Febre do Chikungunya. Sinonímia: Chikungunya, CHIK, CHIKV, infecção pelo vírus Chikungunya.
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- Maria dos Santos Paixão Caires
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1 GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE PÚBLICA COORDENADORIA DE PROMOÇÃO À SAÚDE SUBCOORDENADORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA PROGRAMA ESTADUAL DE CONTROLE DA DENGUE E CHIKUNGUNYA NO RN Febre do Chikungunya Sinonímia: Chikungunya, CHIK, CHIKV, infecção pelo vírus Chikungunya. Rio Grande do Norte outubro de 2014
2 Historicamente, as epidemias de CHIKV têm se apresentado como cíclicas com períodos inter epidêmicos que oscilam entre 4 e 30 anos (OPAS, 2011). Apesar do relato de casos semelhantes no início de 1770, o CHIKV só foi isolado de soros humanos e de mosquitos durante a epidemia (1952/53) na Tanzânia. Na Ásia, cepas de CHIKV foram isoladas em 1960, durante grandes surtos urbanos em Bangkok na Tailândia, e nas décadas de 60 e 70 em Calcutá e Vellore, na Índia. Nos anos 80, apenas surtos esporádicos e pequena transmissão foram relatados (OPAS, 2011).
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4 No presente século (XXI), a primeira epidemia por CHIKV ocorreu em 2004, em Lamu, no Quênia, com casos. Nos quatro anos seguintes, o vírus espalhou-se pelas ilhas do Oceano Índico, Índia, Sudeste da Ásia e Europa. Desde então, o vírus tem expandido sua distribuição geográfica mundial, provocando grandes epidemias na Ásia e África. Em , nas Ilhas da Reunião, no Oceano Índico, ocorreu uma epidemia, com pessoas infectadas, com mais de 200 óbitos (YAKOB & CLEMENTS, 2013).
5 Em 2006, a epidemia propagou-se do Oceano Índico para a Índia, onde se alastrou por 17 estados do país infectando 1,39 milhão de pessoas antes do final daquele ano. Da Índia, os casos se propagaram para as Ilhas de Andaman e Nicobar, Sri Lanka, Ilhas Maldivas, Singapura, Malásia, Indonésia e numerosos outros países por meio de viajantes virêmicos. Em 2007, ocorreu transmissão autóctone no norte da Itália após introdução do vírus no país por um viajante oriundo da Índia (OPAS, 2011).
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7 Em 2010, o vírus continuou causando doença na Índia, na Indonésia, em Myanmar, na Tailândia, nas Maldivas e reapareceu na Ilha da Reunião. Nesse mesmo ano, foram identificados casos importados em Taiwan, na França, nos Estados Unidos e no Brasil, trazidos por viajantes advindos, respectivamente, da Indonésia, da Ilha da Reunião, da Índia e do sudoeste asiático. A partir de dezembro de 2013, uma epidemia por CHIKV afetou diversas ilhas do Caribe.
8 Até a primeira metade de setembro de 2014, a transmissão autóctone da doença foi identificada em diversos países e territórios do continente americano, no Caribe, América Central, América do Sul e América do Norte (Anguilla, Antigua e Barbuda, Aruba, Bahamas, Barbados, Ilhas Virgens Britânicas, Ilhas Cayman, Colômbia, Costa Rica, Curacao, Dominica, República Dominicana, El Salvador, Guiana Francesa, Grenada, Guadalupe, Guiana, Haiti, Jamaica, Martinique, Panamá, Puerto Rico, Saint Barthelemy, São Cristóvão e Nevis, Saint Martin, Sint Maarten, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Ilhas Turcas e Caicos, Estados Unidos, Ilhas Virgens dos EUA, Venezuela), com a notificação de casos suspeitos e confirmados em laboratório (CDC, 2014b).
