PREVALÊNCIA DA OBESIDADE ABDOMINAL EM ADULTOS AVALIADOS NO LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICA DA ACADEMIA DA UNI EVANGÉLICA

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1 1 PREVALÊNCIA DA OBESIDADE ABDOMINAL EM ADULTOS AVALIADOS NO LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICA DA ACADEMIA DA UNI EVANGÉLICA Luiz Antônio da Trindade Silva - UniEVANGÉLICA Dra. Cristina Gomes de Oliveira Teixeira - UniEVANGÉLICA INTRODUÇÃO Nos últimos anos a prevalência de obesidade aumentou de forma preocupante no mundo, tanto em países desenvolvidos como emergentes, tornando-se um problema de saúde pública mundial, conceituada como doença crônica e epidemiológica, podendo atingir qualquer ser humano, independente do gênero, condição intelectual, nível socioeconômico e idade (TOSSETO; JÚNIOR, 2008). Há 50 anos a obesidade foi introduzida no código internacional de doenças, mesmo demorando ser reconhecida como causa de mortalidade por muitos profissionais. A Organização Mundial de saúde (1995) e Petroski, Pires-Neto e Glaner (2010) em estudo de revisão mostram que a obesidade é resultante do acúmulo excessivo de gordura no organismo, as células adiposas aumentam em 95 vezes seu tamanho, os obesos tem 50% mais adipócitos que pessoas saudáveis, tendo como consequência riscos à saúde. Balkau et al. (2007) realizou pesquisa com pessoas em 63 países, e indicam que 24% dos homens e 27% das mulheres com índices de obesidade. Dados do Ministério da Saúde (2008) mostram índices crescentes da obesidade na população Brasileira, sendo 11,4% em (2006), aumentando para 12,9% no ano de (2007), chegando a 13,0% em (2008). A obesidade é resultado de diversas interações de aspectos genéticos, ambientais e comportamentais (CIOLAC, GUIMARÃES, 2004). Dâmaso (2001) indica quatro tipos de obesidade: I excesso de massa corporal ou do percentual de gordura, tipo II excesso de gordura subcutânea tronco abdominal, tipo III excesso de gordura visceral, e tipo IV excesso de gordura glúteo femoral. Ainda segundo Pollock e Wilmore (1993) a obesidade pode ser endógena causada por fatores metabólicos como distúrbios da função endócrina e lesões no encéfalo, os fatores exógenos envolvem hábitos alimentares, inatividade física e sedentarismo. A gordura centralizada está associada a um perfil metabólico negativo (LERARIO et al., 2002), na obesidade andróide, a gordura fica localizada na metade de cima do corpo, acima do umbigo, acumula em maior quantidade na região mais profunda, intra-abdominal ou visceral e na região mais superficial ou subcutânea, este tipo de gordura está associada a distúrbios metabólicos, apresentando resultados diferentes entre os sexos, indicando a predominância da

2 2 obesidade abdominal no sexo masculino. Já no estudo de Veloso et al. (2010) com adultos no Maranhão indica diferenças significativas entre os sexos, as mulheres com maiores prevalências de obesidade abdominal do que os homens. Para Martins e Marinho (2003), a circunferência abdominal esta relacionada à idade, sexo e sedentarismo. Outros fatores que apresentam importância para o desenvolvimento de doenças relacionadas à circunferência abdominal são alterações que indicam associação com síndrome metabólica e Diabette mellitus 2 e doenças cardiovasculares, como mostra Day et al. (2007). Os componentes do peso corporal dão se pela soma dos ossos, músculos, órgãos, fluídos corporais e o tecido adiposo (MCARDLE; KATCH; KATCH, 2001). O tecido adiposo é o local de estoque dos triglicerídeos, compostos pelos ácidos graxos da dieta (MAHAM;STUMP, 2002). Os adipócitos são células de tecido conjuntivo separadas por uma matriz de fibras colágenas e elásticas, na vida adulta o indivíduo obeso pode ter 50% mais células adiposas que pessoas saudáveis, o número de células segundo Pollock e Wilmore (1993) pode variar entre 600 a 100 bilhões. Os obesos têm células adiposas maiores do que de pessoas não obesas (WHITNEY; ROLFES, 2008). Glaner, Pelegrini e Nascimento (2011) associam o perímetro de cintura 92 cm a elevados níveis de colesterol, glicemia, triglicerídeos e LDL lipoproteínas de baixa densidade, os valores acima de 102 cm apresentam riscos de doenças cardiovasculares para homens, afirmam a perimetria como melhor indicador antropométrico de gordura e riscos cardiovasculares. A prática regular de atividade física e o treinamento resistido têm sido recomendados para a prevenção e reabilitação de doenças cardiovasculares e outras doenças crônicas (ACSM, 2009). A atividade física de 30 minutos mantém o equilíbrio entre a ingestão calórica e o gasto energético, indiretamente contribui para redução dos riscos das doenças cardiovasculares (INCA, 2007). O treinamento aeróbio melhorou os valores de glicemia e colesterol em mulheres obesas submetidas a analise bioquímicas (GIACOMINI; SANTOS; GIACOMINI, 2007). Monteiro et al. (2003) em análise com pesquisa de padrão de vida por setores censitários das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, mostra que apenas 13,3% das pessoas realizam trinta minutos de atividade física uma vez por semana, os resultados são ainda piores 3,3% para as que realizam trinta minutos diários, cinco vezes por semana.

