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1 Nota introdutória 1. OBJECTIVO O presente manual visa possibilitar o acesso fácil e rápido a toda a informação existente no âmbito do apoio social. 2. ORGANIZAÇÃO a. O manual é composto por Partes que se dividem em Títulos, podendo estes dividir-se em Subtítulos. As Partes, os Títulos e os Subtítulos estão identificadas em numeração romana. b. Dentro de cada Título ou Subtítulo a numeração utilizada é a sequência 1.a.(1).(a).1.a. c. As páginas estão identificadas em numeração árabe sequencial. d. Contém um índice onde constam a designação dos assuntos e a identificação das páginas que contêm a informação, com ligações automáticas a cada tema no texto. e. Além de uma explicação sucinta identificam-se os textos legais e a documentação produzida, aplicáveis a cada assunto abordado, também com ligações automáticas, referindo-se de forma clara a fonte de informação, para que sejam possíveis consultas mais pormenorizadas. 3. DIVULGAÇÃO E ACTUALIZAÇÃO O manual é uma publicação não classificada, disponível na intranet e no sítio da internet do Exército. Será objecto de actualizações a registar na página de alterações. LISBOA, 17 DE AGOSTO DE 2010 O DIRECTOR DE SERVIÇOS DE PESSOAL ADELINO ROSÁRIO ALEIXO MGEN Pág 1 de 461 Páginas

2 Registo de Alterações IDENTIFICAÇÃO DA ALTERAÇÃO (N.º e DATA) DATA DA INTRODUÇÃO ENTRADA EM VIGOR (DATA) IDENTIFICAÇÃO DE QUEM INTRODUZIU (Ass., Posto, Unidade) Pag 2 de 461 Páginas

3 Índice geral ASSUNTOS PÁGINAS Nota introdutória... 1 Registo de Alterações... 2 Índice geral... 3 PARTE I ASSISTÊNCIA Titulo I Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas Guia do Utente Subtítulo I Introdução Finalidade Objectivo O que é a Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas a. A ADM b. Benefícios Subtítulo II Beneficiários Inscrição a. Beneficiários Titulares b. Beneficiários Familiares ou Equiparados c. Beneficiários Extraordinários d. Beneficiários Titulares com Cônjuge Militar Prazos de validade dos meios de prova para inscrição e renovação dos cartões de Beneficiários Emissão de cartões de Beneficiários Aquisição da qualidade de Beneficiário Suspensão da qualidade de Beneficiário Perda da qualidade de Beneficiário Alterações ao ficheiro de Beneficiários Subtítulo III Prestação de cuidados de saúde Direito à Assistência e Modalidades Entidades Prestadoras SECÇÃO I - Prestação directa de serviços SECÇÃO II Prestação de cuidados de saúde por entidades sem acordo SECÇÃO III Cuidados de saúde no estrangeiro Subtítulo IV Diversos Declaração para efeitos de dedução de encargos com a saúde no IRS Vacinas Despesas de saúde em resultado de acidentes de viação ou outros factos geradores de responsabilidade civil de terceiros Despesas de saúde em resultado de acidente em serviço Tabelas de comparticipação e acordos com entidades para cuidados de saúde Militares e ex-militares incapacitados de forma permanente por acidente de trabalho ou doença profissional Pensionistas beneficiários da ADM com rendimento total anual igual ou inferior a catorze vezes a retribuição mínima mensal garantida (RMMG) Titulo II Assistência Social a Deficientes das Forças Armadas Titulo III Assistência na Invalidez, Orfandade, Velhice e Viuvez Legislação Diversa Órfãos e Viúvas de membros das Ordens Honoríficas Titulo IV Assistência Jurídica Instituto de Acção Social das Forças Armadas Associação dos Inquilinos de Lisboa Pag 3 de 461 Páginas

4 3. Tribunal Ordem dos Advogados Comissão da Condição Feminina Custas de Tribunal Informação electrónica Titulo V Assistência à Família Âmbito Modalidade de Prestação a. Assistência médica b. Protecção da criança c. Licença parental inicial d. Períodos de licença parental exclusiva da mãe e. A protecção na parentalidade concretiza-se através da atribuição dos seguintes direitos: Titulo VI Assistência por morte Verificação de óbito Nomeação e funções do Delegado de Apoio à Família Trasladações de militares falecidos em serviço no estrangeiro Remoção, transporte, inumação, exumação, trasladação e cremação Titulo VII Assistência Religiosa Missão do Serviço Conceito Actividades no âmbito religioso Actividades no âmbito da instrução Actividades no âmbito da solidariedade PARTE II BENEFÍCIOS Titulo I Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento Introdução a. Caracterização do cliente b. Objectivos perante o cliente Estrutura de funcionamento do Centro Comercial (CC) a. Organização no espaço físico b. Modo de funcionamento do CC Novo sistema de crédito a. Condições de funcionamento b. Exemplo Localização a. Lisboa b. Porto c. Internet Horário de funcionamento a. Normal b. No Natal Titulo II Messes e Parque de Campismo Finalidade Prioridades de utilização Tipos de Utentes Messes e Parque de Campismo Existentes a. Messes Militares b. Messes de Oficiais c. Messes de Sargentos d. Parque de campismo de Lagos Titulo III Fundo de Pensões Pag 4 de 461 Páginas

5 1. O que é o Fundo Razões da constituição do Fundo Benefícios dos titulares do Fundo a. Crédito à habitação b. Benefícios Fiscais c. Complemento de Pensão Contribuição mensal Titulo IV Estabelecimentos Militares de Ensino Condições de Admissão Informações Titulo V Clubes Militares Âmbito Clubes Existentes Titulo VI Centro Militar de Férias de Tavira Generalidades Utentes Períodos de Permanência Inscrições a. Época Alta b. Época baixa Funcionamento Preçário Alimentação Acesso ao Centro Militar de Férias Normas internas do Centro Militar de Férias Informações Titulo VII Benefícios em Alojamento Titulo VIII Benefícios em Emprego Titulo IX Benefícios em Transporte Titulo X Reconstituição de carreira a militares Deficientes das Forças Armadas Titulo XI Programa de apoio financeiro a jovens para arrendamento de habitação permanente Titulo XII Cartão da Família Militar Titulo XIII Apoio a anteriores titulares do cargo de Chefe e Vice-Chefe do Estado- Maior do Exército e a Generais deste Ramo PARTE III PENSÕES Titulo I Pensão de invalidez Titulo II Pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia Titulo III Pensão do Montepio dos Servidores do Estado Titulo IV Pensão de preço de sangue e por serviços excepcionais e relevantes Direito à Pensão Titulares com direito à pensão de preço de sangue Direito à pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País Beneficiários da pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País Titulo V Pensões de reforma e de aposentação Pensão de Reforma a. Cálculos da pensão de reforma b. Outra legislação aplicável Complementos de Pensão de Reforma Ex-combatentes e deficientes militares - Complemento Especial de Pensão de Reforma e de Aposentação e Acréscimo Vitalício à Pensão Pensão unificada Pensão de Aposentação Pag 5 de 461 Páginas

6 Titulo VI Remuneração de reserva Condições de passagem à reserva Limites de idade Subsídio de Natal e 14º. Mês Remuneração na reserva Titulo VII Pensão de sobrevivência Herdeiros hábeis: Instrução do processo Pagamento da pensão Forma de pagamento Prescrição da pensão Extinção da qualidade de pensionista Outra legislação aplicável Titulo VIII Pensão de sobrevivência do Montepio Geral Constituição da pensão Direitos dos subscritores Aquisição e perda do direito à pensão Prescrição da pensão Beneficiários da pensão PARTE IV ACORDOS COM ENTIDADES Titulo I Protocolos celebrados no âmbito da DSP Titulo li Messes Militares de outros países Protocolo entre a Manutenção Militar e o Exército Espanhol a. Adjudicação de Vagas b. Regime de Temporadas por parte de Espanha: c. Conduta de Requisição em Portugal Protocolo do IASFA no âmbito do CLIMS (Comité de Ligação dos Organismos Militares Sociais) PARTE V ABONOS, SUPLEMENTOS E SUBSÍDIOS Titulo I Abonos Subtítulo I - Abono de Alimentação Âmbito Direito à alimentação em espécie e em numerário Outras situações Subtítulo II Abono suplementar de Invalidez Âmbito Modalidade de Prestação a. Abono Suplementar de Invalidez b. Prestação Suplementar de Invalidez Subtítulo III Prestações Familiares Âmbito Que prestações são atribuídas e qual o seu objectivo? a. Abono de família para crianças e jovens b. Subsidio de funeral Quem tem direito às prestações? Quais as condições de atribuição das prestações? Como se determina o montante das prestações? Qual o prazo para requerer as prestações? Abono de família pré-natal Bolsa de estudos para jovens a. O que é a bolsa de estudos? b. Quais os alunos que têm direito à bolsa de estudos? c. Qual o período de concessão? d. Qual o montante? Pag 6 de 461 Páginas

7 9. Prestações por deficiência e dependência a. Bonificação por deficiência b. Subsídio mensal vitalício c. Subsídio de assistência por 3ª pessoa Titulo II - Suplementos Subtítulo I Suplemento de Embarque Âmbito Condições de atribuição Subtítulo II Suplemento de Missão (Acções de cooperação e humanitárias) Âmbito Suplemento de missão Alimentação, alojamento e fardamento a. Missões humanitárias e de paz b. Acções de cooperação técnico-militar Assistência na doença Protecção social ao pessoal em missões humanitárias e de paz Subtítulo III Suplemento de Residência Âmbito Valor do Suplemento Esclarecimentos Subtítulo IV Suplemento de Serviço Aerotransportado Âmbito Montante Subtítulo V Suplemento de Condição Militar Subtítulo VI Suplemento por serviço nas Forças de Segurança Âmbito Polícia de Segurança Pública a. Montante do suplemento b. Reflexos no subsídios de férias, natal e reforma Guarda Nacional Republicana a. Montante do suplemento b. Reflexos no subsídios de férias, natal e reforma Titulo III - Subsídios Subtítulo I Subsídio de Falecimento Subsídio por morte a. Âmbito b. Montante do subsídio c. Obtenção do subsídio Subsídio por morte, do CPFA Subsídio por morte, de luto e funeral, do CPFAE Subtítulo II Subsídio de Férias Subtítulo III Subsídio de Natal Subtítulo IV Subsídio de Viagem e Marcha Introdução Âmbito Benefícios ao abrigo do RETAFA Subtítulo V Subsídio de Desemprego PARTE VI INSTITUIÇÕES DE APOIO Titulo I Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado (C.P.F.A.E.) Titulo II Cofre de Previdência das Forças Armadas (C.P.F.A.) Titulo III Instituto de Acção Social das Forças Armadas Introdução Áreas de intervenção Titulo IV Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros Pag 7 de 461 Páginas

8 Titulo V INATEL Objectivos Âmbito de acção e sede Admissão de sócios Titulo VI Liga dos Combatentes Objectivos Âmbito de acção e sede Admissão de sócios Direitos e deveres dos sócios Titulo VII Montepio Geral Fins do Montepio Geral Meios do Montepio Geral, para auxiliar a realização dos seus fins Condições de Admissão: Obrigações dos Sócios Contactos Titulo VIII Cruz Vermelha Portuguesa Objectivos Âmbito de acção e sede Admissão de sócios PARTE VII ESTATUTOS E REGULAMENTOS Regulamento para financiamento à aquisição, construção ou beneficiação de habitação própria, aos participantes do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas Regulamento das Messes da Manutenção Militar Regulamento do pagamento de despesas com trasladações PARTE VIII ANEXOS Circular nº do IASFA (Meios de prova para inscrição e renovação dos beneficiários) Anexo C à Circular nº do IASFA (Meios de prova para a inscrição e renovalção dos beneficiários) Tabela para a criação da data de validade do cartão ADM Tabelas de comparticipações da ADM Relação de acordos da ADM PARTE IX LEGISLAÇÃO DA ADM Decreto-Lei nº 167/2005 de 23 de Setembro Criação do sistema de Assistência na Doença aos Militarres (ADM) Decreto-Lei nº 234/2005 de 30 de Dezembro Convergência dos sistemas públicos de saúde Lei nº 53-D/2006 de 29 de Dezembro Contribuição dos beneficiários dos subsistemas de saúde da Administração Pública Portaria nº 284/2007 de 12 de Março Regulamento do funcionamento da ADM Portaria nº 1393/2007 de 25 de Outubro Estabelece o regime aplicável aos beneficiários extraordinários da ADM Portaria nº 1395/2007 de 25 de Outubro Regula a assistência na doença aos beneficiários titulares da ADM colocados no estrangeiro, bem como aos beneficiários familiares que com eles se encontrem Portaria nº 1396/2007 de 25 de Outubro Regula o regime de acordos para cuidados de saúde aos beneficiários da ADM Portaria n.º 338/92,de 11 de Abril Aprova taxas moderadoras de acesso a serviços de saúde Portaria n.º 650/2009, de 12 de Junho Atribuição do regime especial de comparticipação de medicamentos Portaria nº 1034/2009, de 11 de Setembro Pag 8 de 461 Páginas

9 Aprova sistema de assistência em caso de acidentes em serviço e doenças profissionais PARTE X - LEGISLAÇÃO DIVERSA Leis Lei n.º 20/97, 19 de Junho Contagem especial do tempo de prisão e de clandestinidade por razões políticas para efeitos de pensão de velhice ou de invalidez Lei n.º 174/99 de 21 de Setembro Lei do Serviço Militar Lei n.º 9/2002 de 11 de Fevereiro Regime jurídico dos períodos de prestação de serviço militar de ex-combatentes, para efeitos de aposentação e reforma Lei n.º 21/2004 de 5 de Junho Altera o âmbito de aplicação da Lei nº 9/2002, de 11 de Fevereiro, que regula o regime jurídico dos períodos de prestação de serviço militar de ex-combatentes, para efeitos de aposentação e reforma Lei n.º 3/2009 de 13 de Janeiro Regula os efeitos da prestação de serviço militar de antigos combatentes para efeitos dos benefícios previstos nas Leis nº 9/2002, de 11 de Fevereiro, e 21/2004, de 5 de Junho. 234 Decretos-Lei Decreto-Lei n.º 329-G/75, de 30 de Junho, alterado pelo Dec-Lei 434-j/82 de 29 de Outubro Actualiza e unifica as ementas e tabelas de rações dos militares dos três ramos das Forças. Armadas Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, alterado pelos Decretos-Leis 203/87, de 16 de Maio, 224/90, de 10 de Julho e 183/91, de 17 de Maio Reconhece o direito à reparação material e moral que assiste aos deficientes das forças armadas e institui medidas e meios que concorram para a sua plena integração Decreto-Lei n.º 465/76 de 11 de Junho, alterado pelos Decretos-Leis n.º 325/78 de 9/11, 236/79 de 25/7, 519-N/79 de 28/12, 54/81 de 27/ Estatutos do Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado Decreto-Lei n.º 123/79 de 10 de Maio alterado pelo Decreto-Lei n.º 111/80 de 12 de Maio Permite a contagem de tempo de serviço prestado por sargentos na situação de reforma para efeitos de cálculo das pensões de reserva e de reforma Decreto-Lei n.º 253-A/79, 27 de Julho Insere disposições relativas à revisão da generalidade das remunerações acessórias estabelecidas para o pessoal militar Decreto-Lei n.º 381/79 de 14 de Setembro Contagem de tempo de frequência das Escolas Militares para calculo de pensões Decreto-Lei n.º 160/80, 27 de Maio Alterado pelos Decretos-Lei nº 133-C/97 e nº 176/ Estabelece um esquema de prestações de segurança social a não beneficiários de sistema contributivo Decreto-Lei n.º 496/80, de 20 de Outubro, alterado pelo Decreto Lei 184/91 de 17 de Maio Regula a atribuição dos subsídios de férias e de Natal ao funcionalismo público Decreto-Lei n.º 256/82 de 6 de Julho Visa a contagem de tempo de serviço na reforma para cálculo das pensões de reserva e de reforma das praças readmitidas Decreto-Lei n.º 434-S/82 de 29 de Outubro Revê a situação dos oficiais e sargentos que, tendo prestado mais de 8 anos de serviço nos quadros permanentes, transitaram para a situação de disponibilidade ou para o quadro de complemento sem direito a pensão Pag 9 de 461 Páginas

10 Decreto-Lei n.º 308/83, de 1 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei 73/85, de 22 de Março Garante aos militares, funcionários e agentes do Estado colocados no estrangeiro e que venham a falecer na efectividade de serviço o pagamento das despesas efectuadas com a transladação dos corpos Decreto-Lei n.º 330/83 de 12 de Julho Determina as entidades e os cargos que, no âmbito das Forças Armadas e das forças de segurança, conferem direito a abonos para compensação de despesas de representação Decreto-Lei n.º 281/85 de 22 de Julho Determina que, para efeitos de cálculo das pensões de reserva, a contagem dos dois últimos anos referida na alínea b) do n.º 1 do artº. 47º. do Dec. Lei n.º 498/72, de 9/12, seja feita relativamente aos dois últimos anos de serviço prestados quer no activo quer na reserva, que imediatamente antecederam a data da pensão a calcular Decreto-Lei n.º 414-A/86 de 15 de Dezembro Lei Orgânica das Ordens Honoríficas Portuguesas Decreto-Lei n.º 430/86, de 30 de Dezembro Regulamento da Administração dos Transportes das Forças Armadas em Tempo de Paz - RETAFA Decreto-Lei n.º 269/90, de 31 de Agosto, alterado pelos Decretos-Leis 73/91 de 9 de Fevereiro, 328/91 de 5 de Setembro, 160/94 de 4 de Junho Cria e regulamenta o Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas Decreto-Lei n.º 314/90, de 13 de Outubro, alterado pelos Decretos-Leis 146/92 de 21 de Julho e 248/98 de 11 de Agosto Estabelece benefícios para militares com grande deficiência Decreto-Lei n.º 322/90, de 18 de Outubro Define e regulamenta a protecção na eventualidade da morte dos beneficiários do regime geral de segurança social Decreto-Lei n.º 141/91, 10 de Abril Estabelece as condições de acumulação das pensões dos regimes contributívos de segurança social entre si, com pensões de outros regimes de protecção social de enquadramento obrigatório e com pensões de regimes não contributívos ou equiparados Decreto-Lei n. 169/94, de 24 de Junho Estabelece o regime do suplemento de embarque com natureza de ajuda de custo para todos os efeitos legais aos militares das Forças Armadas. Publica em anexo a tabela de índices para efeitos de cálculo do referido suplemento Decreto-Lei n. 172/94, de 25 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 60/95, de 7 de Abril Regula a atribuição de alojamento aos militares dos quadros permanentes, quando colocados em localidade situada fora do local da sua residência habitual Decreto-Lei n.º 180/94, de 29 de Junho Regula o suplemento do serviço aerotransportado Decreto-Lei n. 223/95, de 8 de Setembro Regula a atribuição do subsídio por morte de funcionário Decreto-Lei n.º 233/96, de 7 de Dezembro Aprova o estatuto dos militares em missões humanitárias e de paz no estrangeiro Decreto-Lei n.º 238/96, 13 de Dezembro Aprova o estatuto dos militares em acções de cooperação técnico-militar concretizadas em território estrangeiro Decreto-Lei n.º 133-B/97 de 30 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 341/99 de 30 de Maio Altera o regime jurídico das prestações familiares Decreto-Lei n.º 360/97, de 17 de Dezembro Pag 10 de 461 Páginas

11 Procede à definição do sistema de verificação de incapacidades, na da segurança social 350 Decreto-Lei n.º 361/98, de 18 de Novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 437/99 de 29 de Outubro Regime jurídico da pensão unificada Decreto-Lei n.º 411/98, de 30 de Dezembro Estabelece o regime jurídico da remoção, transporte, inumação, exumação, trasladação e cremação de cadáveres, bem como de alguns desses actos relativos a ossadas, cinzas, fetos mortos e peças anatómicas, e ainda da mudança de localização de um cemitério Decreto-Lei n.º 265/99, 14 de Julho Procede à criação de uma nova prestação destinada a complementar a protecção concedida aos pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência dos regimes de segurança social em situação de dependência Decreto-Lei n.º 466/99 de 6 de Novembro Aprova o regime jurídico das pensões de preço de sangue e por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País Decreto-Lei n.º 176/2003 de 2 de Agosto Institui o abono de família para crianças e jovens e define a protecção na eventualidade de encargos familiares no âmbito do subsistema de protecção familiar Decreto-Lei n.º 189/2003 de 22 de Agosto Pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia Decreto-Lei nº 201/2009 de 14 de Outubro Procedeà quarta alteração ao Decreto-Lei n.º 176/2003, de 2 de Agosto, que instituiu o abono de família para crianças e jovens e definiu a protecção na eventualidade de encargos familiares no âmbito do subsistema de protecção familiar, instituindo uma nova prestação denominada bolsa de estudo Decreto-Lei nº 215/2009 de 4 de Setembro Aprova o Estatuto do Instituto de Acção Social das Forças Armadas Decreto-Lei nº 296/2009 de 14 de Outubro Altera a estrutura do regime remuneratório dos militares das Forças Armadas Decretos Regulamentares Decreto Regulamentar n.º 5/86 de 28 de Fevereiro Delimita as respectivas áreas de actuação dos serviços sociais de vários ministérios Decreto Regulamentar n.º 24-A/97 de 30 de Maio - alterado pelo Decreto Regulamentar nº 15/99 de 17 de Agosto Regulamenta o regime jurídico das prestações por encargos familiares, constante do Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de Maio Portarias Portaria n.º 545/80 de 26 de Agosto Aprova o Regulamento de Admissão aos Estabelecimentos Militares de Ensino Portaria n.º 301/97 de 7 de Maio Fixa montantes a abonar a título de suplemento de missão aos militares participantes em acção de cooperação técnico-militar Portaria n.º 119/99 de 10 de Fevereiro Aprova o Estatuto da Liga dos Combatentes Portaria n.º 394/2000 de 14 de Julho Actualiza o suplemento de missão a ser abonado aos militares das Forças Armadas que participem em missões humanitárias e de paz fora do Território Nacional Portaria n.º 1035/2009 de 11 de Setembro Aprova os formulários de requerimentos destinados aos antigos combatentes para efeitos de contagem de tempo de serviço, referidos na Lei nº 3/2009 de 13 de Janeiro Despachos Pag 11 de 461 Páginas

12 Despacho n.º 38/87, de 11 de Novembro Falecimento de civis das Forças Armadas Despacho n.º 15/MDN/88, 09MAR Utlização de automóvel próprio nas deslocações em serviço Despacho n.º 19/MDN/89, 09MAR Utlização de automóvel próprio nas deslocações em serviço Despacho n.º 13AGO91, do CEME Utlização de automóvel próprio nas deslocações em serviço Pag 12 de 461 Páginas

13 PARTE I ASSISTÊNCIA Titulo I Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas Guia do Utente Subtítulo I Introdução 1. Finalidade O GUIA DO UTENTE foi elaborado com base na legislação de suporte e destina-se a dar a conhecer aos beneficiários da Assistência na Doença dos Militares das Forças Armadas as informações essenciais. Assim, pretende-se fundamentalmente informar os beneficiários dos seus direitos e deveres, de modo a facilitar o acesso a cuidados de saúde de uma forma rápida e racional. Para que constitua um apoio útil e eficaz, não deixe, pois, de enviar à ADM/IASFA, ou à DGPRM/MDN, as sugestões e recomendações que julgue pertinentes. Para facilitar o acesso rápido de consulta organizou-se o Guia de modo a dar resposta às questões gerais mais comuns. 2. Objectivo Neste sentido, o guia pretende dar resposta, entre outras, às seguintes questões: a. Objecto, âmbito e finalidade do esquema de benefícios da Assistência na Doença aos Militares e Militarizados das Forças Armadas. b. As condições de aquisição, suspensão e perda da qualidade de beneficiário. c. Os cuidados de saúde e demais encargos comparticipáveis. d. Os montantes e percentagens de comparticipação dos cuidados de saúde prestados por entidades privadas, em regime de livre escolha. e. Os cuidados de saúde prestados por Hospitais Militares. O recurso aos prestadores de cuidados de saúde integrados no Serviço Nacional de Saúde. Os cuidados de saúde prestados por entidades privadas com acordo. f. A dedução dos encargos com a saúde no IRS. g. Os direitos, deveres e responsabilidades dos beneficiários. Pag 13 de 461 Páginas

14 3. O que é a Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas a. A ADM A ASSISTÊNCIA NA DOENÇA AOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS (ADM) tem por finalidade proporcionar, aos beneficiários de cada Ramo, a prestação de cuidados de saúde, designadamente a vigilância da saúde e o tratamento da doença. O Decreto-Lei nº 167/2005 de 23 de Setembro, veio estabelecer o regime jurídico da Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas (ADM) resultante da unificação dos subsistemas de saúde específicos de cada ramo das Forças Armadas e regulamentada pelas Portaria nº 284/2007 de 12 de Março, Portaria nº 1393/2007 de 25 de Outubro, Portaria nº 1394/2007 de 25 de Outubro, Portaria nº 1395/2007 de 25 de Outubro. A Portaria nº 1394/2007 foi posteriormente revogada pela Portaria nº 1034/2009, de 11 de Setembro. A coordenação das actividades das ADM é função do Instituto de Acção Social das Forças Armadas. As regras e valores das tabelas de comparticipações encontram-se regulamentados pelo Despacho n.º 8738/2004, de 03 de Maio. b. Benefícios O esquema de benefícios caracteriza-se como um regime de livre escolha da entidade prestadora de cuidados de saúde que garante aos beneficiários: (1) O acesso aos cuidados de saúde existentes nos Hospitais Militares; (2) O acesso às unidades afectas à rede do Serviço Nacional de Saúde; (3) O recurso a entidades privadas, com as quais a ADM tenha estabelecido acordo; (4) Comparticipação dos encargos decorrentes do recurso a entidades privadas sem acordo; (5) Comparticipação das despesas com aquisição de medicamentos de acordo com percentagens fixadas por despacho do Ministro da Saúde; (6) Tratamentos no estrangeiro, mediante prévia autorização e/ou normativos em vigor. Subtítulo II Beneficiários 1. Inscrição Nos termos do Decreto-Lei nº 167/2005 de 23 de Setembro conjugado com as Portaria nº 284/2007 de 12 de Março e Portaria nº 1393/2007 de 25 de Outubro devem ser inscritos na ADM como: a. Beneficiários Titulares Devem inscrever-se: Pag 14 de 461 Páginas

15 (1) Os militares do QP no activo, reserva e reforma; (2) Os militares em serviço efectivo nos regimes de voluntariado (RV) e de contrato (RC) nos termos estabelecidos para os militares do QP; (3) Os militares alunos que frequentem cursos de formação para ingresso no QP; (4) Os ex-militares, beneficiários de pensão de invalidez, nos casos em que a incapacidade seja resultante de acidente ocorrido durante o serviço militar, ou doença adquirida ou agravada em serviço ou por motivo do mesmo; (5) O pessoal militarizado da Marinha e do Exército, nos termos estabelecidos para os militares dos quadros permanentes. Podem inscrever-se: (1) Os Deficientes das Forças Armadas, abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro; (2) Os beneficiários de pensão de invalidez e os antigos militares não pertencentes aos quadros permanentes que tenham ficado diminuídos por motivo de acidente ocorrido em serviço ou doença adquirida ou agravada em serviço, ou por motivo do mesmo; (3) Os grandes deficientes do serviço efectivo normal a que se refere o DL nº 250/99, de 7 de Julho; (4) Os beneficiários de pensão de preço de sangue a que se referem as alíneas a) e c) do nº1 do artº 2º do Decreto-Lei n.º 466/99 de 6 de Novembro. b. Beneficiários Familiares ou Equiparados (1) Podem inscrever-se como beneficiários familiares ou equiparados o cônjuge, os descendentes ou equiparados e os ascendentes ou equiparados a cargo do beneficiário titular. (2) Pode igualmente inscrever-se como beneficiário familiar a pessoa que vive com o beneficiário titular em união de facto, reconhecida nos termos da Lei nº 7/2001, de 11 de Maio, ou que com ele vivia, à data da sua morte, nas mesmas condições, enquanto não contrair casamento ou constituir nova união de facto. (3) A inscrição na ADM como beneficiário familiar ou equiparado só pode ser efectuada desde que os requerentes não sejam beneficiários titulares de outro regime de protecção social e enquanto se mantiver esta situação. (4) Os descendentes maiores de dezoito anos, até aos vinte e seis anos, desde que frequente curso de ensino de nível secundário ou equivalente, ou superior, até à conclusão da licenciatura, mestrado ou doutoramento. (5) Os filhos maiores de 18 anos, que sofram de incapacidade total para o trabalho, permanente ou prolongada. Pag 15 de 461 Páginas

16 (6) Os equiparados a descendentes tais como, enteados, tutelados, adoptados e os menores que mediante confiança judicial ou administrativa, se encontrem a cargo para futura adopção e menores que estejam confiados por decisão do tribunal (nas mesmas condições dos filhos). (7) Os ascendentes ou equiparados (pais e sogros) do beneficiário titular, que estejam a seu cargo e não possuam rendimentos mensais superiores a 60% do salário mínimo nacional ou ao salário mínimo tratando-se de um casal. c. Beneficiários Extraordinários (1) Podem optar por inscrever-se como beneficiários extraordinários da ADM, os beneficiários titulares da ADSE que sejam conjugues de beneficiários titulares da ADM ou que com eles vivam em união de facto. (2) A qualidade de beneficiário extraordinário da ADM cessa quando deixarem de se verificar as condições que permitiriam a manutenção da qualidade de beneficiário da ADSE. d. Beneficiários Titulares com Cônjuge Militar No caso dos cônjuges serem ambos beneficiários titulares, (militares), cada um deles deverá preencher declaração onde conste: (1) Que o cônjuge é militar, por isso, beneficiário titular da ADM, inabilitando-o como cônjuge; (2) Se compromete a não requerer cartões da ADM para ascendentes e equiparados (sogros e avós do cônjuge), enquanto se mantiver o actual matrimónio; Que para os filhos ou equiparados seja atribuído cartão da ADM ao titular a que está conferido o subsídio familiar. 2. Prazos de validade dos meios de prova para inscrição e renovação dos cartões de Beneficiários Considerando os diferentes tipos de meios de prova necessários para inscrição e renovação de cartão ADM das diferentes qualidades de beneficiários devem ser consultados os seguintes anexos: - Anexo C à Circular n.º 03/2007, P.º ADM de 20NOV07 - Meios de prova para inscrição inicial de beneficiários titulares, familiares ou equiparados ADM e Extraordinários ADM, tabela final incorporando a tabela da portaria nº 284/2007, de 12 de Março de 2007 do IASFA; - Tabela para criação da data de validade do cartão ADM versão de Outubro de 2007 do IASFA. Nota: Os meios de prova devem ser entregues nos Serviços competentes de cada Ramo. Pag 16 de 461 Páginas

17 3. Emissão de cartões de Beneficiários Compete aos serviços do subsistema de saúde de cada Ramo promover a recepção dos documentos, analisá-los e após a confirmação da legalidade dos mesmos, solicitar a emissão de cartão ao IASFA. Os cartões de beneficiários cuja renovação é a pedido, devem apresentar os documentos exigidos para cada caso e solicitar a renovação. Para a emissão de 2 as vias, todos devem apresentar declaração de extravio ou inutilização do cartão anterior. 4. Aquisição da qualidade de Beneficiário A qualidade de beneficiário das ADM só se adquire após a respectiva inscrição e o direito aos benefícios concedidos reporta-se à data da emissão do cartão e só podem ser exercidos mediante a sua exibição. Os recém-nascidos, enquanto não forem possuidores do cartão de beneficiário, exercem o direito à assistência através dos cartões dos progenitores pelo período de 60 dias, desde que a inscrição do recém-nascido tenha sido requerida à ADM. 5. Suspensão da qualidade de Beneficiário A qualidade de beneficiário suspende-se nas situações de: - Licença ilimitada, excepto quando resulte de doença; - Nos casos previsto no nº 4 do artº 206º do EMFAR; - Nas situações de inactividade temporária, excepto quando resulte de doença; - Quando ocorra separação do serviço. 6. Perda da qualidade de Beneficiário A qualidade de Beneficiário Titular perde-se quando deixem de se verificar os pressupostos da sua inscrição. As comparticipações suportadas por cartão que devesse ter sido devolvido em função de qualquer das situações anteriormente descritas é da exclusiva responsabilidade do infractor, e obriga-o à reposição das comparticipações, entretanto recebidas, independentemente de quaisquer outros procedimentos legais. 7. Alterações ao ficheiro de Beneficiários As alterações ao ficheiro de beneficiários que tenham reflexos no funcionamento e na sua situação como beneficiários das ADM deverão ser comunicadas pelos próprios, para registo em ficheiro informático e em arquivo no Processo Individual do Beneficiário. Situações tais como mudança de estado civil, nascimentos, falecimentos, mudanças de residência, número de telefone, código postal, etc., devem ser permanentemente actualizadas junto dos serviços competentes de cada Ramo. Pag 17 de 461 Páginas

18 Subtítulo III Prestação de cuidados de saúde 1. Direito à Assistência e Modalidades A qualidade de beneficiário da Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas confere o direito à prestação de cuidados de saúde, bem como à livre escolha da entidade prestadora. A prestação de cuidados de saúde é assegurada nos regimes ambulatório, domiciliário e de internamento e compreende: a. Cuidados médicos (consultas, intervenções cirúrgicas e meios de terapêutica); b. Meios complementares de diagnóstico; c. Cuidados hospitalares; d. Assistência medicamentosa; e. Meios de correcção e de compensação; f. Tratamentos termais; g. Transportes e aposentadoria. 2. Entidades Prestadoras De um modo geral, o acesso às modalidades de assistência efectua-se por intermédio das seguintes entidades prestadoras de cuidados de saúde: a. Estabelecimentos do Serviço de Saúde Militar; b. Estabelecimentos dos Serviço Nacional de Saúde; c. Pessoas singulares ou colectivas com as quais tenham sido celebrados acordos, nos termos da Portaria nº 1396/2007 de 25 de Outubro; d. Pessoas singulares ou colectivas da livre escolha dos beneficiários. SECÇÃO I - Prestação directa de serviços ENTIDADES PÚBLICAS E MILITARES 1. Estabelecimentos do Serviço de Saúde Militar a. As prestações efectuadas palas entidades referidas nas alíneas a. do ponto anterior são gratuitas para os beneficiários titulares. b. A taxa moderadora não é aplicável às prestações efectuadas a beneficiários titulares nos estabelecimentos do Serviço de Saúde Militar. Pag 18 de 461 Páginas

19 Nos termos do Decreto-Lei nº 38/2010 de 20 de Abril estão também a isentos de pagamento de taxas moderadoras no acesso às prestações de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde os militares e ex -militares das Forças Armadas que, em virtude da prestação do serviço militar, ficaram incapacitados de forma permanente. As unidades hospitalares militares abrangidas são: (1) Hospital da Marinha, em Lisboa; (2) Hospital Militar Principal, em Lisboa; (3) Hospital da Força Aérea, em Lisboa. (4) Hospital Militar Regional n.º 1, no Porto; (5) Hospital Militar Regional n.º 2, em Coimbra; (6) Centro de Saúde Militar Regional, em Évora; c. Acesso aos cuidados de saúde Têm acesso aos cuidados de saúde prestados pelos hospitais e centros de saúde militares os beneficiários das ADM com cartão válido. d. Identificação dos beneficiários A identificação dos beneficiários, nos hospitais e centros de saúde militares, é feita mediante a exibição do respectivo cartão de beneficiário válido, conjuntamente com o B.I. militar ou civil. 2. Rede hospitalar do Serviço Nacional de Saúde Os beneficiários das ADM têm acesso à rede do Serviço Nacional de Saúde, nos regimes de internamento e tratamento ambulatório, nas modalidades por ela praticadas. a. Acesso aos cuidados de saúde O recurso à rede hospitalar do Serviço Nacional de Saúde deve ser feito através da rede de cuidados de saúde primários (centros de saúde ou serviços de atendimento permanente) que, em caso de necessidade, encaminharão o doente para um hospital oficial. Só em caso de reconhecida urgência ou prioridade devem os beneficiários dirigir-se directamente aos serviços hospitalares. b. Identificação dos beneficiários Na admissão, a identificação do doente é feita, obrigatoriamente, através da exibição do Cartão de Utente do S.N.S. o qual contém um código identificativo do subsistema de saúde a que o beneficiário pertence. Pag 19 de 461 Páginas

20 Nos termos do Dec-Lei n.º 52/00, de 07 de Abril, todo o cidadão que recorre aos cuidados de saúde prestados nos hospitais e centros de saúde do SNS deverá, obrigatoriamente, possuir o cartão de utente do SNS. c. Comparticipação Os cuidados de saúde prestados por estabelecimentos hospitalares oficiais são comparticipados na totalidade, tanto em regime ambulatório, como em regime de internamento em enfermaria. A liquidação das comparticipações é feita directamente ao estabelecimento que prestou os cuidados de saúde. São responsáveis pelo excesso de encargos resultantes da opção por quarto particular, os beneficiários que optem por internamento nesse regime. Os beneficiários que anuírem a ser intervencionados nos hospitais do SNS em regime privado por médicos autorizados devem observar o seguinte: (1) O custo da intervenção, que inclui todos os serviços prestados excepto os referidos nas alíneas seguintes, é facturado pela entidade hospitalar, directamente à ADM pelo preço do GDH (Grupo Diagnóstico Homogéneo) reduzido em 20% e de honorário médicos, a pagar ao médico assistente pelo utente (nos termos do nº 5 do artº 7º da Portaria nº 567/2006 de 12 de Junho do Ministério da Saúde); (2) O custo do quarto privado será liquidado ao hospital e constitui encargo do beneficiário. São da responsabilidade dos beneficiários os encargos extraordinários e outras despesas não comparticipáveis. As taxas moderadoras, previstas na Portaria n.º 338/92,de 11 de Abril, serão pagas pelos beneficiários directamente ao Estabelecimento de Saúde e não são passíveis de comparticipação pelas ADM, mas podem ser deduzidas à colecta para efeitos de IRS. 3. Entidades privadas com acordo com a ADM a. Regras gerais Os beneficiários das ADM têm à disposição em todo o país, uma vasta rede de entidades com as quais foram celebrados acordos para a prestação de cuidados de saúde, que lhe permitem facilitar o acesso, melhorar a qualidade e pagar só a parte não comparticipada pela ADM. A relação das entidades e serviços de saúde com os quais as ADM têm acordo, consta do site informático do IASFA, competindo a este, manter actualizada a lista das entidades com acordo, constituindo informação complementar ao presente "Guia do utente das ADM". Pag 20 de 461 Páginas

21 Como regra geral a ADM efectua os acordos com entidades privadas com base num Acordo Uniforme Tipo, nos termos do artº 8º da Portaria nº 1396/2007 de 25 de Outubro, dos Ministérios das Finanças e da Administração Pública e da Defesa Nacional. Esclarecimentos complementares poderão ser solicitados nos seguintes locais: IASFA Assistência na Doença aos Militares Rua Piedade Franco Rodrigues, nº OEIRAS Telefone DSP - Secção de Apoio ADM Travessa de Santo António da Sé, Lisboa Telefone ou ou Fax ou (1) Normas de acesso aos cuidados de saúde Regra geral o acesso aos cuidados de saúde é feito mediante prévia marcação, de acordo com as capacidades e normas próprias de cada entidade. Os hospitais e clínicas privadas que dispõem de serviços de urgência e de colheitas de análises clínicas são excepções a esta regra. As entidades prestadoras de cuidados de saúde são obrigadas a apresentar aos beneficiários para assinatura, os documentos para certificação dos serviços efectivamente prestados. Tais documentos, não poderão ser assinados sem estarem devidamente preenchidos. (2) Identificação dos beneficiários A identificação dos utentes é feita mediante a exibição do respectivo cartão de beneficiário da ADM válido, conjuntamente com o B.I. militar ou civil. (3) Comparticipação Ao recorrer a entidades com acordo, o beneficiário liquida directamente à entidade a parte que constitui seu encargo. b. Meios Complementares de Diagnóstico Os exames e análises clínicas carecem de requisição médica. As prescrições médicas, para além dos exames requisitados, deverão conter o nome e número do beneficiário e serem, por este, assinadas no verso. c. Meios de Terapêutica (1) Fisioterapia As sessões de fisioterapia carecem de requisição de médico especialista (fisiatra). Pag 21 de 461 Páginas

22 Tem direito a 90 tratamentos por ano. Em caso de ser necessário ultrapassar este número, terá de ser solicitado à ADM uma autorização prévia para o efeito. No final do tratamento, o beneficiário deverá assinar a respectiva Guia de Tratamento. (2) Tratamentos de hemodiálise Os tratamentos carecem de requisição de médico especialista (nefrologista). No final de cada sessão, o beneficiário deverá assinar a respectiva Guia de Tratamento. As despesas com hemodiálise são suportadas na íntegra pelas ADM. (3) Medicamentos d. Consultas Os medicamentos e outros produtos medicamentosos fornecidos pelas Farmácias, são comparticipados pelas ADM no acto da sua aquisição, desde que se encontrem na lista oficial de medicamentos comparticipados pelo Serviço Nacional de Sáude e sejam prescritos por médico, em papel timbrado ou em em impresso próprio dos hospitais, serviços de saúde, centros clínicos ou outros legalmente reconhecidos. Além disso, as receitas devem ser autenticadas com vinheta, carimbo ou selo branco da instituição e devem mencionar a data, o nome e o número de beneficiário e não conter qualquer emenda ou rasura. Os medicamentos fornecidos durante o internamento não são debitados, pois estão incluídos na diária de internamento ou no respectivo Grupo de Diagnóstico Homogénio (GDH). Nas consultas, o beneficiário paga directamente à entidade o valor correspondente ao acordado com as entidades, sendo o valor remanescente facturado à ADM. e. Internamentos As despesas de internamentos efectuados em entidades com acordo, são suportadas integralmente pelas ADM no âmbito do acordo, exceptuam-se as despesas particulares relacionadas com telefones, quartos particulares ou outras que não estejam relacionadas com os cuidados de saúde. No acto da alta o beneficiário assina a factura e liquida os encargos com extras. f. Estomatologia Compreende os actos médicos, exames e próteses da Classe Dentisteria e 39. Aparelho Digestivo Actos cirúrgicos, constantes das Tabelas da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Médicos Dentistas, adoptados nas Tabelas Uniformes de Acordos. (Ver site próprio) Os actos constantes nesta Tabela só serão pagos quando realizados por: Pag 22 de 461 Páginas

23 Médicos Estomatologistas; Médicos Dentistas Médicos Especialistas em Cirurgia Maxilo-facial; Odontologistas legalmente habilitados, para efectuar os tratamentos que a lei lhes permite. Os actos médicos, exames, próteses e actos cirúrgicos são facturados de acordo com os valores definidos nas tabelas e de acordo com as notas e regras estabelecidas para cada caso. (1) Só poderão ser debitadas no máximo oito consultas por beneficiário por ano civil e nos seguintes casos: (a) Consulta prévia a sessões de tratamento subsequentes; (b) Consulta de observação não seguida de tratamento. (2) Não há lugar ao pagamento de consulta quando se efectuarem tratamentos estomatológicos. (3) A facturação de tratamentos de estomatologia e odontologia só deverá ser efectuada após a conclusão dos tratamentos e sobre o respectivo conjunto, desde que aqueles não se prolonguem por período superior a 90 dias, devendo ser acompanhada de nota discriminativa de todos os actos efectuados, com a indicação das respectivas datas e do(s) dente(s) ou elementos intervencionados. (4) A clínica/entidade obriga-se a apresentar proposta de orçamento, com fundamentação clínica à respectiva ADM nos seguintes casos: (a) Quando um plano de tratamentos exceda 150 contos ( 750 Euros ); (b) Quando os tratamentos realizados por um beneficiário durante um ano excedam 200 contos ( 1000 Euros ); (c) Quando se trate de tratamentos dos agrupamentos com os códigos (Ortodontia), ( Próteses fixas ) e (Oclusão). (5) Orçamento a apresentar deve fazer-se acompanhar de relatório médico com a descrição das anomalias dentárias encontradas, confirmadas por RX panorâmico e respectivo modelo de estudo e ainda pela indicação dos tratamentos propostos para a sua correcção. (6) Os valores estabelecidos e a adoptar são os constantes das tabelas podendo ser revistos e actualizados em sede da Comissão Permanente da Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas (COPADMFA), nos termos da Cláusula XII do Acordo. (7) Os beneficiários das ADM pagam directamente à entidade com acordo, o valor correspondente a 25% de cada acto, arredondado para a centena de Pag 23 de 461 Páginas

24 escudos imediatamente inferior, cabendo à respectiva ADM suportar o valor remanescente. g. Próteses oculares O fornecimento de próteses oculares, em estabelecimentos com acordo é regulado pelas cláusulas constantes do acordo, tendo como limite máximo os valores constantes das tabelas de comparticipação definidas pelo Despacho nº 8738/2004 de 03 de Maio Gab. Sec. Est. Orçamento como se indica: (1) Lente graduada/bifocal/progressiva/contacto/ Caixa descartáveis máximo de oito lentes em cada três anos. (2) Duas armações em cada três anos. (3) Para as lentes de contacto, bifocais, progressivas ou outras ortóteses oculares, é necessário que as suas características sejam expressas na receita médica. h. Diabetes Mellitus As normas reguladoras da assistência constam do protocolo assinado com o Ministério da Saúde, ressaltando o seguinte: (1) Possuir o Guia do Diabético a solicitar por prescrição médica ao Centro de Saúde da área de residência do beneficiário; (2) Ter receituário médico separado para materiais destinados à auto-vigilância e para seringas, agulhas e lancetas, constantes do protocolo, contendo cada receituário, no máximo quatro produtos iguais e seis embalagens no total; (3) Os produtos são dispensados nas farmácias, sendo as tiras reagentes comparticipadas a 75% e as seringas, agulhas e lancetas comparticipadas a 100%. SECÇÃO II Prestação de cuidados de saúde por entidades sem acordo 1. Regras Gerais LIVRE ESCOLHA COMPARTICIPAÇÕES A prestação de cuidados de saúde por entidades que não têm acordo com as ADM designa-se por regime de livre escolha. Neste regime, o beneficiário paga a totalidade da despesa à entidade prestadora e recebe a comparticipação até ao valor dos limites expressos nas tabelas em vigor, definidos pelo Despacho nº 8738/2004, de 03 de Maio, do GSEO. Para efeitos de reembolso é obrigatória a apresentação, pelo beneficiário titular, na respectiva ADM, ou subunidade de colocação, ou outra U/E/O de qualquer Ramo, Pag 24 de 461 Páginas

25 dos recibos originais comprovativos da despesa efectuada, os quais terão de conter os seguintes requisitos: a. Serem originais e terem sido emitidos nos termos da legislação em vigor; b. Identificação completa do beneficiário (número de beneficiário e nome). c. Especificar os serviços clínicos prestados, através do número de código da Ordem dos Médicos e correspondente descrição (ex.: Vitrectomia mecânica, via pars plana e não apenas Vitrectomia). d. Exceptuam-se do número anterior os actos médicos que não contenham número de código, que deverão ser indicados pela respectiva descrição (ex. Consulta de Clínica Geral, e não apenas Consulta). e. Não conter rasuras que não tenham sido ressalvadas. f. Conter a identificação do prestador, nome, morada e número de contribuinte. 2. Meios Complementares de Diagnóstico a. Os exames terão que ser requisitados por médicos, salvo no caso de exames realizados pelo próprio médico no âmbito da respectiva especialidade ou os realizados no âmbito da radiologia odontológica. b. Para realização da Tomografia Axial Computorizada e exame de Ressonância Magnética, é necessária requisição do médico da respectiva especialidade. c. Os exames Radiológicos, a Eco tomografia e a Termografia, actos da tabela da Medicina Nuclear e actos da tabela de Radiografia Externa, para serem comparticipados, têm de ser realizados por médicos da especialidade. d. As aquisições de produtos de contraste, desde que prescritos por médicos radiologistas e os reagentes para pesquisa de glicose na urina e no sangue, receitados por médico, são igualmente comparticipados. 3. Meios de Terapêutica a. Medicamentos Os medicamentos são comparticipados desde que a prescrição médica seja: - escrita em papel timbrado do médico ou em impresso próprio dos estabelecimentos de saúde oficiais ou privados, legalmente reconhecidos; - autenticada com vinheta, carimbo ou selo branco da instituição. As receitas são obrigatoriamente escritas pelo punho do médico, não podendo conter qualquer emenda ou rasura que não esteja ressalvada e devem conter: - nome e o número do beneficiário, bem como, caso exista, a menção a um regime especial de comparticipação de medicamentos; Pag 25 de 461 Páginas

26 - As etiquetas destacáveis com o nome e preço do medicamento, excepto quando os medicamentos sejam manipulados; - Nome e assinatura do médico prescritor e data de prescrição; - A assinatura do beneficiário no verso da receita. A aquisição de medicamentos e produtos medicamentosos só poderá ser efectuada no prazo de 10 dias a contar da data da emissão da prescrição médica. Nas receitas são colocadas as etiquetas destacáveis com o nome e preço de cada medicamento vendido, excepto os medicamentos manipulados que não contenham especialidades farmacêuticas na sua composição. Os medicamentos integrados no escalão A do SNS, bem como os produtos dietéticos comparticipados a 100% pelo SNS, são inteiramente suportados pela ADM, nas condições previstas nos regimes de comparticipações do Estado. Os medicamentos, produtos dietéticos e manipulados necessários ao tratamento dos doentes afectados com paramiloidose, lúpus, hemofilia e hemoglobinopatias (talassemia e drepanocitose), são comparticipados em 100%, desde que o médico confirme por escrito, na receita, que se trata de doente abrangido pelo Despacho nº 4521/2001, de 31 de Janeiro, do MS, no caso de paramiloidose e Despacho nº A/2003, de 23 de Maio nos restantes casos. A lista de medicamentos comparticipáveis pode ser consultada na Internet através do site: b. Medicamentos que não estão à venda em Portugal Quando um medicamento não tem comercialização em Portugal, o mesmo é comparticipado em 50%. Quando por opção o beneficiário adquire o(s) medicamento(s) fora do território nacional o(s) mesmo(s) são comparticipados em 25% Para o efeito deverão ser apresentados os seguintes documentos: - Receita médica. - Recibo com as etiquetas das embalagens dos medicamentos. - Documento comprovativo de que os medicamentos não se encontram à venda em Portugal. Este documento pode ser passado pelo próprio médico que os prescreveu ou pela Direcção Geral de Saúde - Serviço de Farmácias e Medicamentos junto do Hospital Júlio de Matos - Pavilhão 21-A - Av. do Brasil - Lisboa. Pag 26 de 461 Páginas

27 c. Medicina física e de reabilitação (1) Normas comuns Para efeitos de comparticipação, os actos constantes desta tabela exigem prescrição médica, mencionando: - a justificação do tratamento; - o número de tratamentos ou a frequência dos mesmos; - o tempo previsto para os tratamentos. O formalismo previsto no ponto anterior fica dispensado, no caso de meios de medicina física e de reabilitação realizados durante o internamento e debitados pelo estabelecimento hospitalar. É dispensada a prescrição médica quando os tratamentos forem efectuados pelo próprio médico especialista, devendo neste caso, o recibo conter os elementos referidos no n.º 1. As prescrições médicas são válidas por um período não superior a um mês de tratamento, sem prejuízo de serem renováveis. Nos recibos entregues para comparticipação deve constar o número e o tipo de tratamento bem como o nome do médico habilitado para o efeito. Os actos prescritos devem corresponder aos realizados, devendo o médico responsável pelos tratamentos emitir declaração elucidativa quando tal situação se não verificar. Quando um acto tiver vários valores, por técnicas ou especificações diferentes, se não vier devidamente identificado como figura na tabela, será comparticipado o de menor valor. (2) Tratamentos de Medicina Física de Reabilitação (Fisioterapia, cinesioterapia, aerossóis,...) Os actos terapêuticos devem ser obrigatoriamente efectuados em centro ou clínica cujo médico responsável seja fisiatra. Entende-se por tratamento o acto terapêutico e por sessão a sucessão de actos terapêuticos efectuados no mesmo dia. A comparticipação é de 90% não podendo exceder os limites máximos determinados para cada tratamento, nem exceder os 90 tratamentos por ano a não ser em casos devidamente explicados e solicitada autorização, bem fundamentada, para poder exceder o limite máximo autorizado. d. Radioterapia Os tratamentos radioterápicos, que abrange também a braquiterapia, com exclusão das diárias, consultas e exames. Inclui honorários médicos e técnicos intervenientes, piso de sala e tac s. Inclui também tac s de planeamento, são comparticipados em 100%. Pag 27 de 461 Páginas

28 e. Psiquiatria, psicologia e neurologia A comparticipação é de 75%, até ao valor limite da respectiva tabela, para psicoterapia, terapia da fala e outros tratamentos similares, condicionada a: (1) Apresentação do relatório clínico emitido por médico neurologista, psicólogo ou psiquiatra, válido por seis meses, sem prejuízo de renovação, onde deve constar também o número de sessões por mês e a duração dos tratamentos. (2) Apresentação de recibos em forma legal contendo a discriminação da quantidade e natureza dos serviços prestados. (3) Recurso a centro clínico especializado ou a técnico oficialmente credenciado. (4) As consultas de psiquiatria são comparticipadas em 80%, até ao valor limite da respectiva tabela. f. Transfusões e administração de oxigénio As transfusões de sangue e seus derivados e a administração de oxigénio, bem como os serviços inerentes à sua aplicação, são comparticipados em 80%, até ao valor limite da respectiva tabela. g. Tratamentos de diálise Os tratamentos de diálise são comparticipados na totalidade nos estabelecimentos de serviço de saúde militares ou civis estatais e em entidades privadas com as quais haja celebrado acordo. Em caso de inexistência ou incapacidade de meios por parte dos estabelecimentos referidos no número anterior, são igualmente comparticipadas, na totalidade, as despesas realizadas noutros centros de diálise privados. A comparticipação em tratamentos de diálise é condicionada à organização de processo do qual conste relatório clínico de médico nefrologista justificativo da sua necessidade. Aos beneficiários nas condições do número anterior quando em tratamento de diálise que necessitem de consultas, especialidades farmacêuticas, meios complementares de diagnóstico e de terapêutica inerentes à doença são comparticipados a 100%, desde que sejam realizados ou requisitados pelos respectivos centros de hemodiálise e tenha sido firmado acordo nesse sentido. h. Tratamentos termais (Tabela 2.6) As despesas com tratamento em estâncias termais, bem como os transportes e aposentadoria, são comparticipadas globalmente em 75%, até ao limite Pag 28 de 461 Páginas

29 máximo constante das tabelas de comparticipação, mediante a apresentação dos seguintes documentos: (1) Declaração do médico onde conste: - Natureza da doença que justifique a necessidade do tratamento termal. - Indicação das termas recomendadas. - Número de dias necessários para o tratamento. (2) Documento emitido pelo estabelecimento termal onde constem os tratamentos efectuados e a data do início e o termo dos mesmos. Apenas são comparticipáveis os tratamentos efectuados em termas nacionais reconhecidas pelos serviços oficiais competentes e em período de, pelo menos, 12 dias consecutivos. Serão comparticipados dois tratamentos por ano, para tratamentos em termos de características iguais ou semelhantes. As situações especiais serão analisados caso a caso. 4. Consultas de Clínica Geral e Especialidades a. É obrigatória a apresentação de recibo nos termos da lei, por cada consulta. b. O montante da comparticipação nas modalidades de consultas e visitas domiciliárias de clínica geral e de especialidade é de 80% com limite constante das tabelas de comparticipação. c. O recibo deve respeitar integralmente as regras já definidas no Subtítulo III, secção II, ponto 1., sendo indispensável a indicação da especialidade médica da consulta efectuada. d. Excepto durante o internamento não são comparticipáveis recibos contendo mais que uma consulta. e. Só os actos praticados por médicos inscritos na Ordem dos Médicos (Portugal) são passíveis de comparticipação. 5. Internamentos Cirurgia e Anestesia a. As despesas efectuadas em estabelecimentos hospitalares privados são pagas directa e integralmente pelos beneficiários, sendo estes reembolsados posteriormente em 80%, até ao valor limite das tabelas, mediante a apresentação do recibo discriminativo. b. Recibo/factura, nos termos legais, do médico cirurgião, deve indicar expressamente o código ou nomenclatura da intervenção cirúrgica efectuada, segundo o Código de Nomenclatura e Valor Relativo dos Actos Médicos da Ordem dos Médicos (CNVRAM). Pag 29 de 461 Páginas

30 c. Os valores da tabela compreendem a comparticipação do cirurgião, anestesista e ainda dos ajudantes de instrumentistas. d. Para efeitos de comparticipação, os recibos/facturas respeitantes aos honorários das entidades referidas no número anterior, devem ser entregues juntamente com o recibo do médico cirurgião ou com declaração em que este confirme a intervenção cirúrgica efectuada. e. As diárias de internamento, o piso de sala de operações, os cuidados intensivos, a enfermagem, os medicamentos, etc., são comparticipados até aos valores limites das tabelas da ADM. f. Os valores da tabela compreendem as visitas pós-operatórias durante o internamento, até 15 dias. g. Nos hospitais do SNS em que alguns médicos estão autorizados a operar doentes privados (artº. 13º. da Portaria n.º 189/2001, de 9 de Março do Ministério da Saúde) o preço do GDH facturado às ADM será reduzido em 20%, devendo os honorários médicos serem pagos aos médicos e serão, posteriormente, comparticipados segundo as tabelas em vigor para o regime de livre escolha. 6. Estomatologia e Ortodôncia a. Os actos estomatológicos serão comparticipados quando realizados por: - Médicos estomatologistas. - Médicos dentistas. - Médicos de cirurgia maxilo-facial. - Odontologistas legalmente habilitados, para efectuar os tratamentos que a lei lhes permite. b. Sempre que qualquer dos profissionais, descritos no número, trabalhe em consultório, centro, clínica ou estabelecimento similar, deverá, nas prescrições e recibos da sua actividade, discriminar o respectivo nome e título profissional. c. Não há lugar a comparticipação em consultas quando, no mesmo período, se efectuarem tratamentos estomatológicos. d. A comparticipação em consultas está condicionada a uma das seguintes situações e com o limite máximo de quatro consultas por ano civil: - Consulta prévia a sessões de tratamento subsequentes. - Consulta de observação não seguida de tratamento. e. A comparticipação em tratamentos de estomatologia e odontologia é atribuída após a conclusão dos tratamentos e sobre o respectivo conjunto, desde que aqueles não se prolonguem por período superior a 90 dias, mediante a apresentação dos respectivos recibos. Pag 30 de 461 Páginas

31 f. Os recibos deverão ser acompanhados de nota discriminativa de todos os actos efectuados, segundo o Código de Nomenclatura e Valor Relativo dos Actos Médicos da ordem dos Médicos com a indicação das respectivas datas e do(s) número(s) do(s) dente(s) ou elementos em causa. 7. Próteses Dentárias a. As próteses dentárias são comparticipadas até aos valores limite da tabela, desde que prescritas pelos técnicos referidos no número anterior. b. A comparticipação em próteses construídas à base de metais preciosos será atribuída de acordo com os valores da tabela acrílica, não sendo comparticipados aqueles metais. c. No domínio da ortodôncia, a comparticipação pode compreender a aquisição e colocação de aparelhos e as sessões de adaptação ou correcção. d. A prescrição de próteses dentárias deverá ser feita de acordo com o Código de Nomenclatura e Valor Relativo dos Actos Médicos ou, no caso de não ser feita nestes termos, deverá indicar a similaridade com o referido código. 8. Próteses e Ortóteses a. São susceptíveis de comparticipação próteses e ortóteses referenciadas nas tabelas, nomeadamente ortopédicas correctivas, auditivas e outras, mediante relatório médico justificativo. b. Outro material e equipamento que, segundo prescrição médica, deva ser adquirido pelo doente para efeitos de utilização permanente, sem o que a sua saúde possa ser afectada gravemente, será considerado, caso a caso, pela ADM. c. Os veículos de rodas serão comparticipados, nos termos das tabelas, mediante apresentação de relatório médico justificativo e desde que sejam para utilização permanente. d. Em calçado ortopédico, apenas é devida a comparticipação nas situações que clinicamente exijam trabalho de adaptação ou correcção sobre o calçado usual. e. A correcção ou adaptação tem de ser prescrita por médico ortopedista ou pediatra quando se destine a crianças, com expressa indicação: f. Da natureza da doença e da indispensabilidade da utilização. g. Da correcção gráfica a introduzir no calçado ou em caso de impossibilidade, diagnóstico que justifique a sua ausência. h. As correcções a que se refere o número anterior podem incidir sobre o calçado propriamente dito. Pag 31 de 461 Páginas

32 i. A comparticipação em calçado ortopédico é limitada a um máximo de um par de sapatos por beneficiário em cada ano civil. 9. Próteses Oculares a. É atribuída comparticipação nas despesas de aquisição de próteses oculares para correcção de ametropias e para outros fins clinicamente comprovados e justificados, nomeadamente para substituir olhos enucleados ou inutilizados. b. A comparticipação em despesas resultantes da aquisição de ortóteses oculares é condicionada a oito lentes e duas armações em cada três anos civis por cada beneficiário. c. Para as lentes de contacto, bifocais, progressivas ou outras ortóteses oculares, é necessário que as suas características sejam expressas na receita médica. d. Para atribuição de comparticipação é exigida a apresentação de: - Receita do médico oftalmologista ou optometrista legalmente habilitado, emitida antes da aquisição da prótese. - O recibo da entidade fornecedora da prótese, indicando, nomeadamente, a qualidade, quantidade e o preço da prótese. 10. Enfermagem a. Os actos de enfermagem só serão comparticipados quando efectuados por profissionais ou entidades legalmente habilitados, sendo necessário ainda a prescrição médica para a realização de certos actos que estão devidamente assinalados nas tabelas e mediante uma autorização prévia. b. Os actos prestados no domicílio terão de ser justificados pelo médico assistente e apenas a beneficiário que sofram de incapacidade total e permanente para todo e qualquer trabalho e não possam dispensar a assistência e vigilância permanentes de uma terceira pessoa. c. A comparticipação em vigilância e serviços de enfermagem permanente é condicionada à apresentação de: - Relatório médico justificativo da necessidade de enfermagem permanente. - Autorização da respectiva ADM que poderá ser concedida por um período de 15 dias, prorrogável, mediante novo relatório médico. - Recibo, em forma legal, correspondente aos serviços prestados, contendo, nomeadamente, referência à carteira profissional, no caso de serviços não debitados por centro clínico ou de enfermagem. d. Durante o período de vigilância ou enfermagem permanente, não serão comparticipados outros serviços de enfermagem ou de diária de acompanhante. Pag 32 de 461 Páginas

33 11. Transportes a. Transportes em ambulância A comparticipação será de 95% e inclui a espera, para os doentes que recebam cuidados médicos especializados (consultas, tratamentos, meios auxiliares de diagnóstico e fisioterapia), quando se trate de doentes amputados, com AVC, esclerose em placas ou paralisia cerebral, com incapacidade igual ou superior a 80%, desde que este meio de transporte seja considerado imprescindível por declaração médica. A comparticipação será de 80% e incluirá a espera quando o estado do doente implique cuidados hospitalares, em internamento, intervenções cirúrgicas e urgência e sempre que recebam cuidados médicos especializados (consultas, meios auxiliares de diagnóstico e fisioterapia), desde que o seu estado de saúde não permita a utilização de transportes colectivos, mediante justificação médica. A comparticipação será efectuada, mediante a apresentação do respectivo recibo e a declaração da entidade prestadora dos cuidados de saúde a confirmar a data e o tipo de cuidado recebido. b. Transportes em Viatura de Aluguer A comparticipação será de 60% do valor do recibo aos beneficiários que recorram a tratamentos ou a cuidados de saúde. Para o efeito deverão apresentar o respectivo recibo e a declaração dos tratamentos e cuidados recebidos. c. Transportes colectivos Sempre que o beneficiário recorra à entidade de cuidados de saúde mais próxima do local em que se encontra, a ADM comparticipará em 80% do custo do bilhete correspondente à classe mais económica, mediante a apresentação deste e da declaração da entidade prestadora dos cuidados de saúde confirmativa da data e do tipo de cuidados recebidos. No caso de ser necessário um acompanhante, desde que tal seja comprovado por declaração médica, a comparticipação será de 60% do custo do bilhete correspondente à classe mais económica. Os beneficiários doentes residentes nos Açores ou na Madeira terão uma comparticipação de 100% do custo da viagem, na classe mais económica, sempre que, comprovadamente por falta de meios técnicos ou humanos, tenham de recorrer a cuidados de saúde prestados no Continente. Se clinicamente se justificar a necessidade de acompanhante, o custo da viagem deste, na classe mais económica, será passível de uma comparticipação de 60%, na classe mais económica. d. Transporte para e no estrangeiro Quando o doente se encontre nas condições previstas no n.º 1 do artigo 31º e nos nº 1 e 2 do artigo 32º do Decreto-Lei n.º 118/83, de 25 de Fevereiro, ou Pag 33 de 461 Páginas

34 seja portador de formulário E 112 devidamente autorizado e utilize transporte colectivo, será comparticipado em 100% do preço dos bilhetes correspondentes à classe mais económica e mediante a apresentação dos respectivos títulos. Se, por exigência médica, o doente tiver de ser acompanhado por uma pessoa, esta será comparticipada em 60% do custo do bilhete. Quando se torne imperioso o doente utilizar ambulância no país em que vai receber os cuidados de saúde, haverá uma comparticipação de 60% do custo da viagem do local de chegada para a unidade prestadora dos cuidados e desta para o local de partida (regresso) contra a apresentação do respectivo recibo. Se a deslocação se fizer em viatura própria, as despesas serão comparticipadas em 60% do preço dos bilhetes correspondentes à classe mais económica em caminho-de-ferro. SECÇÃO III Cuidados de saúde no estrangeiro 1. Deslocações ao estrangeiro para tratamento a. A deslocação ao estrangeiro de beneficiários das ADM, para observação médica ou tratamento especializado por falta de meios de tratamento no país ou por se terem esgotado os existentes, está regulamentada pelo Despacho nº 8738/2004, de 03 de Maio. b. Com a entrada em vigor, em 25 de Outubro de 1998, do Regulamento CEE n.º 1606/98, a assistência sanitária fora do País, passou a ser considerada em duas vertentes: (1) Assistência prestada em países do Espaço Comunitário; (2) Assistência prestada em países terceiros; c. Independentemente do país onde a assistência for prestada, as despesas daí decorrentes são comparticipadas conforme consta na tabela da Despacho nº 8738/2004, de 03 de Maio. 2. Cuidados de Saúde nos países da UE Sempre que um beneficiário necessite de se ausentar para qualquer país da União Europeia deverá solicitar a emissão de um Cartão Europeu de Seguro de Doença (CESD), o qual terá a validade do cartão de saúde para o território nacional. O mesmo deve ser solicitado no Ramo respectivo. Os locais para obtenção de informações nos diversos países com vista à prestação de cuidados de saúde constam no verso dos formulários de soilicitção do cartão. 3. Pessoal em serviço no estrangeiro As despesas com a assistência sanitária prestada aos militares em serviço no estrangeiro e aos seus familiares, quando com eles residentes, são Pag 34 de 461 Páginas

35 comparticipadas nos valores abaixo indicados e estão sujeitas às normas gerais que regulam a assistência prestada em território nacional. - Militares, 100%, desde que a assistência seja prestada em estabelecimento hospitalar militar ou estatal do país onde presta serviço ou, por reconhecida urgência, em outro estabelecimento de saúde. - Familiares, 80%, desde que a assistência seja prestada em estabelecimento hospitalar militar ou estatal do país onde o militar presta serviço ou, por reconhecida urgência, em outro estabelecimento de saúde. - A assistência sanitária não abrangida pelas alíneas anteriores fica sujeita a autorização prévia, sem prejuízo da assistência que, sendo pontual, não venha a ter continuidade. Na assistência medicamentosa mantém-se a necessidade das prescrições médicas e o condicionalismo no fornecimento de especialidades farmacêuticas de venda livre, se no país estrangeiro mantiverem a mesma designação e, ainda, a obrigatoriedade de apensar as etiquetas dos respectivos medicamentos na receita, sendo comparticipados nos seguintes valores: - Militares, em 100%; - Familiares, em 80%. As comparticipações são calculadas com base na taxa de câmbio verificada à data dos documentos de despesa apresentados (enquanto não entrar em vigor o Euro). Ao pessoal em serviço nos Estados da União Europeia (EU/EEE), aplica-se o Regulamento CE n.º 1606/98 de 29 de Junho. Cada militar ou seu familiar deve providenciar para que lhe seja fornecido o respectivo Formulário aplicável à sua situação. A Assistência na Doença aos militares colocados na Bélgica assume um procedimento diferente porque este país apenas dispõe de estruturas de saúde privadas, assim: - O processo de comparticipação de despesas originados na Missão Militar Portuguesa junto da NATO/EU, são por aquela instituição certificados de que O beneficiário recorreu aos serviços de uma entidade de saúde privada, por se encontrar colocado na Bélgica, pais que não dispões de estruturas estatais, nem ter acesso a hospitais militares. Subtítulo IV Diversos 1. Declaração para efeitos de dedução de encargos com a saúde no IRS Para inclusão das despesas com a Saúde nas declarações de IRS, a ADM emite declarações do valor total anual das despesas pagas e não reembolsadas, conforme documentos comparticipados no ano e arquivados nos serviços competentes do IASFA. A declaração é emitida em nome do beneficiário titular e contém a informação de todos os elementos do agregado familiar que sejam beneficiários da respectiva ADM. Pag 35 de 461 Páginas

36 Nos agregados onde se verifique um (ou mais) cônjuge divorciado, a declaração é emitida por beneficiário, de modo a poder ser feita a separação das importâncias pagas e não reembolsadas, face aos elementos que constituem o agregado familiar. A declaração não abrange as despesas não comparticipadas pela respectiva ADM, nomeadamente: 2. Vacinas - Despesas correspondentes a taxas moderadoras que sejam pagas nos Estabelecimentos Oficiais integrados no Serviço Nacional de Saúde. - Medicamentos não comparticipados pela respectiva ADM (medicamentos de venda livre). Nota: Relativamente a estas despesas, o beneficiário deve solicitar nas respectivas entidades, o competente recibo para dedução no IRS e conforme referido anteriormente. A declaração é enviada para a residência dos beneficiários. Nota: No interesse dos beneficiários e a fim de evitar devolução e os consequentes atrasos, é essencial que o ficheiro de moradas esteja devidamente actualizado. As vacinas do Programa Nacional de Vacinação (PNV) contra a tuberculose, a hepatite B, a difteria, o tétano, a tosse convulsa, a poliomielite, a meningite, a septicémia, o sarampo, a papeira, e a rubéola são gratuitas e estão disponíveis nos Centros de Saúde. Algumas vacinas, apenas utilizadas em casos especiais, como a vacina contra a febreamarela ou contra a cólera, só estão disponíveis em determinados Centros de Saúde. 3. Despesas de saúde em resultado de acidentes de viação ou outros factos geradores de responsabilidade civil de terceiros Dos acidentes de viação, ou outros factos que gerem responsabilidade civil e/ou criminal de terceiros (como, por exemplo, as ofensas corporais), envolvendo os beneficiários titulares e/ou familiares, e que originem despesas de saúde, deve ser dado conhecimento imediato à ADM para que se imputem os encargos a terceiros. 4. Despesas de saúde em resultado de acidente em serviço Os processos de acidentes que, em sede própria, sejam considerados em serviço e por motivo do seu desempenho devem, no que diz respeito às despesas de saúde daí resultantes ser encaminhados para a ADM. 5. Tabelas de comparticipação e acordos com entidades para cuidados de saúde As tabelas de comparticipação encontram-se em permanente actualização no sitio da Internet em: Beneficiários Regime Convencionado e Regime de Livre escolha. Pag 36 de 461 Páginas

37 Os acordos com entidades encontram-se em permanente actualização no sítio da Internet em: Beneficiários Regime Convencionado. 6. Militares e ex-militares incapacitados de forma permanente por acidente de trabalho ou doença profissional De acordo com a Portaria nº 1034/09 de 11de Setembro, os militares e ex-militares incapacitados, de forma permanente, por acidente de trabalho ou doença profissional ocorridos ou derivados da prestação do serviço militar, são ressarcidos de todas as despesas suportadas com cuidados de saúde. Neste sentido é atribuído um cartão ADM de Regime Especial a estes militares e exmilitares que permite, a partir de 01Jan10, aquele ressarcimento. 7. Pensionistas beneficiários da ADM com rendimento total anual igual ou inferior a catorze vezes a retribuição mínima mensal garantida (RMMG) A Portaria nº 650/2009, de 12 de Junho, estabelece que o regime especial de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos previsto no n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 118/92, de 25 de Junho, na redacção conferida pelo Decreto -Lei n.º 129/2005, de 11 de Agosto: - A comparticipação do Estado no preço dos medicamentos integrados no escalão A é acrescida de 5% e nos escalões B, C e D é acrescida de 15%, é aplicável aos pensionistas beneficiários da Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas (ADM), cujo rendimento total anual não exceda 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida (RMMG). Para o efeito os interessados devem apresentar documento comprovativo da sua qualidade de pensionista e do valor da pensão e fazer declaração conforme modelo anexo àquela portaria. Pag 37 de 461 Páginas

38 Titulo II Assistência Social a Deficientes das Forças Armadas O Estado Português considera justo reconhecimento do direito à plena reparação de consequências sobrevindas no cumprimento do dever militar aos que foram chamados a servir em situação de perigo ou perigosidade. Em conformidade com o Artigo 5º. do Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, alterado pelos Decretos-Lei 203/87 de 16/05, 224/90 de 10/7 e 183/91 de 17/05, a assistência social aos deficientes das Forças Armadas (DFA) é da responsabilidade do Estado e tem por objectivo evitar ou eliminar dificuldades de natureza familiar social e económica em que possam vir a achar-se os DFA que, em primeira prioridade, não sejam reabilitáveis ou cuja reabilitação não tem possibilidade de vir a ser satisfatória e, em segunda prioridade, tenham restrita capacidade geral de ganho. Os DFA cuja reabilitação não é ou não tem possibilidade de vir a ser satisfatória podem ser colocados no domicílio e receber apoio assistencial especial ou ser internados em estabelecimentos apropriados, consoante o seu desejo manifesto. Os DFA gozarão de medidas de protecção, tais como facilidades no acesso aos alojamentos, aos transportes, aos locais de trabalho e a outros locais públicos. Compete às autoridades militares assegurar justa e adequada protecção e auxílio aos DFA, de acordo com os conceitos de reabilitação e assistência expressos naqueles diplomas. O reconhecimento dos direitos referidos no DL 43/76 de 20 Janeiro tem sido expresso em vasta legislação desde então promulgada, que pode ser consultada no sítio da internet ou em Legislação DFA. Pag 38 de 461 Páginas

39 Titulo III Assistência na Invalidez, Orfandade, Velhice e Viuvez Ver Titulo III Instituto de Acção Social das Forças Armadas, Titulo V INATEL e Titulo III Fundo de Pensões, PARTE III PENSÕES, Subtítulo III Prestações Familiares. 1. Legislação Diversa O Decreto-Lei nº187/2007, de 10 de Maio estabelece o regime de protecção na velhice e na invalidez dos beneficiários do regime geral de segurança social. Lei n.º 20/97, 19 de Junho Contagem especial do tempo de prisão e de clandestinidade por razões políticas para efeitos de pensão de velhice ou de invalidez. O Decreto Regulamentar nº 3/98, de 23 de Fevereiro e o Decreto regulamentar n 7/99, de 20 de Maio regulamentam a Lei nº 20/97, de 19 de Junho. Decreto-Lei n.º 141/91, 10 de Abril Estabelece as condições de acumulação das pensões dos regimes contributivos de segurança social entre si, com pensões de outros regimes de protecção social de enquadramento obrigatório e com pensões de regimes não contributivos ou equiparados. Decreto-Lei n.º 265/99, 14 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei nº 309-A/2000, de 30 de Novembro - Procede à criação de uma nova prestação destinada a complementar a protecção concedida aos pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência dos regimes de segurança social em situação de dependência. Decreto-Lei n.º 360/97, de 17 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 377/2007, de 9 de Novembro - Procede à definição do sistema de verificação de incapacidades (SVI), no âmbito da segurança social e a composição das juntas médicas da CGA e da ADSE. Decreto-Lei n.º 322/90, de 18 de Outubro, alterado pela Declaração DR 300 de31dec1990 e pelos Decretos-Lei nº 141/91, de 10 de Abril e nº 265/99 de 14 de Julho - Define e regulamenta a protecção na eventualidade da morte dos beneficiários do regime geral de segurança social. 2. Órfãos e Viúvas de membros das Ordens Honoríficas De acordo com os artigos 41º., 42º. e 43º. do Decreto-Lei n.º 414-A/86 de 15 de Dezembro que aprova a Lei Orgânica das Ordens Honoríficas Portuguesas. a. Os cônjuges sobrevivos, os filhos menores ou incapazes e as filhas solteiras, se não houver cônjuge sobrevivo, dos condecorados com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito têm direito: (1) A preferência na admissão em estabelecimentos sociais administrados pelo Estado; Pag 39 de 461 Páginas

40 (2) Direito a haver do Estado uma pensão correspondente ao salário mínimo nacional, desde que careçam de meios de subsistência suficientes; (3) No caso de haver mais de um filho ou filha nas condições do número anterior, a pensão será por todos eles repartida igualmente; (4) A concessão ou a transmissão da pensão referida em (2) e (3) desta alínea é isenta de quaisquer emolumentos ou impostos. b. Os órfãos dos condecorados com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito têm preferência absoluta na admissão nos estabelecimentos de ensino militar, bem como nos estabelecimentos escolares dependentes dos departamentos militares. c. As senhoras condecoradas ou as viúvas e filhas de condecorados com a Ordem Militar de Santiago da Espada têm preferência na admissão no Recolhimento de Santos-o- Novo. d. A admissão no Recolhimento da Encarnação é reservada a viúvas e filhas de membros da Ordem Militar de Avis. Pag 40 de 461 Páginas

41 Titulo IV Assistência Jurídica O sistema de acesso ao direito e aos tribunais destina-se a promover que a ninguém seja dificultado ou impedido, em razão da sua condição social ou cultural ou por insuficiência de meios económicos, de conhecer, fazer valer ou defender os seus direitos. A protecção jurídica reveste as modalidades de consulta jurídica e de apoio judiciário. O apoio judiciário abrange, por seu turno, o patrocínio judiciário - nomeação de patrono e dispensa de pagamento dos respectivos honorários e a assistência jurídica - dispensa ou diferimento de pagamento de preparos e/ou custas. 1. Instituto de Acção Social das Forças Armadas Prestam assistência jurídica, a nível de conselho jurídico, a todos os seus beneficiários, na sua sede, Rua Pedro Nunes, n.º 8. È aconselhável a marcação prévia no Gabinete de Estudos, por qualquer meio. 2. Associação dos Inquilinos de Lisboa Situa-se na Av. Almirante Reis, n.º 12 Lisboa - presta assistência jurídica de âmbito habitacional aos sócios. 3. Tribunal Sob prova de insuficiência de rendimentos ( atestado pela Junta de Freguesia da área de residência) os requerentes podem obter dispensa de custas de Tribunal e Advogado. 4. Ordem dos Advogados Sita no Largo de S. Domingos, n.º 14-1º. Lisboa - tem serviço de consulta jurídica gratuita que funciona na Av. Infante Santo, n.º 42-9º. Destina-se às pessoas com falta de rendimentos. Horário: / 12:00 14:00 / 17: 00 Não é necessário marcação prévia. 5. Comissão da Condição Feminina Tem à disposição do público um serviço de atendimento que presta informações sobre os direitos das mulheres na família, na segurança social, no trabalho, etc. Possui um serviço de documentação ( biblioteca ) que faculta às pessoas interessadas. O atendimento é prestado a homens e mulheres indiscriminadamente. Sita na Av. da República, n.º 32-1º./ 2º. Esq. - Lisboa Porto - Rua Dr. Magalhães de Lemos, n.º105 Pag 41 de 461 Páginas

42 6. Custas de Tribunal As pessoas cujos rendimentos sejam inferiores a vez e meia o salário mínimo nacional estão dispensadas do pagamento de custas judiciais. Torna-se para isso necessário apresentar um atestado da Junta de Freguesia que prove a insuficiência de rendimentos - Código das Custas Judiciais. 7. Informação electrónica Pode ser recolhida mais informação sobre acesso à justiça e tribunais em Estes sítios contêm esclarecimentos sobre o que é a informação e a protecção jurídicas, sobre a legislação que regulamenta a Lei do acesso ao direito e aos tribunais e sobre a localização dos gabinetes de consulta jurídica. Contêm ainda formulários sobre variados assuntos. Pag 42 de 461 Páginas

43 Titulo V Assistência à Família 1. Âmbito No âmbito do artigo 22º da Lei nº 59/2008, de 11 de Setembro e da Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro, cujo regime jurídico foi regulamentado pelos Decretos-Lei nº 89/2009 e 91/2009, ambos de 9 de Abril, a maternidade e a paternidade constituem valores sociais eminentes. Os trabalhadores têm direito à protecção da sociedade e do Estado na realização da sua insubstituível acção em relação ao exercício da parentalidade. Ao Estado incumbe o dever de informar e divulgar conhecimentos úteis referentes aos direitos das mulheres grávidas, dos nascituros, das crianças e dos pais por forma a procurar consciencializar e responsabilizar os progenitores, sem distinção, pelos cuidados e pela educação dos filhos, em ordem à defesa da saúde e à criação de condições favoráveis ao pleno desenvolvimento da criança. 2. Modalidade de Prestação a. Assistência médica (1) É assegurado à mulher o direito de efectuar gratuitamente as consultas e os exames necessários à correcta preparação e vigilância da gravidez, assim como nos 60 dias após o parto. (2) O internamento hospitalar durante os períodos referidos no número anterior é gratuito. (3) Na preparação e no decurso da gravidez, e em função desta, serão igualmente assegurados ao outro progenitor os exames considerados indispensáveis pelo médico assistente da mulher. b. Protecção da criança (1) É assegurada à criança, nomeadamente, o direito de efectuar gratuitamente as consultas previstas no programa de acção tipo, em Saúde Infantil e Juvenil do Ministério da Saúde, através da Direcção-Geral de Saúde. (2) É assegurada à criança, nomeadamente, o direito de efectuar gratuitamente as vacinações que constam do Programa Nacional de Vacinação. c. Licença parental inicial (1) A mãe e o pai trabalhadores têm direito, por nascimento de filho, a licença parental inicial de 120 dias ou 150 dias consecutivos, cujo gozo podem partilhar após o parto, sem prejuízo dos direitos da mãe a que se refere o ponto seguinte. (2) A licença referida no ponto anterior é acrescida em 30 dias, no caso de cada um dos progenitores gozar, em exclusivo, um período de 30 dias consecutivos, ou 2 períodos de 15 dias consecutivos, após o período de gozo obrigatório pela mãe (seis semanas de licença a seguir ao parto). Pag 43 de 461 Páginas

44 (3) No caso de nascimentos múltiplos, o período de licença previsto nos números anteriores é acrescido de 30 dias por cada gémeo além do primeiro. (4) De acordo com o artigo 100º do EMFAR e em matéria de licença por maternidade ou paternidade são aplicáveis aos militares as disposições constantes da lei geral. d. Períodos de licença parental exclusiva da mãe (1) A mãe pode gozar até 30 dias de licença parental inicial antes do parto. (2) É obrigatório o gozo, por parte da mãe, de seis semanas de licença a seguir ao parto. (3) A trabalhadora que pretenda gozar parte da licença antes do parto deve informar desse propósito o empregador e apresentar atestado médico que indique a data previsível do parto, prestando essa informação com a antecedência de 10 dias ou, em caso de urgência comprovada pelo médico, logo que possível. e. A protecção na parentalidade concretiza-se através da atribuição dos seguintes direitos: (1) Licença parental inicial a gozar por um progenitor em caso de impossibilidade do outro. (2) Licença parental exclusiva do pai. (3) Licença em situação de risco clínico durante a gravidez. (4) Licença por interrupção da gravidez. (5) Licença por adopção. (6) Dispensa para avaliação para a adopção. (7) Licença parental em qualquer das modalidades. (8) Dispensa para consulta pré-natal. (9) Dispensa para amamentação ou aleitação. (10) Faltas para assistência a filho. (11) Faltas para assistência a neto. (12) Licença para assistência a filho. (13) Licença para assistência a filho com deficiência ou doença crónica. (14) Trabalho a tempo parcial de trabalhador com responsabilidades familiares. (15) Horário flexível de trabalhador com responsabilidades familiares. (16) Dispensa de prestação de trabalho em regime de adaptabilidade. (17) Dispensa de prestação de trabalho suplementar. Pag 44 de 461 Páginas

45 (18) Dispensa de prestação de trabalho no período nocturno. (19) Redução do tempo de trabalho para assistência a filho menor com deficiência ou doença crónica. (20) Formação para reinserção profissional. (21) Protecção da segurança e saúde de trabalhadora grávida, puérpera ou lactante. (22) Protecção em caso de despedimento. Pag 45 de 461 Páginas

46 Titulo VI Assistência por morte Decreto-Lei n.º 322/90, de 18 de Outubro - Define e regulamenta a protecção na eventualidade da morte dos beneficiários do regime geral de segurança social. 1. Verificação de óbito De acordo com o Decreto-Lei nº 82/2009, de 2 de Abril, compete aos delegados de saúde municipais verificar os óbitos ocorridos no concelho, de acordo com as disposições legais, emitir atestados médico - sanitários referentes às trasladações e fiscalizar a observância das leis e regulamentos sobre inumações e exumações. 2. Nomeação e funções do Delegado de Apoio à Família a. Sempre que faleça um militar, funcionário civil ou deficiente das Forças Armadas, relacionados com o Exército, haverá lugar à nomeação de um Delegado de Apoio à Família (DAF), que será oficial se o militar falecido for oficial. Se o falecido for sargento ou praça será nomeado um sargento. Se o falecido for funcionário civil será nomeado um funcionário civil de categoria igual ou superior. A duração das suas funções não deverá ser superior a 90 dias, salvo se razões devidamente fundamentadas aconselharem a prorrogação. A responsabilidade de nomeação é atribuída ao Comando do Pessoal, contudo: - Se o falecido estava na efectividade de serviço o DAF deve pertencer à sua U/E/O; - Se o falecido se encontrava fora da efectividade de serviço o DAF deve pertencer à U/E/O da área de residência dos familiares mais próximos. Deve ser elaborado um processo, publicado em Ordem de Serviço e enviada cópia desta Ordem para o Comando do Pessoal. b. Cabe ao DAF facilitar e apoiar e orientar a família do falecido tendo especial atenção à obtenção de formas de assistência a que tem direito, quer por parte do Exército quer de outros organismos, nomeadamente: (1) Imediatamente após a nomeação apresentar condolências à família, em nome do Comandante ou Chefe do falecido ou da U/E/O que o nomeou; (2) Na resolução da situação, quer militar quer civil, do falecido; (3) Nos direitos dos familiares herdeiros, sob aspectos sócio - económicos (subsídio por morte, de funeral, do CPFA, do CPFAE, pensão de sobrevivência, assistência na doença, etc.); (4) Na situação judicial junto do respectivo Tribunal ou entidade onde decorrer o processo, quando o falecimento tenha resultado de acidente de viação ou de outra natureza. c. Deve ainda o DAF solicitar à família os documentos abaixo discriminados e envia-los: - à Direcção de Administração de Recursos Humanos (DARH) Pag 46 de 461 Páginas

47 (1) Certidão de óbito: (2) Bilhete de identidade militar, cartão de identificação militar, cartão de identificação de funcionário civil e cartão de DFA do Exército. - à DSP (1) Cartão da ADM; (2) Certidão de óbito ou fotocópia autenticada; (3) Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e assinado pelo viúvo(a); (4) Declaração referindo não ser beneficiário de outro regime de assistência na doença ou declaração de opção pela ADM quando legalmente permitido. d. Na organização do funeral, em ligação com o Serviço de Assistência Religiosa, deve o DAF prestar apoio, designadamente: (1) Nas Honras Fúnebres; (2) Na Cerimónia religiosa; (3) Na realização do funeral militar (cedência de armão militar, auto fúnebre, utilização de casa mortuária/igreja/capela, assistência religiosa se requerida, formalidades de registo civil, camarárias, policiais, etc.); Sempre que for necessário o armão militar, este será solicitado ao Regimento de Transportes (Secção de Logística). (e) Em ligação com o órgão de administração financeira deve o DAF estudar a situação do falecido face aos abonos que, pelo Exército, são devidos à sua família. (f) No caso de existir espólio, deve o DAF proceder à sua entrega, contra recibo, aos herdeiros hábeis. (g) O DAF, na elaboração do processo deve ter em consideração que este deve ser constituído por um relatório e pela cópia de comprovativos de toda a documentação. Estes documentos deverão ser entregues no órgão de administração financeira da U/E/O para verificação e posterior despacho superior. Após o despacho o processo é encerrado e publicado o seu encerramento em Ordem de Serviço, devendo ser enviada cópia desta Ordem para o Comando do Pessoal. 3. Trasladações de militares falecidos em serviço no estrangeiro De acordo com o Decreto-Lei n.º 308/83, de 1 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei 73/85, de 22 de Março, as trasladações de militares falecidos na efectividade de serviço, quando ausentes do País ou do seu domicílio, por razões de serviço, serão compensadas de todas as despesas normais efectuadas com aquela, entre outras com a urna e seu transporte, do seguinte modo: a. Relativamente aos militares e aos funcionárias e agentes colocados no estrangeiro, desde que o óbito aí tenha ocorrido e a trasladação se faça para a localidade escolhida pelos interessados em território nacional; b. Relativamente aos restantes militares e aos funcionários e agentes, desde que o óbito tenha ocorrido em localidade diferente da do seu domicílio, donde se encontravam deslocados em serviço, e a trasladação se faça para localidade escolhida pelos interessados em território nacional. Pag 47 de 461 Páginas

48 A compensação será feita mediante requerimento do interessado, dirigido ao Chefe do Estado-Maior do Exército. 4. Remoção, transporte, inumação, exumação, trasladação e cremação Trasladações: Decreto-Lei n.º 411/98, de 30 de Dezembro, alterado pelo artigo 33º da Lei nº 30/2006, de 11 de Julho. Pag 48 de 461 Páginas

49 1. Missão do Serviço Titulo VII Assistência Religiosa Assegurar a assistência religiosa ao pessoal militar, militarizado e civil, bem como aos seus familiares e demais pessoas sujeitas à jurisdição canónica do Ordinário Castrense. Colaborar na acção formativa dos comandos, direcções e chefias, especialmente nos aspectos moral, cultural e social. Promover, de acordo com os comandos, direcções e chefias, a formação humana e religiosa dos militares, dos elementos militarizados e do pessoal civil das Forças Armadas que o desejem, através de cursos e outros meios para tal organizados. 2. Conceito Para o cumprimento da missão atribuída ao Serviço, os Capelães militares exercem a sua acção, tendo em consideração os seguintes parâmetros: - Formação humana, no consolidar e avivar das virtudes cívicas, no despertar da consciência para os deveres de solidariedade humana e para a descoberta do outro ; - Formação moral e ética, apontando exemplos e modelos, referenciando princípios e normas de conduta sancionados pela comunidade; - Formação religiosa, que irá servir de cimento aglutinador e potenciador de todos os valores humanos e sociais. 3. Actividades no âmbito religioso Os Capelães celebram a Eucaristia nas Unidades onde existem igrejas ou capelas e prestam todo o apoio de cariz religioso para que são solicitados nas diversas circunstâncias e eventos. Com particular atenção aos tempos fortes do Ano Litúrgico. Muitos militares têm até o primeiro contacto com a Igreja no tempo do Serviço Militar, recebendo muitos deles o Baptismo e o Crisma extensível mesmo aos seus familiares. E muito frequentemente os militares e funcionários civis recorrem aos capelães no processo de casamento e na celebração deste sacramento. A peregrinação a Fátima e a peregrinação a Lourdes merecem todo o apoio do mundo castrense. Pag 49 de 461 Páginas

50 4. Actividades no âmbito da instrução Nos programas de instrução existiam tempos destinados à formação moral e cívica, mas ainda hoje existe toda a abertura e mesmo solicitação do Capelão da Unidade para a abordagem dos mais variados temas de interesse para os jovens. A formação é mesmo uma preocupação muito particular do Serviço de Assistência Religiosa que muitas vezes é alargada a conferencistas do exterior para toda a Unidade. Como todo o tipo de propostas pedagógicas para ocupação dos tempos livres e visitas de estudo, na linha de uma formação integral que desejamos para todo o ser humano. 5. Actividades no âmbito da solidariedade Procurando estar atentos às carências de vária ordem o que motiva campanhas de solidariedade - os capelães assistem e visitam os reclusos, os doentes no domicílio ou internados em unidades hospitalares, os lares de reformados e apoiam as suas famílias. Anotando os problemas humanos e espirituais mais inquietantes, fazem do acolhimento e acompanhamento pessoal o seu evangelho de todos os dias. Os capelães são chamados a seguir na linha do amor imaginativo, capaz de criar acções, inventar atitudes, gerar respostas, longe da monotonia e dos hábitos de conservação conforme o apelo do Papa João Paulo II. Pag 50 de 461 Páginas

51 1. Introdução PARTE II BENEFÍCIOS Titulo I Oficinas Gerais de Fardamento e Equipamento É sua missão institucional apoiar a família militar colocando à disposição artigos de utilidade diversa, para além dos artigos de fardamento. a. Caracterização do cliente O cliente pertence, na sua esmagadora maioria, aos três ramos das Forças Armadas, bem como à PSP e GNR. De uma forma geral, acompanhou a evolução sentida na sociedade civil, identificando-se facilmente com marcas e formas de comércio, até mesmo com as mais inovadoras. b. Objectivos perante o cliente O Centro Comercial aposta numa identidade própria composta pelos seguintes objectivos: (1) Restringir as vendas a artigos de marca e qualidade reconhecidas; (2) Vender os artigos a preços competitivos; (3) Procurar sempre garantir as melhores condições de crédito e simplificar também os respectivos procedimentos; (4) Tentar garantir, sempre que possível, um atendimento personalizado e eficiente. 2. Estrutura de funcionamento do Centro Comercial (CC) a. Organização no espaço físico O CC divide-se em dois grandes espaços comerciais situados respectivamente em Lisboa e no Porto, possuindo cada um destes espaços, 20 secções de artigos diferentes, além de uma alfaiataria e de um sector de venda de artigos militares. Existem ainda sete sectores de venda de artigos militares localizados em Manutenção Militar/Entroncamento, BMI/Santa Margarida, RG1/Angra do Heroísmo, RG2/Ponta Delgada e RG3/Funchal. b. Modo de funcionamento do CC O CC trabalha actualmente com fornecedores de artigos diversos, pertencentes a vinte áreas diferentes de negócios. Devido à complexidade subjacente à gestão de um espaço como o CC, torna-se imperioso que as diferentes secções funcionem de uma forma integrada, racional e dinâmica. Pag 51 de 461 Páginas

52 (1) O Gabinete de Marketing, Vendas à Distância e Internet tem por funções desenvolver estudos de mercado, proceder a diligências no sentido de ir ao encontro da resolução de eventuais reclamações de clientes, elaborar as formas de publicidade do CC e promover as Vendas à Distância e na Internet. (2) A Secção de Armazéns faz a recepção de todas as mercadorias procedendo à sua preparação para venda. (3) A Secção Militar é responsável pelo aprovisionamento e venda de todos os artigos militares, executando ainda confecção por medida nas alfaiatarias de Lisboa e do Porto. (4) O espaço de perfumaria em regime de serviço semi-livre. (5) A Secção de venda de artigos de interesse militar/livraria militar. (6) Cedência de espaços e/ou à concessão de sectores de venda específicos, quer de forma a incrementar as vendas quer por dificuldades de gestão devido à especificidade do respectivo sector. Como exemplos, a agência de viagens, a ourivesaria e a loja de informática, entre outros. (7) Em simultâneo com as vendas por catálogo na revista Casão Shopping, dispõe de páginas na Internet que permitem que os clientes de qualquer ponto do país efectuem as suas compras a pronto pagamento ou a crédito. 3. Novo sistema de crédito a. Condições de funcionamento (1) O número máximo de prestações mensais passou a ser de 24; (2) O cliente pode fazer compras a crédito sempre que pretenda, desde que a sua dívida mensal não exceda 25% da remuneração base; (3) Entende-se por divida mensal, o somatório das prestações mensais a pagar, resultante das diferentes compras a crédito entretanto efectuadas; (4) A venda a crédito é feita com base num preço de pronto pagamento, sem juros e sem entrada inicial; (5) A taxa de cobertura para situações de incapacidade de pagamento por morte do titular da dívida é de 1%, inclusive para reformados. b. Exemplo Cliente com remuneração base mensal ou pensão de 1000 ainda sem compras a crédito efectuadas às OGFE: (1) Valor máximo a pagar às OGFE: 1000 X 25% = 250 (2) Optando por esgotar de uma só vez o seu plafond de crédito num pagamento em 24 prestações mensais, o valor máximo do crédito a conceder é de 250 X 24 meses = 6000 Pag 52 de 461 Páginas

53 4. Localização a. Lisboa Campo de Santa Clara LISBOA Telefone Fax Estacionamento aos Sábados: Zona Industrial das OGFE b. Porto Rua da Boavista, n.º PORTO Telefone Fax c. Internet 5. Horário de funcionamento a. Normal De 2ª a Sábado, das 10H00 às 19H00 b. No Natal Toda a Semana, incluindo feriados e Domingos, das 10H00 às 19H00. Pag 53 de 461 Páginas

54 1. Finalidade Titulo II Messes e Parque de Campismo De acordo com o Artigo 1º. do Regulamento das Messes da Manutenção Militar: As Messes de Oficiais e de Sargentos, são instalações militares que através da MM, que têm por finalidade: a. Apoiar em alimentação e alojamento os Oficiais e Sargentos deslocados da sua guarnição por imperativo de serviço; b. Apoiar em alimentação os Oficiais e Sargentos prestando serviço em Estabelecimentos ou Órgãos que não disponham dum serviço de alimentação; c. Apoiar em alimentação e alojamento os Oficiais, Sargentos e suas famílias. 2. Prioridades de utilização a. Oficiais ou Sargentos do Exército em missão eventual de serviço fora da sua guarnição; b. Oficiais ou Sargentos do Exército na situação de deslocados; c. Oficiais ou Sargentos do Exército, para efeitos de alimentação, que prestam serviço em Estabelecimentos ou Órgãos que não disponham de serviço de alimentação; d. Oficiais ou Sargentos dos QP e seus familiares com residência fora das guarnições em que se situam as Messes da MM; e. Restantes Oficiais ou Sargentos do Exército e seus familiares; f. Viúvas de Oficiais e Sargentos do Exército e seus familiares; g. Oficiais ou Sargentos dos restantes Ramos das FA e dos Quadros das Forças de Segurança e seus familiares quando os acompanhem e de acordo com o art. 3º. h. Restantes utentes autorizados: Os alunos das escolas de formação de Oficiais ou Sargentos do QP consideram-se equiparados aos Oficiais ou Sargentos do respectivo ramo, para efeitos de utilização das Messes da MM. 3. Tipos de Utentes a. Hóspedes permanentes - aqueles cuja estada numa Messe tenha lugar entre dois e doze meses, podendo ser prorrogada por mais três meses, se houver vagas, sem prejuízo para terceiros; Pag 54 de 461 Páginas

55 b. Hóspedes temporários - aqueles cuja permanência numa messe seja igual ou inferior a dois meses; c. Hóspedes estudantes - os filhos dos Oficiais ou Sargentos do Exército que se encontrem a frequentar um estabelecimento de ensino fora da área da sua residência e com estada limitada ao período escolar em cada ano; d. Comensais - aqueles a quem apenas é fornecida alimentação diária ou algumas refeições. 4. Messes e Parque de Campismo Existentes a. Messes Militares Messe Militar de Lagos Largo Infante de Sagres LAGOS Telefone ; Avenida dos Descobrimentos Messe Militar das Antas Rua Professor Doutor Duarte Leite nº PORTO Telefone Fax Messe das Olarias Tavira Rua dos Mouros, TAVIRA Telefone b. Messes de Oficiais Messe de Caxias Rua 7 de Junho de 1759 Caxias OEIRAS Telefone ; Fax Messe de Évora Convento da Graça ÉVORA Telefone Fax Messe de Pedrouços Rua de Pedrouços LISBOA Telefone /8 Fax Pag 55 de 461 Páginas

56 Messe de Santa Clara Campo de Santa Clara LISBOA Telefone /7 Fax Messe do Porto Praça da Batalha 4000 PORTO Telefone Fax c. Messes de Sargentos Messe de Évora Largo da Misericórdia ÉVORA Telefone Messe de Lisboa Rua Luciano Cordeiro, LISBOA Telefone ; Fax Messe do Porto Rua Professor Duarte Leite 4200 PORTO Telefone d. Parque de campismo de Lagos Quartel de S. Gonçalo LAGOS Telefone Fax Pag 56 de 461 Páginas

57 1. O que é o Fundo Titulo III Fundo de Pensões O Decreto-Lei n.º 34-A/90, de 24 de Janeiro, que aprovou o Estatuto dos Militares das Forças Armadas (EMFAR), estatuiu a constituição de um fundo de pensões para os militares dos quadros permanentes, criando, por essa via, as condições necessárias para garantir melhores níveis de pensões a abonar aos reformados militares. Aquele diploma foi revogado pelo Decreto-Lei nº 236/99 de 25 de Junho, que publica um novo EMFAR, mas posteriormente parcialmente repristinado pela Lei 25/2000 de 23 de Agosto. O objectivo estabelecido para o referido fundo é o pagamento de complementos de pensão em determinadas circunstâncias. Através do Decreto-Lei n.º 269/90, de 31 de Agosto, alterado pelos Decretos-Lei 73/91 de 9 de Fevereiro, 328/91 de 5 de Setembro, 160/94 de 4 de Junho, foi criado o Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas (FPMFA). A gestão do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas está a cargo de uma sociedade gestora de fundos de pensões, tendo sido atribuída tal função ao BPI Pensões Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A., em consequência de concurso público. 2. Razões da constituição do Fundo A evolução recente dos sistemas de protecção social tem mostrado que é necessário garantir que o seu funcionamento tenha o contributo de todas as entidades que se relacionam com eles e, em particular, dos futuros beneficiários. É assim que têm vindo a surgir propostas que apontam para uma maior flexibilidade e capacidade de adaptação dos sistemas, o que passa por uma maior intervenção das entidades patronais e dos seus trabalhadores, cabendo ao Estado garantir que a generalidade dos reformados possa viver com um mínimo de condições. Tornou-se portanto necessário procurar alternativas que permitam assegurar a viabilidade do sistema de protecção social dos funcionários públicos e, mais especificamente, dos militares. Estas alternativas são esquemas complementares de segurança social, que implicam sempre a adopção do princípio da capitalização colectiva ou individual. Os esquemas complementares de segurança social têm por finalidade compensar a provável degradação das pensões de reforma, e garantir aos participantes actuais que os seus rendimentos, quando na inactividade, mantenham um poder de compra aceitável. Pag 57 de 461 Páginas

58 3. Benefícios dos titulares do Fundo a. Crédito à habitação O crédito à habitação é um benefício acessório concedido aos participantes do Fundo. Destina-se a financiar a aquisição e construção de habitação própria. O seu regulamento foi aprovado pela Portaria n.º 749/91, de 5 de Agosto, o qual foi alterado através da Portaria n.º 1338/95, de 11 de Novembro, tendo em vista alargar o seu âmbito de aplicação à concessão de empréstimos para beneficiação de habitação própria. O crédito à habitação é acessível a qualquer participante do Fundo que não tenha habitação própria ou que, tendo-a, se encontre em condições precárias, notoriamente insuficientes para as necessidades do militar e do seu agregado familiar. Os empréstimos a conceder têm limites máximos definidos em função do custo da habitação e do rendimento do agregado familiar, sendo dado preferência a candidatos em condições habitacionais precárias. O activo do fundo poderá ser aplicado, até ao máximo de 20%, em empréstimos aos contribuintes exclusivamente para financiamento de aquisição, construção ou beneficiação de habitação própria, com garantia da primeira hipoteca do imóvel objecto do crédito. Ver Regulamento para financiamento à aquisição, construção ou beneficiação de habitação própria. b. Benefícios Fiscais As contribuições para o Fundo de Pensões podem ser abatidas ao rendimento líquido total, para efeitos de IRS. Os valores descontados aparecem na declaração anual de vencimentos enviada pela Direcção de Serviços de Pessoal. c. Complemento de Pensão Por existir legislação (nº 6 do artigo 9º do EMFAR) que atribui aos ramos das Forças Armadas a responsabilidade de, em determinadas circunstâncias, assumirem igualmente o pagamento de complementos de pensão, explanam-se na seguinte matriz as condições em que todos os complementos podem ser atribuídos: A QUEM SE APLICA - Militares abrangidos pela calendarização de transição prevista no art.º 11.º Decreto- Lei n.º 34-A/90; - Militares abrangidos pela calendarização constante da Lei n.º 15/92; FUNDAMEN- TO LEGAL - Art.º 11.º a 14.º do DL 34-A/90 - DL 269/90, de 31AGO O QUÊ complemento de pensão ENTIDADE RESPONSAVEL 1- RAMOS DAS FORÇAS ARMADAS 2- FUNDO DE PENSÕES FASES DE PROCESSAMENTO 1-Até aos 70 anos de idade; 2- Atingida essa data é recalculada a pensão de reforma com base na remuneração de reserva a que teria direito àquela idade e Pag 58 de 461 Páginas

59 - Militares que estavam na situação de reserva à data da entrada em vigor da Lei n.º 15/92; - Militares passados à reforma após 1 de Janeiro de 1991, por terem atingido os 65 anos de idade. - Militares reformados extraordinariamente - Militares participantes do Fundo de Pensões - Militares ingressados nas Forças Armadas até 01JAN90 - Art.º 122.º do EMFAR aprovado pelo DL 236/99, de 25JUN - DL 269/90, de 31AGO - Art.º 9.º do DL 236/99, de 25JUN complemento de pensão complemento de pensão Um complemento de pensão sempre que a reforma ilíquida seja inferior à remuneração de reserva ilíquida, deduzida da quota para efeitos de aposentação e pensão de sobrevivência RAMOS DAS FORÇAS ARMADAS FUNDO DE PENSÕES RAMOS DAS FORÇAS ARMADAS atribuído um diferencial se a pensão de reforma for inferior. Nota: A fórmula de cálculo do complemento de pensão é a prevista no n.º 1 do art.º 9.º do DL 236/99, de 25JUN, com a redacção introduzida pela Lei 25/2000, de 23AGO, e alterada pela Lei 34/2008, de 23JUL. (descrita na coluna O QUÊ dos militares ingressados nas Forças Armadas até 01JAN90). idem Quando a pensão de reforma é inferior a 80% da remuneração do militar no activo, em idênticas circunstâncias, e complementos, num e noutro caso, extensíveis às pensões de sobrevivência. - Até aos 70 anos de idade; - Atingida essa data é recalculada a pensão de reforma com base na remuneração de reserva a que teria direito àquela idade e atribuído um diferencial se a pensão de reforma for inferior; - O diferencial é actualizado nos mesmos termos que as pensões de reforma da CGA. Assim, os complementos de pensão e os universos de beneficiários do FPMFA são: Pag 59 de 461 Páginas

60 - Militares abrangidos pelo Calendário de Transição Complemento de pensão, de acordo com o artigo 13º do DL nº 34-A/90, de 24 de Janeiro, aos militares reformados ao abrigo do calendário de transição (artigo 11º do DL 34-A/90 e disposições da Lei nº 15/92, de 5 de Agosto) quando atinjam os 70 anos de idade, de acordo com a seguinte fórmula: Complemento de pensão = (Pensão devida aos 70 anos - Desconto CGA) - Pensão ilíquida CGA Este complemento é actualizado anualmente, em igual percentagem ao aumento verificado na pensão de aposentação e é concedido independentemente de o militar ter ou não efectuado contribuição para o FPMFA. - Militares não abrangidos pelo Calendário de Transição Complemento de pensão, previsto no nº 2 do artigo 14º do DL 269/90, de 31 de Agosto, aos militares dos quadros permanentes, reformados à data da entrada em vigor do diploma constitutivo do Fundo, de acordo com a seguinte fórmula: Complemento de pensão = 80% valor de referência - Pensão ilíquida CGA Complemento de pensão, previsto na alínea b) do nº 2 do artigo 5º do DL 260/90, de 30 de Agosto, aos militares dos quadros permanentes, reformados após a entrada em vigor do diploma constitutivo do Fundo e que ao mesmo tempo tenham aderido, de acordo com a seguinte fórmula: Complemento de pensão = 80% valor de referência - Pensão ilíquida CGA O valor de referência, em ambos os casos, corresponde à pensão de reforma, calculada a cada momento pela CGA, a que o militar teria direito se passasse à reforma naquele momento. - Complemento de pensão de sobrevivência Complemento de pensão de sobrevivência aos herdeiros hábeis à pensão de sobrevivência da CGA. O seu valor corresponde a 50% do complemento de pensão a que o militar teria direito. 4. Contribuição mensal A contribuição mensal corresponde a 1% do montante das remunerações que integram o valor de referência (incluindo subsidio de férias e de Natal) e o pagamento inicia-se no mês de Outubro de 1990, por dedução a efectivar no respectivo vencimento. No caso dos militares na situação de reforma, a contribuição corresponde a 0,5% da respectiva pensão de reforma, a deduzir no montante desta, sendo devida a partir do início do pagamento dos complementos de pensão e apenas aos reformados que deles beneficiem. A dedução não poderá ultrapassar o valor do complemento a cargo do Fundo. Pag 60 de 461 Páginas

61 Titulo IV Estabelecimentos Militares de Ensino (Portaria n.º 545/80 de 26 de Agosto de 1980) 1. Condições de Admissão a. A admissão dos alunos ao Colégio Militar (CM), Instituto Militar dos Pupilos do Exército (IMPE) e Instituto de Odivelas (IO) faz-se para o 2º. Ciclo do Ensino Básico (5º. e 6º. anos de escolaridade), e o 3º. Ciclo do Ensino Básico (7º., 8º. e 9º. anos de escolaridade). b. No IMPE a admissão faz-se também para o 1º. ano dos Cursos Superiores ali ministrados. c. A título excepcional, pode o CEME autorizar, por despacho, a admissão a concurso para qualquer ano dos cursos dos estabelecimentos militares de ensino ou a dispensa das condições previstas nas alíneas a) do Artigo 3º. e do Artigo 4º. da Portaria n.º 545/80 (limite de idade) de candidato órfão. d. As U/E/O recebem todos os anos para publicação em Ordem de Serviço (OS) as Normas de Admissão à Matricula nos CM, IMPE e IO, que podem também ser consultadas na intranet do Exército e nos sítios dos Estabelecimentos na Internet. e. A frequência do ensino está sujeita ao pagamento de uma mensalidade que varia em função do rendimento familiar per capita e que para o ano lectivo 2009/2010 é a seguinte: CATEGORIA RENDIMENTO PER CAPITA CM E IO IMPE Até 111,98 De 111,99 a 205,12 De 205,13 a 311,56 De 311,57 a 439,54 De 439,55 a 530,59 Superior a 530,59 civis 0, , Informações Qualquer contacto poderá ser efectuado através da Secretaria Escolar dos Estabelecimentos Militares de Ensino pelas seguintes vias: a. Colégio Militar (CM) Largo da Luz Lisboa Telefone ou , Fax colegiomilitar@colegiomilitar.pt b. Instituto Militar dos Pupilos do Exército (IMPE) Estrada de Benfica, Lisboa Telefone ou , Fax Impe.candidaturas@mail.exercito.pt Pag 61 de 461 Páginas

62 c. Instituto de Odivelas (IO) Largo D. Dinis Lisboa Telefone ou , Fax iogabdir@sapo.pt Pag 62 de 461 Páginas

63 1. Âmbito Titulo V Clubes Militares Englobado no âmbito social dos Militares e seus familiares, o Exército tem dado apoio à criação e institucionalização de Clubes Militares, existindo já alguns em funcionamento. 2. Clubes Existentes a. CLUBE MILITAR DE OFICIAIS DE SETÚBAL (Protocolo de 1999) Além das funções estatuárias presta colaboração nos assuntos da ADM. Praça do Bocage Setúbal Telefone b. CLUBE DE OFICIAIS DE COIMBRA (Despacho 153/CEME/98 de 01Junho) Rua Antero de Quental, Coimbra Telefone c. CLUBE HÍPICO MILITAR OS LANCEIROS (Protocolo de 2000) Calçada da Ajuda Bairro Alto da Ajuda, AJUDA, Lisboa Telefone d. CLUBE DE GOLFE DO EXÉRCITO No âmbito do programa D. Afonso Henriques- Patrono do Exército (Despacho n.º 289/CEME/2006) Academia Militar Rua Gomes de Freire S/N Lisboa Pag 63 de 461 Páginas

64 Titulo VI Centro Militar de Férias de Tavira 1. Generalidades Desde Julho de 1996 encontra-se em funcionamento no Quartel da Atalaia, em Tavira, o Centro Militar de Férias de Tavira (CMFT), para Praças, com capacidade actual para 56 elementos solteiros (40 masculinos e 16 femininos) e 10 quartos de casal, sendo o apoio prestado pela Manutenção Militar. Este Centro de Férias situa-se a poucos quilómetros da praia e dispõe dos seguintes apoios: 2. Utentes - Serviço de alimentação (pequeno almoço, almoço e jantar); - Bar, salas de estar e televisão; - Ginásio de manutenção; - Sala de jogos; - Serviço de lavandaria; - Parque de estacionamento; - Transporte de ida e volta para o cais de embarque com acesso aos transportes fluviais. Podem utilizar o CMFT as Praças do Exército em serviço efectivo. 3. Períodos de Permanência a. Época alta (01 de Junho a 30 de Setembro) Os períodos de permanência terão, em princípio, a duração de 15 dias (Entradas a 1 e a 16 dos respectivos meses) e serão atribuídos conforme se indica no n 4; b. Época baixa (01 de Outubro a 30 de Maio). Os períodos de permanência serão ajustados directamente entre o interessado e o CMFT (Telefones: Militar ; Civil ), dependendo da situação de ocupação do mesmo. 4. Inscrições a. Época Alta (1) Os interessados deverão utilizar o boletim em anexo à Circular anual da DSP disponível nas UEO, entregando-o, devidamente preenchido em duplicado, na respectiva UEO de colocação; (2) A UEO enviará, directamente ao CMFT, até 15 dias antes do início do primeiro dos períodos pretendidos, o duplicado das fichas relativas aos seus militares; (3) As inscrições serão consideradas pela ordem em que derem entrada no Centro; (4) O CMFT confirmará, de seguida, a inscrição ou informará da eventual inexistência de vaga, com vista à utilização de período em 2ª prioridade; Pag 64 de 461 Páginas

65 (5) As inscrições respeitantes a militares recentemente regressados de missões fora do território nacional, poderão beneficiar de um número de vagas até 25% da capacidade de alojamento. b. Época baixa (1) Os candidatos a hóspedes do CMFT inscrevem-se nos primeiros 10 dias do mês anterior àquele em que pretendem utilizar o CMFT, devendo constar da inscrição além do nome, o posto e o período de tempo que pretendem utilizá-lo. (2) Com base nessa inscrição o CMFT procede à reserva de alojamento de acordo com os seguintes critérios de ordenamento (a) Ter utilizado o CMFT à mais tempo (b) Ordem de inscrição (3) O CMFT comunica aos futuros utilizadores as respectivas reservas até ao dia 20 do mês anterior aquele em que é pedido o alojamento; (4) No caso de se verificarem disponibilidades de alojamento após as operações mencionadas no número anterior, as restantes reservas são feitas por ordem de inscrição; (5) A duração máxima de estadia dos hóspedes neste período será limitada ao constante no passaporte de licença, onde conste explicitamente o CMFT; 5. Funcionamento a. O CMFT estará em permanente funcionamento, durante todo o ano, se o grau de ocupação o justificar; b. A utilização do CMFT estará, em princípio, condicionada, na ÉPOCA ALTA (01 de Junho a 30 de Setembro), aos períodos atribuídos e constantes da lista consolidada emitida pelo CMFT e, na ÉPOCA BAIXA (01 de Outubro a 31 de Maio), pelo passaporte de licença onde conste explicitamente o CMFT; c. Se solicitado por escrito, atempadamente, ao Comandante do CMFT (NP/CIQ) algum tipo de alteração ao especificado, a mesma será devidamente analisada tendo em vista satisfazer a eventual solicitação sem prejuízo do normal funcionamento do CMFT e do que se encontra superiormente estipulado (exemplo: pedidos para utilizar as instalações só uma semana na Época Alta, etc.); d. As inscrições respeitantes a militares recentemente regressados de missões fora do Território Nacional, conforme previsto em 8.c. da Circ. N.º 02/99 da DASP/CMD PES, poderão beneficiar de um número de vagas cativo até 25% da capacidade de alojamento; e. A entrada no CMFT está prevista a partir das 14HOO e a saída processar-se-á, impreterivelmente, até às 10H00; Pag 65 de 461 Páginas

66 6. Preçário A Diária a vigorar varia anualmente, devendo solicitar-se à Manutenção Militar o valor em vigor, que inclui o alojamento e as 3 refeições; 7. Alimentação a. A alimentação, no sistema de auto-serviço, é fornecida por obtenção prévia da senha respectiva, que terá de ser obtida no dia anterior; b. A 2ª refeição poderá, a pedido do utente, ser substituída por uma refeição fria a ser levantada até às 10H00, desde que comunicada no dia anterior aquando da obtenção da senha; c. A composição das refeições é a seguinte: A 1ª Refeição Café e/ou leite Pão de 50g (dois) Manteiga, doce ou queijo ou fiambre As 2ª e 3ª refeições terão a seguinte composição: Sopa Prato ( carne ou peixe ) Sobremesa (fruta, doce ou gelado). Pão de 500 Vinho ou sumo 2ª Refeição alternativa/refeição fria Sandes (duas) Peça de fruta Sumo ou cerveja ou leite c/ chocolate Pacote de batatas fritas 8. Acesso ao Centro Militar de Férias Para acesso às instalações serão distribuídos, no acto de inscrição, cartões próprios para o efeito, que os utentes terão de apresentar sempre que for solicitado. 9. Normas internas do Centro Militar de Férias a. É vedado aos Utentes permanecerem nas zonas públicas do Centro em tronco nu e/ou fato de banho; b. No período das 11H00 às 13H00 não será permitida a permanência ou entrada dos utentes nos alojamentos tendo em vista permitir acções de limpeza e arrumação das mesmas; c. A partir da hora de silêncio (24 horas) não é permitido fazer barulho nas áreas dos alojamentos; Pag 66 de 461 Páginas

67 d. O Horário das Recepções, Bares e Salas e as Horas de Entrada no Centro de Férias são os afixados nos lugares apropriados; e. Visitantes poderão ser autorizados a entrar no Centro de Férias, após identificação na Recepção e indicação do utente que pretendem visitar e sempre na companhia deste, levantando o cartão de visitante, podendo apenas permanecer nas salas de convívio dos utentes; f. No caso de procedimentos incorrectos que possam constituir infracções disciplinares por parte dos utentes, o Cmdt do Centro comunicará ao Comando da RM/ZM/territorial, do respectivo militar, com conhecimento à Direcção da MM e à RM Sul, dando de imediato ordem de regresso à Unidade de Origem. 10. Informações Os interessados poderão obter informações através dos telefones: - do Centro Militar de Férias de Tavira ou fax ; - da Messe Militar de Lagos / ou fax , ou no local: - Rua Isidoro Pires TAVIRA. Pag 67 de 461 Páginas

68 Titulo VII Benefícios em Alojamento Decreto-Lei n. 172/94, de 25 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 60/95, de 7 de Abril e artigo 118 do EMFAR. Os Militares das Forças Armadas dos quadros permanentes na efectividade de Serviço têm direito a alojamento condigno, para si e para o seu agregado familiar, a fornecer pelo Estado mediante o pagamento de uma contraprestação mensal, quando sejam colocados em local distanciado de mais de 30 km da localidade da sua residência habitual. O Estado pode fornecer alojamento tanto em casas de habitação do património das Forças Armadas ou por si arrendadas como em aquartelamento militar. A condignidade do alojamento é determinada em função da condição do militar, da dimensão do agregado familiar e da segurança exigível, bem como do posto e da natureza das funções a exercer. - Ver também Messes Militares, IASFA e INATEL. Pag 68 de 461 Páginas

69 Titulo VIII Benefícios em Emprego DL n.º 289/2000, de 14 de Novembro, alterado pelo DL nº 52/2009, de 2 de Março e pelo DL 320-A/2000, de 15 de Dezembro. O Artigo 15º. do regulamento da Lei do Serviço Militar (DL n.º 289/2000), refere a cooperação com o Instituto do Emprego e Formação Profissional na execução da política de incentivos ao voluntariado militar, que pode ser reforçado com parcerias regionais ou locais, onde, sem prejuízo do disposto no referido DL e no Regulamento de Incentivos à Prestação de Serviço Militar nos Regimes de Voluntariado e Contrato, atendendo à sua especificidade e ao carácter inovador, são casuisticamente acordadas as intervenções de cada entidade, entre outras, nas seguintes matérias: - Organização e divulgação de acções de formação; - Definição do número de vagas e selecção dos formandos; - Acções de divulgação de programas de apoio à inserção profissional. Os Centros de Atendimento dos Centros de Emprego e Formação Profissional dependentes do Instituto do Emprego e Formação Profissional podem ainda participar, nos termos e condições a definir com a Direcção Geral de Pessoal e Recrutamento Militar, no esclarecimento e divulgação de informação em matéria de prestação de serviço militar e, em particular, do regime de atribuição de incentivos ao voluntariado militar, no que respeita à formação e certificação profissional e de apoio à inserção e reinserção no mercado de trabalho. Pag 69 de 461 Páginas

70 Titulo IX Benefícios em Transporte A alínea f) do artigo 25º do EMFAR estabelece que o militar tem direito a beneficiar de redução nas tarifas dos transportes colectivos públicos, de acordo com o estabelecido em legislação própria. O Decreto-Lei n.º 47317, de 1 de Novembro de 1966 e a Portaria n.º 471/78, de 19 de Agosto estabelecem esta redução de tarifas. Pag 70 de 461 Páginas

71 Titulo X Reconstituição de carreira a militares Deficientes das Forças Armadas O Decreto-Lei n.º 134/97 de 31 de Maio prevê a promoção ao posto a que teriam ascendido os militares dos quadros permanentes deficientes das Forças Armadas, nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 43/76 de 20 de Janeiro, na situação de reforma extraordinária com um grau de incapacidade geral de ganho igual ou superior a 30%, e que não optaram pelo serviço activo. Pag 71 de 461 Páginas

72 Titulo XI Programa de apoio financeiro a jovens para arrendamento de habitação permanente O Decreto-Lei nº 308/2007 de 3 de Setembro, alterado pelos Decretos-Lei nº 61-A/2008 de 28 de Março e nº 43/2010 de 30 de Abril, cria e regula o programa de apoio financeiro Porta 65 Arrendamento por Jovens. Este programa estabelece um incentivo ao arrendamento, por jovens, de habitações para residência permanente, mediante a concessão de uma subvenção mensal não reembolsável, pelo período de um ano, podendo ser renovado por igual período, até ao máximo de duas renovações consecutivas. A subvenção mensal corresponde a uma percentagem do valor da renda mensal, fixada com base na relação entre o rendimento mensal dos jovens ou agregados jovens candidatos e o valor máximo da renda estabelecida para cada zona do País. A subvenção é atribuída de forma decrescente para cada ano de renovação. Estes Decretos-Lei foram regulamentados pela Portaria nº 277-A/2010 de 21 de Maio, posteriormente corrigida pela Declaração de Rectificação nº 22/2010 de 20 de Julho. Pag 72 de 461 Páginas

73 Titulo XII Cartão da Família Militar Na sequência da alteração do regime jurídico da assistência na doença aos militares (ADM), os elementos do agregado familiar dos militares que perderam a condição de beneficiários da ADM, não dispõem de qualquer documento que os identifique como familiares de militar do Exército. Neste contexto, foi criado, pela NEP AGE.119, de Julho de 2009, o Cartão da Família Militar (CFM). O CFM destina-se a ser emitido aos elementos do agregado familiar do militar que não possuam cartão da ADM por motivo de serem beneficiários titular de outro regime de protecção social, incluindo o regime de segurança social de inscrição obrigatória, em resultado do exercício de actividade remunerada ou tributável. Não será emitido cartão CFM para os familiares que possuam cartão da ADM. O agregado familiar considerado para efeito de emissão do CFM, é o previsto na Portaria 284/2007 de 12Mar, 2ª Série, que expressamente determina quais os membros do agregado familiar do militar que podem ser beneficiários familiares ou equiparados da ADM, bem como, quais os meios de prova necessários para a inscrição/renovação. Dispõe o número 1.5 do anexo da referida Portaria que; podem inscrever-se como beneficiários familiares ou equiparados o cônjuge, os descendentes ou equiparados e os ascendentes ou equiparados a cargo do beneficiário titular. Pode igualmente inscrever-se como beneficiário familiar a pessoa que vive com o beneficiário titular em união de facto, reconhecida nos termos da Lei nº 7/2001, de 11 de Maio, ou que com ele vivia, à data da sua morte, nas mesmas condições, enquanto não contrair casamento ou constituir nova união de facto. O CFM tem como finalidade exclusiva a identificação dos familiares dos militares do exército junto das estruturas de apoio social das Forças Armadas quando essa condição for solicitada, não garantindo, por si só, qualquer tipo de benefício. Pag 73 de 461 Páginas

74 Titulo XIII Apoio a anteriores titulares do cargo de Chefe e Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército e a Generais deste Ramo Em cumprimento do Despacho nº 23/CEME/2009 de 30 de Janeiro foi constituída no GabCEME uma estrutura de apoio social específico aos anteriores titulares do cargo de Chefe do Estado- Maior do Exército e a Generais deste Ramo das Forças Armadas, bem como às respectivas viúvas. Pelo Despacho nº 224/CEME/2009 de 22 de Dezembro foi este apoio social alargado aos anteriores titulares do cargo de Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército. Este apoio social compreende as áreas administrativa, de mobilidade, do serviço de saúde, de informação e de encaminhamento do espólio pessoal. Pag 74 de 461 Páginas

75 PARTE III PENSÕES Titulo I Pensão de invalidez Lei n.º 20/97, 19 de Junho - Contagem especial do tempo de prisão e de clandestinidade por razões políticas para efeitos de pensão de velhice ou de invalidez. Decreto-Lei n.º 141/91, 10 de Abril Condições de acumulação das pensões. Decreto-Lei n.º 265/99, 14 de Julho - Procede à criação de uma nova prestação destinada a complementar a protecção concedida aos pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência dos regimes de segurança social em situação de dependência. Decreto-Lei n.º 360/97, de 17 de Dezembro - Procede à definição do sistema de verificação de incapacidades (SVI), no âmbito da segurança social. O Estatuto de Aposentação foi promulgado pelo Decreto-Lei n.º 498/72 de 9 de Dezembro, referindo no seu artigo 127º. que os militares não subscritores da CGA têm direito a uma pensão de invalidez pelas mesmas causas que servem de fundamento à reforma extraordinária. O Decreto-Lei n.º 43 de 20 de Janeiro de 1976, reconhece o direito à reparação material e moral que assiste ao deficiente das FA e institui medidas e meios que concorram para a sua plena integração na sociedade. O Decreto-Lei n.º 191-A de 25 de Junho de 1979 altera o artigo 136º. da pensão de invalidez dos militares. ( acréscimo à pensão de reforma ). O decreto-lei n.º 182/84 de 28 de Maio, altera os artigos 123º. e 128º. do Estatuto de Aposentação referentes à fixação da pensão atribuir e ao fundamento da pensão. O Decreto-Lei n.º 314 de 13 de Outubro de 1990, estabelece o regime de benefícios para os militares com grande deficiência. O Decreto-Lei n.º 146 de Julho de 1992 altera o regime de benefícios dos grandes deficientes das FA, estabelecendo que o artigo 1º. do Decreto-Lei n.º 314/90, de 13 de Outubro, passa a ter a seguinte redacção: 1 - É considerado grande deficiente das Forças Armadas (GDFA) o cidadão que, no cumprimento do dever militar e não abrangido pelo Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, adquiriu uma diminuição permanente na sua capacidade geral de ganho, da qual resulte passagem à situação de reforma extraordinária ou atribuição de pensão de invalidez nos termos do n.º 2 do artigo 118º. e dos artigos 127º. e seguintes do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, e cuja desvalorização seja igual ou superior a 70%. 2 - Para efeitos do número anterior, são automaticamente considerados GDFA os militares cuja desvalorização, já atribuída ou a atribuir pela junta médica da Caixa Geral de Aposentações, é igual ou superior a 70%. Pag 75 de 461 Páginas

76 O Decreto-Lei n.º 134 de 31 de Maio de 1997, promove ao posto a que teriam ascendido os militares do QP DFA, nos termos do art. 18º. n.º 1 alínea a b) e c) do Decreto-lei n.º 43 de 20 de Janeiro de 1976, na situação de reforma extraordinária com um grau de incapacidade geral de ganho igual ou superior a 30 % e que não optarem pelo serviço activo. O Decreto-Lei n.º 248 de 11 de Agosto de 1998, altera o n.º 1 do Decreto-lei n.º 314 de 13 de Outubro de 1990, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 146/92, de 21 de Julho, passa a ter a seguinte redacção: «Artigo 1º. 1 - É considerado grande deficiente das Forças Armadas (GDFA) o cidadão que, no cumprimento do dever militar e não abrangido pelo Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, adquiriu uma diminuição permanente na sua capacidade geral de ganho, da qual resulte passagem à situação de reforma extraordinária ou atribuição de pensão de invalidez nos termos do n.º 2 do artigo 118º. e dos artigos 127º. e seguintes do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, e cuja desvalorização seja igual ou superior a 60%. 2 - Para efeitos do número anterior, são automaticamente considerados GDFA os militares cuja desvalorização, já atribuída ou a atribuir pela junta médica competente, seja igual ou superior a 60%.» O Decreto-Lei n.º 240 de 7 de Agosto de 1998, consagra alterações ao Decreto-lei 314 de 13 de Outubro de 1990: Artigo 1º. Funções públicas Aos pensionistas de invalidez, nos termos do artigo 127º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, bem como aos beneficiários de pensão de reforma extraordinária que tenham prestado serviço em regime de voluntariado ou de contrato nas Forças Armadas, é permitido o exercício de funções públicas ou a prestação de trabalho remunerado nas empresas públicas, institutos públicos e sociedades de capitais maioritária ou exclusivamente públicos, com dispensa da autorização do Primeiro-Ministro. Artigo 2º. Limite de remuneração Aos casos referidos no artigo anterior aplica-se automaticamente o limite máximo de remuneração previsto na parte final do artigo 79º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro. Artigo 3º. Valor da pensão Nas situações do artigo 1º., o valor da pensão é constituído pela soma da pensão de aposentação, calculada nos termos do Estatuto da Aposentação, com o da pensão de invalidez em vigor à data do facto determinante da aposentação. Artigo 4º. Subsídios de férias e de Natal Pag 76 de 461 Páginas

77 O disposto nos artigos 2º. e 3º. abrange também a possibilidade de acumulação dos subsídios de férias e de Natal, em razão de cada um dos estatutos em que estejam investidos. Artigo 5º. Pensionistas a exercerem funções públicas Aos pensionistas referidos no artigo 1º. que actualmente se encontrem a exercer funções públicas aplica-se, a partir do dia 1 do mês seguinte ao da entrada em vigor do presente diploma, o limite remuneratório estabelecido no artigo 2º. Artigo 6º. Revisão de processos 1 - Os pensionistas previstos no artigo 1º. a quem, por força do disposto no artigo 67º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, tenha sido aplicado o regime do artigo 80º. do mesmo diploma podem requerer a revisão dos respectivos processos, para os efeitos do artigo 3º. deste decreto-lei. 2 - Os pedidos de revisão devem ser apresentados na Caixa Geral de Aposentações no prazo de 180 dias contados da entrada em vigor do presente diploma e produzem efeitos a partir do dia 1 do mês seguinte ao da entrada do respectivo pedido. Artigo 7º. Submissão a junta médica Os pensionistas referidos no artigo 1º. podem requerer a submissão a nova junta médica com o fundamento de se haver agravado o grau de incapacidade parcial verificado no exame anterior relativamente à mesma lesão ou doença, dentro dos seguintes prazos: a) Uma vez em cada semestre, nos dois primeiros anos; b) Uma vez por ano, nos oito anos imediatamente seguintes. Artigo 8º. Transmissibilidade de pensões 1 - As pensões de invalidez atribuídas nos termos do artigo 127º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, cujos titulares não venham a adquirir a qualidade de subscritor da Caixa Geral de Aposentações, são transmissíveis aos seus herdeiros hábeis. 2 - O montante, concessão e fruição da pensão a transmitir regula-se pelo regime estabelecido no Decreto-Lei n.º 142/73, de 31 de Março. 3 - Os herdeiros hábeis dos pensionistas previstos no n.º 1 falecidos antes da entrada em vigor do presente diploma podem exercer o referido direito, produzindo este efeito a partir do dia 1 do mês seguinte ao da apresentação do respectivo requerimento. Pag 77 de 461 Páginas

78 Titulo II Pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia O Decreto-lei 189/2003 de 22 de Agosto veio compilar toda a legislação existente de modo a facilitar a interpretação e aplicação do regime de atribuição de pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia. Por outro lado a necessidade de simplificação de procedimentos e a evolução socioeconómica aconselharam a adopção de soluções idênticas às previstas no Decreto-Lei 466/99 de 06 de Novembro, que aprovou o novo regime jurídico de pensões de preço de sangue e por serviços excepcionais e relevantes ao País. Pag 78 de 461 Páginas

79 Titulo III Pensão do Montepio dos Servidores do Estado O Decreto-lei n.º de 21 de Junho de 1934, constitui o regime em vigor da pensão de sobrevivência do funcionalismo público. O Estatuto da Pensão Sobrevivência foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 142/73, de 31 de Março, alterado pelos Decretos Leis n.ºs 191-B/79 de 25 de Junho, 192/83 de 17 de Maio, 214/83 de 25 de Maio, 283/84 de 22 de Agosto, 343/91 de 17 de Setembro, regendo-se por este o Montepio dos Servidores do Estado. Trata-se de um organismo dotado de personalidade jurídica, e autonomia financeira, tendo um património próprio. A sua natureza é de uma instituição anexa à Caixa Geral de Depósitos, sob a administração desta. O Montepio dos Servidores do Estado, visa assegurar o pagamento de pensões de sobrevivência aos herdeiros hábeis dos seus contribuintes, consistindo numa prestação pecuniária mensal, cujo montante, salvo nos casos de pensão extraordinária de aposentação ou de reforma, é função da pensão de aposentação ou de reforma que corresponde o tempo de inscrição no Montepio sujeito ao pagamento de quota. Também se aplicando, ainda que por insuficiência de tempo de serviço ou por qualquer outro motivo, não haja direito a pensão de aposentação ou reforma. Esta pensão de sobrevivência, é devida desde o dia 1 do mês seguinte em que se verificar o óbito do contribuinte, quando no prazo de 12 meses contados a partir da mesma data, ou desde o dia 1 do mês seguinte ao da apresentação do requerimento, quando solicitado depois de terminado aquele prazo de 12 meses. A pensão deve ser requerida em impresso aprovado oficialmente, por quem se julgue com direito a ela, nos prazos acima mencionados, instruindo-se o pedido com os necessários documentos. Pag 79 de 461 Páginas

80 Titulo IV Pensão de preço de sangue e por serviços excepcionais e relevantes O Decreto-Lei n.º 466/99 de 6 de Novembro aprova o regime jurídico das pensões de preço de sangue e por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País e revoga o decreto-lei 404 de 24 de Setembro de 1982, constituindo o diploma básico desta matéria. 1. Direito à Pensão Origina o direito à pensão de preço de sangue o falecimento: a. De militar ao serviço da Nação, por acidente ocorrido em ocasião de serviço e em consequência do mesmo ou resultante de doença adquirida ou agravada igualmente em ocasião de serviço e em consequência do mesmo; b. De civil incorporado em serviço nas Forças Armadas e com elas colaborando por ordem da autoridade competente, quando se verifique qualquer das circunstâncias referidas na alínea anterior; c. De deficientes das Forças Armadas portadores de incapacidade igual ou superior a 60%; d. De magistrado, oficial de justiça, autoridade ou agente de autoridade, elementos dos serviços e forças de segurança, pessoal do quadro e extraordinário dos serviços prisionais e dos serviços de reinserção social, quando tenha resultado de ferimentos ou acidente ocorrido no desempenho das suas funções; e. De médico, veterinário, farmacêutico, pessoal de enfermagem e sanitário, quando resulte de ferimentos ou acidente ocorrido no desempenho dos seus deveres profissionais, em caso de alteração da ordem ou no combate de quaisquer epidemias de moléstia infecciosa ou contagiosa contraída em serviço público de assistência sanitária, nos serviços de laboratórios oficiais de bacteriologia, nos postos públicos de desinfecção e nas estações de saúde ou lazaretos; f. De médico, engenheiro ou qualquer técnico, quando resulte de ferimentos ou acidente ocorrido no desempenho dos seus deveres profissionais, em caso de trabalhos com radiações ionizantes, de lesões ou moléstias contraídas, em serviços oficiais, devido a trabalhos com essas radiações ou desempenho de actividade profissional em contacto com matérias tóxicas; g. De funcionário ou agente integrado no Serviço Nacional de Protecção Civil, no Serviço Nacional de Bombeiros ou qualquer elemento pertencente a corpo de bombeiros, quando resultar de ferimentos ou acidentes ocorridos no desempenho da sua missão, bem como do pessoal da Direcção-Geral das Florestas ou seus trabalhadores eventuais, quando em resultado de acidentes na defesa da floresta contra incêndios; h. De funcionários ou agentes da administração central, regional ou local ou de outros serviços ou órgãos do Estado, quando resultar de ferimentos ou de acidentes ocorridos em missões enquadradas em acções de emergência ou de protecção civil. Pag 80 de 461 Páginas

