AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE MARCADORA DE MICROINFILTRAÇÃO CORONÁRIA DE TRÊS CORANTES

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1 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS FACULDADE DE ODONTOLOGIA AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE MARCADORA DE MICROINFILTRAÇÃO CORONÁRIA DE TRÊS CORANTES Juliana Francisca Grossi Heleno BELO HORIZONTE 2004

2 JULIANA FRANCISCA GROSSI HELENO AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE MARCADORA DE MICROINFILTRAÇÃO CORONÁRIA DE TRÊS CORANTES Dissertação apresentada ao Programa Mestrado da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Clínicas Odontológicas. Área de concentração: Endodontia Orientador: Prof. Dr. Eduardo Nunes Co-orientador: Prof. Dr. Frank Ferreira Silveira PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS FACULDADE DE ODONTOLOGIA BELO HORIZONTE 2004

3 DEDICATÓRIA A saudade é um sentimento forte neste dia, especialmente emocionante e realizador. Apesar de ter a certeza de que, mesmo sem estar fisicamente comigo, participaram intensamente de cada obstáculo, de cada momento, de cada realização. Hoje, a presença de vocês me faz falta e gostaria de poder abraçá-los e dizer muito obrigada, mas apenas pedirei para que continuem olhando por mim onde quer que estejam. É com muito carinho e saudade que dedico este trabalho a vocês, meu pai e minha mãe.

4 AGRADECIMENTOS A DEUS, que se fez presente em todos os momentos da minha vida e me permitiu superar todas as dificuldades e obstáculos. Ao Prof. Dr. Eduardo Nunes, que deixou muito mais que ensinamentos; sua dedicação, presteza e amizade permitiram transmitir, de maneira tão singular, que dons, habilidades e conhecimentos são instrumentos importantes para a construção da sabedoria na ciência. Hoje entendo todas as exigências e cobranças necessárias para que eu chegasse até aqui. Muito obrigada pela paciência e disponibilidade. Ao Coordenador do Programa de Mestrado, Prof. Dr. Roberval de Almeida Cruz, deixo meu imenso carinho e reconhecimento pelo seu incentivo, generosidade, dedicação e por acreditar nos meus sonhos. Ao Prof. Dr. Frank Ferreira Silveira, por sua atenção, dedicação e tranqüilidade, conduzindo com maestria a arte de ensinar com o dom da convivência; fizeste do magistério um ideal. À Profª. Drª. Maria Ilma Sousa Côrtez pelo seu profissionalismo, competência e dedicação. Profissionais como você, que conseguem ver além do que pode ser visto, nos fazem descobrir o quanto ainda somos pequenos e temos a aprender. Obrigada pelos ensinamentos, transmitidos com adorável entusiasmo. À Profª. Drª. Ângela Maria Quintão Lana, pela sua disponibilidade e atenção, ao dedicar seu precioso tempo e conhecimentos para a concretização deste trabalho.

5 Ao Prof. Luís Thadeu de Abreu Poletto, chefe do Departamento de Dentística Restauradora da Faculdade de Odontologia da UFMG, e às secretárias Giovana Martins e Ruth Pereira Marques, pelo carinho, atenção e colaboração gratuitos, imprescindíveis para a realização deste trabalho. À HIDROCEPE, em especial ao Dr. Jorge Barkett e à Rosângela Mariano, que não mediram esforços em auxiliar e colaborar com o desenvolvimento deste trabalho, mostrando-se sempre dispostos e interessados. Ao CETEC (Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais), em especial ao Dr. Mário Lúcio Tallarico, Drª. Margarete Spangler, Elaine dos Reis e Rondinele Luís, pela disponibilidade e contribuição na elaboração deste trabalho. À FUNEC (Fundação de Ensino de Contagem), em especial ao Sr. José Luís Heleno e aos professores, funcionários e alunos que entenderam a importância deste momento na minha vida, encorajando-me a percorrer o caminho com alegria e entusiasmo. Aos meus queridos irmãos Carlos, Danielle e Leandro, por tudo que vocês representam na minha vida. Obrigada pelo apoio, companheirismo e pela tranqüilidade, fazendo com que as coisas se tornassem mais leves e lúdicas. À minha maravilhosa família, em especial à minha avó, à tia Lac e aos tios Fausto e Sávio, que sempre acompanharam meus passos, vibrando com minhas vitórias e estendendo a mão diante das adversidades. Obrigada pelo amor gratuito e por dar um colorido especial à minha vida. Ao Ronei, pelo amor e cumplicidade, sempre presentes. Em todos os momentos, você foi a presença, o respeito à minha maneira de ser, o apoio, o refúgio que tanto necessitei: sua companhia, seu sorriso e suas palavras serão sempre lembrados. Seu estímulo e carinho foram armas importantes para esta vitória.

6 Às minhas amigas Alexânia, Val e Vivi, que tantas vezes perdoaram minha ausência e ao mesmo tempo se doaram para poder compartilhar e compreender este momento. À Sirlei e Andréa, que cuidaram de mim com muito carinho e fizeram parte do meu dia-a-dia durante toda a etapa. Obrigada por entenderem a minha pressa, o mau-humor, as aflições e também por compartilhar as brincadeiras e alegrias. Aos amigos do mestrado, em especial à Ana Flávia, pela amizade, cooperação mútua e agradável convivência durante todo esse período, dividindo sonhos, emoções, pensamentos e dificuldades.

7 Andei... Por caminhos difíceis, eu sei. Mas olhando o chão sob meus pés, vejo a vida correr; E assim, cada passo que der, tentarei fazer o melhor que eu puder. Aprendi... Não tanto quanto quis, mas vi que conhecendo o universo ao meu redor aprendo a me conhecer melhor; E assim, escutarei o tempo que ensinará a tomar a sábia decisão a cada momento. E partirei... Em busca de muitos ideais, mas pode-se dizer que viajarei até a onde for possível. Sei que não se consegue durante uma vida ter tudo que gostaríamos de observar, ou aprender tudo que desejaríamos saber. Hoje é o ponto de chegada. Mas, ao mesmo tempo, ponto de partida. (adaptado)

8 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS LISTA DE QUADROS LISTA DE GRÁFICOS LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS RESUMO 1. INTRODUÇÃO REVISÃO DE LITERATURA Corantes Histórico Azul de Metileno Rodamina B Sulfato de Níquel Selamento Provisório: Coltosol Ciclagem Térmica PROPOSIÇÃO MATERIAL E MÉTODOS Seleção da amostra Preparo dos dentes Instrumentação dos canais radiculares Caracterização dos grupos Impermeabilização dos dentes Preparo dos espécimes Preparo dos corantes e imersão dos espécimes Ciclagem térmica Hemisecção dos espécimes Mensuração linear da penetração dos corantes... 80

9 4.11 Análise estatística RESULTADOS DISCUSSÃO Dos métodos Dos resultados CONCLUSÕES ABSTRACT REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS

10 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Material selador provisório Coltosol Figura 2 Identificação dos frascos de acordo com o grupo, corante empregado e intervalo de tempo Figura 3 Máquina de ciclagem térmica Figura 4 Lupa estereomicroscópica Figura 5 Imagem da infiltração, após imersão em Azul de Metileno 2%, no período de três dias, obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes) Figura 6 Imagem da infiltração, após imersão em Azul de Metileno 2%, no período de sete dias, obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes) Figura 7 Imagem da infiltração, após imersão em Rodamina B 2%, no período de três dias, obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes) Figura 8 Imagem da infiltração, após imersão em Rodamina B 2%, no período de sete dias, obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes) Figura 9 Imagem da infiltração, após imersão em Sulfato de Níquel 5%, no período de três dias, obtida em lupa estereomicroscópica ( 4 vezes) Figura 10 Imagem da infiltração, após imersão em Sulfato de Níquel 5%, no período de sete dias, obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes)... 96

11 Figura 11 Imagem do controle negativo obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes), após imersão em Azul de Metileno 2% Figura 12 Imagem do controle positivo obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes), após imersão em Azul de Metileno 2% Figura 13 Imagem do controle negativo obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes), após imersão em Rodamina B 2% Figura 14 Imagem do controle positivo obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes), após imersão em Rodamina B 2% Figura 15 Imagem do controle negativo infiltração obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes), após imersão em Sulfato de Níquel 5% Figura 16 Imagem do controle positivo infiltração obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes), após imersão em Sulfato de Níquel 5%

12 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Medidas da penetração do corante Azul de Metileno obtidas nos espécimes dos grupos I e II Tabela 2 Medidas da penetração do corante Rodamina B obtidas nos espécimes dos grupos III e IV Tabela 3 Medidas da penetração do corante Sulfato de Níquel obtidas nos espécimes dos grupos V e VI Tabela 4 Distribuição dos dados em relação ao número de grupos, amostras e intervalos de tempo Tabela 5 Interação dos intervalos de tempo (três e sete dias) agrupados em relação às três soluções corantes empregadas Tabela 6 Resultado da Análise de Variância com 2 fatores para os dados referentes às medidas da penetração dos corantes na bolinha de algodão Tabela 7 Valores médios da medida de profundidade de infiltração após a realização do teste T de Student... 90

13 LISTA DE QUADROS Quadro 1 Tipos de corantes empregados para avaliação dos materiais seladores temporários Quadro 2 Reação química do Sulfato de Níquel com Dimetilglioxima Quadro 3 Divisão das amostras em grupos Quadro 4 Formulação da solução corante Azul de Metileno 2% Quadro 5 Formulação da solução corante Rodamina B 2% Quadro 6 Formulação da solução corante Sulfato de Níquel 5% Quadro 7 Formulação da solução de Dimetilglioxima 1%... 76

14 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Comparação das médias da medida de profundidade de Infiltração Gráfico 2 Comparação das médias da medida de profundidade de Infiltração... 92

15 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS Au: Ouro Bi: Bismuto C : Carbono C 4 H 8 N 2 O 2 : Dimetilglioxima C 28 H 31 CIN 2 : Rodamina B C 8 H 14 N 4 NiO 4 : Dimetilglioxima de Níquel C 16 H 18 N 3 SCl : Azul de Metileno Cl: Cloro C.P.C. : Comprimento de Patência do Canal C.T. : Comprimento de Trabalho GG 4 : broca Gates Glidden número 4 H : Hidrogênio Hg: Mercúrio Kg: Quilograma L: Litro Mr: molaridade m 1 : massa do corante na solução M 1: Instrumento de memória número 1 M 2 : Instrumento de memória número 2 MM: Massa Molar Min.: minuto ml : Mililitro mm : Milímetro N: Nitrogênio n : número Ni: Níquel NiSO 4 : Sulfato de Níquel O: Oxigênio P.A.: pró-análise ph: potencial hidrogeniônico ppm: partes por milhão q.s.p.: quantidade suficiente para S: Enxofre S.C.R.: Sistema de Canais Radiculares Sb : Antimônio V: volume % : Por cento ºC : Grau Celsius µm: micrometro µg: micrograma : Angstrom : aproximadamente

16 RESUMO Constata-se na literatura uma carência de estudos entre as diferentes soluções marcadoras para avaliar sua eficácia na verificação da microinfiltração marginal coronária. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise comparativa da capacidade marcadora dos corantes Azul de Metileno 2%, Rodamina B 2% e Sulfato de Níquel 5%, utilizando o cimento Coltosol como material selador temporário. Oitenta e quatro dentes pré-molares unirradiculados extraídos de humanos foram divididos em 6 grupos de 14 espécimes cada, sendo 12 experimentais, um para controle positivo e outro para controle negativo. Após o preparo biomecânico dos canais, os dentes foram impermeabilizados com duas camadas de resina epóxi e uma de esmalte para unhas, exceto em 1mm ao redor do selamento provisório. As amostras foram imersas nas soluções corantes e mantidas em estufa a 37 C por três e sete dias, e submetidas à ciclagem térmica. Neste período, trezentos ciclos (5ºC, 55 C) de 30 segundos cada foram realizados em aparelho específico com programador digital de temperatura, tempo e número de ciclos. Secções longitudinais foram obtidas no sentido vestíbulo-lingual e a penetração dos corantes foi medida através de uma lupa estereomicroscópica (Wild M8). Os resultados estatísticos pela Análise de Variância (ANOVA) mostraram diferenças significativas (p<0,05) entre os grupos e entre os dois intervalos de tempo avaliados. Conclui-se que houve maior infiltração no intervalo de sete dias em todos os grupos e que o corante Rodamina B exibiu as maiores médias de profundidade de infiltração nos dois intervalos de tempo, seguido do Azul de Metileno e do Sulfato de Níquel. PALAVRAS-CHAVE: corantes, microinfiltração, selamento temporário, tratamento endodôntico.

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18 1. INTRODUÇÃO As fases que integram a terapia endodôntica, como preparo coronário, desinfecção, modelagem e obturação tridimensional do Sistema de Canais Radiculares (S.C.R.), formam uma cadeia de passos interdependentes, sendo que o sucesso do tratamento dependerá de sua correta execução, efetivada com apuro esmerado e baseada em princípios biológicos e técnicos. Esses cuidados também devem ser estendidos durante as manobras de restauração do dente tratado endodonticamente, já que, evitando-se a recontaminação, resultados satisfatórios certamente seriam alcançados (CARVALHO et al., 2004). Desta forma, o entendimento de que todas as etapas do tratamento endodôntico estão intimamente relacionadas ainda se constitui como fator primordial para o sucesso (UÇTASH & TINAZ, 2000). Assim, para que ocorra este êxito, propiciando o retorno do elemento dental à sua função fisiológica no aparelho estomatognático, é imprescindível que a cavidade pulpar esteja adequadamente selada. Na maioria das pesquisas, no entanto, a avaliação da hermeticidade do S.C.R. contempla apenas a infiltração por via apical. Tão importante quanto o selamento apical é o selamento coronário (MADISON & WILCOX,1998). Porque sabe-se que, ao longo do tempo, o sucesso do tratamento endodôntico é também resguardado por este selamento, preservando o canal radicular de possíveis contaminações reincidentes. Desta forma, a microinfiltração marginal coronária vem se destacando como uma das mais importantes e preocupantes causas do insucesso endodôntico, por comprometer o selamento dos canais radiculares (TORABINEJAD et al., 1990; SAUNDERS & SAUNDERS, 1994; TAYLOR et al.,1997).

