CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA

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3 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA GOETHE-INSTITUT SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO DE DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Biblioteconomia e Documentação, Instituto de Ciência da Informação, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Biblioteconomia e Documentação. Orientador: Prof. Dr. Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva Apoio: GOETHE-INSTITUT INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA / SALVADOR Bolsas de Iniciação Científica: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC-UFBA Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia FAPESB Salvador 2012

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5 Palavras de Saudação Tendo em vista o jubileu do Goethe-Institut Salvador-Bahia/ Instituto Cultural Brasil-Alemanha no dia 3 de setembro de 2012, permitimo-nos fazer uma sondagem, ainda no ano passado, com o Prof. Dr. Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva, sobre a possibilidade de a história do nosso Instituto tornar-se objeto de uma investigação acadêmica, por meio de um Trabalho de Conclusão de Curso. A nossa sugestão foi bem recebida e, pouco tempo depois, Prof. Rubens tinha identificado duas alunas do Instituto de Ciência da Informação (ICI-UFBA) interessadas em se dedicar ao mencionado empreendimento. Cláudia Hermínia Sliva Cruz e Jeane Aguiar de Moura pesquisaram a história da nossa instituição com muita dedicação, desenvolvendo o texto que submetemos na forma desta presente publicação. Apoiamos as pesquisas das mencionadas alunas na medida que nos foi possível, no sentido de nos colocarmos, juntamente com todos os colaboradores do Instituto, à sua disposição, para fornecer documentos e responder a todas as perguntas e dúvidas de Cláudia e Jeane. A despeito disso, queremos salientar que o mérito do trabalho, o material selecionado, os destaques feitos e as conclusões são de exclusiva responsabilidade das autoras e do seu orientador. Gostaríamos de agradecer e parabenizar Cláudia Hermínia Sliva Cruz e Jeane Aguiar de Moura por seu trabalho. Ao mesmo tempo, estendemos os nossos agradecimentos ao Prof. Dr. Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva e a todas as pessoas que contribuíram com a pesquisa. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 5 Ulrich Gmünder Diretor Goethe-Institut Salvador-Bahia/ Instituto Cultural Brasil-Alemanha

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7 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO Trabalho de Conclusão de Curso Cláudia Hermínia Silva Cruz Jeane Aguiar de Moura GOETHE-INSTITUT SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO DE DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA MONOGRAFIA SUBMETIDA À AVALIAÇÃO DA COMISSÃO JULGADORA COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM BIBLIOTE- CONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, PELO INSTITUTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 9 EXAMINADORES: RUBENS RIBEIRO GONÇALVES DA SILVA (ORIENTADOR) Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Santa Úrsula (RJ) Doutor em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro NÍDIA MARIA LIENERT LUBISCO Bacharel em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal da Bahia Doutora em Documentação pela Universidad Carlos III de Madrid MARIA DULCE PARADELLA MATOS DE OLIVERIA Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal da Bahia Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Bahia

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11 AGRADECIMENTOS Chegamos à reta final de nossa graduação. Nesse momento olhamos para trás e percebemos o significado dessa caminhada para nós. Não somente as dificuldades que enfrentamos, mas o valor do comprometimento e da responsabilidade que temos, agora, como quase Bibliotecárias, e antes, como bolsistas PIBIC-CNPq e FAPESB. Tivemos a oportunidade de desenvolver este projeto sobre o Instituto Cultural Brasil-Alemanha/Salvador, sob a orientação do professor Dr. Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva, ainda quando estávamos na fase de conclusão de um projeto anterior, relacionado ao Repositório Institucional da UFBA, em cujas coleções Documentos coletados e Referências básicas para matérias publicadas em jornais, da sub-comunidade Elementos de Informação para a História da UFBA 1, da Comunidade Memória, tivemos a oportunidade de trabalhar como bolsistas PIBIC-CNPQ e FAPESB do Grupo de Estudos sobre Cultura, Representação e Informação Digitais, o CRIDI, do qual fazemos parte. Professor Rubens nos convidou a participar desse projeto sobre o ICBA, desde sua elaboração, acreditando em nossa capacidade de compromisso e de dedicação ao trabalho de pesquisa, além de nos conceder toda a liberdade para o seu desenvolvimento, culminando no fato inédito de nos dar a alegria, proporcionada por tão importante instituição, o Instituto Cultural Brasil- Alemanha / Salvador, de vermos nosso Trabalho de Conclusão de Curso editado na forma de um livro. Nosso mais sincero agradecimento ao ICBA / Salvador, pela oportunidade única de desenvolver uma pesquisa, ainda no curso de graduação, sabendo antecipadamente que viríamos a publicá-la; ao seu atual Diretor Executivo, Ulrich Gmunder, e à Diretora Cultural, Wiebke Kannengiesser, sempre atenciosos e prontos a nos fornecer informações sobre o ICBA/Salvador; ao administrador Álvaro Almeida, pela colaboração constante; aos funcionários Cláudio e Valdir pelo apoio e paciência: o nosso muito obrigada pela oportunidade. Aos nossos familiares, que sempre nos incentivaram com palavras de apoio nos momentos difíceis, mesmo sem entender exatamente o motivo de tanta preocupação. Aos nossos caros amigos Ana Paula Teixeira, Ana Valéria Moura, Bruna Lessa, Dulcimeire Maia, Eneida de Paula, Jackson Araújo, Joilma Maltez, Luciene Guimarães, Marília Lessa, Manuela Ribeiro, Raíssa Lima, Rosana Martins, GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 11 1 Cf.

12 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA Tatiane Xavier, que estiveram conosco desde o início de nossa caminhada na Universidade, obrigada pela compreensão, pela ajuda, e a todos os outros colegas e amigos que, de alguma forma, indiretamente, também contribuíram para o nosso crescimento acadêmico. A todos os nossos professores, nosso muito obrigado pelo incentivo e orientações. Gostaríamos de destacar um agradecimento em especial aos professores Dulce Paradella, Edilberto Santiago, Isabel de Jesus, Marilene Lobo, Marlene Morbeck, Nanci Oddone, Nídia Lubisco, Raymundo Machado e Vanda Angélica, que nos mostraram a importância do nosso curso e da nossa futura profissão. Enfim, aos amigos, colegas e a todos aqueles que colaboram para que este trabalho acontecesse. Àqueles que acreditaram, muito obrigada! 12

13 RESUMO Aborda a contribuição do Instituto Cultural Brasil-Alemanha / Salvador (ICBA), disseminando a cultura e a informação na cidade, através das relações interculturais entre os dois países. O processo de investigação, de caráter exploratório, sobre a afirmação, desenvolvimento e apoio do ICBA à sociedade baiana foi realizado por meio da pesquisa documental, em diferentes acervos, de levantamento bibliográfico e de entrevistas com profissionais ligados ao ICBA, como também pessoas que frequentaram e frequentam esta instituição cultural desde a sua fundação, com o intuito de identificarmos as contribuições realizadas ao longo dos cinquenta anos de estabelecimento do Goethe-Institut na Bahia. O método adotado ocupou-se em construir interpretações a respeito da instituição e do espaço onde está inserida, pautando-se por elementos que pudessem responder a um sentido histórico no contexto social de sua época, além de suas influências até os dias atuais. A pesquisa reuniu elementos de informação visando à preservação da memória histórica do ICBA, especialmente de seu Centro de Informação, permitindo compreender o processo singular de evolução cultural e suas relações com o contexto social em diferentes momentos. Registra a visão de artistas, gestores, freqüentadores do ICBA, que veem neste espaço um local de liberdade e criação, além de apresentar a contribuição do ICBA para a cultura soteropolitana com a promoção de seminários, peças teatrais, espetáculos de dança, mostra de cinema e oficinas variadas. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 13 PALAVRAS-CHAVE: História. Memória. ICBA. Relações culturais Brasil- Alemanha. Biblioteconomia.

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15 SUMÁRIO CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA INTRODUÇÃO METODOLOGIA DA PESQUISA PARA UMA BREVE INTRODU- ÇÃO SOBRE O TEMA O ICBA COMO INSTITUIÇÃO CULTURAL CENTRO DE INFORMAÇÃO: UM LUGAR DE LIBERDADE PARA A COMUNIDADE INTELECTUAL DE SALVADOR O ICBA PARA OS DIRETORES, ESTUDANTES E INTELECTUAIS OS EVENTOS CULTURAIS, O INTERCÂMBIO CULTURAL E O FOMENTO À CULTURA DA CIDADE CONCLUSÃO REFERÊNCIAS OUTRAS OBRAS CONSULTADAS APÊNDICE 1 ATA DA REUNIÃO CONSTITUINTE DO INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA... APÊNDICE 2 QUESTIONÁRIOS APLICADOS ANEXO 1 QUADRO DE REFERÊNCIAS DOS CADERNOS DE TE- ATRO ALEMÃO... ANEXO 2 QUADRO DE PUBLICAÇÕES DO ICBA

16 LISTA DE QUADROS QUADRO 1: Diretores Executivos do ICBA. 29 QUADRO 2: Principais Eventos Exclusivamente Alemães 39 QUADRO 3: Principais Eventos Mistos Brasil-Alemanha 40 QUADRO 4: Principais Seminários Realizados. 42 QUADRO 5: Seleção de Conferências, Seminários e Palestras 57 GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 15

17 1. INTRODUÇÃO O Goethe-Institut faz-se presente em 149 localidades de 92 países no mundo. A cidade do Salvador, capital do estado da Bahia, Brasil, é uma delas. Este Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Biblioteconomia e Documentação, do Instituto de Ciência da Informação, da Universidade Federal da Bahia (ICI-UFBA), teve o apoio do Instituto Cultural Brasil-Alemanha / Salvador para sua publicação no formato livro, exatamente como apresentado à Comissão Julgadora do ICI-UFBA, fato inédito na história do curso. O projeto teve como objetivo investigar a história da participação do ICBA na cidade do Salvador, preservando a memória do Instituto por meio de uma monografia de fim de curso de graduação, transformada em livro, em comemoração aos 50 anos de existência do ICBA na cidade do Salvador, festejados em 3 de setembro de O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi elaborado como resultado de dois Planos de Trabalho, um para cada Autora da monografia, que trabalharam em constante e regular parceria ao longo de um ano. Os Planos de Trabalho constituíram o projeto de pesquisa Instituto Cultural Brasil-Alemanha / Goethe-Institut: 50 anos de história, cultura e livros na cidade do Salvador, de autoria do professor Dr. Rubens Ribeiro Gonçalves da Silva (ICI-UFBA), resultando nesta monografia, da qual foi orientador. As bolsistas participaram ativamente da elaboração do projeto e dos Planos de Trabalho. Durante o período da pesquisa ambas as Autoras foram contempladas com bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC-UFBA) 2 e com apoio do Instituto Cultural Brasil-Alemanha (ICBA). Cláudia Hermínia Silva Cruz desenvolveu o Plano de Trabalho intitulado Fontes documentais textuais, orais e iconográficas para a história do ICBA em Salvador ; Jeane Aguiar de Moura responsabilizou-se pelo Plano de Trabalho Fontes bibliográficas para a história da participação do ICBA no cotidiano cultural de Salvador. De todas as fontes consultadas e de todo o material coletado, apenas a documentação iconográfica, ainda que vasta, não compõe esta monografia, sendo reservada para escaneamento, em breve, visando à exposição na Parede Galeria, do Núcleo Interdisciplinar de Extensão (NEXT-ICI-UFBA), com vernissage agendado previamente para 03 de setembro de 2012, como mais um produto resultante da pesquisa. A junção dos resultados de ambos os Planos de Trabalho, a perfeita harmonia entre as Autoras da monografia, as bolsas de Iniciação Científica do PIBIC-UFBA-FAPESB e PIBIC-UFBA-CNPq, o rígido acompanhamento para o cumprimento do cronograma estabelecido, o apoio irrestrito da Direção Geral do ICBA, a flexibilização da plenária do Colegiado do Curso de Graduação em Biblioteconomia e Documentação, que GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 17 2 Cláudia Hermínia Silva Cruz foi bolsista PIBIC-UFBA-FAPESB (Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Bahia); Jeane Aguiar de Moura foi bolsista PIBIC-UFBA-CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), a primeira no período de agosto de 2011 a julho de 2012, e a segunda de setembro de 2011 a agosto de 2012.

18 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 18 decidiu por revisar os procedimentos de TCC, autorizando sua elaboração em autoria dupla, daqui por diante, foram fundamentais para elaboração do TCC. Podemos até dizer que, inadvertidamente, o ICBA / Salvador nos permitiu criar os argumentos para que o Regulamento de TCC do curso evoluísse, permitindo as monografias em duplas de estudantes, que já era corrente em outros cursos da UFBA. Procuramos entender o processo de afirmação, desenvolvimento e apoio do Instituto à sociedade baiana, através da pesquisa documental em diferentes acervos, com o intuito de identificarmos as contribuições realizadas ao longo dos cinquenta anos de estabelecimento do Goethe-Institut na Bahia. A pesquisa nos permitiu reunir elementos de informação visando à preservação da memória histórica do ICBA, especialmente de seu Centro de Informação, mas também compreender o processo singular de evolução cultural e suas relações com o contexto social em diferentes momentos. O ICBA se consolida na cidade do Salvador a partir da metade da década de 1960, e por toda a década de 1970, passando a assumir papel importante de diálogo na sociedade entre os intelectuais, e de realizador de eventos culturais, pois era considerado como local de liberdade intelectual, um ambiente propenso à criatividade, já que neste espaço, através de seu Centro de Informação, era possível ler os mais diversos filósofos alemães, como Adorno, Engels, Habermas, Marx, Nietzsche, entre outros, além de poder usufruir de apresentações constantes de mostras de cinema e de artes cênicas e visuais. Os fatos citados adquirem magnitude no contexto soteropolitano 3, pois estamos falando de um período em que o Brasil passava por uma fase de cerceamento intelectual, por conta da ditadura militar e de todas as formas então desenvolvidas para cercear o direito de ir e vir do cidadão, contribuindo para a reflexão da sociedade e para a afirmação do Instituto em Salvador. Se assim aconteceu, foi devido às orientações do Goethe-Institut na Alemanha e ao cumprimento das diretrizes de seus gestores: fomentar o conhecimento humanístico de todas as culturas onde existisse uma unidade do Goethe, apresentando a cultura, alemã reconhecendo e respeitando a cultura do lugar no qual estiver inserido. A partir da década de 1980, o Instituto continua desenvolvendo suas atividades, com um caráter interdisciplinar mais aprofundado entre os eventos e a cultura da cidade, além da presença constante da Universidade Federal da Bahia em vários projetos. A pesquisa sobre as ações do Instituto é também uma ferramenta para entender a identidade dos sujeitos envolvidos no processo, suas relações como sujeitos históricos e agentes construtores capazes de compreender, valorizar e respeitar os seus saberes e contribuir um com o outro. Para isso, o método adotado ocupou-se em construir interpretações a respeito da instituição e do espaço onde está inserida, pautando-se em alcançar elementos que pudessem 3 Soteropolitano: Palavra que designa o cidadão que nasce na cidade do Salvador, Bahia (BA, Brasil). Três palavras gregas estão na sua estrutura etimológica: ano = nascido em + polis = cidade + soteria = salvação, salvador.

19 responder a um sentido histórico no contexto social de sua época, além de suas influências até os dias atuais. Sendo assim, a pesquisa, de caráter exploratório, buscou entender os fenômenos pertencentes ao contexto que trata do desenvolvimento do Instituto a partir de levantamentos documental e bibliográfico e de entrevistas com profissionais ligados ao ICBA, como também pessoas que frequentaram e frequentam esta instituição cultural desde a sua fundação. Esses dados nos permitiram, no limitado tempo disponível para a realização de uma temática de pesquisa tão ampla, desenvolver a investigação sobre a instituição o mais minuciosamente possível, no intuito de construir uma breve introdução que reunisse elementos de informação historiográfica para explicar melhor os fenômenos e processos, permitindo que os próximos pesquisadores, historiadores em sua formação de origem, possam avançar a partir do que iniciamos, analisando, criticando, complementando e clareando os aspectos que nos vimos limitadas a abordar apenas superficialmente. Todas as áreas do Instituto, de alguma forma, reúnem dados que podem explicar seu desenvolvimento na comunidade à qual está inserida. A partir daí, procuramos sistematizar e escrever sobre seu ciclo de vida nestes cinquenta anos, levando em consideração que até o momento em que iniciamos a elaboração do projeto de pesquisa não havia sido ainda publicado nenhum trabalho sobre a história das ações do Instituto. Em nosso caso, de estudantes que concluem seu curso de graduação com a oportunidade de realizar uma pesquisa desta magnitude, não seria possível produzir resultados devidamente abrangentes, já que dispusemos de apenas 12 meses para o levantamento dos dados documentais e sua organização, incluindo nossa colaboração na organização do acervo arquivístico do próprio ICBA, já em si uma experiência reveladora e estimulante para o ingresso, num futuro próximo, no universo mais propriamente definido como o de pesquisa científica, em níveis de formação, por exemplo, de mestrado, e depois, até mesmo ao nível do doutoramento. Nosso trabalho, por ora, só pode mesmo ser introdutório. Aqui, estamos conscientes de ter reunido apenas alguns elementos, para que, constantemente, possamos construir, dia a dia, a história do ICBA, de seu Centro de Informação, de sua biblioteca, das ações que o ICBA realizou. O ICBA foi fundado como entidade cultural em 1962, na cidade do Salvador. As décadas subsequentes à sua fundação foram de um contexto sociopolítico intenso, que fizeram o Instituto adequar o seu programa cultural e incluir temas sociais e políticos em seus eventos que favoreceram as discussões sobre a conjuntura do país, transformando o ambiente do Instituto num local de liberdade intelectual. Essas atividades, nas duas primeiras décadas, contribuíram para a formação do público frequentador do ICBA, como também favoreceram o desenvolvimento de parcerias e projetos relevantes para a sociedade baiana, em várias vertentes artísticas. O trabalho realizado pelo Instituto nessas décadas de 1960 e 1970 foi essencial para o seu reconhecimento nos anos seguintes, bem como de todos os projetos realizados até o presente momento. Partindo desse entendimento, refletimos sobre alguns aspectos: GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 19