81 Considera-se equivalente ao falecimento o desaparecimento em campanha e em situação de perigo dos indivíduos referidos nas alíneas a. e b.. Origina ainda o direito à pensão de preço de sangue o falecimento ou a incapacidade absoluta e permanente para o trabalho de titulares de órgãos de soberania e de órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas, de governadores civis e de presidentes de câmaras municipais ou de vereadores em regime de permanência, ocorrido no exercício e por causa das suas funções. 2. Titulares com direito à pensão de preço de sangue A pensão de preço de sangue é estabelecida em benefício de quem se encontre, relativamente ao falecido, sucessivamente e por ordem de preferência, em alguma das situações referidas nas alíneas seguintes: a. Cônjuges sobrevivos, divorciados, separados judicialmente de pessoas e bens, pessoas que estiverem nas condições do artigo 2020º. do Código Civil e descendentes; b. Pessoa que o tenha criado e sustentado; c. Ascendentes de qualquer grau; d. Irmãos Nos casos referidos no n.º 3 do artigo 2º. deste diploma de que resulte incapacidade absoluta e permanente para o trabalho do autor do facto que lhe dá origem, o direito à pensão é estabelecido em benefício deste, enquanto vivo, transmitindo-se, após a sua morte, às pessoas que a poderiam requerer pelo seu falecimento. 3. Direito à pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País A atribuição da pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País pressupõe que o beneficiário revele exemplar conduta moral e cívica e pode ter lugar quando se verifique: a. A prática, por cidadão português, militar ou civil, de feitos em teatro de guerra, de actos de abnegação e coragem cívica ou de altos e assinalados serviços à Humanidade ou à Pátria; b. A prática, por qualquer cidadão, de acto humanitário ou de dedicação à causa pública de que resulte a incapacidade absoluta e permanente para o trabalho ou o falecimento do seu autor; c. A situação de cidadão português feito prisioneiro ou capturado em combate no decurso da guerra nas ex-colónias. Entende-se por exemplar conduta moral e cívica a observância, de modo constante e permanente, pelo respeito dos direitos e liberdades individuais e colectivos, bem como pelo prestígio e dignidade do País. São relevantes, para efeitos do disposto na alínea c., as situações que se tenham prolongado por um período igual ou superior a 30 dias ou, independentemente da sua Pag 81 de 461 Páginas

82 duração, tenham provocado no prisioneiro sequelas físicas ou psicológicas de que resulte desvalorização da sua capacidade para o trabalho. 4. Beneficiários da pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País A pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País é estabelecida em benefício do próprio autor do facto que a origine, enquanto vivo, e, após a sua morte, das pessoas referidas no elenco estabelecido para a pensão por preço de sangue. Se a pensão tiver sido concedida em vida ao autor do facto determinante dela, transmite-se, após a sua morte, às pessoas que a poderiam requerer pelo seu falecimento. Pag 82 de 461 Páginas

83 Titulo V Pensões de reforma e de aposentação 1. Pensão de Reforma Designa-se por reforma a aposentação do pessoal militar ou equiparado. À pensão de reforma é aplicável o regime da aposentação, com ressalva de alguns aspectos constantes no ESTATUTO DOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS ou de legislação aplicável a pessoal militarizado ou equiparado. O Decreto-Lei nº 166/2005, de 23 de Setembro, visando a progressiva uniformização dos diversos regimes de protecção social existentes, veio introduzir no EMFAR algumas alterações nas condições de acesso à reserva e à reforma. Estas alterações salvaguardaram, contudo, os direitos adquiridos e as expectativas legítimas dos militares que reunissem condições de passagem à reserva ou à reforma até 31 de Dezembro de 2005 e, num caso específico até 31 de Dezembro de a. Cálculos da pensão de reforma (1) Militares que reuniram condições de passagem à reserva ou à reforma até à entrada em vigor do Decreto-Lei nº 166/2005 A fórmula de cálculo em vigor em 31 de Dezembro de 2005 aplica-se à pensão de reforma atribuída aos seguintes militares das Forças Armadas: - Os que em 31 de Dezembro de 2005 se encontravam já na reserva; - Os que passaram ou passem à reserva depois de 31 de Dezembro de 2005 mas que nesta data tinham 20 ou mais anos de serviço militar; - Os que em 31 de Dezembro de 2006 tinham 55 anos de idade ou 36 ou mais anos de serviço militar; - Os que em 31 de Dezembro de 2005 tinham 20 ou mais anos de serviço militar e se reformaram ou reformem, depois desta data, directamente a partir do activo ou da reserva na efectividade de serviço (por exemplo: por incapacidade, limite de idade, pena disciplinar). A pensão de reforma tem uma parcela única correspondente à última remuneração mensal relevante auferida pelo subscritor à data da reforma, deduzida da quota para a Caixa Geral de Aposentações (CGA), segundo a seguinte fórmula: Pensão de reforma = (RxT1) / 36 Em que: R é a remuneração auferida à data da reforma, deduzida da quota para a CGA; T1 é a expressão em anos do número de meses de descontos para a CGA até à data da reforma, com o limite máximo de 36. Segundo o Decreto-Lei nº 239/2006, de 22 de Dezembro, esta pensão de reforma, apesar de poder ser atribuída a militares das Forças Armadas que não possuam a idade legalmente exigida à generalidade dos subscritores da Caixa Geral de Pag 83 de 461 Páginas

84 Aposentações, não sofre as penalizações aplicáveis às pensões de aposentação antecipada. (2) Restantes militares A todos os restantes militares se aplica a fórmula de cálculo em vigor na data em que passarem à situação de reforma. Os militares admitidos até 31 de Dezembro de 2005 eram inscritos na CGA e mantêmse abrangidos pelo regime a cargo desta caixa. Os militares admitidos desde 1 de Janeiro de 2006 passaram a ser inscritos no regime geral de segurança social. Estas pensões quando forem atribuídas a militares das Forças Armadas que não possuam a idade legalmente exigida à generalidade dos subscritores, não sofrerão as penalizações aplicáveis às pensões antecipadas se a reforma for determinada por imposições legais (por exemplo: depois de 5 anos na reserva fora da efectividade de serviço se a passagem à reserva for imposta por se atingirem limites de idade). (a) Militares admitidos até 31 de Dezembro de 2005 e que não satisfazem as condições descritas em (1) Estes militares podem ver a sua pensão de reforma calculada de várias formas, consoante a situação particular de cada um, como segue: - Inscritos na CGA até 31 de Agosto de 1993: - Inscritos na CGA de 1 de Setembro de 1993 a 31 de Dezembro de 2001; - Inscritos na CGA de 1 de Janeiro de 2002 a 31 de Dezembro de A CGA disponibiliza um Guia do Utente dos Regimes de Aposentação (Reforma) e das Pensões de Sobrevivência onde estão descritas estas formas de cálculo. Disponibiliza também um Simulador da Pensão para estas várias formas, apresentando o valor da pensão final a atribuir bem como uma demonstração explicativa dos cálculos efectuados. (b) Militares admitidos desde 1 de Janeiro de 2006 O Decreto-Lei nº 187/2007, de 10 de Maio, estabelece nos seus artigos 26º e seguintes a determinação dos montantes das pensões de invalidez e de velhice do Regime Geral de Segurança Social. (3) Reforma extraordinária Dispõe o art. 160º do EMFAR que passa à situação de reforma extraordinária o militar que: (a) Independentemente do tempo de serviço militar, seja julgado física ou psiquicamente incapaz para o serviço mediante parecer de competente junta médica, homologado pelo respectivo CEM, nos casos em que a incapacidade for resultante de acidente ocorrido em serviço ou doença adquirida ou agravada em serviço, ou por motivo do mesmo; Pag 84 de 461 Páginas

85 (b) Opte pela colocação nesta situação quando se verifique a circunstância prevista na alínea b) do nº 1 do art. 148º; (c) Seja abrangido por outras condições previstas na lei. Sempre que a pensão de reforma extraordinária do militar, calculada de acordo com o Estatuto da Aposentação, resulte inferior à remuneração de reserva do correspondente posto e escalão do activo, ser-lhe-á abonado, a título de complemento de pensão, o diferencial verificado (nº 4 do artigo 122º do EMFAR). A atribuição da respectiva incapacidade para o exercício de funções, a subscritores militares ou equiparados, é da competência da Junta Médica privada dos respectivos serviços Decreto-lei n.º 508 de 20 de Setembro de Nos casos de reforma extraordinária, compete à Junta Médica da Caixa verificar o grau de incapacidade geral de ganho, quando influa na pensão de reforma, e a conexão da incapacidade com o acidente de serviço ou equiparado. Se existir divergência nos fundamentos em que se baseiam as juntas, a Caixa deve instruir um processo com o parecer de um médico especialista e realiza uma Junta Médica de Revisão. A Junta Médica de Revisão deverá ocorrer nos 30 dias imediatos à data do parecer do médico especialista e dentro dos 180 dias subsequentes à reunião da Junta Médica da Caixa. b. Outra legislação aplicável Lei n.º 20/97, 19 de Junho - Contagem especial do tempo de prisão e de clandestinidade por razões políticas para efeitos de pensão de velhice ou de invalidez. Decreto-Lei n.º 141/91, 10 de Abril Condições de acumulação das pensões. Decreto-Lei n.º 265/99, 14 de Julho - Procede à criação de uma nova prestação destinada a complementar a protecção concedida aos pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência dos regimes de segurança social em situação de dependência. Decreto-Lei n.º 498/72 de 9 de Dezembro, alterado pelos Decreto-Lei n.º 191-A/79 de 25 de Junho, Decreto-Lei n.º 182/84 de 28 de Maio e outros - Estatuto da Aposentação. Decreto-Lei n.º 123/79 de 10 de Maio alterado pelo Decreto-Lei n.º 111/80 de 12 de Maio - Permite a contagem de tempo de serviço prestado por sargentos na situação de reforma para efeitos de cálculo das pensões de reserva e de reforma. Decreto-Lei n.º 381/79 de 14 de Setembro - Contagem de tempo de frequência das Escola Militares para cálculo de pensões. Decreto-Lei n.º 256/82 de 6 de Julho - Visa a contagem de tempo de serviço na reforma para cálculo das pensões de reserva e de reforma das praças readmitidas. Decreto-Lei n.º 434-S/82 de 29 de Outubro - Revê a situação dos oficiais e sargentos que, tendo prestado mais de 8 anos de serviço nos quadros permanentes, transitaram Pag 85 de 461 Páginas

86 para a situação de disponibilidade ou para o quadro de complemento sem direito a pensão. Decreto-Lei n.º 281/85 de 22 de Julho - Determina que, para efeitos de cálculo das pensões de reserva, a contagem dos dois últimos anos referida na alínea b) do n.º 1 do artigo 47º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, seja feita relativamente aos dois últimos anos de serviço prestados quer no activo quer na reserva, que imediatamente antecederam a data da pensão a calcular. 2. Complementos de Pensão de Reforma (Ver Parte II, Título III Fundo de Pensões) Por existir legislação (nº 6 do artigo 9º do EMFAR) que atribui aos ramos das Forças Armadas a responsabilidade de, em determinadas circunstâncias, assumirem o pagamento de complementos de pensão e porque os complementos de pensão podem também ser da responsabilidade do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas, explanam-se, na matriz constante na Parte II, Título III Fundo de Pensões, as condições em que todos os complementos podem ser atribuídos. 3. Ex-combatentes e deficientes militares - Complemento Especial de Pensão de Reforma e de Aposentação e Acréscimo Vitalício à Pensão A Lei nº 9/2002 de 11 de Fevereiro regula o regime jurídico dos períodos de prestação de serviço militar de ex-combatentes, para efeitos de aposentação ou reforma. Define, igualmente, quem é considerado como ex-combatentes, para efeitos da presente lei. O financiamento de uma percentagem do custo total das quotizações ou contribuições, devidas à CGA e ao Sistema de Solidariedade e Segurança Social (SSSS), é assegurado pelo Estado, cabendo aos beneficiários ou subscritores a responsabilidade do remanescente. A percentagem referida é determinada com base nos escalões constantes do mapa anexo à lei, os quais reflectem os escalões no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. Aos beneficiários do SSSS é atribuído um complemento especial de pensão de 3,5% ao valor da respectiva pensão por cada ano de prestação de serviço militar ou duodécimo daquele complemento por cada mês de serviço. Os ex-combatentes subscritores da CGA, bem como os beneficiários do SSSS que tenham prestado serviço em condições especiais de dificuldade ou perigo e que, ao abrigo da legislação em vigor, tiverem já pago quotizações ou contribuições referentes ao período de tempo acrescido de bonificação têm direito a um acréscimo vitalício à sua pensão. O regime previsto nesta lei é aplicável a situações consolidadas no âmbito de cada um dos sistemas de protecção social, bem como aos cidadãos deficientes militares, desde que os interessados o requeiram à CGA, aos centros distritais de solidariedade e segurança social. O requerimento é entregue na Direcção-Geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Ministério da Defesa Nacional ou nos postos consulares. A Lei nº 21/2004 de 5 de Junho alarga o regime jurídico consagrado na Lei nº 9/2002, de 11 de Fevereiro, a ex-combatentes abrangidos por sistemas de segurança social de outros Pag 86 de 461 Páginas

87 Estados e a ex-combatentes que não sejam subscritores da Caixa Geral de Aposentações nem beneficiários do regime de pensões do sistema público de segurança social. A Lei nº 3/2009, de 13 de Janeiro, regulamenta o disposto nas Leis nº 9/2002, de 11 de Fevereiro, e 21/2004, de 5 de Junho, e define os procedimentos necessários à atribuição dos benefícios decorrentes dos períodos de prestação de serviço militar em condições especiais de dificuldade ou perigo. Esta lei: - Redefine o âmbito de aplicação pessoal da lei 9/2002 e dispensa o pagamento total de quotas e contribuições devidas à CGA e aos Sistemas de Segurança Social; - Refere que o complemento especial de pensão previsto no artigo 6.º da Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro, atribuído aos pensionistas dos regimes do subsistema de solidariedade passa a ser uma prestação pecuniária cujo montante corresponde a 3,5 % do valor da pensão social por cada ano de prestação de serviço militar ou o duodécimo daquele valor por cada mês de serviço, e é pago, anualmente, no mês de Outubro, correspondendo a 14 mensalidades; - Refere a quem é atribuído e como é calculado o acréscimo vitalício de pensão, previsto no artigo 7.º da Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro; - Estabelece o suplemento especial de pensão, quem são dele beneficiários e os montantes anuais a atribuir: a) 75 aos que detenham uma bonificação de tempo de serviço até 11 meses; b) 100 aos que detenham uma bonificação de tempo de serviço entre 12 e 23 meses; c) 150 aos que detenham uma bonificação de tempo de serviço igual ou superior a 24 meses. O suplemento especial é pago, anualmente, no mês de Outubro; - Define diversas normas de processamento e administração, nomeadamente: a) Quem são as entidades competentes; b) Que os requerimentos a pedirem a contagem do tempo de serviço militar para efeitos de atribuição dos benefícios previstos podem ser apresentados a todo o tempo. A Portaria nº 1035/2009, de 11 de Setembro, aprova os formulários de requerimento destinados aos antigos combatentes para efeitos de contagem do tempo de serviço militar, nos termos da Lei n.º 3/2009, de 13 de Janeiro, e define os meios de entrega daquele requerimento. Mais esclarecimentos e informações actualizadas podem ser consultados em: 4. Pensão unificada O regime de Pensão Unificada (PU), baseia-se na totalização dos períodos de pagamento de contribuições e quotizações para o regime geral da Segurança Social e para a Caixa Geral de Aposentações, sendo os períodos de sobreposição contributiva contados uma só vez. (nº1 do Artº4 do Dec-Lei 361/98). Pag 87 de 461 Páginas

88 A pensão unificada só pode ser atribuída ao abrigo do regime para que tenha havido, pelo menos, 60 meses com pagamento de contribuições ou quotizações. Os beneficiários deverão declarar no requerimento de atribuição de pensão que desejam a PU. Em caso de omissão da declaração a instituição comunica ao interessado que o poderá fazer, tendo para o efeito 30 dias para declarar a sua pretensão (nº3 do Artº6 do Dec-Lei 361/98). O valor da PU não poderá ser inferior à soma das parcelas por aplicação em separado. Sempre que o valor da pensão for superior à soma das parcelas, o encargo relativo ao excedente é repartido em partes iguais pela instituição e pelo pensionista (artº 10º do Dec- Lei 361/98). O cálculo da PU é sempre em função da Pensão Ideal. Pensão Ideal é o valor da pensão que se obteria, se esta fosse calculada pelo último regime, considerando o somatório dos tempos de subscrição de ambos os regimes, limitado ao valor máximo de 90% do vencimento (caso da CGA) e de 80% (caso do Centro Nacional de Pensões (CNP)). Pensão Ideal = Pensão Ideal Inicial (Pensão Ideal Inicial x Bonificação / Penalização) Fórmula de cálculo: A Pensão Ideal B Pensão CGA + Pensão CNP C Acréscimo de pensão (A-B)/2 PU Pensão Global Unificada------PU=B+C ou PU=B+(A-B)/2 Estas eram as siglas inscritas no verso do antigo requerimento Mod1 CGA Nota: O valor C só é aplicado se A > B 5. Pensão de Aposentação A Caixa Geral de Aposentações dispõe no seu sítio na internet de um Simulador de Pensões de Aposentação com referência à legislação aplicável a cada caso, que pode ser utilizado em Dispõe igualmente de um Guia do Utente do Regime da Aposentação e das Pensões de Sobrevivência com toda a informação actualizada. Pag 88 de 461 Páginas

89 Titulo VI Remuneração de reserva 1. Condições de passagem à reserva Transita para a situação de reserva os militares dos QP que; a. Atinja o limite de idade estabelecido para o respectivo posto; b. Tenha 20 ou mais anos de serviço militar, a requeira e lhe seja deferida; c. Declare, por escrito, desejar a passagem à reserva depois de completar 36 anos de tempo de serviço militar e 55 anos de idade; d. Seja abrangido por outras condições legalmente previstas. 2. Limites de idade a. Os limites de idade de passagem à reserva nos postos dos militares dos QP são os seguintes: Oficiais cuja formação de base é uma licenciatura: (1) Almirante ou general - 64 (2) Vice-almirante ou tenente-general 62 (3) Contra-almirante ou major-general 59 (4) Capitão-de-mar-e-guerra ou coronel 57 (5) Restantes postos - 56 b. Oficiais cuja formação de base é de base um bacharelato ou equivalente: (1) Capitão-de-mar-e-guerra ou coronel - 60 (2) Capitão-de-fragata ou tenente coronel 59 (3) Restantes postos - 58 c. Sargentos: (1) Sargento-mor - 60 (2) Restantes postos - 57 d. Praças: (1) Todos os postos - 57 Pag 89 de 461 Páginas

90 3. Subsídio de Natal e 14º. Mês Os direitos dos militares na situação de reserva a receber subsídio de Natal e 14º mês constam do artigo 18º e 24º do Decreto-Lei nº 296/2009 de 14 de Outubro, respectivamente. Os militares que deixem a efectividade de serviço tem direito a receber, por uma única vez, a remuneração dos dias de férias não gozadas bem como o subsídio de férias proporcional se ainda não o tiverem percebido, nos termos dos artigos 26º e 27º daquele diploma. 4. Remuneração na reserva A remuneração dos militares na situação de reserva é a estabelecida nos artigos 15º, 16º e 17º do Decreto-Lei nº 296/2009 de 14 de Outubro, em conjugação com o artigo 3º do Decreto-Lei nº 166/2005 de 23 de Setembro. Pag 90 de 461 Páginas

91 Titulo VII Pensão de sobrevivência A Pensão de Sobrevivência tem como objectivo a protecção da família do beneficiário por morte deste, tendo sido criada ao abrigo do Decreto-Lei n.º 142/73, de 31 de Março, alterado pelos Decretos-Lei n.º 191-B/79 de 25 de Junho, 192/83 de 17 de Maio, 214/83 de 25 de Maio, 283/84 de 22 de Agosto, 343/91 de 17 de Setembro - Estatuto da Pensão de Sobrevivência. Consistindo numa prestação pecuniária mensal cujo montante é determinado em função da pensão de aposentação ou de reforma, que corresponderia ao tempo de inscrição na Caixa, sujeito ao pagamento de quota para efeito de sobrevivência. Esta pensão é sempre atribuída, desde que o contribuinte complete o período de garantia 5 anos ainda que, por insuficiência de tempo de serviço ou por qualquer outro motivo, não haja direito a pensão de aposentação ou reforma. Podendo habilitar-se a esta pensão, as pessoas que, nos termos do Estatuto das Pensões de Sobrevivência, sejam consideradas herdeiras hábeis. Dispõe a CGA de um Guia do Utente do Regime da Aposentação e das Pensões de Sobrevivência com toda a informação actualizada. 1. Herdeiros hábeis: a. Os cônjuges sobrevivos, os divorciados ou separados judicialmente de pessoas e bens desde que, à data da morte do contribuinte, tenha direito a receber a pensão de alimentos fixada pelo tribunal; b. As pessoas que estiverem nas condições do artigo 2020º. do CCIVIL, depois de obter a sentença judicial a reconhecer o direito a haver alimentos da herança; c. Os filhos, incluindo os nascituros e os adoptados plenamente; d. Os netos; e. Os pais e os avós. f. A qualidade de herdeiro hábil define-se em relação à data da morte do contribuinte. (1) Quanto aos filhos maiores desde que: (a) Sofram de incapacidade permanente e total que os impossibilitem de angariar meios de subsistência, independentemente de qualquer outro requisito; (b) Até aos 21 anos, desde que frequentem com aproveitamento um curso médio ou equiparado; (c) Até aos 24, desde que frequentem com aproveitamento um curso superior ou equiparado. Pag 91 de 461 Páginas

92 (2) Quanto aos netos, menores ou maiores, desde que satisfaçam as exigências para os filhos e: (a) Sejam órfãos de pai e mãe, ou de um deles se o outro não conseguir prover à sua subsistência; (b) Não sejam órfãos, haja impossibilidade de exigir pensão de alimentos de um deles e o outro não tenham meios de prover à sua sustentação; (c) Os pais se encontrem ausentes em parte incerta e não provejam ao seu sustento. (d) As filhas do ex-contribuinte do regime instituído pelo DL 24046, solteiras, viúvas, divorciadas, ou judicialmente separadas de pessoas e bens que, à data do óbito daquele, vivam a seu cargo (e) As irmãs do contribuinte do antigo regime instituído pelo decreto-lei referido anteriormente, solteiras, viúvas, divorciadas, ou judicialmente separadas de pessoas e bens, desde que não haja herdeiros hábeis e, à data do óbito daquele, vivam a seu cargo. g. Os herdeiros hábeis consideram-se a cargo do contribuinte quando os rendimentos, incluindo retribuições, rendas, pensões e equivalentes, mas excluindo a pensão a que se habilitam, não ultrapassem metade da remuneração correspondente ao índice 100 da escala salarial do regime geral da remuneração da função pública. 2. Instrução do processo a. O processo de habilitação à pensão de sobrevivência inicia-se com base em requerimento dos herdeiros hábeis, ou do seu representante legal. b. O requerimento deve ser dirigido ao Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Aposentações, acompanhado pelos respectivos documentos: (1) Certidão de óbito do contribuinte; (2) Prova de todo o tempo de serviço prestado pelo contribuinte, na situação de funcionário ou agente do Estado, salvo se tiver sido enviada pelo serviço de que o mesmo dependia, ou ainda se já constar em processo organizado pela Caixa; (3) Se tiver efectuado descontos para o regime geral da segurança Social e pretender a aplicação do regime de pensão unificada, prova dos descontos efectuados, salvo se tiver sido enviada pelo serviço de que o mesmo dependia, ou se já constar em processo organizado pela Caixa; (4) Certidão de nascimento de cada requerente/herdeiro hábil, devidamente actualizada; (5) Indicação do número de conta e a dependência da Caixa Geral de Depósitos onde cada herdeiro hábil pretende receber a pensão; (6) Declaração, mod. 117 DPR, preenchida e assinada por cada um dos requerentes ou pelo respectivo representante legal; Pag 92 de 461 Páginas

93 (7) Fotocópia do cartão de contribuinte fiscal. 3. Pagamento da pensão O seu pagamento é devido: a. Desde a data em que se verificar o óbito do contribuinte, quando pedida no prazo de 12 meses a partir da mesma data; b. Desde o dia 1 do mês seguinte ao da apresentação do requerimento, quando solicitada depois de terminado aquele prazo de 12 meses 4. Forma de pagamento A pensão vence-se no dia 1 de cada mês e é paga, em datas previamente fixadas e publicitadas, no início de cada ano, e comunicadas directamente aos interessados. O seu pagamento verifica-se por crédito em conta de depósitos à ordem, aberta em nome do pensionista, em qualquer dependência da Caixa Geral de Depósitos. 5. Prescrição da pensão Esta pensão prescreve nos mesmos moldes que a pensão de aposentação, isto é, prescreve no prazo de 1 ano a contar do vencimento de cada uma. O não recebimento da pensão durante 3 anos consecutivos implica a prescrição do direito unitário à pensão e desta forma a perda de qualidade de pensionista. A pensão considera-se não recebida quando, por falta de prova de vida, não é creditada na conta do interessado. 6. Extinção da qualidade de pensionista a. A extinção da qualidade de pensionista e, consequentemente, a perda do direito à pensão verifica-se: (1) Pelo facto de os pensionistas filhos ou netos perfazerem a idade de 18 anos e não frequentarem, até aos 21 anos, com aproveitamento curso médio ou equiparado e até aos 24 anos curso superior ou equiparado; (2) Pelo casamento, com excepção dos filhos incapazes, dos pais e avós; (3) Pela cessação do estado de incapacidade ou da situação que determinou a atribuição da pensão; (4) Pela indignidade do pensionista, resultante do seu comportamento moral, declarada por sentença judicial em acção intentada por qualquer um dos herdeiros hábeis; (5) Pela renúncia do direito à pensão; (6) Pela prescrição do direito unitário à pensão; Pag 93 de 461 Páginas

94 (7) Por morte do pensionista; (8) Pela condenação do pensionista como autor, cúmplice do crime de homicídio voluntário praticado na pessoa do contribuinte ou de pessoa que concorra à pensão. b. O decreto-lei n.º 247 de 2 de Julho de 1999, permite a contagem, para efeitos de aposentação e de pensão de sobrevivência, a requerimento dos interessados, do tempo correspondente a serviço prestado por funcionário e agentes da Ex-Administração Ultramarina nos novos Estados, entre a data da independência e 31 de Dezembro de Outra legislação aplicável Decreto-Lei n.º 141/91, 10 de Abril Condições de acumulação das pensões. Decreto-Lei n.º 265/99, 14 de Julho - Procede à criação de uma nova prestação destinada a complementar a protecção concedida aos pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência dos regimes de segurança social em situação de dependência. Pag 94 de 461 Páginas

95 Titulo VIII Pensão de sobrevivência do Montepio Geral 1. Constituição da pensão Os graus de pensão determinam-se por períodos de anos completos, considerando-se como tais aqueles cujas quotas estejam vencidas. Os sócios só têm direito a transmitir pensão depois de decorridos três anos completos, contados nos termos do Artigo 20º. do REGULAMENTO DE BENEFÍCIOS DO MONTEPIO GERAL e iniciados com o vencimento da primeira quota, sendo a importância da pensão transmitida e regulada pela tabela n.º 2. A pensão vence-se no primeiro dia de cada mês e desde aquele em que o sócio falecer, inclusive. As pessoas que se presuma terem direito à pensão, podem ser autorizadas pela Direcção a recebê-la durante 6 meses a título provisório, mediante fiança idónea ou declaração de dois sócios, em que estes se responsabilizem solidariamente pelo reembolso de importâncias indevidamente pagas. Decorrido este prazo, e salvo caso de prorrogação concedida pela Direcção, ficará suspenso o pagamento, até que a habilitação esteja concluída. As pensões ficam sujeitas à obrigação do pagamento das dívidas ao Montepio provenientes de jóia, de quotas e indemnizações e conservam em tudo o mais a natureza de alimentícias, com todos os privilégios e garantias que lhes são inerentes. O pagamento daquelas dívidas será feito, por desconto, em prestações mensais, e nunca poderá exceder a terça parte da importância que os pensionistas tiverem direito a receber. 2. Direitos dos subscritores a. É facultado aos sócios com menos de 60 anos de idade retrotrair o aumento da pensão até à data da admissão, mas nunca por mais de 2 anos, a contar da aceitação do pedido, mediante o pagamento de todas as quotas, com as respectivas indemnizações, vencidas pelas retroacções, e observando-se o seguinte: (1) As quotas vencidas são determinadas pela idade que o sócio tinha na época a que retrotrai e pela tabela vigente na data em que requer a retroacção, ficando a pagar a quota que lhe competir por esta tabela e por aquela idade; (2) A indemnização sobre as quotas será calculada conforme o disposto no Artigo 13º; (3) O pagamento das quotas e das indemnizações poderá, desde que o sócio o solicite, ser feito em seis prestações mensais e iguais, que se considerarão, no entanto, para efeitos da aplicação do disposto no artigo 13º., todas vencidas na data da comunicação ao sócio do deferimento da sua pretensão; Pag 95 de 461 Páginas

96 (4) Os sócios cumprirão o disposto nas Secções I e II do Subtítulo II, na parte aplicável; (5) As retroacções só produzem efeitos após o vencimento das quotas de três anos, com início no mês da aceitação do pedido, e não alteram a antiguidade social para direitos que sejam os da pensão e da subvenção. (6) Os sócios que tiverem completado 70 anos de idade e que não tenham nenhum dos beneficiários indicados nos números 1 a 4º. do artigo 31º., ou que somente tenham divorciada, ou separada judicialmente de pessoas e bens com direito apenas a parte da pensão se forem subscritores, por se verificar o segundo dos casos referidos no parágrafo 2º. do artigo 27º., podem requerer a sua passagem à situação de pensionistas desde o mês da aceitação do pedido, inclusive, sendo-lhes porém mantidos todos os direitos que lhes competirem estabelecidos nos presentes Estatutos, em relação às outras modalidades de que sejam subscritores. b. A pensão a atribuir-lhes será determinada pela incidência das percentagens constantes da tabela n.º 3 sobre a importância das pensões de sobrevivência subscritas. c. Os sócios podem ceder ao Montepio, por título gratuito ou oneroso, nos termos regulamentares, os direitos que tiverem vencido como subscritores desta modalidade, depois de decorrido o tempo necessário para transmitir pensão e quando não existam cônjuges, divorciadas, separadas judicialmente de pessoas e bens ou filhos, hábeis para a receber. 3. Aquisição e perda do direito à pensão a. São condições para haver e manter o direito à pensão: (1) Ter menos de 21 anos, em qualquer estado, e de qualquer dos sexos, ou até completar 25, provando, neste último caso, que estuda, com aproveitamento, uma profissão, uma arte ou ofício, no ensino oficial ou oficializado; (2) Ser do sexo feminino, solteira, viúva, divorciada ou separada judicialmente de pessoas e bens, ou, no caso de estar pendente à data do falecimento do sócio, acção de divórcio ou separação, estes vierem a ser decretados definitivamente; (3) Ser do sexo masculino, embora maior e em qualquer estado, com incapacidade mental ou impossibilidade física de ganhar os meios de subsistência, com exclusão dos beneficiários a que tenha sido atribuída pensão nos termos do artigo 34º. (4) Ter completado 70 anos de idade b. As condições exigidas neste artigo só dão direito à pensão quando existentes à data do falecimento do sócio, se forem devidamente comprovadas, mas nos casos de perfilhação. Posterior ou na hipótese a que se refere a parte final da alínea b) deste artigo os novos beneficiários só terão direitos às pensões vencidas depois da data em que requeiram ao Montepio a sua habilitação. c. O direito à pensão, nos termos das alíneas a) e c) deste artigo, subsiste mesmo que as condições respectivas se verifiquem depois do falecimento do sócio, devendo fazer prova delas os beneficiários do sexo masculino aos 21 anos de idade e os do sexo feminino antes de se terem consorciado. Pag 96 de 461 Páginas

97 d. A aposentação ou reforma de qualquer cargo público ou particular, com fundamento em doença ou incapacidade, não constitui prova suficiente da condição estabelecida na alínea c) deste artigo. e. Se o beneficiário da pensão ao abrigo da alínea a) deste artigo tiver suspendido os estudos por motivo de serviço militar obrigatório, fica interrompido o direito à pensão, mas este readquire-se, findo esse serviço, se o beneficiário voltar a estar nas condições da mesma alínea. f. Não readquire o direito à pensão que tenha usufruído o beneficiário que o perdeu, salvo no caso do parágrafo anterior. 4. Prescrição da pensão As pensões e as subvenções em dívida prescrevem a favor do Montepio, decorrido o prazo legal a contar do último dia do mês a que digam respeito, salvo casos especiais ou de força maior, reconhecidos pela Direcção e não imputáveis ao pensionista. 5. Beneficiários da pensão a. Por falecimento do sócio, a pensão que se instituir e da qual só poderão ser beneficiários os indivíduos que se encontrem nas condições expressas do artigo 2º., defere-se na ordem seguinte: (1) Metade ao viúvo ou às divorciadas ou separadas, ou a um e outras conjuntamente, em partes iguais, e a outra metade aos filhos, também em partes iguais; (2) Não havendo viúvo, divorciadas ou separadas, por inteiro aos filhos, em partes iguais; (3) Não havendo filhos, por inteiro ao viúvo ou às divorciadas ou separadas, ou a um e outras conjuntamente, em partes iguais, sendo, todavia, permitido ao sócio dispor até metade, a favor do pai ou da mãe, ou de ambos, em partes iguais, desde que, à data do falecimento do sócio, eles se encontrem nas condições mencionadas no art. 26. (4) Não havendo viúvo, divorciadas ou separadas, nem filhos, por inteiro ao pai ou à mãe, ou a ambos, em partes iguais; (5) Quando não se dê nenhum dos casos anteriores, a qualquer pessoa designada pelo sócio e que esteja nas condições do artigo 26; (6) Quando o sócio faleça sem dispor da pensão têm direito a ela, os irmãos que estejam nas condições do artigo 26º.; (7) Não havendo qualquer dos beneficiários mencionados nos números anteriores, a pensão caduca a favor do Montepio. Pag 97 de 461 Páginas

98 PARTE IV ACORDOS COM ENTIDADES Titulo I Protocolos celebrados no âmbito da DSP O Exército, através da Direcção de Serviços de Pessoal do Comando do Pessoal, tem celebrado protocolos com várias empresas em diversos domínios. Com estes protocolos têm sido conseguidos alguns benefícios para os militares, militarizados e civis do Exército, extensíveis ao agregado familiar. Estes protocolos podem ser consultados na intranet do Exército em: Comando do Pessoal; Direcção de Serviços de Pessoal; Portal social. e no sitio do Exército na Internet em Unidades\Direcção de Serviços de Pessoal. Pag 98 de 461 Páginas

99 Titulo li Messes Militares de outros países 1. Protocolo entre a Manutenção Militar e o Exército Espanhol O Exército de Espanha oferece ao pessoal do Exercito Português as seguintes instalações para Oficiais Generais, Oficiais Superiores, Capitães, Oficiais Subalternos, Sargentos e familiares dos mesmos, que com eles convivam: RESIDENCIA MILITAR DE MONTAÑA NAVACERRADA" (MADRID) LA CORTADURA (CADIZ) RESIDENCIA MILITAR FUERTE SANTIAGO (ALGECIRAS - CÁDIZ) TENIENTE GENERAL CASTAÑÓN DE MENA (MALAGA) RESIDENCIA MILITAR REYES CATÓLICOS (MÁLAGA) LA PLANA (CASTELLON) HERÓIS DE FILIPINAS (IBIZA) RESIDENCIA MILITAR PRIMO DE RIVERA (JEREZ DE LA FRONTERA) RESIDENCIA MILITAR BALUARTE (EL FERROL - LA CORUÑA) RESIDENCIA MILITAR DE PAMPLONA (PAMPLONA) RESIDENCIA MILITAR CORONEL GALLEGOS (GIJÓN - OVIEDO) Os Exércitos respectivos comprometem-se a cobrar os serviços das citadas Messes pelo valor estabelecido para os utentes nacionais. A actualização periódica dos mesmos, de acordo com os procedimentos de ambas as instituições será comunicada à sua contra - parte, com antecedência à entrada em vigor de novas tarifas. A forma de pagamento será a dinheiro, na moeda do país correspondente, e efectuar-se-á contra factura, e no momento de abandonar a instalação. Os beneficiários do sistema deverão estar providos do correspondente documento que os identifique como integrantes dos respectivos Exércitos. Os seus acompanhantes deverão ser portadores dos documentos que os identifiquem como familiares directos do beneficiário. Quem tiver acesso a estas regalias obriga-se ao cumprimento das normas internas específicas de cada uma das Messes, e assume, desde logo, os compromissos e direitos correspondentes à situação. O presente acordo não inclui prestações estranhas ao serviço hoteleiro. a. Adjudicação de Vagas EPOCA BAIXA: Sem limitação dentro das disponibilidades do momento. EPOCA ALTA: Segundo acordos anuais, firmados em Outubro de cada ano, com reciprocidade quanto ao número de vagas. b. Regime de Temporadas por parte de Espanha: (1) Temporada Baixa: de 16 de Setembro a 15 de Junho, em todos os Centros Pag 99 de 461 Páginas

100 (2) Temporada Alta: de 16 de Junho a 15 de Setembro em todos os Centros. c. Conduta de Requisição em Portugal (1) Através da MANUTENÇÃO MILITAR que a remeterá à " Dirección de Asistencia al Personal" e dará conhecimento ao Comando da Logística de todos os movimentos que se produzam. Já se encontra disponível na Intranet do Exército, toda a informação relativa às Messes Militares situadas em Espanha, ao abrigo do PROTOCOLO DE INTERCÂMBIO EM MESSES MILITARES DOS EXERCITOS DE PORTUGAL E DE ESPANHA. As reservas devem ser efectuadas para o Gabinete Coordenador de Apoio às Messes da Manutenção Militar, através do Fax Militar: Civil: , devendo o pedido ser dirigido ao Exmo. Director da MM (para qualquer esclarecimento poderá contactar a MM pelos Telefones: Militar: /211 Civil: Ext: /211). (2) Para melhor informação o contacto deverá ser feito para o seguinte endereço: Manutenção Militar (MM) Rua do Grilo, Lisboa Tel.: / Protocolo do IASFA no âmbito do CLIMS (Comité de Ligação dos Organismos Militares Sociais) O IASFA, como representante de Portugal no Comité de Ligação dos Organismos Militares Sociais (CLIMS), desenvolve a interacção entre os membros da família militar europeia, potenciando e rentabilizando os alojamentos do IASFA, nos períodos de menor procura e disponibilizando a opção de utilização de messes, por toda a Europa, aos seus Beneficiários, e abrindo perspectivas favoráveis ao intercâmbio entre jovens. As inscrições, preenchendo e entregando o Boletim de Inscrição, assim como o Boletim do CLIMS, podem ser efectuadas, durante os meses de Janeiro e Fevereiro, no Centro de Apoio Social (CAS) mais próximo da sua residência ou directamente na: Divisão de Equipamentos Sociais (DIVEQ) Rua de S. José, N.º 24, LISBOA, Telf.: /9 Fax: O IASFA tem protocolos estabelecidos com os Exércitos dos seguintes países, no âmbito do CLIMS: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, França, Grécia, Holanda, Itália, Espanha, Polónia, República Checa, Roménia, Hungria, Suíça. O protocolo do CLIMS define as regras de relacionamento e constitui a cobertura formal para a realização do intercâmbio de beneficiários no que concerne à utilização Pag 100 de 461 Páginas

101 das residências de férias, contemplados pelos acordos bilaterais e/ou multilaterais estabelecidos no seu âmbito. Os beneficiários de cada país membro que pretendam usufruir destas facilidades serão credenciados pela instituição responsável do respectivo país membro, no caso concreto Portugal, através do IASFA. Informações detalhadas podem ser consultadas em Pag 101 de 461 Páginas

102 PARTE V ABONOS, SUPLEMENTOS E SUBSÍDIOS Subtítulo I - Abono de Alimentação 1. Âmbito Titulo I Abonos No âmbito do Decreto-Lei n.º 329-G/75, de 30 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei 434- J/82 de 29 de Outubro a alimentação a fornecer aos militares deve possuir, em todas as circunstâncias, valor nutritivo adequado, tanto dos pontos de vista energético e fisiológico, como do funcional equilíbrio entre os diversos componentes das rações, as quais devem ser, simultaneamente, agradáveis, satisfatórios e económicos. 2. Direito à alimentação em espécie e em numerário A legislação posterior que regulamenta o abono de alimentação está dispersa por vários diplomas e é de difícil conjugação. Com vista a facilitar a sua interpretação foi publicada a Circular nº 13/06 de 4 de Dezembro, da Direcção de Serviços de Pessoal. Esta circular clarifica os fundamentos do direito ao abono de alimentação em espécie e em numerário bem como o processamento administrativo necessário para o abono em numerário. Esta circular pode ser consultada na intranet do Exército em: Comando do Pessoal DSP RAS Apoio social. 3. Outras situações a. O abono de alimentação a assistido do CMMP (ex-atfa) é feito das seguintes formas: (1) Se o assistido do CMMP (ex-atfa) estiver internado recebe alimentação em regime idêntico ao dos restantes doentes na mesma situação. (2) Se o assistido do CMMP (ex-atfa) se encontrar em regime de tratamento ambulatório, o CMMP comunicará esta situação à UEO a que o doente pertence para que desencadeie toda a tramitação legal, com vista ao abono a dinheiro. (Circular n.º 3/86, de 13Mar, da DSF) b. Nas deslocações de e para o local de prestação de provas de classificação e selecção é concedido aos cidadãos transporte por conta do Estado e ainda alojamento e alimentação, durante o período de efectivação das provas. (Lei n.º 174/99 de 21 de Setembro) Pag 102 de 461 Páginas

103 c. Têm também direito ao suplemento de residência e abono de alimentação a dinheiro os militares a frequentar cursos e estágios na situação de deslocados. (Circular n.º 3/97, de 10 de Janeiro da ChAT) d. A licença até homologação da decisão da JHI aos militares julgados incapazes por estas juntas, não confere direito ao abono de alimentação a dinheiro. e. Sempre que por exigência de Serviço das entidades do MDN constantes da lista anexa ao Decreto-Lei n.º 330/83 de 12 de Julho (diploma fora de vigência) e mediante declaração expressa destas, caso a caso, aos condutores auto e outros militares, que por tal razão não possam usufruir da alimentação em espécie nas instalações militares adequadas, poderá ser satisfeito o encargo com a alimentação tomada, com um limite de 22 dias, correspondente a 25% da ajuda de custo. Subtítulo II Abono suplementar de Invalidez 1. Âmbito O Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, alterado pelos Decretos-Lei 203/87 de 16/05, 224/90 de 10/7 e 183/91 de 17/05, veio instituir um conjunto de direitos e compensações para os militares que, no cumprimento do dever e na defesa dos interesses da Pátria, sofreram diminuição da sua capacidade geral de ganho, em resultado de acidente ocorrido em serviço de campanha ou em circunstâncias equiparáveis. 2. Modalidade de Prestação a. Abono Suplementar de Invalidez Aos grandes deficientes das forças armadas (GDFA) reconhecidos nos termos do Decreto-Lei n.º 314/90, de 13 de Outubro, alterado pelos Decretos-Lei 146/92 de 21 de Julho e 248/98 de 11 de Agosto é concedido um abono suplementar de invalidez atribuído, calculado e actualizado nas condições previstas nos n.º 1 e 2 do Artigo 10º. e n.º 2 do Artigo 12º. do DL n.º 43/76, de 20 de Janeiro, em função da percentagem de desvalorização fixada pela Junta Médica da Caixa Geral de Aposentações. b. Prestação Suplementar de Invalidez (1) Aos GDFA a quem seja reconhecida uma percentagem de incapacidade igual ou superior a 90% é devido o pagamento de prestação suplementar de invalidez nas condições previstas nos n.º 1 e 2 do Artigo 11º. do DL n.º 43/76, de 20 de Janeiro, em função da percentagem de desvalorização fixada pela Junta Médica da Caixa Geral de Aposentações. (2) A verificação da necessidade da atribuição da prestação suplementar de invalidez, que se destina a custear os encargos da utilização de serviços de acompanhante, é feita pela Junta Médica da Caixa Geral de Aposentações, podendo esta decisão ser revista uma vez em cada três ano, a requerimento do interessado. (3) A prestação suplementar de invalidez não será abonada enquanto os GDFA estiverem hospitalizados ou internados a expensas do Estado. Pag 103 de 461 Páginas

104 (4) Todos os GDFA têm direito ao uso do cartão de identificação de características e condições de utilização idênticas às do cartão de DFA estabelecido pelo n.º 2 do Artigo 14º. do Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro. Subtítulo III Prestações Familiares 1. Âmbito As prestações familiares foram definidas pelo Decreto-Lei n.º 133-B/97 de 30 de Maio de 1997, alterado pelo Decreto-Lei 341/99, tendo o seu regime jurídico sido regulamentado pelo Decreto Regulamentar n.º 24-A/97 de 30 de Maio de Estes diplomas foram parcialmente derrogados pelo Decreto-Lei nº 176/2003 de 02Agosto que define e regulamenta a protecção na eventualidade de encargos familiares do subsistema de protecção familiar. 2. Que prestações são atribuídas e qual o seu objectivo? Para fazer face ao acréscimo dos encargos que decorrem de situações geradoras de despesas familiares, são atribuídas as seguintes prestações pecuniárias: a. Abono de família para crianças e jovens Tem como objectivo compensar encargos familiares respeitantes ao sustento e educação das crianças e jovens. b. Subsidio de funeral Visa compensar o respectivo requerente das despesas efectuadas com o funeral de qualquer membro do seu agregado familiar ou de qualquer outra pessoa, incluindo os nascituros. O abono de família para crianças e jovens é uma prestação atribuída mensalmente e o subsídio de funeral é de atribuição única. 3. Quem tem direito às prestações? A titularidade do direito é reconhecida: - às crianças e jovens, no caso do abono de família; - aos requerentes da prestação, no caso do subsídio de funeral. 4. Quais as condições de atribuição das prestações? - Abono de família para crianças e jovens O direito a esta prestação é reconhecida às crianças e jovens inseridos em agregados familiares cuja remuneração de referência seja inferior ao valor do limite fixado na determinação do escalão de rendimentos mais elevado (6º escalão) e às crianças e jovens considerados pessoas isoladas, desde que satisfaçam as seguintes condições: - Nascimento com vida; Pag 104 de 461 Páginas

105 - O não exercício de actividade laboral. - Subsídio de funeral A atribuição do Subsídio de Funeral depende, cumulativamente, de: O requerente apresentar prova de ter efectuado as respectivas despesas; O cidadão falecido não estar enquadrado em regime obrigatório de protecção social, em função do qual confira direito a subsídio por morte, salvo se este for inferior a 50% do valor mínimo estabelecido no âmbito do regime geral de segurança social do subsistema previdencial. Se a morte tiver resultado de acto de terceiro pelo qual seja devida indemnização por despesa de funeral, a instituição ou serviço que tenha atribuído a prestação tem direito a ser reembolsado do respectivo valor. 5. Como se determina o montante das prestações? - Abono de família para crianças e jovens É determinado em função do nível de rendimentos de referência do agregado familiar em que se insere o titular do direito à prestação e da respectiva idade, agrupados em seis escalões indexados ao valor da remuneração mínima mensal garantida à generalidade dos trabalhadores, em vigor à data a que se reportam os rendimentos apurados. O valor anual da remuneração mínima integra os montantes dos subsídios de férias e de natal (14 meses). Nos primeiros 12 meses de vida, o montante do abono de família para crianças e jovens é majorado. - Subsídio de funeral Montante fixo. Os montantes das prestações são estabelecidos em Portaria e actualizados periodicamente, tendo em consideração os meios financeiros disponíveis e a variação previsível do índice de preços no consumidor (IPC), sem habitação. 6. Qual o prazo para requerer as prestações? 6 meses a partir do mês seguinte àquele em que ocorreu o facto determinante da sua concessão. 7. Abono de família pré-natal É uma prestação atribuída mensalmente às mulheres grávidas a partir da 13.ª semana de gestação e corresponde ao valor do abono de família para crianças e jovens no primeiro ano de vida, variando consoante o escalão de rendimentos de referência do agregado familiar. Pag 105 de 461 Páginas

106 O rendimento de referência resulta da soma do total de rendimentos de cada elemento do agregado familiar a dividir pelo número de crianças e jovens desse agregado, a receber abono de família, mais os nascituros, acrescido de um. 8. Bolsa de estudos para jovens O Decreto-Lei n.º 201/2009 de 28 de Agosto que altera o Decreto-Lei nº245/2008, de 18DEZ, introduz o conceito de bolsa de estudos. a. O que é a bolsa de estudos? É uma prestação mensal de concessão contínua, que visa combater o abandono escolar e compensar os encargos acrescidos com a frequência obrigatória do nível secundário ou equivalente. b. Quais os alunos que têm direito à bolsa de estudos? Os alunos que ingressem no ensino secundário ou em nível de escolaridade equivalente e que reúnam cumulativamente as seguintes condições: - Estarem inseridos em agregados familiares com rendimentos correspondentes ao 1.º e 2.º escalão do abono de família para crianças e jovens; - Estarem matriculados e a frequentar o 10.º, 11.º ou 12.º ano de escolaridade ou equivalente; - Terem idade inferior a 18 anos. c. Qual o período de concessão? No mês em que se inicia o ano escolar ou no início do mês seguinte àquele em que ocorra o facto determinante da sua concessão se este for posterior, até á conclusão do nível secundário ou equivalente, desde que se mantenham as condições de atribuição. d. Qual o montante? É igual a duas vezes o valor do abono de família para crianças e jovens. 9. Prestações por deficiência e dependência Mantém-se em vigor o regime de protecção previsto no Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de Maio, no que diz respeito às prestações a seguir indicadas: - Bonificação por deficiência; - Subsídio mensal vitalício; - Subsídio de assistência por 3.ª pessoa. a. Bonificação por deficiência Ao abono de família é acrescida uma bonificação, no caso de crianças e jovens, portadores de deficiência, com idade inferior a 24 anos. A prova de deficiência é renovada anualmente excepto quando, pelas suas características de amplitude e gravidade, a deficiência seja considerada permanente. É acumulável com o abono de família e com o subsídio de assistência por 3.ª pessoa. Não é acumulável com o subsídio mensal vitalício. Pag 106 de 461 Páginas

107 b. Subsídio mensal vitalício Atribuído aos descendentes, maiores de 24 anos, portadores de deficiência de natureza física, orgânica, sensorial, motora ou mental, que os impossibilite de assegurar a sua subsistência através do exercício de uma actividade profissional. É acumulável com o subsídio de assistência por 3.ª pessoa. Não é acumulável com o abono de família e com a bonificação por deficiência. c. Subsídio de assistência por 3ª pessoa Atribuído aos descendentes que: - Estejam a ser abonados de abono de família para crianças e jovens, com bonificação por deficiência, ou do subsídio mensal vitalício; - Dependam e tenham efectiva assistência por 3.ª pessoa de, pelo menos, 6 horas diárias, para assegurar as suas necessidades básicas. Pag 107 de 461 Páginas

108 Titulo II - Suplementos Subtítulo I Suplemento de Embarque 1. Âmbito Nos termos do Decreto-Lei n. 169/94, de 24 de Junho, os militares dos três ramos das Forças Armadas que embarquem e prestem serviço em navios da Armada têm direito a um suplemento de embarque, com a natureza de ajuda de custo. 2. Condições de atribuição O suplemento é atribuído nos termos do Artigo 2., do referido diploma não sendo acumulável com qualquer outra ajuda de custo por deslocação e pode ser pago adiantadamente até ao limite do valor correspondente a 30 dias. Subtítulo II Suplemento de Missão (Acções de cooperação e humanitárias) 1. Âmbito Os Decreto-Lei n.º 233/96, de 7 de Dezembro, Decreto-Lei n.º 238/96, de13 de Dezembro a Portaria nº 301/97 de 07 de Maio e a Portaria nº 394/2000 de 14 de Julho definem os estatutos respectivamente dos militares em missões humanitárias e de paz no estrangeiro e em acções de cooperação técnico - militar concretizadas em território estrangeiro. Ao abrigo desse estatuto os militares têm entre outros direito a um suplemento de missão, alimentação, fardamento, assistência na doença protecção social nos termos que a seguir se descrevem. 2. Suplemento de missão Além das remunerações e suplementos que normalmente lhes são atribuídos, os militares que participam em missões humanitárias e de paz e em acções de cooperação técnico - militar têm direito a um suplemento de missão, com a natureza de ajuda de custo. Sempre que o militar receber de um Estado ou organização internacional ou do Estado anfitrião qualquer abono a título ou por motivo da sua participação na missão, será o respectivo contravalor em euros descontado no suplemento de missão. A atribuição do suplemento de missão exclui o direito a perceber ajudas de custo previstas para deslocações ao e no estrangeiro. 3. Alimentação, alojamento e fardamento a. Missões humanitárias e de paz Os militares que participam em missões humanitárias e de paz têm direito a alojamento e alimentação consentâneos com a situação operacional, a assegurar pelo Pag 108 de 461 Páginas

109 Estado Português, quando não fornecidas por outro Estado ou organização internacional. Os militares têm ainda direito a uma dotação de fardamento adequada ao tipo de missão a desempenhar. O suplemento de missão a abonar aos militares das Forças Armadas que participem em missões humanitárias e de paz é actualizável em Janeiro de cada ano, de acordo com o valor percentual correspondente à revisão anual das ajudas de custo a abonar aos militares das Forças Armadas por deslocações em missão oficial ao estrangeiro e no estrangeiro. b. Acções de cooperação técnico-militar Os militares que participam em acções de cooperação técnico-militar têm direito a alojamento a assegurar pelo Estado Português ou pelo Estado onde a acção de cooperação decorre e a uma dotação de fardamento adequada às exigências da acção a desenvolver. Sempre que o militar receber do Estado anfitrião, no caso das acções de cooperação técnico-militar, ou de um Estado ou organização internacional, no caso das missões humanitárias e de paz, qualquer abono a título ou por motivo da sua participação, será o respectivo contravalor descontado neste suplemento. 4. Assistência na doença O Estado Português garante aos militares integrados nas missões humanitárias e de paz e em acções de cooperação técnico-militar, assistência médica, medicamentosa e hospitalar e ainda o acesso aos meios de diagnóstico e terapêutica que venham a revelarse necessários. O militar que, durante o período da missão, ou de acção de cooperação técnico-militar, tenha sofrido baixa por acidente ou doença mantém o direito a todos os abonos e demais prestações especificamente previstos no presente diploma até que seja evacuado para o território nacional. 5. Protecção social ao pessoal em missões humanitárias e de paz Os militares, quando no cumprimento das missões humanitárias e de paz, são abrangidos pelos regimes de pensão de reforma extraordinária ou de invalidez, pensão de preço de sangue, pensão por serviços excepcionais e relevantes, e pelo regime dos deficientes das Forças Armadas, nos termos previstos nos respectivos diplomas. Subtítulo III Suplemento de Residência 1. Âmbito Nos termos do Decreto-Lei n. 172/94, de 25 de Junho de 1994, com a redacção introduzida pelo Decreto-Lei nº 60/95 de 07 de Abril, quando o militar tiver direito a alojamento nos termos do artigo 1º. (Alojamento), sem prejuízo do disposto no artigo 9º. (Inexistência do direito a alojamento ou a suplemento de residência) e não seja possível fornecê-lo, tem aquele direito a perceber uma quantia compensatória, sob a designação de suplemento de residência. Pag 109 de 461 Páginas

110 2. Valor do Suplemento O suplemento de residência tem o valor correspondente a 17,5% da ajuda de custo por deslocações em serviço em território nacional fixada para cada posto, com as seguintes excepções: a. Não se fazendo o militar acompanhar do seu agregado familiar para o concelho do local em que foi colocado ou para localidade distanciada daquele local de menos de 30 km, (1) 15%, quando colocado nas Regiões Autónomas dos Açores ou da Madeira, ou quando, tendo residência habitual em qualquer destas regiões, for colocado no continente; (2) 12,5%, quando colocado a mais de 120 km da localidade da sua residência habitual; (3) 10%, nos restantes casos. b. Não tendo o militar agregado familiar, os valores referidos no número anterior serão reduzidos em 25%, nas situações previstas na alínea a), ou em 50%, nos restantes casos. c. No caso do militar necessitar de manter a sua residência habitual, apesar da possibilidade de alojamento por conta do Estado, tem direito a receber este suplemento nos termos referidos na alínea anterior, não usufruindo de alojamento fornecido pelo Estado, ou, usufruindo de alojamento, o correspondente a 15% ou a 25% do valor referido no ponto 2.1, nos casos de colocação no Continente ou nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. 3. Esclarecimentos O Despacho n.º 48/94, de 21SET94, do General VCEME regulamenta a aplicação do Decreto-Lei 172/94, esclarecendo os seguintes aspectos: a. Alojamento condigno A condignidade em alojamento é determinada em função da condição do militar, do posto e natureza das funções a exercer, da segurança exigível, da dimensão do agregado familiar, da disponibilidade e tipologia do parque habitacional na guarnição militar, não se podendo descurar que a privacidade do usuário resulta igualmente da satisfação das suas necessidades de salvaguardar hábitos pessoais, de manter relações familiares e sociais, com independência de horários e outros regimes próprios do serviço diário das U/E/O. Assim, as instalações que, por motivo de serviço, as U/E/O possam disponibilizar para utilização dos militares nelas colocados não são consideradas alojamentos a fornecer nos termos do Decreto-Lei n.º 172/94, de 25 de Junho. Pag 110 de 461 Páginas

111 b. Medição das distâncias (1) O termo "localidade", utilizado no diploma legal, é empregue como sinónimo de "povoação". O termo "local", constante do mesmo documento, é empregue como sinónimo de U/E/O de colocação do militar. (2) A medição de distâncias faz-se "por estrada" considerando o percurso a utilizar entre o limite municipal da localidade da residência habitual do militar e o local da sua colocação. c. Alojamento fornecido pelo Estado As Casas do Estado - conforme o Regulamento de Atribuição são afectas ao MDN e à responsabilidade do Exército - têm todas por finalidade o apoio aos militares (independentemente da situação de deslocado ou não deslocado) sendo a sua atribuição regulada por legislação própria do Ministério das Finanças, pressupondo, assim, não um direito mas um benefício resultante de concurso (entre vários candidatos, criteriosamente seleccionados). Por isso, as Casas do Estado existentes nas guarnições militares mantêm o seu regime de atribuição por concurso constituindo assim um benefício a título de apoio aos militares, candidatos por concurso (deslocados ou não deslocados da sua guarnição militar de preferência), não devendo ser consideradas alojamentos a fornecer nos termos do Decreto-Lei n.º 172/94, de 25 de Junho. d. Caducidade do direito ao suplemento de residência Nos termos do nº3 do art. 10º do D.L nº 172/94 de 25 de Junho, com a redacção introduzida pelo D.L nº 60/95 de 07 de Abril, o direito a suplemento de residência caduca decorridos cinco anos desde o dia em que o militar se apresenta para iniciar funções, mantendo-se ele colocado dentro dos limites do mesmo concelho ou em local distanciado destes limites menos de 30Km. Subtítulo IV Suplemento de Serviço Aerotransportado 1. Âmbito De acordo com o art. 2º. do Decreto-Lei n.º 180/94, de 29 de Junho, os militares com a qualificação de aerotransportado, quando no desempenho de funções no comando, unidades ou órgão do Comando das Tropas Aerotransportadas (CTA) ou da Brigada de Reacção Rápida (BRR) ou em formação para obtenção daquela qualificação, têm direito: a. Ao suplemento de serviço aerotransportado; b. A 40% de aumento na contagem do tempo de serviço para cálculo de remuneração na reserva e da pensão de reforma. O Despacho n.º 197/96, de 24OUT, do General CEME estabelece que aos militares com a qualificação de aerotransportados que integram o Destacamento de Operações Especiais e o Pelotão de Patrulhas de Longo Raio de Acção do CIOE é aplicado o regime previsto no Decreto-Lei n.º 180/94, de 29 de Junho. Pag 111 de 461 Páginas

112 2. Montante O montante mensal do suplemento de serviço aerotransportado é fixado, por decreto regulamentar, percentualmente ao 1º. escalão da remuneração base de capitão. Subtítulo V Suplemento de Condição Militar Os artigos 6º e 10º do Decreto-Lei n.º 296/2009 de 14 de Outubro regulam a atribuição aos militares do Suplemento de Condição Militar. Os militares das Forças Armadas beneficiam de suplementos remuneratórios específicos, conferidos em função das particulares condições de exigência relacionadas com o concreto desempenho e exercício de cargos e funções que impliquem, designadamente, penosidade, insalubridade, risco e desgaste, cujos regimes constam de legislação específica. Com fundamento no regime especial de prestação de trabalho, na permanente disponibilidade e nos ónus e restrições específicos da condição militar, é atribuído aos militares um suplemento, designado por suplemento de condição militar. O suplemento de condição militar é remunerado por inteiro e em prestação mensal única a todos os militares nos termos do disposto no Decreto -Lei n.º 50/2009, de 27 de Fevereiro. O suplemento de condição militar é considerado para efeitos do cálculo dos subsídios de férias e de Natal. O suplemento de condição militar é igualmente considerado para efeitos do cálculo da remuneração de reserva e pensão de reforma, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 47.º do Estatuto da Aposentação. Os valores do suplemento de condição militar são anualmente actualizados na percentagem em que o sejam os níveis da tabela remuneratória única. Subtítulo VI Suplemento por serviço nas Forças de Segurança 1. Âmbito Os oficiais das Forças Armadas em serviço nas forças de segurança têm direito a um suplemento remuneratório, em substituição do suplemento de condição militar. 2. Polícia de Segurança Pública De acordo com o Decreto-Lei nº 299/2009 de 14 de Outubro é abonado aos oficiais das Forças Armadas em serviço na PSP, um suplemento de serviço, o qual não é acumulável com qualquer suplemento atribuído em função da condição militar. a. Montante do suplemento O valor do suplemento por serviço nas forças de segurança é 20% da remuneração base auferida, acrescido do valor de 31,04 da componente fixa. Este valor será atingido de acordo com um calendário de faseamento com início em 1 de Janeiro de Pag 112 de 461 Páginas

113 b. Reflexos no subsídios de férias, natal e reforma O suplemento por serviço nas forças de segurança é considerado no cálculo dos subsídios de férias e de natal. Para efeitos de remuneração na situação de pré - aposentação e pensões de aposentação o suplemento por serviço nas forças de segurança tem características de remuneração principal. 3. Guarda Nacional Republicana De acordo com o Decreto-Lei nº 298/2009 de 14 de Outubro é abonado aos oficiais das Forças Armadas em serviço na Guarda Nacional Republicana, um suplemento de serviço, não sendo acumulável com qualquer suplemento atribuído em função da condição militar. a. Montante do suplemento O valor do suplemento por serviço nas forças de segurança é 20% da remuneração base auferida, acrescido do valor de 31,04 da componente fixa. Este valor será atingido de acordo com um calendário de faseamento com início em 1 de Janeiro de b. Reflexos no subsídios de férias, natal e reforma Para efeitos de remuneração na reserva e pensões de reforma, o suplemento por serviço nas forças de segurança tem características de remuneração principal. O suplemento por serviço nas forças de segurança é considerado no cálculo dos subsídios de férias e de Natal. Pag 113 de 461 Páginas

114 Titulo III - Subsídios Subtítulo I Subsídio de Falecimento 1. Subsídio por morte a. Âmbito De acordo com o n.º 2 do artigo 2º. do Decreto-Lei n. 223/95, de 8 de Setembro têm direito a um subsídio por morte os familiares dos magistrados judiciais e do Ministério Público, bem como do pessoal das Forças Armadas e das forças de segurança, definindo o artigo 3º. (Titularidade do direito ao subsídio por morte) do referido Decreto-Lei a quem ele é pago. b. Montante do subsídio De acordo com o artigo 7º. do mesmo Decreto (Montante do subsídio por morte) este valor corresponde a seis vezes o valor da remuneração mensal, susceptível de pagamento de quota para a Caixa Geral de Aposentações, a que funcionário ou agente tem direito à data do seu falecimento. c. Obtenção do subsídio De acordo com o artigo 9º. (Requerimento do subsídio por morte) a obtenção do subsídio é feita aos serviços onde o funcionário ou agente exercia funções, em documento próprio aí existente, devendo este requerimento ser efectuado de acordo com o artigo 10º. (Prazo para requerer o subsídio por morte) no prazo de um ano a contar da data do falecimento do funcionário ou agente. 2. Subsídio por morte, do CPFA Conforme o n.º 3 do Artigo 7º. (Disposições finais) do Regulamento do Beneficiário (Portaria n.º 762/96 de 27 de Dezembro de 1996), o IASFA assegura, nos termos do n.º 1 do Artigo 3º. do Decreto-Lei n. 284/95 de 30 de Outubro de 1995, revogado posteriormente pelo Decreto-Lei nº 215/2009 de 4 de Setembro, àqueles que à data da entrada em vigor da Portaria 762/96 sejam subscritores do subsídio por morte, concedido por aquele Cofre, o pagamento do subsídio pecuniário único, previsto no DL 42945, de 26 de Abril de 1960, no valor por eles subscrito, assim como os acréscimos àquele subsídio a que houver lugar. 3. Subsídio por morte, de luto e funeral, do CPFAE Ver Titulo I Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado (C.P.F.A.E.) Subtítulo II Subsídio de Férias Os artigos 23º e seguintes da Secção II do Capítulo IV do Decreto-Lei n.º 296/2009 de 14 de Outubro regulam a atribuição aos militares do subsídio de férias, 14º mês e férias em caso de interrupção ou cessação de funções, de que se destaca que: Pag 114 de 461 Páginas

115 1. Aos militares na efectividade de serviço ou em qualquer outra situação que confira direito a remuneração é atribuído, em cada ano civil, um subsídio de férias, abonado por inteiro no mês de Junho, desde que até ao dia 1 daquele mês tenham completado um ano de serviço efectivo; 2. Os militares referidos no número anterior que completem o primeiro ano de serviço efectivo entre 1 de Junho e 31 de Dezembro são abonados do subsídio de férias no mês seguinte àquele em que perfaçam esse tempo de serviço; 3. O subsídio de férias é de montante igual à remuneração base a que os militares tenham direito no dia 1 de Junho ou, nos casos previstos no número anterior, no dia 1 do mês em que completem um ano de serviço efectivo, acrescido dos suplementos que a lei preveja como integrantes do respectivo cálculo; 4. Os militares na situação de reserva, fora de efectividade de serviço, na reforma ou desligados do serviço a aguardar conclusão do processo de reforma, com excepção dos que no ano da passagem a qualquer das situações referidas tenham recebido subsídio de férias, têm direito a receber, em cada ano civil, um 14.º mês, abonado em Julho, de montante igual à remuneração ou pensão correspondente a esse mês; 5. O abono do 14.º mês compete à CGA ou à segurança social se o militar se encontrar na situação de reforma ou à entidade de que dependa o militar se este se encontrar na situação de reserva, fora da efectividade de serviço ou desligado do serviço aguardando conclusão do processo de reforma; 6. Os militares abatidos aos QP nos termos do EMFAR, bem como os militares em RC ou RV que passem à reserva de disponibilidade, têm direito a receber, cumulativamente com a última remuneração devida, a remuneração correspondente a dois dias e meio por cada mês completo de serviço efectivo prestado nesse ano e o subsídio de férias proporcional. O Decreto-Lei n.º 496/80, de 20 de Outubro de 1980 regulamenta a atribuição deste subsídio ao funcionalismo público. Subtítulo III Subsídio de Natal Os artigos 18º e seguintes da Secção I do Capítulo IV do Decreto-Lei n.º 296/2009 de 14 de Outubro regulam a atribuição do subsídio de Natal aos militares, de que se destaca que: 1. Os militares na efectividade serviço ou em qualquer situação que confira direito a remuneração têm direito a receber, em cada ano civil, um subsídio de Natal, abonado em Novembro, de montante igual ao da remuneração base que lhe seja devida no dia 1 do referido mês, acrescido dos suplementos que a lei preveja como integrantes do respectivo cálculo; 2. Os militares, no primeiro ano civil em que prestem serviço efectivo, têm direito a receber um subsídio de Natal de montante correspondente a tantos duodécimos quantos os meses completos de serviço que vierem a perfazer até 31 de Dezembro, contando -se, para o efeito, os meses de calendário. O Decreto-Lei n.º 496/80, de 20 de Outubro de 1980, nos seus artigos 2º., 4º., 5º., 6º., 7º., 8º. e 9º., regulamenta a atribuição deste subsídio ao funcionalismo público. Pag 115 de 461 Páginas

116 Subtítulo IV Subsídio de Viagem e Marcha 1. Introdução O Decreto-Lei n.º , 24NOV42 definiu o seguinte: Artigo 2º. - Em casos especiais e quando não for possível ou conveniente utilizar os transportes colectivos, pode ser autorizado o abono das despesas de transporte efectivamente realizadas, dentro dos limites e condições que forem fixados por despacho ministerial. A autorização a que se refere este artigo será dada, quanto aos serviços centrais, pelos directores gerais ou funcionários de categoria correspondente, e pelos directores de serviços, quanto aos serviços externos. Para os efeitos do pagamento dos abonos autorizados, os funcionários apresentarão, devidamente documentadas, as despesas de transporte que hajam feito. 2. Âmbito Os militares das forças armadas têm direito de acordo com o Decreto-Lei n.º 430/86, de 30 de Dezembro aprova o Regulamento da Administração dos Transportes das Forças Armadas em Tempo de Paz (RETAFA) a transporte para si e para a sua família em determinadas condições nele definidas, tendo o Despacho n.º 15/MDN/88, 09MAR e o Despacho 19/MDN/89 de 09MAR definido os termos e condições em que poderá ser autorizada a utilização de automóvel próprio nas deslocações de serviço, no âmbito das Forças Armadas, e o Despacho n.º 13AGO91, do CEME delegado a competência para autorizar a utilização de automóvel próprio nas deslocações em serviço de pessoal do Exército. 3. Benefícios ao abrigo do RETAFA a. Sempre que em serviço (Artigo 13º.) o militar tem direito a transporte por conta do Exército sendo que em casos especiais, é autorizada a utilização de automóvel próprio nas deslocações de serviço, tal como definido no Despacho n.º 15/MDN/88, 09MAR recebendo-se como contrapartida um abono proporcional aos km percorridos; b. Têm também direito a transporte os militares em cursos no estrangeiro, nas condições definidas no Artigo 15º.; c. Os militares têm direito ao transporte de familiares nas condições definidas no Artigo 16º.; d. Os militares têm direito ao transporte de bagagem e mobília, de acordo com o Artigo 22º.; e. Por despacho de 23 de Novembro de 2009 do Exmo. TGEN QMG o RETAFA é aplicável às deslocações dos militares, mesmo que tais tenham resultado da sua própria iniciativa, pelo que, têm direito a que os encargos relativos ao respectivo transporte sejam suportados pela Fazenda Nacional. Pag 116 de 461 Páginas

117 Subtítulo V Subsídio de Desemprego O Decreto-Lei nº 220/2006, de 3 de Novembro, estabelece, no âmbito do subsistema previdencial, o quadro legal da reparação da eventualidade de desemprego dos trabalhadores por conta de outrem, através de medidas passivas e activas, podendo, ainda, incluir medidas excepcionais e transitórias nos termos previstos em legislação própria. Constituem medidas passivas: - A atribuição de subsídio de desemprego; - A atribuição de subsídio social de desemprego inicial ou subsequente ao subsídio de desemprego. Constituem medidas activas: - O pagamento, por uma só vez, do montante global das prestações de desemprego com vista à criação do próprio emprego; - A possibilidade de acumular subsídio de desemprego parcial com trabalho a tempo parcial; - A suspensão total ou parcial das prestações de desemprego durante a frequência de curso de formação profissional com atribuição de compensação remuneratória; - A manutenção das prestações de desemprego durante o período de exercício de actividade ocupacional; - Outras medidas de política activa de emprego não mencionadas nas alíneas anteriores desde que promovam a melhoria dos níveis de empregabilidade e a reinserção no mercado de trabalho de beneficiários das prestações de desemprego em termos a definir por legislação própria. O montante diário do subsídio de desemprego é igual a 65% da remuneração de referência e calculado na base de 30 dias por mês. A remuneração de referência corresponde à remuneração média diária definida por R/360, em que R representa o total das remunerações registadas nos primeiros 12 meses civis que precedem o 2.o mês anterior ao da data do desemprego. A Lei nº 5/2010, de 5 de Maio, estabelece um regime transitório e excepcional de apoio aos desempregados com filhos a cargo e procede a alteração ao Decreto -Lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro. Este regime, que vigora até 31 de Dezembro de 2010, consiste numa majoração do montante do subsídio de desemprego. Assim, o montante diário do subsídio de desemprego previsto no n.º 1 do artigo 28.º e os limites ao montante do subsídio de desemprego previstos no n.º 1 do artigo 29.º do Decreto -Lei n.º 220/2006, de 3 de Novembro, são majorados em 10 % nas situações seguintes: - Quando no mesmo agregado familiar ambos os cônjuges ou pessoas que vivam em união de facto sejam titulares do subsídio de desemprego e tenham filhos ou equiparados a cargo. Esta majoração é de 10 % para cada um dos titulares; - Quando no agregado monoparental o parente único seja titular do subsídio de desemprego e não aufira pensão de alimentos decretada ou homologada pelo tribunal. Pag 117 de 461 Páginas

118 PARTE VI INSTITUIÇÕES DE APOIO Titulo I Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado (C.P.F.A.E.) (Decreto-Lei n.º 465/76 de 11 de Junho, alterado pelos Decretos-Lei n.º 325/78 de 9/11, 236/79 de 25/7, 519-N/79 de 28/12, 54/81 de 27/00) Versão completa e actualizada dos Estatutos do Cofre, conforme anúncio nº 5742, de 26 de Julho, publicado no DR II Série nº 164 de 27 de Agosto de 2007 Alteração dos Estatutos do Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado, aprovada em Assembleia Geral extraordinária de 29 de Junho de 2007, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 3º. do Decreto-Lei n.º 236/79, de 25 de Julho, em: Atendimento Público e Tesouraria Horário: 9H00 às 16H00 Rua dos Sapateiros, Nº Lisboa Tel: Fax: geral@cofreprevidencia.pt - Sede Rua do Arsenal, Letra F - Apartado 2500, Lisboa - Centros de Lazer Quinta de Santa Iria Tel: Fax: Estrada Nacional 18/3, S/N (Estrada de Caria) Teixoso Vau Tel: Fax: Av. João Paulo II, lote 16 Encosta do Vau Portimão - Lares Loures Tel: Fax: Vila Fernando Tel: Fax cofre.lar@mail.telepac.pt cofre.larvf@sapo.pt Pag 118 de 461 Páginas

119 Titulo II Cofre de Previdência das Forças Armadas (C.P.F.A.) Pelo artigo 1º. do n.º 2 do Decreto-Lei nº 284/95 de 30 de Outubro de 1995, revogado em 2009, o Cofre de Previdência das Forças Armadas (CPFA) foi integrado no IASFA, tendo sido revogada grande parte das disposições do seu Estatuto (DL 42945, de 26 de Abril de 1910), com efeitos a partir do final de 1996 em que foi publicado o Regulamento de Beneficiário do IASFA (Portaria nº 762/96 de 27 de Dezembro). Conforme o n.º 3 do Artigo 7º. (Disposições finais) do Regulamento do Beneficiário já referido, o IASFA assegura, nos termos do n.º 1 do Artigo 3º. do DL 284/95, de 30 de Outubro, àqueles que à data da entrada em vigor da Portaria 762/96 sejam subscritores do subsídio por morte, concedido por aquele Cofre, o pagamento do subsídio pecuniário único, previsto no DL 42945, de 26 de Abril de 1960, no valor por eles subscrito, assim como os acréscimos àquele subsídio a que houver lugar. O Decreto-Lei nº 284/95, de 30 de Outubro, integrou o CPFA no IASFA e transferiu para este as suas atribuições e competências, incluindo o património e a titularidade de direitos e obrigações em quaisquer contratos ou outras situações jurídicas, ficando assim o Instituto a coordenar e liquidar os subsídios por morte, legados pelos subscritores. Assim, existe um volume remanescente de Seguros de Vida nos termos da portaria nº 788/84, de 9 de Outubro, que tem por finalidade assegurar a amortização de hipotecas contraídas para aquisição ou construção de habitação própria ou permanente e a continuação de estudos dos filhos, em caso de falecimento dos subscritores: - Na modalidade renda certa amortizações, é fixado um valor de renda anual, pagável quando o Beneficiário o desejar em prestações mensais, ou de uma só vez, na forma do seu valor actual, à taxa de juro considerada; - Na modalidade seguro de vida temporário de capital decrescente, o capital seguro decrescerá uniformemente todos os anos ou semestres durante o prazo do contrato até à sua anulação, que deverá coincidir com o final do mesmo prazo. Pag 119 de 461 Páginas

120 Titulo III Instituto de Acção Social das Forças Armadas 1. Introdução Com a publicação do Decreto-Lei n.º 215/2009 de 4 de Setembro, entrou em vigor o novo Estatuto do Instituto de Acção Social das Forças Armadas. Neste, desenha-se o seu campo de actuação, por referência aos mais relevantes domínios de assistência na doença aos militares e de intervenção social complementar, permitindo uma actuação múltipla de apoio aos militares e aos seus familiares a concretizar nas áreas em que, a cada momento, se revelarem maiores carências. 2. Áreas de intervenção Os domínios da intervenção do IASFA concretizam-se em várias áreas de actuação que resumidamente se indicam: a. Apoio a dependentes e a deficientes b. Apoio a idosos c. Assistência financeira d. Assistência no lazer e. Assistência habitacional f. Apoio às crianças e jovens g. Alojamento temporário e alimentação h. Actividades culturais e recreativas i. Assistência na doença aos militares. As especificações de cada uma destas áreas podem ser consultadas em Pag 120 de 461 Páginas

121 Titulo IV Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros O Pessoal Civil das Forças Armadas, nos termos do Decreto Regulamentar n.º 5/86 de 28 de Fevereiro de 1986, é abrangido pelos Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros. A inscrição pode ser feita a todo o tempo, após a qual são considerados beneficiários. Endereço: Rua da Escola do Exército, Lisboa Tel: (+351) Fax: (+351) sspcm@sspcm.gov.pt Na internet: Missão: A missão dos SSPCM compreende um conjunto de esquemas de acção social não abrangidos pelo regime geral de protecção social destinados aos funcionários e agentes da Presidência do Conselho de Ministros e serviços dela dependentes, bem como de todos os outros Ministérios que não possuem serviços sociais próprios. Entidade tutelada por: Ministro da Presidência Pag 121 de 461 Páginas

122 Titulo V INATEL 1. Objectivos A Fundação INATEL tem como fins principais a promoção das melhores condições para a ocupação dos tempos livres e do lazer dos trabalhadores, no activo e reformados, desenvolvendo e valorizando o turismo social, a criação e fruição cultural, a actividade física e desportiva, a inclusão e a solidariedade social. 2. Âmbito de acção e sede a. Desenvolve uma vasta gama de actividades de carácter cultural, desportivo, recreativo e social. No âmbito da Cultura, através da rede de agências por todo o país, a INATEL oferece uma vasta actividade cultural aos seus associados como é exemplo a formação cultural dada a dirigentes associativos, executantes artísticos e para todos através das Escolas do Lazer. São levados a efeito diferentes concursos de criatividade artística; apoiados os CCD dinamizando e divulgando as suas iniciativas culturais; organizados Planos de Apoio Nacionais para as vertentes de Etnografia, Música e Teatro amadores e editada dramaturgia portuguesa contemporânea. São ainda produzidos e apoiados espectáculos quer de raiz rural ou urbana, um pouco por todo o país. No âmbito do Desporto, apoiando-se numa ampla rede de instalações e em colaborações estratégicas com diversas entidades, a INATEL oferece um leque variado de actividades de lazer, integradas em quatro programas específicos, que abrangem diversas modalidades, a nível nacional: actividades regulares, individuais e colectivas, com calendário competitivo (Provas Regulamentares); actividades regulares, de manutenção física, orientadas por profissionais qualificados, em classes semanais (Actividades Básicas); actividades pontuais, abertas à generalidade da população, organizadas em estreita colaboração com as associações locais (Desporto para Todos); e actividades pontuais, igualmente abertas a todos, organizadas em contextos naturais, associadas aos conceitos de Natureza e Aventura. b. Tem ainda um papel relevante na edição de publicações temáticas nas diferentes áreas, apoiando, pontualmente, organizações ou indivíduos que apresentem trabalhos de interesse. c. Distribui aos sócios, a título gratuito, a revista mensal Tempo Livre onde, entre outros assuntos de interesse, se dá conta das diversas actividades que o instituto desenvolve. d. Com sede em Lisboa, o INATEL tem vinte e uma Delegações/Subdelegações, treze Centros de Férias, três Parques de Campismo, dois Parques de Jogos e um Teatro (Teatro da Trindade). e. Os serviços do INATEL podem ser utilizados pelos sócios ou equiparados a sócios, qualidade que se adquire por inscrição. Os equiparados a sócios (jovens, deficientes, Pag 122 de 461 Páginas

123 beneficiários de pensão de sobrevivência ou de pensão social), pagam uma quantia anual reduzida em 50%. 3. Admissão de sócios a. No acto de inscrição deve apresentar o Bilhete de Identidade, Cartão da Segurança Social, ADSE, ADME, Sindicato ou outro documento que comprove a qualidade de trabalhador por conta de outrem ou por conta própria. b. O acesso aos serviços e instalações do INATEL é feito por intermédio do cartão de sócio. c. A sede do INATEL situa-se na Calçada de Santana, Lisboa Tel.: Fax: inatel@inatel.pt Existe uma loja INATEL nas Arcadas do Palácio da Independência R. das Portas de Santo Antão nº 2 / 2A Lisboa Tel: Pag 123 de 461 Páginas

124 1. Objectivos Titulo VI Liga dos Combatentes (Portaria n.º 119/99 de 10 de Fevereiro de 1999 aprova o Estatuto da LC) Constituem objectivos da Liga dos Combatentes, entre outros: a. Promover a exaltação do amor à Pátria e a divulgação, especial entre os jovens, do significado dos símbolos nacionais, bem como a defesa intransigente dos valores morais e históricos de Portugal; b. Promover o prestígio de Portugal, designadamente através de acções de intercâmbio com associações congéneres estrangeiras; c. Promover a protecção e auxílio mútuo e a defesa dos legítimos interesses espirituais, morais e materiais dos sócios; d. Cooperar com os órgãos de soberania e da Administração Pública com vista à realização dos seus objectivos, nomeadamente no que respeita à adopção de medidas de assistência a situações de carência económica dos associados e de recompensa daqueles a quem a Pátria deva distinguir por actos ou feitos relevantes praticados ao seu serviço; e. Criar, manter e desenvolver departamentos ou estabelecimentos de ensino, cultura, trabalho e solidariedade social em benefício geral do País e directo dos seus associados. À LIGA DOS COMBATENTES está vedado o exercício ou participação em actividades de carácter político, partidário, sindical ou ideológico. 2. Âmbito de acção e sede a. A Liga dos Combatentes exerce a sua actividade através dos seus órgãos centrais e núcleos. b. A Sede da Liga dos Combatentes tem os seguintes endereços: Rua João Pereira da Rosa, Lisboa Telefones: /6 Fax: geral@ligacombatentes.org.pt e dispõe de núcleos em Portugal e no estrangeiro cujos endereços e outras informações relevantes podem ser consultados em: 3. Admissão de sócios A Liga dos Combatentes admite como sócios todas as pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras que se disponham a servi-la, à excepção dos indivíduos que hajam sido condenados pela prática de crime com dolo e os que não possuam reconhecidas qualidades morais e cívicas. Pag 124 de 461 Páginas

125 4. Direitos e deveres dos sócios Os direitos e deveres dos sócios serão regulados pelo regulamento geral de funcionamento da Liga dos Combatentes. Os programas e parcerias de apoio aos sócios estão disponíveis no sítio da Internet referido em 2. b.. Pag 125 de 461 Páginas

126 Titulo VII Montepio Geral O Montepio Geral estabeleceu um acordo de cooperação na prestação de serviços de saúde com a Associação de Socorros Mútuos de Empregados no Comércio de Lisboa, legalmente constituída em Trata-se de uma instituição de previdência da 3ª das categorias definidas na lei n.º 2115 de 18 de Junho de 1962, de capital indeterminado, duração indefinida e número ilimitado de sócios, que se rege pelos diplomas legais aplicáveis em substituição dos aprovados em alvará de 10 de Novembro de Fins do Montepio Geral a. Pensões de Sobrevivência e Dotes b. Capitais de Previdência c. Pensões de Reforma d. Subsídios por morte e. Facilidades e garantias para resolução do problema habitacional dos sócios. 2. Meios do Montepio Geral, para auxiliar a realização dos seus fins a. Dispõe de uma caixa económica anexa, com personalidade jurídica e estatutos próprios, denominada Caixa Económica Montepio Geral; b. Pode criar outros estabelecimentos dele dependentes; c. Pode constituir rendas vitalícias. 3. Condições de Admissão: a. Podem ser sócios os indivíduos de ambos os sexos que, na data da aceitação da proposta, não tenham menos de 16 anos de idade, nem completado 60 anos, e satisfaçam as demais condições estabelecidas pelos Estatutos. b. Os estrangeiros devem ter, na data da entrada da proposta, pelo menos, 6 meses de domicílio em Portugal. c. O candidato a sócio deve: (1) Ser proposto por um sócio; (2) Responder ao questionário regulamentar; (3) Provar a sua identidade, idade, e apresentar os demais documentos que lhe forem exigidos, nos termos do Regulamento em vigor; (4) Estabelecer a Pensão de Sobrevivência e Dotes ou o Capital de Previdência. Pag 126 de 461 Páginas

127 d. A admissão depende de prévia inspecção dos candidatos a efectuar por médicos do Montepio na Sede, Filiais ou Agências e, nas outras localidades do Continente Europeu, Ilhas Adjacentes e Províncias Ultramarinas, pelas autoridades sanitárias do local da sua residência permanente, salvo se a Direcção designar outros médicos. e. Ao candidato rejeitado na Inspecção é facultado solicitar um segundo exame, o qual será feito por uma junta de três médicos, constituída conforme o estabelecido no Regulamento. f. Se efectivamente não puder ser admitido não fica inibido de voltar a ser proposto, mas as respectivas propostas terão de distanciar-se pelo menos, 3 anos e a inspecção terá de ser sempre feita por junta médica. g. A direcção pode excepcionalmente suspender, até à celebração da primeira assembleia geral, a aceitação de propostas para admissão de sócios, aumentos de capital ou subscrição noutras modalidades, devendo em tal caso, notificar o conselho fiscal e a mesa da assembleia geral dos motivos da decisão - decreto-lei n.º660 de 3 de Agosto de h. Se a proposta estiver devidamente preenchida o candidato será admitido pelo Montepio e a sua admissão, será para todos os efeitos, referida ao primeiro dia do mês da aceitação da proposta. 4. Obrigações dos Sócios a. Pagar a jóia, quotas, indemnização e multas b. Exercer gratuitamente os cargos ou as comissões para que forem eleitos ou nomeados c. Comunicar à Direcção a mudança de residência 5. Contactos Associação de Socorros Mútuos de Empregados no Comércio de Lisboa Instituição Particular de Solidariedade Social Largo de São Cristóvão, Lisboa Telefones - Geral , Serviço de Consultas Montepio Geral Rua Áurea, 219 a 241 Lisboa Pag 127 de 461 Páginas

128 1. Objectivos Titulo VIII Cruz Vermelha Portuguesa A Cruz Vermelha Portuguesa, instituição humanitária, não governamental e de utilidade pública, desenvolve a sua missão em obediência aos Princípios Fundamentais da Cruz Vermelha, adoptados por unanimidade na XXª Conferência Internacional da Cruz Vermelha de Age em conformidade com as normas do Direito Internacional Humanitário, tendentes a garantir o respeito pela dignidade da pessoa humana, a favorecer a paz, a minimizar os efeitos negativos dos conflitos e a proteger a vida e a saúde. 2. Âmbito de acção e sede a. A CVP exerce a sua actividade em todo o território nacional, e fora deste, no quadro da acção do Movimento Internacional da Cruz Vermelha, bem como em qualquer local onde a sua participação seja relevante para a prevenção e reparação do sofrimento humano. b. A CVP, através do Gabinete de Pesquisas e Localização, aceita a procura e pesquisa de pessoas desaparecidas por motivo de catástrofe ou desmembramento do agregado familiar, dentro de um panorama humanitário. c. Desenvolve, assim, actividades no âmbito da acção social, saúde, socorrismo, formação, pesquisa e localização e teleassistência, que podem ser consultadas em: d. Sede nacional em: Jardim 9 de Abril, 1 a Lisboa Telefone Fax sede@cruzvermelha.org.pt 3. Admissão de sócios Podem ser sócios da CVP todas as pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que se obriguem a aceitar os princípios fundamentais que regem a instituição e se proponham a servi-la, contribuindo com o seu patrocínio, actividade ou apoio monetário para a prossecução dos seus objectivos. Pag 128 de 461 Páginas

129 PARTE VII ESTATUTOS E REGULAMENTOS Regulamento para financiamento à aquisição, construção ou beneficiação de habitação própria, aos participantes do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas Portaria 749/91 de 5AGO, alterada pela Portaria 1338/95 de 11 NOV CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1. Fins dos empréstimos Os empréstimos, objecto do presente regulamento, visam proporcionar aos participantes do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas a possibilidade de: a) Aquisição de habitação já construída; b) Construção de habitação em terreno próprio; c) Beneficiação de habitação própria. Artigo 2. Novos empréstimos 1. Após ter obtido um primeiro empréstimo para construção ou aquisição de habitação própria nos termos do presente regulamento, o mesmo participante pode solicitar, sucessivamente, novos empréstimos, quando se verifique que tem necessidade de adquirir ou construir nova habitação, ou beneficiar a habitação própria, em virtude de a habitação construída ou adquirida com empréstimo anterior se ter tornado inadequada por motivo de aumento do agregado familiar, saúde, transferência de local de trabalho ou qualquer outro superveniente, que se considere justificativo de novo pedido. 2. Verificada a situação referida no número anterior, torna-se imediatamente exigível a parte do primeiro empréstimo ainda em dívida, cabendo à entidade gestora do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas definir, perante cada situação concreta, as condições a que deverá obedecer a concessão de novo empréstimo e a liquidação do anterior. Artigo 3. Requisitos relativos ao requerente Podem solicitar a concessão de empréstimos os militares dos quadros permanentes em relação aos quais se verifiquem cumulativamente as seguintes condições: a) Serem participantes do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas; b) Não possuírem habitação em seu nome ou do cônjuge não separado judicialmente de pessoas e bens, excepto se, possuindo-a, não for a mais adequada ao alojamento do respectivo agregado familiar ou não estiver situada a uma distância inferior a 30 Km do local de trabalho, quando se trate de concessão de crédito para aquisição ou construção de habitação própria Artigo 4. Candidatura A candidatura à concessão de empréstimo será formalizada pelo interessado em impresso próprio, e remetida por correio registado à entidade gestora do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas, não sendo aceites quaisquer outros processos de entrega. Artigo 5. Limites gerais do valor do empréstimo 1. O limite máximo do empréstimo a conceder é: a) Quando de trate de aquisição ou construção de habitação própria, igual ao produto do valor correspondente ao índice 100 da grelha salarial estabelecida pelo Decreto-Lei n 57/90, de 14 de Fevereiro, pelo factor 276, não podendo o custo da habitação ser superior ao produto do valor correspondente ao índice 100 daquela grelha salarial pelo factor 414. Pag 129 de 461 Páginas

130 b) Quando se trate de beneficiação de habitação própria, igual ao produto correspondente ao índice 100 da grelha salarial estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 57/90, de 14 de Fevereiro, pelo factor O valor máximo do empréstimo será também definido pelas seguintes percentagens sobre o valor total da habitação em função do custo por metro quadrado, ponderado pelo índice 100 da grelha salarial: Até 1,7 vezes o índice %; De 1,7 a 2,0 vezes o índice %; Mais de 2,0 o índice %. Artigo 6. Limites em função do rendimento do agregado familiar 1. O empréstimo não poderá exceder um valor que determine um encargo mensal superior a um terço dos rendimentos brutos do agregado familiar do beneficiário do crédito, no caso de aquisição ou construção de habitação própria, ou de um 1/12 dos rendimentos brutos do agregado familiar do beneficiário do crédito, no caso de beneficiação. 2. Para efeitos do presente regulamento, considerase: a) Agregado familiar: o participante, o cônjuge e os respectivos ascendentes, descendentes e filhos adoptivos que coabitam a título permanente e na sua dependência económica; b) Rendimento do agregado familiar: a soma de todos os rendimentos não eventuais dos seus componentes. Artigo 7. Confirmação das declarações A entidade gestora do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas reserva-se o direito de, sempre que o entender conveniente, efectuar as diligências necessárias para a confirmação de todas as declarações prestadas, bem como da aplicação do produto dos empréstimos. Artigo 8. Regras de preferência 1. As regras de preferência a aplicar a todos os requerentes, para determinação da escala nominal dos interessados, serão as constantes do Anexo A. 2. A entidade gestora do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas organizará uma lista ordenada de todos os participantes que se candidatarem à aplicação de cada dotação anual, com validade apenas até à integral utilização daquela verba. Artigo 9. Prazos de amortização 1. O prazo máximo dos empréstimos para aquisição ou construção de habitação própria será de 25 anos. 2. O prazo máximo dos empréstimos para beneficiação de habitação própria será de 10 anos. 3. Os prazos definidos nos números anteriores devem estar liquidados até o beneficiário do crédito perfazer 70 anos. Artigo 10. Prazo de utilização em caso de construção ou de beneficiação de habitação própria 1. A utilização total do empréstimo em caso de construção deverá ser feita no prazo máximo de dois anos após a outorga do respectivo contrato e em prestações que não poderão exceder o número de seis. 2. A utilização total do empréstimo em caso de beneficiação de habitação própria deverá ser feita no prazo máximo de seis meses após a outorga do respectivo contrato e em prestações que não poderão exceder o número de duas. 3. A entrega ao beneficiário do crédito das prestações do empréstimo será obrigatoriamente precedida de avaliação ou medição de obra que a justifique. Artigo 11. Pagamento do empréstimo 1. A amortização do empréstimo e o pagamento dos juros e demais encargos serão feitos em prestações mensais, sempre iguais, vencendo-se a primeira amortização no mês subsequente ao da utilização total do empréstimo. 2. As prestações referidas no número anterior serão debitadas nas contas de depósito dos beneficiários. 3. O beneficiário do crédito constitui ou indica uma conta de depósito à ordem na Caixa Geral de Pag 130 de 461 Páginas

131 Depósitos ou noutra instituição bancária a designar pela entidade gestora, na qual se fazem todos os movimentos relativos ao empréstimo concedido, e declara expressamente, quando da outorga do empréstimo, autorizar a Caixa Geral de Depósitos ou a instituição bancária anteriormente designada a debitar ou descontar as prestações relativas aos juros e reembolso do empréstimo. 4. Quando a utilização do empréstimo se efectuar em prestações, nos termos do artigo 10º. a cobrança dos juros das prestações utilizadas será feita periodicamente por débito na conta de depósito à ordem do beneficiário do crédito. Artigo 12. Pagamento antecipado 1. O beneficiário do crédito poderá antecipar o reembolso do empréstimo, no todo ou em parte, devendo prevenir a entidade gestora do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas 30 dias antes daquele em que pretende usar dessa faculdade de tal facto. 2. As habitações adquiridas, construídas ou beneficiadas com empréstimos concedidos nos termos do presente regulamento só poderão ser alienadas na condição de liquidação imediata do empréstimo. Artigo 13. Hipoteca Os empréstimos serão garantidos pela primeira hipoteca da habitação, constituída a favor do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas. Artigo 14. Seguros 1. O beneficiário do crédito constituirá um seguro que garanta, em caso de morte ou invalidez permanente, a liquidação total da dívida, na data do evento, a favor do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas. 2. O beneficiário do crédito constitui igualmente um seguro contra os riscos de incêndio, sismos e desastres naturais da habitação, por montante mínimo igual ao valor da construção, ficando o Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas, em caso de sinistro, com o direito de receber directamente da companhia seguradora a importância do seguro até ao valor do empréstimo em dívida. 3. As cláusulas dos seguros previstos nos números anteriores, depois de aprovadas pela instituição financeira gestora do empréstimo designada de acordo com o n.º 3 do artº. 11, não poderão ser alteradas sem a sua prévia autorização. 4.0 beneficiário do crédito comunicará à instituição financeira gestora do empréstimo, a prova de pagamento dos prémios dos seguros enunciados neste artigo, havendo lugar à rescisão do contrato de financiamento se tal prova não for efectuada. Artigo 15. Obrigação de habitar 1. Os beneficiários ficam obrigados a proceder à ocupação efectiva do imóvel no prazo de 180 dias da data da escritura de aquisição ou, nos casos de construção, em idêntico prazo da data de obtenção de licença de habitação ou documento equivalente exigido por lei, sob pena de imediato vencimento do empréstimo em dívida. 2. Quando se trate de crédito à beneficiação de habitação própria que tenha implicado o abandono da habitação, o beneficiário é obrigado a reocupar efectivamente o imóvel no prazo de 60 dias a partir da conclusão da obra, devendo disso informar a entidade gestora do crédito, sob pena de imediato vencimento do empréstimo em dívida. 3. Qualquer que seja a modalidade do crédito, se o imóvel deixar de se destinar à habitação permanente do próprio beneficiário do crédito e ou do seu agregado familiar, o empréstimo vence-se logo que tal facto esteja constatado. 4. O disposto nos números anteriores não é aplicável aos casos de inadequação da habitação ao respectivo agregado familiar ou de transferência do participante para localidade situada a distância superior a 30 Km da sua residência, casos em que poderá ser autorizada por escrito a cedência do uso e fruição do imóvel. Artigo 16. Não cumprimento do contrato 1. O não cumprimento das obrigações decorrentes do contrato determinará o vencimento imediato das prestações em dívida, que se consideram imediatamente exigíveis, iniciando-se a contagem de juros de mora, à taxa de juros de mora aplicada sobre as dívidas ao Estado. Pag 131 de 461 Páginas

132 2. Ficam sujeitos ao prescrito no número anterior, sem prejuízo de procedimento legal, todos os que usarem de meios fraudulentos, tendentes à obtenção de um despacho favorável ou de condições diversas daquelas que nos termos deste regulamento lhes competirem ou de desvio de fundos para outros fins. Artigo 17. Perda da qualidade de participação do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas 1. Se o beneficiário do crédito perder a qualidade de participante do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas, por passagem à situação de reforma por limite de idade ou por invalidez ou doença, será mantida a amortização mensal segundo o plano inicial. 2. Se o beneficiário do crédito perder a qualidade de participante do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas, devido a desistência ou abandono da carreira militar, o capital em dívida deve ser liquidado no prazo de 30 dias a contar da data de desistência ou de abate aos quadros, conforme os casos. CAPÍTULO II Do PROCESSO Artigo 18. Período de apresentação dos pedidos de empréstimo O período de apresentação dos pedidos de empréstimo decorre de 1 de Outubro a 30 de Novembro de cada ano, sendo apenas considerada, para efeitos de validação da candidatura, a data de registo dos correios. Artigo 19 Período de concessão dos pedidos de empréstimo O período de concessão dos pedidos de empréstimo decorre de 1 de Janeiro a 15 de Setembro de cada ano, sendo para o efeito consideradas as candidaturas apresentadas no período competente do ano anterior. Artigo 20. Validade dos pedidos de empréstimo Os pedidos de empréstimo apenas produzirão efeitos para o estabelecimento das prioridades no ano a que respeitam, entendendo-se que os pedidos não atendidos por insuficiência de dotação anual terão de ser apresentados no(s) próximo(s) concurso(s), sob pena de não serem considerados. Artigo 21. Instrução dos processos São indispensáveis para a concretização dos empréstimos os seguintes documentos: 1) Empréstimos para aquisição de moradia ou andar já construído: a) Identificação actualizada da propriedade; b) Contrato-promessa de compra e venda; c) Planta da moradia (ou andar) e do terreno; d) Caderneta predial urbana ou duplicado da participação para inscrição na matriz ou certidão de teor da repartição de finanças; e) Nota do registo provisório de transmissão do prédio a favor do participante; f) Nota do registo provisório da hipoteca a favor do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas do prédio adquirido; g) Certidão da conservatória do registo predial onde constem todos os registos em vigor, incluindo os provisórios de transmissão e de hipotecas; h) Identificação completa dos vendedores e dos credores hipotecários, se for caso disso. Quando o vendedor for uma sociedade, certidão de registo comercial donde constem as regras para obrigar a sociedade e os nomes dos seus representantes; i) Licença de habitação ou documento equivalente exigido por lei; 2) Empréstimo para construção de habitação própria: a) Identificação do terreno, se não for construção em terreno próprio; b) Certidão de teor do artigo matricial, da participação para inscrição na matriz, se ainda estiver omisso, ou caderneta predial; c) Projecto autenticado pelos serviços técnicos da câmara municipal respectiva, memória descritiva, caderno de encargos e cálculos de estabilidade; d) Declaração do construtor, com garantia bancária, assumindo compromisso de edificar de acordo com o caderno de encargos, donde conste o respectivo preço e condições de pagamento e com menção expressa da data limite para a conclusão da Obra; Pag 132 de 461 Páginas

133 e) Nota do registo provisório de hipoteca do terreno e imóvel a construir, a favor da instituição de crédito (quando em terreno próprio), ou ainda registo provisório de transmissão a favor do empregado, quando adquirir o terreno; f) Certidão da conservatória do registo predial donde constem todos os registos em vigor, incluindo os registos provisórios; g) Identificação completa dos vendedores; h) Certidão de loteamento, quando necessária. 3) Empréstimo para beneficiação de habitação própria: a) Certidão da conservatória do registo predial donde constem todos os registos em vigor, incluindo os registos provisórios; b) Orçamento e projecto autenticado pelos serviços técnicos da câmara municipal respectiva, memória descritiva, caderno de encargos e cálculos de estabilidade; c) Caderno de encargos da obra, de onde deve constar o respectivo preço e condições de pagamento, assim como menção expressa da data limite para a conclusão da obra. Artigo 22. Apreciação e fixação de montante 1. Após a recepção da documentação referida nas alíneas a) e c) do n 1), a), b), c) e d) do n 2), e no n.º 3 do artigo anterior, a entidade gestora do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas manda proceder à avaliação da habitação a adquirir ou a construir, ou da obra de beneficiação. 2. Após a recepção do relatório de avaliação, o Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas procede à fixação do montante do empréstimo a conceder, tendo em consideração a referida avaliação e os limites referidos nos artigos 5 e 6. Artigo 23. Caducidade da autorização 1. A partir da data em que lhe seja dado conhecimento da autorização provisória, o requerente tem o prazo de três meses para proceder à formalização do processo, através da entrega da documentação indispensável para se mandar proceder à avaliação da habitação que pretende adquirir ou construir, bem como de qualquer outro que, eventualmente, lhe venha a ser solicitada pelos serviços. 2. A partir da data em que lhe seja dado conhecimento da autorização provisória, o requerente tem o prazo de 60 dias para proceder à formalização do processo, através da entrega da documentação indispensável para se mandar proceder à avaliação da obra de beneficiação, bem como de qualquer outra que, eventualmente, lhe venha a ser solicitada pelos serviços. 3. Após a avaliação, será comunicada ao requerente a autorização definitiva, tendo este o prazo de 120 dias para apresentação da restante documentação necessária para a celebração do contrato. 4.0s prazos referidos nos números anteriores poderão a título excepcional ser prorrogados, por igual período, a pedido devidamente justificado. 5. A não observância dos nos 1, 2 e 3 implica a anulação do pedido e arquivamento do respectivo processo. Artigo 25º. Forma do contrato As condições dos empréstimos serão reduzidas a escrito e revestirão a forma exigida por lei. Artigo 26. Reembolso de encargos custeados pelo Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas O beneficiário do crédito reembolsará o Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas de todas as despesas que hajam sido realizadas com vista à concessão dos empréstimos, mesmo em caso de denegação. CAPÍTULO III Artigo 27. Limite de mobilização de recursos do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas 1. A entidade gestora do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas divulgará, para cada ano, o limite dos recursos a mobilizar para o crédito à habitação nos termos do presente regulamento. 2. Se, em qualquer ano, a importância total dos pedidos de (' crédito para habitação autorizados ao abrigo do presente regulamento for inferior aos recursos afectos, nesse ano, à concessão deste tipo Pag 133 de 461 Páginas

134 de crédito, o saldo transitará para o ano seguinte, acrescendo à respectiva dotação. Artigo 28. Entrada em vigor O presente regulamento deverá ser aplicado pela entidade gestora do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas a partir da data da sua publicação em Diário da República. Artigo 29. A entidade gestora do Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas poderá delegar ou subcontratar na Caixa Geral de Depósitos ou noutras instituições de crédito a gestão do crédito ora regulamentado. Regras de preferência 1. Condições de ocupação: a) Título de ocupação: Pontos Habitação própria inadequada 5 Locação 15 Sublocação ou hospedagem 20 que é de propriedade do peticionário, do cônjuge ou ainda de qualquer dos elementos que compõem o seu agregado familiar, inadequação essa que deve ser devidamente justificada; Locação, sublocação e hospedagem - estes conceitos abrangem ainda a situação em que o título esteja em nome do próprio ou de qualquer dos componentes do seu agregado familiar. Índice de ocupação: Número de divisões assoalhadas - deverão ser indicadas somente as divisões efectivamente ocupadas pelo próprio, ou por ele e o seu agregado familiar, incluindo suas empregadas domésticas; Número de pessoas residentes - será indicado apenas o número de pessoas que compõem o seu agregado familiar e empregadas domésticas. b) Índice de ocupação: I = NPRx10 NQ NPR = número de pessoas residentes; NQ = número de divisões assoalhadas menos uma (mínimo de uma); c) Relação renda/rendimento do agregado familiar: Até 10% 5 Superior a 10% até 20% 10 Superior a 20% até 30% 15 Superior a 30% até 40% 20 Superior a 40% até 50% 25 Superior a 50% Factores de desempate (pela ordem indicada): a) Idade mais avançada; b) Maior antiguidade de serviço; c) Ordem de chegada. Título de ocupação: Indicações gerais Habitação própria inadequada - entende-se por "habitação própria inadequada" aquela Pag 134 de 461 Páginas

135 Regulamento das Messes da Manutenção Militar CAPÍTULO I DA MISSÃO Artº. 1º. As Messes de Oficiais e de Sargentos, nos termos da legislação em vigor, são instalações militares, tecnicamente dependentes da DSI através da MM, que têm por finalidade: 1. Apoio em alimentação e alojamento a Oficiais ou Sargentos deslocados da sua guarnição por imperativo de serviço; 2. Apoio em alimentação a Oficiais ou Sargentos prestando serviço em Estabelecimentos ou Órgãos que não disponham dum serviço de alimentação; 3. Apoio em alimentação e alojamento a Oficiais e Sargentos e suas famílias. Art. 2º. As Messes Militares destinam-se prioritariamente ao apoio de Oficiais ou Sargentos do Exército e, quando a capacidade das instalações o permita, aos pessoal civil em serviço no Exército com categorias equiparadas. Art. 3º. Poderão igualmente ser utilizadas por Oficiais ou Sargentos doutros Ramos das Forças Armadas e das Forças de Segurança, em condições de reciprocidade relativamente a instalações congéneres existentes naqueles. Art. 4º. Podem ainda utilizar as Messes da MM, sem prejuízo das prioridades estabelecidas no Artigo 5º., os Oficiais ou Sargentos de FA estrangeiras e seus familiares, quando os acompanhem, desde que se verifique reciprocidade de tratamento nos respectivos países. 2. Oficiais ou Sargentos do Exército na situação de deslocados; 3. Oficiais ou Sargentos do Exército, para efeitos de alimentação, que prestam serviço em Estabelecimentos ou Órgãos que não disponham de serviço de alimentação; 4. Oficiais ou Sargentos dos QP e seus familiares com residência fora das guarnições em que se situam as Messes da MM; 5. Restantes Oficiais ou Sargentos do Exército e seus familiares; 6. Viúvas de Oficiais e Sargentos do Exército e seus familiares; 7. Oficiais ou Sargentos dos restantes Ramos das FA e dos Quadros Privativos das Forças de Segurança e seus familiares quando os acompanhem e de acordo com o Art. 3º.; 8. Restantes utentes autorizados: único - Os alunos das escolas de formação de Oficiais ou Sargentos do QP consideram-se equiparados aos Oficiais ou Sargentos do respectivo ramo, para efeitos de utilização das Messes da MM. Art. 6º. Os Oficiais ou Sargentos quando na situação de separados do serviço, não podem utilizar as Messes da MM. Art. 7º. Podem também utilizar as Messes da MM desde que haja capacidade e sem prejuízo das situações anteriores: 1. O pessoal civil em serviço no Exército, pela ordem de prioridade dos QPME, QPCE e QPCEFE, com equiparação a oficiais ou sargentos de acordo com as normas em vigor para o efeito; 2. Alunos dos Colégios Militar, Instituto Militar dos Pupilos do Exército e Instituto de Odivelas. CAPÍTULO II DOS UTENTES Art. 5º. Sem prejuízo do disposto nos artigos anteriores, a utilização das Messes da MM processa-se de acordo com as prioridades a seguir indicadas: 1. Oficiais ou Sargentos do Exército em missão eventual de serviço fora da sua guarnição; Art. 8º. 1. As Messes podem ser frequentadas por civis, a convite de Oficiais e Sargentos do Exército, os quais são responsáveis pela idoneidade dos seus convidados; 2. Os convidados a que se refere o número anterior só podem tomar refeições, a título eventual, sendolhes aplicada uma tabela de preços específica para comensais civis.... Pág 135 de 461 Páginas

136 Art. 9º. Para efeito do disposto nos artigos anteriores, consideram-se «familiares» as pessoas que estejam oficialmente a cargo do militar ou da sua viúva. Art. 10º. 1. Os utentes das Messes da MM são classificados nas seguintes situações: - de hóspedes permanentes; - de hóspedes temporários; - de hóspedes estudantes; - de comensais; 2. São considerados na situação de «hóspedes permanentes» aqueles cuja estada numa Messe tenha lugar entre dois e doze meses, podendo ser prorrogada por mais três meses, se houver vagas, sem prejuízo para terceiros; 3. São considerados na situação de «hóspedes temporários» aqueles cuja permanência numa messe seja igual ou inferior a dois meses; 4. São considerados na situação de «hóspedes estudantes» os filhos dos Oficiais ou Sargentos do Exército que se encontrem a frequentar um estabelecimento de ensino fora da área da sua residência e com estada limitada ao período escolar em cada ano; 5. São considerados «comensais» aqueles a quem apenas é fornecida alimentação diária ou algumas refeições; 6. Os utentes das Messes a que se referem os artigos 6º. e 7º. não podem ser classificados na situação de «hóspedes permanentes». Art. 11º. As percentagens de efectivos das situações de hóspedes permanentes e estudantes serão fixadas anualmente para cada Messe por despacho do QMG mediante proposta da direcção da MM. Art. 12º. 1. As inscrições para «hóspedes permanentes» são válidas por um prazo de 90 dias; 2. As inscrições para «hóspedes temporários» serão feitas com uma antecedência até 30 dias sobre a data de admissão prevista; 3. A marcação de alojamento e a sua não ocupação, sem desistência comunicada com 48 horas de antecedência, implica o pagamento do período reservado; 4. Os estudantes que pretendam instalar-se nas Messes têm de fazer a sua inscrição até 15 de Agosto de cada ano; 5. No caso das inscrições, a que se refere o número anterior, excederem as vagas, a prioridade é a seguinte: a. Menor rendimento «per capita» do agregado familiar oficialmente reconhecido; b. Órfãos ou filhos de pais divorciados; c. Maior afastamento da residência dos pais em relação à localização da Messe; d. Melhor aproveitamento escolar no ano transacto; e. Data da inscrição; 6. Em caso de necessidade, podem ser instalados no mesmo quarto vários estudantes do mesmo sexo; 7. A admissão de um estudante como hóspede não concede direito de admissão a acompanhante. Art. 13º. Os familiares dos militares, quando não acompanhados por estes, só podem permanecer nas Messes por períodos não superiores a 2 meses, salvo caso previsto para os estudantes. Art. 14º. 1. Os «hóspedes permanentes» que tenham atingidos os limites de permanência previstas, só podem voltar a utilizar qualquer Messe na situação de permanente ou temporária, decorridos respectivamente 3 anos e 1 ano; 2. Os «hóspedes temporários», que tenham atingido o limite de permanência fixado, só podem voltar a hospedar-se nas Messes decorridos 3 meses; 3. A utilização das Meses por períodos inferiores a 5 dias em cada mês não é contado nos limites de permanência ou nos prazos de regresso. Art. 15º. Quando os limites de permanência não tenham sido atingidos podem os hóspedes voltar a instalar-se nas Messes, por períodos de tempo que, adicionados aos anteriores, não ultrapassem aqueles limites. Art. 16º. Os Oficiais e os Sargentos, que por deslocação temporária de serviço ou frequência de cursos ou estágios utilizem as Messes, podem permanecer nelas o tempo exigido por essa deslocação ou pela duração dos cursos ou estágios, não sendo esse Pag 136 de 461 Páginas

137 período de permanência considerado para os prazos fixados no Art. 10º.. Art. 17º. 1. Os utentes nas situações de «hóspedes permanentes» e «hóspedes estudantes» que se ausentem das Messes por período não superior a 60 dias podem mediante declaração escrita, manter a ocupação dos seus quartos; 2. Por decisão do respectivo gerente os quartos nas circunstâncias do número anterior poderão, durante aquele período, ser utilizados por outros utentes na situação de «hóspedes temporários»; Nestas circunstâncias os utentes permanentes ou estudantes pagarão 50% do custo do aposento durante aquele período, devendo desocupar parte dos móveis, deixando disponível a capacidade de utilização suficiente ao hóspede temporário; 3. A ausência das Messes por período superior a 60 dias implica a finalização da estada, podendo voltar a inscrever-se nos prazos e condições definidas no presente regulamento para o efeito; 4. Não são consideradas situações de doença eventual que obriguem a internamento em unidades hospitalares. Art. 18º. 1. A admissão nas Messes faz-se mediante identificação: do militar, através do Bilhete de Identidade e dos familiares a cargo, mediante o cartão da ADME; 2. à excepção da situação de comensal, é exigida aos familiares do militar, quando não acompanhados deste, uma declaração subscrita pelo mesmo, de que conste o grau de parentesco e a responsabilidade do subscritor pelo pagamento das despesas que vierem a ser feitas. Art. 19º. As crianças de idade inferior a 10 anos só poderão utilizar determinadas Messes e zonas das mesmas, de acordo com as normas internas de funcionamento, sob vigilância e responsabilidade dos pais ou de outra pessoa de família. Art. 20º. 1. Os utentes das Messes deverão respeitar as instruções gerais do presente Regulamento, as instruções específicas de cada Messe, as indicações dos respectivos gerentes e manter um comportamento adequado durante a sua permanência; 2. No caso de procedimentos incorrectos que possam constituir infracções disciplinares por parte de utentes militares, o gerente comunica o facto ao Comandante da RM, dando conhecimento à Direcção da MM, com vista ao abandono da Messe pelo militar indesejável; 3. O comportamento inconveniente de utentes, não militares, que envolva manifesto prejuízo para o ambiente da Messe, implica o abandono desta, por decisão do gerente, o qual comunicará o facto à Direcção da MM. De acordo com a gravidade dos factos praticados, o Director da Mm poderá determinar ou propor a proibição do infractor voltar a frequentar as Messes, independentemente de qualquer outro procedimento adequado às circunstâncias. Art. 21º. 1. Os utentes devem fazer as suas reclamações, por escrito, em livro existente especialmente para esse fim; 2. O gerente comunica à Direcção da Manutenção Militar as reclamações apresentadas e as medidas que a esse respeito tiver adoptado; 3. Da decisão sobre as mesmas, cabe aos utentes das Messes o direito de reclamação ao Director da MM e de recurso para o Quartel-Mestre General. Art. 22º. A utilização de quaisquer artigos electrodomésticos, propriedade dos utentes, implica a prévia autorização da gerência e pagamento de encargos a que tal der lugar. Art. 23º. Não é permitida a permanência de animais nos aposentos ou em quaisquer outras dependências das Messes. Art. 24º. Os hóspedes são responsáveis pecuniariamente por todos os danos, estragos e prejuízos causados em instalações, mobiliário e utensílios das Messes, independentemente da responsabilidade criminal ou disciplinar a que houver lugar. Art. 25º. 1. Salvo razões especiais assim consideradas pelo gerente da Messe, os bares e salas de convívio devem estar encerradas à 1 hora; 2. Em circunstâncias especiais poderá ser autorizada a realização nos mesmos, de festas ou Pag 137 de 461 Páginas

138 reuniões da iniciativa dos utentes das Messes, desde que: a. Entre os hóspedes se organize um comissão que tome a iniciativa e a responsabilidade da sua realização, da qual fará parte, obrigatoriamente, o gerente da Messe; b. Pelo menos, metade dos hóspedes dê a sua concordância, não havendo oposições categóricas de qualquer hóspede por motivo imperioso; c. A proposta tenha anuência do Director da Manutenção Militar; 3. Independentemente das regras anteriores, pode ser autorizada pelo Director da Manutenção Militar a realização de festas de representação social, correndo as despesas inerentes por conta das entidades que as solicitem e organizem; 4. Não são permitidos jogos de azar nas dependências das Messes. Art. 26º. 1. A diária compreende a alimentação e o alojamento e conta-se a partir das 12 horas; 2. A alimentação compreende pequeno almoço, almoço e jantar, e será o mais possível semelhante às ementas do rancho geral superiormente aprovadas; 3. Os preços da diária, do alojamento e da alimentação, para militares, familiares e convidados, constarão de tabelas aprovadas pelo QMG, mediante proposta do Director da Manutenção Militar; 4. O aviso de deixar a Messe deve ser transmitido até às 10 horas do dias de saída; 5. A falta de cumprimento desta formalidade obriga a pagamento de diária; 6. As bagagens devem ser retiradas dos quartos até às 12 horas do dia de saída; 7. Nos dias de entrada e saída, quando não se completem diárias, as refeições são debitadas pelo preço avulso; 8. Os hóspedes que utilizem alojamento pagam obrigatoriamente diária, tendo em atenção o disposto nas alíneas seguintes: a. É apenas debitado alojamento, quando os hóspedes tenham de se deslocar em serviço ou por motivo justificado para fora das localidades onde se situam as Messes, desde que o mesmo tenha prevenido a gerência com uma antecedência de 24 horas; b. São descontadas as refeições não utilizadas, por hóspedes que tenham direito ao almoço e ao jantar por conta do Estado nas suas Unidades ou Estabelecimentos Militares, desde que o comuniquem à gerência até às 12 horas do dia anterior. Art. 27º. 1. A uma pessoa ou a um casal não é permitido ocupar mais do que um quarto; 2. O hóspede isolado poderá ocupar quarto de casal, quando não exista vaga de quarto simples, se o desejar, pagando neste caso a totalidade do custo do aposento; 3. Quando, por situação acidental, em quartos de uma pessoa só ou de casal se alojam membros da mesma família, cujas idades sejam inferiores a 10 anos, por cada pessoa que exceda a lotação normal é debitado 50% do preço estipulado para esses quartos. Art. 28º. Aos motoristas e acompanhantes dos hóspedes será fornecida alimentação e alojamento do pessoal das Messes, desde que haja lugar nas respectivas instalações, sendo-lhe vedada a frequência das salas de jantar e dos locais de convívio. Art. 29º. Não é permitido o fornecimento de refeições nos aposentos salvo em casos de doença comprovada, mediante pagamento de taxa de serviço. Art. 30º. 1. As Messes dispõem de uma lista preçário dos extraordinários que normalmente podem fornecer 2. As Messes fornecem dieta simples, em regra confeccionada com géneros da ementa do dia, aos comensais que, por motivos de saúde dela careçam, devendo ser solicitado de véspera. Art. 31º. 1. As despesas são liquidadas pelos utentes após a apresentação da respectiva conta; os «hóspedes permanentes» procedem ao pagamento das suas contas mensais até ao dia 5 do mês seguinte àquele a que dizem respeito; 2. Os «hóspedes temporários» ou os «permanentes» que deixem a Messe antes do último dia do mês, liquidam as suas contas até ao próprio dia da partida; Pag 138 de 461 Páginas

139 3. Aos hóspedes com débitos em atraso não é permitido a frequência das Messes sem terem liquidado aqueles débitos. Art. 32º. Os gerentes comunicam superiormente à Direcção da MM a existência de débitos de utentes das Messes, que não consigam cobrar, para se obter a liquidação pelas vias adequadas. CAPITULO III DO PESSOAL Art. 33º. As Messes são geridas por Oficiais do Serviço de Administração Militar, nomeados pelo Director da Manutenção Militar, os quais são responsáveis pela administração da Messe e funcionamento dos serviços inerentes a seu cargo. Art. 34º. As atribuições dos gerentes das Messes, bem como do pessoal militar ou civil que ali presta serviço, a orgânica interna e a contabilidade e prestação de contas, são fixadas em normas de serviço interno, aprovadas pelo Director da MM. Art. 35º. Ao gerente da Messe, mulher e filhos a seu cargo, são fornecidos alimentação e alojamento a título gratuito, a fim de aumentar a disponibilidade do gerente para as responsabilidades de gestão. Art. 36º. Os direitos e deveres do restante pessoal que presta serviço nas Messes, são fixados em normas de serviço interno aprovadas pelo Director da Manutenção Militar. CAPITULO IV DOS ASPECTOS ESPECÍFICOS DE CADA MESSE MESSES DE OFICIAIS (Lisboa - Porto - Évora) Art. 37º. Estas Messes destinam-se a apoiar em alimentação e alojamento, Oficiais e suas famílias e os respectivos elementos (com categoria equivalente a Oficial) a que se referem os Art. 4º., 6º., 7º. e 8º. e nas condições expressas neste Regulamento. Art. 38º. A Messe de Oficiais de Lisboa, por falta de capacidade, não contempla a situação de hóspedes permanentes nem estudantes. MESSES DE SARGENTOS (Lisboa - Porto - Évora) Art. 39º. Estas Messes destinam-se a apoiar em alimentação e alojamento, Sargentos e suas famílias e os restantes elementos (com categoria equivalente a Sargento) a que se referem os Art. 4º., 6º., 7º. e 8º. e nas condições expressas neste Regulamento. MESSES DE OFICIAIS E SARGENTOS DE TOMAR Art. 40º. A Messe Militar de Tomar destina-se a apoiar simultaneamente Oficiais e Sargentos e respectivas famílias, e os restantes elementos a que se referem os artigos 4º., 6º., 7º. e 8º. e nas condições expressas neste Regulamento. MESSE E PARQUE DE CAMPISMO DE LAGOS Art. 41º. A Messe e Parque de Campismo de Lagos, destinam-se a apoiar simultaneamente Oficiais e Sargentos e respectivas famílias, e os restantes elementos a que se referem os artigos 4º., 6º., 7º. e 8º. e nas condições expressas neste Regulamento. Art. 42º. Aplica-se a esta Messe o expresso no presente Regulamento, exceptuando-se o que colida com as seguintes finalidades específicas: 1. De Junho a Setembro no alojamento e no parque de campismo têm prioridade absoluta os Oficiais e Sargentos do QP e seus familiares; 2. Não contempla as situações de hóspedes permanentes nem estudantes. Art. 43º. As normas de utilização da Messe de Lagos e Parques de Campismo, no período de Junho a Setembro, serão estabelecidas anualmente por despacho do General Quartel-Mestre General e difundidas pela Direcção da MM. Art. 44º. No período de Outubro a Maio, nesta Messe, para além do previsto no Artigo anterior, aplicam-se ainda as seguintes normas: 1. Os candidatos a hóspedes inscrevem-se nos primeiros 10 dias do mês anterior àquele em que pretendem hospedar-se na Messe, devendo constar da inscrição além do nome, posto, e período de tempo que pretendem hospedar-se na Messe, a Pag 139 de 461 Páginas

140 indicação da data da última estadia a partir do dia 1 de Janeiro do ano anterior; 2. Com base nessas inscrições, a Messe procede à reserva dos alojamentos de acordo com os seguintes critérios de ordenamento: a) Ter sido hóspede da Messe há mais tempo; b) Ordem de inscrição; 3. A Messe comunica aos futuros hóspedes as respectivas reservas até ao dia 20 do mês anterior àquele em que é pretendido o alojamento; 4. No caso de se verificarem disponibilidades de alojamento após as operações mencionadas nos números anteriores, as restantes reservas são feitas por ordem de inscrição; 5. A duração máxima da estadia dos hóspedes neste período será de dois meses, prorrogáveis, se houver disponibilidade de alojamento sem prejuízo para terceiros. MESSE DE OFICIAIS DE PEDROUÇOS Art. 45º. 1. A Messe de Oficiais de Pedrouços destina-se, fundamentalmente, a fornecer alimentação ao pessoal docente e discente dos cursos e estágios que decorram no Instituto de Altos Estudos Militares e às entidades, nacionais e estrangeiras, que sejam convidadas para realização de conferências ou de outros fins e ali devam ser alojados; 2. Durante o funcionamento dos cursos ou estágios, o serviço da Messe fica sujeito aos horários estabelecidos pelo Instituto; 3. Durante o período escolar, na utilização da sala de refeições, é dada prioridade aos Oficiais que frequentam os cursos e estágios ou que prestam serviço no Instituto de Altos Estudos Militares; 4. Nesta Messe não é permitida a permanência de crianças com idade inferior a 10 anos; 5. Quando os Oficiais que frequentam os cursos não ocupem todos os quartos, podem outros Oficiais instalar-se na Messe sendo, neste caso, dada prioridade aos que prestam serviço no Instituto de Altos Estudos Militares; 6. Os Oficiais que não prestam serviço no Instituto de Altos Estudos Militares, são sempre considerados na situação de hóspedes temporários; 7. Não aloja hóspedes estudantes a que se refere o n.º 4 do Artigo 10º. do presente Regulamento. Art. 46º. 1. Esta Messe no período de Julho a Setembro, sem prejuízo de eventuais actividades escolares do IAEM, pode ser utilizada por hóspedes temporários por períodos de 15 dias, prorrogáveis, sem prejuízo para terceiros, até ao limite máximo de dois meses; 2. Para além dos condicionamentos resultantes do número anterior, normas contidas no Artigo 45º. para o efeito. MESSE DE OFICIAIS DE CAXIAS Art. 47º. A Messe de Oficiais de Caxias destina-se fundamentalmente: 1. Apoiar a Messe de Oficiais de Pedrouços, durante a realização dos cursos ou estágios no Instituto de Altos Estudos Militares, para ajudar os Oficiais que frequentam aqueles cursos ou estágios e seus familiares, quando as instalações desta sejam insuficientes; 2. Para além dos condicionamentos resultantes do número anterior, constitui uma Messe de Oficiais de acordo com o estabelecido no Artigo 38º. do presente Regulamento, durante o período de Outubro a Junho; 3. Serve ainda durante o período de Julho a Setembro, aplicando-se-lhe nesta época as normas mencionadas no Artigo 46º. do presente Regulamento. CAPITULO V DIVERSOS Art. 48º. 1. Para além das Messes constantes do presente Regulamento pode, eventualmente, a MM prestar serviços de alimentação a entidades e órgãos militares que não disponham dos mesmos, dentro da política de apoio de alimentação em género, defina através da DSI; 2. Será da responsabilidade da entidade utente, a definição das normas de funcionamento interno, a adoptar nos locais de distribuição. Art. 49º. O presente Regulamento entra em vigor a partir do dia 1 do mês imediato à data do despacho de aprovação. único - (transitório) - deve ser regularizada com toda a urgência a situação de qualquer utente desde que a mesma tenha por base alguma disposição do Pag 140 de 461 Páginas

141 antecedente em vigor que seja contrariada pelo presente Regulamento. Nota: Aprovado por despacho de 18AGO83 do GEN CEME. Pag 141 de 461 Páginas

142 Regulamento do pagamento de despesas com trasladações (ver Decreto-Lei 308/83de 1 de Julho) (Âmbito) 1 - O pagamento antecipado das despesas respeitantes à trasladação de corpos ou cinzas de militares e de pessoal militarizado do Exército, que tenham falecido na efectividade de serviço, no País ou no estrangeiro, regula-se pelas disposições constantes destas normas internas. (Conceito de trasladação) 2 - Para efeitos das presentes normas entende-se por trasladação a remoção de restos mortais - corpos ou cinzas - dos cidadãos mencionados no número anterior desde que: a) O óbito tenha ocorrido no estrangeiro ou, se no território nacional, em local diferente do domicilio donde se encontravam deslocados em serviço; b) A remoção tendo lugar em território nacional se faça: - Estando os respectivos cadáveres por inumar, para lugar situado em área de domicilio diferente daquele em que foi verificado o respectivo óbito; - Estando os respectivos cadáveres já inumados, para lugar diferente daquele em que se encontram, ainda que situado na área do mesmo município. c) O destino da trasladação fique situado em território nacional, em local à escolha das pessoas com legitimidade para requerer a trasladação. (Pessoas com legitimidade para requerer ou comunicar a trasladação) 3 - As pessoas com legitimidade para requerer ou comunicar a trasladação são, para efeitos das presentes normas, as seguintes: a) Para as trasladações dentro do território nacional, de acordo com o artº. 9º. do Decreto-Lei n.º 274/82, de 14 de Julho: (1) O testamento em cumprimento de disposição testamentária; (2) O Cônjuge sobrevivo ou finado; (3) A maioria dos herdeiros do finado, juridicamente capazes perante a lei civil; (4) O parente mais próximo; b) Para as trasladações com origem no estrangeiro, as que a legislação nacional aplicável no País de origem da trasladação designar. (Competência) 4 - Tem competência para autorizar o pagamento das com a trasladação o CEME, mediante requerimento do interessado a ele dirigido. (Delegação de competência) 5 - A competência para autorizar o pagamento antecipado, nas condições previstas nestas normas, pode ser delegada, nos termos da legislação em vigor. 1 Aprovado por Despacho do General CEME de 31 de Julho de 1987 (Processamento das despesas) 6 - Competirá às UEO a que o falecido se encontrar adstrito o accionamento do processo de despesas com a trasladação. (Tramitação no pagamento antecipado) 7 - No processo das despesas, quando estas sejam pagas antecipadamente, seguir-se-ão os seguintes trâmites: a) As pessoas com legitimidade para requerer ou comunicar a trasladação ou a empresa (ou serviço) encarregada da mesma, devidamente habilitada por credencial passada pelas pessoas atrás mencionadas, deverão entregar aos agentes referidos no n.º 6, os seguintes documentos: (1) Requerimento da pessoa com legitimidade para requerer ou comunicar a trasladação, dirigido ao CEME, donde conste o nome do requerente, morada, qualidade em que requer, identidade do defunto, data e local do falecimento, lugar ou local para onde pretende realizar a trasladação e justificação da mesma; (2) Certidão de óbito; Pag 142 de 461 Páginas

143 (3) Orçamento da empresa (ou serviço) encarregada da trasladação, discriminativo das despesas a efectuar com a mesma; (4) Documento que faça prova de que se requereu a trasladação, sempre que tal for exigido. b) Recebidos os documentos, enumerados na alínea anterior, competirá àquelas agentes autorizar o abono adiantado do montante previsto para as despesas que se revistam de carácter normal, nos termos dos n.ºs 12 e 13 deste regulamento. c) O pagamento antecipado será efectivado directamente às pessoas ou empresa/serviço que tiver apresentado o requerimento, os quais terão, no prazo de 30 dias para as trasladações dentro do território nacional e de 60 dias para as trasladações com origem no estrangeiro, de proceder a uma regularização do pagamento através da entrega, na entidade pela qual foram abonadas, de documentos(s) comprovativos(s) de cada uma das despesas efectuadas (nomeadamente factura(s)/recibo(s) em forma legal). d) Depois de organizados, deverão os processos ser remetidos ao CFE que os submeterá a despacho superior e providenciará a transferência dos respectivos montantes autorizados. e) Se for considerado que foram cometidas irregularidades e se verificar que não haveria lugar ao pagamento da trasladação, ou que algumas das despesas não deveriam ter sido abonadas por não estarem cobertas pelo encargo do estado, deverão ser accionados os procedimentos legais previstos para este tipo de situações. (Tramitação na compensação) (Determinação do destino da trasladação) 10 - Dado que, em conformidade com o n.º 1 do artº. 3º. do Decreto-Lei n.º 308/83, a compensação de despesas relativas a trasladação é inacumulável com o subsídio de funeral previsto na legislação em vigor, deverão os interessados ser informados desse facto para que possam ficar melhor habilitados para determinar o destino da trasladação, quando esta ainda não se tenha verificado. (Encargos do Estado) 11 - As despesas com a trasladação constituem encargo total do Estado, desde que se revistam de carácter normal. (Despesas normais) 12 - Consideram-se como constituindo despesas normais efectivadas com a realização de trasladação ou acessórios da mesma, as seguintes: a) Aquisição da urna ou caixão; b) Câmara ardente, panejamento e demais despesas inerentes; c) Transporte do féretro; d) Serviço de assistência religiosa; e) Coroa de flores; f) Dispêndio com documentação necessária, nomeadamente livre-trânsito mortuário e guia de enterramento. (Outras despesas normais) 8 - Para compensação pelas despesas da trasladação já efectuadas serão entregues os documentos referidos em 7.a) - excepto o orçamento que será substituído pela(s) factura(s)/recibo(s) em forma legal, discriminativo(s) de cada uma das despesas -,e os processos, depois de organizados, seguirão tramitação idêntica, salvo no que concerne ao pagamento que só será materializado após despacho superior favorável, a difundir pelo CFE. (Pagamento em moeda estrangeira) 9 - Quando a trasladação tenha origem no estrangeiro e o pagamento tenha de ser efectuado em divisas, a(s) factura(s)/recibos(s), ou orçamento de despesas, deverão ser acompanhados de documentos comprovativos do valor correspondente em moeda nacional, reportado à data dos recibos ou orçamentos Nas trasladações com origem no estrangeiro, serão ainda consideradas despesas normais que sejam consequência de exigências particulares das Convenções Internacionais ou da legislação nacional do país de origem, aplicáveis nesse caso. (Despesas excepcionais e especiais) a) São excluídas do encargo do Estado quaisquer outras despesas não previstas no n.º anterior, salvo quando o CEME emitir instruções para que a trasladação deva revestir-se de um nível especial autorizando a utilização de meios considerados normais para efeitos destas normas. b) Se a família pretender que a trasladação se revista de características especiais, nomeadamente tipo de transporte, qualidade de urna e outros aspectos não previstos pelo Estado, o excedente dos encargos advenientes é da responsabilidade da família. Pág 143 de 461 Páginas

144 (Transportes normais nas trasladações) 15 - São considerados transportes normais nas trasladações: a) No território do continente: - Viatura auto apropriada e exclusivamente destinada ao transporte de féretros humanos, e sempre que possível, viatura do Estado. b) Trasladações do estrangeiro: - Via ferroviária, marítima e aérea, conforme mais económico. c) Trasladações de e para os Açores, Madeira e Macau: - Via marítima ou aérea, conforme mais económico e, quando locais, deverá ser utilizada, sempre que possível viatura do Estado. (Despesas com cremação) 16 - O Estado poderá ainda compensar os interessados com despesas com a cremação dos corpos, quando se encontrem preenchidas, cumulativamente, as seguintes condições: a) A cremação tenha sido realizada da trasladação; b) Através de documentos comprovativos das despesas fique demonstrado que a economia de encargos resultante da substituição do transporte de corpo por transporte de cinzas cobre perfeitamente as despesas com a cremação. (Limite de encargos) 17 - Caso se torne necessário restringir a afectação de verbas destinadas aos fins previstos estas normas, por despacho do CEME poderão ser determinados, para períodos de tempo definidos, limites máximos para a compensação e/ou pagamento antecipado das despesas com a trasladação. (Outro tipo de apoios à família do falecido) 18 - Para o que respeite a outros tipos de apoio à família do falecido, no âmbito das trasladações, mas que transcendem o objecto destas normas, remetese para outras normas internas em vigor. (Casos omissos) 19 - Os casos omissos nestas normas internas, serão regulados por despacho do CEME. Pág 144 de 461 Páginas