3 3 METODOLOGIA Amostra: Pesquisa quantitativa, documental transversal. A população da amostra foi avaliada no laboratório da avaliação física da Uni Evangélica, com 1580 indivíduos na faixa etária entre 18 e 59 anos de idade, sendo 919 do sexo feminino e 661 de sexo masculino. Instrumentos: Como medida antropométrica foi utilizada a circunferência da cintura medida o mais próximo de 1 cm ao ponto alto da crista de ilíaca. A classificação de acordo com a Organização Mundial de Saúde (1995) e a tabela de Lean e Han (1995) apud Petroski; Pires- Neto e Glaner (2010), onde 94 cm para homens e 80 cm para mulheres, registra complicações associada à obesidade abdominal. Análise Estatística: foi utilizado à estatística descritiva, com média e desvio padrão e o teste t de student, tendo como recurso o programa estatístico SPSS Quadro 1-Parâmetros de obesidade abdominal. Risco Metabólico Homem Mulher Nível de ação Aumentado 94 (cm) 80 (cm) 1 Muito Aumentado 102 (cm) 88 (cm) 2 Fonte: Organização Mundial de Saúde (1997). RESULTADOS De acordo com diversas pesquisas, as relações negativas entre o patrimônio genético, síndrome metabólica, estado socioeconômico, maus hábitos de vida, idade avançada e sarcopenia são fatores de grande relevância para o desenvolvimento da obesidade abdominal e sua gradativa prevalência. A tabela 1 apresenta o resultado geral da perimetria de cintura dos indivíduos entre ambos os sexos, com idade entre 18 a 59 anos, sendo que 18,1% da população apresentaram obesidade abdominal de acordo com os níveis de corte para o sexo masculino e feminino e 81,9% com índices de avaliação normal, sem registro de obesidade. Tabela 1. Resultado geral de ambos os sexos para perimetria de cintura. População Normal (%) Obesidade Abdominal (%) (n=1580) 81,9% 18,1%

4 4 A tabela 2 apresenta os resultados do sexo masculino. Foram avaliados 661 homens, sendo 557 (84,3%) estavam com perimetria normal 93 cm sem registro de obesidade. A prevalência de obesidade abdominal foi registrada em 104 indivíduos (15,7%). Desse total de obesos, 69 (10,4%) com perimetria 94 cm risco aumentado, e 35 (5,3%) com perimetria 102 cm risco muito aumentado. Tabela 2. Resultado prevalência obesidade abdominal e perimetria de cintura masculino. Sexo (n=661) Normal ( 93 cm) Aumentado ( 94 cm) Muito aumentado ( 102 cm) Masculino (N) Masculino (%) 84,3% 10,4% 5,3% No sexo feminino foram avaliadas 919 mulheres no total, com 737 (80,2%) com perimetria normal 79 cm. A obesidade abdominal apresentou prevalência de 19,8%. Desse total 10,2% risco aumentado perimetria 80 cm registramos 94 (10,2%), e por fim o risco muito aumentado perimetria 88 cm sendo 88 (9,6%) mulheres. Tabela 3. Resultado prevalência de obesidade abdominal e perimetria de cintura feminino. Sexo (n=919) Normal ( 79 cm) Obesidade ( 80 cm) Muito aumentado ( 88 cm) Feminino (N) Feminino (%) 80,2% 10,2% 9,6% Em relação à classificação de prevalência de obesidade abdominal por idade entre 18 a 59 anos, apresentamos os seguintes resultados em gráficos. No gráfico 1, do total de 336 avaliados com idade entre 35 a 58 anos, 189 (56,3%) apresentaram índice normal, ou seja, sem registro de obesidade abdominal. No entanto, 147 avaliados (43,7%) apresentaram índices de obesidade abdominal, sendo que 73 indivíduos (21,7%) com risco aumentado e 74 indivíduos (22%) com risco muito aumentado.

