ULTRA SOM TERAPEUTICO

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1 INTRODUÇÃO ULTRA SOM TERAPEUTICO Prof. Vinicius Coca Som é toda onda mecânica perceptível ou não ao ouvido humano. Onda é toda perturbação que se propaga no espaço, afastando-se do ponto de origem. No meio fisioterapêutico as ondas são geradas por meio dos chamados transdutores eletroacústicos. No meio da fisioterapia, estima-se que no Brasil, o UST seja o recurso mais disponível e utilizado, contudo, representa mais um recurso de equivocada execução. Introdução Historico Aparelho que transforma a energia elétrica em ondas sonoras inaudíveis de alta frequencia com capacidade de penetração profunda que podem produzir efeitos fisiologicos térmicos e não térmicos em tecidos vivos. Ecolocalização Ultrassom terapeutico CORPO CABEÇOTE CABO 1

2 Interior de um cabeçote ultrassonico Cristal piezoelétrico inserido na retroface de um transdutor de ultra-som terapêutico. A matéria prima mais utilizada para a fabricação do cristal é o quartzo, porém, alguns outros materiais cerâmicos sintéticos como titanato de bário e titanato zirconato de chumbo podem ser utilizados Face anterior de um transdutor de ultrasom terapêutico, região de contato para a estimulação ultrasônica do paciente. Efeito Piezoeletrico Quando uma corrente elétrica alternada, gerada na mesma frequência que a ressonância do cristal, é propagada através do cristal piezoelétrico, este se expandirá e se contrairá ou vibrará na frequência da oscilação elétrica, gerando, desta maneira, ultra-som numa frequência desejada Propriedades biofísicas do US Propagação Impedância acústica Reflexão Refração Cavitação Propriedades Biofísicas do US - Propagação A transmissão do feixe ultrasônico não é uniforme mesmo que o meio seja relativamente homogêneo Algumas ondas se cancelam entre sí, outras se reforçam, de modo que o resultado final é um padrão muito irregular de ondas sonoras na região próxima da face do transdutor Na região além daí, o campo sonoro se alastra um pouco mais e torna-se muito mais regular Zona de Fresnel e Zona de Fraunhofer Transdutor de U.S. Zona de Fresnel Zona de Fraunhofer Campo próximo Campo distante distância 2

3 Propriedades Biofísicas do US - Propagação As ondas sonoras, necessitam de um meio para se propagar (líquidos, sólidos, gases) pois nunca o som se propaga no vácuo. Os meios sólidos e líquidos são mais satisfatórios à propagação terapêutica, que o meio gasoso. Propriedades Biofísicas do US Impedância Acústica É a resistência oferecida pelos tecidos a passagem das ondas ultra sônicas. Cada tecido tem uma impedância acústica diferente. Estruturas mais compactas deixam passar menos Propriedades Biofísicas do US - Reflexão Reflexão entre interfaces A onda emitida volta ao meio de origem conservando sua frequencia e velocidade Ocorre com impedância acústica diferente nos meios Propriedades Biofísicas do US - Refração Mudança vetorial da onda a cada vez que passa por tecidos com caracteristicas fisicas diferentes Propriedades Biofísicas do US - Cavitação Formação de cavidades ou bolhas no meio liquido, contendo quantidades variáveis de gás ou vapor Cavitação estável: vibração de corpos gasosos que oscilam geralmente de forma não linear. Terapêutica. Cavitação instável: violenta implosão de bolhas associada a intensidade alta. Pode formar radicais livres. Não é terapêutica Epiderme Derme Hipoderme Musculo 3

4 Frequencia Nominal do Ultra Som Número de oscilações do cristal por segundo Unidade em Hz Frequencia Nominal do Ultra Som O ultra-som terapêutico, no mercado nacional, caracterizase por apresentar freqüências de 1,0 ou 3,0 megahertz (MHz), sendo disponível atualmente também em 5,0 megahertz (MHz) Frequencia Nominal do Ultra Som A frequencia é INVERSAMENTE proporcional a profundidade A profundidade de penetração do tecido é determinada pela frequência do ultra-som e não pela intensidade Quanto maior a frequência do ultrasom menor será a profundidade Absorção das ondas ultra-sônicas utilizando a frequência de 1 MHz Ø A energia ultra-sônica gerada a 1 MHz é transmitida através dos tecidos mais superficiais e absorvida sobretudo nos tecidos profundos, com profundidade de 2 a 5cm. Ø É muito útil em pacientes com alta porcentagem de gordura cutânea no corpo, e sempre que os efeitos desejados se destinarem às estruturas mais profundas Absorção das ondas ultra-sônicas utilizando a frequência de 3 MHz A energia de 3 MHz é absorvida nos tecidos mais superficiais, com uma profundidade de penetração entre 1 e 2 cm, sendo utilizado para tratar as condições mais superficiais. 4