145 PARTE VIII ANEXOS Circular nº do IASFA (Meios de prova para inscrição e renovação dos beneficiários) MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL INSTITUTO DE ACÇÃO SOCIAL DAS FORÇAS ARMADAS CIRCULAR Nº 03/2007 Pº ADM DATA: 20NOV07 Assistência na Doença aos Militares Assunto: MEIOS DE PROVA PARA INSCRIÇÃO E RENOVAÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS TITULARES E FAMILIARES OU EQUIPARADOS DE INSCRIÇÃO FACULTATIVA 1. O Decreto-Lei nº 167/2005, de 23 de Setembro veio estabelecer um novo regime jurídico para a ADM Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas, sujeitando-a a um regime paralelo à ADSE e fundindo os subsistemas até aí existentes nos ramos, num único. 2. Nessa conformidade, a Portaria nº 284/2007 de 12 de Março, com os respectivos anexos, veio regulamentar a Assistência na Doença aos Militares, sendo de destacar as seguintes implicações relevantes, daí decorrentes, para os beneficiários: a. Passa a haver três categorias de beneficiários da ADM. Os beneficiários titulares, os beneficiários familiares e os beneficiários extraordinários; b. A aquisição da qualidade de beneficiário depende de prévia inscrição na ADM; c. A inscrição é obrigatória para os beneficiários titulares, que sejam: (1) Militares do QP na situação de activo, reserva e reforma; (2) Militares em regime de contrato (RC) ou de voluntariado (RV); (3) Os alunos dos estabelecimentos de ensino militares, que frequentem cursos de formação para ingresso nos quadros permanentes e o pessoal militarizado da Marinha e do Exército. d. A inscrição é facultativa para os beneficiários titulares que sejam: (1) Deficientes das Forças Armadas abrangidos pelo Decreto-Lei nº 43/76, de 20 de Janeiro; Pág 145 de 461 Páginas

146 (2) Os beneficiários de pensão de invalidez e os antigos militares não pertencentes aos quadros permanentes, que tenham ficado diminuídos por motivo de acidente ocorrido em serviço ou doença adquirida ou agravada em serviço, ou por motivo do mesmo; (3) Os grandes deficientes do serviço efectivo normal, a que se refere o Decreto-Lei nº 250/99, de 7 de Julho; (4) Os beneficiários de Preço de Sangue, a que se referem as alíneas a) e c) do nº 1 do artigo 2º do Decreto-Lei nº 466/99, de 6 de Novembro. e. A inscrição é ainda facultativa para os beneficiários familiares ou equiparados, nas seguintes condições: (1) O cônjuge, os descendentes ou equiparados e os ascendentes ou equiparados a cargo do beneficiário titular; (2) A pessoa que vive com o beneficiário titular em união de facto, reconhecida nos termos da Lei nº 7/2001, de 11 de Maio, ou que com ele vivia, à data da sua morte, nas mesmas condições, enquanto não contrair casamento ou constituir nova união de facto. f. Podem optar por inscrever-se como beneficiários extraordinários da ADM: (1) Os beneficiários da ADSE que sejam cônjuges de beneficiários titulares da ADM ou com eles vivam, em união de facto; (2) Os beneficiários da ADSE com a qualidade de familiares ou equiparados dos funcionários e agentes que exercem o direito previsto no número anterior têm direito à inscrição como beneficiários familiares da ADM; (3) O direito de opção pela inscrição na ADM é exercido no prazo de três meses após a data de celebração do casamento, ou da aquisição da qualidade de funcionário ou agente; (4) No caso das uniões de facto, o prazo para o exercício do direito de opção é estipulado mediante portaria do membro do Governo responsável pelas Áreas das Finanças e da Administração Pública; Pág 146 de 461 Páginas

147 (5) Os beneficiários extraordinários ficam sujeitos ao regime aplicável aos beneficiários familiares, inclusive aos descontos obrigatórios previstos no regime da ADSE, que constituirão receitas da ADM. 3. No regime transitório: a) São inscritos como beneficiários titulares da ADM, os beneficiários titulares das ex ADMA, ADME, e ADMFA, independentemente de requerimento; b) Os beneficiários familiares ou equiparados dos extintos subsistemas da ADMA, ADME e ADMFA, que pretendam adquirir a qualidade de beneficiários familiares ou equiparados da ADM devem proceder à respectiva inscrição; c) Têm direito à inscrição como beneficiários familiares ou equiparados da ADM, os beneficiários familiares ou equiparados inscritos nos extintos subsistemas da ADME, da ADMA e da ADMFA que, à data de entrada em vigor do Decreto-Lei 167/2005, reúnam uma das seguintes condições: (1) Tenham mais de 65 anos; (2) Sofram de doença crónica que, nos termos da lei, confira direito de isenção do pagamento de taxas moderadoras; (3) Se encontrem em situação de incapacidade permanente. 4. A inscrição/renovação, faz-se mediante a entrega de boletim próprio (Anexo A) junto dos serviços competentes dos Ramos das Forças Armadas a que pertencem os interessados, ou a que pertencem ou pertenciam os beneficiários titulares, conforme as situações, que asseguram a confirmação dos dados dele constantes e a sua transmissão à ADM. Aos beneficiários que para a sua inscrição ou renovação necessitem de certidão de nascimento, a seu pedido, deverá ser passada a declaração em Anexo B para efeitos de isenção do pagamento de emolumentos junto da Conservatória do Registo Civil 5. Nas situações de inscrição facultativa, o boletim deverá ser acompanhado pelos meios de prova constantes do Anexo C. Pág 147 de 461 Páginas

148 6. Quando o progenitor não detentor da guarda do menor procede à inscrição deste, deverá ser portador da declaração em Anexo D, devidamente assinada pelo detentor da guarda, bem como cópia de certidão de regulação do exercício do poder paternal. 7. Todos os casos, que possam originar dúvidas que não fiquem esclarecidas por consulta da Portaria, ou da presente circular, deverão ser remetidos aos Serviços da ADM/IASFA, nomeadamente quando se trate das seguintes situações: a) Descendentes menores, cuja guarda está entregue ao progenitor que não é beneficiário titular e é este progenitor que solicita a inscrição do mesmo junto dos serviços; b) Descendentes menores, cuja guarda está entregue ao progenitor que não é beneficiário titular e é o titular que solicita a inscrição do menor junto dos serviços; c) Ascendentes em 1.º grau (pais), ou 2.º grau (avós); d) Pedidos de inscrição ao abrigo do regime transitório do art. 18.º n.º 3 do Decreto-Lei nº 167/2005 de 23 de Setembro (incapacidade permanente ou isenção de taxas moderadoras); e) Cônjuges, ou pessoas em união de facto com beneficiários titulares, de nacionalidade estrangeira, sempre que exista dificuldade na obtenção dos meios de prova solicitados. 8. A ADM reserva-se no direito de, mensalmente, proceder à apreciação aleatória de uma amostra significativa do universo de beneficiários, a fim de auditar a conformidade da inscrição, ou renovação da qualidade de beneficiário da ADM. 9. O pedido de emissão de cartão de beneficiário quando não se trate do primeiro cartão ou de uma renovação obrigatória, deverá ser requerido pelo preenchimento do modelo em Anexo E. Os valores da taxa a aplicar será afixada pelo Ministério da Defesa conforme alínea b) do nº2 do Artigo 5º da Portaria nº 284/ Mais se informa que o conteúdo da presente Circular não despensa a leitura atenta dos Diplomas reguladores desta matéria. Pág 148 de 461 Páginas

149 Anexo C à Circular nº do IASFA (Meios de prova para a inscrição e renovalção dos beneficiários) MEIOS DE PROVA PARA INSCRIÇÃO INICIAL DE BENEFICIÁRIOS TITULARES, FAMILIARES OU EQUIPARADOS ADM E EXTRAORDINÁRIOS ADM Tabela final incorporando a tabela da Portaria nº 284/2007, de 12 de Março de 2007 Notas : (I) Inscrição / (R) Renovação ou Revalidação do cartão / (*) Ver campo de Observações Para todos os Beneficiários é OBRIGATÒRIO a indicação do NIB (**) e NIF (***) com as ressalvas indicadas no campo de observações TIPO DE BENEFICIÁRIO MEIOS DE PROVA I R Observações BENEFICIÁRIOS TITULARES Militar QP (Activo, Reserva, Reforma) ou RV/RC ou Aluno/Cadete de estabelecimento de ensino militar com vista ao ingresso nos QP s DFA s BI Militar (*) Cartão de DFA Pensão Permanente Preço de Sangue BI Militar X X Certidão de nascimento ou de casamento Documento identificativo de beneficiário de Preço de Sangue X X X X X X X X Nem todos DFA s possuem BI Militar BENEFICIÁRIOS FAMILIARES OU EQUIPARADOS Cônjuges Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular Certidão de nascimento narrativa completa ou certidão de casamento Declaração referindo não ser beneficiário titular de outro regime de protecção social ou declaração de opção pela ADM, quando legalmente permitido X X X X Cônjugues de Nacionalidade Estrangeira Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular Certidão de nascimento narrativa completa ou X X X Pág 149 de 461 Páginas

150 Cônjugues sobrevivos e pessoas que viviam em união de facto com o beneficiário titular á data da sua morte Descendentes menores Pessoas que vivam em união de facto certidão de casamento Autorização de residência ou do pedido da sua renovação ou BI de cidadão nacional Declaração referindo não ser beneficiário titular de outro regime de protecção social ou declaração de opção pela ADM, quando legalmente permitido Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido Certidão de nascimento narrativa completa Certidão de óbito Declaração da CGA onde se comprove a situação de pensionista de sobrevivência com indicação do nome do ex-titular Declaração referindo não ser beneficiário titular de outro regime de protecção social ou declaração de opção pela ADM, quando legalmente permitido Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular Certidão de nascimento narrativa completa Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular Certidão de nascimento narrativa completa Declaração de IRS conjunta acompanhada dos respectivos anexos ou certidão de sentença judicial reconhecendo a união de facto ou declaração de identidade e domicílio fiscal juntamente com declaração conjunta da junta de freguesia atestando a situação de união de facto Autorização de residência ou do pedido da sua renovação ou BI de Cidadão Nacional (para pessoas de nacionalidade estrangeira que vivam em união de facto com o beneficiário titular) Declaração referindo não ser beneficiário titular de outro regime de protecção social ou declaração de opção pela ADM, quando legalmente permitido X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X (*) No caso da união de enquanto o estado civil for solteiro ou divorciado. (*) No caso dos cônjuges sobrevivos enquanto se mantiverem na situação de viuvez (*) O beneficiário a inscrever deverá ser solteiro ou divorciado há mais de 2 anos Descendentes maiores até aos 26 anos Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular Certificado de matrícula emitido pelo estabelecimento de ensino que frequenta ou cartão de estudante actualizado (*) Certidão de nascimento narrativa completa Declaração do centro distrital de solidariedade e segurança social da área de residência a atestar a situação perante a segurança social a) Declaração do gabinete de Ingresso ao Ensino Superior (Ministério da Educação DREL) atestando a não colocação, caso o descendente não seja colocado X X X X X X X X X (**) NIB do Familiar (*)A entregar até 31 de Dezembro de cada ano lectivo a) Se o descendente tiver exercido uma actividade remunerada que tenha cessado, a declaração tem de o mencionar ou o beneficiário titular declara que o descendente já não exerce essa actividade. Pág 150 de 461 Páginas

151 Descendentes maiores de 18 anos incapacitados Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo Titular Atestado médico (multiusos) passado e confirmado pelo delegado de saúde da área da residência, seu substituto ou director clínico do estabelecimento em que porventura se encontrem internados ou em tratamento ou declaração da entidade competente em como recebe o abono complementar para crianças e jovens ou o subsídio mensal vitalício Declaração do centro distrital de solidariedade e segurança social da área de residência a atestar a situação perante a segurança social Declaração da CGA onde se comprove a situação de pensionista de sobrevivência com indicação do nome do titular (no caso de o beneficiário titular ter falecido) X X X X X X X X (**) NIB caso aplicável Enteados e filhos de membro de união de facto Tutelados, adoptados e menores confiados Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular Acordo de regulação do poder paternal Certidão de casamento do beneficiário titular com o progenitor do descendente ou prova da união de facto Cédula pessoal ou bilhete de identidade do descendente Todos os documentos específicos para cada situação adstrita aos restantes descendentes Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo Titular Sentença judicial que decrete a tutela ou decisão administrativa emitida pela entidade competente comprovando que foi confiado ao beneficiário titular ou ao cônjuge Cédula pessoal ou bilhete de identidade do tutelado, adoptado ou menor confiado Todos os documentos específicos para cada situação adstrita aos restantes descendentes X X X X X X X X X X X X X X (*) o menor deverá estar confiado ao cônjuge ou membro da união de facto (*) no caso da união de facto se não figurar como beneficiário o progenitor com a guarda deverá entregar os documentos que comprovem a união de facto (**) NIB do Familiar (***) poderão ter um responsável NIF opcional (se existir será o registado) Descendentes sobrevivos Ascendentes ou equiparados Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido Declaração da CGA onde se comprove a situação de pensionista de sobrevivência com indicação do nome do ex-titular Identificação do representante legal, sendo menor de idade Todos os documentos específicos para cada situação adstrita aos restantes descendentes Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular X X X X X X X X X (*) o ascendente não deverá ter outros Pág 151 de 461 Páginas

152 Declaração de IRS do ascendente ou declaração negativa de rendimentos Certidão de nascimento de narrativa completa Fotocópia do último recibo de todas as pensões recebidas Declaração referindo não ser o beneficiário titular de outro regime de protecção social Netos Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular Cédula pessoal ou bilhete de identidade do descendente Declaração do centro distrital de solidariedade e segurança social comprovativo da situação dos progenitores face à segurança social (sem inscrição ou com interrupção de contribuições por período superior a 12 meses) Declaração comprovativa de que o beneficiário titular recebe abono de família para crianças e jovens correspondente ao descendente a inscrever Declaração do centro distrital de solidariedade e segurança social a atestar a situação em termos de regime contributivo perante a segurança social para os netos que tenham completado os 16 anos (independentemente dos progenitores se encontrarem ou não inscritos) Todos os documentos específicos para cada situação adstrita aos restantes situações X X X X X X X X X X X X X X X X rendimentos a não ser a pensão no valor de 60% do RMN ou este valor no caso de um casal (*) enquanto não contraírem novas núpcias CÔNJUGES DE BENEFICIÁRIOS TITULARES DA ADM OU COM ELES VIVAM EM UNIÃO DE FACTO, que sejam Beneficiários Titulares da ADSE BENEFICIÁRIOS EXTRAORDINÁRIOS Boletim de Inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular Cônjuges: Certidão de Nascimento narrativa completa ou certidão de casamento União de Facto: Declaração de IRS conjunta acompanhada dos respectivos anexos ou certidão de sentença judicial reconhecendo a união de facto ou declaração de identidade e domicílio fiscal e declaração conjunta da junta de freguesia atestando a situação de união de facto Autorização de residência ou do pedido da sua renovação ou BI de Cidadão Nacional (para pessoas de nacionalidade estrangeira que vivam em união de facto com o beneficiário titular) Declaração de opção pela ADM Cópia do Cartão de identificação de Beneficiário Titular da ADSE contendo o respectivo número X X X X X X X X X Serão inscritos como beneficiários extraordinários usufruindo as mesmas regalias de um beneficiário familiar. Pág 152 de 461 Páginas

153 CÔNJUGES DE BENEFICIÁRIOS TITULARES DA ADM OU COM ELES VIVAM EM UNIÃO DE FACTO, que sejam Contribuintes para a Segurança Social Observação: ao abrigo de um Protocolo entre o IGIF (Ministério da Saúde) e o IASFA Boletim de Inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular Cônjuges: Certidão de Nascimento narrativa completa ou certidão de casamento União de Facto: Declaração de IRS conjunta acompanhada dos respectivos anexos ou certidão de sentença judicial reconhecendo a união de facto ou declaração de identidade e domicílio fiscal e declaração conjunta da junta de freguesia atestando a situação de união de facto Autorização de residência ou do pedido da sua renovação ou BI de Cidadão Nacional (para pessoas de nacionalidade estrangeira que vivam em união de facto com o beneficiário titular) Cópia do Cartão da Saúde do SNS contendo o respectivo Número de identificação (NISS) ou guia de substituição desse cartão X X X X X X X X X Serão inscritos como beneficiários familiares do beneficiário Titular TIPO DE BENEFICIÁRIO Incapacidade Permanente Isenção de taxa moderadora em virtude de doença crónica nos termos do DL 54/92 de 11 de Abril e Portaria n.º 349/96 de 8 de Agosto MEIOS DE PROVA I R Observações BENEFICIÁRIOS ABRANGIDOS PELO REGIME TRANSITÓRIO ART. 18.º N.º 3 DL 167/ /10 ATÉ 31DEZ08 Boletim de Inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado Certificado de incapacidade multiusos Restantes documentos conforme o vínculo ao beneficiário titular Boletim de Inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado Fotocópia do cartão do SNS ou documento equivalente que isente o pagamento de taxa moderadora Relatório clínico confidencial dirigido ao médico consultor para os assuntos de saúde da ADM onde refira qual a doença crónica que isente ao pagamento de taxa moderadora nos termos da lei Restantes documentos conforme o vínculo ao beneficiário titular X X X X X X X X X X Com inscrição válida à data de 31 de Dezembro de 2005 Todas estas situações devem ser submetidas à apreciação do médico consultor de saúde da ADM Pág 153 de 461 Páginas

154 Tabela para a criação da data de validade do cartão ADM Versão de Outubro de 2007 TIPO DE BENEFICIÁRIO Códigos PRAZOS DE VALIDADE ADM CARTÕES BENEFICIÁRIOS TITULARES (Decreto-Lei Nº 167/2005 / Portaria nº 284/2007) BF TITULARES (RAMOS) QUADRO PERMANENTE NA SITUAÇÃO DE ACTIVO, DE RESERVA OU DE REFORMA ALUNOS DE ESTABELECIMENTOS DE ENSINO MILITARES (CADETE / ALUNO AM) MILITAR EM REGIME DE VOLUNTÁRIADO OU CONTRATADO (RV/RC) MILITARIZADOS DA MARINHA OU DO EXÉRCITO TIPO DE BENEFICIÁRIO BENEFICIÁRIOS TITULARES EQUIPARADOS DFA (DEFICIENTE DAS FORÇAS ARMADAS) (Decreto-Lei Nº 43/76) FM AQ EQ FQ AC EC FC AR ER FR AM EM Códigos identif. ADM ADxxxxxxxxT00xx EDxxxxxxxxT00xx FDxxxxxxxxT00xx Data validade BI Militar (Nota: valor máximo 5 anos) Beneficiário com BI com mais de 5 anos ou cartão vitalício = 5 anos Por omissão: 5 anos Data validade BI Militar. Por omissão: 2 anos. Data do Cartão de Identificação. Por omissão: 1 ano A data inicial deve corresponder à data da incorporação.se existir um interregno e o beneficiário retomar o serviço (novo contrato) deve continuar com o mesmo número sendo apenas alterada a data de validade (final do contrato). Data validade BI de Militarizado(se existir). (Nota: valor máximo 5 anos) Beneficiário com BI com mais de 5 anos ou cartão vitalício = 5 anos Por omissão : 5 anos PRAZOS DE VALIDADE CARTÕES (Decreto-Lei Nº 167/2005 / Portaria nº 284/2007) 5 anos Beneficiário com BI com mais de 5 anos ou cartão vitalício = 5 Anos PENSÃO DE INVALIDEZ E ANTIGOS MILITARES NÃO PERTENCENTES AO QUADRO QUE TENHAM FICADO ASxxxxxxxxT00xx ESxxxxxxxxT00xx FSxxxxxxxxT00xx 5 anos Beneficiário com BI com Pág 154 de 461 Páginas

155 DIMINUIDOS POR MOTIVO DE ACIDENTE OCORRIDO EM SERVIÇO OU DOENÇA ADQUIRIDA OU AGRAVADA EM SERVIÇO, OU POR MOTIVO DO MESMO GRANDES DEFICIENTES DO SERVIÇO EFECTIVO NORMAL (Decreto-Lei Nº 250/99) BENEFICIÁRIOS DE PREÇO DE SANGUE (Decreto-Lei Nº 466/99 alíneas a) e c) do nº1 do artigo 2º) AGxxxxxxxxT00xx EGxxxxxxxxT00xx FGxxxxxxxxT00xx APxxxxxxxxT00xx EPxxxxxxxxT00xx FPxxxxxxxxT00xx mais de 5 anos ou cartão vitalício = 5 Anos 5 anos Beneficiário com BI com mais de 5 anos ou cartão vitalício = 5 Anos 5 anos Beneficiário com BI com mais de 5 anos ou cartão vitalício = 5 Anos BENEFICIÁRIOS EXTRAORDINÁRIOS (Decreto-Lei Nº 167/2005 / Portaria nº 284/2007 /Portaria N º 1393/2007) CÔNJUGES /UNIÕES DE FACTO /PESSOA QUE VIVIA COM O BF TITULAR À DATA DA SUA MORTE Descontam para a ADSE AAxxxxxxxxT00xx EAxxxxxxxxT00xx FAxxxxxxxxT00xx Por opção. 5 anos Beneficiário com BI com mais de 5 anos = 5 anos. BENEFICIÁRIOS FAMILIARES ou EQUIPARADOS (a cargo do Beneficiário Titular e que não sejam titulares de outro regime de protecção social, enquanto se mantiver essa situação) CÔNJUGES A) Com MAIS de 65 ANOS à data limite de 31 de Dezembro de 2005 B) Sofram de doença crónica que, nos termos da lei, confira direito á isenção do pagamento da taxa moderadora C) Se se encontram em situação da incapacidade permanente CÔNJUGES UNIÕES DE FACTO (Lei Nº 7/2001) CÔNJUGES SOBREVIVOS e PESSOAS QUE VIVIAM COM O BF TITULAR À DATA DA SUA MORTE (enquanto não contrair casamento ou constituir nova união de facto) AF EF FF (Decreto-Lei Nº 167/2005 / Portaria nº 284/2007) Ao abrigo do Decreto-Lei Nº 167/ Data validade BI Militar (Nota: valor máximo 5 anos) Beneficiário com BI com mais de 5 anos ou cartão vitalício = 5 anos Por omissão: 5 anos CÔNJUGES (com MENOS de 65 ANOS à data limite de 31 de Dezembro de 2005) Excepto os Cônjuges que descontam para a ADSE CÔNJUGES /UNIÕES DE FACTO / CÔNJUGES SOBREVIVOS e PESSOA QUE VIVIA COM O BF TITULAR À DATA DA SUA MORTE (enquanto não contrair AF EF FF Data validade BI Militar (Nota: valor máximo 5 anos) Beneficiário com BI com Pág 155 de 461 Páginas

156 casamento ou constituir nova união de facto) Não Descontam para nenhum subsistema de protecção social CÔNJUGES /UNIÕES DE FACTO /PESSOA QUE VIVIA COM O BF TITULAR À DATA DA SUA MORTE Descontam para a Segurança Social Protocolo IASFA / IGIF (ACSS) OUTROS BENEFICIÁRIOS FAMILIARES ou EQUIPARADOS (a cargo do Beneficiário Titular e que não sejam titulares de outro regime de protecção social, enquanto se mantiver essa situação) Filhos Menores (com menos de 18 Anos ou Deficientes) Filhos Maiores Estudantes (dos 18 aos 26 anos, inclusive) Filhos maiores incapacitados, interditos ou inabilitados Ascendentes ou Equiparados Netos (e outros familiares com direito legal) - Com menos de 18 anos - Com 18 ou mais anos Outros descendentes (filhos maiores sobrevivos, enteados, tutelados, adoptados, a cargo para futura adopção e menores que estejam confiados por decisão do Tribunal) - Menores ou Deficientes - Maiores Estudantes Restantes Casos (Ex: divorciados com incapacidade ou doença crónica, com inscrição anterior ao DLei nº 167/2005) AB EB FB AF BF FF mais de 5 anos ou cartão vitalício = 5 anos Por omissão: 5 anos 5 anos (Decreto-Lei Nº 167/2005 / Portaria nº 284/2007) Data em que perfaz 18 anos. Excepto se o Titular for RV /RC : Data do BI. Por omissão 1 ano. 1 ano. Devem apresentar prova escolar anualmente A data de validade a partir dos 18 anos será a do ultimo dia do ano, referente ao ano da escolaridade (31/12), excepto no ano em que perfaz 26 anos (data do dia de anos) 5 anos Excepto se o Titular for RV /RC : Data do BI. Por omissão 1 ano. 1 ano Sujeitos a meios de prova particulares 5 anos 1 ano 5 anos 1 ano 1 ano Pág 156 de 461 Páginas

157 Tabelas de comparticipações da ADM Estas tabelas encontram-se em permanente actualização no sitio da Internet em: Beneficiários Regime Convencionado e Regime de Livre escolha. Relação de acordos da ADM Estas acordos encontram-se em permanente actualização no sitio da Internet em: Beneficiários Regime Convencionado. Pág 157 de 461 Páginas

158 PARTE IX LEGISLAÇÃO DA ADM Decreto-Lei nº 167/2005 de 23 de Setembro Criação do sistema de Assistência na Doença aos Militarres (ADM) A Resolução do Conselho de Ministros n.o 102/2005, de 24 de Junho, veio impor a convergência dos diversos subsistemas de saúde públicos com o regime geral da assistência na doença aos servidores civis do Estado, efectuada no âmbito da Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE). O presente diploma unifica a assistência na doença aos militares das Forças Armadas, até agora efectuada por três subsistemas de saúde específicos de cada um dos ramos (Assistência na Doença aos Militares do Exército, Assistência na Doença aos Militares da Armada e Assistência na Doença aos Militares da Força Aérea), num único subsistema sujeito a um regime paralelo ao da ADSE. Esta alteração, salvaguardando as especificidades da condição militar, contribui de forma decisiva para o anunciado objectivo de uniformização dos vários sistemas de saúde públicos, ao mesmo tempo que permite uma melhor racionalização dos meios humanos e materiais disponíveis. Foram ouvidas as associações de militares, nos termos do disposto na alínea b) do artigo 2.o da Lei Orgânica n.o 3/2001, de 29 de Agosto. Assim: Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Objecto Artigo 1.o Objecto O presente diploma estabelece o regime jurídico da Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas (ADM) e procede à fusão dos subsistemas de Assistência na Doença aos Militares do Exército (ADME), Assistência na Doença aos Militares da Armada (ADMA) e Assistência na Doença aos Militares da Força Aérea (ADMFA). CAPÍTULO II Beneficiários Artigo 2.o Aquisição, suspensão e perda da qualidade de beneficiário 1 A aquisição da qualidade de beneficiário depende de prévia inscrição na ADM. 2 A inscrição na ADM é obrigatória para as pessoas referidas no n.o 1 do artigo 4.o e facultativa para as pessoas referidas no n.o 2 do artigo 4.o, podendo estas últimas optar pelo regime de protecção social que lhes seja mais favorável. 3 A inscrição faz-se mediante a entrega de boletim próprio junto dos serviços competentes do respectivo ramo das Forças Armadas, que assegura a confirmação dos dados dele constantes e a sua transmissão à ADM. 4 A qualidade de beneficiário suspende-se: a) Nas situações de licença ilimitada, excepto quando resulte de doença e no caso previsto no n.o 4 do artigo 206.o do Estatuto dos Militares das Forças Armadas; b) Nas situações de inactividade temporária, excepto quando resulte de doença; c) Quando ocorra separação do serviço. 5 A qualidade de beneficiário perde-se quando deixem de se verificar os pressupostos da inscrição. Pág 158 de 461 Páginas

159 6 Os ramos das Forças Armadas comunicam à ADM qualquer facto de que tenham conhecimento que determine a suspensão ou cessação da qualidade de beneficiário. 7 A perda da qualidade de beneficiário pode ser verificada oficiosamente pela ADM. Artigo 3.o Categorias de beneficiários Os beneficiários da ADM integram as seguintes categorias: a) Beneficiários titulares; b) Beneficiários familiares ou equiparados. Artigo 4.o Beneficiários titulares 1 Devem inscrever-se como beneficiários titulares da ADM: a) Os militares dos quadros permanentes nas situações de activo, de reserva e de reforma; b) Os militares em regime de contrato ou de voluntariado, nos termos estabelecidos para os militares dos quadros permanentes; c) Os alunos dos estabelecimentos de ensino militares que frequentem cursos de formação para ingresso nos quadros permanentes; d) O pessoal militarizado da Marinha e do Exército, nos termos estabelecidos para os militares dos quadros permanentes. 2 Podem inscrever-se como beneficiários titulares da ADM: a) Os deficientes das Forças Armadas, abrangidos pelo Decreto-Lei n.o 43/76, de 20 de Janeiro; b) Os beneficiários de pensão de invalidez e os antigos militares não pertencentes aos quadros permanentes que tenham ficado diminuídos por motivo de acidente ocorrido em serviço ou doença adquirida ou agravada em serviço, ou por motivo do mesmo; c) Os grandes deficientes do serviço efectivo normal a que se refere o Decreto-Lei n.o 250/99, de 7 de Julho; d) Os beneficiários da pensão de preço de sangue a que se referem as alíneas a) e c) do n.o 1 do artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 466/99, de 6 de Novembro. Artigo 5.o Beneficiários familiares ou equiparados 1 Podem inscrever-se como beneficiários familiares ou equiparados o cônjuge, os descendentes ou equiparados e os ascendentes ou equiparados a cargo do beneficiário titular, nos termos estabelecidos no regime da ADSE. 2 Pode igualmente inscrever-se como beneficiário familiar a pessoa que vive com o beneficiário titular em união de facto, reconhecida nos termos da Lei n.o 7/2001, de 11 de Maio, ou que com ele vivia, à data da sua morte, nas mesmas condições, enquanto não contrair casamento ou constituir nova união de facto. 3 Não pode inscrever-se como beneficiário familiar ou equiparado quem seja beneficiário titular de outro regime de protecção social. 4 Os meios de prova exigidos para a inscrição na ADM dos beneficiários familiares ou equiparados são fixados mediante despacho do Ministro da Defesa Nacional. Artigo 6.o Direitos dos beneficiários 1 Os beneficiários têm direito à assistência na doença, nos termos previstos no capítulo seguinte. 2 O exercício do direito aos benefícios previstos no presente diploma depende da exibição do cartão de beneficiário. 3 Tratando-se de recém-nascidos até aos 60 dias de vida, o direito referido no número anterior pode ser exercido mediante exibição do cartão de qualquer um dos seus progenitores, desde que a inscrição do recém-nascido tenha sido requerida à ADM. Pág 159 de 461 Páginas

160 Artigo 7.o Deveres dos beneficiários 1 Os beneficiários da ADM devem: a) Utilizar os respectivos cartões de beneficiário estritamente para os fins, nas condições e nos termos previstos no presente diploma, bem como abster-se de permitir a sua utilização por terceiros tendo em vista a obtenção de vantagens a que não tenham direito; b) Comunicar à ADM, no prazo de 30 dias após a sua verificação, quaisquer factos dos quais dependa a suspensão ou cessação da sua qualidade de beneficiário; c) Apresentar à ADM os documentos solicitados para comprovação dos pressupostos da condição de beneficiário familiar ou equiparado; d) Devolver à ADM o cartão de beneficiário nos 10 dias posteriores à verificação de facto do qual resulte a perda da qualidade de beneficiário; e) Comunicar à ADM a ocorrência de factos geradores de responsabilidade civil de terceiros de que resultem despesas de saúde; f) Cumprir o disposto neste diploma e nos regulamentos com ele conexos. 2 Os beneficiários titulares devem ainda: a) Repor os valores indevidamente pagos pela ADM, ainda que em virtude de prestações efectuadas a beneficiários seus familiares ou equiparados, sem prejuízo da eventual responsabilidade civil, disciplinar e criminal; b) Comunicar ao respectivo ramo das Forças Armadas, no prazo de 30 dias após a sua verificação, quaisquer factos dos quais dependa a suspensãoda inscrição da sua qualidade de beneficiário e da dos seus familiares ou equiparados. CAPÍTULO III Assistência na doença Artigo 8.o Objecto e modalidades de assistência na doença 1 Salvo o disposto no presente capítulo, o objecto e as modalidades de assistência na doença aos beneficiários da ADM, bem como os termos da sua prestação e do seu pagamento, são os previstos no regime da ADSE, com as necessárias adaptações. 2 A assistência na doença aos beneficiários da ADM abrange o pagamento das despesas de saúde decorrentes de acidentes de serviço e doenças profissionais, nos termos a definir em portaria conjunta dos Ministros da Defesa Nacional e das Finanças. 3 A assistência na doença aos militares colocados no estrangeiro e aos respectivos familiares é regulada em diploma próprio. Artigo 9.o Entidades prestadoras As prestações de cuidados de saúde abrangidas pelo presente diploma são efectuadas pelas seguintes entidades: a) Estabelecimentos do Serviço de Saúde Militar; b) Estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde; c) Pessoas singulares ou colectivas com as quais tenham sido celebrados acordos, nos termos do artigo 11.o; d) Pessoas singulares ou colectivas da livre escolha dos beneficiários. Artigo 10.o Prestações de cuidados de saúde em estabelecimentos públicos 1 As prestações efectuadas pelas entidades referidas nas alíneas a) e b) do artigo anterior são gratuitas para os beneficiários, sem prejuízo do pagamento de taxa moderadora que, no Serviço de Saúde Militar, é de valor idêntico ao praticado no Serviço Nacional de Saúde. 2 O disposto na parte final do número anterior não é aplicável às prestações efectuadas a beneficiários titulares nos estabelecimentos do Serviço de Saúde Militar. Pág 160 de 461 Páginas

161 Artigo 11.o Acordos 1 O Ministro da Defesa Nacional pode celebrar, ou autorizar que o órgão directivo da entidade gestora celebre, acordos com pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, que tenham por objecto a prestação de cuidados de saúde aos seus beneficiários. 2 As condições da celebração de acordos e as respectivas cláusulas tipo são fixadas mediante portaria conjunta do Ministro da Defesa Nacional e do Ministro das Finanças. Artigo 12.o Comparticipações e encargos 1 A comparticipação no pagamento das prestações efectuadas efectiva-se mediante reembolso ao beneficiário ou, quando tal esteja estabelecido em acordo ou convenção, mediante pagamento directo à entidade prestadora. 2 Na situação referida na alínea c) do artigo 9.o, o montante a suportar pelo beneficiário é determinado, tendo em conta o tipo de acto médico praticado, por portaria conjunta dos Ministros da Defesa Nacional e das Finanças. 3 A comparticipação concedida aos beneficiários, no caso referido na alínea d) do artigo 9.o, é a que resultar da aplicação das regras definidas para o regime livre na ADSE. 4 A comparticipação concedida aos beneficiários na assistência medicamentosa e na aquisição de meios de correcção e compensação é a que resultar da aplicação das regras e tabelas definidas para a comparticipação correspondente na ADSE. 5 Os beneficiários assumem os encargos relativos às taxas moderadoras, quando houver lugar a tal, e a diferença dos custos no caso de opção por internamento em quarto particular. 6 O pagamento da despesa, para além dos escalões de comparticipação estabelecidos, é da responsabilidade do beneficiário. 7 As regras referidas nos n.os 3 e 4 incluem as eventuais disposições sobre limites à quantidade e valor de actos médicos ou aquisição de medicamentos e meios de correcção e compensação comparticipáveis. CAPÍTULO IV Financiamento e responsabilidade pelo pagamento Artigo 13.o Descontos obrigatórios 1 Os vencimentos base e as pensões base dos beneficiários titulares ficam sujeitos ao desconto obrigatório de 1%. 2 Os descontos referidos no número anterior constituem receita do IASFA. Artigo 14.o Responsabilidade pelo pagamento 1 São responsáveis pelo pagamento das prestações de cuidados de saúde previstas no presente diploma: a) A ADM; b) Os beneficiários. 2 O disposto no número anterior não se aplica quando a despesa resulte de facto gerador de responsabilidade civil imputável a terceiro. 3 A ADM assegura ao lesado, a título provisório, o pagamento das despesas referidas no número anterior, sempre que se trate de facto ocorrido durante o exercício de funções. 4 No caso previsto no número anterior, assiste à ADM o direito de regresso contra os terceiros responsáveis. 5 O responsável pelo pagamento das prestações de cuidados de saúde em virtude de factos dos quais decorra responsabilidade civil de terceiro goza de direito de regresso contra este. 6 Quando haja lugar ao pagamento directo pela ADM à entidade prestadora de cuidados de saúde, a parte que exceder os valores dos acordos é paga directamente pelo beneficiário à entidade em causa. Pág 161 de 461 Páginas

162 7 Se a falta da comunicação referida na alínea e) do n.o 1 do artigo 7.o tornar inviável o exercício do direito de regresso da ADM perante o terceiro responsável, cessa o direito do beneficiário ao reembolso das despesas em causa. CAPÍTULO V Disposições finais e transitórias Artigo 15.o Entidade gestora A gestão da ADM incumbe ao IASFA, em termos a definir em diploma próprio. Artigo 16.o Subsistemas de saúde extintos 1 São extintas a ADME, a ADMA e a ADMFA. 2 No prazo de dois meses, os serviços da ADME, da ADMA e da ADMFA transmitem oficiosamente à entidade gestora da ADM os dados relativos aos respectivos beneficiários que sejam necessários para a sua inscrição na ADM. Artigo 17.o Regulamentação A regulamentação necessária à boa execução do presente decreto-lei é feita, consoante a matéria: a) Por portaria do Ministro da Defesa Nacional, nos casos especificamente referidos no presente decreto-lei e naqueles em que estejam em causa matérias respeitantes à organização interna da ADM; b) Por portaria conjunta do Ministro da Defesa Nacional e do Ministro da Finanças, nos restantes casos. Artigo 18.o Regime transitório 1 São inscritos como beneficiários titulares da ADM os beneficiários titulares da ADME, da ADMA e da ADMFA, independentemente de requerimento. 2 Os beneficiários familiares ou equiparados da ADME, da ADMAe da ADMFA que pretendam adquirir a qualidade de beneficiários familiares ou equiparados da ADM devem proceder à respectiva inscrição. 3 Têm direito à inscrição como beneficiários familiares ou equiparados da ADM os beneficiários familiares ou equiparados inscritos nos subsistemas da ADME, da ADMA e da ADMFA que, à data da entrada em vigor do presente diploma, reúnam uma das seguintes condições: a) Tenham mais de 65 anos; b) Sofram de doença crónica que, nos termos da lei, confira direito a isenção do pagamento de taxas moderadoras; c) Se encontrem em situação de incapacidade permanente. 4 Os acordos vigentes no âmbito da ADME, da ADMA e da ADMFA mantêm-se em vigor, devendo ser confirmados ou renegociados no prazo de um ano a partir da entrada em vigor da portaria referida no n.o 2 do artigo 11.o, sob pena de caducidade. 5 Não é permitida a celebração de novos acordos ao abrigo dos regimes da ADME, da ADMA e da ADMFA. 6 Até à entrada em vigor da portaria referida no n.o 2 do artigo 12.o e no n.o 2 do artigo 8.o mantêm-se em vigor os regimes vigentes na ADME, na ADMA e na ADMFA à data de entrada em vigor do presente diploma. 7 Os cartões de beneficiário da ADME, da ADMA e da ADMFA podem ser utilizados pelos beneficiários da ADM até à emissão do respectivo cartão. 8 No ano de 2006, o desconto obrigatório previsto no artigo 13.o é de 0,8%, sendo este valor automaticamente actualizado em 0,1% no primeiro dia de cada ano subsequente, até se atingir o valor previsto no n.o 1 do artigo 13.o Pág 162 de 461 Páginas

163 Artigo 19.o Avaliação da gestão OMinistério das Finanças e da Administração Pública procede à avaliação anual dos resultados de gestão da ADM e à sua comparação com os resultados da ADSE. Artigo 20.o Norma revogatória São revogados: a) O Decreto-Lei n.o 585/73, de 6 de Novembro; b) O Decreto-Lei n.o 434-A1/82, de 29 de Outubro; c) A Portaria n.o 67/75, de 4 de Fevereiro; d) A Portaria n.o 594/75, de 9 de Outubro; e) A Portaria n.o 1119/81, de 31 de Dezembro; f) A Portaria n.o 661/82, de 2 de Julho; g) A Portaria n.o 883/84, de 4 de Dezembro; h) O despacho n.o 8232/SEDN/2001, de 6 de Abril; i) A Portaria n.o 182/2005, de 15 de Fevereiro; j) O despacho n.o 115/MDN/92, de 20 de Outubro. Artigo 21.o Entrada em vigor 1 Sem prejuízo do disposto no número seguinte, o presente diploma entra em vigor em 1 de Janeiro de Entra em vigor no dia seguinte ao da publicação do presente decreto-lei o n.o 5 do artigo 18.o Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 12 de Agosto de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa Fernando Teixeira dos Santos Luís Filipe Marques Amado António Fernando Correia de Campos. Promulgado em 20 de Setembro de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 20 de Setembro de O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. Pág 163 de 461 Páginas

164 Decreto-Lei nº 234/2005 de 30 de Dezembro Convergência dos sistemas públicos de saúde A Resolução do Conselho de Ministros n.o 102/2005, de 24 de Junho, veio impor a convergência dos diversos subsistemas de saúde públicos com o regime geral da assistência na doença aos servidores civis do Estado, efectuada no âmbito da Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE). Em concretização deste objectivo, o Governo deu início à reforma dos subsistemas de saúde em vigor nas áreas da defesa, da administração interna e da justiça, tendo já sido publicados os Decretos-Leis n.os 158/2005, de 20 de Setembro, 167/2005, de 23 de Setembro, e 212/2005, de 9 de Dezembro, estabelecendo, respectivamente, os regimes jurídicos da assistência na doença ao pessoal ao serviço da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública e da assistência na doença aos militares das Forças Armadas e dos Serviços Sociais do Ministério da Justiça. Os diplomas acima referidos inserem vários preceitos, designadamente respeitantes à inscrição dos beneficiários familiares e equiparados e ao regime de comparticipações, cuja disciplina é estabelecida por remissão para o quadro normativo da ADSE. Ora, considerando que vários dispositivos do Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro, se mantêm inalterados há mais de 20 anos e manifestamente desactualizados, torna-se inadiável a necessidade de revisão de alguns aspectos do quadro legal existente de que se evidenciam os seguintes: É afastada a obrigatoriedade de inscrição na ADSE dos funcionários e agentes que a partir de 1 de Janeiro de 2006 ficam abrangidos pelo regime geral da segurança social, reconhecendo-lhes, porém, essa possibilidade em regime facultativo; É igualmente abolida a exigência da inscrição na Caixa Geral de Aposentações como requisito necessário para a aquisição da qualidade de beneficiário da ADSE de forma a garantir a referida inscrição; Consagra-se, à semelhança do já instituído noutros subsistemas de saúde públicos, uma modificação no quadro de beneficiários familiares e equiparados, inserindo no seu âmbito os membros de uniões de facto como tal reconhecidos nos termos da Lei n.o 7/2001, de 11 de Maio, assegurando-lhes o regime de protecção na saúde concedido aos demais familiares de funcionários públicos; Procede-se à clarificação de alguns normativos,designadamente respeitantes ao início da fruição dos benefícios concedidos pela ADSE e à cumulação de comparticipações, de forma a superar os frequentes constrangimentos que a redacção actual tem originado; Institui-se em relação aos funcionários e agentes, beneficiários titulares da ADSE que sejam cônjuges ou vivam em união de facto com beneficiários titulares de outros subsistemas de saúde públicos, o direito de opção pela inscrição como beneficiários extraordinários nesses subsistemas, o qual, salvaguardando a observância da proibição da dupla inscrição, de igual modo permite assegurar o princípio da equidade que deve nortear o sistema de protecção social no âmbito da Administração Pública. Foram observados os procedimentos decorrentes da Lei n.o 23/98, de 26 de Maio. Assim: Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.o Alteração ao Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro Os artigos 4.o, 6.o, 7.o, 8.o, 9.o, 10.o, 11.o, 12.o, 14.o, 16.o, 17.o, 18.o, 26.o, 31.o, 32.o, 33.o, 34.o, 41.o, 43.o, 45.o, 59.o, 62.o e 64.o do Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro, passam a ter a seguinte redacção: Pág 164 de 461 Páginas

165 «Artigo 4.o [...] 1 Os funcionários e agentes dos organismos dotados de autonomia administrativa e financeira e ainda de outros organismos que não sendo financeiramente autónomos sejam dotados de verbas próprias para pagamento do seu pessoal podem adquirir a qualidade de beneficiário titular se, cumulativamente: a) Não beneficiarem como titulares de qualquer outro subsistema de saúde integrado na Administração Pública; b) Os respectivos organismos assegurarem pelas verbas inscritas nos seus orçamentos privativos os encargos resultantes dos benefícios concedidos pela ADSE; c) Concorrerem a favor da ADSE a título de comparticipação nas despesas de administração com um quantitativo anual por beneficiário inscrito, quer titular quer familiar, fixado por despacho do membro do Governo responsável pela área das finanças. 2 Os encargos decorrentes dos benefícios concedidos pela ADSE são suportados pelos respectivos organismos nos termos do preceituado no artigo seguinte. Artigo 6.o [...] 1 Os funcionários e agentes a que se refere o presente diploma adquirem a qualidade de beneficiários titulares desde que, nessa qualidade, não estejam abrangidos por qualquer outro subsistema de saúde integrado na Administração Pública. 2 O pessoal referido na alínea c) do artigo 3.o adquire a qualidade de beneficiário titular mediante a celebração de acordo entre a entidade patronal e a ADSE em que são fixadas as condições de atribuição dos benefícios previstos no presente decreto-lei. 3 Os funcionários e agentes que passem a exercer funções no sector empresarial do Estado, das Regiões Autónomas e dos municípios e suas associações e, bem assim, nas pessoas colectivas de utilidade pública mantêm a qualidade de beneficiários titulares desde que, cumulativamente: a) Mantenham a vinculação ao serviço de origem; b) Declarem optar pelo regime de protecção social da função pública; c) Continuem a efectuar o desconto para a ADSE. 4 Os encargos resultantes da aplicação do número anterior são suportados: a) Pela ADSE, quando se trate de funcionários e agentes oriundos de serviços integrados; b) Pelos organismos autónomos ou Regiões e autarquias locais, relativamente aos seus funcionários e agentes. 5 Os funcionários na situação de aposentação só podem inscrever-se como beneficiários titulares desde que não estejam abrangidos por outro subsistema de saúde integrado na Administração Pública. Artigo 7.o [...] 1 Podem inscrever-se como beneficiários familiares: a) O cônjuge ou a pessoa que viva com o beneficiário titular em união de facto; b) c) A inscrição dos familiares só é possível desde que provem não estar abrangidos, em resultado do exercício de actividade remunerada ou tributável, por regime de segurança social de inscrição obrigatória, enquanto se mantiver essa situação. Artigo 8.o Cônjuges e membros de união de facto a) b) Pág 165 de 461 Páginas

166 2 Consideram-se beneficiários as pessoas que vivam com o beneficiário titular em união de facto, reconhecida nos termos da Lei n.o 7/2001, de 11 de Maio, ou que com ele viviam à data da sua morte nas mesmas condições enquanto não contraírem casamento ou constituírem nova união de facto. 3 O cônjuge ou o membro de união de facto sobrevivo que, encontrando-se à data do falecimento do beneficiário titular nas condições do artigo 7.o e dos números anteriores do presente artigo, não esteja inscrito pode requerer a sua inscrição na ADSE no prazo máximo de um ano após a morte daquele. 4 O procedimento de inscrição na ADSE como beneficiários familiares das pessoas que vivam com o beneficiário titular em união de facto é regulado mediante portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da Administração Pública. Artigo 9.o [...] 1 Podem inscrever-se como beneficiários familiares: a) Os filhos menores dos beneficiários titulares, incluindo os dos que faleceram no activo ou na situação de aposentação; b) Os filhos maiores dos beneficiários titulares, incluindo os dos que faleceram no activo ou na situação de aposentação, que se encontrem nas condições do número seguinte. 2 Os descendentes mencionados na alínea b) do número anterior podem inscrever-se como beneficiários familiares, nos termos seguintes: a) Até aos 26 anos, desde que frequentem curso do ensino de nível secundário ou equivalente ou superior, até à conclusão da licenciatura; b) Se sofrerem de incapacidade total e permanente ou de doença prolongada que obstem à angariação de meios de subsistência. 3 Os descendentes além do 1.o grau a cargo do beneficiário titular, do seu cônjuge ou da pessoa que viva com o beneficiário titular em união de facto podem inscrever-se como beneficiários familiares desde que, por si ou por algum dos seus progenitores, não estejam abrangidos por outro sistema de protecção social. 4 Podem inscrever-se como beneficiários equiparados a descendentes, em qualquer das situações mencionadas nos n.os 1 e 2, os enteados e os filhos da pessoa que viva com o beneficiário titular em união de facto que estejam a seu cargo e, bem assim, os tutelados, os adoptados e os menores que, por via judicial ou administrativa, sejam confiados ao beneficiário titular, ao seu cônjuge ou à pessoa que viva com o beneficiário titular em união de facto. Artigo 10.o [...] 1 Podem inscrever-se como beneficiários familiares os ascendentes dos beneficiários titulares que não possuam rendimentos próprios mensais iguais ou superiores: a) [Anterior alínea a) do artigo 10.o] b) [Anterior alínea b) do artigo 10.o] 2 Incluem-se no conceito de rendimentos próprios os proventos de qualquer espécie, nomeadamente retribuições, rendas, pensões ou equivalentes, que concorram na economia individual do ascendente ou na do seu agregado familiar. 3 Podem inscrever-se como beneficiários equiparados a ascendentes os adoptantes dos beneficiários titulares, nas condições dos números anteriores. Artigo 11.o [...] O início da fruição dos benefícios concedidos pela ADSE reporta-se à data de início do desconto legal obrigatório sobre o vencimento relativamente aos beneficiários titulares no activo e à data de apresentação na ADSE do pedido de inscrição nos restantes casos, sem prejuízo do disposto nos números seguintes. Pág 166 de 461 Páginas

167 3 A fruição de benefícios concedidos pela ADSE é condicionada à comprovação da qualidade de beneficiário. 4 Relativamente aos descendentes recém-nascidos, nos primeiros três meses, a fruição de benefícios que dependa da exibição de cartão de beneficiário é obtida através do cartão de qualquer dos progenitores que seja beneficiário titular. Artigo 12.o Inscrição e direito de opção por outro subsistema de saúde 1 Os funcionários e agentes da administração central, regional e local que iniciem funções a partir de 1 de Janeiro de 2006, incluindo os dos serviços dotados de autonomia administrativa e financeira e ainda de outros organismos que, não sendo financeiramente autónomos, sejam dotados de verbas próprias para pagamento do seu pessoal, podem inscrever-se como beneficiários titulares. 2 A faculdade prevista no número anterior deve ser exercida pelo interessado no prazo de três meses a contar da data do início de funções, mediante o preenchimento do boletim de inscrição e confirmação do competente serviço processador de vencimentos. 3 Os funcionários e agentes que tenham exercido a faculdade prevista no n.o 1 podem, a todo o tempo, renunciar à inscrição na ADSE, assumindo esta carácter definitivo. 4 Os funcionários e agentes que sejam cônjuges ou membros de união de facto de beneficiários titulares de outro subsistema de saúde destinado a funcionários, agentes e outros servidores do Estado podem optar pela inscrição nesse subsistema como beneficiários extraordinários. 5 A opção prevista no número anterior deve realizar- se no prazo de três meses a contar da data de celebração do casamento ou da aquisição da qualidade 78lo78de funcionário ou agente. 6 No caso das uniões de facto, o prazo para o exercício do direito de opção previsto no n.o 4 é regulado através da portaria prevista no n.o 4 do artigo 8.o 7 O exercício do direito de opção por funcionário ou agente inscrito na ADSE determina o cancelamento dessa inscrição, bem como a dos respectivos familiares ou equiparados inscritos. Artigo 14.o [...] a) b) Pela entidade que pague a pensão ao funcionário e agente aposentado; c) [Anterior alínea b).] Artigo 16.o [...] Mantêm a qualidade de beneficiários titulares os funcionários e agentes que por motivo de doença se encontrem em situação de licença ilimitada ou de licença sem vencimento de longa duração. Artigo 17.o [...] 1 Suspende-se a qualidade de beneficiário titular aos funcionários e agentes que: a) Entrem de licença sem vencimento até 90 dias; b) Entrem de licença sem vencimento por um ano ou de licença sem vencimento para acompanhamento do cônjuge colocado no estrangeiro, salvo se mantiverem os descontos para a ADSE As situações mencionadas no n.o 1 são comunicadas à ADSE pelos serviços processadores de vencimentos logo após o seu início, incumbindo-lhes ainda proceder à retenção do cartão dos beneficiários. 4 O não cumprimento do disposto no número anterior constitui infracção disciplinar, nos termos do artigo 25.o do Decreto-Lei n.o 476/80, de 15 de Outubro, e do Estatuto Disciplinar dos Pág 167 de 461 Páginas

168 Funcionários e Agentes da Administração Central, Regional e Local, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 24/84, de 16 de Janeiro. Artigo 18.o [...] 1 A qualidade de beneficiário titular e familiar perde- se pela verificação dos seguintes eventos: a) Exoneração e demissão; b) Passagem à situação de licença sem vencimento de longa duração; c) Cessação das condições exigidas pelo presente decreto-lei para a inscrição como beneficiário; d) Renúncia, nos termos previstos no n.o 3 do artigo 12.o Onão cumprimento do disposto no número anterior constitui infracção disciplinar, nos termos do artigo 25.o do Decreto-Lei n.o 476/80, de 15 de Outubro, e do Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Central, Regional e Local, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 24/84, de 16 de Janeiro. Artigo 26.o [...] A comparticipação não abrange as deslocações em viatura própria, sendo apenas viável quando utilizados os seguintes meios de transporte: a) Ambulância; b) Transportes colectivos; c) Automóvel de aluguer Artigo 31.o [...] Os beneficiários da ADSE podem recorrer aos cuidados de saúde no estrangeiro nas seguintes condições: a) Desde que não existam meios técnicos em Portugal para os cuidados exigidos, situação que deve ser reconhecida pelo responsável clínico dos serviços da especialidade de um hospital central nacional e mediante decisão fundamentada da ADSE; b) Artigo 32.o [...] 1 Nas condições referidas na alínea a) do artigo anterior, o beneficiário tem direito a uma comparticipação equivalente às despesas efectuadas com os cuidados de saúde recebidos de acordo com os montantes fixados nas tabelas aprovadas pelo despacho referido no artigo 35.o do presente diploma Artigo 33.o [...] 1 Quando o beneficiário opte por cuidados de saúde no estrangeiro fora das condições prevista na alínea a) do artigo 31.o, a comparticipação é atribuída de acordo com os montantes fixados nas tabelas aprovadas pelo despacho referido no artigo 35.o do presente decreto-lei, excluindo-se qualquer comparticipação nas despesas com transportes e aposentadoria. 2 Sempre que o beneficiário se encontre deslocado no estrangeiro em missão oficial tem direito a comparticipação nas despesas com cuidados de saúde de acordo com os montantes fixados nas tabelas aprovadas pelo despacho referido no artigo 35.o do presente decreto-lei. Pág 168 de 461 Páginas

169 Artigo 34.o [...] 1 Desde que se verifiquem as condições previstas na alínea a) do artigo 31.o, a ADSE pode vir a adiantar uma verba de conformidade com a previsão dos encargos a suportar de acordo com as disponibilidades do seu orçamento. 2 A previsão dos encargos consta do relatório clínico da entidade referida na alínea a) do artigo 31.o ou da entidade onde os cuidados vão ser ministrados. Artigo 41.o [...] 1 A ADSE não comparticipa em despesas com cuidados de saúde que tenham sido objecto de comparticipação por outros subsistemas de saúde, serviços sociais ou obras sociais integrados na Administração Pública. 2 As despesas com cuidados de saúde que tenham sido objecto de comparticipação por entidades privadas são comparticipadas pela ADSE apenas relativamente aos montantes não comparticipados por aquelas entidades. 3 Nas situações previstas no número anterior, obeneficiário deve apresentar cópia dos documentos de despesa acompanhada de declaração original, emitida ela entidade que atribuiu a comparticipação, discriminando as despesas e os correspondentes montantes comparticipados. 4 Para efeitos do disposto nos números anteriores, as despesas são consideradas autonomamente, ainda que decorrentes da prestação do mesmo cuidado de saúde. Artigo 43.o [...] a) b) c) De doença abrangida pelo regime de concessão de assistência aos funcionários e agentes tuberculosos e seus familiares. Artigo 45.o [...] O previsto no número anterior implica a obrigatoriedade de os serviços de que depende o beneficiário instaurarem o competente processo disciplinar, nos termos do Decreto-Lei n.o 24/84, de 16 de Janeiro, de cujos resultados devem dar conhecimento à ADSE Artigo 59.o [...] 1 Aos beneficiários da ADSE é atribuído um cartão de modelo, características e validade aprovados por despacho do membro do Governo responsável pela área das finanças. 2 A emissão do cartão e as respectivas renovações são gratuitas, ficando a passagem de segunda via sujeita ao pagamento de taxa a fixar no despacho referido no número anterior. Artigo 62.o [...] Exceptuam-se os casos em que, por motivos alheios à vontade dos beneficiários, estes não consigam obter os respectivos documentos dentro do prazo indicado no número anterior, podendo, quando tal aconteça, os documentos ser remetidos à ADSE fora do prazo estabelecido, acompanhados de requerimento devidamente fundamentado e dirigido ao director-geral da ADSE, que pode deferir ou indeferir consoante os fundamentos invocados. Pág 169 de 461 Páginas

170 Artigo 64.o [...] A ADSE pode assumir o pagamento de todas as prestações devidas pelos organismos autónomos, Regiões, autarquias locais e entidades referidas na alínea c) do artigo 3.o aos seus funcionários, mediante prévio acordo, tendo em conta o previsto nos artigos 4.o, 5.o e 6.o, n.o 2, do presente diploma.» Artigo 2.o Direito de opção 1 Os funcionários e agentes, beneficiários titulares da Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE), que sejam cônjuges ou vivam em união de facto com beneficiários titulares de qualquer subsistema de saúde destinado a funcionários, agentes e outros servidores do Estado podem optar pela inscrição como beneficiários extraordinários nesse subsistema. 2 Os funcionários e agentes que exerçam o direito previsto no número anterior não podem reinscrever-se na ADSE, salvo em caso de: a) Divórcio; b) Separação judicial de pessoas e bens; c) Dissolução da união de facto; d) Perda ou suspensão da qualidade de beneficiário titular do subsistema de opção por parte do cônjuge ou da pessoa com quem vivam em união de facto. 3 Nos casos previstos em qualquer das alíneas do número anterior, a reinscrição na ADSE é obrigatória para os funcionários e agentes inscritos até 31 de Dezembro de 2005 e facultativa para os restantes. 4 Os beneficiários da ADSE com a qualidade de familiares ou equiparados dos funcionários e agentes que exerçam o direito previsto no n.o 1 passam a beneficiar do subsistema pelo qual estes tenham optado, aplicando- se o disposto no n.o 2. 5 O regime aplicável aos beneficiários extraordinários de cada subsistema é definido por portaria conjunta do ministro com a tutela da respectiva entidade gestora e dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da Administração Pública. 6 Os actuais funcionários e agentes, beneficiários titulares da ADSE, que sejam cônjuges ou vivam em união de facto com beneficiários titulares de qualquer subsistema de saúde destinado a funcionários, agentes e outros servidores do Estado que pretendam exercer o direito de opção previsto no n.o 1 devem fazê-lo no prazo máximo de três meses após a entrada em vigor da portaria referida no número anterior. Artigo 3.o Desconto Os funcionários e agentes que exerçam o direito de opção referido no artigo 2.o continuam sujeitos ao desconto obrigatório previsto no artigo 1.o do Decreto-Lei n.o 125/81, de 27 de Maio, e na alínea c) do n.o 1 do artigo 14.o do Decreto-Lei n.o 353-A/89, de 16 de Outubro, constituindo os montantes dele provenientes receitas próprias das entidades gestoras dos subsistemas pelos quais os beneficiários em causa tenham optado. Artigo 4.o Administração de receitas 1 A ADSE é equiparada, nos termos do n.o 1 do artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 301/99, de 5 de Agosto, a entidade administradora das receitas decorrentes do desconto obrigatório para a ADSE, previsto no artigo 1.o do Decreto-Lei n.o 125/81, de 27 de Maio, e na alínea c) do n.o 1 do artigo 14.o do Decreto-Lei n.o 353-A/89, de 16 de Outubro, mantendo-se a responsabilidade pela sua contabilização a cargo das entidades que procedem à sua arrecadação. 2 A forma e os prazos de disponibilização da informação que permita a administração da receita pela ADSE são estabelecidos por despacho do membro do Governo responsável pela área das finanças. Pág 170 de 461 Páginas

171 Artigo 5.o Normas transitórias 1 Aos beneficiários que transitem de subsistema por força do presente decreto-lei ou ao abrigo de qualquer outra disposição legal é garantida a possibilidade de finalização dos tratamentos em curso, nas situações previstas em despacho conjunto dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da Administração Pública e da saúde. 2 As pessoas que viveram em união de facto com beneficiários titulares da ADSE falecidos antes da entrada em vigor dos artigos 7.o e 8.o do Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro, com a redacção dada pelo presente diploma, e que à data do falecimento daquele beneficiário se encontrassem nas condições previstas naqueles artigos podem requerer a sua inscrição na ADSE no prazo máximo de um ano após a entrada em vigor dos mesmos artigos, nos termos constantes da portaria prevista no n.o 4 do referido artigo 8.o 3 O pessoal que, em virtude de contrato administrativo de provimento, tenha sido inscrito na ADSE como beneficiário titular mantém essa qualidade, com sujeição ao correspondente desconto, sempre que, por força de determinação legal, a continuação da sua relação jurídica de emprego fique condicionada à celebração de contrato individual de trabalho. 4 Odisposto no número anterior é igualmente aplicável às situações ocorridas até à entrada em vigor do presente diploma. Artigo 6.o Republicação 1 É republicado em anexo, com a redacção actual, o Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro, alterado pelos Decretos-Leis n.os 279/99, de 26 de Julho, e 90/98, de 14 de Abril. 2 Para efeitos da republicação, são actualizadas as designações ministeriais, é adoptado o presente do indicativo na redacção de todas as normas, é eliminada a divisão da secção II do capítulo II e da secção II do capítulo III em subsecções e é alterada a actual forma de identificação das normas por números e alíneas nos artigos 5.o, 23.o e 36.o Artigo 7.o Entrada em vigor 1 O presente decreto-lei entra em vigor em 1 de Janeiro de 2006, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2 As alterações à alínea a) do n.o 1 do artigo 7.o e aos n.os 2 e 3 do artigo 8.o do Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro, entram em vigor com a publicação da portaria prevista na nova redacção do n.o 4 do artigo 8.o daquele decreto-lei. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 15 de Dezembro de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa Fernando Teixeira dos Santos. Promulgado em 22 de Dezembro de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 22 de Dezembro de O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. ANEXO Republicação do Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro CAPÍTULO I Natureza, âmbito e fins Artigo 1.o Natureza, âmbito e fins 1 A Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE) é um órgão da estrutura central do Ministério das Finanças e da Administração Pública dotado de autonomia administrativa que tem por objectivo a protecção social nos seguintes domínios: a) Cuidados de saúde; Pág 171 de 461 Páginas

172 b) Encargos familiares; c) Outras prestações de segurança social. 2 No âmbito dos cuidados de saúde, a sua acção exerce-se relativamente a: a) Promoção e vigilância da saúde; b) Prevenção, tratamento e recuperação da doença. 3 No domínio dos encargos familiares, enquanto não for redefinido o regime de segurança social para a função pública, o regime do abono de família obedece aos seguintes princípios: a) Pagamento do abono de família e prestações complementares através dos organismos processadores dos vencimentos para os funcionários no activo e da Caixa Geral de Aposentações para os reformados e aposentados; b) Unidade do regime mediante a articulação dos serviços referidos na alínea anterior com a ADSE, através do exercício por esta do apoio técnico e coordenação das operações inerentes à atribuição do abono. 4 No tocante a outras prestações de segurança social, a actividade da ADSE deve desenvolverse segundo parâmetros que a levem a intervir a favor dos respectivos beneficiários sempre que se registe uma alteração desfavorável do equilíbrio entre as suas necessidades e os meios de que dispõem para as satisfazer. CAPÍTULO II Dos beneficiários SECÇÃO I Tipos de beneficiários Artigo 2.o Beneficiários Os beneficiários da ADSE integram os seguintes grandes tipos: a) Beneficiários titulares; b) Beneficiários familiares ou equiparados. SECÇÃO II Beneficiários titulares Artigo 3.o Titulares Considera-se beneficiário titular: a) O pessoal civil do Estado, inclusive o dos organismos dotados de autonomia administrativa financeiramente autónomos e ainda de outros organismos que não sendo financeiramente autónomos sejam dotados de verbas próprias para pagamento ao seu pessoal quer se encontre em situação de exercício de funções ou aposentado; b) O pessoal da administração regional e local nas condições da alínea anterior; c) O pessoal de outras entidades que a lei já contemple ou venha a contemplar. Artigo 4.o Autonomia administrativa e financeira ou equiparada 1 Os funcionários e agentes dos organismos dotados de autonomia administrativa e financeira e ainda de outros organismos que não sendo financeiramente autónomos sejam dotados de verbas próprias para pagamento do seu pessoal podem adquirir a qualidade de beneficiário titular se, cumulativamente: a) Não beneficiarem como titulares de qualquer outro subsistema de saúde integrado na Administração Pública; b) Os respectivos organismos assegurarem pelas verbas inscritas nos seus orçamentos privativos os encargos resultantes dos benefícios concedidos pela ADSE; c) Concorrerem a favor da ADSE a título de comparticipação nas despesas de administração com um quantitativo anual por beneficiário inscrito, quer titular quer familiar, fixado por despacho do membro do Governo responsável pela área das finanças. 2 Os encargos decorrentes dos benefícios concedidos pela ADSE são suportados pelos respectivos organismos nos termos do preceituado no artigo seguinte. Pág 172 de 461 Páginas

173 Artigo 5.o Autarquias 1 Os funcionários e agentes das autarquias locais gozam dos benefícios concedidos pela ADSE nos mesmos termos que o pessoal da administração central do Estado. 2 Os encargos resultantes do previsto no número anterior são satisfeitos por conta dos orçamentos próprios. 3 As verbas despendidas pela ADSE em produtos farmacêuticos adquiridos pelos trabalhadores das autarquias e seus familiares são compensadas pelo desconto legal efectuado nos vencimentos daqueles, o qual constitui receita do Orçamento Geral do Estado. 4 Devem ainda as autarquias reembolsar a ADSE das despesas por esta suportadas em consequência de acordos celebrados ou a celebrar com entidades de cuidados de saúde. 5 As autarquias devem concorrer a favor da ADSE, a título de comparticipação, nas despesas da Administração com o quantitativo anual por beneficiário inscrito, titular ou familiar, fixado por despacho do membro do Governo responsável pelas áreas das finanças e da Administração Pública. Artigo 6.o Requisitos que devem reunir os beneficiários titulares 1 Os funcionários e agentes a que se refere o presente diploma adquirem a qualidade de beneficiários titulares desde que, nessa qualidade, não estejam abrangidos por qualquer outro subsistema de saúde integrado na Administração Pública. 2 O pessoal referido na alínea c) do artigo 3.o adquire a qualidade de beneficiário titular mediante a celebração de acordo entre a entidade patronal e a ADSE em que são fixadas as condições de atribuição dos benefícios previstos no presente decreto-lei. 3 Os funcionários e agentes que passem a exercer funções no sector empresarial do Estado, das Regiões Autónomas e dos municípios e suas associações e, bem assim, nas pessoas colectivas de utilidade pública mantêm a qualidade de beneficiários titulares desde que, cumulativamente: a) Mantenham a vinculação ao serviço de origem; b) Declarem optar pelo regime de protecção social da função pública; c) Continuem a efectuar o desconto para a ADSE. 4 Os encargos resultantes da aplicação do número anterior são suportados: a) Pela ADSE, quando se trate de funcionários e agentes oriundos de serviços integrados; b) Pelos organismos autónomos ou Regiões e autarquias locais, relativamente aos seus funcionários e agentes. 5 Os funcionários na situação de aposentação só podem inscrever-se como beneficiários titulares desde que não estejam abrangidos por outro subsistema de saúde integrado na Administração Pública. SECÇÃO III Dos beneficiários familiares ou equiparados Artigo 7.o Familiares ou equiparados 1 Podem inscrever-se como beneficiários familiares: a) O cônjuge ou a pessoa que viva com o beneficiário titular em união de facto; b) Os descendentes ou equiparados; c) Os ascendentes ou equiparados a cargo do beneficiário titular. 2 A inscrição dos familiares só é possível desde que provem não estar abrangidos, em resultado do exercício de actividade remunerada ou tributável, por regime de segurança social de inscrição obrigatória, enquanto se mantiver essa situação. Artigo 8.o Cônjuges e membros de união de facto 1 Consideram-se beneficiários os cônjuges: Pág 173 de 461 Páginas

174 a) Não separados de direito dos beneficiários titulares, quer estes estejam na actividade ou aposentados; b) Os sobrevivos dos beneficiários titulares falecidos no activo ou na situação de aposentados desde que se mantenham no estado de viuvez e não tenha havido separação de direito. 2 Consideram-se beneficiários as pessoas que vivam com o beneficiário titular em união de facto, reconhecida nos termos da Lei n.o 7/2001, de 11 de Maio, ou que com ele viviam à data da sua morte nas mesmas condições enquanto não contraírem casamento ou constituírem nova união de facto. 3 O cônjuge ou o membro de união de facto sobrevivo que, encontrando-se à data do falecimento do beneficiário titular nas condições do artigo 7.o e dos números anteriores do presente artigo, não esteja inscrito pode requerer a sua inscrição na ADSE no prazo máximo de um ano após a morte daquele. 4 O procedimento de inscrição na ADSE como beneficiários familiares das pessoas que vivam com o beneficiário titular em união de facto é regulado mediante portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da Administração Pública. Artigo 9.o Descendentes ou equiparados 1 Podem inscrever-se como beneficiários familiares: a) Os filhos menores dos beneficiários titulares, incluindo os dos que faleceram no activo ou na situação de aposentação; b) Os filhos maiores dos beneficiários titulares, incluindo os dos que faleceram no activo ou na situação de aposentação, que se encontrem nas condições do número seguinte. 2 Os descendentes mencionados na alínea b) do número anterior podem inscrever-se como beneficiários familiares nos termos seguintes: a) Até aos 26 anos, desde que frequentem curso do ensino de nível secundário ou equivalente ou superior, até à conclusão da licenciatura; b) Se sofrerem de incapacidade total e permanente ou de doença prolongada que obstem à angariação de meios de subsistência. 3 Os descendentes além do 1.o grau a cargo do beneficiário titular, do seu cônjuge ou da pessoa que viva com o beneficiário titular em união de facto podem inscrever-se como beneficiários familiares desde que, por si ou por algum dos seus progenitores, não estejam abrangidos por outro sistema de protecção social. 4 Podem inscrever-se como beneficiários equiparados a descendentes, em qualquer das situações mencionadas nos n.os 1 e 2, os enteados e os filhos da pessoa que viva com o beneficiário titular em união de facto que estejam a seu cargo e, bem assim, os tutelados, os adoptados e os menores que, por via judicial ou administrativa, sejam confiados ao beneficiário titular, ao seu cônjuge ou à pessoa que viva com o beneficiário titular em união de facto. Artigo 10.o Ascendentes ou equiparados 1 Podem inscrever-se como beneficiários familiares os ascendentes dos beneficiários titulares que não possuam rendimentos próprios mensais iguais ou superiores: a) A 60% da remuneração mínima mensal assegurada por lei à generalidade dos trabalhadores por conta de outrem, se se tratar de um só ascendente; b) A essa remuneração mínima mensal, no caso de se tratar de um casal de ascendentes. 2 Incluem-se no conceito de rendimentos próprios os proventos de qualquer espécie, nomeadamente retribuições, rendas, pensões ou equivalentes, que concorram na economia individual do ascendente ou na do seu agregado familiar. 3 Podem inscrever-se como beneficiários equiparados a ascendentes os adoptantes dos beneficiários titulares, nas condições dos números anteriores. Pág 174 de 461 Páginas

175 SECÇÃO IV Inscrições Artigo 11.o Aquisição da qualidade de beneficiário 1 A aquisição da qualidade de beneficiário da ADSE depende da prévia inscrição dos candidatos que se encontrem nas condições legais. 2 O início da fruição dos benefícios concedidos pela ADSE reporta-se à data de início do desconto legal obrigatório sobre o vencimento relativamente aos beneficiários titulares no activo e à data de apresentação na ADSE do pedido de inscrição nos restantes casos, sem prejuízo do disposto nos números seguintes. 3 A fruição de benefícios concedidos pela ADSE é condicionada à comprovação da qualidade de beneficiário. 4 Relativamente aos descendentes recém-nascidos, nos primeiros três meses, a fruição de benefícios que dependa da exibição de cartão de beneficiário é obtida através do cartão de qualquer dos progenitores que seja beneficiário titular. Artigo 12.o Inscrição e direito de opção por outro subsistema de saúde 1 Os funcionários e agentes da administração central, regional e local que iniciem funções a partir de 1 de Janeiro de 2006, incluindo os dos serviços dotados de autonomia administrativa e financeira e ainda de outros organismos que, não sendo financeiramente autónomos, sejam dotados de verbas próprias para pagamento do seu pessoal, podem inscrever-se como beneficiários titulares. 2 A faculdade prevista no número anterior deve ser exercida pelo interessado no prazo de três meses a contar da data do início de funções mediante o preenchimento do boletim de inscrição e confirmação do competente serviço processador de vencimentos. 3 Os funcionários e agentes que tenham exercido a faculdade prevista no n.o 1 podem, a todo o tempo, renunciar à inscrição na ADSE, assumindo esta carácter definitivo. 4 Os funcionários e agentes que sejam cônjuges ou membros de união de facto de beneficiários titulares de outro subsistema de saúde destinado a funcionários, agentes e outros servidores do Estado podem optar pela inscrição nesse subsistema como beneficiários extraordinários. 5 A opção prevista no número anterior deve realizar- se no prazo de três meses a contar da data de celebração do casamento ou da aquisição da qualidade de funcionário ou agente. 6 No caso das uniões de facto, o prazo para o exercício do direito de opção previsto no n.o 4 é regulado através da portaria prevista no n.o 4 do artigo 8.o 7 O exercício do direito de opção por funcionário ou agente inscrito na ADSE determina o cancelamento dessa inscrição, bem como a dos respectivos familiares ou equiparados inscritos. Artigo 13.o Responsabilidade pela inscrição A inscrição na ADSE processa-se: a) Através dos serviços e organismos processadores de vencimentos, no tocante aos funcionários e agentes no activo e aos respectivos familiares ou equiparados, ainda que sobrevivos, quando aqueles tiverem falecido antes da sua inscrição na ADSE; b) Pelos próprios funcionários e agentes que se encontrem na situação de aposentação ou pelos familiares sobrevivos dos mesmos. Artigo 14.o Formalidades 1 A inscrição como beneficiário da ADSE faz-se mediante o preenchimento do correspondente boletim de inscrição pelo interessado. 2 As informações incluídas no boletim são confirmadas: a) Pelas entidades responsáveis pela inscrição dos funcionários e agentes no activo, relativamente a estes e aos seus familiares ou equiparados e a familiares sobrevivos quando aqueles tiverem falecido antes da sua inscrição na ADSE; Pág 175 de 461 Páginas

176 b) Pela entidade que paga a pensão aos funcionários e agentes aposentados ou ainda aos seus familiares sobrevivos. 3 As alterações da situação existente devem ser comunicadas à ADSE no prazo de 30 dias a contar da sua ocorrência ou do seu conhecimento: a) Pelas entidades mencionadas na alínea a) do número precedente, relativamente aos beneficiários nela citados; b) Pela entidade que pague a pensão ao funcionário e agente aposentado; c) Pelo próprio, nos restantes casos. 4 AADSE pode, sempre que achar necessário, solicitar das entidades competentes e, bem assim, dos beneficiários titulares e familiares ou equiparados as informações de que careça para verificação das condições de inscrição emanutenção de direitos como beneficiário. Artigo 15.o Dupla inscrição 1 É vedada a inscrição na ADSE aos familiares dos beneficiários titulares que beneficiem de outros regimes de protecção social. 2 Os beneficiários titulares que tenham familiares inscritos nas condições do número anterior devem regularizar a situação perante a ADSE mediante a apresentação de novo boletim de inscrição no prazo de 90 dias a contar da data da publicação deste diploma. 3 O não cumprimento do disposto nos números anteriores envolve responsabilidade nos termos do artigo 45.o deste decreto-lei. SECÇÃO V Manutenção, suspensão e perda da qualidade de beneficiário Artigo 16.o Manutenção da qualidade de beneficiário Mantêm a qualidade de beneficiários titulares os funcionários e agentes que por motivo de doença se encontrem em situação de licença ilimitada ou de licença sem vencimento de longa duração. Artigo 17.o Suspensão da qualidade de beneficiário 1 Suspende-se a qualidade de beneficiário titular aos funcionários e agentes que: a) Entrem de licença sem vencimento até 90 dias; b) Entrem de licença sem vencimento por um ano ou de licença sem vencimento para acompanhamento do cônjuge colocado no estrangeiro, salvo se mantiverem os descontos para a ADSE. 2 É igualmente suspensa a qualidade de beneficiário e a fruição das regalias concedidas pela ADSE aos funcionários e agentes em efectividade de funções e, bem assim, aos aposentados que tenham infringido, por actos ou omissões, as normas e regulamentos da ADSE, nos termos do artigo 25.o do Decreto-Lei n.o 476/80, de 15 de Outubro. 3 As situações mencionadas no n.o 1 são comunicadas à ADSE pelos serviços processadores de vencimentos logo após o seu início, incumbindo-lhes ainda proceder à retenção do cartão dos beneficiários. 4 O não cumprimento do disposto no número anterior constitui infracção disciplinar, nos termos do artigo 25.o do Decreto-Lei n.o 476/80, de 15 de Outubro, e do Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Central, Regional e Local, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 24/84, de 16 de Janeiro. Artigo 18.o Perda da qualidade de beneficiário 1 A qualidade de beneficiário titular e familiar perde- se pela verificação dos seguintes eventos: a) Exoneração e demissão; b) Passagem à situação de licença sem vencimento de longa duração; c) Cessação das condições exigidas pelo presente decreto-lei para a inscrição como beneficiário; d) Renúncia, nos termos previstos no n.o 3 do artigo 12.o Pág 176 de 461 Páginas

177 2 As situações acima mencionadas devem ser comunicadas à ADSE logo após a verificação do evento pelos respectivos serviços ou pelos próprios, consoante se trate de pessoal no activo ou aposentado, com devolução dos respectivos cartões. 3 Onão cumprimento do disposto no número anterior constitui infracção disciplinar, nos termos do artigo 25.o do Decreto-Lei n.o 476/80, de 15 de Outubro, e do Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Central, Regional e Local, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 24/84, de 16 de Janeiro. CAPÍTULO III Das eventualidades e benefícios SECÇÃO I Disposições gerais Artigo 19.o Concessão de benefícios 1 A concessão de benefícios depende da inscrição nos termos da secção IV do capítulo II do presente decreto- lei e das contribuições legalmente estabelecidas para o efeito. 2 Os benefícios a conceder, bem como o modo e a forma como são atribuídos, vêm indicados nas correspondentes secções do presente capítulo. 3 O pagamento pela ADSE dos cuidados prestados assenta nas técnicas do reembolso ao beneficiário e do pagamento directo à entidade prestadora de serviços, de conformidade com o legalmente estabelecido. 4 Quando seja a ADSE a pagar directamente às entidades prestadoras dos cuidados de saúde por força de acordos estabelecidos, é reembolsada: a) Pelos beneficiários da parte que exceder os limites legalmente estabelecidos; b) Pelas Regiões e organismos autónomos, bem como pelas autarquias locais, da totalidade dessas despesas, competindo a estes reaver as comparticipações eventualmente devidas pelos beneficiários. 5 Nos acordos a celebrar pela ADSE pode vir a ser consagrado o princípio de o beneficiário pagar directamente à entidade prestadora dos cuidados de saúde a comparticipação que lhe couber. SECÇÃO II Dos cuidados de saúde Artigo 20.o Da promoção e vigilância de saúde A ADSE pode vir a cooperar com as entidades competentes em todas as acções tendentes ao desenvolvimento das medidas sanitárias e de protecção às doenças de longa duração. Artigo 21.o Da prevenção, tratamento e recuperação da doença A protecção na doença é assegurada no País, tanto no regime ambulatório como no de internamento, através de comparticipações em: a) Cuidados médicos; b) Cuidados hospitalares; c) Enfermagem; d) Tratamentos termais; e) Transportes e aposentadoria; f) Produtos medicamentosos; g) Meios de correcção e compensação; h) Lares e casas de repouso; i) Outros cuidados de saúde. Artigo 22.o Cuidados médicos No âmbito dos cuidados médicos, a ADSE assegura: Pág 177 de 461 Páginas

178 a) Consultas de clínica geral e de especialidade; b) Meios complementares de diagnóstico e terapêutica; c) Intervenções cirúrgicas. Artigo 23.o Cuidados hospitalares 1 No domínio dos cuidados hospitalares, a protecção é garantida, nas modalidades por eles praticadas e nos termos de acordos celebrados, em: a) Hospitais do Estado, incluindo qualquer unidade de cuidados primários; b) Hospitais e clínicas cooperativos; c) Hospitais e clínicas privados. 2 Quando o beneficiário recorrer a qualquer unidade hospitalar com a qual a ADSE não tenha acordo, esta concorre para as despesas efectuadas pelo beneficiário com as importâncias resultantes da aplicação do previsto no n.o 3 do artigo 19.o deste diploma. Artigo 24.o Enfermagem Os actos de enfermagem quando prescritos por médicos legalmente reconhecidos são comparticipados. Artigo 25.o Termas Os tratamentos termais quando clinicamente justificados são comparticipados, desde que efectuados em estâncias termais reconhecidas pelos serviços competentes do Ministério da Saúde pelo período mínimo de 12 dias seguidos por ano em cada tipo de estabelecimento termal. Artigo 26.o Transportes 1 Aos beneficiários é concedida uma comparticipação em despesas de transporte desde que, por motivo de doença devidamente justificada pelo médico, sejam por este encaminhados para a unidade de cuidados hospitalares mais próxima do local em que se encontrem e em condições de prestar os cuidados requeridos. 2 A comparticipação não abrange as deslocações em viatura própria, sendo apenas viável quando utilizados os seguintes meios de transporte: a) Ambulância; b) Transportes colectivos; c) Automóvel de aluguer. 3 O recurso a automóvel de aluguer ou a ambulância apenas é permitido em casos de força maior, devidamente justificados. 4 A utilização dos transportes colectivos implica que a comparticipação se faça com base no custo da classe mais económica. 5 Excepcionam-se do previsto no número anterior as despesas em transportes colectivos nas localidades onde se situam as unidades hospitalares, caso em que não há lugar a qualquer comparticipação. 6 Quando haja necessidade médica, devidamente comprovada, de o beneficiário doente ser acompanhado, a ADSE pode também comparticipar nas despesas de transporte. Artigo 27.o Aposentadoria 1 A ADSE pode comparticipar nas despesas em aposentadoria quando os beneficiários se encontrem deslocados da sua residência habitual a receber cuidados de saúde. 2 A comparticipação pode ser extensiva ao acompanhante, se se verificarem as condições do n.o 6 do artigo anterior. Pág 178 de 461 Páginas

179 Artigo 28.o Produtos medicamentosos 1 A comparticipação na aquisição de medicamentos nacionais ou estrangeiros reconhecidos como tal pelos serviços competentes do Ministério da Saúde só é possível se prescritos pelas entidades legalmente autorizadas. 2 Quando não existam no mercado nacional, pode a ADSE comparticipar, nos termos da lei, em medicamentos adquiridos no estrangeiro nos termos do número anterior. 3 A aquisição dos produtos medicamentosos pelos beneficiários só pode ser efectuada através das entidades legalmente autorizadas para o efeito. 4 O quantitativo da comparticipação é aprovado pelo Governo. Artigo 29.o Meios de correcção e compensação 1 A ADSE pode comparticipar na aquisição de instrumentos de correcção e compensação, nomeadamente próteses, ortóteses, aparelhos ortopédicos e veículos de rodas, mediante a apresentação da necessária prescrição de médico da respectiva especialidade e dos documentos comprovativos da aquisição e pagamento passados pelas casas da especialidade. 2 A comparticipação em cada um dos instrumentos indicados no número anterior não pode repetir-se antes de decorrido o prazo de vida útil, o qual é, caso a caso, regulamentado. Artigo 30.o Lares e casas de repouso 1 A comparticipação em despesas por internamento em lares e casas de repouso pode ter lugar se, cumulativamente, se verificar: a) Reconhecimento oficial da instituição: b) Estado do beneficiário que exija vigilância da saúde. 2 A necessidade de internamento nos estabelecimentos referidos no número anterior deve ser comprovada através de declaração médica. 3 O reconhecimento oficial dos lares e casas de repouso prova-se mediante a apresentação de documento emitido pela entidade competente. Artigo 31.o Protecção na doença no estrangeiro Os beneficiários da ADSE podem recorrer aos cuidados de saúde no estrangeiro nas seguintes condições: a) Desde que não existam meios técnicos em Portugal para os cuidados exigidos, situação que deve ser reconhecida pelo responsável clínico dos serviços da especialidade de um hospital central nacional e mediante decisão fundamentada da ADSE; b) Em qualquer outra situação. Artigo 32.o Falta de meios técnicos 1 Nas condições referidas na alínea a) do artigo anterior, o beneficiário tem direito a uma comparticipação equivalente às despesas efectuadas com os cuidados de saúde recebidos de acordo com os montantes fixados nas tabelas aprovadas pelo despacho referido no artigo 35.o do presente diploma. 2 Pode ainda o beneficiário ser comparticipado nas despesas de transporte e, sempre que clinicamente se justifique, do seu acompanhante. 3 De igual modo, sempre que se verifique tratamento ambulatório, pode ser concedida ao beneficiário e a um acompanhante uma comparticipação em despesas de aposentadoria. Artigo 33.o Outras situações 1 Quando o beneficiário opte por cuidados de saúde no estrangeiro fora das condições previstas na alínea a) do artigo 31.o, a comparticipação é atribuída de acordo com os montantes fixados Pág 179 de 461 Páginas

180 nas tabelas aprovadas pelo despacho referido no artigo 35.o do presente decreto-lei, excluindo-se qualquer comparticipação nas despesas com transportes e aposentadoria. 2 Sempre que o beneficiário se encontre deslocado no estrangeiro em missão oficial tem direito a comparticipação nas despesas com cuidados de saúde de acordo com os montantes fixados nas tabelas aprovadas pelo despacho referido no artigo 35.o do presente decreto-lei. Artigo 34.o Insuficiência de meios financeiros para tratamento no estrangeiro 1 Desde que se verifiquem as condições previstas na alínea a) do artigo 31.o, a ADSE pode vir a adiantar uma verba de conformidade com a previsão dos encargos a suportar de acordo com as disponibilidades do seu orçamento. 2 A previsão dos encargos consta do relatório clínico da entidade referida na alínea a) do artigo 31.o ou da entidade onde os cuidados vão ser ministrados. Artigo 35.o Montante das comparticipações 1 As comparticipações a que se alude na presente secção são de montante fixado por despacho do membro do Governo responsável pelas áreas das finanças e da Administração Pública, salvo no que se refere ao artigo 28.o deste diploma. 2 A ADSE reserva-se o direito de exigir todos os documentos que julgar necessários à atribuição das comparticipações. Artigo 36.o A quem são pagas as comparticipações 1 As comparticipações podem ser pagas: a) Ao beneficiário titular; b) Ao representante legal; c) Ao representante voluntário; d) Ao beneficiário familiar, quando requerido e justificado perante a ADSE. 2 O pagamento das comparticipações pode ser efectuado, sempre que a ADSE o julgue oportuno: a) Directamente; b) Por crédito em conta; c) Por intermédio do serviço de que depende o beneficiário. Artigo 37.o Acordos O director-geral da ADSE pode celebrar acordos com instituições hospitalares do sector público, privado ou cooperativo, bem como com quaisquer outras entidades singulares ou colectivas, em ordem a obter e a oferecer, com a necessária prontidão e continuidade, as prestações que interessam ao prosseguimento dos seus fins. Artigo 38.o Convenções Sempre que as circunstâncias o exijam, o membro do Governo responsável pelas áreas das finanças e da Administração Pública pode participar na celebração de acordos e convenções com organismos estrangeiros e internacionais. SECÇÃO III Outras prestações de segurança social Artigo 39.o Acção social 1 Em complemento dos seus esquemas normais de prestações, a ADSE, mediante autorização do membro do Governo responsável pelas áreas das finanças e da Administração Pública, pode prosseguir outras realizações de acção social com vista à protecção do beneficiário e sua família sempre que este se encontre em situação económica desfavorável. 2 A atribuição das prestações referidas no número anterior depende das disponibilidades orçamentais da ADSE. Pág 180 de 461 Páginas

181 SECÇÃO IV Alteração, cumulação e publicidade dos benefícios Artigo 40.o Alteração Sempre que as circunstâncias o exijam, a ADSE pode vir a alterar o seu esquema de benefícios, de harmonia com uma política concertada de segurança social e mediante despacho do membro do Governo responsável pelas áreas das finanças e da Administração Pública. Artigo 41.o Cumulação 1 A ADSE não comparticipa em despesas com cuidados de saúde que tenham sido objecto de comparticipação por outros subsistemas de saúde, serviços sociais ou obras sociais integrados na Administração Pública. 2 As despesas com cuidados de saúde que tenham sido objecto de comparticipação por entidades privadas são comparticipadas pela ADSE apenas relativamente aos montantes não comparticipados por aquelas entidades. 3 Nas situações previstas no número anterior, o beneficiário deve apresentar cópia dos documentos de despesa acompanhada de declaração original, emitida pela entidade que atribuiu a comparticipação, discriminando as despesas e os correspondentes montantes comparticipados. 4 Para efeitos do disposto nos números anteriores, as despesas são consideradas autonomamente, ainda que decorrentes da prestação do mesmo cuidado de saúde. Artigo 42.o Publicidade A divulgação dos benefícios oferecidos pelo regime, bem como os montantes das respectivas comparticipações, faz-se através de publicações no Diário da República, 2.a série, sob a forma de avisos. CAPÍTULO IV Dos direitos, deveres e responsabilidade disciplinar dos beneficiários SECÇÃO I Direitos e deveres Artigo 43.o Direitos 1 Os beneficiários têm direito às prestações sociais asseguradas pela ADSE, bem como à livre escolha do médico ou da instituição de cuidados de saúde no País ou no estrangeiro. 2 Não são abrangidos pelo esquema de benefícios concedidos pela ADSE os cuidados de saúde a prestar em resultado: a) De acidente em serviço ou doença profissional; b) De acidente da responsabilidade de terceiro; c) De doença abrangida pelo regime de concessão de assistência aos funcionários e agentes tuberculosos e seus familiares. Artigo 44.o Deveres Os beneficiários são obrigados: a) A cumprir as normas e regulamentos da ADSE; b) A comunicar imediatamente, através dos serviços de que dependem, todas as alterações de natureza profissional, pessoal ou familiar que tenham reflexos nas suas relações com a ADSE, devolvendo os respectivos cartões, quando for caso disso; c) Excepcionam-se da alínea anterior os aposentados, cujas alterações devem ser comunicadas directamente à ADSE. Pág 181 de 461 Páginas

182 SECÇÃO II Da responsabilidade disciplinar, civil e criminal Artigo 45.o Responsabilidade 1 Os beneficiários que, para a obtenção das regalias oferecidas pela ADSE, usem de procedimento irregular, por acção ou omissão, ficam sujeitos à responsabilidade disciplinar ou criminal perante a ADSE e os serviços de que dependam, sem prejuízo de reposição das importâncias indevidamente recebidas. 2 O previsto no número anterior implica a obrigatoriedade de os serviços de que depende o beneficiário instaurarem o competente processo disciplinar, nos termos do Decreto-Lei n.o 24/84, de 16 de Janeiro, de cujos resultados devem dar conhecimento à ADSE. 3 As penas a aplicar pela ADSE são as previstas no artigo 25.o do Decreto-Lei n.o 476/80, de 15 de Outubro. 4 O processo disciplinar instaurado pela ADSE deve obedecer, com as devidas adaptações, aos trâmites processuais consignados no Estatuto Disciplinar dos Funcionários e Agentes da Administração Central, Regional e Local. 5 As entidades prestadoras de cuidados de saúde, fornecedoras de produtos farmacêuticos ou instrumentos de compensação ou correcção que usem de procedimento doloso nas suas relações com a ADSE e seus beneficiários ficam sujeitas, para além da responsabilidade civil ou criminal, à impossibilidade temporária ou definitiva de a ADSE conceder comparticipações nos actos ou fornecimentos por si praticados, de harmonia com a gravidade do acto. CAPÍTULO V Da administração (Revogados os artigos 46.o a 50.o pelo Decreto-Lei n.o 279/99, de 26 de Julho.) CAPÍTULO VI Da gestão financeira (Revogados os artigos 51.o a 53.o pelo Decreto-Lei n.o 279/99, de 26 de Julho.) CAPÍTULO VII Disposições finais e transitórias Artigo 54.o Regimes paralelos Nenhum serviço civil do Estado pode criar ou desenvolver qualquer regime paralelo ao da ADSE sem que previamente esta emita o seu parecer, ainda que sejam financiados por receitas próprias. Artigo 55.o Coordenação do sistema A ADSE, como órgão operativo, coordena o funcionamento do sistema de segurança social da função pública relativamente aos benefícios imediatos com base na audição prévia e emestreita cooperação com oministério da Saúde. Artigo 56.o Manutenção de direitos Os beneficiários que se encontrem nas condições do presente diploma mantêm o direito aos benefícios nele previstos. Artigo 57.o Pagamento das comparticipações 1 As comparticipações devidas aos beneficiários ou a quaisquer outras entidades são sempre, em todo o caso, pagas em moeda nacional. 2 A ADSE não se responsabiliza pela transferência de qualquer importância emitida a favor de beneficiário que resida ou se encontre no estrangeiro. 3 Exceptuam-se dos números anteriores os casos em que haja acordos ou convenções que disponham em contrário. 4 As comparticipações devidas por cuidados de saúde prestados no estrangeiro são calculadas com base no câmbio oficial reportado à data do recibo correspondente. Pág 182 de 461 Páginas

183 5 Sempre que um beneficiário reclame um benefício que conste nos registos da ADSE já ter sido pago, a emissão de uma nova ordem de pagamento só é viável após os serviços se certificarem de que a importância não foi recebida. Artigo 58.o Inspecção médica Pode a ADSE mandar submeter a junta médica os beneficiários em relação aos quais se verifique uma situação anómala quanto aos cuidados de saúde recebidos. Artigo 59.o Cartão de beneficiário 1 Aos beneficiários da ADSE é atribuído um cartão de modelo, características e validade aprovados por despacho do membro do Governo responsável pela área das finanças. 2 A emissão do cartão e as respectivas renovações são gratuitas, ficando a passagem de segunda via sujeita ao pagamento de taxa a fixar no despacho referido no número anterior. Artigo 60.o Prescrição As comparticipações devidas a beneficiários prescrevem no prazo de um ano a contar da data em que são postas a pagamento. Artigo 61.o Desdobramento de recibos A partir da entrada em vigor do presente decreto-lei não são aceites recibos cujo valor respeite a mais de uma consulta. Artigo 62.o Prazo de entrega de documentos 1 A ADSE só comparticipa em despesas cujos documentos entrem nos seus serviços dentro de um período nunca superior a seis meses após a realização do acto a que se reportem. 2 Exceptuam-se os casos em que, por motivos alheios à vontade dos beneficiários, estes não consigam obter os respectivos documentos dentro do prazo indicado no número anterior, podendo, quando tal aconteça, os documentos ser remetidos à ADSE fora do prazo estabelecido, acompanhados de requerimento devidamente fundamentado e dirigido ao director-geral da ADSE, que pode deferir ou indeferir consoante os fundamentos invocados. Artigo 63.o Valor probatório dos documentos 1 A ADSE só pode pagar qualquer despesa mediante a apresentação dos originais do recibo e demais documentos relevantes devidamente preenchidos. 2 Não é permitido o pagamento mediante a apresentação de segundas vias dos documentos, salvo quando resulte inequivocamente de que não cabe qualquer responsabilidade ao beneficiário, caso em que se deve proceder de harmonia com a última parte do n.o 2 do artigo anterior. Artigo 64.o Prestação de serviços A ADSE pode assumir o pagamento de todas as prestações devidas pelos organismos autónomos, Regiões, autarquias locais e entidades referidas na alínea c) do artigo 3.o aos seus funcionários, mediante prévio acordo, tendo em conta o previsto nos artigos 4.o, 5.o e 6.o, n.o 2, do presente diploma. Artigo 65.o Cooperação Para a realização dos seus objectivos, a ADSE pode utilizar a cooperação dos serviços do Estado, civis e militares, e cooperar com organismos internacionais de segurança social, de acordo com os seus estatutos e os interesses da ADSE. Pág 183 de 461 Páginas

184 Artigo 66.o Revogação de legislação É revogado o Decreto-Lei n.o , de 27 de Abril de Artigo 67.o Entrada em vigor Este diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. Pág 184 de 461 Páginas

185 Lei nº 53-D/2006 de 29 de Dezembro Contribuição dos beneficiários dos subsistemas de saúde da Administração Pública Determina a prorrogação da vigência das medidas aprovadas pela Lei n.o 43/2005, de 29 de Agosto, até 31 de Dezembro de 2007 A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.o da Constituição, o seguinte: Artigo 1.o Alteração à Lei n.o 43/2005, de 29 de Agosto São alterados os artigos 1.o, 2.o, 3.o e 4.o da Lei n.o 43/2005, de 29 de Agosto, que passam a ter a seguinte redacção: «Artigo 1.o [...] 1 O tempo de serviço prestado pelos funcionários, agentes e outros trabalhadores da administração pública central, regional e local e pelos demais servidores do Estado a partir da data de entrada em vigor da presente lei não é contado, para efeitos de progressão, em todas as carreiras, cargos e categorias, incluindo as integradas em corpos especiais Artigo 2.o [...] São mantidos no montante vigente à data de entrada em vigor da presente lei todos os suplementos remuneratórios que não tenham a natureza de remuneração base, independentemente da respectiva designação, designadamente despesas de representação, subsídios de alojamento, de residência e de fixação, pelo risco, penosidade, insalubridade e perigosidade,gratificações e participações emolumentares, relativamente aos funcionários, agentes e restante pessoal da Administração Pública e aos demais servidores do Estado. Artigo 3.o Juízes e magistrados do Ministério Público 1 (Anterior corpo do artigo.) 2 Fica excepcionado do número anterior o tempo decorrido no período de ingresso. Artigo 4.o Entrada em vigor e produção de efeitos A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação e produz efeitos até 31 de Dezembro de 2007, salvo se diploma concretizador da revisão dos sistemas de vínculos, carreiras e remunerações expressamente determinar data anterior.» Artigo 2.o Produção de efeitos O disposto no n.o 2 do artigo 3.o da Lei n.o 43/2005, de 29 de Agosto, na redacção que lhe foi dada pela presente lei, produz efeitos desde a data de entrada em vigor da Lei n.o 43/2005, de 29 de Agosto. Aprovada em 14 de Dezembro de O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. Promulgada em 28 de Dezembro de Publique-se. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referendada em 28 de Dezembro de Pelo Primeiro-Ministro, Luís Filipe Marques Amado, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. Pág 185 de 461 Páginas

186 Lei n.o 53-D/2006 de 29 de Dezembro Altera a contribuição dos beneficiários dos subsistemas de saúde da Administração Pública A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.o da Constituição, o seguinte: Artigo 1.o Objecto A presente lei estabelece o novo regime de descontos dos subsistemas de saúde da Administração Pública, alterando os Decretos-Leis n.os 118/83, de 25 de Fevereiro, na redacção que lhe foi dada pelos Decretos-Leis n.os 90/98, de 14 de Abril, 279/99, de 26 de Julho, e 234/2005, de 30 de Dezembro, 158/2005, de 20 de Setembro, 167/2005, de 23 de Setembro, e 212/2005, de 9 de Dezembro, e revogando o Decreto-Lei n.o 125/81, de 27 de Maio. Artigo 2.o Aditamento ao Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro É aditado ao Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro, na redacção que lhe foi dada pelos Decretos-Leis n.os 90/98, de 14 de Abril, 279/99, de 26 de Julho, e 234/2005, de 30 de Dezembro, o capítulo V, com a seguinte redacção: «CAPÍTULO V Financiamento e responsabilidade pelo pagamento Artigo 46.o Descontos nas remunerações A remuneração base dos beneficiários titulares fica sujeita ao desconto de 1,5%, nos termos da alínea c) do n.o 1 do artigo 14.o do Decreto-Lei n.o 353-A/89, de 16 de Outubro. Artigo 47.o Descontos nas pensões 1 As pensões de aposentação e de reforma dos beneficiários titulares, quando o seu montante for igual ou superior ao valor correspondente a uma vez e meia a retribuição mínima mensal garantida, ficam imediatamente sujeitas ao desconto de 1%, sendo objecto de actualização anual até ao montante máximo previsto no artigo anterior. 2 Quando da aplicação da percentagem prevista no número anterior resultar pensão de valor inferior a uma vez e meia a retribuição mínima mensal garantida, esta fica isenta de desconto. Artigo 48.o Destino das importâncias descontadas As importâncias descontadas nos termos dos artigos anteriores constituem receita da Direcção- Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública, afecta ao financiamento dos benefícios estabelecidos no presente diploma.» Artigo 3.o Alteração ao Decreto-Lei n.o 158/2005, de 20 de Setembro É alterado o artigo 24.o do Decreto-Lei n.o 158/2005, de 20 de Setembro, que passa a ter a seguinte redacção: «Artigo 24.o 1 A remuneração base dos beneficiários titulares, no activo, na reserva e na pré-aposentação, e dos beneficiários extraordinários fica sujeita ao desconto de 1,5%. 2 As pensões de aposentação e de reforma dos beneficiários titulares e extraordinários, quando o seu montante for igual ou superior ao valor correspondente a uma vez e meia a retribuição mínima mensal garantida, ficam imediatamente sujeitas ao desconto de 1%, sendo objecto de actualização anual até ao montante máximo previsto no número anterior. 3 Quando da aplicação da percentagem prevista no número anterior resultar pensão de valor inferior a uma vez e meia a retribuição mínima mensal garantida, esta fica isenta de desconto. 4 (Anterior n.o 2.)» Pág 186 de 461 Páginas

187 Artigo 4.o Aditamento ao Decreto-Lei n.o 158/2005, de 20 de Setembro É aditado ao Decreto-Lei n.o 158/2005, de 20 de Setembro, o artigo 5.o-A com o seguinte redacção: «Artigo 5.o-A Beneficiários extraordinários 1 Os funcionários e agentes, beneficiários titulares da ADSE, que sejam cônjuges ou vivam em união de facto com beneficiários titulares do regime de assistência na doença ao pessoal da GNR e da PSP podem optar pela sua inscrição como beneficiários extraordinários do regime de assistência na doença ao pessoal da GNR e da PSP. 2 Os funcionários e agentes que exerçam o direito previsto no número anterior não podem reinscrever- se na ADSE, salvo em caso de: a) Divórcio; b) Separação judicial de pessoas e bens; c) Dissolução da união de facto; d) Perda ou suspensão da qualidade de beneficiário titular do regime de assistência na doença ao pessoal da GNR e da PSP por parte do cônjuge ou da pessoa com a qual viva em união de facto. 3 Nos casos previstos em qualquer das alíneas do número anterior, a reinscrição na ADSE é obrigatória para os funcionários e agentes inscritos até 31 de Dezembro de 2005 e facultativa para os restantes. 4 Os beneficiários da ADSE com a qualidade de familiares ou equiparados dos funcionários e agentes que exerçam o direito de opção referido no n.o 1 passam a beneficiar do regime de assistência na doença ao pessoal da GNR e da PSP, aplicando-se o disposto no n.o 2. 5 O regime aplicável aos beneficiários extraordinários do regime de assistência na doença ao pessoal da GNR e da PSP é definido por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da administração interna, das finanças e da Administração Pública.» Artigo 5.o Alteração ao Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro É alterado o artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro, que passa a ter a seguinte redacção: «Artigo 13.o 1 A remuneração base dos beneficiários titulares, no activo, na reserva ou na pré-aposentação, e dos beneficiários extraordinários fica sujeita ao desconto de 1,5%. 2 As pensões de aposentação e reforma dos beneficiários titulares e extraordinários, quando o seu montante for igual ou superior ao valor correspondente a uma vez e meia a retribuição mínima mensal garantida, ficam imediatamente sujeitas ao desconto de 1%, sendo objecto de actualização anual até ao montante máximo previsto no número anterior. 3 Quando da aplicação da percentagem prevista no número anterior resultar pensão de valor inferior a uma vez e meia a retribuição mínima mensal garantida, esta fica isenta de desconto. 4 (Anterior n.o 2.)» Artigo 6.o Aditamento ao Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro É aditado ao Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro, o artigo 5.o-A, com a seguinte redacção: «Artigo 5.o-A Beneficiários extraordinários 1 Os funcionários e agentes, beneficiários titulares da ADSE, que sejam cônjuges ou vivam em união de facto com beneficiários titulares da ADM podem optar pela sua inscrição como beneficiários extraordinários da ADM. Pág 187 de 461 Páginas

188 2 Os funcionários e agentes que exerçam o direito previsto no número anterior não podem reinscrever- se na ADSE, salvo em caso de: a) Divórcio; b) Separação judicial de pessoas e bens; c) Dissolução da união de facto; d) Perda ou suspensão da qualidade de beneficiário titular da ADM por parte do cônjuge ou da pessoa com a qual viva em união de facto. 3 Nos casos previstos em qualquer das alíneas do número anterior, a reinscrição na ADSE é obrigatória para os funcionários e agentes inscritos até 31 de Dezembro de 2005 e facultativa para os restantes. 4 Os beneficiários da ADSE com a qualidade de familiares ou equiparados dos funcionários e agentes que exerçam o direito de opção referido no n.o 1 passam a beneficiar do regime da ADM, aplicando-se o disposto no n.o 2. 5 O regime aplicável aos beneficiários extraordinários da ADM é definido por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da defesa nacional, das finanças e da Administração Pública.» Artigo 7.o Alteração ao Decreto-Lei n.o 212/2005, de 9 de Dezembro É alterado o artigo 7.o do Decreto-Lei n.o 212/2005, de 9 de Dezembro, que passa a ter a seguinte redacção: «Artigo 7.o 1 A remuneração base dos beneficiários titulares, no activo ou na disponibilidade, e dos beneficiários extraordinários fica sujeita ao desconto de 1,5%. 2 As pensões de aposentação dos beneficiários titulares e extraordinários, quando o seu montante for igual ou superior ao valor correspondente a uma vez e meia a retribuição mínima mensal garantida, ficam imediatamente sujeitas ao desconto de 1%, sendo objecto de actualização anual até ao montante máximo previsto no número anterior. 3 Quando da aplicação da percentagem referida no número anterior resultar pensão de valor inferior a uma vez e meia a retribuição mínima mensal garantida, esta fica isenta de desconto. 4 As importâncias descontadas nos termos dos números anteriores constituem receita dos SSMJ.» Artigo 8.o Aditamento ao Decreto-Lei n.o 212/2005, de 9 de Dezembro É aditado ao Decreto-Lei n.o 212/2005, de 9 de Dezembro, o artigo 4.o-A, com a seguinte redacção: «Artigo 4.o-A Beneficiários extraordinários 1 Os funcionários e agentes, beneficiários titulares da ADSE, que sejam cônjuges ou vivam em união de facto com beneficiários titulares do subsistema de saúde dos SSMJ podem optar pela sua inscrição como beneficiários extraordinários do subsistema de saúde dos SSMJ. 2 Os funcionários e agentes que exerçam o direito previsto no número anterior não podem reinscrever- se na ADSE, salvo em caso de: a) Divórcio; b) Separação judicial de pessoas e bens; c) Dissolução da união de facto; d) Perda ou suspensão da qualidade de beneficiário titular do subsistema de saúde dos SSMJ por parte do cônjuge ou da pessoa com a qual viva em união de facto. 3 Nos casos previstos em qualquer das alíneas do número anterior, a reinscrição na ADSE é obrigatória para os funcionários e agentes inscritos até 31 de Dezembro de 2005 e facultativa para os restantes. Pág 188 de 461 Páginas

189 4 Os beneficiários da ADSE com a qualidade de familiares ou equiparados dos funcionários e agentes que exerçam o direito de opção referido no n.o 1 passam a beneficiar do regime do subsistema de saúde dos SSMJ, aplicando-se o disposto no n.o 2. 5 O regime aplicável aos beneficiários extraordinários do subsistema de saúde dos SSMJ é definido por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da justiça, das finanças e da Administração Pública.» Artigo 9.o Disposições transitórias 1 A percentagem referida no n.o 1 do artigo 47.o do Decreto-Lei n.o 118/83, de 25 de Fevereiro, na redacção que lhe foi dada pelo artigo 2.o da presente lei, é actualizada a 1 de Janeiro de cada ano subsequente em 0,1 pontos percentuais até ser atingida a percentagem referida no artigo 46.o do mesmo decreto-lei. 2 Para os beneficiários titulares da Assistência na Doença aos Militares da Guarda Nacional Republicana e da Assistência na Doença ao Pessoal da Polícia de Segurança Pública à data de entrada em vigor do Decreto- Lei n.o 158/2005, de 20 de Setembro, o desconto previsto no n.o 1 do artigo 24.o deste diploma, na redacção que lhe é dada pela presente lei, é de 1% a partir da data de entrada em vigor da presente lei, sendo actualizado a 1 de Janeiro de cada ano subsequente em 0,1 pontos percentuais até ser atingida a percentagem referida no mencionado artigo. 3 A percentagem referida no n.o 2 do artigo 24.o do Decreto-Lei n.o 158/2005, de 20 de Setembro, na redacção dada pela presente lei, é actualizada a 1 de Janeiro de cada ano subsequente em 0,1 pontos percentuais até ser atingida a percentagem referida no n.o 1 do mesmo artigo. 4 O desconto previsto no n.o 1 do artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro, na redacção que lhe é dada pela presente lei, é de 1,3%, a partir da data de entrada em vigor da presente lei, sendo actualizado a 1 de Janeiro de cada ano subsequente em 0,1 pontos percentuais até ser atingida a percentagem referida no mencionado artigo. 5 A percentagem referida no n.o 2 do artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro, na redacção dada pela presente lei, é actualizada a 1 de Janeiro de cada ano subsequente em 0,1 pontos percentuais até ser atingida a percentagem referida no n.o 1 do mesmo artigo. 6 A percentagem referida no n.o 2 do artigo 7.o do Decreto-Lei n.o 212/2005, de 9 de Dezembro, na redacção dada pela presente lei, é actualizada a 1 de Janeiro de cada ano subsequente em 0,1 pontos percentuais até ser atingida a percentagem referida no n.o 1 do mesmo artigo. Artigo 10.o Norma revogatória 1 É revogado o Decreto-Lei n.o 125/81, de 27 de Maio. 2 São revogados o artigo 27.o do Decreto-Lei n.o 158/2005, de 20 de Setembro, e o n.o 8 do artigo 18.o do Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro. Artigo 11.o Entrada em vigor A presente lei entra em vigor em 1 de Janeiro de Aprovada em 14 de Dezembro de O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. Promulgada em 28 de Dezembro de Publique-se. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referendada em 28 de Dezembro de Pelo Primeiro-Ministro, Luís Filipe Marques Amado, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros. Pág 189 de 461 Páginas

190 Portaria nº 284/2007 de 12 de Março Regulamento do funcionamento da ADM O Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro, veio estabelecer o regime jurídico da Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas (ADM), resultante da unificação dos subsistemas de saúde específicos de cada ramo das Forças Armadas, no quadro da convergência dos diversos subsistemas de saúde públicos com o regime geral da assistência na doença aos servidores civis do Estado, efectuada no âmbito da Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE). Torna-se, agora, necessário regulamentar o funcionamento da ADM. Assim: Ao abrigo da alínea a) do artigo 17.o do Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro, manda o Governo, pelo Ministro da Defesa Nacional, o seguinte: Artigo 1.o Objecto A presente portaria e os respectivos anexos regulamentam a Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas (ADM). Artigo 2.o Modalidades de inscrição 1 A inscrição como beneficiário titular da ADM de quem esteja a ela obrigado é efectuada oficiosamente pelos serviços competentes dos ramos das Forças Armadas a que pertencem os militares ou agentes militarizados em causa. 2 Nos casos não previstos no número anterior, a inscrição deve ser requerida pelo interessado, pelo beneficiário titular ou pelos familiares ou equiparados sobrevivos, conforme as situações, nos termos do artigo seguinte. 3 A inscrição na ADM como beneficiários familiares só pode ser efectuada desde que não sejam beneficiários titulares de qualquer outro regime de protecção social e enquanto se mantiver esta situação. Artigo 3.o Formalidades da inscrição 1 A inscrição como beneficiário da ADM faz-se através de boletim próprio. 2 No caso dos beneficiários familiares, o boletim é acompanhado pelos meios de prova estabelecidos no anexo à presente portaria. 3 O requerimento de inscrição na ADM é apresentado aos serviços competentes dos ramos das Forças Armadas a que pertencem os interessados, ou a que pertencem ou pertenciam os beneficiários titulares, conforme as situações. 4 As informações constantes do boletim de inscrição são confirmadas pelos serviços encarregados de a ela proceder. Artigo 4.o Alterações da situação dos beneficiários As alterações das situações dos beneficiários devem ser comunicadas à entidade gestora da ADM no prazo de 30 dias a contar da sua ocorrência ou do seu conhecimento. Artigo 5.o Cartão de beneficiário 1 A todos os beneficiários da ADM é entregue um cartão de beneficiário. 2 A emissão do cartão é efectuada: a) Gratuitamente, quando se trate do primeiro cartão ou de uma renovação obrigatória; b) Mediante o pagamento de uma taxa, a fixar por despacho do Ministro da Defesa Nacional, nas restantes situações. Pág 190 de 461 Páginas

191 Artigo 6.o Cumulação 1 A ADM não comparticipa em despesas com cuidados de saúde que tenham sido objecto de comparticipação por outros subsistemas de saúde, serviços sociais ou obras sociais, integrados na Administração Pública. 2 As despesas com cuidados de saúde que tenham sido objecto de comparticipação por entidades privadas são comparticipadas pela ADM apenas relativamente aos montantes não comparticipados por aquelas entidades. 3 Nas situações previstas no n.o 2, o beneficiário deve apresentar cópia dos documentos de despesa acompanhada de declaração original, emitida pela entidade que atribuiu a comparticipação, discriminando as despesas e os montantes comparticipados correspondentes. 4 Para efeitos do disposto nos números anteriores, as despesas são consideradas autonomamente, ainda que decorrentes da prestação dos mesmos cuidados de saúde. Artigo 7.o Documentos comprovativos 1 Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a comparticipação da ADM em quaisquer despesas depende da apresentação dos originais do recibo e dos demais documentos comprovativos devidamente preenchidos. 2 Quando, por motivos alheios à vontade dos beneficiários, estes não possam entregar os originais dos documentos comprovativos, o dirigente máximo do serviço pode autorizar a entrega de segundas vias, atentas as razões invocadas pelos interessados, em requerimento fundamentado. Artigo 8.o Prazo de entrega de documentos 1 Sem prejuízo do disposto no número seguinte, os documentos comprovativos da realização de despesas devem ser entregues nos serviços da ADM nos seis meses posteriores à realização do acto a que respeitam. 2 Quando, por motivos alheios à vontade dos beneficiários, estes não consigam obter os documentos necessários dentro do prazo previsto no número anterior, o dirigente máximo do serviço pode autorizar a entrega dos documentos para além daquele prazo, atentas as razões invocadas pelos interessados, em requerimento fundamentado. Artigo 9.o Inspecção médica A ADM pode mandar submeter a junta médica os beneficiários em relação aos quais se verifique qualquer situação considerada anómala quanto aos cuidados de saúde recebidos. Artigo 10.o Prescrição As comparticipações devidas a beneficiários prescrevem no prazo de um ano a contar da data em que são postas a pagamento. Artigo 11.o Entrada em vigor A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. 22 de Fevereiro de O Ministro da Defesa Nacional, Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira. ANEXO O Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro, unificou a Assistênciana Doença aos Militares das Forças Armadas (DM), então efectuada por três subsistemas de saúde específicos de cada um dos ramos, num único subsistema sujeito a um regime paralelo ao da ADSE. O diploma em causa foi posteriormente complementado mediante diversos actos de categoria regulamentar. Por razões de clareza e segurança da aplicação do direito pelos serviços, torna-se aconselhável proceder à consolidação das normas que compõem o regime actualmente vigente. A presente Pág 191 de 461 Páginas

192 circular tem eficácia meramente interna e não dispensa a consulta do Decreto-Lei n.o 167/2005, de 23 de Setembro, bem como dos seus diplomas regulamentares. 1 Beneficiários: 1.1 Inscrição: A aquisição da qualidade de beneficiário depende de prévia inscrição na ADM A inscrição na ADM é obrigatória para as pessoas referidas no n.o e facultativa para as pessoas referidas no n.o 1.4.2, podendo estas últimas optar pelo regime de protecção social que lhes seja mais favorável A inscrição faz-se mediante a entrega de boletim próprio junto dos serviços competentes dos ramos das Forças Armadas a que pertencem os interessados, ou a que pertencem ou pertenciam os beneficiários titulares, conforme as situações, que assegura a confirmação dos dados dele constantes e a sua transmissão à ADM A inscrição como beneficiário titular da ADM de quem esteja a ela obrigado é efectuada oficiosamente pelos serviços competentes dos ramos das Forças Armadas a que pertencem os militares ou agentes militarizados em causa Nos casos não previstos no número anterior, a inscrição deve ser requerida pelo interessado, pelo beneficiário titular ou pelos familiares ou equiparados sobrevivos, conforme as situações No caso dos beneficiários familiares, o boletim é acompanhado pelos meios de prova constantes do quadro anexo. 1.2 Suspensão da qualidade de beneficiário: A qualidade de beneficiário suspende-se: a) Nas situações de licença ilimitada, excepto quando resulte de doença e no caso previsto no n.o 4 do artigo 206.o do Estatuto dos Militares das Forças Armadas; b) Nas situações de inactividade temporária, excepto quando resulte de doença; c) Quando ocorra separação do serviço A qualidade de beneficiário perde-se quando deixem de se verificar os pressupostos da inscrição Os ramos das Forças Armadas comunicam àadmqualquer facto de que tenham conhecimento que determine a suspensão ou cessação da qualidade de beneficiário A perda da qualidade de beneficiário pode ser verificada oficiosamente pela ADM. 1.3 Categorias de beneficiários: Os beneficiários da ADM integram as seguintes categorias: a) Beneficiários titulares; b) Beneficiários familiares ou equiparados. 1.4 Beneficiários titulares: Devem inscrever-se como beneficiários titulares da ADM: a) Os militares dos quadros permanentes nas situações de activo, de reserva e de reforma; b) Os militares em regime de contrato ou de voluntariado, nos termos estabelecidos para os militares dos quadros permanentes; c) Os alunos dos estabelecimentos de ensino militares que frequentem cursos de formação para ingresso nos quadros permanentes; d) O pessoal militarizado da Marinha e do Exército, nos termos estabelecidos para os militares dos quadros permanentes Podem inscrever-se como beneficiários titulares da ADM: a) Os deficientes das Forças Armadas, abrangidos pelo Decreto-Lei n.o 43/76, de 20 de Janeiro; b) Os beneficiários de pensão de invalidez e os antigos militares não pertencentes aos quadros permanentes que tenham ficado diminuídos por motivo de acidente ocorrido em serviço ou doença adquirida ou agravada em serviço, ou por motivo do mesmo; c) Os grandes deficientes do serviço efectivo normal a que se refere o Decreto-Lei n.o 250/99, de 7 de Julho; Pág 192 de 461 Páginas

193 d) Os beneficiários da pensão de preço de sangue a que se referem as alíneas a) e c) do n.o 1 do artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 466/99, de 6 de Novembro. 1.5 Beneficiários familiares ou equiparados: Podem inscrever-se como beneficiários familiares ou equiparados o cônjuge, os descendentes ou equiparados e os ascendentes ou equiparados a cargo do beneficiário titular Pode igualmente inscrever-se como beneficiário familiar a pessoa que vive com o beneficiário titular em união de facto, reconhecida nos termos da Lei n.o 7/2001, de 11 de Maio, ou que com ele vivia, à data da sua morte, nas mesmas condições, enquanto não contrair casamento ou constituir nova união de facto A inscrição na ADM como beneficiários familiares ou equiparados só pode ser efectuada desde que os requerentes não sejam beneficiários titulares de outro regime de protecção social, e enquanto se mantiver esta situação. 1.6 Beneficiários extraordinários: Podem optar por inscrever-se como beneficiários extraordinários da ADM os beneficiários titulares da ADSE que sejam cônjuges de beneficiários titulares da ADM ou com eles vivam em união de facto Os beneficiários da ADSE com a qualidade de familiares ou equiparados dos funcionários e agentes que exerçam o direito previsto no número anterior têm direito à inscrição como beneficiários familiares da ADM O direito de opção pela inscrição na ADM é exercido no prazo de três meses após a data de celebração do casamento, do início da união de facto ou da verificação dos pressupostos de inscrição na ADSE Os beneficiários extraordinários ficam sujeitos ao regime aplicável aos beneficiários familiares da ADM A qualidade de beneficiário extraordinário da ADM cessa quando deixarem de se verificar as condições que permitiriam a manutenção da qualidade de beneficiário da ADSE Os beneficiários extraordinários da ADM estão sujeitos aos descontos obrigatórios previstos no regime da ADSE, que constituem receitas da entidade gestora da ADM A ADSE procede à transferência mensal para a entidade gestora da ADM dos montantes respeitantes aos descontos referidos no número anterior. 1.7 Direitos dos beneficiários: Os beneficiários têm direito à assistência na doença O exercício do direito aos benefícios previstos no presente diploma depende da exibição do cartão de beneficiário O cartão de beneficiário é entregue a todos os beneficiários da ADM A emissão do cartão é efectuada: a) Gratuitamente, quando se trate do primeiro cartão ou de uma renovação obrigatória; b) Mediante o pagamento da taxa fixada em despacho do Ministro da Defesa Nacional, nas restantes situações Tratando-se de recém-nascidos até aos 60 dias de vida, o direito à assistência na doença pode ser exercido mediante exibição do cartão de qualquer um dos seus progenitores, desde que a inscrição do recém-nascido tenha sido requerida à ADM. 1.8 Deveres dos beneficiários: Os beneficiários da ADM devem: a) Utilizar os respectivos cartões de beneficiário estritamente para os fins, nas condições e nos termos previstos no presente diploma, bem como abster-se de permitir a sua utilização por terceiros tendo em vista a obtenção de vantagens a que não tenham direito; b) Comunicar à ADM, no prazo de 30 dias após a sua verificação ou conhecimento, quaisquer factos dos quais dependa a suspensão ou cessação da sua qualidade de beneficiário, bem como quaisquer alterações das respectivas situações; c) Apresentar à ADM os documentos solicitados para comprovação dos pressupostos da condição de beneficiário familiar ou equiparado; Pág 193 de 461 Páginas

194 d) Devolver à ADM o cartão de beneficiário nos 10 dias posteriores à verificação de facto do qual resulte a perda da qualidade de beneficiário; e) Comunicar à ADM a ocorrência de factos geradores de responsabilidade civil de terceiros de que resultem despesas de saúde; f) Cumprir o disposto neste diploma e nos regulamentos com ele conexos Os beneficiários titulares devem ainda: a) Repor os valores indevidamente pagos pela ADM, ainda que em virtude de prestações efectuadas a beneficiários seus familiares ou equiparados, sem prejuízo da eventual responsabilidade civil, disciplinar e criminal; b) Comunicar ao respectivo ramo das Forças Armadas, no prazo de 30 dias após a sua verificação, quaisquer factos dos quais dependa a suspensão da inscrição da sua qualidade de beneficiário e da dos seus familiares ou equiparados. 2 Assistência na doença: 2.1 Objecto e modalidades de assistência na doença: Salvo o disposto no presente capítulo, o objecto e as modalidades de assistência na doença aos beneficiários da ADM, bem como os termos da sua prestação e do seu pagamento, são os previstos no regime da ADSE, com as necessárias adaptações A ADM não comparticipa em despesas com cuidados de saúde que tenham sido objecto de comparticipação por outros subsistemas de saúde, serviços sociais ou obras sociais, integrados na Administração Pública As despesas com cuidados de saúde que tenham sido objecto de comparticipação por entidades privadas são comparticipadas pela ADM apenas relativamente aos montantes não comparticipados por aquelas entidades Nas situações previstas no número anterior, o beneficiário deve apresentar cópia dos documentos de despesa acompanhada de declaração original, emitida pela entidade que atribuiu a comparticipação, discriminando as despesas e os montantes comparticipados correspondentes Para efeitos do disposto nos números anteriores, as despesas são consideradas autonomamente, ainda que decorrentes da prestação dos mesmos cuidados de saúde. 2.2 Entidades prestadoras: As prestações de cuidados de saúde são efectuadas pelas seguintes entidades: a) Estabelecimentos do Serviço de Saúde Militar; b) Estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde; c) Pessoas singulares ou colectivas com as quais tenham sido celebrados acordos; d) Pessoas singulares ou colectivas da livre escolha dos beneficiários. 2.3 Prestações de cuidados de saúde em estabelecimentos públicos: As prestações efectuadas pelas entidades referidas nas alíneas a) e b) do número anterior são gratuitas para os beneficiários, sem prejuízo do pagamento de taxa moderadora que no Serviço de Saúde Militar é de valor idêntico ao praticado no Serviço Nacional de Saúde O disposto na parte final do ponto anterior não é aplicável às prestações efectuadas a beneficiários titulares nos estabelecimentos do Serviço de Saúde Militar. 2.4 Acordos: O Ministro da Defesa Nacional pode celebrar, ou autorizar que o órgão directivo da entidade gestora celebre, acordos com pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas que tenham por objecto a prestação de cuidados de saúde aos seus beneficiários As condições da celebração de acordos e as respectivas cláusulas tipo são as que constam de portaria conjunta do Ministro da Defesa Nacional e do Ministro das Finanças. 2.5 Comparticipações e encargos: A comparticipação no pagamento das prestações efectuadas efectiva-se mediante reembolso ao beneficiário ou, quando tal esteja estabelecido em acordo ou convenção, mediante pagamento directo à entidade prestadora. Pág 194 de 461 Páginas

195 2.5.2 Na situação referida na alínea c) do n.o 2.2.1, o montante a suportar pelo beneficiário é determinado, tendo em conta o tipo de acto médico praticado, por portaria conjunta dos Ministros da Defesa Nacional e das Finanças A comparticipação concedida aos beneficiários, no caso referido na alínea d) do n.o 2.2.1, é a que resultar da aplicação das regras definidas para o regime livre na ADSE A comparticipação concedida aos beneficiários na assistência medicamentosa e na aquisição de meios de correcção e compensação é a que resultar da aplicação das regras e tabelas definidas para a comparticipação correspondente na ADSE Os beneficiários assumem os encargos relativos às taxas moderadoras, quando houver lugar a tal, e a diferença dos custos no caso de opção por internamento em quarto particular O pagamento da despesa, para além dos escalões de comparticipação estabelecidos, é da responsabilidade do beneficiário As regras referidas nos n.os 3 e 4 incluem as eventuais disposições sobre limites à quantidade e valor de actos médicos ou aquisição de medicamentos e meios de correcção e compensação comparticipáveis. 2.6 Assistência na doença aos beneficiários da ADM colocados no estrangeiro, aos beneficiários familiares que com eles se encontrem e aos beneficiários titulares que se encontrem em deslocação ao estrangeiro por motivos de serviço: As despesas resultantes da assistência na doença prestada aos beneficiários da ADM colocados no estrangeiro, aos beneficiários familiares que com eles se encontrem e aos beneficiários titulares que se encontrem em deslocação ao estrangeiro por motivos de serviço estão sujeitas às normas que regulam a assistência prestada em território nacional, aplicando-se os códigos e nomenclaturas dos actos das tabelas do regime livre da assistência na doença aos servidores civis do Estado, efectuada no âmbito da Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE) As prestações de cuidados de saúde são comparticipadas nos seguintes termos: a) Beneficiários titulares 100%, desde que a assistência seja prestada em estabelecimento hospitalar militar ou estatal do país onde presta serviço ou, por reconhecida urgência, noutro estabelecimento de saúde; b) Beneficiários familiares 80%, desde que a assistência seja prestada em estabelecimento hospitalar militar ou estatal do país onde o beneficiário titular presta serviço ou, por reconhecida urgência, noutro estabelecimento de saúde As prestações de cuidados de saúde não abrangidas pelo número anterior ficam sujeitas a autorização prévia do conselho directivo do Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA), sendo as despesas comparticipadas em 80%, até aos limites máximos previstos nas tabelas de comparticipações em vigor para os beneficiários da ADM Nos casos previstos no ponto anterior, o conselho directivo do IASFA pode, mediante requerimento fundamentado do interessado, autorizar que a comparticipação se faça nos termos do n.o A assistência medicamentosa depende de prescrição médica e da apensação, na receita, da parte da etiqueta que descreve a denominação comum internacional dos medicamentos, estando limitada ao fornecimento de especialidades farmacêuticas de venda livre definidas nas disposições legais em vigor, se no país estrangeiro mantiverem a mesma designação Os medicamentos são comparticipados nos seguintes termos: a) Beneficiários titulares 100%; b) Beneficiários familiares 80%. 2.7 Assistência em caso de acidente de serviço e doença profissional: A assistência na doença aos beneficiários da ADM abrange o pagamento das despesas de saúde decorrentes de acidentes de serviço e doenças profissionais, desde que dos mesmos não resulte incapacidade permanente. Pág 195 de 461 Páginas

196 2.7.2 Quando do acidente de serviço ou doença profissional resultar incapacidade permanente, o pagamento das despesas de saúde é da responsabilidade do serviço de saúde militar do ramo das Forças Armadas a que pertence o militar incapacitado Os ramos das Forças Armadas asseguram a organização de todos os processos referentes a acidentes de serviço e doenças profissionais dos militares Os ramos das Forças Armadas asseguram ainda, directamente ou através de terceiros: a) As prestações de natureza médica, cirúrgica, de enfermagem, hospitalar, medicamentosa e quaisquer outras, incluindo tratamentos termais, fisioterapia e o fornecimento de próteses e ortóteses, seja qual for a sua forma, desde que necessárias e adequadas ao diagnóstico ou ao restabelecimento do estado de saúde físico ou mental e da capacidade de trabalho ou de ganho do sinistrado e à sua recuperação para a vida activa; b) O transporte e a estada, designadamente para observação, tratamento, comparência perante juntas médicas ou a actos judiciais Nos casos previstos no n.o 2.7.1, o pagamento das despesas de saúde decorrentes das modalidades de assistência na doença mencionadas no n.o incumbe à entidade gestora da ADM Para os efeitos do número anterior, os serviços de saúde dos ramos das Forças Armadas remetem à entidade gestora da ADM a documentação que comprove os encargos suportados, identificando os processos que lhes deram origem São inscritas no orçamento da ADM as verbas necessárias para cobertura dos encargos decorrentes do n.o 1. 3 Prova: 3.1 Documentação das despesas comparticipadas: Sem prejuízo do disposto no ponto seguinte, a comparticipação da ADM em quaisquer despesas depende da apresentação dos originais do recibo e dos demais documentos comprovativos devidamente preenchidos Quando, por motivos alheios à vontade dos beneficiários, estes não possam entregar os originais dos documentos comprovativos, o dirigente máximo do serviço pode autorizar a entrega de segundas vias, atentas as razões invocadas pelos interessados, em requerimento fundamentado Sem prejuízo do disposto no número seguinte, os documentos comprovativos da realização de despesas devem ser entregues nos serviços da ADM nos seis meses posteriores à realização do acto a que respeitam Quando, por motivos alheios à vontade dos beneficiários, estes não consigam obter os documentos necessários dentro do prazo previsto no número anterior, o dirigente máximo do serviço pode autorizar a entrega dos documentos para além daquele prazo, atentas as razões invocadas pelos interessados, em requerimento fundamentado. 3.2 Juntas médicas a ADM pode mandar submeter a junta médica os beneficiários em relação aos quais se verifique qualquer situação considerada anómala quanto aos cuidados de saúde recebidos. 4 Financiamento e responsabilidade pelo pagamento: 4.1 Descontos obrigatórios: Os vencimentos base e as pensões base dos beneficiários titulares ficam sujeitos ao desconto obrigatório de 1,5%, nos termos previstos na lei Os descontos referidos no número anterior constituem receita do IASFA. 4.2 Responsabilidade pelo pagamento: São responsáveis pelo pagamento das prestações de cuidados de saúde previstas no presente diploma: a) A ADM; b) Os beneficiários O disposto no número anterior não se aplica quando a despesa resulte de facto gerador de responsabilidade civil imputável a terceiro. Pág 196 de 461 Páginas

197 4.2.3 A ADM assegura ao lesado, a título provisório, o pagamento das despesas referidas no número anterior sempre que se trate de facto ocorrido durante o exercício de funções No caso previsto no número anterior, assiste à ADM o direito de regresso contra os terceiros responsáveis O responsável pelo pagamento das prestações de cuidados de saúde em virtude de factos dos quais decorra responsabilidade civil de terceiro goza do direito de regresso contra este Quando haja lugar ao pagamento directo pela ADM à entidade prestadora de cuidados de saúde, a parte que exceder os valores dos acordos é paga directamente pelo beneficiário à entidade em causa Se a falta da comunicação referida na alínea e) do n.o tornar inviável o exercício do direito de regresso da ADM perante o terceiro responsável, cessa o direito do beneficiário ao reembolso das despesas em causa. 4.3 Prescrição as comparticipações devidas a beneficiários prescrevem no prazo de um ano a contar da data em que são postas a pagamento. 5 Regime transitório: 5.1 São inscritos como beneficiários titulares da ADM os beneficiários titulares da ADME, da ADMA e da ADMFA, independentemente de requerimento. 5.2 Os beneficiários familiares ou equiparados da ADME, da ADMA e da ADMFA que pretendam adquirir a qualidade de beneficiários familiares ou equiparados da ADM devem proceder à respectiva inscrição. 5.3 Têm direito à inscrição como beneficiários familiares ou equiparados da ADM os beneficiários familiares ou equiparados inscritos nos subsistemas da ADME, da ADMA e da ADMFA que, à data da entrada em vigor do presente diploma, reúnam uma das seguintes condições: a) Tenham mais de 65 anos; b) Sofram de doença crónica que, nos termos da lei, confira direito a isenção do pagamento de taxas moderadoras; c) Se encontrem em situação de incapacidade permanente. 5.4 Os acordos vigentes no âmbito da ADME, da ADMA e da ADMFA mantêm-se em vigor, devendo ser confirmados ou renegociados no prazo de um ano a partir da entrada em vigor da portaria referida no n.o 2.4.2, sob pena de caducidade. 5.5 Não é permitida a celebração de novos acordos ao abrigo dos regimes da ADME, da ADMA e da ADMFA. 5.6 Até à entrada em vigor da portaria referida no n.o mantêm-se em vigor os regimes vigentes na ADME, na ADMA e na ADMFA à data de entrada em vigor do presente diploma. 5.7 Os cartões de beneficiário da ADME, da ADMA e da ADMFA podem ser utilizados pelos beneficiários da ADM até à emissão do respectivo cartão. 5.8 No ano de 2006, o desconto obrigatório previsto para a ADM é o que resulta da lei, sendo esse valor automaticamente actualizado em 0,1% no 1.o dia de cada ano subsequente, até se atingir o valor previsto no n.o ANEXO Meios de prova para inscrição/renovação dos beneficiários familiares ou equiparados (inscrição facultativa) Beneficiários Meios de prova (I)/(R) Cônjuges Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular. (I/R) Certidão de nascimento narrativa completa ou certidão de casamento.... (I) Declaração referindo não ser beneficiário titular de outro regime de protecção social ou declaração de opção pela ADM, quando legalmente permitido. (I) Pág 197 de 461 Páginas

198 Cônjuges de nacionalidade estrangeira Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular. (I/R) Certidão de nascimento narrativa completa ou certidão de casamento.... (I) Autorização de residência ou do pedido da sua renovação ou BI de cidadão nacional. (I) Declaração referindo não ser beneficiário titular de outro regime de protecção social ou declaração de opção pela ADM, quando legalmente permitido. (I) Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido (I/R) Certidão de nascimento narrativa completa (I/R) Certidão de óbito (I) Cônjuges sobrevivos e pessoas que viviam em união de facto com o beneficiário titular à data da sua morte. Declaração da CGA onde se comprove a situação de pensionista de sobrevivência com indicação do nome do ex-titular. (I) Declaração referindo não ser beneficiário titular de outro regime de protecção social ou declaração de opção pela ADM, quando legalmente permitido. (I/R) Pessoas que vivam em união de facto Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular. (I/R) Certidão de nascimento narrativa completa (I/R) Declaração de IRS conjunta acompanhada dos respectivos anexos ou certidão de sentença judicial reconhecendo a união de facto ou declaração de identidade e domicílio fiscal e declaração da junta de freguesia atestando a situação de união de facto. (I/R) Autorização de residência ou do pedido da sua renovação ou BI de cidadão nacional (para pessoas de nacionalidade estrangeira que vivam em união de facto com o beneficiário titular). (I) Declaração referindo não ser beneficiário titular de outro regime de protecção social ou declaração de opção pela ADM, quando legalmente permitido. (I/R) Descendentes menores Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular. (I/R) Certidão de nascimento (I) Beneficiários Meios de prova (I)/(R) Descendentes maiores até aos 26 anos Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular. (I/R) Certificado de matrícula emitido pelo estabelecimento de ensino que frequenta ou cartão de estudante actualizado. (I/R) Certidão de nascimento narrativa completa (I/R) Declaração do centro distrital de solidariedade e segurança social da área da residência a atestar a situação perante a segurança social. (I/R) Declaração do Gabinete de Ingresso ao Ensino Superior (Ministério da Educação DREL) atestando a não colocação, caso o descendente não seja colocado. Pág 198 de 461 Páginas

