitas de exploração constantes após o ciclo de produção 38. Portanto, foram considerados ciclos de produção de 12 anos e desbastes de lenha nos anos 3 e 6, e desbastes de lenha e tora no ano 12. As receitas de produção variam de acordo com o produto (lenha ou tora) e foram informadas por hectare conforme a tabela a seguir: Tabela 20. Receitas de Eucalipto R$/ hectare Ano 3 Ano 6 Ano 12 Preço - TORA R$ 230,00 Produtividade (m³/hectare) 120 Preço LENHA R$ 116,60 R$ 116,60 R$ 116,60 Produtividade (m³/hectare) 42 67,2 180 Os custos de produção abrangem desde os investimentos de capital inicial, que incluem aquisição de terra, preparo da área e plantio (limpeza de área, combate a formigas, sulcagem e adubação, gradagem, etc), até os custos operacionais de manutenção e corte (desrrama, afiação de serra, manutenção de estradas, desbaste, corte, mão de obra, logística etc) 39. O custo total por hectare no ano da colheita totalizou R$ ,00, conforme a tabela abaixo: Figura 2. Custos de produção de Eucalipto 38 Para essa estimativa foi dividido a área de hectares por um ciclo de produção de 12 anos para encontrar uma área de produção anual proporcional a 100 hectares. 39 Não foi considerado os custos com instalações e maquinas e equipamentos pois a produção é terceirizada e portanto tais custos são diluídos nos demais custos operacionais.

48 Custo anual de produção 47 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ O fluxo de caixa acumulado para um plantio proporcional a 100 hectares foi calculado a partir da somatória de todos os custos e receitas para o período, e totalizou R$ mil. Considerando-se o custo de capital e a taxa de juros de 8,53% 40, obtivemos o fluxo de caixa descontado acumulado negativo de R$ 212 mil. A tabela abaixo mostra os resultados dos indicadores econômicos dessa simulação, indicando um projeto economicamente viável com um VPL de R$ ,71 uma TIR de 11,15% e um Payback de 12 anos 41. Tabela 21. Indicadores de viabilidade econômica do Eucalipto Indicadores Econômicos R$/ 100 hectares Taxa de Desconto 8,53% Fluxo de caixa acumulado R$ Fluxo de caixa acumulado descontado R$ VPL do Fluxo de Caixa R$ ,71 Taxa Interna de Retorno - TIR 11,15% Payback (anos) 12 Análise de Risco Visto que existem diversas variáveis que impactam positivamente e negativamente o fluxo de caixa durante um projeto de investimento, levantamos junto com o entrevistado as variáveis que apresentam maior oscilação de valores e atribuímos valores mínimos e baixos conforme Tabela : 40 Foi considerado a linha de financiamento do FCO para 2016 para produtores com menos de R$ 90milhões de faturamento (sem bônus de performance) 41 Nessa simulação foi considerado uma produtividade de 35m³/há/ano (IMA) e um custo de frete de R$ 21,00/m³. 42 Os custos de frete, produtividade e preços de madeira foram definidos com base na entrevista de campo.

49 48 Tabela 22. Variáveis para o fluxo de caixa de Eucalipto Produtividade Custo de Frete Rodoviário (Tora) Preço - LENHA (m³) Preço - TORA (m³) MIN 20m³/há/ano R$ 14,00/m³ R$ 106,00 R$ 160,00 MAX 35m³/há/ano R$ 28,00/m³ R$ 127,20 R$ 300,00 Identificamos como as variáveis de maior impacto a produtividade e o custo de frete. Como podemos ver, a atividade é economicamente viável desde que a produtividade seja superior a 30m³/ha/ano. Além de mostrar o ponto de equilíbrio, essa simulação nos ajuda a mostrar que em cenários mais otimistas a atividade pode ser mais atrativa a uma TIR de 15,99% e um VPL de R$ 639,3 mil. No entanto é importante lembrar que que essa simulação considera apenas duas variáveis, portanto outras análises de sensibilidade podem ser realizadas com as demais variáveis do fluxo de caixa e apresentar novos resultados. Tabela 23. Análise de sensibilidade - TIR Frete (R$/m³) Produtividade (m³/há/ano) TIR 40m³ 36,6m³ 33,3m³ 30m³ R$ 14,00 15,99% 13,48% 10,66% 7,23% R$ 18,67 15,42% 12,85% 9,93% 6,34% R$ 23,33 14,84% 12,20% 9,17% 5,40% R$ 28,00 14,25% 11,53% 8,39% 4,41% Tabela 24. Análise de sensibilidade - VPL Frete (R$/m³) Produtividade (m³/há/ano) VPL(R$ Mil) 40m³ 36,6m³ 33,3m³ 30m³ R$ 14,00 R$ 639,3 R$ 393,4 R$ 154,7 -R$ 83,9 R$ 18,67 R$ 584,4 R$ 338,5 R$ 99,8 -R$ 138,8 R$ 23,33 R$ 529,6 R$ 283,7 R$ 45,0 -R$ 193,6 R$ 28,00 R$ 474,7 R$ 228,8 -R$ 9,8 -R$ 248,5

50 Estudo de caso MANEJO FLORESTAL 1 Para esta simulação, consideramos uma fazenda com área total de hectares localizada na região de Juína, com área destinada para manejo florestal de hectares a ser manejado em 5 Planos de Operação Anual (POAs 43 ) de 960 hectares durante um período de 10 anos. A propriedade em estudo subcontrata o manejo florestal para uma empresa terceirizada especializada em manejo florestal. Aspectos produtivos O volume disponível sem casca na exploração é de 26m³/hectare. A época do ano usada para exploração é na estação da seca, entre abril até setembro. No total são exploradas 18 espécies de madeira no POA. Mercado O mercado consumidor são em geral pequenas e médias serrarias nos municípios próximos (Juína, Brasnorte e Juara) e o uso final das mercadorias é: 80% para construção civil e 20% beneficiamento. A forma de venda é realizada a vista ou a prazo. O principal diferencial competitivo da madeira nativa versus a plantada é a qualidade superior da madeira nativa em termos de cor, densidade e durabilidade de algumas espécies. A demanda se mostrou ser boa, mas não muito superior à oferta, sugerindo que o mercado está equilibrado e estabilizado na região. Logística A distância média de transporte desde a região explorada (esplanada principal 44 ) até o mercado consumidor é de 45km a 150km. Os respectivos custos de transporte são de até R$ 60,00/m³, pagos pelo cliente final, e portanto não integram o fluxo de caixa deste estudo como custo de produção. Análise de viabilidade econômica Para calcular a viabilidade econômica do manejo florestal na região de Juína, consideramos metade da área de um POA a ser explorado por ano correspondente a 480 hectares, de forma que toda a área de exploração, hectares, seja explorada dentro do ciclo de exploração de 10 anos implicando em pousio da área em 15 a 20 anos, valor este que depende da restauração em volumetria da floresta. A receita anual de vendas foi considerada constante ao longo do ciclo de exploração e foi 43 O Plano de Operação Anual (POA) detalha as informações do Plano de Manejo Florestal Sustentável contendo dados sobre o inventário florestal, espécies, volumes a serem colhidos bem como as atividades a serem realizadas no próximo ano. 44 A esplanada principal é o local de armazenagem de madeira e fica localizada nos arredores da área de exploração. Além da esplanada principal existe as esplanadas secundária localizadas dentro da região de exploração.