20 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 20 De que forma eram promovidas as ações culturais do Instituto? Qual o público-alvo? O objetivo era atingido? A chamada imunidade diplomática existia de fato? Qual o papel do ICBA durante o período militar? Quais as ações desenvolvidas pela biblioteca do Centro de Informação do ICBA? Qual a importância do ICBA como disseminador de cultura entre o Brasil e Alemanha nestes 50 anos? Sabemos que o objetivo do Instituto era manter relações culturais entre os dois países, Brasil e Alemanha. Contudo, as mudanças sociais fizeram o Instituto ultrapassar seu objetivo principal, fazendo com que se transformasse num local de encontros culturais e políticos da cidade, frequentado por intelectuais, estudantes e artistas que encontravam no ICBA um local de liberdade, pois em muitos momentos o Centro de Informação foi um dos poucos locais possíveis para o debate intelectual na cidade e para discussões sobre projetos com temáticas voltadas para o social. Para apresentar e desenvolver esta monografia, a dividimos em Introdução (capítulo 1) e mais cinco seções (capítulos 2 a 6), além de Conclusão (capítulo 7), Referências, Outras Obras Consultadas, Apêndices e Anexos. No capítulo 2 apresentamos a Metodologia da pesquisa para uma breve introdução sobre o tema, explicativo dos procedimentos e técnicas adotados para o desenvolvimento de uma pesquisa para Trabalho de Conclusão de Curso, que só poderia mesmo ser uma breve introdução ao tema pesquisado, já que a complexidade da temática e a duração do tempo histórico de nosso objeto de pesquisa exigiriam maior prazo e aprofundamento. O capítulo 3, O ICBA como Instituição cultural, trata da chegada do Instituo à Bahia, seus objetivos, interesses e parcerias com outras instituições, como é o caso da Universidade Federal da Bahia. Nessa perspectiva, apresentamos a cronologia dos gestores do Instituto, sua constituição administrativa, seu desenvolvimento e sua afirmação na cidade do Salvador. No capítulo 4, Centro de Informação: Um lugar de liberdade para a comunidade intelectual de Salvador, abordamos a importância da biblioteca como centro de conhecimento e reflexão, principalmente durante o período militar, onde se estabeleceu como multiplicadora do saber, já que promovia apresentações de palestras e seminários de cunho humanístico, buscando conscientizar seus frequentadores como integrantes de uma sociedade que pode ser justa e igualitária. No capitulo 5, O ICBA para os Diretores, Estudantes e Intelectuais, procuramos reunir elementos para a compreensão do papel dos principais gestores do Instituto, dos estudantes, artistas e professores, e sobre a importância do Instituto para a cidade do Salvador, observando suas opiniões quanto à herança cultural que o ICBA nos tem deixado durante estes 50 anos. O capitulo 6, Os Eventos Culturais, o Intercâmbio Cultural e o fomento à

21 Cultura da Cidade, aborda as temáticas e os objetivos das promoções e programações anuais do Instituto, no teatro, cinema, seminários, exposições e música, levando em conta os projetos mais relevantes realizados pelo Instituto que, além das realizações levadas a termo, sempre apresenta o resultado destes projetos para a sociedade baiana. Por fim, no capítulo 7, apresentamos nossas conclusões, desejando outras séries infinitas de mais 50 anos para essa Instituição que em nenhum momento fugiu do seu objetivo principal: fomentar a cultura e as relações Brasil- -Alemanha. As Referências, as Outras Obras Consultadas, os Apêndices e os Anexos finalizam o trabalho. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 21

22 2. METODOLOGIA DA PESQUISA PARA UMA BREVE INTRODUÇÃO SOBRE O TEMA CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 22 Para as análises desenvolvidas ao longo dos 12 meses de pesquisa 4 procuramos reunir elementos de informação que nos possibilitem sintetizar os 50 anos de história do ICBA e identificar alguns dos sujeitos envolvidos no processo, suas relações e ações no percurso histórico, como agentes construtores da teia que nos tem permitido compreender, valorizar e respeitar os diferentes saberes e contribuir para o entrelaçamento da cultura brasileira, especialmente a soteropolitana, e da cultura alemã na sociedade baiana. Para Oliveira (2002, p. 76), existe uma grande preocupação da nova historiografia em rever o excesso de linearidade da história factual, levando em consideração a problemática das instituições culturais na sua relação com a comunidade envolvida. Para isso, o processo que adotamos ocupou- -se em construir interpretações a respeito da instituição e do espaço em que está inserida. A partir de diferentes fontes (documentos biblioteconômicos e arquivísticos, jornais, fotografias avulsas, dentre outros), procuramos congregar elementos que pudessem levar a um sentido histórico do contexto social e cultural do passado do Instituto Cultural Brasil-Alemanha / Salvador, além de suas influências até os dias atuais. É sabido que instituições culturais assumem um papel de relevância nas comunidades, no contexto do período militar, em virtude do próprio cerceamento e da migração de intelectuais para a Região Sul do país, o que, segundo Uchôa (2004), gera um florescimento cultural tardio, ainda que estes locais sejam ambientes de desenvolvimento cultural intenso. Normalmente, essas interpretações nos levam a investigar minuciosamente a instituição, procurando construir uma historiografia que explique melhor os fenômenos. O procedimento histórico permitiu, metodologicamente, conduzir a investigação sobre acontecimentos e processos do passado do ICBA ao longo dos seus cinquenta anos. Procuramos observar as influências da instituição na sociedade baiana e suas consequências. Para isso, os eventos culturais promovidos pelo Instituto e veiculados nos jornais de grande circulação foram subsídios importantes para o desenvolvimento da pesquisa. Organizados no próprio arquivo do Instituto, os recortes acumulados ao longo dos anos nos permitiram interpretar os acontecimentos em diferentes períodos. 5 Além da análise de contexto realizada nestes recortes do arquivo do ICBA, tivemos acesso a uma pequena quantidade de documentos administrativos. Realizamos, ainda, um levantamento das publicações editadas pelo Instituto ao longo dos cinqüenta anos. A coleta de dados, por meio de levantamento bibliográfico, pesquisa 4 A organização prévia para a pesquisa iniciou-se em fins de fevereiro de 2011; em abril de 2011 iniciamos, de fato, a pesquisa documental e bibliográfica. 5 As técnicas e procedimentos adotados pelo ICBA na organização de seu patrimônio arquivístico não são os mais adequados em acordo com os princípios e teorias da arquivologia.

23 documental e iconográfica, foi realizada, principalmente, no próprio ICBA. A aplicação de questionários às pessoas que, de algum modo, tiveram ou têm ligação com o Instituto, também foi feita, predominantemente, com profissionais, atuais ou anteriores, que atuaram diretamente na administração do Instituto. 6 Algumas tentativas de efetuar coleta de dados em outras instituições, como no acervo documental da UFBA, na Biblioteca Pública do Estado da Bahia e no Arquivo Histórico Municipal de Salvador, não foram bem sucedidas. 7 À época da pesquisa documental não tivemos acesso a informações precisas sobre onde encontrar a documentação referente ao que precisávamos. Supomos que os próprios servidores que nos atenderam desconhecem a existência desta documentação, muito menos sua localização. Por esse motivo, acreditamos, nos desestimularam ao sugerir que poderíamos procurar, se assim o desejássemos, nos arquivos do subsolo ou na própria Reitoria. Nosso curto espaço de tempo disponível para essa fase da pesquisa nos impediu, naturalmente, de empreender tamanho processo de busca de originais cuja localização não poderiam nos indicar. Esperamos que uma eventual continuidade da pesquisa, em outros níveis de formação acadêmica, como o mestrado ou o doutorado, permita reunir novos dados nos arquivos da UFBA. 8 O pouco que reunimos de dados sobre o período de 1962 a 1964, principalmente com relação à fundação do ICBA em Salvador, foi encontrado nos arquivos do próprio ICBA, como a Ata da reunião de fundação do Instituto (ver Apêndice 1). Conseguimos, também, no arquivo do ICBA, o recorte publicado por Odorico Tavares (que assinava O.T. em suas matérias), em 04 de setembro de 1962, no Diário de Notícias, sob o título Rosa dos Ventos Cultura Alemã (TAVARES, 1962, P.4). Já na Biblioteca Pública do Estado da Bahia as condições dos documentos das décadas de 1970, 1980, 1990, seu estado de conservação, fragilizados pelo tempo, e os riscos à nossa saúde trazidos pelas condições insalubres a que estaríamos expostas no manuseio da documentação, não permitiram avançar na coleta. Os dados foram organizados por data e assunto, analisados e redigidos com a finalidade da elaboração de uma monografia de fim de curso de biblioteconomia e documentação, já com vistas à sua publicação pelo Instituto Cultural Brasil-Alemanha / Salvador (ICBA / Salvador), no âmbito das comemorações de seus 50 anos. Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório, buscando-se entender os aspectos e fatos caracterizadores do desenvolvimento do Instituto. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 23 6 Os questionários constam do Apêndice 2. 7 O acervo documental da UFBA, precisamente o localizado no Palácio da Reitoria, não guarda nenhum documento da época em que o Instituto Cultural Brasil-Alemanha / Salvador foi fundado, conforme nos indicaram os servidores responsáveis pelo setor. Vale registrar que a reunião de fundação do ICBA / Salvador ocorreu em 3 de setembro de 1962 no Gabinete da Reitoria da UFBA (ver Apêndice 1). 8 Vale registrar a necessidade urgente de a UFBA dedicar maior atenção a seu patrimônio documental arquivístico, bem como atentar para a adoção dos princípios e teorias advindas da arquivologia, além de aumentar o contingente de profissionais arquivistas nos seus quadros.

24 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 24 Para a coleta de dados do projeto, procuramos estabelecer a relação entre fatos históricos intrínsecos aos contextos de maior importância, a criação do Centro de Informação, os eventos realizados, as parcerias com outras Instituições, especialmente com a UFBA, o uso dos Cadernos de Teatro Alemão pela Escola de Teatro da UFBA e os documentos periódicos 9 arquivados na Biblioteca Pública do Estado da Bahia. Além dessas fontes, contamos com a colaboração de importantes colaboradores ligados ao Instituto ou ao cenário cultural da cidade, por meio de suas respostas aos questionários enviados por 10, como o primeiro diretor do ICBA, Hanz-Joachim Schwierskott, o atual diretor do Instituto, Ulrich Gmünder, sempre atencioso e imprescindível para a realização da pesquisa, a atual diretora cultural do ICBA, Wiebke Kannengiesser, o administrador do Centro de Informação, Álvaro Almeida, o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim, o professor da Escola de Teatro da UFBA, Armindo Bião. Outra fonte importante de informação sobre o Instituto foram as entrevistas concedidas a jornais por artistas locais. Tuzé de Abreu, ex-secretário de Cultura do Estado da Bahia, Lia Robatto, atriz e coreógrafa, Renato da Silveira, artista plástico, e Guido Araújo, cineasta baiano, nos permitiram, por meio dessas entrevistas publicadas, reunir relevantes elementos de informação sobre o Instituto. O administrador do Centro de Informação, Álvaro Almeida, foi o primeiro colaborador que abordamos para a entrega do questionário. Entretanto, Almeida foi tão solícito que nos propôs, ao invés da aplicação do questionário, a realização de uma entrevista. Almeida sempre foi muito atencioso durante as visitas para a pesquisa bibliográfica e documental, sempre concedendo depoimentos amplos, demonstrando seu envolvimento e sua dedicação à instituição. O atual diretor do Instituto, Ulrich Gmünder, respondeu não só o questionário específico que lhe foi entregue por , mas também o da atual diretora cultural do ICBA, Wiebke Kannengiesser, impedida de fazê-lo, à época, devido à sua licença maternidade. Indo além, Gmünder colocou-se à disposição para entrar em contato com o já citado primeiro diretor do ICBA, Hanz-Joachim Schwierskott, já que não havíamos conseguido, até aquele momento, nenhum contato. O questionário destinado a Schwierskott foi enviado por Gmünder. Tendo sido o primeiro diretor do ICBA, Schwierskott certamente poderia nos fornecer importantes detalhes sobre a chegada do Instituto na cidade. Outro ex-diretor com o qual tivemos contato foi Roland Schaffner, diretor do ICBA entre os anos 1970 a 1977 e 1992 a À época de nosso primeiro contato, Schaffner estava publicando um livro pela Editora da Universidade Federal da Bahia EDUFBA, a cujo lançamento estivemos presentes, em que registra sua trajetória no ICBA. Naquele feliz primeiro encontro, Schaffner acabou nos sugerindo que, ao invés de coletarmos dados que ele poderia nos 9 Clippings dos jornais A Tarde, Diário de Notícias, Correio da Bahia, Jornal da Bahia, Jornal do Brasil e Folha de São Paulo. 10 Ver Apêndice 2.

25 fornecer por questionário ou entrevista, que estudássemos o livro dele, e foi o que fizemos. O professor titular aposentado da UFBA, Armindo Bião, foi outra personalidade de grande colaboração para a realização deste trabalho, respondendo prontamente ao questionário que lhe foi enviado, fornecendo informações muito ricas a respeito da integração da Escola de Teatro da UFBA e do ICBA. O atual secretário de Cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim, também respondeu ao questionário que lhe foi enviado via . Antes de enviar o questionário à Secretaria de Cultura foram feitas várias tentativas de agendar a entrevista que havíamos planejado inicialmente, e cuja intenção foi tão gentilmente acolhida pelo secretário de Cultura, tendo sido, no entanto, adiada seguidamente, em função de compromissos prioritários de Sua Excelência. Achou-se mais conveniente, então, consultá-lo sobre a possibilidade de enviar-lhe um questionário por , alcançando, assim, nosso objetivo de obter sua preciosa colaboração. Durante o levantamento bibliográfico nos perguntamos qual formalização documental o Instituto adotava para suas ações e seus eventos. Deparamo-nos com a falta de relatórios anuais de produções culturais e tivemos que recorrer a algumas informações da década de 2000, disponíveis no site institucional do ICBA, e à pesquisa nos arquivos do próprio Instituto. Observamos que muitos seminários eram transformados em publicações financiadas pelo próprio ICBA. Contudo, para a nossa surpresa, a biblioteca não possuía esses títulos no seu acervo, e recorremos, então, mais uma vez, à biblioteca pessoal do diretor Ulrich Gmünder, que nos emprestou aproximadamente vinte títulos lançados pelo Instituto, para que fizéssemos uma leitura técnica 11, e ainda nos sinalizou com a existência dos Cadernos de Teatro Alemão, traduções do original em alemão publicadas por unidades do Goethe-Institut em Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR) e também na de Salvador (BA). 12 Conseguimos coletar pouco mais de setenta títulos entre os Cadernos de Teatro e publicações ligadas a outras temáticas 13, como sustentabilidade, meio ambiente, economia, entre outros. Para análise dos Cadernos de Teatro Alemão tivemos que organizar a coleção e observamos que alguns números não constavam no acervo do Instituto. Soubemos que estes Cadernos haviam sido muito utilizados pelos alunos do curso de Teatro da UFBA. Procuramos, então, em bibliotecas da Universidade, com sucesso, mas infelizmente não encontramos todos os números que faltavam. De qualquer forma, conseguimos reunir, organizar e agregar em um único ambiente quase toda a coleção, com seus respectivos números disponíveis no Instituto. 14 GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA Procedimento adotado para a identificação de dados da obra e produção de resumos e referências. 12 Ver Anexo Ver Anexo As Autoras da pesquisa conseguiram alguns exemplares que faltavam no arquivo do ICBA, a partir de gentil doação da Escola de Belas Artes da UFBA, que foi repassada por elas ao acervo do ICBA. Ficaram faltando apenas nove títulos dos 56 publicados.

26 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA Todo esse material pesquisado foi organizado e analisado de acordo com a temática e o ano de publicação/realização: seminários, música, teatro, exposições e oficinas. A partir dessa análise, percebe-se como o Instituto movimentava e movimenta a sociedade, em termos culturais, artísticos e sociais. Todos os eventos realizados têm como objetivo manter o intercâmbio e as relações culturais entre os dois países, Brasil e Alemanha, mas também contribuir demonstrando o seu papel social em diferentes contextos. 26

27 3. O ICBA COMO INSTITUIÇÃO CULTURAL Podemos entender por cultura tudo aquilo que é produzido pelo homem, a partir das influências que recebe, por agentes culturais e das ações políticas e sociais a que está envolvido, de forma individual ou coletiva. A cultura é algo dinâmico e que se reconstrói por meio da manifestação das pessoas e de grupos sociais. Onde se possa produzir algo próprio do homem, sempre haverá uma forma ali representada. Santos (1994, p.22) considera por vezes cultura como um conjunto de manifestações artísticas como o teatro, a música, a pintura, a escultura realizadas pelo homem. O autor ainda complementa: os benefícios proporcionados pela cultura não chegam a todos, devido às marcas da desigualdade social (SANTOS, 1994, p. 86). Embora toda sociedade se caracterize pelos seus costumes e suas produções individuais ou coletivas, uma característica interessante no que diz respeito à produção ou crítica à cultura refere-se às instituições culturais como locais de disseminação e adaptação ao contexto local. Esses ambientes são muitas vezes pontos de exibição de cinema, teatro, imagens, bibliotecas, seminários e música. A partir da instalação do Goethe-Institut em Salvador, num casarão imponente no Corredor da Vitória, uma instituição alemã que oferece cursos de idiomas, atividades culturais e educacionais, muito se tem contribuído para uma relação amigável entre o Brasil e a Alemanha. A instituição possui uma biblioteca de referência em cultura alemã na cidade, promovendo o ensino da língua e a divulgação da cultura alemã em Salvador, com o apoio didático pedagógico da sua sede na Alemanha. Toda essa constituição da unidade do Goethe-Institut, chega a Salvador em setembro de Ontem, à tarde, reuniram-se homens de cultura, na Universidade da Bahia, para instalar o Instituto Cultural Brasil-Alemanha. (TAVARES, 1962, p.4). É dessa forma que o professor da Universidade Federal da Bahia, Odorico Tavares, demonstra o orgulho pelo estabelecimento da unidade do Goethe-Institut na Bahia. Talvez alguém possa questionar o paradoxo: uma instituição cultural alemã numa sociedade baiana, negra, oriunda de uma formação étnica miscigenada, culturalmente diversa e sofrida? Contudo, foi essa diferença cultural que atraiu a instituição alemã para a cidade. Segundo Adam Rammensee, cônsul alemão, na reunião de estabelecimento do Instituto, os objetivos do ICBA são: promover cursos, conferências, concertos, conceder bolsas, levar a efeito o intercâmbio, trazer homens da cultura da Alemanha à Bahia e vice-versa. Todo um programa intensivo para que conheçamos melhor a cultura alemã que deu ao mundo nomes dos maiores em todos os setores e que hoje se renova com uma força surpreendente, mostrando a sua eternidade e a sua grandeza. (TAVARES, 1962, p.4). A missão do Instituto transcenderia seu objetivo principal, a promoção de GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 27

28 ações culturais e de intercâmbio. O ICBA inseriu-se na sociedade baiana num contexto sociopolítico adverso que tomou conta de praticamente toda a década de 1960 e a de De acordo com Coronel: CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 28 os anos 1960 foram um palco de contestações num cenário que cobre praticamente todo o mundo ocidental e vai além dele significou a eclosão da contracultura, da rebeldia individual e das reivindicações até então situadas fora do âmbito dos protestos políticos. (CORONEL, 1998, p.10). Percebe-se que a unidade do Instituto em Salvador não seria apenas uma mediadora de intercâmbio cultural entre os dois países. A própria sede, em 1968, reajusta seu programa de eventos culturais, influenciada pelas revoltas estudantis do final dos anos 1960, e passa a incluir temas sociopolíticos e de avant-garde. Para estabelecer-se em Salvador, o ICBA contou com o apoio de muitas entidades, mas talvez a UFBA tenha sido sua maior parceira cultural, desde a sua chegada a Salvador. O ICBA tornou-se, para os estudantes da UFBA, um local para as experimentações culturais, no âmbito da Escola de Belas Artes, da Escola de Teatro e da Escola de Música. As relações de intercâmbio entre os dois países criaram certa curiosidade sobre o que de fato o Instituto teria a oferecer, além dos cursos regulares de idioma. Com a apresentação das programações anuais, a presença de estudantes, acadêmicos e artistas tornou-se uma constante. Ao longo desses cinquenta anos o Instituto contou com os seguintes diretores: QUADRO 1: Diretores Executivos do ICBA DIRETORES PERÍODOS Hanz-Joachim Schwierskott Heinz Hugo Becker Roland Schaffner Franz Buchetmann Gerrit Bretzler Walter Schorlies Roland Schaffner Peter Anders Elisabeth Lattaro Ulrich Gmünder Desde 2007 Fonte: Direção Geral do ICBA

