Reforma processual (Lei nº /2011) e o delegado de Polícia

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Reforma processual (Lei nº /2011) e o delegado de Polícia"

Transcrição

1 Reforma processual (Lei nº /2011) e o delegado de Polícia Francisco Sannini Neto 1-) Introdução Como já é cediço no meio jurídico, foi publicada no dia 05 de maio de 2011 a Lei /2011 que, após um longo período de tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional, entrará em vigor no dia 04 de julho de 2011, trazendo em seu bojo importantes alterações ao Código de Processo Penal com relação ao trato das prisões e da liberdade provisória. A referida lei também inova ao acrescentar um conjunto de medidas cautelares alternativas à prisão, o que está totalmente de acordo com o princípio da presunção de não-culpabilidade, previsto na Constituição da República. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é analisar o conteúdo da nova lei em todos os seus aspectos que se relacionam com a atividade do Delegado de Polícia, fornecendo subsídios para a sua aplicação durante a fase investigativa. Em tempo, já adiantamos que, de acordo com o nosso entendimento, a Lei /2011 aumenta de maneira significativa a importância da Autoridade de Polícia Judiciária para a manutenção do Estado Democrático de Direito, seja pelo fato de que será possível a fixação de fiança para um conjunto muito maior de crimes, ou seja porque caberá ao Delegado de Polícia um papel de protagonista na proteção da persecução penal ao lado do Ministério Público. Isso posto, passemos a analisar as modificações trazidas pela nova lei. 2-) Medidas Cautelares: Considerações Gerais Antes de esmiuçar o conteúdo do disposto no artigo 282 da nova lei, não podemos olvidar que a Constituição da República prevê no seu artigo 5, LVII que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (princípio da não-culpabilidade). Assim, deve-se ter sempre em mente que qualquer restrição à liberdade de locomoção, que é um direito fundamental do indivíduo, deve ser sempre evitada, sendo sua supressão justificada apenas quando em conflito com outro direito fundamental. Como consectário dessa determinação constitucional, pode-se afirmar que todo aquele que estiver submetido à persecução penal, terá preservado o seu estado de inocência. A adoção de qualquer medida cautelar pessoal atinge um direito fundamental do indivíduo e, dessa forma, também está vinculada ao princípio da presunção de não-

2 culpabilidade, sendo que sua imposição exigirá, sempre, fundamentação escrita da Autoridade Judiciária competente, com base nos critérios de necessidade e adequação, inerentes a todos os tipos de medidas dessa natureza. Merece destaque o fato de que nas medidas cautelares em geral, fala-se sempre em fumus boni iuris e periculum in mora. Contudo, em se tratando de processo penal é preferível a opção pelas expressões fumus comissi delictii (aparência criminosa do fato) e periculum in libertatis (periculosidade do agente). Do mesmo modo, a adoção de medidas cautelares deve se pautar pelo postulado na proporcionalidade. [01] Na imposição de uma medida cautelar, deve ser feito um juízo de ponderação para definir qual das medidas é a mais adequada e necessária de acordo com a gravidade do caso concreto, lembrando que este postulado proíbe, outrossim, o excesso. De acordo com a nova lei, a prisão preventiva, que também possui natureza cautelar, deve ser sempre a última opção do juiz, sendo cabível apenas quando as outras medidas se mostrarem ineficazes ou inadequadas para a garantia da persecução penal. Da mesma forma, sempre que possível, deve ser adotada a medida que menos interfira nos direitos fundamentais do indivíduo, desde que, é claro, ela seja suficiente e adequada a preservação do processo. Sem embargo, caso fique demonstrada a necessidade de uma cautelar mais gravosa ao indiciado/acusado, poderá ser feita a substituição ou, inclusive, a cumulação das medidas. Resta claro, portanto, que as medidas cautelares são regidas pela cláusula rebus sic stantibus, ou seja, estão condicionadas às circunstâncias em que foram impostas, podendo o juiz substituí-las, revogá-las ou aplicá-las novamente caso seja necessário (fungibilidade das medidas cautelares). Com relação ao Delegado de Polícia, a nova lei deixa claro a sua capacidade postulatória na medida em que o coloca como um dos legitimados a demandar a imposição de medidas cautelares durante a fase pré-processual (inquérito policial) por meio de representação. Insta salientar que em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz de ofício, ou mediante requerimento do Ministério Público, do seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, cumulá-la e, em último caso, decretar a prisão preventiva. Nesse ponto é importante ressaltar que, embora a lei não tenha feito referência ao Delegado de Polícia, nada impede que ele represente pela decretação da prisão preventiva em substituição à medida cautelar eventualmente descumprida. Caso contrário, perder-se-ia um grande guardião do fiel cumprimento das medidas impostas pelo Poder Judiciário, o que afetaria sobremaneira a eficácia das cautelares, pondo em risco a persecução penal e o próprio Estado Democrático de Direito. Ademais, se o Delegado de Polícia pode representar pela imposição de medida cautelar, não teria sentido a impossibilidade da representação pela prisão preventiva no caso do seu descumprimento, até porque esta também é uma medida cautelar.

3 Parece que a omissão da Autoridade Policial no texto legal foi apenas um lapso do legislador, que não teve a intenção de excluí-lo. Assim, com base numa interpretação sistemática da nova lei, pode-se afirmar que é absolutamente possível a representação pela prisão preventiva em substituição à medida cautelar descumprida. Para encerrar esse ponto, eis o conteúdo do dispositivo legal: Art.282 As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. 2o As medidas cautelares serão decretadas pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes ou, quando no curso da investigação criminal, por representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério Público. 3o Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, permanecendo os autos em juízo. 4o No caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas, o juiz, de ofício ou mediante requerimento do Ministério Público, de seu assistente ou do querelante, poderá substituir a medida, impor outra em cumulação, ou, em último caso, decretar a prisão preventiva (art. 312, parágrafo único). 5o O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 6o A prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319). 3-) Medidas Cautelares e o Delegado de Polícia Já no intróito deste ponto, chamamos a atenção do leitor no sentido de que, conforme demonstrado alhures, a adoção das medidas cautelares deve ser adequada à gravidade da infração praticada pelo indiciado. Assim sendo, a Lei /2011 estipulou no seu artigo 283, 1, que não será possível a imposição de medida cautelar para aquelas infrações em que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.