199 (I/R) Descendentes maiores de 18 anos incapacitados. Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular. (I/R) Atestado médico passado e confirmado pelo delegado de saúde da área de residência, seu substituto ou director clínico do estabelecimento em que porventura se encontrem internados ou em tratamento ou declaração da entidade competente em como recebe o abono complementar a crianças e jovens ou o subsídio mensal vitalício. (I/R) Declaração do centro distrital de solidariedade e segurança social a atestar a situação perante a segurança social. (I/R) Declaração da CGA onde se comprove a situação de pensionista de sobrevivência com indicação do nome do titular (no caso de o beneficiário titular ter falecido). (I/R) Enteados e filhos de membro da união de facto... Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular. (I/R) Acordo de regulação do poder paternal (I) Certidão de casamento do beneficiário titular com o progenitor do descendente ou prova da união de facto. (I) Cédula pessoal ou bilhete de identidade do descendente (I/R) Todos os documentos específicos para cada situação adstrita aos restantes descendentes. (I/R) Tutelados, adoptados e menores confiados..... Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular. (I/R) Sentença judicial que decrete a tutela ou decisão administrativa emitida por entidade competente comprovando que foi confiado ao beneficiário titular ou ao cônjuge. (I) Cédula pessoal ou bilhete de identidade do tutelado, adoptado ou menor confiado. (I) Todos os documentos específicos para cada situação adstrita aos restantes descendentes. (I/R) Descendentes sobrevivos Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido (I/R) Declaração da CGA a comprovar a situação de pensionista de sobrevivência com indicação do nome do beneficiário ex-titular. (I/R) Identificação do representante legal, sendo menor de idade (I) Todos os documentos específicos para cada situação adstrita aos restantes descendentes. (I/R) Netos Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular. (I/R) Cédula pessoal ou bilhete de identidade do descendente (I) Declaração centro distrital de solidariedade e segurança social comprovativa da situação dos progenitores face à segurança social (sem inscrição ou com interrupção de contribuições por período superior a 12 meses). (I/R) Pág 199 de 461 Páginas

200 Declaração comprovativa de que o beneficiário titular recebe abono de família para crianças e jovens correspondente ao descendente a inscrever. (I/R) Declaração de centro distrital de solidariedade e segurança social a atestar a situação em termos de regime contributivo perante a segurança social para os netos que tenham completado os 16 anos (independentemente dos progenitores se encontrarem ou não inscritos). (I/R) Todos os documentos específicos para cada situação adstrita aos restantes descendentes. (I/R) Ascendentes ou equiparados Boletim de inscrição/renovação devidamente preenchido e confirmado pelo titular. (I/R) Declaração de IRS comprovativa dos rendimentos (I/R) Certidão de nascimento narrativa completa (I) Fotocópia do último recibo de todas as pensões recebidas (I/R) Declaração referindo não ser o beneficiário titular de outro regime de protecção social. (I/R) I inscrição. R renovação ou revalidação do cartão. Pág 200 de 461 Páginas

201 Portaria nº 1393/2007 de 25 de Outubro Estabelece o regime aplicável aos beneficiários extraordinários da ADM O Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, veio estabelecer o regime jurídico da assistência na doença aos militares das Forças Armadas (ADM), resultante da unificação dos subsistemas de saúde específicos de cada ramo, no contexto da necessidade de fazer convergir os diversos subsistemas de saúde públicos com o regime geral da assistência na doença aos servidores civis do Estado, efectuada no âmbito da Direcção -Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE). Entretanto, o Decreto -Lei n.º 234/2005, de 30 de Dezembro, veio consagrar a possibilidade de os beneficiários titulares de ADSE, que sejam cônjuges ou vivam em união de facto com beneficiários titulares de qualquer subsistema de saúde destinado a funcionários, agentes e outros servidores do Estado, optarem pela inscrição como beneficiários extraordinários nesse subsistema. Por seu turno, dispõe o n.º 5 do artigo 2.º do Decreto- -Lei n.º 234/2005, de 30 de Dezembro, que o regime aplicável aos beneficiários extraordinários de cada subsistema é definido por portaria conjunta do ministro com a tutela da respectiva entidade gestora e do membro do Governo responsável pelas áreas das finanças e da Administração Pública. Mais dispõe o artigo 17.º, alínea b), do Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, que a regulamentação necessária à boa execução deste diploma seja feita por portaria conjunta daqueles membros do Governo. Torna -se, portanto, necessário regular os termos em que se pode efectivar este direito no âmbito da ADM, concluindo -se, assim, o quadro normativo de inscrição dos beneficiários neste subsistema de saúde: os beneficiários titulares, previstos no artigo 4.º do Decreto Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro; os beneficiários familiares ou equiparados, previstos no artigo 5.º do mesmo diploma, desde que não se encontrem inscritos em outros regimes de protecção social ou sejam abrangidos por regime de segurança social de inscrição obrigatória, e, por fim, os beneficiários extraordinários. Assim: Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das Finanças e da Defesa Nacional, ao abrigo do disposto no n.º 5 do artigo 2.º do Decreto -Lei n.º 234/2005, de 30 de Dezembro, e na alínea b) do artigo 17.º do Decreto Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, o seguinte: Artigo 1.º Beneficiário extraordinário 1 Considera -se beneficiário extraordinário da assistência na doença aos militares das Forças Armadas (ADM) o beneficiário titular da ADSE que seja cônjuge ou viva em união de facto com o beneficiário titular da ADM e que, ao abrigo do direito de opção previsto no artigo 2.º do Decreto - Lei n.º 234/2005, de 30 de Dezembro, e no artigo 12.º do Decreto -Lei n.º 118/83, de 25 de Fevereiro, na redacção dada pelo Decreto -Lei n.º 234/2005, de 30 de Dezembro, requeira a sua inscrição na ADM, de acordo com o disposto na presente portaria. 2 Sem prejuízo do disposto na presente portaria, não pode inscrever -se na ADM como beneficiário familiar ou equiparado ou como beneficiário extraordinário quem seja beneficiário titular de outro regime de protecção social, incluindo o regime de segurança social de inscrição obrigatória, em resultado do exercício de actividade remunerada ou tributável, enquanto se mantiverem aquelas situações. 3 A aquisição superveniente da qualidade de beneficiário titular de outro regime de protecção social ou de beneficiário de regime de segurança social nos termos do número anterior determina a perda da qualidade de beneficiário que detinha. Artigo 2.º Inscrição e direito de opção 1 O direito de opção é exercido pelo interessado mediante pedido de inscrição na ADM. Pág 201 de 461 Páginas

202 2 A aquisição da condição de beneficiário extraordinário produz efeitos a partir do dia 1 do mês seguinte ao da aceitação da inscrição. 3 O direito de opção deve ser exercido pelos interessados no prazo de três meses a contar da data de celebração do casamento ou da aquisição da qualidade de funcionário ou agente. 4 Os actuais funcionários e agentes, beneficiários titulares da ADSE, devem exercer o direito de opção no prazo de três meses a contar da data de entrada em vigor da presente portaria. 5 No caso das uniões de facto, o prazo para o exercício do direito de opção é estipulado mediante portaria do membro do Governo responsável pelas áreas das finanças e da Administração Pública. 6 Os funcionários e agentes que iniciaram funções a partir de 1 de Janeiro de 2006 podem, a todo o tempo, renunciar à sua inscrição na ADM como beneficiários extraordinários, assumindo a renúncia carácter definitivo. 7 A inscrição de um beneficiário titular da ADSE como beneficiário extraordinário da ADM implica transferir para esta a inscrição de todos os beneficiários familiares ou equiparados, que preencham os requisitos para o ser, mantendo -se como tal enquanto continuarem a reunir todas as condições. Artigo 3.º Responsabilidade pela inscrição 1 A inscrição na ADM processa -se a) Através dos serviços e organismos processadores de vencimentos, no tocante aos funcionários e agentes no activo e aos respectivos familiares ou equiparados, ainda que sobrevivos, quando aqueles tiverem falecido antes da sua inscrição na ADM; b) Pelos próprios funcionários e agentes que se encontrem na situação de aposentação ou pelos familiares sobrevivos dos mesmos. 2 A entidade gestora da ADM deve comunicar a aceitação da inscrição às entidades referidas no número anterior, bem como transmitirá à ADSE, para efeitos de cancelamento da inscrição neste subsistema, os seguintes elementos de informação: a) Data de aceitação da inscrição na ADM; b) Nome; c) Número de beneficiário da ADSE; d) Número de bilhete de identidade; e) Número de identificação fiscal; f) Data de nascimento. Artigo 4.º Direitos e deveres Os beneficiários extraordinários gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres dos beneficiários familiares ou equiparados da ADM, com as ressalvas constantes da presente portaria. Artigo 5.º Perda da condição de beneficiário 1 Os beneficiários extraordinários perdem esta condição, verificada alguma das seguintes situações: a) Divórcio; b) Separação judicial de pessoas e bens; c) Dissolução da união de facto; d) Perda ou suspensão da qualidade de beneficiário titular por parte do respectivo cônjuge ou pessoa com quem vivam em união de facto; e) Perda da qualidade de funcionário ou agente; f) Renúncia à inscrição nos termos previstos no n.º 6 do artigo 2.º 2 A entidade gestora da ADM deve comunicar à ADSE e às entidades referidas no n.º 1 do artigo 3.º a perda da condição de beneficiário da ADM e a situação que a determinou. Pág 202 de 461 Páginas

203 Artigo 6.º Descontos obrigatórios 1 Constituem receita própria da ADM os montantes provenientes dos descontos obrigatórios previstos no artigo 1.º do Decreto -Lei n.º 125/81, de 27 de Maio, e na alínea c) do n.º 1 do artigo 14.º do Decreto -Lei n.º 353 -A/89, de 16 de Outubro. 2 Os serviços e organismos processadores dos vencimentos procedem mensalmente à entrega do montante correspondente aos descontos efectuados, a fim de o mesmo ser contabilizado como receita da entidade gestora da ADM. Artigo 7.º Familiares e equiparados Os familiares ou equiparados dos beneficiários extraordinários gozam dos mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres dos beneficiários familiares ou equiparados da ADM. Artigo 8.º Direito subsidiário Em tudo o que não estiver especialmente previsto no presente diploma, é aplicável o disposto no Decreto Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, e, com as necessárias adaptações, o previsto no Decreto -Lei n.º 118/83, de 25 de Fevereiro, alterado e republicado pelo Decreto -Lei n.º 234/2005, de 30 de Dezembro. Artigo 9.º Entrada em vigor A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. Em 10 de Setembro de O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. O Ministro da Defesa Nacional, Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira. Pág 203 de 461 Páginas

204 Portaria nº 1395/2007 de 25 de Outubro Regula a assistência na doença aos beneficiários titulares da ADM colocados no estrangeiro, bem como aos beneficiários familiares que com eles se encontrem No âmbito da convergência dos subsistemas de saúde públicos com o regime geral da assistência na doença aos servidores civis do Estado, efectuada no âmbito da Direcção -Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE), o Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, veio estabelecer o regime jurídico da assistência na doença aos militares das Forças Armadas (ADM), resultante da unificação dos subsistemas de saúde específicos de cada ramo. O artigo 8.º, n.º 3, do Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, estabelece que a assistência na doença aos militares colocados no estrangeiro e aos respectivos familiares é regulada em diploma próprio. Assim: Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das Finanças e da Defesa Nacional, ao abrigo do disposto no n.º 3 do artigo 8.º do Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, o seguinte: Artigo 1.º Objecto A presente portaria aplica -se à assistência na doença aos beneficiários titulares da assistência na doença aos militares das Forças Armadas colocados no estrangeiro bem como aos beneficiários familiares que com eles se encontrem. Artigo 2.º Regra geral As despesas resultantes da assistência na doença prestada aos beneficiários da ADM nos termos do artigo 1.º estão sujeitas às normas que regulam a assistência prestada em território nacional, aplicando -se os códigos e nomenclaturas dos actos das tabelas do regime livre da assistência na doença aos servidores civis do Estado, efectuada no âmbito da Direcção -Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE). Artigo 3.º Prestações de cuidados de saúde 1 As prestações de cuidados de saúde são comparticipadas nos seguintes termos: a) Beneficiários titulares 100 %, desde que a assistência seja prestada em estabelecimento hospitalar militar ou estatal do país onde presta serviço ou, por reconhecida urgência, noutro estabelecimento de saúde; b) Beneficiários familiares 80 %, desde que a assistência seja prestada em estabelecimento hospitalar militar ou estatal do país onde o beneficiário titular presta serviço ou, por reconhecida urgência, noutro estabelecimento de saúde. 2 As prestações de cuidados de saúde não abrangidas pelo número anterior ficam sujeitas a autorização prévia do conselho directivo do Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA), sendo as despesas comparticipadas em 80 %, até aos limites máximos previstos nas tabelas de comparticipações em vigor para os beneficiários da ADM. 3 Nos casos previstos no n.º 1 em que exista recurso a um estabelecimento hospitalar não militar o direito ao reembolso fica dependente do reconhecimento, pelo conselho directivo do IASFA, mediante requerimento fundamentado do interessado, de que tal resultou de uma impossibilidade objectiva de utilização dos estabelecimentos militares. 4 Nos casos previstos no número dois, o conselho directivo do IASFA pode, mediante requerimento fundamentado do interessado, autorizar que a comparticipação se faça nos termos do n.º 1. Pág 204 de 461 Páginas

205 Artigo 4.º Assistência medicamentosa 1 A assistência medicamentosa depende de prescrição médica e da apensação, na receita, da parte da etiqueta que descreve a denominação comum internacional dos medicamentos. 2 Os medicamentos são comparticipados nos seguintes termos: a) Beneficiários titulares 100 %; b) Beneficiários familiares 80 %. Artigo 5.º Produção de efeitos A presente portaria produz efeitos a partir de 1 de Janeiro de Em 10 de Setembro de O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. O Ministro da Defesa Nacional, Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira. Pág 205 de 461 Páginas

206 Portaria nº 1396/2007 de 25 de Outubro Regula o regime de acordos para cuidados de saúde aos beneficiários da ADM O Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, estabeleceu o regime jurídico da assistência na doença aos militares das Forças Armadas (ADM), resultante da unificação dos subsistemas de saúde específicos de cada ramo, no contexto da necessidade de fazer convergir os diversos subsistemas de saúde públicos com o regime geral da assistência na doença aos servidores civis do Estado, efectuada no âmbito da Direcção -Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE). O artigo 11.º do Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, estabelece que o Ministro da Defesa Nacional pode celebrar ou autorizar que a entidade gestora da ADM celebre acordos com pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, que tenham por objecto a prestação de cuidados de saúde aos seus beneficiários. Torna se assim necessário estabelecer o regime e as condições de celebração, assim como as cláusulas tipo dos acordos a celebrar com a ADM. Assim: Ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 11.º, conjugado com o n.º 2 do artigo 12.º, do Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das Finanças e da Defesa Nacional, o seguinte: Artigo 1.º Objecto 1 A presente portaria regula o regime dos acordos para a prestação de cuidados de saúde aos beneficiários da assistência na doença aos militares das Forças Armadas (ADM). 2 Entende -se por acordo o contrato celebrado entre a entidade gestora da ADM e outras pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, que tenham por objecto a prestação de cuidados de saúde e o fornecimento de medicamentos, próteses e ortóteses aos beneficiários da ADM. Artigo 2.º Necessidade de acordo A prestação de cuidados de saúde por pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, a beneficiários da ADM, no âmbito do regime convencionado, depende da celebração e vigência de acordos a celebrar pelo Ministro da Defesa Nacional, ou por autorização deste, pela entidade gestora da ADM. Artigo 3.º Fins a prosseguir pelos acordos A celebração de acordos deve visar a racionalização da aquisição de bens e serviços de saúde, a redução dos respectivos custos relativamente ao regime livre, bem como garantir aos beneficiários um elevado grau de prontidão, continuidade e qualidade, com a finalidade de promover a saúde, no âmbito da prevenção, do diagnóstico, da terapêutica e da reabilitação. Artigo 4.º Requisitos da celebração de acordos 1 Os acordos podem ser celebrados com quaisquer pessoas singulares ou colectivas, públicas ou privadas, que tenham idoneidade para a prestação dos cuidados de saúde ou para o fornecimento de bens a contratar, sob orientação e responsabilidade de profissionais de saúde devidamente habilitados. 2 Para efeitos do número anterior, a idoneidade para a prestação dos cuidados de saúde a contratar depende: a) Do licenciamento, quando exigível; Pág 206 de 461 Páginas

207 b) Da observância, pelas instalações e pelos equipamentos, dos requisitos e normas técnicas exigidos pelo Ministério da Saúde; c) Da regularidade da situação fiscal e perante a segurança social. Artigo 5.º Conteúdo essencial dos acordos Os acordos integram necessariamente os seguintes elementos: a) A identificação e a definição dos bens e cuidados de saúde contratados; b) A definição da responsabilidade das partes contratantes; c) A definição dos deveres das entidades prestadoras dos cuidados de saúde contratados relativamente ao acesso e fiscalização por parte da ADM; d) Os requisitos de idoneidade técnica do pessoal; e) A indicação do local ou locais de prestação dos serviços; f) As condições de adequação das instalações e do equipamento; g) Os critérios que permitam a acreditação; h) A fiscalização do cumprimento contratual; i) As tabelas de comparticipação; j) As condições de facturação. Artigo 6.º Clausulado tipo dos acordos Sem prejuízo das adaptações que se revelem necessárias no caso concreto, o clausulado tipo dos acordos é o constante do anexo I da presente portaria, que dela faz parte integrante. Artigo 7.º Período de vigência 1 Os acordos vigoram por períodos de um ano, renováveis automaticamente por períodos de idêntica duração, salvo se, com a antecedência mínima de 60 dias em relação ao termo de cada período de vigência, qualquer das partes comunicar a oposição à renovação por carta registada com aviso de recepção. 2 O disposto no número anterior não prejudica a denúncia do acordo, a qualquer momento, por qualquer das partes com pré -aviso de 60 dias, ressalvando -se, neste caso, a continuidade de cuidados aos doentes que ainda se encontrem em tratamento. Artigo 8.º Comparticipações 1 Os preços dos cuidados de saúde fixados no âmbito de convenções são os que constam nas tabelas acordadas pela ADSE, mantendo o mesmo co -financiamento do beneficiário. 2 Quanto aos cuidados de saúde que possam não estar incluídos nas tabelas do regime convencionado da ADSE, a ADM poderá celebrar acordos específicos, dando conhecimento às entidades gestoras dos demais subsistemas de saúde públicos, das condições de preço e do co - financiamento do beneficiário. Artigo 9.º Avaliação A ADM avalia, de forma sistemática, a qualidade e a acessibilidade dos cuidados de saúde prestados ao abrigo de acordos e zela pelo integral cumprimento das disposições clausuladas. Artigo 10.º Entrada em vigor A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. Em 10 de Setembro de O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. O Ministro da Defesa Nacional, Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira. Pág 207 de 461 Páginas

208 ANEXO I Clausulado tipo de acordo Acordo para a prestação de cuidados de saúde no âmbito da assistência na doença aos militares das Forças Armadas Entre o Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA), com sede em..., na qualidade de entidade gestora da assistência na doença aos militares das Forças Armadas (ADM), representada por..., adiante designada por primeiro outorgante, e..., com morada/sede em..., representada/o por..., adiante designada/o por segunda/o outorgante, é celebrado o presente acordo, que se rege pelas cláusulas seguintes: Cláusula 1.ª Âmbito do acordo 1 O presente acordo define as condições a que se obrigam as partes no âmbito da prestação de cuidados de saúde aos beneficiários da ADM, nas seguintes valências: a) b) 2 Os serviços convencionados serão prestados no local ou locais seguintes: a) b) Cláusula 2.ª Obrigações principais da/o segunda/o outorgante 1 A/o segunda/o outorgante obriga -se a prestar os cuidados de saúde abrangidos pelo presente acordo aos beneficiários da ADM que apresentem os respectivos cartões de beneficiários válidos, conjuntamente com documento oficial com fotografia. 2 A/o segunda/o outorgante obriga -se ainda a prestar os cuidados de saúde abrangidos pelo presente acordo a recém -nascidos até aos 60 dias de vida, mediante exibição do cartão de qualquer dos seus progenitores, desde que a inscrição do recém -nascido tenha sido requerida à ADM. 3 A/o segunda/o outorgante não pode recusar a prestação de cuidados de saúde abrangidos pelo presente acordo aos beneficiários da ADM que se encontrem nas condições referidas no número anterior ou proceder a qualquer forma de discriminação entre eles. Cláusula 3.ª Receituário, relatórios médicos e processos clínicos 1 A/o segunda/o outorgante obriga -se a observar a política do medicamento em vigor em todo o receituário prescrito. 2 A/o segunda/o outorgante obriga -se a elaborar os relatórios ou atestados clínicos emitido no respeito pela artis legis. 3 A/o segunda/o outorgante obriga -se a apresentar relatório médico sobre a situação clínica do beneficiário, a pedido deste, para ser submetido à apreciação dos médicos consultores de saúde da ADM. 4 A/o segunda/o outorgante obriga -se a conservar por um período mínimo de cinco anos os dados referentes ao processo clínico de cada doente, bem como todos os elementos que possam servir de base à apreciação futura em casos de absoluta necessidade. Cláusula 4.ª Preços e comparticipações 1 A/o segunda/o outorgante obriga -se a observar os preços constantes do anexo I. 2 É da responsabilidade dos beneficiários o pagamento dos encargos identificados na tabela referida no número anterior. 3 O primeiro outorgante obriga -se a pagar à/ao segunda/ o outorgante os montantes equivalentes às comparticipações da sua responsabilidade nos cuidados de saúde prestados. 4 Para os efeitos do número anterior, a/o segunda/o outorgante factura directamente ao primeiro outorgante os encargos da sua responsabilidade decorrentes da assistência prestada aos beneficiários da ADM. Pág 208 de 461 Páginas

209 5 As actualizações das tabelas aplicam -se exclusivamente aos cuidados de saúde ainda não prestados, independentemente do momento em que os mesmos sejam facturados. 6 A/o segunda/o outorgante não pode exigir aos beneficiários da ADM o pagamento de quaisquer quantias, salvas as previstas no n.º 2. Cláusula 5.ª Procedimento de facturação e liquidação de encargos 1 A/o segunda/o outorgante remeterá à ADM, em duplicado, a facturação mensal respeitante aos serviços prestados. 2 A facturação referida no número anterior é obrigatoriamente acompanhada pelos documentos referidos na cláusula seguinte. 3 O primeiro outorgante obriga -se a pagar os montantes facturados, decorrentes dos serviços prestados aos beneficiários da ADM, no prazo máximo de 60 dias contados da data da sua recepção. 4 A ADM não se responsabiliza pelo pagamento dos encargos relativos aos beneficiários cujos cartões não sejam válidos, bem como daqueles cujos documentos de despesa não possuam a identificação completa, designadamente o nome e o número de identificação de beneficiário. 5 O original do recibo passado ao beneficiário pela/o segunda/o outorgante respeitante à quantia paga por este no âmbito do presente acordo deve conter a indicação «valor não comparticipável pela ADM». Cláusula 6.ª Tratamentos de longa duração A comparticipação relativa a internamentos superiores a 90 dias seguidos ou interpolados, no mesmo ano civil, está condicionada à organização de processo contendo: a) Requerimento do beneficiário titular ou, em caso de impossibilidade deste, do seu representante legal; b) Relatório do médico especialista, com indicação da presumível duração do internamento; c) Aprovação do presidente da ADM. Cláusula 7.ª Documentação exigida 1 A/o segunda/o outorgante obriga -se a apresentar ao primeiro outorgante, juntamente com a facturação mensal, os seguintes documentos: a) Duplicado do documento comprovativo do valor remanescente pago pelo beneficiário; b) Guia de tratamento e ou mapa de resumo de despesas, constantes do anexo II da presente portaria, quando for o caso; c) Prescrição médica, para meios complementares de diagnóstico e terapêutica. 2 Os documentos referidos no número anterior devem atender aos seguintes requisitos: a) A factura deve obedecer aos requisitos previstos no Código do IVA e ser assinada por representante habilitado da/do segunda/o outorgante; b) A guia de tratamento deve ser completamente preenchida em todos os seus campos, devendo ser assinada pelo beneficiário, depois de trancada, no final dos tratamentos facturados; c) A prescrição médica deve conter a identificação clara do médico especialista, a data e respectiva assinatura, bem como os exames, tratamentos ou bens prescritos. 3 A ADM não aceitará a documentação relativa aos processos que não estejam de acordo com o estabelecido nos números anteriores. 4 A/o segunda/o outorgante obriga -se a entregar anualmente ao primeiro outorgante e a manter actualizados comprovativos de que tem a sua situação contributiva perante a administração fiscal e a segurança social regularizadas, nos termos previstos na respectiva legislação. Cláusula 8.ª Deveres de informação 1 A/o segunda/o outorgante obriga -se a comunicar ao primeiro outorgante, no prazo de 30 dias: Pág 209 de 461 Páginas

210 a) Qualquer alteração do corpo clínico ou do responsável técnico; b) Disponibilização de novas valências ou redução das existentes; c) Abertura de novas instalações ou encerramento das existentes; d) Quaisquer outras alterações relevantes. 2 Aquando da comunicação de novas especialidades ou instalações, a/o segunda/o outorgante pode indicar se pretende a extensão do presente acordo. Cláusula 9.ª Instalações A/o segunda/o outorgante obriga -se a manter as suas instalações apetrechadas dos meios técnicos e do pessoal habilitado à prestação dos cuidados abrangidos pelo presente acordo, nomeadamente no que diz respeito aos processos de garantia de qualidade definidos nos termos legais. Cláusula 10.ª Visitas A/o segunda/o outorgante obriga -se a facultar ao primeiro outorgante ou aos seus representantes o acesso às suas instalações, bem como a consulta dos ficheiros informáticos ou manuais dos respectivos beneficiários, pelos médicos consultores de saúde da ADM, desde que devidamente autorizados pelo respectivo beneficiário. Cláusula 11.ª Vigência O presente acordo é válido por um ano e automaticamente renovável por iguais períodos, podendo ser denunciado, a qualquer momento, por qualquer das partes com pré -aviso de 60 dias, ressalvando -se, neste caso, a continuidade de cuidados aos doentes que ainda se encontrem em tratamento. Cláusula 12.ª Incumprimento O incumprimento deste acordo, por qualquer dos outorgantes, dá à outra parte o direito à sua resolução imediata. Cláusula 13.ª Foro Para a resolução de qualquer questão emergente do presente acordo é competente o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa. Cláusula 14.ª Entrada em vigor O presente acordo entra em vigor no dia seguinte ao da sua assinatura por ambas as partes. Lisboa,... Pelo Primeiro Outorgante,... Pela/o Segunda/o Outorgante,... Pág 210 de 461 Páginas

211 Portaria n.º 338/92,de 11 de Abril Aprova taxas moderadoras de acesso a serviços de saúde DR N.º 86/92 SÉRIE I-B Ministério da Saúde PÁGINAS 1731 a 1733 Aprova as taxas moderadoras para o acesso aos serviços de urgência, às consultas e a meios complementares de diagnóstico e terapêutica por cada exame em regime ambulatório A base XXXIV da Lei n.º 48/90, de 24 de Agosto, estabeleceu a possibilidade de serem cobradas taxas moderadoras com o objectivo de completar as medidas reguladoras do uso dos serviços de saúde. O n.º 2 do artigo 1º. do Decreto-Lei n.º 54/92, de 11 de Abril, estabeleceu que as taxas moderadoras previstas nesse diploma seriam aprovadas por portaria do Ministro da Saúde, sendo revistas e actualizadas anualmente: Assim: Ao abrigo do n.º 2 do artigo 1º. do Decreto-Lei n.º 54/92, de 11 de Abril: Manda o Governo, pelo Ministro da Saúde, o seguinte: 1º. O acesso aos cuidados de saúde, assegurados através das respectivas unidades prestadoras, é feito mediante o pagamento das seguintes taxas moderadoras: a) Consultas nos centros de saúde ou em entidades convencionadas - 300$00; b) Consultas nos serviços de urgência dos centros de saúde - 400$00; c) Consultas externas hospitalares: Hospitais distritais - 400$00; Hospitais centrais gerais e especializados - 600$00; d) Consultas nos serviços de urgência hospitalar $00; e) Consultas domiciliárias - 600$00. 2º. São fixadas em relação aos meios complementares de diagnóstico e terapêutica, por cada exame em regime de ambulatório, as seguintes taxas moderadoras: a) Exames laboratoriais - 150$00; b) Exames laboratoriais de anatomia patológica - 750$00; c) Exames radiológicos - 350$00; d) Exames neurorradiológicos $00; e) Tratamentos de radioterapia - 350$00; f) Ecografias - 650$00; g) Tomografias axiais computorizadas $00; h) Tratamentos de medicina física e de reabilitação - 100$00; i) Endoscopias - 900$00; j) Ressonância magnética $00; k) Litotricia (doente tratado) $00; l) Ultra-sonografia vascular com doppler e ultrasonoangiografia (eco doppler) $00; m) Provas cárdio-vasculares: Electroquimograma com relatório - 900$00; Registo electrocardiográfico simples - 200$00; Com tapete rolante ou bicicleta - 900$00; Registo mecânico, gráfico ou eléctrico de um fenómeno de origem cardíaca (pulso arterial ou venoso, apexocardiograma, plestismograma, etc.) com relatório - 200$00; Vectocardiograma com relatório - 200$00; ECG dinâmico tipo Holter - 900$00; Doppler cardíaco $00; n) EEG: Traçado de rotina - 900$00; Traçado de sono - 900$00; Traçado com prova estroboscópica ou estroboacústica - 900$00; Traçado com estimulação química - 900$00; Traçado fora do laboratório $00; Traçado poligráfico $00; Electrocorticografia $00; o) Neurofisiologia: Electrodiagnóstico de estimulação (uma região) - 150$00; Electrodiagnóstico múltiplo (várias regiões) - 350$00; Electromiografia (muscular ou esfinctariana) - 900$00; Topografia EEG computorizada $00; Topografia EEG computorizada com potenciais evocados visuais $00; Topografia EEG computorizada com potenciais evocados auditivos $00; Topografia EEG computorizada com potenciais evocados somatossensoriais $00; Topografia EEG computorizada/p $00; Pág 211 de 461 Páginas

212 Potenciais evocados visuais com curva $00; Potenciais evocados auditivos com curva $00; Potenciais evocados somatossensoriais com curva $00; p) Otorrinolaringologia: Audiometria: Audiometria de tons puros (com audiómetro) - 200$00; Audiometria infantil - 200$00; Audiometria automática (Bekesy) - 200$00; Audiometria vocal - 200$00; Provas suplementares de audiometria (sisi, tona decay, simulação, lafou, recobro, acupenometria, etc.) - 200$00; Timpanometria: Timpanograma, incluindo a medição de compliance e volume do conduto externo - 200$00; Pesquisa dos reflexos acústicos ipsilaterais ou contralaterais - 150$00; Pesquisa do decay do reflexo bilateral - 200$00; Pesquisa de reflexos não acústicos - 200$00; Reflexograma de Metz - 200$00; Estudo timpanométrico do funcionamento da trompa-de-eustáquio (medição feita com ponta de admitância) - 200$00; Provas suplementares de timpanometria - 200$00; Impedância ou admitância (incluindo timpanograma, medição de compliance, volume do conduto externo, reflexos acústicos ipsi e contralaterais) - 650$00; Audiometria de respostas eléctricas evocadas (ERA): Electrococleografia - E. Co. G. - traçado e protocolo $00; Respostas do tronco cerebral (BER) - traçado e protocolo $00; Respostas semiprecoces (RSP) - traçado e protocolo $00; Respostas auditivas corticais (RAC) - traçado e protocolo $00; Provas do mesmo doente - uma prova isolada + provas complementares $00; E. Co. G $00; ERA (incluindo BER e E. Co. G.) - global $00; BER $00; RSP $00; RAC $00; Foniatria: Provas de avaliação foniátrica - 100$00; Treino em terapêutica da fala - 100$00; Facial: Electroneuronomiografia da superfície (nervo facial) com auxílio de equipamento computorizado de potenciais eléctricos E. No. M. G $00; ERA, nervo facial - 650$00; Vestibulometria: Exame vestibular executado electronistagmografia (incluindo pesquisa de nistagmo expontâneo, de posição, prova calórica e rotatórica) - ENG - 900$00; Estatoquinesimetria com protocolo - 350$00; Exame vestibular sumário com provas térmicas - 350$00; Gosto: Electrogustometria - 350$00; Rinologia: Rinodebitomanometria - 350$00; Laringologia: Estroboscopia das cordas vocais - 200$00; Estudo laringovocal com o laringógrafo - 200$00; q) Pneumologia: Exames da função respiratória: Nebulizações (por sessão) - 50$00; IPPB (por sessão) - 50$00; Mecânica ventilatória - 650$00; Mecânica ventilatória com prova de provocação inalatória específica com dois alérgenos - 650$00; Mecânica ventilatória com prova de broncodilatação - 900$00; Mecânica ventilatória com prova de provocação inalatória inespecífica - 900$00; Volume residual - 650$00; Compliance pulmonar - 650$00; Oxi-ergometria (inclui, como mínimo, 2 det. de gases no sangue) - 900$00; Capacidade de difusão - 900$00; r) Alergologia e imunologia: Provas de contacto, incluindo leituras - 150$00; Provas intradérmicas, incluindo leituras - 150$00; Provas de sensibilidade da mucosa oftálmica - 100$00; Injecção de imunização - 150$00; s) Urologia: Fluxometria - 350$00; Cistometria (água) - 900$00; Perfil uretral conjunto dos três exames anteriores - 900$00; t) Medicina nuclear: Absorção de vitamina V12 (teste Schiling) - 200$00; Cintigrafia cardíaca - 900$00; Cintigrafia cerebral - 900$00; Cintigrafia esplénica - 900$00; Cintigrafia das glândulas salivares - 900$00; Cintigrafia hepática - 900$00; Cintigrafia hepática com esvaziamento vesicular - 900$00; Cintigrafia hepatoesplénica - 900$00; Pág 212 de 461 Páginas

213 Cintigrafia óssea (corpo inteiro) - 900$00; Cintigrafia óssea (parcelar) - 900$00; Cintigrafia pulmonar - 900$00; Cintigrafia da tiroideia - 900$00; Cintiframa renal com pesquisa de refluxo vesicoureteral - 900$00; Cisternoventriculocintigrafia - 900$00; Dinâmica cardíaca - 900$00; Determinação de clearence renal com radionuclidos - 900$00; Determinação de perdas proteicas - 900$00; Dinâmica cerebral (perfusão cerebral) - 900$00; Esvaziamento gástrico - 900$00; Fixação de iodo $00; Fluxo gastroesfágico - 900$00; Linfocintigrafia - 900$00; Pesquisa de baços acessórios e transplante de tecido esplénico - 900$00; Pesquisa do divertículo de Meckel - 900$00; Pesquisa de hemorragia digestiva - 900$00; Pesquisa de perda de líquido cefalorraquídeo - 900$00; Renograma com ipuram (exame basal) - 350$00; Renograma com ipuram (exame após diurético) - 350$00; Renograma com ipuram (exame após hidratação) - 350$00; Semivida globular - 900$00; Sinética do ferro - 900$00; Tomografia computorizada de emissão cerebral - 900$00; Tomografia computorizada de emissão hepática - 900$00; Volume sanguíneo - 350$00; Tomodensitometria óssea por duplo fotão (simples) $00; Tomodensitometria óssea por duplo fotão (comparação) $00; u) Oftalmologia: Angiografia oftalmológica $00; Campimetria - 650$00; Cortina de Hess - 350$00; Exame adaptométrico - 650$00; Exames electrofisiológicos - 900$00; Fotocoagulação laser (doente tratado) $00; Perimetria automática computorizada $00; Retinografia - 650$00; Tratamento de ortóptica - 100$00. Ministério da Saúde. Assinada em 30 de Janeiro de O Ministro da Saúde, Arlindo Gomes de Carvalho. Pág 213 de 461 Páginas

214 Portaria n.º 650/2009, de 12 de Junho Atribuição do regime especial de comparticipação de medicamentos MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, DA DEFESA NACIONAL E DA SAÚDE O Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, veio estabelecer o regime jurídico da Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas (ADM), resultante da unificação dos subsistemas de saúde específicos de cada ramo, no contexto da convergência dos diversos subsistemas de saúde públicos com o regime geral da assistência na doença aos servidores civis do Estado, efectuada no âmbito da Direcção- -Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE). Neste âmbito, o artigo 12.º do referido diploma prevê que a comparticipação concedida aos beneficiários da ADM na assistência medicamentosa é a que resultar da aplicação das regras definidas para a comparticipação correspondente na ADSE. O regime de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos prescritos aos beneficiários da ADSE, bem como aos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS), encontra se previsto no Decreto -Lei n.º 118/92, de 25 de Junho. O artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 118/92, de 25 de Junho, na redacção conferida pelo Decreto -Lei n.º 129/2005, de 11 de Agosto, estabelece as condições para a atribuição do regime especial de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos, destinado aos pensionistas cujo rendimento total anual não exceda 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida. Este regime especial de comparticipação encontra -se regulamentado pela Portaria n.º 91/2006, de 27 de Janeiro, para os pensionistas utentes do SNS, e pela Portaria n.º 728/2006, de 24 de Julho, para os pensionistas beneficiários da ADSE, ambas omitindo, todavia, procedimentos específicos para os beneficiários da ADM. Deste modo, afigura -se necessária a adopção de regulamentação que estabeleça os procedimentos conducentes à atribuição do regime especial de comparticipação de medicamentos acima aludido aos beneficiários da ADM. Assim: Ao abrigo do disposto na alínea b) do artigo 17.º do Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro: Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das Finanças, da Defesa Nacional e da Saúde, o seguinte: Artigo 1.º O regime especial de comparticipação do Estado no preço dos medicamentos previsto no n.º 1 do artigo 3.º do Decreto- -Lei n.º 118/92, de 25 de Junho, na redacção conferida pelo Decreto -Lei n.º 129/2005, de 11 de Agosto, é aplicável aos pensionistas beneficiários da Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas (ADM), cujo rendimento total anual não exceda 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida (RMMG). Artigo 2.º Para o efeito referido no artigo anterior, os interessados devem apresentar documento comprovativo da sua qualidade de pensionista e do valor da pensão e declarar, conforme modelo anexo à presente portaria: a) Que não auferiram, no ano anterior, rendimento ilíquido, apurado para efeitos de IRS, superior a 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida (RMMG); b) Que autorizam, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 64.º da Lei Geral Tributária, aprovada pelo Decreto Lei n.º 398/98, de 17 de Dezembro, a confirmação dos pressupostos da concessão do presente benefício, sob pena de o mesmo ficar sem efeito. Pág 214 de 461 Páginas

215 Artigo 3.º 1 A declaração e o documento comprovativo a que se refere o artigo anterior devem ser apresentados pelos interessados, logo que do mesmo disponham, no competente serviço do Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA), entidade gestora da ADM, pessoalmente ou por carta registada com aviso de recepção. 2 A declaração a que alude o número anterior deve ser renovada até ao dia 31 de Março do ano subsequente, sob pena de caducidade do benefício. Artigo 4.º 1 Aos beneficiários da ADM referidos no artigo anterior é emitido o cartão de identificação do modelo constante do anexo I da Portaria n.º 331/2007, de 21 de Fevereiro, publicada no Diário da República, 2.ª série, n.º 55, de 19 de Março de 2007, passando a constar do mesmo a menção ao regime especial de comparticipação. 2 A atribuição do regime especial de comparticipação no preço dos medicamentos só abrange os beneficiários portadores do cartão emitido nos termos do número anterior. Artigo 5.º 1 O IASFA deve prestar aos pensionistas beneficiários da ADM todas as informações relevantes sobre o regime especial de comparticipação. 2 Quaisquer alterações da declaração prestada que impliquem a perda do benefício do regime especial de comparticipação devem ser comunicadas de imediato ao IASFA. Artigo 6.º Sempre que, da apreciação dos documentos ou declarações apresentados, ou da sua confirmação pelas entidades competentes, resultar não se encontrarem reunidos os pressupostos da atribuição do benefício do regime especial de comparticipação de medicamentos, deve o IASFA informar os respectivos beneficiários e proceder ao cancelamento do benefício. Artigo 7.º A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. Em 26 de Janeiro de O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. O Ministro da Defesa Nacional, Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira. Pela Ministra da Saúde, Francisco Ventura Ramos, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde. ANEXO Declaração anual de rendimentos do pensionista Regime especial de comparticipação de medicamentos Identificação do beneficiário: Nome completo:... Número de pensionista:... Número do cartão de utente:... Número de identificação fiscal:... Número do cartão de identificação de beneficiário da ADM:... Declaro que no ano anterior não auferi rendimento ilíquido, apurado para efeitos de IRS, de valor superior a 14 vezes a retribuição mínima mensal garantida (RMMG). Autorizo que os serviços competentes confirmem ao IASFA a veracidade da presente declaração. Tomei conhecimento de que devo comunicar, de imediato, quaisquer alterações da informação prestada. As declarações prestadas correspondem à verdade e não omitem qualquer informação relevante. As falsas declarações são puníveis nos termos da lei.... (data).... (assinatura do beneficiário conforme o bilhete de identidade) Pág 215 de 461 Páginas

216 Portaria nº 1034/2009, de 11 de Setembro MINISTÉRIOS DAS FINANÇAS E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DA DEFESA NACIONAL Aprova sistema de assistência em caso de acidentes em serviço e doenças profissionais O Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, veio estabelecer o regime jurídico da Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas (ADM), resultante da unificação dos subsistemas de saúde específicos de cada ramo, no contexto da convergência dos diversos subsistemas de saúde públicos com o regime geral da assistência na doença aos servidores civis do Estado, efectuada no âmbito da Direcção -Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública (ADSE). Com este enquadramento legal, a ADM surge como co -responsável, nos termos definidos no Decreto Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, pelo pagamento das prestações de cuidados de saúde previstas neste diploma, competindo a gestão deste novo subsistema de saúde ao Instituto de Acção Social das Forças Armadas (IASFA). Neste novo contexto, a assistência na doença aos beneficiários da ADM abrange também o pagamento das despesas de saúde decorrentes de acidentes de trabalho e doenças profissionais cuja exequibilidade se encontra regulada pela Portaria n.º 1394/2007, de 25 de Outubro. No entanto, considerando que com o decurso da idade se torna difícil distinguir, de forma clara, quais as enfermidades directamente relacionadas com as lesões que determinaram a respectiva deficiência, afigura -se necessária a adopção de novas regras que contemplem um alargamento do âmbito de aplicação da Portaria n.º 1394/2007, de 25 de Outubro. Assim: Ao abrigo do disposto na alínea b) do artigo 17.º do Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro: Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das Finanças e da Defesa Nacional, o seguinte: Artigo 1.º Âmbito da assistência em caso de acidente de serviço e doença profissional 1 A assistência na doença aos beneficiários titulares da ADM abrange o pagamento das despesas de saúde decorrentes de acidentes de trabalho e doenças profissionais. 2 Os militares e ex -militares incapacitados, de forma permanente, por acidente de trabalho ou doença profissional ocorridos ou derivados da prestação do serviço militar, independentemente do regime jurídico em que estejam inseridos, são ressarcidos pelo subsistema de Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas, através da respectiva entidade gestora, de todas as importâncias suportadas com cuidados de saúde, quando: a) Os cuidados de saúde sejam prestados por estabelecimentos do Serviço de Saúde Militar, estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde ou por entidades prestadoras de cuidados de saúde com as quais o Instituto de Acção Social das Forças Armadas tenha estabelecido acordo; b) Os cuidados de saúde digam respeito a assistência medicamentosa. 3 O acesso ao benefício referido no número anterior por parte dos ex -militares incapacitados está dependente da sua prévia inscrição como beneficiários titulares da ADM, nos termos do artigo 2.º do Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro. Artigo 2.º Responsabilidade das Forças Armadas 1 Os ramos das Forças Armadas asseguram a organização de todos os processos relativos a acidentes de trabalho e doenças profissionais. 2 As Forças Armadas asseguram ainda, através dos hospitais militares, em regime de exclusividade, o fornecimento de produtos de apoio e de dispositivos médicos, seja qual for a sua forma, desde que necessários e adequados ao diagnóstico ou ao restabelecimento do estado de Pág 216 de 461 Páginas

217 saúde físico ou mental e da capacidade de trabalho ou de ganho do sinistrado e à sua recuperação para a vida activa. 3 Para efeitos do número anterior, bem como para comparência perante juntas médicas, os ramos das Forças Armadas asseguram o transporte e a estada. Artigo 3.º Responsabilidades da ADM 1 O pagamento das despesas de saúde decorrentes da assistência na doença mencionadas nos artigos anteriores incumbe à entidade gestora da ADM. 2 Os serviços de saúde e os hospitais militares remetem à entidade gestora da ADM a documentação que comprove os encargos suportados, identificando os processos que lhes deram origem. 3 São inscritas no orçamento do Ministério da Defesa Nacional as verbas necessárias para cobertura dos encargos resultantes dos artigos anteriores. Artigo 4.º Norma revogatória É revogada a Portaria n.º 1394/2007, de 25 de Outubro. Artigo 5.º Entrada em vigor A presente portaria entra em vigor no dia 1 de Janeiro de Em 21 de Maio de O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. O Ministro da Defesa Nacional, Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira. Pág 217 de 461 Páginas

218 PARTE X - LEGISLAÇÃO DIVERSA Leis Lei n.º 20/97, 19 de Junho DR n.º 139/97 SÉRIE I-A Assembleia da República Contagem especial do tempo de prisão e de clandestinidade por razões políticas para efeitos de pensão de velhice ou de invalidez PÁGINAS 2955 a 2956 Contagem especial do tempo de prisão e de clandestinidade por razões políticas para efeitos de pensão de velhice ou de invalidez. A Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 164º., alínea d), e 169º., n.º 3, da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. Âmbito 1 - O tempo de prisão e de detenção efectivamente sofrido, assim como de clandestinidade, em consequência de actividades políticas desenvolvidas contra o regime derrubado em 25 de Abril de 1974 pode ser considerado, a requerimento dos interessados, equivalente a entrada de contribuições. 2 - Entende-se por clandestinidade a situação, devidamente comprovada, vivida pelos interessados, no País ou no estrangeiro, em que por causa de pertença a grupo político ou de actividades políticas desenvolvidas em prol da democracia os mesmos foram vítimas de perseguição policial impeditiva de uma normal actividade profissional e inserção social no período compreendido entre 28 de Maio de 1926 e 25 de Abril de Artigo 2º. Efeitos da contagem de tempo A contagem do tempo a que se refere o artigo anterior faz-se nos termos gerais e produz efeitos exclusivamente na taxa de formação das pensões. Artigo 3º. Início da produção de efeitos 1 - Os efeitos a que se refere o artigo anterior reportam-se à data do início da pensão, se o requerimento for anterior, ou ao mês seguinte ao da entrada do requerimento, se for posterior àquela data. 2 - A possibilidade de requerer a equivalência à entrada de contribuições é extensiva aos familiares dos beneficiários falecidos que legaram pensões de sobrevivência. Artigo 4º. Apreciação de requerimentos Os requerimentos a que se refere o artigo 1º. serão apreciados por uma comissão nomeada pelo ministério competente em razão da matéria composta por cidadãos de reconhecido mérito. Artigo 5º. Regulamentação O Governo aprovará os procedimentos e as demais medidas com vista à aplicação da presente lei. Artigo 6º. Entrada em vigor A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, sem prejuízo do disposto no artigo 170º., n.º 2, da Constituição. Aprovada em 10 de Abril de O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos. Promulgada em 28 de Maio de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendada em 6 de Junho de 1997 O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres.. Pág 218 de 461 Páginas

219 Lei n.º 174/99 de 21 de Setembro DR N.º 221/99 SÉRIE I-A Assembleia da República Lei do Serviço Militar PÁGINAS 6541 a 6550 A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161º. da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte: CAPÍTULO I Princípios gerais Artigo 1º. Conceito e natureza do serviço militar 1 - A defesa da Pátria é direito e dever fundamental de todos os portugueses. 2 - O serviço militar integra-se no contributo para a defesa nacional, no âmbito militar, a prestar pelos cidadãos portugueses, nos termos da presente lei. 3 - Constitui ainda objectivo do serviço militar a valorização cívica, cultural, profissional e física dos cidadãos. 4 - Em tempo de paz, o serviço militar baseia-se no voluntariado. 5 - O disposto no número anterior não prejudica as obrigações dos cidadãos portugueses inerentes ao recrutamento militar e ao serviço efectivo decorrente de convocação ou de mobilização, nos termos estatuídos na presente lei. 6 - O período de sujeição dos cidadãos portugueses a obrigações militares, nos termos do número anterior, decorre entre o primeiro dia do ano em que completam 18 anos de idade e o último dia do ano em que completam 35 anos de idade. Artigo 2º. Situações do serviço militar O serviço militar abrange as seguintes situações: a) Serviço efectivo; b) Reserva de recrutamento; c) Reserva de disponibilidade. Artigo 3º. Serviço efectivo 1 - Serviço efectivo, entendido como contributo para a defesa da Pátria, é a situação dos cidadãos enquanto permanecem ao serviço das Forças Armadas. 2 - O serviço efectivo abrange: a) Serviço efectivo nos quadros permanentes; b) Serviço efectivo em regime de contrato; c) Serviço efectivo em regime de voluntariado; d) Serviço efectivo decorrente de convocação ou mobilização. 3 - O serviço efectivo nos quadros permanentes corresponde à prestação de serviço pelos cidadãos que, tendo ingressado voluntariamente na carreira militar, se encontrem vinculados às Forças Armadas com carácter de permanência. 4 - O serviço efectivo em regime de contrato corresponde à prestação de serviço militar voluntário por parte dos cidadãos durante um período de tempo limitado, com vista à satisfação das necessidades das Forças Armadas ou ao seu eventual ingresso nos quadros permanentes. 5 - O serviço efectivo em regime de voluntariado corresponde à assunção voluntária de um vínculo às Forças Armadas por um período de 12 meses, incluindo o período de instrução, findo o qual o militar pode ingressar no serviço efectivo em regime de contrato. 6 - O serviço efectivo decorrente de convocação ou mobilização compreende o serviço militar prestado na sequência do recrutamento excepcional, nos termos previstos na presente lei. 7 - O estatuto dos militares nas diversas situações de serviço efectivo é definido em diplomas próprios. Artigo 4º. Reserva de recrutamento A reserva de recrutamento é constituída pelos cidadãos portugueses dos 18 aos 35 anos de idade, que, não tendo prestado serviço efectivo nas fileiras, podem ser objecto de recrutamento excepcional, em termos a regulamentar. Artigo 5º. Reserva de disponibilidade 1 - A reserva de disponibilidade é constituída pelos cidadãos portugueses que cessaram a prestação de serviço militar até à idade limite dos deveres militares. 2 - A reserva de disponibilidade destina-se a permitir o aumento dos efectivos das Forças Armadas até aos quantitativos tidos por adequados. 3 - A situação de reserva de disponibilidade, para efeito de convocação, abrange o período de seis anos subsequente ao termo do serviço efectivo, sem prejuízo do limite de idade previsto no n.º 1. Pág 219 de 461 Páginas

220 Artigo 6º. Alteração dos limites de idade em tempo de guerra Em tempo de guerra o limite máximo de idade estabelecido para o cumprimento de deveres militares pode ser alterado por lei. CAPÍTULO II Recrutamento militar SECÇÃO I Disposições gerais Artigo 7º. Definição e modalidades de recrutamento 1 - Recrutamento militar é o conjunto de operações necessárias à obtenção de meios humanos para ingresso nas Forças Armadas. 2 - O recrutamento militar compreende as seguintes modalidades: a) Recrutamento normal, para a prestação de serviço efectivo em regime de contrato ou em regime de voluntário; b) Recrutamento especial, para a prestação de serviço efectivo voluntário nos quadros permanentes; c) Recrutamento excepcional, para a prestação de serviço efectivo decorrente de convocação ou mobilização. 3 - O recrutamento especial será regulado por diploma próprio. Artigo 8º. Recenseamento militar 1 - O recenseamento militar é a operação do recrutamento geral que tem por finalidade obter a informação de todos os cidadãos que atingem, em cada ano, a idade do início das obrigações militares. 2 - Constitui obrigação dos cidadãos, a cumprir pelos próprios ou pelos seus representantes legais, apresentarem-se ao recenseamento militar durante o mês de Janeiro do ano em que completem 18 anos. 3 - Deve ser dada publicidade ao dever de inscrição no recenseamento militar. Artigo 9º. Locais de recenseamento militar Os cidadãos, pessoalmente ou através dos seus representantes legais, apresentam-se ao recenseamento militar nos locais a seguir indicados: a) Câmara municipal da área da residência do cidadão; b) Posto consular da área da residência, para os cidadãos domiciliados no estrangeiro. Artigo 10º. Informação a prestar no acto de apresentação ao recenseamento No acto de apresentação ao recenseamento deve ser entregue ao cidadão informação escrita descrevendo os objectivos do serviço militar e as diferentes possibilidades e oportunidades que se lhe oferecem. Artigo 11º. Dia da Defesa Nacional 1 - É instituído o Dia da Defesa Nacional que visa sensibilizar os jovens para a temática da defesa nacional e divulgar o papel das Forças Armadas, a quem incumbe a defesa militar da República. 2 - A sensibilização e divulgação referidas no número anterior envolvem, designadamente, informação escrita descrevendo os preceitos constitucionais que se relacionam com a defesa nacional, os princípios gerais que se relacionam com as Forças Armadas, direitos e deveres dos cidadãos, assim como os objectivos do serviço militar e as diferentes possibilidades que se lhe oferecem durante e após o serviço militar, acções de formação sobre os objectivos da defesa nacional, sobre as missões essenciais das Forças Armadas, a sua organização, os recursos que lhes estão afectos e informação sobre as formas de prestação de serviço. 3 - Após as acções de formação e outras actividades a realizar a nível regional, durante o período de um dia, é entregue ao participante um certificado individual de presença. 4 - A comparência ao Dia da Defesa Nacional constitui um dever de todos os cidadãos, podendo ocorrer a partir do 1º. dia do ano em que completem a idade de 18 anos e enquanto a mantenham. Artigo 12º. Orgânica do recrutamento 1 - O planeamento, direcção e coordenação do processo de recrutamento incumbe a um órgão central integrado na estrutura do Ministério da Defesa Nacional, sem prejuízo das competências cometidas aos ramos das Forças Armadas. 2 - A execução do processo de recrutamento fica a cargo dos centros de recrutamento dos ramos ou integrados, que assumirão configurações diversas de acordo com as áreas do País e com as potenciais vocações dos candidatos ao regime de voluntariado. 3 - O órgão central referido no n.º 1, no âmbito das suas competências, deverá ainda desenvolver campanhas de sensibilização para o recrutamento, designadamente nos meios de comunicação social. Pág 220 de 461 Páginas

221 4 - No processo de recrutamento podem ainda intervir outros serviços públicos, designadamente os do sistema de ensino, através da integração da temática da defesa nacional em curricula escolares e da condução de acções de sensibilização e divulgação do papel da defesa nacional e das Forças Armadas, segundo um plano definido anualmente por despacho conjunto dos Ministros da Defesa Nacional e da Educação. SECÇÃO II Recrutamento normal Artigo 13º. Finalidades O recrutamento normal tem por finalidade a admissão de cidadãos com o mínimo de 18 anos de idade, que se proponham prestar, voluntariamente, serviço militar efectivo nas Forças Armadas. Artigo 14º. Fases de recrutamento normal O recrutamento normal compreende as seguintes fases: a) Candidatura; b) Classificação e selecção; c) Alistamento. Artigo 15º. Candidatura 1 - A candidatura ao regime de contrato ou de voluntariado formaliza-se através de declaração em que o cidadão manifeste a vontade de prestar serviço militar. 2 - No acto da candidatura, o cidadão pode manifestar a sua preferência pela área funcional e pelo ramo onde pretende servir, bem como pela área geográfica de prestação do serviço militar. 3 - Após formalização da candidatura serão oportunamente comunicados ao cidadão a data e o local de realização das provas de classificação e selecção. Artigo 16º. Classificação e selecção 1 - As provas de classificação e selecção têm por finalidade determinar grau de aptidão psicofísica dos cidadãos para efeitos de prestação de serviço militar, em resultado do que lhes é atribuída uma das seguintes classificações: Apto; Inapto. 2 - Ficam a aguardar classificação os cidadãos aos quais não seja possível atribuí-la no decurso das provas referidas no número anterior. 3 - Da classificação referida no n.º 1 pode ser interposto recurso hierárquico no prazo de cinco dias para o dirigente máximo do órgão a que se refere o artigo 12º., o qual decide no prazo de 30 dias, com base em novo exame do recorrente. 4 - Aos cidadãos classificados de Apto são atribuídas áreas funcionais, de acordo com as suas aptidões físicas, psíquicas, técnicas, profissionais e outras, tendo em vista o respectivo alistamento e tomando em consideração sempre que possível as preferências manifestadas nos termos do n.º 2 do artigo anterior. 5 - No final das provas de classificação e selecção, os cidadãos considerados aptos são proclamados recrutas e prestam compromisso de honra de acordo com a fórmula constante do regulamento da presente lei. Artigo 17º. Alistamento 1 - O alistamento é a atribuição nominal dos contratados e voluntários a uma categoria, classe, arma, serviço ou especialidade dos ramos das Forças Armadas, no âmbito da área funcional para a qual foram seleccionados. 2 - A afectação ao serviço dos voluntários alistados em cada ramo das Forças Armadas é da responsabilidade do respectivo ramo. SECÇÃO III Recrutamento excepcional Artigo 18º. Situações de recrutamento excepcional Os cidadãos nas situações de reserva de recrutamento e de reserva de disponibilidade podem excepcionalmente ser chamados a cumprir serviço efectivo nas seguintes modalidades: a) Convocação; b) Mobilização. Artigo 19º. Fases de recrutamento excepcional O recrutamento excepcional de cidadãos na situação de reserva de recrutamento para efeitos de convocação compreende as seguintes fases: a) Classificação e selecção; b) Distribuição. Artigo 20º. Classificação e selecção 1 - Os cidadãos convocados nos termos do n.º 1 do artigo 34º. são simultaneamente notificados com uma antecedência mínima de 40 dias para efectuarem as provas de classificação e selecção. 2 - Às provas de classificação e selecção são aplicáveis as disposições previstas nos n.ºs 1, 2 e 3 do artigo 16º. da presente lei. Pág 221 de 461 Páginas

222 3 - Os cidadãos classificados de Apto são agrupados por áreas funcionais, de acordo com as suas aptidões físicas, psíquicas, técnicas, profissionais e outras, tendo em vista a sua futura distribuição. 4 - Os cidadãos considerados aptos podem manifestar a sua preferência pela prestação de serviço militar, em termos de ramos das Forças Armadas, classe, arma, serviço, especialidade e de área geográfica de cumprimento do serviço militar. 5 - No final das provas de classificação e selecção, os cidadãos considerados aptos são proclamados recrutas e prestam compromisso de honra de acordo com a fórmula constante do regulamento da presente lei. Artigo 21º. Não apresentação às provas de classificação e selecção Os cidadãos que, quando notificados, não se apresentem às provas de classificação e selecção ou reclassificação para efeito do artigo 34º. e não justifiquem a falta no prazo de 10 dias, ou se recusem a realizar algumas daquelas provas, são notados compelidos à prestação do serviço militar. Artigo 22º. Distribuição A distribuição consiste na afectação dos recrutas a uma categoria, classe, arma, serviço ou especialidade dos ramos das Forças Armadas, de acordo com as respectivas necessidades, devendo, sempre que possível, ter-se em conta o disposto no n.º 4 do artigo 20º. CAPÍTULO III Serviço efectivo em regime de contrato, regime de voluntariado e por convocação e mobilização SECÇÃO I Regime de contrato Artigo 23º. Serviço efectivo em regime de contrato O serviço efectivo em regime de contrato compreende: a) A incorporação; b) A instrução militar; c) O período nas fileiras. Artigo 24º. Incorporação A incorporação consiste na apresentação dos cidadãos nas unidades e estabelecimentos militares do ramo das Forças Armadas em que foram alistados para prestação de serviço efectivo. Artigo 25º. Instrução militar 1 - A instrução militar consiste na formação ministrada aos instruendos, adequada às características próprias de cada ramo das Forças Armadas. 2 - A instrução militar compreende: a) A instrução básica, que visa habilitar os instruendos com uma preparação militar geral, e termina no acto do juramento de bandeira, que é sempre prestado perante a Bandeira Nacional; b) A instrução complementar que visa proporcionar a formação adequada ao exercício de cargos e funções próprias de cada uma das classes, armas, serviços ou especialidades. 3 - As orientações gerais relativas à instrução militar são definidas por despacho do Ministro da Defesa Nacional, ouvido o Conselho de Chefes de Estado-Maior. Artigo 26º. Período nas fileiras O militar inicia o período nas fileiras após conclusão, com aproveitamento, da instrução militar. Artigo 27º. Celebração do contrato O contrato é celebrado na sequência do alistamento, entrando em vigor na data da incorporação. Artigo 28º. Duração do serviço efectivo 1 - O serviço efectivo em regime de contrato tem a duração mínima de dois anos e a máxima de seis anos. 2 - Dentro do período máximo referido no número anterior, o contrato deve ser renovado sempre que permaneça vaga no respectivo efectivo das Forças Armadas, se o militar contratado se manifestar nesse sentido e tiver classificação de serviço que o permita. 3 - Podem ser criados, por decreto-lei, regimes de contrato com a duração máxima até 20 anos para situações funcionais cujo grau de formação e treino, tipo de habilitações académicas e exigências técnicas tornem desejável uma garantia de prestação de serviço mais prolongada. 4 - O tempo de serviço efectivo prestado durante a instrução militar corresponde ao período experimental, contando para todos os efeitos Pág 222 de 461 Páginas

223 legais, excepto para o cômputo da duração do contrato. Artigo 29º. Idade limite de ingresso As idades limite para a candidatura ao regime de contrato são: a) De 30 anos, para os cidadãos possuidores de licenciatura em Medicina, habilitados com o internato geral; b) De 27 anos, para cidadãos possuidores de habilitação académica com grau de bacharelato ou licenciatura; c) De 24 anos, para os restantes. SECÇÃO II Regime de voluntariado Artigo 30º. Serviço efectivo em regime de voluntariado O serviço efectivo em regime de voluntariado constitui a expressão do direito de defesa da Pátria e assenta na adesão voluntária a um vínculo às Forças Armadas, com vista à satisfação destas. Artigo 31º. Duração do serviço efectivo O serviço efectivo em regime de voluntariado tem a duração de 12 meses, incluída a instrução militar. Artigo 32º. Prestação de serviço efectivo em regime de contrato 1 - Os cidadãos no regime de voluntariado poderão, após o termo do respectivo período de prestação de serviço, requerer a sua permanência no serviço efectivo, em regime de contrato. 2 - Para o efeito as candidaturas serão apresentadas até ao 60º. dia anterior ao termo do período de prestação de serviço na situação de voluntários no regime de voluntariado. Artigo 33º. Idade limite de ingresso As idades limite para a candidatura à prestação do serviço militar em regime de voluntariado são as estatuídas no artigo 29º. quanto ao regime de contrato. SECÇÃO III Convocação e mobilização Artigo 34º. Serviço efectivo por convocação 1 - Os cidadãos que se encontrem na situação de reserva de recrutamento podem ser convocados para prestação de serviço efectivo com uma antecedência mínima de 60 dias, nos casos em que a satisfação das necessidades fundamentais das Forças Armadas seja afectada ou prejudicada a prossecução dos objectivos permanentes da política de defesa nacional, por períodos de 4 meses prorrogáveis até ao máximo de 12 meses. 2 - A convocação prevista no número anterior é proposta pelo Ministro da Defesa Nacional, assumirá a forma de decreto-lei, fixará os efectivos e a duração do serviço militar, discriminará os objectivos, ouvido o Conselho de Chefes de Estado-Maior, e entrará em vigor 30 dias após a sua publicação. 3 - Serão atribuídos aos cidadãos sujeitos ao serviço efectivo previsto neste artigo, com as necessárias adaptações, as compensações financeiras e materiais e demais incentivos de que beneficiem aqueles que prestam serviço efectivo em regime de voluntariado. 4 - Os cidadãos convocados ao abrigo do n.º 1, que cumpram serviço efectivo nas fileiras, só podem voltar a ser convocados nos termos da alínea b) do n.º 6 do presente artigo. 5 - Os efectivos mínimos serão definidos pelo Ministro da Defesa Nacional, ouvido o Conselho Superior Militar, sendo preferencialmente chamados, por ordem de prioridades: a) Os cidadãos que hajam injustificadamente faltado ao cumprimento de deveres militares; b) Os cidadãos a partir do ano em que completem 19 anos de idade, de acordo com critério de afectação por ordem sucessiva de faixas etárias; c) De entre os cidadãos referidos na alínea anterior, os que não forem casados. 6 - Os cidadãos que se encontrem na situação de reserva de disponibilidade podem ser convocados para prestação de serviço efectivo, nas seguintes condições: a) Com uma antecedência mínima de 60 dias, por portaria do Ministro da Defesa Nacional, ouvido o Conselho de Chefes de Estado-Maior, por período ou períodos na totalidade não superiores a dois meses, enquanto durarem os deveres militares, para efeitos de reciclagem, treino, exercícios ou manobras militares; b) Por decreto do Governo, mediante proposta do Ministro da Defesa Nacional, ouvido o Conselho Superior Militar, em caso de perigo de guerra ou de agressão iminente ou efectiva por forças estrangeiras, enquanto se mantiverem estas situações e não for decretada a mobilização militar, até à totalidade da reserva de disponibilidade. 7 - Nos termos e para os efeitos previstos no n.º 1, podem ainda ser convocados, mediante Pág 223 de 461 Páginas

224 oferecimento, os cidadãos na reserva de disponibilidade. Artigo 35º. Não apresentação à incorporação Os cidadãos que não se apresentem à incorporação na unidade ou estabelecimento militar para que forem convocados, sem que justifiquem a falta no prazo de 30 dias, são notados refractários. Artigo 36º. Serviço efectivo por mobilização Os cidadãos nas situações de reserva de recrutamento e de disponibilidade podem ser mobilizados para prestarem serviço militar efectivo nas Forças Armadas em casos de excepção ou de guerra, nos termos previstos em lei da Assembleia da República. CAPÍTULO IV Direitos e garantias SECÇÃO I Dispensa e isenção do cumprimento de deveres militares Artigo 37º. Dispensa de comparência ao Dia da Defesa Nacional Os cidadãos referidos no n.º 4 do artigo 11º. que padeçam de doença prolongada comprovada pela autoridade pública competente ou que residam legalmente no estrangeiro com carácter permanente e contínuo não estão sujeitos ao dever de comparência ao Dia da Defesa Nacional. Artigo 38º. Dispensa de deveres militares na reserva de recrutamento 1 - Os cidadãos na situação de reserva de recrutamento, convocados ao abrigo dos n.ºs 1 a 3 do artigo 34º., podem ser dispensados do cumprimento dos deveres militares, nos termos previstos no presente artigo. 2 - Constitui motivo de adiamento das provas de classificação e selecção: a) Possuir habilitação para candidatura ao ensino superior até ao ano em que os cidadãos completem 20 anos de idade ou frequentar estabelecimento de ensino superior ou equiparado, com aproveitamento, no País ou no estrangeiro; b) Encontrar-se em regime de aprendizagem ou a frequentar curso de formação ou estágio profissional. 3 - Constitui motivo de dispensa das provas de classificação e selecção: a) Ter residência legal no estrangeiro com carácter permanente e contínuo; b) Ter adquirido nacionalidade portuguesa durante ou após o ano em que tiver completado 18 anos de idade; c) Ser cidadão português originário, ainda que com outra nacionalidade, desde que se mostre comprovado o cumprimento de idêntico serviço no estrangeiro; d) Ser aluno de estabelecimento de formação eclesiástica, membro de instituto religioso e ministro de qualquer religião legalmente reconhecida; e) Pertencer ou ter pertencido a força de segurança, por período equivalente ao previsto para o serviço efectivo a que alude o presente artigo; f) Ser ou ter sido bombeiro, por período equivalente ao previsto para o serviço efectivo a que alude o artigo 34º.; g) Ter a seu exclusivo cargo filhos ou enteados menores de 10 anos. 4 - Constitui motivo de dispensa de incorporação ter um irmão simultaneamente incorporado em virtude da convocação a que alude o presente artigo. 5 - Constitui motivo de dispensa das provas de classificação e selecção, bem como da incorporação: a) Invocação de qualidade cujo estatuto legal o determine; b) Ser filho ou irmão de militar falecido em campanha ou de cidadão qualificado deficiente das Forças Armadas com uma percentagem de incapacidade igual ou superior a 60%, em condições a regulamentar; c) Encontrar-se a cumprir pena ou sujeito a medida de coacção que, pela sua natureza, seja incompatível com o serviço nas fileiras; d) Doença prolongada comprovada pela autoridade pública competente. Artigo 39º. Dispensa de deveres militares na situação de reserva de disponibilidade 1 - Os cidadãos na situação de reserva de disponibilidade podem ser dispensados, a seu pedido, da prestação de serviço efectivo por convocação, para além dos casos previstos em diplomas próprios, nas situações em que exerçam funções legalmente consideradas indispensáveis ao funcionamento de serviços públicos essenciais ou actividades privadas imprescindíveis à vida do País ou às necessidades das Forças Armadas. 2 - Do indeferimento do pedido pelo órgão central de recrutamento cabe recurso para o Ministro da Defesa Nacional, a interpor no prazo de 5 dias, Pág 224 de 461 Páginas

225 devendo o mesmo ser decidido no prazo de 10 dias. Artigo 40º. Isenção de deveres militares Para os cidadãos sujeitos por lei à prestação do serviço militar constitui motivo de isenção do cumprimento de deveres militares serem reconhecidos como objectores de consciência, nos termos da respectiva legislação. Artigo 41º. Amparos 1 - São amparo de família os cidadãos que tenham a seu exclusivo cargo cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou sobrinho incapacitados, ou com menos de 18 anos de idade, desde que não emancipados, ou ainda pessoa que os tenha criado e educado, e que comprovadamente não tenham meios de prover à sua manutenção. 2 - Os cidadãos com direito à qualificação de amparo apenas podem ser convocados no caso previsto na alínea b) do n.º 6 do artigo 34º. 3 - Os cidadãos nas condições previstas no n.º 1 cuja prestação de serviço efectivo seja considerada indispensável têm direito a um subsídio, a conceder pelo Estado, de valor não inferior ao salário mínimo nacional. Artigo 42º. Processo de concessão do amparo 1 - Os cidadãos requerem a qualificação de amparo ao dirigente do órgão central de recrutamento, o qual decide, fundamentadamente, no prazo de 45 dias após recepção do requerimento. 2 - Em caso de indeferimento do pedido, cabe recurso para o Ministro da Defesa Nacional, a interpor no prazo de 10 dias, devendo o mesmo ser decidido em igual prazo. SECÇÃO II Direitos e garantias complementares Artigo 43º. Assistência na doença 1 - O militar a prestar serviço efectivo, bem como os familiares a seu cargo, gozam das modalidades de assistência médica e medicamentosa em vigor nas Forças Armadas. 2 - O Estado reconhece aos cidadãos o direito à plena reparação dos efeitos de doenças contraídas ou agravadas em função da prestação de serviço militar efectivo. Artigo 44º. Acidentes em serviço 1 - Os militares possuidores de qualquer grau de incapacidade resultante de acidente durante o serviço ou com ele relacionado beneficiam de direitos e regalias nos termos de legislação própria. 2 - Os acidentes sofridos pelos cidadãos, como consequência da prestação de quaisquer provas inseridas no âmbito das operações de recrutamento militar, são considerados como ocorridos em serviço. 3 - Os cidadãos a que se refere o número anterior, quando possuidores de qualquer grau de incapacidade resultante de acidente ou doença relacionados com o serviço, beneficiam dos direitos e regalias previstos em legislação própria, não podendo, contudo, em caso algum, ser inferiores aos aplicáveis para a actividade e funções que desempenhavam à altura da incorporação. Artigo 45º. Garantias materiais 1 - Os cidadãos convocados nos termos do artigo 34º. têm direito a alojamento, alimentação, transporte e fardamentos gratuitos. 2 - Aos cidadãos voluntários para prestação de serviço efectivo é igualmente garantido, durante o processo de recrutamento e exclusivamente para este efeito, o direito ao alojamento, alimentação e transporte. Artigo 46º. Garantias face ao cumprimento de deveres militares 1 - Nenhum cidadão pode ser prejudicado na sua colocação, nos seus benefícios sociais ou no seu emprego em virtude do cumprimento dos deveres militares estabelecidos na presente lei. 2 - Todo o tempo de serviço militar efectivo nas Forças Armadas prestado ao abrigo das situações previstas no artigo 34º., é contado para efeitos de promoção, aposentação ou reforma e não prejudica outras regalias conferidas por estatutos profissionais ou resultantes de contrato de trabalho. 3 - Os funcionários dos serviços e organismos da administração central, local e regional autónoma, incluindo os institutos públicos nas modalidades de serviços personalizados do Estado e de fundos públicos, impedidos de prestar provas ou comparecer a entrevistas em concursos de acesso ou de ingresso noutras carreiras, por se encontrarem a prestar serviço ao abrigo das situações previstas no artigo 34º., têm direito a requerer o adiamento das mesmas, para data a Pág 225 de 461 Páginas

226 acordar entre o respectivo organismo público e as Forças Armadas. Artigo 47º. Isenção de emolumentos São isentos de emolumentos os reconhecimentos notariais e demais actos necessários para a organização dos processos para fins militares, incluindo os efectuados pelos estabelecimentos de ensino e serviços públicos. CAPÍTULO V Incentivos ao regime de contrato Artigo 48º. Sistema de incentivos 1 - A prestação de serviço efectivo nos regimes de contrato e de voluntariado deve, de acordo com as necessidades das Forças Armadas, ser incentivada pelo Estado. 2 - As medidas de incentivo devem motivar a assunção voluntária da prestação de serviço efectivo nos regimes de contrato e de voluntariado e promover e apoiar, finda esta prestação, a inserção ou reinserção do cidadão na vida activa civil. 3 - Os incentivos obedecem aos princípios da flexibilidade, diversidade e progressividade no que respeita à sua concessão, tendo em conta a natureza e duração do serviço efectivamente prestado. 4 - O ensino e a formação ministrados nas Forças Armadas, salvaguardadas as inerentes especificidades militares, devem obedecer a sistemas de créditos ou módulos, de modo que os respectivos graus e títulos correspondam aos conferidos nos sistemas educativo e formativo nacionais. Artigo 49º. Regulamentação Os incentivos à prestação de serviço efectivo nos regimes de contrato e voluntariado é regulado e desenvolvido em diploma próprio. Artigo 50º. Modalidades Os incentivos à prestação de serviço efectivo nos regimes de contrato e voluntariado podem revestir diversas modalidades, designadamente: a) Apoio para a obtenção de habilitações académicas; b) Apoio para a formação e certificação profissional; c) Compensações financeiras e materiais; d) Apoio à inserção ou reinserção no mercado de trabalho; e) Apoio social. Artigo 51º. Apoio para a obtenção de habilitações académicas 1 - O apoio para a obtenção de habilitações académicas compreende, designadamente: a) A aplicação do estatuto do trabalhadorestudante, salvaguardando as especificidades do serviço militar; b) A frequência, sem prejuízo do serviço, de cursos normais ou intensivos com recurso às novas metodologias de ensino; c) A contingentação de vagas para ingresso no ensino superior; d) A fixação de épocas especiais de exames nos diferentes níveis de ensino. 2 - Os cursos, disciplinas e especialidades ministrados nas Forças Armadas são, para todos os efeitos legais, considerados equivalentes aos dos estabelecimentos civis de ensino oficial, ou oficialmente reconhecidos, desde que obedeçam ao previsto no n.º 4 do artigo 48º. Artigo 52º. Apoio para a formação e certificação profissional 1 - O apoio para a formação profissional abrange, designadamente: a) A organização e realização de cursos de formação profissional, nomeadamente de reciclagem, aperfeiçoamento e reconversão profissional, até ao nível 3 de qualificação, com incidência na formação em exercício e na formação flexível; b) A contingentação de vagas para ingresso nos cursos do Instituto do Emprego e Formação Profissional. 2 - A formação ministrada nas Forças Armadas que confira conhecimentos e aptidões habilitantes para o exercício profissional no mercado de trabalho garante o direito à respectiva certificação profissional, desde que obedeça ao previsto no n.º 4 do artigo 48º. Artigo 53º. Compensações financeiras e materiais As compensações financeiras e materiais abrangem, designadamente: a) Uma remuneração baseada nos níveis retributivos dos correspondentes postos dos militares dos quadros permanentes incluindo os abonos, diferenciais suplementos e subsídios geralmente aplicáveis; b) A atribuição, no termo do contrato, de uma prestação pecuniária calculada em função do tempo de serviço efectivamente prestado; Pág 226 de 461 Páginas

227 c) A atribuição de fardamento, alojamento e alimentação; d) A concessão de bolsas de estudo, no País e no estrangeiro; e) A concessão de um subsídio destinado ao pagamento de propinas para frequência dos diversos níveis de ensino. Artigo 54º. Apoio à inserção e reinserção no mercado de trabalho O apoio à inserção e reinserção no mercado de trabalho compreende, designadamente: a) A habilitação a prestações de desemprego nos termos da lei geral, quando por qualquer razão cesse a prestação de serviço; b) O apoio à criação, no âmbito da iniciativa local, de projectos profissionais próprios e de pequenas empresas familiares; c) A celebração de protocolos com empresas públicas e privadas para a monitorização dos perfis de formação profissional; d) A celebração de protocolos com empresas públicas e privadas de forma a proporcionar a formação profissional e a frequência de estágios pelos militares contratados; e) A concessão às entidades empregadoras dos benefícios previstos para o apoio ao primeiro emprego, pela contratação de cidadãos que tenham cumprido um mínimo de cinco anos de serviço efectivo, durante um período de seis anos, a contar do termo do respectivo contrato; f) O direito de se candidatarem em todos os serviços e organismos da administração central, local e regional autónoma, incluindo os institutos públicos nas modalidades de serviços personalizados do Estado e de fundos públicos, a concursos internos de ingresso, bem como a concursos internos de acesso geral para preenchimento da primeira categoria intermédia das carreiras, desde que tenham cumprido, em regime de contrato e em funções que se integrem em área funcional da carreira, o tempo de serviço necessário para a promoção naquela categoria; g) O direito de preferência nos concursos externos abertos nos serviços e organismos referidos na alínea anterior; h) A preferência através, designadamente, da contingentação de vagas para o ingresso nos quadros de pessoal das Forças Armadas e forças de segurança; i) O apoio à inserção em organismos internacionais e em actividades de cooperação técnico-militar com os países africanos de língua oficial portuguesa. Artigo 55º. Apoio social O apoio social aos militares em regime de contrato e de voluntariado compreende, designadamente: a) A assistência na doença ao militar e respectivo agregado familiar; b) A contagem do tempo de serviço para efeitos de aposentação ou reforma; c) O direito aos benefícios previstos na lei em matéria de protecção na eventualidade de encargos familiares do regime geral de segurança social e do regime de protecção social da função pública; d) O acesso a mecanismos de política de apoio à juventude, designadamente quanto à concessão de crédito bonificado para aquisição de habitação própria; e) O direito a uma pensão quando prestarem 20 anos de serviço. CAPÍTULO VI Disposições complementares Artigo 56º. Exercício de funções públicas O cidadão só pode ser investido ou permanecer no exercício de funções em todos os serviços e organismos da administração central, local e regional autónoma, incluindo os institutos públicos nas modalidades de serviços personalizados do Estado e de fundos públicos, se estiver em situação militar regular. Artigo 57º. Deveres gerais dos cidadãos O cidadão, enquanto sujeito aos deveres militares previstos na presente lei, tem o dever de: a) Comparecer ao recrutamento militar; b) Comparecer na hora e local designados para o Dia da Defesa Nacional; c) Comunicar eventuais alterações da residência ao órgão central de recrutamento; d) Apresentar-se nos dias, horas e locais que sejam determinados pela autoridade competente para o efeito. Artigo 58º. Contra-ordenações e penas 1 - O não cumprimento dos deveres de recenseamento e de comparência no Dia da Defesa Nacional, previstos nos artigos 8º. e 11º. e nas alíneas a) e b) do artigo 57º. desta lei, constitui contra-ordenação punível com coima de montante a fixar no regulamento da presente lei, sem prejuízo da imediata sujeição pelo infractor ao disposto na alínea a) do n.º 5 do artigo 34º., Pág 227 de 461 Páginas

228 bem como às restrições para o exercício de funções públicas. 2 - A aplicação e pagamento da coima não dispensa o cidadão da obrigação de cumprimento dos respectivos deveres militares, pela fixação de novo prazo para cumprimento. 3 - O cidadão que faltar ao cumprimento dos deveres de prestação de serviço efectivo decorrente de convocação, previstos no n.º 1 e na alínea a) do n.º 6 do artigo 34º., é punido com prisão até 3 meses ou multa até 60 dias. 4 - O cidadão que faltar ao cumprimento dos deveres decorrentes da convocação, previstos na alínea b) do n.º 6 do artigo 34º., é punido com pena de prisão de 6 meses a 3 anos. 5 - Ao cidadão faltoso, compelido ou refractário, quando em tempo de guerra, a sanção aplicável é agravada em um terço nos seus limites mínimo e máximo. 6 - O cidadão que infringir algum dos deveres previstos no artigo 57º. será punido com coima a fixar no regulamento da presente lei, que será agravada para o dobro em tempo de guerra. 7 - O cidadão que, para efeitos de recrutamento, prestar às entidades competentes falsas declarações é punido com prisão até 3 meses ou multa até 60 dias. 8 - O cidadão que, fraudulentamente, praticar acto com o propósito de omitir ou alterar informação contida em ficheiros de dados pessoais referente a qualquer indivíduo sujeito a deveres militares ou que, com o mesmo desígnio, deixar de praticar acto a que juridicamente esteja obrigado é punido com prisão até 6 meses e multa até 80 dias. 9 - O cidadão que, por meio de fraude ou falsidade, se subtrair ou fizer subtrair outrem aos deveres do serviço militar ou conseguir resultado diferente do devido nas provas de classificação e selecção é punido com prisão até 6 meses e multa até 80 dias O cidadão que, ilicitamente, aceitar ou usar influência em vista da prossecução dos resultados previstos no número anterior é punido com prisão até 3 meses e multa até 40 dias Se aos crimes previstos nos n.ºs 8, 9 e 10 corresponder, por outra disposição legal, pena mais grave, é esta a aplicável São convocados para regressar ao serviço efectivo militar os cidadãos sujeitos a deveres militares, na disponibilidade, que hajam praticado infracção disciplinar ou crime de natureza estritamente militar durante a prestação de serviço efectivo militar, a fim de cumprirem a pena correspondente, quando esta for aplicada após a sua passagem à situação de reserva de disponibilidade O cidadão nas condições previstas no número anterior regressa automaticamente ao serviço efectivo militar, com o trânsito em julgado da decisão judicial condenatória que aplique pena de presídio militar, prisão militar ou prisão disciplinar Fora dos casos referidos no número anterior, a convocação prevista no n.º 12 é ordenada pelo dirigente máximo do órgão central de recrutamento a que se refere o artigo 12º. da presente lei. CAPÍTULO VII Disposições transitórias e finais SECÇÃO I Disposições transitórias Artigo 59º. Prestação de SEN 1 - A obrigação de prestar o serviço efectivo normal - SEN - é gradualmente eliminada num prazo que não pode exceder quatro anos, contado a partir da data da entrada em vigor da presente lei. 2 - Para os efeitos previstos no número anterior, os quantitativos dos militares em SEN são anualmente fixados por portaria do Ministro da Defesa Nacional, ouvido o Conselho de Chefes de Estado-Maior. Artigo 60º. Regulamentação do regime transitório 1 - Em sede regulamentar própria é fixado o regime transitório, designadamente quanto às seguintes matérias: a) Operações materiais de recrutamento de pessoal para prestação de serviço efectivo e exercício das respectivas competências; b) Reservas de pessoal constituídas. 2 - A transição dos militares em serviço efectivo normal, em regime de voluntariado e em regime de contrato ao abrigo da Lei n.º 30/87, de 7 de Julho, para o regime estabelecido na presente lei será regulada no diploma a que se refere o n.º 2 do artigo seguinte. SECÇÃO II Disposições finais Artigo 61º. Regulamentação e entrada em vigor 1 - A presente lei entra em vigor na data em que se inicia a vigência do respectivo diploma regulamentar. 2 - O regulamento da presente lei é aprovado por decreto-lei, a ser publicado no prazo máximo de 90 dias. Pág 228 de 461 Páginas

229 Artigo 62º. Legislação revogada Sem prejuízo do estabelecido no artigo 59º., ficam revogadas, na data da entrada em vigor da presente lei, as Leis n.ºs 30/87, de 7 de Julho, 89/88, de 5 de Agosto, 22/91, de 19 de Junho, e 36/95, de 18 de Agosto, os Decretos-Leis n.ºs 463/88, de 15 de Dezembro, e 143/92, de 20 de Julho, e toda a legislação em contrário. Aprovada em 1 de Julho de O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos. Promulgada em 2 de Setembro de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendada em 9 de Setembro de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. Pág 229 de 461 Páginas

230 Lei n.º 9/2002 de 11 de Fevereiro Regime jurídico dos períodos de prestação de serviço militar de ex-combatentes, para efeitos de aposentação e reforma A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.o da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte: Artigo 1.o Objecto 1 A presente lei regula o regime jurídico dos períodos de prestação de serviço militar de excombatentes, para efeitos de aposentação ou reforma. 2 São considerados como ex-combatentes, para efeitos da presente lei: a) Os ex-militares mobilizados, entre 1961 e 1975, para os territórios de Angola, Guiné e Moçambique; b) Os ex-militares aprisionados ou capturados em combate durante as operações militares que ocorreram no Estado da Índia aquando da invasão deste território por forças da União Indiana ou que se encontrassem nesse território por ocasião desse evento; c) Os ex-militares que se encontrassem no território de Timor Leste entre o dia 25 de Abril de 1974 e a saída das Forças Armadas Portuguesas desse território; d) Os ex-militares oriundos do recrutamento local que se encontrem abrangidos pelo disposto nas alíneas anteriores; e) Os militares dos quadros permanentes abrangidos por qualquer das situações previstas nas alíneas anteriores. Artigo 2.o Tempo relevante de serviço militar Para efeitos da presente lei, o serviço militar prestado nos termos do artigo anterior abrange o período de tempo decorrido entre o mês de incorporação e o mês de passagem à situação de disponibilidade. Artigo 3.o Cálculo das quotizações para a Caixa Geral de Aposentações e das contribuições para a segurança social 1 Os ex-combatentes subscritores da Caixa Geral de Aposentações (CGA) podem gozar dos benefícios da contagem de tempo de serviço efectivo, bem como da bonificação da contagem de tempo de serviço militar prestado em condições especiais de dificuldade ou perigo, para efeitos de pensão de aposentação. 2 Os ex-combatentes beneficiários do sistema de solidariedade e segurança social que tenham prestado serviço em condições especiais de dificuldade ou perigo podem beneficiar da bonificação da contagem de tempo acrescido, nos termos da presente lei. 3 O valor das quotizações ou contribuições a pagar é apurado com base na remuneração auferida e na taxa em vigor à data: a) Da prestação do serviço, se o ex-combatente já era subscritor ou beneficiário no momento da incorporação; ou b) Da inscrição em qualquer dos regimes do sistema de protecção social, no caso contrário. 4 Nos casos em que a natureza e a antiguidade dos registos de remunerações existentes nas instituições de segurança social dificultam o conhecimento dos mesmos, há lugar à aplicação da tabela de remunerações convencionais constantes da Portaria n.o 56/94, de 21 de Janeiro, para os efeitos previstos no número anterior. 5 O disposto nos n.os 2 e 3 não prejudica a opção pelo regime previsto no Decreto-Lei n.o 311/97, de 13 de Novembro, na redacção dada pelo Decreto-Lei n.o 438/99, de 20 de Outubro, sendo a participação do Estado calculada nos termos do artigo seguinte. Pág 230 de 461 Páginas

231 Artigo 4.o Responsabilidade pelo pagamento das quotizações ou contribuições 1 O financiamento de uma percentagem do custo total das quotizações ou contribuições é assegurado pelo Estado, cabendo aos beneficiários ou subscritores a responsabilidade do remanescente. 2 A percentagem referida no número anterior é determinada com base nos escalões constantes do mapa anexo à presente lei, os quais reflectem os escalões previstos no artigo 68.o do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. Artigo 5.o Prestações O pagamento das quotizações e contribuições pode ser feito de uma só vez ou em prestações, nos termos previstos no Decreto-Lei n.o 498/72, de 9 de Dezembro, ou no Decreto-Lei n.o 311/97, de 13 de Novembro, conforme os casos. Artigo 6.o Complemento especial de pensão Aos beneficiários do regime de solidariedade do sistema de segurança social é atribuído um complemento especial de 3,5% ao valor da respectiva pensão por cada ano de prestação de serviço militar ou duodécimo daquele complemento por cada mês de serviço, nos termos do artigo 2.o Artigo 7.o Acréscimo vitalício de pensão 1 Os ex-combatentes subscritores da CGA, bem como os beneficiários do regime de segurança social que tenham prestado serviço em condições especiais de dificuldade ou perigo e que, ao abrigo da legislação em vigor, tiverem já pago quotizações ou contribuições referentes ao período de tempo acrescido de bonificação têm direito a um acréscimo à sua pensão. 2 O acréscimo vitalício de pensão referido no número anterior resulta da conversão da percentagem do custo das quotizações ou contribuições pagas, devidamente actualizadas nos termos do Decreto-Lei n.o 329/93, de 25 de Setembro, que, nos termos da presente lei, é financiado pelo Orçamento do Estado. 3 O disposto nos números anteriores não prejudica a aplicação do artigo 13.o-A do Decreto-Lei n.o 311/97, de 13 de Novembro, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.o 438/99, de 20 de Outubro. Artigo 8.o Aplicação a situações consolidadas O regime previsto na presente lei é aplicável a situações consolidadas no âmbito de cada um dos sistemas de protecção social, bem como aos cidadãos deficientes militares, desde que os interessados o requeiram, nos termos do artigo seguinte. Artigo 9.o Requerimento 1 Os ex-combatentes referidos no artigo 1.o devem requerer à CGA, aos centros distritais de solidariedade e segurança social ou nos postos consulares, até 31 de Outubro de 2002, a contagem do tempo de serviço militar para efeitos de aposentação ou reforma. 2 O requerimento é entregue na Direcção-Geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Ministério da Defesa Nacional, sendo posteriormente remetido ao ramo das Forças Armadas onde o requerente prestou serviço, para ser instruído com certidão do tempo de cumprimento do serviço militar, com indicação expressa do tempo de serviço prestado em condições especiais de dificuldade ou perigo. 3 Os formulários dos requerimentos de certidão a que se refere o número anterior são aprovados por portaria do Ministro da Defesa Nacional. 4 Cabe ao Governo publicitar o conteúdo da presente lei, com especial incidência nos aspectos procedimentais, através dos meios institucionais e de comunicação social adequados. Pág 231 de 461 Páginas

232 Artigo 10.o Informatização 1 Os ramos das Forças Armadas devem informatizar os dados dos ex-combatentes referidos no artigo 1.o, a fim de tornar mais expedita a certificação do tempo de serviço para efeitos do n.o 2 do artigo anterior. 2 A informatização a que se refere o número anterior deve ser compatibilizada com as já existentes ou em implantação na CGA ou no sistema de informação da segurança social. Artigo 11.o Satisfação de encargos 1 Os encargos decorrentes da aprovação da presente lei são suportados pelo Orçamento do Estado, sem prejuízo do pagamento da percentagem das quotizações ou contribuições que couber a cada subscritor ou beneficiário. 2 Cumpre ao Estado garantir à CGA e, bem assim, ao orçamento da segurança social: a) A diferença de realização de valores contributivos por parte dos subscritores e beneficiários, para efeitos de fixação da pensão de aposentação ou reforma; b) A diferença entre os valores das contribuições pagas ao abrigo do disposto no n.o 2 do artigo 4.o da presente lei e as que seriam pagas: i) Em caso de opção pelo regime constante do Decreto-Lei n.o 311/97, de 13 de Novembro; ii) Ao abrigo do n.o 3 do artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 498/72, de 9 de Dezembro; c) Os montantes do complemento especial de pensão a que se refere o artigo 6.o Artigo 12.o Regulamentação 1 A presente lei é, se necessário e outra forma não seja exigível, regulamentada por portaria conjunta dos Ministros da Defesa Nacional, das Finanças e do Trabalho e da Solidariedade. 2 A regulamentação a que se refere o número anterior pode, se necessário, caso a natureza e a antiguidade dos registos de remunerações existentes nas instituições de segurança social dificultem o conhecimento dos mesmos, prever critérios supletivos para a determinação da remuneração e taxa aplicáveis, sem prejuízo do disposto no n.o 3 do artigo 3.o da presente lei. Aprovada em 20 de Dezembro de O Presidente da Assembleia da República, António de Almeida Santos. Promulgada em 25 de Janeiro de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendada em 31 de Janeiro de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. ANEXO (a que se refere o n.o 2 do artigo 4.o do presente diploma) Rendimento (euros) Contribuição do Estado (percentagem) Até 4100, De mais de 4100,12 até 6201, ,5 De mais de 6201,42 até , De mais de ,45 até , De mais de ,52 até , Superior a , Pág 232 de 461 Páginas

233 Lei n.º 21/2004 de 5 de Junho Altera o âmbito de aplicação da Lei nº 9/2002, de 11 de Fevereiro, que regula o regime jurídico dos períodos de prestação de serviço militar de ex-combatentes, para efeitos de aposentação e reforma A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.o da Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte: Artigo 1.o Alargamento do âmbito de aplicação pessoal O regime jurídico consagrado na Lei n.o 9/2002, de 11 de Fevereiro, é aplicável aos: a) Ex-combatentes abrangidos por sistemas de segurança social de Estados membros da União Europeia e demais Estados membros do espaço económico europeu, bem como pela legislação suíça, coordenados pelos regulamentos comunitários, ainda que não tenham sido beneficiários do sistema de segurança social nacional; b) Ex-combatentes abrangidos por sistemas de segurança social de Estados com os quais foram celebrados instrumentos internacionais que prevejam a totalização de períodos contributivos, desde que tenham sido beneficiários do sistema de segurança social nacional, ainda que não se encontre preenchido o prazo de garantia para acesso a pensão; c) Ex-combatentes que não sejam subscritores da Caixa Geral de Aposentações nem beneficiários do regime de pensões do sistema público de segurança social, nos termos de legislação a publicar. Artigo 2.o Requerimentos 1 Os ex-combatentes referidos no artigo anterior devem entregar os seus requerimentos no prazo de 120 dias a contar do dia da publicação da portaria prevista no número seguinte. 2 Os formulários dos requerimentos serão aprovados por portaria do Ministro da Defesa Nacional. Artigo 3.o Legislação complementar e regulamentação A legislação complementar e regulamentação necessárias para aplicação integral do disposto na presente lei serão aprovadas pelo Governo no prazo de 60 dias a contar da sua entrega em vigor. Aprovada em 23 de Abril de O Presidente da Assembleia da República, João Bosco Mota Amaral. Promulgada em 24 de Maio de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendada em 25 de Maio de Pág 233 de 461 Páginas

234 Lei n.º 3/2009 de 13 de Janeiro Regula os efeitos da prestação de serviço militar de antigos combatentes para efeitos dos benefícios previstos nas Leis nº 9/2002, de 11 de Fevereiro, e 21/2004, de 5 de Junho. A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1.º Objecto A presente lei regulamenta o disposto nas Leis n.os 9/2002, de 11 de Fevereiro, e 21/2004, de 5 de Junho, e define os procedimentos necessários à atribuição dos benefícios decorrentes dos períodos de prestação de serviço militar em condições especiais de dificuldade ou perigo. Artigo 2.º Âmbito de aplicação pessoal O disposto na presente lei aplica -se aos antigos combatentes: a) Beneficiários do sistema previdencial de segurança social; b) Beneficiários dos regimes do subsistema de solidariedade do sistema de segurança social; c) Subscritores ou aposentados da Caixa Geral de Aposentações; d) Abrangidos por sistemas de segurança social de Estados membros da União Europeia e demais Estados membros do espaço económico europeu, bem como pela legislação suíça, coordenados pelos regulamentos comunitários, ainda que não tenham sido beneficiários do sistema de segurança social nacional; e) Abrangidos por sistemas de segurança social de Estados com os quais foram celebrados instrumentos internacionais que prevejam a totalização de períodos contributivos, desde que tenham sido beneficiários do sistema de segurança social nacional, ainda que não se encontre preenchido o prazo de garantia para acesso a pensão; f) Abrangidos pelo regime de protecção social dos bancários, beneficiários da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores e da Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia Portuguesa de Rádio Marconi. CAPÍTULO II Benefícios Artigo 3.º Efeitos da contagem de tempo de serviço 1 A contagem do tempo de serviço militar efectivo, bem como das respectivas percentagens de acréscimo de serviço prestado por antigos combatentes em condições especiais de dificuldade ou perigo, releva para efeitos da atribuição dos benefícios previstos na presente lei, sem prejuízo do disposto em legislação própria relativa aos efeitos da contagem do tempo de serviço militar efectivo no âmbito do sistema previdencial da segurança social. 2 O tempo de serviço militar bonificado conta para efeitos de prazo de garantia nos mesmos termos que o tempo de serviço militar obrigatório. 3 O período de prestação do serviço militar dos antigos combatentes cidadãos deficientes militares, a que se refere o artigo 8.º da Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro, releva para efeitos de aposentação ou reforma, ainda que esse tempo tenha sido considerado para efeitos de fixação da pensão de invalidez ou de reforma extraordinária. Artigo 4.º Dispensa do pagamento de contribuições 1 Os antigos combatentes que se encontrem abrangidos pela Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro, estão dispensados do pagamento das contribuições estabelecidas ao abrigo do Pág 234 de 461 Páginas

235 Decreto -Lei n.º 311/97, de 13 de Novembro, na redacção dada pelo Decreto -Lei n.º 438/99, de 29 de Outubro. 2 A partir da entrada em vigor da presente lei, a contagem, no âmbito da Caixa Geral de Aposentações, do tempo de serviço efectivo e das respectivas percentagens de acréscimo, ao abrigo da Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro, é efectuada com dispensa do pagamento de quotas. 3 Para efeito do disposto no número anterior, não relevam a desistência do requerente da contagem após a mesma ter sido efectuada e a circunstância de o pagamento da dívida de quotas apurada não ter sido efectuado. Artigo 5.º Complemento especial de pensão 1 O complemento especial de pensão previsto no artigo6.º da Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro, atribuído aos pensionistas dos regimes do subsistema de solidariedade é uma prestação pecuniária cujo montante corresponde a 3,5 % do valor da pensão social por cada ano de prestação de serviço militar ou o duodécimo daquele valor por cada mês de serviço. 2 O complemento especial de pensão é pago, anualmente, no mês de Outubro, correspondendo a 14 mensalidades. Artigo 6.º Acréscimo vitalício de pensão O acréscimo vitalício de pensão, previsto no artigo 7.º da Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro, é uma prestação pecuniária de natureza indemnizatória atribuída aos antigos combatentes: a) Pensionistas do sistema previdencial de segurança social que tenham efectuado o pagamento de contribuições ao abrigo do Decreto -Lei n.º 311/97, de 13 de Novembro, na redacção dada pelo Decreto -Lei n.º 438/99, de 29 de Outubro; b) Pensionistas da Caixa Geral de Aposentações que tenham prestado serviço militar em condições especiais de dificuldade ou perigo nos termos do artigo 6.º do Decreto- -Lei n.º , de 31 de Dezembro de 1937, e demais legislação complementar, e cuja contagem, prévia ou final, tenha sido efectuada até 2 de Julho de 2004 ou, posteriormente, mediante o pagamento das respectivas quotas ou contribuições. Artigo 7.º Cálculo do acréscimo vitalício de pensão 1 O acréscimo vitalício mensal de pensão é calculado segundo a fórmula seguinte: AV = coeficiente actuarial C 2 Para efeitos do número anterior, considera -se: AV acréscimo vitalício mensal de pensão; Coeficiente actuarial correspondente à idade do beneficiário em 1 de Janeiro de 2004, para os antigos combatentes pensionistas em 3 de Julho de 2004, ou na data do início da pensão, para as demais situações, conforme tabela em anexo à presente lei e que dela faz parte integrante; C corresponde, no âmbito da segurança social, ao montante das contribuições pagas ao abrigo do Decreto- -Lei n.º 311/97, de 13 de Novembro, devidamente actualizadas, nos termos do Decreto -Lei n.º 187/2007, de 10 de Maio, ou, no âmbito da CGA, à parte a suportar pelo Estado do montante que seria devido pela contagem, na data a que se reporta o início do direito ao acréscimo vitalício de pensão, da bonificação do tempo de serviço militar prestado em condições especiais de dificuldade ou perigo, mediante aplicação das regras estabelecidas no Estatuto da Aposentação e com base na pensão auferida nessa data. 3 O valor anual do acréscimo vitalício de pensão tem por limite os valores mínimo e máximo do suplemento especial de pensão. 4 O acréscimo vitalício de pensão é pago, anualmente, no mês de Outubro, correspondendo a 12 mensalidades. Artigo 8.º Suplemento especial de pensão 1 O tempo de serviço bonificado releva para efeitos de taxa de formação da pensão através da atribuição do suplemento especial de pensão. Pág 235 de 461 Páginas

236 2 O montante do suplemento especial de pensão é calculado em função do tempo de serviço militar prestado em condições especiais de dificuldade ou perigo. 3 São beneficiários desta prestação os antigos combatentes pensionistas de invalidez ou de velhice, reformados ou aposentados referidos no artigo 2.º que não sejam titulares dos benefícios mencionados nos artigos anteriores. 4 O montante anual do suplemento especial de pensão é atribuído aos antigos combatentes de acordo com os seguintes critérios: a) 75 aos que detenham uma bonificação de tempo de serviço até 11 meses; b) 100 aos que detenham uma bonificação de tempo de serviço entre 12 e 23 meses; c) 150 aos que detenham uma bonificação de tempo de serviço igual ou superior a 24 meses. 5 O suplemento especial é pago, anualmente, no mês de Outubro. Artigo 9.º Acumulação 1 Os benefícios decorrentes das Leis n.os 9/2002, de 11 de Fevereiro, e 21/2004, de 5 de Junho, bem como da presente lei, não são acumuláveis entre si. 2 Os benefícios previstos na presente lei são acumuláveis com quaisquer outras prestações que o antigo combatente tenha ou venha a ter direito. Artigo 10.º Actualização Os benefícios previstos na presente lei são actualizados anualmente de acordo com os indicadores previstos no artigo 5.º da Lei n.º 53 -B/2006, de 29 de Dezembro, nos seguintes termos: a) O complemento especial de pensão e o suplemento especial de pensão, com efeitos a partir do dia 1 de Janeiro; b) O acréscimo vitalício de pensão, na medida do necessário para o respeito do valor mínimo estabelecido no n.º 3 do artigo 7.º da presente lei. Artigo 11.º Acesso ao serviço nacional de saúde Os benefícios atribuídos ao abrigo da presente lei não relevam para efeitos de aplicação do regime de isenção das taxas moderadoras de acesso aos cuidados de saúde no âmbito do Serviço Nacional de Saúde. CAPÍTULO III Processamento e administração Artigo 12.º Atribuição 1 O direito aos benefícios previstos na presente lei depende de o antigo combatente, à data do seu vencimento: a) Ser titular de pensão de invalidez ou velhice ou de aposentação, salvo quando esteja em causa a contagem do tempo de serviço efectivo e das respectivas percentagens de acréscimo com dispensa do pagamento de contribuições ou quotas; b) Ter apresentado requerimento para atribuição dos benefícios previstos na presente lei, ao abrigo da Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro, ou da Lei n.º 21/2004, de 5 de Junho, e legislação complementar. 2 O reconhecimento do direito à contagem, prévia ou final, do tempo de serviço militar com dispensa do pagamento de quotas ou contribuições, bem como aos restantes benefícios previstos na presente lei, não pode preceder a certificação do tempo de serviço militar efectivo e bonificado pelo Ministério da Defesa Nacional. 3 Para efeitos de determinação do direito ao suplemento especial de pensão aos beneficiários previstos nas alíneas d) e e) do artigo 2.º da presente lei, presume se a situação de pensionista de velhice a partir dos 65 anos de idade, salvo se comprovada a situação de pensionista através de documento emitido pela respectiva entidade processadora da pensão. Pág 236 de 461 Páginas

237 4 A bonificação da contagem de tempo prevista no artigo 3.º da Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro, aplica se aos cônjuges sobrevivos, pensionistas de sobrevivência dos antigos combatentes. 5 O direito às prestações pecuniárias previstas na presente lei vence -se, por inteiro, no dia 1 do mês de Outubro. Artigo 13.º Contagem do tempo de serviço O tempo de serviço militar prestado em condições de dificuldade ou perigo a que se referem as Leis n.os 9/2002, de 11 de Fevereiro, e 21/2004, de 5 de Junho, é contado nos termos definidos no artigo 6.º do Decreto -Lei n.º , de 31 de Dezembro de 1937, e demais legislação complementar. Artigo 14.º Entidades competentes 1 A certificação do tempo de serviço militar efectivo e bonificado é efectuado na sequência da apresentação do requerimento previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 12.º e compete ao Ministério da Defesa Nacional. 2 Compete à Direcção -Geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Ministério da Defesa Nacional integrar, gerir e consolidar os dados constantes dos requerimentos e das certificações do tempo de serviço militar e remeter os mesmos à entidade responsável pelo reconhecimento dos respectivos benefícios. 3 Os elementos constantes dos requerimentos dos antigos combatentes e os dados recolhidos pelos ramos das Forças Armadas são integrados na base de dados dos antigos combatentes do Ministério da Defesa Nacional. 4 O reconhecimento do direito aos benefícios e o pagamento das prestações pecuniárias previstos na presente lei compete: a) À Caixa Geral de Aposentações relativamente aos antigos combatentes abrangidos pelo regime de protecção social da função pública; b) À Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores, à Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia Portuguesa da Rádio Marconi, ou às entidades gestoras do sistema de protecção social dos trabalhadores bancários, para os antigos combatentes beneficiários de cada um dos regimes geridos por estas entidades; c) Ao Instituto de Segurança Social, I. P., relativamente aos restantes antigos combatentes. Artigo 15.º Requerimento Os pedidos de contagem do tempo de serviço militar para efeitos de atribuição dos benefícios previstos na presente lei podem ser apresentados a todo o tempo. CAPÍTULO IV Disposições complementares, finais e transitórias Artigo 16.º Satisfação de encargos O financiamento dos encargos decorrentes da aplicação da Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro, do Decreto Lei n.º 160/2004, de 2 de Julho, e da Lei n.º 21/2004, de 5 de Junho, bem como da presente lei, é suportado pelo Orçamento do Estado, com excepção dos relativos a período anterior à entrada em vigor da presente lei que são da responsabilidade do Ministério da Defesa Nacional, através da Lei de Programação de Infra -Estruturas Militares. Artigo 17.º Disposições transitórias 1 Os pedidos de contagem do tempo de serviço militar para efeitos de aposentação ou reforma, para atribuição dos benefícios previstos na presente lei, efectuados por antigos combatentes abrangidos pelas Leis n.os 9/2002, de 11 de Fevereiro, e 21/2004, de 5 de Junho, que deram entrada nos prazos legalmente determinados, consideram -se, para todos os efeitos, como apresentados em 31 de Dezembro de 2002, não Pág 237 de 461 Páginas

238 havendo lugar, em nenhuma circunstância,ao reconhecimento de direitos relativamente a período anterior a 1 de Janeiro de Os pedidos de contagem do tempo de serviço militar para efeitos de aposentação ou reforma, para atribuição dos benefícios previstos na presente lei, efectuados por antigos combatentes abrangidos pelas Leis n.os 9/2002, de 11 de Fevereiro, e 21/2004, de 5 de Junho, que deram entrada para além dos prazos legalmente determinados, consideram -se, para todos os efeitos, como apresentados em 1 de Janeiro de 2008, não havendo lugar, em nenhuma circunstância, ao reconhecimento de direitos relativamente a período anterior a essa data. 3 Consideram -se como prazos legalmente determinados, para efeitos do disposto nos números anteriores, os estabelecidos no n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 9/2002, de 11 de Fevereiro, na redacção dada pelo Decreto -Lei n.º 303/2002, de 13 de Dezembro, e no n.º 1 do artigo 2.º da Lei n.º 21/2004, de 5 de Junho. Artigo 18.º Execução Os formulários de requerimento, bem como os procedimentos necessários à execução da presente lei, são aprovados por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da defesa nacional e do trabalho e da solidariedade social. Artigo 19.º Norma revogatória São revogados: a) O artigo 4.º da Lei n.º 107 -B/2003, de 31 de Dezembro; b) O Decreto -Lei n.º 303/2002, de 13 de Dezembro; c) O Decreto -Lei n.º 160/2004, de 2 de Julho; d) A Portaria n.º 141 -A/2002, de 13 de Fevereiro; e) A Portaria n.º HQ/2004, de 10 de Agosto; f) A Portaria n.º 1307/2004, de 13 de Outubro; g) A portaria n.º 167/2005 (2.ª série), de 1 de Fevereiro. Artigo 20.º Remissão As referências legais efectuadas para disposições contidas nos diplomas objecto de revogação pela presente lei entendem- -se feitas para as correspondentes disposições desta lei. Artigo 21.º Conversão 1 Os complementos especiais de pensão atribuídos ao abrigo do disposto nos artigos 4.º e 5.º do Decreto Lei n.º 160/2004, de 2 de Julho, são convertidos no suplemento especial de pensão previsto no artigo 8.º da presente lei. 2 O n.º 3 do artigo 7.º da presente lei é aplicável aos acréscimos vitalícios de pensão atribuídos ao abrigo do disposto no artigo 7.º do Decreto -Lei n.º 160/2004, de 2 de Julho. Artigo 22.º Entrada em vigor A presente lei entra em vigor com a Lei do Orçamento do Estado referente ao ano económico seguinte ao da sua publicação. Aprovada em 7 de Novembro de O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama. Promulgada em 19 de Dezembro de Publique -se. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referendada em 22 de Dezembro de O Primeiro -Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. Pág 238 de 461 Páginas

239 ANEXO Coeficientes actuariais para cálculo do acréscimo vitalício de pensão (a que se refere o artigo 7.º) 45 0, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , Pág 239 de 461 Páginas

240 Decretos-Lei Decreto-Lei n.º 329-G/75, de 30 de Junho, alterado pelo Dec-Lei 434-j/82 de 29 de Outubro DR n.º 148/75 SÉRIE I 4º. SUPLEMENTO Conselho da Revolução - Estado-Maior-General das Forças Armadas Actualiza e unifica as ementas e tabelas de rações dos militares dos três ramos das Forças. Armadas PÁGINAS 908-(75) a 908-(80) A alimentação a fornecer aos militares deve possuir, em todas as circunstâncias, valor nutritivo adequado, tanto dos pontos de vista energético e fisiológico, como do funcional equilíbrio entre os diversos componentes das rações, as quais devem ser, simultaneamente, agradáveis, satisfatórias e económicas. Considerando que algumas das normas alimentares ainda em vigor nas forças armadas foram fixadas pelo Decreto n.º 12949, de 16 de Dezembro de 1926; Considerando que o regime alimentar deve obedecer a regras de uniformidade nos três ramos das forças armadas, conforme se acha fixado no Decreto-Lei n.º 234/74, de 1 de Junho; Usando dos poderes conferidos pelo artigo 6º. da Lei Constitucional n.º 5/75, de 14 de Março, o Conselho da Revolução decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte: Artigo 1º. 1. Os militares em serviço efectivo nas forças armadas têm, em regra, direito a alimentação por conta do Estado. 2. A alimentação é constituída por uma ração de víveres, decomposta, normalmente, em três refeições cozinhadas, segundo combinações de espécies e capitações insertas nas tabelas I a VIII anexas ao presente diploma. 3. As situações de excepção que não confiram direito a alimentação por conta do Estado serão definidas por despacho do CEMGFA, mediante propostas dos ramos das forças armadas interessados. Art. 2º. 1. Os militares que permaneçam em serviço, num mínimo de quatro horas, durante o período compreendido entre as 20 horas de cada dia até às 8 horas do dia seguinte têm direito ao abono de um suplemento de alimentação em espécie, de acordo com as capitações constantes da tabela IX anexa ao presente diploma. 2. Os militares que prestem serviço nocturno, de guarda, ronda, patrulha e qualquer outro de idêntica natureza, têm direito, durante a época fria, para além do suplemento do número anterior, a uma ração de aguardente, no quantitativo de 0,03 l por abonado, desde que todos esses serviços tenham duração igual ou superior a quatro horas. 3. A época fria abrange os meses de Novembro a Março, ambos inclusive. Art. 3º. Para confecção das refeições e do suplemento de alimentação, as capitações de combustível a utilizar são as constantes da tabela X anexa ao presente diploma. Art. 4º. 1. As rações de víveres destinadas à alimentação dos militares em situações especiais, com direito ao abono de alimentação em espécie, serão fixadas por portaria do CEMGFA, mediante proposta dos ramos das forças armadas interessados. 2. São consideradas situações alimentares especiais as inerentes a regimes dietéticos hospitalares, a deslocações aéreas, a missões submarinas e a quaisquer outras que circunstâncias extraordinárias justifiquem. Art. 5º. 1. A alimentação por conta do Estado é fornecida em espécie. 2. Quando não for possível o fornecimento de alimentação em espécie, o seu abono poderá ter lugar a dinheiro, em quantitativo a fixar anualmente por portaria do GEMGFA, sob proposta dos ramos das forças armadas interessados. Pág 240 de 461 Páginas

241 3 - Fora dos casos abrangidos pelo n.º 2 deste artigo, poderá ser autorizado, por despacho do chefe do estado-maior respectivo, o abono de alimentação a dinheiro às praças em cumprimento do serviço militar obrigatório que, em circunstâncias excepcionais, devam ser colocadas na situação de desarranchadas. Art. 6º. As dúvidas e casos omissos que se apresentem na execução deste diploma serão resolvidos por despacho do CEMGFA. Art. 7º. O presente decreto-lei entra em vigor em 1 de Agosto de 1975 e revoga toda a legislação anteriormente promulgada que contrarie as suas disposições. Visto e aprovado em Conselho da Revolução. Promulgado em 30 de Junho de Publique-se. O Presidente da República, FRANCISCO DA COSTA GOMES. Da TABELA I à TABELA IX (ver documento original) TABELA X Capitação diária de combustível Lenha: Quilogramas Até 150 militares... 2,5 De 151 a Mais de ,5 Gasóleo: Litros Até 70 militares... 0,6 De 71 a ,55 De 151 a ,45 De 251 a ,40 De 351 a ,35 De 451 a ,30 Mais de ,25 Briquetes ou carvão vegetal: Quilogramas Até 100 militares... 1 De 101 a ,9 De 301 a ,8 Mais de ,7 Gás propano ou butano: Até 80 militares... 0,180 De 81 a ,170 De 201 a ,150 De 351 a ,140 Mais de ,130 Gás da CRGE: Metros cúbicos Até 150 militares... 0,7 De 151 a ,55 Mais de ,50 Observação. - À utilização de combustíveis para a confecção da alimentação aplica-se o prescrito no último período dos n.ºs 13 a 15 - título IV - das instruções para a execução do Decreto-Lei n.º 305/71, de 15 de Junho, aprovadas por despacho do Secretário de Estado do Orçamento de 15 de Junho de Pág 241 de 461 Páginas

242 Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, alterado pelos Decretos-Leis 203/87, de 16 de Maio, 224/90, de 10 de Julho e 183/91, de 17 de Maio DR n.º 16/76 Série I Ministério da Defesa Nacional Reconhece o direito à reparação material e moral que assiste aos deficientes das forças armadas e institui medidas e meios que concorram para a sua plena integração PÁGINAS 97 a 103 O Estado Português considera justo o reconhecimento do direito à plena reparação de consequências sobrevindas no cumprimento do dever militar aos que foram chamados a servir em situação de perigo ou perigosidade e estabelece que as novas disposições sobre a reabilitação e assistência devidas aos deficientes das forças armadas (DFA) passem a conter o reflexo da consideração que os valores morais e patrióticos por eles representados devem merecer por parte da Nação. As leis promulgadas até 25 de Abril de 1974 não definem de forma completa o conceito de DFA, o que deu lugar a situações contraditórias, como a marginalização dos inválidos da 1.ª Grande Guerra e dos combatentes das campanhas ultramarinas, e criou injustiças aos que se deficientaram nas campanhas pós-1961, além de outros. Do espírito dessas leis, em geral, não fez parte a preocupação fundamental de encaminhar os deficientes para a reabilitação e integração social, não se fez justiça no tratamento assistencial e não se respeitou o princípio da actualização de pensões e outros abonos, o que provocou, no seu conjunto, situações económicas e sociais lamentáveis. O presente diploma parte do princípio de que a integração social e as suas fases precedentes, constituindo um caminho obrigatório e um dever nacional, não exclusivamente militar, devem ser facultadas aos DFA, com o fim de lhes criar condições para a colocação em trabalho remunerado. Dele igualmente consta a materialização da obrigação de a Nação lhes prestar assistência económica e social, garantindo a sobrevivência digna, porque estão em jogo valores morais estabelecidos na sequência do reconhecimento e reparação àqueles que no cumprimento do dever militar se diminuíram, com consequências permanentes na sua capacidade geral de ganho, causando problemas familiares e sociais. A execução da política nacional sobre reabilitação e integração social compete à Comissão Permanente de Reabilitação (CPR), enquanto não for criado o Secretariado Nacional de Reabilitação. Nas esferas militares aquela é coadjuvada pela Comissão Militar de Reabilitação e Assistência (CMRA), cuja missão específica é contribuir para a solução dos problemas dos DFA e, complementarmente, prestar-lhes auxílio sob todas as formas ao seu alcance, estabelecendo outras medidas tendentes ao aperfeiçoamento e rapidez dos processos de reabilitação e integração social ou tomando parte activa nos circuitos e meios de assistência aos seus deficientes. O direito à opção entre o serviço activo que dispense plena validez e as pensões de reforma extraordinária ou de invalidez será agora possível para todos os DFA, quer sejam dos quadros permanentes ou do complemento, com plena independência do posto ou graduação, bastando que as autoridades militares considerem suficiente a sua capacidade geral de ganho restante e verifiquem estar resolvidos favoravelmente os problemas da reabilitação profissional militar. No entanto, o estabelecido no Decreto-Lei n.º 210/73 sobre o direito de opção pelo serviço activo é mantido em vigor ainda e enquanto houver DFA cujas datas de início de acidente sejam relacionadas com as campanhas do ultramar pós-1961, a fim de contemplar todos esses casos do mesmo modo, como é justo. Entre as inovações a destacar neste decreto-lei avultam o alargamento do regime jurídico dos DFA aos casos que, embora não relacionados com campanha ou equivalente, justifiquem, pelo seu circunstancialismo, o mesmo critério de qualificação; a aplicação do princípio de actualização de todas as pensões e abonos devidos aos DFA, sempre que houver alteração de vencimentos e outros abonos do activo; a instituição do abono suplementar de invalidez, em função da percentagem de incapacidade e do salário mínimo nacional que vigorar, como compensação pelos danos morais e físicos sofridos; a atribuição de uma prestação suplementar de invalidez, de valor independente Pág 242 de 461 Páginas

243 do posto, a fim de minorar os encargos resultantes de reconhecida necessidade de acompanhante, e a permissão de acumulação das pensões devidas aos DFA com outras remunerações que percebam, até ao limite autorizado pela lei geral. É também concedido a todos os DFA um conjunto de direitos e regalias sociais e económicas, a título assistencial e como suporte de condições sociais e familiares mais adequadas, considerando, embora, que os mais atingidos deverão desfrutar de regalias mais amplas, em razão da sua maior necessidade. É reconhecido o direito à concessão de pensão de preço de sangue, independentemente da causa da morte do DFA. Nestes termos: Usando da faculdade conferida pelo artigo 3º., n.º 1, alínea 3), da Lei Constitucional n.º 6/75, de 26 de Março, o Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte: ARTIGO 1º. Definição de deficiente das forças armadas 1. O Estado reconhece o direito à reparação que assiste aos cidadãos portugueses que, sacrificando-se pela Pátria, se deficientaram ou se deficientem no cumprimento do serviço militar e institui as medidas e os meios que, assegurando as adequadas reabilitação e assistência, concorrem para a sua integração social. 2. É considerado deficiente das forças armadas portuguesas o cidadão que: No cumprimento do serviço militar e na defesa dos interesses da Pátria adquiriu uma diminuição na capacidade geral de ganho; quando em resultado de acidente ocorrido: Em serviço de campanha ou em circunstâncias directamente relacionadas com o serviço de campanha, ou como prisioneiro de guerra; Na manutenção da ordem pública; Na prática de acto humanitário ou de dedicação à causa pública; ou No exercício das suas funções e deveres militares e por motivo do seu desempenho, em condições de que resulte, necessariamente, risco agravado equiparável ao definido nas situações previstas nos itens anteriores; vem a sofrer, mesmo a posteriori, uma diminuição permanente, causada por lesão ou doença, adquirida ou agravada, consistindo em: Perda anatómica; ou Prejuízo ou perda de qualquer órgão ou função, tendo sido, em consequência, declarado, nos termos da legislação em vigor: Apto para o desempenho de cargos ou funções que dispensem plena validez; ou Incapaz do serviço activo; ou Incapaz de todo o serviço militar. 3. Não é considerado DFA o militar que contrair ou sofrer doenças ou acidentes intencionalmente provocados pelo próprio, provenientes de acções ou omissões por ele cometidas contra ordens expressas superiores ou em desrespeito das condições de segurança determinadas por autoridades competentes, desde que não justificadas. ARTIGO 2º. Interpretação de conceitos contidos no artigo 1º. 1. Para efeitos de definição constante do n.º 2 do artigo 1º. deste decreto-lei, considera-se que: a) A diminuição das possibilidades de trabalho para angariar meios de subsistência, designada por «incapacidade geral de ganho», deve ser calculada segundo a natureza ou gravidade da lesão ou doença, a profissão, o salário, a idade do deficiente, o grau de reabilitação à mesma ou outra profissão, de harmonia com o critério das juntas de saúde de cada ramo das forças armadas, considerada a tabela nacional de incapacidade; b) É fixado em 30% o grau de incapacidade geral de ganho mínimo para o efeito da definição de deficiente das forças armadas e aplicação do presente decreto-lei. 2. O «serviço de campanha ou campanha» tem lugar no teatro de operações onde se verifiquem operações de guerra, de guerrilha ou de contra guerrilha e envolve as acções directas do inimigo, os eventos decorrentes de actividade indirecta de inimigo e os eventos determinados no decurso de qualquer outra actividade terrestre, naval ou aérea de natureza operacional. 3. As «circunstâncias directamente relacionadas com o serviço de campanha» têm lugar no teatro de operações onde ocorram operações de guerra, guerrilha ou de contraguerrilha e envolvem os eventos directamente relacionados com a actividade operacional que pelas suas características impliquem perigo em circunstâncias de contacto possível com o inimigo e os eventos determinados no decurso de qualquer outra actividade de natureza operacional, ou em actividade directamente relacionada, que pelas suas características próprias possam implicar perigosidade. 4. «O exercício de funções e deveres militares e por motivo do seu desempenho, em condições de que resulte, necessariamente, risco agravado equiparável ao definido nas situações previstas Pág 243 de 461 Páginas

244 nos itens anteriores», engloba aqueles casos especiais, não previsíveis, que, pela sua índole, considerado o quadro de causalidade, circunstâncias e agentes em que se desenrole, seja identificável com o espírito desta lei. A qualificação destes casos compete ao Ministro da Defesa Nacional, após parecer da Procuradoria-Geral da República. ARTIGO 3º. Manutenção da qualidade de DFA Os cidadãos a quem, ao abrigo do presente diploma, seja reconhecida a qualidade de deficiente das forças armadas e que, por força de leis gerais ou especiais já promulgadas ou a promulgar, venham a perder a qualidade de militares continuarão, independentemente deste facto, a ser considerados DFA e a usufruir dos direitos e regalias, bem como a obrigar-se aos deveres que neste diploma lhes são consignados. ARTIGO 4º. Reabilitação dos deficientes das forças armadas 1. A reabilitação consiste no desenvolvimento e completo aproveitamento das capacidades restantes dos DFA e é continuada até que seja recuperado o máximo possível de eficiência física, mental e vocacional, com o fim de obter, por meio de trabalho remunerado, a melhor posição económica e social compatível. 2. Sendo um direito que assiste aos DFA, a reabilitação constitui um processo global e contínuo; efectiva-se pela reabilitação médica e vocacional, é complementada pela educação especial e culmina com a integração nos meios familiar, profissional e social. 3. Finda a reabilitação médica, os DFA serão obrigatoriamente presentes a uma junta técnica de reabilitação, do âmbito da CPR, que avaliará as suas capacidades profissionais, encaminhando-os para os centros de reabilitação respectivos, nacionais ou estrangeiros, quando julgado necessário. 4. A reabilitação do DFA deve ser conduzida, sempre que possível, na família e no próprio meio social e profissional. O internamento será restringido aos casos em que não possa ser efectivada em regime ambulatório ou domiciliário. 5. Quando o DFA não puder ingressar nos quadros normais de trabalho, deverá ser colocado em qualquer modalidade de trabalho protegido, a fim de exercer actividade profissional compatível com o grau das suas possibilidades. 6. Do pleno direito à reabilitação decorre para o DFA o dever de exercer a actividade profissional para que foi reabilitado, o que terá de comprovar sempre que a entidade competente o solicite. 7. Sempre que a CPR constate que determinado DFA não se encontra no exercício das suas actividades profissionais, diligenciará no sentido de, no mais curto espaço de tempo, o colocar em trabalho remunerado e compatível, através do órgão competente do Ministério do Trabalho. 8. Sempre que os DFA, por negligência ou culpabilidade comprovada em processo de inquérito, se neguem a colaborar no referido no número anterior, poderá ser-lhes descontado até um terço do total da pensão, por decisão do órgão competente a criar na CPR. 9. Será fornecido gratuitamente aos DFA todo o equipamento protésico, plástico, de locomoção, auxiliar de visão e outros considerados como complementos ou substitutos da função ou órgão lesado ou perdido. 10. Em todas as circunstâncias será garantida a manutenção ou substituição do material referido no número anterior, sempre que necessário e a expensas do Estado. ARTIGO 5º. Assistência social aos deficientes das forças armadas 1. A assistência social é da responsabilidade do Estado e tem por objectivo evitar ou eliminar dificuldades de natureza familiar, social e económica em que possam vir a achar-se os DFA que, em primeira prioridade, não sejam reabilitáveis ou cuja reabilitação não tem possibilidade de vir a ser satisfatória e, em segunda prioridade, tenham restrita capacidade geral de ganho. 2. Os DFA cuja reabilitação não é ou não tem possibilidade de vir a ser satisfatória podem ser colocados no domicílio e receber apoio assistencial especial ou ser internados em estabelecimentos apropriados, consoante o seu desejo manifesto. 3. Os DFA gozarão de medidas de protecção, tais como facilidades no acesso aos alojamentos, aos transportes, aos locais de trabalho e a outros locais públicos. 4. Compete às autoridades militares, através da CMRA, adoptar as medidas previstas neste diploma que, coordenadas com a acção no mesmo sector de outros Ministérios, terão por fim assegurar justa e adequada protecção e auxílio aos DFA, de acordo com os conceitos de reabilitação e assistência expressos neste decreto-lei. Pág 244 de 461 Páginas

245 ARTIGO 6º. Juntas de saúde e juntas extraordinárias de recurso 1. Logo que concluída a reabilitação médica, os militares serão presentes às juntas de saúde de cada ramo das forças armadas, que julgarão da sua aptidão para todo o serviço ou verificarão a diminuição permanente, nos termos e pelas causas constantes dos artigos 1º. e 2º. deste Decreto-Lei, exprimindo-a em percentagem de incapacidade. 2. Para os efeitos do julgamento a que se refere o artigo anterior, as juntas de saúde devem ter prévio conhecimento do despacho que, em conformidade com o n.º 2 do artigo 1º. deste decreto-lei, mereceu o apuramento das circunstâncias em que se produziu o acidente, competindo ao estabelecimento hospitalar onde aquela junta se reuna providenciar, em tempo oportuno, para que, no processo do militar que lhe seja presente, conste cópia autêntica do despacho referido. 3. Os DFA podem requerer revisão do processo, após a data da fixação da pensão, dentro dos seguintes prazos: a) uma vez em cada semestre, nos dois primeiros anos b) Uma vez por ano, nos 8 anos imediatamente seguintes, e uma vez em cada quatro anos, nos anos posteriores, quando a sua capacidade geral de ganho sofra agravamento, por qualquer motivo que não seja dos referidos no n.º 3 do artigo 1º., a fim de serem reclassificados quanto à nova percentagem de incapacidade. 4. Todas as deliberações das juntas de saúde referidas nos números anteriores carecem de homologação do Chefe do Estado-Maior do respectivo ramo das forças armadas. ARTIGO 7º. Direito de opção pela continuação no serviço activo 1 - a) Quando a JS concluir sobre a diminuição permanente do DFA, e após ter-lhe atribuído a correspondente percentagem de incapacidade, pronunciar-se-á sobre a sua capacidade geral de ganho restante. 1) Se esta for julgada compatível com o desempenho de cargos ou funções que dispensem plena validez, informá-lo-á de que poderá optar pela continuação na situação do activo em regime que dispense plena validez, ou pela passagem à situação de reforma extraordinária ou de beneficiário de pensão de invalidez, devendo o DFA prestar imediatamente a declaração relativa a essa opção. 2) Se não for julgada compatível com o desempenho de cargos ou funções que dispensem plena validez, o DFA, caso discorde, pode prestar declaração de desejar submeter-se a reabilitação vocacional e profissional militar, a qual será objecto de reconhecimento por parte da comissão de reclassificação, cujas missão e composição serão reguladas por portaria. 3) O DFA será, de seguida, sujeito a exame por parte da JER, a qual se pronunciará, então, em definitivo, tomando também em consideração aquele parecer da comissão de reclassificação (CR); b) No caso de o DFA optar pela continuação na situação do activo, em regime que dispense plena validez, as juntas remeterão o processo para a comissão de reclassificação, a fim de esta se ocupar dos trâmites relacionados com o seu destino funcional; c) O exercício do direito de opção a que se refere a alínea a) deste artigo é definitivo para os oficiais, sargentos e praças do QP, mas carece do reconhecimento expresso pela comissão de reclassificação, quanto aos resultados positivos da reabilitação vocacional e profissional militar, no caso dos oficiais, sargentos e praças dos quadros do complemento do Exército e Força Aérea e não permanentes da Armada; d) Quando aquela comissão de reclassificação não puder reconhecer resultados favoráveis na reabilitação vocacional ou nos esforços desenvolvidos na reabilitação profissional militar pelo DFA, este terá passagem à situação de beneficiário da pensão de invalidez. 2. Os DFA, se militares do quadro permanente, de graduação igual ou superior a: Praças do Exército; Praças da Força Aérea; e Marinheiros da Armada; que pelas JS ou JER forem dados como aptos para o desempenho de cargos ou funções que dispensem plena validez, podem optar pela continuação na situação do activo, em regime que dispense plena validez, ou pela passagem à situação de reforma extraordinária. 3. Os DFA, se militares dos: QC do Exército e Força Aérea; ou Quadros não permanentes da Armada; de posto igual ou superior a: Soldado recruta do Exército ou Força Aérea; ou Segundo-grumete da Armada; que pelas JS ou JER forem dados como aptos para o desempenho de cargos ou funções que dispensem plena validez e que pela comissão de reclassificação forem considerados com Pág 245 de 461 Páginas

246 adequada reabilitação vocacional e profissional militar podem optar pela continuação na situação do activo, em regime que dispense plena validez, ou pela situação de beneficiário da pensão de invalidez. 4. Os DFA, se do QP, de graduação igual ou superior a: Praças do Exército; ou Praças da Força Aérea; ou Marinheiros da Armada; e do QC do Exército ou da Força Aérea e dos quadros não permanentes da Armada, de posto igual ou superior a: Soldado recruta do Exército ou Força Aérea; ou Segundo-grumete da Armada; que pelas JS ou JER forem dados como aptos para o desempenho de cargos ou funções que dispensem plena validez, mas que não optaram pela continuação na situação do activo em regime que dispense plena validez, ou incapazes do serviço activo ou incapazes de todo o serviço militar, têm passagem à situação de reforma extraordinária ou à de beneficiário de pensão de invalidez. ARTIGO 8º. Militares não considerados DFA Os militares que se diminuíram e não forem considerados nos termos deste decreto-lei como DFA serão encaminhados, após a conclusão da sua reabilitação médica, para os serviços de reabilitação e integração social e assistência, beneficiando do regime geral dos acidentados civis de trabalho, sem prejuízo dos benefícios directos que possam receber por parte das forças armadas, enquanto estiverem nas fileiras. ARTIGO 9º. Cálculo da pensão de reforma extraordinária ou de invalidez O montante da pensão de reforma extraordinária ou da pensão de invalidez devido aos militares considerados DFA nos termos deste diploma será sempre calculado por inteiro. ARTIGO 10º. Abono suplementar de invalidez 1. Aos DFA reconhecidos nos termos deste diploma que percebam: Vencimento, após opção pelo serviço activo; ou Pensão de reforma extraordinária; ou Pensão de invalidez; é concedido um abono suplementar de invalidez, de montante independente do seu posto, como forma de compensação da diminuição da sua capacidade geral de ganho e que representa uma reparação pecuniária por parte da Nação. 2. O quantitativo do abono suplementar de invalidez agora instituído é calculado pelo produto da percentagem de incapacidade arbitrada ao DFA pela JS e homologada ministerialmente, pelo valor da remuneração mínima mensal devida por trabalho em tempo completo, conforme a legislação que vigorar. ARTIGO 11º. Prestação suplementar de invalidez 1. Aos DFA a quem for atribuída uma percentagem de incapacidade igual ou superior a 90% e que tenham sofrido lesões profundas ou limitação de movimentos que lhes impossibilitem a liberdade de acção é devido o pagamento de prestação suplementar de invalidez, de montante independente dos seus postos, que se destina a custear os encargos da utilização de serviços de acompanhante, caso a sua necessidade se reconheça. 2. A prestação suplementar de invalidez é calculada pelo produto da percentagem de incapacidade arbitrada ao DFA pela JS e homologada ministerialmente, pelo valor da remuneração mínima mensal devida por trabalho em tempo completo, conforme a legislação que vigorar. 3. A verificação da necessidade de utilizar os serviços de acompanhante será feita pela JS, sendo esta decisão revista cada três anos. 4. A prestação suplementar de invalidez não será abonada enquanto os DFA estiverem hospitalizados ou internados a expensas do Estado. ARTIGO 12º. Actualização automática de pensões e abonos dos DFA 1. As pensões dos mutilados e inválidos da guerra de , as dos actuais deficientes fixadas independentemente da percentagem de incapacidade e as pensões de reforma extraordinária ou de invalidez atribuídas aos DFA serão actualizadas automaticamente com relação aos correspondentes vencimentos dos militares do mesmo posto ou graduação na situação do activo, tomando-se para as praças, como base, o pré mensal de marinheiros dos quadros permanentes da Armada. 2. Da mesma forma, o abono suplementar de invalidez será automaticamente actualizado sempre que se verificar alteração ao salário mínimo nacional. 3. Igualmente, o mesmo princípio de actualização automática será aplicado à prestação suplementar de invalidez e outros abonos que Pág 246 de 461 Páginas