29 O ICBA, em sua estrutura funcional, está dividido em quatro setores principais: Diretoria Geral; Diretoria Artística e Cultural; Diretoria de Cursos (idiomas); Centro de Informação / Biblioteca. Esses setores respondem à Diretoria Geral, que é responsável por todos os outros setores do Instituto. O planejamento entre eles é realizado de forma que os eventos patrocinados pelo ICBA, em parceria com outras instituições, alcancem um público-alvo na maioria das vezes formado por estudantes de humanidades, letras, intelectuais, artistas e professores das mais diferentes áreas. Os eventos normalmente envolvem temáticas atuais e estão divididos nas seguintes áreas: artes plásticas, economia e questões sociais, dança, teatro, fotografia, meio ambiente, política e história contemporânea, ciência e educação, língua e literatura, cinema, música e teatro. Nessa perspectiva, é simples perceber porquê rapidamente o Instituto se tornou um local de vanguarda. Salvador, durante a década de 1960, passa por problemas sociais e políticos e padece com os efeitos dramáticos, a partir de 1964, do movimento civil-militar de março/abril. É um momento caracterizado pelas contradições e conflitos típicos de uma sociedade tradicional em processo de modernização. (FERREIRA, 2004, p. 01). Nesse universo, surge o ICBA como centro de cultura para discussões e reflexões sobre o contexto social do país. Segundo Gmünder (apud DIAS, 2010, s/p), atual diretor do Instituto: GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 29 durante a década de 1970 havia uma situação política particular que permitiu ao ICBA tomar uma posição especial e privilegiada que foi bastante acertada e singular. Não só pelo sistema político, mas também cultural, quando havia pouca estrutura local, ICBA atuou como uma incubadora da cultura local. Esse ambiente de criação foi possível, sobretudo, por conta de uma mentalidade que foi criada em torno do Instituto, a chamada imunidade diplomática. Entendemos por imunidade o benefício dado a um indivíduo ou a grupos através de determinados direitos, vantagens ou privilégios decorrentes de cargos ou funções que exerçam. De fato, a imunidade diplomática existe para os diplomatas e assemelhados, mas não necessariamente para as instituições culturais e seus funcionários, como é o caso do ICBA. Segundo Silva e Accioly (2002, p.187), a questão da imunidade é tratada da seguinte forma: A imunidade diplomática é uma forma de imunidade legal e uma política entre governos que assegura às Missões diplomáticas inviolabilidade, e aos diplomatas salvo-conduto,

30 isenção fiscal e de outras prestações públicas (como serviço militar obrigatório), bem como de jurisdição civil e penal e de execução. CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 30 Para o Ministério das Relações Exteriores, através da Convenção de Viena, sobre as relações diplomáticas, assinada em 8 de junho de 1965, a imunidade é caracterizada como um apoio às missões diplomáticas entre os países assinantes da Convenção. Funcionários que prestam serviço nessas missões ou ministérios, bem como seus funcionários, possuem direito a imunidade. Em nenhum momento são citadas as instituições culturais ou seus membros como parte beneficiada pela Convenção, como segue: Conscientes dos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas relativos à igualdade soberana dos Estados, à manutenção da paz e da segurança internacional e ao desenvolvimento das relações de amizade entre as nações; Estimando que uma convenção internacional sobre relações, privilégios e imunidades diplomáticas contribuirá para o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, independentemente da diversidade dos seus regimes constitucionais e sociais; Reconhecendo que a finalidade de tais privilégios e imunidades não é beneficiar indivíduos, mas, sim, a de garantir o eficaz desempenho das funções das missões diplomáticas, em seu caráter de representantes dos Estados. (BRASIL, 1965). Sendo assim, podemos considerar que, de uma forma bem sutil, os gestores e frequentadores do ICBA souberam utilizar-se de um direito que não pertencia diretamente aos sujeitos envolvidos no processo. Faltou, por assim dizer, informação ao Estado cerceador sobre o que de fato é uma imunidade diplomática, e esta feliz ausência de informação colaborou para o crescimento criativo não só do próprio Instituto, mas da cidade e de todos os frequentadores do local. Com esse apoio informacional do Estado, o Instituto passou a agregar movimentos artísticos dos mais variados. Segundo Santanna (2011, p.06), foram criadas cooperativas artísticas, barracões para montagem e confecção de cenários, artes plásticas, núcleo de vídeo, formação de ator e música eletrônica. É possível dizer que o caráter interdisciplinar dos projetos do Instituto surge daí, pois é notória a produção quase que industrial de cultura naquele momento. É importante salientar que essa ampliação de atividades culturais realizadas no Instituto não se deu somente pela sua atuação. Todo o processo cultural contou com o suporte de pessoas ligadas à cultura da cidade e à vida acadêmica, o que proporcionou parcerias importantes, como a UFBA, diretamente

31 com a Escola de Belas Artes e a Escola de Música e Artes Cênicas, oriundas do projeto artístico da gestão do reitor Edgar Santos. Durante a primeira gestão de Roland Schaffner ( ), a procura pelo Instituto se intensificou, trazendo não só uma comunidade acadêmica que buscava por demonstrações de arte, até então não apresentada com liberdade, e que o Instituto tinha a intenção de realizar. Além disso, a política cultural iniciada pelo reitor Edgar Santos traria nomes da vanguarda cultural para Salvador, como Martim Gonçalves, diretor de teatro, Lina Bo Bardi, designer e arquiteta italiana, Pierre Verger, antropólogo, Yanka Rudzka, professora de dança, e Hans-Joachim Koellreutter, regente e compositor e também diretor dos Seminários de Música da UFBA, além de outros professores alemães. Para Schaffner, esses profissionais colaboraram de forma única: Eles não representavam nem formavam um movimento cultural, não tiveram um projeto comum. Cada um transformou a sua área com a sua bagagem e deixaram duradouras influências de maneiras bem distintas: Bo Bardi e Verger, valorizando a cultura afro-baiana na pesquisa e na apreciação pública, enquanto na área da música, do teatro, da dança houve por assim dizer, um encadeamento tardio com o modernismo europeu, particularmente o alemão. (SCHAFF- NER, 2011 p. 67). A UFBA, através do grupo que se reunia em torno da Revista Mapa 15, também buscava difundir a cultura local. Neste período, entre 1960 e 1970, contou ainda com os projetos inovadores da Escola de Música e Artes Cênicas, com a orientação de Ernst Widmer, compositor suíço que chega ao Brasil a convite do então diretor ( ) da Escola de Música, Hans-Joachim Koellreutter, o qual mostrava sua preocupação com os recursos sonoros, ampliando a técnica tradicional. Essas cooperações renderam para o Instituto e para a UFBA Festivais Anuais de Música, em 1973, que tinham como objetivo destacar os novos compositores. Estas atividades renderam, ainda, eventos como os Concursos de Composição Musical e de Música Experimental, entre 1974 e 1975, respectivamente. Com essa parceria foram realizados projetos importantes, tendo no bojo do seu desenvolvimento nomes como Guido Araújo, para o cinema, e a Primeira Jornada de Curta Metragem, com mostras do cinema nacional e alemão. Esse projeto foi o pontapé inicial para o lançamento das Mostras de Curta Metragem, apresentadas até hoje. É desse período a criação do curso profissio- GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA A geração Mapa (o nome da revista do grupo foi inspirado em poema homônimo de Murilo Mendes) atuou na literatura, nas artes plásticas, no cinema e no teatro, contribuindo para a renovação da cultura brasileira nos anos 1950 e O núcleo inicial era formado por Glauber Rocha, Paulo Gil Soares, João Carlos Teixeira Gomes, Fernando da Rocha Peres, Jaime Cardoso, Fernando Rocha, Calasans Neto, Ângelo Roberto, Antonio Guerra Lima (o Guerrinha ) e Albérico Mota. Também agregaram-se ao grupo os escritores Carlos Anísio Melhor, Fred de Souza Castro, João Ubaldo Ribeiro, Florisvaldo Mattos, Sônia Coutinho, Noênio Spínola, David Salles e o pintor Sante Scaldaferri, entre outros.

32 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 32 nalizante de cinema da Bahia, de onde surgem nomes como Edgar Navarro e Fernando Belens, baianos que posteriormente se tornaram cineastas; Antonio Godi, como ator e antropólogo, e o primeiro grupo de teatro étnico, com a peça Palmares Ynãron; o grupo Intercena, comandado pela coreógrafa Carmen Paternostro; Juarez Paraíso e Chico Liberato orientavam os cursos experimentais de artes e, mais tarde. os dois artistas, com o auxilio de Renato da Silveira, Sonia Rangel, Jameson Pedra, criariam o Cooperarte, uma cooperativa que reunia um conjunto de experimentações com tudo que fosse produzido por estes artistas. O teatro também demonstrou sua força motivadora através de Martim Gonçalves e Aninha Franco. Montagens de textos alemães provocavam a comunidade local e frequentadora do teatro para uma reflexão sobre a conjuntura da época. A Escola de Dança, durante a década de 1970, também contribuiu para a formação intelectual da sua comunidade, como lembra Armindo Bião, professor da UFBA: 16 Antes da criação do teatro do ICBA, destaco o uso do teatro da Escola de Teatro da UFBA para as montagens de teatro, dança, pantomima e espetáculos integrando suas diversas modalidades. Também marcante é a cooperação do ICBA com a Oficina Nacional de Dança Contemporânea, os Ciclos de Leituras Dramáticas da Escola de Teatro, além dos cursos, seminários e debates com diversos segmentos de nossa Universidade. Toda essa efervescência cultural foi interrompida no final da década de 1970 pelo Estado militar, sob a alegação de uso e tráfico de drogas e perturbação da ordem pelos membros e frequentadores do Instituto. É nesse momento que o então diretor executivo Roland Schaffner é transferido para Calcutá, na Índia. Dessa forma, o desenvolvimento cultural da cidade proporcionado pelo ICBA foi suprimido, num momento de crescimento. Com a transferência do então diretor, o Instituto, através da gestão de Franz Buchetmann, tem como tarefa principal manter a ordem e retirar do Instituto os olhos dos censores do Estado, reduzindo, assim, a forma das atividades e sua intensidade, mas sem diminuir a quantidade dos eventos realizados. A partir da década de 1990 a cidade do Salvador enfrenta problemas sociais graves e a cultura é atingida pela falta de políticas culturais, como relata Rubim: [...] as políticas públicas no Brasil apresentam um quadro de ausência, autoritarismo e instabilidade. Nesse sentido, o afã neoliberal de Collor desmonta quase todas as instituições culturais do país. (RUBIM, apud MAGALHÃES 2004, p. 3). 17 O contexto sociocultural do estado da Bahia na década de 1990 é muito 16 Questionário respondido por em 17/11/ Fernando Collor de Melo presidiu o Brasil de 1990 a 1992, quando foi afastado do Governo por um processo de impeachment. Durante seu governo, as instituições culturais deixam de receber verbas públicas para o desenvolvimento cultural, em nome do Programa de Desestatização Federal.

33 limitado. Se durante as décadas de 1970 e 1980 não existiam apoio governamental e políticas voltadas para a cultura, naquele momento é muito pior, pois o Governo do Estado se preocupa com o carnaval como fonte de geração de recursos imediatos. Segundo Schaffner (2011, p.234): Inevitavelmente, a onda de comercialização atingiu também o carnaval baiano, condenado a superar, em termos de negócios e suposta atratividade do carnaval carioca, numa fase em que se encontrava em plena decadência. Essa situação fez com que os gestores buscassem alternativas para o desenvolvimento dos eventos. Através de reuniões e de intercâmbios com grupos musicais e de teatro foi possível criar ambientes alternativos de arte e cultura, como a impecável montagem de Medeia, em 1997, pelo Núcleo de Atores do Teatro Castro Alves, tendo como protagonista a atriz Rita Assemany. Esse projeto, além de ser aplaudido pela crítica baiana, foi apresentado em várias cidades do Brasil e do exterior. Ainda nesse período, foi realizado o Primeiro Salão de Arte Digital, o primeiro Núcleo de Vídeo Baiano e a montagem de Merlim, mais uma vez sob a direção de Carmen Partenostro. Além dos projetos citados, músicos da cidade, como Letieres Leite, Djalma Correia, Ivan Huol, Ivan Bastos e Freddie Dantas, sempre viram nos ambientes do Instituto espaços abertos para experimentações, cobrando do público apenas um valor simbólico. Durante a década de 2000, o Instituto continuou a desenvolver suas práticas culturais contando com o apoio da comunidade acadêmica, principalmente da UFBA, através de mostras itinerantes, seminários, exposições fotográficas e música. Segundo Wiebke Kannengiesser 18, a idéia é disseminar a cultura: a lógica dos temas, que têm orientado as ações do ICBA, não exclui outras ações, como mostras de filmes e exposições, além de parcerias com outros institutos culturais, como a Aliança Francesa e o Instituto Cervantes. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 33 O respeito à cultura local é o principio para a criação dos projetos. Gmünder afirma: Sempre partimos de um ponto local, identificando algo que é importante para Salvador, para a Bahia e para o Brasil, mas também no contexto global. 19 Podemos observar as relações de intercâmbio entre as culturas a partir de projetos como Salvador Hamburgo, que apresenta a troca de experiências entre as duas cidades, suas semelhanças e diferenças diante da globalização; o projeto Metamorfoses do Cacau, com as transformações que o fruto traz para a sociedade, no que diz respeito à economia e à cultura; ou ainda A Rapadura e o Fusca Cana, Cultura, Sociedade, que apresenta os principais 18 Diretora Cultural do ICBA, em entrevista concedida à Revista Muito, revista semanal do Grupo A Tarde, de 03/04/2010 (Cf. DIAS, 2010). 19 Entrevista concedida à Revista Muito, revista semanal do Grupo A Tarde, de 03/04/2010 (Cf. DIAS, 2010).

34 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA resultados artísticos e acadêmicos do projeto, procurando discutir a temática da cana-de-açúcar e as suas repercussões sociais, culturais e artísticas, devido à sua importância histórica e atual para a Bahia, o Brasil e o mundo. Os eventos desenvolvidos pelo Instituto, atualmente, como seminários e conferências com temáticas voltadas para o social, adotam uma política de convite a professores das Universidades do estado e da Alemanha. É um modelo já seguido há algum tempo, contudo as questões de sustentabilidade, responsabilidade social, bibliotecas, ações culturais e desenvolvimento econômico permitem sempre uma troca de conhecimento entre as instituições parceiras, como uma forma de aquisição de experiências sobre estas temáticas, endossando suas conclusões através da publicação dos resultados alcançados nesses encontros. 34

35 4. CENTRO DE INFORMAÇÃO: A BIBLIOTECA COMO UM LUGAR DE LIBERDADE E DISCUSSÃO PARA A COMUNIDADE INTELECTUAL DE SALVADOR Criada em 1975, a biblioteca do ICBA tinha como principal objetivo disseminar as informações sobre a cultura alemã, a filosofia, a arte e a literatura. Contudo, acompanhando o movimento do Instituto desde a sua chegada a Salvador, a o ICBA, através de sua biblioteca, ultrapassa as barreiras das relações culturais e passa a desenvolver ações com temáticas atuais e pertinentes à conjuntura social do momento. Para entender o funcionamento desse braço forte do Instituto é necessário, antes, caracterizar e conceituar o tipo de biblioteca que o Instituto possui, por natureza uma biblioteca especializada em cultura alemã. Para tanto, considerando o acervo como elemento primordial num ambiente de conhecimento, Cezarino (1978, p. 238) indica: As bibliotecas especializadas são unidades pertencentes a instituições governamentais, particulares ou associações formalmente organizadas com o objetivo de fornecer ao usuário a informação relevante de que ele necessita, em um campo específico de assunto. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA Um exame desses conceitos demonstra que a biblioteca do ICBA preenche as características teóricas apresentadas, pois seu acervo está voltado ao estudo da língua, arte, literatura e filosofia alemãs. O importante é que a biblioteca, independente das suas características, não existe apenas pelo acervo, existe porque em algum momento um usuário precisou de informações sobre determinado assunto, e sem este movimento de pessoas em busca da informação não existe razão para uma biblioteca existir. Miranda (1980, p.128), afirma que as bibliotecas técnicas devem prestar serviços personalizados, auxiliando os usuários na capacitação técnica e científica e, desta forma, garantir rendimentos e divisas para a empresa onde está inserida. Sob uma ótica complementar à anteriormente citada, Milanesi (1989, p.86), afirma que: 35 a biblioteca é um espaço próprio à dúvida, reflexão e criação, salientando que estes são princípios básicos para se construir os pensamentos contestadores dos ensinamentos ministrados em sala de aula. Toda instituição cultural, como o ICBA, que tem como objetivo manter relações culturais e disseminar um idioma, obrigatoriamente possui uma biblioteca. O Centro de Informação, como é conhecida a biblioteca do Instituto, conta com cerca de cinco mil títulos em livros e mídias, com temas diversos, tendo como áreas centrais filosofia, língua e história alemã, arte e literatura. O acervo é composto de livros em língua alemã, traduções de autores alemães para o

