FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNIA EM TRATAMENTO DE HEMODIÁLISE NO INSTITUTO PRÓ VIDA RENAL, LONDRINA-PR
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1 FREQUÊNCIA ALIMENTAR DE PACIENTES PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNIA EM TRATAMENTO DE HEMODIÁLISE NO INSTITUTO PRÓ VIDA RENAL, LONDRINA-PR SILVA, M. P. C; PIRES, C. R. RESUMO Foi aplicado um questionário em 153 usuários de hemodiálise no Instituto Pró vida Renal em Londrina-PR. O objetivo foi analisar a ingestão de alimentos ricos em potássio, ingestão hídrica, diurese e volume da diurese diária. Observou-se que 53% apresentaram baixa ingestão de alimentos ricos em potássio, 43% apresentaram ingesta hídrica menor que 0,5L/d, 27% não apresentam diurese diária e 23% são oligúricos. Conclui-se que os resultados encontrados estão de acordo com a literatura existente. Palavras- chaves: Renal crônico, água, legumes. ABSTRACT A questionnaire was administered to 153 users in a hemodialysis Pro Life Kidney Institute in Londrina. The objective was to assess the intake of foods rich in potassium, water intake, urine output and daily volume diuresis. It was observed that 53% had low intake of foods rich in potassium, 43% had fluid intake less than 0.5 L / d, 27% have no daily diuresis and 23% are oliguric. It was concluded that these results are in agreement with existing literature. KEYWORDS: Chronic renal, water, vegetables. INTRODUÇÃO Os rins são essenciais no organismo, eles regulam a homeostase corpórea através da filtração do plasma e da remoção de substâncias indesejáveis excretando-as na urina, enquanto retêm substâncias necessárias devolvendo-as ao sangue. Além da função reguladora, também é responsável pela síntese e degradação de vários hormônios, porém a capacidade da excreção e regulação da
2 água corpórea, de minerais e de compostos orgânicos é a função mais importante do rim. (LARA; SARQUIS, 2004) No ser humano cada rim é constituído de cerca de 1 milhão de néfrons no qual cada um é capaz de formar urina, sendo um tecido incapaz de regeneração portanto em caso de lesão, e ou no envelhecimento vai diminuindo a filtração renal. (GUYTON e HALL, 2006) RIELLA (2003) descreve a Insuficiência renal crônica (IRC) como sendo quando os rins não são mais capazes de exercer as suas funções e consiste na via final comum de muitas diferentes doenças do rim e do trato urinário. As principais causas da IRC são: a Hipertensão arterial sistêmica (HAS), Diabetes mellitus (DM) e glomerulonefrite. (ROMÃO JR, 2003; GARCIA, 2001). Segundo o guia norte-americano de condutas em nefrologia (NKF/DOQI National Kidney Foudation/ Clinical Practices Guidelines for Chronic Kidney Disease), a IRC é caracterizada pela presença de dano renal ou redução das funções renais por um período igual ou superior há 3 meses independentemente de sua etiologia. Este trabalho teve como objetivo analisar a freqüência alimentar de legumes, verduras, oleaginosas, tubérculos e frutas ricas em potássio, avaliar a quantidade de diurese diária, avaliar a ingesta hídrica diária. REFERENCIAIS TEÓRICO-METODOLÓGICOS Atualmente 25 mil brasileiros iniciam o programa de diálise a cada ano e as doenças renais matam pelo menos 15 mil pessoas por ano no Brasil. (FREIRE; MARTINS; VILAR, 2006). A alimentação adequada contribui para atenuar as complicações decorrentes dessa patologia, assim proporcionar melhor qualidade de vida aos portadores de insuficiência renal crônica que se submetem ao tratamento de hemodiálise. O controle da ingestão de alimentos ricos em potássio e a ingesta hídrica, se fazem necessário para o controle hidroeletrolítico e alterações metabólicas decorrentes dessa patologia. (PINTO et al, 2009; RIELLA e MARTINS, 2009)