5 5 Classificação obesidade abdominal (idade > 35 anos) aumentado 21,7% muito aumentado 22,0% normal 56,3% Gráfico 1. Prevalência de Obesidade Abdominal (idade 35 a 58 anos). No gráfico 2 apresentamos os resultados de indivíduos classificados com idade entre 18 a 34 anos. Desse total, indivíduos (88,8%) apresentaram índice normal sem registro de obesidade abdominal, no entanto, 139 indivíduos (11,2%) apresentaram obesidade abdominal, sendo, 90 indivíduos (7,2%) risco aumentado e 49 (3,9%) risco muito aumentado. Classificação obesidade abdominal (idade <= 35 anos) aumentado 7,2% muito aumentado 3,9% normal 88,8% Gráfico 2. Prevalência de Obesidade Abdominal (idade 18 a 34 anos). DISCUSSÃO Sarno e Monteiro (2007) avaliaram pessoas, sendo que 22,9% apresentaram risco aumentado com circunferência entre 94 (cm) a 101(cm) e 14,6% risco muito aumentado circunferência 102 (cm) entre os homens. Para as mulheres 23,6% com risco muito aumentado perimetria 88 (cm), nossa pesquisa tem resultados semelhantes confirmando o

6 6 sexo feminino com maior prevalência de obesidade abdominal. Oliveira et. al (2009) mostram as mulheres com 2,7 vezes mais de prevalência que os homens, Sousa et. al (2003) avaliou a obesidade abdominal apenas pelo nível de ação 2 encontrando forte relação com a idade, sexo feminino e síndrome metabólica, Martins e Marinho (2003) mostrou o perímetro de cintura associado ao sexo feminino e idade, a pesquisa de Veloso et. al (2010) também confirma as mulheres com maior prevalência, os resultados do presente estudo também confirmam essas relações. No presente estudo os resultados com idade entre 35 a 58 anos, quase metade dos indivíduos apresentaram obesidade abdominal para os dois níveis de risco, mostrando grande relação com a idade, assim como diversos estudos. De acordo com os resultados apresentados com faixa etária entre 18 a 34 anos quase 88% da amostra têm índices normais, no entanto, ocorre um grande avanço com aumento da idade a partir dos 35 anos, sendo o envelhecimento um processo contínuo de alterações fisiológicas, que aliados a outros fatores desenvolvem a obesidade abdominal. As limitações da presente pesquisa são a amostra ser um pequeno segmento da comunidade, não utilizar de exames médicos que possam relacionar a obesidade abdominal às doenças cardiovasculares, síndrome metabólica, colesterol e glicemia. Sugerimos que novos estudos sejam realizados em todas as academias da cidade com a inclusão de novas variáveis da obesidade abdominal com síndrome metabólica, devendo ser objetivo próximas pesquisas. CONCLUSÃO A prevalência de obesidade abdominal de 18,1% para a amostra geral, e na comparação entre os sexos 15,7% para o sexo masculino e 19,8% feminino, respectivamente de obesidade abdominal. Na avaliação por idade 43,7% dos indivíduos com faixa etária entre 35 a 58 anos estavam classificados com obesidade abdominal, e apenas, 11,2% na faixa etária de 18 a 58 anos estão classificados com obesidade abdominal mesmo representando 79% do total da amostra, associando a obesidade com maior prevalência para idade 35 anos e sexo feminino. A pesquisa concluiu que a obesidade Abdominal é predominante no sexo feminino e idade superior a 35 anos. Isso nos mostra a necessidade de hábitos de vida saudáveis que

7 7 incluem uma dieta balanceada e programas de exercícios físicos, podendo assim ter uma manutenção do peso ideal como forma de prevenir a obesidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A.C.S.M. Americam College of Sports Medicine. Programa de Condicionamento Físico da ACSM. 2ed. São Paulo-SP. Manole, BALKAU, B. et. al. A study of Waist Circunference Cardiovascular Disease, na Diabetes Mellitus in primary care Patients in 63 Countries. Circulation Journal of American Heart Association: Dallas-Texas, Disponível em < Acesso em 10 de Janeiro de BRASIL. Ministério da Saúde, Tabela Vigitel do Ministério da Saúde. Disponível em < > Acesso em 11 de Novembro de CIOLAC, E. G.; GUIMARÃES, G. V.. Exercício físico e síndrome metabólica. Rev. Bras. Med. Esporte.Vol. 10, Nº 4 Jul/Ago, Disponível em< Acesso em: 04 de maio de DÂMASO, A. Nutrição e Exercício na Prevenção de Doenças. Rio de Janeiro-RJ. Medsi, 2001, 464 p. DAY, C. R. M. et al. Prevalência de Obesidade e Obesidade abdominal em amostra de usuários de um ambulatório de medicina Integral. Rev. Bras. Med. Fam. Com. V. 03 Nº09, p , abr/jun GIACOMINI, M. C. C.; SANTOS, A. L. P.; GIACOMINI, O. Comparação das análises bioquímicas de mulheres obesas submetidas a um programa de treinamento aeróbio. Rev. digital. Ano 12, Nº 109, jun Disponível em < Acesso em: 11 de Novembro de GLANER, M. F. ; PELGRINI, A. ;NASCIMENTO, T. B. R. Perímetro do abdômen é o melhor indicador antropométrico de riscos para doenças cardiovasculares. Rev. Bras. de Cineantropometria e Desempenho Humano. V. 13 Nº 01, p. 1-7, 2011.

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