ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - PRODUÇÃO VEGETAL PRODUÇÃO E VALOR DA EXTRAÇÃO DE MADEIRA EM TORA NO ESTADO DO PARÁ DE 2000 A 2012
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- Sophia Clementino Peixoto
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1 ARTIGO COM APRESENTAÇÃO BANNER - PRODUÇÃO VEGETAL PRODUÇÃO E VALOR DA EXTRAÇÃO DE MADEIRA EM TORA NO ESTADO DO PARÁ DE 2000 A 2012 ELESANDRA DA SILVA ARAÚJO, MARIO LIMA DOS SANTOS, MARCOS VICTOR DA CONCEIÇÃO PAIXÃO, MÔNICA DE NAZARÉ C. FERREIRA NASCIMENTO, MARCELA GOMEZ DA SILVA O trabalho teve por objetivo analisar a produção e o valor gerado na extração de madeira em tora no Estado do Pará, durante o período de 2000 a 2012, assim como, verificar os principais municípios produtores durante o período estudado. Foram utilizadas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, referente à produção da extração vegetal e da silvicultura, obtido pela Secretária de Estado de Agricultura SAGRI, que apresenta os valores da quantidade produzida de madeira em tora em metro cúbico e valor comercializado referente ao período analisado. Os resultados demonstram que a extração de toras de madeiras no estado do Pará durante 12 anos apresentou uma produção total de ,36 m³ com receita gerada de R$ ,00, a média de produção foi de 9.506,60 m³ e valor de R$ ,00. A produção ao longo do período monitorado teve uma variação em relação a média de 22,94% e a receita variou 19,53%. E, foi no ano de 2003 que houve o maior pico de produção de madeira em tora na ordem de ,18 m³, sendo a menor produção observada no ano de 2012 com 4.877,01 m³ de madeira. Em relação aos municípios mais produtores deste produto, foi verificado que Tailândia e Portel apresentaram as maiores taxas de produção durante os anos monitorados. A comercialização de madeira em tora é de suma importância para a economia do Pará, no entanto o padrão predatório de uso dos recursos florestais tem ocasionado a redução drástica dos recursos madeireiros na região, sendo necessárias ações simultâneas que visem à promoção do manejo florestal. Palavras-chave: Amazônia; Economia Florestal; Produtividade.
2 INTRODUÇÃO O Estado do Pará está localizado na região Norte do Brasil, possui uma extensão territorial de ,320 Km², abrangendo atualmente 144 municípios, dividido em seis mesorregiões e subdividido em 22 microrregiões, sua população estimada foi de habitantes com densidade demográfica de 6,07 hab./km² (IBGE, 2015). As atividades econômicas existentes na região estão primordialmente associadas ao setor florestal, que segundo Santana (2012), é um dos mais importantes da economia paraense pelos empregos, renda e divisas que gera. O Estado do Pará possui aptidão para a atividade florestal. Há abundância de florestas ricas em madeiras de valor comercial, as condições de relevo (em grande parte, plano a suavemente ondulado) são favoráveis para exploração florestal, que é facilitada pela grande extensão de rios navegáveis e pela localização estratégica do estado em relação aos mercados de madeira (interno e externo). Esses fatores têm contribuído para expansão da atividade madeireira no estado (VERÍSSIMO, 2006, p.18). Contudo, o setor florestal em 2008, apresentou um valor adicionado de US$ 4,46 bilhões e empregos, participando, respectivamente com 9,6% e 3,6% do PIB e do emprego total do Estado Pará, apresentando-se como um setor estratégico para o desenvolvimento rural na Amazônia (SANTANA, 2010). No entanto, o padrão predatório de uso dos recursos florestais tem ocasionado a redução drástica dos recursos madeireiros nas zonas leste e sul do Pará, logo para que ocorra o desenvolvimento de um setor madeireiro sustentável no Estado do Pará, são necessárias ações simultâneas nas áreas de promoção do manejo florestal (crédito, assistência técnica, treinamento e extensão florestal) bem como no aperfeiçoamento do sistema de controle e monitoração da exploração madeireira predatória (VERÍSSIMO,2002). Em que pese a riqueza gerada por esta atividade, a extração irracional dos recursos naturais e a baixa agregação de valor aos produtos finais influenciam na economia paraense de duas formas. A primeira diz respeito ao impacto severo sobre os estoques naturais desse recurso