19 Essa microinfiltração, que pode provocar a recontaminação do S.C.R., caracteriza-se pela passagem de fluidos, microorganismos e substâncias tóxicas na interface entre o material de preenchimento e as paredes dentinárias (ALMEIDA, 2002). Hermeticidade: esta é a palavra-chave e busca incessante dos pesquisadores que se dedicam ao estudo do selamento dos canais radiculares. A busca pela hermeticidade impulsiona para o desenvolvimento de novos métodos de avaliação e para a utilização de novos materiais, visando impedir assim a penetração de microrganismos e de seus subprodutos tóxicos e possibilitar este selamento (SOUZA, 2004). Os materiais restauradores provisórios utilizados para selar a cavidade de acesso previnem a recontaminação do S.C.R., mantendo asséptica a cavidade pulpar, além de possibilitarem a ação farmacológica da medicação intracanal (IMURA et al., 1997). Esses materiais devem apresentar alguns requisitos como a ausência de alteração dimensional e alta resistência mecânica. Entretanto, a maioria dos materiais seladores disponíveis no mercado não preenche estas características e permite a microinfiltração (CRUZ FILHO et al., 1996). PÉCORA & ROSELINO (1982) relataram a dificuldade em encontrar um material selador provisório que resista a desequilíbrios mais acentuados, como os que ocorrem na cavidade oral, em função da ingestão de alimentos líquidos ou sólidos com as mais variadas temperaturas. Segundo os autores, a microinfiltração marginal depende basicamente de dois fatores: da interface material/esmalte-dentina e das propriedades físico-químicas dos materiais seladores provisórios. Desta forma, a solubilidade, a desintegração frente a esforços mastigatórios e a instabilidade dimensional (contração e expansão) do material prejudicam a manutenção do

20 selamento coronário, contribuindo para aumentar a passagem de microorganismos, toxinas e substâncias químicas da cavidade bucal para o interior dos túbulos dentinários. As pesquisas que verificam a capacidade seladora de materiais constituem-se em grande parte das investigações científicas em Endodontia. Para identificação da microinfiltração marginal nos materiais seladores provisórios, diversas metodologias têm sido empregadas e, dentre elas, podemos citar: corantes (DIEP et al., 1982; LEAL et al., 1984; BARKHORDAR & STARK, 1990; LEE et al., 1993; GHISI & PACHECO, 2002; SHINOHARA et al., 2004), radioisótopos (HOLLAND et al., 1976; FRIEDMAN et al., 1986), microorganismos (BLANEY et al., 1981; DEVEAUX et al., 1992; KOPPER et al., 2002). Outros métodos de avaliação baseiam-se na determinação do volume da infiltração. Dentre eles, podemos citar o modelo de transporte de fluidos (DERKSON et al., 1986; GALVAN et al., 2002), o método eletroquímico (LIM, 1990; JACQUOT et al., 1996) e a reconstrução tridimensional da raiz (LYROUDIA et al., 2000). Teste por penetração de corantes tem sido o método mais largamente utilizado no estudo da microinfiltração pela facilidade de uso, interpretação e segurança dos resultados (CHOHAYEB & BASSIOUNY, 1985; TAYLOR & LYNCH, 1992; MAYER & EICKHOLZ, 1997). Entre os vários tipos de soluções marcadoras utilizadas na avaliação de materiais seladores, podemos citar o corante Azul de Metileno (TAMSE et al., 1982; BECKHAM et al., 1993; URANGA et al., 1999; TEWARI & TEWARI, 2002; MATTOS et al., 2003), a Fluoresceína (BOBOTIS et al., 1989), a fucsina básica (MAYER & EICKHOLZ, 1997; PAI et al., 1999; TRAVASSOS et al., 2001), o Nitrato de Prata (NOGUEIRA & McDONALD, 1990; BARKHORDAR et al., 1997), a Rodamina B

21 (ESBERARD et al., 1986; FIDEL et al., 2000), o Sulfato de Níquel (PÉCORA & ROSELINO, 1982; ROBINSON, 1996; SILVEIRA, 2003; SHINOHARA et al., 2004) e a Tinta da Índia (CRUZ et al., 2002; ZAIA et al., 2002). Embora muitas sejam as pesquisas para encontrar um material selador próximo das características ideais, essas, na sua grande maioria, utilizam-se de apenas uma substância corante. Pouca atenção tem sido dada na avaliação de soluções marcadoras empregadas para identificar as microinfiltrações,observandose uma carência de trabalhos que estudam a eficiência destas substâncias na verificação da infiltração marginal coronária. Além disso, os resultados pertinentes encontrados na literatura são discrepantes em razão dos vários corantes empregados e dos diferentes tempos de imersão a eles aplicados. A utilização de soluções corantes como marcador de infiltração sobre materiais em teste é um aspecto que tem sido bastante questionado nos últimos anos. Portanto, fica clara a necessidade de uma pesquisa para avaliar níveis de infiltração revelados por diferentes corantes e compará-los, sob as mesmas condições experimentais, analisando sua influência na marcação da infiltração frente a um material utilizado para selamento provisório. Tendo em vista a escassez de estudos comparativos entre soluções corantes, este trabalho avaliou especificamente a capacidade marcadora de microinfiltração coronária do Azul de Metileno 2%, Rodamina B 2% e Sulfato de Níquel 5%, associado ao Dimetilglioxima 1%, em intervalos de três e sete dias, utilizando como material selador provisório o cimento Coltosol.

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23 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Corantes O uso de corantes orgânicos utilizados como marcadores é um dos mais antigos métodos e também o mais comumente utilizado para detectar a microinfiltração em estudos in vitro. Este método permite a produção de secções longitudinais que mostram a penetração do corante tanto nos elementos dentais quanto nas restaurações, sem a necessidade de utilizar reações químicas ou envolver processos radioativos. É um método muito sensível, em que a calibração dos pesquisadores e estandardização da técnica garantem a confiabilidade dos resultados (TAYLOR & LYNCH, 1992) Histórico No final do século XIX iniciaram-se os trabalhos envolvendo a utilização de soluções marcadoras em estudos de microinfiltração. Segundo ALANI & TOH (1997), em 1895 já era utilizado, como corante, um tipo de tinta para tecidos para estudar a contração do amálgama dental. FISH (1933) inseriu o corante Azul de Metileno em cavidades pulpares de dentes extraídos por um período de 24 horas, tendo estes permanecido a uma temperatura de 37 C. Após o seccionamento dos espécimes, o autor evidenciou a penetração do agente marcador, desde a cavidade pulpar até as junções amelocementária e cemento-dentinária. Os trabalhos envolvendo o uso de corantes prosseguiram com GROSSMAN (1939), que comparou os corantes Violeta de

24 Genciana, Fucsina ou Sudan II com o Azul de Metileno, observando que este último apresentou melhores resultados na capacidade marcadora. Os corantes orgânicos empregados até o final da década de 50 apresentavam numerosas desvantagens, sendo a toxicidade o que causava maior preocupação (CHRISTEN & MITCHELL, 1966; GOING, 1972; CRISP & WILSON, 1980). O desenvolvimento das técnicas para avaliar a microinfiltração nos materiais restauradores aumentou com a introdução de corantes fluorescentes. Dentre as muitas vantagens de sua utilização estavam a facilidade de manuseio e de reprodução dos resultados, baixa toxicidade e custo reduzido (CHRISTEN & MITCHELL, 1966; STUEVER Jr. et al., 1971; MEYER et al., 1974). Esses corantes, no entanto, apresentavam também algumas desvantagens, como a menor capacidade marcadora em estudos laboratoriais quando comparados com estudos in vivo. Além disso, os corantes fluorescentes não podiam ser empregados quando se avaliavam materiais à base de óxido de zinco e eugenol, pois estes, apresentando um veículo oleoso, reagiam quimicamente com o corante, saturando-o e impedindo seu uso na análise de microinfiltração. Estas observações foram relatadas no trabalho de CHRISTEN & MITCHELL (1966), que compararam o corante Fluoresceína 2% e Rodamina B 1% em relação à capacidade de infiltração em cavidades confeccionadas nas faces vestibulares de dentes bovinos e restauradas com amálgama, amálgama e verniz, guta-percha ou Óxido de Zinco e eugenol. Após a restauração, os dentes foram imersos nos corantes, onde permaneceram por períodos de 5 minutos e 1 hora, mantidos à temperatura de 37 C. Em 5 minutos, a fluoresceína obteve os mesmos níveis de infiltração alcançados pela Rodamina B em 1 hora. Os menores índices de infiltração foram demonstrados nas cavidades

25 restauradas com Óxido de Zinco e eugenol. Os autores relataram que a inexistência de marcação no Óxido de Zinco e eugenol é resultado de apagamento químico produzido pelo contato dos corantes fluorescentes com o material restaurador. A literatura mostra que aspectos metodológicos de uma pesquisa podem determinar a escolha de um determinado corante, mas que trabalhos semelhantes tendem a empregar o mesmo tipo de solução marcadora. Outrossim, estas substâncias devem apresentar estabilidade de cor durante a realização de todo o experimento, pois determinados corantes podem apresentar afinidades com determinadas substâncias empregadas na pesquisa e reagir entre si, levando a interpretações e resultados falsos (TROWBRIDGE, 1987). A maioria dos corantes freqüentemente usados nas pesquisas de microinfiltração estão sob a forma de solução ou de suspensão, sendo que as partículas podem estar em diferentes tamanhos, que variam de acordo com cada fabricante (TAYLOR & LINCH, 1992). Várias substâncias têm sido empregadas como marcadores para avaliar a microinfiltração, sendo observada, de uma forma geral, uma discrepância em relação às concentrações e também ao tempo de imersão dos espécimes nas mesmas. Registram-se variações nas concentrações de 0.2% (ESBERARD et al., 1986; PAULA et al., 1994; SOUSA et al., 1994) a 50% (BARKHORDAR et al., 1990 e 1997; NOGUEIRA & MCDONALD, 1990), enquanto em relação ao tempo pôde-se observar variações de 15 minutos (BECKHMAN et al., 1993) a até 28 dias (MIRANDA et al., 1994). O QUADRO 1 mostra alguns trabalhos encontrados na literatura pertinente que utilizaram o método de penetração por corante para avaliar a microinfiltração em diversos materiais seladores, o tipo de corante empregado, a concentração utilizada e o tempo de imersão dos espécimes.

26 QUADRO 1: Tipos de corantes empregados para avaliação dos materiais seladores temporários AUTORES CORANTE EMPREGADO CONCENTRAÇÃO DO CORANTE (%) TEMPO DE IMERSÃO Diep et al. (1982) Azul de Metileno 2% 24 horas Pécora & Roselino (1982) Sulfato de Níquel 10% 7 dias Tamse et al. (1982) Azul de Metileno Eosina 1% 0,5% 7 dias Esberard et al. (1986) Rodamina B 0,2% 7 dias Swanson & Madison (1987) Tinta da Índia Não especificado 48 horas Teplitsky & Meimaris (1988) Azul de Metileno 10% 7 dias Bobotis et al. (1989) Fluoresceína 0,2% 7 dias Cruz Filho & Pécora (1990) Sulfato de Níquel 5% 72 horas Barkhordar et al. (1990) Nitrato de Prata 50% 2 horas Nogueira & McDonald (1990) Nitrato de Prata 50% 2 horas Holland et al. (1992) Azul de Metileno 2% 7 dias Beckham et al. (1993) Azul de Metileno 2% 15 minutos Lee et al. (1993) Fucsina Básica Não especificado 7 dias Collesi et al.(1994) Azul de Metileno 25% 7 dias Kazemi et al. (1994) Azul de Metileno 2% 6 dias Miranda et al. (1994) Azul de Metileno 2% 4, 7, 14 e 28 dias Paula et al. (1994) Rodamina B 0,2% 24 horas Sousa et al. (1994) Azul de Metileno 0.2% 24 horas Sousa et al. (1994) Azul de Metileno, Fluoresceína, Violeta Genciana e Rodamina B 2% 2% 2% 1% 24 e 168 horas Pameijer et al. (1995) Fucsina Básica 0,5% 1h25min Andrade et al. (1996) Azul de Metileno 0,5% 24 horas Cruz Filho et al. (1996) Sulfato de Níquel 5% 72 horas

27 Maltos et al. (1996) Azul de Metileno 2% 7 dias Robinson (1996) Sulfato de Níquel 5% 72 horas Barkhordar et al. (1997) Nitrato de Prata 50% 4 horas Mayer & Eickholz (1997) Azul de Metileno Fucsina Básica 1% 1% 1 hora Pinheiro et al. (1997) Azul de Metileno 2% 48 horas Bonetti Filho et al. (1998) Azul de Metileno 2% 24 horas Pai et al. (1999) Fucsina Básica Não especificado 7 dias Uranga et al. (1999) Azul de Metileno 2% 2 horas Bonetti Filho et al. (2000) Azul de Metileno 2% 24 horas Fidel et al. (2000) Rodamina B 0,2% 24 horas Uçtash & Tinaz (2000) Azul de Metileno 2% 24 horas Oliveira (2001) Sulfato de Níquel 5% 72 horas Travassos et al. (2001) Fucsina Básica 0,5% 24 horas Cruz et al. (2002) Azul de Metileno 2% 7 dias Ghisi & Pacheco (2002) Fucsina Básica 0,5% 24 horas Tewari & Tewari (2002) Azul de Metileno 2% 1, 2, 4 ou 7 dias Zaia et al. (2002) Tinta da Índia Não especificado 7 dias Mattos et al. (2003) Azul de Metileno 0,5% 1 hora Ribeiro & Leser (2003) Nitrato de Prata 50% 8 horas Silveira (2003) Sulfato de Níquel 5% 7 e 14 dias Shinohara et al. (2004) Sulfato de Níquel 5% 7 dias Zmener et al. (2004) Azul de Metileno 2% 10 dias

28 2.1.2 Azul de Metileno O Azul de Metileno é um corante ácido orgânico pertencente à classe das Fenotiazinas, de fórmula molecular C 16 H 18 N 3 SCl, sendo o marcador mais empregado nos estudos de microinfiltração. CRIM & GARCIA-GODOY (1987) afirmaram que a utilização do corante Azul de Metileno como marcador se deve à sua alta sensibilidade na indicação de microinfiltrações. MATLOFF et al. (1982) observaram que este corante possui um baixo peso molecular, similar ao tamanho de moléculas nutrientes dos microrganismos, além de ser bastante solúvel em água, marcando facilmente a estrutura dentária, sem sofrer adsorção pela matriz mineral ou por cristais de apatita. Neste estudo, os autores se propuseram a comparar a eficácia de penetração desta substância com outros três isótopos marcadores na microinfiltração apical de canais radiculares obturados, utilizando sessenta e três dentes unirradiculados extraídos de humanos. Os resultados indicaram que todos os espécimes exibiram algum tipo de microinfiltração, seja por corante ou por isótopos, e o corante Azul de Metileno apresentou maior capacidade marcadora frente aos três radioisótopos, além de mostrar maior uniformidade de penetração ao longo do canal radicular. DIEP et al. (1982) empregaram esta solução corante, na concentração de 2%, para avaliar a efetividade seladora do Lumicon, Cavit R e derivados de Óxido de Zinco e eugenol. Cinqüenta e quatro pré-molares superiores recém-extraídos de humanos foram imersos em saliva artificial contendo a solução corante Azul de Metileno a uma temperatura de 37 C, na qual ficaram mantidos por 24 horas. Neste período, foram realizadas três sessões de ciclagens térmicas de 5 C e 60 C, de cinco minutos cada ciclo, durante 30 minutos. A análise macroscópica e

29 microscópica da coloração azul foi realizada e graduada por meio da determinação de escores. Os resultados mostraram que o Lumicon apresentou maior efetividade seladora, seguido do Cavit e, por fim, dos materiais à base de óxido de zinco e eugenol. A justificativa da utilização do corante Azul de Metileno, segundo os autores, se deve aos resultados obtidos por MATLOFF et al. (1982), que concluíram que esta substância registra a microinfiltração de maneira mais intensa quando comparada aos radioisótopos. Outra justificativa apresentada por DIEP et al. (1982) se deve à facilidade de leitura da microinfiltração marginal, quando comparado a outras soluções corantes como a Rodamina B e Fluoresceína. Além disso, segundo os mesmos autores, este corante proporcionou fácil observação para análise de infiltrações, não oferecendo riscos maiores em sua manipulação, sendo utilizada a concentração de 2%, pois esta oferecia melhor visualização. Neste trabalho, ainda, foi observado que a análise macroscópica das infiltrações foi plenamente confirmada pela microscópica, o que não foi constatado quando comparada à Rodamina B e à Fluoresceína, que revelaram infiltração bem mais intensa pela microscopia do que pela visualização macroscópica. KERSTEN & MOORER (1989) constataram, ainda, que o Azul de Metileno apresenta infiltração comparável ao ácido butírico, sendo este um produto metabólico de microorganismos bucais e que apresenta um potencial citotóxico. Neste trabalho, os autores investigaram se a obturação do S.C.R. era capaz de prevenir a infiltração de partículas de bactérias e de macromoléculas de proteínas, além de comparar a penetração do Azul de Metileno com produtos metabólicos bacterianos que possuíam tamanhos compatíveis ao da molécula corante. Os resultados mostraram que a infiltração de pequenas moléculas, como o ácido