247 eventualmente venham a ser atribuídos aos DFA, a fim de acompanhar a subida do custo de vida. 4. A actualização automática das pensões, abonos e prestação suplementar não dispensa o pedido do interessado, mediante requerimento que deverá dar entrada na Caixa Geral de Aposentações. ARTIGO 13º. Acumulação de pensões e vencimentos 1. Os beneficiários das pensões de reforma extraordinária ou de invalidez concedidas nos termos deste diploma não são abrangidos pelo disposto nos artigos 67º., 78º. e 79º. e na alínea b) do n.º 1 do artigo 82º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, e nos artigos 23º. e 24º. do Decreto-Lei n º , de 23 de Novembro de 1935, podendo, quando exercerem funções remuneradas, excepto ao serviço das Forças Armadas, acumular a totalidade daquelas pensões com a totalidade das remunerações dos cargos em que foram providos ou com as pensões cujo direito adquiriram pelo exercício do cargo em que foram providos. 2. As pessoas que se encontrem nas situações previstas no número anterior podem ainda acumular a totalidade dos subsídios de Natal e dos subsídios de férias, ou 14º. mês, que lhes couberem em razão de cada um dos estatutos em que estejam investidas. 3 - Aos DFA que, tendo sido beneficiários de qualquer tipo de pensão, por conta de deficiência contraída, e nos termos dos artigos 78º. e 79º. e da alínea b) do n.º 1 do artigo 82º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, ou de outra legislação análoga que lhes tenha sido anteriormente aplicada, tiveram que renunciar ao direito à pensão, por exercerem funções remuneradas no Estado ou organismos públicos, serão de novo fixadas as pensões nos quantitativos que lhes forem devidos nos termos deste diploma. ARTIGO 14º. Direitos e regalias dos DFA 1. A todos os DFA, se reconhecidos nos termos deste diploma, é concedido um conjunto de direitos de natureza social e económica, na dependência da sua percentagem de incapacidade, como suporte de condições familiares e sociais mais adequadas à sua situação, os quais, sendo pessoais e intransmissíveis, são os discriminados nos números seguintes. 2. Direito ao uso de cartão de DFA: a) O cartão de DFA não substitui o bilhete de identidade civil ou militar, mas destina-se a consignar o conjunto de direitos de natureza social e económica que, em função da percentagem de incapacidade, são próprios de cada DFA, devendo ser exibido pelo portador sempre que solicitado, a fim de se evidenciar ou demonstrar a legalidade do uso ou gozo desses direitos; b) O cartão de DFA será emitido pela direcção do serviço de pessoal do ramo das forças armadas a que o militar pertencer na data em que for considerado DFA, tarjado a vermelho, numerado, e conterá no verso a indicação dos direitos dos DFA consignados legalmente. No anverso figurarão, além da fotografia do portador e seus elementos de identificação, o grupo sanguíneo, o factor RH, a percentagem de incapacidade, a data da homologação ministerial e a data da emissão; c) Os titulares do cartão de DFA devem devolvêlo à entidade que os emitiu: Para efeitos de substituição, quando ocorra qualquer alteração dos dados constantes do cartão; Quando for determinado superiormente por ter cessado o direito ao respectivo uso; d) As DSP de cada um dos três ramos das forças armadas devem enviar até ao dia 15 de Janeiro de cada ano, ao Ministério da Defesa Nacional, as listas actualizadas de DFA, a fim de este Ministério delas dar conhecimento à Direcção- Geral de Transportes Terrestres. 3. Alojamento e alimentação por conta do Estado quando em deslocações justificadas por adaptação protésica ou tratamento hospitalar: a) Quando o DFA tiver necessidade de adaptação de próteses ou outro tratamento hospitalar, apresentar-se-á à autoridade médico - militar da área da sua residência, que, uma vez comprovada tal necessidade, lhe passará guia de consulta para o hospital ou centro de reabilitação adequado e providenciará junto da unidade ou estabelecimento militar respectivo para que seja garantido o transporte necessário, considerando a situação do DFA; b) O DFA ficará internado no hospital ou centro referidos, ou, caso tal não seja aconselhável ou possível, apresentado na companhia ou depósito de adidos, messe ou similar, com direito a alojamento e alimentação por conta do Estado, bem assim como o transporte para os locais de tratamento, caso se justifique. 4. Redução nos transportes dos caminhos de ferro e voos TAP de cabotagem: a) O DFA tem direito à redução de 75% sobre as tarifas gerais dos transportes nos caminhos de ferro nacionais, a qual se realizará pela simples Pág 247 de 461 Páginas

248 apresentação do cartão de DFA nas bilheteiras dessas empresas; b) O DFA tem direito à redução de 50% nos bilhetes dos TAP respeitantes a viagens nas linhas de cabotagem daquela companhia, a qual se realizará pela simples apresentação do cartão de DFA nas agências da empresa. 5. Tratamento e hospitalização gratuitos em estabelecimentos do Estado: Os DFA têm direito a tratamento médico - cirúrgico e medicamentoso e/ou hospitalização gratuitos em estabelecimento hospitalar do Estado, bem como a quaisquer meios auxiliares de diagnóstico, quando a natureza da moléstia que justifique o tratamento ou internamento estiver directamente relacionada com a lesão que determinou a deficiência. 6. Isenção de selo de propinas de frequência e exame em estabelecimento de ensino oficial e uso gratuito de livros e material escolar: a) Os DFA são admitidos nos estabelecimentos não militares de ensino oficial de todos os graus e ramos, com isenção de selo de propinas de frequência e exame; b) Os DFA têm direito ao uso gratuito de livros e material escolar. 7. Prioridade na nomeação para cargos públicos ou para cargos de empresas com participação maioritária do Estado: a) O DFA tem preferência, em igualdade de condições com outros candidatos, no provimento em quaisquer lugares do Estado, dos institutos públicos, incluindo os organismos de coordenação económica, das autarquias locais, das instituições de previdência social, das pessoas colectivas de utilidade pública administrativa e das empresas com participação financeira maioritária do Estado; b) As colocações devem ser requeridas pelos interessados, com conhecimento da CMRA, directamente à entidade a quem compete a nomeação para provimento do lugar. 8. Concessões especiais para aquisição de habitação própria: O DFA tem direito à aquisição ou construção de habitação própria nas mesmas condições que vierem a ser estabelecidas para os trabalhadores das instituições de crédito nacionalizadas. 9. Direito a associação nos Serviços Sociais das Forças Armadas (SSFA): O DFA passa a ter direito à inscrição como sócio nos SSFA para todos os fins consignados no seu estatuto. ARTIGO 15º. Extensão de regalias para os DFA com percentagem de incapacidade igual ou superior a 60% 1. Aos DFA com percentagem de incapacidade igual ou superior a 60% é concedida a extensão de regalias, em razão da sua maior necessidade, referida nos números seguintes. 2. Isenção de taxa e emolumentos na aquisição de automóvel utilitário: a) Aos DFA com percentagem de incapacidade igual ou superior a 60% é conferido o direito à isenção total de taxas, direitos e emolumentos na aquisição de automóvel ligeiro de passageiros para uso próprio, de modelo utilitário; b) A isenção de que trata a alínea anterior não pode ser fruída por cada DFA beneficiário deste direito para mais do que um veículo em cada cinco anos, exceptuando-se os casos de acidente involuntário com danos irrecuperáveis, roubo ou outro motivo extraordinário que conduza à eliminação da viatura em circunstâncias justificadas, a comprovar pela autoridade militar competente; c) No caso de venda do automóvel assim adquirido antes de completado o período de cinco anos, o DFA beneficiário terá de repor ao Estado o montante da taxa e dos emolumentos proporcional ao período que faltar para o termo daquele prazo. 3. Adaptação de automóvel do DFA: Será custeada pelo Estado e realizada em estabelecimento fabril dependente das forças armadas a transformação e adaptação dos automóveis ligeiros de passageiros de uso privativo dos DFA com percentagem de incapacidade igual ou superior a 60%. 4. Isenção do imposto sobre uso e fruição de veículos: Os veículos utilitários ligeiros cujo único proprietário é DFA com incapacidade igual ou superior a 60% são isentos do imposto anual sobre veículos, determinado pela legislação em vigor, devendo para o efeito observar-se o que consta em diploma especial sobre o assunto. 5. Recolhimento em estabelecimento assistencial do Estado: Os DFA com percentagem de incapacidade igual ou superior a 60% poderão ser recolhidos em estabelecimentos assistenciais do Estado, por sua expressa vontade. ARTIGO 16º. Pensão de preço de sangue 1. Será sempre concedida pensão de preço de sangue por morte dos DFA que tenham Pág 248 de 461 Páginas

249 percentagem de incapacidade igual ou superior a 60%, mesmo que a morte não tenha resultado da causa determinante da deficiência. 2. Para reconhecimento dos beneficiários hábeis da pensão de preço de sangue a conceder por morte dos DFA seguir-se-á o disposto na legislação própria. ARTIGO 17º. Regalia concedida aos beneficiários da pensão de preço de sangue dos DFA Passa a ser atribuído aos beneficiários da pensão de preço de sangue dos DFA enquanto julgados hábeis pelo Decreto-Lei n.º 47084, de 9 de Julho de 1966, o direito à assistência pelos Serviços Sociais das Forças Armadas, nos termos do estatuto respectivo, com obrigação de inscrição como sócio. ARTIGO 18º. Disposições finais O presente diploma é aplicável aos: 1. Cidadãos considerados, automaticamente, DFA: a) Os inválidos da 1.ª Guerra Mundial, de , e das campanhas ultramarinas anteriores; b) Os militares no activo que foram contemplados pelo Decreto-Lei n.º 44995, de 24 de Abril de 1963, e que pelo n.º 18 da Portaria n.º 619/73, de 12 de Setembro, foram considerados abrangidos pelo disposto no Decreto-Lei n.º 210/73, de 9 de Maio; c) Os considerados deficientes ao abrigo do disposto no Decreto-Lei n.º 210/73, de 9 de Maio. 2. Cidadãos que, nos termos e pelas causas constantes do n.º 2 do artigo 1º., venham a ser reconhecidos DFA após revisão do processo. 3. Militares que venham a contrair deficiência em data ulterior à publicação deste decreto-lei e forem considerados DFA. A resolução genérica das dúvidas que este diploma venha a suscitar na sua aplicação compete ao Ministro da Defesa Nacional, em coordenação com o Chefe do Estado-Maior- General das Forças Armadas e/ou com o Ministro das Finanças, quando for caso disso. Todos os direitos, regalias e deveres dos DFA ficam definidos no presente decreto-lei, com expressa revogação do Decreto-Lei n.º 210/73, de 9 de Maio, excepto os seus artigos 1º. e 7º. O presente decreto-lei produzirá efeitos a partir de 1 de Setembro de 1975, data a partir da qual terão eficácia os direitos que reconhece aos DFA. Visto e aprovado em Conselho de Ministros. - José Baptista Pinheiro de Azevedo - Francisco Salgado Zenha - Jorge de Carvalho Sá Borges. Promulgado em 9 de Janeiro de Publique-se. O Presidente da República, FRANCISCO DA COSTA GOMES. Pág 249 de 461 Páginas

250 Decreto-Lei n.º 465/76 de 11 de Junho, alterado pelos Decretos-Leis n.º 325/78 de 9/11, 236/79 de 25/7, 519-N/79 de 28/12, 54/81 de 27/03 DR n.º 136/76 Série I Ministério das Finanças Aprova os Estatutos do Cofre de Previdência do Ministério das Finanças, alterado para Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado pelo Decreto-Lei 54/81 de 27/3 PÁGINAS 1300 a 1309 Promulgado em 22 de Maio de Publique-se. O Presidente da República, FRANCISCO DA COSTA GOMES. Estatutos do Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado Considerando que desde há muito os sócios do Cofre de Previdência do Ministério das Finanças reclamam a publicação de novos estatutos que procurem dar guarida a numerosas sugestões que a prática vem aconselhando; Considerando que só agora a respectiva assembleia geral aprovou novos estatutos e os submeteu à apreciação do Governo; Usando da faculdade conferida pelo artigo 3º., n.º 1 alínea 3), da Lei Constitucional n.º 6/75, de 26 de Março, o Governo decreta e eu promulgo, para valer como lei, o seguinte: Artigo 1º. São aprovados os Estatutos do Cofre de Previdência do Ministério das Finanças, que, assinados pelo Ministro das Finanças, fazem parte do presente decreto-lei, substituindo os estatutos aprovados pelo Decreto-Lei n.º 44333, de 10 de Maio de 1962, bem como o Decreto-Lei n.º 42977, de 14 de Maio de Art. 2º. Este diploma entra em vigor na data da sua publicação. Art. 3º. 1. A titulo experimental e enquanto não forem publicados novos estatutos, os estatutos em vigor podem ser modificados desde que se verifiquem as seguintes condições: a) A alteração resulte da iniciativa da direcção do Cofre b) A proposta de alteração seja aprovada pela maioria dos associados presentes na assembleia geral especialmente convocada para o efeito c) As alterações aprovadas sejam publicadas na 3ª série do Diário da República. José Baptista Pinheiro de Azevedo - João de Deus Pinheiro Farinha - Vítor Manuel Ribeiro Constâncio. CAPÍTULO I Regime jurídico e atribuições do Cofre Artigo 1º. 1. O Cofre de Previdência do Ministério das Finanças é uma instituição de previdência social, de utilidade pública, dotada de personalidade jurídica e autonomia administrativa e financeira. 2. O Cofre tem sede em Lisboa, em edifício do Estado, cedido pelo Governo. Art. 2º. 1. Além das isenções fiscais previstas em leis especiais e das que resultam da sua natureza jurídica de instituição de previdência social, o Cofre de Previdência goza ainda de todas as regalias e isenções concedidas por lei às pessoas colectivas de utilidade pública administrativa, estando os seus documentos e papéis isentos do imposto do selo. 2. O Cofre é igualmente isento de custas, nos processos em que for interessado, e a sua representação nos tribunais é assegurada pelo Ministério Público, salvo se a direcção preferir confiá-la a advogado da sua escolha. Art. 3º. Ao Cofre de Previdência incumbe: a) Conceder subsídios por morte dos sócios ou transformá-los em renda vitalícia a seu favor; b) Adquirir ou construir casas destinadas à exclusiva e permanente habitação dos seus sócios, em regime de propriedade resolúvel ou de arrendamento; c) Facultar meios para a realização de obras de beneficiação das casas de habitação dos sócios; d) Conceder aos sócios o reembolso dos vencimentos perdidos por doença; e) Ajudar a criação de centros de assistência materno - infantil, escolar, de velhice e outros que tenham por fim a satisfação das necessidades de ordem económica, cultural e social dos sócios; Pág 250 de 461 Páginas

251 f) Conceder subsídios de luto e funeral às famílias dos sócios do antigo Cofre de Previdência a que se referem os Decreto n.º 3 de 24 de Dezembro de 1901, de 9 de Agosto de 1902 e de 26 de Maio de 1911,e n.º 5524, de 8 de Maio de CAPÍTULO II Admissão de sócios Art. 4º. 1. Podem ser admitidos como sócios do Cofre de Previdência todos os trabalhadores da função pública. 2. Para efeitos do número anterior, consideram-se trabalhadores da função publica quaisquer trabalhadores que exerçam funções em serviço, civis ou militares, do Estado, dos corpos administrativos, das empresas públicas ou nacionalizadas, bem como do Cofre de Previdência do Ministério das Finanças. 3. A admissão poderá efectuar-se nas seguintes condições: a) Até aos 40 anos de idade, na modalidade de quota estabelecida por simples percentagem sobre o subsidio inscrito, podendo a direcção exigir a inspecção médica dos candidatos não inscritos obrigatoriamente: b) Até aos 60 anos, nas modalidades de quota actuarial, sempre condicionada a prévia inspecção médica. Art. 5º. 1. As pessoas que desejem inscrever-se como sócios do Cofre devem indicar no pedido o vencimento mensal ilíquido base, a naturalidade, a filiação, a data do nascimento, a residência e a importância do subsídio que pretendem constituir. 2. Os elementos constantes do pedido serão nele confirmados pelos serviços onde o peticionário estiver colocado. 3. Se, no pedido de inscrição, o sócio declarar que pretende antecipar o direito ao subsídio por inteiro, depois de um ano de sócio, nos termos da coluna A da tabela B anexa a estes Estatutos, deverá submeter-se a inspecção médica. 4. A admissão será referida, para todos os efeitos, ao primeiro dia do mês a que respeite a quota do sócio. Art. 6º. Os trabalhadores da Direcção-Geral das Contribuições e Impostos e do Cofre de Previdência, com idade não superior a 40 anos, serão obrigatoriamente inscritos como sócios do Cofre de Previdência, sendo-lhes, porém, facultado o direito de, livremente e a todo o tempo, pedir o cancelamento da sua inscrição. Art. 7º. 1. Nenhum sócio será considerado no pleno gozo dos seus direitos enquanto não tiver decorrido um ano sobre a data da sua admissão. 2. Logo após a sua admissão, os sócios podem, contudo, gozar as regalias referentes à aquisição ou construção de casas e a obras de beneficiação. CAPÍTULO III Direitos e deveres dos sócios Art. 8º. 1. Independentemente das regalias consignadas no capítulo IV, os sócios gozam dos seguintes direitos: a) Fazer parte da assembleia geral do Cofre; b) Eleger e ser eleito para os corpos gerentes; c) Requerer directamente ao presidente da assembleia geral a convocação extraordinária da mesma, desde que o requerimento seja assinado por cinquenta ou mais sócios; d) Examinar os livros e contas do Cofre, no período dos quinze dias que antecedem a assembleia geral, para apreciação de contas. 2. Aos sócios inscritos até à data da entrada em vigor dos presentes Estatutos serão ainda garantidos os direitos que lhes assistiam em virtude de contratos firmados entre eles e o Cofre, bem como quaisquer outros direitos adquiridos. Art. 9º. São deveres dos sócios: a) Contribuir com a quota e os encargos que forem devidos; b) Contribuir com 10% da parte ilíquida que lhes couber nas multas; c) Satisfazer as despesas com as inspecções médicas a que sejam submetidos, nos termos destes Estatutos; d) Servir os cargos para que forem legalmente eleitos; e) Manter actualizada a residência, sob pena de os prejuízos que daí advierem não poderem ser atribuídos ao Cofre; f) Denunciar quaisquer irregularidades praticadas no decurso da actividade do Cofre pelos seus órgãos e pelos sócios. Art. 10º. 1. As quotas devidas nas modalidades a que se refere o n.º 3 do artigo 4º. serão liquidada em duodécimos e arredondados para escudos, por excesso, e obtêm-se: a) Pela aplicação da percentagem 2 sobre o subsidio inscrito, quanto à modalidade da alínea a); Pág 251 de 461 Páginas

252 b) Segundo as tabelas C e D, quanto às modalidades da alínea b). 2. A fixação das quotas a que se alude no número anterior dependa de aprovação em assembleia geral, sob proposta da direcção. 3. As quotas e os encargos contraídos com o Cofre vencem-se no dia 1 do mês a que dizem respeito e a sua liquidação terá de ser feita total e simultaneamente; se não forem pagos dentro do prazo, vencem as taxas de juros de mora cobradas por dívidas ao Estado. Art. 11º. As quotas e os encargos contraídos com o Cofre poderão ser descontados mensalmente nos vencimentos ou pensões dos sócios, devendo ser entregues directamente ao Cofre quando, por qualquer motivo, deixem de ser abonados por qualquer dos serviços ou empresas referidos no n.º 2 do artigo 4º. Art. 12º. 1. Sem prejuízo do que se dispõe em preceitos especiais, as dívidas dos sócios ao Cofre vencerão as taxas dos juros de mora cobradas por dívidas ao Estado. 2. As dívidas que o sócio tiver na data do seu falecimento serão pagas ao Cofre por dedução no subsídio a que tiver direito, acrescidas do juro por elas vencido. 3. As dívidas ao Cofre podem ser pagas em prestações até 96, mas o montante de cada prestação não pode ser inferior a 50$ Cada prestação será acrescida do juro fixado anualmente pela direcção. Art. 13º. 1. Serão eliminados de sócios, sem direito à restituição das quantias que tiverem pago: a) Os que requererem a eliminação; b) Os que deverem seis ou mais quotas e, depois de notificados pelo correio, com aviso de recepção, para pagarem a importância em dívida e respectivos juros, o não fizerem no prazo que lhes tiver sido fixado. 2. No caso da alínea b) do número antecedente, desde que enviado para a última residência indicada pelo sócio, o aviso de recepção considera-se recebido, embora não se mostre assinado pelo sócio ou seja devolvido por não ter sido reclamado nos correios. 3. Do despacho da direcção que elimine o sócio cabe recurso para a assembleia geral. Art. 14º. Quanto, porém, os sócios atinjam os 65 anos de idade podem pedir a sua eliminação de sócios, devendo então ser-lhes restituída a importância correspondente a 50% das quotas pagas, deduzida da quantia que tiverem recebido a título de reembolso dos vencimentos perdidos por doença. Art. 15º. 1. Aqueles que tiverem perdido a qualidade de sócios podem readquiri-la, com todos os direitos, desde que satisfaçam o pagamento das importâncias que deveriam ter pago se não tivessem sido eliminados, acrescidas dos respectivos juros, podendo o pagamento ser realizado em prestações. 2. O deferimento do pedido de readmissão dependerá de inspecção médica. CAPÍTULO IV Regalias dos sócios SECÇÃO I Subsídio por morte Art. 16º. 1. Após o conhecimento da sua admissão, o sócio pode apresentar nos serviços do Cofre, ou solicitar que seja enviada oficialmente, uma declaração, encerrada em sobrescrito lacrado, no qual escreverá: Declaração com a identidade dos beneficiários ao meu subsídio por morte do Cofre de Previdência do Ministério das Finanças. 2. Do sobrescrito lacrado deve constar, reconhecida notarialmente, a assinatura do sócio e o seu número. 3. Sob pena de ser havida como inexistente, a declaração deve conter a assinatura do sócio, reconhecida notarialmente, assim como o seu número. 4. Da forma indicada nos números antecedentes se procederá quando o sócio desejar substituir a declaração, mas, neste caso, os serviços do Cofre devem restituir a declaração anterior. 5. Os serviços do Cofre passarão sempre recibo da entrega da declaração e exigi-lo-ão quando ela for restituída. Art. 17º. 1. A importância do subsídio por morte pode ser liquidada de uma só vez ou transformada em renda vitalícia a pagar aos beneficiários que o sócio tiver designado. 2. O subsídio é penhorável e sobre ele não recai qualquer contribuição ou imposto. Art. 18º. 1. O montante do subsídio por morte deverá ser, pelo menos, igual ao vencimento base anual ilíquido, arredondado por múltiplos de 5000$00, Pág 252 de 461 Páginas

253 não podendo, no acto de inscrição, ser superior à importância fixada anualmente pela assembleia geral, sob proposta da direcção. 2. A alteração do limite máximo do subsídio deverá ser sempre fundamentada com estudo actuarial. Art. 19º. 1. No acto de inscrição o sócio optará pelas seguintes modalidades de subsidio por morte: a) Subsidio limitado com vencimento em função da idade e quota por simples percentagem; b) Subsidio limitado com vencimento a um ano de inscrição e quota actuarial; c) Subsidio crescente, sendo vitalícia a taxa anual de crescimento, com vencimento a um ano de inscrição e quota actuarial 2. Não pode ser alterada posteriormente a opção feita por qualquer das modalidades previstas no número antecedente. 3. A importância do subsidio que o sócio subscrever pode ser reduzida, a pedido do sócio, até ao limite do vencimento base ou ao correspondente à sua categoria, quando deixou a função pública, sem, contudo, ter direito à restituição de diferença das quotas correspondentes ao subsidio anterior e ao que ficar subsistindo 4. Se sócio optar pela modalidade prevista na alínea a) do n.º 1, pode aumentar o subsidio nos seguintes termos: a) Pelo pagamento, por uma só vez ou em prestações, da diferença de quotas desde a data de admissão até ao deferimento do pedido, acrescido do juro fixado anualmente pela direcção, considerandose o aumento do subsidio como se tivesse sido inscrito na data de admissão do sócio; b) Pelo pagamento mensal de uma quota correspondente ao aumento do subsidio, calculado em função da idade na data do deferimento pelas fórmulas constantes das tabelas A e B, anexas aos presentes estatutos, mantendo o sócio a posição que vinha em relação ao subsidio anterior; c) Até aos 60 anos de idade, em qualquer das modalidades da quota actuarial 5. Se o sócio optar pelas modalidades previstas nas alíneas b) e c) do n.º 1, pode aumentar o subsídio, até aos 60 anos de idade, funcionando o quantitativo do aumento como nova subscrição segundo a modalidade escolhida. 6. Todos os aumentos de subsídio dependem de inspecção médica, excepto o previsto na alínea b) do n.º 4. Art. 20º. 1. O subsídio vencido pertencerá às pessoas indicadas na declaração. 2. Não existindo declaração, o subsídio será liquidado metade ao cônjuge sobrevivo e a outra metade aios herdeiros; na falta do cônjuge, o subsídio será pago, na totalidade, aos herdeiros. Art. 21º. 1. Não tem direito ao subsídio quem for judicialmente condenado como autor, cúmplice ou encobridor da morte do sócio. 2. A pronúncia pelos crimes a que se refere o número antecedente implica a suspensão da concessão do subsídio na parte que pertencer ao pronunciado. Art. 22º. 1. Logo que a direcção do Cofre venha conhecimento do falecimento de qualquer sócio, procederá de harmonia com o disposto no artigo imediato. 2. O conhecimento do óbito poderá resultar de comunicação oficial, de certidão de óbito ou de documento que legalmente a substitua. Art. 23º. 1. Se existir a declaração referida no artigo 16º., aberto o sobrescrito, serão os beneficiários avisados, por carta registada com aviso de recepção da disposição feita a seu favor pelo sócio falecido. 2. Se forem desconhecidas as residências dos beneficiários, serão publicados, no Diário da República, éditos de trinta dias para que os mesmos se apresentem a reclamar o subsídio. 3. Na falta de declaração, serão publicados, no Diário da República, éditos de trinta dias convidado as pessoas que se julguem com direito ao subsídio a apresentar os documentos justificativos desse direito, e, findo este prazo, a direcção concederá definitivamente o subsídio. 4. Nos éditos indicar-se-á sempre a importância do subsídio vencido. Art. 24º. 1. O Cofre de Previdência não é responsável pelo prejuízo que, porventura, advenha a qualquer beneficiário por se não ter apresentado, no prazo referido no artigo anterior, a comprovar o seu direito. Pág 253 de 461 Páginas

254 2. Os subsídios que não forem reclamados no prazo de cinco anos, contados da data do termo dos éditos, revertem a favor do Cofre. Art. 25º. A todo o tempo, e a pedido do sócio, o subsídio por morte pode ser transformado em renda vitalícia a seu favor, conforme regulamento a elaborar, de harmonia com adequado estudo actuarial SECÇÃO II Casas de habitação para sócios Art. 26º. 1. Na aquisição ou construção de casas para a habitação dos seus sócios com fundos capitalizáveis do Cofre, a direcção fixará, anualmente, a verba máxima que pode ser dispensada a cada sócio. 2. A direcção só dispensará fundos destinados a habitação de tipo social Art. 27º. 1. As casas de habitação, adquiridas ou construídas, podem ser atribuídas aos sócios em regime de propriedade resolúvel ou de arrendamento. 2. No imóvel pode haver um piso constituído por lojas destinadas ao inquilinato comercial, desde que o seu arrendamento permita a fixação de encargos com a aquisição, construção ou arrendamento dos outros fogos em condições favoráveis para os sócios. Art. 28º. A assembleia geral fixará, anualmente, sob proposta da direcção, a importância a investir com as habitações previstas no artigo anterior, bem como as percentagens destinadas à propriedade resolúvel e ao arrendamento. Art. 29º. Sem prejuízo do disposto no artigo 31º., os terrenos para construção e as casas destinadas a habitação só podem ser adquiridos pelo Cofre quando se mostrem livres de quaisquer ónus ou encargos. Art. 30º. 1. A aquisição e a construção de casas de habitação serão sempre precedidas de inscrição, para o efeito, de um ou mais sócios interessados, desde que: a) Se destinem à exclusiva e permanente habitação do sócio e do seu agregado familiar; b) Não possuam, por si ou pelo cônjuge, casa própria para habitação na área onde a pretendam adquirir ou construir; c) Não tenham, por si ou pelo cônjuge, usufruído desse direitos através de instituição congénere, salvo o disposto no artº. 31º.. 2. O estudo dos projectos e as avaliações ou estimativas do custo das edificações, bem como quaisquer outras despesas preliminares da construção, constituem encargo dos interessados no prédio, que por elas ficarão solidariamente responsáveis até à realização do contrato de venda. 3. Sem prejuízo da indicação, devidamente documentada, dos valores venais, reais e contratuais, nas avaliações de casas já construídas, em todos os laudos e pareceres dos serviços técnicos do Cofre deverá constar, com os indispensáveis fundamentos, o tipo de habitação que o sócio pretende. Art. 31º. 1. Se, devido à demora na chamada dos inscritos, nos termos do artigo anterior, tiver sido conseguida casa própria para habitação do sócio e do respectivo agregado familiar por meio de hipoteca, esta poderá ser transferida para o Cofre, se o interessado o pretender, quando chegar a oportunidade de ser atendida a sua inscrição. 2. O disposto no número antecedente é aplicável aos sócios que, à data da entrada em vigor dos presentes estatutos, tenham já adquirido ou construído casa própria e feito a respectiva hipoteca, contanto que ainda venham a requerer a aquisição ou construção nos termos do artigo anterior. 3. Nas hipóteses previstas nos números anteriores aplicam-se as normas que regem a propriedade resolúvel com as necessárias adaptações, designadamente quanto a seguros, condições de pagamento dos encargos mensais, causas de rescisão do contrato e alienação da casa. Art. 32º. Se a construção se realizar em terreno pertencente ao sócio, o Cofre efectuará a sua compra, sendo o respectivo preço levado em conta de entrega inicial e princípio de pagamento. Art. 33º. 1. Com as limitações constantes desta secção, todos os sócios têm direito, por uma só vez, à aquisição ou construção de uma casa de habitação através do Cofre, desde que satisfaçam, com pontualidade, o respectivo encargo mensal. Pág 254 de 461 Páginas

255 2. Por encargo mensal entende-se a importância correspondente à amortização e aos juros de capital investido na casa. Art. 34º. Quando, porém, as casas forem construídas ou adquiridas por iniciativa do Cofre, a sua atribuição deverá ser anunciada na imprensa com a antecedência mínima de trinta dias, observandose, na parte aplicável, o disposto nos artigos 30º. e 33º. e no artigo imediato. Art. 35º. 1. Na atribuição de casas em regime de propriedade resolúvel terão prioridade: a) Os sócios cujo agregado familiar vença menor remuneração de trabalho per capita e, de entre estes, os que tiverem maior número de filhos a seu cargo; b) Em igualdade de circunstâncias, terão preferência os sócios de inscrição obrigatória ainda em serviço na função pública, depois os sócios mais antigos, seguindo-se os que tiverem maior número de pessoas a seu cargo e, por último, os mais idosos. 2. As casas do Cofre que a direcção destine ao regime de arrendamento atribuem-se, por concurso, aos sócios mais antigos e, em igualdade de circunstâncias, aos mais idosos. 3. Os contratos de arrendamento celebrados pelos sócios com o Cofre estão sujeitos na generalidade às disposições da lei civil, mas com as adaptações e limitações impostas pela sua natureza especial e atentos os fins prosseguidos pela instituição. 4. Quanto à sua resolução e caducidade, são ainda seus fundamentos: a) Habitação de pessoas alheias à economia familiar do sócio ou a existência de quaisquer hóspedes, exceptuadas as situações do domínio da justiça social, devidamente comprovadas, a que a direcção resolva atender; b) Perda da qualidade de sócio, ainda que por morte, com excepção dos casos em que nesta última hipótese permaneça na casa locada algum dos elementos integrados no agregado familiar daquele e enquanto se mantiver essa situação 5. A concessão prevista na alínea b) do número anterior terminará pela dissolução do aludido agregado por morte do último, pelo casamento do cônjuge viúvo e pela maioridade dos filhos solteiros. 6. A direcção poderá autorizar que as casas arrendadas passem ao regime de propriedade resolúvel nos termos gerais, considerando-se o sócio inscrito desde a data do arrendamento, se outra inscrição anterior não houver. 7. O sócio contemplado no concurso a que se alude no n.º 2, precedendo o contrato de arrendamento, deve declarar em impresso próprio, sob compromisso de honra: a) Que a casa atribuída será por si utilizada como única residência com carácter permanente; b) Que no concelho onde se situa a casa atribuída não possui, por si ou pelo cônjuge, habitação adequada à composição do respectivo agregado familiar; c) Que a distância entre a casa atribuída e a habitação que porventura possuir em concelho diferente, nas condições previstas na alínea anterior, é superior a 30 km. Art. 36º. Para efeitos do disposto na presente secção entende-se: a) Por agregado familiar, os cônjuges, descendentes solteiros e ascendentes que vivam habitualmente em comunhão de mesa e habitação com o chefe de família; b) Como remuneração de trabalho do agregado familiar, qualquer remuneração, desde que de natureza permanente. Art. 37º. 1. A propriedade resolúvel das casas atribuídas aos sócios adquire-se pela celebração de contrato, por escritura pública, entre os interessados e o Cofre, do qual deve constar o preço, que corresponderá ao capital investido, as entregas iniciais, havendo-as, as condições de pagamento e ainda outras que se considerem necessárias. 2. Por capital investido entende-se o custo do edifício ou do terreno, despesas de construção e administração. 3. As despesas com a avaliação, contrato e registo do prédio em nome do Cofre e do sócio não entram na determinação do capital investido, devendo ser satisfeitas pelo sócio na altura própria. Art. 38º. Para cobrir o pagamento das prestações vincendas à data da sua morte o sócio poderá vincular o subsídio vencido à data do contrato e, se o capital investido for superior a esse subsídio, deverá constituir e manter um seguro de renda certa - amortização ou outro. Art. 39º. As amortizações poderão ser distribuídas por períodos até vinte e cinco anos, tendo em Pág 255 de 461 Páginas

256 atenção o rendimento do sócio, a sua idade e as disponibilidades do Cofre. Art. 40º. 1. A certidão da escritura a que se refere o artigo 37º. será título suficiente para o registo de transmissão do imóvel a favor do adquirente. 2. Liquidadas integralmente pelo sócio adquirente as suas responsabilidades, a conservatória procederá ao competente averbamento em presença da certidão da parte da acta da reunião da direcção do Cofre contendo tal deliberação e o Cofre fará imediata comunicação do facto à repartição de finanças da área a que o imóvel pertencer. Art. 41º. 1. O sócio adquirente poderá antecipar, no fim de cada período de um ano, o pagamento do capital contido nas mensalidades correspondentes a um ou mais anos e, bem assim, o da importância do subsídio que porventura se encontre vinculado à operação. 2. A antecipação parcial poderá efectuar-se sem alteração do prazo de amortização prevista no contrato ou com redução do mesmo prazo. Art. 42º. 1. Os sócios adquirentes são obrigados a manter o prédio em bom estado de conservação, devendo fazer à sua custa, por iniciativa própria, as obras de limpeza e de reparação necessárias durante a vigência do contrato. 2. O Cofre poderá mandar vistoriar o imóvel sempre que o entenda conveniente. Art. 43º. 1. Durante a vigência do contrato, não poderão realizar-se, sem autorização por escrito do Cofre, quaisquer benfeitorias ou obras que envolvam, ainda que parcialmente, modificações do imóvel. 2. O Cofre poderá efectuar, à custa dos interessados, a demolição das obras feitas sem sua autorização. Art. 44º. Enquanto se não verificar a liquidação total das suas responsabilidades, o sócio adquirente é obrigado a manter o prédio seguro contra incêndio, devidamente actualizado. Art. 45º. 1. Em caso de destruição parcial devida a fogo, o Cofre providenciará no sentido de o prédio ser restituído ao estado anterior. 2. Ficam sujeitas ao mesmo regime as benfeitorias efectuadas, desde que estejam cobertas pelo seguro e tenham sido autorizadas pelo Cofre. Art. 46º. 1. Se a destruição for total, o Cofre reterá da indemnização a receber da entidade seguradora, adicionada ao produto da venda do terreno e de possíveis salvados, a importância correspondente ao capital ainda não amortizado e despesas a que o acidente tenha dado origem, entregando-se ao adquirente o saldo, se o houver. 2. O contrato ficará sem efeito, salvo se o Cofre optar, com a anuência dos interessados, pela reconstituição do prédio. Art. 47º. Se o imóvel for expropriado por utilidade pública, nos termos da legislação aplicável, proceder-se-á, quanto à indemnização recebida, por forma idêntica à indicada no n.º 1 do artigo antecedente. Art. 48º. 1. As casas não poderão ser alienadas antes da sua amortização total, mas, na hipótese de esta ter sido antecipada, nos termos do artigo 41º., a alienação dependerá de autorização do Cofre, caso se verifique antes de decorridos dez anos sobre a data da celebração do contrato. 2. A alienação fará cessar a isenção estabelecida no artigo 54º. Art. 49º. 1. O Cofre terá o direito de preferência na alienação das casas por ele atribuídas em regime de propriedade resolúvel se, nos termos do artigo anterior, essa alienação, autorizada pelo Cofre, se verificar antes de decorridos dez anos sobre a data da celebração do contrato. 2. No caso previsto no número antecedente, se o preço de venda for superior ao da atribuição da propriedade resolúvel, apurada a diferença e determinada a média anual do lucro relativa aos anos completos decorridos, esta distribui-se, em cada ano, pelo sócio adquirente e pelo Cofre, na proporção do capital investido por cada um. Art. 50º. 1. O Cofre só poderá autorizar o arrendamento de casas em regime de propriedade resolúvel quando o sócio, por motivos de transferência ou outra razão de serviço oficial, tiver de mudar o local da residência e não puder, por isso, habitar a casa. 2. A casa, porém, só pode ser arrendada a estranhos quando não houver sócios que a pretendam arrendar, devendo a renda ser fixada Pág 256 de 461 Páginas

257 pela direcção, sob proposta dos competentes serviços técnicos do Cofre. 3. O arrendamento caducará findo o prazo concedido pela direcção. Art. 51º. 1. Se os adquirentes perderem a qualidade de sócios, não observarem os preceitos estatutários ou faltarem ao cumprimento de cláusulas do contrato, considera-se este imediatamente rescindido, salvo o disposto no n.º Verificado o disposto no número antecedente, o Cofre restituirá ao sócio adquirente a diferença que se apurar entre o total das mensalidades já pagas e o rendimento que devia ter produzido o capital investido, à taxa fixada no contrato inicial, acrescida de 5% 3. Sem prejuízo da sanção prevista no n.º 5, o Cofre, havendo razões atendíveis, poderá conceder prazo suficiente para cumprimento da obrigação em falta, e a sua comunicação constará de carta registada, com aviso de recepção, a enviar para a casa que foi objecto do contrato. 4. O aviso de recepção surtirá os seus efeitos, ainda que devolvido sem ser encontrado o destinatário ou se mostre assinado por outrem. 5. Se a obrigação em falta tiver consistido no não pagamento das mensalidades, ao sócio poderá ser aplicada sanção que não exceda o dobro da importância das mensalidades em dívida. 6. Poderá ainda a direcção permitir, em substituição da rescisão do contrato, que o sócio adquirente amortize, de uma só vez, a sua dívida ao Cofre. 7. Se o incumprimento de obrigações estatutárias ou contratuais tiver consistido no arrendamento, sem autorização, da casa conseguida através do Cofre: a) A taxa de juro, para efeitos de amortização total, será acrescida em 3% por cada ano decorrido e sobre o capital inicialmente investido pela instituição; b) Mas se o sócio provar por documento reconhecido notarialmente em que data efectuou o arrendamento ilícito, a taxa de agravamento do juro aplicar-se-á apenas ao capital em dívida ao tempo em que foi cometida a infracção. Art. 52º. Em caso de rescisão do contrato, a conservatória, a simples requerimento do Cofre, cancelará o registo de transmissão a favor do sócio adquirente. Art. 53º. As habitações atribuídas pelo Cofre em regime de propriedade resolúvel não podem ser hipotecadas, arrestadas ou penhoradas enquanto não pertencerem definitiva e incondicionalmente ao sócio adquirente. Art. 54º. Continuam isentos do pagamento da contribuição predial as casas de habitação referidas na presente secção, ficando, porém, os sócios adquirentes em regime de propriedade resolúvel sujeitos à mesma contribuição, desde que se venham a verificar as condições especialmente previstas na lei. Art. 55º. Às casas a adquirir ou a construir pelo Cofre ou já construídas ou atribuídas aos sócios, e sujeitas ao regime das casas de renda limitada, não são aplicáveis as disposições legais vigentes relativas à obrigatoriedade de sorteio e ao modo de se fixar o preço de venda. Art. 56º. O disposto na presente secção é aplicável às casas construídas pelo Cofre em terrenos adquiridos à Câmara Municipal de Lisboa, ao abrigo do Decreto-Lei n.º 42454, de 18 de Agosto de 1959, sem prejuízo do que nele se estabelece quanto a planos de trabalho, categorias de habitações, respectivas percentagens e valores limites das rendas mensais, de acordo com a legislação em vigor. Art. 57º. Os contratos celebrados entre o Cofre e os seus associados para ocupação dos prédios adquiridos ao abrigo do Decreto n.º 33668, de 24 de Maio de 1944, ou legislação posterior, continuam a considerar-se como títulos de arrendamento unicamente para o efeito de basear acção de despejo em caso de não cumprimento do mesmo contrato. SECÇÃO III Obras de beneficiação nas casas dos sócios Art. 58º. Para a realização de obras de beneficiação de casas de habitação dos sócios, os fundos capitalizáveis do Cofre podem ser investidos de forma que não excedam a décima parte das verbas a despender com a aquisição e construção de casas. Pág 257 de 461 Páginas

258 Art. 59º. 1. A utilização de fundos em beneficiações assume o carácter de empréstimos hipotecários, destinando-se exclusivamente a obras de beneficiação a efectuar em casas dos sócios, desde que as habitem permanentemente. 2. A taxa de juro será fixada anualmente pela direcção e o prazo de amortização será de cinco a quinze anos. Art. 60º. As casas devem estar livres de quaisquer ónus ou encargos e o crédito hipotecário não poderá exceder 75% do valor oferecido como garantia, nem uma importância máxima a fixar anualmente pela direcção. Art. 61º. O pedido do sócio só terá andamento depois de efectuado o pagamento do preparo relativo às despesas com a avaliação do prédio. Art. 62º. 1. A primeira prestação será liquidada no acto da escritura e conterá apenas o juro. 2. As subsequentes prestações abrangerão o juro e a amortização do capital, devendo ser satisfeitas de seis em seis meses, a contar da data da escritura. Art. 63º. 1. A falta de pagamento de qualquer prestação na data do seu vencimento fará incidir sobre o valor da prestação a taxa do juro de mora cobrada por dívidas ao Estado. 2. Decorridos seis meses, a contar do vencimento, sem que seja efectuado o pagamento, considerar-se-ão vencidas todas as prestações, quer do capital, quer do juro. Art. 64º. Podem ser feitas entregas parciais para cada prestação ser liquidada na data do vencimento. Art. 65º. 1. O sócio pode, em qualquer altura, antecipar, total ou parcialmente, o pagamento das prestações. 2. A antecipação não dispensa o pagamento, por inteiro, da prestação correspondente ao semestre em que a antecipação tiver lugar e não dará direito à restituição de juros pagos. Art. 66º. Os imóveis a hipotecar terão de estar seguros contra incêndio, procedendo-se, no caso de destruição parcial ou total, de harmonia com o prescrito nos artigos 45º. e 46º., na parte aplicável. Art. 67º. 1. Se os beneficiários perderem a qualidade de sócios, alienarem os imóveis hipotecados ou faltarem a qualquer das obrigações estabelecidas nos presentes estatutos ou no contrato respectivo, considerar-se-á este rescindido e vencidas imediatamente todas as quantias em dívida. 2. O Cofre notificará o sócio, por carta registada com aviso de recepção, para liquidar a importância em débito no prazo de trinta dias. SECÇÃO IV Reembolso do vencimento perdido por doença Art. 68º. 1. O reembolso do vencimento perdido por doença do sócio não pode exceder a parte do vencimento base perdido pelo sócio, durante noventa dias em cada ano, nem exceder o produto da percentagem de 7,5% sobre o subsídio inscrito pelo sócio. 2. Os quantitativos dos reembolsos poderão ser revistos pela assembleia geral desde que excedam, anualmente, 10% dos rendimentos provenientes dos fundos capitalizados pelo Cofre. Art. 69º Para ser concedido o reembolso é necessário que o sócio o solicite até ao último dia do sexto mês seguinte ao termo da doença. 2 - Sempre que possível, o pedido escrito deve ser acompanhado de declaração discriminada dos vencimentos perdidos, autenticada legalmente, e da qual conste não haver processo pendente para o reembolso por parte da entidade processadora dos vencimentos. Art. 70º. As importâncias dos reembolsos não reclamadas no prazo de um ano, a contar da data do deferimento, revertem a favor do Cofre. SECÇÃO V Centros de assistência Art. 71º. 1. Para satisfação das suas necessidades de ordem económica, cultural e social, os sócios do Cofre podem associar-se para constituição dos centros de assistência, referidos na alínea e) do artigo 3º. 2. Os centros de assistência são dotados de autonomia administrativa e financeira e, como Pág 258 de 461 Páginas

259 propriedade do Cofre, gozam das regalias e isenções a ele concedidas. Art. 72º. Para a criação de um centro de assistência é necessário: a) Que o pedido efectuado nesse sentido seja subscrito por um mínimo de trinta sócios; b) Que os requerentes elaborem estatuto de associação, para ser presente, para aprovação, à assembleia geral, com o parecer da direcção; c) Que os requerentes se comprometam a pagar a importância que lhes for fixada pela cedência da casa ou parte de casa que se destine ao centro de assistência. Art. 73º. 1. Os membros das direcções dos centros de assistência são solidariamente responsáveis pelos actos de administração dos mesmos. 2. Até à eleição dos corpos gerentes dos centros, serão responsáveis os sócios fundadores. Art. 74º. Pelas dívidas dos centros de assistência respondem em partes iguais os respectivos associados, tendo aquele que as tiver pago a faculdade de exigir dos demais a parte que lhes competia. Art. 75º. A direcção do Cofre tem o direito de fiscalizar, a todo o momento, a gestão dos centros, podendo assumir a sua administração directa, através de instituição de comissões administrativas, quando verifique não estarem a ser cumpridos os respectivos estatutos. SECÇÃO VI Subsídio de luto e de funeral Art. 76º. 1. O subsídio de luto, referido na alínea f) do artigo 3º., será pago apenas ao cônjuge sobrevivo e aos descendentes do sócio ou, na falta destes, aos ascendentes. 2. Ao cônjuge sobrevivo pertencerá metade do subsídio, dividindo-se o restante, em partes iguais, pelos descendentes ou, na falta destes, pelos ascendentes do sócio. 3. Não havendo cônjuge, dividir-se-á o subsídio pelos descendentes ou, na falta destes, pelos ascendentes. Art. 77º. O subsídio de funeral, a que também se refere a alínea f) do artigo 3º., será pago à pessoa que provar ter feito a respectiva despesa ou que por ela seja responsável. CAPÍTULO V Administração do Cofre SECÇÃO I Disposições gerais Art. 78º. 1. A administração do Cofre está confiada aos corpos gerentes. 2. Os corpos gerentes são constituídos pela mesa da assembleia geral, direcção e conselho fiscal, eleitos pela assembleia geral. Art. 79º. 1. Haverá nos corpos gerentes membros efectivos e suplentes. 2. Se o sócio eleito como membro efectivo não tomar posse do respectivo cargo ou se o abandonar, será chamado à efectividade o suplente. SECÇÃO II Eleições Art. 80º. 1. Os corpos gerentes são eleitos bienalmente, por escrutínio secreto, sobre as listas previamente apresentadas, tendo cada sócio direito a um voto. 2. A direcção apresentará obrigatoriamente uma lista e podem ser apresentadas outras listas, desde que propostas por um mínimo de cinquenta sócios. 3. As listas são apresentadas durante o mês de Outubro e serão afixadas na sede do Cofre, em lugar bem visível. 4. Os dois trabalhadores do Cofre referidos no artigo 94º. serão eleitos em plenário, por escrutínio secreto, mas a eleição só terá lugar depois de eleitos os restantes membros dos corpos gerentes. Art. 81º. É permitida a reeleição dos corpos gerentes. Art. 82º. A assembleia de voto funcionará, em Lisboa, na sede do Cofre, desde as 9 até às 19 horas, e no local que tiver sido determinado pela direcção para a realização da assembleia geral desde o início até ao final. Art. 83º. 1. Poderão também funcionar assembleias regionais de voto nas cidades do Porto, Coimbra e Évora, desde que durante o mês de Outubro o Pág 259 de 461 Páginas

260 mínimo de cinquenta sócios o requeira à direcção. 2. As assembleias regionais terão lugar na véspera da eleição marcada para Lisboa e são presididas por um delegado designado pela mesa da assembleia geral e secretariadas por dois sécios de inscrição obrigatória do respectivo distrito, indicados pelo respectivo delegado. 3. Finda a eleição, o delegado elaborará a acta respectiva, que será assinada pelos dois outros membros da mesa e fechada em sobrescrito lacrado. 4. Os resultados das assembleias regionais só serão divulgados após a realização da assembleia geral em Lisboa. Art. 84º. 1. Os sócios que residam fora dos locais em que se realizam assembleias de voto devem enviar directamente ao presidente da assembleia geral o seu voto, em sobrescrito fechado e lacrado, devendo solicitar previamente as respectivas listas. 2. No verso do sobrescrito deve pôr-se a indicação «Para eleição dos corpos gerentes», e ainda o nome, categoria e, se possível, o número de sócio. SECÇÃO III Assembleia geral Art. 85º. A assembleia geral é formada pela reunião dos sócios no pleno gozo dos seus direitos. Art. 86º. 1. Haverá anualmente duas sessões ordinárias e as extraordinárias que forem necessárias. 2. A primeira sessão ordinária terá lugar até 31 de Março, para apreciação e votação do relatório e contas da gerência finda em 31 de Dezembro do ano anterior, e a segunda, na 1.ª quinzena de Dezembro, para eleição dos corpos gerentes, se for caso disso, e para apreciação e votação do orçamento da receita e despesa respeitante ao ano económico seguinte. 3. As sessões extraordinárias efectuam-se sempre que a direcção ou o conselho fiscal o julguem conveniente ou quando o plenário dos trabalhadores do Cofre o requeira, podendo ainda realizar-se, a requerimento dos sócios, nos termos da alínea c) do artigo 8º. Art. 87º. 1. Constituí-se a assembleia geral ordinária com o número de sócios que estiver presente à hora da abertura da sessão e consideram-se legais as decisões por ela tomada com a maioria dos votos presentes. 2. Tratando-se de assembleia geral extraordinária, a sessão só poderá ter lugar, em primeira convocação, com o número mínimo de cem sócios e, em segunda, com qualquer número. Art. 88º. 1. As assembleias gerais são convocadas pelo presidente, com uma antecedência não inferior a trinta dias, por anúncios publicados em, pelo menos, seis dos principais jornais de Lisboa e Porto e, se possível, nos diversos órgãos de comunicação social. 2. Quando a assembleia não possa funcionar por falta de quorum ou qualquer outro motivo de força maior, a nova sessão terá lugar decorrida que seja uma hora, sendo então válidas as deliberações tomadas, qualquer que seja o número de sócios presente. Art. 89º. Além do que especialmente se dispõe noutros preceitos, compete ainda à assembleia geral: a) Nomear qualquer comissão que se torne necessária para o estudo de assuntos de interesse para o Cofre; b) Autorizar a venda de títulos da dívida pública; c) Aprovar orçamentos suplementares; d) Aprovar a fusão do Cofre com outras instituições congéneres, definindo os direitos dos sócios dos organismos fundidos e os termos precisos da fusão. SECÇÃO IV Mesa da assembleia geral Art. 90º. A mesa da assembleia geral compõe-se de um presidente e dois secretários. Art. 91º. Se à hora designada para a reunião da assembleia geral não estiverem presentes o presidente e os secretários, nem os respectivos suplentes, incumbirá à assembleia proceder à eleição da mesa. Art. 92º. Compete especialmente ao presidente da assembleia geral: a) Convocar as assembleias gerais e dirigir os respectivos trabalhos; b) Rubricar o livro das actas e assinar os respectivos termos de abertura e encerramento; c) Dar posse aos corpos gerentes. Pág 260 de 461 Páginas

261 Art. 93º. Compete especialmente aos secretários lavrar as actas e passar as certidões que das mesmas forem necessárias, bem como preparar o expediente das sessões e dar-lhe seguimento. SECÇÃO V Direcção Art. 94º. 1. A direcção é constituída por cinco elementos, dois dos quais deverão ser trabalhadores do Cofre. 2. Um dos elementos da direcção deverá ter disponibilidades de tempo para poder fazer parte do secretariado. Art. 95º. 1. Os cargos e as funções de cada um dos membros da direcção serão distribuídos nos termos que forem deliberados pela própria direcção. 2. Na impossibilidade de qualquer dos membros efectivos exercer o seu cargo, será chamado o respectivo suplente. 3. Os membros da direcção que sejam trabalhadores do Cofre não têm suplentes e, na falta ou impedimento de algum, o plenário indicará outro. 4. A direcção só pode funcionar com a presença da maioria dos seus membros. Art. 96º. 1. Na direcção haverá um secretariado incumbido do despacho de todo o expediente, podendo serlhe especialmente delegadas outras competências pela direcção. 2. As deliberações do secretariado serão obrigatoriamente submetidas à apreciação da direcção nos casos seguintes: a) Quando não tenham sido tomadas por unanimidade; b) Quando, no prazo de trinta dias a contar do conhecimento da respectiva deliberação, os interessados solicitem que o assunto seja resolvido pela direcção. 3. O secretariado, assistido pelo director de serviços, será constituído pelos seguintes elementos da direcção: a) Um dos membros da direcção, por esta designado, e que tenha disponibilidades de tempo para o desempenho de funções no secretariado; b) Os dois trabalhadores do Cofre. Art. 97º. Além do que especialmente se dispõe noutros preceitos, compete, designadamente, à direcção: a) Proceder à administração do Cofre; b) Admitir os trabalhadores que pretendam inscrever-se como sócios e informá-los da sua admissão e da quota que lhes corresponde; c) Verificar se os sobrescritos com a declaração relativa ao subsídio por morte se encontram nos termos estatutários; d) Promover a elaboração, pelo menos trienalmente, do balanço técnico; e) Elaborar os orçamentos suplementares que se mostrem necessários; f) Elaborar os regulamentos necessários à execução dos presentes Estatutos, ouvidos os trabalhadores do Cofre, esclarecendo, por igual forma, os casos omissos; g) Solicitar das repartições processadoras de quaisquer abonos aos sócios do Cofre para que sejam efectuados os descontos relativos aos mesmos e, na impossibilidade de fazer transferência das importâncias descontadas nas folhas, determinar que os encargos dos sócios sejam pagos directamente na tesouraria do Cofre, por meio de cheque ou outra qualquer forma de pagamento que o sócio prefira; h) Designar os dias da reunião ordinária; i) Fazer distribuir pelos sócios que o solicitarem o exemplar do relatório; j) Publicar em dois jornais diários, um de Lisboa e outro do Porto, o balanço e a conta de gerência; k) Fazer entrega às novas direcções de todos os valores do Cofre, do que se lavrará termo, assinado por ambas as direcções; l) Promover a venda de papéis de crédito ou negociar empréstimos, se as disponibilidades em numerário não cobrirem a despesa obrigatória do Cofre; m) Dar cumprimento às deliberações da assembleia geral; n) Negociar a fusão com outras instituições congéneres, mesmo de carácter particular, desde que mais de dois terços dos seus associados sejam trabalhadores da função pública. Art. 98º. 1. A direcção elaborará anualmente o orçamento, a apresentar à assembleia geral, no qual serão discriminados o mais pormenorizadamente possível os encargos com o pessoal, expediente, mobiliário e outras despesas. 2. A direcção, quando necessário, poderá reforçar as verbas inscritas por meio de transferências, contanto que não seja excedido o total da despesa autorizada pela assembleia geral. 3. Logo que se vençam, devem ser efectuados os pagamentos dos subsídios por morte, de luto e de funeral, os reembolsos de vencimentos perdidos e a restituição de 50% das quotas pagas, ainda Pág 261 de 461 Páginas

262 que não esteja orçamentada verba necessária para o efeito. Art. 99º. O relatório da gerência e conta anual, a apresentar na primeira assembleia geral pela direcção, conterá uma exposição sucinta do resultado da administração, bem como as propostas que se julgarem convenientes, e será acompanhado pelos seguintes mapas: a) Balanço geral; b) Conta de gerência; c) Relação dos prédios adquiridos durante o ano, com indicação do nome e número do sócio, profissão, rendimento, local do prédio, preços de avaliação e aquisição, importância despendida pelo Cofre e data da respectiva escritura; d) Movimento de subsídios e quotizações; e) Subsídios inscritos e vencidos por escalões de 5000$00. Art. 100º. Os membros da direcção são solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados ao Cofre, cada um pelo tempo que houver servido e com respeito à resolução em que tenha tomado parte e não tenha ressalvado o seu voto. Art. 101º. A aprovação pela assembleia geral das contas da gerência da administração isenta os membros da direcção da sua responsabilidade, salvo provando-se que nas contas houve omissões ou indicações falsas com o fim de dissimular o verdadeiro estado do Cofre. Art. 102º. Das deliberações da direcção podem os sócios recorrer para a assembleia geral, no prazo de trinta dias, a contar da comunicação aos interessados. SECÇÃO VI Conselho fiscal Art. 103º. 1. O conselho fiscal é composto por um presidente e dois secretários. 2. Na falta ou impedimento dos efectivos, entram em exercício os suplentes. Art. 104º. Compete ao conselho fiscal: a) Exercer a fiscalização, pelo menos mensalmente, das contas do Cofre e examiná-las sempre que o julgue conveniente; b) Solicitar do presidente da assembleia geral a convocação da reunião extraordinária, quando o julgue necessário; c) Assistir ou fazer-se representar por um dos seus membros em todas as sessões da direcção; d) Verificar o saldo em caixa, o que fará constar das suas actas; e) Dar anualmente o seu parecer sobre o relatório e contas, bem como sobre o orçamento; f) Emitir parecer sobre quaisquer assuntos para que seja solicitado pela direcção. Art. 105º. Para emissão dos pareceres referidos na alínea e) do artigo antecedente, deverão estar presentes todos os membros do conselho fiscal. CAPÍTULO VI Fundos do Cofre Art. 106º. Os fundos do Cofre de Previdência são constituídos: a) Pela quotização dos sócios; b) Pela importância de 10% da parte ilíquida das multas que pertença aos sócios do Cofre; c) Pelas amortizações e prestações satisfeitas pelos sócios ao Cofre; d) Pelos valores patrimoniais existentes; e) Pela importância dos reembolsos de vencimentos perdidos por doença e subsídios que não forem levantados nos prazos estabelecidos; f) Pelas heranças, legadas ou doações a favor do Cofre; g) Pelo juro das importâncias depositadas e capitalizadas; h) Por outras importâncias a que o Cofre tenha direito por disposição especial. Art. 107º. 1. Quando as quotas e outros encargos devam ser descontados mensalmente, nos termos do artigo 11º., as entidades processadoras de folhas de abonos, quando as enviarem à Direcção-Geral da Contabilidade Pública, para efeitos de autorização de pagamento, deverão fazê-las acompanhar de uma relação com a indicação dos descontos, a qual, depois de conferida, será remetida à direcção do Cofre para fins de escrituração de receita. 2. O disposto nos números anteriores é extensivo, na parte aplicável, às administrações autónomas, aos corpos administrativos e a todas as entidades a quem cumpra autorizar o pagamento de vencimentos ou pensões de aposentação e que não sejam obrigadas a enviar as folhas respectivas à Direcção-Geral da Contabilidade Pública, podendo, no entanto, os respectivos Pág 262 de 461 Páginas

263 serviços enviar apenas uma folha das alterações havidas em relação ao mês anterior. Art. 108º. O produto da percentagem sobre as multas, a que se refere a alínea b) do artigo 106º., será discriminados nas guias de pagamento das respectivas multas. Art. 109º. 1. O dinheiro do Cofre será depositado à ordem ou a prazo, em instituição de crédito estatal ou nacionalizada, à ordem da direcção. 2. Os depósitos serão efectuados de modo que os levantamentos careçam da assinatura de três membros da direcção. Art. 110º. Não poderão ser penhorados os capitais do Cofre de Previdência, nem os bens em que os mesmos sejam convertidos. CAPÍTULO VII Pessoal Art. 111º. 1. Com ressalva do disposto no artigo 113º.), os trabalhadores do Cofre serão considerados para todos os efeitos, como trabalhadores da função pública e gozam de todos os direitos e regalias, estando também sujeitos aos correspondentes deveres. 2. O quadro do pessoal do Cofre será fixado pela assembleia geral, sob proposta da direcção. Art. 112º. 1. A admissão do pessoal necessário para os serviços do Cofre, bem como a sua promoção, aposentação e exoneração, incumbem à direcção. 2. À direcção compete ainda elaborar o regulamento do pessoal, com a participação dos trabalhadores do Cofre, eleitos em plenário por escrutínio secreto. Art. 113º. As remunerações dos trabalhadores do Cofre são pagas pelos respectivos fundos, e as suas pensões de aposentação e de sobrevivência constituem encargo do Fundo de Auxílio de Pensões, que será subsidiado pelo próprio Cofre. Art. 114º. O Fundo de Auxílio de Pensões é constituído: a) Pelos valores existentes; b) Pela importância das quotas a pagar pelos trabalhadores, igual à fixada pela Caixa Geral de Aposentações para o funcionalismo público; c) Pela importância inscrita anualmente no orçamento; d) Pelos juros dos capitais próprios; e) Por quaisquer donativos TABELA A (Artigo 19º.) Esta tabela só tem aplicação para os sócios admitidos até Maio de (ver documento original) TABELA B (Artigos 5º. e 19º. dos presentes Estatutos) (ver documento original) O subsídio para os sócios que não atinjam o número de anos referidos na coluna (a) é calculado pela forma seguinte: S = (N/a) x V S representa a importância do subsídio. N o número de anos de sócio. a o número de anos que deve ter de sócio para ter o subsídio por inteiro. V o vencimento que serviu de base para o cálculo da quota na data da sua morte. A coluna (A) indica o número de quotas mensais, segundo a idade, para se ter direito ao subsídio depois de um ano de sócio, e que só será concedido no acto da inscrição no Cofre e quando pague por uma só vez a importância correspondente no prazo que lhe for fixado. Pelo Ministro das Finanças, Vítor Manuel Ribeiro Constância, Secretário de Estado do Planeamento e Orçamento. TABELA C (Artigo 19º.) Subsídio limitado com vencimento a um ano de inscrição e quota actuarial (ver documento original) TABELA D (Artigo 19º.) Subsídio crescente, sendo vitalícia a taxa anual de crescimento, de 2% sobre o subsídio inicial, com vencimento a um ano de inscrição e quota actuarial. (ver documento original) Pág 263 de 461 Páginas

264 Decreto-Lei n.º 123/79 de 10 de Maio alterado pelo Decreto-Lei n.º 111/80 de 12 de Maio DR N.º 107/79 SÉRIE I Conselho da Revolução Permite a contagem de tempo de serviço prestado por sargentos na situação de reforma para efeitos de cálculo das pensões de reserva e de reforma PÁGINAS 859 a 859 O Conselho da Revolução decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 148º. da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. As pensões de reserva e de reforma dos sargentos abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 55/79, de 20 de Março, e anteriormente pelo artigo 19º. do Decreto-Lei n.º 941/76, de 31 de Dezembro, n.ºs 1 e 2 do artigo 10º. do Decreto-Lei n.º 361/70, de 1 de Agosto, com a redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 208/75, de 18 de Abril, e Decreto-Lei n.º 428/76, de 2 de Junho, devem ser calculadas tendo em conta o tempo de serviço prestado por aqueles militares quando se encontravam na situação de reforma antes da sua passagem à situação de reserva. Art. 2º. Para o efeito do artigo anterior, os militares a quem venha a ser contado o tempo relativo ao serviço prestado como reformados indemnizarão a Caixa Geral de Aposentações nos termos do n.º 1 do artigo 13º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, devendo, neste caso, a dívida ser apurada em função dos vencimentos que na reserva corresponderiam ao seu posto. Visto e aprovado em Conselho da Revolução em 30 de Março de Promulgado em 4 de Abril de Publique-se. O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. - O Primeiro-Ministro, Carlos Alberto da Mota Pinto. Pág 264 de 461 Páginas

265 Decreto-Lei n.º 253-A/79, 27 de Julho DR n.º 172/79 SÉRIE I 1º. SUPLEMENTO Conselho da Revolução Insere disposições relativas à revisão da generalidade das remunerações acessórias estabelecidas para o pessoal militar PÁGINAS 1742-(1) a 1742-(4) O Decreto-Lei n.º 251-A/78, de 24 de Agosto, no seu artigo 6º., n.º 4, consignou a necessidade de se proceder à revisão da generalidade das remunerações acessórias estabelecidas para o pessoal militar. Com essa finalidade se tem vindo a proceder aos necessários estudos, alguns dos quais se não encontram ainda concluídos, dada a sua natural complexidade. Não obstante, importa rever desde já aquelas remunerações cujos estudos se encontram concluídos e, em especial, aquelas cuja actualização se reveste de particular premência, por respeitarem ao exercício de actividades envolvendo risco e desgaste significativos, tendo em atenção a sua execução diferenciada. Há ainda que ter em conta que essas remunerações têm vindo a ser mantidas inalteradas desde há longo tempo, nalguns casos mesmo há mais de duas dezenas de anos. Na revisão destas remunerações, inerentes a actividades caracterizadas por especiais condições de dureza, desgaste, incomodidade e risco, houve, por um lado, a preocupação de tomar como referencial para os casos mais significativos uma ordem de grandeza do terço da remuneração base dos postos relevantes e, por outro lado, adoptar, para cada um dos diferentes tipos de remuneração, os conceitos mais ajustados às especificidades orgânicas e operacionais de cada um dos ramos. Nestes termos: O Conselho da Revolução decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 148º. da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. É ampliado para um ano o prazo fixado no n.º 4 do artigo 6º. do Decreto-Lei n.º 251-A/78, de 24 de Agosto, para a revisão das remunerações acessórias estabelecidas para o pessoal militar. Art. 2º. Sem prejuízo da revisão a fazer dentro do prazo reajustado nos termos do artigo anterior, são desde já extintas as seguintes remunerações acessórias, mesmo quando o serviço é prestado em regime de acumulação: a) As gratificações previstas no n.º 3 da Portaria n.º 778/76, de 31 de Dezembro, para o pessoal técnico e administrativo; b) As gratificações previstas no único do artigo 4º. do Decreto-Lei n.º 48227, de 27 de Janeiro de 1968: c) As gratificações atribuídas ao director e ao encarregado da Casa do Militar da Armada; d) As gratificações previstas no único do artigo 1º. do Decreto-Lei n.º 45932, de 18 de Setembro de 1964; e) As gratificações previstas no único do artigo 8º. do Decreto-Lei n.º 41279, de 20 de Setembro de 1957, com a redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 455/70, de 2 de Outubro; f) As gratificações previstas no n.º 2 do artigo 12º. do regulamento aprovado pelo Decreto-Lei n.º 135/71, de 9 de Abril; g) As gratificações a que se refere o artigo 15º. do Decreto-Lei n.º 40950, de 28 de Dezembro de 1956; h) As gratificações a que se refere o artigo 8º. do Decreto-Lei n.º 42792, de 31 de Dezembro de 1959, com a redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n: 44726, de 24 de Novembro de 1962: i) Os subsídios a que se refere a alínea a) do n.º 2 da Portaria n.º 252/76, de 29 de Março: j) Os subsídios a que se referem as alíneas a) e b) do artigo 4º. do Decreto-Lei n.º 577-A/75, de 8 de Outubro. Art. 3º. São também desde já revistas as remunerações inerentes a actividades envolvendo risco e desgaste significativos, como é o caso das gratificações de serviço aéreo, de serviço de imersão, de serviço pára-quedista e de serviço de mergulhador e do prémio por inactivação de engenhos explosivos. A) Gratificação de serviço aéreo Pág 265 de 461 Páginas

266 Art. 4º. 1 - A gratificação de serviço aéreo ao pessoal da Força Aérea considerado navegante nos termos da lei, bem como ao constante das alíneas e) e d) deste artigo, é fixada nos quantitativos mensais correspondentes às seguintes percentagens do vencimento base de capitão, arredondados para a centena de escudos imediatamente superior: (ver documento original) 2 - O abono da gratificação de serviço aéreo terá lugar quando se verifiquem as condições estabelecidas, para o efeito, na legislação especial reguladora da prestação daquele serviço. Art. 5º. 1 - Para efeitos de cálculo de pensões de reserva e de reforma, a gratificação de serviço aéreo a considerar é a do último posto em que este serviço foi desempenhado, até ao limite máximo da atribuída a oficial general. 2 - Às pensões de reserva que, nos termos legais, incluam gratificação de serviço aéreo aplica-se, em relação ao montante desta gratificação, o disposto no artigo 2º. do Decreto-Lei n.º 75-V/77, de 28 de Fevereiro. 3 - O estabelecido no número anterior abrange o serviço aéreo prestado na extinta aeronáutica naval. B) Gratificação de serviço de imersão Art. 6º. 1 - A gratificação de serviço de imersão é fixada nos quantitativos mensais correspondentes às seguintes percentagens, arredondadas para a centena de escudos imediatamente superior, do vencimento base de primeiro-tenente, no caso da alínea a), e de primeiro-sargento, nos restantes casos: (ver documento original) 2 - A gratificação de serviço de imersão é apenas abonada ao pessoal especializado em submarinos que faça parte das respectivas lotações e que durante o mês haja permanecido embarcado fora de Lisboa no mínimo de dez dias. 3 - Os quantitativos da gratificação de serviço de imersão são reduzidos de 20% quando, durante o mês, não seja atingido o mínimo estabelecido no número anterior. 4 - Os oficiais, sargentos e praças em especialização recebem, quando embarcados, 75% da respectiva gratificação. 5 - O pessoal especializado em submarinos e em serviço na respectiva esquadrilha vence 60% da gratificação, desde que tenha de embarcar nos submarinos por motivo da função que desempenha ou como pessoal de reserva das guarnições. Art. 7º. 1 - Para efeitos de cálculo de pensões de reserva e de reforma, a gratificação de serviço de imersão a considerar é a do último posto em que este serviço foi desempenhado, reduzida a 80%, com arredondamento para a centena de escudos imediatamente superior. 2 - Às pensões de reserva que, nos termos legais, incluam gratificação de serviço de imersão aplicase, em relação ao montante desta gratificação, o disposto no artigo 2º. do Decreto-Lei n.º 75-V/77, de 28 de Fevereiro. Art. 8º. São revogados os artigos 24º. e 25º. do Decreto- Lei n.º 30249, de 30 de Dezembro de C) Gratificação de serviço pára-quedista Art. 9º. Revogado pelo Decreto-Lei n.º 180/94, de 29 de Junho Art. 10º. Revogado pelo Decreto-Lei n.º 180/94, de 29 de Junho Art. 11º. O artigo 2º. do Decreto-Lei n.º 45256, de 21 de Setembro de 1963, passa a ter a seguinte redacção: Art. 2º. As gratificações a que se refere o artigo anterior são fixadas do seguinte modo: a) Gratificação de serviço de mergulhador, nos quantitativos mensais correspondentes às seguintes percentagens, arredondados para a centena de escudos imediatamente superior, do vencimento base de primeiro-tenente, no caso da subalínea 1), e do vencimento base de primeirosargento, nos restantes casos: (ver documento original) b) Gratificação suplementar: (ver documento original) 1º. Durante a frequência de cursos de mergulhadores no País ou no estrangeiro os alunos - oficiais terão direito à percepção de 75% da correspondente gratificação fixada na alínea a) deste artigo e os alunos - sargentos e praças igual percentagem da gratificação estabelecida na mesma disposição para a 3.ª categoria, mas o abono só lhes poderá ser liquidado e pago depois de os mesmos terem atingido uma qualificação equivalente à de mergulhador - vigia. 2º. Os oficiais médicos e os sargentos enfermeiros que tenham de prestar serviço em Pág 266 de 461 Páginas

267 câmaras de compressão, designadamente em testes e provas nas inspecções para submarinistas e mergulhadores, tratamentos por oxigenoterapia hiperbárica e tratamentos de acidentes em mergulho, sempre que sujeitos a pressão, terão direito a uma percentagem de gratificação suplementar estabelecida no corpo deste artigo, a definir por despacho do Chefe do Estado-Maior da Armada. Art. 12º. 1 - Para efeitos de cálculo de pensões de reserva e de reforma, a gratificação de serviço de mergulhador a considerar é a do último posto em que este serviço foi desempenhado. 2 - Às pensões de reserva que, nos termos legais, incluam gratificação de serviço de mergulhador aplica-se, em relação ao montante dessa gratificação, o disposto no artigo 2º. do Decreto- Lei n.º 75-V/77, de 28 de Fevereiro. E) Prémio por inactivação de engenhos explosivos Art. 13º. O pessoal especialmente qualificado para a inactivação de engenhos explosivos que intervenha em acções de inactivação revestidas de excepcional grau de risco tem direito ao abono de um prémio, de quantitativo a fixar, para cada caso, pelo respectivo Chefe do Estado-Maior, até ao máximo correspondente a 50% do vencimento base de capitão, a arbitrar em função do grau de perigo de cada uma daquelas acções. F) Disposições finais Art. 14º. As gratificações de que tratam os artigos 5º., 7º., 10º. e 12º. deste diploma consideram-se, para efeitos de reserva e de reforma, como remunerações abrangidas pela alínea a) do artigo 47º. do Estatuto da Aposentação. Art. 15º. O presente diploma entra em vigor a partir de 1 de Junho de 1979, sem prejuízo do disposto no artigo 1º. Art. 16º. As dúvidas resultantes da aplicação do presente diploma e os casos omissos serão resolvidos por despacho conjunto do Chefe do Estado-Maior- General das Forças Armadas e dos Chefes do Estado-Maior dos departamentos militares. Visto e aprovado em Conselho da Revolução em 2 de Março de Promulgado em 26 de Julho de Publique-se. O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. - O Primeiro-Ministro, Carlos Alberto da Mota Pinto. Pág 267 de 461 Páginas

268 Decreto-Lei n.º 381/79 de 14 de Setembro DR N.º 213/79 SÉRIE I Conselho da Revolução Contagem de tempo de frequência das Escolas Militares para calculo de pensões Determina que o tempo de frequência das Universidades necessário à obtenção das habilitações que constituíam ou constituam as condições gerais de admissão à Academia Militar ou escolas suas antecessoras e Escola Naval conta como tempo de serviço unicamente para efeito de cálculo de pensões de reserva e reforma dos oficiais delas oriundos PÁGINAS 2325 a 2326 Considerando que aos oficiais médicos, veterinários e farmacêuticos são contados como tempo de serviço, para efeitos de cálculo de pensões de reserva e reforma, os anos frequentados, com aproveitamento, em Universidades, para obtenção dos cursos que permitem o seu ingresso nos respectivos quadros permanentes das forças armadas; Considerando que aos oficiais das forças armadas cujos cursos militares hajam decorrido integralmente na Acadmia Militar ou escolas suas antecessoras e Escola Naval são contados como tempo de serviço, nomeadamente para efeito de cálculo de pensões de reserva e reforma, todos os anos de duração desses cursos, que incluem os chamados «preparatórios militares»; Considerando haver oficiais que frequentaram obrigatoriamente, conforme os casos, esses preparatórios militares em Universidade ou cursos correspondentes em institutos de ensino médio, ou ainda frequentaram aqueles preparatórios, facultativamente, nas Universidades, sem dispêndio directo para as forças armadas, aos quais não é presentemente feita a contagem de tempo dessa frequência; Considerando ainda que a não ser contado como tempo de serviço, para efeito de cálculo de pensões de reserva e reforma, o tempo decorrido nas condições atrás descritas se prejudicam oficiais cuja formação profissional menor dispêndio provocou à Fazenda Nacional: O Conselho da Revolução decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 148º. da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. 1 - O tempo de frequência das Universidades necessário à obtenção das habilitações que constituíam ou constituam as condições gerais de admissão à Academia Militar ou escolas suas antecessoras e Escola Naval conta como tempo de serviço unicamente para efeito de cálculo de pensões de reserva e reforma dos oficiais delas oriundos. 2 - Igualmente é contado aos respectivos oficiais, para efeitos do número anterior, o tempo de frequência obrigatória dos cursos dos institutos de ensino médio necessário à satisfação das mesmas condições gerais de admissão às referidas escolas militares, desde que se verifique uma das seguintes premissas: a) Essa frequência constitua sequência do curso complementar dos liceus; b) Essa frequência esteja para além do 2º. ou 3º. anos dos cursos dos institutos de ensino médio, conforme a duração desses cursos haja sido, respectivamente, de três ou de quatro anos. 3 - No caso de os preparatórios não fazerem parte da frequência na Academia Militar, escolas suas antecessoras e Escola Naval, a contagem de tempo a que se referem os números anteriores será feita como a seguir se indica: Armada: Classes de marinha, engenheiros construtores navais, engenheiros maquinistas navais e administração naval - um ano. Exército: Armas de infantaria e cavalaria e serviço de administração militar - um ano. Arma de artilharia, a partir de um ano. Arma de artilharia, até dois anos. Arma de engenharia, conforme os casos - até três anos. Força Aérea: Quadros de pilotos aviadores e intendência e contabilidade - um ano. Quadros de engenheiros aeronáuticos, electrotécnicos e de aeródromos, conforme os casos - até três anos. 4 - Aos oficiais abrangidos pelas disposições deste diploma será feita a contagem do respectivo acréscimo de tempo de serviço mediante requerimento fundamentado do interessado. Pág 268 de 461 Páginas

269 Art. 2º. As importâncias devidas à Caixa Geral de Aposentações pela contagem do tempo relativo à aquisição dos preparatórios para admissão à Academia Militar, escolas suas antecessoras e Escola Naval, segundo o estabelecido no n.º 3 do artigo 1º., serão apuradas da seguinte forma: a) No caso de os preparatórios serem adquiridos em regime de externato, mas com sujeição dos interessados à disciplina militar, sejam contados como de frequência dos respectivos cursos e tenha havido abono de vencimentos, as dívidas serão determinadas de acordo com o estabelecido na alínea a) do artigo 115º. do Decreto-Lei n.º 46672, de 29 de Novembro de 1965, na nova redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º D/75, de 30 de Junho; b) Quando as habilitações para a matrícula na Academia Militar, escolas suas antecessoras e Escola Naval tenham sido obtidas por frequência das Universidades, em regime de externato ou em situação em que não tenha havido direito à percepção de vencimentos, a liquidação de quotas terá por base os vencimentos que vierem a ser atribuídos aos cadetes pelo primeiro diploma que lhes haja fixado vencimento, quanto ao período em que os mesmos não auferiram qualquer remuneração, e em função dos vencimentos sucessivamente abonados aos cadetes no período em que aquelas habilitações foram obtidas, nos restantes casos. Art. 3º. As dúvidas e os casos omissos serão resolvidos por despacho do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, obtida concordância, quando for caso disso, do Ministro das Finanças e do Plano. Art. 4º. O presente diploma entra imediatamente em vigor. Visto e aprovado em Conselho da Revolução em 1 de Agosto de Promulgado em 8 de Agosto de Publique-se. O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. - O Primeiro-Ministro, Maria de Lourdes Ruivo da Silva Matos Pintasilgo. Pág 269 de 461 Páginas

270 Decreto-Lei n.º 160/80, 27 de Maio Alterado pelos Decretos-Lei nº 133-C/97 e nº 176/2003 Estabelece um esquema de prestações de segurança social a não beneficiários de sistema contributivo 1 - A moderna evolução dos sistemas de protecção social não só aponta para o preenchimento das lacunas verificadas nos esquemas de prestações como também para a desejável generalização e universalidade do direito à segurança social. Estes objectivos não só impõem a adopção de medidas de alargamento de âmbito dos esquemas de prestações dos regimes do tipo contributivo como também exigem a criação de esquemas de protecção social especialmente destinados às populações que não são por aqueles abrangidas. Para a concretização deste último tipo de protecção social poderão teoricamente utilizar-se puros critérios demográficos que não tomem em conta os rendimentos do cidadão. Mas numa situação como a portuguesa, em que todos os esquemas são financiados pelo sistema contributivo sem participação do OGE, afigura-se preferível considerar de forma prioritária os estratos economicamente mais desfavorecidos, limitando a estes as prestações sociais a financiar por um sistema para que nada contribuem. 2 - Procede-se com o presente diploma à modificação do Decreto-Lei n.º 513-L/79, de 29 de Dezembro, que tentou, pela primeira vez em Portugal, criar um sistema mínimo de protecção social garantido a todos os cidadãos não contribuintes da Previdência. Julga-se necessário proceder a essa modificação, substituindo aquele esquema mínimo pelo estipulado no presente diploma, por diversas e ponderosas razões. Em primeiro lugar, porque do regime daquele decreto-lei resultava a extensão de alguns benefícios do sistema contributivo da segurança social (caso do abono de família) a pessoas que dele não carecem e que para ele não contribuem. Em segundo lugar, num esquema social orientado para a protecção dos não contribuintes mais desfavorecidos, não se afigura tecnicamente correcto incluir prestações a favor de beneficiários do sistema nacional de seguro obrigatório, parecendo antes preferível deixar o tratamento de tais prestações para os regimes gerais que lhe são próprios. Em terceiro lugar, no que respeita às medidas referentes à generalização do direito à assistência médica e medicamentosa, entende-se que este direito está já consagrado noutros normativos próprios. Trata-se de direito cuja satisfação é actualmente financiada tão somente pelo OGE, pelo que não se afigura razoável, na actual situação, inseri-lo no diploma relativo a prestações a financiar pelo orçamento da segurança social. Outro tanto não se afigura no tocante à atribuição do direito ao subsídio de aleitação, que deverá ser concedido de molde a atenuar o acréscimo de encargos decorrentes da alimentação da criança recémnascida. Por último importa referir, pelo que se deixou dito, que o acesso ao esquema de protecção social deve pressupor a verificação de uma condição de recursos obtida por um índice de referência ao salário mínimo nacional, de acordo com os apontados objectivos de protecção social dos mais desfavorecidos. O esquema agora instituído mantém todos os benefícios do Decreto-Lei n.º 513-L/79, na parte da segurança social, mas limita-os aos cidadãos deles realmente carecidos. Estas as razões essenciais desta modificação legislativa. Nestes termos: O Governo decreta, ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 201.º da Constituição, o seguinte: CAPÍTULO I Da natureza e âmbito Artigo 1.º Natureza do esquema 1 - O presente diploma institui um esquema de prestações de segurança social dirigido aos nacionais residentes no País que não se encontrem abrangidos por qualquer regime de protecção social, Pág 270 de 461 Páginas

271 designadamente os de natureza contributiva e inscrição obrigatória ou que se encontrem com inscrição na Previdência interrompida nos termos regulamentares. 2 - O acesso às prestações do esquema depende da verificação de condições de recursos, nos termos estabelecidos neste diploma. 3 - Os estrangeiros e os apátridas residentes há mais de seis meses em Portugal podem ter acesso ao esquema de protecção social, nos termos a definir por despacho do Ministro dos Assuntos Sociais. Artigo 2.º(1) Âmbito quanto às prestações O esquema de protecção social previsto neste diploma compreende as seguintes modalidades de prestações: a) Revogado (2) b) Subsídio por frequência de estabelecimentos de educação especial; c) Pensão de orfandade; d) Pensão social de velhice ou invalidez; e) Subsídio de velhice e invalidez; f) Equipamento social. Artigo 3.º Âmbito quanto aos serviços e instituições 1 - A concessão das prestações fixadas no presente diploma compete: a) Aos centros regionais de segurança social ou, enquanto subsistirem, às caixas de previdência e abono de família do distrito de residência do requerente, em relação às modalidades previstas nas alíneas a), b), c), e d) do artigo 2.º; b) À Caixa Nacional de Pensões, relativamente às prestações previstas nas alíneas e), f) e g) do artigo 2.º 2 - No distrito de Lisboa, a competência prevista na alínea a) do número anterior cabe à respectiva caixa de previdência e abono de família dos serviços. 3 - Compete aos centros regionais de segurança social a verificação das condições de acesso à prestação referida na alínea h) do artigo 2.º, competência que caberá ao Instituto da Família e Acção Social nos distritos em que aqueles centros não estejam implantados e enquanto o não estiverem. 4 - Por despacho do Ministro dos Assuntos Sociais será definida a entidade que, no distrito de Lisboa, é competente para a verificação das condições previstas no número anterior. CAPÍTULO II Conteúdo e condições das prestações Artigo 4.º Condição geral de recursos 1 - Têm direito às prestações previstas nos artigos 6.º a 9.º e 12.º as pessoas que tenham rendimentos ilíquidos mensais iguais ou inferiores a 40% da remuneração mínima garantida para a generalidade da população, desde que o rendimento do respectivo agregado familiar não seja superior a vez e meia o salário mínimo nacional. 2 - Para efeito do número anterior, o agregado familiar é constituído pelos parentes e afins de linha recta e os de linha colateral até ao 3º grau que convivam em economia familiar com o requerente. Pág 271 de 461 Páginas

272 Artigo 5.º Condição especial de recursos Têm ainda direito às prestações previstas neste diploma as pessoas que, embora não satisfazendo por si ou pelos seus agregados familiares, as condições gerais de recursos estabelecidas no n.º 1 do artigo 4.º, se encontrem cumulativamente nas seguintes condições: a) Tenham um agregado familiar cuja capitação de rendimento não seja superior a 30% da remuneração mínima garantida para a generalidade dos trabalhadores b) Se encontrem em situação de risco ou disfunção social grave, a determinar pelos competentes serviços de acção social, em consequência da perda ou diminuição de rendimentos ou acréscimo anormal de encargos determinados, designadamente de doença, acidente, desemprego, invalidez ou reabilitação. (...) Artigo 8.º (1) Protecção às crianças e jovens portadores de deficiência 1 As crianças e jovens portadores de deficiência têm direito à bonificação do subsídio familiar a crianças e jovens e ao subsídio por frequência de estabelecimento de educação especial, de acordo com o estabelecido no regime geral de segurança social. 2 Os titulares do subsídio familiar a crianças e jovens com bonificação por deficiência podem optar pela pensão social, verificadas as condições exigidas para esta. (...) Artigo 10.º Pensão social A pensão social de velhice e invalidez é regulada por diploma que define o regime jurídico que lhe é aplicável, incluindo o referente à condição de recursos. ( ) Artigo 13.º (1) Cumulação de prestações 1 - As prestações previstas neste diploma não são cumuláveis com prestações de idêntica natureza atribuídas por outros regimes de protecção social. 2 O subsídio por assistência a terceira pessoa não é cumulável com o subsídio de educação especial. 3 A pensão social não é cumulável com as restantes prestações pecuniárias previstas no presente diploma, com excepção do subsídio por assistência a terceira pessoa, nem com o subsídio mensal vitalício previsto no âmbito do regime geral. (...) Artigo 17.º Aplicação Territorial O presente Decreto-Lei aplica-se a todo o território nacional, ficando a sua execução, nas Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, dependente da publicação de Decreto Regional. (1) Alterado pelo Decreto-Lei n.º 133-C/97, de 30 de Maio (2) Revogado pelo Decreto-Lei n.º 176/2003 de 2 de Agosto Pág 272 de 461 Páginas

273 Decreto-Lei n.º 496/80, de 20 de Outubro, alterado pelo Decreto Lei 184/91 de 17 de Maio DR n.º 243/80 Série I Presidência do Conselho de Ministros e Ministério das Finanças e do Plano Regula a atribuição dos subsídios de férias e de Natal ao funcionalismo público PÁGINAS 3475 a 3477 O presente diploma vem regular de forma sistemática a atribuição dos subsídios de férias e de Natal ao funcionalismo público, satisfazendo uma necessidade que já se fazia sentir à data da publicação do Decreto-Lei n.º 204-A/79, de 5 de Julho. Esclarecem-se pontos duvidosos relacionados com as datas de atribuição e cálculo dos respectivos montantes e inova-se substancialmente na parte respeitante a subsídio de férias. Em ambos os casos, sai reforçado o princípio da ligação dos subsídios ao tempo de serviço prestado, princípio esse que tem tradução muito nítida no regime aplicável quando se verifica suspensão ou cessação de funções. Por outro lado, alarga-se o regime do subsídio de férias e de Natal, com as necessárias adaptações, ao pessoal das Casas Civil e Militar e do Gabinete do Presidente da República, dos Gabinetes dos membros do Governo e dos Gabinetes dos Ministros da República para os Açores e para a Madeira e define-se, quanto a ele, o respectivo regime de férias. Assim: O Governo decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201º. da Constituição, o seguinte: CAPÍTULO I Âmbito de aplicação Artigo 1º. 1 - O regime constante do presente diploma aplica-se: a) Aos funcionários e agentes em efectividade de serviço, da Administração Central, Regional e Local e dos institutos públicos que revistam a natureza de serviços personalizados ou de fundos públicos; b) Ao pessoal referido no artigo 1º. do Decreto-Lei n.º 210/80, de 5 de Julho; c) Àqueles que ocupam cargos ou desempenham funções unicamente remuneradas por gratificação. 2 - O disposto no capítulo II é também aplicável ao pessoal que se encontre nas situações de desligado do serviço aguardando aposentação, reserva, aposentação ou reforma, bem como aos pensionistas a cargo do Ministério das Finanças e do Plano ou do Montepio dos Servidores do Estado. CAPÍTULO II Subsídio de Natal Art. 2º. 1 - O pessoal abrangido por este diploma tem direito a receber, em cada ano civil, um subsídio de Natal, pagável em Novembro, de montante igual ao vencimento da letra correspondente, acrescido das diuturnidades a que tenha direito no dia 1 daquele mês. 2 - O subsídio de Natal do pessoal referido na alínea c) do n.º 1 do artigo 1º. corresponderá ao montante da gratificação a que tenha direito igualmente em 1 de Novembro. 3 - O montante do subsídio de Natal do pessoal em tempo parcial ao abrigo do Decreto-Lei n.º 167/80, de 29 de Maio, será igual à remuneração auferida pelo exercício da actividade naquelas condições, com observância do disposto no n.º Nos restantes casos de trabalho em tempo parcial, o subsídio será de quantitativo correspondente ao produto do número médio de horas mensais de trabalho, realizadas em cada ano civil até 31 de Outubro, pelo valor da remuneração - hora calculada com referência ao vencimento da letra. Art. 3º. Revogado pelo Decreto-Lei n.º 184/91 de 17 de Maio Pág 273 de 461 Páginas

274 Art. 4º. 1 - No primeiro ano civil em que é prestado serviço no âmbito da função pública em termos que confiram direito à atribuição de subsídio, este será de valor correspondente a tantos duodécimos quantos os meses de serviço completos que vierem a perfazer-se até 31 de Dezembro, contando-se para o efeito os meses de calendário, sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 18º. 2 - O disposto no número anterior aplicar-se-á nos casos da interrupção de funções com quebra de vínculo funcional, seguida de nova admissão na função pública. Art. 5º. 1 - No ano em que se verifique uma suspensão de funções durante a qual não seja abonado vencimento, o montante do subsídio equivalerá a tantos duodécimos quantos os meses completos de serviço prestados nesse ano. 2 - Nos casos previstos no número anterior, o subsídio será abonado com o último vencimento pago ou, em caso de impossibilidade, nos sessenta dias subsequentes, e calcular-se-á com base na remuneração auferida à data da suspensão se o trabalhador não estiver em efectividade em 1 de Novembro. Art. 6º. Aos funcionários e agentes que, em comissão de serviço ou requisição, forem chamados a exercer funções em entidades submetidas a um regime diferente do vigente na função pública será aplicável a disciplina prevista no artigo anterior, salvo se tiverem optado pelo estatuto remuneratório do lugar de origem. Art. 7º. 1 - Os funcionários e agentes que cessem definitivamente funções, com excepção dos referidos no n.º 2 do artigo seguinte, terão direito a receber, na data dessa cessação, um subsídio de valor correspondente a tantos duodécimos quantos os meses de serviço completos prestados nesse ano, o qual se aferirá pelo último vencimento auferido. 2 - O disposto no número anterior é igualmente aplicável ao pessoal referido na alínea b) do n.º 1 do artigo 1º. que não se encontre vinculado, por qualquer título, à função pública, quando lhe não seja aplicável o regime dos n.ºs 3 e 4 do artigo 6º. do Decreto-Lei n.º 719/74, de 18 de Dezembro, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 669/75, de 25 de Novembro. Art. 8º. 1 - O subsídio de Natal do pessoal referido no n.º 2 do artigo 1º. corresponderá ao montante da pensão a que tenha direito em 1 de Novembro, salvo o disposto no número seguinte. 2 - No ano de passagem à inactividade por motivo de aposentação ou reforma, ou por ter sido desligado do serviço aguardando aposentação, o subsídio de Natal desse pessoal será de montante igual ao que lhe seria atribuído se, à data de 1 de Novembro, estivesse em exercício efectivo de funções, independentemente da entidade processadora. Art. 9º. Os herdeiros dos funcionários e agentes falecidos antes da data do pagamento do subsídio poderão a ele habilitar-se nos termos em que o fazem para o subsídio por morte, sendo o seu montante determinado de acordo com o critério estabelecido no artigo 7º. CAPÍTULO III Subsídio de férias Art. 10º. Ao pessoal na efectividade de serviço será atribuído, em cada ano civil, um subsídio de férias pagável por inteiro no mês de Junho. Art. 11º. 1 - O subsídio de férias será de montante igual à remuneração correspondente aos dias de férias que os funcionários e agentes tenham direito a gozar em cada ano civil. 2 - No cálculo do subsídio abrange-se apenas o vencimento da letra correspondente e as diuturnidades a que os funcionários e agentes tenham direito na data em que iniciam o gozo das férias. 3 - Aplica-se ao subsídio de férias em regime de tempo parcial o disposto nos n.ºs 3 e 4 do artigo 2º. Pág 274 de 461 Páginas

275 Art. 12º. Revogado pelo Decreto-Lei n.º 184/91 de 17 de Maio Art. 13º. Se os funcionários e agentes chamados a prestar serviço militar obrigatório não tiverem exercido o direito a férias no ano da incorporação, ser-lhes-á atribuído pelos serviços de origem o correspondente subsídio de férias calculado nos termos do n.º 2 do artigo 1º. com base no vencimento do mês anterior ao da incorporação, durante o qual lhes será abonado. Art. 14º. 1 - A suspensão de funções com perda de vencimento não prejudica a atribuição do subsídio, que, se nesse ano não forem gozadas as férias, será pago com o vencimento do mês anterior àquele em que ocorrer a suspensão ou, em caso de impossibilidade, nos sessenta dias subsequentes. 2 - No ano do regresso à efectividade de serviço, o montante do subsídio será o que resultar da aplicação do n.º 1 do artigo 11º. Art. 15º. A disciplina prevista no artigo anterior é aplicável aos funcionários e agentes que, em comissão de serviço ou requisição, forem chamados a exercer funções em entidades sujeitas a regime diferente do vigente na função pública e não tenham optado pelo estatuto remuneratório do lugar de origem. Art. 16º. 1 - Os funcionários e agentes que cessem definitivamente funções terão direito a receber com o seu último vencimento: a) O subsídio de férias correspondente ao período de férias vencido nesse ano, se ainda o não tiverem recebido; b) O subsídio de férias correspondente aos meses de serviço completos prestados no ano da cessação, de montante equivalente a dois dias e meio de remuneração por cada mês de serviço. 2 - No cálculo do subsídio de férias do pessoal referido no n.º 2 do artigo 1º. que não se encontre vinculado, por qualquer título, à função pública, quando lhe não seja aplicável o regime dos n.ºs 3 e 4 do artigo 6º. do Decreto-Lei n.º 719/74, de 18 de Dezembro, na redacção do Decreto-Lei n.º 669/75, de 25 de Novembro, é aplicável o disposto na alínea b) do número anterior. CAPÍTULO IV Disposições finais Art. 17º. Os subsídios de Natal e de férias são inalienáveis e impenhoráveis. Art. 18º. 1 - Para efeitos deste diploma, entende-se que o funcionário ou agente se encontra em serviço efectivo em todas as situações em que lhe é abonado o vencimento de categoria, salário ou gratificação. 2 - Para os mesmos efeitos, considerar-se-á como mês completo o período de duração superior a quinze dias que restar no cômputo, em meses, do tempo de serviço, salvo nos casos de cessação definitiva de funções por motivo de demissão e de aposentação compulsiva. Art. 19º. O pessoal referido na alínea b) do n.º 1 do artigo 1º. tem direito a quinze dias de férias após cada seis meses completos de serviço quando, nos termos da lei geral do funcionalismo público, não tenha, nesse ano, direito a férias. Art. 20º. As dúvidas resultantes da aplicação do presente diploma serão resolvidas por despacho do membro do Governo responsável pela função pública, que será conjunto com o do Ministro das Finanças e do Plano em matérias de competência deste. Pág 275 de 461 Páginas

276 Art. 21º. 1 - Sem prejuízo do disposto no n.º 2, o presente diploma entra em vigor no dia 1 do mês seguinte ao da sua publicação. 2 - O disposto nos artigos 7º., 8º. e 16º. é aplicável aos casos de cessação definitiva de funções verificadas desde 1 de Janeiro do ano em curso. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 30 de Julho de Francisco Sá Carneiro. Promulgado em 10 de Outubro de Publique-se. O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. Pág 276 de 461 Páginas

277 Decreto-Lei n.º 256/82 de 6 de Julho DR N.º 153/82 SÉRIE I Conselho da Revolução Visa a contagem de tempo de serviço na reforma para cálculo das pensões de reserva e de reforma das praças readmitidas, abrangidas pelo artigo 5º. do Decreto-Lei n.º 514/79, de 28 de Dezembro PÁGINAS 1984 a 1984 Considerando que as praças readmitidas reformadas a quem foi facultada, nos termos do artigo 4º. do Decreto-Lei n.º 514/79, de 28 de Dezembro, a passagem à situação de reserva, prestaram serviço enquanto na situação de reforma e que o respectivo tempo não foi considerado no cálculo das suas pensões; Considerando que para os sargentos em situação análoga o Decreto-Lei n.º 111/80, de 12 de Maio, prevê que no cálculo das pensões de reserva e reforma seja levado em conta esse tempo de serviço; Considerando que aos oficiais e sargentos na situação de reserva na efectividade de serviço é conferido o direito à actualização anual das respectivas pensões, com base no aumento do tempo de serviço assim prestado, desde que não seja excedido o vencimento do correspondente posto do activo; Considerando ainda a intenção expressa no preâmbulo do Decreto-Lei n.º 514/79, de 28 de Dezembro, de fazer obedecer a iguais condições, independentemente da hierarquia ou ramo das forças armadas, a passagem às situações de reserva e reforma: O Conselho da Revolução decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 148º. da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. As pensões de reserva e de reforma das praças readmitidas abrangidas pelo artigo 4º. do Decreto-Lei n.º 514/79, de 28 de Dezembro, serão calculadas tendo em conta o tempo de serviço prestado por aqueles militares quando se encontravam na situação de reforma, antes da sua passagem à situação de reserva. Art. 2º. As praças readmitidas na situação de reserva que se encontrem na efectividade de serviço têm direito à actualização anual da respectiva pensão, com base no aumento do tempo de serviço prestado, não podendo, porém, ser excedido o vencimento de igual posto do activo. Visto e aprovado em Conselho da Revolução em 16 de Junho de Promulgado em 23 de Junho de Publique-se. O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. Pág 277 de 461 Páginas

278 Decreto-Lei n.º 434-S/82 de 29 de Outubro DR N.º 251/82 SÉRIE I 3º. SUPLEMENTO Conselho da Revolução Revê a situação dos oficiais e sargentos que, tendo prestado mais de 8 anos de serviço nos quadros permanentes, transitaram para a situação de disponibilidade ou para o quadro de complemento sem direito a pensão PÁGINAS 3598-(50) a 3598-(50) Considerando oportuno rever a situação dos oficiais e sargentos que, tendo prestado mais de 8 anos de serviço nos quadros permanentes, transitaram para a situação de disponibilidade ou para o quadro de complemento sem direito a pensão: O Conselho da Revolução decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 148º. da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. Poderão requerer a reintegração nos quadros permanentes das Forças Armadas os oficiais e sargentos que, tendo pertencido a estes quadros e que a partir de 1 de Janeiro de 1961 até 1 de Maio de 1974 transitaram para a situação de disponibilidade ou para o quadro de complemento sem direito a pensão, a seu pedido ou por terem sido julgados fisicamente incapazes para o serviço no activo, à data daquela transição tivessem prestado 8 ou mais anos de serviço nas Forças Armadas. Art. 2º. 1 - O requerimento a solicitar a reintegração será dirigido ao chefe do estado-maior do ramo e deve dar entrada na repartição competente desse ramo até 90 dias após a entrada em vigor do presente diploma, acompanhado de certificado de registo criminal. 2 - O requerente poderá juntar aos documentos indicados no número anterior os documentos que julgue susceptíveis de esclarecerem os seus antecedentes militares, as circunstâncias que concorreram para a sua passagem aos quadros de complemento ou à disponibilidade e os vínculos que o ligaram ou ligam às entidades públicas ou privadas onde exerceram ou exercem as suas actividades. Art. 3º. 1 - Os órgãos competentes dos ramos das Forças Armadas organizam para cada requerente um processo de reintegração, no qual são incluídos, além dos documentos referidos no artigo anterior, a respectiva nota de assentos, informações e outros documentos recolhidos do processo individual susceptíveis de esclarecerem a personalidade do requerente, a sua carreira militar e as circunstâncias determinantes do seu abate dos quadros permanentes. 2 - Os processos de reintegração assim organizados, aos quais serão juntos os respectivos pareceres dos órgãos competentes do ramo, são presentes ao chefe do estado-maior a quem compete decidir da reintegração dos requerentes. Art. 4º. 1 - Os requerentes que tenham obtido decisão favorável relativamente à sua pretensão serão reintegrados nos quadros permanentes numa das seguintes situações: a) No activo, na licença ilimitada, se à data da entrada em vigor do presente diploma tiverem idade inferior à legalmente fixada como limite para a passagem à reserva, com direito a pensão para o posto que possuíam na data em que transitaram para os quadros de complemento; b) Na reserva, com direito a pensão, licenciados, se à data de entrada em vigor do presente diploma tiverem idade superior à referida na alínea anterior. Art. 5º. Aos militares reintegrados ao abrigo do presente diploma não é contado, para qualquer efeito, o tempo em que permaneceram no quadro de complemento sem direito a pensão ou licenciados nem lhes são devidas quaisquer pensões correspondentes àquele período. Visto e aprovado em Conselho da Revolução em 20 de Outubro de Promulgado em 28 de Outubro de Publique-se. O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES Pág 278 de 461 Páginas

279 Decreto-Lei n.º 308/83, de 1 de Julho, alterado pelo Decreto-Lei 73/85, de 22 de Março DR n.º 149/83 SÉRIE I Ministérios da Defesa Nacional, das Finanças e do Plano, da Administração Interna e da Reforma Administrativa Garante aos militares, funcionários e agentes do Estado colocados no estrangeiro e que venham a falecer na efectividade de serviço o pagamento das despesas efectuadas com a transladação dos corpos Considerando de inteira justiça que aos familiares dos militares e dos funcionários e agentes do Estado e das demais pessoas colectivas de direito público falecidos na efectividade de serviço, quando ausentes do País ou do seu domicílio necessário, consoante os casos, por razões de serviço, seja garantido o pagamento das despesas respeitantes à transladação dos seus corpos ou cinzas: O Governo decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201º. da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. O presente diploma aplica-se aos militares e aos funcionários e agentes da administração central e local e dos institutos públicos nas modalidades de serviços personalizados e de fundos públicos. Art. 2º. 1 - Em relação ao pessoal referido no artigo anterior que vier a falecer na efectividade de serviço, as pessoas com legitimidade para requerer, nos termos do artigo 255º. do Código de Registo Civil, a transladação dos respectivos corpos ou cinzas serão compensadas de todas as despesas normais efectuadas com aquela, entre outras com a urna e seu transporte, do seguinte modo: a) Relativamente aos militares e aos funcionárias e agentes colocados no estrangeiro, desde que o óbito aí tenha ocorrido e a transladação se faça para a localidade escolhida pelos interessados em território nacional; b) Relativamente aos restantes funcionários e agentes, desde que o óbito tenha ocorrido em localidade diferente da do seu domicílio necessário, donde se encontravam deslocados em serviço, e a trasladação se faça para localidade escolhida pelos interessados em território nacional; c) Relativamente aos restantes militares, desde que o óbito tenha ocorrido em localidade diferente da do seu domicílio, donde se encontravam deslocados em serviço, e a trasladação se faça para localidade escolhida pelos interessados em território nacional. 2 - O conceito de domicílio necessário, referido no número anterior, encontra-se definido no artigo 87º. do Código Civil. Art. 3º. 1 - A compensação prevista no artigo 2º. será feita mediante requerimento do interessado, dirigido ao chefe do estado-maior do respectivo ramo das Forças Armadas se se tratar de militares ou ao director-geral ou entidades equiparadas caso se trate do restante pessoal, sendo inacumulável com o subsídio de funeral previsto nas normas em vigor. 2 - As despesas respeitantes à transladação poderão ser pagas antecipadamente às pessoas com legitimidade para os requerer ou directamente à empresa ou serviço encarregado da mesma, mediante regulamentação interna de cada ramo das Forças Armadas, a definir pelos respectivos chefes de estadomaior, no caso de se tratar de militares ou através de despacho do Primeiro-Ministro caso se trate do restante pessoal. Pág 279 de 461 Páginas

280 Art. 4º. As despesas com a transladação serão custeadas, tratando-se de militares, pelo respectivo ramo das Forças Armadas e pelas direcções-gerais ou organismos equiparados no respeitante ao restante pessoal. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 12 de Maio de Gonçalo Pereira Ribeiro Teles - Carlos José Sanches Vaz Pardal - João Maurício Fernandes Salgueiro - José Angelo Ferreira Correia António Jorge de Figueiredo Lopes. Promulgado em 7 de Junho de Publique-se. O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. Referendado em 8 de Junho de O Primeiro-Ministro, Francisco José Pereira Pinto Balsemão. Pág 280 de 461 Páginas

281 Decreto-Lei n.º 330/83 de 12 de Julho (diplona não vigente) DR N.º 158/83 SÉRIE I Ministérios da Defesa Nacional, das Finanças e do Plano e da Administração Interna Determina as entidades e os cargos que, no âmbito das Forças Armadas e das forças de segurança, conferem direito a abonos para compensação de despesas de representação Considerando a necessidade de actualizar as designações funcionais das entidades que exercem nas Forças Armadas e nas forças de segurança os cargos previstos no Decreto-Lei n.º 43458, de 31 de Dezembro de 1960, e legislação complementar; Considerando a conveniência de rever e reunir em diploma único os cargos que, nas Forças Armadas e nas forças de segurança, conferem direito à atribuição de abonos para compensação de despesas de representação: O Governo decreta, ao abrigo do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 201º. da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. As entidades militares constantes da lista anexa ao presente diploma têm direito à atribuição de um abono mensal para despesas de representação, cujo quantitativo é equivalente a 7% do vencimento base de general ou vice-almirante. Art. 2º. É revogado o Decreto-Lei n.º 43458, de 31 de Dezembro de Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 26 de Maio de Francisco José Pereira Pinto Balsemão - Carlos José Sanches Vaz Pardal - João Maurício Fernandes Salgueiro - José Ângelo Ferreira Correia. Promulgado em 8 de Junho de Publique-se. O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. Referendado em 23 de Junho de O Primeiro-Ministro, Mário Soares. Lista das entidades com direito nos abonos para compensação de despesas de representação Director do Instituto de Defesa Nacional. Autoridade Nacional de Segurança. Director Nacional de Armamento. No âmbito do EMGFA: Presidente do Supremo Tribunal Militar. Comandantes-chefes das Forças Armadas nos Açores e na Madeira. Oficiais generais directores de departamento. No âmbito da Armada: Vice-Chefe do Estado-Maior da Armada. Superintendentes dos Serviços da Armada. Director-geral dos Serviços de Fomento Marítimo. Comandante naval do Continente. Comandantes navais dos Açores e da Madeira. Director do Instituto Superior Naval de Guerra. Comandante da Escola Naval. Comandante do Corpo de Fuzileiros. No âmbito do Exército: Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército. Inspector-geral do Exército. Pág 281 de 461 Páginas

282 Oficiais generais directores de departamento. Comandantes das regiões militares. Comandantes das zonas militares. Comandante da 1.ª Brigada Mista Independente. Director do Instituto de Altos Estudos Militares. Comandante da Academia Militar. No âmbito da Força Aérea: Vice-Chefe do Estado-Maior da Força Aérea. Inspector-geral da Força Aérea. Comandante logístico e administrativo da Força Aérea. Comandante de pessoal da Força Aérea. Comandante operacional da Força Aérea. Comandante aéreo dos Açores e comandante aéreo da Madeira. Director do Instituto de Altos Estudos da Força Aérea. Comandante da Academia da Força Aérea. Comandante do Corpo de Tropas Pára-Quedistas. No âmbito das forças de segurança: Comandante-geral da Guarda Nacional Republicana. Comandante-geral da Guarda Fiscal. Comandante-geral da Polícia de Segurança Pública Pág 282 de 461 Páginas

283 Decreto-Lei n.º 281/85 de 22 de Julho Ministério da Defesa Nacional Determina que, para efeitos de cálculo das pensões de reserva, a contagem dos dois últimos anos referida na alínea b) do n.º 1 do artº. 47º. do Dec. Lei n.º 498/72, de 9/12, seja feita relativamente aos dois últimos anos de serviço prestados quer no activo quer na reserva, que imediatamente antecederam a data da pensão a calcular As pensões de reserva dos militares são, em conformidade com os Decretos-Leis n.ºs e 42146, respectivamente de 28 de Maio de 1958 e 10 de Fevereiro de 1959, calculadas nos mesmos termos das de reforma. A doutrina do Decreto-Lei n.º 603/74, de 12 de Novembro, rectificada pelo Decreto-Lei n.º 244/75, de 21 de Maio, que estabeleceu nova metodologia nesta matéria, é pouco relevante no que se refere à alteração deste princípio, pelo que o mesmo continua a ser praticado. O Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, estabelece nos seus artigos 112º. e 120º. que em matéria de reforma dos militares se aplica o regime geral das aposentações, devendo a pensão de reforma ser calculada nos termos estipulados em lei para as pensões de reserva. Desta interligação de princípios resulta a necessidade de completa harmonização na metodologia de cálculos das pensões de reserva e de reforma. Para cálculo das pensões de aposentação estabelece o Estatuto, no seu artigo 47º. que além das remunerações fixas mensais é considerada no cômputo da pensão a média de outras remunerações percebidas pelo subscritor nos dois últimos anos que imediatamente antecederam o termo do serviço em função do qual o subscritor é aposentado. A situação de reserva, específica dos militares, não tem, no que se refere a desligamento do serviço, a mesma natureza das situações de reforma ou de aposentação. O facto de os militares na situação de reserva poderem ser chamados à prestação de serviço efectivo origina a necessidade de legislar quanto à aplicação, no cálculo das pensões de reserva, da regra estabelecida na alínea b) do n.º 1 do artigo 47º. do Estatuto da Aposentação. Não parece, de facto, minimamente justo que os militares que, ao passarem à reserva, viram incluídas no cômputo da sua pensão remunerações a que por lei tiveram direito venham a ter as suas pensões deduzidas desses valores como consequência de terem prestado serviço efectivo, quando, se este facto se não tivesse verificado, manteriam tais valores não só na pensão de reserva como igualmente seriam considerados na futura pensão de reforma. Considerando que a situação descrita tem reflexos negativos nos militares da reserva chamados a prestar serviço efectivo, bem como ser de toda a justiça eliminar tal prejuízo: O Governo decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201º. da Constituição, o seguinte: Artigo único. 1 - Para efeitos de cálculo das pensões de reserva, quer se trate da atribuição da pensão inicial quer de uma revisão que, nos termos da lei, tenha sido requerida pelo interessado, a contagem dos dois últimos anos a que se refere a alínea b) do n.º 1 do artigo 47º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, far-se-á relativamente aos dois últimos anos de serviço prestados, respectivamente, quer na situação de activo quer na de reserva que imediatamente antecederam a data determinante do cálculo das pensões. 2 - Na revisão da pensão de reserva a efectuar de acordo com o disposto no número anterior, quando não houver remunerações relevantes nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 47º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, ou a média dessas remunerações for inferior à que serviu de base ao cálculo da pensão anteriormente fixada, é a esta última que se deve atender. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 27 de Junho de Mário Soares - Rui Manuel Parente Chancerelle de Machete - Ernâni Rodrigues Lopes. Promulgado em 10 de Julho de Publique-se. O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. Referendado em 12 de Julho de O Primeiro-Ministro, Mário Soares. Pág 283 de 461 Páginas

284 Decreto-Lei n.º 414-A/86 de 15 de Dezembro DR n.º 287/86 SÉRIE I 1º. SUPLEMENTO Presidência do Conselho de Ministros Aprova a Lei Orgânica das Ordens Honoríficas Portuguesas. PÁGINAS 3726-(1) a 3726-(7) As ordens honoríficas portuguesas radicam numa tradição secular, praticamente desde os alvores da nacionalidade. Ao longo dos tempos têm servido, essencialmente, para traduzir o reconhecimento da Nação e do Estado para com os cidadãos que se distinguem pela sua acção em benefício da comunidade nacional ou mesmo da Humanidade. Na sociedade moderna as ordens honoríficas deverão, cada vez mais, constituir um símbolo para estimular o aperfeiçoamento do mérito e virtudes que visam distinguir. Conferir prestígio e dignidade às condecorações nacionais é, pois, uma das formas de manter vivas tradições que têm significado na vida da Nação. A orgânica das ordens honoríficas portuguesas, apesar de revista em 1985, não chegou a ser regulamentada. Entende-se, pois, ser agora oportuno rever alguns aspectos da referida orgânica, tendo em vista adequar cada uma das ordens às suas finalidades específicas, nomeadamente no que se refere às nacionais e às de mérito civil. Por outro lado, as competências para a propositura de agraciamentos ficam, doravante, claramente definidas em conformidade com a Constituição da República. Assim, a reunião em um único diploma de todas as matérias relativas à orgânica e a consequente publicação do respectivo regulamento permitem alcançar uma maior uniformidade no tratamento das questões relacionadas com as ordens honoríficas portuguesas. Nestes termos: O Governo decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201º. da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. É aprovada a Lei Orgânica das Ordens Honoríficas Portuguesas, anexa a este diploma e dele fazendo parte integrante. Art. 2º. 1 - Os agraciados com a Ordem do Império ou com graus de outras ordens extintos pela presente Lei Orgânica, bem como os agraciados com ordens ou graus já extintos por legislação anterior, manterão o direito ao uso das respectivas insígnias. 2 - Em virtude de a Ordem do Mérito passar a designar a Ordem da Benemerência, os agraciados com esta última serão oficiosamente incluídos naquela, com todos os seus direitos e obrigações. Art. 3º. 1 - As pensões concedidas aos agraciados com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito ao abrigo da legislação anterior serão actualizadas nos termos da presente Lei Orgânica, independentemente de requerimento. 2 - Os herdeiros hábeis dos agraciados com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito já falecidos à data do presente diploma poderão requerer a concessão da pensão a que teriam direito nos termos desta Lei Orgânica desde que reúnam as condições na mesma prescritas. Art. 4º. 1 - Os processos de agraciamento pendentes à data da entrada em vigor deste diploma só terão seguimento se a proposta for renovada pela entidade proponente. 2 - No caso de extinção do cargo exercido pela entidade proponente, a competência para o exercício da medida contemplada no número anterior passará para o titular do cargo que lhe sucedeu ou, não o havendo, para o Primeiro- Ministro. Art. 5º. 1 - É revogado o Decreto-Lei 132/85, de 30 de Abril. 2 - São igualmente revogados, a partir da entrada em vigor do Regulamento das Ordens Honoríficas Portuguesas, os Decretos n.ºs 45498, e 48285, respectivamente, de 31 de Dezembro de 1963, de 23 de Dezembro de 1965 e de 22 de Março de 1968, e o Decreto Regulamentar n.º 27/79, de 24 de Maio. Pág 284 de 461 Páginas

285 Art. 6º. O Regulamento das Ordens Honoríficas Portuguesas será aprovado por decreto regulamentar. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20 de Novembro de Aníbal António Cavaco Silva - Eurico Silva Teixeira de Melo - Joaquim Fernando Nogueira - Leonardo Eugénio Ramos Ribeiro de Almeida - Miguel José Ribeiro Cadilhe - Eurico Silva Teixeira de Melo - Luís Francisco Valente de Oliveira - Mário Ferreira Bastos Raposo - Pedro José Rodrigues Pires de Miranda - Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto - Fernando Augusto dos Santos Martins - João de Deus Rogado Salvador Pinheiro - João Maria Leitão de Oliveira Martins - Maria Leonor Couceiro Pizarro Beleza de Mendonça Tavares - Luís Fernando Mira Amaral. Promulgado em 4 de Dezembro de Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 10 de Dezembro de O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. Pág 285 de 461 Páginas

286 Lei Orgânica das Ordens Honoríficas Portuguesas I Das ordem honoríficas e seus fins Artigo 1º. 1 - As ordens Honoríficas destinam-se a distinguir, em vida ou a título póstomo, os cidadãos portugueses que se notabilizarem por méritos pessoais, por feitos cívicos ou militares ou por serviços prestados ao País. 2 - Poderão também as ordens honoríficas ser atribuídas a estrangeiros, de harmonia com os usos internacionais. Art. 2º. As ordens honoríficas portuguesas são as seguintes: I) Antigas ordens militares: a) Da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito; b) De Cristo; c) De Avis; d) De Sant'Iago da Espada; II) Ordens nacionais: a) Do Infante D. Henrique; b) Da Liberdade; III) Ordens de mérito civil: a) Do Mérito; b) Da Instrução Pública; c) Do Mérito Agrícola e Industrial. Art. 3º. A Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito destina-se a galardoar: a) Méritos excepcionalmente relevantes demonstrados no exercício das funções dos cargos supremos que exprimem a actividade dos órgãos de soberania ou no comando de tropas em campanha; b) Feitos de heroísmo militar e cívico; c) Actos excepcionais de abnegação e sacrifício pela Pátria e pela Humanidade. Art. 4º. A Ordem Militar de Cristo será concedida por destacados serviços prestados ao País no exercício das funções dos cargos que exprimam a actividade dos órgãos de soberania ou na Administração Pública, em geral, e na magistratura e diplomacia, em particular, e que mereçam ser especialmente distinguidos. Art. 5º. A Ordem Militar de Avis é destinada a premiar altos serviços militares, sendo exclusivamente reservada a oficiais das Forças Armadas e a corpos militarizados e unidades e estabelecimentos militares. Art. 6º. A Ordem Militar de Sant'Iago da Espada tem por objectivo distinguir o mérito literário, científico e artístico. Art. 7º. A Ordem do Infante D. Henrique visa distinguir os que houverem prestado: a) Serviços relevantes a Portugal, no País e no estrangeiro; b) Serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, sua história e seus valores. Art. 8º. A Ordem da Liberdade destina-se a distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação do homem e à causa da liberdade. Art. 9º. A Ordem do Mérito destina-se a galardoar actos ou serviços meritórios praticados no exercício de quaisquer funções, públicas ou privadas, ou que revelem desinteresse e abnegação em favor da colectividade. Art. 10º. A Ordem da Instrução Pública tem o intuito de galardoar altos serviços prestados à causa da educação e do ensino. Art. 11º. 1 - A Ordem do Mérito Agrícola e Industrial tem por fim distinguir aqueles que hajam prestado serviços relevantes no fomento ou na valorização, por qualquer forma: a) Da riqueza agrícola, pecuária ou florestal do País ou que para tal hajam destacadamente contribuído; b) Das indústrias ou comércio; c) De obras de interesse público. 2 - Esta Ordem terá duas classes: a) Do mérito agrícola; b) Do mérito industrial. Art. 12º. Os distintivos e as insígnias das ordens honoríficas serão os descritos no respectivo regulamento. Pág 286 de 461 Páginas

287 II Dos graus das ordens honoríficas e sua concessão Art. 13º. 1 - Os graus das antigas ordens militares e das ordens nacionais são, por ordem ascendente: cavaleiro ou dama, oficial, comendador, grandeoficial e grã-cruz. 2 - Nas ordens de mérito civil não haverá o grau de cavaleiro, que será substituído por medalha. Art. 14º. Nas Ordens Militares da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e de Sant'Iago da Espada e nas ordens nacionais haverá, além dos graus enumerados no artigo anterior, o grandecolar, exclusivamente destinado a agraciar chefes de Estado, com excepção do correspondente à primeira, que só será atribuído nos termos do n.º 4 do artigo 15º. Art. 15º. 1 - O Presidente da República Portuguesa, como grão-mestre de todas as ordens honoríficas, usará por insígnia da sua função a Banda das Três Ordens. 2 - A Banda das Três Ordens - Cristo, Avis e Sant'Iago da Espada - é privativa da magistratura presidencial, não podendo ser concedida a nacionais ou estrangeiros nem usada fora do exercício da Presidência da República; com a Banda das Três Ordens não deverão ser usadas quaisquer outras insígnias. 3 - O Presidente da República, como grão-mestre de todas as ordens honoríficas, poderá usar, isoladamente, as insígnias de grande-colar ou grã-cruz de qualquer ordem não compreendida na Banda das Três Ordens, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 4 - Aquele que tiver exercido as funções de Presidente da República será, terminado o mandato para que foi eleito, inscrito, independentemente de acto de agraciamento, no quadro da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito como seu grande-colar, que só neste caso poderá ser usado. Art. 16º. 1 - O número máximo de graus de cada uma das ordens que pode ser concedido a cidadãos portugueses constará do quadro anexo ao presente diploma. 2 - Exceptua-se do disposto no número anterior a concessão do grau de cavaleiro, quando não lhe corresponda a direito ao uso de colar, e a de medalhas, que pode ser feita em número ilimitado. 3 - Em qualquer ordem cada grau só pode ser atribuído uma vez à mesma individualidade. 4 - Os sucessivos agraciamentos, efectuados nos termos do número anterior, consideram-se como promoções, contando só o grau mais elevado para os efeitos do n.º 1. Art. 17º. 1 - A concessão dos graus de todas as ordens honoríficas é da exclusiva competência do Presidente da República e revestirá a forma de alvará, a publicar na 2.ª série do Diário da República. 2 - Quando o regulamento das ordens não dispuser diferentemente, a publicação do alvará será feita por extracto. 3 - Da concessão da condecoração será passado diploma pela Chancelaria das Ordens, assinado pelo chanceler respectivo e autenticado com o selo branco da Chancelaria. 4 - Os diplomas respeitantes ao grau de grandecolar serão também assinados pelo Presidente da República. Art. 18º. A competência do Presidente da República para o concessão das ordens honoríficas poderá ser exercida: a) Por sua iniciativa; b) Sob proposta do Conselho de Ministros; c) Sob proposta do Primeiro-Ministro; d) Sob proposta dos ministros; e) Sob proposta dos conselhos das ordens. Art. 19º. O Presidente da República poderá, por sua iniciativa, independentemente da existência de vaga no quadro e de audiência do respectivo conselho das ordens, conceder qualquer grau das ordens honoríficas a cidadãos nacionais ou estrangeiros dentro da finalidade delas. Art. 20º. 1 - O Conselho de Ministros e o Primeiro-Ministro podem propor a concessão dos graus de qualquer ordem a nacionais e a estrangeiros. 2 - As propostas referidas no número anterior, quando formuladas com nota de urgência, terão seguimento imediato, ficando dispensadas de audiência do respectivo conselho das ordens. Art. 21º. 1 - Qualquer ministro pode propor que, ouvido o conselho das ordens, sejam concedidos a cidadãos nacionais ou estrangeiros graus da Ordem de Cristo, da Ordem do Infante D. Pág 287 de 461 Páginas

288 Henrique, da Ordem da Liberdade e da Ordem do Mérito. 2 - A proposta da concessão da Ordem de Sant'Iago da Espada e da Ordem da Instrução Pública é reservada ao Ministro da Educação e Cultura; a da Ordem do Mérito Agrícola e Industrial, aos ministros das pastas por onde corram assuntos económicos, de obras públicas ou de comunicações. 3 - Só o Ministro da Defesa Nacional, ouvido o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas ou os Chefes dos Estados-Maiores do Exército, da Armada ou da Força Aérea, pode propor a concessão da Ordem Militar de Avis. Art. 22º. 1 - Os conselhos das ordens podem propor a concessão de qualquer grau das respectivas ordens. 2 - Quando a iniciativa da concessão da ordem esteja reservada a algum ministro, será este ouvido sobre a proposta; não estando reservada a iniciativa, será pedida a concordância do Primeiro-Ministro. Art. 23º. 1 - A concessão de qualquer condecoração a cidadãos estrangeiros, quando não seja proposta pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, será precedida de informação deste. 2 - O disposto no n.º 2 do artigo 20º. aplica-se às propostas do Ministro dos Negócios Estrangeiros para a concessão de condecorações a cidadãos estrangeiros. Art. 24º. 1 - As localidades, colectividades, instituições, corpos militarizados e unidades e estabelecimentos militares podem ser declarados membros honorários de qualquer das ordens, sem indicação de grau. 2 - A concessão do título de membro honorário de uma ordem nos termos deste artigo, quando não seja feita a corpos militarizados ou a unidades e estabelecimentos militares, depende dos requisitos seguintes: a) Ser a entidade proposta pessoa colectiva de direito público ou de utilidade pública; b) Ter, pelo menos, 25 anos de existência e oferecer garantias de duração; c) Ser considerada digna de distinção por parecer do Conselho de Ministros ou do respectivo conselho das ordens. III Da orgânica das ordens Art. 25º. O Presidente da República é o grão-mestre de todas as ordens honoríficas portuguesas e nessa qualidade concede todos os graus e superintende na sua organização, orientação e disciplina, com a colaboração dos chanceleres e dos conselhos das ordem. Art. 26º. 1 - Cada grupo de ordens terá o seu conselho, composto por oito vogais, nomeados por alvará do Presidente da República, sob proposta do respectivo chanceler, de entre grã-cruzes, grandes-oficiais e comendadores das respectivas ordens. 2 - Em cada conselho haverá uma representação tanto quanto possível, equitativa das ordens que compõem o respectivo grupo. 3 - Os vogais da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito poderão ser escolhidos de entre os condecorados com qualquer grau. 4 - Os vogais da Ordem Militar de Avis serão sempre oficiais generais, de preferência de ramos diferentes. 5 - Os vogais dos conselhos serão nomeados por um período de oito anos ou pelo tempo que falte para preencher o período de exercício do vogal que vão substituir, devendo proceder-se de quatro em quatro anos à renovação de metade do número de vogais de cada conselho. 6 - O Presidente da República pode dissolver um conselho, sob proposta do respectivo chanceler, sempre que, por falta de número, seja impossível, por três vezes seguidas, realizar as reuniões convocadas. 7 - A falta não justificada de um vogal por três vezes seguidas às reuniões para que tenha sido convocado implica cessação imediata do exercício das respectivas funções. Art. 27º. 1 - Haverá três chanceleres das ordens honoríficas, um para cada grupo de ordens. 2 - Os chanceleres serão nomeados, por decreto do Presidente da República, de entre grão-cruzes de uma das ordens compreendidas no grupo de que vão encarregar-se e as suas funções cessam quando, por qualquer motivo, termine o mandato do Presidente que os nomeou. 3 - No impedimento ou ausência prolongada no estrangeiro de algum dos chanceleres, o Presidente da República nomeará, também por Pág 288 de 461 Páginas

289 decreto, de entre os vogais dos respectivos conselhos um vice-chanceler que o substitua. Art. 28º. Compete aos chanceleres das ordens: a) Convocar e presidir às reuniões dos conselhos das ordens em que superintendam; b) Representar o Presidente da República nas cerimónias respeitantes à ordem, quando não tenha sido designado outro representante; c) Assinar os diplomas de concessão de condecorações das ordens em que superintendam; d) Propor a dissolução do conselho das ordens a seu cargo, nos termos do artigo 26º.; e) Determinar a instauração de processo disciplinar aos membros das ordens que infrinjam os seus deveres para com a Pátria, a sociedade ou a ordem a que pertencerem; f) Promover tudo quanto julguem conveniente para a defesa do prestígio das ordens que lhes estão confiadas. Art. 29º. Compete aos conselhos das ordens: a) Dar parecer sobre as propostas de agraciamento com as respectivas ordens; b) Propor, nos termos legais, a concessão de condecorações com as suas ordens; c) Funcionar como tribunal de honra nas questões desta natureza em que estejam envolvidos dois ou mais membros das ordens, desde que por qualquer deles seja solicitada a sua intervenção e entre todos haja acordo nesse sentido; d) julgar os processos disciplinares instaurados aos membros das ordens e propor ao Presidente da República a irradiação dos mesmos. IV Dos membros das ordens, sua investidura, seus direitos e sua disciplina Art. 30º. Os membros das ordens honoríficas podem pertencer às seguintes categorias: a) Titulares; b) Supranumerários; c) Honorários. Art. 31º. Membros titulares são os cidadãos portugueses nomeados para vagas dos quadros da ordem a que pertençam. Art. 32º. Membros supranumerários são os condecorados que, estando nas condições para serem titulares, excedam os quadros da sua ordem e aguardem vaga nestes. Art. 33º. Membros honorários são os cidadãos estrangeiros e as unidades e estabelecimentos militares, os corpos militarizados, as localidades, colectividades ou instituições pertencentes a uma ordem honorífica. Art. 34º. A investidura dos cidadãos portugueses em grau de qualquer das ordens honoríficas depende da assinatura de compromisso de honra de observância da Constituição e da lei e de respeito pela disciplina das ordens. Art. 35º. A investidura será solene quando o Presidente da República o determinar no despacho de concessão. Art. 36º. 1 - A investidura solene terá lugar em acto presidido pelo Presidente da República ou, por expressa delegação sua, pelo respectivo chanceler, por membro do Governo, pelo ministro da República nas regiões autónomas, pelo Governador de Macau, por chefe de estadomaior, pelo embaixador ou ministro plenipotenciário no país onde a cerimónia for levada a efeito ou por grã-cruz da mesma ordem especialmente designado. 2 - A solenidade consistirá na leitura da proposta fundamentada e do alvará da concessão, na prestação do compromisso pelo agraciado e na imposição das insígnias, feita por quem presidir ao acto. 3 - Quando a condecoração haja sido concedida com palma, a investidura será feita em formatura de tropas. 4 - Será concedida com palma a condecoração que se destina a premiar feitos heróicos em campanha. 5 - A solenidade da investidura pode ser simplificada quando as circunstâncias o aconselharem. Art. 37º. Os membros das ordens honoríficas têm direito ao uso das insígnias do grau que lhes tiver sido concedido por alvará publicado no Diário da República e às honras e precedências estabelecidas em regulamento. Pág 289 de 461 Páginas

290 Art. 38º. Os militares agraciados com qualquer grau das Ordens Militares da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e de Avis, quando ostentem as respectivas insígnias, têm direito ao uso do uniforme militar, seja qual for o seu quadro ou situação e mesmo depois de deixarem a efectividade de serviço. Art. 39º. 1 - Nas cerimónias oficiais presididas pelo Presidente da República poderá ser reservado lugar para as ordens honoríficas portuguesas, onde terão assento os portadores da banda e placa da grã-cruz das ordens que não devam ocupar qualquer outro. 2 - Quando seja feito convite às ordens honoríficas para qualquer solenidade, a ordem convidada será representada pelo respectivo chanceler, que poderá delegar essa representação em qualquer membro da ordem. Art. 40º. 1 - Aos condecorados com qualquer dos graus da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito são garantidas as prerrogativas actualmente conferidas por lei e, em especial, têm: a) Preferência na admissão em estabelecimentos sociais administrados pelo Estado; b) Direito a haver do Estado uma pensão correspondente ao salário mínimo nacional, nos termos do disposto nos números seguintes. 2 - A pensão a que se refere a alínea b) do número anterior será concedida aos condecorados que: a) Sendo militares ou funcionários públicos, o requererem, demonstrando terem deixado a efectividade de serviço e carecerem de meios de subsistência suficientes; b) Não sendo militares nem funcionários públicos, o requererem, demonstrando terem deixado de trabalhar, não o podendo fazer, e carecerem de meios de subsistência suficientes. 3 - O montante da pensão a que se refere a alínea b) do n.º 1 não pode sofrer redução por virtude da existência de quaisquer outras pensões. 4 - O condecorado com mais de um grau desta Ordem só terá direito a requerer uma pensão ao abrigo deste artigo. Art. 41º. 1 - Os cônjuges sobrevivos dos condecorados com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito têm direito: a) A preferência na admissão em estabelecimentos sociais administrados pelo Estado; b) A pensão referida no artigo anterior, nos termos nele previstos. 2 - O disposto na alínea a) do número anterior é extensivo às filhas solteiras dos condecorados. 3 - Têm igualmente direito à pensão prevista na alínea b) do n.º 1 os filhos menores ou incapazes, bem como as filhas solteiras dos condecorados, se não houver cônjuge sobrevivo. 4 - No caso de haver mais de um filho ou filha nas condições do número anterior, a pensão será por todos eles repartida igualmente. 5 - A concessão ou a transmissão da pensão referida na alínea b) do n.º 1 é isenta de quaisquer emolumentos ou impostos. Art. 42º. Os órfãos dos condecorados com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito têm preferência absoluta na admissão nos estabelecimentos de ensino militar, bem como nos estabelecimentos escolares dependentes dos departamentos militares. Art. 43º. 1 - As senhoras condecoradas ou as viúvas e filhas de condecorados com a Ordem Militar de Sant'Iago da Espada têm preferência na admissão no Recolhimento de Santos-o-Novo. 2 - A admissão no Recolhimento da Encarnação é reservada a viúvas e filhas de membros da Ordem Militar de Avis. Art. 44º. São deveres dos membros das ordens honoríficas: a) Defender e prestigiar Portugal em todas as circunstâncias; b) Regular o seu procedimento, público e privado, pelos ditames da virtude e da honra; c) Acatar as determinações e instruções dimanadas dos órgãos directivos da sua ordem; d) Procurar dignificar a sua ordem por todos os meios e em todas as circunstâncias. Art. 45º. 1 - Sempre que haja conhecimento da violação de qualquer dos deveres enunciados no artigo anterior, deverá ser instaurado processo disciplinar, mediante despacho do chanceler do respectivo conselho. 2 - Para instrutor do processo será designado no mesmo despacho um membro da ordem de grau superior ao do arguido, ou do mesmo grau, se for grã-cruz. Pág 290 de 461 Páginas

291 3 - No processo disciplinar é diligência impreterível a audiência do arguido, ao qual deverá ser entregue nota de culpa e facultada a apresentação de defesa. 4 - Concluída a instrução, será o processo presente ao respectivo conselho e nele relatado pelo instrutor, que assistirá à reunião, sem voto. 5 - Se a acusação for julgada procedente, será imposta ao arguido, conforme a gravidade da falta e do desprestígio causado à ordem, a sua admoestação ou irradiação. 6 - A admoestação é da competência do chanceler e consiste na repreensão do infractor, pessoalmente ou por escrito. 7 - A irradiação, que consiste na expulsão do arguido dos quadros da ordem, com privação do uso da condecoração e perda de todos os direitos a ela inerentes, é da competência do Presidente da República e será feita por alvará. Art. 46º. 1 - As regras do processo disciplinar previstas no artigo anterior aplicar-se-ão, com as adaptações a seguir indicadas, ao julgamento das questões postas à consideração dos conselhos das ordens, nos termos da alínea c) do artigo 29º. 2 - Recebida a petição e acordada a deferência da questão ao conselho, o respectivo chanceler tentará a conciliação das partes antes de designar instrutor. 3 - Neste processo a audiência do arguido é substituída pela audiência de todos os interessados. 4 - A decisão definitiva do processo compete ao respectivo conselho, devendo ser dela notificadas pessoalmente as partes em litígio. 5 - Os processos e as decisões proferidas nos termos do presente artigo têm natureza pessoal e confidencial e efeitos meramente internos. 6 - Este processo não dá lugar à aplicação de penas disciplinares, mas, se através dele for conhecida qualquer infracção, deverá promoverse o respectivo procedimento. Art. 47º. 1 - Os membros honorários das ordens têm unicamente direito ao uso das insígnias do seu grau e o dever de não prejudicar, de nenhum modo, os interesses de Portugal, podendo ser irradiados quando infrinjam esse dever. 2 - Os membros honorários colectivos, a que se refere o artigo 24º., podem usar as insígnias da ordem no escudo, brasão ou selo que os identifique e, quando possuam bandeira ou estandarte, laço com as cores da ordem, tendo pendente o distintivo respectivo. V Da aceitação de condecorações estrangeiras Art. 48º. 1 - Os cidadãos nacionais agraciados com quaisquer condecorações estrangeiras carecem de autorização do Governo Português para as aceitar. 2 - Consideram-se condecorações estrangeiras as medalhas, ordens, mercês honoríficas e condecorações, civis ou militares, concedidas por Estados soberanos, através dos respectivos órgãos políticos, ou pelas entidades estrangeiras, singulares ou colectivas, a quem o direito e o costume internacionais reconheçam competência para o efeito. Art. 49º. 1 - O pedido de autorização para aceitar condecorações estrangeiras será apresentado na Chancelaria das Ordens, que o instruirá com a informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do ministério de que o requerente dependa, se for funcionário público ou militar. 2 - Depois de instruído, o processo será submetido a despacho do Primeiro-Ministro ou do ministro em quem aquele delegue a sua competência. Art. 50º. O uso de condecoração estrangeira sem autorização, fora dos casos estabelecidos no regulamento, é considerado, para todos os efeitos, uso ilegal de condecoração. VI Da Chancelaria das Ordens Art. 51º. 1 - A Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas constitui um serviço destinado a assegurar o regular funcionamento das ordens, integrado na Presidência da República e dirigido pelo respectivo secretário-geral, que, por inerência, será o secretário-geral das ordens. 2 - Para apoio administrativo da Chancelaria haverá uma secção da Chancelaria das Ordens, a cargo de um chefe de secção. Art. 52º. Compete ao secretário-geral das ordens: a) Manter o Presidente da República ao corrente das deliberações dos conselhos e submeter a seu despacho as propostas que dependerem da sua resolução; b) Assistir tecnicamente os conselhos das ordens; c) Secretariar, sem voto, as reuniões de todos os conselhos e assistir os chanceleres na execução Pág 291 de 461 Páginas