3 que conduz ao rápido esgotamento das espécies de maior valor comercial, comprometendo a sustentabilidade das populações tradicionais e da indústria de base florestal madeireira e não madeireira; a segunda ocorre pelo fato de caracterizar a economia da madeira como primária exportadora, sem vinculo real com a estruturação da cadeia produtiva no sentido da integração vertical dos produtos madeiros e não madeireiros. Com isto, a economia retarda sua possibilidade de aumentar e redistribuir renda a partir dos locais onde a produção dos recursos naturais se concentra (SANTANA, 2010, p.3). Haja vista que, só em junho de 2012, o Sistema de Alerta de Desmatamento SAD/IMAZON detectou 34,5 Km² de desmatamento na Amazônia Legal, sendo 60% ocorridos no estado do Pará, seguido pelo Amazonas (28%), Rondônia (6%) e Mato Grosso (6%) (FONSECA,2014). E, conforme Hummel (2011), a demanda média de madeira em tora proveniente de florestas nativas foi estimada, conservadoramente, em 21 milhões de m³/ano, necessitando, para isso, de uma área de 36 milhões de hectares em um ciclo de 30 anos. Nos últimos anos está ocorrendo um esforço conjunto, ainda que um pouco tímido, para o desenvolvimento da atividade florestal madeireira de forma sustentável no Pará, devido ao aumento da demanda mundial e mesmo do mercado interno por produtos madeireiros e não madeireiros. Ademais, pode-se precisar que desde 2002 até os dias atuais, o Pará vem passando por um processo de estagnação da atividade florestal em função de alguns fatores, principalmente no que diz respeito à necessidade das empresas e, principalmente os extratores de madeiras, se readaptarem às exigências da legislação ambiental, o que requer grandes desafios para dar uma maior dinâmica a esta atividade. No entanto, os desafios perpassam por várias áreas, tais como: pesquisa, desenvolvimento, inovação tecnológica, fomento, capacitação e treinamento, além de uma melhor interação entre os atores do setor produtivo madeireiro, governo e organizações não governamentais; requer ainda, um enfoque de fatores significantes, tais como: macroeconômicos, políticos-institucionais, infraestruturais, regulatórios, sociais e internacionais.
4 Nesse contexto, o conhecimento da extração e comercialização de madeiras em toras no Estado do Pará, torna-se estratégico para direcionar medidas sustentáveis de desenvolvimento local. Portanto, este trabalho objetivou analisar a produção e o valor gerado na extração de madeira em tora no Estado do Pará, durante o período de 2000 a 2012, assim como, verificar os principais municípios produtores durante o período estudado. METODOLOGIA A pesquisa teve como base o levantamento dos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, referente à produção da extração vegetal e da silvicultura, obtido pela Secretária de Estado de Agricultura SAGRI, a qual apresenta os valores da quantidade produzida de madeira em tora em metro cúbico e valor comercializado referente ao período de 2000 a As informações foram coletadas e transferidas para o software Excel 2010, onde foram gerados tabelas e gráficos, quanto: produção (m³) e receita (reais) gerada pela extração de madeira em tora no Estado do Pará, além dos principais municípios produtores. RESULTADOS E DISCUSSÃO Produção e valor da madeira em tora A extração de toras de madeiras em doze anos apresentou produção total de ,36 m³, gerando receita de R$ ,00, com média de produção de 9.506,60 m³ e valor de R$ ,00, respectivamente, conforme tabela 1. A produção ao longo do período monitorado teve uma variação em relação a média de 22,94% e a receita variou 19,53%. Tabela1. Produção e Receita total em doze anos de extração de toras de Madeiras no Estado do Pará. PRODUÇÃO E RECEITA DE MADEIRA EM TORA Média S CV% VOLUME (m³) , , ,20 22,94 RECEITA (R$) , , ,03 19,53 Onde: S= Desvio Padrão; CV %= Coeficiente de Variação
5 Estes dados, ratificam o quanto o setor madeireiro impulsiona de forma direta a economia do Estado do Pará. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE (2015), desde 1988 a maioria (87%) da produção de madeira em tora na Região Norte do Brasil ocorre no estado do Pará. Evolução da produção e receita de madeira em tora Para o período analisado, o pico da produção ocorreu no ano de 2003 com valores da ordem de ,18 m³, a partir deste ano houve declínio, alcançando menor produção em 2012 com 4.877,01 m³, conforme figura 1. Esta queda representou aproximadamente 45% de baixa produção em relação ao ano de Segundo Hummel (2010), as causas principais da queda expressiva no consumo de madeira em tora de aproximadamente 10 milhões de metros cúbicos entre 2004 e 2009 foram: substituição da madeira tropical por produtos concorrentes, aumento na fiscalização e crise econômica. Com relação ao mercado internacional, a queda nas exportações dos produtos madeireiros iniciou em 2004 e foram agravadas pela crise financeira e econômica global a partir de 2007, e no período de 2007 a 2009, as exportações paraenses caíram 64,6% (SANTANA, 2010). Figura 1: Evolução da produção de madeira em tora de 2000 a 2012 no estado do Pará.