30 butírico, não pôde ser evitada, independente do modo de obturação utilizado, e que a infiltração deste produto metabólico foi similar à proporcionada pelo corante. BECKMAN et al. (1993) também empregaram o corante Azul de Metileno, na concentração de 2%, para avaliar a eficácia do cimento de ionômero de vidro, TERM e Barrier Dentin Sealant, como barreiras na microinfiltração coronária em dentes tratados endodonticamente, utilizando setenta dentes unirradiculados extraídos de humanos. Após a realização do preparo biomecânico e obturação dos canais radiculares, 2mm de espessura de cada um dos materiais avaliados foram inseridos na câmara pulpar. Observou-se que todos os grupos mostravam algum grau de infiltração, sendo que os dois últimos materiais exibiram as mais baixas medidas de penetração pelo corante. MALTOS et al. (1996) utilizaram-se das propriedades descritas por MATLOFF et al. (1982) para justificar a utilização desta solução corante na avaliação do selamento apical em canais radiculares obturados pela técnica de Condensação Lateral Clássica, utilizando quarenta e oito dentes molares extraídos de humanos. Após a obturação dos canais e selamento da porção coronária com cimento de Óxido de Zinco e eugenol, as amostras foram impermeabilizadas e colocadas em recipientes contendo a solução de Azul de Metileno 2% em ph = 7.2, sendo levadas à estufa a uma temperatura de 37 C por 7 dias. Os autores observaram infiltração em todos os espécimes e relataram que este corante possui capacidade de penetração muito superior a de alguns isótopos marcadores. Justificativas semelhantes em relação à preferência por este corante também foram relatadas por URANGA et al. que, em 1999, estudaram in vitro a capacidade seladora de alguns materiais restauradores temporários quando comparados aos materiais restauradores permanentes. Os materiais estudados foram: Cavit, Fermit,

31 Tetric e Dyract. Para isso foram utilizados 80 dentes unirradiculados extraídos de humanos que foram preparados e obturados com cimento endodôntico AHPLUS usando a técnica de termocompactação vertical. As amostras foram imersas em solução Azul de Metileno a 2% e submetidas a 100 ciclagens térmicas com temperatura variando entre 0 e 55 C. Os resultados mostraram um elevado grau de microinfiltração dos materiais Cavit e Fermit, além de ocorrer diferença estatisticamente significante no grau de infiltração entre quase todos os materiais, exceto entre o Dyract e o Tetric. Os autores sugeriram, desta forma, que materiais restauradores permanentes seriam mais indicados para prevenir a infiltração marginal do que restaurações provisórias. Neste trabalho, os autores avaliaram a profundidade de penetração do corante sem remover o ar aprisionado no interior dos canais radiculares, realizando, desta forma, a penetração passiva do agente marcador. Observa-se que o corante Azul de Metileno empregado na concentração de 2% é bastante citado em pesquisas para avaliar a microinfiltração de materiais em teste. A preferência por este corante utilizando a concentração descrita também foi citada por KAZEMI et al. (1994) para avaliar a capacidade seladora e a permeabilidade do material selador temporário Tempit e compará-lo com dois outros materiais empregados para este propósito: Cavit e IRM. Foram utilizados 80 dentes molares hígidos extraídos de humanos que, após serem devidamente preparados, foram imersos em solução corante de Azul de Metileno 2%, por um período de seis dias. Em seguida, as amostras foram submetidas à ciclagem térmica e seccionadas, para mensurar a penetração do corante nas margens e no corpo destes materiais. Os autores, com isso, concluíram que o Tempit e o IRM parecem ser menos apropriados enquanto materiais seladores temporários quando comparados ao Cavit

32 e justificam a escolha deste corante - por este ser o mais comumente utilizado para realizar este tipo de avaliação, além de mostrar os melhores resultados na capacidade marcadora de infiltração. MIRANDA et al. (1994) também empregaram o corante Azul de Metileno 2% para avaliar a efetividade seladora de oito materiais provisórios que proporcionassem maior proteção para o curativo de demora, durante a realização de tratamento endodôntico. Selecionaram noventa e seis molares permanentes extraídos de humanos e dividiram-nos em doze grupos de oito espécimes cada. Foram testados os materiais: guta-percha, IRM, Lumicon, Cavit, Cimpat, Coltosol, Petralit e Pulpo San, e avaliados após períodos de 4, 7, 14 e 28 dias. A análise das amostras evidenciou que os melhores resultados foram obtidos com Cimpat, Petralit e Pulpo San, os quais foram seguidos pelo Coltosol, Cavit, IRM, Lumicon e da gutapercha. Os autores ainda observaram que longos períodos de tempo podem desfavorecer o emprego de curativos de demora em terapias pulpares. PINHEIRO et al. (1997) realizaram um estudo comparativo, utilizando a solução de Azul de Metileno a 2% para avaliar a infiltração marginal em alguns materiais seladores provisórios: Cavit, Cimpat, Temporary Filling, Coltosol, cimento de Óxido de Zinco e eugenol, Pulpo San, Fosfato de Zinco, IRM, Vidrion C e Poli. Selecionaram para isso 100 dentes molares recém-extraídos de humanos. Imediatamente após a inserção dos materiais seladores, os dentes foram imersos na solução corante por 48 horas e, durante este período, as amostras foram submetidas à ciclagem térmica. Quatro ciclos diários (60 C, 37 C, 5 C), dois a cada 12 horas, sendo trinta segundos em cada temperatura, foram realizados. Houve penetração na maioria dos espécimes e a ordem crescente de infiltração marginal apresentada foi a seguinte: Temporary Filling e Cavit, Cimpat, Pulpo San, Cimento de Óxido de Zinco

33 e eugenol e Poli, Vidrion C, Coltosol e Fosfato de Zinco e IRM. Neste estudo, ao empregar o método de penetração pelo corante Azul de Metileno, os autores supracitados destacam a importância de submeter materiais seladores à prova de infiltração marginal, mas ressaltaram que nem sempre quando há infiltração pelo corante haverá infiltração por bactérias, pois estas são maiores do que os íons do corante. O corante Azul de Metileno 2% também foi empregado no trabalho de CRUZ et al. (2002), para comparar a efetividade seladora do Fermin, Canseal e Canseal modificado com outros dois materiais restauradores temporários: o Cavit e o Caviton. Foram utilizados 160 dentes molares extraídos de humanos e divididos em 5 grupos de 32 dentes cada. Após o selamento das cavidades de acesso, as amostras permaneceram em solução salina por duas horas a uma temperatura de 37 C, sendo posteriormente imersas na solução corante por sete dias. Neste período, os espécimes foram submetidos à ciclagem térmica e ciclagem com carga. O material Fermit exibiu os melhores resultados, seguido do Caviton e Cavit. Além disso, os autores afirmaram que a eficácia do selamento coronário foi substancialmente mais prejudicada pela realização de ciclagem térmica do que pela ciclagem por carga. Concentrações do corante Azul de Metileno inferiores a 2% também são encontradas na literatura para avaliar a microinfiltração marginal coronária. O marcador Azul de Metileno a 0.2% foi utilizado por SOUSA et al. (1994) em um estudo comparativo in vitro de seis materiais seladores temporários: Cimpat B, Cimpat R, Coltosol, Restemp, JMG e Zoecim. Os espécimes ficaram imersos em saliva artificial contendo 0,2% de solução marcadora a 37 C por 24 horas. Neste período, três sessões de ciclagens térmicas de 5 C e 60 C, de cinco minutos cada, durante trinta minutos, foram realizadas. O material selador Zoecim exibiu os

34 menores índices de infiltração em comparação com os cimentos avaliados. A preferência pelo corante utilizado neste trabalho, segundo as autores, se deveu à viabilidade técnica, facilidade de leitura e manipulação. A capacidade de selamento marginal do material selador provisório Clip foi avaliada por ANDRADE et al. (1996) e comparada com a do Cimpat B e com a do Cimento de Óxido de Zinco e eugenol, utilizando 36 dentes pré-molares superiores, hígidos e recém-extraídos de humanos. Após a inserção das restaurações provisórias, os espécimes foram imersos na solução corante de Azul de Metileno 0,5%, diluído em saliva artificial, onde permaneceram por 24 horas a 37 C, sendo que, neste período, as amostras foram submetidas a duas ciclagens térmicas (5 C e 60 C). Após estabelecidos escores de acordo com o nível de infiltração observado, evidenciou-se estatisticamente a superioridade do Clip em relação aos outros cimentos testados. Os autores justificam que o emprego deste corante como indicador da microinfiltração coronária, por ser um método seguro e por proporcionar um excelente contraste, facilitando assim a observação da extensão da penetração do agente marcador. Outros autores, como MAYER & EICKHOLZ (1997), empregaram o corante Azul de Metileno 1% associado com outra solução corante nos mesmos espécimes para verificar in vitro o selamento marginal do Cavit, cimento de Óxido de Zinco e eugenol, IRM e TERM após termociclagem e aplicação de cargas. Foram utilizados 44 dentes molares extraídos de humanos, divididos em quatro grupos de onze espécimes cada. Após a permanência de sete dias em água deionizada, as amostras foram termocicladas, realizando um total de 500 ciclos de 60 segundos cada, na temperatura de 5 C e 60 C, sendo posteriormente imersas na solução de Azul de Metileno 1% com um ph = 3.7, por uma hora. Em seguida, avaliou-se a

35 resistência dos materiais aplicando-se, por 200 vezes, cargas de 40 newtons. Após este procedimento, os espécimes foram novamente imersos em solução corante, porém agora em Fucsina 1% com ph = 3.8. A verificação da profundidade de penetração linear do corante foi avaliada em microscopia eletrônica de varredura, após seccionamento longitudinal das amostras. Resultados mostraram que o Cavit exibiu os menores índices de penetração pelo corante e de fratura marginal; Kalsogen e IRM apresentaram os piores resultados e alta porcentagem de fratura marginal. Segundo os autores, a utilização de duas soluções corantes empregadas neste trabalho para avaliar a profundidade de penetração foi prejudicada pela dificuldade na diferenciação dos corantes. Além disso, os autores afirmaram que o método de penetração do corante na avaliação da microinfiltração é o mais utilizado pela facilidade da técnica, mas apresenta limitações uma vez que apenas uma secção longitudinal pode ser analisada. O corante Azul de Metileno também pode ser encontrado em trabalhos que analisam a microinfiltração em materiais seladores temporários em concentrações maiores que 2%. UÇTASH & TINAZ (2000) utilizaram 100 dentes hígidos extraídos de humanos, sendo 50 incisivos e 50 molares, para avaliar o selamento marginal de cinco materiais restauradores provisórios (Coltosol, Algenol, IRM, Fermit ou Fermit- N). Após a permanência em água deionizada por 48 horas, as amostras foram impermeabilizadas com duas camadas de esmalte para unhas e, em seguida, imersas em solução de Azul de Metileno 5% por 24 horas. A avaliação da penetração do corante foi realizada utilizando uma lupa estereomicroscópica com 2X de aumento e os resultados mostraram que os menores índices de infiltração ocorreram no Coltosol, em relação aos outros materiais avaliados, sendo que estes

36 não mostraram diferenças estatísticas. Estes autores justificam a escolha deste corante em decorrência da facilidade na sua manipulação. A capacidade seladora dos materiais Cavit e TERM foi avaliada por TEPLITSKY & MEIMARIS (1988), empregando-se a solução de Azul de Metileno 10% por um período de sete dias em 48 dentes permanentes recém-extraídos de humanos. Metade das amostras foi submetida à ciclagem térmica, por uma hora, com temperaturas de 4 C e 60 C, num total de 56 ciclos. Após o seccionamento das amostras e avaliação da penetração do corante por meio de uma lupa estereomicroscópica, com aumento de oito vezes, os autores concluíram que o Cavit apresentou maior efetividade no selamento comparado ao TERM. A concentração de 25% do corante Azul de Metileno foi empregada por COLLESI et al. (1994), que se propuseram a verificar a eficácia de dois materiais seladores temporários, Temp-Bond e Provy, associados ou não com a guta-percha, em 80 dentes molares superiores extraídos de humanos, divididos em quatro grupos. Após preparo biomecânico, as amostras foram impermeabilizadas com duas camadas de resina epóxi e duas de esmalte para unhas, e imersas na solução corante por sete dias, a uma temperatura de 37 C. Não observaram diferenças estatísticas entre os dois materiais quando avaliados isoladamente, porém o selamento duplo - associação destes cimentos com a guta-percha - mostrou ser mais efetivo. Segundo os autores, a preferência por este marcador se deve à facilidade de aplicação e pelo fato deste proporcionar resultados bastante efetivos, demarcando perfeitamente a área por onde penetrou. Outros métodos de avaliação dos materiais seladores também têm sido observados nos trabalhos de pesquisa associados com o uso do corante Azul de Metileno e, entre eles, está o emprego do vácuo. Estes estudos iniciaram-se com

37 GOLDMAN et al. (1989), que resolveram eliminar a variável de bolsões de ar, antes da imersão dos dentes no corante, utilizando uma metodologia que removia todo o ar por meio de uma bomba de sucção. Suas conclusões provaram que o corante não penetrava em toda a extensão quando havia ar nas falhas ou fendas do selamento. Seguindo esta metodologia, SPANGBERG et al., no final do mesmo ano, chegaram à conclusão semelhante ao afirmar que a profundidade de penetração do corante pode sofrer variações caso o ar não seja totalmente eliminado do interior do canal radicular. Alguns trabalhos empregaram o vácuo associado ao corante Azul de Metileno 2% para verificar microinfiltração de materiais seladores provisórios. BONETTI FILHO et al. (1998) realizaram uma análise comparativa da capacidade seladora de cinco cimentos provisórios (Lumicom, Pulpo San, IRM, Coltosol e Zoecim) através da infiltração do corante Azul de Metileno a 2%, com ou sem emprego de vácuo, utilizando 100 dentes pré-molares humanos extraídos. As amostras permaneceram imersas no corante por 24 horas, em ambas as condições, para análise das infiltrações. Observou-se que a penetrabilidade do corante foi mais efetiva no ambiente à vácuo e o Lumicon exibiu melhor capacidade seladora, nos dois ambientes, seguindo-se do Coltosol, Pulpo San, IRM e Zoecim. HOLLAND et al. (1992) empregaram concentração de 2% do Azul de Metileno associando-se ou não o vácuo antes de mergulhar os espécimes na solução corante, para avaliar a propriedade seladora de alguns materiais restauradores temporários: Óxido de Zinco e eugenol, guta-percha, guta-percha com Óxido de Zinco e eugenol, Zoecim, Lumicon e Cimpat Rosa, em 120 dentes unirradiculados humanos extraídos. Os resultados demonstraram que o emprego do vácuo melhora a avaliação de penetração do corante Azul de Metileno através do espaço existente

38 entre o material selador e as paredes do canal, sendo que o Lumicon e o Cimpat apresentaram maior eficiência no selamento. MATTOS et al. (2003) avaliaram a infiltração coronária de três materiais seladores temporários (Tempit, Bioplic e Citodur) em 30 pré-molares unirradiculados extraídos de humanos, subdivididos em três grupos, para receber os materiais avaliados. Realizou-se a ciclagem térmica e, em seguida, os grupos foram imersos no corante Azul de Metileno 0.5% e submetidos a vácuo por uma hora. Após seccionamento dos espécimes e mensuração linear da penetração do corante, o material selador Tempit apresentou os melhores resultados, seguido do Citodur e Bioplic. Os autores optaram por esse método no intuito de diminuir o tempo de exposição do corante em contato com os espécimes e também para aumentar a possibilidade de infiltração, pela eliminação dos bolsões de ar. Observa-se ainda a presença do corante Azul de Metileno na maioria dos estudos comparativos envolvendo diferentes soluções marcadoras. TAMSE et al. (1982) utilizaram o Azul de Metileno, na concentração de 1%, e o comparam com outro corante, a eosina 0,5%, na avaliação da microinfiltração dos seguintes materais seladores temporários: Cavidentin, IRM, Kalzinol, Cavit e Cavit G. Cem dentes molares hígidos extraídos de humanos foram divididos em cinco grupos. As amostras permaneceram em solução salina por três dias a 37 C e os dentes foram então imersos nas soluções corantes por sete dias. Os resultados encontrados mostraram que o Azul de Metileno exibiu uma capacidade de penetração significativamente superior à da eosina, sendo que o Cavidentin e Cavit G apresentaram os melhores resultados, não havendo diferença estatística entre eles. A microinfiltração pelos corantes Azul de Metileno 2%, Fluoresceína 2%, Violeta Genciana 2% e Rodamina B 1% foi avaliada por SOUSA et al. (1994) em

39 obturações de canais radiculares em função do tempo de imersão e de cimentos obturadores empregados. Cento e sessenta dentes unirradiculados extraídos de humanos foram instrumentados e divididos aleatoriamente em dois grupos. Após obturação com Óxido de Zinco e eugenol ou Sealapex, a câmara pulpar foi preenchida com Lumicon e a superfície coronária foi impermeabilizada com várias camadas de cera derretida. Em seguida, as amostras foram imersas nas soluções corantes, onde permaneceram por 24 horas ou 168 horas, a uma temperatura de 37 C. Os grupos marcados com Azul de Metileno ou Violeta Genciana foram analisados em microscopia óptica por luz refletida, com ocular micromética, e os grupos marcados com Rodamina B ou Fluoresceína, em microscopia de fluorescência por luz incidente. A Rodamina B mostrou os maiores índices de infiltração e foi seguida pela Fluoresceína, Azul de Metileno e Violeta Genciana. No tempo de 168 horas, a Fluoresceína apresentou consideráveis índices de infiltração, sendo seguida pela Rodamina B, Azul de Metileno e Violeta Genciana. Em relação aos cimentos, independente do tempo de imersão, o Óxido de Zinco e eugenol exibiu os maiores índices de infiltração marginal. Os autores verificaram, ainda, que o Azul de Metileno e a Violeta Genciana apresentaram níveis de infiltração mais modestos e estáveis, mas o Azul de Metileno se apresentou com maior constância de estabilidade em relação aos demais corantes, talvez pela sua neutralidade hidrogeniônica. Já a Fluoresceína mostrou-se bastante inconstante e irregular, o que, segundo os autores, se deve à falta de nitidez nos momentos de medida e aferição, assim como às características alcalinas da solução. A Rodamina B mostrou-se bastante instável quer em 24 ou em 168 horas. Além disso, os resultados mostraram que para um tempo de 24 horas houve influência do corante escolhido sobre os níveis de infiltração.