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10 Como se trata de um vírus emergente nas Américas, cuja população encontra-se inteiramente susceptível e onde a ampla distribuição de mosquitos transmissores está estabelecida, fatores que favorecem a rápida transmissão do vírus, considera-se que existe o risco eminente de que o CHIKV continue se espalhando para outras áreas da América do Norte, América Central e América do Sul (OPAS, 2014). Destaca-se que a taxa de ataque da doença, durante epidemias pode variar de 38% a 63%, atingindo rapidamente grande parte da população (OPAS,2011)
11 Atualmente já ocorre transmissão autóctone nas América, África, Europa, Ásia e Oceania. No final de 2013, foi registrada a transmissão autóctone da doença em vários países do Caribe. Em 2014, foram confirmados casos autóctones no Brasil ( Amapá, Bahia e Minas Gerais) e em vários países do continente americano.
12 Trata-se de uma enfermidade emergente nas Américas causada pelo CHIKV é transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo Ae. aegypti (transmissor da dengue) e o Ae. albopictus os principais vetores.
13 Período de Incubação O período de incubação intríseco, que ocorre no ser humano é de 3 a 7 dias (podendo variar de 1 a 12 dias). O extrínseco, que ocorre no vetor, dura em média 10 dias. O período de viremia no ser humano dura em média 5 dias e, geralmente, inicia-se dois dias antes da apresentação dos sintomas (OPAS, 2011).
14 Sintomatologia O manejo do paciente com suspeita de febre de Chikungunya é diferenciado de acordo com a fase da doença: aguda, subaguda e crônica. Fase aguda febre de início súbito (maior que 38,5 C) com surgimento de intensa poliartralgia, podendo haver edema associado a tenossinovite, mialgia( braços e coxas) e cefaléia. O exantema normalmente é macular ou maculopapular( em 50% dos casos) e surge de 2 a 5 dias após o início da febre.
15 Fase Subaguda A febre desaparece com a persistência ou agravamento da artralgia, incluindo poliartrite distal. Surgimento de astenia, prurido generalizado podendo ocorrer lesões purpúricas, vesiculares e bolhosas.
16 Fase crônica O sintoma mais comum nesta fase é o acometimento articular persistente nas mesmas articulações atingidas durante a fase aguda, caracterizado por dor com ou sem edema, limitação de movimento, deformidade e ausência de eritema. Os principais fatores de risco para a cronificação: idade acima de 45 anos, desordem articular preexistente e maior intensidade das lesões articulares na fase aguda.
17 A Febre de Chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya. A transmissão ocorre através da picada de fêmeas dos mosquitos Ae. aegypti e Ae. Albopictus infectadas pelo CHIKV. A transmissão vertical pode ocorrer quase que exclusivamente, no intraparto de gestantes virêmicas e, muitas vezes, provoca infecção neonatal grave.
18 Atenção Especial Gestantes; Idosos Co-morbidades Neonatos Crianças Tratamento Não há tratamento específico; Manejo dos sintomas e das doenças de base ; Não há vacina
19 Notificação de casos LEI de 30 de outubro de 1975 Dispõe sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá outras providências.
20 Portaria MS/GM no 2.472, de 31 de agosto de 2010.
21 PORTARIA Nº 104, DE 25 DE JANEIRO DE 2011
22 PORTARIA Nº 1.271, DE 6 DE JUNHO DE 2014
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25 CHIKUNGUNYA - Quando Notificar? Notificar imediatamente todo caso que o paciente apresentar: febre de início súbito maior de 38,5ºC e artralgia ou artrite intensa com inicio agudo, não explicado por outras condições, sendo residente ou visitado áreas endêmicas ou epidêmicas até duas semanas antes do início dos sintomas ou que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado = Suspeito A notificação deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), através da ficha de notificação/investigação específica.