6 A maior produção de madeira em tora, ocorrida durante o ano de 2003, gerou valor de R$ mil reais, no entanto, a maior arrecadação ocorreu no ano de 2011, com valores de R$ (Figura 2). a Figura 2: Evolução dos valores da produção de madeira em tora no período de 2000 Principais municípios produtores de madeira em tora Em relação aos municípios produtores de madeira em tora no Estado do Pará, foi verificado que Tailândia e Portel apresentaram as maiores taxas de produção durante o período estudado, com valores de m³ e m³ respectivamente, sendo a menor produção observada, no município de Oeiras do Pará, com valor de m³ (Figura 3).
7 Figura 3. Ranking dos dez municípios mais produtores de madeira em tora no Estado do Pará, no período de 2000 a O potencial exploratório de recursos madeireiros no município de Tailândia, pode ser confirmado pelo alto índice de desmatamento registrado no município. Onde, segundo o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia Imazon (2014), no período de 2000 a 2013, 869 quilômetros quadrados de áreas desmatadas foram mapeadas em Tailândia, e a área de floresta afetada pela degradação atingiu 514 quilômetros quadrados, ou seja, uma área de floresta alterada por exploração madeireira e/ou queimadas equivalente a 59% da área convertida pelo desmatamento, sedo que o maior pico de desmatamento ocorreu em 2002 (150 Km²), e a menor área desmatada detectada em 2011 (7 Km²). CONCLUSÕES Com base nos resultados, para o período estudado, concluiu-se que: A extração de toras de madeiras no estado do Pará em doze anos apresentou uma produção total de ,36 m³ com receita gerada de R$ ,00. E, o maior
8 pico de produção foi no ano de 2003 com valores da ordem de ,18 m³, sendo a menor produção observada em 2012 com 4.877,01 m³. Dentre os municípios que pertencem ao estado do Pará, Tailândia e Portel, foram os mais importante pelo volume de toras extraídas no decorrer dos anos de 2000 a CONSIDERAÇÕES FINAIS A comercialização de madeira em tora é de suma importância para a economia do Pará, no entanto o padrão predatório de uso dos recursos florestais tem ocasionado a redução drástica dos recursos madeireiros na região, sendo necessárias ações simultâneas que visem à promoção do manejo florestal, reduzindo assim a pressão na floresta. REFERÊNCIAS FONSECA, A.; SOUZA.C.;VERÍSSSIMO,A. Boletim do desmatamento da Amazônia Legal. IMAZON, Disponível em: < Acesso em: 30 Abr HUMMEL, A. C. ALVES, M. V.S, et al. A atividade madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados. Serviço Florestal Brasileiro (SFB); Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia(Imazon). Belém, PA HUMMEL, A. C; et al. Florestas Nativas de Produção Brasileiras. (Relatório Técnico). Serviço Florestal Brasileiro (SFB);Instituto de Pesquisa ambiental da Amazônia (IPAM). Brasília, DF IBGE.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatística estadual estimada (2015), Pará. Disponível em:< >. Acesso em: 05 de Mai. de 2016.
9 IMAZON. Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia.Desmatamento e Degradação Florestal em Tailândia - Pará (2014). Disponível em: < >. Acesso em: 04 Mai SAGRI. Secretaria de Estado de Agricultura. Quantidade produzida e o Valor da Produção na extração vegetal Período: 2000 a Disponível em:< Acesso em: 20 Abr SANTANA, A. C, et al. Comportamento Histórico da Produção e Comércio da Madeira nos Mercados Local e Internacional. In:. (Org.). Belém: UFRA, 2010.p SANTANA, A. C.; SANTOS, M. A. S.; OLIVEIRA,C. M. Preço da madeira em pé, valor econômico e mercado de madeira nos contratos de transição do Estado do Pará. Belém: IDEFLOR/UFRA, SANTANA, Antônio Cordeiro de. O valor econômico da extração manejada de madeira no baixo Amazonas, Estado do Pará. Rev. árvore, Viçosa-MG, vol.36 n.3,p.1-8, VERÍSSIMO, A. LIMA. E, LENTINI. M. Pólos Madeireiros do Estado do Pará. Belém, PA: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), VERÍSSIMO, A. SOUZA, C.Detalhamento do Macrozoneamento ecológico Econômico do Estado do Pará: Áreas para Produção Florestal Manejada. Belém, PA: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), 2006.
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