51 50 calculada da seguinte maneira: produtividade anual de 21,02m³/hectare 45 multiplicado pelo preço médio praticado por cada espécie a ser explorada de acordo com o POA. Este cálculo totalizou uma receita anual de R$ 2,0 milhões. Visto que os preços disponibilizados pela SEFAZ e pelo SISFLORA apresentam valores muito distantes da realidade (SEFAZ muito altos e SISFLORA muito baixos), foram considerados valores praticados no mercado e sugeridos pela ECO2 Ambiental. Na Tabela 25 são apresentados os preços e volume de exploração anual de cada espécie: Tabela 25. Preços de espécies nativas Espécie - Nome Nome Científico SEFAZ (R$/m³) 46 ECO2 (R$/m³) SEMA Popular (R$/m³) 47 Amescla Trichilia sp. 725,00 180,00 50,00 Angelim pedra Hymenolobium sp. 960,00 230,00 40,00 Cambara Qualea sp. 725,00 200,00 20,00 Canela Ocotea sp. 725,00 200,00 30,00 Caroba Jacaranda copaia 725,00 160,00 30,00 Cedrinho Erisma uncinatum 725,00 230,00 63,50 Champanhe Dipteryx sp ,00 350,00 42,40 Guarita Astronium lecointei N/A 200,00 45,00 Jatobá Hymenaea courbaril 1.270,00 200,00 44,25 Louro Cordia sp N/A 200,00 60,00 Mandiocão Sterculia sp. 725,00 160,00 35,00 Marfim Chrysophyllum sp. 725,00 160,00 50,00 Pente de macaco Apeiba sp. 844,00 150,00 40,00 Peroba cupiuba Goupia glabra 844,00 200,00 44,00 Peroba mica Aspidosperma sp. 960,00 250,00 70,00 Roxinho Peltogyne sp. 844,00 200,00 50,00 Sucupira orelha de N/A N/A 180,00 N/A macaco Sucupira preta Bowdichia virgilioides 960,00 200,00 100,00 N/A Não Encontrado Fonte: SEFAZ, ECO2 Ambiental e SEMA. Os custos de produção (Tabela 26) abrangem os investimentos de capital inicial com a aquisição de área ao custo de R$ 43,00/m³. Os custos operacionais abrangem aluguel de máquinas e equipamentos, e mão de obra de 14 pessoas (5 operadores de 45 Par calcular o volume comercial aplicamos um fator de perda de 21,5% (Volume Fuste ou Francon). Esse fator serve para calcular o volume perdido após se excluir as costaneiras, que são os resíduos eliminados para obtenção do volume esquadrejado F

52 51 máquina, 4 ajudantes, 2 operadores de motosserra, um técnico, um motorista e um gerente), bem como contratação de empresa terceirizada para elaboração do projeto de manejo (PMFS). O custo operacional total fica em R$ 94,00/m³. A tabela abaixo mostra a distribuição dos custos de exploração: Tabela 26. Custo de um manejo florestal sustentável Descrição das despesas INVESTIMENTOS INICIAIS Tipo de Despesa Período (anos) Custo (R$/m³) Aquisição de Terra¹ Próprio 0 R$ 43,00 CUSTOS OPERACIONAIS ANUAIS Skidder Aluguel + MO 1 a 10 R$ 35,00 Caminhão Traçado Aluguel + MO 1 a 10 R$ 10,00 Trator de Esteira Aluguel + MO 1 a 10 R$ 10,00 Pá-Carregadeira Aluguel + MO 1 a 10 R$ 5,00 Motoniveladora Aluguel + MO 1 a 10 R$ 5,00 Insumos de exploração Próprio 1 a 10 R$ 10,00 Escritório Próprio 1 a 10 R$ 5,00 Alojamento e construção de Pátio Próprio 1 a 10 R$ 4,00 Projeto de Manejo + Taxas e Impostos Terceirizada 1 a 10 R$ 10,00 TOTAL R$ 137,00 *MO = Mão de Obra ¹ Custo proporcional de aquisição de terra (ano zero) sobre o volume total de exploração da área em todo o ciclo de manejo. O fluxo de caixa acumulado ao final do ciclo de exploração de 10 anos nos hectares foi de R$ ,00. Considerando a custo de capital e a taxa de juros de 8,53% 48, obtivemos o fluxo de caixa descontado acumulado de R$ ,00. A tabela abaixo mostra os resultados dos indicadores econômicos dessa simulação, indicando um projeto economicamente viável a uma TIR de 10,69% e Payback de 9 anos. Tabela 27. Indicadores de viabilidade econômica de um manejo florestal sustentável Indicadores Econômicos hectares Taxa de Desconto 8,53% Fluxo de caixa acumulado R$ Fluxo de caixa acumulado descontado R$ VPL do Fluxo de Caixa R$ ,82 Taxa Interna de Retorno TIR 10,69% Payback 9 anos 48 Foi considerado a linha de financiamento do FCO para 2016 para produtores com menos de R$ 90milhões de faturamento (sem bônus de performance)

53 52 Análise de Risco Tabela 28. Variáveis para um fluxo de caixa de manejo florestal sustentável Elasticidade de Preço (%) Custo de Produção (R$/m³) MIN 20% - R$ 75,00 MAX 20% + R$ 90,00 Como podemos ver a atividade é economicamente viável com custos de produção de até R$ 90,00/m³, desde que a elasticidade de preços para baixo da média não seja superior a 6,7%. Além de mostrar o ponto de equilíbrio, essa simulação nos ajuda a mostrar que em cenários mais otimistas a atividade pode ser mais atrativa a uma TIR de 23,36% e um VPL de R$ 3,5 milhões. No entanto é importante lembrar que que essa simulação considera apenas duas variáveis, portanto outras análises de sensibilidade podem ser realizadas com as demais variáveis do fluxo de caixa e apresentar resultados distintos. Tabela 29. Análise de sensibilidade - TIR Custo de Produção (R$/m³) Preço (R$/m³) TIR (+)20% (+)6,7% (-)6,7% (-) 20% R$ 75,00 23,36% 16,79% 9,53% 1,13% R$ 80,00 21,86% 15,18% 7,70% -1,14% R$ 85,00 20,34% 13,52% 5,80% -3,18% R$ 90,00 18,80% 11,82% 3,81% -6,25 Tabela 30. Análise de sensibilidade - VPL Custo de Produção (R$/m³) Preço (R$/m³) VPL (R$ MM) (+)20% (+)6,7% (-)6,7% (-) 20% R$ 75,00 R$ 3,5 R$ 1,9 R$ 0,2 -R$ 1,4 R$ 80,00 R$ 3,1 R$ 1,5 -R$ 0,1 -R$ 1,8 R$ 85,00 R$ 2,8 R$ 1,1 -R$ 0,5 -R$ 2,2 R$ 90,00 R$ 2,3 R$ 0,8 -R$ 0,9 -R$ 2, Estudo de caso MANEJO FLORESTAL 2 Para o estudo de caso 2 foram realizadas simulações para a fazenda São Nicolau- FSN, localizada no município de Cotriguaçu/MT. A propriedade possui uma área total de hectares, dos quais hectares são de Reserva Legal com potencial de exploração comercial.

54 53 Aspectos produtivos As espécies comerciais utilizadas neste estudo foram de um inventário de 197,26 hectares cujo volume disponível sem casca foi de 24,87m³/hectare. Ao todo foram utilizadas 37 espécies na simulação. Análise de viabilidade econômica Analisamos a exploração sendo realizada de 2 maneiras: 1) em 10 POAs de 493 hectares (opção 1) por um período de exploração de 10 anos e consequentemente com maior fluxo de receitas; 2) em 25 POAs de 197 hectares (opção 2) por um período de 25 anos, de forma que o primeiro POA possa ser explorado novamente no final do ciclo de 25 anos e consequentemente possibilitando à fazenda um fluxo constante de receitas após o ciclo de produção. A receita de vendas anual foi projetada para ser constante ao longo do ciclo de exploração e calculado a partir da produtividade anual de 19,52m³/hectare 49 vezes o preço médio praticado por cada espécie a ser explorada. Visto que os preços disponibilizados pela SEFAZ e pelo SISFLORA apresentam preços muito distantes da realidade (SEFAZ muito altos e SISFLORA muito baixos), foram considerados valores praticados no mercado e sugeridos pela ECO2 Ambiental. Abaixo os preços e volume de exploração anual de cada espécie: 49 Para calcular o volume comercial partimos do volume com casca de 24,8m³/há previsto no inventário e aplicamos um fator de perda de 21,5% (Volume Francon) para encontrar o volume comercial de 19,52.