36 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 36 português ou para o espanhol, periódicos alemães diários e semanais, revistas alemãs especializadas, coleção de recortes de jornais, bancos de dados em CD- -ROM, fitas cassete de música e literatura, DVD e vídeos. Possui também obras de referência sobre pintura, escultura, cinema, além de dicionários e enciclopédias. No ICBA também pode ser encontrado um vasto acervo de filmes também conhecido como a Pinacoteca ICBA, que facilita o aprendizado da língua alemã e a discussão sobre temas humanísticos. É necessário observar que a biblioteca busca sempre atender as necessidades do seu usuário observando as tendências do mercado e do mundo de conhecimento que o cerca. Para isso existe uma busca constante pelo aprimoramento dos serviços oferecidos pelo Instituto. Segundo Almeida (2009, p. 2): A imagem de modernidade e desenvolvimento que proporcionam serviços bibliotecários eficientes, organizados e dotados de modernas inovações tecnológicas é inquestionável, mesmo quando o país receptor não conta com uma infraestrutura bibliotecária adequada ou quando atua em um país avançado em serviços bibliotecários. Neste último caso, a oferta tende a uma maior especialização, que se materializaria na criação de serviços de informação e acesso ao documento, e em alguns casos na formação de coleções especializadas. As características principais que definem a biblioteca do ICBA são: as atividades desenvolvidas fora do seu país de origem, as ações culturais que desenvolve junto à comunidade que frequenta o Instituto e o papel social atribuído ao Centro de Informação nos últimos 20 anos. Em linhas gerais, as ações da biblioteca partem do que é proposto pela sede e acordado com as bibliotecas dos Institutos no Brasil (em nosso caso, Salvador), servem como instrumento para a criação de determinadas ações culturais que correspondem aos anseios da comunidade do Instituto. Uma das perguntas que nos fazemos é: quem era e quem são os frequentadores, e quais os serviços disponibilizados pela biblioteca. Recorremos, a princípio, à técnica da observação e, mais tarde, à entrevista com o administrador da biblioteca. Notamos que o público frequentador sempre foi formado por professores das mais variadas áreas, pesquisadores acadêmicos, artistas, estudantes de graduação e pós-graduação, e graduados em áreas relacionadas à cultura, língua e literatura alemã. Além desses usuários, é pertinente informar a busca por informações turísticas e culturais sobre a Alemanha. Quanto aos serviços bibliotecários oferecidos a estes mesmos usuários, levando em conta o acesso tecnológico, a biblioteca disponibiliza os seguintes serviços: Pesquisas bibliográficas: operação com vista a obter, por meios manuais ou informatizados, referências bibliográficas específicas; Consultas e pesquisa à internet;

37 Catálogo on-line da unidade: registra o acervo total do ICBA / Salvador, bem como o acervo de outras bibliotecas de outros Institutos Goethe; Parcerias com outros centros de treinamento e instituições do país e do exterior; Programa de estímulo à tradução: objetiva tornar publicações científicas, obras literárias sofisticadas e literatura infantil e juvenil acessíveis a um círculo de leitores não falantes de alemão; o programa constitui um importante instrumento da política externa cultural e educacional. Contudo, os serviços de divulgação on-line aos usuários, como boletins informativos sobre novas aquisições ou informações de periódicos e serviços de metodologia de ensino (uma vez que o ICBA trabalha com o ensino de idiomas) não são distribuídos com frequência. Falta, também, um serviço de disseminação da informação, que contribui para o aumento da visibilidade da biblioteca e promove a participação no conhecimento, além de levar aos usuários informações que muitas vezes são incorporadas às unidades de informação sem a sua necessária divulgação, que, segundo Cardoso (apud JESUS; MOSER; OGLIARI, 2004, p. 138) deveria ser uma prioridade: Com o crescimento do volume de publicações e também das necessidades de informações dos clientes é importante que as bibliotecas, sejam elas em papel ou em formato eletrônico, possuam sistemas de informações capazes de armazenar e indexar informações bibliográficas de forma a facilitar a recuperação e disseminação aos usuários. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 37 Partindo desta perspectiva, deveria ser criado um caminho, um serviço de alerta, que levasse as notificações da biblioteca até o usuário e os mantivesse atualizados, com informações personalizadas sobre a biblioteca, de acordo com o seu perfil e necessidades de pesquisa. Se, por um lado, a biblioteca do Instituto possui uma lacuna no que tange ao acesso pela web às informações sobre seu acervo, ela desenvolve com perfeição as ações culturais que planeja ao longo dos seus trinta e seis anos de existência. Partindo do pressuposto de que ação cultural se refere a um conjunto de procedimentos, envolvendo recursos humanos e materiais, que visam por em prática os objetivos de uma determinada política cultural (CAS- TRO FILHO; SALVE; WRIGHT, 2000, p. 4), a biblioteca elaborou ações de cunho humanístico, durante todo esse período, com o objetivo primordial de estabelecer uma relação cultural entre os países e fomentar a discussão sobre temas atuais. Quanto ao cinema, o ICBA / Salvador tem sido, ao longo dos anos, o maior incentivador do cinema alemão, nas suas unidades espalhadas pelo mundo e motivador de jovens diretores na cidade do Salvador, além de disseminador

38 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 38 da produção baiana. É relevante ressaltar que esses eventos, na sua maioria, têm um formato de Semanas ou Mostras de Cinema e Seminários, sempre apresentando o filme na sua versão original, com legendas em português nos filmes alemães e em alemão nos filmes brasileiros, criando assim uma atividade propícia para o desenvolvimento da língua alemã, com discussões sobre os temas abordados, após as apresentações, sempre com um mediador, criando, assim, um ambiente favorável à reflexão. Esses temas, de caráter humanístico, na maioria dos casos, convidam o usuário a perceber a complexidade das questões do nosso cotidiano. Dessa forma, destacaremos, a seguir, alguns dos eventos mais importantes ao longo da existência da biblioteca do ICBA: QUADRO 2: Principais Eventos Exclusivamente Alemães 20 PERÍODO TEMA RESUMOS A partir de 1975 A partir de Semana do Cinema Alemão Mostra de filmes de jovens cineastas alemães Ciclo de obras reveladoras Eventos realizados semestralmente, desde a instalação da biblioteca com filmes clássicos do cinema alemão, que permite ao usuário treinar o uso da língua alemã ou desenvolver senso crítico sobre temáticas humanísticas. Promoção de novos talentos alemães a partir da apresentação das suas obras. Evento realizado em 1976, com o objetivo de discutir obras de grandes cineastas, como Fassbinder e Steiner Cinema policial alemão Exposição de livros e filmes da República Federal da Alemanha (promoção conjunta dos Institutos Goethe no Brasil) O homem, a cidade e suas neuroses; A República Federal da Alemanha refletida no seu cinema documentário Mostra do novo cinema alemão 1986 Brecht e o cinema 1993 A cara do nacionalismo Uma abordagem do contexto sociopolítico alemão através do olhar da sua sociedade. Apresentação de filmes de novos cineastas alemães Mostra de filmes sobre as obras de Bertold Brecht. Apresentação da cinematografia antifascista. 20 O modelo dos eventos poderia repetir-se no ano seguinte, abordando temas diferenciados.

39 Imagens da mulher no cinema alemão: filmes clássicos e contemporâneos Clássicos do cinema mudo 2003 Cinema Brechtiano Iconoclastas do cinema alemão Arquitetos alemães e suas obras Fonte: Elaborado pelas Autoras. Apresentação da cinematografia sobre o papel da mulher na sociedade alemã. Apresentação de filmes do cinema mudo alemão. Apresentação de filmes sobre a obra de Bertold Brecht, com documentários, exposições e estudos sobre a obra do autor. Apresentação de obras do cinema alemão, no Teatro do Instituto, Sala Walther da Silveira. O objetivo da Mostra é familiarizar os professores e estudantes de arquitetura com a obra de arquitetos alemães contemporâneos. Esses eventos aconteciam no teatro-cinema do Instituto e na sua biblioteca, como cumprimento do objetivo maior entre os dois países de manterem vivas as relações culturais. O ICBA, através de sua biblioteca, também promoveu Mostras de Cinema mundial e baiano, este último sempre em parceria com a Universidade Federal da Bahia: GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 39 QUADRO 3: Principais Eventos Mistos Brasil-Alemanha ANO TEMA RESUMOS Conferencia sobre a obra de Franz Kafka Luta do curta-metragem brasileiro Mostra de filmes etnográficos Curso livre de cinema Filmes destaques do cinema brasileiro dos anos A mulher no cinema mundial 1981 Populações e grupos marginalizados no Brasil Apresentação das obras do autor com discussão sobre os temas abordados Mostra de filmes sobre a realidade da produção cinematográfica brasileira Uma análise cinematográfica sobre o papel do homem com a terra. Apresentação dos melhores filmes brasileiros da década de Apresentação de filmes com a figura feminina como temática principal, com o objetivo de levantar a discussão sobre o papel da mulher em nossa sociedade. Abordagem de filmes que tratam da questão com o objetivo de levantar as raízes do problema e as principais consequências para a nossa sociedade.

40 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA O mundo operário no cinema brasileiro e alemão 1985 Curtas brasileiros Retrospectiva Nelson Pereira dos Santos Mostra de filmes sobre as águas Grandes documentaristas: momentos inesquecíveis do cinema mundial; a imagem do negro no cotidiano brasileiro. 50º aniversario da Declaração Universal dos Direitos Humanos Apresentação de filmes sobre o operariado brasileiro e alemão. Apresentação de curtas metragens brasileiros. Apresentação de filmes do diretor, entre eles Vidas Secas e Tenda dos Milagres. Apresentação integrante do Seminário Águas e mostra de filmes alemães proibidos. Apresentação de grandes obras mundiais e nacionais sobre o papel do negro na sociedade. Painel de debates sobre direitos humanos, com abordagens a partir dos documentários sobre Herzog e Kinski Repercussões do ano de 1968 no cinema 2009 Mostra de Documentários 2011 Mostra de Filmes sobre Design e Arquitetura na Alemanha Uma nova mostra de filmes documentários sobre artistas plásticos alemães terá início a partir de 17 de março. Os filmes são falados em português/espanhol e abordam a vida e a obra de importantes artistas plásticos alemães, tais como Josef Beuys, Gerhard Uecker, Hannah Höch, Paul Klee, Käthe Kollwitz, Georg Rickey, Jörg Immendorff, Oskar Kokoschka, Franz Marc, Heinrich Zille e outros. A Biblioteca do ICBA / Salvador iniciará na segunda quinzena de março a Mostra de Filmes sobre Design e Arquitetura na Alemanha, que engloba uma série de documentários com relevantes obras das últimas décadas. Fonte: Elaborado pelas Autoras. Os Seminários promovidos pelo ICBA, através de sua biblioteca, seguem a mesma linha das Mostras de Cinema, e são abertos não só ao público frequentador do Instituto, como para a sociedade de modo geral. Destacamos alguns seminários realizados:

41 QUADRO 4: Principais Seminários Realizados Ano Tema Resumos 1976 O homem e a terra 1979 A obra de Franz Kafka 1981 A guerra como tema 1986 Política: a mulher como instrumento de atuação 1993 A cara do nacional-socialismo 1995 Bahia Negra : na televisão alemã 2006 Ilustração Contemporânea de Livros Infantis na Alemanha 2010 Direito Autoral 2011 Marketing em Bibliotecas; A Biblioteca como Lugar do Saber Seminário sobre a relação do homem com a terra e a sua condição de uso condição. Seminário sobre a obra do escritor alemão. Seminário sobre as ditaduras e a guerra silenciosa imposta às sociedades na América Latina. Seminário sobre o papel da mulher no cenário político mundial e brasileiro. Seminário sobre os atores do movimento fascista. Seminário sobre a representação do negro para a Alemanha. Nos últimos cinco anos, as ilustrações infantis na Alemanha vêm sendo enriquecidas por uma grande variedade de formas de expressão, o que tem contribuído para o seu reconhecimento internacional. Seminário e exposição. Seminário sobre a importância do direito autoral no país como gerador de divisas. Seminário sobre o uso da propaganda no ambiente das bibliotecas. A Biblioteca como Lugar do Saber, destinou-se a discutir e avaliar a Lei nº , de 24 de maio de 2010, que estabelece, num prazo de dez anos, a criação de bibliotecas escolares em todo o território nacional. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 41 Fonte: Elaborado pelas Autoras. Os eventos apresentados acima passaram a agregar a biblioteca do Instituto ao teatro, cinema e exposições, e também contribuíram para o aumento da circulação de informações, principalmente durante o período militar. Como foi relatado anteriormente, o público frequentador do local sempre foi forma-

42 do de estudantes e intelectuais, um segmento formador de opinião, crítico por natureza, que com o golpe militar de 1964 passou a enfrentar problemas para discutir ideias, projetos e o contexto social do país. Por outro lado, esse mesmo segmento era temido pelos militares. Para Carneiro (2002, p. 165): CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 42 Temiam-se homens de vasta cultura. Professores e estudantes de Ciências Humanas e Ciências Políticas incomodavam. Temiam-se as críticas ao regime, as denúncias de torturas, as passeatas estudantis, o humor dos caricaturistas, as peças de teatro. Nesse contexto, o ICBA, como um todo, e a biblioteca em particular, possuíam uma peculiaridade: a discussão do que era tido como perigoso para os militares era sempre permitida na biblioteca. Os livros, sempre eles... Esses temidos objetos transmitiam conhecimento, reflexão, crítica; enquanto nas bibliotecas das Universidades o controle da informação era exercido com mão de ferro, no ICBA não acontecia o mesmo: livros de filosofia, história, ciências sociais, e tantos outros, eram livremente acessados por toda a rede de usuários. O conhecido território diplomático alemão como era chamado o ambiente do ICBA, funcionava e fazia valer o seu direito à imunidade diplomática, permitindo, assim, as aquisições de obras diversas de autores como Marx, Engels, Habermas, Kafka, adquiridas e amplamente divulgadas entre a sua comunidade. Para Carneiro (2002, p.163), todos os autores tidos como comunistas constavam no index militar, mas nenhum superava Marx: a literatura de cunho marxista garantiu, desde a criação da polícia política, seu lugar de honra entre os livros mais cassados ; o objetivo era atrapalhar a discussão de qualquer tema que agredisse o governo. Por esse motivo, o Instituto tornou-se um refúgio para a criação e o desenvolvimento das artes e do conhecimento, favorecendo, assim, o florescimento cultural da sociedade baiana. É importante ressaltar a importância dos gestores nesse processo, tendo nesse período Roland Schaffner como ator principal. Para Santana (2011, p. 5), o discurso do então gestor sobre o ICBA era claro: Um espaço onde o cerceamento político, ideológico, artístico, estava fora de cogitação. Ao contrário, o que se buscava e se encontrava era um espaço aberto para criação, experimentação de toda ordem, envolvendo todas as linguagens artísticas. Assim, a imunidade diplomática deste espaço, mesmo sendo fictícia servia como referência de território livre para experimentações de toda ordem, como prega o próprio conceito da Contracultura. Promover a pesquisa sobre o ICBA, através dos seus cinquenta anos em Salvador, permite estabelecer um olhar historiográfico, com um sentido amplo e abrangente sobre os espaços sociais destinados ao fomento da apresenta-

43 ção da cultura alemã no Brasil e do estabelecimento de troca de interesses culturais, principalmente em Salvador. O ICBA, no ambiente repressor que caracterizava o Brasil à época de sua implantação, era o local onde as limitações política, ideológica e artística estavam fora de cogitação. Sendo assim, o ICBA e o seu Centro de Informação agiam em conformidade com os fundamentos da biblioteconomia, que se baseiam na disponibilização de seu espaço e de seu acervo de documentos para uso, e podem ser resumidos, de acordo com Tarapanoff (2000, p.14), como segue: Que a biblioteca existe principalmente para tornar possível o uso, por um dado público, de suas coleções de documentos; Que os conhecimentos contidos nos documentos e mantidos nas bibliotecas devem ser transferidos; Que a função social da biblioteca, como instituição social, está, principalmente, em ser a interface, ou a mediadora entre indivíduos e o conhecimento que eles necessitam. A informação, independente do seu suporte, é imprescindível para o desenvolvimento cultural nessas instituições. Para Milanesi, a imersão no conhecimento com total liberdade é fundamental para o humano chegar ao seu limite e desejar transpô-lo. O contrário disso é a anorexia informacional e a anemia criativa (2003, p.177), tudo que não é permitido no Instituto. Pode-se perceber o contexto adverso no qual a biblioteca estava inserida e a forma como foi conduzido tanto pelos gestores gerais quanto pelo administrador da biblioteca. Ocorre que o desenvolvimento dos eventos na biblioteca incomodava mais do que as outras atividades realizadas pelo Instituto. A maioria das ações estava relacionada a seminários e mostras de filmes com mediadores e traziam como temática a desigualdade social, questões políticas, economia, assuntos que incomodavam a ordem vigente. No momento em que o poder do Estado ditatorial, de alguma forma, interfere nas ações do ICBA, com o argumento de perturbação da ordem e tráfico de drogas, a instituição, através de sua biblioteca, mostra seu poder informacional através do projeto que agregava as unidades de Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, com o lançamento dos Cadernos de Teatro Alemão. Com sua ampla coleção de textos de peças de teatro adaptados e traduzidos para o português, cujos títulos soavam singelos, era possível mais uma vez criar um ambiente de reflexão sobre os contextos locais e mundiais. Jamais as peças montadas a partir deste material foram questionadas pelo Estado, o título das adaptações traziam certo ar de ingenuidade, que acabava por não caracterizar-se como um problema maior. Desse material podemos citar Pic- -nic, de Renke Korn, Os pintores de canos, de Heinrich Henkel. Pelos títulos citados, pareciam até livros de histórias infantis... Esses livros, em formato brochura, são utilizados até hoje pela Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, com o objetivo de exercitar seus alunos na arte da atuação. Além dos títulos citados, o Instituto busca preservar GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 43

44 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 44 a memória dos eventos realizados em seminários, exposições e cinema, publicando sempre o resultado dessas ações. Podemos citar alguns desses trabalhos, como: Uso eficiente de recursos naturais e uma política tributária ecológica, que apresenta o resultado do seminário sobre o uso eficiente dos recursos naturais; Pesquisa agropecuária e desenvolvimento no Nordeste, que aborda o desenvolvimento socioeconômico como pilar na construção competitiva do país; Salvador Hamburgo: passado e presente da globalização, que apresenta as consequências das transformações ocorridas nas duas cidades pela globalização. Todo esse acervo é uma fonte aberta para consulta e discussões de toda ordem intelectual no Centro de Informação. Nesse sentido, alguns gestores como Rolland Schaffner, Walter Schorlies e Ulrich Gmünder contavam, e contam, com o apoio da comunidade acadêmica e artística. Atualmente, o ICBA defende uma política cultural interdisciplinar, voltada para a responsabilidade social. Além disso, é parceiro de outras Instituições culturais e acadêmicas, principalmente da UFBA e da Universidade do Estado da Bahia, o que permite ao Instituto promover eventos com temáticas atuais, voltadas principalmente para o desenvolvimento sociocultural, que oferecem à sociedade a possibilidade de se relacionar com novos modelos de comportamento, perceber a cultura local e do outro, através da arte ou, até mesmo, refletir sobre as dinâmicas dos processos existentes. Por todos esses motivos, a biblioteca do ICBA acompanhou o desenvolvimento que levou o Instituto, desde a sua fundação, na década de 1960, a se estabelecer na cidade como centro de referência sobre a cultura alemã. A biblioteca seguiu o planejamento definido pelos gestores que transformaram o ambiente, na sua totalidade, num centro de produção do conhecimento e de acesso às artes. Durante as décadas seguintes os eventos continuaram a ser desenvolvidos seguindo teoricamente o mesmo padrão estabelecido pela sede do Instituto, e aperfeiçoado para projetos interdisciplinares, estabelecendo uma relação de respeito e pesquisa sobre a cultura local, tendo como objetivo principal apresentar nossa cultura à sua sociedade e nos apresentar os seus costumes.