292 das deliberações tomadas, ficando a seu cargo a redacção e arquivo das actas; d) Superintender em todos os serviços da Chancelaria das Ordens; e) Promover quaisquer estudos e trabalhos de investigação com vista ao esclarecimento de assuntos respeitantes às ordens, nomeadamente a organização de um arquivo histórico, donde conste o nome e outros elementos relativos a individualidades agraciadas. Art. 53º. 1 - Compete à Secção da Chancelaria das Ordens Honoríficas Portuguesas: a) O expediente relativo às ordens honoríficas; b) O registo de todas as condecorações através dela concedidas, bem como a instrução de processos de autorização de aceitação de condecorações estrangeiras a cidadãos portugueses e o respectivo registo; c) A organização de publicações no âmbito da sua competência, nomeadamente o Anuário das Ordens Honoríficas Portuguesas, donde conste a indicação dos novos agraciamentos e dos membros das ordens falecidos e irradiados no decorrer de cada ano; d) O desempenho de todas as tarefas administrativas que assegurem o regular funcionamento da Chancelaria. 2 - Para os efeitos da última parte da alínea c) e consequente actualização dos respectivos quadros, todas as autoridades ou funcionários que, por virtude da sua função, tenham conhecimento do falecimento de qualquer membro de uma ordem honorífica deverão participá-lo à Chancelaria. 3 - No âmbito do disposto no número anterior, os conservadores do registo civil deverão inquirir das entidades participantes dos óbitos se os falecidos eram ou não agraciados com qualquer ordem e, tendo-o sido, comunicar o facto à Chancelaria até ao fim do mês imediato ao da participação. Art. 54º. A Chancelaria das Ordens é apoiada administrativamente pelos serviços competentes da Secretaria-Geral da Presidência da República, cujo quadro integrará todo o pessoal da Chancelaria. O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. ANEXO Quadro das ordens honoríficas portuguesas a que se refere o n.º 1 do artigo 16º. (ver documento original) Pág 292 de 461 Páginas

293 Decreto-Lei n.º 430/86, de 30 de Dezembro DR n.º 299/86 SÉRIE I Ministério da Defesa Nacional Aprova o Regulamento da Administração dos Transportes das Forças Armadas em Tempo de Paz (RETAFA). PÁGINAS 3844 a 3848 Considerando que se encontra manifestamente desactualizada a generalidade dos preceitos legais que regulam o transporte de pessoal e material das Forças Armadas em tempo de paz; Considerando a importância de uma gestão equilibrada e eficaz dos recursos no conjunto da actividade administrativa das Forças Armadas; Considerando a necessidade de reunir em diploma único as disposições com incidência na administração dos transportes em todas as fases do processo evolutivo que lhe é inerente: O Governo decreta, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201º. da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. É aprovado o Regulamento da Administração dos Transportes das Forças Armadas em Tempo de Paz (RETAFA), que faz parte integrante do presente decreto-lei. Art. 2º. São revogados os seguintes diplomas: a) Decreto n.º 4439, de 21 de Junho de 1918; b) Decreto n.º 19768, de 26 de Maio de 1931; c) Decreto-Lei n.º 687/75, de 11 de Dezembro; d) Decreto-Lei n.º 376/79, de 13 de Setembro. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 16 de Outubro de Aníbal António Cavaco Silva - Leonardo Eugénio Ramos Ribeiro de Almeida - João Maria Leitão de Oliveira Martins. Promulgado em 4 de Dezembro de Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 10 de Dezembro de O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. Regulamento da Administração dos Transportes das Forças Armadas em Tempo de Paz - RETAFA CAPÍTULO I Disposições gerais SECÇÃO I Objecto, âmbito, atribuições e competência Artigo 1º. Objecto 1 - O presente Regulamento tem por objecto a administração dos transportes do pessoal e material das Forças Armadas em tempo de paz, nas deslocações e movimentos que visem a satisfação das necessidades do serviço público que prosseguem, no quadro das missões que, legalmente, lhes são cometidas. 2 - Não se incluem neste Regulamento os transportes de pessoal e material das Forças Armadas nos deslocamentos em campanha ou de idêntica natureza. Artigo 2º. Âmbito de aplicação 1 - O presente Regulamento é aplicável: a) Ao transporte do pessoal militar, militarizado e civil das Forças Armadas e respectivos familiares, suas bagagens e mobílias; b) Ao transporte de indivíduos cujo encargo, por lei, seja da responsabilidade das Forças Armadas; c) Ao transporte de material e animais pertencentes às Forças Armadas. 2 - Excluem-se do âmbito de aplicação deste Regulamento os transportes nas deslocações por motivo de prestação de serviço em Macau, junto de organizações internacionais ou de embaixadas de Portugal no estrangeiro, quando previstos em legislação especial. Artigo 3º. Atribuições São atribuições dos órgãos competentes do Ministério da Defesa Nacional assegurar os meios militares e civis necessários ao deslocamento do pessoal e material de acordo com as disposições do presente Regulamento. Pág 293 de 461 Páginas

294 Artigo 4º. Competência 1 - A emissão de requisições de transporte em meios comerciais compete aos comandos, direcções ou chefias dos diversos órgãos, serviços e organismos, segundo as normas estabelecidas para o Estado-Maior-General das Forças Armadas e para os ramos pelos respectivos chefes do Estado-Maior ou pelo Ministro da Defesa Nacional nos demais casos. 2 - São ainda competentes para emitirem requisições de transporte as câmaras municipais, para deslocações de mancebos a serem presentes às operações de classificação e selecção e à incorporação. 3 - A autorização para a celebração de contratos que tenham por objecto a utilização de meios comerciais de transporte, em regime de fretamento ou similar, é da competência do Ministro da Defesa Nacional ou dos chefes do Estado-Maior, de acordo com os limites estabelecidos em matéria de autorização de despesas. SECÇÃO II Dos meios de transporte Artigo 5º. Meios de transporte 1 - Preferencialmente deverão utilizar-se os meios militares de transporte, coordenando o EMGFA e os ramos o seu emprego, sempre que necessário. 2 - Supletivamente aos meios militares utilizar-seão, segundo as circunstâncias, os meios de transporte comerciais que, sendo adequados à natureza da missão, proporcionem maior economia para o Estado. Artigo 6º. Automóvel próprio. 1 - Poderá ser autorizada, em casos especiais, a utilização de automóvel próprio nas deslocações de serviço, nos termos e condições fixados por despacho do Ministro da Defesa Nacional sob proposta conjunta do Chefe do Estado-Maior- General das Forças Armadas e chefes dos Estados-Maiores dos três ramos, sem prejuízo do disposto nos n.ºs 2 e 3 deste artigo. 2 - Nas deslocações em território nacional a importância a abonar pelo uso do automóvel próprio terá por base o valor do subsídio de viagem por quilómetro legalmente estabelecido para a generalidade dos servidores do Estado. 3 - Nas deslocações ao estrangeiro o abono correspondente terá por base o valor global dos encargos, nomeadamente ajudas de custo e despesas de transporte, que o Estado suportaria pelo meio mais económico, considerando: a) No custo da deslocação por via férrea o preço da tarifa correspondente à classe que competiria ao passageiro sem qualquer redução; b) No custo da deslocação por via aérea o preço de tarifas especiais, quando aplicáveis; c) Sempre que viajem na mesma viatura outros passageiros com direito a transporte, além do proprietário, este terá direito aos abonos correspondentes ao seu transporte e ao dos restantes, até ao máximo de dois acompanhantes. Artigo 7º. Prova do meio de transporte utilizado Nas guias ou ordens de marcha designar-se-á sempre o meio de transporte utilizado. SECÇÃO III Requisição do transporte Artigo 8º. Aquisição de títulos de transporte 1 - O transporte em meios comerciais é requisitado em impressos dos modelos oficiais em vigor, denominados requisições de transporte. 2 - Nos casos de mobilização militar ou convocação para serviço militar de cidadãos em que haja impossibilidade de proceder à emissão de requisições de transporte, a satisfação dos encargos carecerá do despacho do chefe do Estado-Maior respectivo. Artigo 9º. Aquisição de impressos A obtenção e distribuição dos impressos referidos no n.º 1 do artigo anterior é feita em conformidade com as normas internas aprovadas pelo respectivo chefe do Estado-Maior. Artigo 10º. Preenchimento de requisições de transporte 1 - O preenchimento das requisições de transporte deverá efectuar-se com observância do disposto neste Regulamento, não podendo haver emendas ou rasuras que não sejam devidamente ressalvadas. 2 - As requisições de transporte devem ser emitidas, separadamente, para pessoal, material ou animais e deverão conter todos os elementos que permitam apreciar a legalidade do transporte. 3 - A assinatura da entidade que subscreve as requisições deverá ser legível e autenticada com o selo branco do órgão requisitante; não havendo selo branco, deverá o facto ser referido sob a assinatura da entidade subscritora. 4 - As requisições de transporte em meios ferroviários deverão conter as expressões «válida para comboios rápidos» ou «válida para Pág 294 de 461 Páginas

295 comboios rápidos e com suplemento», quando for autorizada a utilização deste tipo de comboios. Artigo 11º. Apresentação de requisições 1 - Salvo motivos ponderosos, não é permitido aos utentes a apresentação de requisições de transporte, em empresas transportadoras, para além do 30º. dia posterior à data da respectiva emissão. 2 - A avaliação dos motivos ponderosos referidos no número anterior é da competência das entidades oficiais responsáveis pela liquidação das respectivas despesas de transporte, aquando do seu processamento, sendo aplicável o disposto no artigo 12º. deste Regulamento nos casos não considerados justificados. Artigo 12º. Uso indevido de requisições de transporte O uso indevido de requisições de transporte acarretará para o utente a responsabilidade pecuniária pelo transporte, independentemente do procedimento disciplinar ou criminal a que haja lugar. CAPÍTULO II Do direito ao transporte SECÇÃO I Transporte de pessoal Artigo 13º. Pessoal militar, militarizado e civil, em serviço 1 - Tem direito ao transporte por conta do Estado o pessoal a que se refere o n.º 1 do artigo 2º. do presente diploma nas deslocações por motivo ou conveniência de serviço ou como tal consideradas pela entidade competente. 2 - São deslocações por motivo de serviço, nomeadamente: a) As determinadas pelos órgãos de comando, direcção e chefia no âmbito da respectiva competência; b) As que se realizem em virtude de colocações, promoções e transferências, incorporação militar e passagem às situações de disponibilidade, reserva, reforma ou de natureza idêntica; c) As deslocações por motivo de frequência de cursos, seminários, visitas de estudo e estágios de interesse para o serviço; d) As deslocações para participação em concursos hípicos nos termos e condições do Regulamento Equestre Militar e que não contrariem o disposto no presente Regulamento. 3 - Consideram-se deslocações por conveniência de serviço, entre outras: a) As viagens por interrupção de licença, determinada por ordem superior; b) As deslocações a juntas médicas, a consultas externas que impliquem o direito ao abono de ajudas de custo e aos hospitais militares por motivo de baixa; c) As marchas sob prisão ou em consequência de procedimento disciplinar ou judicial condenatório, salvo, neste último caso, quando o crime tenha sido praticado antes de incorporação do autor; d) As deslocações de arguidos e réus militares aos tribunais judiciais, quando sobre eles impenda acusação de prática de crime depois da incorporação e a sua presença seja obrigatória; e) As deslocações de arguidos e réus militares aos serviços de polícia judiciária militar e aos tribunais militares, quando sobre eles impenda a acusação de prática de crime antes ou depois da incorporação e a sua presença seja obrigatória; f) As deslocações aos serviços de polícia judiciária militar e aos tribunais militares a depor como testemunha, declarante ou perito. Artigo 14º. Pessoal em situações especiais 1 - Têm, igualmente, direito ao transporte por conta do Estado os indivíduos cujo transporte e despesas correspondentes sejam, por lei, cometidos às Forças Armadas, designadamente: a) Os mancebos, nas deslocações inerentes à prestação de provas para classificação e selecção, desde a freguesia de recenseamento e regresso a esta; b) Os candidatos aos cursos das escolas militares, não residentes nas localidades onde estão sediadas; c) Os residentes em território nacional convocados ou mobilizados para serviço militar, independentemente da sua situação; d) Os deficientes das Forças Armadas, nas deslocações por motivo de adaptação de próteses ou outro tratamento hospitalar, nos termos e condições da legislação especial aplicável; e) Os civis pensionistas de invalidez nas deslocações aos hospitais militares e aos postos de socorros das unidades, por motivo de assistência médica ou hospitalar, nos termos e condições de legislação aplicável; f) Os arguidos e réus, quando civis, sujeitos à jurisdição criminal militar e detidos ou presos preventivamente e, ainda, quando mandados apresentar para julgamento ou comparência a qualquer diligência nos tribunais militares e no serviço de polícia judiciária militar ou suas delegações; g) Os residentes fora da sede do órgão judiciário respectivo, cuja audição pessoal seja considerada Pág 295 de 461 Páginas

296 indispensável pelo tribunal, juiz ou autoridade competente. Artigo 15º. Transporte durante a frequência de cursos no estrangeiro 1 - O pessoal militar, militarizado e civil das Forças Armadas nomeado para a frequência de cursos no estrangeiro pode usufruir da concessão de uma viagem para Portugal e regresso durante as férias escolares, entre anos lectivos locais consecutivos. 2 - Para efeitos do número anterior consideramse anos lectivos locais os períodos de actividade escolar de duração igual ou superior a seis meses, constantes do plano do curso respectivo. 3 - Em alternativa à concessão de uma viagem poderão os interessados optar pela atribuição da passagem ao cônjuge. 4 - Nos casos em que os cursos decorram por período superior a nove meses sem interrupção, poderá ainda ser concedido transporte ao cônjuge. 5 - Os transportes são concedidos entre os locais de instrução, no estrangeiro, e de residência em Portugal, a requerimento do interessado e mediante despacho favorável do Ministro da Defesa Nacional, do Chefe do Estado-Maior- General das Forças Armadas ou do chefe do Estado-Maior do ramo respectivo, consoante o interessado esteja na dependência directa do primeiro ou na dos restantes. 6 - Sempre que possível, deverão ser utilizadas as facilidades de transporte compatíveis, na totalidade ou parte do percurso, oferecidas pelas Forças Armadas nacionais e estrangeiras. Artigo 16º. Transporte de familiares 1 - Os militares dos quadros permanentes e em regime de contrato e o pessoal militarizado e civil das Forças Armadas na efectividade de serviço, têm direito ao transporte dos seus familiares por conta do Estado em território nacional: a) Quando, por motivo de serviço, transfiram a sua residência habitual, ou o domicílio necessário por período superior a seis meses; b) Quando, por motivo de passagem às situações de reserva, reforma ou de natureza idêntica ou por falecimento, haja transferência de residência do agregado familiar. 2 - Para efeitos deste artigo consideram-se familiares, para além do cônjuge não separado judicialmente de pessoas e bens ou de facto, quaisquer parentes ou afins que integrem o respectivo agregado familiar em regime de coabitação e de dependência económica, bem com os empregados de serviço doméstico em regime de permanência e que igualmente coabitem com o mesmo agregado, competindo esta comprovação ao comando, direcção ou chefia onde presta serviço o titular do direito ao transporte. Artigo 17º. Alternativa ao transporte de familiares 1 - Os militares dos quadros permanentes e em regime de contrato e o pessoal militarizado e civil das Forças Armadas que não tenham usufruído do direito ao transporte dos familiares previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo anterior têm direito a uma viagem, de ida e volta, no decurso de cada ano de comissão ou deslocamento, ao domicílio do seu agregado familiar para gozo de licença, nas regiões autónomas e entre estas e o continente. 2 - O disposto no número anterior é ainda aplicável aos oficiais e sargentos dos quadros permanentes e em regime de contrato, da Força Aérea, colocados por imposição, e aos do Exército que após a conclusão dos cursos nas escolas militares sejam colocados nas zonas militares dos Açores e da Madeira e não se encontrem abrangidos pelo regime normal de colocação de oficiais e sargentos dos quadros permanentes. 3 - Quando, tendo beneficiado, no todo ou em parte, da concessão do transporte nos termos deste artigo, o pessoal referido no n.º 1 desejar fazer transportar o seu agregado familiar deverá indemnizar o Estado do encargo havido. 4 - O disposto neste artigo é aplicável ao pessoal militar, militarizado e civil das Forças Armadas com residência permanente do agregado familiar no continente que preste serviço nas regiões autónomas e vice-versa e ao dos Açores que preste serviço na Madeira e vice-versa ou que se encontre deslocado em ilha diversa daquela onde o seu agregado familiar tem residência permanente. Artigo 18º. Transporte de militares em serviço militar obrigatório Os militares em serviço militar obrigatório, casados, que se encontrem nas condições do n.º 4 do artigo anterior, durante o período de prestação de serviço poderão ser autorizados a realizar uma viagem, de ida e volta, por conta do Estado, ao domicílio do seu agregado familiar, nas regiões autónomas, e entre estas e o continente, para gozo de licença, mediante despacho do Ministro da Defesa Nacional ou do Pág 296 de 461 Páginas

297 chefe do Estado-Maior respectivo, consoante a dependência directa desses militares. SECÇÃO II Utilização de classes de transporte em meios comerciais Artigo 19º. Condições de requisições de títulos de transporte 1 - Os transportes em meios comerciais são requisitados nas condições das respectivas tarifas. 2 - No caso de transporte em meios comerciais com classes diferenciadas observar-se-ão ainda o disposto nos artigos 20º. e 21º. Artigo 20º. Meios ferroviários, fluviais e marítimos com classes de transporte diferenciadas 1 - A requisição de títulos de transporte em meios comerciais ferroviários, fluviais e marítimos com classes de transporte diferenciadas deverá obedecer igualmente às seguintes condições: a) Por via férrea, em 1.ª classe, para oficiais, aspirantes a oficial, sargentos e furriéis; em 2.ª classe, para praças; b) Por via fluvial e marítima, em 2.ª classe, para oficiais, aspirantes a oficial, sargentos e furriéis; em turística ou classe equivalente, para praças; c) O pessoal militarizado viaja em 1.ª classe quando, em função de disposições específicas do ramo a que pertence, é equiparado a oficial ou sargento e em 2.ª classe, turística ou equivalente nos restantes casos; d) O pessoal civil das Forças Armadas viaja em 1.ª classe quando a respectiva categoria profissional corresponda às categorias de oficial ou sargento e em 2.ª classe, turística ou equivalente nos restantes casos; e) Os familiares do agregado referido nas alíneas anteriores deste número viajam em condições idênticas às do respectivo titular do direito ao transporte por conta do Estado. 2 - O transporte em meios ferroviários deverá ser requisitado para comboios directos e regionais, a não ser que razões de economia ou conveniência de serviço aconselhem a utilização de comboios rápidos. 3 - Os oficiais generais e os ajudantes de campo que os acompanhem podem viajar em comboios rápidos e com suplemento, independentemente dos requisitos referidos no número anterior. 4 - No caso da supressão de alguma classe, o transporte deverá ser requisitado para a classe imediatamente superior. Artigo 21º. Meios aéreos comerciais 1 - A requisição de títulos de transporte em meios aéreos comerciais deverá ser feita, em princípio, para a classe turística ou equivalente. 2 - Têm, porém, direito a viajar em 1.ª classe as seguintes categorias: a) Oficiais generais; b) Militares chefiando missões oficiais, como tal qualificadas por despacho do Ministro da Defesa Nacional; c) Chefes de missões militares no estrangeiro, nas viagens que tenham por ponto de partida ou de chegada o local do seu posto de trabalho; d) Militares acompanhantes de membros do Governo e de chefes de missões militares nas condições da alínea anterior; e) Os cônjuges dos militares referidos nas alíneas a), b) e d), quando contemplados por legislação especial ou mediante despacho favorável do Ministro da Defesa Nacional ou do chefe do Estado-Maior respectivo, consoante a sua dependência directa; f) Os familiares dos militares referidos na alínea c), nas condições nela previstas. SECÇÃO III Transporte de bagagem e mobília Artigo 22º. Transporte de bagagem e mobília 1 - O pessoal militar, militarizado e civil das Forças Armadas deslocado por motivo ou conveniência de serviço e que por essa razão se desloque da sua residência habitual tem direito ao transporte de bagagem e mobília ou, em alternativa, de viatura própria, nas condições e limites constantes do mapa anexo ao presente Regulamento. 2 - A quantia a despender com o transporte de bagagem e mobília, por via terrestre ou marítima, poderá ser utilizada, total ou parcialmente, no transporte por via aérea ou vice-versa. CAPÍTULO III Transporte de material e animais Artigo 23º. Transporte em meios militares O transporte de material e animais pertencentes às Forças Armadas será efectuado em meios militares, quando os haja adequados ao tipo e à natureza da carga a transportar. Artigo 24º. Transporte em meios comerciais 1 - Supletivamente aos meios militares poderão ser utilizados no transporte de material e animais os meios comerciais que melhor se adaptem ao Pág 297 de 461 Páginas

298 tipo e à natureza da carga a transportar e sejam mais económicos para o Estado. 2 - O transporte em meios comerciais será efectuado de acordo com as condições constantes das respectivas tarifas. Artigo 25º. Material de forças militares O transporte de material necessário à execução do serviço de forças militares, quando viajem em meios comerciais, carece de autorização do Ministro da Defesa Nacional ou do chefe do Estado-Maior respectivo, tendo em conta os limites em matéria de competência para autorização de despesas. Artigo 26º. Transporte de munições e explosivos O transporte de munições e substâncias explosivas das Forças Armadas será efectuado nas condições constantes da legislação específica. Artigo 27º. Operações aduaneiras As operações de despacho aduaneiro de embarque e desembarque de material serão realizadas, sempre que possível, por intermédio de despachantes privativos do Ministério da Defesa Nacional, do Estado-Maior-General das Forças Armadas e dos ramos, quando existentes. CAPÍTULO IV Processamento e liquidação de despesas Artigo 28º. Princípios gerais 1 - O processamento de despesas com transporte é efectuado de acordo com as disposições seguintes: a) As empresa transportadoras e agências de viagens remeterão as facturas e os originais da requisições aos órgãos competentes do Ministério da Defesa Nacional, do Estado-Maior-General das Forças Armadas ou do ramo respectivo no prazo de 60 dias a contar do final do mês em que foram prestados os serviços; b) Os órgãos competentes do Ministério da Defesa Nacional, do Estado-Maior-General das Forças Armadas ou do ramo respectivo procedem à conferência, análise e registo das facturas e ao consequente envio aos serviços a quem cabe a liquidação e pagamento das despesas; c) Quando os títulos de transporte não possam ser adquiridos através de requisição, as despesas gerais processadas de acordo com as normas internas em vigor nos respectivos serviços, mediante apresentação dos documentos justificativos da marcha, do transporte e de outros considerados necessários. 2 - A liquidação e pagamento das despesas pelos órgãos competentes do Ministério da Defesa Nacional, do Estado-Maior-General das Forças Armadas e dos ramos respectivos deverão obedecer às normas e princípios da contabilidade pública. Artigo 29º. Abonos em numerário 1 - Os abonos em numerário para despesas com transporte só poderão ser efectuados quando não haja possibilidade prática ou legal de aquisição de bilhetes ou títulos de transporte através de requisição. 2 - As importâncias dos abonos serão as legalmente estabelecidas para a generalidade dos servidores do Estado, consoante o meio de transporte a utilizar. CAPÍTULO V Disposições finais Artigo 30º. Identificação dos passageiros Os passageiros que viajem por conta do Estado deverão apresentar prova de identificação e o documento justificativo da marcha sempre que pelas empresas transportadoras ou seus agentes lhes seja exigido. Artigo 31º. Impressos para requisição de transportes. Disposição transitória 1 - Enquanto não forem adoptados novos modelos de impressos para requisição de transportes ou adaptados os actualmente existentes, serão utilizados os impressos dos modelos do Decreto n.º 8023, de 4 de Fevereiro de 1922, e da Portaria n.º 13565, de 9 de Junho de Os novos modelos de impressos a que alude o n.º 1 serão aprovados por portaria dos Ministérios da Defesa Nacional e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, tendo em conta os objectivos de operacionalidade e de uniformização prosseguidos pelas empresas transportadoras. Artigo 32º. Extensão de regime Sem prejuízo do disposto em legislação especial, as disposições constantes deste Regulamento são ainda extensivas ao transporte de pessoal e material dos demais órgãos, serviços e organismos integrados no Ministério da Defesa Nacional. Pág 298 de 461 Páginas

299 Mapa anexo a que se refere o artigo 22º., n.º 1, do Regulamento da Administração dos Transportes das Forças Armadas em Tempo de Paz (RETAFA) (ver documento original) Pág 299 de 461 Páginas

300 Decreto-Lei n.º 269/90, de 31 de Agosto, alterado pelos Decretos-Leis 73/91 de 9 de Fevereiro, 328/91 de 5 de Setembro, 160/94 de 4 de Junho DR n.º 201/90 Série I 1º., Ministério da Defesa Nacional Cria e regulamenta o Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas PÁGINAS3546-(2) a 3546-(6) O Decreto-Lei n.º 34-A/90, de 24 de Janeiro, que aprovou o Estatuto dos Militares das Forças Armadas, prevê no artigo 14º. a constituição de um fundo de pensões para os militares dos quadros permanentes. O objectivo estabelecido para o referido fundo é o pagamento de complementos de pensão em determinadas circunstâncias. O fundo deverá contar, entre as suas receitas, com contribuições dos próprios militares beneficiários. Por outro lado, não poderá receber transferências directas do Orçamento do Estado. Com a sua implementação, prosseguem-se assim dois fins simultâneos. Em primeiro lugar, criam-se as condições necessárias para garantir melhores níveis de pensão a abonar aos reformados militares. Em segundo lugar, inicia-se, no âmbito dos servidores do Estado, uma primeira experiência de financiamento complementar da Segurança Social, integrando um esquema que poderá designar-se «capitalização parcial». Trata-se, afinal, de consagrar a terceira vertente da Segurança Social: a da Previdência, baseada na contribuição própria e voluntária, como forma de complementar as prestações dos sistemas assistenciais e sociais. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201º. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1º. Fundo de Pensões 1 - É criado o Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas, adiante designado abreviadamente por Fundo. 2 - O fundo tem como finalidades: a) Assegurar o pagamento dos complementos de pensão a que se refere o artigo 13º. do Decreto- Lei n.º 34-A/90, de 24 de Janeiro, o qual é de montante equivalente à diferença entre a pensão de reforma a que um militar abrangido por aquele diploma teria direito aos 70 anos de idade, liquida do desconto obrigatório para a Caixa Geral de Aposentações, com a limitação de aumento por esta efectuada e a pensão de reforma liquida que aufere; b) Assegurar o pagamento de complementos de pensões de reforma aos reformados militares dos quadros permanentes. 3 - Os complementos referidos no número anterior transmitem-se igualmente às pensões de sobrevivência de que os contribuintes do Fundo sejam autores. 4 - O património do Fundo responde exclusivamente pelo cumprimento do plano de pagamentos dos complementos de pensão, e nunca por quaisquer outras obrigações, sendo a satisfação do referido plano exclusivamente garantida pelo mesmo património. 5 - O Fundo tem duração ilimitada. Artigo 2º. Associado O Fundo tem como único associado o Ministério da Defesa Nacional, sendo a contribuição constituída pelo património inicial do mesmo, a constituir e realizar nos termos do artigo 6º. Artigo 3º. Participantes 1 - São participantes do Fundo os militares dos quadros permanentes das forças armadas, inscritos na Caixa Geral de Aposentações, que se encontrem na situação de activo e reserva, bem como os reformados militares, e que contribuam para o Fundo. 2 - Os militares que pretendam não ser participantes do Fundo deverão declará-lo expressamente. 3 - A declaração prevista no final do número anterior, assim como a declaração de readesão ao Fundo de Pensões, deverão ser entregues até 30 dias após a data do presente diploma (4 de Junho 1994) ou 30 dias após o ingresso nos quadros permanentes. 4 Após o termo do prazo fixado no número anterior, um militar dos quadros permanentes só poderá desvincular-se do Fundo até aos 50 anos de idade. 5 O militar dos quadros permanentes que se tenha desvinculado só poderá readerir ao Fundo até aos 50 anos de idade. Pág 300 de 461 Páginas

301 6 O abate aos quadros permanentes das Forças Armadas implica a desvinculação e o competente resgate, respectivamente, nos termos do Estatuto dos Militares das Forças Armadas e do presente diploma 7 Se a situação referida no número anterior ocorrer após os 50 anos de idade, poderá efectuar-se o resgate das contribuições mediante a aquisição, pela entidade gestora, a favor e em nome do participante, de unidades de participação de fundos de poupança PPR ou seguros de vida PPR. Artigo 4º. Beneficiários São beneficiários do Fundo: a) Os contribuintes referidos no n.º 1 do artigo anterior, relativamente aos complementos de pensão prevista no n.º 2 do artigo 1º.; b) Os respectivos herdeiros hábeis a que se referem os Decretos-Leis n.ºs 142/73, de 30 de Março, e 24046, de 21 de Junho de 1934, consoante o caso, quanto aos complementos de pensão previstos no n.º 3 do artigo 1º. Artigo 5º. Plano de benefícios 1 - O plano de complementos de pensões previsto na alínea b) do n.º 2 do artigo 1º. deve obedecer, nomeadamente, aos seguintes princípios: a) A partir de 1 de Julho de 1991, os beneficiários cuja pensão seja inferior a 80% do valor de referência serão abonados de um complemento de 2% daquele valor ou do montante indispensável para que a sua pensão atinja no mínimo 60% do valor de referência; b) Em 1993 e anos seguintes, subida, em Janeiro de cada ano, da percentagem mínima referida na alínea a) em 2,5 pontos percentuais, até ao valor de 80%, a atingir no ano Aos militares que tenham idade igual ou superior a 80 anos aplica-se, desde 1 de Janeiro de 1991, a percentagem de 80%, bem como àqueles que venham a atingir a mesma idade a partir do mês em que a completem. 3 - Para efeitos dos cálculos previstos nos n.ºs 1 e 2, o valor de referência é o da pensão calculada em cada momento pela Caixa Geral de Aposentações, integrando o tempo de serviço militar do beneficiário, até ao limite de 36 anos, a remuneração base do respectivo posto e escalão, bem como todos os suplementos que a lei determine, que, para efeitos de reforma, assumem a característica de remuneração principal, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 47º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Novembro. 4 Exceptuam-se do valor de referência todas as gratificações, suplementos ou outros abonos que, embora ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 47º. do Estatuto da Aposentação, sejam auferidos por desempenho de cargos não integrados na estrutura das Forças Armadas ou funções não previstas no Estatuto dos Militares das Forças Armadas. Artigo 6º. Património inicial 1 - O valor inicial do Fundo será constituído principalmente por receita originada da alienação do património do Estado afecto ao Ministério da Defesa Nacional, podendo ainda integrar outras receitas, desde que não provenham de transferências directas do Orçamento do Estado, excepto as previstas na alínea e) do artigo seguinte. 2 - Os Ministros da Defesa Nacional e das Finanças aprovarão, em portaria a publicar no prazo de 30 dias a partir da data de publicação deste diploma (4 de Junho 1994), o plano financeiro, técnico e actuarial, o valor inicial do Fundo e a forma da sua realização, bem como os respectivos parâmetros de enquadramento, sendo a aprovação daquele plano precedida de parecer do Instituto de Seguros de Portugal. 3 Atentas as características deste Fundo, não se aplicam à forma de realização do seu valor inicial os princípios consignados no Decreto-Lei n.º 415/91 de 25 de Outubro. Artigo 7º. Receitas Constituem receitas do Fundo: a) As que tenham por origem as fontes de financiamento referidas na alínea c) do n.º 3 do artigo 14º. do Decreto-Lei n.º 34-A/90, de 24 de Janeiro; b) As contribuições dos reformados militares beneficiários do Fundo; c) Os rendimentos das aplicações que integram o património do Fundo; d) O produto da alienação e reembolso de valores do património do Fundo; e) As transferências do Orçamento de Estado, até ao limite de 75% do montante correspondente ao valor que vier a ser atribuído aos bens imóveis afectos ao Ministério da Defesa Nacional e que, com a prévia concordância deste, sejam reafectados a outros departamentos do Estado; f) Outras receitas. Pág 301 de 461 Páginas

302 Artigo 8º. Contribuição mensal 1 - A contribuição mensal corresponde a 1% do montante das remunerações que integram o valor de referência e o pagamento inicia-se no mês de Outubro de 1990, por dedução a efectivar no respectivo vencimento. 2 - No caso dos militares na situação de reforma, a contribuição corresponde a 0,5% da respectiva pensão de reforma, a deduzir no montante desta, sendo devida a partir do início do pagamento dos complementos de pensão e apenas aos reformados que deles beneficiem. 3 - Em qualquer caso, a dedução referida no n.º 2 não poderá ultrapassar o valor do complemento a cargo do Fundo. Artigo 9º. Gestão do Fundo O Fundo será gerido, nos termos da lei, por uma sociedade gestora de fundos de pensões ou uma seguradora explorando o ramo «Vida», a seleccionar por concurso público, adiante designada por entidade gestora. Artigo 10º. Entidade gestora 1 - Compete à entidade gestora a prática de todos os actos e operações necessários ou convenientes à boa administração do Fundo, nomeadamente: a) Transmitir mensalmente à Caixa Geral de Aposentações a relação dos valores a creditar nas contas dos beneficiários a título de complementos de pensão, por conta do Fundo; b) Efectuar a recepção das contribuições cobradas aos participantes pelos ramos das forças armadas e pela Caixa Geral de Aposentações, nos termos do artigo 12º., n.º 2, alínea e); c) Manter os ficheiros dos contribuintes e beneficiários devidamente actualizados, contando para o efeito com a colaboração dos serviços do Ministério da Defesa Nacional e da Caixa Geral de Aposentações; d) Proceder anualmente à revisão dos estudos actuariais que suportam o plano financeiro, técnico e actuarial, sendo estes ainda revistos sempre que se tenham modificado os parâmetros determinantes do valor das contribuições ou que se verifiquem desvios significativos nos índices de solvabilidade do Fundo, os quais serão corrigidos em prazos tidos por tecnicamente razoáveis, a acordar entre o Ministério da Defesa Nacional e a entidade gestora; e) Informar trimestralmente a comissão de acompanhamento, a que se refere o artigo 15º., da situação financeira, composição da carteira e rentabilidade acumulada ao momento dentro da anuidade pelo Fundo; f) Elaborar um relatório anual completo, a apresentar à comissão de acompanhamento, cujo desenvolvimento contabilístico, financeiro e actuarial permita a correcta avaliação dos activos e resultados do Fundo. 2 - A entidade gestora assegurará, após efectuados os necessários estudos, definido o plano técnico, actuarial e financeiro e encaixados os valores do mesmo decorrentes, o cumprimento do plano de complementos de pensões referido no presente diploma, para o que assim deverá dispor a todo o tempo dos meios líquidos necessários à adequada satisfação das suas responsabilidades de gestão. 3 - Os estudos referidos no número anterior deverão mencionar explicitamente as hipóteses consideradas na avaliação das responsabilidades a cargo do Fundo e no cálculo da contribuição anual quanto à evolução das diversas variáveis intervenientes. 4 - A entidade gestora será remunerada em função do encaixe das contribuições, do valor do Fundo gerido e da taxa de remuneração real dos activos do Fundo. 5 - A entidade gestora terá, no exercício estrito destas funções, acesso a todos os mercados nacionais de títulos e valores, podendo igualmente ter, nos termos da legislação aplicável, acesso às bolsas de valores estrangeiras. 6 - Os órgãos sociais da entidade gestora não poderão ter entre os seus membros contribuintes ou beneficiários do Fundo, em nome próprio, em representação de ou fazendo-se representar por outrem, nem os seus cônjuges e parentes ou afins no 1º. grau. Artigo 11º. Contrato de gestão 1 - O caderno de encargos do concurso referido no artigo 9º. incluirá em anexo o contrato tipo de gestão, o qual será objecto de parecer prévio do Instituto de Seguros de Portugal, devendo respeitar, designadamente, as normas dos números seguintes. 2 - O contrato de gestão terá a validade de cinco anos, entrando em vigor a partir da data referida no concurso de selecção, e considera-se automaticamente renovado se não for denunciado por uma das partes à outra, por carta registada, com pelo menos 90 dias de antecedência sobre o termo do respectivo período. 3 - As propostas de alteração ao contrato de gestão, da iniciativa de qualquer das partes, Pág 302 de 461 Páginas

303 serão apresentadas com a antecedência mínima de 90 dias antes do termo do período contratual, entrando em vigor, se expressamente aceites, no período contratual seguinte, salvo acordo escrito que estabeleça de modo diferente, devendo aquelas ser juntas ao contrato original, dele passando a fazer parte integrante. 4 - Não serão válidas quaisquer alterações que contrariem o disposto no presente diploma. 5 - Em caso de rescisão ou cessação do contrato de gestão ou de dissolução da entidade gestora, esta obriga-se a assegurar a continuidade da gestão, não podendo dissolver-se sem primeiro assegurar a transferência das suas responsabilidades para outra entidade habilitada nem lavrar-se escritura de dissolução ou considerar-se extinto o contrato de gestão enquanto não se demonstrar efectuada aquela transferência. 6 - A partir do momento em que se verifique a rescisão ou cessação do contrato de gestão ou a dissolução da entidade gestora, o Ministério da Defesa Nacional abrirá concurso público para selecção de nova entidade gestora no prazo máximo de 90 dias. Artigo 12º. Depositário 1 - A Caixa Geral de Depósitos fica constituída como depositária do Fundo, competindo-lhe receber em depósito os valores e documentos do Fundo e ter actualizada a relação cronológica de todas as operações realizadas, estabelecendo semestralmente um inventário discriminado dos valores do Fundo. 2 - Compete ainda à Caixa Geral de Depósitos: a) Cobrar os rendimentos produzidos pelos imóveis do Fundo e colaborar com a entidade gestora na realização de operações sobre aqueles bens; b) Realizar operações de compra e venda de títulos, de cobrança de juros e dividendos e de exercício do direito de subscrição e de opção; c) Pagar os complementos de pensões em cúmulo com as pensões dos beneficiários do Fundo; d) Apresentar à entidade gestora informação diária sobre os montantes dos depósitos à ordem; e) Receber dos ramos, por conta e ordem da entidade gestora, as contribuições dos militares no activo e na reserva, competindo aos departamentos competentes dos mesmos efectuar a respectiva cobrança. 3 - Será celebrado um contrato escrito entre a entidade gestora e a Caixa Geral de Depósitos, o qual será sujeito a aprovação do Ministro da Defesa Nacional. Artigo 13º. Caixa Geral de Aposentações À Caixa Geral de Aposentações compete, em moldes a definir com a entidade gestora, cobrar dos militares reformados as respectivas contribuições, por dedução a efectuar no respectivo complemento da pensão. Artigo 14º. Aplicações 1 - As aplicações dos bens que integram o património do Fundo serão efectuadas pela entidade gestora segundo uma política de segurança, maior rendibilidade, diversificação e liquidez. 2 - O activo do Fundo será aplicado nos termos do Decreto-Lei n.º 415/91, de 25 de Outubro, e da legislação subsequente, com as excepções a seguir indicadas. 3 - O activo do Fundo poderá ainda ser aplicado, até ao máximo de 20%, em empréstimos aos contribuintes exclusivamente para financiamento de aquisição ou construção ou beneficiação de habitação própria, com garantia da primeira hipoteca do imóvel objecto do crédito, devendo a taxa de juro aplicável ser igual à taxa do regime geral que a Caixa Geral de Depósitos aplicar no momento menos 0,25%, sendo a receita desta aplicação exclusivamente afecta ao património do Fundo. 4 - A aplicação em títulos emitidos por uma mesma sociedade não poderá ultrapassar 20% do seu capital e reservas. 5 - Estão vedadas ao Fundo as aquisições de: a) Acções de entidades gestoras de fundos de pensões; b) Títulos emitidos ou detidos por entidades que sejam membros dos órgãos de gestão ou de fiscalização da entidade gestora ou que possuam mais de 10% do capital desta; c) Títulos emitidos ou detidos por empresa cujo capital social pertença em mais de 10% a um ou mais administradores da entidade gestora, em nome próprio ou em representação de outrem, e aos seus cônjuges e parentes ou afins no 1º. grau; d) Títulos emitidos ou detidos por empresas de cujos órgãos de fiscalização ou de gestão façam parte um ou mais gestores da entidade gestora, em nome próprio ou em representação de outrem, seus cônjuges e parentes ou afins no 1º. grau; e) Imóveis utilizados pelo associado ou por participantes, ou por sociedades por estes dominadas. Pág 303 de 461 Páginas

304 Artigo 15º. Acompanhamento 1 - A ligação entre o Ministro da Defesa Nacional e a entidade gestora competirá a uma comissão de acompanhamento constituída por três membros a nomear por despacho do Ministro da Defesa Nacional. 2 - À comissão compete informar e dar parecer ao Ministério da Defesa Nacional sobre: a) Os relatórios apresentados pela entidade gestora do Fundo; b) O plano financeiro técnico e actuarial apresentado pela entidade gestora do Fundo; c) O plano de entregas dos contribuintes; d) O plano de complementos de pensões a pagar anualmente aos beneficiários; e) A orientação da política de aplicações do Fundo. Artigo 16º. Data de referência de inscrição 1 - A data de referência de inscrição dos participantes do Fundo é 1 de Outubro de 1990 para os actuais militares dos quadros permanentes subscritores da Caixa Geral de Aposentações e reformados militares. 2 - Para os militares que venham a ingressar nos quadros permanentes posteriormente à data mencionada no n.º 1 a data de referência é a da inscrição na Caixa Geral de Aposentações. 3 - Para os militares referidos no número anterior cuja data de ingresso nos quadros permanentes seja posterior à data de inscrição na Caixa Geral de Aposentações, a data de referência a considerar é a data de ingresso nos quadros permanentes. 4 - Os militares dos quadros permanentes referidos no número anterior podem requerer que a data de referência seja a data de inscrição na Caixa Geral de Aposentações na condição de as contribuições correspondentes ao período entre a data de inscrição naquela Caixa e a data de ingresso nos quadros permanentes serem pagas nos termos do disposto no artigo seguinte, cabendo à entidade gestora calcular o capital em dívida e estabelecer o respectivo plano de amortização. 5 - A posterior inscrição de militares que, tendo inicialmente declarado não querer participar no Fundo, tenham mais tarde revisto a sua posição terá sempre como referência as datas previstas nos números anteriores, consoante o caso. Artigo 17º. Contribuições em atraso O cálculo das contribuições em atraso tem como base o último vencimento, acrescido de suplemento da condição militar, processado ao militar que se encontre em dívida para com o Fundo. Artigo 17º.-A Resgate 1 - Os militares participantes no Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas que pretendam desvincular-se do Fundo têm direito a resgatar as suas contribuições nas condições fixadas nos números seguintes. 2 - Os militares referidos no número anterior podem resgatar as contribuições efectuadas nas seguintes condições, até um ano após a verificação destas: a) Abandono da carreira militar; b) Desistência de participação no Fundo de Pensões dos Militares das Forças Armadas. 3 - O valor de resgate será igual ao valor das contribuições actualizadas, para cada ano, pela taxa de variação percentual do índice 100 da grelha salarial do corpo especial dos militares, multiplicado pelo factor 0,85. Artigo 18º. Legislação subsidiária Em tudo o que não contrarie o presente diploma aplica-se o Decreto-Lei n.º 415/91 de 25 de Outubro, e legislação subsequente que regule a mesma matéria. Artigo 19º. 1 - O presente diploma produz efeitos a partir de 1 de Julho de Relativamente aos militares que se encontrem na situação de reserva na efectividade de serviço e sejam abrangidos pelo calendário de transição previsto no artigo 11º. do Decreto-Lei n.º 34-A/90, de 24 de Janeiro, a produção de efeitos reportase ao dia 1 do mês subsequente àquele em que se completem 30 dias sobre a publicação do presente diploma. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5 de Julho de Aníbal António Cavaco Silva - Joaquim Fernando Nogueira - Luís Miguel Couceiro Pizarro Beleza. Promulgado em 22 de Agosto de Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES Referendado em 27 de Agosto de Pelo Primeiro-Ministro, Joaquim Fernando Nogueira, Ministro da Presidência. Pág 304 de 461 Páginas

305 Decreto-Lei n.º 314/90, de 13 de Outubro, alterado pelos Decretos-Leis 146/92 de 21 de Julho e 248/98 de 11 de Agosto Estabelece benefícios para militares com grande deficiência DR n.º 237/90 SÉRIE I Ministério da Defesa Nacional Estabelece o regime de benefícios para militares com grande deficiência PÁGINAS4274 a 4275 O Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, veio instituir um conjunto de direitos e compensações para os militares que, no cumprimento do dever e na defesa dos interesses da Pátria, sofreram diminuição da sua capacidade geral de ganho, em resultado de acidente ocorrido em serviço de campanha ou em circunstâncias equiparáveis. O objectivo de tal medida era criar as condições para a integração social dos interessados. Todavia, existem militares que adquiriram deficiência em circunstâncias que, embora não enquadráveis no regime jurídico definido por aquele diploma, foram expressamente reconhecidas como resultado do serviço militar. De entre estes, importa salientar os portadores de grande deficiência, originadora de incapacidade quase total e da qual advêm graves repercussões, designadamente em encargos adicionais relacionados com a própria deficiência. Por isso, devido ao elevado grau de dificuldades com que estes militares se defrontam, e tendo ainda em atenção que a prestação de serviço militar, mesmo em tempo de paz, implica um risco constante pela sua especificidade, afigura-se de toda a justiça que o Estado adopte medidas de maior protecção a tais casos. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201º. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1º. Grande deficiente das forças armadas É considerado grande deficiente das Forças Armadas (GDFAS) o cidadão que, no cumprimento do dever militar e não abrangido pelo Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, adquiriu uma diminuição permanente na sua capacidade geral de ganho, da qual resulte passagem à situação de reforma extraordinária ou atribuição de pensão de invalidez nos termos do n.º 2 do artigo 118º. e dos artigos 127º. e seguintes do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro, e cuja desvalorização seja igual ou superior a 60%. 2 - Para efeitos do número anterior, são automaticamente considerados GDFAS os militares cuja desvalorização, já atribuída ou a atribuir pela junta médica competente, seja igual ou superior a 60%. Artigo 2º. Abono suplementar de Invalidez Aos GDFAS reconhecidos nos termos deste diploma é concedido um abono suplementar de invalidez atribuído, calculado e actualizado nas condições previstas nos n.ºs 1 e 2 do artigo 10º. e n.º 2 do artigo 12º. do Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, em função da percentagem de desvalorização fixada pela junta médica da Caixa Geral de Aposentações. Artigo 3º. Prestação suplementar de invalidez 1 - Aos GDFAS a quem seja reconhecida uma percentagem de incapacidade igual ou superior a 90% é devido o pagamento de prestação suplementar de invalidez nas condições previstas nos n.ºs 1 e 2 do artigo Pág 305 de 461 Páginas

306 11º. do Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro, em função da percentagem de desvalorização fixada pela junta médica da Caixa Geral de Aposentações. 2 - A verificação da necessidade da atribuição da prestação suplementar de invalidez, que se destina a custear os encargos da utilização de serviços de acompanhante, é feita pela junta médica da Caixa Geral de Aposentações, podendo esta decisão ser revista uma vez em cada três anos, a requerimento do interessado. 3 - Os GDFAS com 90% de incapacidade já reconhecida podem requerer à Caixa Geral de Aposentações a prestação suplementar de invalidez, a partir da entrada em vigor do presente diploma. 4 - A prestação referida no número anterior não será abonada enquanto os GDFAS estiverem hospitalizados ou internados a expensas do Estado. Artigo 4º. Direitos e regalias dos GDFAS A todos os CDFAS reconhecidos nos termos deste diploma, e com a finalidade de melhor suportarem as suas deficientes condições familiares e sociais, é concedido o gozo dos direitos e regalias constantes das disposições aplicáveis do artigo 13º., dos n.ºs 3 a 9 do artigo 14º. e do artigo 16º. do Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro. Artigo 5º. Do uso do cartão de GDFAS Todos os GDFAS têm direito ao uso do cartão de identificação de características e condições de utilização idênticas às do cartão de DFA estabelecido pelo n.º 2 do artigo 14º. do Decreto-Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 23 de Agosto de Joaquim Fernando Nogueira - Joaquim Fernando Nogueira - Luís Miguel Couceiro Pizarro Beleza. Promulgado em 28 de Setembro de Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 3 de Outubro de O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. Pág 306 de 461 Páginas

307 Decreto-Lei n.º 322/90, de 18 de Outubro DR n.º 241/90 SÉRIE I Ministério do Emprego e da Segurança Social Define e regulamenta a protecção na eventualidade da morte dos beneficiários do regime geral de segurança social (revoga a secção VII do capítulo V do Decreto n.º 45266, de 23 de Setembro de 1963, e o Regulamento Especial do Regime de Pensões de Sobrevivência, publicado no Diário do Governo, 2.ª série, n.º 21, de 26 de Janeiro de 1971) PÁGINAS 4317 a 4325 A protecção por morte dos beneficiários abrangidos por regime de segurança social é realizada genericamente a favor do seu agregado familiar mediante a concessão de prestações continuadas, embora não necessariamente vitalícias - as pensões de sobrevivência -, e de uma prestação única - o subsídio por morte. A generalização do regime das pensões de sobrevivência estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 277/70, de 18 de Junho, enquadrado pelo Regulamento, ainda hoje em vigor, aprovado por despacho ministerial de 23 de Dezembro de 1970, contribuiu de forma significativa para o alargamento do âmbito das pessoas protegidas. Por seu turno, a regulamentação do subsídio por morte consta do Decreto n.º 45266, de 23 de Setembro de 1963, que concretiza as bases estabelecidas na Lei n.º 2115, de 18 de Junho de 1962 (Lei de Bases do Sistema de Previdência Social), então em vigor. A evolução processada no domínio da Segurança Social determinou, no entanto, a desactualização de muitos dos preceitos do Regulamento, bem como de aspectos importantes relativos às finalidades próprias destas prestações. Por outro lado, as modificações introduzidas nos últimos anos ao regime das pensões de sobrevivência da função pública aconselham, de igual modo, uma revisão técnica e normativa, com a preocupação de aproximar e harmonizar o mais possível os dois sistemas de protecção social, dentro de limites que permitam as suas diferenças estruturais, sobretudo jurídicoinstitucionais e financeiras. A inclusão num mesmo diploma dos dois benefícios por morte concedidos pela Segurança Social tem em vista, por um lado, articulá-los devidamente, uma vez que têm regras análogas ou mesmo comuns. Concretiza-se assim a preocupação de actualizar a legislação de segurança social, sistematizandoa e codificando-a por eventualidades, de harmonia com o padrão estabelecido pela norma mínima internacional (Convenção n.º 102 da OIT) e o Código Europeu de Segurança Social (Conselho da Europa). De entre as inovações introduzidas, importa sublinhar fundamentalmente as seguintes, que apresentam maior relevância: Em primeiro lugar, procedeu-se à redefinição dos titulares das pensões de sobrevivência em termos mais actualizados, nomeadamente estabelecendo-se a igualdade de tratamento entre cônjuges e colocando-se os descendentes além do 1º. grau com direito a abono de família em pé de igualdade com os filhos. Consagrou-se também, na medida em que é técnica e financeiramente possível, a reformulação dos montantes, isto é, da percentagem, que passou de 60% para 70%, a atribuir ao cônjuge e ex-cônjuge, quando concorram, valorizando assim o quantitativo das respectivas pensões. Garante-se igualmente a atribuição de benefícios por morte em caso de ausência prolongada em condições que façam presumir a morte, tendo em atenção, nas condições actuais, o elevado significado social e familiar da prestação. É de destacar, por outro lado, a atribuição do subsídio por assistência de terceira pessoa aos pensionistas de sobrevivência que, por motivo de incapacidade, se encontram em situação de dependência por perda de autonomia para os actos correntes da vida. Finalmente, consagram-se, de forma autónoma, relativamente às pensões de sobrevivência, as regras de atribuição dos montantes provisórios. Relativamente ao subsídio por morte, há uma considerável melhoria na medida em que a prestação passa a ser atribuída independentemente do cumprimento de prazo de garantia. Para além das inovações referidas, o diploma é, sobretudo, rico em alterações para aperfeiçoamento de normas incompletas e desarticuladas actualmente existentes, preenchendo-se algumas lacunas do sistema e aperfeiçoando globalmente o conjunto normativo. Procura-se, deste modo, contribuir para um mais fácil conhecimento pelos interessados e mais Pág 307 de 461 Páginas

308 correcta aplicação pelas instituições dentro do objectivo de sistematizar e codificar legislação de segurança social, que se encontra ainda nalguns aspectos excessivamente atomizada e dispersa. Por fim, importa referir a disposição inovatória que inclui, no regime ora criado, as situações de facto previstas no artigo 2020º. do Código Civil, embora se remeta para regulamentação específica a sua aplicação, designadamente no que diz respeito à caracterização das situações e à produção da prova. Assim: Ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira; No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 28/84, de 14 de Agosto, e nos termos das alíneas a) e c) do n.º 1 do artigo 201º. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Da natureza, objectivos e titularidade das prestações SECÇÃO I Da natureza e objectivos das prestações Artigo 1º. Protecção por morte 1 - O presente diploma define e regulamenta a protecção na eventualidade da morte dos beneficiários do regime geral de segurança social. 2 - Não estão abrangidos pela protecção na eventualidade da morte, no âmbito do regime instituído pelo presente diploma, os beneficiários da Caixa de Abono de Família dos Empregados Bancários. Artigo 2º. Caracterização da eventualidade 1 - Para efeitos do disposto neste diploma, é considerado o falecimento do beneficiário ainda que seja resultante de acidente de trabalho ou doença profissional. 2 - O regime de protecção previsto neste diploma só é aplicável às situações de falecimento por acidentes de trabalho ou doença profissional nos casos em que as mesmas não estejam abrangidas por legislação própria ou, estando, os valores das prestações sejam inferiores. Artigo 3º. Modalidade das prestações 1 - A protecção por morte dos beneficiários activos ou pensionistas é realizada mediante a atribuição das prestações pecuniárias denominadas pensões de sobrevivência e subsídio por morte. 2 - Quando os pensionistas de sobrevivência se encontrem na situação de dependência, nos termos do presente diploma, há lugar à atribuição do subsídio por assistência de terceira pessoa. 3 - Nas situações especiais caracterizadas neste diploma podem ser atribuídas pensões provisórias de sobrevivência. Artigo 4º. Objectivos das prestações 1 - As pensões de sobrevivência são prestações pecuniárias que têm por objectivo compensar os familiares de beneficiário da perda dos rendimentos de trabalho determinada pela morte deste. 2 - O subsídio por morte destina-se a compensar o acréscimo dos encargos decorrentes da morte do beneficiário, tendo em vista facilitar a reorganização da vida familiar. 3 Revogado pelo Decreto-Lei n.º 265/99, 14 de Julho. Artigo 5º. Natureza das prestações As pensões de sobrevivência são de concessão continuada e o subsídio por morte é de concessão única. Artigo 6º. Presunção de morte Para efeitos deste diploma, é equiparado à morte o desaparecimento do beneficiário em caso de guerra, de calamidade pública, em situação de sinistro ou ocorrência semelhante, em condições que permitam presumir, nos termos do processo previsto no artigo 51º., o seu falecimento. SECÇÃO II Da titularidade das prestações Artigo 7º. Titulares do direito às prestações 1 - A titularidade do direito às prestações é reconhecida às seguintes pessoas: a) Cônjuges e ex-cônjuges; b) Descendentes, ainda que nascituros, incluindo os adoptados plenamente; c) Ascendentes. 2 - Para efeitos da titularidade do direito, são considerados descendentes os enteados dos beneficiários falecidos desde que estes, em relação aos mesmos, estivessem obrigados à prestação de alimentos nos termos da alínea f) do n.º 1 do artigo 2009º. do Código Civil. 3 - Na falta das pessoas referidas no n.º 1 ou das condições que as mesmas devem reunir para ter direito à prestação, têm direito ao subsídio por morte outros parentes, afins ou equiparados, em Pág 308 de 461 Páginas

309 linha recta e até ao 3º. grau da linha colateral, incluindo os adoptados e os adoptantes restritamente. Artigo 8º. Situação de facto análoga à dos cônjuges 1 - O direito às prestações previstas neste diploma e o respectivo regime jurídico são tornados extensivos às pessoas que se encontrem na situação prevista no n.º 1 do artigo 2020º. do Código Civil. 2 - O processo de prova das situações a que se refere o n.º 1, bem como a definição das condições de atribuição das prestações, consta de decreto regulamentar. Artigo 9º. Situações especiais dos cônjuges e excônjuges 1 - Não havendo filhos do casamento, ainda que nascituros, o cônjuge sobrevivo só tem direito às prestações se tiver casado com o beneficiário pelo menos um ano antes da data do falecimento deste, salvo se a morte tiver resultado de acidente ou de doença contraída ou manifestada depois do casamento. 2 - Em caso de casamento declarado nulo ou anulado têm direito às prestações as pessoas que tenham celebrado o casamento de boa fé com o beneficiário e à data da sua morte recebessem pensão de alimentos decretada ou homologada judicialmente ou se esta não lhes tivesse sido atribuída por falta de capacidade económica do falecido para a prestar. Artigo 10º. Situações excluídas por indignidade e deserdação 1 - Não tem direito às prestações quem se encontrar nas situações previstas no artigo 2034º. do Código Civil, considerando-se autor da sucessão o beneficiário falecido, salvo se o ofendido o tiver reabilitado nos termos do artigo 2038º. do mesmo diploma. 2 - Não tem igualmente direito às prestações a pessoa que carecer de capacidade sucessória por motivo de deserdação, nos termos do artigo 2166º. do Código Civil. CAPÍTULO II Das condições de atribuição das prestações SECÇÃO I Das condições comuns de atribuição das prestações Artigo 11º. Situação de separação ou divórcio O cônjuge separado judicialmente de pessoas e bens e o divorciado só têm direito às prestações se, à data da morte do beneficiário, dele recebessem pensão de alimentos decretada ou homologada pelo tribunal ou se esta não lhes tivesse sido atribuída por falta de capacidade económica do falecido judicialmente reconhecida. Artigo 12º. Idade dos descendentes 1 - A atribuição das prestações aos descendentes depende de estes terem idade inferior a 18 anos. 2 - No caso de os descendentes terem idade igual ou superior a 18 anos, as prestações apenas são concedidas se os mesmos não exercerem actividade determinante de enquadramento nos regimes de protecção social de inscrição obrigatória e satisfizerem as seguintes condições: a) Dos 18 aos 25 anos, desde que estejam matriculados e frequentem qualquer curso de nível secundário, complementar ou médio e superior; b) Até aos 27 anos, se estiverem a frequentar curso de mestrado ou curso de pós-graduação, a preparar tese de licenciatura ou de doutoramento ou a realizar estágio de fim de curso indispensável à obtenção de diploma; c) Sem limite de idade, tratando-se de deficiente que nessa qualidade seja destinatário de prestações familiares. 3 - Os limites etários previstos na alínea a) do número anterior são aplicáveis à frequência de cursos de formação profissional que não determinem enquadramento nos regimes de protecção social. 4 - No caso de o curso de formação ou o estágio de fim de curso serem subsidiados, só há lugar à atribuição das prestações desde que o respectivo valor não ultrapasse dois terços da remuneração mínima garantida à generalidade dos trabalhadores. Artigo 13º. Descendentes além do 1º. grau A atribuição das prestações a descendentes além do 1º. grau depende de haver direito ao abono de família conferido pelo beneficiário falecido em favor dos mesmos ainda que não tenha sido exercido. Pág 309 de 461 Páginas

310 Artigo 14º. Ascendentes São condições de atribuição das prestações aos ascendentes que estes estejam a cargo do beneficiário falecido e não existam cônjuges, excônjuges e descendentes com direito às mesmas prestações. Artigo 15º. Momento da verificação das condições de atribuição As condições de atribuição das prestações são definidas à data da morte do beneficiário. SECÇÃO II Das condições especiais de atribuição das prestações SUBSECÇÃO I Das pensões de sobrevivência Artigo 16º. Prazo de garantia 1 - O reconhecimento do direito à pensão de sobrevivência depende da verificação de um prazo de garantia de 36 meses. 2 - Quando, para preenchimento do prazo de garantia das pensões de invalidez e de velhice, forem estabelecidas densidades contributivas, são as mesmas aplicáveis à pensão de sobrevivência. Artigo 17º. Pensões provisórias A atribuição provisória das pensões de sobrevivência depende de os respectivos titulares reunirem, para além das condições prescritas para atribuição das pensões, os seguintes requisitos: a) Não exercerem actividade profissional remunerada; b) Não estarem a receber qualquer quantia a título de pré-reforma ou de situação equivalente; c) Não estarem a receber quaisquer pensões. SUBSECÇÃO II Do subsídio por morte Artigo 18º. Prazo de garantia O subsídio por morte á atribuído aos familiares dos beneficiários independentemente da verificação do prazo de garantia. Artigo 19º. Dependência económica Nos casos em que a titularidade do subsídio por morte respeitar aos parentes, afins e equiparados, em linha recta e até ao 3º. grau da linha colateral, incluindo os adoptados restritamente, a atribuição da prestação depende de os mesmos estarem a cargo do beneficiário à data da morte deste. SUBSECÇÃO III Do subsídio por assistência de terceira pessoa Revogada pelo Decreto-Lei n.º 265/99, 14 de Julho. CAPÍTULO III Da determinação do montante das prestações SECÇÃO I Do montante das pensões de sobrevivência Artigo 24º. Forma de cálculo 1 - O montante das pensões de sobrevivência é determinado pela aplicação das percentagens estabelecidas nos artigos seguintes ao valor da pensão de invalidez ou de velhice que o beneficiário recebia ou que lhe seria calculada à data do seu falecimento, de acordo com as regras fixadas para a determinação do montante das pensões. 2 - No caso de o beneficiário se encontrar a receber uma pensão limitada, o cálculo da pensão de sobrevivência é feito em função do montante a que o beneficiário teria direito, se não existisse limitação. 3 - Nas situações em que os beneficiários, à data da morte, não perfizerem 60 meses com contribuições, a pensão é calculada com base na fórmula R/60, sendo R o total das remunerações registadas em que se verificou incidência contributiva. Artigo 25º. Cálculo das pensões dos cônjuges As percentagens a considerar para a determinação do valor das pensões de sobrevivência atribuídas aos cônjuges ou excônjuges são de 60% ou 70%, consoante forem um ou mais do que um. Artigo 26º. Cálculo das pensões dos descendentes As percentagens a considerar para a determinação do valor das pensões dos descendentes são: a) De 20%, 30% ou 40%, consoante forem um, dois ou mais de dois, se houver cônjuge ou excônjuge com direito a pensão; b) De 40%, 60% ou 80%, consoante forem um, dois ou mais de dois, se não houver cônjuge ou ex-cônjuge com direito a pensão. Pág 310 de 461 Páginas

311 Artigo 27º. Cálculo das pensões dos ascendentes As percentagens a considerar para a determinação do valor das pensões dos ascendentes são de 30%, 50% ou 80%, consoante forem um, dois, três ou mais de três. Artigo 28º. Individualização das pensões 1 - Os montantes obtidos pela aplicação das percentagens estabelecidas são repartidos por igual entre os titulares do direito à pensão incluídos em cada um dos grupos referidos nos artigos 25º., 26º. e 27º. 2 - A verificação de qualquer causa de extinção do direito à pensão, ou o aparecimento de novo titular, determina novo cálculo ou nova repartição dos montantes a que se refere o número anterior, nos termos prescritos. Artigo 29º. Montantes das pensões de sobrevivência 1 - As pensões de sobrevivência não podem ser de montante inferior ao valor que resulta da aplicação das respectivas percentagens de cálculo ao valor mínimo estabelecido por lei para as pensões de invalidez e de velhice. 2 - O montante da pensão provisória de sobrevivência é igual ao valor mínimo da pensão considerada no número anterior. 3 - Determinado o montante definitivo da pensão, se este for diferente do valor da pensão provisória entretanto atribuída, há lugar à respectiva regularização. 4 - No caso de haver direito a pensões por morte do beneficiário, nos termos do regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças profissionais, apenas será concedida a pensão de sobrevivência no montante que exceda o valor da pensão por risco profissional. Artigo 30º. Prestações adicionais de pensão Nos meses de Julho e de Dezembro de cada ano, os pensionistas têm direito a receber, além da pensão normal que lhes corresponda, uma prestação adicional de igual montante. SECÇÃO II Do montante do subsídio por assistência de terceira pessoa Revogada pelo Decreto-Lei n.º 265/99, 14 de Julho. SECÇÃO III Do montante do subsídio por morte Artigo 32º. Montante do subsídio O subsídio por morte é igual a seis vezes o valor da remuneração de referência calculada nos termos do artigo seguinte. Artigo 33º. Remuneração de referência 1 - A remuneração de referência a considerar para o cálculo do subsídio é igual a 1/24 da remuneração global dos dois anos civis a que correspondem remunerações mais elevadas, dentro dos últimos cinco anos civis com entrada de contribuições em nome do beneficiário. 2 - No caso de a entrada de contribuições em nome do beneficiário corresponder a período inferior a dois anos, a remuneração de referência a considerar para o cálculo do subsídio é igual a 1/24 das remunerações registadas. 3 - Quando, após a passagem do beneficiário à situação de pensionista, se verifique a entrada de contribuições e a média das remunerações correspondentes, nos termos do n.º 1, for inferior à que resultaria da consideração das remunerações registadas anteriormente à data da atribuição da pensão, é este o valor da remuneração de referência. 4 - Em caso de morte de pensionista, a remuneração de referência calculada nos termos dos números anteriores será ajustada por aplicação do factor de actualização de salários vigente à data da morte. Artigo 34º. Valor mínimo da remuneração de referência A remuneração de referência a considerar para o cálculo do subsídio por morte não pode ser inferior ao valor da remuneração mínima garantida à generalidade dos trabalhadores. Artigo 35º. Individualização do subsídio 1 - O subsídio por morte é atribuído aos titulares nos termos seguintes: a) Metade ao cônjuge e ex-cônjuge e metade aos descendentes, quando existam simultaneamente aqueles e estes; b) Por inteiro ao cônjuge, ao ex-cônjuge ou aos descendentes, conforme os casos, quando não se verifique a situação prevista na alínea a); c) Por inteiro aos ascendentes ou às pessoas referidas no n.º 3 do artigo 7º. 2 - O montante do subsídio por morte estabelecido nos termos do número anterior é repartido por igual entre os titulares do direito ao Pág 311 de 461 Páginas

312 subsídio incluídos em cada um dos grupos definidos no artigo 7º. CAPÍTULO IV Do início e duração das prestações SECÇÃO I Do início e duração das pensões de sobrevivência SUBSECÇÃO I Do início da pensão de sobrevivência Artigo 36º. Princípio geral 1 - A pensão é devida a partir do início do mês seguinte ao do falecimento, no caso de ser requerida nos seis meses imediatos ao evento, e a partir do início do mês seguinte ao do requerimento, em caso contrário, e sem prejuízo do disposto no artigo 48º. 2 - Tratando-se de nascituro, a pensão só é devida a partir do mês seguinte ao do nascimento. 3 - Nos casos em que a atribuição do direito à pensão dependa de sentença judicial, a pensão é devida desde o início do mês seguinte ao da verificação do evento que o determina, sem prejuízo do disposto no n.º 4 do artigo 53º. Artigo 37º. Início de novos montantes Os montantes das pensões que resultam da alteração das percentagens referidas nos artigos 25º., 26º. e 27º. são devidos desde o início do mês seguinte ao da verificação do facto que a determinou. SUBSECÇÃO II Período de concessão Artigo 38º. Período de concessão das pensões aos cônjuges e ex-cônjuges 1 - As pensões são concedias aos cônjuges e excônjuges pelo período de cinco anos, no caso de estes à data da morte do beneficiário terem idade inferior a 35 anos. 2 - As pensões são concedidas sem limite de tempo, se os cônjuges e ex-cônjuges à data da morte do beneficiário: a) Tiverem idade igual ou superior a 35 anos ou atingirem esta idade enquanto tiverem direito à pensão; b) Estiverem em situação de incapacidade total e permanente para qualquer trabalho. 3 - O período referido no n.º 1 é prorrogado no caso de existirem descendentes do beneficiário e do cônjuge ou ex-cônjuge com direito à pensão de sobrevivência até ao termo do ano civil em que ocorra a cessação do direito à pensão por parte dos descendentes. Artigo 39º. Período de concessão das pensões aos descendentes 1 - Quando a concessão da pensão de sobrevivência dependa da frequência de estabelecimento de ensino, considera-se que integra o ano lectivo o período de férias que lhe é subsequente, ainda que entretanto se tenham deixado de verificar os requisitos da sua concessão. 2 - Mantém-se a concessão da pensão de sobrevivência, pelo período de um ano lectivo e período de férias subsequente, aos descendentes que não tenham podido matricular-se por força da aplicação da regra do numerus clausus legalmente estabelecida. Artigo 40º. Duração da suspensão A suspensão do pagamento da pensão tem efeitos a partir do mês seguinte àquele em que se verificar o facto que a determinou e permanece até ao fim do mês em que a respectiva situação se extinguir. Artigo 41º. Cessação das pensões Para além das causas gerais de cessação das pensões, o direito às pensões cessa com: a) O casamento dos pensionistas cônjuges ou excônjuges dos beneficiários; b) O reconhecimento judicial das situações previstas no artigo 10º. Artigo 42º. Momento da cessação da pensão A pensão cessa no final do mês em que se extinguir o respectivo direito. SECÇÃO II Do início e cessação do subsídio por assistência de terceira pessoa Artigo 43º. Início O início do subsídio verifica-se a partir do mês seguinte ao da apresentação do respectivo requerimento, se for feita prova de que o deficiente dispunha já de assistência de terceira pessoa, ou desde a data em que esta se efective, no caso contrário. Pág 312 de 461 Páginas

313 Artigo 44º. Cessação A concessão do subsídio por assistência de terceira pessoa cessa no fim do mês em que se verifique o facto determinante de extinção do respectivo direito. Artigo 45º. Inacumulabilidade de prestações As pensões de sobrevivência atribuíveis a descendentes e ascendentes de beneficiários não são acumuláveis com pensões àqueles atribuídas e por direito próprio. CAPÍTULO V Do processamento e administração SECÇÃO I Do requerimento e das provas Artigo 46º. Instituições competentes 1 - A gestão das prestações compete ao Centro Nacional de Pensões e aos centros regionais de segurança social, nos termos das competências próprias destes organismos, fixadas por despacho do Ministro do Emprego e da Segurança Social. 2 - A atribuição da pensão provisória de sobrevivência é da competência dos centros regionais de segurança social. Artigo 47º. Requerimento 1 - As prestações previstas neste diploma devem ser requeridas pelos interessados ou pelos seus representantes legais. 2 - As prestações podem ser requeridas pelas pessoas que provem ter a seu cargo os interessados menores ou incapazes, bem como pelas pessoas que aguardem decisão judicial de suprimento do poder paternal, de interdição ou de inabilitação. 3 - O pedido de atribuição da pensão provisória de sobrevivência é formulado no acto do requerimento da própria pensão, sem prejuízo de posterior requerimento nos casos de superveniência de cessação das condições de exclusão previstas no artigo 17º. Artigo 48º. Prazo para requerer as prestações O prazo para requerer as prestações é de cinco anos a contar da data do falecimento do beneficiário ou da data do seu desaparecimento nos casos de presunção previstos no artigo 6º. Artigo 49º. Declaração sob compromisso de honra No requerimento da pensão provisória de sobrevivência é obrigatória a declaração do interessado, sob compromisso de honra, de que se encontra nas condições exigidas para a concessão da prestação. Artigo 50º. Meios de prova e sua actualização 1 - O requerimento é instruído com os documentos comprovativos do óbito e dos demais factos condicionantes do direito. 2 - Os processos para atribuição de prestações que, por motivos imputáveis aos requerentes ou seus representantes, não tenham andamento por período superior a 90 dias, contados a partir da comunicação aos interessados para procederem a diligências necessárias à sua continuidade, são arquivados, exigindo-se a apresentação de novo requerimento para atribuição das prestações, sem prejuízo das regras de caducidade. 3 - Os pensionistas devem apresentar, nos prazos que forem estabelecidos pelas instituições, os meios de prova dos factos determinantes da manutenção do direito à pensão de sobrevivência. Artigo 51º. Prova do desaparecimento 1 - Para efeitos da instrução do processo de atribuição das prestações nas situações previstas no artigo 6º., a certidão de óbito é substituída pela declaração do desaparecimento e das condições em que o mesmo se deu, acompanhada dos elementos em que se fundamenta a presunção da morte. 2 - A declaração prevista no número anterior é prestada sob compromisso de honra pelo requerente e confirmada por escrito por duas testemunhas. 3 - Na instrução do processo os organismos competentes podem exigir, caso seja necessário, outros documentos comprovativos do desaparecimento. Artigo 52º. Processo de atribuição do subsídio por assistência de terceira pessoa Revogado pelo Decreto-Lei 265/99 Pág 313 de 461 Páginas

314 SECÇÃO II Do pagamento das prestações Artigo 53º. Pagamento das prestações em situações especiais 1 - Nos casos em que se aguarde a nomeação de representante legal do titular das pensões, e para ocorrer às necessidades imediatas, podem aquelas prestações ser entregues directamente à pessoa ou entidade considerada idónea para o efeito, mediante adequada informação dos serviços da instituição competente. 2 - O disposto no número anterior é aplicável nos casos em que o titular da pensão se encontre impossibilitado, de modo permanente ou duradouro, de receber as mesmas ou se encontre internado em estabelecimento de assistência ou equiparado. 3 - No caso de subsídio por morte, os valores que caibam a menores ou outros incapazes, quando não haja representante legal a quem devam ser entregues, podem ser depositados, até à cessação ou suprimento da incapacidade, na Caixa Geral de Depósitos, à ordem do titular do direito. 4 - Nas situações previstas no n.º 3 do artigo 36º. o pagamento das prestações só se efectua após o trânsito em julgado da respectiva sentença. Artigo 54º. Reembolso das despesas de funeral 1 - Na falta de titulares de direito ao subsídio por morte, a instituição procede ao reembolso das despesas de funeral à pessoa que prove tê-las realizado. 2 - O valor do reembolso das despesas de funeral não pode ultrapassar o valor do subsídio não atribuído e tem o limite de seis vezes o valor da remuneração mínima do sector de actividade do beneficiário. 3 - O prazo para requerer o reembolso é de um ano a contar da data do falecimento. Artigo 55º. Pagamento em caso de desaparecimento do beneficiário 1 - O pagamento das prestações em caso de desaparecimento, nos termos do artigo 6º., tem natureza provisória e só se torna definitivo com a certidão de morte ou a declaração de morte presumida prevista no artigo 114º. do Código Civil. 2 - Quando, após a atribuição das prestações, se verificar o aparecimento com vida do beneficiário ou se houver comprovado conhecimento da sua existência, há lugar à reposição das importâncias indevidamente recebidas, se tiver havido má fé de quem as recebeu. Artigo 56º. Prescrição 1 - Para efeitos de prescrição do direito às prestações, considera-se que a contagem do prazo de prescrição se inicia no dia 1 do mês seguinte àquele em que as mesmas foram postas a pagamento. 2 - No caso de as prestações não chegarem a ser postas a pagamento, nomeadamente por morte do respectivo titular, a contagem do prazo da prescrição inicia-se no dia 1 do mês seguinte àquele em que foram deferidas. 3 - A suspensão do pagamento das prestações imputável ao beneficiário não prejudica o início do prazo de prescrição. 4 - Relativamente a menores e a incapazes, é aplicável o disposto no artigo 320º. do Código Civil quanto à suspensão da prescrição. CAPÍTULO VI Das disposições finais Artigo 57º. Legislação subsidiária Em tudo o que não estiver expressamente previsto neste diploma aplicam-se as regras constantes dos diplomas reguladores do regime comum das prestações. Artigo 58º. Regiões Autónomas O presente diploma é aplicável às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira de harmonia com o disposto no artigo 84º. da Lei n.º 28/84, de 14 de Agosto. Artigo 59º. Revogação É revogada a secção VII do capítulo V do Decreto n.º 45266, de 23 de Setembro de 1963, e o Regulamento Especial do Regime de Pensões de Sobrevivência, aprovado pelo despacho de 23 de Dezembro de 1970, publicado no Diário do Governo, 2.ª série, de 26 de Janeiro de 1971, bem como a demais legislação complementar relativa às matérias reguladas no presente diploma. Artigo 60º. Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor no primeiro dia do terceiro mês seguinte ao da data da sua publicação. Pág 314 de 461 Páginas

315 Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 2 de Agosto de Joaquim Fernando Nogueira - Vasco Joaquim Rocha Vieira - Lino Dias Miguel - Luís Miguel Couceiro Pizarro Beleza - José Albino da Silva Peneda. Promulgado em 28 de Setembro de Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 8 de Outubro de O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. Pág 315 de 461 Páginas

316 Decreto-Lei n.º 141/91, 10 de Abril DR n.º 83/91 SÉRIE I-A Ministério do Emprego e da Segurança Social Estabelece as condições de acumulação das pensões dos regimes contributívos de segurança social entre si, com pensões de outros regimes de protecção social de enquadramento obrigatório e com pensões de regimes não contributívos ou equiparados PÁGINAS 1913 a 1915 A natureza e o modo de cálculo das pensões de velhice e de invalidez dos regimes de segurança social de enquadramento obrigatório determinam uma estreita interdependência entre os seus montantes e as carreiras contributivas dos interessados. Por isso, em princípio, os quantitativos das pensões são o resultado da relação contributiva que ao longo dos anos se estabelece entre os beneficiários e o sistema de segurança social. No entanto, as pensões, enquanto prestações substitutivas dos rendimentos de trabalho, tem ainda uma finalidade social mais alargada, na medida em que devem, quanto possível, garantir um mínimo de bem-estar e de segurança económica. Neste sentido, tem vindo a assumir crescente importância na política do Governo o estabelecimento dos valores mínimos das pensões, independentemente da sua expressão contributiva. Tal facto tem permitido, na base da solidariedade social, compensar os efeitos decorrentes de curtas carreiras contributivas dos interessados, da existência de lacunas contributivas por falta de descontos ou de níveis modestos de salários registados nas instituições de segurança social. Têm sido diferentes as medidas adoptadas quando ocorrem situações de cumulação de pensões, quer no âmbito dos regimes de segurança social, quer no contexto de outros regimes de protecção social de enquadramento obrigatório. De facto, nestas situações prevalece o critério estritamente contributivo, pelo que a Segurança Social apenas considera o chamado montante da pensão estatutária, por vezes bastante reduzido, não a integrando com as parcelas sociais que são acrescentadas pare permitir atingir o montante fixado para a pensão mínima. São conhecidos os inconvenientes sociais deste processo, embora ele se insira em pressupostos actuariais e contributívos correctos. O presente diploma visa melhorar a conjugação destas situações, permitindo, de modo mais flexível e socialmente mais justo, a cumulação de pensões. Para o efeito, mantendo-se embora o actual esquema de cúmulo com base na pensão estatutária, estabelece-se que a pensão não pode ser inferior ao valor da pensão social não contributiva. Isto traduz-se numa considerável melhoria de grande parte das actuais pensões estatutárias. Por outro lado, o diploma flexibiliza também o estatuto das pensões de sobrevivência, dada a sua natureza de prestações de apoio à família. Para o efeito, permite a sua livre cumulação com outras pensões, ainda que com um limite quando se trata de cumulação com pensões sociais dos regimes equiparados a não contributivos. Nestes casos, o cúmulo é permitido até à concorrência do valor da pensão mínima do regime geral, que se considera dever actuar como padrão aferidor da prestação global a garantir. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201º. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1º. Objectivo O presente diploma define os critérios a que deve obedecer a acumulação de pensões de velhice, invalidez e sobrevivência entre os regimes contributivos de segurança social, outros regimes de protecção social de enquadramento obrigatório e os regimes não contributivos e equiparados a não contributivos. Artigo 2º. Conceitos Para efeito do disposto no presente diploma: a) Os regimes contributivos de segurança social, adiante designados por regimes contributivos, compreendem o regime geral de segurança social e o regime especial de segurança social das actividades agrícolas; b) Os outros regimes de protecção social de enquadramento obrigatório, adiante designados Pág 316 de 461 Páginas

317 por outros regimes de protecção social, compreendem os demais regimes especiais do sistema de segurança social, os regimes da função pública, o regime dos amigos funcionários ultramarinos, o regime dos advogados e solicitadores, o regime dos trabalhadores da Companhia Portuguesa Rádio Marconi, o regime de protecção social estabelecido na regulamentação colectiva de trabalho dos empregados bancários, os regimes de protecção nos riscos de acidente de trabalho e doença profissional, têm como os regimes dos sistemas de segurança social estrangeiros; c) Os regimes equiparados ao não contributivo compreendem os regimes a cujas pensões se passou a aplicar o disposto no Decreto-Lei n.º 464/80, de 13 de Outubro, por força do artigo 11º. do Decreto Regulamentar n.º 52/81, de 11 de Novembro, e do n.º 3 do artigo 10º. do Decreto Regulamentar n.º 83/83, de 30 de Novembro; d) Entende-se por parcela contributiva de uma pensão de velhice ou de invalidez dos regimes contributivos a respectiva pensão estatutária ou a soma desta com a melhoria regulamentar, quando exista, actualizada para o ano de início do cúmulo de acordo com tabela a aprovar anualmente por portaria do ministro competente; e) A pensão estatutária é a que resulta da mera aplicação das regras de cálculo da pensão; f) Considera-se como pensão estatutária, nas situações referidas no artigo 27º. do Decreto Regulamentar n.º 75/86, de 30 de Dezembro, que regulamenta a integração dos trabalhadores agrícolas no regime geral, o valor da respectiva pensão estatutária correspondente à situação contributiva no regime especial das actividades agrícolas; g) O valor estatutário das pensões de velhice e de invalidez do regime especial dos trabalhadores agrícolas, enquanto grupo fechado, atribuídas a partir de 1 de Janeiro de 1989 ou a atribuir de futuro é fixado em 8040$00, sem prejuízo das actualizações decorrentes da alínea d); h) Entende-se por pensão reduzida de um regime a que resulta do recurso a períodos contributivos de outros regimes para completar o prazo de garantia, nos termos quer do disposto nos artigos 27º. e 189º. do Decreto n.º , de 23 de Setembro de 1963, quer das regras da prorratização previstas nos instrumentos internacionais de segurança social a que Portugal se encontra vinculado. CAPÍTULO II Acumulação das pensões de velhice e de invalidez Artigo 3º. Princípio da acumulação de pensões A acumulação das pensões de velhice ou de invalidez dos regimes contributivos, entre si ou com as pensões de velhice, invalidez ou de incapacidade permanente de outros regimes de protecção social, é livre quando os respectivos montantes forem de valor superior ao da correspondente pensão mínima e sujeita ao disposto nos artigos 4º. e 5º. em caso contrário. Artigo 4º. Montante das pensões em caso de acumulação O montante das pensões de velhice ou de invalidez a conceder pelos regimes contributivos, nas situações de acumulação entre si ou com pensões de outros regimes de protecção social, é o correspondente à respectiva parcela contributiva, sem prejuízo do disposto no artigo 5º. Artigo 5º. Limite dos valores das pensões de velhice e de invalidez em caso de acumulação 1 - As pensões de velhice e de invalidez dos regimes contributivos a conceder nas situações de acumulação entre si ou com pensões de outros regimes de protecção social não podem ser de montante inferior ao da pensão social. 2 - No caso de pensões reduzidas, o limite mínimo da pensão é de 50% do montante da pensão do regime não contributivo. 3 - A pensão de um regime contributivo não pode ser de quantitativo inferior ao necessário para que o valor global das pensões acumuladas atinja o respectivo montante mínimo das pensões de velhice e de invalidez. 4 - Nas situações de acumulação em que intervenham ambos os regimes contributivos o disposto nos n.ºs 1 e 3 apenas é aplicável à pensão do regime geral. CAPÍTULO III Acumulação das pensões de sobrevivência Artigo 6º. Acumulação das pensões de sobrevivência dos regimes contributivos 1 - As pensões de sobrevivência dos regimes contributivos são livremente acumuláveis com quaisquer pensões concedidas, quer no âmbito dos mesmos regimes, quer no de outros regimes de protecção social. Pág 317 de 461 Páginas

318 2 - As pensões de sobrevivência dos regimes contributivos são acumuláveis com pensões de invalidez ou de velhice do regime não contributivo e com pensões de velhice, de invalidez ou de sobrevivência dos regimes equiparados ao não contributivo, com os limites estabelecidos no artigo 8º. 3 - As regras de acumulação previstas nos números anteriores não são aplicáveis às pensões de sobrevivência dos descendentes e ascendentes com direito a pensões por direito próprio. Artigo 7º. Acumulação das pensões de sobrevivência dos regimes equiparados a não contributivos e do regime não contributivo 1 - As pensões de sobrevivência atribuídas no âmbito dos regimes equiparados a não contributivos são acumuláveis com quaisquer pensões concedidas no âmbito dos mesmos regimes, no dos regimes de protecção social e no do regime não contributivo, com os limites estabelecidos no artigo 8º. 2 - As pensões de viuvez do regime não contributivo são acumuláveis com pensões de invalidez e de velhice do mesmo regime, com os limites estabelecidos no artigo 8º. Artigo 8º. Limite máximo de acumulação das pensões de sobrevivência 1 - Das situações de acumulação previstas no n.º 2 do artigo 6º. e no artigo 7º. não pode resultar um valor global superior ao montante mínimo fixado para as pensões de invalidez e de velhice do regime geral de segurança social. 2 - Quando, por aplicação do disposto no n.º 1, haja lugar a redução do valor de uma das pensões acumuladas, a mesma deve efectuar-se na pensão atribuída pelo regime não contributivo ou regimes equiparados ao não contributivo. 3 - Nas situações do n.º 1 do artigo anterior em que haja mais de uma pensão atribuída no âmbito de regimes equiparados ao não contributivo ou nas situações do n.º 2 do mesmo artigo, a redução efectua-se em relação à pensão atribuída em último lugar. Artigo 9º. Limite mínimo das pensões de sobrevivência reduzidas O valor das pensões de sobrevivência nos casos previstos no n.º 2 do artigo 5º. é o correspondente à aplicação das percentagens regulamentares ao quantitativo da respectiva pensão de invalidez ou de velhice. CAPÍTULO IV Disposições finais Artigo 10º. Acumulação de pensões dos regimes contributivos com as de regimes estrangeiros Nas situações de acumulação de pensões de invalidez, de velhice e de sobrevivência concedidas pelo sistema nacional de segurança social com pensões de regimes estrangeiros integrados no campo material de aplicação dos instrumentos internacionais de segurança social a que Portugal se encontra vinculado, as regras de acumulação previstas neste diploma são aplicáveis, quer o instrumento internacional remeta para a lei interna, quer não disponha sobre a matéria. Artigo 11º. Declaração da situação de pensionista Os requerentes de pensões dos regimes de segurança social ficam constituídos na obrigação de declarar no respectivo requerimento se auferem outra pensão ou se estão abrangidos por regime de enquadramento obrigatório que a mesma venha a dar direito. Artigo 12º. Aplicação da lei no tempo 1 - O presente diploma é aplicável às pensões em situação de acumulação em curso à data da entrada em vigor deste decreto-lei. 2 - As situações de inacumulabilidade verificadas no âmbito da anterior legislação serão reapreciadas, mediante requerimento dos interessados, de harmonia com as regras estabelecidas neste diploma. Artigo 13º. Parcela contributiva das pensões nas acumulações em curso Nas situações de acumulação em curso à data da entrada em vigor deste diploma a parcela contributiva da pensão do regime geral, a que se refere a alínea d) do artigo 2º., é igual ao valor da pensão que estava a ser concedida pelo Centro Nacional de Pensões no cômputo da respectiva acumulação. Artigo 14º. Revogação 1 - São revogadas as seguintes disposições legais: a) Os artigos 6º. e 8º. do Decreto-Lei n.º 513- M/79, de 26 de Dezembro; b) A alínea b) do n.º 2 do artigo 32º. do Decreto- Lei n.º 81/85, de 28 de Março, e o artigo 63º. do mesmo diploma; Pág 318 de 461 Páginas

319 c) O artigo 45º. do Decreto-Lei n.º 322/90, de 18 de Outubro. 2 - Considera-se derrogado o artigo 8º. do Decreto-Lei n.º 464/80, de 13 de Outubro, na parte respeitante aos pensionistas de sobrevivência. Artigo 15º. Vigência O presente diploma entra em vigor no dia 1 de Julho de Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 21 de Fevereiro de Aníbal António Cavaco Silva - José Albino da Silva Peneda. Promulgado em 1 de Abril de Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 2 de Abril de O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. Pág 319 de 461 Páginas

320 Decreto-Lei n. 169/94, de 24 de Junho Estabelece o regime do suplemento de embarque com natureza de ajuda de custo para todos os efeitos legais aos militares das Forças Armadas. Publica em anexo a tabela de índices para efeitos de cálculo do referido suplemento DR n.º 144/94 SÉRIE I-A Ministério da Defesa Nacional Estabelece o regime do suplemento de embarque dos militares das Forças Armadas PÁGINAS 3327 a 3328 A vida a bordo dos navios da Armada tem acentuadas especificidades. O regime de trabalho é intensivo, sendo permanente a disponibilidade para o efectivo exercício das funções que a cada militar incumbem, a que acrescem condições especiais de dureza. Estar embarcado significa também o afastamento da família e do normal ambiente de inserção social por períodos com duração por vezes significativa, factor gerador de pressões de natureza emocional e psicológica. Entende-se, pois, adequado e necessário manter, se bem que sob nova fórmula, o abono de um suplemento remuneratório de embarque. O conteúdo do presente diploma está em plena consonância com o Decreto-Lei n. 184/89, de 2 de Junho, que determina, no seu artigo 19., serem os suplementos remuneratórios atribuídos em função das particularidades específicas da prestação de trabalho, e com o disposto no n. 3 do artigo 23. do Decreto-Lei n. 57/90, de 14 de Fevereiro, que prevê, no âmbito do regime remuneratório específico dos militares, a atribuição desses suplementos. Assim: Nos termos da alínea a) do n. 1 do artigo 201. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1. Suplemento de embarque 1 - Os militares dos três ramos das Forças Armadas que embarquem e prestem serviço em navios da Armada têm direito a um suplemento de embarque, com a natureza de ajuda de custo para todos os efeitos legais, nos termos do disposto nos artigos seguintes. 2 - Ao suplemento referido no número anterior têm igualmente direito aos militares da Armada nomeados para prestarem serviço nos navios do Estado Português ou por este afretados. Artigo 2. Condições de aplicação 1 - Quando os navios se encontrem atracados ou fundeados em portos nacionais ou estrangeiros, com excepção do porto de Lisboa, o suplemento referido no artigo anterior é fixado nos seguintes termos: a) Nos portos do continente, 25% do valor da ajuda de custo diária fixada para os respectivos postos na tabela de ajudas de custo por deslocações em território nacional; b) Nos portos da Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, 35% do valor referido na alínea anterior; c) Nos portos estrangeiros, 33% do valor da ajuda de custo diária fixada para os respectivos postos na tabela de ajudas de custo para missões oficiais ao estrangeiro. 2 - Quando os navios se encontrem a navegar ou fundeados fora dos portos, o valor do suplemento referido no artigo anterior corresponde aos índices estabelecidos na tabela anexa ao presente diploma, que dele faz parte integrante, sendo o índice 100 calculado do seguinte modo: a) Nos primeiros três dias de duração da missão, o valor do índice 100 é equivalente a 30% do valor da ajuda de custo diária estabelecida para «Outros oficiais» na tabela de ajudas de custo por deslocações em território nacional; b) Do 4. ao 8. dia, é equivalente a 40% do mesmo valor; c) Do 9. ao 21. dia, é equivalente a 50% do mesmo valor; d) A partir do 22. dia, é equivalente a 60% do mesmo valor. 3 - Quando os militares referidos no artigo 1. embarquem e prestem serviço em navios petroleiros e submarinos, os valores do suplemento de embarque, calculados nos termos do número anterior, são acrescidos de 10%. 4 - São arredondados, por excesso, para a dezena de escudos os valores calculados de acordo com o disposto no presente artigo. 5 - O disposto na alínea a) do n. 1 não é aplicável ao pessoal embarcado em navios que Pág 320 de 461 Páginas

321 operem apenas no serviço de portos, rios ou rias do continente. 6 - Considera-se como porto de Lisboa todo o estuário do rio Tejo a montante do alinhamento, designado por linha de entretorres, definido pelos faróis do Bugio e de São Julião da Barra. Artigo 3. Situações especiais Quando os navios se encontrem atracados ou fundeados em portos estrangeiros em que o custo de vida seja excepcionalmente elevado, os Ministros da Defesa Nacional e das Finanças podem fixar, caso a caso, mediante despacho conjunto, um valor superior ao estabelecido na alínea c) do n. 1 do artigo anterior, atentas as especificidades de cada porto. Artigo 4. Mudança de situação do navio Nos dias em que haja mudança de situação do navio à qual corresponda mudança nos valores do suplemento, este é atribuído pelo valor mais elevado, desde que o navio permaneça na situação a que corresponde este valor por mais de seis horas. Artigo 5. Rendição No dia da entrega do cargo de um oficial a outro, têm ambos direito ao suplemento que estiver previsto para o desempenho desse cargo. Artigo 6. Âmbito temporal das missões As missões atribuídas aos navios têm sempre início e fim no porto de Lisboa, sem prejuízo de, nos casos de aumento ao efectivo de navios da Armada, a missão ter início no porto em que o navio inicia a navegação. Artigo 7. Não acumulação O suplemento de embarque não é acumulável com qualquer outra ajuda de custo por deslocação e pode ser pago adiantadamente até ao limite do valor correspondente a 30 dias. Artigo 8. Salvaguarda de situações O disposto no presente diploma não é passível de determinar, em qualquer circunstância, diminuição dos valores que actualmente são atribuídos a título de subsídio de embarque. Artigo 9. Revogação É revogado o Decreto n , de 29 de Março de 1957, e a legislação complementar relativa ao subsídio de embarque. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 28 de Abril de Aníbal António Cavaco Silva - Joaquim Fernando Nogueira - Eduardo de Almeida Catroga. Promulgado em 1 de Junho de Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 3 de Junho de O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. Tabela a que se refere o n. 2 do artigo 2. (Ver documento original) Tabela a que se refere o n.º2 do artigo 2º. Postos Índices Oficiais-generais e oficiais superiores, quando comandantes 125 Oficiais-superiores e oficiais subalternos, quando comandantes 110 Outros oficiais 100 Aspirantes e cadetes 95 Sargentos-mores e sargentos-chefes 100 Sargentos-ajudantes 95 Outros sargentos e subsargentos 90 Cabos e equiparados 85 Outras praças 80 Pág 321 de 461 Páginas

322 Decreto-Lei n. 172/94, de 25 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 60/95, de 7 de Abril DR n.º 145/94 Série I-A Ministérios da Defesa Nacional e das Finanças Regula a atribuição de alojamento aos militares dos quadros permanentes, quando colocados em localidade situada fora do local da sua residência habitual PÁGINAS 3342 a 3344 O cumprimento das missões das Forças Armadas, incluindo a missão primordial da defesa militar do País, implica que uma das características da condição militar seja a permanente disponibilidade para o serviço, ainda que com sacrifício dos interesses pessoais dos militares, implicando esta o afastamento dos militares da sua residência habitual, por vezes necessário em resultado das suas colocações de serviço. No sentido de minorar os inconvenientes resultantes do afastamento da residência habitual, o artigo 122. do Estatuto dos Militares das Forças Armadas, aprovado pelo Decreto-Lei n. 34-A/90, de 24 de Janeiro, determina a atribuição aos militares dos quadros permanentes de alojamento condigno para si e para o seu agregado familiar ou, quando tal não seja possível, de uma quantia a título de suplemento de residência. O referido artigo 122., no seu n. 3, prevê ainda a atribuição de um abono compensatório das despesas resultantes da deslocação por efeito da nova colocação, para além do transporte da bagagem. O presente diploma vem regular a atribuição dos referidos direitos. Fá-lo em plena consonância com o Decreto-Lei n. 184/89, de 2 de Junho, que determina, no seu artigo 19., serem os suplementos remuneratórios atribuídos em função das particularidades específicas da prestação de trabalho, e com o disposto no n. 3 do artigo 23. do Decreto-Lei n. 57/90, de 14 de Fevereiro, que, no âmbito do regime remuneratório específico dos militares, prevê igualmente a atribuição de suplementos. Com o presente diploma é revogado o regime jurídico relativo ao subsídio mensal de deslocamento. Assim: Nos termos da alínea a) do n. 1 do artigo 201. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1. Alojamento 1 - Os militares das Forças Armadas dos quadros permanentes na efectividade de serviço têm direito a alojamento condigno, para si e para o seu agregado familiar, a fornecer pelo Estado mediante o pagamento de uma contraprestação mensal, quando sejam colocados em local distanciado de mais de 30 km da localidade da sua residência habitual. 2 - O Estado pode fornecer alojamento tanto em casas de habitação do património das Forças Armadas ou por si arrendadas e a estas afectas como em aquartelamento militar. 3 - A condignidade do alojamento é determinada em função da condição do militar, da dimensão do agregado familiar e da segurança exigível, bem como do posto e da natureza das funções a exercer. Artigo 2. Suplemento de residência 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 9., quando o militar tiver direito a alojamento nos termos do artigo anterior e não seja possível fornecê-lo, tem aquele direito a perceber uma quantia compensatória, sob a designação de suplemento de residência. 2 - O suplemento de residência tem a natureza de ajuda de custo para todos os efeitos legais. Artigo 3. Agregado familiar Para os efeitos do disposto no presente diploma, considera-se que o agregado familiar do militar é constituído pelas pessoas que tenham direito aos benefícios decorrentes do Regulamento de Assistência na Doença aos Militares das Forças Armadas. Artigo 4. Residência habitual 1 - Para efeitos do disposto no presente diploma, considera-se que o militar tem a sua residência habitual na casa onde vive com estabilidade e tem organizada a sua economia doméstica. 2 - A mudança de residência habitual determina a alteração a que houver lugar do suplemento de residência, de acordo com os critérios fixados no presente diploma. Pág 322 de 461 Páginas

323 Artigo 5. Atribuição preferencial Tem preferência na atribuição de alojamento o militar que se faça acompanhar do seu agregado familiar para o local em que foi colocado. Artigo 6. Contraprestação O montante da contraprestação mensal a que se refere o n. 1 do artigo 1. é determinado nos termos regulados para a fixação das rendas dos prédios do Estado, no interesse deste, não podendo, contudo, exceder um oitavo do total da remuneração base, acrescida do suplemento de condição militar. Artigo 7. Valor do suplemento de residência 1 - O suplemento de residência tem o valor correspondente a 17,5% da ajuda de custo por deslocações em serviço em território nacional fixada para cada posto. 2 - Não se fazendo o militar acompanhar do seu agregado familiar para o concelho do local em que foi colocado ou para localidade distanciada daquele local de menos de 30 km, a percentagem referida no número anterior será de: a) 15%, quando colocado nas Regiões Autónomas dos Açores ou da Madeira, ou quando, tendo Residência habitual em qualquer destas regiões, for colocado no continente; b) 12,5%, quando colocado a mais de 120 km da localidade da sua residência habitual; c) 10%, nos restantes casos. 3 - Não tendo o militar agregado familiar, os valores referidos no número anterior serão reduzidos em 25%, nas situações previstas na alínea a), ou em 50%, nos restantes casos. 4 - Em casos excepcionais, resultantes do elevado nível dos preços correntes no mercado local de habitação, podem os Ministros da Defesa Nacional e das Finanças, por despacho conjunto, atribuir um valor de suplemento de residência superior ao fixado nos números anteriores. Artigo 8. Permanência na residência habitual 1 - Apesar da possibilidade de alojamento por conta do Estado, pode o militar necessitar de manter a sua residência habitual, devendo declará-lo. 2 - Nos casos previstos no número anterior, o militar tem direito a perceber suplemento de residência: a) Nos termos do n. 2 do artigo anterior, não usufruindo de alojamento fornecido pelo Estado; b) Correspondente a 15% ou a 25% do valor referido no n. 1 do artigo anterior, nos casos de colocação no continente ou nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, respectivamente, usufruindo de alojamento fornecido pelo Estado. 3 - O disposto neste artigo não se aplica aos militares que não têm agregado familiar. Artigo 9. Inexistência do direito a alojamento ou a suplemento de residência 1 - Não é conferido o direito a alojamento por conta do Estado ou a suplemento de residência quando: a) O militar é colocado em local situado dentro dos limites do concelho onde tem a sua Residência habitual ou em local distanciado destes limites menos de 30 km; b) O cônjuge do militar, dele não separado judicialmente de pessoas e bens, usufrua de casa do Estado em localidade distanciada de menos de 30 km do local onde este tenha sido colocado, ou no concelho em que este local se situa, ou ainda de suplemento de residência ou equivalente, e destes direitos não prescinda; c) O militar ou o seu cônjuge, quando não separados judicialmente de pessoas e bens, disponha de habitação própria, condigna e disponível em localidade distanciada de menos de 30 km do local onde o primeiro foi colocado ou no concelho em que este local se situa; d) For assegurado o transporte diário por conta do Estado entre a localidade da residência habitual do militar e o local da colocação deste; e) O afastamento do militar da sua residência habitual se ficar a dever a deslocação em serviço pela qual perceba ajudas de custo, nos termos da legislação respectiva. 2 - Não é conferido o direito a suplemento de residência quando o militar é colocado em local situado dentro dos limites do concelho da colocação que, tendo nela cabimento orgânico, declarar preferir, ou em local distanciado destes limites menos de 30 km. 3 - Nos casos em que o militar não declarar qualquer colocação de preferência considera-se que prefere a única colocação onde tem cabimento orgânico ou qualquer colocação dentro dos limites referidos na alínea a) do n A declaração de preferência é obrigatória nos casos em que o militar não pode ser colocado nos termos do número anterior. Pág 323 de 461 Páginas

324 Artigo 10. Aquisição e caducidade do direito a alojamento ou a suplemento de residência 1 - O direito a alojamento ou a suplemento de residência adquire-se no dia em que o militar se apresenta para iniciar funções e, sem prejuízo do disposto nos números seguintes, perdura enquanto a colocação subsistir. 2 - Durante o período de colocação do militar, o direito a alojamento ou a suplemento de residência caduca a partir do momento em que aquele deixe de dispor de residência habitual, em casa própria ou do seu cônjuge, desde que não separados judicialmente de pessoas e bens, ou por qualquer deles arrendada, em localidade distanciada de mais de 30 km do local onde foi colocado, mas nunca antes de decorridos dois anos desde o momento da aquisição do direito. 3 - Em qualquer caso, o direito a suplemento de residência caduca decorridos cinco anos desde o dia em que o militar se apresenta para iniciar funções, mantendo-se ele colocado dentro dos limites do mesmo concelho ou em local distanciado destes limites menos de 30 km. Artigo 11. Acumulação 1 - O disposto no presente diploma não prejudica a atribuição, para efeitos do disposto no n. 3 do artigo 122. do Estatuto dos Militares das Forças Armadas, da ajuda de custo prevista no artigo 10. do Decreto-Lei n. 119/85, de 22 de Abril. 2 - A distância prevista no artigo 10. do Decreto- Lei n. 119/85 passa a ser de 30 km. Artigo 12. Contagem de distâncias 1 - Para efeitos do presente diploma, a localidade da residência habitual do militar, bem como as localidades referidas no n. 2 do artigo 7., nas alíneas b) e c) do artigo 9. e no n. 2 do artigo 10., são delimitadas pelos limites municipais respectivos. 2 - As distâncias previstas no presente diploma são contadas, por estrada, considerando o percurso mais próximo a utilizar concretamente entre os limites municipais referidos no número anterior e o local da colocação do militar. 3 - Relativamente aos militares nomeados para prestarem serviço em navios, considera-se que o local de colocação é o que corresponde ao porto de armamento do navio. Artigo 13. Produção de efeitos 1 - O disposto no presente diploma aplica-se, para futuro, às situações existentes à data da sua entrada em vigor que determinem o fornecimento de alojamento ou a atribuição de suplemento de residência nos termos dos pressupostos agora fixados. 2 - Da aplicação do presente diploma não pode resultar, quanto às comissões existentes à data da sua entrada em vigor, diminuição dos valores que actualmente são atribuídos a título de subsídio de deslocamento e respectivos acréscimos. Artigo 14. Norma revogatória 1 - É revogada toda a legislação respeitante ao subsídio mensal de deslocamento e ao respectivo acréscimo aplicável nas Regiões Autónomas. 2 - São igualmente revogados os Decretos-Leis n.ºs , de 14 de Junho de 1952, e 524/75, de 25 de Setembro. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5 de Maio de Aníbal António Cavaco Silva - Joaquim Fernando Nogueira - Eduardo de Almeida Catroga. Promulgado em 1 de Junho de Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 3 de Junho de O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. Pág 324 de 461 Páginas

325 Decreto-Lei n.º 180/94, de 29 de Junho DR n.º 148/94 SÉRIE I-A Ministério da Defesa Nacional Regula o suplemento do serviço aerotransportado PÁGINAS 3417 a 3418 Pelo Decreto-Lei n.º 27/94, de 5 de Fevereiro, foi extinto, na Força Aérea, o Corpo de Tropas Pára- Quedistas e criado, no Exército, o Comando das Tropas Aerotransportadas e a Brigada Aerotransportada Independente. No âmbito das tropas aerotransportadas, a qualificação de aerotransportado reveste-se das mesmas características do anterior serviço páraquedista, estando, pois, o pessoal com aquela qualificação sujeito a um especial risco e desgaste, o qual ultrapassa em muito aquele que, em circunstâncias normais, cumpre a cada militar; risco acrescido e desgaste precoce que estão também relacionados com a prontidão e o treino exigido com vista à acção real. Estas condições de periculosidade e desgaste inerente ao salto de pára-quedas são hoje compensadas pela atribuição de uma gratificação de serviço pára-quedista, cujo regime jurídico o presente diploma vem adaptar à nova realidade orgânica constituída pelo Comando das Tropas Aerotransportadas e pela Brigada Aerotransportada Independente, mudando a designação daquela gratificação para «suplemento de serviço aerotransportado». Fá-lo em plena consonância com o Decreto-Lei n.º 184/89, de 2 de Junho, que determina, no seu artigo 19., serem os suplementos remuneratórios atribuídos em função das particularidades específicas da prestação de trabalho, e com o disposto no n.º 3 do artigo 23. do Decreto-Lei n.º 57/90, de 14 de Fevereiro, que, no âmbito do regime remuneratório específico dos militares, prevê a atribuição desses suplementos. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 201. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1º. (Suplemento de serviço aerotransportado) 1 - Os militares que prestem serviço aerotransportado têm direito a um suplemento remuneratório, designado «suplemento de serviço aerotransportado». 2 - Para efeitos do número anterior, o serviço aerotransportado implica a execução de saltos em pára-quedas, a partir de aeronaves em voo ou de outros meios aéreos que sejam utilizados pelas Forças Armadas para habilitação, treino e acções operacionais das tropas aerotransportadas. Artigo 2º. (Suplemento de serviço aerotransportado e percentagem de aumento na contagem do tempo de serviço) 1 - Os militares com a qualificação de aerotransportado, quando no desempenho de funções no comando, unidades ou órgão do Comando das Tropas Aerotransportadas (CTA) ou da Brigada Aerotransportada Independente(BAI) ou em formação para obtenção daquela qualificação, têm direito, nas condições especificadas no artigo seguinte: a) Ao suplemento de serviço aerotransportado; b) A 40% de aumento na contagem do tempo de serviço para cálculo de remuneração na reserva e da pensão de reforma. 2 - O montante mensal do suplemento de serviço aerotransportado é fixado, por decreto regulamentar, percentualmente ao 1º. escalão da remuneração base de capitão, arredondado para a centena de escudos imediatamente superior. Artigo 3º. (Regime geral) 1 - São condições para a atribuição do suplemento de serviço aerotransportado e da percentagem de aumento do tempo de serviço, em cada mês do semestre seguinte, a execução em cada semestre anterior de, pelo menos, quatro saltos em pára-quedas. 2 - Para o pessoal que tenha ultrapassado os 40 anos de idade, o número de saltos a que se refere o número anterior é reduzido a metade. Artigo 4º. (Regime especial) 1 - Os militares referidos no n.º 1 do artigo 2º. e no n.º 2 do artigo 6º. que, por razões de imperativo de serviço, deixem, por prazo não superior a um ano, de cumprir os requisitos previstos no artigo anterior podem manter o direito ao suplemento de serviço aerotransportado e à percentagem de aumento na contagem de tempo de serviço mediante despacho do Chefe Pág 325 de 461 Páginas

326 do Estado-Maior do Exército, sob proposta fundamentada do comandante do CTA ou da BAI 2 - Na contagem do prazo de um ano referido no número anterior é descontado o tempo de cumprimento das missões de carácter operacional, incluindo missões de paz e de cooperação técnico-militar, desde que executadas fora do território nacional. 3 - Os militares referidos no n.º 1 que por incapacidade temporária resultante de acidente em serviço, deixem de cumprir as condições previstas no artigo anterior mantêm o direito ao suplemento de serviço aerotransportado e à percentagem de aumento na contagem de tempo de serviço. 4 - Os militares referidos no n.º 1 que, em consequência de acidente sofrido na execução de saltos em pára-quedas, vejam declarada, por parecer emitido pela junta médica competente e devidamente homologado, a sua inaptidão total para aquele salto mantêm o direito a perceber o suplemento de serviço aerotransportado. Artigo 5º. (Remuneração na reserva e pensão de reforma) 1 - Para efeitos de cálculo da remuneração na reserva e da pensão de reforma, o suplemento de serviço aerotransportado tem características de remuneração principal, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 47º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro. 2 - Para efeitos de cálculo da remuneração na reserva e da pensão de reforma, a efectuar nos termos do n.º 1 do artigo 121 do Decreto-Lei n.º 498/72, o percentual do suplemento de serviço aerotransportado a considerar é o último posto em que este serviço foi desempenhado, não podendo o valor da parcela referente ao cálculo do abono deste suplemento ser superior ao menor valor do suplemento de serviço aerotransportado recebido por um oficial-general na efectividade de serviço. 3 - Às remunerações na reserva que, nos termos legais, incluam o suplemento de serviço aerotransportado aplica-se o disposto no artigo 19º. do Decreto-Lei n.º 57/90, de 14 de Fevereiro. Artigo 6º. (Disposições finais e transitórias) 1 - Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo anterior, é contado aos militares que transitaram da Força Aérea para o Exército o número de semestres em que tiveram direito à gratificação de serviço pára-quedista ou outra equivalente. 2 - Os militares da extinta especialidade de páraquedistas da Força Aérea dos quadros permanentes e do regime de contrato automaticamente prorrogável que não venham a integrar os quadros orgânicos do CTA ou da BAI têm direito, desde que satisfaçam os requisitos previstos no artigo 3º., ao suplemento de serviço aerotransportado e, para efeitos de cálculo da remuneração na reserva e da pensão de reforma, à percentagem de aumento na contagem de tempo de serviço. 3 - Os militares que à data da entrada em vigor do presente diploma, tinham direito ao abrigo dos Decretos-Leis n.º 253.A/79, de 27 de Julho, e 276/81, de 1 de Outubro, à gratificação de serviço pára-quedista não podem, pela aprovação do decreto regulamentar que se refere o n.º 2 do artigo 2º., vir a perceber suplemento de serviço aerotransportado de valor inferior ao que lhe vem sendo abonado como gratificação de serviço pára-quedista. 4 - Enquanto não entrar em vigor o decreto regulamentara que se refere o n.º 2 do artigo 2º., mantêm-se em vigor os montantes actualmente atribuídos a título de gratificação de serviço páraquedista previstos no Decreto-Lei n.º 253-A/79, de 27 de Julho, por posto, actualizáveis de acordo com o n.º2 do artigo 11º. do Decreto-Lei n.º 353- A/89, de 16 de Outubro. Artigo 8º. (Norma revogatória) São revogados os artigos 9º. e 10º. do Decreto- Lei 253-A/79, de 27 de Julho, e o Decreto-Lei n.º 276/81, de 1 de Outubro. Artigo 9º. (Produção de efeitos) O presente diploma produz efeitos desde 1 de Janeiro de Pág 326 de 461 Páginas

327 Decreto-Lei n. 223/95, de 8 de Setembro DR n.º 208/95 SÉRIE I-A Ministério das Finanças do artigo 201. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Regula a atribuição do subsídio por morte de funcionário PÁGINAS 5680 a 5683 O Decreto-Lei n , de 27 de Abril de 1960, constitui o diploma regulador da concessão do subsídio que visa a protecção, na eventualidade da morte, aos funcionários e agentes da Administração Pública, realizada a favor do respectivo agregado familiar, através de uma prestação única que se destina a compensar o acréscimo de encargos resultante do falecimento de um membro do agregado familiar, com vista à reorganização da vida familiar. A evolução social e a alteração das condições de vida das famílias, a progressiva harmonização entre o regime geral de segurança social e o regime da função pública, preconizada na Lei n. 28/84, de 14 de Agosto, tendente à unificação do sistema de segurança social, e a necessidade de simplificar o processo de atribuição do subsídio por morte e de o aproximar do referente à pensão de sobrevivência - prestação de concessão continuada na mesma eventualidade - são alguns dos factores que aconselham que se proceda à reformulação do regime em vigor. De entre as alterações introduzidas pelo presente diploma avultam a caracterização inequívoca do subsídio como uma prestação de segurança social, o alargamento do direito à sua percepção por parte das pessoas em união de facto nas condições previstas no artigo do Código Civil, bem como dos familiares equiparados, a possibilidades de atribuição provisória do subsídio em situações de desaparecimento, bem como reembolso das despesas de funeral a quem as suportar quando não existam titulares do direito que satisfaçam as condições exigidas. Merecem ainda destaque a substituição da confirmação da autoridade administrativa pela declaração do interessado e o alargamento do prazo para requerer o subsídio. Foram ouvidas, nos termos da lei, as organizações representativas dos trabalhadores. Assim: No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pelo Decreto-Lei n. 184/89, de 2 de Junho, e nos termos das alíneas a) e c) do n. 1 Artigo 1. Objecto O presente diploma regula a atribuição do subsídio por morte, prestação pecuniária, de concessão única, integrada no regime de protecção social da função pública. Artigo 2. Âmbito 1 - O subsídio por morte é atribuído aos familiares dos funcionários e agentes: a) Dos serviços e organismos da administração central, regional e local, incluindo os institutos públicos nas modalidades de serviços personalizados do Estado e de fundos públicos; b) Dos serviços e organismos na dependência orgânica e funcional da Presidência da República, da Assembleia da República e das instituições judiciárias; 2 - O subsídio por morte é ainda atribuído aos familiares dos magistrados judiciais e do Ministério Público, bem como do pessoal das Forças Armadas e das forças de segurança. Artigo 3. Titularidade do direito ao subsídio por morte 1 - Têm direito a perceber o subsídio por morte: a) O cônjuge sobrevivo, se não houver separação judicial ou de facto, ou a pessoa que esteja nas condições previstas no artigo do Código Civil e que à data do falecimento do funcionário ou agente com ele vivesse em comunhão de mesa e habitação; b) Os descendentes, os adoptados, os afins no 1. grau da linha recta descendente, os tutelados e os que, por via judicial, sejam confiados ao funcionário ou agente falecido ou ao cônjuge com idade não superior a 21 anos ou superior à mesma, desde que, neste caso, sejam portadores de deficiências que os impossibilitem de prover à sua subsistência através do exercício de actividade profissional; c) Os ascendentes, os afins no 1. grau da linha recta ascendente e os adoptantes do funcionário ou agente falecido ou do cônjuge que à data do falecimento do funcionário ou agente com ele vivessem em comunhão de mesa e habitação; d) Outros parentes, segundo a ordem de sucessão legítima; Pág 327 de 461 Páginas

328 2 - Têm ainda direito a perceber o subsídio por morte do funcionário ou agente: a) Os descendentes a que se refere a alínea b) do n. 1 com idade superior a 21 anos e os outros parentes previstos na alínea d) do mesmo número e artigo que, àquela data, com ele vivessem em comunhão de mesa e habitação e cujos rendimentos mensais, incluindo retribuições, rendas, pensões ou equivalentes que concorram na economia individual do familiar ou, se este for casado, na economia do casal, não ultrapassem a remuneração correspondente ao índice 100 da escala salarial do regime geral de remunerações da função pública; b) Os familiares previstos no número anterior que à data do falecimento estivessem a seu cargo, ainda que com ele não vivessem em comunhão de mesa e habitação; 3 - Para efeitos do disposto na alínea b) do número anterior, entende-se que o familiar está a cargo se auferir rendimentos mensais, incluindo remunerações, rendas, pensões ou equivalentes que concorram na sua economia individual, ou, se for casado, na economia do casal, não superiores à remuneração correspondente ao índice 100 da escala salarial do regime geral da função pública e, cumulativamente, façam prova de que o falecido contribuiu regularmente para o seu sustento. Artigo 4. Preferência e concorrência de titulares 1 - Os titulares do direito referido nas alíneas a) e b) do artigo anterior preferem aos designados nas alíneas c) e d) do mesmo artigo. 2 - Havendo mais de um familiar titular do direito ao subsídio por morte nas condições previstas no artigo anterior, o montante do subsídio divide-se entre eles nos termos seguintes: a) Se concorrerem familiares incluídos numa só das alíneas b), c) ou d) do n. 1 do artigo anterior, o montante do subsídio por morte divide-se por todos em partes iguais; b) Se concorrerem familiares incluídos nas alíneas a) e b) do n. 1 do artigo anterior, o subsídio divide-se em duas partes iguais, cabendo uma ao da alínea a) e outra aos da alínea b), subdividindo-se esta pelo número dos correspondentes titulares; c) Se concorrerem familiares incluídos nas alíneas c) e d) do n. 1 do artigo anterior, o montante do subsídio divide-se em duas partes iguais, subdividindo-se cada uma delas pelo número dos correspondentes titulares. Artigo 5. Direito ao subsídio em casos de não exercício de funções Mantêm o direito ao subsídio por morte os familiares dos funcionários e agentes que, à data do seu falecimento, se encontrem: a) No cumprimento do serviço militar obrigatório; b) Na situação de licença sem vencimento de longa duração, prevista na alínea b) do n. 1 do artigo 43., nas faltas para assistência especial a filhos adoptandos e adoptados menores de três anos, previstas no n. 2 do artigo 53., e na situação de licença sem vencimento até 90 dias, prevista no artigo 74. do Decreto-Lei n. 497/88, de 30 de Dezembro; c) Nas situações em que o funcionário ou agente, não estando no exercício efectivo de funções, não se encontre coberto por outro regime de segurança social na mesma eventualidade; d) Na situação de licença sem vencimento de longa duração, prevista no artigo 78., e na de licença para o exercício de funções em organismo internacional, prevista na alínea b) do n. 1 do artigo 89. do Decreto-Lei n. 497/88, de 30 de Dezembro. Artigo 6. Perda do subsídio O subsídio por morte não é devido sempre que subsídio de idêntica natureza seja concedido por outro regime de segurança social. Artigo 7. Montante do subsídio por morte O subsídio por morte é igual a seis vezes o valor da remuneração mensal, susceptível de pagamento de quota para a Caixa Geral de Aposentações, a que funcionário ou agente tem direito à data do seu falecimento. Artigo 8. Inalienabilidade e impenhorabilidade do direito ao subsídio por morte O direito ao subsídio por morte é inalienável e impenhorável. Artigo 9. Requerimento do subsídio por morte O subsídio por morte deve ser requerido pelos respectivos titulares aos serviços onde o funcionário ou agente exercia funções, em documento próprio, a aprovar por portaria do Ministro das Finanças. Pág 328 de 461 Páginas

329 Artigo 10. Prazo para requerer o subsídio por morte 1 - O prazo para requerer o subsídio por morte é de um ano a contar da data do falecimento do funcionário ou agente ou do seu desaparecimento, nos casos previstos no artigo A pessoa que estiver nas condições previstas no artigo do Código Civil deve fazer prova, dentro do prazo estabelecido no número anterior, de que se encontra pendente a respectiva acção judicial. Artigo 11. Instrução do requerimento 1 - O requerimento para atribuição do subsídio por morte é acompanhado da certidão de óbito e da declaração do interessado de que se encontra nas condições exigidas para a concessão do direito. 2 - A prova da deficiência dos descendentes ou equiparados a que se refere a alínea b) do n. 1 do artigo 3. com idade superior a 21 anos é feita nos termos previstos para a atribuição do subsídio mensal vitalício, prestação complementar do abono de família. Artigo 12. Atribuição do subsídio em caso de desaparecimento 1 - No desaparecimento de funcionários e agentes em caso de guerra, de calamidade pública e de situação de sinistro ou ocorrência semelhante, em condições que permitam concluir pelo seu falecimento, haverá lugar à atribuição de um subsídio provisório nos mesmos termos do subsídio por morte. 2 - Para efeitos da instrução do processo de atribuição do subsídio previsto no número anterior, a certidão de óbito é substituída pela declaração do desaparecimento e das condições em que o mesmo se deu, com descrição e provas dos factos e que permitam formar convicção sobre a ocorrência da morte. 3 - O pagamento do subsídio por morte só se torna definitivo com a emissão da certidão de óbito ou com a declaração de morte presumida nos termos do Código Civil. 4 - Quando, após o pagamento do subsídio, se verificar o aparecimento com vida do funcionário ou agente, há lugar à reposição das importâncias indevidamente recebidas. Artigo 13. Pagamento do subsídio em situações especiais Se o direito ao subsídio por morte pertencer a incapaz e se não se apresentar a exercê-lo o respectivo representante legal, o correspondente montante pode ser entregue à pessoa de família que tenha ficado com o encargo da sua manutenção ou, não se verificando este caso, a pessoa idónea sob cuja dependência se encontre o incapaz, sem prejuízo de oportuna prestação de contas a quem venha a provar estar legalmente investido na representação. Artigo 14. Reembolso das despesas de funeral 1 - Na falta de titulares do direito ao subsídio por morte, o serviço processador das remunerações do funcionário ou agente falecido procede ao reembolso das despesas de funeral à pessoa que prove tê-las realizado. 2 - O valor do reembolso das despesas de funeral, deduzido o valor do subsídio de funeral, não pode ultrapassar o valor do subsídio por morte não atribuído e tem o limite de seis vezes o valor da remuneração correspondente ao índice 100 da escala salarial do regime geral de remunerações da função pública. 3 - O prazo para requerer o reembolso é de um ano, a contar da data do falecimento do funcionário ou agente. Artigo 15. Ineficácia das declarações São ineficazes, a partir da entrada em vigor do presente diploma, as declarações previstas no artigo 2. do Decreto-Lei n , de 27 de Abril de 1960, e existentes nos serviços. Artigo 16. Norma revogatória São revogados o Decreto-Lei n , de 27 de Abril de 1960, a Portaria n , de 27 de Abril de 1960, o Decreto-Lei n , de 15 de Outubro de 1962, os artigos 19. e 20. do Decreto-Lei n , de 27 de Maio de 1969, o Decreto-Lei n , de 11 de Setembro de 1969, e o n. 3 do artigo 83. do Decreto-Lei n. 498/72, de 9 de Dezembro. Artigo 17. Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor 60 dias após a sua publicação. Pág 329 de 461 Páginas

330 Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20 de Julho de Aníbal António Cavaco Silva - Eduardo de Almeida Catroga. Promulgado em 24 de Agosto de Publique-se. O Presidente da República, MÁRIO SOARES. Referendado em 28 de Agosto de O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva Pág 330 de 461 Páginas

331 Decreto-Lei n.º 233/96, de 7 de Dezembro DR n.º 283/96 SÉRIE I-A Ministério da Defesa Nacional Aprova o estatuto dos militares em missões humanitárias e de paz no estrangeiro PÁGINAS 4398 a 4399 Atendendo aos fundamentos do nosso regime democrático e ao espaço geopolítico em que Portugal se insere, a defesa dos nossos interesses passa pela participação, na medida dos recursos e capacidades disponíveis, nas acções de defesa e promoção da paz no mundo, assumindo por inteiro as responsabilidades que nos cabem nas organizações internacionais e alianças político-militares em que estamos inseridos. Neste contexto, importa sublinhar a importância das missões humanitárias e de paz em que Portugal não pode deixar de se empenhar, na medida das suas reais possibilidades e interesses. A participação de militares portugueses, integrados ou não em forças constituídas, em operações de paz, seja na Europa, seja em África, testemunha o empenho de Portugal em acompanhar os seus aliados e parceiros nos processos hoje disponíveis para a prevenção e a resolução de conflitos; testemunha igualmente a capacidade demonstrada pelos militares portugueses para desempenharem as novas missões que hoje se deparam à generalidade das Forças Armadas. Desta forma, uma vez que no âmbito dos compromissos internacionais assumidos por Portugal, militares portugueses ou forças militares constituídas podem, em tempo de paz, ser chamados a desempenhar missões de carácter militar com objectivos humanitários ou destinadas ao estabelecimento, consolidação ou manutenção da paz, importa proceder à definição do estatuto dos militares que nelas participam. Assim: No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 11/89, de 1 de Junho, e pelo n.º 3 do artigo 19. do Decreto-Lei n.º 184/89, de 2 de Junho, e nos termos das alíneas a) e c) do n.º 1 do artigo 201. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1. Âmbito O presente diploma define o estatuto dos militares das Forças Armadas envolvidos em missões humanitárias e de paz fora do território nacional, no quadro dos compromissos internacionais assumidos por Portugal. Artigo 2. Nomeação 1 - Decidida, nos termos da Constituição e da lei, a participação de Portugal numa missão humanitária ou de paz, compete ao Ministro da Defesa Nacional, por portaria, definir os termos dessa participação e cometer às Forças Armadas a missão ou missões daí decorrentes. 2 - Sem prejuízo do disposto na Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas, a nomeação dos militares que, isolados ou integrados em forças ou unidades, participem no cumprimento das missões a que se refere o artigo anterior é da competência dos chefes de estado-maior dos respectivos ramos, em execução de directiva do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas Artigo 3. Suplemento de missão 1 - Além das remunerações e suplementos que normalmente lhes são atribuídos, os militares que participam em missões humanitárias e de paz têm direito a um suplemento de missão, calculado nos termos dos números seguintes. 2 - O suplemento de missão tem natureza de ajuda de custo. 3 - O valor do suplemento de missão é fixado por portaria conjunta dos Ministros da Defesa Nacional e das Finanças e não pode ser inferior a metade do valor fixado para ajudas de custo no estrangeiro para os mesmos postos ou categorias. 4 - Sempre que o militar receber de um Estado ou organização internacional qualquer abono a título ou por motivo da sua participação na missão, será o respectivo contravalor em escudos descontado no suplemento de missão. 5 - A atribuição do suplemento de missão exclui o direito a perceber ajudas de custo previstas para deslocações ao e no estrangeiro. 6 - O suplemento de embarque previsto no Decreto-Lei n.º 169/94, de 22 de Junho, não é Pág 331 de 461 Páginas

332 cumulável com o suplemento de missão, sendo abonado o de montante superior. Artigo 4. Alojamento, alimentação e fardamento 1 - Os militares que participam em missões humanitárias e de paz têm direito a alojamento e alimentação consentâneos com a situação operacional, a assegurar pelo Estado Português, quando não fornecidas por outro Estado ou organização internacional. 2 - Os militares têm ainda direito a uma dotação de fardamento adequada ao tipo de missão a desempenhar. Artigo 5. Assistência na doença 1 - O Estado Português garante aos militares integrados nas missões humanitárias e de paz assistência médica, medicamentosa e hospitalar e ainda o acesso aos meios de diagnóstico e terapêutica que venham a revelar-se necessários. 2 - O militar que, durante o período da missão, tenha sofrido baixa por acidente ou doença mantém o direito a todos os abonos e demais prestações especificamente previstos no presente diploma até que seja evacuado para o território nacional. Artigo 6. Protecção social 1 - Os militares, quando no cumprimento das missões previstas no presente diploma, são abrangidos pelos regimes de pensão de reforma extraordinária ou de invalidez, pensão de preço de sangue, pensão por serviços excepcionais e relevantes, e pelo regime dos deficientes das Forças Armadas, nos termos previstos nos respectivos diplomas. 2 - O cumprimento de missões humanitárias e de paz a que se refere o presente diploma considera-se exercício da função militar. 3 - Para efeitos de atribuição da pensão de preço de sangue, entende-se que o conceito de acidente utilizado pelo legislador na alínea a) do n.º 1 do artigo 2. do Decreto-Lei n.º 404/82 inclui o evento que constitua causalidade adequada à produção da morte por doença adquirida ou agravada em ocasião de serviço e em consequência do mesmo. 4 - Para efeitos de qualificação como deficiente das Forças Armadas, entende-se por «inimigo» toda a força actuante na área de intervenção da missão, de modo objectivamente hostil ao pessoal afecto ao cumprimento da missão, e por «acção indirecta» do inimigo toda a acção levada a efeito no quadro de um conflito na área de intervenção da missão, ainda que pretérita, que venha a produzir efeitos directos ou indirectos sobre militares portugueses. Artigo 7. Acidentes e doença 1 - Com excepção dos períodos de licença gozados fora da área de intervenção da missão humanitária ou de paz, os acidentes nela ocorridos, bem como nos trânsitos de e para o território nacional, quando em transporte militar ou a expensas do Estado, presumem-se ocorridos em serviço ou em consequência do mesmo. 2 - A doença adquirida ou agravada por militar durante a missão humanitária ou de paz, desde o momento do seu embarque até ao regresso definitivo, presume-se que o foi em ocasião de serviço e em consequência do mesmo. Artigo 8. Licença especial Os militares abrangidos pelo presente diploma têm direito, além das licenças estatutariamente previstas, a uma licença correspondente a dois dias e meio por cada mês completo de missão, a qual é gozada sem prejuízo para o serviço. Artigo 9. Privilégios e imunidades em território estrangeiro Os militares abrangidos pelo presente diploma, quando em território estrangeiro, gozam dos privilégios e imunidades decorrentes de convenções de que Portugal seja parte ou as que vierem a ser acordadas, em cada caso, entre o Estado Português ou as organizações internacionais sob a égide das quais decorre a missão e o Estado onde a mesma se desenvolve. Artigo 10. Participação na missão 1 - Para efeitos do presente diploma, a participação na missão considera-se iniciada e finalizada, respectivamente, na data de embarque e desembarque definitivo em Portugal ou outro país, se for o caso. 2 - No final da participação na missão, os militares em regime de voluntariado ou de contrato, mediante requerimento, podem passar à situação de reserva de disponibilidade. 3 - Exceptuam-se do previsto no número anterior os militares a quem tenha sido interrompida a participação na missão por motivos disciplinares. Pág 332 de 461 Páginas

333 Artigo 11. Tempo de serviço 1 - Para efeitos de aposentação, o tempo de serviço efectivamente prestado no cumprimento das missões previstas no presente diploma é acrescido de 15%, 20% ou 25%, conforme a missão se encontre sediada em país ou território de classe A, B ou C, respectivamente. 2 - A classificação dos países e territórios é efectuada por portaria dos Ministros da Defesa Nacional e dos Negócios Estrangeiros, em função das condições climáticas, de salubridade e de estabilidade política e militar. Artigo 12. Efeitos O presente diploma produz efeitos desde 1 de Janeiro de Artigo 13. Disposição transitória O suplemento de missão a que, a título e por motivo da participação em missão humanitária ou de paz iniciada anteriormente à publicação do presente diploma, um militar venha a ter direito não pode ser inferior ao que resulta da aplicação do regime que tem vigorado para essa missão. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 10 de Outubro de António Manuel de Carvalho Ferreira Vitorino - António Manuel de Carvalho Ferreira Vitorino - Jaime José Matos da Gama - António Luciano Pacheco de Sousa Franco - Maria João Fernandes Rodrigues. Promulgado em 20 de Novembro de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 22 de Novembro de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. Pág 333 de 461 Páginas

334 Decreto-Lei n.º 238/96, 13 de Dezembro DR n.º 288/96 SÉRIE I-A Ministério da Defesa Nacional Aprova o estatuto dos militares em acções de cooperação técnico-militar concretizadas em território estrangeiro PÁGINAS 4445 a 4447 A cooperação técnico-militar insere-se na política bilateral de cooperação levada a cabo pelo Estado Português. Como instrumento da política externa portuguesa, a cooperação técnico-militar visa contribuir para a paz e o desenvolvimento global. Tem sido dada particular importância aos projectos de cooperação técnico-militar com países de língua oficial portuguesa, em virtude dos laços históricos e dos interesses comuns que nos ligam. Esta cooperação não exclui, contudo, a possibilidade de em casos concretos se ponderarem formas de parceria mais alargadas. Para Portugal, a cooperação técnico-militar constitui um importante factor de afirmação no mundo. Para os países seus beneficiários, constitui-se como um vector de desenvolvimento, criando pólos de incremento económico e social, através da formação, especialização e qualificação do pessoal militar. Sendo que a cooperação técnico-militar deve ser tida como exercício da função militar, importa definir o estatuto dos militares que participam nas suas acções específicas, concretizadas no território de países estrangeiros. Assim: No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 11/89, de 1 de Junho, e do n.º 3 do artigo 19. do Decreto-Lei n.º 184/89, de 2 de Junho, e nos termos das alíneas a) e c) do n.º 1 do artigo 201. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1. Âmbito O presente diploma define o estatuto dos militares nomeados para participarem em acções de cooperação técnico-militar concretizadas em território estrangeiro. Artigo 2. Conceito As acções previstas no presente diploma são as que decorrem dos projectos que integram os programas quadro aprovados pelas comissões mistas estabelecidas nos acordos bilaterais de cooperação técnica no domínio militar. Artigo 3. Regulamentação As normas gerais de execução dos programas quadro e projectos de cooperação técnico-militar serão objecto de diploma regulamentar aprovado pelos Ministros da Defesa Nacional e dos Negócios Estrangeiros. Artigo 4. Nomeação 1 - Os militares são nomeados para acções de cooperação técnico-militar por despacho do Ministro da Defesa Nacional, sob proposta da Direcção-Geral de Política de Defesa Nacional, após indigitação pelo chefe de estado-maior respectivo. 2 - Para acções de cooperação técnico-militar podem ser nomeados militares dos quadros permanentes nas situações de activo e de reserva, bem como pessoal militar em regime de voluntariado e de contrato. Artigo 5. Selecção 1 - Os militares são seleccionados para acções de cooperação técnico-militar por escolha, preferencialmente entre os oferecidos para a missão, carecendo de expressa anuência do nomeado, no caso de militares na situação de reserva. 2 - Quando as circunstâncias o justifiquem, poderão ser nomeados militares na situação de reforma que ofereçam especial aptidão para a acção concreta de cooperação técnico-militar, sob proposta fundamentada do director-geral de Política de Defesa Nacional. 3 - No caso previsto no número anterior, o militar tem direito a perceber um complemento remuneratório correspondente à diferença entre a sua pensão de reforma e a remuneração total a que teria direito se se encontrasse no activo. Pág 334 de 461 Páginas

335 Artigo 6. Comissão 1 - Com excepção do caso previsto nos n.ºs 2 e 3 do artigo anterior, o militar exerce funções de cooperação técnico-militar na efectividade de serviço. 2 - A comissão de cooperação técnico-militar tem a duração prevista para cada acção de cooperação no respectivo programa quadro, deve constar expressamente do despacho de nomeação e não pode exceder o período de um ano. 3 - A comissão inicia-se na data de partida e cessa na data de chegada do militar ao território nacional. 4 - A comissão pode, em casos devidamente justificados e obtida a anuência do militar, ser sucessivamente prorrogada até ao limite máximo de dois anos. Artigo 7. Suplemento de missão 1 - Além das remunerações e suplementos que normalmente lhe são atribuídos, os militares participantes em acções de cooperação técnicomilitar têm direito, enquanto durar a comissão, a perceber um suplemento de missão calculado nos termos dos números seguintes. 2 - O suplemento de missão tem a natureza de ajuda de custo. 3 - O valor do suplemento de missão é fixado por portaria conjunta dos Ministros da Defesa Nacional e das Finanças e não pode ser inferior a metade do valor fixado para ajudas de custo no estrangeiro, para os mesmos postos e categorias. 4 - Sempre que o militar receber do Estado anfitrião um qualquer abono a título ou por motivo da sua participação na acção de cooperação, será o respectivo contravalor em escudos descontado no suplemento de missão. 5 - A atribuição do suplemento de missão exclui o direito a perceber ajudas de custo previstas para deslocações ao e no estrangeiro. 6 - O suplemento de embarque previsto no Decreto-Lei n.º 169/94, de 22 de Junho, não é cumulável com o suplemento de missão, sendo abonado o de montante superior. Artigo 8. Alojamento e fardamento Os militares que participam em acções de cooperação técnico-militar têm direito a alojamento a assegurar pelo Estado Português ou pelo Estado onde a acção de cooperação decorre e a uma dotação de fardamento adequada às exigências da acção a desenvolver. Artigo 9. Licença especial Os militares participantes em acções de cooperação técnico-militar têm direito, além das licenças estatutariamente previstas, a uma licença correspondente a dois dias e meio por cada mês completo de comissão, a gozar sem prejuízo para o serviço. Artigo 10. Acidentes e doença 1 - Presumem-se ocorridos em serviço ou em consequência do mesmo os acidentes e as doenças adquiridas ou agravadas durante as acções de cooperação técnico-militar, bem como nos trânsitos de e para o território nacional, quando em transporte militar ou a expensas do Estado. 2 - Os militares participantes nas acções previstas no presente diploma são abrangidos pelos regimes de pensão de reforma extraordinária ou de invalidez, pensão de preço de sangue, pensão por serviços excepcionais e relevantes e pelo regime dos deficientes das Forças Armadas, nos termos previstos nos respectivos diplomas. Artigo 11. Assistência na doença 1 - Ao Estado Português incumbe garantir aos militares que participem nas acções constantes do presente diploma, em termos que se mostrem adequados à situação concreta, assistência médica, medicamentosa e hospitalar e ainda acesso aos meios de diagnóstico e terapêutica. 2 - Os militares que durante o período de acção de cooperação técnico-militar tenham sofrido baixa por acidente ou doença mantêm o direito a todos os abonos e demais prestações especificamente previstas no presente diploma, até que sejam evacuados para território nacional. Artigo 12. Tempo de serviço 1 - Para efeitos de aposentação, o tempo de serviço efectivamente prestado no cumprimento das acções previstas no presente diploma é acrescido de 15%, 20% ou 25%, conforme a acção se desenvolva em país de classe A, B ou C, respectivamente. 2 - A classificação dos países é efectuada por portaria dos Ministros da Defesa Nacional e dos Negócios Estrangeiros, em função das condições climáticas, de salubridade e de estabilidade política e militar. Pág 335 de 461 Páginas

