SENTENÇA. Pede assistência judiciária gratuita e honorários advocatícios. Dá à causa o valor de R$ ,00.

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1 1 de 5 01/02/ :44 PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO 7ª VARA DO TRABALHO DE PORTO ALEGRE RTOrd AUTOR: SINDICATO DOS TRABALHADORES EM PROCESSAMENTO DE DADOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL RÉU: ILHA SERVICE SERVICOS DE INFORMATICA LTDA PODER JUDICIÁRIO FEDERAL JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO 7ª VARA DO TRABALHO DE PORTO ALEGRE Avenida Praia de Belas, 1432, Prédio 1-3 andar, Praia de Belas, PORTO ALEGRE - RS - CEP: SENTENÇA PROCESSO Nº: AUTOR: SINDICATO DOS TRABALHADORES EM PROCESSAMENTO DE DADOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL RÉU: ILHA SERVICE SERVICOS DE INFORMATICA LTDA Vistos e etc. Trata-se de demanda proposta por SINDICATO DOS TRABALHADORES EM PROCESSAMENTO DE DADOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - SINDPPD/RS, qualificadona petição inicial, em face de ILHA SERVICE SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA., igualmente qualificada. Requer o sindicato autor a condenação da reclamada ao pagamento de correção monetária dos salários dos substituídos, em parcelas vencidas e vincendas e indenização por dano moral, dentre outros. Pede assistência judiciária gratuita e honorários advocatícios. Dá à causa o valor de R$ ,00. A reclamada apresenta contestação escrita, anteriormente à data designada para a audiência. São juntados documentos. A reclamada não comparece à audiência designada, sendo declarada revel e confessa quanto à matéria de fato. Sem mais provas, é encerrada a instrução. Razões finais remissivas. Conciliação inexitosa.

2 2 de 5 01/02/ :44 É o relatório. I - MÉRITO REVELIA E CONFISSÃO A reclamada não compareceu à audiência, sendo declarada revel e confessa quanto à matéria de fato. Logo, a defesa juntada será desconsiderada. Os documentos previamente juntados aos autos serão confrontados com a confissão ficta, nos termos da Súmula 74 do TST. ATRASO NO PAGAMENTO DOS SALÁRIOS O sindicato autor alega que a reclamada vem reiteradamente atrasando o pagamento dos salários dos seus empregados, inclusive do 13º salário de Afirma que o atraso no pagamento dos salários traz prejuízos aos empregados. Pede o pagamento de correção monetária dos salários e reflexos em 13º salários, férias com 1/3, abono de férias e FGTS. Pede reflexos em aviso prévio e em multa de 40% sobre os depósitos de FGTS, na eventual hipótese de extinção do contrato de trabalho de algum substituído no curso da ação. Diante da confissão ficta da reclamada, conclui-se que são verdadeiros os fatos afirmado pelo sindicato autor, quanto ao atraso no pagamento de salários. Afora isso, o sindicato autor demonstra na manifestação à defesa que houve atraso, a exemplo dos documentos de ID 8b0d6a7 - Pág. 3 e ID. 7a77c4b - Pág. 7. Contudo, deve-se observar que os atrasos não eram reiterados. Com efeito, o prazo de pagamento até o quinto dia útil do mês subsequente foi observado pela reclamada em vários meses (v.g. ID 7d86580). Da mesma forma, não houve atraso no pagamento do 13º salário de 2015, como comprova o documento de ID d951b4f. A transferência foi feita no dia 18/12/2015 e o prazo para pagamento seria 20/12/2015. Assim, condena-se a reclamada ao pagamento de correção monetária sobre os salários pagos em atraso, entre o sexto dia útil do mês subsequente e a data do efetivo pagamento. Os valores serão apurados em liquidação de sentença. O índice de correção monetária será definido em fase de liquidação. Os juros de mora, de 1% ao mês, de forma simples (art. 39 da Lei 8.177/91), serão devidos a partir do ajuizamento da presente, sobre o principal corrigido monetariamente, na forma do art. 883 da CLT, e súmula 200 do C. TST. Quanto aos juros de mora, aplica-se a OJ 400 da SDI-1 do TST (Os juros de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação de pagamento em dinheiro não integram a base de cálculo do imposto de renda, independentemente da natureza jurídica da obrigação inadimplida, ante o cunho indenizatório conferido pelo artigo 404 do Código Civil de 2002 aos juros de mora.). Não são devidos os reflexos postulados, considerando que os atrasos não eram habituais. A falta de habitualidade afasta o direito às integrações pretendidas. DANOS MORAIS O sindicato autor afirma que os substituídos fazem jus à indenização por danos morais em razão do atraso no pagamento de salários. Afirma que os substituídos passaram por constrangimentos ao serem cobrados pelo atraso no pagamento de contas, que foram acrescidas de multas e juros.