55 54 Tabela 31. Preço de espécies nativas - FSN Espécie - Nome Popular Espécie - Nome Científico SEFAZ (R$/m³) 50 ECO2 (R$/m³) SEMA (R$/m³) 51 Abiu Pouteria ramiflora N/A 180,00 110,00 Amescla-Aroeira Protium brasiliense N/A 180,00 45,00 Angelim Amargoso Vatairea sp 844,00 200,00 50,00 Angelim Pedra Hymenolobium sp. 960,00 230,00 48,40 Caixeta Simarouba amara 844,00 180,00 30,00 Cajueiro Anacardium sp. 725,00 140,00 50,00 Cambará Qualea sp. 725,00 200,00 27,00 Canela Ocotea sp. 725,00 200,00 20,00 Canela Fedida Ocotea sp. N/A 180,00 60,00 Canelão Ocotea sp. 725,00 180,00 50,00 Caroba Jacaranda copaia 725,00 150,00 40,00 Caucho Castilla ulei N/A 150,00 50,00 Cedro Marinheiro Guarea trichilioides 725,00 180,00 60,00 Cedro Rosa Cedrella odorata 1.720,00 345,00 100,00 Cumaru Ferro Dipteryx sp ,00 335,00 50,00 Figueira Ficus sp 725,00 120,00 103,00 Garapeira Apuleia sp. 960,00 265,00 50,00 Garrote Bagassa guianensis 960,00 200,00 200,00 Goiabão Planchonella sp. 844,00 180,00 65,00 Guaritá Astronium sp. 960,00 225,00 50,00 Ipê Amarelo Tabebuia sp ,00 400,00 45,00 Ipê Roxo Tabebuia sp ,00 400,00 300,00 Itaúba Mezilaurus itauba 1.270,00 400,00 40,00 Jatoba Mirim Hymenaea sp 1.270,00 230,00 45,00 Jequitiba Cariniana sp. 725,00 180,00 30,00 Jutai Pororoca Roxinho Dialium sp. 725,00 230,00 45,00 Mirindiba Buchenavia sp. 725,00 200,00 60,00 Paraju Manilkara sp 960,00 200,00 50,00 Peróba Cupiuba Goupia glabra 725,00 220,00 45,00 Peroba Rosa Aspidosperma polyneuron 960,00 340,00 120,00 Pinho Cuiabano Schizolobium sp. 725,00 140,00 60,00 Sucupira Preta Diplotropis sp. 960,00 200,00 50,00 Sumauma Ceiba sp. 725,00 120,00 60,00 Tachi Sclerolobium sp. 725,00 120,00 70,00 Tamarindo Tamarindus indica 725,00 230,00 25,00 Tauari Couratari sp. 725,00 190,00 200,00 Timburi Enterolobium 725,00 180,00 contortisiliquum 54,00 N/A Não encontrado Fonte: SEFAZ, ECO2 Ambiental e SEMA F

56 55 Os custos de produção variam de acordo com a metodologia a ser utilizada na simulação (com e sem aquisição de terra) e de acordo com os interesses estratégicos da FSN (aluguel ou aquisição de maquinário). A principio, a aquisição de terra deve ser considerada em qualquer fluxo de caixa, já que esse foi pago pelo produtor em algum momento e portanto deverá ser amortizado pelas atividades comerciais da empresa, determinando os preços dos produtos a serem comercializados. Já os maquinários (skidder, caminhão etc) podem ser adquiridos pela fazenda ou alugados. Os custos operacionais abrangem desde aluguel de máquinas e equipamentos (se forem alugados) até mão de obra de aproximadamente 13 pessoas 52, bem como contratação de empresa terceirizada para elaboração do projeto de manejo (PMFS). A tabela abaixo mostra a distribuição dos custos de exploração: Tabela 32. Custos de um manejo florestal sustentável - FSN Descrição das despesas INVESTIMENTOS INICIAIS Tipo de Despesa Opção 1 Opção 2 Custo 10 anos 25 anos (R$/m³) Aquisição de Terra Próprio Ano zero Ano zero R$ 43,00¹ CUSTOS OPERACIONAIS ANUAIS Skidder Aluguel + MO 1 a 10 1 a 25 R$ 35,00 Caminhão Traçado Aluguel + MO 1 a 10 1 a 25 R$ 10,00 Trator de Esteira Aluguel + MO 1 a 10 1 a 25 R$ 10,00 Pá-Carregadeira Aluguel + MO 1 a 10 1 a 25 R$ 5,00 Motoniveladora Aluguel + MO 1 a 10 1 a 25 R$ 5,00 Insumos de exploração Próprio 1 a 10 1 a 25 R$ 10,00 Escritório¹ Próprio 1 a 10 1 a 25 R$ 0,00 Alojamento e construção de Pátio² Próprio 1 a 10 1 a 25 R$ 3,00 Projeto de Manejo + Taxas e Impostos Terceirizada 1 a 10 1 a 25 R$ 10,00 TOTAL R$ 131,00 * MO = Mão de Obra ¹ FSN já possui escritório ² FSN já possui alojamentos ¹ Custo proporcional de aquisição de terra (ano zero) sobre o volume total de exploração da área em todo o ciclo de manejo. Como pode ser verificado pela Tabela 33, ao rodar o modelo no cenário onde são computados os custos de aquisição de terra e um horizonte de investimento de 25 anos (opção 1), o fluxo de caixa ficou negativo. Isso sugere que esta opção de investimento não é viável, uma vez que os volumes de exploração são baixos e devido ao custo do capital não é possível amortizar os investimentos iniciais nesse período de tempo operadores de máquina, 4 ajudantes, 2 operadores de motosserra, um técnico, um motorista e um gerente.

57 56 Entretanto, quando rodamos o modelo para o período de 10 anos (opção 2), o fluxo de caixa se tornou positivo a uma TIR de 14,42% e um VPL de R$ ,00, de forma que o investimento é pago (payback) em 8 anos mesmo quando os custos de aquisição de terra são contabilizados 53. Entretanto quando se considerou o projeto de manejo para um período de 25 anos a atividade não se mostrou economicamente viável, com uma TIR abaixo da taxa de desconto. Isso ocorre por causa do custo do capital ao longo do período de investimento. Se compararmos esse resultado com o estudo de caso de Juína, podemos concluir que o aumento de rentabilidade se dá pelas espécies de maior valor comercial presentes na FSN, bem como os custos inferiores de produção devido às instalações existentes na fazenda. Muito embora a opção 1 não tenha se mostrado atrativa, outros fatores devem ser levados em consideração para a escolha do período de investimento, como por exemplo os aspectos sociais que são mais benéficos na opção 1 (exploração em 25 anos) por possibilitar uma oferta de emprego constante e estável para a população local. Tabela 33. Indicadores de viabilidade econômica - FSN Opção 1 Opção 2 Indicadores Econômicos 25 anos 10 anos Taxa de Desconto 8,53% 8,53% Fluxo de caixa acumulado R$ R$ Fluxo de caixa acumulado descontado -R$ R$ VPL do Fluxo de Caixa -R$ ,07 R$ ,37 Taxa Interna de Retorno - TIR 5,26% 14,42% Payback N/A 8 anos Entretanto, se considerarmos que a FSN adquiriu a terra há cerca de 20 anos atrás por uma doação financeira destinada a experimentação científica, esses custos já foram amortizados pelo doador. Desta forma, realizamos a mesma simulação de viabilidade econômica excluindo a aquisição de terra e considerando apenas os custos operacionais e suas respectivas receitas com o objetivo de mensurar os indicadores econômicos nestes casos. Como podemos ver na Tabela 34, ambos os projetos de investimento se mostram extremamente atrativos uma vez que não existem investimentos no ano zero a serem amortizados. Os lucros provenientes da exploração iniciam-se no primeiro ano com R$ ,00 na opção 1 (exploração em 25 anos) e R$ ,00 na opção 2 (exploração em 10 anos), resultando em um fluxo de caixa acumulado descontado de R$ 4,2 milhões na opção 1 e de R$ 7,3 milhões na opção 2. Portanto, embora o volume comercializado seja exatamente o mesmo nos dois casos, a opção 1 é mais atrativa devido ao custo do capital aplicado em períodos de investimento diferentes. 53 Para essa simulação consideramos o custo médio de R$ 77,00/m³ e perda média de 25%.