336 Artigo 13. Apreciação 1 - Compete à Direcção-Geral de Política de Defesa Nacional, no âmbito das suas competências de coordenação das acções de cooperação técnico-militar, apreciar os resultados dos projectos, bem como o desempenho dos militares que intervenham na sua execução. 2 - A apreciação referida no número anterior tem por base as informações prestadas pelo coordenador ou pelo responsável pela execução do projecto e será comunicada ao ramo a que o militar pertence para efeitos da respectiva avaliação individual. Artigo 14. Pessoal militarizado As disposições do presente diploma aplicam-se, com as necessárias adaptações, ao pessoal militarizado das Forças Armadas que venha a ser nomeado para acções de cooperação técnicomilitar. Artigo 15. Privilégios e imunidades Os militares abrangidos pelo presente diploma gozam dos privilégios e imunidades previstos nos acordos de cooperação técnica no domínio militar e noutras convenções internacionais aplicáveis. Artigo 16. Norma transitória 1 - O limite previsto no n.º 4 do artigo 6. conta-se a partir da entrada em vigor do presente diploma. 2 - Os militares nomeados para acções de cooperação técnico-militar anteriormente à entrada em vigor do presente diploma não podem, por efeito da aplicação do disposto no artigo 7., perceber uma remuneração total menor do que a que resulta do regime com que foram nomeados. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 10 de Outubro de António Manuel de Carvalho Ferreira Vitorino - António Manuel de Carvalho Ferreira Vitorino - Jaime José Matos da Gama - António Luciano Pacheco de Sousa Franco - Maria João Fernandes Rodrigues. Promulgado em 20 de Novembro de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 29 de Novembro de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. Pág 336 de 461 Páginas

337 Decreto-Lei n.º 133-B/97 de 30 de Maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 341/99 de 30 de Maio DR n.º 124/97 Série I-A 1º. SUPLEMENTO Ministério da Solidariedade e Segurança Social Altera o regime jurídico das prestações familiares constante dos Decretos-Leis n.ºs 197/77, de 17 de Maio, 170/80, de 29 de Maio, e 29/89, de 23 de Janeiro, e demais legislação complementar PÁGINAS 2624-(7) a 2624-(18) 1 - A eleição do princípio da solidariedade como um dos fundamentos da actuação política do Governo determinou a definição de uma orientação programática de política geral familiar que, assentando nos pressupostos constitucionais, na realidade actual da sociedade e nas suas tendências evolutivas, não perdesse de vista a convergência de políticas familiares europeias. Do conjunto de vectores subjacentes à referida orientação destaca-se, no âmbito da segurança social, a definição de uma nova política social de compensação dos encargos familiares que, sem deixar de ter em conta o direito universal às correspondentes prestações, fortaleça a dinâmica redistributiva de rendimentos própria da segurança social, indo ao encontro das necessidades dos agregados familiares economicamente mais débeis. Naturalmente que a definição legal desta nova política impõe a alteração do regime jurídico em vigor, essencialmente consubstanciado nos Decretos-Leis n.ºs 197/77, 170/80 e 29/89, respectivamente de 17 de Maio, 29 do mesmo mês e 23 de Janeiro, o que se leva a efeito através do presente diploma e das normas que o regulamentam. 2 - No desenvolvimento das linhas de actuação expostas, o novo regime cria uma nova prestação, designada por subsídio familiar a crianças e jovens, que substitui as prestações de abono de família e subsídios de aleitação e de nascimento, passando os respectivos montantes a ser modulados em função dos rendimentos familiares. Perante a necessidade de valorizar o referido subsídio familiar sem aumentar os encargos contributivos nem pôr em causa o equilíbrio financeiro do sistema, impôs-se ainda a adopção de uma política de racionalização do esquema de prestações, que conduziu, designadamente, à unificação dos benefícios concedidos no primeiro ano de vida - abono de família e subsídios de nascimento e aleitação -, reforçando-se pela libertação dos respectivos encargos financeiros, bem como dos relativos ao subsídio de casamento, a eficácia da prestação. Assim, o elenco de prestações passa a ser constituído pelo subsídio familiar a crianças e jovens e pelo subsídio de funeral, mantendo-se, relativamente aos familiares do beneficiário portadores de deficiência, um esquema material idêntico ao que vigorava, excepto no que respeita a prestação abono complementar a crianças e jovens deficientes, que agora é substituída por uma bonificação, por deficiência, que acresce ao subsídio familiar a crianças e jovens. As restantes prestações, concedidas em função de uma situação de deficiência, são o subsídio mensal vitalício, o subsídio por frequência de estabelecimento de educação especial e, no caso de dependência, o subsídio por assistência de terceira pessoa. 3 - A modulação do montante do subsídio familiar a crianças e jovens é feita através de três escalões de rendimentos, indexados ao valor do salário mínimo garantido à generalidade dos trabalhadores, sendo que ao escalão de mais baixos rendimentos corresponderá a prestação de montante mais elevado. Este critério de selectividade não é extensivo às demais prestações, quer pelo seu objectivo, no caso do subsídio de funeral, quer pela natureza das mesmas e peso dos respectivos encargos, tratando-se de prestações por deficiência. Aliás, considera-se de evidenciar a ausência neste diploma de qualquer reformulação de fundo no âmbito das prestações destinadas a familiares portadores de deficiência, circunstância que resulta não do facto de se considerar que o esquema actual é o mais adequado - impõem-se também medidas de racionalização do respectivo esquema - mas de o mesmo ter a ver com outras políticas sectoriais, designadamente da educação, que no momento actual ainda se não encontram consolidadas. Não obstante, procurou dar-se um passo em frente na definição dos quadros de avaliação da deficiência, para efeito quer da atribuição da bonificação por deficiência do subsídio familiar a crianças e jovens quer do subsídio mensal vitalício, acentuando, no caso desta prestação, a Pág 337 de 461 Páginas

338 necessidade de uma análise mais vocacionada para a capacidade de trabalho. 4 - Produziram-se alguns ajustamentos na adequação dos escalões etários ao nível de escolaridade de que depende o reconhecimento do direito ao subsídio familiar a crianças e jovens, em harmonização com as medidas adoptadas no âmbito do ensino e do emprego, designadamente, neste último caso, no que diz respeito ao acesso de jovens ao respectivo mercado. Simultaneamente, alargou-se o período contributivo para acesso ou manutenção do direito às prestações, exigência mais adequada à natureza de um regime contributivo. 5 - A par das medidas de carácter inovador, foram introduzidas algumas alterações e aperfeiçoamentos técnicos que a experiência aconselhou, designadamente quanto à titularidade do direito às prestações e à avaliação da deficiência, bem como a integração de normas dispersas em legislação avulsa. A elaboração de um novo diploma proporciona também a oportunidade de proceder à harmonização normativa com as demais prestações em matéria processual, quanto a provas dos direitos, declarações necessárias ao controlo das situações e comunicações a emitir pelas instituições ou serviços gestores das prestações. Foi ouvida a Comissão Permanente da Concertação Social. Assim: No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido na Lei n.º 28/84, de 14 de Agosto, e nos termos das alíneas a) e c) do artigo 201º. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Natureza, âmbito e titularidade do direito às prestações familiares SECÇÃO I Natureza e âmbito das prestações Artigo 1º. Objectivo 1 - O presente diploma define a protecção na eventualidade de encargos familiares do regime geral de segurança social, adiante designado por regime geral, e do regime de protecção social da função pública. 2 - A protecção referida no número anterior realiza-se pela concessão de prestações pecuniárias. Artigo 2º. Caracterização da eventualidade Consideram-se encargos familiares os que decorram de situações geradoras de despesas das famílias especialmente previstas na lei. Artigo 3º. Âmbito pessoal 1 - Estão abrangidos pela protecção nos encargos familiares prevista neste diploma: a) Os beneficiários do regime geral; b) Os funcionários e agentes da Administração Pública e dos serviços e organismos na dependência orgânica e funcional da Presidência da República, da Assembleia da República e das instituições judiciárias, os magistrados judiciais e do Ministério Público, o pessoal das Forças Armadas e das forças de segurança, bem como os aposentados, reformados e pensionistas de sobrevivência da Caixa Geral de Aposentações. 2 - Para efeitos do disposto neste diploma, consideram-se beneficiários as pessoas referidas nas alíneas a) e b) do número anterior, desde que o esquema de benefícios que lhes é aplicável abranja a eventualidade prevista. Artigo 4º. Modalidades de prestações 1 - A protecção nos encargos familiares é realizada através da atribuição das seguintes prestações pecuniárias: a) Subsídio familiar a crianças e jovens; b) Subsídio por frequência de estabelecimento de educação especial; c) Subsídio mensal vitalício; d) Subsídio por assistência de terceira pessoa; e) Subsídio de funeral. 2 - O regime jurídico do subsídio por frequência de estabelecimento de educação especial é regulamentado em diploma próprio. Artigo 5º. Formas de atribuição das prestações As prestações enunciadas no artigo anterior atribuem-se de forma continuada ou por uma só vez, sendo as previstas nas alíneas a) a d) de concessão continuada e a referida na alínea e) de atribuição única. Artigo 6º. Subsídio familiar a crianças e jovens 1 - O subsídio familiar a crianças e jovens é uma prestação mensal que visa compensar os encargos familiares respeitantes ao sustento e educação dos descendentes do beneficiário. 2 - O subsídio familiar a crianças e jovens pode ser objecto de uma bonificação para compensar Pág 338 de 461 Páginas

339 os encargos específicos de uma situação de deficiência, nos termos do artigo seguinte. Artigo 7º. Bonificação, por deficiência, do subsídio familiar a crianças e jovens A bonificação, por deficiência, do subsídio familiar a crianças e jovens destina-se a compensar o acréscimo de encargos familiares decorrentes da situação dos descendentes dos beneficiários, menores de 24 anos, portadores de deficiência de natureza física, orgânica, sensorial, motora ou mental, que torne necessário o apoio pedagógico ou terapêutico. Artigo 8º. Subsídio por frequência de estabelecimento de educação especial O subsídio por frequência de estabelecimento de educação especial é uma prestação mensal que se destina a compensar os encargos directamente resultantes da aplicação a crianças e jovens, de idade inferior a 24 anos, portadores de deficiência de medidas específicas de educação especial que impliquem necessariamente a frequência de estabelecimentos particulares com fins lucrativos ou cooperativos, ou o apoio educativo específico por entidade especializada fora do estabelecimento, igualmente com fins lucrativos. Artigo 9º. Subsídio mensal vitalício O subsídio mensal vitalício é uma prestação mensal que se destina a compensar o acréscimo de encargos familiares em função de descendentes do beneficiário, maiores de 24 anos, portadores de deficiência de natureza física, orgânica, sensorial, motora ou mental, que se encontrem em situação que os impossibilite de proverem normalmente à sua subsistência pelo exercício de actividade profissional. Artigo 10º. Subsídio por assistência de terceira pessoa O subsídio por assistência de terceira pessoa é uma prestação mensal que se destina a compensar o acréscimo de encargos familiares resultantes da situação de dependência dos descendentes do beneficiário titulares de subsídio familiar a crianças e jovens, com bonificação por deficiência ou de subsídio mensal vitalício, que exijam o acompanhamento permanente de terceira pessoa. Artigo 11º. Subsídio de funeral 1 - O subsídio de funeral é uma prestação que visa compensar despesas de funeral, sendo atribuído pelo falecimento dos seguintes familiares do beneficiário: a) Cônjuge; b) Descendentes a cargo do mesmo; c) Descendentes que confiram direito ao subsídio mensal vitalício; d) Ascendentes a cargo do mesmo. 2 - O subsídio de funeral é igualmente atribuído nas situações relativas a fetos ou nados-mortos. SECÇÃO II Titularidade do direito às prestações Artigo 12º. Titulares do direito às prestações familiares 1 - A titularidade do direito às prestações é reconhecida aos descendentes dos beneficiários, salvo o disposto nos n.ºs 3 e A morte dos beneficiários não prejudica o direito às prestações familiares dos seus descendentes, ainda que nascituros. 3 - A titularidade do direito ao subsídio de funeral é reconhecida ao beneficiário por morte dos familiares referidos no n.º 1 do artigo 11º. 4 - Por morte dos familiares referidos no n.º 1 do artigo 11º. que sobrevivam ao beneficiário, o subsídio de funeral é concedido a quem provar ter suportado as respectivas despesas. Artigo 13º. Situações equiparadas 1 - São equiparados a descendentes do beneficiário, para efeitos deste diploma: a) Os enteados; b) Os tutelados; c) Os adoptados restritamente; d) Os menores que, mediante confiança judicial ou administrativa, se encontrem a seu cargo com vista a futura adopção; e) Os menores que lhe estejam confiados por decisão dos tribunais ou de entidades ou serviços legalmente competentes para o efeito. 2 - São equiparados a ascendentes do beneficiário, para efeitos deste diploma: a) Os padrastos e madrastas; b) Os adoptantes restritamente; c) Os afins compreendidos na linha recta ascendente. Pág 339 de 461 Páginas

340 CAPÍTULO II Condições de atribuição das prestações SECÇÃO I Condições gerais Artigo 14º. Princípios gerais A atribuição das prestações familiares depende de condições relativas: a) Aos beneficiários; b) Aos familiares dos beneficiários, destinatários das prestações. Artigo 15º. Condições em relação aos beneficiários 1 - A atribuição das prestações familiares depende de: a) Existência de registo de remunerações em nome do beneficiário, tratando-se do regime geral de segurança social; b) Prestação de serviço, independentemente do regime de tempo completo ou parcial, tratando-se do regime de protecção social da função pública. 2 - As condições referidas no número anterior devem verificar-se nos 12 meses que precedem o 2º. mês anterior ao da data: a) Da apresentação do requerimento, nas prestações de concessão continuada; b) Da verificação do evento, tratando-se da prestação de atribuição única. 3 - Os requisitos previstos nos números anteriores não são exigíveis em relação aos pensionistas. 4 - Tratando-se de pensionistas por riscos profissionais, beneficiários da segurança social, os requisitos previstos nos números anteriores apenas são dispensados se a incapacidade permanente for igual ou superior a dois terços. 5 - Se o beneficiário tiver falecido antes da apresentação do requerimento, o requisito referido nos n.ºs 1 e 2 tem de se verificar nos 12 meses anteriores ao da data do falecimento. 6 - Nas situações de transição de beneficiários entre os regimes de protecção social que abrangem a eventualidade regulada neste diploma, os períodos de existência de registo de remunerações ou de prestação de serviço, desde que comprovados, são considerados equivalentes para efeito do cumprimento da condição prevista no n.º 1. Artigo 16º. Condições em relação aos familiares 1 - É reconhecido o direito às prestações aos familiares que vivam a cargo do beneficiário, sem prejuízo do disposto nos números seguintes. 2 - O reconhecimento do direito às prestações aos familiares dos beneficiários depende do não exercício de actividade enquadrada por regime de protecção social obrigatório. 3 - Os descendentes além do 1º. grau têm direito às prestações se, preenchidas as condições previstas nos números anteriores, não lhes tiver sido reconhecido o direito às prestações em função dos pais, quer estes estejam vivos ou tenham falecido. Artigo 17º. Pessoas a cargo 1 - Consideram-se a cargo do beneficiário os descendentes solteiros que com ele vivam em comunhão de mesa e de habitação. 2 - Consideram-se igualmente a cargo do beneficiário os seguintes familiares que com ele vivam em comunhão de mesa e habitação: a) Descendentes casados, bem como os separados de pessoas e bens, divorciados e viúvos, com rendimentos mensais inferiores ao dobro do valor da pensão social ou ao valor desta, respectivamente; b) Ascendentes com rendimentos mensais inferiores ao valor da pensão social, ou ao dobro deste valor, tratando-se de casal. 3 - A condição de viver em comunhão de mesa e habitação pode ser dispensada por razões devidamente justificadas. SECÇÃO II Condições especiais e caracterização das situações de deficiência SUBSECÇÃO I Subsídio familiar a crianças e jovens Artigo 18º. Condições de atribuição São condições especiais de atribuição do subsídio familiar a crianças e jovens: a) O nascimento com vida; b) A observação dos condicionalismos etários previstos no artigo seguinte. Artigo 19º. Limites etários do subsídio familiar a crianças e jovens 1 - O subsídio familiar a crianças e jovens é concedido aos descendentes: a) Até perfazerem a idade de 16 anos; b) Dos 16 aos 18 anos, se estiverem matriculados no ensino básico, em curso equivalente ou de nível subsequente, ou se frequentarem estágio de fim de curso indispensável à obtenção do respectivo diploma; c) Dos 18 aos 21 anos, se estiverem matriculados no ensino secundário, curso equivalente ou de nível subsequente, ou se frequentarem estágio de Pág 340 de 461 Páginas

341 fim de curso indispensável à obtenção do respectivo diploma; d) Dos 21 aos 24 anos, se estiverem matriculados no ensino superior, ou curso equivalente, ou se frequentarem estágio de fim de curso indispensável à obtenção do respectivo diploma; e) Até aos 24 anos, tratando-se de descendentes portadores de deficiência que preencham as condições de atribuição da bonificação por deficiência do subsídio familiar a crianças e jovens. 2 - Os limites etários previstos nas alíneas b) a d) do número anterior são igualmente aplicáveis às situações de frequência de cursos de formação profissional, sendo o nível do curso determinado nos termos do artigo seguinte. 3 - Os limites etários fixados nas alíneas b) a d) do n.º 1 são alargados até três anos sempre que, mediante declaração médica, se verifique que os descendentes sofrem de doença ou foram vítimas de acidente que impossibilite o normal aproveitamento escolar. 4 - Caso os descendentes que se encontrem nas condições referidas nas alíneas b) a d) do n.º 1 ou em situação equiparada, recebam bolsas de estudo, subsídios de formação ou remuneração de estágio, o reconhecimento do direito à prestação depende de aqueles serem de valor inferior a dois terços da remuneração mínima mensal garantida à generalidade dos trabalhadores. Artigo 20º. Equiparação de cursos 1 - Para efeitos de concessão do subsídio familiar a crianças e jovens, presumem-se equiparados aos cursos oficiais os cursos ministrados em estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, desde que estes possuam autorização legal de funcionamento. 2 - O nível do curso, para efeitos do número anterior, é determinado pelo grau de habilitações exigidas no respectivo ingresso. 3 - As acções de formação profissional, ministradas por entidades oficiais, ou outras entidades credenciadas para o efeito, por organismos oficiais, designadamente pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, são equiparadas aos cursos oficiais, sendo-lhes aplicável o disposto no número anterior. 4 - Sempre que esteja em causa a frequência de cursos ou acções de formação profissional, previstas no número anterior, que não exijam, para o ingresso, qualquer grau de habilitação, terse-á em conta, para definição do subsequente nível académico, aquele que o destinatário das prestações possuir. Artigo 21º. Caracterização da deficiência para efeitos de bonificação do subsídio familiar Consideram-se crianças e jovens portadores de deficiência, para efeitos de atribuição da bonificação do subsídio familiar a crianças e jovens, os descendentes de idade inferior a 24 anos que, por motivo de perda ou anomalia congénita ou adquirida, de estrutura ou função psicológica, intelectual, fisiológica ou anatómica, se encontrem em alguma das seguintes situações: a) Necessitem de apoio individualizado pedagógico e ou terapêutico específico, adequado à natureza e características da deficiência de que sejam portadores, como meio de impedir o seu agravamento, anular ou atenuar os seus efeitos e permitir a sua plena integração social; b) Frequentem, estejam internados ou em condições de frequência ou de internamento em estabelecimentos especializados de reabilitação. SUBSECÇÃO II Subsídio mensal vitalício Artigo 22º. Caracterização da deficiência Consideram-se portadores de deficiência, para efeito de atribuição do subsídio mensal vitalício, os descendentes a partir dos 24 anos de idade que, por motivo de perda ou anomalia, congénita ou adquirida, de estrutura ou função psicológica, intelectual, fisiológica ou anatómica, se encontrem impossibilitados de prover normalmente à sua subsistência pelo exercício de actividade profissional. SUBSECÇÃO III Subsídio por assistência de terceira pessoa Artigo 23º. Condições de atribuição São condições especiais de atribuição do subsídio por assistência de terceira pessoa que o descendente seja titular de subsídio familiar a crianças e jovens com bonificação por deficiência ou de subsídio mensal vitalício e se encontre em situação de dependência. Artigo 24º. Caracterização da situação de dependência 1 - Consideram-se em situação de dependência os deficientes que, por causas exclusivamente imputáveis à deficiência, não possam praticar com autonomia os actos indispensáveis à satisfação das necessidades básicas da vida Pág 341 de 461 Páginas

342 quotidiana e careçam de assistência permanente de outra pessoa. 2 - Para efeitos do número anterior, consideramse, nomeadamente, os actos relativos à alimentação, locomoção e cuidados de higiene pessoal. Artigo 25º. Assistência permanente por terceira pessoa 1 - A assistência por terceira pessoa considera-se permanente quando implique um atendimento de, pelo menos, seis horas diárias. 2 - O familiar do dependente que lhe preste assistência permanente é considerado terceira pessoa para efeitos de atribuição do subsídio. 3 - Não pode ser considerada terceira pessoa quem se encontre carecido de autonomia para a realização dos actos básicos da vida diária. 4 - A assistência pode ser assegurada através da participação sucessiva e conjugada de várias pessoas, incluindo a prestada no âmbito do apoio domiciliário, durante o período mínimo a que se refere o n.º 1. Artigo 26º. Situação excluída Sempre que o deficiente beneficie de assistência permanente prestada em estabelecimento de saúde ou de apoio social, oficial ou particular sem fins lucrativos, e cujo funcionamento seja financiado pelo Estado ou outras pessoas colectivas de direito público ou de direito privado e utilidade pública, não há lugar à atribuição do subsídio por assistência de terceira pessoa. SUBSECÇÃO IV Subsídio de funeral Artigo 27º. Condições de atribuição 1 - É condição de atribuição do subsídio de funeral, por falecimento dos familiares do beneficiário referidos no n.º 1 do artigo 11º., que aqueles não sejam beneficiários abrangidos pelos regimes de protecção social a cuja eventualidade se aplique o disposto no presente diploma. 2 - A atribuição do subsídio de funeral depende do pagamento das respectivas despesas pelo requerente. 3 - Nas situações de morte de ascendente, a atribuição da prestação depende ainda de o mesmo se encontrar a cargo do beneficiário à data do falecimento. 4 - Se a morte tiver resultado de acto de terceiro pelo qual seja devida indemnização por despesas de funeral, a instituição ou entidade que tenha atribuído a prestação tem o direito a ser reembolsada do respectivo valor. CAPÍTULO III Determinação do montante das prestações Artigo 28º. Montantes das prestações familiares Os montantes das prestações familiares podem ser fixos ou variáveis e são estabelecidos em portaria. Artigo 29º. Prestações de montante fixo Têm montante fixo as seguintes prestações: a) Subsídio mensal vitalício; b) Subsídio por assistência de terceira pessoa; c) Subsídio de funeral. Artigo 30º. Prestações de montante variável Têm montante variável as seguintes prestações: a) Subsídio familiar a crianças e jovens; b) Subsídio por frequência de estabelecimento de educação especial. Artigo 31º. Montante do subsídio familiar a crianças e jovens 1 - O montante do subsídio familiar a crianças e jovens é determinado em função do nível de rendimentos do agregado familiar de que o titular do direito à prestação é dependente, do número de titulares com direito à mesma e da respectiva idade. 2 - Para efeito da determinação do montante do subsídio familiar a crianças e jovens são estabelecidos os seguintes escalões de rendimentos, indexados ao valor da remuneração mínima mensal garantida à generalidade dos trabalhadores, em vigor à data a que se reportam os rendimentos apurados: 1º. escalão - rendimentos iguais ou inferiores a 1,5; 2º. escalão - rendimentos superiores a 1,5 e iguais ou inferiores a 8; 3º. escalão - rendimentos superiores a A indexação referida no número anterior reporta-se ao valor anual da remuneração mínima, o que integra os montantes dos subsídios de férias e de Natal. 4 - Nos primeiros 12 meses de vida, o montante do subsídio familiar a crianças e jovens é majorado. 5 - Os montantes do subsídio familiar podem ser majorados a partir do 3º. descendente do beneficiário com direito à prestação. 6 - Aos montantes do subsídio familiar acresce, sendo caso disso, a bonificação por deficiência, nos termos do artigo seguinte. Pág 342 de 461 Páginas

343 Artigo 32º. Montante da bonificação por deficiência do subsídio familiar a crianças e jovens O montante da bonificação por deficiência do subsídio familiar a crianças e jovens é modulado em função da idade, de acordo com as seguintes faixas etárias: a) Até aos 14 anos; b) Dos 14 aos 18 anos; c) Dos 18 aos 24 anos. Artigo 33º. Actualização das prestações Os montantes das prestações familiares são periodicamente actualizados, tendo em consideração os meios financeiros disponíveis e a variação previsível do índice geral dos preços no consumidor. CAPÍTULO IV Duração das prestações familiares Artigo 34º. Início das prestações familiares 1 - O início das prestações familiares de atribuição continuada verifica-se a contar do mês seguinte àquele em que ocorreu o facto determinante da sua concessão, desde que tenham sido requeridas nos prazos fixados no presente diploma. 2 - No caso de não observância dos prazos a que se refere o número anterior, o início das prestações familiares de atribuição continuada tem lugar no mês seguinte àquele em que deu entrada o requerimento. 3 - Nos casos em que a atribuição da prestação esteja condicionada à apresentação de sentença judicial, o início da prestação reporta-se à data do respectivo trânsito em julgado, se requerida nos seis meses subsequentes a esta data, ou ao mês seguinte ao da apresentação do requerimento, decorrido aquele prazo. 4 - O subsídio por assistência de terceira pessoa é atribuído a partir do mês seguinte ao do requerimento, se o deficiente dispunha já de assistência de terceira pessoa ou, caso contrário, desde o mês em que esta se efective. Artigo 35º. Período de concessão do subsídio familiar a crianças e jovens 1 - A concessão do subsídio familiar a crianças e jovens tem lugar: a) Mensalmente, até à idade de 16 anos dos descendentes; b) Mensalmente, até à idade de 24 anos, tratando-se de descendentes portadores de deficiência; c) Mensalmente, durante o ano escolar, relativamente aos descendentes que observem os limites etários e condições académicas previstas no artigo 19º.; d) Mensalmente, durante o período correspondente à frequência de acções de formação profissional. 2 - Entende-se por ano escolar o período compreendido entre 1 de Setembro e 31 de Agosto do ano seguinte. 3 - Nos casos em que os descendentes atinjam, no decurso do ano escolar, a idade limite para a atribuição da prestação, em relação ao nível de ensino que frequentem, mantêm o direito à mesma até ao termo do referido ano. Artigo 36º. Situações especiais 1 - Nas situações em que os descendentes não tenham podido matricular-se, por força da aplicação das regras de acesso ao ensino superior, é mantido o direito ao subsídio familiar a crianças e jovens: a) No ano escolar subsequente ao 12º. ano de escolaridade, aos estudantes que já tenham idade compreendida nos limites fixados para a frequência do ensino de nível superior; b) Até ser atingida a idade estabelecida para frequência do ensino secundário, aos estudantes que concluam o 12º. ano de escolaridade antes daquele limite etário. 2 - Sempre que, por motivos curriculares, os descendentes estejam impedidos de se matricularem no ano lectivo subsequente, o direito à prestação mantém-se até ao limite etário fixado para o grau de ensino em que se inserem as disciplinas cuja aprovação visam obter. Artigo 37º. Manutenção do direito às prestações O direito às prestações é mantido quando se verifiquem as seguintes situações em relação ao beneficiário: a) Registo de remunerações, nos termos prescritos com a devida adequação, ainda que por equivalência, tratando-se do regime geral, ou serviço efectivo, no caso do regime de protecção social da função pública; b) Durante o período em que se aguarda o reconhecimento do direito a pensão por invalidez, velhice ou por riscos profissionais; c) Quando se verifique transferência de residência do território nacional, ressalvado o disposto sobre a matéria em instrumento Pág 343 de 461 Páginas

344 internacional a que Portugal se encontre vinculado; d) Durante o cumprimento do serviço militar obrigatório; e) Durante o período de detenção em estabelecimento prisional; f) Durante o período de desemprego, mesmo que não subsidiado, desde que inscritos nos centros de emprego; g) Nas situações previstas nos artigos 47º., 54, n.º 2, 74º. e 89º., n.º 1, alínea a), do Decreto-Lei n.º 100/99, de 31 de Março, e nos artigos 76º. e 84º. do mesmo diploma, desde que o interessado tenha optado por manter os descontos para efeito de aposentação e sobrevivência, e no artigo 7º. do Decreto-Lei n.º 14/97, de 17 de Janeiro. Artigo 38º. Suspensão do direito às prestações O direito às prestações familiares é suspenso se deixar de se verificar a condição de atribuição prevista no n.º 2 do artigo 16º. Artigo 39º. Retoma do direito às prestações A suspensão do direito às prestações familiares, nos termos do artigo anterior, não prejudica a sua retoma por solicitação dos interessados, quando se voltarem a verificar os condicionalismos de atribuição. Artigo 40º. Início da suspensão e da retoma do direito A suspensão e a retoma do direito às prestações previstas nos artigos anteriores têm lugar no mês seguinte àquele em que a instituição ou serviço gestor da prestação teve conhecimento dos factos determinantes da suspensão ou da retoma do direito. Artigo 41º. Cessação do direito às prestações 1 - Sem prejuízo do disposto no artigo 23º. da Lei n.º 28/84, de 14 de Agosto, o direito às prestações cessa: a) Quando deixar de se verificar algum dos condicionalismos determinantes da sua atribuição que não dê lugar à suspensão do direito; b) Decorrido o período de 12 meses consecutivos anterior ao 2º. mês que precede o da verificação do direito sem que haja registo de remunerações em nome dos beneficiários referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 3º., ou estes tenham iniciado prestação de serviço enquadrada pelo regime de protecção social da função pública; c) Quando cessa ou é suspensa a relação jurídica de emprego, relativamente aos beneficiários referidos na alínea b) do n.º 1 do artigo 3º., sem prejuízo do disposto na alínea g) do artigo 37º.; d) Com o casamento do descendente, sem prejuízo do direito decorrente do disposto na alínea a) do n.º 2 do artigo 17º. 2 - O disposto nas alíneas b) e c) do número anterior não se aplica nas situações em que os beneficiários sejam pensionistas. 3 - Tratando-se de pensionistas por riscos profissionais beneficiários da segurança social, o disposto na alínea b) do n.º 1 não se aplica se a incapacidade permanente for igual ou superior a dois terços. 4 - Os efeitos da cessação reportam-se ao início do mês seguinte àquele em que se verifiquem os factos referidos no n.º 1. CAPÍTULO V Acumulações Artigo 42º. Cumulabilidade das prestações 1 - As prestações familiares provenientes de eventos diferentes, ou do mesmo evento mas visando fins distintos, são cumuláveis entre si, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2 - O subsídio por assistência de terceira pessoa não é cumulável com o subsídio por frequência de estabelecimento de educação especial. Artigo 43º. Não acumulação em função do mesmo familiar no âmbito de regimes diferentes 1 - Não é permitida a acumulação de prestações, visando o mesmo objectivo, em relação ao mesmo familiar, ainda que atribuídas por regimes diferentes e em função do mesmo ou de outro beneficiário. 2 - Se a identidade de objectivo se verificar apenas em relação ao que é próprio da bonificação por deficiência do subsídio familiar a crianças e jovens, a inacumulabilidade referida no número anterior restringe-se àquela bonificação. Artigo 44º. Não acumulação entre prestações do regime geral e do regime não contributivo Não é permitida a acumulação de prestações familiares reguladas neste diploma com prestações do regime não contributivo, salvo tratando-se da prestação de rendimento mínimo. Artigo 45º. Efeitos de não acumulação 1 - Quando o mesmo familiar possa ter acesso às prestações em função de mais de um Pág 344 de 461 Páginas

345 beneficiário, a atribuição é efectuada apenas em relação a um dos requerentes, ressalvado o disposto no número seguinte. 2 - No caso de o familiar não coabitar com um dos beneficiários, a atribuição é efectuada em relação àquele com quem o familiar beneficiado coabite, sem prejuízo dos casos devidamente justificados. 3 - Os titulares de subsídio familiar a crianças e jovens, com bonificação por deficiência, e de subsídio mensal vitalício que satisfaçam as condições de atribuição da pensão social podem optar pelo direito a esta prestação. CAPÍTULO VI Processamento e administração SECÇÃO I Gestão das prestações e organização dos processos SUBSECÇÃO I Gestão das prestações Artigo 46º. Instituições e serviços competentes 1 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a gestão das prestações familiares compete: a) No âmbito dos beneficiários abrangidos pela alínea a) do n.º 1 do artigo 3º., aos centros regionais de segurança social, adiante designados por centros regionais, e às caixas de actividade ou de empresa subsistentes; b) No âmbito dos beneficiários abrangidos pela alínea b) do n.º 1 do artigo 3º., aos serviços processadores das remunerações. 2 - A gestão das prestações familiares relativas a beneficiários pensionistas compete: a) Ao centro regional que os abrangeu, antes de adquirirem esta condição, independentemente de exercerem actividade laboral em área territorial compreendida no âmbito de outro centro regional, tratando-se de pensionistas do regime geral; b) À Caixa Geral de Aposentações, tratando-se de aposentados reformados ou pensionistas desta instituição. SUBSECÇÃO II Organização dos processos Artigo 47º. Requerimento 1 - A atribuição das prestações familiares depende da apresentação de requerimento. 2 - As prestações são requeridas nas instituições ou serviços gestores competentes, devendo ser apresentados conjuntamente os documentos comprovativos dos factos condicionantes da sua atribuição. Artigo 48º. Legitimidade para requerer 1 - As prestações familiares são requeridas pelo beneficiário. 2 - Quando houver direito a mais de uma prestação por cada descendente, deve ser o mesmo beneficiário a requerer a totalidade das prestações. 3 - Na falta de requerimento do beneficiário, por falecimento ou omissão, podem requerer as prestações: a) O cônjuge do beneficiário; b) A pessoa com quem o descendente viva em comunhão de mesa e habitação ou entidade que o tenha à sua guarda e cuidados, desde que a situação seja devidamente comprovada; c) O próprio descendente, se for maior de 16 anos. 4 - Por morte dos familiares, referidos no n.º 1 do artigo 11º., que sobrevivam ao beneficiário, o subsídio de funeral é requerido por quem provar ter suportado as respectivas despesas. Artigo 49º. Prazo para requerer 1 - O prazo para requerer as prestações familiares é de seis meses a partir do mês seguinte àquele em que ocorreu o facto determinante da sua concessão, sem prejuízo do disposto nos números seguintes. 2 - Nas situações em que, nos termos da lei do registo civil nacional, os registos dos actos determinantes da concessão das prestações estão sujeitos a transcrição nos registos centrais, o início do prazo definido no n.º 1 conta-se a partir do mês seguinte ao da data em que o mesmo foi efectuado. 3 - Nos casos em que a atribuição do direito às prestações respeite a situações decorrentes de actos cujo reconhecimento dependa de decisão judicial, o prazo estabelecido no n.º 1 inicia-se a partir do mês seguinte ao da data do trânsito em julgado da referida decisão. SECÇÃO II Declarações e meios de prova SUBSECÇÃO I Declarações Artigo 50º. Declaração de inacumulabilidade Os requerentes das prestações devem declarar, no acto do requerimento, se foi requerida ou atribuída prestação com o mesmo objectivo, em relação ao mesmo familiar, e, em caso afirmativo, por que regime de protecção social e em função de que beneficiário. Pág 345 de 461 Páginas

346 Artigo 51º. Declaração de coabitação Os requerentes das prestações devem declarar, no acto do requerimento, sendo caso disso, se os destinatários das prestações vivem a cargo e em comunhão de mesa e habitação com o beneficiário e, em caso negativo, qual o motivo. Artigo 52º. Declaração de enquadramento em regime de protecção social obrigatório 1 - Os requerentes das prestações devem declarar, no acto do requerimento, se os descendentes destinatários das prestações se encontram enquadrados em regime de protecção social obrigatório e, em caso afirmativo, proceder à respectiva identificação. 2 - Os requerentes de subsídio de funeral devem declarar, no acto do requerimento, se o falecido esteve enquadrado por qualquer regime de protecção social a que se aplique o disposto no presente diploma. Artigo 53º. Declaração de rendimentos 1 - Os requerentes das prestações devem declarar, no acto do requerimento, os rendimentos de que depende a atribuição da prestação ou a modulação do respectivo montante. 2 - A presunção da veracidade da declaração referida no número anterior é ilidível, face a quaisquer outros elementos comprovativos que sejam do conhecimento ou solicitados para o efeito pelas instituições ou serviços gestores das prestações. Artigo 54º. Declaração em caso de morte decorrente de acto de terceiro Os requerentes de subsídio de funeral devem declarar, no acto do requerimento, se a morte foi provocada por acto de terceiro e, em caso afirmativo, os eventuais responsáveis pela reparação. Artigo 55º. Declaração de assistência por terceira pessoa 1 - Os requerentes de subsídio por assistência de terceira pessoa devem declarar, no acto do requerimento, a existência da terceira pessoa, bem como os termos em que a mesma presta assistência ou se dispõe a prestar. 2 - As instituições ou serviços gestores das prestações podem desencadear os procedimentos que julguem adequados à comprovação da veracidade da declaração referida no número anterior. Artigo 56º. Declaração das situações determinantes da alteração, suspensão ou cessação das prestações Os titulares das prestações ou as pessoas a quem as mesmas são pagas devem declarar as situações determinantes de alteração, suspensão ou cessação das prestações no prazo de 30 dias após a sua ocorrência. SUBSECÇÃO II Meios de prova Artigo 57º. Meios de prova em geral 1 - A identidade e o estado civil dos beneficiários e familiares, bem como o respectivo parentesco, provam-se por meio de certidões do registo civil. 2 - As certidões do registo civil podem ser substituídas pelo bilhete de identidade ou pela cédula pessoal, quando devidamente averbada. 3 - As restantes provas, designadamente a relativa ao n.º 4 do artigo 19º., devem fazer-se mediante declarações do beneficiário e demais interessados, ou constar, conforme os casos, de certidões ou atestados das entidades competentes. Artigo 58º. Prova de rendimentos 1 - A prova dos rendimentos de que depende a manutenção do direito às prestações, bem como a determinação dos respectivos montantes, é feita periodicamente, mediante declaração do interessado, sem prejuízo da apresentação de quaisquer elementos comprovativos da veracidade das declarações solicitados pelas instituições ou serviços gestores das prestações. 2 - As normas relativas à periodicidade da prova de rendimentos, à forma de proceder ao respectivo apuramento e aos efeitos da sua não apresentação constam de diploma regulamentar. Artigo 59º. Prova da situação escolar ou equivalente 1 - A prova de matrícula nas situações referidas nas alíneas b) a d) do n.º l e no n.º 2 do artigo 19º. é efectuada mediante a apresentação de fotocópia simples do cartão de estudante ou de documento utilizado pelo estabelecimento de ensino ou de formação comprovativo da situação, nos termos previstos no Decreto-Lei n.º 416/93, de 24 de Dezembro. 2 - No caso de impossibilidade de matrícula nas situações referidas no artigo 36º., os beneficiários Pág 346 de 461 Páginas

347 deverão apresentar declaração do respectivo estabelecimento de ensino comprovativa desse facto. Artigo 60º. Prazo para apresentação de prova escolar ou equivalente 1 - As provas previstas no artigo anterior devem ser apresentadas até 31 de Outubro de cada ano. 2 - A declaração médica comprovativa da situação de incapacidade física ou mental, prevista no n.º 3 do artigo 19º., deve ser apresentada em simultâneo com a prova de escolaridade relativa ao ano em que ocorra esta situação. Artigo 61º. Prova da deficiência 1 - A prova da deficiência para atribuição da bonificação por deficiência do subsídio familiar a crianças e jovens e do subsídio mensal vitalício é efectuada: a) No âmbito da segurança social: i) Através de certificação por equipas multidisciplinares de avaliação médicopedagógica ou, não as havendo, por médico especialista na deficiência em causa, ou pelo médico assistente, se não for possível o recurso às primeiras modalidades referidas, tratando-se da bonificação por deficiência do subsídio familiar a crianças e jovens; ii) Por certificação emitida pelo serviço de verificação de incapacidades do centro regional que abrange a área de residência do interessado, tratando-se de subsídio mensal vitalício; b) No âmbito do regime de protecção social da função pública, através de certificação por equipas multidisciplinares de avaliação médicopedagógica ou, não as havendo, por médico especialista na deficiência em causa, ou pelo médico assistente, se não for possível o recurso às primeiras modalidades referidas. 2 - É dispensada a renovação anual da prova da deficiência sempre que esta, pelas suas características de amplitude e gravidade, seja considerada permanente. Artigo 62º. Prova da dependência A prova da situação de dependência para atribuição do subsídio por assistência de terceira pessoa é feita: a) No âmbito da segurança social, por certificação emitida pelo serviço de verificação de incapacidades do centro regional que abrange a área de residência do interessado; b) No âmbito do regime de protecção social da função pública, através de certificação por equipas multidisciplinares de avaliação médicopedagógica ou, não as havendo, por médico especialista na deficiência em causa, ou pelo médico assistente, se não for possível o recurso às primeiras modalidades referidas. Artigo 63º. Falta de provas ou declarações 1 - Sempre que o serviço competente verifique a falta de algum documento probatório necessário ao reconhecimento do direito, comunicará o facto aos interessados. 2 - Da referida comunicação deve constar que a não apresentação do documento em falta no prazo de 30 dias determinará a suspensão do procedimento, sem prejuízo da aplicação das regras de caducidade do direito previstas no presente diploma. 3 - A instrução dos processos resultantes de novo requerimento deve ser feita com o aproveitamento possível dos elementos que integravam o processo anterior. Artigo 64º. Efeitos da não apresentação de prova escolar 1 - A não apresentação das provas de escolaridade nos prazos estabelecidos no artigo 60º. determina a suspensão do pagamento do subsídio familiar a crianças e jovens a partir do mês seguinte ao termo dos mesmos. 2 - Nas situações previstas no número anterior, as instituições ou serviços gestores das prestações comunicarão ao beneficiário que a não apresentação das provas no prazo estabelecido, a contar da notificação, determina, salvo justificação atendível, a perda do direito ao subsídio familiar a crianças e jovens desde o início do ano escolar em curso até ao fim do mês em que seja efectuada a produção da prova. SUBSECÇÃO III Sanções Artigo 65º. Contra-ordenações 1 - As falsas declarações ou omissões relativas às situações previstas nos artigos 50º. a 52º. e 54º. a 57º., de que resulte concessão indevida de prestações, são puníveis com coima de 20000$00 a 50000$ As falsas declarações relativas às situações previstas nos artigos 53º. e 58º. são puníveis com coima de 50000$00 a $00. Pág 347 de 461 Páginas

348 SECÇÃO III Atribuição e pagamento das prestações Artigo 66º. Decisão expressa A atribuição das prestações é objecto de decisão expressa da instituição competente. Artigo 67º. Comunicação da atribuição das prestações As instituições ou serviços gestores das prestações familiares devem notificar os requerentes da atribuição e montantes das prestações e da data a que o início das mesmas se reporta, tratando-se de prestações continuadas. Artigo 68º. Comunicação da não atribuição das prestações 1 - Se na apreciação do processo se verificar que não se encontram reunidas as condições para a atribuição das prestações, devem as instituições ou serviços gestores informar o requerente: a) Da falta das mesmas condições; b) De que deve fazer prova da existência das referidas condições legais no prazo que lhe for estabelecido para o efeito; c) De que o pedido se considera indeferido no dia seguinte ao termo do prazo estabelecido, desde que durante o mesmo não se tenha procedido à comprovação respectiva. 2 - Sempre que os elementos remetidos pelo requerente não permitam a verificação das condições de atribuição das prestações, há lugar à emissão de decisão devidamente fundamentada. Artigo 69º. Pagamento das prestações As prestações familiares são pagas aos beneficiários, salvo o disposto no artigo seguinte ou em instrumento internacional a que Portugal se encontre vinculado. Artigo 70º. Situações especiais 1 - Quando houver decisão judicial com trânsito em julgado indicando a pessoa a quem devem ser pagas as prestações, a ela se efectua o pagamento, ainda que o beneficiário esteja obrigado a prestar alimentos. 2 - Em caso de falecimento do beneficiário, as prestações atribuídas aos descendentes são pagas aos seus representantes legais ou aos próprios, se forem maiores. 3 - Para além dos casos referidos nos números anteriores, e para garantir a aplicação das prestações de atribuição continuada em favor dos descendentes, as mesmas podem ser pagas directamente à pessoa com quem estes vivam em comunhão de mesa e habitação, à entidade que prove que os tem à sua guarda e cuidados ou aos próprios descendentes, se forem maiores. Artigo 71º. Prazo de prescrição 1 - Para efeito de prescrição do direito às prestações, considera-se que a contagem do respectivo prazo se inicia no dia seguinte àquele em que as mesmas foram postas a pagamento. 2 - São equiparadas a prestações postas a pagamento as que se encontrem legalmente suspensas por incumprimento de obrigações imputável ao beneficiário ou às pessoas a quem as prestações são pagas. CAPÍTULO VII Disposições finais e transitórias Artigo 72º. Regulamentação 1 - A regulamentação das normas constantes do presente diploma constará de decreto regulamentar. 2 - Os montantes das prestações, bem como os procedimentos administrativos a adoptar na aplicação do presente diploma e dos seus regulamentos, são aprovados por portaria conjunta dos ministros da tutela. 3 - Se a definição de procedimentos administrativos se inserir no âmbito de competências restrito de apenas um dos ministros da tutela, a sua aprovação tem lugar mediante portaria do respectivo ministro. Artigo 73º. Remissão 1 - As referências feitas, na legislação em vigor, às prestações que constituíam o âmbito material do Decreto-Lei n.º 170/80, de 29 de Maio, devem entender-se como relativas às prestações que lhes correspondem no âmbito material do presente diploma. 2 - As referências feitas, na legislação em vigor, ao abono complementar a crianças e jovens deficientes devem entender-se como relativas à bonificação por deficiência do subsídio familiar a crianças e jovens. Artigo 74º. Revisão Os escalões de rendimentos de que depende a determinação dos montantes do subsídio familiar Pág 348 de 461 Páginas

349 a crianças e jovens serão revistos no 3º. ano de vigência do presente diploma. Artigo 75º. Revogação 1 - São revogados o Decreto-Lei n.º 197/77, de 17 de Maio, o Decreto-Lei n.º 170/80, de 29 de Maio, o Decreto Regulamentar n.º 20/80, de 29 de Maio, o Decreto Regulamentar n.º 67/87, de 31 de Dezembro, o Decreto-Lei n.º 9/89, de 23 de Janeiro, e demais legislação complementar relativa às matérias reguladas no presente diploma. 2 - Mantém-se em vigor o Decreto Regulamentar n.º 14/81, de 7 de Abril. 3 - Mantêm-se transitoriamente em vigor as normas que regulam a atribuição dos subsídios de casamento, nascimento e funeral de beneficiário, relativas aos eventos ocorridos no âmbito da legislação revogada, requeridos na vigência da lei nova. Artigo 76º. Produção de efeitos 1 - O regime estabelecido no presente diploma aplica-se: a) Às prestações requeridas após a sua entrada em vigor; b) Às relações jurídicas prestacionais, constituídas ao abrigo de legislação anterior e que se mantenham na vigência da lei nova. 2 - É aplicável o disposto no artigo 297º. do Código Civil relativamente aos prazos para requerer as prestações previstas neste diploma e decorrentes de eventos ocorridos no âmbito da legislação anterior. Artigo 77º. Regimes especiais de grupos fechados 1 - O disposto no presente diploma é aplicável no âmbito dos regimes especiais de previdência que abrangem grupos fechados de beneficiários, enquanto aqueles subsistirem, e sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2 - É reconhecido o direito a subsídio de funeral por falecimento do próprio beneficiário desde que o regime que o abrange não confira direito a subsídio por morte ou, conferindo-o, este seja de valor inferior a 50% do mínimo estabelecido no âmbito do regime geral. Artigo 78º. Regiões Autónomas O presente diploma é aplicável às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, de harmonia com o disposto no artigo 84º. da Lei n.º 28/84, de 14 de Agosto. Artigo 79º. Norma transitória 1 - As instituições e serviços gestores das prestações devem, a partir da data da publicação do presente diploma, desencadear os procedimentos necessários ao apuramento de rendimentos de que depende o montante do subsídio familiar a crianças e jovens, a pagar desde o início da respectiva vigência até ao termo do ano civil subsequente. 2 - Para efeito do disposto no número anterior, as instituições e serviços gestores da prestação devem remeter aos interessados formulário adequado à obtenção da declaração de rendimentos. 3 - A declaração de rendimentos deve ser devolvida no prazo que para o efeito for indicado no respectivo formulário, sob pena de, se assim não for, a prestação ser fixada no montante mais reduzido. 4 - Os formulários devem ser preenchidos nos termos especificados nos mesmos, de modo a não prejudicar a correcta e oportuna determinação dos montantes das prestações. Artigo 80º. Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor no dia 1 de Julho de 1997, ressalvado o disposto no artigo anterior. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 30 de Abril de António Manuel de Oliveira Guterres - Fernando Teixeira dos Santos - Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues - Fausto de Sousa Correia. Promulgado em 27 de Maio de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 30 de Maio de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. Pág 349 de 461 Páginas

350 Decreto-Lei n.º 360/97, de 17 de Dezembro (alterado pelo Decreto-Lei nº 377/2007, de 9 de Novembro, pelo que este deve ser visto) DR n.º 290/97 SÉRIE I-A Ministério da Solidariedade e Segurança Social Procede à definição do sistema de verificação de incapacidades, na da segurança social PÁGINAS 6670 a 6684 O sistema de verificação de incapacidades, no âmbito da segurança social, encontrava-se regulado em diplomas autónomos. Reconhecidos os inconvenientes decorrentes deste quadro normativo e tendo em conta a garantia da unidade do sistema, integrou-se num único diploma toda a intervenção relativa à certificação da incapacidade. A experiência adquirida durante o período de vigência dos diplomas ora revogados determinou a introdução de aperfeiçoamentos considerados adequados aos objectivos visados pelo sistema. Assim, numa linha de compatibilização com o regime de protecção na doença e visando garantir eficácia na cobertura da eventualidade, foram estabelecidos indicadores de intervenção do sistema de verificação de incapacidades mais compatíveis com a realidade social. Procurou-se ainda garantir a tutela de situações em que se considerou relevante uma participação mais activa do próprio beneficiário, no sentido da sua co-responsabilização. Procedeu-se igualmente à harmonização das normas internas com as comunitárias relativamente ao processo de intervenção de incapacidades permanentes quanto a beneficiários residentes no estrangeiro. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198º. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Disposições gerais SECÇÃO I Objecto e conteúdo da verificação de incapacidades Artigo 1º. Objecto 1 - O presente diploma define, no âmbito da segurança social, o sistema de verificação de incapacidades, o qual tem por objecto: a) A confirmação da subsistência das condições de incapacidade temporária determinante do direito ao subsídio de doença; b) A verificação e revisão de situações de incapacidade permanente determinantes do direito a pensões de invalidez e sobrevivência dos regimes de segurança social; c) A verificação das situações de dependência determinantes do direito ao subsídio por assistência de terceira pessoa; d) A verificação das situações de deficiência determinantes do direito ao subsídio mensal vitalício; e) A verificação da aptidão para o trabalho exigida para o enquadramento no regime de seguro social voluntário; f) A confirmação das situações de incapacidade temporária dos beneficiários a receber prestações de desemprego, nos termos previstos na lei. 2 - Podem constituir objecto do sistema regulado neste diploma a verificação de outras situações de incapacidade ou deficiência de pessoas abrangidas pelos regimes de segurança social, quando tal for especialmente previsto em diploma próprio. 3 - O disposto no n.º 1 não prejudica a competência atribuída, em termos gerais, aos serviços de saúde, pelo regime jurídico de protecção na doença, para a comprovação da situação de incapacidade temporária para o trabalho dos beneficiários do regime geral de segurança social, nem a atribuída aos serviços e entidades competentes para a verificação das situações causadas por riscos profissionais. Artigo 2º. Conteúdo da verificação 1 - A verificação das situações de incapacidade temporária consubstancia-se na avaliação da subsistência da incapacidade. 2 - A verificação das situações de incapacidade permanente ou de dependência integra tanto a análise dos dados relativos às condições físicas, motoras, orgânicas sensoriais e intelectuais dos beneficiários como as referentes às suas repercussões sócio-profissionais. Pág 350 de 461 Páginas

351 SECÇÃO II Natureza e constituição do sistema de verificação de incapacidades Artigo 3º. Natureza 1 - O sistema de verificação de incapacidades é um instrumento especializado de peritagem, constituído por meios técnicos de verificação de incapacidades e meios técnicos de assessoria à respectiva coordenação. 2 - Como conjunto de meios humanos e materiais afectos à verificação de incapacidades, integra-se nos centros regionais de segurança social, adiante design dos por centros regionais, sem constituir uma estrutura orgânica autónoma. 3 - As referências às competências e estruturas dos centros regionais reportam-se aos órgãos e serviços destas instituições, nos termos estabelecidos ou decorrentes da respectiva lei orgânica. Artigo 4º. Meios técnicos de verificação 1 - A verificação técnica da subsistência de incapacidade temporária é assegurada pelas comissões de verificação e de reavaliação, cujo conjunto é designado, no presente diploma, por sistema de verificação de incapacidade temporária. 2 - A verificação técnica das condições de incapacidade permanente e de dependência é assegurada pelo médico relator e pelas comissões de verificação e de recurso, cujo conjunto é designado, no presente diploma, por sistema de verificação de incapacidade permanente. Artigo 5º. Meios técnicos de assessoria à coordenação Asseguram a assessoria técnica à coordenação: a) Ao nível regional e sub-regional, os assessores técnicos de coordenação; b) Ao nível nacional, o conselho médico nacional. Artigo 6º. Recrutamento Os médicos relatores e os membros das comissões de verificação, de reavaliação e de recurso, bem como os assessores técnicos de coordenação, são recrutados pelo centro regional de entre médicos de clínica geral de reputada experiência e idoneidade no âmbito da peritagem médico-social e ainda especialistas, nos casos em que se mostre conveniente a participação de médicos de determinada especialidade. Artigo 7º. Independência técnica 1 - Os médicos relatores, os peritos que integram as comissões de verificação, de reavaliação e de recurso, bem como os assessores técnicos de coordenação, actuam com a independência técnica exigida pela sua própria função, sem prejuízo do dever de cumprimento das disposições estabelecidas no presente diploma e demais normas em vigor. 2 - São definidos pelos centros regionais os critérios de afectação dos processos dos beneficiários, tendo em vista a independência técnica e a garantia da equidade na avaliação das situações. SECÇÃO III Âmbito da verificação de incapacidades Artigo 8º. Âmbito pessoal 1 - O campo de aplicação pessoal do sistema de verificação de incapacidade temporária é definido em função dos beneficiários abrangidos pelos centros regionais e, no âmbito destes, pelos serviços sub-regionais, sendo extensivo aos beneficiários das caixas de previdência e de outros centros regionais, desde que tenham a sua residência na respectiva área territorial de acção, mediante articulação entre as instituições interessadas. 2 - O campo de aplicação pessoal do sistema de verificação de incapacidade permanente é definido em função dos beneficiários residentes na área territorial dos serviços sub-regionais, incluindo os abrangidos pelas caixas de previdência ainda existentes. 3 - Quando o beneficiário residir fora do território nacional, compete aos médicos relatores e às comissões de verificação e de recurso do serviço sub-regional de Lisboa apreciar a sua incapacidade, salvo quando se tratar de trabalhador fronteiriço, em relação ao qual será competente o serviço sub-regional do centro regional que o abranja. 4 - Para efeitos deste diploma, designam-se por beneficiários as pessoas que se insiram no âmbito pessoal do sistema de verificação de incapacidades. Artigo 9º. Âmbito territorial 1 - Os médicos relatores, as comissões de verificação, de reavaliação e de recurso e os assessores técnicos de coordenação exercem a sua acção no âmbito territorial do serviço subregional em que se integram, sem prejuízo do disposto no número seguinte. Pág 351 de 461 Páginas

352 2 - Em casos devidamente justificados, podem os serviços competentes acordar que a verificação da incapacidade ou dependência dos beneficiários seja apreciada por médico relator ou comissão de verificação, de recurso ou de reavaliação que não sejam os do serviço subregional ou da instituição de residência do beneficiário. Artigo 10º. Local de funcionamento 1 - Os médicos relatores e as comissões de verificação, de reavaliação e de recurso funcionam nas instalações dos serviços subregionais, salvo em situações especialmente previstas neste diploma. 2 - Podem ser utilizadas instalações e equipamentos dos serviços de saúde e do emprego sempre que tal se torne necessário ao exercício das suas atribuições, mediante protocolo a estabelecer entre os centros regionais e as competentes entidades gestoras daqueles serviços. 3 - Os protocolos são celebrados de acordo com regras aprovadas por despacho conjunto dos ministros competentes. CAPÍTULO II Meios técnicos de verificação e de assessoria à coordenação e apoio administrativo SECÇÃO I Sistema de verificação de incapacidade temporária SUBSECÇÃO I Comissões de verificação Artigo 11º. Composição e designação 1 - As comissões de verificação de incapacidade temporária são constituídas por dois peritos médicos. 2 - Os peritos médicos das comissões de verificação são designados pelo centro regional. 3 - O centro regional designa, de entre os dois peritos médicos, o que preside à comissão, o qual terá voto de qualidade, em caso de empate. Artigo 12º. Competências Compete às comissões de verificação de incapacidade temporária, face à situação clínica do beneficiário: a) Deliberar sobre a subsistência da incapacidade temporária; b) Emitir os pareceres médicos que lhes forem solicitados pelos centros regionais. SUBSECÇÃO II Comissões de reavaliação Artigo 13º. Composição e designação 1 - As comissões de reavaliação de incapacidade temporária são constituídas por três peritos médicos, sendo dois designados pelo centro regional e o terceiro indicado pelo beneficiário. 2 - Dos dois peritos designados pelo centro regional, um preside à comissão de reavaliação e o outro deve ter feito parte da comissão de verificação que observou o beneficiário. 3 - No caso de o beneficiário não indicar o médico no prazo que lhe for fixado pelo centro regional, ou, indicando-o, o mesmo falte, a comissão de reavaliação delibera com a presença dos dois médicos referidos no número anterior, tendo o presidente voto de qualidade, em caso de empate. Artigo 14º. Competências Compete às comissões de reavaliação de incapacidade temporária pronunciar-se sobre a subsistência de incapacidade temporária dos beneficiários, quando se verifique uma das seguintes situações: a) Certificação, devidamente fundamentada pelos serviços de saúde, de uma nova situação de incapacidade do beneficiário no período de 90 dias subsequente à data da deliberação da comissão de verificação que considerou a não subsistência de incapacidade temporária para o trabalho; b) Manutenção pelos serviços de saúde da situação de incapacidade temporária, após deliberação da comissão de verificação que considerou a não subsistência de incapacidade para o trabalho. SECÇÃO II Sistema de verificação de incapacidade permanente SUBSECÇÃO I Competências genéricas Artigo 15º. Disposição geral Compete, em geral, aos médicos relatores e às comissões de verificação: a) Verificar os danos físicos, orgânicos, anátomofuncionais, psíquicos e psicológicos dos requerentes ou titulares de prestações pecuniárias dos regimes de segurança social, determinando, com base em todos os elementos de diagnóstico que forem necessários, a origem, a natureza e a extensão da redução física motora, Pág 352 de 461 Páginas

353 orgânica, sensorial ou intelectual provocada pela incapacidade; b) Considerar as capacidades remanescentes do interessado e avaliar as repercussões sócioprofissionais da incapacidade face às perspectivas concretas e actuais da sua reabilitação profissional e inserção no mercado normal de emprego; c) Estudar e propor os métodos mais adequados a uma eficaz, objectiva e justa avaliação da incapacidade com base na ponderação das necessidades específicas decorrentes das limitações funcionais detectadas, bem como proceder à definição dos meios necessários à recuperação, com vista ao aproveitamento das capacidades remanescentes. SUBSECÇÃO II Médico relator Artigo 16º. Designação e competência do médico relator O médico relator é designado pelo centro regional, incumbindo-lhe preparar os processos de verificação de incapacidade permanente ou de dependência e elaborar os relatórios clínicos que sirvam de base à deliberação das comissões de verificação e à aplicação de instrumentos internacionais de segurança social, bem como, em caso de doença profissional, promover a apreciação do beneficiário pelos serviços clínicos competentes. Artigo 17º. Funções 1 - São funções do médico relator, designadamente: a) Verificar se a informação médica enviada ao centro regional está completa e, caso contrário, dar conhecimento do facto ao beneficiário; b) Realizar o exame clínico dos requerentes das prestações, bem como dos beneficiários sujeitos aos processos de verificação oficiosa de eventual incapacidade permanente ou de revisão da situação de incapacidade que abriram direito a prestações; c) Promover a obtenção dos meios auxiliares de diagnóstico, bem como dos exames e pareceres especializados que considerar necessários, especialmente nos casos de verificação oficiosa; d) Articular-se directamente com os serviços e estabelecimentos de saúde ou médicos que tenham intervindo na situação clínica do requerente, ou do beneficiário, objecto de verificação de incapacidade permanente, de forma a obter os elementos necessários ao estudo da situação; e) Participar aos serviços competentes as situações passíveis de serem consideradas como doenças profissionais; f) Elaborar um relatório circunstanciado do exame feito com base nos elementos reunidos, organizar o processo clínico do requerente e submetê-lo à comissão de verificação de incapacidade permanente; g) Propor que da comissão de verificação de incapacidade permanente faça parte perito de determinada especialidade, sempre que tal se mostre indispensável; h) Analisar e dar parecer sobre o fundamento invocado pelo beneficiário nos requerimentos por agravamento do estado de saúde. 2 - A participação prevista na alínea e) do n.º 1 implica a suspensão do processo até à recepção do parecer dos serviços médicos competentes para avaliação da incapacidade por doença profissional. SUBSECÇÃO III Comissões de verificação Artigo 18º. Composição 1 - As comissões de verificação de incapacidade permanente são constituídas por três peritos, um dos quais assessor técnico de emprego. 2 - Quando estiver em causa a atribuição do subsídio por assistência de terceira pessoa, o assessor técnico de emprego é substituído por médico do sistema, designado para o efeito. Artigo 19º. Designação dos membros das comissões 1 - Os peritos médicos das comissões de verificação de incapacidade permanente são designados pelo centro regional, cabendo ao Instituto do Emprego e Formação Profissional, adiante designado por IEFP, assegurar a indicação do assessor técnico de emprego, de preferência médico. 2 - Sempre que o IEFP não possa designar assessores técnicos de emprego para integrar comissões de verificação, podem os centros regionais recrutar para o efeito quaisquer técnicos do sector público ou privado que possuam qualificação adequada àquela função. Artigo 20º. Competências Compete às comissões de verificação: a) Apreciar os processos clínicos dos requerentes das prestações ou dos beneficiários sujeitos a processo oficioso de verificação de incapacidade com base nos dados coligidos pelo médico relator e nos demais elementos de diagnóstico constantes do respectivo processo; Pág 353 de 461 Páginas

354 b) Verificar a origem, a natureza, a extensão e a presumível duração de incapacidade detectada, não susceptível de superação através de acções de recuperação funcional ou de adequados e viáveis meios de compensação; c) Determinar, com base nas capacidades remanescentes e nas efectivas possibilidades de reabilitação profissional e inserção no mercado normal de emprego, a redução da capacidade profissional do beneficiário; d) Concluir sobre o enquadramento das situações verificadas nos critérios legais de atribuição das prestações em causa, especificando as datas a que se reporta a verificação de incapacidade ou de dependência; e) Proceder à revisão das situações de incapacidade permanente que abriram direito às prestações, tendo em vista pronunciar-se sobre a evolução das mesmas. SUBSECÇÃO IV Comissões de recurso Artigo 21º. Composição e designação 1 - As comissões de recurso são constituídas por um perito médico designado pelo centro regional, que preside, por um médico indicado pelo respectivo requerente e por um assessor técnico de emprego que seja médico, o qual é substituído por médico do sistema quando estiver em causa a verificação de dependência. 2 - Os membros da comissão de verificação que tenham deliberado sobre a situação do requerente ou beneficiário não podem fazer parte da comissão de recurso. 3 - No caso da existência de uma única comissão de verificação, é designado perito médico proveniente de outro serviço sub-regional ainda que de outro centro regional. 4 - No caso de o requerente residir fora do território nacional e não indicar um médico no prazo referido no n.º 2 do artigo 61º., as comissões de recurso serão formadas por um médico designado pelo centro regional, que preside, por um assessor técnico de emprego escolhido nos termos do n.º 1 do presente artigo e por um médico designado pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo encarregue da representação oficiosa e de acompanhamento dos processos de recurso das deliberações das comissões de verificação relativos a requerentes não residentes no território nacional. Artigo 22º. Competências Compete às comissões de recurso apreciar as deliberações das comissões de verificação relativas à situação dos requerentes, não só em relação às condições de saúde, mas também às repercussões sócio-profissionais da incapacidade. Artigo 23º. Insuficiência económica do requerente 1 - Sempre que os requerentes de comissões de recurso invoquem e provem insuficiência económica impeditiva da indicação de médico que os represente nas mesmas, a deliberação será tomada por dois médicos, um designado pelo centro regional e o outro pelo IEFP, sem prejuízo do disposto no n.º Para efeitos do disposto no número anterior, consideram-se em situação de insuficiência económica os requerentes cujo agregado familiar detenha rendimentos ilíquidos mensais inferiores ao dobro da remuneração mínima garantida à generalidade dos trabalhadores, ou a esta remuneração, tratando-se de requerentes isolados. 3 - O agregado familiar é constituído, para além do requerente e do cônjuge, pelos descendentes ou equiparados que, compartilhando com o mesmo uma vida em comum, aufiram rendimentos inferiores ao valor mensal da pensão social, ou ao dobro desta, se forem casados. 4 - Integram o conceito de equiparados a descendentes dos beneficiários requerentes os enteados, os tutelados ou adoptados restritamente pelo próprio ou pelo cônjuge e os menores que lhes estejam confiados, por decisão dos tribunais ou dos serviços tutelares de menores, em vias de adopção, desde que o respectivo processo legal tenha sido iniciado. 5 - Para a consideração da insuficiência económica, constituem meios de prova: a) Declaração do beneficiário da composição do agregado familiar; b) Documento comprovativo dos rendimentos próprios e do agregado familiar, designadamente, e com prioridade, os documentos fiscais, ou, no caso de impossibilidade de prova, declaração do beneficiário. 6 - Sempre que os requerentes residentes fora do território nacional invoquem e provem insuficiência económica nos termos dos números anteriores, as despesas com o médico encarregue da sua representação oficiosa, a que se refere o n.º 4 do artigo 21º., ficam a cargo da segurança social. Pág 354 de 461 Páginas

355 SECÇÃO III Assessoria técnica à coordenação SUBSECÇÃO I Assessores técnicos de coordenação Artigo 24º. Competências 1 - Compete, em geral, aos assessores técnicos de coordenação garantir assessoria tendo em vista o bom funcionamento do sistema de verificação de incapacidades, propondo as medidas consideradas mais adequadas a uma eficaz, justa e objectiva avaliação da incapacidade para o trabalho e das situações de dependência. 2 - Compete, em especial, aos assessores de coordenação técnica: a) Contribuir para a definição de indicadores e para o estabelecimento de critérios determinantes da selecção das situações que devam ser objecto da intervenção do sistema de verificação de incapacidades; b) Dar parecer quanto aos pedidos de meios auxiliares de diagnóstico, exames e pareceres de médicos especialistas, bem como quanto à conveniência da realização de exames domiciliários, atenta, designadamente, a informação do médico assistente; c) Apreciar os pedidos de prorrogação de prazos para conclusão de relatórios pelos médicos relatores ou das comissões de verificação e o arquivamento do processo clínico; d) Apoiar tecnicamente os médicos relatores, bem como os peritos médicos das comissões técnicas, na resolução dos problemas que se suscitem no exercício das suas funções; e) Assegurar, quando necessário, as necessárias ligações com os serviços de saúde em tudo o que interesse às peritagens médicas a realizar no âmbito do sistema de verificação de incapacidades; f) Analisar e dar parecer sobre reclamações e exposições ou outras questões relacionadas com a peritagem médica, por solicitação do conselho directivo do centro regional, a fim de que este possa fundamentar a respectiva decisão; g) Dar parecer sobre a justificação da falta do beneficiário a exame médico, quando a mesma estiver ligada ao foro médico; h) Promover a realização de reuniões periódicas, tendo em vista a troca de experiências de caracter técnico-científico e a avaliação do trabalho desenvolvido no âmbito do sistema de verificação de incapacidades; i) Dar parecer, quando solicitado, relativamente ao recrutamento do pessoal médico referido no artigo 6º. e à sua designação para fazer parte das comissões de verificação, de reavaliação e de recurso previstas no artigo 4º. Artigo 25º. Organização da assessoria técnica à coordenação 1 - Os centros regionais devem estabelecer, em regulamento interno, as normas de organização da assessoria técnica à coordenação que considerem convenientes, atentas as condições concretas do funcionamento do sistema de verificação de incapacidades no respectivo centro e, bem assim, os termos de afectação dos assessores aos respectivos serviços subregionais. 2 - Os regulamentos a que se refere o n.º 1 estão sujeitos à aprovação do ministro da tutela, devendo os mesmos ser-lhe apresentados nos seis meses subsequentes à publicação do presente diploma. SUBSECÇÃO II Conselho médico nacional Artigo 26º. Composição 1 - O conselho médico nacional é composto pelos assessores técnicos de coordenação dos centros regionais e integra dois representantes da Direcção-Geral dos Regimes de Segurança Social. 2 - O conselho médico nacional reúne pelo menos uma vez no ano, sendo os trabalhos coordenados por um representante da Direcção-Geral dos Regimes de Segurança Social nomeado para o efeito, e funciona nos termos do regulamento interno a aprovar pelo ministro da tutela. 3 - Sempre que se mostre conveniente para a análise das questões tratadas nas reuniões, podem ser convidadas a participar outras instituições ou entidades. Artigo 27º. Competências Compete ao conselho médico nacional o estudo e avaliação das questões de natureza médicofuncional suscitadas pela aplicação da legislação reguladora do sistema de verificação de incapacidades, nomeadamente: a) O estudo e a avaliação das questões de natureza médico-pericial que forem submetidas à sua análise no âmbito do funcionamento do sistema de verificação de incapacidades; b) O acompanhamento técnico da acção médicopericial dos meios técnicos do sistema de verificação de incapacidades através da elaboração de pareceres e de recomendações sobre as questões que forem objecto de análise; Pág 355 de 461 Páginas

356 c) A recomendação à Direcção-Geral dos Regimes de Segurança Social da adopção das medidas consideradas convenientes à garantia de uma melhor eficiência do sistema de verificação de incapacidades; d) A promoção ou a colaboração na realização de reuniões a nível nacional, de natureza especializada ou interdisciplinar, em que sejam debatidas questões de natureza técnica e se proceda ao balanço das actividades desenvolvidas no âmbito do sistema de verificação de incapacidades. SECÇÃO IV Apoio administrativo Artigo 28º. Funções Para a realização das tarefas administrativas inerentes ao sistema de verificação das incapacidades, são funções do apoio administrativo, designadamente: a) Receber, registar e verificar o correcto preenchimento dos requerimentos e dar-lhes o devido andamento; b) Organizar e manter em ordem os processos e expediente referentes ao sistema de verificação das incapacidades; c) Organizar e manter actualizados os ficheiros e registos que se mostrem necessários ao controlo da movimentação dos processos; d) Assegurar a convocação dos peritos médicos, dos médicos assessores técnicos de emprego e dos requerentes das prestações ou dos beneficiários sujeitos a processo de verificação oficiosa de incapacidade permanente; e) Promover e realizar uma correcta articulação com as instituições e serviços intervenientes nos processos de verificação de incapacidade e na atribuição das prestações, incluindo as referentes a doença profissional; f) Proceder ao registo de dados estatísticos de acordo com as normas estabelecidas; g) Dar conhecimento aos centros de saúde e, quando for caso disso, aos centros de emprego das deliberações definitivas tomadas na sequência do sistema de verificação de incapacidades; h) Assegurar o apoio administrativo aos peritos médicos de verificação e aos assessores técnicos de coordenação. Artigo 29º. Garantia de sigilo Os funcionários que, a qualquer título ou por qualquer forma, intervenham nas actividades de apoio administrativo ficam vinculados, para todos os efeitos, ao sigilo profissional em relação aos processos de verificação de incapacidade. CAPÍTULO III Processo de verificação de incapacidades SECÇÃO I Verificação da incapacidade temporária SUBSECÇÃO I Disposições comuns Artigo 30º. Âmbito material 1 - A verificação da subsistência de incapacidades temporárias tem lugar nas situações legalmente previstas e naquelas em que se presuma a não existência ou cessação de incapacidades, tendo em conta as de duração superior a 30 dias ininterruptos, designadamente: a) Situações susceptíveis de contribuir para a formação de prazos de garantia de acesso a pensões ou a outras prestações; b) Situações em que o início de incapacidade temporária coincide com a cessação do contrato de trabalho; c) Situações de prorrogação pelos serviços de saúde dos períodos de incapacidade temporária que ultrapassem o período máximo previsto pela comissão de reavaliação; d) Situações reiteradas de incapacidades por doença; e) Situações identificadas e devidamente fundamentadas em informações dos serviços inspectivos e de fiscalização, das entidades empregadoras ou de outras entidades idóneas; f) Situações correspondentes a actividades ou zonas geográficas com maior incidência de incapacidades por doença; g) Situações de incapacidade por doença determinantes da recusa de emprego conveniente, trabalho necessário ou formação profissional durante o período de concessão das prestações de desemprego. 2 - Nas situações previstas na alínea e) do número anterior, revestem natureza prioritária as identificadas pelas entidades empregadoras ou pela Inspecção-Geral do Trabalho. Artigo 31º. Princípios de actuação A selecção das situações de incapacidade temporária objecto de intervenção do sistema de verificação de incapacidades é da competência dos centros regionais que abrangem os beneficiários. Pág 356 de 461 Páginas

357 Artigo 32º. Convocatória para o exame médico 1 - Nas situações em que o exame médico tenha lugar em instalações indicadas pelo centro regional, o beneficiário é convocado para o efeito, pessoalmente ou mediante carta registada. 2 - No acto da convocação, o beneficiário deve ser informado dos efeitos decorrentes da sua não comparência e de que deve apresentar, quando da sua observação, informação clínica e elementos auxiliares de diagnóstico comprovativos da sua incapacidade, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 3 - No caso de o beneficiário não apresentar, quando da sua observação, os elementos referidos no número anterior, a comissão de verificação, antes de proferir a sua deliberação, pode permitir que o beneficiário proceda à sua posterior junção, no prazo que lhe for indicado. 4 - A informação clínica que alude o n.º 2 não é obrigatória para a realização do exame nem exige suporte específico. SUBSECÇÃO II Comissões de verificação Artigo 33º. Efeitos das deliberações de não subsistência de incapacidade As deliberações das comissões de verificação que se pronunciem pela não subsistência da situação de incapacidade temporária para o trabalho determinam os efeitos previstos no regime jurídico de protecção na doença. Artigo 34º. Comunicação das deliberações sobre a incapacidade 1 - Da deliberação da comissão de verificação será dado imediato conhecimento ao beneficiário, mediante entrega de documento que a declare. 2 - Cópia do documento a que se refere a parte final do número anterior é enviada, se for caso disso, dentro das quarenta e oito horas subsequentes, à instituição de segurança social que abrange o beneficiário, para os efeitos previstos na lei, nomeadamente a cessação das prestações, quando à mesma houver lugar. 3 - A instituição de segurança social que abrange o beneficiário comunica, de imediato, ao centro de saúde competente a deliberação da comissão de verificação relativa à não subsistência da incapacidade, para conhecimento do médico assistente do beneficiário. Artigo 35º. Articulação entre as instituições 1 - Quando a instituição que abrange o beneficiário não for a da área da sua residência, compete a esta o desenvolvimento de todo o processo de verificação da incapacidade temporária, uma vez recebido o respectivo pedido da instituição que abrange o beneficiário. 2 - O pedido de verificação da incapacidade temporária à instituição da área de residência do beneficiário deve ser sempre acompanhado de cópia do boletim dos serviços de saúde certificativo da incapacidade temporária. Artigo 36º. Articulação com entidades empregadoras centralizadoras Sempre que a deliberação da comissão de verificação considerar a não subsistência da incapacidade para o trabalho e a respectiva entidade empregadora for centralizadora do pagamento do subsídio de doença, devem as instituições de segurança social comunicar a esta, de imediato, a cessação do subsídio. SUBSECÇÃO III Comissões de reavaliação Artigo 37º. Intervenção das comissões de reavaliação 1 - A selecção das novas situações de incapacidade a ser objecto, nos termos da alínea a) do artigo 14º., do exame médico de reavaliação é feita por decisão dos centros regionais em todas as situações em que se manifeste conveniente uma peritagem médica complementar, designadamente nos casos de maior proximidade temporal entre a deliberação da comissão de verificação e o início da nova incapacidade. 2 - Nas situações previstas na alínea b) do artigo 14º., a intervenção das comissões de reavaliação tem lugar quando requerida pelo beneficiário no prazo de 10 dias a contar da data do conhecimento da deliberação da comissão de verificação, desde que junte ao requerimento fundamentação médica atendível da manutenção da incapacidade pelos serviços de saúde. 3 - Os centros regionais podem fazer depender o deferimento do requerimento do beneficiário previsto no número anterior de parecer favorável do assessor técnico de coordenação sobre a fundamentação apresentada. Pág 357 de 461 Páginas

358 Artigo 38º. Efeitos da intervenção das comissões de reavaliação 1 - Nas situações em que haja lugar à intervenção das comissões de reavaliação nos termos da alínea a) do artigo 14º., a concessão do subsídio de doença fica suspensa enquanto não for proferida a deliberação. 2 - Nos casos previstos na alínea b) do artigo 14º., a concessão do subsídio fica dependente da deliberação da comissão de reavaliação, quando a esta houver lugar. Artigo 39º. Accionamento da intervenção das comissões de reavaliação e sua comunicação ao beneficiário Quando haja lugar à intervenção das comissões de reavaliação, devem os centros regionais accionar os meios necessários para essa intervenção, designadamente a comunicação ao beneficiário do regime previsto no artigo 38º., da possibilidade de indicar um médico para integrar a comissão de reavaliação, do prazo em que o deve fazer e dos efeitos que decorrem da sua não indicação. Artigo 40º. Intervenção das comissões de reavaliação A intervenção das comissões de reavaliação deve ocorrer no prazo de 30 dias após a entrada no centro regional da certificação da nova incapacidade ou do requerimento do beneficiário, consoante a intervenção tenha lugar a coberto, respectivamente, da alínea a) ou da alínea b) do artigo 14º. Artigo 41º. Efeitos e comunicação das deliberações das comissões de reavaliação 1 - Sempre que seja reconhecida, por deliberação da comissão de reavaliação, a subsistência da incapacidade temporária para o trabalho do beneficiário, cabe à comissão indicar o período em que haverá lugar ao pagamento do subsídio de doença, informando-se o beneficiário. 2 - O período de pagamento do subsídio de doença não pode exceder a data limite mencionada no boletim dos serviços de saúde certificativo da incapacidade temporária ou de eventuais prorrogações que estes venham a dar e que estejam compreendidas no período máximo de duração do subsídio de doença que tiver sido previsto pela comissão de reavaliação. 3 - À comunicação das deliberações aplica-se, com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 34º. SECÇÃO II Verificação de incapacidade permanente SUBSECÇÃO I Disposições comuns Artigo 42º. Iniciativa da verificação 1 - A verificação e a revisão das situações de incapacidade permanente e de dependência têm lugar a requerimento dos interessados ou oficiosamente e a solicitação do Centro Nacional de Pensões ou de outras instituições de segurança social. 2 - A verificação da eventual situação de incapacidade permanente pode ainda ter lugar nas situações de incapacidade temporária que atinjam 365 dias. Artigo 43º. Instrução dos requerimentos para atribuição das prestações 1 - Os requerimentos para atribuição das prestações, nomeadamente dos subsídios por assistência de terceira pessoa, são acompanhados de informação médica, a qual deve estar devidamente fundamentada e instruída. 2 - Tratando-se de pensão por incapacidade permanente para o trabalho, o requerimento deve ainda ser acompanhado de declaração da entidade empregadora ou do próprio, se aquela não existir, relativamente ao trabalho desempenhado nos últimos três anos no exercício da profissão a considerar para efeito da declaração de incapacidade. 3 - A informação médica insere-se em formulários aprovados para o efeito por despacho conjunto dos ministros da tutela. Artigo 44º. Informação médica no caso de residência no estrangeiro 1 - No caso de requerentes de prestações residentes no estrangeiro que tenham contribuições para a segurança social portuguesa, os requerimentos devem ser acompanhados de relatório médico e dos dados clínicos e outros elementos auxiliares de diagnóstico reunidos pelos serviços de saúde do país da sua residência ou, quando tal não for possível, por médico da escolha do interessado, caso em que a qualidade profissional desse médico deve ser certificada pelos serviços oficiais de saúde ou segurança social desse país ou pelos serviços consulares portugueses ou dos que representem os interesses de Portugal nesse mesmo país, sem prejuízo do disposto em Pág 358 de 461 Páginas

359 instrumento internacional a que Portugal se encontre vinculado. 2 - A instituição competente deve solicitar a verificação de incapacidade permanente e remeter o requerimento, acompanhado do relatório e dos outros elementos previstos no número anterior, ao centro regional competente no prazo de 10 dias a contar da data da respectiva entrada. 3 - Se, eventualmente, o requerimento não vier acompanhado do relatório médico e dos outros elementos previstos no n.º 1, pode ser aceite pela instituição competente, sob reserva da sua apresentação no prazo de 45 dias. Artigo 45º. Informação médica 1 - É inerente à qualidade de beneficiário da segurança social, ou de requerente das respectivas prestações, o direito à informação médica, prestada nos termos regulados no presente diploma, por parte dos médicos dos serviços de cuidados de saúde primários que o assistam, ou de outros que, integrados no Serviço Nacional de Saúde, lhe prestem assistência. 2 - A informação médica prestada nos termos do número anterior deve ser elaborada aquando da realização de consulta solicitada para o efeito pelo requerente, salvo se houver necessidade de requisitar elementos auxiliares de diagnóstico ou relatórios de especialistas, situação em que a elaboração de informação médica terá lugar na consulta subsequente à respectiva recepção. 3 - A informação médica pode, contudo, ser elaborada por qualquer médico escolhido pelo beneficiário. 4 - A informação médica será consubstanciada no modelo do formulário da situação clínica do beneficiário. Artigo 46º. Requisitos da informação médica 1 - A informação médica deve identificar, de forma legível, o médico que a elaborou e estar actualizada e devidamente instruída com os relatórios de especialistas e elementos auxiliares de diagnóstico que fundamentam o respectivo parecer. 2 - Se o médico assistente não possuir os elementos auxiliares de diagnóstico, por estes se encontrarem em outros serviços ou hospitais, deve proceder à respectiva solicitação ou indicar na informação médica qual a entidade que os detém. 3 - Sempre que a situação do beneficiário exija que o respectivo exame médico seja feito no domicílio, deverá mencionar tal circunstância na informação médica. Artigo 47º. Informação médica em verificação oficiosa 1 - Nas situações de verificação de incapacidade promovida oficiosamente, o beneficiário é informado de que deve comparecer acompanhado da necessária informação médica, bem como dos elementos auxiliares de diagnóstico ou relatórios de especialistas que a fundamentem, aquando da convocatória para o exame médico a realizar pelo médico relator. 2 - Se, nas situações oficiosas, os beneficiários não apresentarem informação médica nos prazos estabelecidos pelos centros regionais ou esta se revelar insuficiente, podem os médicos relatores requerer os exames e meios auxiliares de diagnóstico que considerarem indispensáveis ou solicitar ao médico que elaborou a informação médica o seu aperfeiçoamento no prazo de 10 dias. 3 - O processo prossegue se, no prazo fixado no número anterior, o médico que elaborou a informação médica não proceder ao seu aperfeiçoamento. Artigo 48º. Requisição de meios de prova da situação clínica 1 - Se os médicos relatores e os peritos médicos das comissões de verificação e de recurso concluírem pela necessidade de complementar a informação médica com pareceres de médicos especialistas ou de outros meios auxiliares de diagnóstico que se afigurem indispensáveis à peritagem médica, podem solicitá-los, indicando nos pedidos o carácter de urgência que o caso revestir e a respectiva fundamentação. 2 - Estes exames devem ser requisitados, com prévio sancionamento do assessor técnico de coordenação, em impresso apropriado para o efeito, aos estabelecimentos e serviços de saúde ou às entidades privadas com os quais os centros regionais tenham celebrado acordo para fornecimento de elementos auxiliares de diagnóstico. 3 - Os pareceres dos médicos especialistas devem mencionar com precisão a identidade do requerente e a sua situação clínica, concluindo com clareza sobre a incapacidade, no âmbito da respectiva especialidade médica. 4 - No caso de o beneficiário residir fora do território nacional, os novos elementos que sejam considerados necessários poderão ser requisitados directamente pelos centros regionais ou através do Centro Nacional de Pensões, sem Pág 359 de 461 Páginas

360 prejuízo do disposto em instrumento internacional a que Portugal se encontre vinculado. Artigo 49º. Distribuição do processo 1 - O pessoal encarregado do apoio administrativo deve, no âmbito do processo do sistema de verificação de incapacidade permanente e no prazo de 10 dias úteis a contar da data da entrada dos requerimentos ou do conhecimento do despacho para proceder à verificação oficiosa da incapacidade: a) Verificar se o requerente da prestação cumpriu o prazo de garantia, ou promover a verificação deste, no caso de não ter possibilidade directa de o fazer; b) Promover a verificação de outras condições administrativas determinantes da atribuição da prestação; c) Distribuir os processos pelos médicos relatores de acordo com as regras estabelecidas para o efeito; d) Verificar ou promover a verificação, de acordo com a organização dos serviços do centro regional, da insuficiência económica do requerente, para os efeitos previstos no artigo 23º. 2 - As instituições às quais tenha sido solicitada informação nos termos do n.º 1 procedem de imediato à verificação e confirmação das condições administrativas de atribuição das prestações requeridas e à sua comunicação à instituição competente. 3 - Compete ainda ao apoio administrativo remeter aos serviços competentes do centro regional de segurança social ou do Centro Nacional de Pensões os requerimentos das prestações a atribuir pelos mesmos, acompanhados da deliberação do sistema de verificação de incapacidade permanente ou, se for o caso, de informação relativa à falta de requisito de atribuição que lhe caiba averiguar. 4 - A inexistência de algumas das condições de atribuição das prestações determina que seja sustado o processo de peritagem. Artigo 50º. Funcionamento das comissões 1 - As deliberações das comissões são tomadas por maioria dos votos conformes dos médicos que as compõem, devendo as respectivas declarações ser devidamente expressas. 2 - A deliberação deve ser escrita em formulário próprio, de forma legível, nela se mencionando expressamente a natureza da incapacidade em que o requerente se encontra e a data a partir da qual a situação de incapacidade é reconhecida. 3 - Nas situações em que se verifique empate na votação da comissão de recurso, por a mesma ser constituída apenas por dois elementos, é conferido ao presidente voto de qualidade. Artigo 51º. Morte do requerente 1 - A morte do requerente no decurso do processo de verificação de incapacidade permanente determina o respectivo arquivamento, se não existirem ou não for possível recolher os elementos clínicos considerados necessários à deliberação. 2 - Os familiares do requerente podem juntar ao processo os elementos clínicos julgados convenientes para a deliberação. 3 - A deliberação sobre o processo é comunicada à instituição que atribui as prestações, para que, se for caso disso, proceda à sua concessão e ao pagamento dos quantitativos devidos e não pagos. 4 - Da deliberação da comissão de verificação podem os herdeiros habilitados requerer comissão de recurso. SUBSECÇÃO II Exame do médico relator Artigo 52º. Análise da informação médica 1 - Quando a informação médica se revelar insuficiente, designadamente quanto à caracterização objectiva das patologias referenciadas como causa de incapacidade ou não juntar os meios auxiliares de diagnóstico realizados, o médico relator deve solicitar junto do médico que a elaborou o seu aperfeiçoamento. 2 - No caso de não ser satisfeita a solicitação do médico relator nem o requerente juntar os elementos considerados necessários, o processo clínico pode continuar, se o beneficiário se manifestar nesse sentido, sendo apenas considerados os dados constantes do processo. Artigo 53º. Convocatória para o exame médico 1 - Obtidos os elementos que permitam o andamento do processo, os médicos relatores promovem a convocatória dos interessados para exame médico, o qual deve ter lugar de imediato. 2 - O exame médico deve ser convocado, por carta registada, com a antecedência mínima de 10 dias e a indicação expressa do dia, da hora e do local da realização do exame, bem como das consequências da falta de comparência. 3 - Se for possível a convocação pessoal, a mesma deve ser feita por termo no Pág 360 de 461 Páginas

361 correspondente processo, com observância do disposto no número anterior. 4 - A marcação da data e do local do exame é feita tendo em conta, tanto quanto possível, a residência do interessado e os meios de transporte disponíveis para se deslocar às instalações onde decorrerá o exame. 5 - Se o requerente residir fora do território nacional, apenas há lugar à sua convocação para o exame médico, a levar a efeito pelo médico relator, se aquele o solicitar expressamente aquando da apresentação do requerimento da prestação. Artigo 54º. Relatório O relatório, elaborado pelo médico relator em formulário aprovado por despacho ministerial, deve expressar o estudo exaustivo da situação clínica do beneficiário em face dos seus antecedentes clínicos, designadamente a informação do médico assistente, a documentação subsidiária e os pareceres de médicos especialistas, e concluir, de forma inequívoca, quanto à origem e natureza da situação verificada, referindo, com o maior desenvolvimento possível, a sintomatologia e a observação do aparelho ou órgãos afectados que deram origem à incapacidade ou dependência. Artigo 55º. Prazo para apresentação do relatório 1 - O médico relator deve concluir o relatório no prazo de 30 dias contado a partir da data do exame do interessado. 2 - O relatório é remetido ao apoio administrativo, que, por sua vez, o envia, com toda a documentação anexa, à comissão de verificação, mediante protocolo para registo da recepção pelo respectivo presidente. 3 - Nas situações em que a comissão de verificação constate que a conclusão do relatório se não encontra fundamentada, devolve-o de imediato e com a fundamentação do facto ao médico relator, que, no prazo de 10 dias, deve proceder ao seu aperfeiçoamento. 4 - Quando o relatório não puder ser concluído nos prazos previstos nos n.ºs 1 e 3, o médico relator justifica o impedimento, solicitando a respectiva prorrogação. Artigo 56º. Junção de novos elementos ao processo 1 - O médico relator deve juntar ao processo clínico quaisquer elementos de diagnóstico ou pareceres de especialistas, desde que os interessados os apresentem até à remessa do relatório à comissão de verificação. 2 - Tais elementos não têm força conclusiva prevalecente sobre os demais elementos coligidos directamente pelo médico relator ou pelos peritos médicos da comissão de verificação ou de recurso. SUBSECÇÃO III Comissões de verificação Artigo 57º. Actuação das comissões de verificação 1 - As comissões de verificação procedem à análise e ao estudo do relatório elaborado pelo médico relator ou pelos serviços de saúde do país estrangeiro onde o requerente resida e demais documentação clínica, tendo em vista a correcta qualificação legal da situação. 2 - As comissões podem promover o exame médico directo dos requerentes ou a recolha de novos elementos auxiliares de diagnóstico, sempre que tal exame ou aqueles elementos se revelem necessários ao completo esclarecimento da situação clínica. 3 - No caso previsto no número antecedente, as comissões de verificação devem estabelecer contacto com o médico relator responsável pela apreciação da situação em exame, dando-lhe conhecimento das dúvidas suscitadas ou dos elementos de diagnóstico tidos por necessários. 4 - Quando se mostre conveniente a um mais seguro diagnóstico profissional do interessado, pode o assessor técnico de emprego submetê-lo a testes adequados nos aspectos específicos da sua área de intervenção. 5 - Tratando-se de requerentes residentes no estrangeiro, aplica-se ao exame médico do requerente o disposto no n.º 5 do artigo 53º. Artigo 58º. Prazo do parecer das comissões 1 - As comissões de verificação devem proceder à apreciação dos relatórios clínicos e concluir os respectivos processos no prazo máximo de 10 dias a contar do recebimento, salvo havendo necessidade de proceder a novos exames ou de obter outros elementos auxiliares de diagnóstico. 2 - Verificando-se a situação prevista na parte final do número antecedente, o presidente da comissão informa das razões que impedem o cumprimento do prazo e solicita a sua prorrogação pelo período que julgue adequado, começando o mesmo a ser contado a partir da data da solicitação. Pág 361 de 461 Páginas

362 Artigo 59º. Comunicação das deliberações das comissões de verificação 1 - A deliberação da comissão de verificação é enviada, no prazo máximo de oito dias, à instituição responsável pela atribuição da prestação, devendo esta emitir a correspondente decisão. 2 - No caso de a prestação não ser atribuída, a instituição competente dá conhecimento do facto ao requerente, através de carta registada, esclarecendo-o sobre o direito que lhe assiste de solicitar a sua apresentação à comissão de recurso. SUBSECÇÃO IV Comissões de recurso Artigo 60º. Apresentação de recurso 1 - Nas situações em que a deliberação da comissão for desfavorável ao interessado, pode este requerer a realização de comissão de recurso. 2 - O requerimento deve ser apresentado no prazo de 10 dias a partir da data em que o requerente tomou conhecimento, por comunicação oficial, da deliberação da comissão de verificação, ou no prazo de 45 dias, se o requerente residir no estrangeiro. 3 - Em caso de agravamento da situação clínica do requerente, só podem ser considerados novos elementos auxiliares de diagnóstico justificativos de tal situação se os mesmos derem entrada até ao 5º. dia anterior ao da data marcada pelo centro regional para a realização da comissão de recurso. Artigo 61º. Designação do médico do requerente 1 - O requerente deve indicar no seu pedido de realização de comissão de recurso, sempre que possível, o nome e a residência do médico que designar para fazer parte da respectiva comissão. 2 - Quando o requerente não indique, desde logo, o seu médico, ser-lhe-á dado o prazo de 10 dias, prorrogável por uma só vez, para o designar, findo o qual, se não o fizer, o pedido de comissão de recurso é considerado deserto e o processo arquivado. 3 - Se o requerente residir fora do território nacional pode optar entre designar um médico que o represente na comissão de recurso ou ser representado pelo médico a que se refere o n.º 4 do artigo 21º., podendo sempre remeter as informações e dados clínicos úteis à deliberação, atento o disposto no n.º 1 do artigo 44º. Artigo 62º. Funcionamento das comissões de recurso 1 - Compete ao perito médico que preside à comissão de recurso convocar os restantes membros e o requerente, que deve ser sempre sujeito a exame, excepto se este residir fora do território nacional e não tiver manifestado, aquando da entrega do requerimento, vontade expressa de comparecer ao exame clínico. 2 - Apenas é permitido um adiamento com o fundamento na falta ou impossibilidade de comparência justificada por parte do médico representante do interessado, podendo este designar médico substituto. Artigo 63º. Comunicação das deliberações das comissões de recurso À comunicação das deliberações das comissões de recurso aplica-se o disposto no n.º 1 do artigo 59º. SUBSECÇÃO V Renovação de requerimentos Artigo 64º. Prazos de apresentação 1 - Sempre que as comissões de verificação ou de recurso entendam que o beneficiário não reúne as condições de incapacidade determinantes da atribuição da prestação requerida, este só pode apresentar novo requerimento para o efeito decorrido um ano após a data da respectiva deliberação. 2 - O disposto no número anterior aplica-se também às situações de não comparência do interessado e do médico que o representa, circunstâncias que determinam o arquivamento do processo clínico nos termos previstos no presente diploma, devendo o respectivo prazo iniciar-se na data da falta ao exame. 3 - O prazo referido no n.º 1 não é aplicável aos casos em que se tenha verificado especial agravamento do estado de saúde do beneficiário e tal facto, devidamente fundamentado, seja objecto da informação médica a que se referem os n.ºs 1 do artigo 45º. e do artigo 46º. Artigo 65º. Verificação do agravamento 1 - O requerimento apresentado nos termos do n.º 3 do artigo anterior obedece aos requisitos estabelecidos neste diploma, devendo ser acompanhado dos formulários devidamente preenchidos e da informação médica correspondente. 2 - Se o médico relator verificar que a informação médica não comprova a existência de Pág 362 de 461 Páginas

363 agravamento do estado de saúde do beneficiário, deve, no prazo de 10 dias, pronunciar-se sobre o fundamento invocado para agravamento, observando, se for caso disso, o disposto no n.º 1 do artigo 52º. CAPÍTULO IV Faltas do interessado e arquivamento do processo SECÇÃO I Faltas do interessado Artigo 66º. Justificação de faltas 1 - Se o interessado, devidamente convocado, não se apresentar ao exame clínico no dia, hora e local indicados nem justificar, no prazo dos 10 dias subsequentes, o motivo da não comparência, ou, justificando-o, não for atendível, é considerada falta injustificada. 2 - Considera-se justificada a falta de comparência nos seguintes casos: a) Incapacidade física de se deslocar; b) Internamento em estabelecimento hospitalar ou detenção em estabelecimento prisional com efectiva impossibilidade física ou legal de se deslocar ao exterior; c) Qualquer outro justo impedimento devidamente comprovado. 3 - As situações previstas na alínea a) do número anterior devem ser comprovadas por declaração autenticada pelo médico que assistiu o interessado, onde se refira concretamente o motivo que impediu a deslocação e a data previsível da cessação dessa impossibilidade. 4 - As situações previstas na alínea b) do n.º 2 devem ser certificadas por declaração autenticada dos estabelecimentos respectivos. 5 - Comprovado o impedimento, o exame médico pode ser efectuado na residência do interessado ou, no caso de verificação de incapacidade permanente, no estabelecimento onde o mesmo se encontre internado, devendo, nesta situação, os estabelecimentos de saúde proporcionar os meios necessários à realização do referido exame. 6 - O interessado deve avisar o centro regional da impossibilidade da sua comparência logo que, estando impedido nas circunstâncias referidas no n.º 2, haja sido convocado para o exame. 7 - Apenas são permitidos aos beneficiários dois adiamentos justificados. Artigo 67º. Avaliação da justificação da falta de comparência 1 - A avaliação da justificação da falta do beneficiário ao exame médico é da competência do centro regional que o tenha convocado, precedendo parecer do assessor técnico de coordenação, quando a justificação apresentada estiver ligada ao foro médico. 2 - Na avaliação das causas determinantes das faltas do beneficiário, a prevalência da convocatória só poderá ser posta em causa a título excepcional, designadamente quando as mesmas se apresentarem de forma imperativa ou suscitarem adiamentos de intervenções médicas ou paramédicas geradoras de agravamento do estado de saúde ou de inequívoco atraso da respectiva melhoria. SECÇÃO II Arquivamento do processo Artigo 68º. Arquivamento do processo de verificação O processo pericial de verificação é arquivado, com os efeitos previstos nos regimes jurídicos das correspondentes prestações: a) Em caso de falta injustificada do beneficiário aos exames médicos; b) Na sequência do disposto no n.º 2 do artigo 62º., quando o médico representante do interessado não compareça à segunda convocatória para a constituição de comissão de recurso; c) Quando tiver ocorrido impossibilidade de deliberação clínica por falta de apresentação de informação médica pedida nas situações previstas neste diploma, sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo 52º.; d) Quando for diagnosticada doença de causa profissional como fundamento exclusivo da incapacidade; e) Na sequência do disposto no n.º 7 do artigo 66º., quando não haja lugar à realização do exame; f) Após deliberação definitiva dos meios técnicos de verificação; g) Quando o médico relator seja de parecer que não existe fundamento para considerar agravamento do estado de saúde. Artigo 69º. Comunicação do arquivamento do processo de verificação 1 - O centro regional competente, tendo em vista a conclusão do processo, comunica, sendo caso disso, à instituição responsável pela atribuição da prestação o arquivamento do processo de verificação, bem como o seu fundamento, no prazo de 10 dias. 2 - Quando o beneficiário for convocado para exame médico por instituição que o não abranja, a falta ao exame é igualmente comunicada, nas Pág 363 de 461 Páginas

364 quarenta e oito horas subsequentes ao termo do prazo fixado no n.º 1 do artigo 66º., à instituição competente. Artigo 70º. Devolução dos elementos auxiliares de diagnóstico 1 - Os centros regionais apenas são obrigados a devolver aos beneficiários os elementos auxiliares de diagnóstico que lhes sejam solicitados no prazo de 60 dias após a comunicação da decisão que o processo merecer. 2 - O levantamento dos elementos referidos no número anterior é feito no apoio administrativo ou no serviço que o centro regional indique. CAPÍTULO V Regime financeiro Artigo 71º. Encargos dos centros regionais 1 - Compete aos centros regionais suportar os encargos resultantes de: a) Funcionamento das comissões; b) Actuação dos médicos relatores; c) Actuação dos assessores técnicos de coordenação; d) Despesas com o funcionamento do conselho médico nacional; e) No âmbito da verificação das incapacidades permanentes, exames médicos especializados e outros elementos auxiliares de diagnóstico que não constituam encargos dos serviços de saúde; f) Transporte em ambulância para efeitos, no âmbito da verificação de incapacidades, da realização de exames médicos e obtenção de elementos auxiliares de diagnóstico cujo encargo não seja da responsabilidade de outros organismos ou entidades; g) Transporte em ambulância para efeitos, no âmbito de verificação de subsistência ou confirmação de incapacidades temporárias, de comparência do beneficiário a exame médico, desde que os peritos médicos venham a reconhecer expressamente a necessidade do recurso a este meio de transporte; h) Despesas com honorários do médico que representa o beneficiário nas comissões de reavaliação ou de recurso, quando a deliberação lhe seja favorável, nos termos da tabela legalmente estabelecida. 2 - Os encargos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1 compreendem as despesas com transportes nas situações previstas no n.º 5 do artigo 66º., desde que não imputáveis ao interessado nos termos legalmente previstos. Artigo 72º. Encargos dos serviços de saúde Compete aos serviços de saúde, designadamente aos serviços de cuidados primários, suportar os encargos relativos à informação médica referida no n.º 1 do artigo 45º., incluindo os respeitantes aos meios auxiliares de diagnóstico que os fundamentem. Artigo 73º. Encargos do beneficiário 1 - Compete ao beneficiário suportar: a) As despesas com as comissões de reavaliação ou de recurso por si requeridas cuja deliberação lhe for desfavorável; b) Os honorários e eventuais despesas de transporte do médico por si designado para as comissões de reavaliação ou de recurso, caso não seja confirmada a incapacidade; c) As despesas resultantes de faltas injustificadas do próprio beneficiário ou do médico que o representa, desde que devidamente convocados; d) As despesas de informação médica referidas no n.º 3 do artigo 45º. 2 - As despesas com os transportes não abrangidas pelas alíneas f) e g) do n.º 1 do artigo 71º. constituem encargo do beneficiário e são calculadas em conformidade com as normas regulamentares em vigor. 3 - Se o beneficiário não satisfizer o pagamento previsto no n.º 1, o centro regional toma as medidas necessárias com vista a cobrança coerciva da dívida. 4 - Se o beneficiário se encontrar abrangido por instituição de segurança social diferente daquela que promover a verificação das incapacidades, deve a mesma dar conhecimento da dívida à instituição que o abrange, que actuará de harmonia com o disposto no número anterior. 5 - Não são exigíveis aos beneficiários as despesas previstas nos números anteriores quando integradas em processos de revisão da incapacidade permanente solicitada pelas instituições. CAPÍTULO VI Regime de trabalho Artigo 74º. Peritos médicos 1 - A contratação dos peritos médicos é feita pelos centros regionais em regime de avença. 2 - A colaboração a prestar pelos assessores técnicos de emprego nas comissões é regulada em acordos de cooperação a celebrar entre os centros regionais e o IEFP, segundo normas gerais aprovadas por despacho ministerial. Pág 364 de 461 Páginas

365 Artigo 75º. Condições de trabalho 1 - As condições inerentes ao exercício das funções dos membros das comissões de verificação, de reavaliação e de recurso dos médicos relatores e dos assessores técnicos de coordenação bem como os respectivos critérios de contratação, são objecto de despacho ministerial. 2 - Os contratos de avença regem-se pelo disposto no artigo 17º. do Decreto-Lei n.º 41/84, de 3 de Fevereiro, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 299/85, de 29 de Julho, conjugada com o Decreto-Lei n.º 55/95, de 29 de Março, e são obrigatoriamente reduzidos a escrito. 3 - As remunerações dos membros das comissões de verificação, de reavaliação e de recurso, bem como dos médicos relatores e dos assessores técnicos de coordenação, são fixadas em tabela aprovada por despacho ministerial e determinadas em função, respectivamente, do número de apreciações finais de verificação de incapacidade realizadas e dos relatórios concluídos e, no caso dos assessores técnicos de coordenação, da percentagem média de ocupação de horas de trabalho semanal. Artigo 76º. Acumulação e incompatibilidades 1 - O exercício da actividade pericial no âmbito do sistema de verificação de incapacidades em acumulação com o exercício de funções em estabelecimentos ou serviços de saúde obedece ao regime geral em vigor sobre incompatibilidades e acumulações, sem prejuízo do disposto nos números seguintes. 2 - As funções exercidas pelos médicos do sistema de verificação de incapacidades não são compatíveis com o exercício de funções em estabelecimentos ou serviços de saúde integrados no Serviço Nacional de Saúde. 3 - A acumulação das funções referidas no número anterior é, contudo, permitida desde que, cumulativamente, se verifiquem as seguintes condições: a) O médico não esteja sujeito ao regime de dedicação exclusiva; b) O respectivo regime de duração semanal de trabalho não exceda o período de trinta e cinco horas; c) Os horários a praticar não sejam total ou parcialmente coincidentes. Artigo 77º. Impedimentos 1 - Os peritos médicos vinculados ao sistema de verificação de incapacidades previsto neste diploma não podem intervir nos processos de verificação de beneficiários de que sejam médicos assistentes ou naqueles para os quais tenham contribuído com elementos de avaliação fora do âmbito das inerentes funções periciais. 2 - Nos casos referidos no número anterior, os peritos médicos devem declarar o respectivo impedimento logo que recebida a comunicação da instituição para integrarem as comissões técnicas, acompanhada de listagem dos beneficiários convocados. Artigo 78º. Faltas de comparência do perito médico 1 - Nas suas faltas e impedimentos, os médicos do sistema de verificação de incapacidades são obrigados a fazer-se substituir, correndo por sua conta as correspondentes despesas. 2 - Sempre que a natureza ou a duração do impedimento o justifique, nomeadamente quando este seja prolongado, pode a instituição outorgante suprir a falta do médico impedido através dos mecanismos previstos na lei para a prestação de trabalho não subordinado. CAPÍTULO VII Sanções Artigo 79º. Contra-ordenação Sem prejuízo da responsabilidade criminal que couber, as falsas declarações dos beneficiários relativas ao estado de insuficiência económica referido no artigo 23º. ou às causas que determinaram a iniciativa da verificação prevista no artigo 42º. constituem contra-ordenações, puníveis com coima de 50000$00 a $00. CAPÍTULO VIII Disposições finais Artigo 80º. Articulação entre a saúde e a segurança social O acompanhamento da intervenção dos sectores da saúde e da segurança social é desenvolvido por uma comissão conjunta integrando elementos das áreas intervenientes, a designar por despacho conjunto dos respectivos ministros no prazo de três meses a contar da publicação do presente diploma. Pág 365 de 461 Páginas

366 Artigo 81º. Residentes em Macau As referências feitas no presente diploma a residentes no estrangeiro devem considerar-se como abrangendo também o território de Macau. Artigo 82º. Normas de execução Os procedimentos administrativos, bem como os suportes de informação previstos nos artigos 10º., 21º., 25º., 26º., 43º., 54º., 74º., 75º. e 80º., considerados necessários à aplicação deste diploma, são aprovados pelo Ministro da Solidariedade e Segurança Social, salvo se tiverem matéria da tutela dos Ministros da Saúde ou para a Qualificação e o Emprego, caso em que a aprovação será conjunta. Artigo 83º. Remissões As remissões feitas na legislação vigente para os diplomas revogados devem considerar-se feitas para o presente diploma. Artigo 84º. Revogação 1 - O presente diploma revoga a seguinte legislação: Decreto-Lei n.º 144/82, de 27 de Abril; Decreto-Lei n.º 236/92, de 27 de Outubro; Decreto Regulamentar n.º 8/91, de 14 de Março; Despacho n.º 133/SESS/89, de 24 de Janeiro de 1990; Despacho n.º 57/SESS/91, de 1 de Julho; Despacho n.º 106/SESS/92, de 21 de Novembro; Despacho n.º 108/SESS/92, de 23 de Novembro; Despacho n.º 3/SESS/93, de 20 de Janeiro; Despacho n.º 34/SESS/93, de 13 de Maio; Despacho n.º 43/SESS/93, de 14 de Junho; Despacho n.º 59/SESS/93, de 9 de Agosto; Despacho n.º 62/SESS/96, de 23 de Dezembro. 2 - Mantêm-se em vigor, até à respectiva revisão, os formulários de informação médica previstos no presente diploma, aprovados por despacho conjunto dos ministros competentes. Artigo 85º. Inicio de vigência O presente diploma entra em vigor no 1º. dia do 3º. mês seguinte ao da sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 3 de Outubro de António Manuel de Oliveira Guterres - Maria de Belém Roseira Martins Coelho Henriques de Pina - Maria João Fernandes Rodrigues - Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues. Promulgado em 21 de Novembro de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 28 de Novembro de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. Pág 366 de 461 Páginas

367 Decreto-Lei n.º 361/98, de 18 de Novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 437/99 de 29 de Outubro DR n.º 267/98 SÉRIE I-A Ministério do Trabalho e da Solidariedade Regime jurídico da pensão unificada PÁGINAS 6230 a 6233 De harmonia com princípios constitucionalmente previstos e tendo em conta o estabelecido no artigo 70º. da Lei n.º 28/84, de 14 de Agosto, foi instituído o regime da pensão unificada pelo Decreto-Lei n.º 143/88, de 22 de Abril, o qual teve por objectivo permitir a totalização dos períodos contributivos existentes no regime geral da segurança social e no regime da função pública, para efeito de atribuição de uma única pensão. A medida, inicialmente marcada por um campo restrito de aplicação, por apenas abranger os trabalhadores activos e se reportar ao âmbito das pensões de invalidez e velhice, foi posteriormente alargada pelo Decreto-Lei n.º 159/92, de 31 de Julho, à protecção por morte, conferindo ainda, embora a título transitório, a possibilidade de os pensionistas de invalidez e velhice poderem requerer esta modalidade de pensão. Tendo em atenção a experiência resultante da aplicação do Decreto-Lei n.º 159/92, mostra-se, agora, conveniente reformular o regime da pensão unificada de modo a abranger as situações que do mesmo ainda se encontravam excluídas. Assim, como medida inovadora, o presente diploma prevê o alargamento do âmbito pessoal do regime da pensão unificada a trabalhadores que, cumulativamente, sejam beneficiários de sistemas de segurança social de países com os quais Portugal tenha convenção sobre tal matéria. Trata-se de uma medida com um elevado grau de complexidade técnica face às incidências dos instrumentos internacionais na lei interna, atenta a divergência do respectivo conteúdo e o próprio facto de os mesmos instrumentos poderem apenas ser vinculativos no âmbito do regime de segurança social. Por outro lado, aproveitou-se a revisão da legislação para lhe introduzir os aperfeiçoamentos que a sua aplicação veio mostrar necessários, ao mesmo tempo que se permitiu a aplicação das novas medidas, em período naturalmente transitório, a trabalhadores já pensionistas, de modo a satisfazer solicitações que, entretanto, foram apresentadas. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198º. e do n.º 5 do artigo 112º. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1º. Objecto As pensões de invalidez, velhice e sobrevivência do regime geral de segurança social e as pensões de aposentação, reforma ou sobrevivência da Caixa Geral de Aposentações, a receber ou legar por quem tenha sido abrangido pelos dois regimes de protecção social, podem ser atribuídas de forma unificada, nos termos previstos no presente diploma. Artigo 2º. Âmbito pessoal 1 - O regime da pensão unificada, estabelecido por este diploma, abrange os beneficiários do regime geral de segurança social e os subscritores da Caixa Geral de Aposentações. 2 - Ficam excluídos do regime da pensão unificada: a) As pessoas que sejam pensionistas, sem prejuízo do disposto no artigo 24º.; b) As pessoas a quem não seja reconhecido o direito à pensão de invalidez, no âmbito do regime geral de segurança social, por a concessão desta prestação ser da responsabilidade exclusiva do regime estrangeiro, por força da aplicação de instrumento internacional. Artigo 3º. Definições Para os efeitos deste diploma considera-se que: a) A referência a «pagamento de contribuições» ou de «quotizações», bem como a expressão «com descontos», abrange quer as situações em que esse pagamento foi efectuado, quer as situações que lhes são legalmente equivalentes, nos precisos termos em que relevarem nos regimes em que se verifiquem; b) «Último regime» e «primeiro regime» designam, em cada caso concreto, o regime que Pág 367 de 461 Páginas

368 atribui e o que não atribui a pensão unificada, respectivamente. Artigo 4º. Articulação dos regimes 1 - O regime da pensão unificada baseia-se na totalização dos períodos de pagamento de contribuições e de quotizações para o regime geral de segurança social e para a Caixa Geral de Aposentações, sendo os períodos de sobreposição contributiva contados uma só vez. 2 - Não relevam para efeitos da pensão unificada os períodos cumpridos ao abrigo de legislação de outro país, sem prejuízo do que se encontra previsto no Regulamento (CEE) n.º 1408/71, do Conselho, de 14 de Junho. 3 - Os períodos contributivos de um regime correspondentes a carreiras legalmente integradas no outro regime apenas relevam para efeito do regime que as passou a integrar. 4 - A titularidade do direito, as condições de atribuição e a avaliação das situações de incapacidade permanente são as do último regime. 5 - A pensão unificada é considerada, para todos os efeitos legais, como pensão do último regime, sem prejuízo do que neste diploma se disponha em contrário. CAPÍTULO II Pensões de invalidez e velhice ou de aposentação e reforma Artigo 5º. Condições de atribuição 1 - A pensão unificada só pode ser atribuída ao abrigo do regime para que tenha havido, pelo menos, 60 meses com pagamento de contribuições ou quotizações e relativamente ao qual, considerada a totalização de períodos referida no n.º 1 do artigo 4º., se encontrem preenchidos o respectivo prazo de garantia e as demais condições de atribuição à data do requerimento, ou daquela em que o mesmo produzir efeitos, se apresentado antecipadamente. 2 - Se o disposto no número anterior for satisfeito por ambos os regimes, a pensão unificada é atribuída por aquele para que tenha sido feito o último pagamento de contribuições ou quotizações. 3 - Quando, no último mês com descontos, tenha havido sobreposição contributiva para os dois regimes e tenha sido preenchido o condicionalismo previsto no n.º 1 em ambos os regimes, a pensão unificada é atribuída pelo regime para que o interessado contribuiu no último mês da sua carreira contributiva em que não houve sobreposição. Artigo 6º. Atribuição da pensão unificada 1 - Os beneficiários e subscritores requerentes de pensão devem declarar no requerimento se estão, ou não, abrangidos pelos dois regimes de protecção social, bem como por regime estrangeiro. 2 - Os beneficiários e subscritores abrangidos por ambos os regimes devem declarar expressamente se pretendem, ou não, a atribuição da pensão unificada. 3 - Em caso de omissão da declaração prevista nos números anteriores, a instituição comunica ao interessado ou ao serviço de que o mesmo depende a possibilidade de ele suprir a lacuna no prazo de 30 dias. 4 - O regime da pensão unificada não pode ser aplicado se não for feita a declaração prevista nos n.ºs 2 e A atribuição de pensão unificada pelo regime geral de segurança social a beneficiários que se encontrem a exercer funções a que corresponda inscrição na Caixa Geral de Aposentações determina a cessação daquelas funções. 6 - Nas situações previstas no número anterior a parcela correspondente ao período com descontos para a Caixa Geral de Aposentações é determinada com base na situação existente e na lei em vigor à data a que se reportam os efeitos do direito à pensão unificada. 7 - A cessação de funções a que corresponde a inscrição na Caixa Geral de Aposentações, em conformidade com o determinado no n.º 5, ocorre com base na comunicação do reconhecimento do direito à pensão unificada efectuada por aquela Caixa ao respectivo serviço ou organismo. Artigo 7º. Cálculo da pensão unificada O valor da pensão unificada obtém-se por aplicação das regras de cálculo do último regime, ressalvado o disposto no presente diploma. Artigo 8º. Períodos contributivos e remunerações 1 - Para efeito de atribuição e de cálculo da pensão unificada pressupõem-se, sem interrupção, os períodos contributivos para o regime geral de segurança social anteriores a 1971, que não compreendam situações de mais de 12 meses consecutivos sem pagamento de contribuições entre as respectivas datas da primeira e da última contribuição. Pág 368 de 461 Páginas

369 2 - São aplicáveis ao cálculo da pensão unificada, quando for caso disso, os diplomas que tenham atribuído valores convencionais de remunerações a situações contributivas do regime geral de segurança social. 3 - O período correspondente ao cumprimento do serviço militar obrigatório é considerado pelo último regime, sempre que esteja registado em ambos os regimes de protecção social. Artigo 9º. Garantia do valor da pensão 1 - O valor da pensão unificada, aquando da sua atribuição, não pode ser inferior à soma das parcelas correspondentes aos valores a que o trabalhador teria direito por aplicação separada de cada um dos regimes, tendo em atenção as disposições sobre acumulação de pensões. 2 - A garantia do valor da pensão unificada, prevista no número anterior, é extensiva aos montantes adicionais concedidos e aos subsídios de férias e de Natal, respectivamente, pelo regime geral de segurança social e pelo regime da função pública. Artigo 10º. Repartição de encargos 1 - A instituição que atribuir a pensão unificada receberá, da outra instituição para a qual o interessado tenha descontado, o montante da respectiva parcela de pensão, calculada nos termos do artigo anterior. 2 - Sempre que o valor da pensão unificada for superior à soma referida no artigo anterior, o encargo relativo ao excedente é suportado em partes iguais, pela instituição responsável pelo primeiro regime e pelo pensionista. 3 - A comparticipação do pensionista é efectuada por dedução no montante da respectiva pensão. 4 - As normas especiais que estabeleçam bonificação ou redução directa do valor da pensão de um dos regimes não afectam a comparticipação devida pelo outro regime. Artigo 11º. Períodos de actividade posteriores à pensão Os períodos contributivos ou de quotização cumpridos no regime geral de segurança social ou na função pública, em data posterior ao início da pensão unificada, são considerados nos termos do respectivo regime, traduzindo-se numa mera adição à sua comparticipação, sem acréscimo de encargos para o outro regime. Artigo 12º. Actualização da pensão unificada 1 - A pensão unificada é actualizada de acordo com as regras aplicáveis às pensões do último regime. 2 - O encargo resultante da actualização da pensão unificada é repartido de acordo com as percentagens fixadas aquando da atribuição do montante inicial da pensão. Artigo 13º. Prestações complementares A pensão unificada não prejudica a concessão, quando for caso disso, da prestação devida por assistência de terceira pessoa, nos termos da respectiva legislação. Artigo 14º. Parcela autónoma Quando a atribuição da pensão, no âmbito do regime geral de segurança social, for da responsabilidade exclusiva do regime português, nos termos de instrumento internacional, o valor correspondente ao período contributivo, cumprido no regime estrangeiro, é considerado como uma parcela autónoma da pensão unificada, não relevando para o cálculo do montante global desta pensão nem para efeitos da determinação dos encargos previstos no n.º 2 do artigo 10º. CAPÍTULO III Pensões de sobrevivência Artigo 15º. Atribuição da pensão 1 - O regime da pensão unificada é aplicável às pensões de sobrevivência por morte de pensionista titular de pensão deste regime. 2 - A aplicação do regime da pensão unificada por morte de trabalhador activo depende de opção expressa de todas as pessoas com direito a pensão de sobrevivência. Artigo 16º. Disposições aplicáveis É aplicável à pensão unificada de sobrevivência, com as necessárias adaptações, o disposto no capítulo anterior, sem prejuízo do que dispõem os artigos seguintes. Artigo 17º. Condições de atribuição A pensão unificada de sobrevivência só pode ser atribuída por regime para que tenha havido, pelo menos, 36 meses com pagamento de contribuições ou quotizações e relativamente ao qual, considerando a totalização de períodos referida no n.º 1 do artigo 4º., se encontrem Pág 369 de 461 Páginas

370 preenchidos o prazo de garantia e as demais condições de atribuição. Artigo 18º. Garantia de direitos 1 - É garantido, a quem não tenha direito à pensão de sobrevivência no âmbito da pensão unificada, o acesso à prestação através do primeiro regime, desde que satisfeitos os respectivos condicionalismos de atribuição. 2 - Na situação a que se refere o número anterior, a pensão de sobrevivência é actualizada em conformidade com as regras aplicáveis no âmbito do primeiro regime e constitui encargo exclusivo da respectiva instituição gestora. Artigo 19º. Prestações complementares O disposto no artigo 13º. é igualmente aplicável ao subsídio por assistência de terceira pessoa atribuído aos titulares de pensão de sobrevivência. Artigo 20º. Cálculo da pensão O montante da pensão de sobrevivência obtémse por aplicação da percentagem de cálculo específica ao valor da pensão unificada de invalidez ou velhice, reforma ou aposentação, atribuída ou atribuível ao falecido, deduzido, quando for caso disso, da comparticipação referida no n.º 3 do artigo 10º. Artigo 21º. Repartição de encargos Os encargos da pensão global de sobrevivência são distribuídos, pelos dois regimes, nas proporções em que os mesmos suportariam a pensão unificada de invalidez ou velhice, aposentação ou reforma. Artigo 22º. Alteração do conjunto de pensionistas de sobrevivência Quando a pensão unificada de sobrevivência estiver a ser concedida a uma pluralidade de titulares e se verifique a alteração do conjunto de pensionistas, há lugar a novo cálculo, como se fosse uma atribuição inicial, mas tendo em conta as actualizações entretanto verificadas. Artigo 23º. Suspensão 1 - Sempre que a concessão da pensão de sobrevivência seja da exclusiva responsabilidade de regime estrangeiro, por força da aplicação de instrumento internacional, não há lugar ao pagamento da pensão unificada relativamente ao respectivo titular. 2 - A suspensão prevista no número anterior não prejudica o pagamento do montante correspondente à parcela que, no âmbito da pensão unificada, é da responsabilidade da Caixa Geral de Aposentações. CAPÍTULO IV Disposições transitórias Artigo 24º. Aplicação a pensionistas 1 - Os pensionistas anteriormente excluídos do âmbito pessoal da pensão unificada, por estarem abrangidos por regime de segurança social de país em relação ao qual Portugal se encontra vinculado por instrumento internacional, podem requerer a pensão unificada nos 180 dias subsequentes à entrada em vigor do presente diploma. 2 - À pensão unificada referida no n.º 1 aplicamse as especificidades constantes das disposições do presente capítulo. Artigo 25º. Início da pensão A pensão unificada é devida a partir do mês seguinte ao da entrada do requerimento, substituindo a pensão ou pensões anteriormente atribuídas. Artigo 26º. Determinação do valor das parcelas 1 - Para efeitos do disposto no artigo 24º., as parcelas a que se refere o artigo 9º. deste diploma são de valor correspondente ao da pensão que cada regime estiver a pagar ou que, pelo mesmo, for devida à data do requerimento, sem prejuízo das disposições sobre acumulação de pensões. 2 - Tratando-se de pensões de sobrevivência, as parcelas devidas por cada instituição correspondem ao valor resultante do disposto no artigo 20º. do presente diploma. Artigo 27º. Legislação aplicável ao cálculo da pensão unificada O valor da pensão unificada, nas situações previstas no artigo 24º., é determinado de acordo com a legislação aplicável pelo último regime, à data da atribuição da sua pensão. Pág 370 de 461 Páginas

371 CAPÍTULO V Disposições finais Artigo 28º. Normas de execução O Centro Nacional de Pensões e a Caixa Geral de Aposentações devem celebrar, no prazo de 90 dias a contar da entrada em vigor deste diploma, um protocolo administrativo, a homologar pelos ministros competentes, que assegure a articulação funcional, entre ambos os organismos, necessária à integral execução deste diploma. Artigo 29º. Produção de efeitos O presente diploma é aplicável às situações requeridas após o respectivo início de vigência, bem como àquelas sobre as quais ainda não tenha recaído decisão das instituições gestoras. Artigo 30º. Revogação São revogados o Decreto-Lei n.º 159/92, de 31 de Julho, e a Portaria n.º 2/93, de 2 de Janeiro. Artigo 31º. Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor no 1º. dia do 3º. mês seguinte ao da sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 8 de Outubro de António Manuel de Oliveira Guterres - Jaime José Matos da Gama - António Luciano Pacheco de Sousa Franco - Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho - Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues. Promulgado em 5 de Novembro de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 9 de Novembro de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. Pág 371 de 461 Páginas

372 Decreto-Lei n.º 411/98, de 30 de Dezembro (alterado pelo artigo 33º da Lei nº 30/2006, de 11 de Julho, pelo que este artigo deve ser visto) DR n.º 300/98 SÉRIE I-A Ministério da Saúde Estabelece o regime jurídico da remoção, transporte, inumação, exumação, trasladação e cremação de cadáveres, bem como de alguns desses actos relativos a ossadas, cinzas, fetos mortos e peças anatómicas, e ainda da mudança de localização de um cemitério PÁGINAS 7251 a O «direito mortuário» português, nos seus aspectos essenciais, encontra-se actualmente disperso por vários diplomas legais, de que convirá destacar o Decreto n.º 44220, de 3 de Março de 1962, que veio estabelecer as normas de polícia e de construção dos cemitérios, o Decreto n.º , de 18 de Dezembro de 1968, em cujos modelos se alicerçaram os regulamentos dos cemitérios entretanto elaborados, o Decreto-Lei n.º 274/82, de 14 de Julho, que veio regular os procedimentos que envolvem a trasladação, a remoção, o enterramento, a cremação e a incineração, bem como o Despacho Normativo n.º 171/82, de 16 de Agosto, que fixou a interpretação e ditou as normas de execução do mencionado decreto-lei. Tal dispersão, a que acrescem a desactualização da terminologia utilizada e a natural evolução dos fenómenos ora tratados, contribuiu, de forma determinante, para um patente desajustamento da disciplina jurídica que resulta dos diplomas já referidos face às grandes transformações sofridas pelo País, designadamente no que toca às vias e aos meios de comunicação, e para uma clara insuficiência de resposta aos graves problemas que a saturação dos espaços dos cemitérios tem vindo a colocar às entidades responsáveis pela administração dos mesmos. 2 - No presente diploma estruturou-se e precisouse, pela primeira vez, um conjunto de conceitos que se mostravam, por um lado, desajustados da realidade e, por outro, em muitos casos, vazios de conteúdo ou com duplicação de sentidos. Procedeu-se também ao alargamento das categorias de pessoas com legitimidade para requerer a prática de actos regulados no novo diploma legal, esclarecendo-se quais as entidades a quem o pedido deve ser dirigido. Por forma a evitar a eventual ocorrência de conflitos negativos de competência nesta área - sempre com consequências funestas -, definemse os procedimentos a adoptar quando, não havendo lugar à realização de autópsia médicolegal, não seja possível proceder à entrega imediata do corpo a quem possua legitimidade para requerer a sua inumação ou cremação, prevendo-se a possibilidade de colaboração entre diversas entidades, designadamente as autoridades de polícia e os bombeiros, na resolução de situações com reflexos na saúde pública. Uma das preocupações que nortearam a elaboração deste diploma foi a de libertar uma área tão sensível como esta de entraves burocráticos cuja razão de ser se mostrava completamente ultrapassada, deixando assim de considerar como actividade administrativa policial parte da matéria por ele regulada - designadamente a trasladação e a autorização para inumação em locais especiais ou reservados a pessoas de determinadas categorias -, e, ao mesmo tempo, reforçando a competência das autoridades de saúde, dos ministros responsáveis pela administração do território, da saúde e do ambiente, e intensificando as competências das autarquias locais - municípios e freguesias - na qualidade de possuidoras e administradoras de cemitérios. Nesta medida, e na senda do que ocorre há já algum tempo na maior parte dos ordenamentos jurídicos que nos são próximos, estabelece-se a plena equiparação das figuras da inumação e da cremação, isto por as especiais razões de cautela em torno da figura da cremação que transparecem no texto legislativo ora revogado não terem qualquer justificação legal actual e serem, inclusivamente, contrárias às mais recentes preocupações europeias em matéria ambiental e de saúde pública. Consagra-se também a possibilidade de os cadáveres serem inumados em locais de consumpção aeróbia e proíbe-se o recurso a caixões de chumbo, Pág 372 de 461 Páginas

373 adoptando-se exclusivamente a folha de zinco para a construção de caixões metálicos, em respeito pelo que decorre do Decreto-Lei n.º 274/89, de 21 de Agosto. É ainda com este espírito que se estipula ser suficiente a autorização da entidade responsável pela administração do cemitério para que se proceda a trasladações dentro do mesmo e se reduzem os prazos para exumação, solução esta que de há muito era reclamada face à saturação dos terrenos dos cemitérios, em particular os que servem as grandes áreas urbanas. Finalmente, legisla-se sobre a mudança de localização de um cemitério. São estas, resumidamente, as principais linhas de força do presente diploma legal. 3 - Foram ouvidas a Associação Nacional de Municípios Portugueses e a Associação Nacional de Freguesias. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198º. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: CAPÍTULO I Disposições gerais Artigo 1º. Objecto 1 - O presente diploma estabelece o regime jurídico da remoção, transporte, inumação, exumação, trasladação e cremação de cadáveres, de cidadãos nacionais ou estrangeiros, bem como de alguns desses actos relativos a ossadas, cinzas, fetos mortos e peças anatómicas, e, ainda, da mudança de localização de um cemitério. 2 - Ao transporte para país estrangeiro de cadáver cujo óbito tenha sido verificado em Portugal e ao transporte para Portugal de cadáver cujo óbito tenha sido verificado em país estrangeiro aplicam-se as disposições contidas no Acordo Internacional Relativo ao Transporte de Cadáveres, assinado em Berlim em 10 de Fevereiro de 1937, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 417/70, de 1 de Setembro, e no Acordo Europeu Relativo à Trasladação dos Corpos de Pessoas Falecidas, de 26 de Outubro de 1973, aprovado pelo Decreto n.º 31/79, de 16 de Abril. Artigo 2º. Definições legais Para efeitos do disposto no presente decreto-lei, considera-se: a) Autoridade de polícia: a Guarda Nacional Republicana e a Polícia de Segurança Pública; b) Autoridade de saúde: o delegado regional de saúde, o delegado concelhio de saúde ou os seus adjuntos; c) Autoridade judiciária: o juiz de instrução e o Ministério Público, cada um relativamente aos actos processuais que cabem na sua competência; d) Remoção: o levantamento de cadáver do local onde ocorreu ou foi verificado o óbito e o seu subsequente transporte, a fim de se proceder à sua inumação ou cremação - nos casos previstos no n.º 1 do artigo 5º.; e) Inumação: a colocação de cadáver em sepultura, jazigo ou local de consumpção aeróbia; f) Exumação: a abertura de sepultura, local de consumpção aeróbia ou caixão de metal onde se encontra inumado o cadáver; g) Trasladação: o transporte de cadáver inumado em jazigo ou de ossadas para local diferente daquele em que se encontram, a fim de serem de novo inumados, cremados ou colocados em ossário; h) Cremação: a redução de cadáver ou ossadas a cinzas; i) Cadáver: o corpo humano após a morte, até estarem terminados os fenómenos de destruição da matéria orgânica; j) Ossadas: o que resta do corpo humano uma vez terminado o processo de mineralização do esqueleto; k) Viatura e recipiente apropriados: aqueles em que seja possível proceder ao transporte de cadáveres, ossadas, cinzas, fetos mortos ou recém-nascidos falecidos no período neonatal precoce, em condições de segurança e de respeito pela dignidade humana; l) Período neonatal precoce: as primeiras cento e sessenta e oito horas de vida; m) Entidade responsável pela administração de um cemitério: a câmara municipal ou a junta de freguesia, consoante o cemitério em causa pertença ao município ou à freguesia. Artigo 3º. Legitimidade 1 - Têm legitimidade para requerer a prática de actos regulados no presente decreto-lei, sucessivamente: a) O testamenteiro, em cumprimento de disposição testamentária; b) O cônjuge sobrevivo; c) A pessoa que vivia com o falecido em condições análogas às dos cônjuges; d) Qualquer herdeiro; e) Qualquer familiar; f) Qualquer pessoa ou entidade. Pág 373 de 461 Páginas

374 2 - Se o falecido não tiver a nacionalidade portuguesa, tem também legitimidade o representante diplomático ou consular do país da sua nacionalidade. 3 - O requerimento para a prática desses actos pode também ser apresentado por pessoa munida de procuração com poderes especiais para esse efeito, passada por quem tiver legitimidade nos termos dos números anteriores. Artigo 4º. Competência 1 - A inumação e a cremação devem ser requeridas à entidade responsável pela administração do cemitério onde as mesmas tiverem lugar. 2 - A trasladação deve ser requerida à entidade responsável pela administração do cemitério onde o cadáver ou as ossadas estiverem inumados. 3 - No caso previsto no número anterior, o deferimento do requerimento é da competência da entidade responsável pela administração do cemitério para o qual vão ser trasladados o cadáver ou as ossadas, mediante solicitação da entidade à qual o mesmo foi apresentado. 4 - Compete à câmara municipal do local onde se encontre o cadáver promover a sua inumação no caso previsto no n.º 3 do artigo 8º., bem como a inumação ou a cremação de fetos mortos abandonados. CAPÍTULO II Remoção Artigo 5º. Regime legal 1 - Quando, nos termos da legislação aplicável, não houver lugar à realização de autópsia médico-legal e, por qualquer motivo, não for possível assegurar a entrega do cadáver a qualquer das pessoas ou entidades indicadas no artigo 3º. a fim de se proceder à sua inumação ou cremação dentro do prazo legal, o mesmo é removido para um dos seguintes locais: a) Na área das comarcas de Lisboa, Porto e Coimbra, para a morgue do respectivo Instituto de Medicina Legal; b) Na área das restantes comarcas, para a casa mortuária dotada de câmara frigorífica que fique mais próxima do local da verificação do óbito. 2 - Nos casos previstos no número anterior, compete à autoridade de polícia: a) Proceder à remoção do cadáver, podendo solicitar para o efeito a colaboração dos bombeiros ou de qualquer entidade pública; b) Proceder à recolha, arrolamento e guarda do espólio do cadáver. 3 - Fora da área das comarcas de Lisboa, Porto e Coimbra, a autoridade de polícia com jurisdição na área da freguesia onde se encontre instalada uma casa mortuária dotada de câmara frigorífica tem permanente acesso a ela. CAPÍTULO III Transporte Artigo 6º. Regime geral 1 - O transporte de cadáver fora de cemitério, por estrada, é efectuado em viatura apropriada e exclusivamente destinada a esse fim, pertencente à entidade responsável pela administração de um cemitério ou a outra entidade, pública ou privada, dentro de: a) Caixão de madeira - para inumação em sepultura ou em local de consumpção aeróbia; b) Caixão de zinco com a espessura mínima de 0,4 mm - para inumação em jazigo; c) Caixão de madeira facilmente destrutível por acção do calor - para cremação. 2 - O transporte de ossadas fora de cemitério, por estrada, é efectuado em viatura apropriada e exclusivamente destinada a esse fim, pertencente à entidade responsável pela administração de um cemitério ou a outra entidade, pública ou privada, dentro de: a) Caixa de zinco com a espessura mínima de 0,4 mm ou de madeira - para inumação em jazigo ou em ossário; b) Caixa de madeira facilmente destrutível por acção do calor - para cremação. 3 - Se o caixão ou a caixa contendo o cadáver ou as ossadas forem transportados como frete normal por via férrea, marítima ou aérea, devem ser introduzidos numa embalagem de material sólido que dissimule a sua aparência, sobre a qual deve ser aposta, de forma bem visível, a seguinte indicação: «MANUSEAR COM PRECAUÇÃO». 4 - O transporte de cinzas resultantes da cremação de cadáver, ossadas ou peças anatómicas, fora de cemitério, é livre desde que efectuado em recipiente apropriado. 5 - O transporte de cadáver, ossadas ou cinzas dentro de cemitério é efectuado da forma que for determinada pela entidade responsável pela respectiva administração, ouvida, se tal for considerado necessário, a autoridade de saúde. 6 - A viatura que for apropriada e exclusivamente destinada ao transporte de cadáveres fora de cemitério, por estrada, é igualmente apropriada para o transporte de ossadas. 7 - Nos casos previstos nos n.ºs 1 a 3, a entidade responsável pelo transporte do caixão ou da caixa Pág 374 de 461 Páginas