40 2.1.3 Rodamina B A Rodamina B é um corante orgânico constituído por um pó violetaavermelhado, sendo classificado como um pigmento xantênico, apresentando fórmula C 28 H 31 ClN 2 O 3 e peso molecular igual a 479 (HAWLEY, 1987). Em solução de etanol forma dímeros a baixas concentrações, além de mostrar uma alta sensibilidade a este solvente devido ao seu número de formas moleculares, dissociando-se em duas formas iônicas, isto é, a ziteriônica e catiônica (VOGEL,1981). A Rodamina B é um corante básico intenso, solúvel em água à temperatura ambiente, solúvel em álcoois e em solventes orgânicos comuns, além de ser altamente estável. Apresenta coloração rósea, sendo que ao reagir com cloretos de Sb, Hg, Au e Bi torna-se roxa. Quando esta substância encontra-se diluída, é capaz de produzir fluorescência (OHLWEILER, 1974; VOGEL, 1981). Devido à essa propriedade, a Rodamina B tem sido uma substância utilizada como marcador em estudos que avaliam a microinfiltração marginal. Em face disto, ESBERARD et al. (1986) testaram a capacidade seladora de dez materiais provisórios frente à penetração da Rodamina B 0,2%. Os produtos comerciais testados foram: Óxido de Zinco e eugenol, Fosfato de Zinco, guta-percha, Lumicon, Pulpo San, Cavit R, Cavit W, IRM, Coltosol e Cimpat Rose. Após a padronização da abertura coronária em 200 dentes pré-molares íntegros recém-extraídos de humanos, os espécimes foram divididos em dez grupos de 20 elementos cada. O selamento das cavidades foi realizado com os materiais citados e, em seguida, os espécimes foram imersos em frascos devidamente identificados contendo a solução corante, nos quais permaneceram em estufa a 37 C por sete dias. Decorrido este período, os dentes

41 foram lavados em água corrente por 24 horas, seccionados longitudinalmente com disco diamantado e as secções analisadas por meio de uma lupa biocular com aumento 40X. Os resultados, estabelecidos por meio de escores, mostraram, em ordem crescente de microinfiltração marginal: Lumicon, Óxido de Zinco e eugenol, Cimpat Rose, Coltosol, Pulpo San, Cavit R, Cavit W, Fosfato de Zinco, IRM e, por último, guta-percha. A preferência pelo corante Rodamina B, segundo os autores, se deve à facilidade da leitura dos resultados da pesquisa, após a lavagem e corte longitudinal, que propiciaram áreas rosadas bem definidas. Estas observações fizeram com que SHIMABUKO (1997) elegesse como corante a Rodamina B em um estudo in vitro para avaliar o selamento marginal obtido quando do uso de associações de materiais no tratamento de perfurações de furca em molares humanos. HAMAOKA & MOURA (1996), avaliando in vitro a permeabilidade dentinária radicular e tendo como fonte de variação três diferentes tipos de corantes, observaram que esse corante apresentou os maiores índices de penetração intradentinária e possibilitou uma adequada visualização quando confrontado com o Azul de Metileno e Tinta da Índia. A fluorescência produzida - aliada à excelente capacidade marcadora - também conduziu PAULA et al. (1994) a utilizarem a Rodamina B na concentração de 0.2% para testar a eficácia de quatro materiais seladores: Coltosol, Cimpat, Pulpo San e Cavit B. O trabalho experimental foi realizado em 20 dentes caninos superiores, recém-extraídos de humanos e divididos em quatro grupos de cinco espécimes cada. Após acesso coronário e instrumentação padronizados, as amostras foram impermeabilizadas com uma camada de resina epóxi e uma de esmalte para unhas, respeitando os 3mm do ângulo cavo-superficial. Em seguida, as cavidades foram preenchidas com os materiais a serem avaliados e as amostras

42 foram imersas na solução corante por 24 horas, na qual procedeu-se à ciclagem térmica durante este período, em temperaturas que variaram entre 6 C, 37 C e 45 C. Após análise das secções longitudinais com lupa de aumento 4X, observou-se que todos os cimentos estudados permitiram algum grau de penetração do corante, sendo que o Pulpo San exibiu os menores índices, seguido do Coltosol, Cavit B e Cimpat. Seguindo uma metodologia semelhante, FIDEL et al. (2000) se propuseram a avaliar a efetividade seladora de nove materiais seladores provisórios: Pulpo San, Po-li, Coltosol, Cimento de Zinco, Cimpat, Lee Smith, Cavit B, Ci-Riv e Vidrion R. Os pesquisadores utilizaram 90 dentes pré-molares unirradiculados recém extraídos de humanos que, após a impermeabilização com duas camadas de cianoacrilato e inserção dos materiais testados nas cavidades previamente preparadas, foram imersos na solução de Rodamina 0.2% por 24 horas. Neste período, as amostras foram submetidas à ciclagem térmica, nas temperaturas de 37 C e 45 C. As secções longitudinais foram observadas em lupa de aumento 10X e avaliadas por meio da determinação de escores preestabelecidos que mostraram os melhores resultados para o grupo Pulpo San e Cavit B, seguido do grupo Po-li, Coltosol, Cimpat e Ci-Riv que apresentaram resultados intermadiários, sendo que os maiores índices de infiltração ocorreram nos grupos Cimento de Zinco, Lee Smith e Vidrion R.

43 2.1.4 Sulfato de Níquel O Sulfato de Níquel, composto inorgânico de fórmula molecular NiSO 4, é obtido por dissolução do metal, do Óxido ou do Carbonato de Níquel em solução de ácido sulfúrico diluído (OHLWEILER, 1974). O metal Níquel, em soluções minimamente alcalinas com amônia ou em soluções ácidas tamponadas com acetato de sódio, forma um reagente precipitado vermelho, pouco solúvel em água, chamado Dimetilglioxima de Níquel (VOGEL, 1981). O método para evidenciar a quelação de íons metálicos Níquel por meio de uma reação química foi preconizado por FEIGL (1958). O Níquel é revelado por meio de uma solução alcoólica de Dimetilglioxima. A reação do Níquel com Dimetilglioxima produz a formação do complexo Ni-dimetilglioxima, que apresenta cor vermelha. O limite de identificação é de 0,16 µg de Níquel (FEIGL, 1958). Com intuito de trabalhar com moléculas tão pequenas como as dos radioisótopos, mas sem nenhum perigo, ROSELINO e MINELLI (1969) adaptaram a reação de FEIGL (1958) para detectar íons Níquel em um estudo de microinfiltração marginal. Assim, efetuaram uma pesquisa em dentes de coelhos e ratos, utilizando este método histoquímico, idealizado por eles, capaz de detectar, localizar e identificar a presença do ácido fosfórico na dentina. Para isso, prepararam cavidades classe V em dentes desses animais, restaurando-as com cimento de silicato, a cujo líqüido adicionavam Sulfato de Níquel numa proporção tal que não interferisse no processo de presa do cimento. Após 24 horas, os dentes eram removidos e seccionados longitudinalmente no sentido vestíbulo-lingual e desgastados com lixas,

44 até que as secções atingissem cerca de 50µm de espessura. Essas secções histológicas eram lavadas em água corrente durante seis horas para remover dos cortes os resíduos abrasivos da lixa, e então eram submetidas à ação de uma solução alcoólica de Dimetilglioxima. A presença de ácido fosfórico era denunciada por meio do aditivo de Sulfato de Níquel presente no líquido do cimento infiltrado na dentina, pela formação do complexo Ni-dimetilglioxima, de intensa coloração vermelha. Nos controles, selados com cimento de Óxido de Zinco e eugenol, as reações foram todas negativas. PÉCORA & ROSELINO (1982) utilizaram-se do método químico adaptado por ROSELINO e MINELLI (1969) para avaliar a estabilidade dimensional de materiais seladores temporários. Este método envolve a infiltração dos íons níquel através da interface das paredes da cavidade de acesso em direção ao canal radicular. O contato dos íons Níquel com a solução reveladora (Dimetilglioxima) impregnada na bolinha de algodão e cone de papel conduz à formação de uma substância de coloração vermelha, o complexo Dimetilglioxima de Níquel (C 8 H 14 N 4 NiO 4 ). A presença desta substância no interior do canal radicular permite detectar a ocorrência de microinfiltração, conforme segue abaixo : QUADRO 2: Reação do Níquel com Dimetilglioxima Sulfato de Níquel 5% + Dimetilglioxima 1% Dimetilglioxima de Níquel (verde) (incolor) (vermelho) PÉCORA & ROSELINO (1982)empregaram o método descrito para avaliar a capacidade seladora de três materiais provisórios: guta-percha, cimento de Óxido de

45 Zinco e eugenol e Cavit W. Foram selecionados 30 dentes caninos superiores recém-extraídos de humanos, que tiveram as cavidades de acesso padronizadas e os condutos radiculares instrumentados até permitirem a colocação de cone de papel absorvente n 50. A superfície externa das amostras foi impermeabilizada com Araldite e os cones de papel tratados com solução alcoólica de Dimetilglioxima de Níquel 1%. Foram divididos dois grupos, A e B, sendo que cada grupo era composto de 15 dentes, correspondentes a cinco repetições para cada um dos materiais testados. Após o selamento das cavidades, as amostras foram imersas em solução de Sulfato de Níquel 10% e submetidas à termociclagem por sete dias (37 C, 45 C, 10 C e 37 C), exceto as amostras do grupo B, que não receberam ciclagem térmica e permaneceram a uma temperatura de 37 C. Os resultados dos grupos A e B foram semelhantes e mostraram que a guta-percha apresentou a maior alteração dimensional e o Cavit W a menor, em função do tempo e da temperatura. A análise quantitativa da infiltração, em função da menor ou maior profundidade em que ocorria a coloração avermelhada, foi possível porque a coloração vermelha pôde se formar em níveis variáveis, ao longo do cone de papel absorvente. Seguindo uma metodologia semelhante, CRUZ FILHO & PÉCORA (1990) estudaram in vitro a instabilidade dimensional de quatro tipos de materiais seladores à base de Óxido de Zinco e eugenol e o Cavit W, utilizando o método de reação química entre a solução indicadora de Sulfato de Níquel 5% e a solução reveladora de Dimetilglioxima 1%. Cento e quatro dentes extraídos de humanos foram utilizados e tiveram toda a superfície externa impermeabilizada com duas camadas de Cianoacrilato até uma distância de 2mm da margem da cavidade preparada. Cones de papel absorventes foram impregnados com Dimetilglioxima e deixados secar sobre uma placa de Petri em estufa a uma temperatura de 37 C. Os dentes foram

46 divididos em dois grupos, A e B, sendo que apenas o grupo A recebeu selamento duplo, colocando-se uma camada de 1mm de espessura de guta-percha sob os materiais testados. As amostras foram imersas na solução de Sulfato de Níquel 5% à temperatura de 37 C e submetidas à ciclagem térmica de 5 C e 60 C, com cinco minutos em cada ciclo, durante 30 minutos. Nenhum dos materiais seladores provisórios avaliados, quer com selamento duplo ou não, impediu a infiltração marginal. O emprego deste método químico utilizado no trabalho se deve, segundo CRUZ FILHO & PÉCORA (1990), à alta sensibilidade de identificação dos íons Níquel pela solução de Dimetilglioxima, que está próximo a 0,16 µg, pois o tamanho do íon é muito menor do que o da molécula corante. Além disso, o método apresenta maior segurança quando comparado aos radioisótopos e confere maior facilidade de execução e leitura, já que o contato entre o indicador (Níquel) e o revelador (Dimetilglioxima) evidenciará a cor vermelha, característica da formação do Dimetilglioxima de Níquel. Por apresentar as propriedades citadas, CRUZ FILHO et al. (1996) também se propuseram a utilizar a solução de Sulfato de Níquel 5% em associação com a solução alcoólica de Dimetilglioxima 1% para avaliar a estabilidade dimensional de alguns seladores provisórios (Cavit, Cimpat, Coltosol, Lumicon, Cavitec e Sermit com ou sem verniz). Selecionaram 70 dentes caninos superiores recém-extraídos de humanos e, após a cirurgia de acesso, as amostras foram impermeabilizadas com Cianoacrilato em toda sua extensão até 1mm do ângulo cavo-superficial na porção coronária. Os cones de papel absorventes foram devidamente preparados com o Dimetilglioxima e colocados no interior do canal radicular e, em seguida, realizou-se o selamento duplo das cavidades com os materiais testados. Após esta fase, os dentes foram imersos em solução de Sulfato de Níquel 5% por 72 horas e, neste

47 período, foram submetidos a ciclagens térmicas de 5 C e 55 C, de oito em oito horas, com cinco minutos em cada ciclo, durante 30 minutos. Nenhum dos materiais seladores temporários foi capaz de impedir a infiltração marginal no tempo de 72 horas e com ciclagem térmica, não havendo diferença estatística entre os materiais analisados. ROBINSON (1996) avaliou in vitro a microinfiltração marginal coronária de quatro materiais seladores provisórios (Cavit-W, Kalzinol, TERM e IRM em cápsulas), usando o método proposto por PÉCORA & ROSELINO (1982). Para isto, foram utilizados 40 caninos recém-extraídos de humanos, que tiveram as cavidades de acesso padronizadas e foram devidamente instrumentados. A superfície externa foi impermeabilizada com Cianoacrilato, exceto nos 2,5mm ao redor do selamento provisório. Os espécimes foram expostos à solução de Sulfato de Níquel a 5% por 72 horas e, neste período, submetidos a três ciclagens térmicas de cinco minutos cada (37 C, 7 C, 60 C). Detectou-se a microinfiltração da solução corante no interior do canal radicular por meio da determinação de escores. Houve diferença estatisticamente significante entre os materiais Cavit-W e Kalzinol e entre Cavit-W e IRM. Entre os materiais Kalzinol, TERM e IRM não houve diferença significante. Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que nenhum dos materiais seladores provisórios foram eficazes em impedir a infiltração na interface material/dentina. O método de identificação dos íons Níquel também foi utilizado por OLIVEIRA (2001), que avaliou in vitro a microinfiltração marginal de sete materiais seladores provisórios, entre eles: Dentalvile, Cavit, Citodur, Coltosol, Cimpat e guta-percha + Super Bonder em 82 dentes caninos unirradiculados de humanos, imersos em solução de Sulfato de Níquel 5% e utilizando cones de papel absorvente

