PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA CAPTURA E TRANSPORTE DE LAGARTAS DE Lonomia sp VIVAS
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- Eduardo Ribeiro de Andrade
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1 NOTA TÉCNICA Nº 02/2013 (DVVZI NT 02/2013) PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA CAPTURA E TRANSPORTE DE LAGARTAS DE Lonomia sp VIVAS ESTA NOTA TÉCNICA É DIRIGIDA ÀS REGIONAIS DE SAÚDE 6ª RS UNIÃO DA VITÓRIA, 7ª RS - PATO BRANCO E 8ª - RS FRANCISCO BELTRÃO NO ESTADO DO PARANÁ, E SEUS MUNICÍPIOS DE ABRANGÊNCIA, PODENDO SER INCLUÍDAS OUTRAS REGIONAIS CONFORME A DEMANDA. 1. OBJETIVOS Este é mais um instrumento que faz parte do conjunto de ações do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos que estão sendo aplicadas pela SESA/SVS/DEVA/DVVZI. O procedimento vem normatizar as ações de manejo para captura, registro no Sistema de Notificação de Animais Peçonhentos - SINAP, transporte e destino de colônias das lagartas de Lonomia sp, vivas e com bom aspecto geral causadores de acidente ou não. Este documento objetiva: Padronizar condutas técnicas de manejo para CAPTURA de lagartas de Lonomia sp visando à retirada destes animais da proximidade das habitações humanas, ou seja, da situação de risco ao acidente de envenenamento por contato. Padronizar condutas técnicas de manejo para TRANSPORTE de lagartas de Lonomia sp visando o correto e seguro deslocamento destes animais na rede pública de saúde municipal e estadual, para serem utilizadas para a produção de soro antiveneno específico. A captura de lagartas de Lonomia sp vivas a que se refere esta nota está restrita às Regionais de Saúde acima citadas, por historicamente registrarem
2 alta freqüência de lagartas no SINAP e/ou elevada freqüência de acidentes em alguns dos seus municípios. 2. LEGISLAÇÃO VIGENTE - COLETA E CAPTURA DE ANIMAIS PEÇONHENTOS A coleta e criação de animais silvestres são regulamentadas pelo Estado, devendo a coleta para fins didáticos ou cientificos ser autorizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio, e a criação pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA (no caso de criadouros registrados antes da Lei Complementar nº 140/2011) ou pelos órgãos estaduais de meio ambiente (no caso de novos criadouros): Art. 29 Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida: Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa. (.) 3 São espécimes da fauna silvestre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras. Lei 9605, de de fevereiro de 1998 Os ANIMAIS PEÇONHENTOS exigem uma série de cuidados, não só com o ambiente em que vivem, mas também no manuseio, que deve ser feito por profissional com experiência. No caso de manutenção em cativeiro com fins científicos, todas as especificações dispostas na Instrução Normativa IBAMA nº 169, de 20 de fevereiro de 2008 devem ser seguidas, de forma a preservar a saúde dos animais e do homem. Assim como a criação em cativeiro, a captura, coleta e transporte de material zoológico também são regulamentados, sendo que a captura de animais com finalidade didática ou científica é de competência do ICMBio, conforme Instrução Normativa 154, de 01 de março de Por isso somente seus técnicos ou
3 profissionais autorizados e licenciados são habilitados a COLETAR/CAPTURAR ANIMAIS PEÇONHENTOS. A destinação de animais silvestres, oriundos de apreensão, resgate ou entrega voluntária, também é regulamentada pelo Estado, através da Instrução Normativa nº. 179, de 25 de junho de 2008, sendo previsto: a) o retorno imediato dos animais à natureza; b) a destinação para criadouros/mantenedouros registrados pelo IBAMA; c) a inserção dos animais em programas de soltura e; d) a destinação para instituições de pesquisa ou didáticas; sendo o IBAMA o órgão responsável pelo controle e fiscalização de tal norma. 3. PADRONIZAÇÃO DE PROCEDIMENTOS NO ÂMBITO DA SESA-PR A SESA SVS DEVA Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações, por meio do Programa Estadual de Vigilância de Acidentes por Animais Peçonhentos está implantando no âmbito da rede pública de saúde municipal, e estadual através das RS, a padronização do fluxo de lagartas de Lonomia sp para a DVVZI/DEVA/SVS, no nível central da SESA. Este procedimento é uma ação decorrente do sistema de vigilância de lagartas de Lonomia sp, ou seja, parte-se do pressuposto que o serviço municipal já sabe reconhecer as lagartas, bem como a área de risco e as principais características ambientais dos focos deste animal, observado pelo histórico do registro no SINAP. Para tanto, técnicos designados pelas Regionais de Saúde 6ª RS UNIÃO DA VITÓRIA, 7ª RS - PATO BRANCO E 8ª - RS FRANCISCO BELTRÃO e seus municípios de abrangência serão treinados e capacitados para realizarem o manejo destes animais peçonhentos, em condições de segurança e tecnicamente correto, para atender os objetivos do Programa. Fica estabelecido que: As Regionais de Saúde deverão indicar os municípios que poderão receber o treinamento, conforme a demanda de lagartas e agendamento com a DVVZI.