45 5. O ICBA PARA OS DIRETORES, ESTUDANTES, ARTISTAS E INTELECTUAIS Talvez sem a movimentação dos seus diretores e de estudantes, intelectuais e artistas o desenvolvimento do Instituto não tivesse sucedido dessa forma tão entusiasmada, até porque não haveria discussão sem o principal capital, o ser humano. Com um processo criativo inquestionável e com o impulso dado pelos sujeitos envolvidos no processo, principalmente os gestores que acreditavam nas concepções e na repercussão para a comunidade local, o agrupamento de pessoas ligadas às artes e ciências de um modo geral passou a acontecer com frequência. O Instituto não era tão somente uma casa do saber cultural, mas um ambiente acolhedor e multiplicador de ideias. Segundo Hanz-Joachim Schwierskott, primeiro diretor do ICBA, em 1962, que dirigiu o Instituto até 1969, nas programações prevalecia o público acadêmico, sendo os concertos, exposições de arte e cursos de alemão as de maior a procura. Para o ex-diretor, o ICBA foi muito bem recebido entre os baianos; a maior dificuldade naquele período foi exatamente encontrar um local adequado para a sua instalação e compor uma equipe adequada. 21 Contudo, esse problema foi sanado em pouco tempo, se comparado com a unidade do Instituto em São Paulo, que durou vinte anos para encontrar sua sede e adquirir o imóvel. Na ocasião em que ficaram sediados na Universidade, no início da década de 1960, os cursos de alemão eram ministrados na Escola de Enfermagem da UFBA. Durante a gestão de Schwierskott, quando ocorreu a instalação do ICBA no atual no casarão em que funciona até os dias atuais, foram criadas também, já nos primeiros anos, as primeiras galerias de arte da cidade, o Centro de Informação e o intercâmbio, tornando-se uma relevante casa de disseminação da cultura alemã. Essas iniciativas chamaram a atenção dos estudantes e artistas, uma vez que a comunidade intelectual, como relata Odorico Tavares, jornalista, escritor e poeta, sobre o intercâmbio promovido, que só traria benefícios à sociedade baiana: Este Instituto de Cultura Brasil-Alemanha pode produzir grandes frutos em beneficio do intercâmbio entre os dois povos irmãos. Abre-se mais um campo para que a jovem cultura brasileira, com sua autenticidade e vigor, encontre nos alemães o mesmo interesse de sempre. Enquanto nós vamos buscar nas fontes germânicas novos elementos do saber, de conhecimento para o enriquecimento de nossas letras e nossas artes. (TAVARES, 1962, p. 4). GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 45 O que de fato aconteceu, a procura do novo para a comunidade, uniu as culturas fazendo com que se disseminassem entre os que buscavam um maior conhecimento sobre arte, ciências e a língua alemã. Para as pessoas que fre- 21 Questionário respondido por em 02/01/2012.

46 quentavam o Instituto, sobretudo os estudantes, o ICBA não era só um lugar de vanguarda, mas um palco para experimentações. Desde a sua fundação, a ideia era trazer a cultura alemã para Salvador, sem menosprezar o contexto local. Segundo a atriz e coreógrafa Lia Robatto: CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 46 A cultura alemã era absorvida de forma integral porque havia motivação. O ICBA acolhia as propostas mais radicais e sem censura. Não eram espetáculos dentro do sistema. (JOR- NAL DA BAHIA, 1987, p.9). Para a coreógrafa, o Instituto era sua casa, pois possuía uma política interessante, não era um simples repetidor que impunha a cultura alemã, mas partia para estimular a produção local. (JORNAL DA BAHIA, 1987, p.9). Muitos estudantes mostraram seu respeito e reverência pela contribuição dada à sociedade pelo Instituto, pois diversos profissionais da área artística iniciaram suas experimentações neste ambiente como é o caso do instrumentista e ex-diretor da Fundação Cultural Tuzé de Abreu, cuja primeira apresentação solo e primeiro show aconteceram no ICBA. Tuzé de Abreu ainda ressalta a formação da sua Banda Companheiro Mágico e a presença de frequentadores como o cineasta André Luiz Oliveira, a cantora Ângela Rô Rô e o instrumentista Walter Smetak. Outros, como Renato da Silveira, artista plástico baiano, também se beneficiaram com os cursos do Instituto. Segundo Silveira, o ICBA trouxe pela primeira vez a técnica de serigrafia com atualidade internacional, na década de 1970 (JORNAL DA BAHIA, 1987, p.9). É também desse período a programação mais convidativa, inteligente e diversificada da cidade, pois era permitida a apresentação de grupos locais, cursos de cinema, interpretação e serigrafia, como destaca Silveira. Nesse ambiente, durante a década de 1970, eram oferecidos aos seus frequentadores mostras de cartazes e exposições cubanas, filmes tchecos, alemães. O que fosse possível de ser apresentado aos frequentadores do Instituto seria indicado ; é dessa forma que o cineclubista Luiz Orlando da Silva apresentava o ICBA. Para Silva, o Clube de Cinema, gerido por Guido Araújo, que mais tarde executaria, em parceria com o Instituto, a Jornada de Cinema da Bahia, era o mais animado de Salvador. Várias linguagens interagiam e havia uma grande participação do pessoal da terra, o centro cultural respondia às necessidades da gente. (JORNAL DA BAHIA, 1987, p. 09). O contexto desse desenvolvimento cultural também é singular, pois estamos falando do período militar e de cerceamento de direitos e de liberdade intelectual, e o ICBA desenvolve, nesse momento, um espaço de agente multiplicador das artes e do conhecimento, que tinha como gestor Rolland Schaffner, administrando o Instituto no período de 1970 a 1977 e, mais tarde, de 1992 a Durante a sua gestão, as primeiras orientações de programação cultural giravam em torno das manifestações culturais vigentes (SCHAFFNER, 2011, p.65). Contudo, a partir da década de 1970, a cidade passa por influências europeias e começa a manifestar-se em busca de uma modernidade cultural. A

47 Universidade Federal da Bahia e o Museu de Arte Moderna desempenharam papel fundamental nesse aspecto, que será tratado mais adiante. Nesse ambiente, repleto de indivíduos de influências vanguardistas, inicia-se o que Schaffner (2011, p.68) destaca como: Uma revalorização de tradições culturais nacionais e regionais, amalgamando as raízes com elementos contemporâneos europeus em variadas formas entrecruzadas, indicando para o Instituto múltiplas perspectivas de cooperação cultural, entretanto, num clima geral de certa paralisação da produção cultural por impedimentos políticos. O então gestor possuía sua experiência acadêmica, com o cinema e teatro estudantil, um gosto pelas artes plásticas e, talvez, o seu diferencial fosse a proximidade com as atividades políticas e culturais alternativas da Alemanha, como Schaffner (2011, p.68) destacou: A UFA, projeto modelo de cultura alternativa; TAT, centro cultural progressista e experimental; A política de Hilmar Hoffmann, do cinema cultural de curta metragem, em Oberhausen, que mais tarde desenvolve o conceito de cultura para todos. Nessa perspectiva, Schaffner determina seu objetivo para o Instituto em Salvador: desenvolver um centro de cooperação intercultural, mantendo o auxilio de artistas e intelectuais baianos interessados em aproveitar, criativa e dinamicamente, essas possibilidades (2011 p. 69). É certo que nesse momento já havia uma casa arrumada, um espaço físico com possibilidades criativas, equipamentos e mão-de-obra qualificada, mas principalmente a postos para o desenvolvimento dos projetos do Instituto. A ideia foi apresentar para a sociedade que um mundo justo era possível, sempre a partir de um olhar cultural. Projetos culturais começaram a ser desenvolvidos timidamente e a biblioteca entra em fase de construção. Como havia uma abertura da Direção Geral do Instituto para apresentações alternativas, surgem as primeiras discussões para o Projeto Interarte, nas dependências do Instituto, com artistas de vários segmentos, a partir de materiais simples, mostrando como a sociedade pode atrair seus cidadãos. Mais tarde, é criada a Cooperarte, que reunia nomes como Chico Liberato, Juarez Paraíso e Renato da Silveira. Todas as áreas do Instituto foram tomadas por barracas que ofereciam oficinas dos mais diversos Cursos Experimentais de Arte, além das exposições coletivas de arte, como a Expo 71. Todo esse ambiente era, na verdade, uma novidade para o cenário cultural da Bahia. Essa inovação criou uma necessidade nos artistas locais de buscarem suas raízes e, com isso, mais uma vez, projetos são desenvolvidos a partir das descobertas. Quando um diretor poderia imaginar encontrar a história de um conterrâneo alemão no Recôncavo Baiano? Conforme regis- GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 47

48 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA tra Schaffner, é do evento Mestre na xilogravura pós-expressionista, com Karl-Heinz Hansen, que nasce a exposição Hansen na Bahia. Para Schaffner, a exposição ilustrou todo um Universo baiano nos navios negreiros ao brega do Pelourinho (SCHAFFNER, 2011, p.77-78). É nessas viagens que os alemães se deparam com influências latentes do seu povo na sociedade baiana, sejam elas os charutos ou sua arte propriamente dita. Além das exposições de arte, o ICBA cria também o projeto teatral chamado Teatro de Cooperativa do ICBA / Salvador, tendo como membros fundadores Harildo Deda, Nilda Spencer, Gildásio Leite, Heloísa de Andrade, o alemão Ewald Hackler, entre outros, que montam textos alemães. A partir daí é criada a série de Cadernos de Teatro Alemão, de diversos autores alemães, com intuito de criar experimentações e montagens teatrais traduzidas para o português. No estatuto da cooperativa constava: A cooperativa monta textos de autores internacionais; contribui para a formação de um público esclarecido socialmente ampliado; fomenta oficinas profissionalizantes para diretores, atores, cenógrafos e técnicos de teatro; incentiva uma crítica que prioriza informação e juízo e que é politicamente engajada em defender melhores condições para a produção teatral. (SCHAFFNER, 2011, p.87). 48 O Teatro de Cooperativa cumpriu muito bem os objetivos do seu estatuto, pois traziam no bojo das suas montagens peças como O Servente Surdo, de Harold Pinter, e o polêmico A Exceção e a Regra, de Bertold Brecht. O grupo de teatro do ICBA começa a chamar a atenção da censura no momento em que busca mais liberdade, com características do Teatro Opinião, então existente no Rio de Janeiro, uma vez que o local era considerado como um lugar em que todos podiam abrir o bico, a casa ganhava cada vez mais a fama de um espaço de livre expressão cultural e política (SCHAFFNER, 2011, p.100). Como destaca Uchôa: Na Bahia, diferente do que acontecia no Brasil, o golpe de 1964 representou a desarticulação do movimento cultural que florescia no estado desde a década de 50. Com o golpe militar, parte dos intelectuais baianos migrou para a região sudeste, mais especificamente Rio e São Paulo. Com exceção de poucos focos de resistência representados principalmente pelo Teatro Vila Velha, Clube de Cinema da Bahia, Instituto Goethe de Salvador (ICBA) e pela Jornada de Cinema da Bahia, além dos movimentos negros, pouco se realizou culturalmente no estado neste período, fora das ações controladas pelo governo. (UCHÔA, 2004, p. 5). Alguns movimentos sociais também começariam a se formar na biblioteca do ICBA, como o movimento Baiafro, formado por Djalma Correa, Vadinho,

49 Edinho, Dudu e Onias Camardelli. Para Schaffner (2011, p.91), essas formações significavam: Um Núcleo Cultural Afro-brasileiro célula marxista originaria do grupo afro Olodum, fundado e coordenado pelos sociólogos Manuel de Almeida e Roberto Santos pedindo hospedagem no ICBA, para driblar a perseguição política. E era na biblioteca que o movimento se organizava e promovia seminários e discussões sobre temas ligados à comunidade negra da Bahia. Para Álvaro Almeida 22 : Enquanto outras entidades ofereciam cursos de língua, o ICBA era o centro do pensamento das artes da Bahia. Devido à grande perseguição da ditadura, todos confluíram para cá. O diretor tocava o trabalho por uma via de mão dupla. Grupos de teatro e dança brasileiro iam para a Alemanha e grupos de teatro e dança alemães vinham para o Brasil. Era um momento diferente e o Instituto promovia opções. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA O núcleo afro-brasileiro permitiu a instalação de oficinas para construção de instrumentos africanos e a troca cultural com outros estados e países, transformando, assim, as dependências do ICBA num palco de eventos diversificados. Teatro, música, cinema, exposições, seminários, tudo relacionado à arte e ao conhecimento era possível encontrar naquele local. Todo esse desenvolvimento cultural sofre uma retaliação em 1977, e seu então diretor, Roland Schaffner, deixa o cargo, mas as raízes do desenvolvimento promovido não foram esquecidas, e na medida do possível continuadas nas gestões seguintes, partindo sempre das orientações dadas pela sede do Instituto e pelas necessidades locais. Alguns frequentadores do ICBA detalham a importância do lugar. Para Rubim 23 vale destacar: 49 O ICBA foi fundamental, pois era um espaço de liberdade no contexto de repressão e autoritarismo em que vivia o país. Hoje, o ICBA realiza papel relevante no intercâmbio cultural Brasil / Bahia Alemanha. Para Rubim, essa relevância se dá devido à falta de políticas culturais no Brasil e na Bahia transformando e criando no país, em determinados contextos, 22 Entrevista concedida em 20/10/2011. Na ocasião, Almeida exercia a função de administrador do Centro de Informação do ICBA. 23 Questionário respondido por em 04/11/2011.

50 válvulas de escape para o desenvolvimento cultural, como segue: CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 50 Primeira constatação: somente nos períodos autoritários o Brasil conheceu políticas culturais mais sistemáticas, nas quais o Estado assumiu um papel mais ativo e, por conseguinte, enfrentou a tradição de ausência. As ditaduras do Estado Novo ( ) e dos militares ( ), além da censura, repressão, medo, prisões, tortura, assassinatos e exílios inerentes a todo regime autoritário, realizaram uma intervenção potente no campo cultural. Por certo, tal atuação visava instrumentalizar a cultura; domesticar seu caráter crítico; submetê-la aos interesses autoritários; usá-la como fator de legitimação das ditaduras e, por vezes, como meio para a conformação de um imaginário de brasilidade e nacionalismo. Esta maior atenção significou, por conseguinte, enormes riscos para a cultura e para a democracia. Mas, de modo paradoxal, esta valorização também acabou criando uma certa dinâmica cultural. (RUBIM, 2004, p.3) Após um período de efervescência cultural, o ICBA passa a apresentar suas programações com seu principal objetivo de manter as relações culturais entre os dois países. Contudo, a forma das atividades fora mantida talvez com menos intensidade, devido à censura que limitava o tema dos eventos. Durante as gestões de Franz Buchetmann, de Gerrit Bretzler e de Walter Schorlies, na década de 1980, as oficinas de teatro foram reativadas, como também as de serigrafia e fotografia, além do espaço musical e do cinema. Na gestão de Schorlies o ICBA passou por um momento singular durante a ditadura, e que possivelmente não voltaria mais a acontecer, o cerceamento do direito à liberdade de expressão dentro do ICBA. Todavia, o diretor buscou fortalecer ainda mais o desenvolvimento cultural e o intercâmbio. Alguns intelectuais destacam o ICBA como parte formadora do seu desenvolvimento intelectual, como o professor Armindo Bião 24 : Conheci o ICBA pela imprensa, quando eu tinha 14 anos, entre 1964 e Adolescente, interessei-me pelas artes do espetáculo e a cultura alemã, talvez pelas fotos e documentos de família, de meu tio-avô Armindo Martins nas olimpíadas de Berlim de Suas notas sobre diversos cinemas e teatros, que então visitou (ao lado de outras fotos e documentos dos cinemas que geriu na região do cacau, no sul da Bahia, nos anos 1930 e 1940) e sua pose na entrada do estádio olímpico de Berlim, onde foi aberto o famigerado evento com coreografia de Mary Wigman, levaram-me ao ICBA. Antes de completar 18, por quase três anos, estudei alemão, vi filmes (na sede do Corredor da Vitória) e espetáculos (no Salão Nobre da Reitoria e no então Teatro Santo Antonio, 24 Questionário respondido por em 17/11/2011.

51 da Universidade, e no Teatro Vila Velha), que definiriam a minha vida. Era um velho mundo novo que se abria. Tive a impressão de ser parte da história e da geografia de minha terra e do mundo. Bião 25 ainda destaca os eventos realizados pelo Instituto como fomento à cultura local: Destaco a importância dos espetáculos, cursos e seminários referentes à cultura afro-baiana e sua contribuição em termos de informação (sobre o movimento Bauhaus e o cinema alemão, clássico e contemporâneo), formação e qualificação, com seus mais variados cursos, palestras e debates, além dos espetáculos e parcerias, com a UFBA, os Teatros Vila Velha e Castro Alves e o Olodum. Todos os sujeitos envolvidos no ICBA demonstram gratidão em suas histórias sobre o local, como o professor e artista plástico Juarez Paraíso: O ICBA foi o lugar certo, pela sua espacialidade, estrutura física e administrativa, e principalmente pela relativa imunidade diplomática que possuía, contendo, inibindo, grande parte das ações policiais e repressoras do governo. Pela primeira e única vez a Bahia contou com um espaço de encontro, de franca efervescência cultural, um espaço de experimentações artísticas e de apresentação e reflexão da arte contemporânea local, nacional e internacional. Tudo acontecendo, nas suas oficinas, auditórios, salas de exposição, no seu Cinerarte, no seu pátio, no seu teatro. 26 GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 51 Paraíso ainda destaca: A Jornada Internacional de Cinema da Bahia, coordenada por Guido Araujo, nos seus primeiros anos (1972), justamente um dos mais críticos, teve o estímulo e a oportuna ajuda de Roland Schaffner, transformando-se de Jornada de Curta Metragem para Jornada Nordestina de Curta Metragem. Da mesma forma aconteceu com Dulce Aquino, na sua incansável trajetória para o desenvolvimento e valorização da Dança, coordenando o Festival e os Seminários de Dança Contemporânea. A parceria do ICBA com o grupo Intercena de Dança-teatro de Carmen Paternostro e Reginaldo Flores possibilitou a realização de um extraordinário trabalho 25 Idem. 26 Discurso proferido em sessão do Conselho Estadual de Cultura em 20/5/2009, publicado na Revista MUITO, do Grupo A Tarde, em 03/4/2010 (Ver PARAÍSO, 2010).