4 Mais uma vez o legislador se pautou pelo postulado da proporcionalidade, uma vez que, se ao final do processo o réu não será punido com pena de prisão, não faria sentido aplicar-se uma medida cautelar durante o processo, afinal, o meio não pode ser mais grave que o fim. Além disso, insta consignar que surgirão doutrinadores defendendo a impossibilidade de imposição das medidas cautelares também nos casos que envolverem infrações de menor potencial ofensivo. Com a devida vênia, tal entendimento não pode prosperar. Isto, pois, a lei é clara no sentido de que só não caberá a decretação de medidas cautelares nos casos de infrações penais que não sejam punidas com pena privativa de liberdade. Se a intenção do legislador fosse a de vedar a imposição das cautelares nos delitos de menor potencial ofensivo, ele o teria feito de maneira expressa. O entendimento contrário implicaria numa violação ao princípio da legalidade e numa considerável diminuição da eficácia de tais medidas, uma vez que impossibilitaria a sua aplicação em diversos crimes. Feitas essas ressalvas, falaremos agora sobre algumas das medidas cautelares que, no nosso entendimento, serão de grande valia para a Autoridade de Polícia Judiciária durante a fase pré-processual. A nova lei estabelece o rol de medidas cautelares no seu artigo 319. A primeira delas é o comparecimento periódico do indiciado em juízo para informar e justificar suas atividades. Essa medida não constitui nenhuma novidade em nosso ordenamento jurídico, vez que já era prevista como uma das condições para a suspensão condicional do processo. A proibição de freqüentar determinados lugares, prevista no inciso II do artigo 319, é uma medida cautelar que restringe de maneira significativa o direito de liberdade de locomoção do indiciado. Entendemos que tal medida será muito valiosa para o Delegado de Polícia durante o procedimento investigativo. Para tanto, imaginemos o caso de um indivíduo que, por exemplo, possui um histórico de brigas em bares ou boates. Esse sujeito poderá ter decretada em seu desfavor uma medida cautelar que o proíba de freqüentar esses lugares. Da mesma forma, esta medida poderá ser adotada em relação aos torcedores que se envolverem em brigas ou qualquer outra ocorrência criminal nos estádios de futebol ou arredores. Já o inciso III do artigo 319, apresenta uma das medidas de maior utilidade para o dia a dia policial. O referido dispositivo estabelece a possibilidade de proibição de contato com determinada pessoa. Como exemplo, citamos casos envolvendo ameaças e lesões corporais constantes a mesma vítima. Desse modo, constatada a necessidade, cabe ao Delegado de Polícia representar por esta cautelar, evitando, assim, a reiteração dessas condutas criminosas. Por fim, destaca-se a medida cautelar prevista no inciso V do artigo 319, cujo conteúdo traz a possibilidade de recolhimento domiciliar do investigado durante o período noturno e nos dias de folga. Trata-se de uma medida bastante restritiva ao direito de

5 liberdade de locomoção do indivíduo, configurando-se, de fato, uma espécie de prisão domiciliar. Sendo assim, esta cautelar deve ser imposta apenas nos casos mais graves em que não for possível a decretação da prisão preventiva por ausência dos requisitos previstos nos artigos 312 e 313. Nessa linha, o Delegado de Polícia deve se valer dessa medida sempre que houver prisão em flagrante e o indiciado for beneficiado com a liberdade provisória com ou sem fiança. Salientamos que, além das medidas cautelares supramencionadas, a nova lei ainda traz outras como: proibição de ausentar-se da comarca; suspensão de exercício de atividade pública, econômica ou financeira; internação provisória nos casos dos semi-imputáveis e inimputáveis; fiança; monitoramento eletrônico; e proibição de ausentar-se do país mediante entrega do passaporte. Caberá ao Delegado de Polícia fazer uso dessas medidas de acordo com a necessidade e a adequação de cada uma delas diante do caso concreto. Para encerrar esse ponto, não podemos olvidar que, conforme destacado alhures, a Autoridade de Polícia Judiciária poderá representar pela prisão preventiva do indiciado que descumprir qualquer das medidas cautelares impostas pelo Poder Judiciário, com base numa interpretação sistemática do artigo 282, 4 da nova lei. Para tanto, bastará a constatação dos requisitos previstos no artigo 312, independentemente das hipóteses arroladas no artigo 313, conforme veremos mais adiante. 4-) Prisão em Flagrante e a Fiança Antes de qualquer coisa, devemos esclarecer ao leitor que, para nós, a prisão em flagrante não constitui uma medida cautelar. Conforme expusemos em outro trabalho "a prisão em flagrante tem a função de servir de proteção aos direitos fundamentais e à própria Constituição. Seu papel é atuar de maneira repressivo/preventiva, evitando ou desestimulando comportamentos que violem as normas penais incriminadoras, antecipando, para tanto, um dos efeitos da proteção penal, qual seja: a restrição da liberdade." [02] Dito isso, pode-se afirmar que a Lei /2011 trouxe significativas mudanças para o plantão policial com relação à prisão em flagrante, mais especificamente no que tange a fixação de fiança pelo Delegado de Polícia. Antes da nova lei, a Autoridade Policial só poderia fixar fiança nos casos de crimes punidos com pena de detenção ou prisão simples. Com a inovação legislativa, a concessão da fiança poderá ocorrer quando se tratar de infrações cuja pena privativa de liberdade máxima não for superior a quatro anos. Assim, a partir da vigência da nova lei, o Delegado de Polícia poderá fixar fiança para crimes como: homicídio culposo (art.121, 3 ), aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimento (art.124), perigo de contágio venéreo (art.130, 1 ), abandono de incapaz (art.133, caput), maus tratos qualificado (art.136, 1 ), seqüestro ou cárcere

6 privado (art.148), furto simples (art.155), extorsão indireta (art.160), dano qualificado (art.163, parágrafo único), apropriação indébita (art.168), receptação (art.180, caput), violação de direito autoral (art.184), explosão (art.251, 1 ), quadrilha ou bando (art.288), resistência qualificada (art.329, 1 ), contrabando ou descaminho (art.334), coação no curso do processo (art.344), posse, porte e disparo de arma de fogo (arts.12, 14 e 15 do Estatuto do Desarmamento) etc... Contudo, o artigo 323 da Lei estabelece que não será possível a concessão de fiança para os seguintes crimes: racismo, tráfico de drogas, tortura, terrorismo, crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático de Direito e nos crimes hediondos. O referido dispositivo só veio para reforçar o que já estava previsto no artigo 5 da Constituição da República, que determina a inafiançabilidade para os crimes supramencionados. Complementando o artigo 323, o artigo 324 dispõe que também não será concedida fiança aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado a fiança anteriormente concedida, ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações previstas nos artigos 327 e 328 do Código de Processo Penal. Da mesma forma, não será concedida fiança quando se tratar de prisão civil ou quando estiverem presentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva. É justamente com base nesse último caso, previsto no artigo 324, IV, que entendemos ser possível a não concessão de fiança pelo Delegado de Polícia no momento da lavratura do auto de prisão em flagrante sempre que este formar seu convencimento no sentido de que estão presentes os requisitos da prisão preventiva. Em tempo, consignamos que tais requisitos são somente aqueles constantes no artigo 312, uma vez que a lei faz referência apenas a este dispositivo legal. Ademais, o artigo 322 estabelece que a Autoridade Policial "poderá" conceder a fiança. Desse modo, fazendo uso de seu conhecimento jurídico, ele pode ou não concede-la, de acordo com o seu convencimento diante do caso concreto. Outra questão que merece destaque é o fato de que a Lei /2011 suprimiu os artigos 317 e 318 do CPP, que tratavam da apresentação espontânea. Um leitor mais desavisado pode entender que, a partir de agora, caberá a Autoridade Policial lavrar o flagrante mesmo nos casos em que o criminoso se apresentar espontaneamente. Data vênia, não foi essa a intenção do legislador. Parece que o objetivo da nova lei foi apenas suprimir artigos desnecessários, já que a impossibilidade da lavratura do flagrante nos casos de apresentação espontânea decorre da falta de previsão legal, pois tal circunstância não se enquadra em qualquer das hipóteses previstas no artigo 302 do CPP. Nesse diapasão, acrescenta o Professor Eduardo Cabette: "é impossível a Prisão em Flagrante daquele que se apresenta espontaneamente à autoridade. Aliás, o artigo 317, CPP jamais fez menção expressa ao flagrante. Na realidade, o que impedia (e ainda impede) a "prisão em flagrante por apresentação espontânea" era (e continua sendo) a contradição que tal expressão traz em si mesma. Ora, se há "prisão" não há