4 Os municípios que concordarem com a implantação do serviço deverão indicar formalmente 02 (dois) técnicos da Vigilância em Saúde, preferencialmente que já desenvolvam atividades de vigilância de animais peçonhentos. A DVVZI providenciará licença para captura e transporte junto ao IBAMA, que será nominal, mencionando os técnicos indicados, e por tempo determinado. Somente técnicos devidamente capacitados e autorizados pelo licenciamento acima citado poderão realizar capturas, obrigatoriamente identificados (crachá de identificação) e utilizando os seguintes equipamentos de proteção individual: Bota cano longo ou sapatos fechados; Calça comprida (colocar a boca da calça para dentro da meia); Camisa de manga longa com punho justo; Luvas de vaqueta (luva de eletricista); Boné ou chapéu (cabelos longos devem ser mantidos presos). A DVVZI/DEVA/SVS fornecerá, após o treinamento dos técnicos e mediante comprovação de recebimento pelo gestor municipal: Dois pares de luvas de vaqueta ; Duas pinças de 25 cm; Um conjunto de 3 caixas para o transporte de Lonomia sp ( Kit para Lonomia ), composto de: 01 Caixa externa de papelão reforçado (25cm x 41cm x 28cm); 01 Organizador plástico com fechamento por presilhas (capacidade aproximada = 16,5 lt), que irá dentro da caixa externa; 01 terceira Caixa de papelão simples (interna) com medidas adequadas (máximo: 21cm X 30cm X 19 cm), que irá dentro do organizador, e será esta a caixa que conterá as lagartas;
5 02 rolos de fita adesiva para fechamento das caixas de papelão; Modelo de etiqueta padrão para remessa de amostra. A quantidade de Kit pra Lonomia será encaminhada conforme registro de ocorrência de Lonomia sp apresentada no SINAP, avaliado em conjunto com a RS, município e DVVZI. 4. PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA CAPTURA E TRANSPORTE SEGUROS DE Lonomia sp I. As lagartas devem ser coletadas com o uso da pinça, uma a uma. Observar que quando perturbadas no seu local de repouso (o tronco das árvores), as lagartas iniciam um deslocamento para cima, subindo o tronco em fila indiana rapidamente, podendo até se soltarem bruscamente, se lançando ao solo como forma de proteção contra o predador ; esse comportamento indica risco para quem está realizando a captura, pois a lagarta pode atingir mão(s) ou o braço(s) do técnico caso este não esteja vestido adequadamente como recomendado, com o uso de EPI. (Foto 1). Foto 1.
6 II. Os animais devem ser acondicionados na caixa de papelão menor (interna), que deverá ser previamente reforçada por dentro e por fora com fita adesiva (Foto 2). Foto 2. Para aumentar a superfície interna da caixa de papelão menor (interna), podem ser colocadas duas folhas de papelão entrecruzadas (Foto 3). Na caixa interna (menor) poderão ser acomodadas até 100 lagartas de Lonomia sp com tamanho aproximado entre 5 a 7 cm. Foto 3.
7 Não devem ser colocadas folhas de arvores (planta) para alimentação dentro da caixa. Não deve ser colocada água dentro da caixa. Não devem ser feitos furos ou buracos para respiração (pois elas podem escapar por estas aberturas). III. Colocar esta caixa menor, devidamente lacrada com fita adesiva, dentro da caixa organizadora de plástico e tampar fechando as presilhas, travando a tampa. Observação: não furar a caixa plástica. (Foto 4.) Foto 4. IV. A caixa organizadora de plástico deverá ser colocada dentro da caixa externa de papelão reforçado, que deve ser previamente reforçada por dentro e por fora com fita adesiva (Foto 5.), e posteriormente lacrada também com fita adesiva. Esta última caixa (externa) deverá ser embalada com papel de embrulho (papel kraft ou similar) se disponível.