3 3 de 5 01/02/ :44 Sugerem a condenação no valor correspondente a 24 remunerações. Não obstante a revelia e confissão em que incorreu a reclamada, os documentos juntados comprovam que os atrasos no pagamento de salários foram pontuais e por pouquíssimos dias, além de não terem ocorrido de forma reiterada. Logo, não se pode presumir in re ipsa, que tenham causado tantos abalos aos substituídos de forma a justificar uma condenação por dano moral. Não se acolhe. JUSTIÇA GRATUITA Concede-se justiça gratuita ao sindicato autor, nos termos do artigo 18 da Lei n /1985. HONORÁRIOS ASSISTENCIAIS O artigo 133 da Constituição da República de 1988 não revogou o jus postulandina esfera trabalhista, autorizado pelo artigo 791 da CLT, mas tão-somente elevou ao nível constitucional a indispensabilidade do advogado na administração da justiça e não autoriza a concessão de honorários ao referido profissional quando vencedor na demanda a parte a quem representa. Nesse sentido encontram-se as Súmulas 219 e 329 do TST. Essa conclusão não se modificou com a vigência da Lei 8.906/1994, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal, na Ação Direta de Inconstitucionalidade DF, concedeu liminar suspendendo os possíveis efeitos do art. 1º, I, no que diz respeito à Justiça do Trabalho, Juizados de Pequenas Causas e Justiça de Paz, por entender que nessas ainda continua vigendo o jus postulandipelas partes. O princípio da sucumbência, por sua vez, não tem aplicação ampla no processo do trabalho. Na Justiça do Trabalho há legislação específica a regular a matéria, qual seja a Lei 5.584/1970, posterior inclusive à Lei 1.060/1950. A Lei 5.584/1970, no particular, também não foi revogada tácita ou expressamente pela de Lei 8.906/1994 (Estatuto da Advocacia). Por tais motivos, exige-se para o deferimento de honorários advocatícios a conjugação dos seguintes requisitos: a) assistência sindical; b) percepção de salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou prova de que a situação econômica não permite ao trabalhador demandar sem prejuízo do sustento próprio ou da família, ou ainda declaração firmada de próprio punho pelo trabalhador, ou por procurador com poderes bastantes, e sob as penas da lei, atestando a fragilidade econômica (quando perceba salário superior ao dobro do mínimo legal); c) requerimento na própria petição inicial, exceto se superveniente a insuficiência econômica. No caso em exame, todos esses requisitos estão presentes, contando os substituídos com assistência sindical (ID d0ebdaf). Isso leva a concluir que são devidos os honorários assistenciais de 15% sobre o valor líquido da condenação, observando-se a OJ n 348 da SDI-I do TST CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS A correção monetária é devida desde o momento em que o credor poderia legalmente exigir a parcela, até que ocorra o efetivo pagamento, conforme estabelecem os artigos 39 da Lei 8.177/91, e 15 da Lei /01. Os juros de mora, de 1% ao mês, de forma simples (art. 39 da Lei 8.177/91), serão devidos a partir do ajuizamento da presente, sobre o principal corrigido monetariamente, na forma do art. 883 da CLT, e súmula 200 do C. TST. Quanto aos juros de mora, aplica-se a OJ 400 da SDI-1

4 4 de 5 01/02/ :44 do TST (Os juros de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação de pagamento em dinheiro não integram a base de cálculo do imposto de renda, independentemente da natureza jurídica da obrigação inadimplida, ante o cunho indenizatório conferido pelo artigo 404 do Código Civil de 2002 aos juros de mora.). DESCONTOS Nos termos do artigo 832 da CLT, declara-se que a correção monetária sobre os salários tem natureza salarial, por seguir a sorte do principal. Em atenção ao disposto no 3º, do art. 832, da CLT, autorizo o desconto previdenciário das verbas da condenação, mediante cálculo "mês a mês" sobre o capital corrigido, excluídos os juros de mora, devolução de descontos e parcelas de natureza indenizatória, limitado ao maior salário-de-contribuição vigente em cada período (Lei n.º 8.213/91, art. 43). Autoriza-se, também, a retenção do Imposto de Renda na Fonte - IRRF pela empregadora, pelo chamado nos termos do artigo 12-A da Lei nº 7.713/1988, e com prévia dedução do desconto previdenciário. No caso da não efetivação dos descontos previdenciários e fiscais supra ou pagamento do valor da condenação ou eventual acordo posterior diretamente com o sindicato autor, execute-se a reclamada, que arcará unilateral e integralmente com os valores respectivos, por ser dela a responsabilidade pelo recolhimento. II - DISPOSITIVO Diante do exposto, julga-se PROCEDENTE EM PARTE a ação coletiva a fim de condenar ILHA SERVICE SERVIÇOS DE INFORMÁTICA LTDA. a pagar a SINDICATO DOS TRABALHADORES EM PROCESSAMENTO DE DADOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - SINDPPD/RS, com juros e correção monetária, em valores a serem apurados em liquidação por cálculos, nos termos e limites da fundamentação, valores correspondentes à correção monetária sobre os salários pagos em atraso, entre o sexto dia útil do mês subsequente e a data do efetivo pagamento. Concede-se justiça gratuita ao sindicato autor. Honorários assistenciais de 15% sobre o valor líquido da condenação, observando-se a OJ n 348 da SDI-I do TST. Devidos descontos previdenciários e fiscais devem ser feitos pela reclamadas e comprovados nos autos, inclusive quanto à parte devida pelo sindicato autor. Custas de R$ 120,00 pela reclamada, calculadas sobre o valor provisoriamente atribuído à condenação (R$ 6.000,00). Intimem-se as partes. Com o trânsito em julgado, cumpra-se. Nada mais. Porto Alegre, 22 de janeiro de Bárbara Fagundes Juíza do Trabalho Substituta

5 5 de 5 01/02/ :44 PORTO ALEGRE, 22 de Janeiro de 2017 BARBARA FAGUNDES Juiz do Trabalho Substituto Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: [BARBARA FAGUNDES] /ConsultaDocumento/listView.seam