58 57 Tabela 34. Indicadores de viabilidade econômica - FSN (sem aquisição de terra) Opção 1 Opção 2 Indicadores Econômicos 25 anos 10 anos Taxa de Desconto (TMA) 8,53% 8,53% Fluxo de caixa acumulado R$ R$ Fluxo de caixa acumulado descontado R$ R$ VPL do Fluxo de Caixa R$ ,95 R$ ,39 Taxa Interna de Retorno TIR + 30% + 30% Payback 1 ano 1 ano Análise de Risco As principais variáveis que podem impactar na viabilidade econômica da FSN são os preços por espécie que variam com base na demanda de mercado, o volume disponível de espécie no restante da área a ser manejada e os custos de produção. Nesta simulação foram realizadas análises de sensibilidade apenas dos preços e dos custos de produção (Tabela 35), devido às incertezas relacionadas à disponibilidade de volumes por espécie no restante da área de reserva legal da FSN. Tabela 35. Variáveis do fluxo de caixa - FSN Elasticidade de Preço (%) Custo de Produção (R$/m³) MIN 20% + R$ 69,00 MAX 20% - R$ 84,00 Os resultados da Tabela 36 permitem inferir sobre a viabilidade econômica na opção 1 (exploração em 25 anos) com os custos de produção abaixo de R$ 79,00/m³ e preço médio das espécies 20% acima do valor médio. Em contrapartida a opção 2 (exploração em 10 anos) é economicamente viável em qualquer cenário com preços de até 6,7% abaixo dos preços médios e custos de produção elevados a R$ 84,00/m³ Além de mostrar o ponto de equilíbrio, essa simulação nos ajuda a mostrar que em cenários mais otimistas nas duas opções de exploração, com uma TIR podendo chegar a 9,87% na opção 1 (exploração em 25 anos) e a uma TIR de 25,63% na opção 2 (exploração em 10 anos). Tabela 36. Análise de sensibilidade - TIR (exploração em 25 anos) Custo de produção (R$/m³) Preço (R$/m³) TIR (+)20% (+)6,7% (-)6,7% (-) 20% R$ 69,00 9,87% 7,47% 4,63% 1,83% R$ 74,00 9,36% 6,92% 4,22% 1,10% R$ 79,00 8,84% 6,36% 3,59% 0,32% R$ 84,00 8,32% 5,79% 2,93% -0,51%

59 58 Tabela 37. Análise de sensibilidade - VPL (exploração em 25 anos) Custo de produção (R$/m³) Preço (R$/m³) VPL (+)20% (+)6,7% (-)6,7% (-) 20% R$ 69,00 R$ 0,6 -R$ 4,0 -R$ 1,5 -R$ 2,5 R$ 74,00 R$ 0,4 -R$ 68,0 -R$ 1,7 -R$ 2,8 R$ 79,00 R$ 0,1 -R$ 0,9 -R$ 1,9 -R$ 3,0 R$ 84,00 -R$ 0,1 -R$ 1,2 -R$ 2,2 -R$ 3,2 Tabela 38. Análise de sensibilidade - TIR (exploração em 10 anos) Custo de produção (R$/m³) Preço (R$/m³) TIR (+)20% (+)6,7% (-)6,7% (-) 20% R$ 69,00 25,63% 19,76% 13,41% 6,39% R$ 74,00 24,38% 18,43% 11,95% 4,72% R$ 79,00 23,11% 17,08% 10,46% 2,97% R$ 84,00 21,83% 15,70% 8,93% 1,15 Tabela 39. Análise de sensibilidade - VPL (exploração em 10 anos) Custo de produção (R$/m³) Preço (R$/m³) VPL (+)20% (+)6,7% (-)6,7% (-) 20% R$ 69,00 R$ 4,6 R$ 2,9 R$ 1,2 -R$ 0,4 R$ 74,00 R$ 4,2 R$ 2,5 R$ 0,8 -R$ 0,8 R$ 79,00 R$ 3,8 R$ 2,1 R$ 0,4 -R$ 1,2 R$ 84,00 R$ 3,5 R$ 1,8 R$ 0,1 -R$ 1, Estudos de caso PROCESSAMENTO PRIMÁRIO Para este estudo de caso foi entrevistada uma empresa produtora e processadora de madeira nativa na região de Alta Floresta. A empresa processa madeira serrada com capacidade de m³ de madeira/ano e comercializa produtos de Viga, Caibro e Prancha. Aspectos produtivos A primeira fase do processamento de madeira consiste na transformação (desdobro) de madeira em tora em madeira serrada (cortada em peças retangulares ou quadradas). O processo é bruto e relativamente simples, iniciando com o estoque das toras no pátio e seguindo para a mesa de entrada onde as toras de madeira são descascadas. A seguir, a madeira é cortada por uma maquina Serra Fita para desdobro da tora em espessura (horizontal) ou por uma Refiladeira para divisão de madeira em

60 59 peças. Posteriormente a madeira segue para uma Destopadeira onde a madeira serrada é cortada por comprimento. As sobras laterais da madeira (costaneiras) são comercializadas como cavacos ou usadas como resíduo pelas caldeiras para secar a madeira serrada na época do ano mais úmida. A seguir, a madeira permanece em estoque de ilhas ou fardos para a comercialização (ABIMCI, 2004). Figura 3. Exemplo de um processamento primário Fonte: ABIMCI, Embora a capacidade de processamento da fábrica seja de m³/ano a mesma tem processado em torno de 8.000m³ desde 2012 até 2015 representando uma capacidade ociosa de 33%. Uma das principais causas é a baixa regularidade de suprimento ocasionada pela dificuldade de autorizações de planos de manejo. Como consequência, há necessidade de transferir maiores preços de venda para cobrir os custos fixos de processamento. Mercado A madeira serrada é comercializada no mercado domestico nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que 80% das vendas são realizadas a prazo, e 20% a vista. O uso final dessa madeira se divide em construção civil (80%) e indústria moveleira (20%). Seu diferencial competitivo é um produto de característica homogênea, bem

61 60 limpa, sem rachaduras, queimas ou fungos, além de serbitolada, que consiste no bom acabamento e sem diferença de medidas. A demanda é alta para produtos que atendem a estes padrões de qualidade. Logística O frete rodoviário inclui a coleta de matéria prima de madeira em tora na floresta, distante 150kmda Serraria em Alta Floresta, ao custo de R$ 60,00/m³, até a entrega da madeira serrada no estabelecimento do cliente final no Rio de Janeiro ou São Paulo, a uma distancia de à km ao custo de R$ 250,00/m³ a R$ 300,00/m³. Embora o frete rodoviário seja maior no último trecho, o peso do frete sobre o custo de produção é menor devido a agregação de valor do processamento primário. Tabela 40. Logística rodoviária de uma Serraria Manejo Alta Floresta Alta Floresta Cliente Final Distância (Km) 150km 1.500km 1.900km Terreno terra e asfalto asfalto asfalto Preço (R$/m³) R$ 60,00m³ R$ 250/m³ R$ 300/m³ SP RJ Aspectos econômicos Atualmente, os preços praticados pela empresa na região de Alta Floresta variam de R$ 1.160,00 à R$ 1.260,00 por m³, sendo as Vigas responsáveis por 50% da quantidade comercializada, seguido por Tábuas, Ripas e Pranchões respectivamente. As perdas na produção por sua vez são em média de 38% do volume processado e por sua vez compõe a base de cálculo do faturamento da empresa. Tabela 41. Volumes e preços de uma Serraria Descrição do Produto Quantidade Comercializada (m³/ano)¹ Participação (%) Preço de Venda (R$/m³)¹ Vigamento % R$ 1.210,00 Tabua % R$ 1.160,00 Ripa % R$ 1.160,00 Pranchão % R$ 1.260,00 TOTAL % ¹ Foi considerado na base de cálculo uma perda de 38% no processamento

62 61 Os custos com mão de obra totalizam R$ 150,57/m³ de madeira processada e são compostos por 14 funcionários de fabrica, 3 administrativos e um gerente. Tabela 42. Custo de mão de obra de uma Serraria Mão de Obra Colaboradores Número (R$/m³) Fabrica¹ 14 R$ 99,07 Administrativo² 3 R$ 37,74 Gerencia 1 R$ 13,76 TOTAL 18 R$ 150,57 ¹Operador de serra fita, ajudante de serra fita, operador de alinhadeira, ajudante de alinhadeira, auxiliar geral, afiador, operador pá carregadeira. ² Serviços gerais de escritório Os custos totais de produção foram estimados em torno de R$ 428,41 por m³ de madeira processada, dos quais 54% são com frete rodoviário da floresta para o processamento e do processamento até o porto marítimo, 23% com custos variáveis de aquisição de matéria prima, energia, água e combustível, 22% com mão de obra para 14 funcionários de fábrica, 3 administrativos e um gerente, e o restante com custos fixos de aluguel e impostos. Tabela 43. Custos de produção de uma Serraria Custos Operacionais (R$/ano) (R$/m³) Participação (%) Custos Fixos¹ R$ ,00 R$ 4,56 1% Custos Variáveis² R$ ,00 R$ 100,00 23% Mão de Obra³ R$ ,00 R$ 93,35 22% Frete Rodoviário R$ ,00 R$ 230,50 54% TOTAL R$ ,00 R$ 428,41 100% ¹ Incluso aluguel e impostos sobre a empresa ² Aquisição de matéria prima, energia, agua, combustível e impostos sobre a produção ³ Custos para 18 funcionários (14 de Fábrica, 3 Administrativos e 1 Gerente)

