ATA DE AUDIÊNCIA. Às 15h03min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do Trabalho, apregoadas as partes.

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1 ATA DE AUDIÊNCIA PROCESSO: AUTOR Sindicato dos Tecnologos, Tecnicos e Auxiliares Em RÉU(S) Cefor Clinica Especializada Em Fraturas e Ortoped e outros Em 26 de novembro de 2015, na sala de audiências da MM. 88ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO/SP, sob a presidência do Exmo(a). Juiz Homero Batista Mateus da Silva, realizou-se audiência relativa ao processo identificado em epígrafe. Às 15h03min, aberta a audiência, foram, de ordem do Exmo(a). Juiz do Trabalho, apregoadas as partes. Presente o(a) preposto(a) do(a) autor, Sr(a). Antonio Pascinho Filho, acompanhado(a) do(a) advogado(a) Dr(a). ERIKA MINHOTO QUEIROZ, OAB/SP Presente o preposto do(a) réu Cefor Clinica Especializada Em Fraturas e Ortoped, Sr(a). Anisio Delai, acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). ANA LUCIA MELLO FONSECA DE C E SILVA, OAB nº /SP. Presente o preposto do(a) réu Copi Serviços Tecnicos Radiologicos LTDA, Sr(a). Eurico Coutinho Pires, com o Dr. MIGUEL FELIPE V. RODRIGUES, OAB/SP Presente o preposto do(a) réu J. Goes Serviços de Radiologia Ltda-me, Sr(a). josué Roberto Goes, acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). MILTON NUNES JUNIOR, OAB nº /SP. Inconciliados. Juntam as reclamadas defesas separadas, com documentos. Prazo de 10 dias para a manifestação do sindicato, a contar de As reclamadas não pretendem produzir provas de audiência. O sindicato tem dúvidas se a instrução processual pode ser encerrada após a réplica ou se haverá necessidade de prova testemunhal para algum ponto. Então, o Juiz determinou que o sindicato, caso pretenda ouvir testemunhas, especifique os pontos no prazo de réplica e justifique a necessidade, tomado o silêncio como concordância com o encerramento da instrução processual. Decisão a respeito (com marcação da audiência de instrução ou com marcação da data do julgamento) será proferida em 18 de dezembro de 2015 às 16h30. As partes serão intimadas por DOE, qualquer que seja o teor da decisão. Processo: Documento elaborado e assinado em meio digital. Validade legal nos termos da Pag.1 Lei n /2006. Disponibilização e verificação de autenticidade no site Código do documento: Data da assinatura: 27/11/2015, 02:20 PM.Assinado por: HOMERO BATISTA MATEUS DA SILVA

2 Nada mais. Homero Batista Mateus da Silva Juiz do Trabalho Autor Réu Advogado(a) do Autor Advogado(a) do Réu Luciano Schmidt Rodrigues p/ Diretor(a) de Secretaria Processo: Documento elaborado e assinado em meio digital. Validade legal nos termos da Pag.2 Lei n /2006. Disponibilização e verificação de autenticidade no site Código do documento: Data da assinatura: 27/11/2015, 02:20 PM.Assinado por: HOMERO BATISTA MATEUS DA SILVA

3 88ª Vara do Trabalho de São Paulo - Capital 1 TERMO DE AUDIÊNCIA Autos do processo Em 19/02/2016, às 16h13, na Sala de Audiência da 88 a Vara Trabalhista de São Paulo, foram, pela ordem do Juiz do Trabalho, Dr. Homero Batista Mateus da Silva, apregoados os seguintes litigantes: Sindicato dos Tecnólogos, Técnicos e Auxiliares em Radiologia, Diagnóstico por Imagem e Terapia no Estado de São Paulo, autor, e Cefor Clínica Especializada em Fraturas e Ortopedia Ltda., Copi Serviços Técnicos Radiológicos Ltda. J Goes Serviços de Radiologia Ltda ME, réus. Partes ausentes. Proposta final de conciliação prejudicada. I. Relatório. Sindicato dos Tecnólogos, Técnicos e Auxiliares em Radiologia, Diagnóstico por Imagem e Terapia no Estado de São Paulo ajuizou ação trabalhista em face de Cefor Clínica Especializada em Fraturas e Ortopedia Ltda., Copi Serviços Técnicos Radiológicos Ltda. J Goes Serviços de Radiologia Ltda ME, em que postula nulidade dos contratos de prestação de serviços, reconhecimento de vínculos de empregos com os prestadores, abstenção do modelo de contratação, contribuição sindical e indenização por danos morais coletivos. A primeira reclamada (CEFOR) apresenta contestação em que destaca a regularidade das parcerias e afirma a regularidade dos pagamentos efetuados. Com as cautelas de praxe, aguarda a improcedência das pretensões. A segunda reclamada (COPI) concorda com a nulidade da prestação de serviços e requer o reconhecimento de seu vínculo de emprego. A terceira reclamada (G GOES) confirma a prestação de serviços e relata dificuldades financeiras. Frustradas as tentativas de conciliação, foi encerrada a instrução processual em audiência de fl II. Fundamentação. Rejeita-se a preliminar de ilegitimidade arguida pela primeira reclamada. O sindicato possui ampla capacidade para defender os interesses de sua categoria, conforme o art. 8º, inc. III da Constituição Federal de São inexigíveis, por força da prescrição, os títulos anteriores a 14/07/2010. No mérito, razão parcial assiste ao autor. Pesa contra a primeira reclamada o documento de fl. 8, no qual declara a órgão público federal que possui serviço de diagnóstico por imagem próprio. Afasta-se a alegação da defesa que não possui tal serviço como objeto social. No mais, a propriedade dos equipamentos, com a contratação de prestadores para sua operação, e, ainda, dentro de seu próprio estabelecimento, são claros indícios da fraude na forma de contratação.