48 impregnados com solução de Dimetilglioxima 1%, colocados no interior de cada canal radicular. As amostras foram submetidas à ciclagem térmica (5 C, 37 C, 55 C) por 72 horas. A análise macroscópica revelou que todos os cimentos testados permitiram a microinfiltração marginal, sendo que o Cimpat e Coltosol mostraram os melhores resultados. Observou-se ainda que a microinfiltração só foi possível de ser visualizada pela coloração vermelha revelada pela formação do complexo Nidimetilglioxima, tanto nas bolinhas de algodão quanto nos cones de papel. Estas observações também foram relatadas por SILVEIRA (2003), que utilizou a solução de Sulfato de Níquel 5% para avaliar a infiltração marginal in vitro em três materiais seladores (IRM, Coltosol e Bioplic), utilizando 72 pré-molares unirradiculados extraídos de humanos. Após acesso coronário padronizado, os canais foram instrumentados, sendo colocado no interior de cada canal radicular um cone de papel absorvente com solução alcoólica de Dimetilglioxima 1% e bolinha de algodão - contento a mesma substância - na câmara pulpar dos espécimes. Em seguida, as amostras foram imersas na solução corante por períodos de 3 e 14 dias e foram realizadas, neste período, as ciclagens térmicas (5 C, 37 C e 60 C). Os resultados observados através da coloração vermelha na bolinha de algodão indicaram que, nos dois intervalos de tempo, o IRM exibiu os piores resultados, não havendo diferenças estatisticamente significante entre o Coltosol e o Bioplic. SHINOHARA et al. (2004) também se propuseram a utilizar a solução de Sulfato de Níquel 5% para avaliar in vitro a microinfiltração coronária de quatro materiais seladores temporários: Dentalville, IRM, Bioplic e Vitremer. Foram utilizados 42 dentes molares extraídos de humanos, que foram divididos em seis grupos de sete dentes cada. No interior de cada câmara pulpar foram colocadas três bolinhas de algodão impregnadas com a solução alcoólica de Dimetilglioxima 1%,

49 deixando um espaço de 2,5mm para a colocação dos materiais seladores testados. Após a impermeabilização com duas camadas de Super Bonder, as amostras foram imersas na solução corante por sete dias e submetidas a três banhos térmicos de 5 C e 55 C, de cinco minutos cada, totalizando 30 minutos no total. As amostras foram seccionadas e a leitura da microinfiltração marginal foi determinada por meio de escores, mostrando melhores resultados para o material selador Bioplic e maior valor de microinfiltração para o IRM. 2.2 Selamento Provisório: Coltosol Para alcançar um menor grau de microinfiltração marginal, os pesquisadores vêm, ao longo do tempo, testando novas composições de materiais restauradores provisórios e seus diferentes métodos de utilização. Sabe-se hoje que estes materiais devem funcionar como isolante entre o meio bucal e a cavidade pulpar, representando importância fundamental na manutenção da cadeia asséptica entre sessões, além de impedir a comunicação entre a medicação intracanal e a cavidade oral (TOOD & HARRISON, 1979). Nos trabalhos de pesquisa que objetivavam encontrar um material restaurador provisório eficiente, a microinfiltração foi uma ocorrência freqüente, mesmo quando se variavam os diferentes tipos de materiais seladores, tais como: Cimento de Óxido de Zinco e eugenol e derivados (BLANEY et al., 1981; ANDERSON et al., 1989; NOGUERA & McDONALD, 1990), Lumicon (DIEP et al., 1982; HOLLAND et al., 1992), Cimpat (PAULA et al., 1994; HOLLAND et al., 1992; SOUSA et al., 1994), Cavit (BRAMANTE et al., 1977; ORAHOOD et al., 1986; TURNER et al., 1990). Outros materiais também foram avaliados: Cimento de Fosfato de Zinco

50 (CHOHAYEB & BASSIOUNY, 1985; McLNERNEY & ZILLICH, 1992; PARRIS et al., 1960), TERM (MELTON et al., 1990; TEPLITSKY & MEIMARIS, 1988) e o Coltosol (PAULA et al., 1994; FIDEL et al., 1991; SOUSA et al., 1994; SILVEIRA, 2003). UÇTASH & TINAZ (2000) relataram que os materiais seladores temporários podem ser classificados em: cimentos à base de Óxido de Zinco e eugenol, cimentos de Óxido de Zinco/Sulfato de Cálcio sem eugenol e compósitos resinosos. PÉCORA & ROSELINO (1982) relataram a dificuldade em encontrar um material restaurador provisório que resista a desequilíbrios mais acentuados, como os que ocorrem na cavidade bucal, em função da ingestão de alimentos líquidos ou sólidos com as mais variadas temperaturas. Acreditam, ainda, que devido a estas características é que muitos profissionais preferem adotar o tratamento endodôntico em uma única sessão. Segundo estes autores, a infiltração marginal depende basicamente de dois fatores: da interface material/esmalte-dentina e das propriedades físico-químicas dos materiais seladores provisórios. Desta forma, a solubilidade, a desintegração frente a esforços mastigatórios e a instabilidade dimensional (contração e expansão) do material prejudicam a manutenção do selamento coronário, contribuindo para aumentar a passagem de microorganismos, toxinas e substâncias químicas da cavidade bucal para o interior dos túbulos dentinários. Na tentativa de reduzir ou eliminar esta microinfiltração, é necessário que os materiais restauradores provisórios tenham algumas características, como as citadas por DEVEAUX et al. (1982): adequado selamento da interface cimento-dente e do próprio cimento, alterações dimensionais similares àquelas do tecido dentário, boa resistência à abrasão e compressão, facilidade de inserção e remoção do material selador da cavidade. FIDEL et al. (2000) acrescentaram ainda que o material selador ideal deve ser compatível com

51 medicamentos empregados durante a terapia endodôntica, insolúvel em saliva, além de possuir baixo custo e ser de fácil manipulação. De acordo com BOBOTIS et al. (1989), JACQUOT et al. (1996), URANGA et al. (1999) e SILVEIRA (2003), materiais seladores que apresentem praticidade na sua manipulação e facilidade de inserção, como os cimentos à base de Óxido de Zinco/Sulfato de Cálcio sem eugenol, como o Coltosol, têm despertado um grande interesse entre os cirurgiões-dentistas. Sob o ponto de vista clínico, estes cimentos levam vantagens em relação aos demais por dispensarem a espatulação, tornando a aplicabilidade mais fácil, rápida e prática. Além disso, apresentam superioridade em relação aos cimentos à base de Óxido de Zinco e eugenol, pois há incompatibilidade química destes cimentos com restaurações definitivas (CARVALHO et al., 2004). PHILLIPS (1996) cita a inibição das reações de polimerização das resinas compostas, causada pela presença de traços de eugenol no remanescente dentário. O Coltosol é um cimento de endurecimento químico, com coloração semelhante à do dente, radiopaco, utilizado para aplicações a curto prazo no selamento provisório das cavidades dentárias. UÇTASH & TINAZ (2000) relataram a preferência pelos materiais à base de Óxido de Zinco/Sulfato de Cálcio, mas os contra-indicam apenas quando a estética for um fator importante e houver pouca estrutura dentária remanescente, devido a não aderência às paredes dentinárias. COSTA (1983) avaliou quatro materiais de selamento provisório (Coltosol, Cavit, guta-percha e Pulpo San) em seu trabalho sobre microinfiltração. Constatouse que o Coltosol, dentre os materiais avaliados, foi o material selador mais eficiente para prevenir a infiltração, seguido do material Cavit, sendo que a guta-percha e o Pulpo San apresentaram os piores resultados.

52 BARROSO et al. (2001), discorrendo sobre as propriedades do Coltosol, descreveram que, em contato com a umidade, há uma ativação do processo químico de endurecimento, aumentando o seu volume inicial, promovendo assim uma melhor adaptação marginal e, conseqüentemente, eficácia no selamento. Com o objetivo de analisar a estabilidade dimensional de três materiais seladores provisórios empregados entre sessões de tratamento endodôntico, utilizaram corpos de prova dos materiais Coltosol, Cimpat e Citodur, formando três grupos com dez espécimes cada. Mediu-se cada corpo de prova em altura e largura, calculando-se o volume inicial. Após esse procedimento, cada corpo foi imerso em soro fisiológico e incubado em estufa a 37 C por 48 horas. Decorrido este período, os corpos foram novamente medidos e o volume final, calculado. Os resultados demonstraram que o Coltosol foi o material selador que sofreu maior expansão, aumentando 61,82% do volume inicial, acompanhado do Cimpat, com 53,36% e Citodur, com 36% de expansão. Os autores observaram que os materiais testados têm níveis altos de expansão linear, já que o material se expande, inicialmente, em sentido horizontal. Esses níveis são necessários para que o material, ao umedecer após ter sido acomodado na cavidade (expansão tardia), melhore o selamento periférico da mesma e, conseqüentemente, obtenha-se uma melhor adaptação marginal, o que poderia contribuir para a diminuição da microinfiltração coronária. A presença do Sulfato de Cálcio na formulação do Coltosol indica que esta substância seja a responsável por esta reação de presa. Teoricamente, o raciocínio de que uma expansão/dilatação seria necessária faz sentido para diminuir ou até anular a microinfiltração, porém um fato chama a atenção quando são observadas expansões tardias, que podem fazer o cimento provisório quase dobrar de tamanho. Neste sentido, sob o ponto de vista clínico, é importante salientar que, em alguns

53 casos, a ocorrência de fraturas dentárias pode ser observada, dependendo da espessura de paredes remanescentes, além do surgimento de contatos prematuros e trauma oclusal (UÇTASH & TINAZ, 2000; BARROSO et al., 2001). ZAIA et al. (2002) citaram que o Coltosol pode ser afetado por cargas oclusais e, portanto, não se deve deixá-lo por períodos superiores a duas semanas nas cavidades coronárias. Devido à possibilidade de fraturas pela expansão fora da cavidade durante a presa, MAGURA et al. (1991) sugerem o uso de camadas duplas, colocando-se por baixo um bom selador, como os cimentos endurecidos por umidade, e, por cima, o mais resistente, à base de Óxido de Zinco e eugenol. Seguindo um pensamento semelhante, CORTEZ et al. (2003) compararam in vitro o selamento coronário proporcionado pelo Coltosol e outros materiais seladores, utilizando 47 dentes pré-molares inferiores extraídos de humanos, divididos em cinco grupos de nove espécimes cada, sendo dois dentes usados como controle. As amostras tiveram a porção coronária removida e, em seguida, os canais foram instrumentados e obturados pela técnica de condensação lateral. Foram retirados 3mm da obturação e foi realizado o preenchimento, de acordo com a divisão dos grupos, com: Coltosol, IRM, Bioplic, guta-percha + IRM, Coltosol + IRM. As amostras foram deixadas em tinta nanquim por sete dias, após impermeabilização, e diafanizadas. A análise estatística mostrou que o Coltosol proporcionou maior efetividade no selamento quando comparado ao IRM e suas combinações. O selamento coronário proporcionado pelo Coltosol também foi superior ao Bioplic, seguido do IRM, que apresentou os piores resultados. O comportamento do cimento Coltosol usado no selamento provisório foi analisado por UÇTASH & TINAZ (2000), que avaliaram a microinfiltração coronária em cinco materias seladores: Coltosol, Algenol, IRM, Fermit ou Fermit N, utilizando

54 o método de penetração por corante. Após a permanência em água desmineralizada, as amostras foram imersas em solução de Azul de Metileno por 24 horas. Resultados mostraram que a profundidade de microinfiltração do corante no Coltosol foi significativamente inferior à observada nos demais materiais avaliados. Os pesquisadores afirmaram que o Coltosol, por não apresentar eugenol em sua composição, promove um melhor selamento marginal coronário devido à sua alta expansão higroscópica sofrida durante o endurecimento químico. OLIVEIRA et al. (2000) avaliaram a capacidade seladora do Coltosol (grupo 1) comparando-o com a resina temporária Tempit (grupo 2) em 32 molares extraídos de humanos. Após a impermeabilização, as amostras foram imersas em Azul de Metileno 2% por 60 horas a 37 C e, em seguida, termocicladas. Os resultados mostraram que a microinfiltração alcançou média de 31,95% para o grupo 1 e de 67,87% para o grupo 2, indicando que o Coltosol foi mais eficaz em conter a microinfiltração marginal coronária. A capacidade seladora do Coltosol e de outros materiais seladores (IRM, Vidrion R e Scotch Bond) foi avaliada por ZAIA et al. (2002), utilizando 100 molares inferiores extraídos de humanos. Os dentes foram divididos em cinco grupos, sendo que um grupo funcionou como controle, sem colocação de barreira. Foram colocados 2mm de material selador na câmara pulpar de cada amostra. Após a verificação radiográfica da uniformidade e densidade dos materiais, os dentes foram mantidos por sete dias em ambiente com 100% de umidade e a uma temperatura de 37 C. As amostras foram então termocicladas e imersas no corante tinta da Índia por 5 dias. Os resultados mostraram que os grupos que receberam barreiras de Coltosol e IRM apresentaram uma porcentagem de penetração pelo corante significativamente menor que os outros grupos avaliados. O Coltosol preveniu a

55 microinfiltração coronária em 84% dos espécimes, seguido do IRM com 75% dos espécimes sem penetração pelo corante. FIDEL et al. (1991) analisaram in vivo o comportamento do Coltosol e de outros dois materiais seladores: Cavit e Cimento de Óxido de Zinco e eugenol em 232 dentes permanentes molares e pré-molares por um período de sete dias. Os dados coletados permitiram atribuir valores, por meio de escores 0 a 4, e mostraram que o Coltosol e Cavit apresentaram-se superiores ao cimento de Óxido de Zinco e eugenol, em relação à resistência mecânica dos cimentos que tomam presa por umidade. É constatado nos trabalhos de pesquisa que a capacidade seladora do Coltosol, juntamente com outros materiais temporários utilizados na terapia endodôntica, tem sido testada empregando-se as três soluções corantes que serão avaliadas em nosso estudo. CRUZ FILHO et al. (1996) avaliaram a estabilidade dimensional do material selador Coltosol e de outros cimentos provisórios à base de materiais sintéticos (Cavit, Cimpat, Lumicon, Cavitec e Sermit) após a imersão em solução de Sulfato de Níquel 5%. Os autores observaram que, no período de 72 horas e com ciclagem térmica, nenhum dos materiais seladores avaliados foi capaz de impedir a microinfiltração marginal. OLIVEIRA (2001) avaliou in vitro a microinfiltração marginal de sete seladores provisórios utilizados na Endodontia: Dentalville, Cavit W, Citodur, Coltosol, 3MF2000, Cimpat W e guta-percha + Super Bonder, por meio da metodologia empregada por PÉCORA & ROSELINO (1982), que consiste na imersão das amostras em solução de Sulfato de Níquel. Foram empregados 82 caninos unirradiculados extraídos de humanos, divididos em sete grupos de dez espécimes cada. Os materiais seladores foram colocados com uma espessura de 2,5mm. Neste