63 Estudos de caso PROCESSAMENTO SECUNDÁRIO Para este estudo de caso foi entrevistada uma empresa de grande porte que atua nas três etapas da cadeia de exploração e processamento de madeira nativa (exploração, processamento primário e processamento secundário). A mesma realiza manejo florestal e possui uma Serraria no Município de Aripuanã, e uma Faqueadora/ Beneficiadora de madeira em Várzea Grande no município de Cuiabá. A empresa é considerada de médio porte com capacidade de processamento de m³ ano e uma área fabril de 5 hectares. Os produtos comercializados são Decks e Piso. Aspectos produtivos A segunda fase do processamento de madeira consiste no acabamento da madeira em plaina pneumática, que envolve o arredondamento das bordas, desenhos e formatos de acordo com as demandas dos clientes. O processo inicia-se com a madeira serrada no pátio para a gradeação, onde ocorre a separação de madeira. A seguir, a madeira vai para a estufa de secagem onde a mesma permanece em descanso por 10 a 15 dias para estabilização da madeira e para evitar empenos, por exemplo. Posteriormente a madeira segue para a linha de processamento onde a mesma passa por uma série de processos a partir da desmontagem do fardo, desengrosso de expessura, plaina, classificação e destopadeira, encaixes no piso (no topo da peça), separação e montagem do pacote, montagem dos fardos e embalagem e estoque. A capacidade de processamento da fabrica é de m³/ano e atualmente opera com apenas 20% de capacidade ociosa. A perda no processamento é de aproximadamente 15% e os principais produtos comercializados são Pisos e Decks com 50% de participação cada no volume total comercializado. Mercado A madeira beneficiada é destinada 80% à exportação e 20% ao mercado interno, sendo 20% para empresas grandes, 70% para empresas médias e 10% para empresas pequenas. Quando exportado, 5 a 10% são realizados via intermediários (Trading Company) e o restante das vendas realizadas diretamente. A negociação é FOB e entregue nos portos de Paranaguá (para a Europa e Ásia) e Navegantes (para os EUA). A forma de venda é a prazo com seguro na América do Sul, e o restante via cobrança documentaria (transferência mediante entrega dos documentos). O uso final dos produtos são 50% indústria moveleira e 50% construção civil. O diferencial competitivo da madeira é a alta demanda que países de clima frio têm por madeira nativa de boa qualidade, além de uma demanda aparente maior do que a oferta, refletindo um potencial de crescimento do setor.

64 63 Logística A logística inclui a coleta da matéria prima de madeira em tora Região Noroeste (Colniza e Aripuanã) a 1.100km de distância de Várzea Grande. A rodovia é 80% asfalto e o custo de transporte varia de R$ 180,00 a 210,00/ m³. Após o processamento primário e secundário, o produto acabado segue para os portos de Paranaguá e Navegantes, a uma distância aproximada de 1.850km, em estradas 100% asfaltadas e ao custo de R$ 165,00 a R$ 185,00/ tonelada. Tabela 44. Logística rodoviária de uma Beneficiadora Manejo Fábrica Fabrica Porto Distância (Km) 1.100km 1.850km Terreno terra e asfalto Asfalto Preço (R$/ton) R$ 180 a R$ 210/m³ R$ 165 a 185/m³ Aspectos econômicos Por serem produtos de maior valor agregado os preços variam de R$ 3.000,00 até R$ 8.000,00/ m³. Tabela 45. Volume e preços de uma Beneficiadora Descrição do Produto Quantidade Comercializada (m³/ano)¹ Participação (%) Preço de Venda (R$/m³)¹ MIN Preço de Venda (R$/m³)¹ MAX Piso % R$ 3.000,00 R$ 5.000,00 Deck % R$ 3.500,00 R$ 8.000,00 TOTAL ¹ Foi considerado na base de cálculo uma perda de 15% no processamento Os custos com mão de obra totalizam aproximadamente R$ 292,50/m³ e são compostos por aproximadamente 120 funcionários de fabrica, 10 administrativos, 26 pessoas para o transporte e 4 gerentes.

65 64 Tabela 46. Custos de mão de obra de uma Beneficiadora Mão de Obra Colaboradores Número (R$/m³) Fabrica de Lâmina 80 R$ 91,00 Fabrica de Piso 40 R$ 97,50 Administrativo 10 R$ 48,75 Gerencia 4 R$ 4,55 Transporte 26 R$ 50,70 TOTAL 160 R$ 292,50 Os custos totais de produção foram estimados em aproximadamente R$ 2.761,00/m³, dos quais 50% são custos variáveis com matéria prima, insumos de produção, combustível, manutenção e combustível de equipamentos e veículos e impostos sobre a produção, 20% são custos de frete rodoviário desde a coleta da matéria prima na floresta até a entrega no porto marítimo, 19% são custos fixos com energia, agua, taxas e impostos sobre a empresa, e 11% são despesas com mão de obra para 160 funcionários. Tabela 47. Custos de produção de uma Beneficiadora Custos Operacionais (R$/m³) Participação (%) Custos Fixos¹ R$ 525,00 19% Custos Variáveis³ R$ 1.380,00 50% Mão de Obra³ R$ 292,50 11% Frete Rodoviário R$ 564,00 20% TOTAL R$ 2.761,50 100% ¹ Energia, agua, taxas e impostos sobre a empresa ² Matéria prima, insumos de produção, combustível, manutenção e combustível de equipamentos e veículos e impostos sobre a produção ³ 120 funcionários de fabrica, 10 administrativos, 26 pessoas para o transporte e 4 gerentes

66 Compilação das simulações dos estudos de caso Com o objetivo de facilitar a visualização das simulações de cada estudo de caso, compilamos os principais resultados na tabela abaixo. Embora sejam atividades bastante distintas, com períodos de investimento e custos de produção muito variados, as atividades apresentaram taxas de retorno relativamente similares com TIRs entre 11% e 19% (com exceção da opção de exploração em 25 anos do estudo de caso 4, que se mostrou inviável quando considerado o custo da terra) 54. Tabela 48. Compilação das simulações de viabilidade econômica dos estudos de caso Região Estudo de Caso 1 Teca Alta Floresta Estudo de Caso 2 Eucalipto Tangará da Serra Estudo de Caso 3 Manejo Florestal Juína Estudo de Caso 4 Manejo Florestal (FSN) Cotriguaçu Período de investimento 20 anos 12 anos 10 anos 25 anos 10 anos Área de implementação ha ha ha ha ha Custo de Aquisição de Terra (R$/há) Custos totais de produção (R$/há)¹ Fluxo de Caixa Acumulado (R$ mil) R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ VPL (R$ mil) R$ R$ 195 R$ 466 R$ R$ TIR 18,68% 11,15% 10,69% 5,26% 14,42% Payback 20 anos 12 anos 9 anos N/A 8 anos ¹ Inclui aquisição de terra e não considera frete rodoviário Foram identificadas as seguintes causas para a baixa competitividade dos estudos de caso estudados: FLORESTAS PLANTADAS O custo de transporte é um fator importante que influencia ambos os estudos de caso. Muito embora os custos de frete sejam maiores para o estudo de caso de Teca (região de Alta Floresta), ao se analisar o fluxo de caixa constatamos que este custo teve maior 54 Todavia é importante ressaltar que estes resultados são conservadores, uma vez que foi considerado os custos de aquisição de terra no ano zero mas sem a inclusão de receitas de venda no ano final do projeto por dois motivos: (1) Este estudo não pretende abordar os aspectos relacionados a valorização de terra, (2) Os entrevistados pretendem permanecer com a terra após o ciclo de produção analisado.