8 Foto 5. V. Identificar a caixa externa, colando a Etiqueta de Remessa de Lonomia padrão (Anexo 1), com todos os campos preenchidos; esses dados são de extrema importância e obrigatórios, pois visam o contato com os responsáveis em caso de emergência.(foto 6.) Foto 6.
9 VI. Os animais coletados deverão ser encaminhados para identificação conforme procedimentos descritos no Manual do Sistema, na pagina inicial do SINAP Sistema de Notificação de Animais Peçonhentos. ( - na janela de login, abrir Manual do Sistema). Registrar no SINAP a quantidade correta de lagartas. A etiqueta do SINAP também deve ser colada do lado externo da caixa, próximo da Etiqueta de Remetente. VII. Ao realizar o envio para a RS, o município deverá avisar, por telefone, a data da saída da(s) caixa(s) do município; da mesma forma a Regional deverá avisar a DVVZI, por telefone, sobre a saída de caixas transportando lagartas para o Nível Central da SESA, na DVVZI/DEVA, FONE: VIII. Exemplares que não apresentem bem estar ou pouca mobilidade não devem ser acondicionados nas caixas para transporte, devendo ser descartados seguindo regras para descarte de material biológico. IX. No caso de eventual detecção de captura, transporte ou venda destes animais sem a devida autorização, o IBAMA deve ser notificado através da Linha Verde: ORIENTAÇÕES PARA VIGILÂNCIA EM SAÚDE NOS CASOS DE ACIDENTES DE ENVENENAMENTO POR CONTATO COM LAGARTAS DE Lonomia sp (VER NT-DVVZI 01/2012 Acidentes com Lepidópteros Lagartas e Mariposas) Em atenção ao Art. 505 do Código de Saúde do Estado do Paraná, os serviços de saúde devem notificar imediatamente as Secretarias Municipais de Saúde, que por sua vez notificam a Regional de Saúde à DVVZI a ocorrência do acidente, pelo telefone. Doenças sujeitas a acompanhamento intensivo pela SESA/ISEP e/ou Ministério da Saúde, em que a notificação deve seguir imediatamente às instâncias superiores: a) Acidente por contato com Lonomia.
10 A vigilância da ocorrência de acidentes com Lonomia enquadra-se no Programa de Vigilância de Acidentes com Animais Peçonhentos, que de acordo com a Portaria GM-MS 104/2011, devem ser compulsoriamente notificados. Os casos devem ser notificados no SINAN Acidentes com Animais Peçonhentos. Campo 47= 4 - Lagarta. Campo 48= 1 - Lonomia. Da notificação do acidente deve decorrer oportuna articulação entre as Vigilâncias em Saúde do Município, Regional de Saúde e DVVZI, para desencadeamento de ações de campo para coleta e identificação de animais provavelmente implicados nos acidentes; Também poderá ser utilizado o peconhentos@sesa.pr.gov.br para solicitação de orientações ou envio de fotos de lesões de pacientes. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Nota Técnica NT DVVZI 01/2012 Acidentes com Lepidópteros Lagartas e Mariposas. SESA SVS DEVA DVVZI, 18/12/2012. Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos. 2ª Ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, ANEXOS Anexo 1. Etiqueta de Remessa de Lonomias:
11 8. EQUIPE TÉCNICA: Emanuel Marques da Silva Biólogo SESA SVS DEVA DVVZI Lenora Catarina Rodrigo Médica - SESA SVS DEVA DVVZI Gisélia Burigo G. Rúbio Bióloga - SESA SVS DEVA DVVZI Curitiba, 06 de Março de Gisélia B.G. Rubio Chefe da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações Ivana Lúcia Belmonte Chefe do Departamento de Vigilância Ambiental em Saúde Sezifredo Paz Superintendente de Vigilância em Saúde
12 SVS DEVA DVVZI Programa Estadual Vig. de Acidentes por Animais Peçonhentos ETIQUETA de REMESSA de lagartas de Lonomia sp - RS Município de coleta: N Reg. no SINAP: Data do Envio: / / Nome do Técnico Responsável: Cargo/Lotação: Endereço do Remetente: - Nº: Bairro: Telefone para contato: Quantidade de Lagartas: OBS: Recebido na DVVZI/SESA em / / SVS DEVA DVVZI Programa Estadual Vig. de Acidentes por Animais Peçonhentos ETIQUETA de REMESSA de lagartas de Lonomia sp - RS Município de coleta: N Reg. no SINAP: Data do Envio: / / Nome do Técnico Responsável: Cargo/Lotação: Endereço do Remetente: - Nº: Bairro: Telefone para contato: Quantidade de Lagartas: OBS: Recebido na DVVZI/SESA em / /
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