5 Regime de Emissão de Onda Ultra som Pulsado: a intensidade é periodicamente interrompida, com nenhuma energia ultrasônica sendo produzida durante o período desligado. Ultra som Contínuo: a intensidade sonora permanece constante ao longo do tratamento e a energia do ultra som é produzida em 100% do tempo US Contínuo Gera efeito térmico, mediante absorção pelos tecidos e sua transformação em calor. Método decorrente de: vibração molecular c fricção c atrito de partículas c calor. Em tecidos mais vascularizados, é provável que o calor seja logo dissipado; em tecidos menos vascularizados, essa dissipação ocorrerá em menor intensidade. US Pulsado Absorção do US Recurso empregado com objetivo principal de gerar efeito mecânico. Intensidades mais altas podem ser usadas com segurança em um tratamento pulsado, pois o aquecimento médio é reduzido. 1:2 (50%) 1:5 (20%) 1:10 (10%) 1:20 (5%) Menor conteúdo de proteína Menor absorção de U.S. Sangue Gordura Nervo Músculo Pele Tendão Cartilagem Osso Maior conteúdo de proteína Maior absorção de U.S. Dosimetria do US Intensidade: Potencia por área superficial (W/cm2) Intensidade Baixa Até 0,3 w/cm2 Intensidade Média De 0,4 a 1,2 w/cm2 Intensidade Alta A partir de 1,3 w/cm2 Intensidade A dose do slide anterior reflete a dose no tecido Devemos levar em consideração que existe uma atenuação da onda sempre que esta passa pelos tecidos 5

6 Tabela de Redução de 50% da potencia (Hoogland, 1986) Tempo de Aplicação Tempo = Área (cm2) / ERA Tempo de Aplicação Tempo não deve ser superior a 15 min / inferior a 3 minutos Cada aparelho tem sua ERA Formas de acoplamento Subaquática Bolsa de agua Direta Formas de Acoplamento Técnica Subaquatica Indicada para regiões de superfície irregular ou com dor ao contato; Apresenta acoplamento total Utiliza-se um recipiente plastico ou vítreo para imersão segmentar Manter distancia de 1 a 1,5 cm entre o transdutor e a região a ser tratada. Formas de Acoplamento Técnica de Bolsa d água Utilizado também em superfícies irregulares Geralmente utiliza-se uma bolsa de plástico ou borracha, preenchida com água desgaseificada. Entre a bolsa,o cabeçote e a pele do ultra-som deverá existir uma fina camada de gel. O cabeçote deverá ser firmemente pressionado sobre a bolsa 6

7 Formas de Acoplamento Técnica de Bolsa d água Formas de Acoplamento Técnica Direta Superficies relativamente planas Gel é obrigatorio O acoplamento deve ser perfeito o tempo todo Realizar movimentação continua e uniforme do cabeçote Dinamica Semi-Estatica Estatica Padrões de Movimentação Efeitos Fisiologicos do US Na aplicação das ondas ultra-sônicas é possível observar efeitos térmicos e não térmicos nos diferentes tipos de tecidos biológicos: células, tecidos e órgãos. Efeitos Térmicos Aumento na extensibilidade das fibras de colágeno encontrada nos tendões e cápsulas articulares; Diminuição da rigidez articular; Redução do espasmo muscular: Modulação da dor; Aumento do fluxo de sangue; Aumento da velocidade de condução nervosa, sensorial e motora; Efeitos Não Térmicos Efeito mecânico (micromassagem); Aumento da permeabilidade da membrana celular; Aumento da atividade fibroblástica; Estimulação da fagocitose; Redução de edema. 7

8 Efeitos Terapêuticos Aceleração do Reparo Ósseo Fase Inflamatória aguda Estimula a liberação de grânulos pelos mastócitos. Aumento da permeabilidade lisossomal. Aumento do influxo de cálcio pelos mastócitos. Fase Subaguda: Aumento do influxo de cálcio nos fibroblastos. Aumento da resistência da cicatrização. Abreviação na resolução do processo inflamatório Fase Crônica Aumento da deposição de colágeno no tecido Aumento da elasticidade reorganização das fibras colágenas. Efeito reparatório na lesão celular Precauções v Podem ocorrer queimaduras se o calor gerado exceder a habilidade fisiológica para dissipa-lo v Pode haver destruição do tecido como resultado de cavitação Contra Indicações ü Condições agudas (Calor) ü Áreas de sensação de temperatura diminuida ü Insuficiência vascular ü Tromboflebite ü Olhos ü Órgãos reprodutores ü Pelve imediatamente após menstruação ü Gravidez (?) ü Marcapasso ü Cancer ü Áreas epifisais em crianças ü Próteses cimentadas ü Infecção ü Osteoporose (?) Fonoforese Substituição do gel de acoplamento po um medicamento Utilizar gel ou emulgel. Não utilizar pomadas. A penetração pode chegar a 6 cm (Andrews, 2000) Geralmente utiliza-se cicatrizantes ou antinflamatórios Indices de propagação: Feldene Gel 100% Profenid Gel 100% Voltarem Emulgel 94% Reparil Gel 93% Cataflan Emulgel 84% Scaflan Gel 83% Calminex 52% (Guirro e Mardegan, 2001) 8