26 Caso confirmado: Caso suspeito com um dos seguintes parâmetros laboratoriais nos testes específicos para diagnóstico de CHIKV: Isolamento viral positivo; Detecção de RNA viral por RT-PCR; Detecção de IgM em uma única amostra de soro (coletada durante a fase aguda ou convalescente); PRNT positivo para o CHIKV em uma única amostra de soro (coletada durante a fase aguda ou convalescente)
27 Demonstração de soroconversão (negativo positivo ou aumento de quatro vezes) nos títulos de IgG por testes sorológicos (ELISA ou teste de Inibição da Hemaglutinação-IH) entre as amostras nas fases aguda (preferencialmente primeiros oito dias de doença) e convalescente, preferencialmente de 15 a 45 dias após o início dos sintomas, ou dias após a coleta da amostra na fase aguda. Em situação de epidemia de CHIKV em uma determinada área, o diagnóstico deve ocorrer somente por critério clínico-epidemiológico exceto para as formas atípicas e óbitos.
28 Orientações para notificação de caso suspeito de Chikungunya Portaria MS Nº 1271, de 06 de Junho de 2014, os casos suspeitos de Chikungunya devem ser comunicados/notificados em até 24 horas a partir da suspeita inicial. O profissional deve comunicar à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no máximo 24 horas. Caso a SMS não disponha de estrutura e fluxos para receber as notificações de emergências epidemiológicas dentro deste período, principalmente nos finais de semana, feriados e período noturno, a notificação deverá ser feita ao CIEVS ESTADUAL, através do disque notifica:
29 É importante que o serviço de vigilância epidemiológica municipal seja informado sobre o caso suspeito para iniciar o processo de investigação e informar imediatamente à equipe de controle vetorial local para a adoção das medidas necessárias ao combate do vetor.
30 Diante de um caso suspeito é importante utilizar a proposta de estadiamento clínico do fluxograma do paciente com suspeita de Chikungunya. Sistemas de acolhimento com classificação de risco devem ser implantados nos vários níveis de atenção para facilitar o fluxo adequado de pacientes durante um surto. A classificação de risco deve estar atenta para a presença dos sinais de gravidade e critérios de internação de Chikungunya. Também deve estar atento ao diagnóstico diferencial de dengue e de malária e na presença de sinais de gravidade dessas doenças. Se presentes, estes devem ser referenciados imediatamente às unidades de referência.
31 Informações Epidemiológicas No Brasil, até a semana epidemiológica SE 40 (28/09 a 04/10) foram notificados (100%) casos autóctones suspeitos de febre de Chikungunya. Destes, 173 (15,8%) foram confirmados, sendo 36 por critério laboratorial(17 em Oiapoque/AP e 19 em Feira de Santana/BA) e 137 por clínico epidemiológico. Dos casos restantes, 21(1,9%) foram descartados e 901 (82,3%) encontram-se em investigação. Dos 901 casos em investigação, 316 são do município de Oiapoque/AP e 585 do município de Feira de Santana/BA que poderão ser descartados ou confirmados por critério clínico epidemiológico.
32 Foram ainda registrados 38 casos importados confirmados por laboratório. Esses casos foram identificados nas seguintes UFs: Amazonas (1), Amapá (1), Ceará (4), Distrito Federal (2), Goiás (1), Maranhão (1), Pará (1), Paraná (2), Rio de Janeiro (3), Rio Grande do Sul (2), Roraima (3) e São Paulo (17). Caracterizada a transmissão sustentada de Chikungunya em uma determinada área, com a confirmação laboratorial dos primeiros casos, o Ministério da Saúde recomenda que os demais casos sejam confirmados por critério clínico-epidemiológico. Fonte: MS/CGPNCD- Dados coletados em 20/10/2014
33 No RN até a SE 40 (28/09 a 04/10) foram notificados 13 casos suspeitos de febre de Chikungunya. Destes, 09 (69,2%) foram descartados e 04(30,8 %) encontram-se em investigação, aguardando resultado do Instituto Evandro Chagas/IEC em Belém/PA, laboratório de referência nacional para o estado do RN.
34 Informação Entomológica (controle vetorial) 32 (19,2%)municípios com IIP satisfatório (até 0,99) 66 (39,5%)município com IIP em alerta (entre 1 e 3,99) 69 (41,3%)municípios com IIP de risco (a partir de 4,00) 00 municípios sem informação Fonte: SUVIGE/CPS/SESAP- Dados coletados em 20/10/2014
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