56 experimento, foi utilizada a ciclagem térmica (5 C e 55 C) por 72 horas e os resultados, após o teste estatístico de Kruskal-Wallis, mostraram os materiais testados na ordem crescente de infiltração: guta-percha + Super Bonder, Dentalville, Citodur e Cimpat W, Cavit W, Coltosol e 3MF2000. FIDEL et al. (2000) mostraram, em um estudo comparativo da microinfiltração marginal em nove materiais seladores (Pulpo San, Po-li, Coltosol, Cimento de Zinco, Cimpat, Lee Smith, Cavit B, Ci-Riv e Vidrion R), que o material selador Coltosol apresentou infiltração moderada, quando as amostras foram imersas em solução de Rodamina B 0,2%. Resultado semelhante foi mostrado por PAULA et al. (1994), que utilizou a Rodamina B na mesma concentração para avaliar microinfiltração marginal no material selador Coltosol e em outros três materiais (Cimpat, Pulpo San e Cavit B). Por outro lado, SOUSA et al. (1994), utilizando a solução corante Azul de Metileno, realizaram um estudo comparativo para avaliar a microinfiltração marginal no material selador Coltosol e em outros cinco materiais provisórios (Cimpat B, Cimpat R, Restemp, JMG e Zoecim) em 60 dentes pré-molares inferiores extraídos de humanos. Após a permanência no marcador por 24 horas e ciclagem térmica (5 C e 60 C), as amostras foram seccionadas e os resultados mostraram que nenhum dos materiais testados impediu a microinfiltração marginal, não havendo diferença significativa entre os grupos avaliados. PINHEIRO et al. (1997), empregando a mesma solução corante, avaliaram os materiais seladores Coltosol, Cimpat, Temporary Filling, Óxido de Zinco e eugenol, Pulpo San, Fosfato de Zinco, IRM, Vidrion C e Po-Li. Pôde-se observar, neste trabalho, que o Vidrion C, Fosfato de Zinco e Coltosol não apresentaram diferenças estatísticas e mostraram maior grau de infiltração em relação ao Óxido de Zinco e

57 eugenol e Po-li, porém exibiram menor grau de infiltração em relação ao IRM. O material Cavit mostrou menor índice de infiltração em relação aos demais materiais testados. O material selador Coltosol e outros 14 materiais provisórios (Durelon, IRM, Pulpo San, Óxido de Zinco e eugenol, cimento Fosfato de Zinco, Ionômero de vidro, Cavit G, Cavit R, Cavit B, Cimpat B, Cimpat R, Lumicon e duas marcadas comerciais de guta-percha) foram avaliados por CAVARSAM et al. (2000), utilizando-se 300 molares extraídos de humanos, divididos em 15 grupos de 20 espécimes cada. Após imersão em solução de Azul de Metileno por sete dias, constatou-se que o Coltosol exibiu um bom selamento, ficando atrás apenas do Cimpat, que demostrou melhor capacidade de vedamento marginal, seguido do Lumicon. A infiltração do corante Azul de Metileno 2% em ambiente normal e sob vácuo para testar a efetividade seladora do Coltosol e de quatro outros materiais provisórios (Lumicon, Pulpo San, IRM e Zoecim) foi realizada por BONETI FILHO et al. (1998), utilizando-se cem dentes pré-molares extraídos de humanos. Após a padronização das cavidades de acesso e selamento coronário, as amostras permaneceram imersas na solução corante por 24 horas em ambas as condições do experimento. Os autores constataram que o emprego do vácuo não alterou a classificação dos cimentos, havendo diferença apenas quantitativa de infiltração em ambiente normal e sem pressão atmosférica. O Coltosol apresentou um selamento superior ao Pulpo San, IRM e Zoecim, apresentando valores de infiltração próximos ao Lumicon, sendo que este apresentou o melhor resultado.

58 2.3 Ciclagem Térmica Os materiais seladores provisórios na cavidade bucal estão sujeitos a variações térmicas e ao stress mecânico, que podem contribuir para o aumento da microinfiltração marginal. A necessidade de se obter materiais seladores que minimizem a microinfiltração é uma premissa fundamental para se obter sucesso na terapia endodôntica. Embora exista uma série de materiais restauradores provisórios no mercado, o problema da microinfiltração na interface dente/restauração ainda é observado em testes clínicos e laboratoriais (ALANI & TOH, 1997). A termociclagem é um método largamente utilizado nos estudos in vitro para avaliar a microinfiltração (CRIM et al, 1985; LITKOWSKI et al., 1989; HAKIMEH et al., 2000). Neste método, os espécimes são submetidos a ciclos térmicos que têm por objetivo simular as variações de temperatura que ocorrem na cavidade bucal. Entretanto, os trabalhos de pesquisa mostram que existem discrepâncias com relação aos extremos de temperatura a que são submetidas as amostras, aos intervalos de tempo entre os banhos térmicos e à permanência nos mesmos (SHORTALL, 1982; ALANI & TOH, 1997; GALE & DARVELL, 1999). Em 1929, FRASER já relatava sobre a importância das variações de temperatura na adaptação marginal dos materiais restauradores. NELSEN et al. (1952) demonstraram a existência da percolação marginal devido às variações térmicas, mostrando que a magnitude da fenda criada pelo processo de ciclagem térmica na interface dente-restauração é de 10 m. Os autores apontaram que a percolação marginal é causada por uma diferença no coeficiente de expansão térmica entre o material selador e o tecido dentário, e também pela expansão dos fluidos que ocupam a interface dente/restauração. Segundo GOING (1972), o

59 coeficiente de expansão térmica da estrutura dentária é de 11 ppm por graus Celsius e, por isso, quanto mais próximo for o coeficiente de expansão linear do material em relação ao da estrutura dentária, menor será a percolação marginal. Enfoque semelhante foi dado por TROWBRIDGE (1987) quando relatou que, se o coeficiente de expansão térmica do material selador e da estrutura dentária for muito diferente, as dimensões do espaço ao redor da restauração podem mudar significativamente caso o dente seja exposto a variações de temperatura. Junto com a expansão térmica, a solução corante ocupa a fenda existente entre o dente e a restauração e, por esta razão, a prática de se sujeitar os espécimes à termociclagem é comum nos estudos que envolvem microinfiltração. Outro aspecto enfatizado é o tempo de exposição das amostras nos banhos térmicos que deve se limitar a alguns segundos, para simular a realidade clínica, tendo em vista que os dentes ficam em contato com alimentos quentes ou frios por curtos períodos. BULLARD et al. (1988) também afirmaram a existência de uma correlação muito forte entre microinfiltração e o coeficiente de expansão térmica, apontando que este é um dos fatores que contribuem para a percolação, assim como a ocorrência de fratura marginal e mudanças da pressão interfacial, causada pela própria mudança de temperatura. Quando o coeficiente de expansão térmica do material é significativamente diferente daquele da estrutura dentária que circunda a restauração, temperaturas baixas geram uma pressão interfacial negativa. Este mecanismo favorece o ingresso de fluidos para dentro da interface marginal. Por outro lado, com o aumento da temperatura, a pressão interfacial também aumenta e assim os fluidos são forçados a voltarem à superfície. CRIM & MATTINGLY (1981) investigaram a penetração de um isótopo ou solução corante em dentes extraídos de humanos e mantidos a uma temperatura

60 constante - não observaram diferenças entre o coeficiente de expansão térmica da estrutura dental e dos materiais restauradores. Em contrapartida, CRIM et al. (1985) indicaram que a ciclagem térmica foi capaz de aumentar a microinfiltração em materiais restauradores, comparando diferentes técnicas de termociclagem com um grupo em que os espécimes não foram termociclados. Os autores supracitados não encontraram diferenças significativas entre as técnicas de ciclagem avaliadas, mas o grupo em que não se realizou a ciclagem exibiu significativamente menos infiltração que os grupos experimentais. Vários extremos de temperatura podem ser encontrados na literatura pertinente, usados no processo de termociclagem. Na maioria dos estudos, os banhos térmicos variam de 4 C a 60 C, sendo que o limite inferior pode variar de 4 e 15 C e o máximo oscilar entre 45 e 60 C, com um a três minutos de permanência em cada extremo de temperatura. TROWBRIDGE (1987) relatou que o número de ciclos também é muito variável, entretanto é encontrado na literatura, com maior freqüência, algumas centenas de ciclos impostos aos espécimes. Com o objetivo de simular situações clínicas, KIDD (1976) empregou a termociclagem em dentes extraídos de humanos, imersos em soluções corantes, utilizando temperaturas de 5 C e 55 C, através do uso de gelo e estufa. O autor concluiu que o estresse térmico pode provocar microinfiltração nos materiais restauradores. Os efeitos do tempo de imersão nos banhos térmicos e duração das ciclagens foram estudados por CRIM & GARCIA-GODOY (1987) para avaliar a microinfiltração de materiais restauradores. Foram empregados 20 dentes extraídos de humanos, que foram restaurados com resina composta Prisma fil e submetidos à ciclagem

61 térmica. Cinco espécimes receberam 100 ciclos térmicos e outras cinco 1500 ciclos. Um outro grupo teve dez espécimes armazenados, primeiramente, em água à temperatura ambiente por 24 horas, para posteriormente serem submetidas a 100 ciclos e os outros cinco espécimes restantes foram submetidas a 1500 ciclos. Após ciclagem térmica e imersão em fucsina básica por 24 horas, os resultados foram analisados, demonstrando que nem o tempo de imersão e número de ciclos térmicos alteraram significativamente o grau de penetração do corante na análise da microinfiltração. Desta forma, os autores relataram que os espécimes que foram submetidos a 30 segundos de permanência em cada extremo de temperatura demonstraram o mesmo grau de penetração pelo corante que àqueles submetidos a apenas quatro segundos em cada banho térmico. Além disso, observaram que não existe diferença na profundidade de penetração do corante entre espécimes imersos no marcador durante a termociclagem e aquelas imersos depois de sofrer o estresse térmico. A utilização de longos ciclos no processo de termociclagem para avaliação de materiais seladores temporários foi empregada por NOGUERA & McDONALD (1990) para comparar in vitro os seguintes materiais provisórios: TERM, Dentemp, Cavit, Cavit G, Cavit W e IRM. As amostras foram divididas em sete grupos de 20 espécimes cada e, após selamento coronário dos espécimes, foram submetidas a termociclagem. Foram então realizados banhos térmicos nas temperaturas de 5 C e 55 C por sete dias. Usando tempos de permanência em cada banho de 90 e 30 segundos, as amostras foram submetidas a um total de 6720 ciclos. Em seguida, os espécimes foram imersos em solução de Nitrato de Prata 50% por 2 horas e, após análise das hemisecções longitudinais, os autores constataram que o TERM exibiu os melhores resultados.

62 O emprego da ciclagem térmica também foi utilizado por LEE et al. (1993) para avaliar a capacidade seladora de três materiais temporários (Caviton, Cavit e IRM). Após a padronização das cavidades de acesso em 140 dentes molares humanos extraídos, as amostras foram divididas em seis grupos, incluindo os grupos de controle positivo e negativo. Em seguida, as amostras foram termocicladas, realizando-se 100 ciclos em banhos térmicos de 5 C ± 2 C e 55 C ± 2 C por 30 segundos em cada extremo de temperatura. As amostras foram então imersas em fucsina básica 0,5% por sete dias e procedeu-se à leitura da microinfiltração, que constatou um melhor selamento para o material selador Cavit. ROSSOMANDO & WENDT (1995) avaliaram o efeito de diferentes tempos de imersão, durante o processo de termociclagem, na microinfiltração de alguns materiais restauradores. Noventa terceiros molares extraídos de humanos foram devidamente preparados e divididos em três grupos para receber os seguintes materiais restauradores: Tytin (grupo A), APH (grupo B) e Heliomolar (grupo C). Em seguida, todas as amostras foram imersas no corante fucsina básica 0.5%, sendo que o grupo A permaneceu no corante por 166 horas; no grupo B as amostras foram termocicladas, recebendo 5000 ciclos, em temperaturas de 5 C ± 1 C e 55 C ± 1 C, com permanência de dez segundos em cada banho térmico; por fim, o grupo C foi termociclado como o grupo B, porém com a permanência de 60 segundos em cada extremo de temperatura. Os autores observaram que não houve diferença significativa da extensão de penetração do corante entre os espécimes ciclados. A ciclagem térmica foi empregada por PAI et al. (1999) para avaliar a microinfiltração em materiais seladores colocados em diferentes intervalos de tempo. Cento e vinte dentes molares extraídos de humanos foram divididos em dois grupos (A e B), sendo que o grupo A recebeu como material selador IRM e o B, amálgama.

63 Após 14 dias, a metade das amostras que recebeu um dos materiais foi removida e o espaço preenchido com um segundo material restaurador secundário, IRM, Caviton ou selamento duplo de Caviton e IRM. Em seguida, os espécimes foram imersos em fucsina básica e submetidos à ciclagem térmica (5 C e 55 C), totalizando 100 ciclos de 30 segundos em cada temperatura. Resultados indicaram menor microinfiltração quando se utillizava apenas um tipo de material selador, sendo que, ao se realizar o selamento duplo, observou-se um aumento na microinfiltração. Utilizando os mesmos extremos de temperatura e mesmo tempo de permanência nos banhos térmicos, porém em outra solução corante, CRUZ et al. (2002) compararam a capacidade seladora do Fermin e Canseal com outros dois materiais seladores temporários, o Cavit e Caviton. Para isso, utilizaram 160 dentes molares permanentes extraídos de humanos, que foram divididos em cinco grupos de 32 espécimes cada, sendo que dois grupos receberam o material selador Canseal com formulações diferentes. Para cada grupo, quatro subdivisões de oito amostras cada foram realizadas, sendo o grupo A como controle (37 C), grupo B, que recebeu ciclagem térmica manual, totalizando 100 ciclos de 30 segundos cada, nas temperaturas de 5 C ± 2 C e 55 C ± 2 C, o grupo C, que recebeu ciclagem com carga (1,3 Kg por 6 horas) e grupo o D, que recebeu ciclagem térmica manual seguida de ciclagem com carga, seguindo-se os mesmos procedimentos realizados para os grupos B e C. Em seguida, os dentes foram imersos em solução de Azul de Metileno 2% por sete dias, mantidos a uma temperatura de 37 C. Os autores observaram que não houve diferença significativa entre os grupos controles e o grupos que receberam ciclagem com carga, assim como não foi constatado aumento

64 significativo de infiltração pelo corante entre os grupos em que foram realizadas as termociclagens e os grupos que receberam ciclagem com carga. No mesmo ano, GHISI & PACHECO utilizaram a ciclagem térmica em 45 dentes extraídos de humanos, divididos em três grupos, para avaliar a microinfiltração coronária em três materiais seladores temporários: IRM, Cimpat e Bioplic. Após o selamento, os corpos de prova foram submetidos a 500 ciclos nas temperaturas de 5 C e 55 C por 30 segundos em cada banho térmico. Em seguida, as amostras foram imersas em solução de fucsina básica 0,5% por 24 horas e mantidas a uma temperatura de 37 C. A extensão de penetração do corante foi observada em microscópio estereoscópico e os resultados mostraram que o IRM exibiu significativamente maior microinfiltração coronária. ZAIA et al. (2002) avaliaram quatro materiais que funcionariam como barreiras em dentes tratados endodonticamente, utilizando cem dentes molares extraídos de humanos. Foram colocados 2mm dos materiais testados (IRM, Coltosol, Vidrion R ou Scotch Bond) no assoalho da câmara pulpar. Após impermeabilização, as amostras permaneceram por sete dias em ambiente com 100% de umidade e a uma temperatura de 37 C, e foram então termocicladas. Foram realizados 1000 ciclos nas temperaturas de 5 C e 55 C com um minuto de permanência em cada banho térmico. Em seguida, os dentes ficaram imersos em tinta da Índia por cinco dias. Os autores observaram que nenhum dos materiais foi capaz de impedir a microinfiltração, mas o Coltosol apresentou o melhor resultado. RIBEIRO & LESER (2003) utilizaram do processo de ciclagem térmica para avaliar a microinfiltração marginal do material Vitremer-3M em cavidades preparadas de 24 molares hígidos extraídos de humanos. Após duas semanas de armazenamento em solução fisiológica, todos os espécimes foram submetidos a

65 banhos térmicos de 5 C e 55 C, com dez segundos de imersão em cada banho, num total de 200 ciclos. Em seguida, foram impermeabilizados e imersos em solução de Nitrato de Prata 50% por oito horas e depois em solução fixadora por mais seis horas. O grau de microinfiltração das hemisecções foi medido por meio de escores. Os melhores resultados obtidos do material relacionaram-se ao condicionamento ácido prévio em esmalte/dentina. A ciclagem térmica também foi utilizada por ZMENER et al. (2004) para comparar a microinfiltração coronária de três materiais (Cavit, IRM e um cimento de policarboxilato) em 45 dentes molares extraídos de humanos. Após a inserção dos materiais testados nas cavidades de acesso e impermeabilização dos espécimes, realizou-se a termociclagem, nas temperaturas de 5 C e 55 C, com 30 segundos de permanência em cada banho térmico, num total de 500 ciclos. As amostras foram então imersas em solução de Azul de Metileno 2%, com ph 7.4, por 10 dias a 37 C. A medida de penetração do corante foi realizada utilizando-se uma lupa estereomicroscópica, a partir das hemisecções obtidas. Os resultados mostraram que não houve diferenças estatisticamente significativas entre os materiais testados.