7 "apresentação espontânea" e se há esta segunda não pode haver "prisão", as expressões são incompatíveis e excludentes, não por força de lei, mas devido às mais comezinhas regras da lógica, já que algo não pode ser e não ser ao mesmo tempo. Essa lição remonta a Aristóteles e se refere ao denominado "Princípio de Contradição" ("Nada pode ser e não ser simultaneamente"). Ou bem a pessoa é presa ou se apresenta!" [03] Assim, ao se deparar com um caso de apresentação espontânea em um plantão policial, a Autoridade de Polícia Judiciária não poderá lavrar o flagrante por ausência de previsão legal (art.302 do CPP), independentemente da supressão do artigo 317, que tratava do tema. Entretanto, sempre será possível a representação pela prisão preventiva nos termos da lei. Frente ao exposto, restou mais uma vez comprovada a importância do Delegado de Polícia dentro de um Estado Democrático de Direito. Com a nova lei, caberá às Autoridades Policiais, como operadores do Direito que são, analisar o caso concreto e formar o seu convencimento jurídico sempre de maneira motivada, assegurando os direitos individuais dos envolvidos em ocorrências policiais. 5-) Prisão Preventiva Para encerrar este trabalho, faremos breves apontamentos com relação à prisão preventiva, que também sofreu algumas alterações com a Lei /2011. Não nos interessa, aqui, tecer profundos comentários acerca dessa modalidade de prisão, mas apenas analisar os seus aspectos inovadores. Em princípio, é mister destacar que, diferentemente da prisão em flagrante, a prisão preventiva é uma espécie de medida cautelar diga-se: a mais prejudicial e a que mais restringe os direitos do indiciado/acusado e, sendo assim, deve encontrar seu fundamento na tutela da persecução penal. Com as inovações trazidas pela nova lei, a prisão preventiva poderá ser imposta em três situações: a-) em qualquer momento da persecução penal (inquérito policial ou processo) de maneira autônoma e independente, com base no artigo 311 do CPP; b-) como conversão do flagrante quando o juiz entender insuficiente ou inadequada a adoção de outras medidas cautelares, com fulcro no artigo 310, II do CPP; c-) em substituição de medidas cautelares eventualmente descumpridas, com espeque no artigo 282, 4 do CPP. O artigo 312 do CPP estabelece os fundamentos para a decretação da prisão preventiva, que permanecem os mesmos, quais sejam: garantia da ordem pública e econômica; conveniência da instrução criminal; e para assegurar a aplicação da lei penal. Já o artigo 313 do mesmo estatuto impõe os seguintes requisitos: Art Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos;

8 II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de Código Penal; III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; IV - (revogado). Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. De acordo com o dispositivo, o Delegado de Polícia somente poderá representar pela prisão preventiva de um indiciado quando se tratar de crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a quatro anos. Essa imposição legal diminui o rol de crimes sujeitos à prisão preventiva autônoma. Diante disso, a Autoridade Policial deve estar sempre atenta às demais medidas cautelares que poderão ser impostas de acordo com o caso concreto, especialmente àquela que impõe o recolhimento domiciliar durante o período noturno e nos dias de folga. Conforme salientado anteriormente, esta medida deve ser sempre utilizada nos casos que envolverem infrações graves e que não estão sujeitas a prisão preventiva autônoma. Outra inovação que merece destaque é a que permite a decretação da prisão preventiva nos casos de violência doméstica e familiar não só contra a mulher, mas também contra crianças, adolescentes, idosos, enfermos ou pessoa com deficiência, com o objetivo de garantir a execução das medidas protetivas de urgência. Encerrando o dispositivo, o parágrafo único permite ao Delegado de Polícia representar pela prisão preventiva de um criminoso sempre que houver dúvidas sobre a sua identidade civil, desde que se trate de crime doloso e independentemente da pena cominada no preceito secundário. Nesse ponto, é de curial importância salientar que, em se tratando de prisão preventiva decretada em substituição à outra medida cautelar descumprida, não é necessária a presença do requisito estabelecido no artigo 313, I, ou seja, independe da pena máxima cominada, desde que estejam presentes os requisitos do artigo 312 e o crime seja doloso. Essa é a única conclusão a que podemos chegar, sob pena de se tornarem ineficazes as medidas cautelares decretadas nos casos de crimes cuja pena máxima cominada seja igual ou inferior a quatro anos. Por fim, de tudo que foi dito sobre o tema em pauta, podemos chegar as seguintes conclusões:

9 1-) Em regra, não será possível a decretação de prisão preventiva quando se tratar de crimes culposos ou contravenções penais; 2-) Nos crimes dolosos em que a pena máxima cominada não for superior a quatro anos, só será possível a decretação da prisão preventiva quando se tratar de indiciado reincidente em crime doloso e desde que presentes os fundamentos do artigo 312; 3-) Nos casos de dúvida com relação a identidade civil do indiciado, também poderá ser decretada a prisão preventiva, desde que se trate de crime doloso; 4-) No caso de descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas, a prisão preventiva poderá ser decretada independentemente dos requisitos previstos no artigo 313 do CPP, desde que presente algum dos fundamentos estabelecidos no artigo 312 (prisão preventiva subsidiária); 5-) A prisão preventiva pode ser decretada como conversão da prisão em flagrante, sempre que insuficientes ou inadequadas a imposição de outras medidas cautelares. 6-) A prisão preventiva pode ser decretada de maneira autônoma e independente, em qualquer momento da persecução penal, desde que observados os requisitos dos artigos 311, 312 e 313 do CPP; 7-) Também poderá ser imposta prisão preventiva nos casos de violência doméstica contra mulher, criança, adolescente, idosos, enfermos e pessoas com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência (art.313, III, do CPP). 6-) Conclusão Diante do exposto e cientes de todas as inovações trazidas pela Lei /2011, é impossível negar a importância do Delegado de Polícia dentro do nosso ordenamento jurídico e, especialmente, para a garantia da persecução penal, que permite ao Estado o justo exercício do seu poder punitivo. Para finalizar, nos questionamos se com as alterações trazidas pela nova lei, que ratificou a capacidade postulatória da Autoridade Policial, além de aumentar o rol de crimes em que ele pode conceder a fiança, alguém ainda ousará negar o status jurídico deste cargo?!?!crê-se que não. Bibliografia ÁVILA, Humberto. Teoria dos Princípios. Editora Malheiros.10ªedição CABETTE, Eduardo Luiz Santos. O advento da reforma do Código de Processo Penal pela Lei /2011 e o destino da apresentação espontânea. Disponível em:

