TRABALHO: MASTITE BOVINA CAUSADA POR Staphylococcus aureus E SUA RELAÇÃO COM A QUALIDADE DO LEITE BOVINO

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1 (RELATO DE EXPERIÊNCIA) TRABALHO: MASTITE BOVINA CAUSADA POR Staphylococcus aureus E SUA RELAÇÃO COM A QUALIDADE DO LEITE BOVINO AUTOR (ES): CLAUDINE JULIA DA SILVA; LUCICLECIA EDJANIRA DA SILVA; WILLYANE DA SILVA FERREIRA DOS SANTOS; MARIANA ANDRADE FIGUEIREDO RESUMO: INTRODUÇÃO: A mastite bovina é considerada na medicina veterinária, a doença de maior ocorrência e importância econômica na atividade leiteira, ocasionando graves prejuízos, oriundos principalmente da diminuição da produção láctea, comprometimento na qualidade do leite e até perda total da capacidade secretora da glândula mamária. Esta provoca alterações físicas, químicas e microbiológicas no leite produzido. OBJETIVOS: O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão da literatura a respeito da bactéria Staphylooccus aureus como agente causador da mastite bovina e as consequências da doença para a produção leiteira. METODOLOGIA: Foi realizado um levantamento bibliográfico, mediante consulta de periódicos originais localizados nas seguintes bases de dados: PUBMED, Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Google Acadêmico, publicados no período de 2007 a 2016, utilizando como descritores: mastite bovina ; Staphylococcus aureus ; e virulência ; com aplicação do operador de pesquisa AND ou "OR". Ao todo foram selecionados 15 artigos para serem analisados na revisão. Os critérios de exclusão foram: artigos duplicados, artigos incompletos e/ou artigos com temática diversa do objetivo do estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os estudos obtidos constatamos que o Staphylococcus aureus está frequentemente associado aos casos de mastite bovina. Por sua vez, este micro-organismo é causador de mastite do tipo contagiosa, podendo ser disseminado de vacas infectadas para vacas sadias durante a ordenha. Esta ocorrência se dá, principalmente, pelo mal manejo do ordenhador, ressaltando, desta forma, a importância da higienização no ato da ordenha. Além disso, a doença constitui uma ameaça à saúde dos consumidores devido à veiculação de patógenos e suas toxinas, ou pela presença de resíduos de antibióticos no leite, tendo preocupação especial na indústria de laticínios por ser capaz de ocasionar intoxicação alimentar. Embora haja uma vasta quantidade de microorganismos causadores de mastite bovina, o Staphylococcus aureus é considerado o agente de maior importância e de maior ocorrência nos rebanhos mundiais, sendo constantemente isolado em amostras de leite cru. O S. aureus pode expressar fatores de virulência que permitem sua persistência e disseminação no hospedeiro como a produção de toxinas e enzimas. A identificação de S. aureus a partir de leite cru, alimentos derivados ou isolados do úbere bovino é baseada em métodos bioquímicos em laboratório, contudo possui limitações, como demora na liberação de resultados e casos de análises no qual não ocorre crescimento bacteriano. A identificação por PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) tem sido amplamente estudada, pois permite uma rápida identificação da espécie. CONCLUSÃO: Além das perdas econômicas, causadas pela mastite, esta espécie bacteriana representa potencial risco à