52 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 52 na área da dança contemporânea. Através de uma fantástica realização de festivais, encontros, conferências, palestras, seminários, mesas redondas, cursos, oficinas, exposições, feiras, a presença de Roland Schaffner na direção do ICBA possibilitou a atualização artística e cultural dos artistas baianos e do público em geral. 27 Para Guido Araújo, os trinta anos em que partilhamos atividades com o Instituto foram importantes. Contudo, a década de 1970 destacou-se para os eventos de cinema na Bahia: Ao longo de três décadas, a parceria mantida com o ICBA de Salvador muito tem contribuído para ampliar os conhecimentos e intercâmbios entre nossos povos e, sobretudo, tem sido um fator enriquecedor para a vida cultural da capital baiana. Por outro lado, mesmo que não tenha havido nenhuma interrupção na colaboração mútua durante estes últimos trinta anos, é justo destacar que os períodos de relacionamento mais franco e cordial, refletindo positivamente nas produções culturais que realizamos em conjunto, aconteceram durante as duas gestões de Roland Schaffner. Contudo, o momento áureo de saudosa lembrança, foram os Anos 70! Talvez em virtude da nossa própria juventude na época e da situação política delicada que o Brasil atravessava então, exigindo de nós uma postura de desafio, onde não podia faltar a coragem, o entusiasmo e a utopia de um amanhã mais democrático e culturalmente promissor. 28 As gestões dos diretores seguintes, incluindo a segunda gestão de Schaffner ( ), pareceram não levar em consideração a sociedade e os interesses locais. Contudo, o que havia de diferente naquele ambiente era a abertura política já iniciada e uma quase ausência das desconfianças que ainda restavam da convivência com o período de ditadura militar, no que diz respeito à cultura. O que existia naquele momento era um sucateamento cultural que tentava transmitir um clima de restabelecimento a partir da restauração do Centro Histórico, e somente isso, a restauração, pois não havia um planejamento cultural por parte do estado ou do município. Os blocos afro passam, então, a discutir com mais força o seu papel na cidade e esta reflexão ecoa nas composições das bandas. Essa aparente discussão dos papéis sociais trouxe o que Schaffner (2011, p.233) denomina processo de macdonaldização, atraindo artistas internacionais e suas estratégias beneficentes. O papel do Instituto diante esse arrebatador crescimento cultural foi de seguir o caminho contrário a tudo que 27 Idem. 28 Idem.

53 acontecia naquele momento em Salvador, apresentando mostra de filmes sobre os 300 anos de Zumbi e o cotidiano do negro brasileiro, organizado por Luiz Orlando da Silva, além de análises críticas, documentários sobre o papel do negro na sociedade e debates com o grupo S.A.M.B.A Núcleo de Pesquisas Sócio Antropológicas de Música da Bahia, para debates promovidos pela biblioteca do ICBA (SCHAFFNER, 2011, p.241). Todos os temas possíveis eram discutidos com o objetivo de criar uma reflexão crítica a respeito do momento vivido pela cultura baiana e das consequências que poderiam trazer para a sociedade. Essa confrontação não era só demonstrada por estudiosos e pesquisadores baianos, mas por um leque de estudiosos internacionais, como a musicóloga berlinense Christiane Gerisher, com a colaboração da UFBA, proporcionando, assim, discussões bem pertinentes sobre o tema. Por fim, como culminância dessas discussões, foram criados grupos de música instrumental, que uniam o que havia de baiano e o clássico, como os projetos Euro-afro-baianidades e Conspiração Baiana, na década de Esses projetos justificavam todos os seminários, palestras e mostras de cinema que foram feitos até aquele momento. A forma como os projetos da década de 1990 foram desenvolvidos gerou uma certa estranheza nos frequentadores do Instituto, que acreditavam que era necessário voltar às programações de A adaptação ao contexto vigente fez surgir críticas sobre o modelo seguido pelo Instituto, e a percepção de que as experimentações já não eram tão bem vistas assim. Contudo, ainda era mantida a mesma forma de construção das atividades, montagens das peças de autores alemães abertas ao público e até mesmo montagens de peças infantis, seminários, conferências com temas variados, sempre se aproximando do momento e das temáticas discutidas, como a questão social dos meninos de rua, através do Projeto Axé, sob orientação de Maria Eugenia Millet e seu teatro juvenil. Mais tarde, outros temas tomaram conta do Instituto, como a política ambiental e a sustentabilidade. Estamos falando da década de 1990, momento em que talvez a discussão sobre essas temáticas ainda não fosse tão latente como nos dias atuais. Para Gmünder, as questões, sempre abertas ao diálogo: GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 53 Consistem na identificação de desafios ou questões centrais para a Bahia (o Brasil) que também tem uma importância ou repercussão no mundo de fora como, por exemplo, os biocombustíveis e a segurança alimentar, as mudanças e desafios da globalização. (DIAS, 2010, p. 1). O desenvolvimento desses projetos, de acordo com Gmünder, demanda estudo prévio e colaboração de parceiros: É desenvolvida a ideia principal por nós e depois discutido e modificado com nossos parceiros. São organizados eventos nas várias áreas da cultura, para contemplar os diversos

54 aspectos dos assuntos em questão, em parceria com instituições baianas. (DIAS, 2010, p. 1). CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 54 A partir da década de 2000, o Instituto, apesar de parecer não seguir uma programação cultural diversificada, buscou adaptar-se aos novos contextos com propostas de programações interdisciplinares, como aponta Gmünder, diretor de cursos durante a década de 1990 e atual diretor geral do Instituto, desde 2007: Retomar as iniciativas por parte do Instituto na programação cultural, incluindo coproduções e projetos multidisciplinares, melhoras na infraestrutura do teatro, revitalizar o pátio, parcerias com outros Institutos culturais estrangeiros nos cursos de língua e na programação cultural. 29 De certo, todas as atividades promovidas pelo Instituto buscam uma relação entre a Alemanha e a Bahia, como o projeto Metamorfoses do Cacau, com sua investigação sobre as mudanças socioeconômicas, ou ainda as relações culturais entre Salvador e Hamburgo, promovidas pela troca econômica do fumo. Todo projeto criado pelo Instituto tem como objetivo promover a relação cultural entre os dois países e marcar nos frequentadores do Instituto a herança cultural manifestada pelo olhar do outro, com respeito e admiração, procurando sempre levar a uma reflexão crítica sobre o porquê explorar, conhecer o mundo que nos cerca a partir do que está perto de nós, a história, a herança dos que passaram por aqui. Enfim, a nossa própria cultura. 29 Questionário respondido por em 04/11/2011.

55 6. OS EVENTOS CULTURAIS, O INTERCÂMBIO CULTURAL E O FOMENTO À CULTURA DA CIDADE O ICBA / Salvador tem como objetivo principal a divulgação da cultura alemã no mundo. Desde sua chegada na cidade do Salvador, em 1962, percebe- -se que seu objetivo foi atingido desde seu primeiro ano de existência, como também a confiança que a sociedade baiana depositou nesta nova instituição. Segundo Schwierskott, estavam inscritos 551 alunos nos cursos de alemão, em 36 turmas. 30 Em 1963, além do curso de língua alemã, o ICBA promoveu diversos eventos culturais nas áreas da música, teatro e arte, como o faz até hoje. Ainda segundo Schwierskott, os eventos promovidos naquele ano foram: nove concertos, sete com professores e solistas da Escola de Música e dois com músicos alemães internacionalmente conhecidos: o Duo Aloys e Alphons Kontarsky e o Quartetto Endres; 24 palestras sobre Música, Teatro, Artes Plásticas, Formação Universitária e Intercâmbio; seis exposições de Artes Plásticas; duas peças teatrais; três cursos especiais: Pintura Estética Fotografia; 14 projeções de filmes. Quando Schwierskott se refere à Escola de Música, esta é a própria Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, a qual mantém uma constante relação de intercâmbio cultural com o ICBA, desde sua inauguração. Também é notória a ação cultural desenvolvida pelo ICBA, assim como o fomento à cultura no estado da Bahia. Para Barboza (2009, p. 4), uma ação cultural pode ser entendida como um conjunto de atividades que não só incentivem a cultura, mas que façam com que o público discuta e produza a cultura. Nesse sentido, o ICBA produziu uma série de seminários, cujos assuntos centrais são literatura, filosofia e arte. Segundo Almeida, a diretriz do ICBA é de eventos sobre humanidades, arte, literatura, filosofia, teatro, dança, música, cinema e mídia digital. 31 Além da grande importância do Centro de Informação do ICBA, promovendo seminários sobre assuntos variados, Bião 32 destaca que: GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 55 Seus projetos (que tive a oportunidade de acompanhar), integrando espetáculos, oficinas, exposições e seminários, a exemplo de Merlin, O rei do trono de barro (ambos de 1993), Medeia, de 1997, Baile de Máscaras, de 2004, e Engenho, de 2008, são a melhor forma de explicitar sua per- 30 Questionário respondido por em 02/01/2012 por Hanz-Joachim Schwierskott, primeiro diretor do ICBA. 31 Entrevista concedida em 20/10/2011. Na ocasião, Almeida exercia a função de administrador do Centro de Informação do ICBA. 32 Questionário respondido por em 17/11/2011 por Armindo Bião.

56 manente importância, particularmente para as artes do espetáculo na Bahia. CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 56 Os anos seguintes à inauguração do ICBA foram de mais eventos, promoção de cultura e parcerias. O quadro a seguir faz uma retrospectiva de grande parte das conferências e seminários que ocorreram no ICBA ou nos campi da UFBA. QUADRO 5: Seleção de Conferências, Seminários e Palestras PALESTRANTES EVENTO TEMA DATA LOCAL DE DESTAQUE Seminário Não cado Conferência Seminário Wes- Schneider sling Gerhard Nickel W. Stembel Linguística Contrastiva Aplicada e o Ensino de Línguas Estrangeiras. Aspectos e problemas de uma lingüística do texto jul ago set.1971 identifi- identifi- Não cado Instituto Letras UFBA Formas complexas de habitação modificam nossas cidades. de da Palestra Lilian Pestri de Almeida Graciliano Ramos: Análise estrutural e temática do romance de Graciliano Ramos suas relações com a arte cinematográfica jul Biblioteca ICBA do Ciclo de Palestras Egbert Kossak Urbanismo e Planejamento mar.1982 Faculdade de Arquitetura da UFBA Palestra Jens Naumam A política cultural exterior da República Federal da Alemanha prioridades atuais e futuros desafios. 9 set Faculdade Educação UFBA de da Seminário Josef Leiner Iniciativas civis. 3-6 nov.1982 Biblioteca ICBA do

57 Seminário Palestra Palestra Debate Seminário e Conferência Theodor Nipperdey, Marli Geraldo Teixeira, Ubirajara Rebouças Harold Kindermann Juergen Zimmer Dieter Grimm Diversos Lutero e Marx como reformadores sociais. Legislador e Juiz. Por uma integração entre Escola e Comunidade. A Constituição como consenso básico na Democracia Pluralista. Águas e o turismo na Região Metropolitana de Salvador e Litoral Norte ago jun out set nov Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA; Biblioteca do ICBA Faculdade de Direito da UFBA Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA Faculdade Direito UFBA de GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 57 Conferências, vídeoanálises e debates Diversos Cultura Política e Política Cultural na televisão Brasil Alemanha maio 1994 Biblioteca ICBA do Seminário Rafael Greca, Gerd Kohlhepp Metrópoles e desenvolvimento sustentável. out Pavilhão de Aulas da Federação da UFBA Seminário Dirk Kamper Cultura na TV for- matos-conteúdos- -estéticas Europa- -Brasil out Biblioteca ICBA do Seminário Diversos Turismo Rural da Bahia ago Pavilhão de Aulas da Federação da UFBA Seminário Celeste Almeida Arte e Cultura na Bahia Contemporânea. Multiculturalismo: existe uma estética baiana? 6 jul Biblioteca ICBA do

58 Conferência Multimídia Hermann Nöring, Michael Bleyenberg Digital Arte Bahia mar ICBA CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 58 Palestra Seminário Palestra Seminário Colóquio Walter Benjamin: formas de percepção estética na modernidade. Conferência Ubirajara Rebouças Diversos Leopoldo Pepe Não identificado Diversos André Lemos, Elisabeth Lattaro Introdução à Hermenêutica. Mata Atlântica e biodiversidade. Einstein e a Filosofia. Mercosul e União Européia: perspectivas da integração regional. Cibercultura no século XXI. 11maio 08 jun jul nov abr maio 2007 Biblioteca ICBA Biblioteca ICBA Teatro ICBA do do Faculdade de Direito da UFBA ICBA Variados Projeto multidisciplinar Diversos A rapadura e o fusca: cana, cultura e sociedade Variados Diversos Projeto multidisciplinar Salvador-Hamburgo, presente-passado na globalização Variados Projeto multimídia Diversos Metamorfoses do Cacau: Sociedade, economia e cultura Variados Fonte: Elaborado pelas Autoras. Para que todos esse eventos aconteçam há um planejamento no ano anterior. Segundo Almeida a programação do ano seguinte é elaborada em setembro, enviada para o Goethe-Institut São Paulo e este enviará para a Alemanha para que disponibilize a verba para os eventos. 33 No momento em que o convidado para o seminário é um palestrante alemão, além da integração entre os países, há também uma troca de experiências entre ambas as partes. Esse é justamente o intercâmbio cultural proposto pelo Instituto quando traz um 33 Entrevista concedida em 20/10/2011. Na ocasião, Almeida exercia a função de administrador do Centro de Informação do ICBA.

59 professor da Alemanha à cidade onde o Goethe-Institut está instalado, e um professor brasileiro para proferir um seminário, mostrar a situação da Alemanha e do Brasil e a visão dos especialistas sobre o assunto a que determinado seminário se refere. É possível perceber também que a temática escolhida para os eventos é bastante diversificada, abrangendo o estudo de diversas áreas, dentre elas arquitetura, meio ambiente, linguística, filosofia, política. O Seminário Águas e o Turismo na Região Metropolitana de Salvador e Litoral Norte, citado no quadro acima, deu origem ao livro Águas: Mananciais e Usos, Saneamento e Saúde, Política e Legislação, uma coletânea do seminário. Neste seminário foram discutidos vários aspectos do uso da água em Salvador e no Brasil, dentre eles fornecimento, poluição, águas residuais e tratamento, fazendo uma comparação com a situação na Alemanha. O objetivo foi conscientizar a população de que as áreas de água potável e eliminação de águas residuais precisam de solução. Outro seminário que gerou livro foi Metrópoles e Desenvolvimento Sustentável, de outubro de Nesse momento, o ICBA chamou a atenção para o crescimento das metrópoles brasileiras nas últimas décadas, que em detrimento da qualidade de vida, resulta, entre outras coisas, no uso predatório dos recursos naturais. O conceito de desenvolvimento sustentável é proposto em 1983, quando foi criada pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), presidida por Gro Harlem Brundtland, que à época era primeira-ministra da Noruega. Essa comissão deveria propor novas normas de cooperação internacional que pudessem orientar políticas e ações de modo a promover as mudanças que se faziam necessárias. O relatório Nosso Futuro Comum, lançado em 1987 (também conhecido como Relatório Brundtland ), veio atentar para a necessidade de um novo tipo de desenvolvimento, capaz de manter o progresso em todo o planeta e, no longo prazo, ser alcançado pelos países em desenvolvimento e também pelos desenvolvidos. O Relatório apontou-se a pobreza como uma das principais causas e efeitos dos problemas ambientais do mundo e criticou o modelo adotado pelos países desenvolvidos, por ser impossível de ser copiado pelos países em desenvolvimento, sob pena de se esgotarem rapidamente os recursos naturais. A partir desse documento, surgiu o conceito de desenvolvimento sustentável, ou seja, suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Um importante evento sobre desenvolvimento sustentável, que aconteceu no Brasil, de grande repercussão, foi a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, conhecida mundialmente como Rio 92. A Conferência foi a maior reunião de chefes de Estado da história da humanidade, com a presença de cerca de 117 governantes em busca de soluções para o desenvolvimento sustentável das populações mais carentes do planeta. O evento teve como principal tema a discussão sobre o desenvolvimento sustentável e sobre como reverter o atual processo de degradação ambiental. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 59

60 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 60 Com esses dois eventos internacionais podemos perceber que o ICBA mostra a preocupação e a percepção da instituição em discutir assuntos atuais, na década de Em se tratando de assuntos sempre atuais, o ICBA promoveu, em 1997, o I Seminário de Turismo Rural da Bahia. A cidade de Salvador, conhecida pela beleza de suas praias, é muito procurada para o turismo litorâneo. Entretanto, uma opção de turismo relativamente nova, o turismo rural, está atraindo os cidadãos urbanos para o meio rural. O seminário foi realizado no Pavilhão de Aulas da Federação da UFBA, organizado com objetivo de melhor conhecer as interfaces do turismo rural e dar uma contribuição a esse tema, centralizando as discussões nas diversas iniciativas e formas de turismo rural no Brasil e como de contraste nas férias na fazenda, uma forma de turismo muito popular em diversos países da Europa. E foi nesse continente que surgiu esse segmento do turismo, alguns anos após a Segunda Guerra Mundial, quando houve uma desestruturação na sua agricultura, surgindo como alternativa para complementar a renda familiar e conter o êxodo rural. No Brasil, o turismo rural teve início nos anos 1980, quando foi implantado no município de Lages, em Santa Catarina. Uma década depois, já no final dos anos 1990, chegou à Bahia, sendo bem aceito por parte dos proprietários rurais, que têm dado inúmeras interpretações a essa atividade como o day use onde a grande maioria dos visitantes não pernoita, pois são excursionistas (SOUZA; GIUDICE, 2003, p. 5). O Programa de Turismo Rural no Estado da Bahia foi implantado pela Secretaria de Cultura e Turismo, em 1998, e tem como objetivo: incentivar proprietários de fazendas produtivas a trabalharem o turismo como uma nova fonte de renda e como metas primordiais, integrar lazer e aprendizado, utilizar os recursos naturais de forma sustentável, divulgar as manifestações artísticas e socioculturais, gerar emprego e renda, contribuir para fixar o homem no campo. (SOUZA; GIUDICE, 2003, p. 2) No estado da Bahia, a Costa do Dendê foi a zona turística que primeiro despertou para o turismo rural. Além da Costa do Dendê, é possível reconhecer atividades turísticas no espaço rural nas regiões de Ilhéus, Itabuna, Chapada Diamantina. Entre os meses de março e abril de 1999 o tema da programação cultural do ICBA era a tecnologia, mais precisamente a arte digital. Nas últimas duas décadas do século XX o mundo assistiu a grandes mudanças tanto no campo socioeconômico e político quanto no da cultura, da ciência e, principalmente, da tecnologia. Graças às mudanças ocorridas neste último campo foi possível ver o surgimento da era da informação. Já se torna mais que evidente a importância