10 SANNINI NETO, Francisco. Prisão em flagrante e a Constituição. Disponível em: Notas 1. Apesar da maior parte da doutrina utilizar o termo "princípio da proporcionalidade", adotamos o entendimento de Humberto Ávila que defende tratar-se de um postulado normativo e não de um princípio (Teoria dos Princípios Editora Malheiros. p ªedição.2009) 2. SANNINI NETO, Francisco. A prisão em flagrante e a Constituição. Disponível em: 3. CABETTE, Eduardo Luiz Santos. O advento da reforma do Código de Processo Penal pela Lei /2011 e o destino da apresentação espontânea. Disponível em

REFORMA PROCESSUAL (LEI /2011) E 0 DELEGADO DE POLÍCIA

REFORMA PROCESSUAL (LEI /2011) E 0 DELEGADO DE POLÍCIA REFORMA PROCESSUAL (LEI 12.403/2011) E 0 DELEGADO DE POLÍCIA 1-) Introdução por Francisco Sannini Neto Delegado de Polícia - Especialista em Direito Público pela Escola Paulista de Direito. Como já é cediço

Leia mais

Professor Wisley Aula 18

Professor Wisley Aula 18 - Professor Wisley www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 6 PRISÃO PREVENTIVA 1. PRISÃO PREVENTIVA A prisão preventiva caracteriza-se por ser

Leia mais

Direito Processual Penal

Direito Processual Penal Direito Processual Penal Prisão Preventiva Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Processual Penal PRISÃO PREVENTIVA CÓDIGO DE PROCESSO PENAL TÍTULO IX CAPÍTULO III Da Prisão

Leia mais

Espécies de Prisão Preventiva e a Lei /2011

Espécies de Prisão Preventiva e a Lei /2011 Espécies de Prisão Preventiva e a Lei 12.403/2011 Por Francisco Sannini Neto Delegado de Polícia Especialista em Direito Público pela Escola Paulista de Direito. 1-) Considerações Gerais Em 04 de julho

Leia mais

Mãe, Bacharel em Direito, Especialista em Direito Penal e Processo Penal, Advogada, Professora, Palestrante.

Mãe, Bacharel em Direito, Especialista em Direito Penal e Processo Penal, Advogada, Professora, Palestrante. Não é possível exibir esta imagem no momento. Não é possível exibir esta imagem no momento. Não é possível exibir esta imagem no momento. PROCESSO PENAL Prof.ª Priscila Souto Mãe, Bacharel em Direito,

Leia mais

FIANÇA E PROCEDIMENTO S NOVOS

FIANÇA E PROCEDIMENTO S NOVOS ATUALIZAÇÕES E ENTENDIMENTOS SOBRE A. LEI 12.403/11 FIANÇA E PROCEDIMENTO S NOVOS Cley Celestino Batista Delegado de Polícia Cuiabá, 2011 I VACATIO LEGIS: Conforme preceitua a Lei 12.403/2011, suas normas

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da Liberdade Provisória Prisões cautelares: definições e espécies Parte II Prof. Gisela Esposel - Da prisão preventiva stricto sensu - Previsão legal: artigo 311 316

Leia mais

Introdução. Principais alterações:

Introdução. Principais alterações: LEI 12.403/11 Lei 12.403/11 A Lei 12.403 de 04 de maio de 2011 altera dispositivos do Código de Processo Penal no que diz respeito a: - Prisões Provisórias - Liberdade Provisória - Relaxamento da Prisão

Leia mais

PRISÕES PRISÃO PREVENTIVA. Vídeo: Prisão Parte 2 do início até 17:28

PRISÕES PRISÃO PREVENTIVA. Vídeo: Prisão Parte 2 do início até 17:28 AULA AO VIVO PRISÕES PRISÃO PREVENTIVA Vídeo: Prisão Parte 2 do início até 17:28 Vimos o esquema da prisão em flagrante: - lavratura do flagrante; - em 24 horas, audiência de custódia: I - relaxar a prisão

Leia mais

Prisão preventiva Conceito: Pressupostos: I) Prova da existência do crime II) indício suficiente de autoria

Prisão preventiva Conceito: Pressupostos: I) Prova da existência do crime II) indício suficiente de autoria PRISÃO PREVENTIVA 1 Prisão preventiva Conceito: Pressupostos: I) Prova da existência do crime II) indício suficiente de autoria 2 HIPÓTESES: I) Garantia da ordem pública II) garantia da ordem econômica

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da liberdade provisória Medidas cautelares pessoais: normas fundamentais, pressupostos e fundamentos Parte 6 Prof. Thiago Almeida Pressupostos e fundamentos. Lembrar:

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale LEI 12.403/11 (continuação) Introdução Principais alterações: Da Prisão Domiciliar O Capítulo IV mudou o seu foco. Da Prisão Domiciliar O Capítulo IV mudou o seu foco.

Leia mais

Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso

Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso Atualização Pág. 25 Item 3.5. Direitos do preso Segundo parágrafo e continuação na pág. 26: Texto no livro: O caput do art. 306 do Código de Processo Penal possui a mesma redação do referido inciso LXII,

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento penal Outros Procedimentos Especiais Prof. Gisela Esposel - Procedimento da lei 11.340/06 Lei Maria da Penha - A Lei 11.340/06 dispõe sobre a criação de Juizados de

Leia mais

Vistos e examinados os autos.

Vistos e examinados os autos. CONCLUSÃO Em 08 de fevereiro de 2013, faço estes autos conclusos à MMª. Juíza Federal Titular da 3ª Vara Federal de Sorocaba, Drª SYLVIA MARLENE DE CASTRO FIGUEIREDO. Técnico Judiciário RF 5448 PROCESSO

Leia mais

REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº F DE O CONGRESSO NACIONAL decreta:

REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº F DE O CONGRESSO NACIONAL decreta: REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº 4.208-F DE 2001 Altera dispositivos do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 Código de Processo Penal, relativos à prisão processual, fiança, liberdade provisória,

Leia mais

MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS Medidas cautelares no processo penal - panorama geral. Davi André Costa Silva

MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS Medidas cautelares no processo penal - panorama geral. Davi André Costa Silva MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS Medidas cautelares no processo penal - panorama geral Davi André Costa Silva Medidas cautelares diversas da prisão 1. Contextualização transição do sistema binário ao multicautelar

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da liberdade provisória Liberdade provisória e fiança Parte 1 Prof. Thiago Almeida . Espécie de medida cautelar (CPP, art. 319, VIII) Liberdade provisória e fiança.

Leia mais

Conceito. Requisitos.