2 saúde pública por estar associada à ocorrência de vários surtos alimentares. Merece destaque os cuidados no processo de ordenha, visto que muitos desses casos são veiculados pelas mãos dos ordenhadores. PALAVRAS-CHAVE: Mastite bovina; Leite; Staphylococcus aureus; Virulência. INTRODUÇÃO O Staphylococcus aureus é um dos agentes patogênicos mais comumente associados aos casos de mastite bovina, mas também, está relacionado aos surtos de intoxicação alimentar, sendo que sua presença nos alimentos indica péssimas condições higiênico-sanitárias no processo de produção e de manipulação (MEDEIROS et al.,2013), (FONTANA et al., 2012). A mastite bovina é considerada na medicina veterinária, a doença de maior ocorrência e importância econômica na atividade leiteira, ocasionando graves prejuízos, oriundos principalmente da diminuição da produção láctea, comprometimento na qualidade do leite e até perda total da capacidade secretora da glândula mamária. Esta provoca alterações físicas, químicas e microbiológicas no leite produzido. (FILHO et al., 2007), (KOSINEN et al., 2009). É uma doença que apresenta aspectos multifatoriais, decorrentes da colonização do tecido secretor do úbere por patógenos, principalmente S. aureus, além da pele do úbere, os tetos também são contaminados e os quartos mamários são a principal fonte de infecção, sendo os bocais da ordenhadeira considerados a principal fonte de transmissão, bem como este agente pode ser veiculado pelas mãos dos ordenhadores (FONTANA et al., 2012), (SOUZA V., 2010), (BANDEIRA, F.S. et al., 2013). No brasil, há uma taxa elevada de produção de leite pelas agroindústrias, sendo o queijo coalho o seu derivado mais produzido na região Nordeste. Contanto, o leite, geralmente, é obtido com condições higiênico-sanitárias inadequadas (LUZ, 2008). Sendo assim, o S. aureus é um dos responsáveis pela má qualidade do leite produzido acarretando inúmeros prejuízos econômicos ao produtor e a indústria leiteira. Ademais, o S. aureus pode expressar uma série de fatores de virulência que permitem sua persistência e disseminação, são estruturas moleculares como parede celular e membrana citoplasmática que contêm substâncias antigênicas capazes de evadir as defesas fagocíticas do hospedeiro, conferindo ao microorganismo a capacidade de sobreviver no interior de fagócitos, se instalar no parênquima mamário e de formar microabcessos (SOUZA V., 2010), (MARQUES, V.F. et al., 2013). A análise do S. aureus é baseada na variedade das características fenotípicas, incluindo composição da parede celular, morfologia da colônia, atividade e propriedades moleculares de enzimas, fermentação de carboidratos, produtos do metabolismo da glicose, resistência a certos antibióticos, entre outros (SANTOS et al., 2007). A identificação deste micro-organismo por PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) tem sido amplamente estudada, todos os

3 alvos genéticos permitem uma rápida identificação da espécie (THOMAS et al., 2007), (ZAFALON et al., 2009), (PILLA et al., 2013). Com isso, o objetivo do presente estudo foi realizar uma revisão da literatura a respeito da bactéria Staphylooccus aureus como agente causador da mastite bovina e as consequências da doença para a produção leiteira. METODOLOGIA Foi realizado um levantamento bibliográfico, mediante consulta de periódicos originais localizados nas seguintes bases de dados: PUBMED, Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Google Acadêmico, publicados no período de 2007 a 2016, utilizando como descritores: mastite bovina ; Staphylococcus aureus ; e virulência ; com aplicação do operador de pesquisa AND ou "OR". Ao todo foram selecionados 16 artigos para serem analisados na revisão. Os critérios de exclusão foram: artigos duplicados, artigos incompletos e/ou artigos com temática diversa do objetivo do estudo. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com os estudos obtidos constatamos que o Staphylococcus aureus está frequentemente associado aos casos de mastite bovina. Por sua vez, este micro-organismo é causador de mastite do tipo contagiosa, podendo ser disseminado de vacas infectadas para vacas sadias durante a ordenha (MICHEL et al., 2011). Esta ocorrência se dá, principalmente, pelo mau manejo do ordenhador, ressaltando, desta forma, a importância da higienização no ato da ordenha. Todavia, é necessário que se atenda os procedimentos básicos durante a ordenha e a produção, bem como cuidados na rede de distribuição e no consumo (LUZ, 2008). Além disso, a doença constitui uma ameaça à saúde dos consumidores devido à veiculação de patógenos e suas toxinas, ou pela presença de resíduos de antibióticos no leite, tendo preocupação especial na indústria de laticínios por ser capaz de ocasionar intoxicação alimentar (FONSECA, 2007), (MERZ, A.; STEPHAN, R.; JOHLER, S., 2016). Embora haja uma vasta quantidade de micro-organismos causadores de mastite bovina, o Staphylococcus aureus é considerado o agente de maior importância e de maior ocorrência nos rebanhos mundiais, sendo constantemente isolado em amostras de leite cru (FILHO et al., 2007). A prevalência da mastite se dá pela alta infectividade de S. aureus associada à expressão de fatores de virulência que permitem sua persistência e disseminação no hospedeiro como a produção de toxinas e enzimas (SOUZA, V., 2010), (MARQUES et al., 2012). A identificação de S. aureus a partir de leite cru, alimentos derivados ou isolados do úbere bovino é baseada em métodos bioquímicos em laboratório, contudo possui limitações, como demora na liberação de resultados e casos de análises no qual não ocorre crescimento bacteriano. Já a identificação por PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) tem sido amplamente estudada, pois permite uma rápida identificação da espécie (THOMAS et al., 2007), (ZAFALON et al., 2009), (KOSKINEN et al., 2010), (PILLA et al., 2013).