4 88ª Vara do Trabalho de São Paulo - Capital 2 Não houve, por parte da primeira reclamada, demonstração de que os contratos de parceria permitiriam o uso dos equipamentos para atendimento de pacientes de outras instituições, mas tão somente a previsão de atendimento de pacientes da primeira reclamada. Logo, a contratação não teve como objetivo a sinergia nos interesses das reclamadas, mas a satisfação da prestação de serviços próprios, declarados ao SUS. Há, ainda, o conteúdo da defesa da segunda e terceira reclamadas, que descrevem situação incompatível com a parceria firmada com a primeira reclamada. A segunda reclamada, inclusive, concorda com o reconhecimento do vínculo de emprego de seus sócios. Diante dos elementos apresentados pelo autor e pela segunda e terceira reclamadas, reconhece-se a fraude na contratação por meio de empresas para prestação de serviços. Condena-se a primeira reclamada a se abster de firmar contratos de prestação de serviços com empresas interpostas para a realização das atividades essenciais a sua atividade, o que inclui a radiologia e o diagnóstico por imagem. Declara-se a nulidade dos contratos já firmados com a segunda e terceira reclamada. Considerando o conteúdo da defesa da terceira reclamada, que relata a falta de recursos na manutenção dos contratos de parceria, defere-se a antecipação dos efeitos da tutela para que a primeira reclamada anote o vínculo de emprego dos prestadores da segunda e terceira reclamadas, bem como para que se abstenha de firmar novos contratos. Arbitram-se astreintes de R$ 5.000,00 por contrato firmado ou mantido irregularmente. Razão parcial assiste ao autor quanto às contribuições sindicais. A inicial não estipula os anos competência da contribuição sindical. Assim, limitase a condenação de acordo com a prescrição quinquenal delimitada. Condena-se a primeira reclamada ao pagamento das contribuições sindicais dos empregados registrados, devendo ser observados os períodos de cada contrato de parceria. Apesar da causa de pedir apontar a existência de contribuições assistenciais, não houve pedido específico. Assim, não se pode pronunciar sobre tal ponto. Razão parcial assiste ao autor quanto a indenização por danos morais coletivos. Diante da constatação de contratação irregular de empregados por meio de contratos de parceria, houve violação da boa-fé objetiva. Diante do dano causado ao tecido social, condena-se a primeira reclamada ao pagamento de indenização por danos morais coletivos ora arbitrados em R$ ,00. Não houve a constatação de outros contratos de prestação de serviço. A condenação limita-se a primeira reclamada. Não pode o sindicato-autor, no exercício das prerrogativas do art. 8º, inc. III da Constituição Federal de 1988, pleitear a

5 88ª Vara do Trabalho de São Paulo - Capital 3 indenização por danos morais coletivos em face de empresas cujos únicos sócios são os trabalhadores lesados pelas práticas da primeira reclamada. Caso não seja erro ou desatenção por parte do autor, revela grave violação no exercício de suas atribuições constitucionais. Assim, absolvem-se a segunda e terceira reclamadas. Considerando que o sindicato-autor age em substituição processual, são devidos honorários advocatícios, conforme o entendimento da Súmula 219 do Tribunal Superior do Trabalho. Considerando que a segunda e terceira reclamadas demonstraram ser formadas por empregados prejudicados, indevida a condenação destes, pois contraditória ao próprio instituto previsto pela Lei 5.584/78, que não prevê o pagamento de honorários pelos substituídos ao sindicato. Assim, arbitram-se os honorários em 5% do valor líquido da condenação, excluída a parcela das outras reclamadas, a serem pago somente pela primeira reclamada. III. Conclusão. Do exposto, a 88 a Vara Trabalhista de São Paulo julga PARCIALMENTE PROCEDENTES as pretensões de Sindicato dos Tecnólogos, Técnicos e Auxiliares em Radiologia, Diagnóstico por Imagem e Terapia no Estado de São Paulo em face de Cefor Clínica Especializada em Fraturas e Ortopedia Ltda., Copi Serviços Técnicos Radiológicos Ltda. J Goes Serviços de Radiologia Ltda ME, para o fim de condenar o primeiro réu a abster-se de contratar empresas interpostas para os serviços de radiologia e diagnóstico por imagem, declarar a nulidade dos contratos já firmados, determinar o registro dos empregados contratados por meio de empresa interposta, recolher as contribuições sindicais devidas pelos registros e pagar indenização por danos morais coletivos no importe de R$ ,00, tudo a ser calculado em liquidação de sentença, observados os parâmetros da fundamentação, inclusive astreintes. A segunda e terceira reclamadas são absolvidas dos pedidos de indenização por dano moral coletivo e honorários advocatícios. Na forma da lei, os juros de mora, desde a distribuição do feito, e a correção monetária, na forma da Súmula 381 do Tribunal Superior do Trabalho. Ausentes recolhimentos fiscais ou previdenciários diante da natureza indenizatória das verbas da condenação. Tendo em vista a declaração de fls. 211 e 300, concedo à segunda e terceira reclamadas os benefícios da assistência judiciária, dada a constatação da condição de empregados da primeira reclamada. Indeferem-se os benefícios da assistência judiciária ao autor, pois ausente comprovação de miserabilidade do ente sindical, requisito indispensável para a sua concessão (SDI1- TST - E-RR DO ). Custas pela primeira reclamada, calculadas sobre o valor ora arbitrado de R$ ,00, no importe de R$ 600,00. Intimem-se as partes.

6 88ª Vara do Trabalho de São Paulo - Capital 4 HOMERO BATISTA MATEUS DA SILVA Juiz do Trabalho