3 Para o presente estudo foi aplicado um questionário em 153 pacientes usuários de hemodiálise no Instituto Pró Vida Renal em Londrina-PR, que qualificou alimentos ricos em potássio e quantificou a ingesta hídrica diária e diurese diária. CONCLUSÃO Dos 153 pacientes 48 (31,37%) eram do sexo masculino 105 (68,62%) feminino. Alguns autores que também estudaram pacientes em hemodiálise encontraram mais de 60% de pacientes do sexo masculino. (MORSCH, GONÇALVES e BARROS, 2005, CASTRO et al, 2003) A análise feita sobre a ingestão de alimentos ricos em potássio pelos usuários de hemodiálise (Gráfico 1) verificou-se que a ingestão de legumes ricos em potássio foi: uma vez ao dia 3%, duas vezes ao dia 1%, uma vez na semana 11%,duas vezes na semana 7%, três vezes na semana 3%, quatro vezes na semana e ao mês não teve resultados significativos, uma vez ao mês 18%, duas vezes ao mês 1%, três vezes ao mês 3%, não consomem 53%. Grafico 1. Frequência da ingestão de legumes 3% 1% 11% 1v/D 2v/D 53% 7% 18% 3% 0% 1v/S 2v/S 3v/S 4v/S 1v/M 2v/M 3v/M 1% 3% 0% 4v/M Legenda: V/D (vez ao dia), V/S (vez na semana), V/M (vez ao mês), N/C (não consome). O potássio é o principal cátion do fluído intracelular em conjunto com o sódio participam da manutenção do equilíbrio orgânico. (MAHAN e STUMP, 2003) Na IRC quando o volume urinário apresentar-se igual ou inferior a 1000mL/ dia, deve-se
4 haver uma restrição de potássio na dieta de 1 a 3g/ dia, pois a hipercalemia pode levar a arritmias cardíacas. (RIELLA e MARTINS, 2009) Estudos feitos por Ates et al (2001) confirmaram a importância da remoção de sódio e água na sobrevida dos pacientes em diálise, assim como Wang et al (2003) relatam que o aumento da volemia agrava a hipertrofia cardíaca e reduz as funções sistólica e diastólica do coração. Grafico 2. Ingestão hídrica diária dos pacientes ,1% 28,1% 16,3% 7,1% 5,4% < 0,5Lt 0,5-1,0 Lt 1,0-1,5 Lt 1,5-2,0 Lt > 2,0Lt A ingestão líquida acima do recomendado (diurese 24h + 500mL) esteve presente em 56,8% dos pacientes. Bisca e Marques (2010) relataram que 51,6% dos pacientes estudados apresentaram volume excessivo de ingestão de líquidos. Nesse estudo 28,7% dos pacientes eram anúricos e 73% não anúricos (Gráfico 3), no estudo de Filho (2007) 55,5% eram anúricos sendo estes usuários de hemodiálise há mais de cinco anos, e 44,4% não anúricos com tempo de hemodiálise inferior a três anos a diferença entre os resultados podem ser explicados com o tempo de exposição do paciente ao tratamento dialítico. Segundo Wang (2007) pacientes anúricos, de um modo geral apresentam maior dilatação cardíaca e hipertrofia ventricular esquerda do que os não anúricos. Em relação aos resultados para diurese e volume da diurese diária Domingos et al (2006) obteve 70% dos pacientes de seu estudo com alteração na quantidade de urina e 40% com eliminação de urina ausente. Andrade et al (2007) constatou que 45% dos participantes da sua pesquisa ainda conservavam volume de diurese (acima de 100
5 ml/dia). Bisca e Marques (2010) encontraram 19,4% de pacientes com eliminação urinária prejudicada. Grafico 3. Frequência de diurese diária ,8% 26,1% 33,3% ,8% 10 0 N/A 1-2V/D 3-4V/D 5 -Mais Legenda: N/A (não apresenta diurese), V/D (vezes de diurese diária) REFERÊNCIAS ANDRADE, G. M. et al. Pressão Arterial Sistêmica e Diurese Residual em Pacientes com Doença Renal Crônica em Hemodiálise. J Bras Nefrol, v. 29, n. 1, p. 9-13, Mar, BISCA, M. M; MARQUES, I. R. Perfil de diagnóstico de enfermagem antes de iniciar o tratamento hemodialítico. Rev Bras Enferm, n. 3, p , Maio/jun, CASTRO, M. et al. Qualidade de vida em pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise avaliada através do instrumento SF-36. Rev Assoc Med Bras, v.49, n.3, p , GUYTON, A. C; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, MORSCH, C.; GONÇALVES, L. F.; BARROS,E. Índice de gravidade da doença renal, indicadores assistenciais. Rev Assoc Med Bras, v.51, n.5, p , PINTO, D. E. et al. Associações entre ingestão energética, protéica e de fósforo em pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento hemodialítico. J. Bras. Nefrol., São Paulo, v. 31, n. 4, Dez, RIELLA, M. C. Princípios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; WANG, A. Y. et al. A novel association between residual renal function and left ventricular hypertrophy in peritoneal dialysis patients. Kidney Int 2002, v. 62, p
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