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67 3. PROPOSIÇÃO Realizar uma análise comparativa de três corantes: Azul de Metileno 2%, Rodamina B 2% e solução de Sulfato de Níquel 5% associado com Dimetilglioxima 1%, no sentido de identificar, entre eles, qual apresentará melhor capacidade marcadora de microinfiltração marginal coronária, em intervalos de três e sete dias, quando se utiliza o cimento Coltosol como material selador provisório.

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69 4. MATERIAL E MÉTODOS Procurou-se reproduzir, nesta metodologia, um grande número de procedimentos comuns encontrados na literatura para avaliar a microinfiltração marginal coronária em materiais seladores temporários. Tal preocupação se justifica pelo reduzido número de informações encontradas para a escolha de um marcador utilizado para tal propósito e, ainda, pelo fato da Associação Dental Americana (ADA) não padronizar uma metodologia específica para a avaliação da microinfiltração marginal (ADA, 1983). Um estudo piloto foi realizado previamente para reduzir ou eliminar erros não intencionais, sejam eles aleatórios ou sistemáticos, com o propósito de minimizar o número de possíveis variáveis, distorções nas técnicas e, possivelmente, alterações nos resultados. Além disso, todo trabalho experimental foi realizado por um único operador, que foi treinado e calibrado, objetivando a padronização em todas as etapas desta pesquisa. A quantidade de espécimes utilizados para a realização desta metodologia foi previamente determinada através de um cálculo amostral (ANEXO A). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (ANEXO B). 4.1 Seleção da amostra Foram selecionados 84 dentes pré-molares unirradiculados extraídos de humanos de acordo com os seguintes critérios de inclusão: presença de apenas um canal radicular, ápices completamente formados, extraídos por indicação ortodôntica

70 ou por acometimento periodontal, íntegros ou com cáries incipientes e sem trincas detectáveis após visualização em lente 1 com aumento de quatro vezes. Através da análise radiográfica foram excluídos aqueles que apresentaram restaurações coronárias, retentores intra-radiculares, dilacerações radiculares, calcificações, mais de um canal radicular, fraturas coronárias e/ou radiculares e canais obturados. 4.2 Preparo dos dentes Após a permanência em solução de formadeído 2 10%, realizou-se a desinfecção dos elementos dentais em solução de hipoclorito de sódio 2,5% 3 por 12 horas (BRASIL, 1989). Em seguida, os dentes foram lavados em água corrente e os tecidos remanescentes aderidos à superfície radicular foram removidos com o auxílio de curetas para raspagem periodontal n e curetas do tipo Grace n Após o alisamento radicular, os dentes foram limpos e polidos, através de uma pasta de pedra pomes 6, utilizando-se escova de Robson 7 acoplada a um contraângulo 8 e acionada por um micro-motor 9, que operou em baixa rotação. Durante a remoção dos debris orgânicos, as amostras ficaram acondicionadas em um recipiente de vidro contendo água destilada 10 (1000 ml) e hipoclorito de sódio 2,5% 11 (10 ml). 1 Bioart, São Paulo, Brasil. 2 Lenza Farmacêutica: Divisão Odontológica, Belo Horizonte, Brasil. 3 Lenza Farmacêutica: Divisão Odontológica, Belo Horizonte, Brasil. 4 S.S. White Artigos Dentários, Rio de Janeiro, Brasil. 5 S.S. White Artigos Dentários, Rio de Janeiro, Brasil. 6 KG Sorensen Indústria e Comércio Ltda, Barueri, Brasil. 7 KG Sorensen Indústria e Comércio Ltda, Barueri, Brasil. 8 Kavo do Brasil S/A, Florianópolis, Brasil. 9 Kavo do Brasil S/A, Florianópolis, Brasil. 10 Lenza Farmacêutica: Divisão Odontológica, Belo Horizonte, Brasil. 11 Lenza Farmacêutica: Divisão Odontológica, Belo Horizonte, Brasil.

71 Após este procedimento, as amostras foram embebidas em soro fisiológico 12 e estiveram armazenadas em estufa 13 a 37 C até o momento de ser realizada a cirurgia de acesso coronário padronizada para todos os elementos dentais. 4.3 Instrumentação dos canais radiculares Para fixação dos dentes, uma morsa 14 foi utilizada, desde os procedimentos de cirurgia de acesso até a fase de secagem dos condutos radiculares, objetivando uma melhor manipulação e imobilização dos espécimes. Além disso, os espécimes permaneceram envoltos em gaze para minimizar a possibilidade de fraturas ou trincas. A abertura coronária confeccionada apresentou as seguintes medidas: 2,5mm de diâmetro no sentido mésio-distal e 3,5mm no sentido vestíbulo-lingual, utilizandose um paquímetro 15 e um lápis cópia 16 para a delimitação. Na cirurgia de acesso, empregou-se broca de aço carbide nº , operada na direção vertical e de forma paralela ao longo eixo do dente, adaptada a uma caneta de alta rotação 18, sendo a mesma descartada ao notar-se uma diminuição do seu poder de corte. Após remoção do teto da câmara pulpar, a broca Endo-Z 19 foi utilizada para obtenção da forma de conveniência das paredes internas e para a localização da entrada do canal radicular empregou-se uma sonda endodôntica Lenza Farmacêutica: Divisão Odontológica, Belo Horizonte, Brasil. 13 Dabi Atlante, Ribeirão Preto, Brasil. 14 Somar, Joinville, Brasil. 15 Bioart, São Paulo, Brasil. 16 Faber Castell, São Carlos, São Paulo. 17 KG Sorensen Indústria e Comércio Ltda, Barueri, Brasil. 18 Kavo do Brasil S/A, Florianópolis, Brasil. 19 Maillefer, Ballaiguess, Suíça. 20 Odous, Belo Horizonte, Brasil.

72 Uma lima tipo K 21 n 10 foi introduzida no canal radicular até a sua ponta ser visualizada na abertura do forame apical, sendo que a medida entre a ponta deste instrumento e a referência oclusal foi considerada o comprimento de patência do canal (C.P.C.) e o comprimento de trabalho (C.T.) estabelecido em 1mm aquém do C.P.C. Para a realização do preparo biomecânico dos canais radiculares empregouse a Técnica de Movimentos Oscilatórios Padrão (DE DEUS, 1992). Durante o preparo, a cada troca de instrumento, a cavidade pulpar foi irrigada com 2,0 ml de solução de hipoclorito de sódio 2,5%, utilizando-se seringa descartável de 5 ml 22 e agulha gauge 25 23, sempre deixando o canal radicular inundado com a solução irrigadora. Os dentes cujo diâmetro do conduto radicular até a porção apical permitiram a penetração sem restrições da entrada de uma lima tipo K n 08, foram explorados iniciando-se com a lima tipo K n 10. Os dentes que não atenderam às especificações de padronização durante a instrumentação foram descartados e substituídos por outros espécimes. Após o término do preparo biomecânico, os condutos radiculares foram secos por aspiração da solução irrigadora através de cânula metálica 24 e utilizando cones de papel absorvente n Caracterização dos grupos 21 Maillefer, Ballaiguess, Suíça. 22 Plastipack, São Paulo, Brasil. 23 Gengibrás, São Paulo, Brasil. 24 Koneen, São Paulo, Brasil. 25 Tanari, Manaus, Brasil.

73 Os dentes foram divididos aleatoriamente em seis grupos com 14 espécimes cada, sendo 12 experimentais e dois utilizados como controle, um positivo e outro negativo, para cada grupo. Os grupos I e II correspondem aos espécimes que ficarão imersos em solução de Azul de Metileno 2%, os grupos III e IV em solução de Rodamina B 2% e os grupos V e VI em solução de Sulfato de Níquel 5%. Os grupos ímpares serão submetidos à análise de infiltração após o intervalo de três dias e os grupos pares avaliados após o período de sete dias (QUADRO 3). QUADRO 3: Caracterização dos grupos GRUPOS CORANTE UTILIZADO INTERVALO DE TEMPO I Azul de Metileno 2% 3 dias II Azul de Metileno 2% 7 dias III Rodamina B 2% 3 dias IV Rodamina B 2% 7 dias V Sulfato de Níquel 5% 3 dias VI Sulfato de Níquel 5% 7 dias 4.5 Impermeabilização dos dentes Antes da restauração provisória, toda a superfície externa dos dentes foi impermeabilizada com duas camadas de resina epóxi Araldite Hobby 26 - exceto na 26 Brascola Ltda, São Bernado do Campo, Brasil.

74 região do selamento coronário, respeitando o ângulo cavo-superficial e cerca de 1mm ao seu redor. A região que não recebeu impermeabilização foi previamente delimitada, utilizando-se um lápis cópia e tendo-se o auxílio de um paquímetro. O intervalo de secagem entre as aplicações foi de 24 horas. Decorrido este tempo, as amostras foram cobertas com uma camada de esmalte para unhas 27 na cor vermelha para uma melhor certificação do procedimento, aguardando-se um período de 40 minutos para a sua secagem, conforme preconizado por VAZ et al., Os controles positivos foram impermeabilizados desde a região do forame apical até a junção amelo-cementária e os negativos foram totalmente impermeabilizados. Ambos os controles utilizaram a mesma seqüência de impermeabilização aplicada para os grupos experimentais. 4.6 Preparo dos espécimes Para o preparo dos espécimes dos grupos V e VI, cones de papel absorvente n 25 e bolinhas de algodão foram previamente tratados com solução alcóolica de Dimetilglioxima 1% e colocados em uma placa de Petri de vidro, sem contato um com o outro, e levados à estufa numa temperatura de 37 C por oito horas. O armazenamento na estufa provoca a evaporação do álcool, deixando as bolinhas de algodão e os cones de papel impregnados com Dimetilglioxima, que permaneceram neste local até o momento de serem usados. O objetivo desta preparação é que haja a formação de um precipitado vermelho, quase insolúvel em água, chamado Dimetilglioxima de Níquel, que poderá corar o material selador e a bolinha de algodão, caso a solução de Sulfato de Níquel 27 Niasi S/A, São Paulo, Brasil.

75 penetre na interface da restauração e reaja com a Dimetilglioxima (CRUZ FILHO & PÉCORA, 1990). O cone de papel, após a permanência em estufa, foi introduzido no conduto de cada espécime dos grupos V e VI até atingir a profundidade do C.T., sendo a extremidade oposta seccionada no nível da área cervical. Em seguida, a entrada do canal radicular foi recoberto com a bolinha de algodão já impregnada com a Dimetilglioxima, permanecendo a uma distância de 4mm do ângulo cavo-superficial cavitário, medida verificada com uma sonda milimetrada 28. Nos demais grupos, bolinhas de algodão hidrofílico 29 foram inseridas na entrada do canal radicular de cada espécime, sendo compactas na câmara pulpar, respeitando a distância de 4mm previamente determinada. Em seguida, o Coltosol 30 (FIG. 1) foi removido do pote e inserido nas cavidades de acesso por meio de um Hollenback 31, sendo adaptado suavemente através da utilização de condensadores de amálgama 32 números 29 e 33. Apenas os controles positivos não receberam o material selador temporário. Todas as cavidades foram preenchidas com espessuras iguais deste material, sendo que no momento da manipulação teve-se o cuidado de seguir rigorosamente as recomendações preconizadas pelo fabricante. Após a inserção do material selador na cavidade, observou-se sua adaptação utilizando uma lupa com aumento de quatro vezes S.S. White Artigos Dentários, Rio de Janeiro, Brasil. 29 Cremer, Santa Catarina, Brasil. 30 Coltène, Whaledent, Suíça. 31 S.S. White Artigos Dentários, Rio de Janeiro, Brasil. 32 S.S. White Artigos Dentários, Rio de Janeiro, Brasil. 33 Bioart, São Paulo, Brasil.

76 FIGURA 1: Material selador provisório Coltosol 4.7 Preparo dos corantes e imersão dos espécimes O preparo das soluções corantes foi realizado em um laboratório específico 34, de acordo com as especificações do U.S. Pharmacopeia National Formulary (2000): QUADRO 4: Formulação do corante Azul de Metileno 2% Azul de Metileno: C 16 H 18 N 3 SCl (fornecedor Lenza Farmacêutica)... 2 g Tampão fosfato 0,2 M ml Álcool etílico absoluto q.s.p ml ph... 6,8 Peso molecular: 373,90 The Merck Index: Lenza Farmacêutica: Divisão Odontológica, Belo Horizonte, Brasil.

77 QUADRO 5: Formulação do corante Rodamina B 2% Rodamina B: C 28 H 31 ClN 2 O 3 (fornecedor Hidrocepe)... 2 g Tampão fosfato 0,2M ml Álcool etílico absoluto q.s.p ml ph... 7,0 Peso Molecular: 479,02 The Merck Index: 8266 QUADRO 6: Formulação do corante Sulfato de Níquel 5% Sulfato de Níquel hexahidratado P.A NiSO 4 (fornecedor Synth)... 5 g Água destilada q.s.p ml ph... 7,0 Peso Molecular: 58,69 The Merck Index: 6541 QUADRO 7: Formulação da Dimetilglioxima 1% Dimetilglioxima P.A. C 4 H 8 N 2 O 2 (fornecedor Synth)... 1 g Álcool absoluto q.s.p ml ph... 7,0 Peso Molecular: 116,12 The Merck Index: 6531 Após a preparação das soluções corantes, seis recipientes de vidro estéreis foram devidamente identificados de acordo com o grupo, corante utilizado e intervalos de tempo propostos (FIG. 2).

78 FIGURA 2: Identificação dos frascos de acordo com o grupo, corante empregado e intervalo de tempo O volume de solução corante utilizado em cada recipiente foi padronizado em 20ml, medido através de uma seringa hipodérmica 35. Em seguida, os espécimes foram imersos nas soluções corantes e todos os recipientes foram colocados em estufa bacteriológica 36, onde permaneceram a uma temperatura de 37 C e 100% de umidade até o momento de ser termociclados. 35 Injex, Ourinhos, Brasil. 36 Dabi Atlante, Ribeirão Preto, Brasil.

79 4.8 Ciclagem Térmica As amostras foram retiradas da estufa e levadas a um equipamento específico 37 (FIG.3), gentilmente cedido pelo Departamento de Dentística Restauradora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que foi devidamente calibrado e programado eletronicamente para realizar as termociclagens (Os dados deste equipamento estão descritos no ANEXO C). As temperaturas impostas aos espécimes, bem como o número de ciclos e o tempo de imersão permaneceram durante todo o processo descritos no visor de programação do equipamento. Foram realizados dois banhos térmicos, que correspondiam a um ciclo, nas temperaturas de 5 ºC (±0.1) e 55 ºC (±0.1), totalizando um total de 300 ciclos, de 30 segundos em cada temperatura. Primeiramente, os grupos ímpares que ficaram imersos por três dias nas soluções corantes, foram submetidos à ciclagem térmica e, em seguida, foi realizada a ciclagem com os grupos pares, que permaneceram imersos por sete dias nos corantes. Imediatamente após o processo de termociclagem, os espécimes foram novamente armazenados na estufa bacteriológica a 37ºC, na qual permaneceram, respeitando o tempo de imersão nos corantes, até o momento de serem seccionados. 37 Ética Equipamentos Científicos S/A, São Paulo, Brasil.