67 66 impacto sobre o estudo de caso de Eucalipto uma vez que o custo é proporcionalmente maior devido ao baixo valor agregado do Eucalipto se comparado com a Teca. Outro fator importante é a baixa produtividade do Eucalipto, principalmente por estar localizado em uma região de terreno arenoso, mas também a baixa disponibilidade de material genético. A qualidade da madeira, em especial de Teca, é provavelmente o fator mais importante e que determina a competitividade da atividade. De acordo com o estudo de caso, sempre haverá demanda para uma Teca de alta qualidade. MANEJO FLORESTAS DE ESPÉCIES NATIVAS Os preços relativamente baixos de madeira nativa podem ser influenciados pela competitividade desleal com madeira ilegal. Assim, é fundamental implementar a Lei PSS 55 e fortalecer ações de comando e controle para redução de desmatamento ilegal e que por sua vez deve ajudar o setor a praticar preços mais altos, e por sua vez influenciar a viabilidade e competitividade da atividade. No que se refere aos custos de produção, muito embora o custo de transporte não tenha integrado os fluxos de caixa desse estudo 56 os mesmos são o principal determinante nos custos de produção da atividade. A tabela abaixo mostra a compilação das análises de sensibilidade das simulações dos estudos de caso, que buscam refletir os melhores e piores cenários econômicos influenciados pelos fatores descritos nos estudos de caso. Tabela 49. Compilação dos resultados das Análises de Sensibilidade dos estudos de caso Período de investimento VPL (R$Mil) TIR (%) Estudo de Caso 1 Teca Estudo de Caso 2 Eucalipto Estudo de Caso 3 Manejo Florestal Estudo de Caso 4 Manejo Florestal (FSN) 20 anos 12 anos 10 anos 25 anos 10 anos MIN (-) R$ 442 (-) R$ 248 (-) R$ (-) R$ (-) MAX R$ R$ 639 R$ R$ 600 R$ MIN 6,0% <0% <0% <0% 1,15% MAX 22,91% 15,99% 23,36% 9,87% 25,63% 55 O Plano de Suprimento Sustentável (Lei /2012) garante aos que consomem de matéria prima florestal venham a prover de produtos florestais de origem legal e sustentável, criando assim um equilíbrio entre o consumo e a produção, logo, sendo uma das ações norteadoras para evitar o desmatamento ilegal 56 Uma vez que o custo de frete rodoviário é pago pela Serraria no estudo de caso da região de Juína.

68 Leis e licenças que mais impactaram a atividade florestal Tendo em vista a complexidade regulatória sobre o setor florestal, os entrevistados de cada fase da cadeia produtiva deste trabalho foram questionados sobre as principais leis e licenças que incidem sobre a sua atividade, de forma que possamos visualizar com maior facilidade as ocorrências em cada etapa da cadeia produtiva do setor florestal no Mato Grosso. Desta forma a tabela abaixo apresenta as respostas de cada estudo de caso de forma a ajudar na visualização dos aspectos regulatórios da cadeia produtiva florestal. A descrição das leis e licenças pode ser encontrada no anexo 5 ao final desse relatório.

69 68 Tabela 50. Leis e licenças que mais impactam a atividade florestal dos estudos de caso Leis que impactam o negócio Licenças necessárias para a operação * Serraria ou laminadora ** Beneficiamento Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 Empresa 4 Empresa 5 Teca Eucalipto Manejo Florestal Código Florestal X X X Processamento Primário * Processamento Secundário ** CONAMA 237 X X X X X CONAMA 406 X X X CONAMA 411 X X Decreto Estadual X X X NR 12 X X NR 14 X X Alvará X X Todo ano Periodicidade APF X X Cadastro 1 vez AUTEX X A cada POA Cadastro CC-SEMA X X X Anual Cadastro IBAMA X X X X X 1 vez + Taxa trimestral CAR X X X 1 vez DOF X Cadastro 1 vez Inscrição Secr. Fazenda X X X X X 1 vez Licença Ambiental (LP, LI e LO) X X 3 anos¹ Plano de corte final plantadas X X (taxa vistoria) ¹ LI e LP uma única vez vez e LO a cada 3 anos FONTE: Estudos de caso e ECO2 Ambiental (elaborado por IPAM)

70 Certificação e exigência internacionais No que se refere a origem da madeira, nenhum dos cinco estudos de caso informou ter alguma modalidade de cerificação de madeira. Tampouco houve demonstração de interesse pelos clientes das empresas entrevistadas em adquirir madeira certificada. Entretanto, quatro dos cinco estudos de caso informaram ter interesse em certificar sua madeira se houver apoio financeiro. No que se refere às exigências internacionais, a única empresa entrevistada que exporta madeira nativa informou que as exportações para os EUA devem atender as exigências da lei Lacey Act, 1900 e portanto, atende às exigências internacionais. Tabela 51. Certificação e exigências internacionais para os estudos de caso Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3 Empresa 4 Empresa 5 Teca Eucalipto Manejo Florestal Processamento Primário * Processamento Secundário ** Possui algum mecanismo de verificação ou certificação em atividade? Se houvesse algum tipo de apoio, a empresa se certificaria? Se sim, qual o tipo de apoio necessário? A produção é para exportação? Se sim, quais as exigências internacionais? A(s) ferramenta(s) de gestão da informação / rastreabilidade utilizadas pela sua empresa auxiliam no cumprimento dessas exigências? *Serraria ou laminadora ** Beneficiamento Não Não Não Não Não Sim, apoio financeiro Exportam mas não há exigências. Não possuem Sim, apoio financeiro não exportam Não possuem Sim, apoio financeiro não exportam Não há interesse não exportam Sim, apoio Financeiro. Todas as exportações para os USA tem que atender Lancey Act Sim Não possuem Sim 14. Análise SWOT

71 70 TECA EUCALIPTO Forças Fraquezas Forças Fraquezas - Clima favorável - Solo de boa qualidade - Baixo custo de terra - Existência de empresas de mudas - Falta de mão de obra qualificada - Logística ruim aumenta o custo de produção - Dificuldade de fornecimento por ser um setor incipiente com processamento não associado a produção de madeira plantada - Dificuldade de obter financiamento - Clima favorável - Baixo custo de terras - Conhecimento acumulado no setor - Setor consolidado com grande demanda por Lenha - Existência de empresas de mudas - Falta de mão de obra qualificada - Setor incipiente com processamento de Tora não associado a produção de madeira plantada - Baixo material genético disponível - Dificuldade de obter financiamento - Restrição de compra de terra por estrangeiros Ameaças Oportunidades Ameaças Oportunidades - Risco de não haver melhorias logísticas (rodovia, hidrovia) para escoamento da produção - Instabilidade jurídica gera visão de curto prazo do empreendedor - Fenômenos naturais (incêndios, inundações, etc.) - pragas e doenças - Possibilidade de escoamento através de hidrovias na região noroeste do MT e melhorias rodoviárias - Demanda internacional por Teca de alta qualidade é maior do que oferta - Aumento da demanda interna devido ao aumento da procura por indústrias processadoras - Pecuária como alternativa para silvicultura - Produtos substitutos como madeira recomposta (MDF, OSB) e sintéticos (plástico, PVC) - Instabilidade jurídica gera visão de curto prazo do empreendedor - Fenômenos naturais (incêndios, inundações, etc.) - pragas e doenças - Substituto da madeira nativa (devido ao aumento do preço da nativa) - Aumento da demanda por biomassa pela crescente produção de grãos no estado - Oportunidade de crescimento

72 71 PROCESSAMENTO PRIMÁRIO PROCESSAMENTO SECUNDÁRIO Forças Fraquezas Forças Fraquezas - Elevado custo tributário e de energia elétrica aumenta o custo de produção - Opinião publica ruim da atividade - Boa qualidade da matéria prima florestal nativa prejudica a - Alta disponibilidade de matéria atividade prima (grande área de florestas - Dificuldade de obter nativas a serem manejada) financiamento - Logística ruim aumenta o custo de produção - Disponibilidade de matéria prima devido a floresta nativa abundante - Setor consolidado favorece demanda por industrias de processamento - Competição desleal de madeira ilegal induz a preços mais baixos de madeira legal - Insegurança Jurídica - Possibilidade de criação de áreas protegidas - Logística de difícil acesso para coleta de matéria prima nativa - Elevado custo tributário e de energia elétrica aumenta o custo de produção - Logística ruim aumenta o custo de produção Ameaças Oportunidades Ameaças Oportunidades - Competição desleal de madeira ilegal induz a preços mais baixos de - Possibilidade de escoamento madeira legal através de hidrovias na região - Instabilidade jurídica gera visão noroeste do MT de curto prazo do empreendedor - Alta competitividade do setor através de produtos de qualidade - Demanda maior do que oferta (principalmente por países frios)