Conceito. Requisitos. Conceito. Requisitos. O OBJETIVO DESSE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SERÁ A APRESENTAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA Prisão preventiva CONCEITO DA PRISÃO PREVENTIVA A prisão preventiva é uma dentre as modalidades

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale PRISÃO E LIBERDADE (continuação) Prisão em flagrante (continuação) Flagrante Atenção: Diferenças entre Flagrante Preparado Flagrante Forjado Flagrante Esperado Flagrante

Leia mais

SUMÁRIO. CAPÍTULO I Funções do delegado de polícia... 25

SUMÁRIO. CAPÍTULO I Funções do delegado de polícia... 25 SUMÁRIO TÍTULO I Aspectos gerais CAPÍTULO I Funções do delegado de polícia... 25 1. Função de Polícia Judiciária e Investigação Criminal 25 1.1. Previsão legal... 25 1.1.1. Polícia Judiciária x Polícia

Leia mais

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 3. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 3. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Lei nº 11.340/2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 3. Prof.ª Maria Cristina TÍTULO IV - DOS PROCEDIMENTOS CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 13. Ao processo, ao julgamento

Leia mais

Da prisão e da Liberdade Provisória

Da prisão e da Liberdade Provisória Da prisão e da Liberdade Provisória Parte II Prof. Gisela Esposel - Da fiança. Continuação - Alguns crimes são considerados inafiançáveis - Artigo 323 do CPP - Não será concedida a fiança: - I nos crimes

Leia mais

Direito Processual Penal

Direito Processual Penal Direito Processual Penal Direito Processual Penal CFSd 2018 Revisão No que diz respeito à prisão em flagrante, assinale a alternativa correta: a) em qualquer etapa do processo criminal ou do inquérito

Leia mais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. CERT Regular 4ª Fase. Prisão preventiva. Período:

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. CERT Regular 4ª Fase. Prisão preventiva. Período: CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER CERT Regular 4ª Fase Período: 2013-2016 1) CESPE - Analista Judiciário TJDFT-2013 Julgue o item seguinte, referente a prisão, medidas cautelares, liberdade provisória e

Leia mais

LIBERDADE PROVISÓRIA SEM A NECESSIDADE DE RECOLHIMENTO DE FIANÇA

LIBERDADE PROVISÓRIA SEM A NECESSIDADE DE RECOLHIMENTO DE FIANÇA LIBERDADE PROVISÓRIA Instituto processual que garante ao acusado o direito de aguardar em liberdade o transcorrer do processo até o trânsito em julgado, vinculado ou não a certas obrigações, podendo ser

Leia mais

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XX

PROCESSO PENAL MARATONA OAB XX PROCESSO PENAL MARATONA OAB XX AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA RESOLUÇÃO 213/15 RESOLUÇÃO Nº 213/15 - CNJ Art. 1º Determinar que toda pessoa presa em flagrante delito, independentemente da motivação ou natureza

Leia mais

Aspectos Gerais. Medidas cautelares

Aspectos Gerais. Medidas cautelares Aspectos Gerais. O OBJETIVO DESSE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SERÁ A APRESENTAÇÃO DOS ASPECTOS GERAIS DAS MEDIDAS CAUTELARES PESSOAIS DIVERSAS DA PRISÃO, APLICADAS PELO MAGISTRADO Medidas cautelares

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale PRISÃO PROVISÓRIA A prisão provisória, também chamada de prisão processual ou prisão cautelar se destaca no processo penal brasileiro por ser uma forma de isolar o agente

Leia mais

CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA

CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA Uma vez recebido o auto de prisão em flagrante, não sendo o caso de relaxamento da prisão ilegal, deverá o juiz conceder, de ofício, por meio de decisão fundamentada,

Leia mais

Lei n /2011 e prisão provisória: questões polêmicas

Lei n /2011 e prisão provisória: questões polêmicas Fernando Capez é Procurador de Justiça licenciado e Deputado Estadual. Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (2007-2010). Mestre em Direito pela

Leia mais

NOVO MODELO DE PRISÃO PROVISÓRIA E MEDIDAS CAUTELARES

NOVO MODELO DE PRISÃO PROVISÓRIA E MEDIDAS CAUTELARES NOVO MODELO DE PRISÃO PROVISÓRIA E MEDIDAS CAUTELARES Fabiano Samartin Fernandes * Em 05 de maio de 2011 foi sancionada pela Presidenta da República Dilma Rousseff a Lei nº 12.403, que alterou, substancialmente,

Leia mais

Professor Wisley Aula 16

Professor Wisley Aula 16 - Professor Wisley www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 7 PRISÕES 1. PRISÃO TEMPORÁRIA: Lei 7.960/89 A prisão temporária caracteriza-se por

Leia mais

Laís Maria Costa Silveira Promotora de Justiça de Belo Horizonte Titular da 22ª Promotoria de Justiça de Defesa da Pessoa com Deficiência e Idosos.

Laís Maria Costa Silveira Promotora de Justiça de Belo Horizonte Titular da 22ª Promotoria de Justiça de Defesa da Pessoa com Deficiência e Idosos. As medidas protetivas de urgência previstas pela Lei Maria da Penha e sua aplicação a outros segmentos de pessoas: idosos, crianças, enfermos e pessoas com deficiência Laís Maria Costa Silveira Promotora

Leia mais

COMENTÁRIOS A LEI /2011 MEDIDAS CAUTELARES E-LEARNING

COMENTÁRIOS A LEI /2011 MEDIDAS CAUTELARES E-LEARNING O presente trabalho tem por objetivo fazer uma análise sucinta da nova lei de Prisão Preventiva aplicáveis como novas regras da prisão processual, fiança, liberdade provisória e medidas cautelares alternativas

Leia mais

CAPÍTULO 1 Das Premissas Fundamentais e Aspectos Introdutórios...1

CAPÍTULO 1 Das Premissas Fundamentais e Aspectos Introdutórios...1 S u m á r i o CAPÍTULO 1 Das Premissas Fundamentais e Aspectos Introdutórios...1 1.1. A tutela cautelar no processo penal...1 1.2. Lei n o 12.403/11 e o fim da bipolaridade das medidas cautelares de natureza

Leia mais

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts.

Material de Apoio Prof. Fernando Tadeu Marques Apontamentos de Direito Penal. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts. Da suspensão condicional da pena - Sursis (arts. 77 ao 82, CP) Conceito A suspensão condicional da pena, também conhecida por sursis, pode ser conceituada como a suspensão parcial da execução da pena privativa

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da liberdade provisória Medidas cautelares pessoais: normas fundamentais, pressupostos e fundamentos Parte 5 Prof. Thiago Almeida Art. 282 [...] I - necessidade para

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Da prisão e da Liberdade Provisória Medidas cautelares pessoais: normas fundamentais, pressupostos e - Parte I Prof. Gisela Esposel - O Código de processo penal contempla medidas

Leia mais

DIREITO CONSTITUCIONAL

DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO CONSTITUCIONAL Direitos Individuais Direitos Constitucionais Penais e Garantias Const. do Processo Parte 3 Profª. Liz Rodrigues - A terceira modalidade de prisão extrapenal são as prisões militares.