61 vital da tecnologia digital para todos os campos da realização humana nesse final de século. Das finanças ao entretenimento, da medicina às comunicações, tudo passa por essa evolução que começa no computador e se amplia com os seus hardware, software e periféricos kits multimídia, scanners, modems, interligando o mundo através da internet. O Projeto Digital Arte Bahia, entre os meses de março e abril de 1999, teve como objetivo: aproximar o cenário artístico baiano às tendências nacionais e internacionais da mídia-arte na máxima amplitude possível, das artes gráficas às animações digitais, da música eletrônica erudita e pop aos experimentos cenográficos e holográficos, de projetos artísticos na internet às variantes da cybercultura. (GOETHE-INSTITUT, 1999, s.p.). A arte digital ou arte de computador é produzida num ambiente gráfico computacional, usando-se ferramentas digitais ou virtuais com o objetivo de dar vida às coisas, mostrando que arte não é produzida exclusivamente manualmente. Existem diversos tipos de arte digital: pintura digital, gravura digital, programas de modelação 3D, edição de fotos e imagens, animação, etc. O nascimento da arte digital, então chamada cibernética, se deu em 1968, com a exposição Cybernetic serendipity, realizada em Londres. Nesse ano a produção se inspirou bastante na abstração geométrica. No Brasil, a arte cibernética teve início também no final dos anos 1960, quando o artista plástico Waldemar Cordeiro e o físico Giorgio Moscati, ambos professores da Universidade de São Paulo (USP), usaram o computador para criar imagens. Eles conseguiram fazer com que uma foto fosse convertida para o meio digital e, posteriormente, impressa. O primeiro experimento de Cordeiro com computador aconteceu quando o artista teve acesso a um computador IBM 360/44, da Faculdade de Física da USP, e à orientação profissional de Giorgio Moscati. O experimento produziu a série Beabá, também conhecida como Conteúdo Informativo de Três Consoantes e Três Vogais Tratadas por Computador, nome derivado do fato de as imagens serem produzidas aplicando as probabilidades estatísticas de ocorrência de determinadas letras na língua portuguesa. Os trabalhos seguintes Derivadas de uma imagem, Retrato de Fabiana e A mulher que não é B.B. foram produzidos transformando o conjunto de retículas de imagens fotográficas preexistentes em valores numéricos (técnica que depois seria chamada de digitalização) e, em seguida, atribuindo a cada um desses valores numéricos uma letra equivalente, para permitir imprimir a imagem numa impressora de texto. No começo dos anos 1980, o aparecimento da imagem animada e de terceira dimensão (3D), trouxe o cinema de animação e os efeitos especiais. Já na década de 1990, houve um desenvolvimento acelerado da interatividade com a realidade virtual e os seus derivados, a multimídia e as redes digitais de comunicação, em que a troca de infor- GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 61

62 mação entre o homem e o computador se faz em tempo real e transitam nos dois sentidos. (RODRIGUES, 2010, p.1). CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 62 A conferência multimídia Media-Art-Action, de março de 1999, citada no Quadro 5, foi a primeira do Projeto Digital Arte Bahia e contou com a participação de Hermann Nöring. Além das conferências e apresentações multimídia o Projeto Digital Arte Bahia contou com performances, oficinas e a exposição Arte Digital na Bahia, apresentando trabalhos de artistas baianos como Mário Cravo Jr., Jamilson Pedra, Juarez Paraíso, Silvio Robattto, entre outros. No mês de abril em 1999, entre os dias 5 e 17, em comemoração aos 450 anos de fundação da Cidade do Salvador, o evento de cultura e arte Bahia Cultural dos Anos 70, abriu as atividades ligadas à XXVI Jornada Internacional de Cinema da Bahia. No Brasil, em 1970, foi baixado o Decreto-Lei nº 1077, que estabelecia a censura prévia a livros, jornais, peças teatrais etc; neste período artistas e intelectuais deixaram o país, fugindo da ditadura, cada vez mais violenta e repressora. Segundo Santanna (2011,p.5), a juventude neste período se trifurcou como disse Alfredo Syrkis. Uma delas aderiu à luta armada, outra à sociedade de consumo, e a terceira desbundou. Com o advento do AI-5 34, sancionado em 1968 pelo governo militar, os anos 1970 no Brasil se configuram politicamente como o período mais repressor da história da ditadura militar. Porém, apesar daquela década ser conhecida como os anos de chumbo no panorama nacional, houve uma brecha permitindo que a Bahia desenvolvesse atividades artísticas e culturais, de modo que, apesar de toda essa repressão, a cidade do Salvador na década de 1970 já apresentava uma pequena produção artística, consumida praticamente pelos seus pares, que prestigiavam uns aos outros. Nessa época, o ICBA passou por algumas mudanças. A biblioteca do Instituto e um novo anexo para o teatro foram construídos naquela década. E foi também quando o ICBA, em parceria com cineasta Guido Araújo, produziu a I Jornada de Cinema da Bahia. É notório que, no período da ditadura, o ICBA ganhou maior destaque na sociedade baiana. Segundo Rubim, que conheceu o ICBA durante o período da ditadura militar, através das atividades culturais e de cinema que eram realizadas no Instituto, o ICBA foi fundamental, pois era um espaço de liberdade no contexto de repressão e autoritarismo em que vivia o país. 35 Esse tema foi explanado, analisado e debatido através da exposição Arte Bahiana anos 70, dos seminários A Produção Artística-Cultural da Bahia no Contexto Político da Década de 70 e A Criatividade e Possibilidades Encontradas pelos Artistas Baianos na Década de 70 e a Mostra de Cinema Baiano e de Filmes Realizados na Bahia nos Anos Além de interagir com a sociedade baiana, tendo como tema, em sua pro- 34 O Ato Institucional nº 5 foi publicado no dia 13 de dezembro de Esse ato incluía a proibição de manifestações de natureza política, além de vetar o habeas corpus para crimes contra a segurança nacional. 35 Questionário respondido em 04/11/2011 por pelo Exmo. Sr. Secretário de Cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim.

63 gramação cultural, assuntos que resgatam a história da cidade e do país, bem como assuntos atuais que estão sendo discutidos mundialmente, o ICBA transmite uma visão abrangente da Alemanha através de informações sobre a vida política, social e cultural do país, tendo como principal objetivo promover e disseminar a cultura alemã no mundo. Para que a Bahia tivesse contato e conhecesse um pouco da história da Alemanha, o tema da programação cultural entre os meses de abril e junho de 1999 foi 50 anos da República Federal da Alemanha. A palestra Introdução à Hermenêutica, citada no Quadro 5, foi um dos eventos da programação cultural daquele ano. Além da palestra, ocorreram eventos que movimentaram todos os setores do Instituto, como a mostra de cinema Reflexos e Reflexões Cinematográficos, no cineteatro; a mostra gráfica Caricaturas e Colagens Políticas, no pátio; a apresentação musical Cancioneiros-Politrock-Eurojazz, no bar/restaurante. Dentre as apresentações musicais, uma delas, do grupo Janela Brasileira, foi notícia no Jornal Correio da Bahia, de 25 de maio de 1999 (BE- AUVOIR, 1999). Além do show, a matéria chama a atenção para a presença do Cônsul Honorário da Alemanha, à época, Wolfgang Rodbewig, como também uma homenagem a Ulrich Gmünder 36, que retornou a Munique após sete anos no Setor de Cursos do ICBA. No âmbito daquela programação cultural, houve também a exposição do artista Hansen-Bahia, na Galeria do ICBA, com as obras O Ciclo Via-Crucis do Pelourinho de Salvador, de 1967, O Ciclo Via Crucis-Drama do Calvário do Povo Alemão ( ) e 12 obras literárias de autores alemães e brasileiros ilustradas por Hansen-Bahia. De origem alemã, Karl-Heinz Hansen ilustrou o universo baiano, dos navios negreiros ao brega do Pelourinho, ganhando o codinome de Hansen-Bahia. Mas como esta Bahia não lhe prestou as honras merecidas, ele escapou frustrado para o interior e morreu sem eira nem beira. (SCHAFFNER, 2011, p. 78). Essa programação do ano de 1999, nos meses de agosto e setembro, faz um regate da história daquele que dá nome ao instituto, Johann Wolfgang Von Goethe, um dos maiores poetas da língua alemã, considerados por muitos como o mais importante autor alemão de todas as épocas, unanimemente considerado como a maior personalidade da literatura alemã, seu maior poeta, dramaturgo, romancista e ensaísta. Para comemorar os 250 anos de nascimento desse ilustre autor alemão, a programação cultural dos meses de agosto e setembro de 1999 teve como tema Johann Wolfgang Von Goethe 250. Dentre os eventos estão duas exposições: Goethe: um último gênio universal?, com 45 painéis apresentando a trajetória de Goethe; A Teoria das cores de Goethe e a sua recepção pela Bauhaus, com 30 painéis; uma peça teatral, Urfaust Fausto#Zero ; uma tragédia popular, de Goethe, no Teatro Vila Velha, com adaptação e direção de Márcio Meirelles e realização do Bando de Teatro Olodum, Teatro dos Novos e copatrocínio do Goethe-Institut. GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA Ulrich Gmünder tornou-se diretor de cursos do Instituto em 1992, permanecendo até No momento da elaboração deste livro Gmünder exerce a Direção Geral do Instituto, função que exerce desde 2007.

64 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 64 O Urfaust é a primeira obra dramática do jovem Goethe, baseado num texto da literatura popular alemã sobre um contemporâneo de Luthero no século XV, caracterizando este Faust como um aliado do diabo praticando a magia negra e pesquisando os fundamentos do céu e da terra. A encenação do Fausto de Márcio Meirelles optou por esta obra popular não para a obra clássica de Goethe para explorar as tradições do teatro popular, do teatro das feiras da cultura de cordel, a busca de uma identidade brasileira nos mitos da cultura nordestina desta personagem. (GOETHE- -INSTITUT, 1999). Nas comemorações realizou-se também um espetáculo de dança-teatro, O Sabá das Bruxas, baseado na Noite de Valpurgis Fausto I / 19, com adaptação e direção de Carmen Paternostro e realização do Grupo Intracena Bahia. A interpretação dedicou-se à festa cúltica das bruxas, principalmente ao sabá, focalizando as sabedorias e magias das mulheres sábias diante de sua repressão e perseguição pela igreja católica. As homenagens a Goethe continuaram. O Jornal Guia do Ócio, de 02 de setembro de 1999, destaca: Durante setembro a biblioteca destaca documentos históricos e obras literárias em alemão e português que remontam a trajetória de Johann Goethe, poeta, escritor e dramaturgo alemão criador do personagem Fausto, filósofo que para conhecer todos os mistérios da vida vende a alma ao demônio. Goethe se consagrou como um dos maiores nomes da literatura universal. (BIBLIOTECA, 1999, p.68) O palco do Teatro do ICBA também deu oportunidade para que recém-formados, como Gil Vicente Tavares, mostrassem seu talento. A matéria O começo de Tudo, em julho de 1999, do Jornal Correio da Bahia (MAGGYO, 1999, p.7), chama a atenção para a estréia de Gil Vicente Tavares com a montagem Quarttet, de Heiner Müller. A montagem, na verdade, foi a peça de graduação do jovem, filho do escritor Ildásio Tavares, em Direção Teatral, pela Escola de Teatro da UFBA. Quarttet parte dos jogos de sedução, paixão e intrigas entre os quatro personagens extraídos do clássico Ligações perigosas, de Choderlos de Laclos. No entanto, o dramaturgo alemão Heiner Müller os transporta para uma intemporalidade que pode trafegar tanto antes da Revolução Francesa, quanto depois de uma terceira guerra mundial. Este mesmo texto já foi montado no Brasil pelo diretor Gerald Thomas, com Tônia Carrero e Sérgio Brito no elenco. A montagem de Gil Vicente trouxe os experientes atores Harildo Déda e Joana Schintman. Os dois se desdobram em quatro personagens e até trocam de sexo durante a peça. Nem tudo foram flores ao longo desses cinquenta anos de existência do Instituto. Em 1999, na matéria O ICBA resiste: o fechamento de unidades do Instituto Goethe, anunciado pelo governo alemão, não vai atingir o Brasil, do

65 Jornal A Tarde, de 15 de setembro de 1999 (MOURA, 1999, p.3), o então gestor, Roland Schaffner, esclarecia em uma entrevista o anúncio feito pelo Ministro das relações Exteriores da Alemanha sobre o fechamento de unidades do Instituto Goethe em todo mundo. Schaffner apresentou um documento, que havia chegado de Berlim, revelando que o número de institutos a serem extintos foi reduzido, ocorrendo apenas nos Estados Unidos e na Europa Ocidental. O número de Institutos a serem fechados foi reduzido de 18 para 10 unidades. Segundo Schaffner (2011), a produção cultural era desenvolvida sob a forma de projetos em parceria com artistas e entidades locais. A depender da argumentação, as verbas poderiam ou não ser aprovadas. O Curso de Línguas era auto-sustentado e a procura no estado da Bahia constante. A biblioteca era sustentada com a verba destinada e uma quantidade significativa havia sido empregada para a renovação do acervo. Schaffner aproveitou a oportunidade e anunciou sua aposentadoria para 31 de outubro de Em seu lugar ficaria Peter Anders, que dirigiu a unidade do Goethe-Institut em Yaomé, na África. Quase 13 anos se passaram após essa ameaça e a instituição, até seu cinquentenário, seguiu firme se renovando e mantendo o tema dos seus eventos sempre atualizado com o que está acontecendo no mundo. Um exemplo de como a instituição se renova é o desenvolvimento de projetos multidisciplinares, que segundo Gmünder, Consistem na identificação de desafios ou questões centrais para a Bahia (o Brasil) que também tem uma importância ou repercussão no mundo de fora, como, por exemplo, os biocombustíveis e a segurança alimentar, as mudanças e desafios da globalização. Esses projetos duram, praticamente, um ano inteiro, e promovem diversos eventos com o mesmo tema nas áreas artística e acadêmica... É desenvolvida a ideia principal, por nós, e depois discutida e modificado com nossos parceiros. São organizados eventos nas várias áreas da cultura, para contemplar os diversos aspectos dos assuntos em questão, em parceria com instituições baianas. 37 GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 65 O Quadro 5 traz exemplos desses projetos, que serão abordados mais adiante. Assuntos relativos ao meio ambiente são sempre atuais e não deixam de fazer parte do repertório de eventos do ICBA, alertando a sociedade baiana para a importância da preservação ambiental. A instituição, que na década de 1990 realizou eventos como Águas e o Turismo na Região Metropolitana de Salvador e Litoral Norte e Metrópoles e Desenvolvimento Sustentável, promoveu, em 2004, o Seminário Mata Atlântica e Biodiversidade, que assim como os outros dois primeiros já citados também deu origem a um livro. A Mata Atlântica, segundo estudos levados a efeito nas últimas décadas, é a floresta que apresenta a maior quantidade de diferentes espécies arbóreas. Foram localizadas mais de 450 diferentes espécies de árvores em apenas um hec- 37 Questionário respondido por em 04/11/2011.

66 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 66 tare de mata no sul da Bahia e 476 espécies em um hectare nas serras do Estado do Espírito Santo. Numa comparação simplificada, existem mais plantas e animais diferentes em um hectare de Mata Atlântica do que em toda a Alemanha. Essa condição é resultado, entre outras razões, da distribuição Norte-Sul dessa floresta e pela existência de consideráveis diferenças geológicas e de altitude nas serranias costeiras cobertas por ela. Igualmente importante foram as grandes transformações que a região sofreu em função das intensas mudanças climáticas em distintos períodos geológicos. Com isso, há maior variação de climas, temperaturas, insolação e solos, o que aumenta a possibilidade de evolução e diversificação de espécies. Associados à Mata Atlântica existe, também, uma série de ecossistemas como os manguezais, as florestas de restinga, o jundu 38 da beira das praias e campos de altitude que mantém com ela uma grande relação de afinidade e complementaridade e que estão igualmente sob forte ameaça de extinção. Essa diversidade, ao mesmo tempo em que representa uma excepcional riqueza de patrimônio genético e paisagístico, torna a mata extremamente frágil. A destruição de parcelas, ainda que pequenas, dessa floresta, pode significar a perda irreversível de inúmeras espécies. Nesse importante conjunto florestal se concentram 185 das 265 espécies de animais ameaçados de extinção no Brasil, ou seja, cerca de 70% do total deles. Das 17 espécies de primatas da floresta atlântica, nove lhe são endêmicas e 10 estão seriamente ameaçadas. Na Mata Atlântica são conhecidas 130 espécies de mamíferos, 51 delas endêmicas; 23 espécies de marsupiais; 57 espécies de roedores; 160 espécies de aves endêmicas; 183 espécies de anfíbios, 92% delas endêmicas; 143 espécies de répteis. O Seminário Mata Atlântica e Biodiversidade veio mostrar o interesse e esforços de alemães e brasileiros para dedicar a este tema a devida atenção, proporcionando uma visão histórica do processo de ocupação e transformação da Mata Atlântica, bem como sua biodiversidade e os problemas ecológicos e de saúde, devido ao acelerado processo de fragmentação que vem acometendo a Mata. O livro resultante do Seminário ainda apresenta relato de ações realizadas em prol da conservação da biodiversidade e da gradativa organização e participação da sociedade civil e de organizações não-governamentais no aprimoramento das políticas públicas. A cada ano o ICBA mostrou-se como uma instituição versátil, capaz de promover eventos em várias áreas do conhecimento. Passando por assuntos como meio-ambiente, turismo, literatura e tecnologia, em 2005 chegou a vez da filosofia. Entre os dias 18 de maio e 30 de julho de 2005, ano em que se completaram 50 anos da morte de Einstein, o ICBA / Salvador promove o Einsteinjahr 50º Aniversário da Morte de Einstein, com a exposição de CD, DVD, vídeos e livros na biblioteca, para que admiradores pudessem refletir sobre o cientista, e também no dia 19 de julho a palestra Einstein e a Filosofia, proferida por Leopoldo Pepe, professor de Física da UFBA. Albert Einstein, o mais célebre cientista do século XX, nasceu na Alemanha, 38 O jundu é uma vegetação típica de dunas ou praias.