73 72 MANEJO FLORESTAL Forças Fraquezas - Opinião pública ruim da atividade - Floresta nativa abundante florestal nativa - Qualidade e tipo de espécies - Dificuldade de obter financiamento - Setor consolidado favorece - Logística ruim aumenta o custo de demanda por indústrias de produção processamento - Excessivos entraves ambientais Ameaças - Competição desleal de madeira ilegal induz a preços mais baixos de madeira legal - Possibilidade de criação de áreas protegidas pode restringir potencial de exploração em alguns locais - Instabilidade jurídica gera visão de curto prazo do empreendedor - Fenômenos naturais (incêndios, chuvas, etc.) Oportunidades - Demanda maior do que oferta Com o objetivo de compreender a atual situação da cadeia florestal, foi realizada uma análise SWOT 57 de cada fase da cadeia produtiva do setor florestal. Desta forma, foram aplicadas perguntas a cada estudo de caso sobre as forças e fraquezas dos aspectos internos da empresa, bem como as ameaças e oportunidades sobre os aspectos externos.. Em termos gerias, no ambiente interno, as principais forças apontadas pelo setor de florestas plantadas foram o clima, baixo custo de terras frente a outros estados, existência de empresas de mudas como fator determinante no potencial de desenvolvimento do setor, e demanda consolidada por lenha de eucalipto. No manejo e industrialização, por serem processadoras de matéria prima nativa, os entrevistados mencionaram como principal força a disponibilidade de matéria prima nativa e de boa qualidade. Ainda no ambiente interno, as principais fraquezas apontadas pelo setor de florestas plantadas foram a falta de mão de obra qualificada, alto custo logístico (principalmente de Teca para exportações) e maior dificuldade de comercialização para indústrias locais se comparado com o setor de florestas nativas. Na parte de manejo de nativas foram mencionados os excessivos entraves ambientais, imagem negativa sobre a atividade florestal e dificuldade em obter financiamento para a atividade. Na fase industrial foi apontado a elevada carga tributária e custos com energia elétrica e logística de difícil acesso para coleta de matéria prima. 57 Análise SWOT (em inglês; Strenghts, Weeaknesses, Oportunities and Threats) é conhecido em português como Análise FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças).

74 73 No que se referem ao ambiente externo, as principais oportunidades apontadas pelos entrevistados do setor de florestas plantadas foram o potencial de aumento de demanda das indústrias locais por lenha de teca e tora de eucalipto como substituto a madeira nativa, grande demanda internacional por teca de alta qualidade, e o potencial de melhoria logística via transporte fluvial ou melhorias na malha rodoviária. Para o manejo e indústria de processamento de madeira nativa, foi apontada como oportunidade a maior demanda por madeira nativa se comparado com a plantada, devido a alta qualidade da matéria prima nativa. E por fim, as principais ameaças apontadas foram a instabilidade jurídica e regulatória, bem como os riscos de não haver investimentos em infraestrutura de transporte, fatores apontados por todos os entrevistados da cadeia. Esses fatores reduzem o incentivo dos empresários em realizar investimentos de longo prazo no setor. Para o setor de manejo florestal de nativas, a competição desleal com madeira nativa de origem ilegal se mostrou a principal ameaça que por sua vez obriga produtores legais a operar com baixas margens de lucro ou muitas vezes encerrar suas atividades. Para o setor de Eucalipto foi apontado como ameaça a possibilidade de haver produtos substitutos como madeira recomposta (MDF e OSB) e sintéticos (plástico e PVC), bem como a atividade de pecuária como uma atividade econômica potencial para substituir a silvicultura devido ao baixo risco da atividade. 15. Comentários finais Este estudo levantou os principais fatores que influenciam o desenvolvimento do setor florestal no Mato Grosso. O trabalhou abordou os aspectos mercadológicos, econômicos, fiscais e tributários, sociais e ambientais da fase produtiva de florestas nativas e plantadas, bem como o processamento primário e secundário, uma vez que os mesmos desempenham um papel crucial na demanda dos produtos florestais. O principal desafio da pesquisa foi acessar os custos detalhados de produção uma vez que estes são parte estratégica dos negócios das empresas entrevistadas ou nem sempre são contabilizados de forma detalhada pelos empresários. Três entrevistados, sem mesmo terem sido questionados, informaram uma disposição a receber de US$ 100 a US$ 150/ hectare/ano para deixar de exercer o manejo florestal e manter as florestas de pé. Isso é um dado importante pois reflete o custo de se manter as florestas em pé na região.

75 74 A analise das seis empresas estudadas, aponta que os principais desafios são a competição desleal com madeira ilegal, insegurança regulatória, excessiva burocracia e morosidade pelos órgãos ambientais, escassez de mão de obra qualificada, dificuldade de acesso a financiamento e logística precária. Por outro lado, os principais pontos positivos apontados são a alta demanda por produtos madeireiros do Mato Grosso, grande potencial de crescimento do setor, qualidade de matéria prima, clima favorável e baixo custo de terras. Os estudos de viabilidade econômica a partir dos quatro estudos de caso da fase de produção mostraram viabilidade econômica praticamente em todos os casos, muito embora os retornos sejam relativamente baixos com Taxas Internas de Retorno abaixo de 15%. Isso se deve principalmente aos desafios mencionados acima na análise SWOT. Em particular na FSN, realizamos quatro simulações com exploração da área realizada em um período de 25 anos (consequentemente configurando sustentabilidade econômica de longo prazo após o 25 ano) bem como exploração da área em 10 anos. Testamos esses dois cenários com e sem o custo de aquisição de terra no ano zero. Quando considerado o custo de terra, a simulação de exploração em 25 anos não se mostrou economicamente viável devido às baixas receitas anuais comparadas com os altos investimentos iniciais, bem como o custo do capital em um projeto de investimento de longo prazo (25 anos). Já a exploração em 10 anos se mostrou viável com uma TIR de 14,42% e payback de 8 anos. Visto que o custo de terra da FSN já foi amortizado pela ONF devido à doação financeira da fazenda, portanto, realizamos a mesma simulação sem o custo de terra. Ambas as opções se mostraram bastante viáveis com um VPL e de R$ 6,7 milhões na exploração em 10 anos e de R$ 3,9 milhões na opção de exploração em 25 anos (devido ao custo do capital do longo período de investimento). Isso mostra que ambos as opções são viáveis muito embora a exploração em 10 anos seja financeiramente mais atrativa. Nesse sentido, sugerimos que uma análise ecológica de impacto na região seja realizada nos dois cenários com o objetivo de integrar a análise de custo-benefício na escolha pelo período de tempo do manejo florestal sustentável da FSN. Visto que a viabilidade econômica do setor florestal está sujeita a variáveis internas e externas, que podem em grande parte ser influenciadas por ações do PDFS-MT, Lei PSS, comando e controle, investimentos em infraestrutura, dentre outros, realizamos uma análise de sensibilidade a partir das variáveis que melhor refletem tais fatores, que são: o preço da madeira, custos de produção, frete rodoviário, produtividade a taxa de câmbio. A partir desta simulação foi possível encontrar não apenas o ponto de equilíbrio onde cada atividade se torna viável, mas principalmente encontrar, mesmo com dados conservadores, os cenários mais otimistas com TIRs de até 25% para o manejo florestal sustentável, 20% para a Teca e 13% para o Eucalipto.

76 75 Tais resultados demonstram a viabilidade econômica que as empresas florestais podem vir a ter caso as melhorias no setor venham a ocorrer, em especial as ações previstas no PDFS que ainda não possuem recursos suficientes para a sua plena implementação. Também é necessário reunir esforços para criar sistemas de monitoramento e controle mais eficientes na cadeia de custódia na operacionalização do PSS, por sua vez reduzindo a competição desleal com madeira ilegal no Mato Grosso. Portanto, esperamos por meio desse estudo que a análise SWOT, em conjunto com as simulações financeiras, venha mostrar com maior clareza os gargalos e oportunidades bem como a viabilidade econômica do setor florestal no Mato Grosso até 2030.