Leia mais

AS MEDIDAS CAUTELARES NA REFORMA DA LEI Nº /11

AS MEDIDAS CAUTELARES NA REFORMA DA LEI Nº /11 AS MEDIDAS CAUTELARES NA REFORMA DA LEI Nº 12.403/11 JORGE ASSAF MALULY Procurador de Justiça PEDRO HENRIQUE DEMERCIAN Procurador de Justiça em São Paulo. Mestre e Doutor em Direito Processual Penal pela

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimentos alternativos de investigação criminal Parte 3 Prof. Thiago Almeida . Hipóteses de abordagem em estado de flagrância: Art. 69, parágrafo único - Ao autor do fato que,

Leia mais

Conceitos. Fundamentos.

Conceitos. Fundamentos. Conceitos. Fundamentos. O OBJETIVO DESSE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM SERÁ A APRESENTAÇÃO DA PRISÃO TEMPORÁRIA INTRODUÇÃO A PRISÃO TEMPORÁRIA é uma das modalidades de prisões cautelares. Prisão cautelar

Leia mais

Direito. Processual Penal. Prisão

Direito. Processual Penal. Prisão Direito Processual Penal Prisão Prisão Conceito: É a privação da liberdade de locomoção de alguém, em razão de ordem judicial ou prisão em flagrante Prisão Art. 5, LXI, CF. Ninguém será preso senão em

Leia mais

TEMA: Prisões. Gabarito Comentado

TEMA: Prisões. Gabarito Comentado 01/04/19 TEMA: Prisões Gabarito Comentado 1 - (CESPE JUIZ SUBSTITUTO 2019) A gravidade específica do ato infracional e o tempo transcorrido desde a sua prática não devem ser considerados pelo juiz para

Leia mais

LEI Nº , DE 4 DE MAIO DE A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LEI Nº , DE 4 DE MAIO DE A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: COMENTÁRIOS À NOVA LEI DE PRISÕES (Lei 12.403, de 4 de maio de 2011) Prof. Flávio Martins www.professorflaviomartins.com.br LEI Nº 12.403, DE 4 DE MAIO DE 2011. A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que

Leia mais

Aula nº 54. Liberdade Provisória (continuação)

Aula nº 54. Liberdade Provisória (continuação) Curso/Disciplina: Direito Processual Penal Aula: Liberdade Provisória - 54 Professor(a): Marcelo Machado Monitor(a): Adriana Vasconcellos Pereira Aula nº 54 Liberdade Provisória (continuação) O valor da

Leia mais

PRISÕES CAUTELARES NO PROCESSO PENAL

PRISÕES CAUTELARES NO PROCESSO PENAL PRISÕES CAUTELARES NO PROCESSO PENAL www.trilhante.com.br ÍNDICE 1. PRISÕES CAUTELARES NO PROCESSO PENAL...5 Noções Gerais... 5 Presunção de Inocência vs Prisão Cautelar... 5 2. HIPÓTESES DE PRISÃO EM

Leia mais

A ocorrência dos requisitos da prisão preventiva como fator determinante para as prisões provisórias

A ocorrência dos requisitos da prisão preventiva como fator determinante para as prisões provisórias A ocorrência dos requisitos da prisão preventiva como fator determinante para as prisões provisórias Jean Marcelo da Rosa Formado em Direito pela Universidade Luterana do Brasil e especializando em Direito.

Leia mais

Pós Penal e Processo Penal. Legale

Pós Penal e Processo Penal. Legale Pós Penal e Processo Penal Legale LEI 12.403/11 (continuação) FIANÇA Fiança É um depósito em garantia; Fiança pode ser em dinheiro, título da dívida pública estadual, federal ou municipal, pedras ou metais

Leia mais

Suspensão Condicional da Pena. Aula 5

Suspensão Condicional da Pena. Aula 5 Suspensão Condicional da Pena Aula 5 SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA Conceito Instituto importado do direito francês consistente na possibilidade de o juiz liberar o condenado do cumprimento da pena privativa

Leia mais

SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL Lei Maria da Penha. Professor: Rodrigo J. Capobianco

SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL Lei Maria da Penha. Professor: Rodrigo J. Capobianco SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL Lei Maria da Penha Professor: Rodrigo J. Capobianco Lei 11.340/06 Protege a mulher a violência doméstica e familiar A violência doméstica não é somente a violência

Leia mais

TEMAS CENTRAIS DA LEI DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. JH MIZUNO Editora Distribuidora. Leme, 2006

TEMAS CENTRAIS DA LEI DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. JH MIZUNO Editora Distribuidora. Leme, 2006 FERNANDO CÉLIO DE BRITO NOGUEIRA Promotor de Justiça no Estado de São Paulo, lecionou na Faculdade de Direito da Fundação Educacional de Barretos e na Escola Superior de Advocacia de Barretos, é associado

Leia mais

A C Ó R D Ã O Nº COMARCA DE CAXIAS DO SUL NJG Nº /CRIME

A C Ó R D Ã O Nº COMARCA DE CAXIAS DO SUL NJG Nº /CRIME RECUO EM SENTIDO ESTRITO. TRÁFICO DE DROGAS. A MEDIDA CAUTELAR DA PRISÃO PREVENTIVA OCUPA O ÚLTIMO PATAMAR DAS CAUTELARES, SOMENTE DECRETÁVEL QUANDO NÃO FOREM SUFICIENTES E ADEQUADAS AS CAUTELARES DIVEAS.

Leia mais

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Tutela cautelar medidas cautelares pessoais. Gustavo Badaró

Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Tutela cautelar medidas cautelares pessoais. Gustavo Badaró Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo Tutela cautelar medidas cautelares pessoais Gustavo Badaró aulas de 10.08.2016 17.08.2016 24.08 2016 PLANO DA AULA 1 Prisão em flagrante delito 2 Prisão

Leia mais

Direito Processual Penal Professor Leonardo Galardo

Direito Processual Penal Professor Leonardo Galardo 01) Considerando que João tenha sido indiciado, em inquérito policial, por, supostamente, ter cometido dolosamente homicídio simples, e que Pedro tenha sido indiciado, em inquérito policial, por, supostamente,

Leia mais

LEGISLAÇÃO ESPECIAL: DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

LEGISLAÇÃO ESPECIAL: DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL LEGISLAÇÃO ESPECIAL: DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL 143 QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS FUNDAMENTADAS Edição junho 2017 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É vedada a reprodução total ou parcial deste material,

Leia mais

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1. Parte I - PREMISSAS CONSTITUCIONAIS

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1. Parte I - PREMISSAS CONSTITUCIONAIS SUMÁRIO 1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1 Parte I - PREMISSAS CONSTITUCIONAIS 2 DELINEAMENTOS CONSTITUCIONAIS E HERMENÊUTICOS INDISSOCIÁVEIS PARA COMPREENSÃO DA PRISÃO PROVISÓRIA E SOLTURA 7 2.1 Hermenêutica

Leia mais

Direito Processual Penal. Aula demonstrativa. Prof. Aurélio Casali

Direito Processual Penal. Aula demonstrativa. Prof. Aurélio Casali Direito Processual Penal Aula demonstrativa Prof. Aurélio Casali 1 (SEJUS/PI 2017) Quanto a lei processual no tempo, marque a alternativa CORRETA. a) Um processo que tiver sido encerrado sob a vigência

Leia mais

Polícia Civil Legislação Penal Especial Liana Ximenes

Polícia Civil Legislação Penal Especial Liana Ximenes Polícia Civil Legislação Penal Especial Liana Ximenes Crimes de Trânsito- Lei 9503/97 Arts. 291-301 do CTB - Parte Geral Arts.302-312 do CTB Crimes em espécie Parte Geral Art. 291. Aos crimes cometidos

Leia mais

A NOVA ORDEM DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO.