80 FIGURA 3: Máquina de ciclagem térmica 4.9 Hemisecção dos espécimes Após completados os intervalos de tempo previamente estabelecidos (três e sete dias), os dentes foram removidos das soluções corantes, lavados em água corrente por 30 minutos e secos à temperatura ambiente por 24 horas para permitir a fixação dos corantes e remoção de resíduos, uma vez que qualquer contaminação posterior poderia mascarar os resultados (VAZ et al., 1992). Estes cuidados se fazem necessários principalmente nos espécimes imersos em solução de Sulfato de Níquel, em função da alta sensibilidade do método, conforme descrito por PÉCORA & ROSELINO (1982), haja vista que os íons Níquel da solução podem entrar em contato com as paredes do conduto radicular, com a bolinha de algodão e com o cone de papel absorventes - impregnados com Dimetilglioxima - e alterar a veracidade dos resultados.

81 Após a secagem, foi realizado o seccionamento longitudinal das amostras, no sentido vestíbulo-lingual, utilizando um disco flexível diamantado dupla face 38 adaptado a um micromotor. O corte foi realizado ao longo das superfícies externas coronária e radicular dos espécimes até a proximidade da cavidade de acesso e do canal radicular. Após a confecção dos sulcos longitudinais, uma força foi aplicada através destes, utilizando um Hollenback para clivagem e obtenção das hemipartes. As hemisecções obtidas de cada espécime foram numeradas e fixadas com cera utilidade em um suporte retangular de madeira, de forma que as superfícies a serem analisadas ficassem voltadas para o examinador Mensuração linear da penetração dos corantes A observação macroscópica das secções longitudinais obtidas e a medida linear de infiltração dos corantes foi realizada no CETEC Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais, utilizando uma lupa estereomicroscópica 39 (FIG. 4) com câmara digital que permitiu a visualização das imagens com um aumento de quatro vezes, sem distorções, acoplada a um sistema computadorizado de análise quantitativa. A partir das imagens obtidas, capturadas através de um software (Image Pro- Plus) 40 e padronizadas em escala de 1mm, selecionou-se, de cada espécime, a hemiparte que continha a marca de infiltração de maneira mais intensa na bolinha de algodão. A hemiparte escolhida de cada espécime foi então fixada com cera utilidade, com a superfície a ser analisada voltada para o examinador e pressionada 38 KG Sorensen Indústria e Comércio Ltda, Barueri, Brasil 39 Wild M8, Heerbrugg, Suíça 40 Media Cybermetics, New Jersey, Estados Unidos

82 contra uma superfície plana, garantindo assim a estabilização dos corpos de prova em um mesmo plano, o que facilitou a captação das imagens, por permitir um mesmo foco em toda a extensão da imagem. Nestas imagens, mediu-se, em milímetros, a distância mais coronal na bolinha de algodão até o ponto de máxima infiltração do corante marcada no algodão. FIGURA 4: Lupa estereomicroscópica

83 4.11 Análise estatística Os dados apurados foram dispostos em tabelas e submetidos à análise estatística para verificação da existência de diferenças significativas entre os grupos estudados. As comparações entre as soluções marcadoras quanto à medida de profundidade de infiltração ocorrida em cada grupo e por intervalo de tempo ou agrupados com relação à solução corante utilizada foram realizadas utilizando-se a Análise de Variância (ANOVA). A Análise de Variância é o método estatístico indicado para a comparação de três ou mais grupos de dados numéricos que apresentam distribuição normal ou aproximadamente normal, quantitativa e contínua (SAMPAIO, 1998; SOARES & SIQUEIRA, 1999). Para a indicação deste modelo, as amostras devem ser independentes e os dados amostrais devem cumprir alguns pré-requisitos fundamentais - presença de normalidade e de homogeneidade das variâncias - que deverão ser atendidos para que a Análise de Variância seja realizada adequadamente (LEVINE et al., 2000). Neste trabalho, estes dois fatores foram verificados, para então ser utilizado o teste paramétrico para a avaliação. Diante disso, será realizada a Análise de Variância a dois critérios (two-way) para a comparação global de grupo, de tempo e interação, sendo complementada pelo Teste T de Student para a realização de múltiplas comparações entre as médias dos grupos. Para os testes, adotou-se o nível de significância de 5%, para decidir-se por uma diferença significativa entre as médias. Isso equivale a encontrar um valor de probabilidade p, correspondente à estatística de teste menor que 0,05 (p<0,05).

84

85 6. RESULTADOS Medidas lineares da profundidade de infiltração dos corantes, obtidas na bolinha de algodão em cada espécime dos diferentes grupos experimentais, estão descritas em tabelas específicas, agrupadas de acordo com o marcador empregado (TAB. 1, 2 e 3). TABELA 1: Medidas da penetração do corante Azul de Metileno obtidas nos espécimes dos grupos I e II. AVALIAÇÃO DO GRAU DE PENETRAÇÃO DOS CORANTES Valores lineares de infiltração - Azul de Metileno (mm) GRUPO I (3 dias) GRUPO II (7 dias) 1: 1,335 15: 2,292 2: 1,486 16: 1,939 3: 1,000 17: 4,000 4: 0,982 18: 2,292 5: 0,881 19: 4,000 6: 1,435 20: 1,939 7: 3,050 21: 2,795 8: 0,645 22: 2,443 9: 2,342 23: 2,216 10: 1,612 24: 3,198 11: 1,763 25: 2,040 12: 1,763 26: 2, (Controle positivo): 4, (Controle positivo): 4, (Controle negativo): 0, (Controle negativo): 0,000

86 TABELA 2: Medidas da penetração do corante Rodamina B obtidas nos espécimes dos grupos III e IV. AVALIAÇÃO DO GRAU DE PENETRAÇÃO DOS CORANTES Valores lineares de infiltração Rodamina B (mm) GRUPO III (3 dias) GRUPO IV (7 dias) 1: 2,822 15: 3,939 2: 2,090 16: 2,644 3: 2,342 17: 4,000 4: 2,519 18: 3,375 5: 3,047 19: 3,526 6: 2,367 20: 4,000 7: 2,569 21: 3,123 8: 2,443 22: 3,450 9: 3,098 23: 3,173 10: 4,000 24: 3,677 11: 2,493 25: 3,602 12: 2,220 26: 3, (Controle positivo): 4, (Controle positivo): 4, (Controle negativo): 0, (Controle negativo): 0,000

87 TABELA 3: Medidas da penetração do corante Sulfato de Níquel obtidas nos espécimes do grupo V e VI AVALIAÇÃO DO GRAU DE PENETRAÇÃO DOS CORANTES Valores lineares de infiltração - Sulfato de Níquel (mm) GRUPO V (3 dias) GRUPO VI (7 dias) 1: 0,000 15: 2,451 2: 0,730 16: 1,586 3: 1,662 17: 3,098 4: 0,428 18: 1,460 5: 3,774 19: 1,712 6: 0,000 20: 1,209 7: 1,183 21: 1,662 8: 0,654 22: 1,385 9: 1,738 23: 1,687 10: 2,292 24: 1,511 11: 1,083 25: 1,939 12: 0,755 26: 2, (Controle positivo): 4, (Controle positivo): 4, (Controle negativo): 0, (Controle negativo): 0,000 Aplicou-se o modelo de Análise de Variância (ANOVA), uma vez que os dados amostrais foram independentes, apresentaram normalidade e homogeneidade das variâncias, sendo que estes dois últimos pré-requisitos foram verificados através da aplicação dos testes Lilliefors e Cochran-Bartlett, constatandose que os dados estavam homogêneos e dentro da normalidade (ANEXO D).

88 O propósito da análise é o domínio dos efeitos das fontes de variação, de modo que o valor estimado como variância entre os grupos corresponda à sua própria natureza, sem o concurso de fatores estranhos que poderiam superestimá-lo. Desta forma, tem-se: - Variáveis independentes: grupo - tempo - Interação: grupo X tempo - Observações perdidas: 0 - Observações válidas: 72 TRATAMENTOS VARIAÇÃO TOTAL GRUPO TEMPO ERRO P< 0,05 TABELA 4: Distribuição dos dados em relação ao número de grupos, amostras e intervalos de tempo. Efeito Identificação Dados GRUPO 1 24 GRUPO 2 24 GRUPO 3 24 TEMPO 3 36 TEMPO 7 36

89 A TAB. 4 mostra a realização de um agrupamento dos dados para a aplicação da Análise de Variância, determinando-se três grupos, cada um correspondente aos três corantes empregados, e dois intervalos de tempo. Desta forma, o grupo de identificação 1 corresponde ao Azul de Metileno, o de identificação 2, corresponde à Rodamina B e o grupo 3 corresponde aos espécimes imersos em Sulfato de Níquel. Cada grupo contém um total de 24 espécimes, 12 de cada intervalo de tempo. Em relação ao tempo, dois períodos serão avaliados, a saber três e sete dias, o que totaliza 36 espécimes em cada intervalo de tempo, o que correspondente a 12 em cada grupo corante. Os grupos controles não são incluídos neste agrupamento dos dados. TABELA 5: Interação dos intervalos de tempo (três e sete dias) agrupados em relação às três soluções corantes empregadas. Interações Identificação Dados GRUPO X TEMPO GRUPO X TEMPO GRUPO X TEMPO GRUPO X TEMPO GRUPO X TEMPO GRUPO X TEMPO Média: Desvio padrão: Foram realizadas interações de cada grupo, de acordo com a solução corante, com os dois intervalos de tempo, conforme observado na TAB. 5, na coluna de identificação. Para cada interação, 12 dados foram avaliados, o que corresponde aos 12 espécimes experimentais de cada grupo. A comparação dos grupos pelo método de análise de variâncias é feita aplicando-se a estatística F, por meio de estudo das causas de variação. Estas

90 causas provêm de dois fatores. A primeira causa de variabilidade é devida ao fato dos tratamentos dados a cada grupo serem diferentes, ou seja, relacionados à diferença das médias dos grupos. A segunda causa investigada é devida à variabilidade residual, como resultado das diferenças no interior de cada grupo. TABELA 6: Resultado da Análise de Variância com dois fatores para os dados referentes às medidas da penetração dos corantes na bolinha de algodão. Fontes de Variação G.L.* S.Q.* Q.M.* F* Signif. GRUPO TEMPO GRUPO X TEMPO ******* Resíduo C.V. (%) = *G.L. : graus de liberdade *Q.M.: quadrado médio *S.Q.: soma dos quadrados * F: estatística do teste da Análise de Variância Na TAB. 6, observa-se a realização da estatística F, que determinou a hipótese nula de igualdade entre os grupos e entre os intervalos de tempo, uma vez que os valores de F foram elevados e, portanto, a variação entre os grupos em relação à variação dentro de cada grupo e entre os tempos é significativa. Não houve interação de grupo X tempo, indicando que o comportamento dos grupos foi semelhante nos dois intervalos de tempo avaliados. A análise de variância indicou apenas que houve diferença entre grupos e tempo, não sendo possível detectar especificamente entre quais grupos foi verificada esta diferença. Para tanto, realizouse um teste adicional para comparação, aos pares, de cada grupo com cada um dos demais, através do teste T de Student, já que o coeficiente de variação foi superior a 30%.

91 TABELA 7: Valores médios da medida de profundidade de infiltração após realização do Teste T de Student. GRUPO INTERVALOS DE TEMPO 3 dias 7 dias Azul de Metileno 2% b Rodamina B 2% a Sulfato de Níquel 5% c b a Médias seguidas de letras distintas diferem entre si (p<0.05) pelo teste T de Student. A TAB. 7 mostra que existe diferença significativa (p<0.05) entre as três soluções corantes utilizadas em cada um dos períodos avaliados. A profundidade média de penetração do corante Azul de Metileno no intervalo de três dias (grupo I) foi de 1,524mm, enquanto no intervalo de sete dias (grupo II) a média alcançada foi de 2,597mm. A penetração do corante Rodamina B atingiu valores médios de 2,760mm no intervalo de três dias (grupo III) e, após o período de sete dias (grupo IV), 3,380mm em média da solução corante penetraram na bolinha de algodão. Em relação ao Sulfato de Níquel, o valor médio de infiltração pelo corante no intervalo de três dias (grupo V) foi de 1,191mm e para o intervalo de sete dias (grupo VI) a média obtida foi de 1,910mm. O GRÁF. 1 retrata os resultados encontrados. Quando se compara as médias das medidas de profundidade de penetração agrupadas por solução corante, observa-se diferenças significativas (p<0,05) entre os grupos. A Rodamina B exibiu a maior média de profundidade de infiltração (3,070mm), seguida do Azul de Metileno, com média de 2,061mm e do Sulfato de Níquel, que apresentou um valor médio de 1,551mm. Em relação aos períodos de tempo, observa-se que existe diferença significativa (p<0.05) entre os dois intervalos, e a profundidade de infiltração

92 encontrada no intervalo de sete dias apresenta-se significativamente superior (2,629 mm) à encontrada no intervalo de três dias (1,825 mm), em todos os grupos analisados. GRÁFICO 1: Comparação das médias da medida de profundidade de infiltração. 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 3 dias 7dias 3 dias 7 dias 3 dias 7 dias Azul de Metileno Rodamina B Sulfato de Níquel O GRÁF. 2 também fornece uma comparação dos resultados encontrados e mostra os valores médios de infiltração de cada solução corante após os períodos de três e sete dias, respectivamente.

93 GRÁFICO 2: Comparação das médias da medida de profundidade de infiltração. 4,0 Média da profundidade de infiltração (mm) 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 2,761 1,524 1,191 3,380 2,597 1,910 3 dias 7dias Tempo Sulfato de Níquel Azul de Metileno Rodamina B Nos dois intervalos de tempo, três e sete dias, a Rodamina B (FIG. 7 e 8) exibiu uma profundidade média de infiltração significativamente superior ao Azul de Metileno (FIG. 5 e 6) e ao Sulfato de Níquel (FIG. 9 e 10). Além disso, em relação a esses dois últimos corantes, o Azul de Metileno mostrou maior eficácia de penetração se comparado ao Sulfato de Níquel, nos dois intervalos de tempo avaliados. Com o objetivo de demonstrar a marcação dos corantes nos dois intervalos de tempo propostos, foi selecionado um espécime de cada grupo, especificados pelas FIG. 5, 6, 7, 8, 9 e 10. No controle negativo, todas as amostras receberam selamento coronário e a impermeabilização foi realizada em toda a superfície externa do elemento dentário. Não foi observada a presença de infiltração em nenhum dos espécimes imersos nas três soluções corantes (FIG. 11, 13 e 15).

94 No controle positivo, todas as amostras foram impermeabilizadas a partir do terço apical até no nível da junção amelo-cementária, porém estas não receberam selamento coronário, sendo que apenas a bolinha de algodão foi inserida nas cavidades de acesso. A penetração dos corantes foi observada ao longo de toda a bolinha de algodão, em todos os espécimes. As FIG. 12, 14 e 16 representam um espécime do controle positivo de cada uma das soluções corantes.

95 FIGURA 5: Imagem da infiltração após imersão em Azul de Metileno 2%, no período de três dias, obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes) FIGURA 6 Imagem da infiltração após imersão em Azul de Metileno 2%, no período de sete dias, obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes)

96 !"###$% FIGURA 8 Imagem da infiltração após imersão em Rodamina B 2%, no período de sete dias, obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes)

97 FIGURA 9 Imagem da infiltração após imersão em Sulfato de Níquel 5%, no período de três dias, obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes). FIGURA 10 Imagem da infiltração após imersão em Sulfato de Níquel 5%, no período de sete dias, obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes).

98 FIGURA 11 Imagem do controle negativo obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes), após imersão em Azul de Metileno 2%. FIGURA 12 Imagem do controle positivo obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes), após imersão em Azul de Metileno 2%.

99 FIGURA 13 Imagem do controle negativo obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes), após imersão em Rodamina B 2%. FIGURA 14 Imagem do controle positivo obtida em lupa estereomicroscópica (4 vezes), após imersão em Rodamina B 2%.

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