77 Referências Bibliográficas ADEODATO, S.; MONZONI, M.; BETIOL, L. S.; VILLELA, M. Madeira de ponta a ponta: o caminho desde a floresta até o consumo. FGV RAE, São Paulo, São Paulo, p.128, ISBN: AMARAL, P.; VERÍSSMO, A.; BARRETO, P.;VIDAL, E. Floresta Para Sempre Imazon, Belém, Pará, BAENA, E. S. A Rentabilidade Econômica da Cultura de Eucalipto e sua contribuição ao Agronegócio Brasileiro. Conhecimento Interativo. São José dos Pinhais. Paraná, v. 1, n. 1, p. 3-9, CARRERE, R. Plantations Campaign: Ten replies to ten lies. World Rainforest Movement, Montevideo, CIPEM. Programa de Desenvolvimento Florestal Sustentável de Mato Grosso - Produto 2 Diagnóstico Estadual e Setorial 05 CIP 0113 R01, Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (CIPEM), Curitiba, Paraná, CIPEM. Programa de Desenvolvimento Florestal Sustentável de Mato Grosso Produto 3 Proposta Preliminar para o PDFS/MT05 CIP 0113 R00, Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (CIPEM), Curitiba, Paraná, CIPEM. Programa de Desenvolvimento Florestal Sustentável de Mato Grosso Produto 4 Relatório Final: PDFS/MT Consolidado, Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso (CIPEM), Curitiba, Paraná, CONRADO, V. N., DE SOUZA, G. S., FERRAZ, B.; Potencialidades da silvicultura em mosaico nas zonas de amortecimento de unidades de conservação. Viçosa, Disponível em: Acesso em: 18 de fevereiro 2016.

78 77 CODEVASF. GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ. FUPEF. Plano de ação para o desenvolvimento integrado do Vale Do Parnaíba PLANAP. Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba CODEVASF, Curitiba, Paraná, COSSALTER, C.; PYE-SMITH, C. Fast-Wood Forestry: Myths and Realities. Forest Perspectives No.1. Center for International Forestry Research, Bogor, Indonesia, ISBN: DE ARAUJO GABRIEL, Vagner et al.; A importância das plantações de eucalipto na conservação da biodiversidade. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 33, n. 74, p , DELESPINASSE, B. F. M.; WIECHETECK, M. Subsídios e proposições para a formulação de uma política industrial sustentável para a Amazônia Produto 4: Fatores críticos e demandas dos complexos produtivos da Amazônia Proposta /2009, Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal, Brasília, Distrito Federal, FERREIRA, A. M. Subsídios e proposições para a formulação de uma política industrial sustentável para a Amazônia - Produto 3: Modelos de complexos produtivos selecionados da Amazônia Proposta /2009, Fórum Nacional de Atividades de Base Florestal, Brasília, Distrito Federal, FINGER, F. A. Diagnóstico do setor florestal no município de Cotriguaçu, Mato Grosso: Perspectivas e desafios na percepção dos dirigentes das empresas florestais. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, 168 p., IFT. Diagnóstico do setor florestal de Cotriguaçú, Estado do Mato Grosso. Relatório Final. Instituto Floresta Tropical IFT, Belém, Pará, IMEA. Conjuntura Econômica - Uma visão do PIB e VBP em Mato Grosso. Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária, Cuiabá, Mato Grosso, 2014.

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80 79 SILVA, K. R.; MINETTI, L. J.; FIEDLER, N. C.; VENTUROLI, F.; MACHADO, E. G. B.; SOUZA, A. P. Custos e rendimentos operacionais de um plantio de eucalipto em região de cerrado. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 28, n. 3, p , TSUKAMOTO FILHO, A. A.; SILVA, M. L.; COUTO, L.; MÜLLER, M. D. Análise econômica de um plantio de teca submetido a desbastes. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 27, n. 4, VALDIONES, A. P.; THUAULT, A.; MICOL, L.; ABAD, R. Análise do desmatamento na área florestal de Mato Grosso de Agosto de 2014 a Janeiro de Instituto Centro Vida, Cuiabá, Mato Grosso, VITAL, Marcos H.F.; Impacto ambiental de florestas de eucalipto. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 14, n. 28, p , WILCKEN, C. F.; LIMA, A. C. V.; DIAS, T. K. R.; MASSON, M. V.; FILHO, P. J. F.; POGETTO, M. H. F. A. D. Guia Prático de Manejo de Plantações de Eucalipto. Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais FEPAF. Botucatu, São Paulo, 25 p, ISBN

81 80 ANEXO Anexo 1. Regiões de coleta de dados

82 81 Anexo 2. Empresas entrevistadas Empresas Contatadas Etapa da Cadeia Produtiva Questionário Entrevista Município Tamanho Bacaeri Florestal Emaflor Agroflorestal Ltda ECO2 Ambiental (Manejo Camanducaia) Fazenda São Nicolau - FSN "Confidencial"¹ SM Madeiras Reflorestamento de Teca e processamento primário X Alta Floresta Médio Reflorestamento de Reserva do Eucalipto e processamento X Cabaçal primário Pequeno Manejo Florestal Sustentável Manejo Florestal Sustentável Manejo florestal de nativas e processamento Primário Manejo florestal de nativas, processamento primário e secundário X Juína Pequeno X Cotriguaçu Pequeno X Alta Floresta Pequeno X Aripuanã e Cuiabá Grande Flora Sinop Mudas de Teca X Sinop Médio Brazil Tropical Reflorestamento, processamento primário e secundário X Alta Floresta Médio ¹ A empresa não autorizou divulgar o nome mas permitiu o uso das informações neste este estudo ² Consideramos os critérios do BNDES para estabelecer as faixas de faturamento das empresas: Empresa de pequeno porte: Faturamento anual de até 16 milhões Empresa de médio porte: Faturamento anual de até R$ 90 milhões Empresa de médio-grande: Faturamento acima de R$ 90 milhões

83 82 Anexo 3. Impactos esperados com a implementação do Plano de Desenvolvimento Florestal do Mato Grosso (PDFS) SETOR FLORESTAL NO MATO GROSSO EM 2012 Classe Produto m³ Distribuição Nativa Plantada EUCALIPTO TECA Total Nativa Plantada Matéria-Prima Processamento Primário Toras , % 4% Lenha % 25% Resíduos % 0% Carvão % 0% Serrados % 0% Laminados % 0% Aplainados e Beneficiados % 0% Processamento Pisos % 0% Secundário Outros (portas,janelas, % 0% forros) Produtos Não- Madeireiros Látex % 100% Fonte: STCP Engenharia, 2014 SETOR FLORESTAL NO MATO GROSSO EM 2030 (META APÓS IMPLANTAÇÃO DO PDFS) Classe Produto m³ Distribuição Nativa Plantada EUCALIPTO TECA Total Nativa Plantada Toras % 37% Matéria-Prima Lenha % 93% Resíduos % 37% Carvão % 69% Processamento Serrados % 35% Primário Laminados % 47% Aplainados e Beneficiados % 40% Processamento Pisos % 39% Secundário Outros (portas,janelas, % 33% forros) Produtos Não- Madeireiros Látex % 100% Fonte: STCP Engenharia, 2014 (adaptado por IPAM)

84 83 Anexo 4. Fotos de processos de produção e exploração Viveiro de mudas Muda em tubete Teca Plantio no ano 0 Teca Plantio ano 12 Teca Madeira Serrada no pátio Teca Madeira Beneficiada S4F (aplainada 4 faces)

85 84 Eucalipto Plantio em solo arenoso no ano 1 Eucalipto Desrrama Plantio de Eucalipto Após a desrrama Eucalipto Resultado da desrrama Manejo de Nativas Corte Manejo de Nativas Arraste por Skidder

86 85 Manejo de Nativas Carregamento na esplanada secundária Manejo de Nativas Transporte Processamento Primário Serra Fita Processamento Primário Destopadeira Processamento Primário Refiladeira Processamento Primário Estoque

87 86 Processamento Secundário Madeira serrada no pátio (estoque) Processamento Secundário Estufas de Secagem Processamento Secundário Estabilizadora de madeira Processamento Secundário Desengrosso para espessura desejada Processamento Secundário Plaina para remover irregularidades Processamento Secundário Classificação dos defeitos das peças

88 87 Processamento Secundário Destopadeira para cortes transversais Processamento Secundário Fresadora para usinagem de madeira Processamento Secundário Montagem e amarração de fardos Processamento Secundário Montagem de fardo e estoque de madeira beneficiada Fonte: Eco2 Ambiental

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