A NOVA ORDEM DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO. A NOVA ORDEM DO SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO. Por Fabiano Pimentel. Advogado Criminalista. Membro da Comissão de Prerrogativas da OAB/Ba. Especialista em Ciências Criminais pela UFBA. Mestre em Direito

Leia mais

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA

XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA XXIII EXAME DE ORDEM PROCESSO PENAL PROF CHRISTIANO GONZAGA Princípios Devido Processo Legal Juiz Natural PRINCÍPIOS IMPORTANTES Ampla Defesa Presunção de Inocência Aplicação da lei processual Art. 2º,

Leia mais

Da prisão e da Liberdade Provisória

Da prisão e da Liberdade Provisória Da prisão e da Liberdade Provisória Procedimento de aplicação e recorribilidade Prof. Gisela Esposel - Se o estudo sobre a prova é o centro nervoso do processo, durante o mesmo as pessoas podem perder

Leia mais

Fiança e o direito à liberdade: aplicação pelo delegado de polícia

Fiança e o direito à liberdade: aplicação pelo delegado de polícia Fiança e o direito à liberdade: aplicação pelo delegado de polícia Por Raphael Zanon da Silva Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2009), Pós Graduado em Direito Público

Leia mais

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática Professor: Rodrigo J. Capobianco Racismo Lei 12.984 de 02/06/2014 Racismo A Lei 12.984/14 define o crime de discriminação dos portadores do vírus

Leia mais

LFG MAPS. INQUÉRITO POLICIAL 08 questões. qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.

LFG MAPS. INQUÉRITO POLICIAL 08 questões. qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. NOÇÕES DE DIREITO PENAL Nível de importância Tema QTDE de Questões Porcentagem (%) 1 Inquérito Policial 8 32% 2 Prisões 7 28% 3 Provas 6 24% 4 Ação Penal 2 8% 5 Habeas Corpus 2 8% TOTAL 25 100% INQUÉRITO

Leia mais

Tropa de Elite - Polícia Civil Legislação Penal Especial Crimes de Trânsito Liana Ximenes

Tropa de Elite - Polícia Civil Legislação Penal Especial Crimes de Trânsito Liana Ximenes Tropa de Elite - Polícia Civil Legislação Penal Especial Crimes de Trânsito Liana Ximenes 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. Arts. 291-301 do CTB - Parte Geral

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas

DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas Lei 9807/99 Lei de Proteção a vítimas e a testemunhas Profa. Letícia Delgado Lei de proteção a vítimas e testemunhas 1)Previsão legal: Lei 9807/1999 Estabelece normas

Leia mais

ALTERAÇÕES NO CPP (Lei n /11)

ALTERAÇÕES NO CPP (Lei n /11) ALTERAÇÕES NO CPP (Lei n. 12.403/11) REDAÇÃO VIGENTE NOVA REDAÇÃO TÍTULO IX DA PRISÃO E DA LIBERDADE PROVISÓRIA TÍTULO IX DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVI- SÓRIA Art. 282. As medidas

Leia mais

Livramento condicional

Livramento condicional Livramento condicional CONDICIONAL ART. 83 E SEGUINTES DO CP CONCEITO CARACTERÍSTICAS ANTECIPADA LIBERDADE CONDICIONAL PRECÁRIA NATUREZA JURÍDICA DIREITO SUBJETIVO DO APENADO - NÃO SE PODE NEGAR A LIBERDADE

Leia mais

PRISÃO, LIBERDADE E AS CAUTELARES ALTERNATIVAS AO CÁRCERE

PRISÃO, LIBERDADE E AS CAUTELARES ALTERNATIVAS AO CÁRCERE NEREU JOSÉ GIACOMOLLI PRISÃO, LIBERDADE E AS CAUTELARES ALTERNATIVAS AO CÁRCERE Marcial Pons MADRI I BARCELONA I BUENOS AIRES I SÃO PAULO 2013 Prisão, liberdade e as cautelares alternativas ao cárcere

Leia mais

Ponto 11 do plano de ensino. Suspensão condicional da pena: conceito e jurídica.

Ponto 11 do plano de ensino. Suspensão condicional da pena: conceito e jurídica. Ponto 11 do plano de ensino Suspensão condicional da pena: conceito e jurídica. natureza Comparação da suspensão condicional da pena e da suspensão condicional do processo do artigo 89 da Lei 9.099/95.

Leia mais

Direito Processual Penal

Direito Processual Penal Direito Processual Penal Medidas Cautelares Alternativas à Prisão Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Processual Penal MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS À PRISÃO TÍTULO IX Da

Leia mais

SUMÁRIO CAPÍTULO PRIMEIRO INTRODUÇÃO

SUMÁRIO CAPÍTULO PRIMEIRO INTRODUÇÃO SUMÁRIO CAPÍTULO PRIMEIRO INTRODUÇÃO I A PRISÃO CAUTELAR NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 1. Conceito e denominação 2. Revisão crítica da teoria geral das medidas cautelares pessoais no processo penal

Leia mais

LIVRAMENTO CONDICIONAL

LIVRAMENTO CONDICIONAL LIVRAMENTO CONDICIONAL Arts. 83 a 90 do CP e 131 e s. da LEP. Consagrado no CP de 1890, mas com efetiva aplicação pelo Decreto 16.665 de 1924. É mais uma tentativa de diminuir os efeitos negativos da prisão.