4 CONCLUSÃO Além das perdas econômicas, causadas pela mastite, esta espécie bacteriana representa potencial risco à saúde pública por estar associada à ocorrência de vários surtos alimentares. Merece destaque os cuidados no processo de ordenha, visto que muitos desses casos são veiculados pelas mãos dos ordenhadores. Portanto, é necessário que os cuidados higiênico-sanitários sejam seguidos com rigor durante o processo de produção, pois a segurança de alimentos é de extrema importância para os consumidores e para os órgãos responsáveis pela Saúde Pública. BIBLIOGRAFIA MEDEIROS, M.I.M; FILHO, A.N; SOUZA, V; MELO, P.C; FERREIRA, L.M; CANALEJO, L.M.M. Epidemiologia molecular aplicada ao monitoramento de estirpes de Staphylococcus aureus na produção de queijo minas frescal. Ci. Anim. Bras., Goiânia, v.14, n.1, p , jan./mar Fontana, V.L.D.S.; Giannini, M.J.S.M.; Fontana, C.A.P.; Leite, C.Q.F.; Stella, A.E. Caracterização molecular de estafilococos isolados de vacas com mastite subclínica e ordenadores. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.79, n.4, p , out./dez., FILHO, A.N; FERREIRA, L.M.; AMARAL, L.A. et al. Produção de enterotoxinas e da toxina da síndrome do choque tóxico por cepas de Staphylococcus aureus isoladas na mastite bovina. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.59, p , KOSKINEN, M. Analytical specificity and sensitivity of a real-time polymerase chain reaction assay for identification of bovine mastitis pathogens. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 92, n. p , SOUZA, V. Epidemiologia molecular dos Staphylococcus aureus isolados em diferentes pontos do fluxograma de produção do leite pag. 3-5, 8. Tese de Doutorado - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Jaboticabal SP, BANDEIRA, F.S.; PICOLI, T.; ZANI, J.L.; SILVA, W.P.; FISCHER, G. Frequência de Staphylococcus aureus em casos de mastite bovina subclínica, na região sul do Rio Grande do Sul. Arq. Inst. Biol., São Paulo, v.80, n.1, p.1-6, jan./mar., LUZ, ISABELLE DA SILVA. Caracterização molecular das toxinas em staphylococcus aureus isolados de leite e queijo de coalho em Municípios da Região Agreste de Pernambuco pag Dissertação de Mestrado- Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, MARQUES, V.F.; MILIANE M.S.; SOUZA, M.M.S.; MENDONÇA, E.C.L.; Alencar, T.A.; Pribul, B.R.; Coelho, S.M.O.; Lasagno, M.; Elina B. Reinoso,

5 E.B. Análise fenotípica e genotípica da virulência de Staphylococcus spp. e de sua dispersão clonal como contribuição ao estudo da mastite bovina. Pesq. Vet. Bras. 33(2): , fevereiro SANTOS, M.V; FONSECA, L.F.L. Estratégias para controle da mastite e melhoria da qualidade do leite. São Paulo: Editora Manole Ltda, 314p, Thomas D., Chou S., Dauwalder O. & Lina G. Diversity in Staphylococcus aureus enterotoxins. Chem. Immunol. Allergy, p.93:24-41, ZAFALON, Luiz Francisco et al. Investigação de perfis de resistência aos antimicrobianos em Staphylococcus aureus isolados na ordenha de vacas em lactação. Revista do Instituto Adolfo Lutz (Impresso), v. 67, n. 2, p , PILLA, R.; SNEL, G.G.M.; MALVISI, M.; PICCININI, R. Duplex real-time PCR assay for rapid identification of Staphylococcus aureus isolates from dairy cow milk. Journal of Dairy Research, v. 5, n. 2, p , FONSECA, L.F.L.; SANTOS, M.V. Qualidade do leite e controle de mastite. Lemos Editorial, São Paulo, p. 175, MICHEL, A.; SYRING, C.; STEINER, A.; GRABER, H. U. Intramammary infections with the contagious Staphylococcus aureus genotype B in Swiss dairy cows are associated with low prevalence of coagulase-negative staphylococci and Streptococcus spp. The Veterinary Journal, v. 188, n. 3, p , AXEL MERZ; ROGER STEPHAN; SOPHIA JOHLER. Staphylococcus aureus Isolates from Goat and Sheep Milk Seem to Be Closely Related and Differ from Isolates Detected from Bovine Milk. Frontiers Microbiology, article 319, v. 7, March KOSKINEN, M. T.; WELLENBERG, G. J.; SAMPIMON, C. O.; HOLOPAINEN, L.; ROTHKAMP, A.; SALMIVIKI, L.; VAN HAERINGEN, W. A.; LAM, T. J. G. M.; PYOTALA, S. Fiel comparison of real-time polymerase chain reaction and bacterial culture for identification of bovine mastitis bacteria. Journal of Dairy Science, Champaign, v. 93, n. 12, p , 2010.