67 em uma família judaica. Aos 17 anos renunciou à cidadania alemã, ficando sem pátria por alguns anos. A cidadania suíça lhe foi concedida em Einstein tornou-se famoso mundialmente, um sinônimo de inteligência. Suas descobertas provocaram uma verdadeira revolução do pensamento humano, com interpretações filosóficas das mais diversas tendências. Cursou o ensino superior na Eidgenössische Technische Hochschule, em Zurique, onde mais tarde foi docente. Em novembro de 1915, Einstein fez uma série de conferências e apresentou sua teoria da relatividade geral. No ano seguinte o cientista publicou Fundamento Geral da Teoria da Relatividade. Em 1919, tornou-se conhecido em todo o mundo, depois que sua teoria foi comprovada em experiência realizada durante um eclipse solar. Einstein ganhou o Prêmio Nobel de Física de 1921 e foi indicado para integrar a Organização de Cooperação Intelectual da Liga das Nações. No mesmo ano, publicou Sobre a Teoria da Relatividade Especial e Geral. Ao longo da vida, Einstein visitaria diversos países, incluindo o Brasil, em A intensa atividade intelectual de Einstein resultou na publicação de grande número de trabalhos, entre os quais Por Que a Guerra? (1933), em colaboração com Sigmund Freud; O Mundo como Eu o Vejo (1949); e Meus Últimos Anos (1950). A principal característica de sua obra foi uma síntese do conhecimento sobre o mundo físico, que acabou por levar a uma compreensão mais abrangente e profunda do universo. Outro famoso filósofo que foi destaque no ICBA, em 2007, foi Walter Benjamin, com o colóquio Walter Benjamin: Formas de Percepção Estética na Modernidade, realizado em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Filosofia, da UFBA, que deu origem a um livro que reuniu diversos pesquisadores, em diferentes momentos de suas carreiras. O livro apresenta uma análise das ideias desse pensador, destacando seu modo de compreender os fenômenos sociais, culturais e filosóficos, e de sobre eles se posicionar. Em 15 de julho de 1892, em Berlim, nasce Walter Benedix Schönfleies Benjamin. Sua família é típica da burguesia judaica, abastada como muitas do início do século XX. Na adolescência participa do Movimento da Juventude Livre Alemã, de tendência socialista. Aos 23 anos, em 1915, um ano após o início da Primeira Grande Guerra, conhece Gershom Schölem, um jovem judeu que deixa a matemática para se dedicar à interpretação da cabala. Isso influenciou Benjamin politicamente e o alicerçou mais ainda ao judaísmo. Após estudar Filosofia na Universidade de Freiburg, em Breisgau, doutorou-se pela Universidade de Bern, em 1919, com a tese O conceito de crítica de arte no romantismo alemão. A partir de 1925 assume ser um escritor livre, e essa liberdade tem por preço a pobreza. Traduz Baudelaire, Proust, Saint John de Perse e tenta se aproximar da literatura francesa. Com a ascensão do nazismo ao poder, Benjamin, abalado por dificuldades materiais, vai procurar exílio em Paris. Em 1940, escreve a sua última obra, considerada por alguns como o mais importante texto revolucionário desde Marx, as Teses Sobre o Conceito de História. Ante a invasão alemã da França, Benjamin procura, com um grupo de refugiados, atravessar os Pirineus. Ao GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 67

68 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 68 serem capturados pela polícia espanhola, sob a ameaça de serem entregues a Gestapo, Benjamin prefere suicidar-se com morfina. Entre seus importantes escritos, deixa-nos também A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, tão atual nestes tempo de universo digital. Tal herança filosófica não poderia deixar de resultar em reflexos no ICBA do século XXI. No ano de 2007, o tema central era Arte e Cultura sob a Influência de Novas Mídias e Tecnologias, e dentro desse contexto o ICBA promoveu um ciclo com cinco seminários sobre Cibercultura no século XXI, tendo como curador André Lemos, professor de Comunicação e Cultura Contemporâneas da Faculdade de Comunicação da UFBA e diretor do Centro Internacional de Estudos e Pesquisas em Cibercultura. A Rapadura e o Fusca - Cana, Cultura, Sociedade e Salvador/Hamburgo: Passado e Presente da Globalização são alguns dos projetos multidisciplinares realizados pelo ICBA. O primeiro, desenvolveu-se ao longo do ano de 2008, prosseguindo até meados de 2009, dando origem ao livro de mesmo nome. Contou com a participação de diversos parceiros, como a Secretaria de Cultura do Governo da Bahia, a Fundação Pedro Calmon, a Universidade Federal da Bahia, a Universidade Federal do Recôncavo Baiano, o Instituto Cervantes, o Teatro Castro Alves e a Fundação Cultural do Estado da Bahia. Teve como objetivo principal promover uma discussão ampla e específica sobre aspectos históricos, sociais e econômicos do açúcar. O projeto buscou também fomentar a produção artística nas artes plásticas, no cinema, na dança, na música e no teatro, e a discussão acadêmica, com dois simpósios sobre o tema, provocando ainda mais a reflexão sobre um produto que foi determinante para a história da Bahia e do Brasil, e que se mantém atual em virtude do interesse econômico, especialmente em se tratando da tão comentada produção de biocombustíveis e seus efeitos sócio-ambientais. A mostra Saccharum-BA reuniu obras de 35 artistas de diversas nacionalidades, expostas em três espaços da cidade: Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), Galeria do Instituto Cultural Brasil- -Alemanha (ICBA) e Museu Carlos Costa Pinto (MCCP). Foram exibidos filmes e documentários, dentre eles Menino de Engenho, de Walter Lima, e Cobra Verde, de Werner Herzog, e os documentários O Engenho de Zé Lins, Vida em Cana, entre outros. Na coreografia Engenho, 24 dançarinos do Balé do Teatro Castro Alves buscaram expressar com sua dança a amargura e a doçura do açúcar. A exposição fotográfica A cana no olhar de Pierre Verger apresentou 13 fotografias do etnólogo e fotógrafo francês Pierre Verger, todas realizadas em Vitória de San Antão, em Os Simpósios A Bahia e o Açúcar e Biocombustíveis e Segurança Alimentar trataram do açúcar desde a época do Brasil colonial até a discussão contemporânea das vantagens do biocombustível. Paralelo ao projeto, sem deixar de abordar a cultura alemã, no mês de outubro de 2009, houve a Semana Hermann Hesse, onde aconteceram palestras, projeções de filmes, exposição de livros e leitura de trechos de suas obras, com entrada grátis, com o objetivo de divulgar para o público baiano a obra e

69 a vida de um dos mais importantes escritores alemães do século XX. Além de poeta, Hesse também participou das lutas intelectuais travadas por artistas e pensadores contra o fascismo na Europa. Sua obra já alcançou a tiragem de mais de 120 milhões de exemplares e tem admiradores em todos os continentes. Especialmente a partir da revolução da contracultura nos anos 1960, quando seu romance Sidarta tornou-se leitura obrigatória dos jovens contestadores, Hesse é considerado o mais lido autor alemão. Seus romances O Lobo da Estepe, Demian e O Jogo das Contas de Vidro obtiveram grande êxito literário e foram traduzidos para mais de 60 idiomas. Anteriormente ao projeto sobre Hesse, houve, também, aproximadamente um ano antes, o lançamento do livro Friedrich Nietzsche Humano, Demasiado Humano, v. II, em 26 de novembro de 2008, quando Paulo César de Souza apresentou sua décima tradução das obras do pensador alemão Friedrich Nietzsche, na Biblioteca do ICBA, com entrada grátis, e comentou trechos do livro. Outro projeto multidisciplinar, Salvador-Hamburgo passado e presente da globalização, teve início nos últimos meses de 2009 e se desenvolveu ao longo de 2010, com o objetivo de analisar os processos de globalização sofridos pelas cidades de Salvador e Hamburgo, por meio de leituras cênicas, filmes, simpósio e residência literária. No âmbito da programação do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia, por meio de leituras dramáticas, duas peças teatrais foram apresentadas: Terra de fogo, de Gaston Salvatore, e Uma Parte do Ganso, de Martin Heckmans. O ICBA promove a tradução dessas peças alemães para que o público baiano tenha contato com a temática da cena teatral alemã. Nesse simpósio também analisaram-se os processos de globalização enfrentados pelas cidades de Salvador e Hamburgo através da arquitetura e estrutura urbana das duas cidades. A Residência Literária foi idealizada pelo ICBA e teve o apoio da Secretaria de Cultura, através da Fundação Pedro Calmon. O objetivo dessa residência foi a publicação conjunta de um livro bilíngue, pela Fundação Pedro Calmon, contando a experiência de intercâmbio de dois autores, entre Salvador e Alemanha. O escritor baiano Marcos Ribeiro foi o ganhador do concurso Passado e Presente da Globalização: Residências Literárias nas cidades portuárias de Salvador e Hamburgo, e passou dois meses em Hamburgo. Em entrevista ao Jornal Correio da Bahia, Marcos Ribeiro revelou: A minha expectativa é de observar a vida alemã e comparar, de certa forma, com a baiana. Eu devo registrar isso em uma espécie de diário literário antropológico. Talvez eu tenha que criar um personagem, um alter ego. (JORNAL CORREIO DA BAHIA, 2009, s.p.). Durante o mesmo período, o escritor alemão Thomas Meinecke instalou-se em Salvador. O ICBA ainda promoveu um debate realizado na Biblioteca entre ambos os autores, para que eles trocassem ideias sobre os respectivos deslocamentos e suas experiências nos paises um do outro. Além de promover eventos que valorizem a cultura, o ICBA também se preocupará com o lado social da sociedade baiana, através do projeto de fomento à leitura. Em parceria com a Universidade Federal da Bahia, Universidade Estadual da Bahia, Centro de Referência Integral do Adolescente (CRIA), GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 69

70 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA Fundação Pedro Calmon, Ministério da Cultura, o ICBA realizou, em maio de 2010, um abrangente projeto para debater o papel social da Biblioteca e sua contribuição à leitura em comunidades carentes, intitulado Trabalho social das bibliotecas em comunidades carentes. As atividades tiveram início com um seminário para bibliotecários, agentes comunitários, professores, dirigentes de entidades e gestores públicos. Os temas foram abordados por palestrantes da Alemanha e do Brasil, que discutiram sobre a função social da biblioteca. A maioria dos eventos produzidos pelo ICBA possui caráter social e humanista. Grande maioria das exposições e seminários tem entrada gratuita, para que possa atender à população de todas as classes da sociedade baiana. Com o objetivo principal de trazer a cultura alemã para o Brasil, além de trazer assuntos que resgatem a história da Alemanha e seus principais autores e artistas, o ICBA promove um forte intercâmbio cultural trazendo palestrantes e artistas alemães para mostrarem sua experiência e seus trabalhos e trocarem experiências com seus pares brasileiros. 70

71 7. CONCLUSÃO Um acontecimento vivido é finito, ou pelo menos encerrado na esfera do vivido, ao passo que o acontecimento lembrado é sem limites, porque é apenas uma chave para tudo que veio antes e depois. Walter Benjamin Ao longo desses cinqüenta anos de existência, o ICBA contribuiu de forma muito significativa para despertar na sociedade baiana o interesse pela cultura alemã. A sociedade baiana tem demonstrado interesse em conhecer a cultura alemã ao participar de seminários, exposições, mostras de filmes, peças de teatro, razão da existência da Instituição. As parcerias com diversos órgãos do Governo do Estado e com a Universidade Federal da Bahia, que se fez presente na grande maioria dos eventos realizados, seja disponibilizando professores ou o espaço acadêmico para a realização das conferências, tiveram importância singular nestes 50 anos. O período em que o ICBA ganhou mais destaque na sociedade, sem dúvida, foi na ditadura militar. Algumas personalidades, como o atual secretário de Cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim, os ex-diretores do ICBA durante as décadas de da ditadura militar e depois dela, como Rolland Schaffner e Ulrich Gmünder, realçam o valor que a instituição teve para os artistas e jovens, principalmente no período ditatorial, por ser um local com certa imunidade diplomática. Passado esse período de repressão e censura, nas últimas décadas o Instituto continua promovendo eventos e realizando seus projetos, buscando atingir, atualmente, o lado mais social. Atualmente, o ICBA defende uma política cultural interdisciplinar, voltada para a responsabilidade social. Suas parcerias têm permitido a promoção de eventos com temáticas voltadas principalmente para o desenvolvimento sócio-cultural como: Sustentabilidade: Um Caminho para o Desenvolvimento ; Semana do Cinema Nacional ; Metamorfoses do Cacau ; Salvador / Hamburgo: Presente e Passado da Globalização, entre outros. Essas ações oferecem à sociedade a possibilidade de se relacionar com novos modelos de comportamento, perceber a cultura local e do outro, também através da arte, refletindo sobre as dinâmicas dos processos existentes. O ICBA talvez tenha sido o primeiro local em Salvador a se preocupar com as temáticas de sustentabilidade e responsabilidade social, desenvolvendo projetos através dos seus seminários e mostrando que é possível uma sociedade justa, igualitária e saudável para todos. Os assuntos tratados nos seminários e conferências sempre foram diversificados, com temas que envolvem tanto a Bahia como a Alemanha, mostrando o quanto duas culturas diferentes podem ter tantos assuntos em comum. Esse perfil se mostra, também, mais recentemente, na elaboração de um GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 71

72 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 72 projeto com Centros Comunitários dos Bairros, em fase de discussão, que tem como objetivo criar ambientes culturais em bairros periféricos da cidade, como também divulgar à sociedade baiana a cultura alemã nas mais diversas áreas do conhecimento, seja na filosofia, no teatro, na literatura. As parcerias mantidas com outras entidades baianas, com a UFBA e com a Universidade do Estado da Bahia, possibilitaram um grande aprendizado para seus alunos e um relevante crescimento de ações culturais locais, provocando, assim, a reflexão crítica sobre os contextos vividos pelas gerações que passaram e passam pelo Instituto, chamando especialmente a atenção de todos para suas formas de resistência aos que desejaram, no passado, fazer calar o direito de liberdade intelectual e cultural dos cidadãos. Mesmo quando silenciada pelo Estado ditatorial, a semente da reflexão já estava plantada e disseminada por todos os cantos da cidade, haja vista as primeiras montagens teatrais com moldes do Teatro Opinião, do Rio de Janeiro, e as primeiras ideias de movimento afro iniciados pelo Olodum. Aliás, foi no ICBA que surgiram as primeiras discussões sobre o dia Nacional da Consciência Negra. O ICBA deu oportunidade para que recém-formados apresentassem seus trabalhos no espaço da instituição, mostrando para a cidade os novos talentos da cena artística baiana, seja nas artes plásticas, na música ou no teatro. Tudo isso contribuiu para uma aproximação com a população baiana, já que além de estar cedendo espaço para o estudante recém-concluinte de seu curso superior, mantém também uma preocupação no sentido de realizar seus eventos procurando selecionar profissionais liberais, artistas, intelectuais e estudantes universitários da cidade. Este livro é mais uma dessas ações: pela primeira vez na história do Instituto de Ciência da Informação, incluindo o período em que se chamava Escola de Biblioteconomia e Documentação, estudantes concluintes do curso de biblioteconomia têm a oportunidade de publicar seu Trabalho de Conclusão de Curso através de tão importante instituição alemã, presente e atuante internacionalmente. Com isso, tivemos a oportunidade de desempenhar o papel e a responsabilidade social inerente ao bibliotecário na sociedade, da seguinte forma: preservando a informação (ser responsável pela memória e cultura da produção técnica e científica local e institucional); organizando a informação para uso; acessando e planejando a informação; trabalhando a informação de tal forma que venha a agregar valor; pesquisando e socializando a informação; preocupando-se com o acesso público à informação, como um patrimônio público; criando, pesquisando e consumindo informação. Na pesquisa, nos colocamos as seguintes questões: De que forma eram promovidas as ações culturais do Instituto? Qual o público-alvo? O objetivo era atingido? A chamada imunidade diplomática existia de fato? Qual o papel do ICBA durante o período militar? Quais as ações desenvolvidas pela biblioteca do Centro de Informação do ICBA? Qual a importância do ICBA como disseminador de cultura entre o Brasil e Alemanha nestes 50 anos? Temos o sentimento de ter alcançado as respostas ao longo do trabalho que agora compartilhamos.

73 O Centro de Informação, como é conhecida a biblioteca, faz parte do tripé cultural do Instituto, pois ele está dividido em três setores principais: a Direção de Cursos, a Direção Cultural e a Biblioteca. As ações culturais são planejadas um ano antes de acontecerem, a programação dos eventos é enviada para o Goethe-Institut São Paulo, que entrará em contato com o Goethe-Institut da Alemanha disponibilizando as verbas para que ocorra a programação cultural. O público alvo do Instituto são os interessados pela cultura alemã, além dos estudantes do curso de língua alemã estudantes universitários, professores e pesquisadores que sempre compareceram aos eventos promovidos pelo Instituto. Para o desenvolvimento dos eventos, O ICBA leva em consideração os temas que estão sendo discutidos no momento e a partir daí cria seu planejamento para a biblioteca, de forma a atingir seu público-alvo, sempre procurando, sobretudo, cumprir seu papel social. Esses eventos têm como temática filosofia, literatura, economia e, atualmente, as questões pertinentes à informação e ao papel do bibliotecário. O período da ditadura militar, época em que a censura limitou a criatividade de alguns artistas, o ICBA abriu sua portas para que artistas baianos e estudantes pudessem conhecer, por exemplo, a filosofia alemã então proibida, porém permitida dentro do ICBA, em forma de livros de filósofos alemães traduzidos para o português. A partir das leituras de alguns autores, como Santanna (2011), e personalidades que frequentaram o ICBA naquela época, conclui-se que havia certa liberdade proporcionada pela imunidade diplomática, cujo objetivo principal era manter longe do Instituto qualquer forma de retaliação do Governo. O que podemos observar sobre a questão da imunidade diplomática, é que o Instituto se beneficiou de uma falta de informação sobre essa questão, contribuindo para o desenvolvimento cultural na cidade. Além disso, a criação de oficinas de teatro, dança e música favoreceu a formação de grupos para desenvolvimento dessas atividades como o Interarte e o Intercena. De certa forma, exercitavam os alunos dos cursos de teatro e de dança da UFBA, pois parte desses eventos aconteciam na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, e outra parte no Instituto. Ao longo destes 50 anos o ICBA teve como objetivo disseminar a cultura alemã na Bahia, como, também, valorizar a cultura baiana, abordando temas relevantes para a cidade. Além disso, o ICBA proporciona o encontro entre profissionais de diferentes nacionalidades, ao trazer artistas e pesquisadores baianos para os eventos, para que eles compartilhem com seus pares alemães suas experiências e opiniões sobre um determinado tema. Os eventos realizados, como lançamentos de livros, exposições, não têm custo para os visitantes, agregando público de todas as camadas sociais. Tudo isso faz do ICBA um importante centro disseminador da cultura alemã no Brasil, mostrando que, mesmo possuindo um idioma completamente diferente do nosso fato que poderia até levar ao distanciamento da cultura baiana, essa diferença, no entanto, aproxima as duas culturas, promovendo o compartilhamento do conhecimento. Agora, concluída a pesquisa, uma breve introdução, apenas, a meio sé- GOETHE INSTITUT-SALVADOR-BAHIA/ INSTITUTO CULTURAL BRASIL-ALEMANHA: BREVE INTRODUÇÃO A MEIO SÉCULO E DISSEMINAÇÃO CULTURAL NA BAHIA 73

74 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 74 culo de disseminação cultural na Bahia, nos permitimos abstrair da reflexão acadêmica, científica, e ficamos a nos perguntar: como não desejar vida longa para uma Instituição que só beneficiou a sociedade baiana, mostrando que uma sociedade mais humana e justa é possível, conseguindo agregar culturas e costumes tão diferentes em um único ambiente, que ampliou e produziu liberdade em momentos tão delicados de nossa história? Permitir-nos essas indagações é uma maneira de apresentar o respeito que nós, as Autoras, e todos os cidadãos, artistas, professores, intelectuais e estudantes, dedicamos ao Instituto Cultural Brasil-Alemanha. Hoje, passados 50 anos, percebemos e entendemos a sua adaptação aos contextos sociais da cidade, que continuam nos favorecendo intelectual e culturalmente. O que esperamos do ICBA na comemoração dos seus 50 anos, é justamente que a instituição siga em frente no que sempre se propôs a fazer durante estes anos de residência na cidade do Salvador: promover o intercâmbio cultural entre Brasil e Alemanha, valorizando nossas culturas e construindo nossas relações históricas e culturais. Em setembro deste ano, ainda estaremos vivenciando e compartilhando os resultados da pesquisa. Na data exata do aniversário de fundação do ICBA, no dia 3 de setembro, a Parede Galeria, do Núcleo Interdisciplinar de Extensão (NEXT-ICI-UFBA), exporá a documentação iconográfica reunida ao longo da pesquisa.

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80 CLÁUDIA HERMÍNIA SILVA CRUZ JEANE AGUIAR DE MOURA 80

2011/ Relatório Final

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