Leia mais

Juizados Especiais Criminais

Juizados Especiais Criminais Direito Processual Penal Juizados Especiais Criminais Constituição Federal Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - juizados especiais, providos por juízes togados,

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Das Provas (Parte I) Profª. Letícia Delgado 1)Previsão: Capítulo XI, título VII - (art. 240 a 250 do CPP). 2)Prova: todo e qualquer elemento capaz de influir no convencimento do

Leia mais

Lei n /11: altera Código de Processo Penal em relação à prisão processual, fiança, liberdade provisória, e outras demais medidas cautelares

Lei n /11: altera Código de Processo Penal em relação à prisão processual, fiança, liberdade provisória, e outras demais medidas cautelares Lei n 12.403/11: altera Código de Processo Penal em relação à prisão processual, fiança, liberdade provisória, e outras demais medidas cautelares A nova Lei traz alterações aos artigos 282, 283, 289, 299,

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Meios autônomos de impugnação Prof. Gisela Esposel - Previsão legal: artigo 5 º, inciso LXVIII da CR/88 e artigo 647 e seguintes do CPP. - Natureza jurídica: ação autônoma de impugnação

Leia mais

As ações do delegado de polícia diante da Lei n , de 04 de maio de 2011: medidas cautelares

As ações do delegado de polícia diante da Lei n , de 04 de maio de 2011: medidas cautelares As ações do delegado de polícia diante da Lei n. 12.403, de 04 de maio de 2011: medidas cautelares Márcio José Alves* RESUMO A edição da Lei nº 12.403, de 04 de maio de 2011, trouxe ao Delegado de Polícia,

Leia mais

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER

CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER CURSO PROFESSOR ANDRESAN! CURSOS PARA CONCURSOS PROFESSORA SIMONE SCHROEDER REGIME PENAL 1. Conforme entendimento do STF, a opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação

Leia mais

TUTELA CAUTELAR NO PROCESSO ENAL

TUTELA CAUTELAR NO PROCESSO ENAL MARCELLUS POLASTRI TUTELA CAUTELAR NO PROCESSO ENAL PRISÃO E LIBERDADE CAUTELARES RELATIVAS À PROVA SEQUESTRO, ARRESTO E ESPECIALIZAÇÃO DE HIPOTECA LEGAL OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES DE LEIS ESPECIAIS OUTRAS

Leia mais

Prisão Cautelar 1. Ano: Banca: Órgão: Prova:

Prisão Cautelar 1. Ano: Banca: Órgão: Prova: 1. Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: DPU Prova: Analista Técnico - Administrativo João, aproveitando-se de distração de Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a ele pertencentes.

Leia mais

Assunto: Processo penal; execução penal; medidas cautelares diversas da prisão; possibilidade de detração do tempo de submissão

Assunto: Processo penal; execução penal; medidas cautelares diversas da prisão; possibilidade de detração do tempo de submissão TESE INSTITUCIONAL 06 Súmula: A aplicação de medidas cautelares diversas da prisão no curso do processo penal dá ao réu o direito de detração do tempo de cumprimento dessas medidas, independente de qual

Leia mais

Ponto 12 do plano de ensino

Ponto 12 do plano de ensino Ponto 12 do plano de ensino Livramento condicional: conceito e natureza jurídica, requisitos (objetivos e subjetivos), concessão, condições, revogação obrigatória e revogação facultativa, prorrogação,

Leia mais

PONTO 1: Prisão Preventiva PONTO 2: Prisão Domiciliar PONTO 3: Prisão Temporária. 1. Prisão Preventiva:

PONTO 1: Prisão Preventiva PONTO 2: Prisão Domiciliar PONTO 3: Prisão Temporária. 1. Prisão Preventiva: 1 PROCESSUAL PENAL PONTO 1: Prisão Preventiva PONTO 2: Prisão Domiciliar PONTO 3: Prisão Temporária 1. Prisão Preventiva: 1. Fundamento Constitucional: - Art. 5º, LXI 1, CRFB. 2. Enquadramento legal: -

Leia mais

INTRODUÇÃO CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO NO DIREITO BRASILEIRO... 27

INTRODUÇÃO CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO NO DIREITO BRASILEIRO... 27 SUMÁRIO Capítulo 1 INTRODUÇÃO... 25 Capítulo 2 CONCEITO E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO NO DIREITO BRASILEIRO... 27 2.1 Funções da prisão em flagrante delito... 28 2.2 Natureza jurídica

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV

DIREITO PROCESSUAL PENAL IV AULA DIA 02/03 Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com DIREITO PROCESSUAL PENAL IV dias. i)- Sentença em audiência ou no prazo de 10 - Prazo para encerramento da Primeira Fase do

Leia mais

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA. Profa. Luanna Tomaz

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA. Profa. Luanna Tomaz SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA Profa. Luanna Tomaz INTRODUÇÃO Origem: Surge na França em 1884. Medida judicial que determina o sobrestamento da pena, preenchidos determinados requisitos. Natureza Jurídica:

Leia mais

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações.

6 - Réu Lídio Laurindo: restou absolvido de todas as acusações; 7 - Réu Cildo Ananias: restou absolvido de todas as acusações. PROCEDIMENTO ESP.DOS CRIMES DE COMPETÊNCIA DO JÚRI Nº 2004.71.04.005970-2/RS AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ACUSADO : IRENI FRANCO : ZIGOMAR TEODORO : LEOMAR CORREIA : CILDO ANANIAS : SERGIO ANANIAS

Leia mais

CRIMES HEDIONDOS. Conceito. Sistema Legal (art. 5º, inc. XLIII, CF) Sistema Judicial Sistema Misto

CRIMES HEDIONDOS. Conceito. Sistema Legal (art. 5º, inc. XLIII, CF) Sistema Judicial Sistema Misto Conceito Sistema Legal (art. 5º, inc. XLIII, CF) Sistema Judicial Sistema Misto Sistema legal temperado? Habeas Corpus (HC) 118533 tráfico privilegiado; Crimes militares Art. 5º, XLIII - a lei considerará

Leia mais

Direito Penal. Suspensão Condicional da Pena. Professor Joerberth Nunes.

Direito Penal. Suspensão Condicional da Pena. Professor Joerberth Nunes. Direito Penal Suspensão Condicional da Pena Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA CÓDIGO PENAL TÍTULO V DAS PENAS CAPÍTULO IV DA SUSPENSÃO

Leia mais

LEGISLAÇÃO Extravagante Jecrim

LEGISLAÇÃO Extravagante Jecrim LEGISLAÇÃO Extravagante Jecrim Professor Thalisson Faleiro LEI Nº 9.099/95 DISPÕE SOBRE OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAL. Infração penal: Crimes Reclusão Detenção Máximo da pena e de 30 anos. Multa Contravenção

Leia mais

DIREITO ELEITORAL. Polícia Judiciária Eleitoral. Prof. Karina Jaques

DIREITO ELEITORAL. Polícia Judiciária Eleitoral. Prof. Karina Jaques DIREITO ELEITORAL Prof. Karina Jaques CAPÍTULO I DA POLÍCIA JUDICIÁRIA ELEITORAL Art. 1º O Departamento de Polícia Federal ficará à disposição da Justiça Eleitoral sempre que houver eleições, gerais ou

Leia mais

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções.

PROCESSO PENAL 1. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Reclusão e detenção está reservada para os crimes e a prisão simples para as contravenções. 1 PROCESSO PENAL PROCESSO PENAL PONTO 1: Pena Privativa de Liberdade PONTO 2: Princípio da Individualização da Pena PONTO 3: Individualização Judicial São três: a) Reclusão b) Detenção c) Prisão Simples

Leia mais

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. CERT Regular 4ª Fase. Prisão temporária. Período:

CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER. CERT Regular 4ª Fase. Prisão temporária. Período: CEM CADERNO DE EXERCÍCIOS MASTER CERT Regular 4ª Fase Período: 2013-2016 1) CESPE - Escrivão de Polícia (PC BA)-2013 Em relação ao processo penal e à legislação pertinente, julgue o item que se segue.

Leia mais