375 deve ser portadora de fotocópia simples de um dos documentos previstos no n.º 1 do artigo 9º. 8 - O disposto nos n.ºs 1 e 7 não se aplica à remoção de cadáver prevista nos n.ºs 1 e 2 do artigo 5º. Artigo 7º. Regime excepcional 1 - O transporte inter-hospitalar de fetos mortos, independentemente da respectiva idade de gestação, e de recém-nascidos falecidos no período neonatal precoce, para fins de autópsia clínica para precisão de diagnóstico, pode efectuar-se em ambulância ou noutra viatura de hospital. 2 - O transporte de fetos mortos e de recémnascidos falecidos no período neonatal precoce, fora da situação prevista no número anterior, é feito em viatura apropriada, pertencente à entidade responsável pela administração de um cemitério ou a outra entidade, pública ou privada. CAPÍTULO IV Inumação e cremação SECÇÃO I Disposições comuns Artigo 8º. Prazos 1 - Nenhum cadáver pode ser inumado, cremado, encerrado em caixão de zinco ou colocado em câmara frigorífica antes de decorridas vinte e quatro horas sobre o óbito. 2 - Um cadáver deve ser inumado ou cremado dentro dos seguintes prazos máximos: a) Se imediatamente após a verificação do óbito tiver sido entregue a uma das pessoas indicadas no artigo 3º. - em setenta e duas horas; b) Se tiver sido transportado de país estrangeiro para Portugal - em setenta e duas horas a contar da entrada em território nacional; c) Se tiver havido autópsia médico-legal ou clínica - em quarenta e oito horas após o termo da mesma; d) Nos casos previstos no n.º 1 do artigo 5º. - em vinte e quatro horas a contar do momento em que for entregue a uma das pessoas indicadas no artigo 3º. 3 - Nos casos previstos no n.º 1 do artigo 5º., se o cadáver não for entregue a uma das pessoas indicadas no artigo 3º., não pode ser cremado, devendo a sua inumação ter lugar decorridos 30 dias sobre a data da verificação do óbito. 4 - Quando não haja lugar à realização de autópsia médico-legal e houver perigo para a saúde pública, a autoridade de saúde pode ordenar, por escrito, que se proceda à inumação, cremação, encerramento em caixão de zinco ou colocação do cadáver em câmara frigorífica antes de decorrido o prazo previsto no n.º O disposto nos números anteriores não se aplica aos fetos mortos. Artigo 9º. Assento, auto de declaração de óbito ou boletim de óbito 1 - Nenhum cadáver pode ser inumado, cremado, encerrado em caixão de zinco ou colocado em câmara frigorífica sem que tenha sido previamente lavrado o respectivo assento ou auto de declaração de óbito ou emitido boletim de óbito nos termos do n.º Aos sábados, domingos e dias feriados, nas localidades onde não exista conservatória do registo civil ou exista apenas uma, a emissão do boletim de óbito é da competência da autoridade de polícia com jurisdição na freguesia em cuja área o óbito ocorreu ou, desconhecida aquela, onde o mesmo foi verificado. 3 - Para os efeitos do disposto no número anterior, devem as conservatórias fornecer os impressos que forem necessários. 4 - Nos casos previstos no n.º 2, deve a autoridade de polícia remeter o duplicado ou cópia do boletim de óbito, no prazo de quarenta e oito horas, à conservatória do registo civil competente para lavrar o respectivo assento, acompanhado da indicação do nome e da residência do declarante do óbito. 5 - À emissão do boletim de óbito pela autoridade de polícia é aplicável o disposto nos artigos 194º. a 196º. do Código do Registo Civil. 6 - Nos casos previstos no n.º 2 deve ser dado cumprimento ao disposto no artigo 192º. do Código do Registo Civil. 7 - A entidade responsável pela administração do cemitério procede ao arquivamento do boletim de óbito. 8 - Sempre que ocorrer morte fetal com tempo de gestação igual ou superior a 22 semanas completas, é aplicável, com as necessárias adaptações, o disposto nos números anteriores. Artigo 10º. Abertura de caixão de metal 1 - É proibida a abertura de caixão de zinco, salvo nas seguintes situações: a) Em cumprimento de mandado da autoridade judiciária; b) Para efeitos de colocação em sepultura ou em local de consumpção aeróbia de cadáver não inumado; c) Para efeitos de cremação de cadáver ou de ossadas. Pág 375 de 461 Páginas

376 2 - A abertura do caixão nas situações previstas na alínea c) do número anterior é feita da forma que for determinada pela entidade responsável pela administração do cemitério. 3 - O disposto nas alíneas a) e c) do n.º 1 aplicase à abertura de caixão de chumbo utilizado em inumação efectuada antes da entrada em vigor do presente diploma. SECÇÃO II Inumação Artigo 11º. Locais de inumação 1 - A inumação não pode ter lugar fora de cemitério público, devendo ser efectuada em sepultura, jazigo ou local de consumpção aeróbia de cadáveres. 2 - São excepcionalmente permitidos: a) O depósito em panteão nacional, ou em panteão privativo dos patriarcas de Lisboa, do cadáver ou ossadas daqueles a quem caiba essa honra; b) A inumação em locais especiais ou reservados a pessoas de determinadas categorias, nomeadamente de certa nacionalidade, confissão ou regra religiosa, para tal autorizados pela câmara municipal respectiva; c) A inumação em capelas privativas, situadas fora dos aglomerados populacionais e tradicionalmente destinadas ao depósito do cadáver ou ossadas dos familiares dos respectivos proprietários, para tal autorizadas pela câmara municipal respectiva. 3 - A trasladação para cemitério público de cadáver ou ossadas que estejam inumados num dos locais previstos nas alíneas b) e c) do número anterior é requerida por uma das pessoas indicadas no artigo 3º. à entidade responsável pela administração do cemitério para o qual a mesma vai ser efectuada. Artigo 12º. Inumação em jazigo A inumação em jazigo obedece às seguintes regras: a) O cadáver deve estar encerrado em caixão de zinco, tendo a folha empregada no seu fabrico a espessura mínima de 0,4 mm; b) Dentro do caixão devem ser colocados filtros depuradores e dispositivos adequados a impedir os efeitos da pressão dos gases no seu interior. Artigo 13º. Inumação em local de consumpção aeróbia A inumação em local de consumpção aeróbia de cadáveres obedece às regras definidas por portaria conjunta dos Ministros do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território, da Saúde e do Ambiente. Artigo 14º. Inumação em sepultura comum não identificada É proibida a inumação em sepultura comum não identificada, salvo: a) Em situação de calamidade pública; b) Tratando-se de fetos mortos abandonados ou de peças anatómicas. SECÇÃO III Cremação Artigo 15º. Âmbito Podem ser cremados cadáveres não inumados, cadáveres exumados, ossadas, fetos mortos e peças anatómicas. Artigo 16º. Cremação por iniciativa do cemitério A entidade responsável pela administração do cemitério pode ordenar a cremação de: a) Cadáveres já inumados ou ossadas que tenham sido considerados abandonados; b) Cadáveres ou ossadas que estejam inumados em locais ou construções que tenham sido considerados abandonados; c) Quaisquer cadáveres ou ossadas, em caso de calamidade pública; d) Fetos mortos abandonados e peças anatómicas. Artigo 17º. Cremação de cadáver que foi objecto de autópsia médico-legal Se o cadáver tiver sido objecto de autópsia médico-legal, só pode ser cremado com autorização da autoridade judiciária. Artigo 18º. Locais de cremação A cremação é feita em cemitério que disponha de equipamento que obedeça às regras definidas em portaria conjunta dos Ministros do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território, da Saúde e do Ambiente. Artigo 19º. Destino das cinzas 1 - As cinzas resultantes de cremação ordenada pela entidade responsável pela administração do cemitério são colocadas em cendrário. 2 - As cinzas resultantes das restantes cremações podem ser: a) Colocadas em cendrário; Pág 376 de 461 Páginas

377 b) Colocadas em sepultura, jazigo, ossário ou columbário, dentro de recipiente apropriado; c) Entregues, dentro de recipiente apropriado, a quem tiver requerido a cremação, sendo livre o seu destino final. Artigo 20º. Comunicação da cremação A entidade responsável pela administração do cemitério onde tiver sido efectuada a cremação deve proceder à comunicação para os efeitos previstos na alínea b) do artigo 71º. do Código do Registo Civil. CAPÍTULO V Exumação Artigo 21º. Prazos 1 - Após a inumação é proibido abrir qualquer sepultura ou local de consumpção aeróbia antes de decorridos três anos, salvo em cumprimento de mandado da autoridade judiciária. 2 - Se no momento da abertura não estiverem terminados os fenómenos de destruição da matéria orgânica, recobre-se de novo o cadáver, mantendo-o inumado por períodos sucessivos de dois anos até à mineralização do esqueleto. CAPÍTULO VI Trasladação Artigo 22º. Efectuação da trasladação 1 - A trasladação de cadáver é efectuada em caixão de zinco, devendo a folha empregada no seu fabrico ter a espessura mínima de 0,4 mm. 2 - Pode também ser efectuada a trasladação de cadáver ou ossadas que tenham sido inumados em caixão de chumbo antes da entrada em vigor do presente diploma. 3 - A trasladação de ossadas é efectuada em caixa de zinco com a espessura mínima de 0,4 mm ou de madeira. Artigo 23º. Comunicação da trasladação A entidade responsável pela administração do cemitério donde tiver sido efectuada a trasladação deve proceder à comunicação para os efeitos previstos na alínea a) do artigo 71º. do Código do Registo Civil. CAPÍTULO VII Mudança de localização de cemitério Artigo 24º. Regime legal A mudança de um cemitério para terreno diferente daquele onde está instalado que implique a transferência, total ou parcial, dos cadáveres, ossadas, fetos mortos e peças anatómicas que aí estejam inumados e das cinzas que aí estejam guardadas é da competência da respectiva câmara municipal. CAPÍTULO VIII Sanções e disposições processuais Artigo 25º. Contra-ordenações e coimas 1 - Constitui contra-ordenação punível com uma coima mínima de 50000$00 e máxima de $00: a) A remoção de cadáver por entidade diferente das previstas no n.º 2 do artigo 5º.; b) O transporte de cadáver fora de cemitério, por estrada ou por via férrea, marítima ou aérea, em infracção ao disposto no artigo 6º., n.ºs 1 e 3; c) O transporte de ossadas fora de cemitério, por estrada ou por via férrea, marítima ou aérea, em infracção ao disposto no artigo 6º., n.ºs 2 e 3; d) O transporte de cadáver ou ossadas, fora de cemitério, por estrada ou por via férrea, marítima ou aérea, desacompanhado de fotocópia simples de um dos documentos previstos no n.º 1 do artigo 9º.; e) A inumação, cremação, encerramento em caixão de zinco ou colocação em câmara frigorífica de cadáver antes de decorridas vinte e quatro horas sobre o óbito; f) A inumação ou cremação de cadáver fora dos prazos previstos no n.º 2 do artigo 8º.; g) A inumação, cremação, encerramento em caixão de zinco ou colocação em câmara frigorífica de cadáver sem que tenha sido previamente lavrado assento ou auto de declaração de óbito ou emitido boletim de óbito nos termos do n.º 2 do artigo 9º.; h) A abertura de caixão de zinco ou de chumbo fora das situações previstas no n.º 1 do artigo 10º.; i) A abertura de caixão de zinco ou de chumbo, para efeitos de cremação de cadáver ou de ossadas, de forma diferente da que for determinada pela entidade responsável pela administração do cemitério; j) A inumação fora de cemitério público ou de algum dos locais previstos no n.º 2 do artigo 11º.; k) A utilização, no fabrico de caixão ou caixa de zinco, de folha com espessura inferior a 0,4 mm; l) A inumação em sepultura comum não identificada fora das situações previstas no artigo 14º.; m) A cremação de cadáver que tiver sido objecto de autópsia médico-legal sem autorização da autoridade judiciária; Pág 377 de 461 Páginas

378 n) A cremação de cadáver fora dos locais previstos no artigo 18º.; o) A abertura de sepultura ou local de consumpção aeróbia antes de decorridos três anos, salvo em cumprimento de mandado da autoridade judiciária; p) A infracção ao disposto no n.º 2 do artigo 21º.; q) A trasladação de cadáver sem ser em caixão de chumbo, nos casos previstos no n.º 2 do artigo 22º., ou de zinco com a espessura mínima de 0,4 mm. 2 - Constitui contra-ordenação punível com uma coima mínima de 20000$00 e máxima de $00: a) O transporte de cinzas resultantes da cremação de cadáver ou de ossadas, fora de cemitério, em recipiente não apropriado; b) O transporte de cadáver, ossadas ou cinzas resultantes da cremação dos mesmos, dentro de cemitério, de forma diferente da que tiver sido determinada pela respectiva administração; c) A infracção ao disposto no n.º 3 do artigo 8º.; d) A trasladação de ossadas sem ser em caixa de zinco com a espessura mínima de 0,4 mm ou de madeira. 3 - A negligência e a tentativa são puníveis. Artigo 26º. Sanções acessórias 1 - Em função da gravidade da infracção e da culpa do agente, são aplicáveis, simultaneamente com a coima, as seguintes sanções acessórias: a) Perda de objectos pertencentes ao agente; b) Interdição do exercício de profissões ou actividades cujo exercício dependa de título público ou de autorização ou homologação de autoridade pública; c) Encerramento de estabelecimento cujo funcionamento esteja sujeito a autorização ou licença de autoridade administrativa; d) Suspensão de autorizações, licenças e alvarás. 2 - É dada publicidade à decisão que aplicar uma coima a uma agência funerária. Artigo 27º. Competência A competência para determinar a instrução do processo de contra-ordenação e para aplicar a respectiva coima pertence ao presidente da câmara do município em cuja área tenha sido praticada a infracção, podendo ser delegada em qualquer dos restantes membros desse órgão. Artigo 28º. Fiscalização Têm competência para proceder à fiscalização da observância do disposto no presente diploma as seguintes entidades: a) A câmara municipal e a junta de freguesia, consoante a entidade que seja responsável pela administração do cemitério onde tenha sido praticada a infracção; b) A autoridade de polícia; c) A autoridade de saúde. Artigo 29º. Destino do produto das coimas 1 - O produto das coimas é distribuído da seguinte forma: a) 40% para o município que tiver aplicado a coima; b) 20% para a freguesia que, na área desse município, tenha sob a sua administração um ou mais cemitérios; em caso de pluralidade de freguesias que, na área desse município, tenham sob a sua administração um ou mais cemitérios, a quantia em causa é dividida pelo número total dos mesmos, recebendo cada freguesia a parte correspondente ao número daqueles que tenha sob a sua administração; c) 20% para a Guarda Nacional Republicana; d) 20% para a Polícia de Segurança Pública. 2 - Se na área do município que tiver aplicado a coima não existir nenhum cemitério que esteja sob a administração de uma freguesia, o respectivo produto é distribuído da seguinte forma: a) 50% para o município; b) 25% para a Guarda Nacional Republicana; c) 25% para a Polícia de Segurança Pública. 3 - Compete ao município proceder à cobrança da coima e ao posterior rateio do respectivo produto pela forma estabelecida nos números anteriores. Artigo 30º. Direito subsidiário Em tudo que não estiver previsto neste capítulo aplica-se subsidiariamente o disposto: a) No Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro; b) No Código Penal e no Código de Processo Penal. CAPÍTULO IX Disposições finais Artigo 31º. Modelos O requerimento para inumação, cremação e trasladação a que se refere o artigo 4º. obedece aos modelos previstos nos anexos I e II ao presente diploma. Pág 378 de 461 Páginas

379 Artigo 32º. Norma revogatória 1 - São revogados o Decreto-Lei n.º 274/82, de 14 de Julho, com as alterações que lhe foram introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 62/83, de 2 de Fevereiro, e pelo Decreto-Lei n.º 43/97, de 7 de Fevereiro, e os Despachos Normativos n.ºs 171/82, de 16 de Agosto, e 28/83, de 27 de Janeiro. 2 - São também revogadas as normas jurídicas constantes do Decreto n.º 48770, de 18 de Dezembro de 1968, e dos regulamentos dos cemitérios que contrariem o disposto no presente diploma. Artigo 33º. Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor 60 dias após a sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5 de Novembro de António Manuel de Oliveira Guterres - António Luciano Pacheco de Sousa Franco - Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho - Jorge Paulo Sacadura Almeida Coelho - João Cardona Gomes Cravinho - José Eduardo Vera Cruz Jardim - Maria de Belém Roseira Martins Coelho Henriques de Pina - Elisa Maria da Costa Guimarães Ferreira. Promulgado em 14 de Dezembro de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 16 de Dezembro de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. ANEXO I (Ver anexo no documento original) ANEXO II (Ver anexo no documento original) Pág 379 de 461 Páginas

380 Decreto-Lei n.º 265/99, 14 de Julho (alterado pelo Decreto-Lei nº 309-A/2000, de 30 de Novembro, pelo que este deve ser visto) DR n.º 162/99 SÉRIE I-A Ministério do Trabalho e da Solidariedade Procede à criação de uma nova prestação destinada a complementar a protecção concedida aos pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência dos regimes de segurança social em situação de dependência PÁGINAS 4397 a 4401 O presente diploma tem por objectivo definir e regular a protecção social a conceder a pensionistas em situação de dependência, medida que se integra nas prioridades do Governo a favor das pessoas com mais graves carências sociais, porquanto se consubstancia na criação de uma prestação pecuniária cujo montante varia de acordo com os graus de dependência verificados. O seu âmbito pessoal é extensivo a pensionistas de invalidez, velhice e sobrevivência do regime geral de segurança social, do regime não contributivo e regimes equiparados, que satisfaçam as condições de dependência fixadas na lei, mesmo que se encontrem a beneficiar de assistência em estabelecimento de apoio social, oficial ou particular sem fins lucrativos cujo funcionamento seja financiado pelo Estado ou por outras pessoas colectivas de direito público ou de direito privado e utilidade pública, o que antes não acontecia relativamente ao subsídio por assistência de terceira pessoa. A dificuldade de prever com absoluta precisão o universo a abranger e o facto de se tratar de uma medida inovadora na nossa ordem jurídica aconselham que se fixem, para já, apenas dois graus de dependência, sem prejuízo de se prever que, após o 1º. ano de aplicação e com base na experiência obtida e em aprofundada análise do Conselho Médico Nacional do Sistema de Verificação de Incapacidade, se venha a proceder à revisão dos graus de dependência, por forma a configurá-los com as situações de facto verificadas e com o seu impacte na população alvo da medida. Em correlação com a graduação da dependência, são fixados os montantes da prestação, com indexação ao valor legalmente fixado para a pensão social de invalidez e velhice do regime não contributivo de segurança social, montantes esses que, nesta fase, mantêm a diferenciação entre o regime geral, por um lado, e o regime especial das actividades agrícolas, regime não contributivo e regimes equiparados, por outro. A atribuição da prestação depende de requerimento e da certificação da situação de dependência e respectivos graus, realizada no âmbito do Sistema de Verificação de Incapacidade. A apresentação do requerimento pode ser efectuada pelo interessado, pelos respectivos familiares ou outras pessoas ou instituições que lhes prestem ou se disponham a prestar-lhes assistência. Aos pensionistas que sejam, à data da entrada em vigor deste diploma, titulares do subsídio por assistência de terceira pessoa, atribuído ao abrigo da legislação substituída pelo presente diploma, é garantido, oficiosamente, o direito ao 1º. escalão da prestação agora criada, de acordo com o regime aplicável, sem prejuízo de poderem requerer a alteração daquele escalão. No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 28/84, de 14 de Agosto, e nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 198º. da Constituição, o Governo decreta, para valer como lei geral da República, o seguinte: CAPÍTULO I Objectivo, âmbito pessoal, natureza e caracterização da prestação Artigo 1º. Objectivo 1 - O presente diploma tem por objectivo definir e regular a protecção social das situações de dependência. 2 - A protecção referida no número anterior realiza-se pela atribuição de uma prestação pecuniária, de concessão continuada, designada por complemento por dependência. Artigo 2º. Âmbito pessoal São abrangidos pela protecção regulada no presente diploma os titulares do direito a pensões de invalidez, velhice e sobrevivência do regime geral de segurança social e das pensões do Pág 380 de 461 Páginas

381 regime não contributivo e equiparados que se encontrem em situação de dependência. Artigo 3º. Caracterização da dependência 1 - Para efeitos do presente diploma, consideramse em situação de dependência os indivíduos que não possam praticar com autonomia os actos indispensáveis à satisfação das necessidades básicas da vida quotidiana, carecendo da assistência de outrem. 2 - Consideram-se actos indispensáveis à satisfação das necessidades básicas da vida quotidiana, nomeadamente, os relativos à realização dos serviços domésticos, à locomoção e cuidados de higiene. Artigo 4º. Graus de dependência Para efeitos da atribuição da prestação e da determinação do respectivo montante, consideram-se os seguintes graus de dependência: 1º. grau - indivíduos que não possam praticar, com autonomia, os actos indispensáveis à satisfação de necessidades básicas da vida quotidiana, designadamente actos relativos à alimentação ou locomoção ou cuidados de higiene pessoal; 2º. grau - indivíduos que acumulem as situações de dependência que caracterizam o 1º. grau e se encontrem acamados ou apresentem quadros de demência grave. 2 - No final do 1º. ano de vigência do presente diploma será avaliada a graduação das situações de dependência prevista no número anterior, podendo vir a ser introduzidos graus intermédios, se tal se justificar. Artigo 5º. Modalidades de assistência 1 - A assistência aos pensionistas em situação de dependência pode ser assegurada através da participação, sucessiva e conjugada, de várias pessoas, incluindo a prestada no âmbito de apoio domiciliário ou de outros serviços de ajuda a pessoas em situação de dependência, tais como os serviços de telealarme. 2 - Para efeito da atribuição do complemento por dependência é relevante a assistência prestada por qualquer pessoa que se não encontre carecida de autonomia para a realização dos actos básicos da vida diária, incluindo os familiares do titular da prestação. 3 - É, igualmente, relevante para a atribuição da prestação a assistência prestada em estabelecimento de apoio social, oficial ou particular com ou sem fins lucrativos. CAPÍTULO II Condições de atribuição e determinação de montantes Artigo 6º. Condições de atribuição Constituem condições para atribuição do complemento por dependência a manifestação de vontade do interessado, a verificação da situação de pensionista e a certificação da situação de dependência e respectivo grau. Artigo 7º. Montantes 1 - Os montantes da prestação são indexados ao valor legalmente fixado para a pensão social de invalidez e velhice do regime não contributivo e variam, escalonados de acordo com o grau de dependência, da forma seguinte: a) Pensionistas do regime geral de segurança social: 50% do montante da pensão social - situação de dependência do 1º. grau; 80% do mesmo valor - situação de dependência do 2º. grau; b) Pensionistas do regime especial das actividades agrícolas, do regime não contributivo e regimes equiparados: 45% do montante da pensão social - situação de dependência do 1 º. grau; 75% do mesmo valor - situação de dependência do 2º. grau. 2 - Nos casos em que o titular da prestação beneficie de assistência prestada em estabelecimento de apoio social, oficial ou particular sem fins lucrativos, cujo funcionamento seja financiado pelo Estado ou por outras pessoas colectivas de direito público ou de direito privado e utilidade pública, o montante do complemento por dependência é o do 1º. escalão do regime que lhe corresponda. Artigo 8º. Montantes adicionais Nos meses de Julho e Dezembro de cada ano é concedida uma prestação adicional de montante igual ao do complemento por dependência a que o pensionista tenha direito. CAPÍTULO III Duração da prestação Artigo 9º. Início da prestação O início do complemento por dependência verifica-se a partir do mês seguinte ao da Pág 381 de 461 Páginas

382 apresentação do respectivo requerimento desde que se comprove que o interessado reúne já todas as condições de atribuição da prestação ou, caso contrário, desde o mês seguinte àquele em que as mesmas se verifiquem. Artigo 10º. Suspensão da prestação A concessão do complemento por dependências é suspensa quando: a) Ocorra uma das causas determinantes da suspensão da concessão das pensões previstas no artigo 2º., nos termos dos respectivos regimes jurídicos; b) Se verifique que não está a ser prestada ao titular da prestação a assistência nos termos declarados; c) O titular adopte procedimentos que impeçam ou retardem a avaliação da subsistência da situação de dependência, nomeadamente a ausência injustificada a exame médico e a não actuação para obtenção de elementos clínicos. Artigo 11º. Cessação da prestação 1 - O direito à prestação cessa no último dia do mês em que deixar de se verificar algum dos condicionalismos determinantes da sua atribuição que não dê lugar à suspensão do direito. 2 - A cessação do direito à prestação decorrente da revisão da situação de dependência produz efeitos a partir do mês seguinte ao da comunicação do facto ao seu titular pela instituição de segurança social. CAPÍTULO IV Acumulação do complemento por dependência Artigo 12º. Acumulação com rendimentos de trabalho O complemento por dependência não é cumulável com rendimentos de trabalho. Artigo 13º. Acumulação de prestações 1 - Não é permitida a acumulação de complementos por dependência em relação ao mesmo titular. 2 - Os pensionistas que reunam as condições de atribuição do complemento por dependência no âmbito de mais de um regime podem optar pela atribuição da prestação que lhes seja mais favorável. 3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 5, não é permitida a acumulação em relação ao mesmo titular entre o complemento por dependência e prestação análoga, atribuída no âmbito de regimes diferentes, salvo se o valor desta for inferior, caso em que o montante da prestação a atribuir será igual à respectiva diferença. 4 - Considera-se prestação análoga a que tenha por objectivo a protecção na situação de dependência. 5 - Os pensionistas que reunam as condições de atribuição do complemento por dependência e do subsídio por assistência de terceira pessoa que integra a protecção por encargos familiares podem optar por uma daquelas prestações. CAPÍTULO V Processamento e administração SECÇÃO I Gestão das prestações Artigo 14º. Instituições competentes A gestão do complemento por dependência e a aplicação da respectiva legislação competem às instituições gestoras da pensão de que o interessado seja titular. Artigo 15º. Requerimento A manifestação de vontade a que se refere o artigo 6º. consubstancia-se na apresentação de requerimento. Artigo 16º. Legitimidade para requerer Têm legitimidade para requerer a prestação, para além dos interessados na sua atribuição, os respectivos familiares ou outras pessoas ou instituições que lhes prestem ou se disponham a prestar-lhes assistência. Artigo 17º. Apresentação do requerimento 1 - O complemento por dependência é requerido na instituição de segurança social da área da residência do interessado. 2 - O requerimento pode ser apresentado conjuntamente com o da pensão a que o interessado tenha direito ou, a todo o tempo, se posteriormente. 3 - No caso de o interessado residir no estrangeiro, o requerimento é entregue nas instituições previstas para o efeito nos instrumentos internacionais aplicáveis e, na sua falta, na instituição gestora da pensão a que o mesmo tenha direito. Artigo 18º. Elementos probatórios 1 - O requerimento deve ser acompanhado dos seguintes elementos probatórios: Pág 382 de 461 Páginas

383 a) Declaração referente à modalidade de assistência que é ou irá ser prestada ao interessado, da qual conste a identificação das pessoas ou entidades que por ela se responsabilizam e as condições específicas da prestação daquela assistência; b) Informação médica, devidamente fundamentada e instruída, relativa à situação de dependência do interessado; c) Declaração de inacumulabilidade, da qual conste se foi requerida ou atribuída prestação idêntica ou análoga em relação ao mesmo titular e, em caso afirmativo, por que regime; d) Declaração de inexistência de rendimentos de trabalho. 2 - Nos casos em que a situação de dependência decorra de acto de terceiro os interessados devem, ainda, declarar: a) Quais os eventuais responsáveis; b) Se houve lugar a indemnização e, em caso afirmativo, o respectivo montante. Artigo 19º. Certificação da situação de dependência A certificação da situação de dependência para a atribuição da prestação regulada no presente diploma é realizada no âmbito do Sistema de Verificação de Incapacidade. Artigo 20º. Avaliação da situação de dependência A avaliação da situação de dependência e a respectiva graduação devem ser efectuadas atendendo à idade dos interessados e às suas capacidades físicas, orgânicas, anátomofuncionais, psíquicas e psicológicas, para a realização autónoma dos actos indispensáveis à satisfação das necessidades básicas da vida quotidiana, definidos nos termos dos artigos 3º. e 4º. Artigo 21º. Revisão da situação de dependência Os titulares do complemento por dependência podem ser sujeitos a exames de revisão, a seu pedido ou por decisão das instituições competentes, ressalvadas, neste caso, as situações de atribuição oficiosa. Artigo 22º. Declaração de exercício de actividade profissional Os titulares de complemento por dependência devem comunicar à instituição que lhe concede a prestação o início de actividade profissional. Artigo 23º. Declaração de titularidade de prestação idêntica ou análoga Os titulares de complemento por dependência devem comunicar se requereram ou lhes foi atribuída prestação idêntica ou análoga no âmbito dos mesmos ou de diferentes regimes. Artigo 24º. Declaração das situações determinantes da suspensão ou cessação Os titulares do complemento por dependência devem declarar qualquer situação determinante da suspensão ou da cessação da prestação no prazo de 30 dias após a ocorrência do respectivo evento, se outro prazo lhes não for fixado pela instituição competente. Artigo 25º. Contra-ordenações As falsas declarações ou omissões relativas às obrigações dos requerentes e titulares da prestação prevista no presente diploma de que resulte a concessão indevida da mesma são puníveis com coima de 20000$00 a 50000$00. SECÇÃO II Atribuição e pagamento da prestação Artigo 26º. Decisão expressa A atribuição do complemento por dependência é objecto de decisão expressa da instituição competente. Artigo 27º. Comunicação da atribuição da prestação As instituições competentes devem notificar os interessados da atribuição e do montante da prestação, bem como da data de início a que a mesma se reporta. Artigo 28º. Comunicação da não atribuição 1 - Se na apreciação do processo se verificar que não se encontram reunidas as condições para a atribuição da prestação, devem as instituições competentes informar o requerente: a) Da falta das mesmas condições; b) De que deve fazer prova da existência das referidas condições legais no prazo que lhe for estabelecido para o efeito; c) De que o pedido se considera indeferido no dia seguinte ao termo do prazo estabelecido, desde que durante o mesmo não tenha procedido à comprovação respectiva. 2 - Sempre que os elementos remetidos pelo requerente não permitam a verificação das Pág 383 de 461 Páginas

384 condições de atribuição da prestação, há lugar à emissão de decisão, devidamente fundamentada. Artigo 29º. Pagamento das prestações 1 - As prestações são pagas aos respectivos titulares, salvo o disposto no número seguinte. 2 - As prestações são pagas às pessoas ou entidades que prestem assistência aos titulares do complemento por dependência, desde que consideradas idóneas pela instituição competente para atribuição da prestação, nos seguintes casos: a) Quando os titulares da prestação sejam incapazes e se encontrem a aguardar a nomeação do respectivo representante legal; b) Quando os titulares da prestação se encontrem impossibilitados, de modo permanente e duradouro, de receber as mesmas ou se encontrem internados em estabelecimentos de apoio social ou equiparados. Artigo 30º. Prazo de prescrição 1 - Para efeito da prescrição do direito às prestações, considera-se que a contagem do respectivo prazo se inicia no dia seguinte àquele em que as mesmas foram postas a pagamento. 2 - São equiparadas a prestações postas a pagamento as que se encontrem legalmente suspensas por incumprimento de obrigações imputável ao seu titular. CAPÍTULO VI Disposições finais e transitórias Artigo 31º. Regulamentação 1 - A regulamentação das normas constantes do presente diploma constará de decreto regulamentar. 2 - As normas relativas aos procedimentos a seguir, no âmbito do presente diploma e dos seus regulamentos, serão aprovadas por portaria do Ministro do Trabalho e da Solidariedade. Artigo 32º. Conversão do subsídio por assistência de terceira pessoa 1 - Consideram-se convertidos em complemento por dependência, a partir da data do início da vigência do presente diploma, os subsídios por assistência de terceira pessoa atribuídos a pensionistas, ao abrigo da anterior legislação. 2 - A conversão a que se refere o número anterior é feita para o 1º. escalão do regime correspondente à situação em causa, sem prejuízo de o interessado poder requerer a sua inclusão em diferente escalão. 3 - Nos casos previstos no número anterior, em que seja apresentado requerimento para alteração do escalão, os requerentes estão dispensados de apresentar a informação referida na alínea b) do n.º 1 do artigo 18º. se a sua situação de dependência não tiver sofrido alteração, podendo nesses casos a certificação ser efectuada com base nos elementos constantes do anterior processo de verificação. Artigo 33º. Remissão As referências feitas na legislação em vigor às prestações convertidas nos termos do número anterior devem entender-se como feitas para as correspondentes disposições do presente diploma. Artigo 34º. Legislação revogada 1 - O presente diploma revoga os artigos 5º., n.º 2, 52º., 84º. e 88º. do Decreto-Lei n.º 329/93, de 25 de Setembro, bem como a secção IV do capítulo II, a secção II do capítulo III e a secção III do capítulo V do mesmo diploma, e respectiva legislação complementar. 2 - São também revogados os artigos 4º., n.º 3, e 52º. do Decreto-Lei n.º 322/90, de 18 de Outubro, bem como a subsecção III da secção II do capítulo II, a secção II do capítulo III e a secção II do capítulo IV do mesmo diploma, e respectiva legislação complementar. 3 - É revogado ainda o artigo 11º. do Decreto-Lei n.º 160/80, de 27 de Maio, com a redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 133/97, de 30 de Maio, apenas na parte referente a pensionistas. Artigo 35º. Produção de efeitos O regime estabelecido no presente diploma aplica-se: a) Às prestações requeridas após a sua entrada em vigor; b) Às relações jurídicas prestacionais constituídas com o mesmo objectivo ao abrigo de legislação anterior e que se mantenham na vigência da lei nova. Artigo 36º. Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor no dia 1 de Agosto de Pág 384 de 461 Páginas

385 Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 2 de Junho de António Manuel de Oliveira Guterres - Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues. Promulgado em 29 de Junho de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 1 de Julho de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. Pág 385 de 461 Páginas

386 Decreto-Lei n.º 466/99 de 6 de Novembro DR n.º 259/99 SÉRIE I-A Ministério das Finanças Aprova o regime jurídico das pensões de preço de sangue e por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País (revoga o Decreto-Lei n.º 404/82, de 24 de Setembro) PÁGINAS 7764 a 7769 O Decreto-Lei n.º 404/82, de 24 de Setembro, constitui o diploma básico do regime jurídico das pensões de preço de sangue e por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País. Posteriormente à sua publicação, porém, foramlhe introduzidas diversas alterações, em função das quais o regime destas pensões se encontra, actualmente, disperso por várias disposições legislativas, nem sempre coerentes entre si, com prejuízo da sua consulta e interpretação, havendo por isso todo o interesse em promover a centralização desta matéria num único diploma, aproveitando-se a oportunidade para proceder à actualização de algumas disposições. Por outro lado, a evolução sócio-económica verificada e a experiência colhida nos últimos anos aconselham a que se proceda a ajustamentos no tocante à acumulação destas pensões com outros rendimentos. De facto, a aplicação prática do regime de acumulação destas pensões com outras pensões ou com rendimentos de outra natureza tem conduzido a que seja nulo o valor de um elevado número das pensões por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País, frustrando-se, assim, as expectativas criadas aquando da sua atribuição. Estas situações têm dado origem a reiteradas e fundadas reclamações dos interessados, que urge atender para garantir a efectivação de direitos anteriormente estabelecidos e conferir maior clareza às relações dos cidadãos com o Estado em matéria de protecção social. Assim: Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198º. da Constituição, o Governo decreta, para valer como lei geral da República, o seguinte: CAPÍTULO I Âmbito Artigo 1º. Âmbito material O presente diploma abrange: a) Pensões de preço de sangue; b) Pensões por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País. CAPÍTULO II Do direito à pensão SECÇÃO I Dos factos originários Artigo 2º. Pensão de preço de sangue 1 - Origina o direito à pensão de preço de sangue o falecimento: a) De militar ao serviço da Nação, por acidente ocorrido em ocasião de serviço e em consequência do mesmo ou resultante de doença adquirida ou agravada igualmente em ocasião de serviço e em consequência do mesmo; b) De civil incorporado em serviço nas Forças Armadas e com elas colaborando por ordem da autoridade competente, quando se verifique qualquer das circunstâncias referidas na alínea anterior; c) De deficientes das Forças Armadas portadores de incapacidade igual ou superior a 60%; d) De magistrado, oficial de justiça, autoridade ou agente de autoridade, elementos dos serviços e forças de segurança, pessoal do quadro e extraordinário dos serviços prisionais e dos serviços de reinserção social, quando tenha resultado de ferimentos ou acidente ocorrido no desempenho das suas funções; e) De médico, veterinário, farmacêutico, pessoal de enfermagem e sanitário, quando resulte de ferimentos ou acidente ocorrido no desempenho dos seus deveres profissionais, em caso de alteração da ordem ou no combate de quaisquer epidemias de moléstia infecciosa ou contagiosa contraída em serviço público de assistência sanitária, nos serviços de laboratórios oficiais de bacteriologia, nos postos públicos de desinfecção e nas estações de saúde ou lazaretos; f) De médico, engenheiro ou qualquer técnico, quando resulte de ferimentos ou acidente ocorrido no desempenho dos seus deveres profissionais, em caso de trabalhos com radiações ionizantes, de lesões ou moléstias contraídas, em serviços Pág 386 de 461 Páginas

387 oficiais, devido a trabalhos com essas radiações ou desempenho de actividade profissional em contacto com matérias tóxicas; g) De funcionário ou agente integrado no Serviço Nacional de Protecção Civil, no Serviço Nacional de Bombeiros ou qualquer elemento pertencente a corpo de bombeiros, quando resultar de ferimentos ou acidentes ocorridos no desempenho da sua missão, bem como do pessoal da Direcção-Geral das Florestas ou seus trabalhadores eventuais, quando em resultado de acidentes na defesa da floresta contra incêndios; h) De funcionários ou agentes da administração central, regional ou local ou de outros serviços ou órgãos do Estado, quando resultar de ferimentos ou de acidentes ocorridos em missões enquadradas em acções de emergência ou de protecção civil. 2 - Para efeitos do presente diploma, considerase equivalente ao falecimento o desaparecimento em campanha e em situação de perigo dos indivíduos referidos nas alíneas a) e b) do número anterior. 3 - Origina ainda o direito à pensão de preço de sangue o falecimento ou a incapacidade absoluta e permanente para o trabalho de titulares de órgãos de soberania e de órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas, de governadores civis e de presidentes de câmaras municipais ou de vereadores em regime de permanência, ocorrido no exercício e por causa das suas funções. Artigo 3º. Missões no estrangeiro 1 - O Conselho de Ministros poderá, mediante resolução, quando razões humanitárias o justifiquem, conceder a pensão de preço de sangue pelo falecimento de cidadão português, nas condições referidas no artigo 2º., no desempenho de missão no estrangeiro ao serviço do Estado Português ou ao serviço de organização internacional em consequência de vinculação do Estado Português. 2 - Os beneficiários da pensão atribuída nos termos do número anterior serão os expressamente designados pela resolução do Conselho de Ministros no respeito pelo disposto no artigo 5º. Artigo 4º. Pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País 1 - A atribuição da pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País pressupõe que o beneficiário revele exemplar conduta moral e cívica e pode ter lugar quando se verifique: a) A prática, por cidadão português, militar ou civil, de feitos em teatro de guerra, de actos de abnegação e coragem cívica ou de altos e assinalados serviços à Humanidade ou à Pátria; b) A prática, por qualquer cidadão, de acto humanitário ou de dedicação à causa pública de que resulte a incapacidade absoluta e permanente para o trabalho ou o falecimento do seu autor; c) A situação de cidadão português feito prisioneiro ou capturado em combate no decurso da guerra nas ex-colónias. 2 - Para efeitos do disposto no número anterior, entende-se por exemplar conduta moral e cívica a observância, de modo constante e permanente, do respeito pelos direitos e liberdades individuais e colectivos, bem como pelo prestígio e dignidade do País. 3 - São relevantes, para efeitos do disposto na alínea c) do n.º 1, as situações que se tenham prolongado por um período igual ou superior a 30 dias ou que, independentemente da sua duração, tenham provocado no prisioneiro sequelas físicas ou psicológicas de que resulte desvalorização da sua capacidade para o trabalho. SECÇÃO II Dos titulares com direito à pensão Artigo 5º. Beneficiários da pensão de preço de sangue 1 - A pensão de preço de sangue é estabelecida em benefício de quem se encontre, relativamente ao falecido, sucessivamente e por ordem de preferência, em alguma das situações referidas nas alíneas seguintes: a) Cônjuges sobrevivos, divorciados, separados judicialmente de pessoas e bens, pessoas que estiverem nas condições do artigo 2020º. do Código Civil e descendentes; b) Pessoa que o tenha criado e sustentado; c) Ascendentes de qualquer grau; d) Irmãos. 2 - Nos casos referidos no n.º 3 do artigo 2º. de que resulte incapacidade absoluta e permanente para o trabalho do autor do facto que lhe dá origem, o direito à pensão é estabelecido em benefício deste, enquanto vivo, transmitindo-se, após a sua morte, às pessoas que a poderiam requerer pelo seu falecimento. Artigo 6º. Beneficiários da pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País 1 - A pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País é estabelecida em Pág 387 de 461 Páginas

388 benefício do próprio autor do facto que a origine, enquanto vivo, e, após a sua morte, das pessoas referidas no artigo anterior. 2 - Se a pensão tiver sido concedida em vida ao autor do facto determinante dela, transmite-se, após a sua morte, às pessoas que a poderiam requerer pelo seu falecimento. Artigo 7º. Requisitos gerais 1 - O direito a receber a pensão só é reconhecido às pessoas que, incluindo-se em alguma das alíneas do n.º 1 do artigo 5º., estivessem a cargo do falecido à data do óbito e reúnam os requisitos indicados no artigo 8º. 2 - O requisito de estar a cargo do falecido à data do óbito é dispensado quanto aos órfãos menores, à pessoa que criou o falecido e aos ascendentes. 3 - Às pessoas incluídas nas alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 5º. é reconhecido o direito de, a todo o tempo, requererem a pensão. Artigo 8º. Requisitos especiais 1 - O cônjuge sobrevivo, não separado judicialmente de pessoas e bens, só tem direito à pensão desde que estivesse a viver em comunhão de mesa e habitação com o falecido à data do óbito. 2 - Os divorciados ou separados judicialmente de pessoas e bens só têm direito à pensão desde que: a) Tivessem direito a receber do falecido, à data do óbito, pensão de alimentos fixada ou homologada judicialmente; b) Não sejam casados nem se encontrem nas condições previstas no artigo 2020º. do Código Civil. 3 - Aquele que estiver nas condições previstas no artigo 2020º. do Código Civil só poderá requerer a pensão depois de sentença judicial que lhe fixe o direito a alimentos, ainda que provisório, e a pensão será devida a partir do dia 1 do mês seguinte àquele em que a requeira, enquanto se mantiver o referido direito. 4 - Os descendentes só têm direito à pensão enquanto satisfizerem as seguintes condições: a) Terem menos de 18 anos ou menos de 21 e estarem matriculados e a frequentar curso de nível secundário ou equiparado ou menos de 25 e estarem matriculados e a frequentar curso superior ou equiparado; b) Independentemente da idade, sofrerem de incapacidade absoluta e permanente para o trabalho. 5 - A pessoa que criou o falecido e os ascendentes deste só têm direito à pensão quando tiverem mais de 65 anos ou, sendo de idade inferior, se sofrerem de incapacidade absoluta e permanente para o trabalho. 6 - Os irmãos têm direito à pensão desde que satisfaçam os requisitos indicados no n.º 4 e sejam órfãos de pai e mãe à data do falecimento do autor da pensão. SECÇÃO III Do quantitativo da pensão Artigo 9º. Cálculo do valor da pensão 1 - O quantitativo da pensão é igual a 70% da remuneração mensal do autor dos actos que a originam quando o beneficiário for o próprio autor ou se trate dos titulares a que se refere o grupo primeiro do n.º 1 do artigo 5º. 2 - A referida percentagem será reduzida a 50% relativamente aos restantes titulares. 3 - Para efeitos do disposto nos números anteriores, a remuneração a considerar é a auferida à data dos factos ou actos que originam o direito à pensão e determina-se de acordo com o regime estabelecido nos artigos 47º. e 48º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro (Estatuto da Aposentação), não podendo, porém, o seu montante ser de valor inferior ao escalão 1 do vencimento base de um soldado da Guarda Nacional Republicana em vigor à data em que a pensão seja devida. 4 - Relativamente aos civis incorporados nas Forças Armadas, a percentagem será calculada com base nos vencimentos dos postos ou graduações a que estiverem equiparados. 5 - Nos casos em que o autor não tenha qualquer vínculo funcional ao Estado, incluindo as autarquias locais, ter-se-á em conta, para os efeitos dos números anteriores, o dobro do salário mínimo nacional. 6 - Se o beneficiário do direito à pensão receber de terceiro indemnização destinada a reparar danos patrimoniais resultantes da incapacidade ou do falecimento, o abono da pensão será suspenso até que nela se esgote aquela indemnização, sem prejuízo de a entidade que abonar a pensão poder exigir judicialmente do terceiro responsável o capital necessário, determinado por cálculo actuarial, para suportar os encargos com aquela pensão. Artigo 10º. Concorrência de beneficiários Concorrendo vários beneficiários, a pensão será dividida em partes iguais entre todos os interessados, salvo nos casos seguintes: Pág 388 de 461 Páginas

389 a) Concurso de cônjuge sobrevivo e filhos: metade da pensão pertence ao cônjuge e a outra metade aos filhos, em partes iguais; b) Concurso de cônjuge sobrevivo, separado judicialmente de pessoas e bens, divorciado ou aquele que estiver nas condições previstas no artigo 2020º. do Código Civil e filhos: metade da pensão pertence, em partes iguais, ao cônjuge sobrevivo, ao separado judicialmente, ao divorciado e àquele que estiver nas condições previstas no artigo 2020º. do Código Civil e a outra metade aos filhos, também em partes iguais; c) Se o concurso incluir outros descendentes além dos filhos, todos os descendentes da mesma estirpe intervirão como se constituíssem uma unidade somente, dividindo entre eles, em partes iguais, a quota-parte da pensão que vier a ser apurada por aquela forma. Artigo 11º. Acumulações 1 - O quantitativo da pensão a conceder aos beneficiários não sofrerá qualquer redução quando dos actos que lhe dão origem tenha resultado o falecimento ou a incapacidade absoluta e permanente do seu autor para o trabalho. 2 - Nos demais casos, sempre que os rendimentos ou proventos de qualquer natureza do agregado familiar do ou dos beneficiários da pensão sejam superiores ao limite estabelecido no n.º 5 do artigo 9º., a parte que exceder esse limite será deduzida à quota-parte da pensão que lhes couber, não podendo, porém, o valor desta ser inferior à correspondente quota-parte do salário mínimo nacional. 3 - Sem prejuízo dos limites estabelecidos no número anterior, a pensão de preço de sangue e a pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País são cumuláveis com quaisquer outras pensões, salvo o disposto no número seguinte, não podendo, porém, ser cumuladas entre si. 4 - A pensão de preço de sangue não é cumulável com a pensão a que se refere o artigo 8º. do Decreto-Lei n.º 240/98, de 7 de Agosto. Artigo 12º. Pagamento da pensão 1 - A pensão de preço de sangue é devida a partir do início do mês seguinte ao da morte do autor, desde que requerida no prazo de dois anos após o falecimento e desde o 1º. dia do mês imediato ao da entrega da petição, quando esta for apresentada para além daquele prazo. 2 - Os prazos estabelecidos no número anterior quanto à entrega das petições não se aplicam aos menores, aos interditos e aos maiores incapazes, enquanto durar a incapacidade ou não tiverem quem os represente. 3 - Quando atribuída ao próprio autor dos factos que a originaram, a data relevante, para efeitos do disposto no n.º 1, é a da verificação da incapacidade. Artigo 13º. Reversão Sempre que as pensões concedidas nos termos deste diploma sejam usufruídas por mais de um beneficiário e algum deles perca o direito à sua quota-parte, deverá proceder-se ao ajustamento do quantitativo global da pensão e à sua redistribuição pelos restantes pensionistas, a qual igualmente terá lugar sempre que se verifique o aumento do número de beneficiários. SECÇÃO IV Cessação do direito à pensão Artigo 14º. Factos determinantes da cessação do direito à pensão O direito a receber a pensão cessa: a) Por renúncia do beneficiário; b) Pela perda de qualquer dos requisitos condicionantes da atribuição daquele direito; c) Pelo casamento ou vivência em situação análoga, relativamente aos cônjuges, divorciados, separados judicialmente de pessoas e bens e aos que se encontrem nas condições previstas no artigo 2020º. do Código Civil; d) Pela morte do beneficiário. Artigo 15º. Abono da pensão no mês da cessação do direito A pensão correspondente ao mês em curso na data em que se verificou o facto determinante da sua perda será abonada na totalidade ao beneficiário do direito extinto ou aos seus herdeiros. CAPÍTULO III Do processo para a concessão da pensão SECÇÃO I Da petição Artigo 16º. Requerimento A concessão da pensão depende de requerimento do interessado ou de quem legalmente o represente, dirigido ao presidente do conselho de administração da Caixa Geral de Aposentações, no qual se indiquem a residência, Pág 389 de 461 Páginas

390 nome, número, posto, cargo e unidade ou corporação a que pertencia o falecido. Artigo 17º. Requerimento conjunto Os requerimentos são individuais, um por cada interessado, salvo nos casos seguintes: a) O cônjuge sobrevivo, cônjuge separado judicialmente de pessoas e bens ou divorciado e aquele que estiver nas condições previstas no artigo 2020º. do Código Civil pedirá, no mesmo requerimento, a pensão para si e para os descendentes menores de 18 anos que se encontrem a seu cargo; b) O tutor englobará no mesmo requerimento o pedido referente a todos os seus tutelados; c) Os ascendentes podem formular os seus pedidos no mesmo requerimento. Artigo 18º. Documentos a apresentar 1 - Os interessados instruirão os seus requerimentos com as certidões, atestados e demais documentos que provem os factos demonstrativos do direito à pensão, entregandoos à autoridade administrativa ou militar da localidade onde residirem, a qual deles passará recibo, enviando-os imediatamente para o ministério competente. 2 - Os processos e documentos necessários para os instruir são gratuitos e isentos do imposto do selo. 3 - As autoridades militares e administrativas fornecerão aos interessados os documentos necessários para a instrução dos processos no prazo de 20 dias úteis. Artigo 19º. Verificação da incapacidade 1 - A incapacidade absoluta e permanente para o trabalho e a simples desvalorização da capacidade para o trabalho serão verificadas pela junta médica da Caixa Geral de Aposentações. 2 - Para os fins previstos no número anterior, é aplicável, com as necessárias adaptações, o regime estabelecido nos artigos 90º., 91º. e 95º. do Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de Dezembro. 3 - Correm por conta do Estado todos os encargos relativos à obtenção de meios auxiliares de diagnóstico ou de parecer de médico especialista que a junta médica considere necessários. Artigo 20º. Elementos a apresentar em caso de falecimento No caso de a pessoa cuja morte motivou a pensão ter falecido na qualidade de licenciado, na reserva ou com baixa de serviço por incapacidade física, devem os requerentes da pensão apresentar certidão de teor de óbito daquele e atestado passado pelo médico ou médicos que trataram o falecido, do qual conste a doença de que foi tratado e aquela que o vitimou. SECÇÃO II Trâmites processuais Artigo 21º. Instrução dos processos 1 - Recebida a petição e demais documentos no estado-maior respectivo, será aí organizado o processo e remetido seguidamente, com indicação das remunerações do falecido, devidamente discriminadas, e das disposições legais permissivas do seu abono, à Caixa Geral de Aposentações. 2 - Sempre que se trate de pensão requerida por falecimento ou por desaparecimento de indivíduos abrangidos pelas alíneas a) e b) do n.º 1 e pelo n.º 2 do artigo 2º., os respectivos processos deverão incluir obrigatoriamente um auto de averiguações sobre a ocorrência, cuja instrução se regulará pelas normas militares. 3 - O auto referido no número anterior será submetido a despacho do Ministro da Defesa Nacional para, em primeira instância, decidir se o acidente, doença ou desaparecimento ocorreu em alguma das condições previstas nas alíneas a) ou b) do n.º 1 ou no n.º 2 do artigo 2º., ouvidos, quando a morte seja atribuída a doença adquirida ou agravada em ocasião de serviço e em consequência do mesmo, os serviços de saúde para determinação da sua causa. 4 - Nos casos de dúvida, poderá o Ministro da Defesa Nacional mandar completar a matéria dos autos ou determinar quaisquer outras diligências julgadas necessárias ao apuramento da causa da morte ou das circunstâncias em que ocorreu o desaparecimento. 5 - Quando a vítima não pertencer às Forças Armadas ou o acidente não ocorrer ao serviço destas ou em colaboração com estas, as referências feitas nos números anteriores a estado-maior, Ministro da Defesa Nacional e serviços de saúde consideram-se feitas em relação ao ministério e ministro competentes, em função do seu vínculo funcional, e delegado de saúde, respectivamente. 6 - Nos casos referidos no número anterior em que a vítima não possua vínculo funcional ao Pág 390 de 461 Páginas

391 Estado, as referências aí feitas ao ministério e ministro competentes consideram-se feitas em relação ao Ministério e ao Ministro das Finanças. Artigo 22º. Resolução final 1 - Recebido o processo e concluída a sua instrução, a Caixa Geral de Aposentações, se julgar verificadas as condições necessárias, proferirá resolução final sobre o direito à pensão e sobre o montante desta. 2 - A resolução final referida no número anterior só será proferida depois de ouvida a junta médica da Caixa Geral de Aposentações sobre a causa determinante da morte ou da incapacidade e sobre a sua conexão com o facto que origina o direito à pensão. 3 - Em caso de divergência entre os serviços de saúde militares, ou o delegado de saúde, e a junta médica da Caixa Geral de Aposentações sobre a causa determinante da morte ou da incapacidade e sobre a sua conexão com o facto que origina o direito à pensão, haverá lugar a uma nova junta médica de revisão, nos termos dos n.ºs 4 e 5 do artigo 119º. do Estatuto da Aposentação, ou a uma junta médica de revisão, nos termos do artigo 95º. do mesmo diploma, consoante se trate de militar ou civil. Artigo 23º. Recurso Das resoluções finais da Caixa Geral de Aposentações caberá recurso contencioso nos termos gerais de direito. SECÇÃO III Especialidades do processo por serviços excepcionais e relevantes Artigo 24º. Iniciativa para a concessão da pensão O processo para a concessão da pensão por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País é organizado, com base em requerimento do interessado ou em ordem do Governo, no ministério de que dependa ou dependia a pessoa a que respeitarem os feitos ou actos justificativos daquela. Artigo 25º. Competência para a concessão da pensão A concessão da pensão prevista no número anterior é efectuada por despacho conjunto do Primeiro-Ministro e do Ministro das Finanças, precedido de parecer favorável da Procuradoria- Geral da República. Artigo 26º. Pagamento da pensão 1 - Nos casos em que os factos que lhe dão origem sejam anteriores à entrada em vigor do presente diploma, a pensão por serviços excepcionais e relevantes é devida desde a data do despacho conjunto previsto no artigo anterior. 2 - Nos demais casos, a pensão é devida a partir do início do mês seguinte ao do requerimento ou da ordem do Governo a que se refere o artigo 24º. SECÇÃO IV Da execução da decisão Artigo 27º. Dispensa de formalidades Concedida a pensão, a Caixa Geral de Aposentações procederá ao seu abono sem precedência de quaisquer formalidades. Artigo 28º. Cartão de pensionista Ao pensionista será entregue um cartão, emitido pela Caixa Geral de Aposentações, que o identifica como titular da pensão. Artigo 29º. Pagamento da pensão no estrangeiro O pagamento das pensões devidas aos pensionistas que residem no estrangeiro será efectuado nos mesmos termos em que o forem as demais pensões pagas pela Caixa Geral de Aposentações. Artigo 30º. Prova de rendimentos 1 - Os beneficiários das pensões a que se refere o n.º 2 do artigo 12º. entregarão na Caixa Geral de Aposentações, até ao dia 31 de Maio de cada ano, a declaração do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares relativa ao ano transacto ou documento que a substitua, emitido pela repartição de finanças competente, comprovativo de todos os rendimentos ou proventos de qualquer natureza. 2 - O não cumprimento do que se prescreve no número anterior determina a imediata suspensão do pagamento da pensão, que só voltará a ser devida a partir do dia 1 do mês seguinte ao da entrega dos documentos nele referidos. 3 - O recebimento de pensões em violação do disposto nos n.ºs 2 e 3 do artigo 12º. implica a obrigatoriedade de reposição das quantias indevidamente recebidas, as quais poderão ser deduzidas no quantitativo das pensões a abonar pela Caixa Geral de Aposentações. Pág 391 de 461 Páginas

392 CAPÍTULO IV Disposições finais e transitórias Artigo 31º. Habilitação ao pagamento de pensões vencidas em caso de falecimento do pensionista Os herdeiros do pensionista, no caso de falecimento deste, poderão requerer o pagamento das pensões em dívida mediante processo de habilitação. Artigo 32º. Regime de acumulação das pensões cujo direito foi anteriormente reconhecido O disposto no artigo 11º. é aplicável, com efeitos a partir da data de entrada em vigor do presente diploma, às pensões cujo direito foi anteriormente reconhecido. Artigo 33º. Não redução das pensões anteriormente fixadas Os quantitativos das pensões que estiverem a ser abonadas não sofrerão qualquer redução por força da entrada em vigor do presente diploma, mantendo-se inalterados até que da sua aplicação resultem quantitativos superiores. Artigo 34º. Revogação É revogado o Decreto-Lei n.º 404/82, de 24 de Setembro. Artigo 35º. Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor no dia 1 do 2º. mês seguinte ao da sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 26 de Agosto de António Manuel de Oliveira Guterres - António Luciano Pacheco de Sousa Franco. Promulgado em 15 de Outubro de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 21 de Outubro de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. Pág 392 de 461 Páginas

393 Decreto-Lei n.º 176/2003 de 2 de Agosto Institui o abono de família para crianças e jovens e define a protecção na eventualidade de encargos familiares no âmbito do subsistema de protecção familiar MINISTÉRIO DA SEGURANÇA SOCIAL E DO TRABALHO A reforma da segurança social tem vindo a ser concretizada progressivamente pelo XV Governo Constitucional, o qual tem demonstrado um espírito reformista e mobilizador para as causas sociais, buscando respostas de base humanista e de matriz personalista, contribuindo assim para uma sociedade mais justa e mais solidária. O reforço da justiça social e da igualdade de oportunidades, de modo seguro e sustentado, por forma que o primado social se realize efectivamente, constitui uma das prioridades fundamentais enunciadas no Programa deste Governo, cuja materialização se iniciou com a aprovação da nova Lei de Bases da Segurança Social Lei n.o 32/2002, de 20 de Dezembro. Na sociedade actual a família constitui um espaço privilegiado de realização da pessoa e de reforço da solidariedade entre gerações, sendo dever do Estado cooperar, apoiar e estimular o desenvolvimento das funções específicas da família, sem que tal signifique uma substituição na assunção das responsabilidades que lhe são e devem ser próprias. Por isso a Lei n.o 32/2002, de 20 de Dezembro, consignou, no âmbito do sistema público de segurança social, a autonomização do subsistema de protecção familiar, cujo objectivo é assegurar a compensação de encargos familiares acrescidos, quando ocorram as eventualidades que integram o respectivo âmbito material. Esta autonomização reflecte uma alteração profunda na conceptualização do modelo de protecção em causa, ao qual foi conferida uma identidade própria, caracterizada essencialmente pela diferenciação e selectividade na atribuição das inerentes prestações sociais à generalidade das pessoas residentes em território nacional, que satisfaçam as condições previstas na lei com o propósito de tratar de forma desigual o que tem de ser tratado desigualmente para assim reforçar a coesão social e promover a solidariedade. Deste modo, as prestações familiares deixam de integrar o elenco material da protecção conferida aos trabalhadores nos regimes de protecção social de natureza laborista, bem como o elenco material dos regimes de natureza não contributiva destinados a proteger cidadãos em situação de carência económica não cobertos pelos regimes laboristas, como se verificava actualmente. Nesta conformidade e porque a família constitui um elemento fundamental da sociedade, importa fomentar, na definição das políticas sociais, a introdução de medidas que garantam uma progressiva melhoria das condições de vida dos seus membros, designadamente através da concessão de prestações sociais mais justas e eficazes. A consagração de prestações familiares mais selectivas, privilegiando as famílias de menores rendimentos e com maior número de filhos, é, pois, um desiderato a alcançar, enquanto garante do reforço do princípio da diferencialidade social que deve pautar a concretização do direito à segurança social. A definição deste novo quadro de protecção no contexto do subsistema de protecção familiar impõe a alteração do regime jurídico em vigor essencialmente consubstanciado nos Decretos- Leis n.os 133-B/97, de 30 de Maio, e 160/80, de 27 de Maio, nas suas versões actuais, bem como na respectiva legislação complementar o que se inicia desde já com o presente diploma, que visa definir o regime jurídico da protecção na eventualidade de encargos familiares sem que isso signifique, doravante, menor empenhamento do Governo na próssecução das reformas socialmente necessárias, na realização do progresso social e na construção de uma sociedade mais justa. Pág 393 de 461 Páginas

394 O abono de família para crianças e jovens e o subsídio de funeral integram o elenco das prestações reguladas neste diploma, as quais já existiam, mas cuja concepção é agora subordinada a novos parâmetros que potenciam uma maior justiça social na respectiva atribuição. Assim, o abono de família para crianças e jovens constitui um direito próprio das crianças e jovens residentes em território nacional, que satisfaçam as condições de atribuição previstas na lei, cujo reconhecimento deixou de estar subordinado a condicionalismos que lhes eram alheios, designadamente os relativos à carreira contributiva dos beneficiários enquanto seus ascendentes. Por seu turno, o montante desta prestação passa agora a ser modulado de acordo com os escalões de rendimentos fixados na lei, sendo que o posicionamento nos mencionados escalões é aferido em função de um rendimento de referência, variável não só em conformidade com o valor per capita dos rendimentos do agregado familiar, mas também com o número de crianças e jovens com direito à prestação no seio do mesmo agregado familiar. Por forma a reforçar a protecção social neste domínio às famílias mais carenciadas, foi instituída a atribuição de um montante adicional, com vista à compensação de encargos escolares, a conceder no mês de Setembro de cada ano, às crianças e jovens entre os 6 e os 16 anos que se encontrem matriculados e a frequentar a escola, cujos subsídios correspondam ao 1.o escalão de rendimentos. O direito ao montante adicional é, ainda, excepcionalmente reconhecido às crianças e jovens, nas condições mencionadas, por referência ao mês de Outubro do ano de início de vigência deste diploma. No que respeita ao subsídio de funeral, cuja titularidade do direito é reconhecida ao requerente da prestação residente em território nacional que satisfaça os requisitos de atribuição previstos na lei, é de realçar que se alargou o respectivo âmbito de aplicação, sendo agora possível compensar os encargos decorrentes do funeral de beneficiários abrangidos pelo regime não contributivo da segurança social, actualmente designado por regime de solidariedade, o que até agora não acontecia, por se tratar de prestação não compreendida no esquema material daquele regime. Desta forma põe-se termo a uma situação de injustiça relativa, dificilmente sustentável do ponto de vista social. Para além destes aspectos estruturantes, que se evidenciam a propósito da definição do direito às prestações, o regime agora definido reflecte a preocupação do Governo em criar condições para racionalizar, modernizar e agilizar o processo gestionário, através da promoção de articulações entre serviços da Administração Pública e entre estes e outras entidades. Por último, importa ainda salientar o avanço desencadeado pelo presente diploma no sentido da unificação da gestão das prestações nas eventualidades abrangidas pelo subsistema de protecção familiar, uma vez que o modelo de protecção ora concebido possibilita e deve conduzir a uma gestão das prestações mais harmoniosa, mais eficiente e mais rigorosa. Todavia, considerando a natureza operacional das inovações referidas, não é aconselhável que esse avanço seja concretizado de forma abrupta que possa perturbar o bom funcionamento do aparelho gestionário do sistema público de segurança social ou pôr em causa as legítimas expectativas dos interessados. Por isso, é imperioso que tal processo seja realizado de forma gradual e progressiva, razão por que se comete a uma comissão de acompanhamento de âmbito nacional a competência para, entre outras atribuições, definir um plano de transição tendente à plena consecução do objectivo enunciado. Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas. Assim: No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.o 32/2002, de 20 de Dezembro, e nos termos da alínea c) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição, o Governo decreta, para valer como lei geral da República, o seguinte: Pág 394 de 461 Páginas

395 CAPÍTULO I Disposições gerais SECÇÃO I Objecto, natureza e âmbito das prestações Artigo 1.o Objecto e natureza 1 O presente diploma define e regulamenta a protecção na eventualidade de encargos familiares no âmbito do subsistema de protecção familiar. 2 A protecção na eventualidade visa compensar os encargos decorrentes de situações geradoras de despesas para as famílias, especialmente previstas neste diploma. 3 A protecção referida nos números anteriores realiza- se mediante a concessão de prestações pecuniárias. Artigo 2.o Âmbito pessoal Estão abrangidos pela protecção prevista neste diploma os cidadãos nacionais e os estrangeiros, refugiados e apátridas que satisfaçam as condições gerais e específicas de atribuição das prestações. Artigo 3.o Âmbito material 1 A protecção nos encargos familiares concretiza- se através de atribuição das seguintes prestações: a) Abono de família para crianças e jovens; b) Subsídio de funeral. 2 O abono de família para crianças e jovens é uma prestação mensal, de concessão continuada, que visa compensar os encargos familiares respeitantes ao sustento e educação das crianças e jovens. 3 O subsídio de funeral é uma prestação de concessão única que visa compensar o respectivo requerente das despesas efectuadas com o funeral de qualquer membro do seu agregado familiar ou de qualquer outra pessoa, incluindo os nascituros, residente em território nacional. SECÇÃO II Titularidade do direito às prestações Artigo 4.o Titularidade do direito 1 A titularidade do direito ao abono de família para crianças e jovens é reconhecida às crianças e jovens que integram o âmbito pessoal deste diploma, que satisfaçam as condições de atribuição respectivas. 2 A titularidade do direito ao subsídio de funeral é reconhecida ao requerente da prestação, abrangido pelo âmbito pessoal deste diploma, que satisfaça as condições de atribuição respectivas. Artigo 5.o Identificação e enquadramento 1 Os titulares do direito às prestações são objecto de identificação como pessoas singulares no sistema de segurança social e enquadramento no subsistema de protecção familiar na qualidade de beneficiários. 2 São igualmente identificados os elementos que compõem o agregado familiar do titular do direito às prestações e os respectivos requerentes, bem como a pessoa a quem a prestação é paga. 3 Aidentificação e enquadramento, nos termos dos números anteriores, relativamente a titulares de prestações geridas pelas instituições e serviços gestores das prestações no âmbito do regime de protecção social da função pública ou pelas caixas de actividade ou de empresa ainda subsistentes, nos termos previstos neste diploma, obedece a procedimentos específicos, a Pág 395 de 461 Páginas

396 estabelecer entre entidades repesentativas daqueles e das competentes instituições da segurança social, os quais devem ser aprovados por portaria. SECÇÃO III Conceitos Artigo 6.o Disposição geral Para efeitos do disposto no presente diploma, são definidos os conceitos constantes da presente secção. Artigo 7.o Residente 1 Sem prejuízo do estabelecido em instrumento internacional a que Portugal se encontre vinculado ou de legislação especial aplicável, é considerado como residente: a) O cidadão nacional que possua domicílio habitual em território nacional; b) O cidadão estrangeiro, refugiado ou apátrida habilitado com título válido de autorização de residência em território nacional, sem prejuízo do disposto nos números seguintes. 2 Consideram-se cidadãos nacionais residentes em território nacional os trabalhadores da Administração Pública Portuguesa, quer tenham vínculo de direito público ou privado, e os membros do respectivo agregado familiar, desde que aqueles prestem serviço no estrangeiro e sejam remunerados, total ou parcialmente, pelo Estado Português. 3 Consideram-se equiparados a residentes os cidadãos estrangeiros, refugiados ou apátridas portadores de visto de trabalho ou de título de protecção temporária válidos. Artigo 8.o Agregado familiar 1 Para além do titular do direito às prestações, integram o respectivo agregado familiar as seguintes pessoas que com ele vivam em economia familiar, sem prejuízo do disposto nos números seguintes: a) Cônjuge ou pessoa em união de facto há mais de dois anos; b) Parentes e afins, em linha recta e em linha colateral, até ao segundo grau, decorrentes de relações de direito ou de facto; c) Adoptantes e adoptados; d) Tutores e tutelados; e) Crianças e jovens confiados por decisão judicial ou administrativa de entidades ou serviços legalmente competentes para o efeito a qualquer dos elementos do agregado familiar. 2 Consideram-se em economia familiar as pessoas que vivam em comunhão de mesa e habitação e tenham estabelecido entre si uma vivência comum de entreajuda e partilha de recursos, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 3 A condição de vivência em comunhão de mesa e habitação pode ser dispensada por razões devidamente justificadas. 4 Os adoptantes restritamente e os tutores do titular do direito às prestações bem como as pessoas a quem estes sejam confiados por decisão judicial ou administrativa são equiparados a ascendentes do 1.o grau, para efeitos do disposto no n.o 1. 5 As crianças e jovens titulares do direito às prestações que estejam em situação de internamento em estabelecimentos de apoio social, públicos ou privados sem fins lucrativos, cujo funcionamento seja financiado pelo Estado ou por outras pessoas colectivas de direito público ou de direito privado e utilidade pública, bem como aos internados em centros de acolhimento, centros tutelares educativos ou de detenção são considerados pessoas isoladas. 6 A situação pessoal e familiar dos membros do agregado familiar relevante para efeitos do disposto no presente diploma é aquela que se verificar à data em que se efectua a declaração da respectiva composição. 7 As pessoas referidas no número anterior não podem, simultaneamente, fazer parte de agregados familiares distintos, por referência ao mesmo titular do direito a prestações. Pág 396 de 461 Páginas

397 8 As relações de parentesco resultantes de situação de união de facto apenas são consideradas se o forem, igualmente, para efeitos do imposto sobre rendimentos das pessoas singulares (IRS), no âmbito da legislação fiscal. 9 Não são considerados como elementos do agregado familiar as pessoas que se encontrem em qualquer das seguintes situações: a) Quando exista vínculo contratual entre as pessoas, designadamente sublocação e hospedagem que implique residência ou habitação comum; b) Quando exista a obrigação de convivência por prestação de actividade laboral para com alguma das pessoas do agregado familiar; c) Sempre que a economia familiar esteja relacionada com a prossecução de finalidades transitórias; d) Quando exerça coacção física ou psicológica ou outra conduta atentatória da autodeterminação individual relativamente a alguma das pessoas inseridas no agregado familiar. Artigo 9.o Rendimentos de referência 1 Os rendimentos de referência a considerar na determinação do escalão de que depende a modulação do abono de família para crianças e jovens resultam da soma do total de rendimentos de cada elemento do agregado familiar a dividir pelo número de titulares de direito ao abono, inseridos no agregado familiar, acrescido de um. 2 Na determinação do total de rendimentos dos elementos do agregado familiar nos termos do número anterior são tidos em consideração os seguintes rendimentos anuais ilíquidos: a) Rendimentos do trabalho dependente; b) Rendimentos empresariais e profissionais; c) Rendimentos de capitais; d) Rendimentos prediais; e) Incrementos patrimoniais; f) Pensões; g) Quaisquer outras prestações compensatórias da perda ou inexistência de rendimentos garantidas pelos subsistemas previdencial ou de solidariedade. 3 Os rendimentos compreendidos no âmbito das categorias enunciadas nas alíneas a) a f) do número anterior são os estabelecidos para as correspondentes categorias na legislação que regula o imposto sobre os rendimentos das pessoas singulares (IRS). 4 Não são considerados os rendimentos relativos às prestações garantidas no âmbito do subsistema de protecção familiar. CAPÍTULO II Condições de atribuição das prestações Artigo 10.o Condição geral 1 É condição de atribuição das prestações previstas neste diploma que o titular do direito seja residente em território nacional ou se encontre em situação equiparada, nos termos do artigo 7.o 2 Salvo o disposto em instrumento internacional a que Portugal se encontre vinculado ou em legislação especial, as prestações concedidas ao abrigo do presente diploma não são transferíveis para fora do território nacional. Artigo 11.o Condições específicas de atribuição do abono de família para crianças e jovens 1 O direito ao abono de família para crianças e jovens é reconhecido às crianças e jovens inseridos em agregados familiares cuja remuneração de referência seja inferior ao valor limite fixado na determinação do escalão de rendimentos mais elevado e às crianças e jovens considerados pessoas isoladas, nos termos do n.o 5 do artigo 8.o, desde que satisfaçam as seguintes condições: a) O nascimento com vida; Pág 397 de 461 Páginas

398 b) O não exercício de actividade laboral; c) A observância dos condicionalismos etários previstos no número seguinte. 2 O abono de família para crianças e jovens é concedido: a) Até à idade de 16 anos; b) Dos 16 aos 18 anos, se estiverem matriculados no ensino básico, em curso equivalente ou de nível subsequente, ou se frequentarem estágio curricular indispensável à obtenção do respectivo diploma; c) Dos 18 aos 21 anos, se estiverem matriculados no ensino secundário, curso equivalente ou de nível subsequente, ou se frequentarem estágio curricular indispensável à obtenção do respectivo diploma; d) Dos 21 aos 24 anos, se estiverem matriculados no ensino superior ou curso equivalente ou se frequentarem estágio curricular indispensável à obtenção do respectivo diploma; e) Até aos 24 anos, tratando-se de crianças ou jovens portadores de deficiência, em função da qual sejam devidas prestações por encargos com deficiência no âmbito do subsistema de protecção familiar. 3 Os limites etários previstos nas alíneas b) a d) do número anterior são igualmente aplicáveis às situações de frequência de cursos de formação profissional, sendo o nível do curso determinado nos termos do artigo seguinte. 4 Os limites etários fixados nas alíneas b) a d) do n.o 2 são alargados até três anos sempre que, mediante declaração médica, se verifique que os titulares sofrem de doença ou foram vítimas de acidente que impossibilite o normal aproveitamento escolar. 5 As crianças e jovens referidos na alínea e) do n.o 2, que se encontrem a estudar no nível de ensino previsto na alínea d) do mesmo número, beneficiam do alargamento nos termos do número anterior, a partir dos 24 anos. Artigo 12.o Equiparação de cursos 1 Para efeitos de concessão do abono de família para crianças e jovens, presumem-se equiparados aos cursos oficiais os cursos ministrados em estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, desde que estes possuam autorização legal de funcionamento. 2 O nível do curso, para efeitos do número anterior, é determinado pelo grau de habilitações exigido no respectivo ingresso. 3 As acções de formação profissional, ministradas por entidades oficiais ou outras entidades credenciadas para o efeito por organismos oficiais, designadamente pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, são equiparadas aos cursos oficiais, sendo-lhes aplicável o disposto no número anterior. 4 Sempre que esteja em causa a frequência de cursos ou acções de formação profissional, prevista no número anterior, que não exijam para o ingresso qualquer grau de habilitação, ter-se-á em conta, para definição do subsequente nível académico, aquele que o destinatário das prestações possuir. Artigo 13.o Condições específicas de atribuição do subsídio de funeral 1 É condição de atribuição do subsídio de funeral que o requerente prove ter efectuado as respectivas despesas. 2 É, ainda, condição de atribuição do subsídio de funeral que o cidadão falecido tenha sido residente não enquadrado por regime obrigatório de protecção social, em função do qual confira direito a subsídio por morte, salvo se este for inferior a 50% do valor mínimo estabelecido no âmbito do regime geral de segurança social do subsistema previdencial. 3 Se a morte tiver resultado de acto de terceiro pelo qual seja devida indemnização por despesas de funeral, a instituição ou serviço que tenha atribuído a prestação tem direito a ser reembolsado do respectivo valor. Pág 398 de 461 Páginas

399 CAPÍTULO III Determinação dos montantes das prestações Artigo 14.o Determinação dos montantes do abono de família para crianças e jovens 1 O montante do abono de família para crianças e jovens é variável em função do nível de rendimentos de referência do agregado familiar em que se insere o titular do direito à prestação e da respectiva idade. 2 Para efeito da determinação do montante do abono de família para crianças e jovens são estabelecidos os seguintes escalões de rendimentos, indexados ao valor da remuneração mínima mensal garantida à generalidade dos trabalhadores, em vigor à data a que se reportam os rendimentos apurados: 1.o escalão rendimentos iguais ou inferiores a 0,5; 2.o escalão rendimentos superiores a 0,5 e iguais ou inferiores a 1; 3.o escalão rendimentos superiores a 1 e iguais ou inferiores a 1,5; 4.o escalão rendimentos superiores a 1,5 e iguais ou inferiores a 2,5; 5.o escalão rendimentos superiores a 2,5 e iguais ou inferiores a 5; 6.o escalão rendimentos superiores a 5. 3 O valor anual da remuneração mínima referida no número anterior integra os montantes dos subsídios de férias e de Natal. 4 Nos primeiros 12 meses de vida, o montante do abono de família para crianças e jovens é majorado nos termos a fixar em portaria. 5 Sempre que haja modificação da composição do agregado familiar que determine alteração dos rendimentos de referência, designadamente a alteração do número de titulares do direito à prestação inseridos no agregado familiar, o escalão de rendimentos de que depende a modulação dos montantes do abono de família para crianças e jovens deve ser reavaliado. 6 Os efeitos decorrentes da reavaliação, prevista no número anterior, produzem-se a partir do mês seguinte àquele em que ocorreram os factos determinantes da alteração do escalão. Artigo 15.o Montante adicional 1 Os titulares do direito a abono de família para crianças e jovens, correspondente ao 1.o escalão de rendimentos, de idade compreendida entre 6 e 16 anos durante o ano civil que estiver em curso, têm direito a receber, no mês de Setembro, além do subsídio que lhes corresponde, um montante adicional de igual quantitativo que visa compensar as despesas com encargos escolares, desde que matriculados em estabelecimento de ensino. 2 A situação referida na parte final do número anterior pode ser verificada, em qualquer momento, pelas instituições ou serviços competentes nos termos a regulamentar. Artigo 16.o Montante do subsídio de funeral O subsídio de funeral é de montante fixo. Artigo 17.o Fixação dos montantes das prestações Os montantes das prestações previstas neste diploma e da majoração prevista no n.o 4 do artigo 14.o são fixados em portaria. Artigo 18.o Actualização Os montantes das prestações por encargos familiares são periodicamente actualizados, tendo em consideração os meios financeiros disponíveis e a variação previsível do índice de preços no consumidor (IPC), sem habitação. Pág 399 de 461 Páginas

400 CAPÍTULO IV Duração do abono de família para crianças e jovens Artigo 19.o Início 1 O início do abono de família para crianças e jovens verifica-se no mês seguinte àquele em que ocorreu o facto determinante da sua concessão, desde que tenha sido requerido nos prazos fixados no presente diploma. 2 No caso de não observância dos prazos a que se refere o número anterior, o início da prestação tem lugar no mês seguinte àquele em que deu entrada o requerimento. 3 Nos casos em que a atribuição da prestação esteja condicionada à apresentação de sentença judicial, o início da prestação reporta-se à data do respectivo trânsito em julgado, se requerida nos seis meses subsequentes a esta data, ou ao mês seguinte ao da apresentação do requerimento, decorrido aquele prazo. Artigo 20.o Período de concessão 1 O abono de família para crianças e jovens é concedido, mensalmente: a) Até à idade de 16 anos; b) Até à idade de 24 anos, tratando-se de crianças e jovens portadores de deficiência; c) Durante o ano escolar, relativamente às crianças e jovens que observem os limites etários e condições académicas previstas no artigo 11.o; d) Durante o período correspondente à frequência de acções de formação profissional. 2 Entende-se por ano escolar o período compreendido entre 1 de Setembro e 31 de Agosto do ano seguinte. 3 Nos casos em que as crianças e jovens atinjam, no decurso do ano escolar, a idade limite para a atribuição da prestação, em relação ao nível de ensino que frequentem, mantêm o direito à mesma até ao termo do referido ano. Artigo 21.o Situações especiais 1 Nas situações em que os jovens não tenham podido matricular-se, por força da aplicação das regras de acesso ao ensino superior, é mantido o direito ao subsídio: a) No ano escolar subsequente ao 12.o ano de escolaridade, aos estudantes que já tenham idade compreendida nos limites fixados para a frequência de ensino de nível superior; b) Até ser atingida a idade estabelecida para frequência do ensino secundário, aos estudantes que concluam o 12.o ano de escolaridade antes daquele limite etário. 2 Sempre que, por motivos curriculares, os jovens estejam impedidos de se matricularem no ano lectivo subsequente, o direito à prestação mantém-se até ao limite etário fixado para o grau de ensino em que se inserem as disciplinas cuja aprovação visam obter. Artigo 22.o Suspensão e retoma do direito 1 O direito ao abono de família para crianças e jovens é suspenso se se deixar de verificar a condição de atribuição prevista na alínea b) do n.o 1 do artigo 11.o 2 A suspensão do direito ao abono de família para crianças e jovens nos termos do número anterior não prejudica a sua retoma, por solicitação dos interessados, quando voltarem a verificarse os condicionalismos de atribuição. 3 A suspensão e a retoma do direito, previstas nos números anteriores, têm lugar no mês seguinte àquele em que a entidade gestora da prestação teve conhecimento dos factos respectivamente determinantes. Artigo 23.o Cessação 1 O direito ao abono de família para crianças e jovens cessa quando deixar de se verificar algum dos condicionalismos que não dê lugar à suspensão. Pág 400 de 461 Páginas

401 2 Os efeitos da cessação reportam-se ao início do mês seguinte àquele em que deixarem de se verificar os condicionalismos referidos no número anterior. CAPÍTULO V Acumulação de prestações Artigo 24.o Cumulabilidade de prestações 1 As prestações concedidas ao abrigo do disposto neste diploma são cumuláveis entre si e com outras prestações nos termos dos números seguintes. 2 O abono de família para crianças e jovens é cumulável com: a) Prestações garantidas por encargos no domínio da deficiência ou dependência no âmbito do subsistema de protecção familiar; b) Prestações por morte garantidas no âmbito dos subsistemas previdencial e de solidariedade; c) Prestação do rendimento social de inserção, no âmbito do subsistema de solidariedade. 3 Sem prejuízo do disposto no n.o 2 do artigo 13.o, o subsídio de funeral é cumulável com a generalidade das prestações garantidas no âmbito dos subsistemas do sistema público de segurança social. Artigo 25.o Inacumulabilidade de prestações 1 Salvo disposição legal em contrário, não são cumuláveis entre si prestações emergentes do mesmo facto desde que respeitantes ao mesmo interesse protegido, ainda que atribuídas no âmbito de diferentes regimes de protecção social. 2 O abono de família para crianças e jovens não é cumulável com as prestações dos regimes dos subsistemas previdencial e de solidariedade, salvo o disposto nas alíneas b) e c) do n.o 2 do artigo anterior. Artigo 26.o Relevância de prestações garantidas por regimes estrangeiros Para efeitos do disposto no presente capítulo, são tomadas em consideração prestações concedidas por regimes de protecção social estrangeiros, sem prejuízo do disposto em instrumentos internacionais a que Portugal se encontre vinculado. Artigo 27.o Cumulação com rendimentos de trabalho 1 O abono de família para crianças e jovens não é cumulável com rendimentos de trabalho auferidos pelo seu titular. 2 O subsídio de funeral é cumulável com rendimentos de trabalho auferidos pelo seu titular. CAPÍTULO VI Processamento e administração SECÇÃO I Gestão das prestações e organização dos processos SUBSECÇÃO I Gestão das prestações Artigo 28.o Entidades competentes A gestão das prestações reguladas neste diploma compete: a) Aos centros distritais de solidariedade e segurança social da área da residência dos titulares das prestações no âmbito do Instituto de Solidariedade e Segurança Social ou às caixas de actividade ou de empresa subsistentes, se o requerente das prestações for beneficiário abrangido pelas mesmas; b) Aos serviços processadores de remunerações, se os requerentes forem funcionários e agentes da Administração Pública e dos serviços e organismos na dependência orgânica e funcional da Presidência da República, da Assembleia da República e das instituições judiciárias, magistrados judiciais e do Ministério Público, pessoal das Forças Armadas e das forças de segurança, bem como aposentados, reformados e pensionistas de sobrevivência da Caixa Geral de Aposentações; Pág 401 de 461 Páginas

402 c) Às entidades competentes das administrações regionais autónomas. Artigo 29.o Articulações 1 As entidades gestoras das prestações devem promover a articulação com as entidades e serviços com competência para comprovar os requisitos de que depende a atribuição e manutenção das prestações, com vista a assegurar o correcto enquadramento das situações a proteger. 2 Para os efeitos referidos no número anterior, devem ser estabelecidos os procedimentos a observar na promoção de informação entre as entidades e serviços envolvidos, designadamente através da utilização de suporte electrónico ou por articulação das respectivas bases de dados, nos termos a definir por lei. SUBSECÇÃO II Organização dos processos Artigo 30.o Requerimento A atribuição das prestações previstas neste diploma depende da apresentação de requerimento junto das entidades competentes. Artigo 31.o Legitimidade para requerer o abono de família para crianças e jovens 1 O abono de família para crianças e jovens é requerido: a) Pelos pais ou pessoas equiparadas por situação de facto ou pelos representantes legais, desde que os titulares do direito à prestação estejam inseridos no seu agregado familiar; b) Por pessoa idónea que viva em comunhão de mesa e habitação com o titular do direito à prestação, por pessoa a quem o mesmo esteja confiado administrativa ou judicialmente ou pela entidade que o tenha à sua guarda e cuidados que lhe preste ou se disponha a prestar-lhe assistência, desde que a situação seja devidamente comprovada. 2 O abono de família para crianças e jovens pode ser requerido pelo próprio titular, se for maior de 18 anos. 3 Havendo, no âmbito do mesmo agregado familiar, direito a abono de família para crianças e jovens por mais de um titular, as prestações devem ser requeridas pela mesma pessoa com legitimidade para o efeito. Artigo 32.o Prazo para requerer 1 O prazo para requerer as prestações previstas neste diploma é de seis meses a partir do 1.o dia do mês seguinte àquele em que ocorreu o facto determinante da concessão, sem prejuízo do disposto nos números seguintes. 2 Nas situações em que, nos termos da lei do registo civil nacional, os actos determinantes da concessão de prestação estão sujeitos a transcrição nos registos centrais, o início do prazo definido no n.o 1 conta-se a partir do 1.o dia do mês seguinte ao da data em que o mesmo foi efectuado. 3 Nos casos em que a atribuição do direito às prestações respeite a situações decorrentes de actos cujo reconhecimento depende de decisão judicial, o prazo estabelecido no n.o 1 inicia-se a partir do 1.o dia do mês seguinte ao da data do trânsito em julgado da referida decisão. SECÇÃO II Declarações e meios de prova SUBSECÇÃO I Declarações Artigo 33.o Declaração de inacumulabilidade Os requerentes das prestações devem declarar, no requerimento, se foi requerida ou atribuída prestação com o mesmo objectivo em relação ao titular da prestação e, em caso afirmativo, por que regime de protecção social. Pág 402 de 461 Páginas

403 Artigo 34.o Declaração da composição do agregado familiar e da situação de economia familiar 1 Os requerentes das prestações devem declarar, no requerimento, a composição do agregado familiar em que se insere o titular da prestação e que os respectivos membros vivem em economia familiar. 2 No caso de não se verificar comunhão de mesa e habitação relativamente a algum dos membros do agregado familiar, deve ser indicada a razão justificativa. 3 A declaração a que se refere o n.o 1 é feita tendo em atenção o disposto no artigo 8.o 4 As entidades gestoras das prestações podem desencadear os procedimentos que julguem adequados à comprovação das situações declaradas nos termos dos números anteriores. Artigo 35.o Declaração de exercício de actividade laboral 1 Os requerentes do abono de família para crianças e jovens devem declarar, no requerimento, se os titulares das mesmas se encontram a exercer actividade laboral e, em caso afirmativo, proceder à identificação do respectivo regime de protecção social. 2 Os requerentes do subsídio de funeral devem declarar, no acto do requerimento, se o falecido estava, à data da morte, ou tinha estado anteriormente enquadrado por qualquer regime obrigatório de protecção social e, em caso afirmativo, por qual. Artigo 36.o Declaração de rendimentos 1 Os requerentes do abono de família para crianças e jovens devem declarar, no requerimento, os rendimentos de cada um dos elementos do agregado familiar, bem como os respectivos números de identificação da segurança social e fiscal, se os houver, e, ainda, o número de titulares do direito à prestação inseridos no agregado familiar. 2 A declaração de rendimentos referida no número anterior é feita por referência ao ano civil anterior àquele em que é apresentada, tendo em atenção o disposto nos artigos 8.o e 9.o, e produz efeitos a partir da data da atribuição da prestação e durante o ano civil subsequente. 3 A declaração de rendimentos é dispensada nas situações em que já tenha sido produzida anteriormente, para efeito de reconhecimento do direito a prestação em relação a outro titular inserido no mesmo agregado familiar. 4 A comprovação dos elementos constantes da declaração referida no n.o 1 pode vir a ser efectuada por troca de informação decorrente da articulação prevista no artigo 29.o entre os competentes serviços do sistema de segurança social e do sistema fiscal, nos termos a definir por lei. Artigo 37.o Declaração em caso de morte decorrente de acto de terceiro Os requerentes do subsídio de funeral devem declarar, no requerimento, se a morte foi provocada por acto de terceiro responsável pela reparação. Artigo 38.o Declaração das situações determinantes da alteração, suspensão ou cessação das prestações 1 Os titulares das prestações ou as pessoas ou entidades a quem as mesmas são pagas devem declarar as situações determinantes de alteração, suspensão ou cessação das prestações no prazo de 10 dias úteis após a sua ocorrência. 2 Os titulares das prestações ou as pessoas ou entidades a quem as mesmas são pagas devem declarar a alteração de residência, observando o prazo estipulado no artigo anterior. SUBSECÇÃO II Meios de prova Artigo 39.o Meios de prova em geral 1 A identidade, o estado civil e o parentesco provam se por meio de certidão do registo civil. Pág 403 de 461 Páginas

404 2 As certidões do registo civil podem ser substituídas pelo bilhete de identidade ou pelo boletim de nascimento ou cédula pessoal, quando devidamente averbados. 3 As restantes provas devem fazer-se por declaração ou constar, conforme os casos, de certidões, atestados ou documentos certificados pelas entidades competentes. 4 As provas necessárias ao reconhecimento ou manutenção do direito às prestações devem ser apresentadas pelos requerentes ou pela pessoa a quem a prestação é paga, quando não coincidam. Artigo 40.o Prova anual de rendimentos e da composição do agregado familiar 1 A prova de rendimentos e da composição do agregado familiar de que depende a determinação dos montantes do abono de família para crianças e jovens é feita anualmente, no mês de Outubro, mediante declaração do interessado, com os elementos referidos no n.o 1 do artigo 36.o, sem prejuízo da apresentação de quaisquer elementos comprovativos da veracidade das declarações, solicitados pelas instituições ou serviços gestores das prestações. 2 A declaração referida no n.o 1 é feita por referência aos rendimentos relativos ao ano civil anterior àquele em que é apresentada, tendo em atenção o disposto nos artigos 8.o e 9.o, e produz efeitos a partir de 1 de Janeiro do ano civil subsequente. 3 No âmbito da articulação a que se refere no n.o 4 do artigo 36.o, a prova anual pode vir a ser efectuada através de troca de informação, nos termos a definir por lei. Artigo 41.o Efeitos da falta de apresentação da prova anual de rendimentos e da composição do agregado familiar 1 A falta de apresentação da declaração, nos termos referidos no n.o 1 do artigo anterior, determina a suspensão do pagamento do abono de família para crianças e jovens a partir do mês seguinte ao termo do prazo. 2 Nas situações previstas no número anterior, as instituições ou serviços gestores das prestações devem notificar os interessados de que a não apresentação da prova, no prazo de 10 dias úteis a partir da data da notificação, determina, salvo justificação atendível, a perda do direito à prestação desde o início do ano civil em que a mesma produziria efeitos e até ao fim do mês em que seja efectuada. Artigo 42.o Actuação das entidades gestoras das prestações 1 Sempre que da declaração anual, a que se referem os artigos anteriores, resulte posicionamento em escalão de rendimentos que venha a determinar valor inferior ao que vinha sendo concedido ao titular do direito ao abono de família para crianças e jovens, devem as entidades gestoras das prestações observar os seguintes procedimentos: a) Notificar os interessados de que o valor da prestação irá sofrer redução a partir do ano civil subsequente àquele em que a prova teve lugar, como consequência de posicionamento em escalão diferente daquele em que se encontravam; b) Conceder o prazo de 10 dias úteis para ser requerida a rectificação de escalão, se for caso disso. 2 Decorrido o prazo estabelecido na alínea b) do número anterior, sem que tenha sido requerida a rectificação, a prestação é concedida pelos montantes previamente determinados. 3 O procedimento referido no número anterior é igualmente adoptado nas situações previstas no n.o 5 do artigo 14.o, sempre que se verifique dedução do valor da prestação. 4 As entidades gestoras das prestações podem solicitar, sempre que se justifique, quaisquer elementos que permitam comprovar a veracidade das declarações prestadas pelos interessados, designadamente a especificação das despesas regulares dos agregados familiares. Artigo 43.o Prova da situação escolar 1 A prova de matrícula, nas situações referidas nas alíneas b) a d) do n.o 2 e no n.o 3 do artigo 11.o, é efectuada mediante a apresentação de fotocópia simples do cartão de estudante ou de Pág 404 de 461 Páginas

405 documento utilizado pelo estabelecimento de ensino ou de formação comprovativo da situação, nos termos previstos no Decreto-Lei n.o 416/93, de 24 de Dezembro. 2 O cartão de estudante bem como o documento utilizado pelo estabelecimento de ensino devem conter o nome completo do aluno, o grau de ensino e o ano lectivo da matrícula. 3 No caso de impossibilidade de matrícula nas situações referidas no artigo 21.o, os interessados deverão apresentar declaração do respectivo estabelecimento de ensino comprovativo desse facto. Artigo 44.o Prazo para apresentação da prova anual da situação escolar 1 As provas previstas no artigo anterior devem ser apresentadas anualmente no mês de Outubro. 2 A declaração médica comprovativa da situação de incapacidade física ou mental, prevista no n.o 4 do artigo 11.o, deve ser apresentada em simultâneo com a prova de escolaridade relativa ao ano em que ocorra esta situação. 3 Nas situações a que se refere o n.o 5 do artigo 11.o, a declaração médica deve ser apresentada em simultâneo com a prova de escolaridade relativa ao ano em que o jovem completa 24 anos. 4 A prova da situação escolar pode vir a ser efectuada por troca de informação nos termos da articulação prevista no artigo 29.o, nos termos a definir por lei. Artigo 45.o Efeitos da falta de apresentação da prova escolar 1 A falta de apresentação das provas de escolaridade nos prazos estabelecidos no artigo anterior determina a suspensão do pagamento do abono de família para crianças e jovens a partir do mês seguinte ao termo dos mesmos. 2 Nas situações previstas no número anterior, as entidades gestoras das prestações comunicarão ao interessado que a falta de apresentação das provas no prazo de 10 dias úteis, a contar da notificação, determina, salvo justificação atendível, a perda do direito ao abono de família para crianças e jovens desde o início do ano escolar em curso e até ao fim do mês em que seja efectuada a produção da prova. Artigo 46.o Falta de provas ou declarações 1 Sempre que o serviço competente verifique a falta de algum documento probatório necessário ao reconhecimento do direito, comunica o facto aos interessados. 2 Da referida comunicação deve constar que a não apresentação do documento em falta, no prazo de 10 dias úteis, determinará a suspensão do procedimento, sem prejuízo da aplicação das regras de caducidade do direito previstas no presente diploma. 3 A instrução dos processos resultantes de novo requerimento deve ser feita com o aproveitamento possível dos elementos que integravam o processo anterior. SUBSECÇÃO III Sanções Artigo 47.o Contra-ordenações 1 As falsas declarações ou omissões relativas às situações previstas nos artigos 33.o a 35.o e 37.o a 39.o, de que resulte concessão indevida de prestações, constituem contra-ordenação punível com coima de E 100 a E As falsas declarações relativas às situações previstas nos artigos 36.o e 40.o constituem contra-ordenação punível com coima de E 250 a E Pág 405 de 461 Páginas

406 SECÇÃO III Processo decisório e pagamento das prestações Artigo 48.o Decisão expressa A atribuição das prestações é objecto de decisão expressa das entidades gestoras competentes. Artigo 49.o Comunicação da atribuição das prestações As instituições ou serviços gestores das prestações por encargos familiares devem notificar os requerentes da atribuição dos respectivos montantes e da data a que o início das mesmas se reporta, tratando-se de prestações de concessão continuada. Artigo 50.o Comunicação da não atribuição das prestações 1 Se na apreciação do processo se verificar que não se encontram reunidas as condições para a atribuição das prestações, devem as entidades gestoras informar o requerente: a) Do não preenchimento das condições de atribuição; b) De que deve fazer prova da existência das condições legais no prazo que lhe for estabelecido para o efeito; c) De que o pedido se considera indeferido no dia seguinte ao termo do prazo estabelecido, desde que durante o mesmo não se tenha procedido à comprovação respectiva. 2 Sempre que os elementos remetidos pelo requerente não permitam a verificação das condições de atribuição das prestações, há lugar à emissão de decisão, devidamente fundamentada. Artigo 51.o Pagamento das prestações 1 O pagamento das prestações previstas neste diploma é efectuado aos respectivos requerentes, sem prejuízo do disposto nos números seguintes. 2 Quando houver decisão judicial com trânsito em julgado indicando a pessoa a quem as prestações devem ser pagas, é a elas que se efectua o respectivo pagamento. 3 Sem prejuízo do disposto no n.o 2, para garantir a aplicação do abono de família para crianças e jovens em favor dos seus titulares, o mesmo pode ser pago directamente a outra das pessoas com legitimidade para requerer. Artigo 52.o Prazo de prescrição 1 O prazo de prescrição do direito às prestações vencidas é de cinco anos, findo o qual revertem a favor das entidades gestoras das prestações. 2 Para efeito de prescrição do direito às prestações, considera-se que a contagem do respectivo prazo se inicia no dia seguinte àquele em que foram postas a pagamento. 3 São equiparadas a prestações postas a pagamento as que se encontrem legalmente suspensas por incumprimento de obrigações imputável ao titular ou às pessoas a quem as prestações são pagas. CAPÍTULO VII Disposições finais e transitórias Artigo 53.o Execução 1 Os procedimentos administrativos necessários à execução do disposto no presente diploma são aprovados por portarias conjuntas dos Ministros de Estado e das Finanças e da Segurança Social e do Trabalho. 2 Se a definição de procedimentos administrativos se inserir no âmbito de competências de apenas um dos ministros da tutela, a sua aprovação tem lugar mediante portaria do respectivo ministro. Pág 406 de 461 Páginas

407 Artigo 54.o Ressalva de direitos adquiridos O disposto no presente diploma não prejudica a manutenção dos direitos adquiridos em matéria de portabilidade do direito às prestações. Artigo 55.o Bonificação por deficiência Mantém-se a bonificação por deficiência prevista no Decreto-Lei n.o 133-B/97, de 30 de Maio, que acresce ao abono de família para crianças e jovens concedido nos termos deste diploma. Artigo 56.o Revogação 1 São derrogados na parte relativa às prestações reguladas neste diploma: a) O Decreto-Lei n.o 133-B/97, de 30 de Maio, na redacção que lhe foi dada pelos Decretos- -Leis n.os 341/99, de 25 de Agosto, e 250/2001, de 21 de Setembro, bem como o Decreto Regulamentar n.o 24-A/97, de 30 de Maio, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto Regulamentar n.o 15/99, de 17 de Agosto, e demais legislação complementar; b) O Decreto-Lei n.o 160/80, de 27 de Maio, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.o 133-C/97, de 30 de Maio, e respectiva legislação complementar. 2 São igualmente derrogados no que respeita ao âmbito material em relação às prestações previstas neste diploma: a) O Decreto-Lei n.o 328/93, de 25 de Setembro; b) O Decreto-Lei n.o 40/89, de 1 de Fevereiro. Artigo 57.o Conversão 1 Os subsídios familiares a crianças e jovens concedidos ao abrigo da legislação derrogada são convertidos nas prestações designadas por abono de família para crianças e jovens concedidas nos termos do presente diploma, observando-se o regime de identificação e enquadramento previstos no artigo 5.o 2 Para cumprimento do disposto na parte final do número anterior, as entidades gestoras das prestações devem desencadear os procedimentos necessários ao processo de identificação e enquadramento. 3 Relativamente às situações geridas pelas entidades gestoras do âmbito da função pública ou pelas caixas de actividade ou de empresa ainda subsistentes, os procedimentos a observar na identificação e enquadramento são definidos de acordo com o estabelecido no n.o 3 do artigo 5.o 4 A gestão das prestações convertidas nos termos do n.o 1, nos casos em que não seja o mesmo centro distrital de solidariedade e segurança social competente por força do estabelecido na alínea a) do artigo 28.o, mantém-se, transitoriamente, no âmbito dos centros distritais de solidariedade e segurança social competentes ao abrigo da legislação anterior, devendo as instituições desencadear os procedimentos necessários à concretização da transferência de competências. Artigo 58.o Comissão de acompanhamento 1 É criada uma comissão de acompanhamento, de âmbito nacional, composta por elementos designados pelos Ministros de Estado e das Finanças e da Segurança Social e do Trabalho, em representação das instituições e serviços competentes para a gestão das prestações, a que se refere o artigo 28.o, com o seguinte objectivo: a) Definir os procedimentos a observar para cumprimento do disposto no n.o 3 do artigo 5.o e no n.o 3 do artigo 57.o e apresentar a correspondente proposta de enquadramento normativo; b) Estabelecer, no prazo máximo de um ano, um plano de transição para a gestão unificada das prestações garantidas nas eventualidades cobertas pelo subsistema de protecção familiar, o qual deverá ser aprovado pelos ministros da respectiva tutela; Pág 407 de 461 Páginas

408 c) Estabelecer um plano de promoção das articulações previstas no artigo 29.o, no prazo máximo de um ano, bem como propor, em conjunto com as entidades envolvidas, o enquadramento normativo dos procedimentos a observar na troca de informação, designadamente para efeitos do disposto no n.o 4 do artigo 36.o, no n.o 3 do artigo 40.o e no n.o 4 do artigo 44.o 2 A designação dos elementos referidos no n.o 1 é feita por despacho conjunto. Artigo 59.o Produção de efeitos O regime estabelecido no presente diploma aplica-se: a) Às prestações requeridas após a sua entrada em vigor; b) Às relações jurídicas prestacionais constituídas ao abrigo da legislação anterior e que se mantenham na vigência da lei nova. Artigo 60.o Montante adicional Por referência ao mês de Outubro de 2003 é atribuído aos titulares de abono de família para crianças e jovens um montante adicional nas condições previstas no artigo 15.o Artigo 61.o Procedimentos transitórios 1 As instituições e serviços gestores das prestações devem, a partir da data da publicação do presente diploma, desencadear os procedimentos necessários ao apuramento dos elementos de que depende o montante do abono de família para crianças e jovens. 2 Para efeitos do disposto no número anterior, as entidades gestoras das prestações devem remeter, às pessoas a quem o subsídio familiar a crianças e jovens era pago ao abrigo da legislação anterior, o formulário adequado à obtenção dos elementos relativos à composição do agregado familiar e respectivos montantes anuais de rendimentos ilíquidos relativos ao ano transacto, nos termos dos artigos 8.o e 9.o, bem como indicar os números de identificação da segurança social e fiscal, se os houver, e, ainda, o número de titulares com direito à prestação inseridos no agregado familiar. 3 As declarações constantes do formulário a que se refere o número anterior produzem efeitos relativamente aos montantes das prestações a pagar a partir do início de vigência do presente diploma e durante o ano civil de O formulário deve ser devolvido no prazo que para o efeito for estipulado. 5 Em caso de não apresentação do formulário, nos termos previstos nos números anteriores, dentro do prazo determinado, devem as entidades gestoras das prestações notificar os interessados de que a sua não apresentação, no prazo de 10 dias úteis, sem justificação atendível, determina a perda do direito à prestação desde o início de vigência deste diploma e até ao fim do mês em que seja efectuada a produção da prova. Artigo 62.o Entrada em vigor O presente diploma entra em vigor em 1 de Outubro de 2003, ressalvado o disposto no artigo anterior, que entra em vigor no dia imediato ao da sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 13 de Junho de José Manuel Durão Barroso Maria Manuela Dias Ferreira Leite Maria Celeste Ferreira Lopes Cardona António José de Castro Bagão Félix. Promulgado em 16 de Julho de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 21 de Julho de O Primeiro-ministro, José Manuel Durão Barroso Pág 408 de 461 Páginas

409 Decreto-Lei n.º 189/2003 de 22 de Agosto Pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia MINISTÉRIO DAS FINANÇAS O regime de atribuição da pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia encontra- se disperso por vários diplomas Decretos-Leis n.os 171/77, de 30 de Abril, 43/78, de 11 de Março, 31/81, de 28 de Fevereiro, e 215/87, de 29 de Maio, e Despacho Normativo n.o 9-H/80, de 9 de Janeiro. Esta dispersão dificulta a interpretação e aplicação do referido regime, em especial no que respeita à organização e instrução do processo, havendo, pois, todo o interesse em promover a centralização desta matéria num único diploma, aproveitando-se a oportunidade para proceder à actualização de algumas disposições, designadamente as referentes à remuneração relevante para o cálculo da pensão. Por outro lado, a natureza da pensão em causa, a necessidade de simplificação de procedimentos e a evolução sócio-económica verificada nos últimos anos aconselham a que se adoptem soluções idênticas às previstas no Decreto-Lei n.o 466/99, de 6 de Novembro, que aprovou o novo regime jurídico das pensões de preço de sangue e por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País, designadamente no que respeita à emissão de parecer prévio da Procuradoria- Geral da República, à determinação dos beneficiários e à acumulação da pensão com outros rendimentos. Foi ouvida a Caixa Geral de Aposentações. Assim: Nos termos da alínea a) do n.o 1 do artigo 198.o da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.o Objecto O presente diploma permite a atribuição de uma pensão expressiva de público reconhecimento aos cidadãos portugueses que se tenham distinguido por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia. Artigo 2.o Atribuição da pensão A atribuição da pensão é efectuada por despacho conjunto do Primeiro-Ministro e do Ministro das Finanças, precedido de parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Artigo 3.o Beneficiários da pensão 1 A pensão pode ser atribuída em benefício do próprio autor dos factos que lhe dão origem, enquanto vivo, ou, após a sua morte, de quem estiver, à data do óbito, sucessivamente e por ordem de preferência, em alguma das situações referidas nas alíneas seguintes: a) Cônjuges sobrevivos separados judicialmente de pessoas e bens, divorciados, pessoas que estiverem nas condições do artigo 2020.o do Código Civil e descendentes; b) Pessoa que o tenha criado e sustentado; c) Ascendentes de qualquer grau; d) Irmãos. 2 Se a pensão tiver sido atribuída em vida ao próprio autor dos factos que lhe dão origem, transmite-se, após a sua morte, às pessoas que a poderiam requerer pelo seu falecimento. Pág 409 de 461 Páginas

410 Artigo 4.o Requisitos gerais 1 O direito a receber a pensão só é reconhecido às pessoas que, incluindo-se em alguma das alíneas do n.o 1 do artigo anterior, estivessem a cargo do falecido à data do óbito e reúnam os requisitos indicados no artigo 5.o 2 O requisito de estar a cargo do falecido à data do óbito é dispensado quanto aos órfãos menores, à pessoa que criou o falecido e aos ascendentes. 3 Às pessoas incluídas nas alíneas b) e c) do n.o 1 do artigo 3.o é reconhecido o direito de, a todo o tempo, requererem a pensão. Artigo 5.o Requisitos especiais 1 O cônjuge sobrevivo não separado judicialmente de pessoas e bens só tem direito à pensão desde que estivesse a viver em comunhão de mesa e habitação com o falecido à data do óbito. 2 Os separados judicialmente de pessoas e bens ou divorciados só têm direito à pensão desde que: a) Tivessem direito a receber do falecido à data do óbito pensão de alimentos fixada ou homologada judicialmente; b) Não sejam casados nem se encontrem nas condições previstas no artigo 2020.o do Código Civil. 3 Aquele que estiver nas condições previstas no artigo 2020.o do Código Civil só tem direito à pensão depois de sentença judicial que lhe fixe o direito a alimentos, ainda que provisório, e enquanto se mantiver o referido direito. 4 Os descendentes só têm direito à pensão enquanto satisfizerem as seguintes condições: a) Terem menos de 18 ou de 21 anos e estarem matriculados e a frequentar curso de nível secundário ou equiparado ou menos de 25 anos e estarem matriculados e a frequentar curso superior ou equiparado; b) Independentemente da idade, sofrerem de incapacidade absoluta e permanente para o trabalho. 5 A pessoa que criou o falecido e os ascendentes deste só têm direito à pensão quando tiverem mais de 65 anos ou, sendo de idade inferior, se sofrerem de incapacidade absoluta e permanente para o trabalho. 6 Os irmãos têm direito à pensão desde que satisfaçam os requisitos indicados no n.o 4 e sejam órfãos de pai e mãe à data do falecimento do autor da pensão. Artigo 6.o Quantitativo e abono da pensão 1 As regras sobre o cálculo, acumulação, redução, reversão, abono e cessação do direito à pensão, bem como as respeitantes à prova de rendimentos, concorrência de beneficiários e execução da decisão, são as estabelecidas para as pensões de preço de sangue e por serviços excepcionais e relevantes prestados ao País, previstas no Decreto-Lei n.o 466/99, de 6 de Novembro, com as especialidades constantes no presente diploma. 2 Para efeitos de cálculo da pensão, a remuneração a considerar é a auferida à data dos factos que lhe dão origem e determina-se de acordo com o regime estabelecido nos artigos 47.o e 48.o do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 498/72, de 9 de Dezembro, não podendo, porém, o seu montante ser de valor inferior ao escalão 1 do vencimento base de um soldado da Guarda Nacional Republicana em vigor à mesma data. 3 Nos casos em que o autor não tenha qualquer vínculo funcional ao Estado, incluindo as autarquias locais, ter-se-á em conta, para efeitos de cálculo da pensão, o valor mínimo referido no número anterior. 4 Sempre que os rendimentos ou proventos de qualquer natureza do agregado familiar do ou dos beneficiários da pensão sejam superiores ao dobro do salário mínimo nacional, a parte que exceder esse limite será deduzida à quota-parte da pensão que lhes couber, não podendo, porém, o valor desta ser inferior à correspondente quota-parte do salário mínimo nacional. Pág 410 de 461 Páginas

411 5 A pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia não é acumulável com as pensões previstas no Decreto-Lei n.o 466/99, de 6 de Novembro. Artigo 7.o Instrução do processo de atribuição da pensão 1 A iniciativa da atribuição da pensão compete aos membros do Governo, aos deputados, aos órgãos da administração local e regional e a quaisquer organismos ou instituições de interesse público. 2 As entidades referidas no número anterior dirigem ao Ministro das Finanças uma proposta que contenha a qualificação inequívoca e fundamentada do cidadão em causa como alguém que se distinguiu por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia, com indicação do ou dos beneficiários da pensão quando o autor dos factos que lhe dão origem já tenha falecido. 3 A proposta referida no número anterior deve ser instruída com as certidões, atestados e demais documentos que provem os factos justificativos da atribuição da pensão, assim como o nome, filiação, nacionalidade, data do nascimento e estado civil do ou dos beneficiários. 4 As propostas de atribuição de pensões são remetidas à Caixa Geral de Aposentações, que organiza o processo, podendo solicitar às entidades competentes todos os demais elementos que considere necessários, designadamente os que respeitem à verificação dos requisitos a que se referem os artigos 4.o e 5.o 5 Concluída a organização do processo, a Caixa Geral de Aposentações remete-o à Procuradoria-Geral da República para emissão do parecer previsto no artigo 2.o, enviando-o, após a emissão daquele parecer, ao Ministro das Finanças para despacho. Artigo 8.o Pagamento da pensão A pensão por méritos excepcionais na defesa da liberdade e da democracia é devida a partir da data da publicação do despacho conjunto referido no artigo 2.o Artigo 9.o Disposição transitória Os quantitativos das pensões que estiverem a ser abonadas não sofrem qualquer redução por força da entrada em vigor do presente diploma, mantendo-se inalterados até que da sua aplicação resultem quantitativos superiores. Artigo 10.o Revogação São revogados o Decreto-Lei n.o 171/77, de 30 de Abril, o Despacho Normativo n.o 9-H/80, de 9 de Janeiro, e o artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 215/87, de 29 de Maio. Artigo 11.o Produção de efeitos O presente diploma produz efeitos no dia seguinte ao da sua publicação, aplicando-se aos processos pendentes. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 10 de Julho de José Manuel Durão Barroso Maria Manuela Dias Ferreira Leite. Promulgado em 6 de Agosto de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 8 de Agosto de O Primeiro-Ministro, José Manuel Durão Barroso. Pág 411 de 461 Páginas

412 Decreto-Lei nº 201/2009 de 14 de Outubro Procedeà quarta alteração ao Decreto-Lei n.º 176/2003, de 2 de Agosto, que instituiu o abono de família para crianças e jovens e definiu a protecção na eventualidade de encargos familiares no âmbito do subsistema de protecção familiar, instituindo uma nova prestação denominada bolsa de estudo MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA SOLIDARIEDADE SOCIAL A linha de actuação do Governo tem assumido como prioridade o combate à exclusão social bem como ao abandono escolar, nomeadamente através do apoio às famílias. Na verdade, mais educação e mais formação traduzem- -se em mais igualdade de oportunidades, melhores condições de emprego, recursos humanos mais preparados para a economia nacional e num aumento da qualificação dos cidadãos. Considera -se, assim, necessário criar condições económicas e sociais necessárias a promover a diminuição do abandono escolar e o aumento da qualificação dos jovens. O presente decreto -lei vem criar um novo apoio às famílias mais carenciadas para todos os alunos com aproveitamento escolar no ensino secundário que sejam beneficiários do 1.º ou do 2.º escalão do abono de família. Assim, estabelece -se um novo apoio social de combate ao abandono escolar, reforçando a compensação dos encargos acrescidos decorrentes do alargamento da escolaridade obrigatória. Este novo apoio social consiste numa bolsa de estudo equivalente a duas vezes o valor do abono de família e obedece a um duplo critério de exigência: apoia as famílias em função dos seus recursos, ajudando as famílias que efectivamente precisam do apoio social, e apoia os estudantes sob condição de aproveitamento escolar do aluno, exigindo -lhes trabalho e dedicação. Desta forma, a partir do início do próximo ano lectivo, qualquer aluno que inicie o ensino secundário e seja beneficiário do 1.º ou do 2.º escalão do abono de família pode vir a beneficiar de uma bolsa de estudos complementar, por forma a reforçar o apoio aos rendimentos familiares. Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas e a Associação Nacional de Municípios Portugueses. Foram, ainda, ouvidos, a título facultativo, os parceiros sociais com assento na Comissão Permanente da Concertação Social. Foi promovida a audição da Associação Nacional de Freguesias. Assim: No desenvolvimento do regime jurídico estabelecido pela Lei n.º 4/2007, de 16 de Janeiro, e nos termos das alíneas a) e c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Objecto 1 O presente decreto -lei cria a bolsa de estudo para os titulares do abono de família matriculados e a frequentar o nível secundário da educação ou equivalente. 2 O presente decreto -lei procede, ainda, à alteração do Decreto -Lei n.º 176/2003, de 2 de Agosto, alterado pelos Decretos -Leis n.os 41/2006, de 21 de Fevereiro, 87/2008, de 28 de Maio, e 245/2008, de 18 de Dezembro. Artigo 2.º Alteração ao Decreto -Lei n.º 176/2003, de 2 de Agosto Os artigos 3.º, 4.º, 12.º, 22.º, 23.º, 24.º, 27.º, 30.º e 43.º do Decreto -Lei n.º 176/2003, de 2 de Agosto, alterado pelos Decretos -Leis n.os 41/2006, de 21 de Fevereiro, 87/2008, de 28 de Maio, e 245/2008, de 18 de Dezembro, passam a ter a seguinte redacção: Pág 412 de 461 Páginas

413 «Artigo 3.º [...] a) b) c) Bolsa de estudo; d) [Anterior alínea c).] A bolsa de estudo é uma prestação pecuniária mensal de concessão continuada que visa combater o abandono escolar, melhorar a qualificação dos jovens em idade escolar e compensar os encargos acrescidos com a frequência obrigatória de nível secundário da educação ou equivalente. 5 (Anterior n.º 4.) Artigo 4.º [...] Têm direito à bolsa de estudo as crianças e jovens abrangidos pelo âmbito pessoal do presente decreto -lei que satisfaçam as respectivas condições de atribuição. 4 (Anterior n.º 3.) Artigo 12.º [...] 1 Para efeitos de concessão do abono de família para crianças e jovens e da bolsa de estudo, presumem- -se equiparados aos cursos oficiais os cursos ministrados em estabelecimentos de ensino particular e cooperativo, desde que estes possuam autorização legal de funcionamento CAPÍTULO IV Duração do abono de família para crianças e jovens, do abono de família pré -natal e da bolsa de estudo Artigo 22.º [...] 1 O direito ao abono da família para crianças e jovens e à bolsa de estudo é suspenso se deixar de se verificar a condição de atribuição prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 11.º 2 A suspensão do direito ao abono da família para crianças e jovens e à bolsa de estudo nos termos do número anterior não prejudica a sua retoma, por solicitação dos interessados, quando voltarem a verificar -se os condicionalismos de atribuição Artigo 23.º [...] O direito à bolsa de estudo suspende -se e cessa nas situações, respectivamente, de suspensão e de cessação do direito ao abono de família a crianças e jovens, cessando também quando deixe de se verificar alguma das condições de atribuição previstas no n.º 1 do artigo 12.º - B. 3 O direito à bolsa de estudo, nos casos de suspensão ou cessação nos termos no número anterior, pode ser retomado por solicitação dos interessados, quando voltarem a verificar -se os respectivos condicionalismos de atribuição do direito. Pág 413 de 461 Páginas

414 4 (Anterior n.º 3.) Artigo 24.º [...] O abono de família para crianças e jovens e a bolsa de estudo são cumuláveis com: a) b) c) A bolsa de estudo é cumulável com prestações de idêntica natureza atribuídas em função da frequência de grau de ensino equivalente ao ensino secundário. 5 (Anterior n.º 4.) Artigo 27.º [...] 1 O abono de família para crianças e jovens e a bolsa de estudo não são cumuláveis com rendimentos de trabalho auferidos pelos seus titulares Artigo 30.º [...] A atribuição das prestações previstas no presente decreto -lei depende da apresentação de requerimento junto das entidades competentes, com excepção da bolsa de estudo que é de atribuição oficiosa. Artigo 43.º [...] 1 A prova de matrícula, nas situações referidas nas alíneas b) a d) do n.º 2 e no n.º 3 do artigo 11.º e no artigo 12.º -B, é efectuada nos termos definidos em portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da Administração Pública, da segurança social, do ensino superior e da educação. 2 A prova da matrícula deve conter o nome completo do aluno, o grau de ensino, o ano de escolaridade, o ano lectivo da matrícula e a designação do estabelecimento de ensino, sem prejuízo de outros elementos considerados necessários para a atribuição do direito » Artigo 3.º Aditamento ao Decreto -Lei n.º 176/2003, de 2 de Agosto São aditados os artigos 12.º -B, 15.º -B e 21.º -B ao Decreto -Lei n.º 176/2003, de 2 de Agosto, alterado pelos Decretos -Leis n.os 41/2006, de 21 de Fevereiro, 87/2008, de 28 de Maio, e 245/2008, de 18 de Dezembro, com aseguinte redacção: «Artigo 12.º -B Condições específicas de atribuição da bolsa de estudo 1 O direito à bolsa de estudo é reconhecido ao titular do abono de família para crianças e jovens que satisfaça cumulativamente as seguintes condições: a) Estar inserido em agregado familiar com rendimentos correspondentes ao 1.º ou 2.º escalão; b) Estar matriculado e a frequentar o 10.º, 11.º ou 12.º ano de escolaridade ou nível de escolaridade equivalente; c) Possuir idade inferior a 18 anos; d) Ter aproveitamento escolar durante a frequência do ensino secundário ou de nível de escolaridade equivalente. 2 Nos casos em que seja atingida, no decurso do ano escolar, a idade limite para a atribuição da bolsa de estudo, mantém -se o direito à mesma até ao termo do referido ano. Pág 414 de 461 Páginas

415 Artigo 15.º -B Montante da bolsa de estudo O montante da bolsa de estudo é igual a duas vezes o valor do abono de família para crianças e jovens que esteja a ser atribuído ao seu titular. Artigo 21.º -B Período de concessão da bolsa de estudo O direito à bolsa de estudo nasce no mês em que se inicia o ano escolar, ou no início do mês seguinte àquele em que ocorra o facto determinante da sua concessão, se este for posterior, e mantém -se até à conclusão do nível secundário da educação ou equivalente, desde que se mantenham as condições de atribuição consagradas no artigo 12.º -B.» Artigo 4.º Âmbito de aplicação 1 O presente decreto -lei aplica -se aos alunos que ingressem, a partir do ano escolar de , no ensino secundário ou equivalente, preenchidas as condições de atribuição da bolsa de estudo previstas no presente decreto -lei. 2 Nos anos escolares seguintes, o presente decreto- -lei aplica -se aos alunos, além dos previstos no número anterior, que, tendo beneficiado da bolsa de estudo no ano escolar anterior, continuem a cumprir as condições de atribuição do direito previstas no presente decreto -lei. 3 O presente decreto -lei é, ainda, aplicável aos alunos que não beneficiaram da bolsa de estudo no ano escolar anterior, por falta de cumprimento da condição de atribuição prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo 12.º -B do Decreto -Lei n.º 176/2003, de 2 de Agosto, na redacção dada pelo presente decreto -lei, e preencham, dentro do período da sua atribuição, todas as condições de que a mesma depende. Artigo 5.º Entrada em vigor O presente decreto -lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 28 de Maio de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa Fernando Teixeira dos Santos José António Fonseca Vieira da Silva Maria de Lurdes Reis Rodrigues José Mariano Rebelo Pires Gago. Promulgado em 29 de Julho de Publique -se. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referendado em 30 de Julho de O Primeiro -Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. Pág 415 de 461 Páginas

416 Decreto-Lei nº 215/2009 de 4 de Setembro Aprova o Estatuto do Instituto de Acção Social das Forças Armadas No quadro das orientações definidas pelo Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) e dos objectivos do Programa do XVII Governo no tocante à modernização administrativa e à melhoria da qualidade dos serviços públicos com ganhos de eficiência, importa concretizar o esforço de racionalização estrutural consagrado no Decreto -Lei n.º 154 -A/2009, de 6 de Julho, que aprovou a Lei Orgânica do Ministério da Defesa Nacional, avançando na definição dos modelos organizacionais dos serviços que integram a respectiva estrutura. Através do Decreto -Lei n.º 284/95, de 30 de Outubro, foi aprovado o Estatuto do Instituto de Acção Social das Forças Armadas, I. P. (IASFA, I. P.), o qual passou a integrar numa única entidade os Serviços Sociais das Forças Armadas e o Cofre de Previdência das Forças Armadas, bem como o Lar dos Veteranos Militares, o Complexo Social de Oeiras e o Centro Médico e Educativo do Alfeite que passaram por sua vez a designar -se, respectivamente, por Centro de Apoio Social de Runa, Centro de Apoio Social de Oeiras e Centro de Apoio Social do Alfeite. Entretanto, através da Lei n.º 3/2004, de 15 de Janeiro, foi aprovada a lei quadro dos institutos públicos, nela se estabelecendo os princípios e normas por que estes devem passar a reger -se. Através do Decreto -Lei n.º 167/2005, de 23 de Setembro, no quadro das orientações estabelecidas na Resolução do Conselho de Ministros n.º 102/2005, de 24 de Junho, foi estabelecido um novo regime de assistência na doença aos militares das Forças Armadas (ADM) que determinou a fusão dos subsistemas de assistência na doença aos militares da Armada (ADMA), Assistência na doença aos militares do Exército (ADME) e assistência na doença aos militares da Força Aérea (ADMFA), cuja gestão passou a ser incumbência do IASFA, I. P. Neste sentido, ao IASFA, I. P., são atribuídas duas missões distintas, uma no domínio da acção social complementar e, outra, no domínio da gestão da assistência na doença aos militares das Forças Armadas, o que implica a fixação de regras referentes à autonomização financeira de cada uma destas actividades. Importa, pois, com observância do novo regime jurídico aplicável aos institutos públicos, proceder ao ajustamento, redimensionamento e reestruturação do IASFA, I. P., dotando -o dos recursos e dos instrumentos de gestão necessários à prossecução dos seus fins. Dado terem decorrido cerca de 13 anos após a publicação do Estatuto do Instituto de Acção Social das Forças Armadas, considera -se também oportuno adequar à experiência colhida alguns dos conceitos existentes. Assim: Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 3/2004, de 15 de Janeiro, e nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1.º Natureza 1 O Instituto de Acção Social das Forças Armadas, I. P. (IASFA, I. P.), é um instituto público integrado na administração indirecta do Estado, dotado de personalidade jurídica, com autonomia administrativa, financeira e património próprio. 2 O IASFA, I. P., prossegue atribuições do Ministério da Defesa Nacional, sob superintendência e tutela do respectivo ministro. Artigo 2.º Jurisdição territorial e sede 1 O IASFA, I. P., é um organismo central com jurisdição sobre todo o território nacional. 2 O IASFA, I. P., tem sede em Lisboa. Pág 416 de 461 Páginas

417 Artigo 3.º Missão e atribuições 1 O IASFA, I. P., tem por missão garantir e promover a acção social complementar dos seus beneficiários (ASC) e gerir o sistema de assistência na doença aos militares das Forças Armadas (ADM). 2 São atribuições do IASFA, I. P.: a) Assegurar acções de bem -estar social dos beneficiários; b) Assegurar a gestão do sistema de ADM; c) Promover a satisfação de necessidades sociais não cobertas por outros sistemas de assistência social; d) Promover, em colaboração com outras entidades ou serviços, a articulação e harmonização dos esquemas de prestações de acção social complementar; e) Assegurar uma adequada gestão das receitas, designadamente as provenientes de quotizações; f) Recolher e manter permanentemente actualizada informação sobre o universo de beneficiários e de benefícios concedidos; g) Promover a realização de estudos conducentes à melhoria da acção social complementar desenvolvida e propor as medidas ou os instrumentos legais necessários; h) Desempenhar as demais funções que lhe sejam atribuídas por lei. 3 A ASC concretiza -se, nomeadamente, através dos seguintes meios: a) Equipamentos sociais; b) Apoio domiciliário; c) Comparticipações financeiras; d) Concessão de empréstimos; e) Apoio à habitação. 4 O apoio à habitação previsto na alínea e) do número anterior concretiza -se nomeadamente através da promoção do arrendamento social. 5 Compete ainda ao IASFA, I. P., garantir as acções de âmbito social consagradas no estatuto do extinto Cofre de Previdência das Forças Armadas, nomeadamente: a) Assegurar o pagamento do subsídio pecuniário a que se refere o artigo 3.º do Decreto -Lei n.º , de 26 de Abril de 1960; b) Assegurar o processamento dos empréstimos hipotecários que foram concedidos ao abrigo da alínea d) do parágrafo 1.º do artigo 35.º do Estatuto do Cofre de Previdência das Forças Armadas. 6 A regulamentação das atribuições identificadas nos números anteriores é fixada nos regulamentos da ASC aprovados por portaria do membro do Governo responsável pela área da defesa nacional. Artigo 4.º Beneficiários titulares da ASC 1 São beneficiários titulares da ASC do IASFA, I. P., os militares dos quadros permanentes, nas situações de activo, reserva e reforma, e o pessoal militarizado das Forças Armadas. 2 Podem ainda ser admitidos como beneficiários titulares, desde que o requeiram: a) Os alunos dos estabelecimentos de ensino destinados à formação dos militares dos quadros permanentes; b) Os deficientes das Forças Armadas, nos termos do Decreto -Lei n.º 43/76, de 20 de Janeiro; c) Os grandes deficientes das Forças Armadas, nos termos do Decreto -Lei n.º 314/90, de 13 de Outubro; d) Os deficientes civis das Forças Armadas abrangidos pelo Decreto -Lei n.º 319/84, de 1 de Outubro; e) Os grandes deficientes do serviço efectivo normal a que se refere o Decreto -Lei n.º 250/99, de 7 de Julho. Pág 417 de 461 Páginas

418 3 Mantêm -se como beneficiários titulares da ASC os que possuíam a qualidade de beneficiário dos Serviços Sociais das Forças Armadas à data da entrada em vigor do Decreto -Lei n.º 284/95, de 30 de Outubro, bem como os que se tenham inscrito como tal ao abrigo do n.º 2 do artigo 4.º do mesmo decreto -lei. 4 Os beneficiários titulares são obrigados ao pagamento de uma quota de valor a fixar por despacho do membro do Governo responsável pela área da defesa nacional, sob proposta do conselho directivo e ouvido o conselho consultivo. Artigo 5.º Beneficiários familiares da ASC 1 São beneficiários familiares da acção social complementar do IASFA, I. P.: a) Os membros do agregado familiar do beneficiário titular; b) As pessoas que tenham direito a alimentos a prestar pelo beneficiário titular. 2 A qualidade de beneficiário familiar das pessoas referidas na alínea a) do número anterior não se perde pelo falecimento do beneficiário titular. Artigo 6.º Beneficiários da ADM São beneficiários da ADM os previstos em diploma próprio. Artigo 7.º Órgãos São órgãos do IASFA, I. P.: a) O conselho directivo; b) O conselho consultivo; c) O fiscal único. Artigo 8.º Conselho directivo 1 O conselho directivo é o órgão colegial responsável pela prossecução das atribuições cometidas ao IASFA, I. P., bem como pela direcção dos respectivos serviços, em conformidade com a lei e de acordo com as orientações governamentais. 2 O conselho directivo é composto por um presidente e dois vogais, nomeados por despacho conjunto do Primeiro -Ministro e do membro do Governo responsável pela área da defesa nacional, sob proposta deste. 3 A proposta referida no número anterior é elaborada após audição do Conselho de Chefes de Estado -Maior. 4 O presidente é nomeado de entre os vice almirantes ou tenentes -generais e os vogais são nomeados de entre os contra -almirantes e majores -generais de cada um dos outros dois ramos. 5 Sem prejuízo das competências que lhe sejam conferidas por lei ou nele delegadas ou subdelegadas, compete ainda ao conselho directivo no âmbito da gestão do sistema ADM: a) Celebrar acordos com outras entidades, públicas ou privadas, que tenham por objecto a prestação de cuidados de saúde aos beneficiários, quando autorizado pelo ministro da tutela e em conformidade com as condições e cláusulas tipo fixadas por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da defesa nacional; b) Confirmar a suspensão e a perda da qualidade de beneficiário. 6 O conselho directivo pode delegar, com ou sem poderes de subdelegação, competências em um ou mais dos seus membros, estabelecendo em cada caso os respectivos limites e condições. 7 A atribuição de um pelouro implica a delegação das competências necessárias para dirigir e fiscalizar os serviços respectivos e para praticar os actos de gestão corrente das unidades orgânicas envolvidas. Artigo 9.º Conselho consultivo 1 O conselho consultivo é o órgão de consulta, apoio e participação na definição das linhas gerais de actuação do IASFA, I. P., e nas tomadas de decisão do conselho directivo. 2 O conselho consultivo é constituído: Pág 418 de 461 Páginas

419 a) Pelo presidente do conselho directivo, que preside; b) Por dois representantes do Ministério da Defesa Nacional; c) Por um representante do EMGFA e de cada um dos ramos das Forças Armadas; d) Por um representante de cada associação profissional de militares legalmente constituída. 3 Os membros do conselho consultivo referidos nas alíneas b), c) e d) do número anterior são nomeados, respectivamente, por despacho do membro do Governo responsável pela área da defesa nacional, pelo chefe de estado -maior respectivo, e por cada uma das associações profissionais legalmente constituídas. 4 A indicação dos representantes referidos no n.º 2, bem como os seus substitutos, devem ser comunicados ao presidente do conselho directivo nos 30 dias anteriores ao termo do mandato dos membros cessantes ou nos 30 dias subsequentes à vacatura. 5 A designação dos membros do conselho consultivo é feita por um período de três anos, renovável, sem prejuízo de poderem ser substituídos a qualquer momento pelas entidades que os nomeiam. 6 Podem participar nas reuniões, sem direito a voto, por convite do respectivo presidente, quaisquer pessoas ou entidades cuja presença seja considerada necessária na discussão e análise de matérias específicas. Artigo 10.º Fiscal único O fiscal único tem as competências e é nomeado nos termos previstos na Lei n.º 3/2004, de 15 de Janeiro. Artigo 11.º Vinculação do IASFA O IASFA, I. P., obriga -se mediante as assinaturas do presidente do conselho directivo, ou de quem o substituir, e de um dos vogais. Artigo 12.º Organização interna A organização interna do IASFA, I. P., é a prevista nos respectivos estatutos. Artigo 13.º Pessoal 1 Ao desempenho de funções no IASFA, I. P., por militares e por pessoal militarizado, aplica - se o regime estabelecido para o desempenho de funções por pessoal não dirigente no Ministério da Defesa Nacional. 2 O pessoal civil do IASFA, I. P., rege -se pelo regime do contrato de trabalho em funções públicas. Artigo 14.º Receitas 1 O IASFA, I. P., dispõe das receitas provenientes de dotações que lhe sejam atribuídas no Orçamento do Estado. 2 São receitas próprias do IASFA, I. P.: a) O produto das quotas pagas pelos beneficiários; b) As importâncias cobradas por serviços prestados, incluindo as resultantes do arrendamento de imóveis e da cessão de exploração de estabelecimentos ou da concessão de exploração de serviços; c) O rendimento de bens próprios e bem assim o produto da sua alienação e da constituição de direitos sobre eles; d) O produto da alienação de material obsoleto; e) Os saldos das contas de anos findos; f) Os descontos nos vencimentos base e nas pensões dos beneficiários titulares da ADM previstos em legislação; g) As doações, heranças e legados concedidos por quaisquer entidades públicas ou privadas; h) Os subsídios e comparticipações de outras entidades públicas e privadas; Pág 419 de 461 Páginas

420 i) Quaisquer outras receitas que por lei, acto ou contrato lhe sejam atribuídas. Artigo 15.º Despesas Constituem despesas do IASFA, I. P., as que resultem de encargos decorrentes da prossecução das suas atribuições. Artigo 16.º Património 1 O património do IASFA, I. P., é constituído pela universalidade dos seus bens, direitos e obrigações. 2 O património adquirido pelo IASFA, I. P., a partir da integração neste do Cofre de Previdência das Forças Armadas, mantém -se sujeito às reservas estabelecidas no enquadramento legal de origem. Artigo 17.º Responsabilidade pelo pagamento O pagamento da prestação de cuidados de saúde previstos em diploma próprio, na parte excedente ao pagamento devido pelo beneficiário, é da responsabilidade exclusiva do Estado Português. Artigo 18.º Norma revogatória É revogado o Decreto -Lei n.º 284/95, de 30 de Outubro, com excepção do seu artigo 6.º Artigo 19.º Entrada em vigor O presente decreto -lei entra em vigor no dia 1 de Novembro de Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 9 de Julho de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa Fernando Teixeira dos Santos Henrique Nuno Pires Severiano Teixeira. Promulgado em 30 de Julho de Publique -se. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referendado em 31 de Julho de O Primeiro -Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. Pág 420 de 461 Páginas

421 Decreto-Lei nº 296/2009 de 14 de Outubro Altera a estrutura do regime remuneratório dos militares das Forças Armadas MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL A Lei n.º 12 -A/2008, de 27 de Fevereiro, alterada pela Lei n.º 64 -A/2008, de 31 de Dezembro, embora não defina nem regule os regimes de vinculação, de carreiras e de remunerações dos militares das Forças Armadas, determina que os respectivos regimes obedeçam aos princípios a que se refere o n.º 4 do seu artigo 2.º Em matéria de remunerações dos militares das Forças Armadas relevam os princípios subjacentes aos n.os 1 e 3 do artigo 66.º, artigo 67.º, n.os 1 e 2 do artigo 68.º, n.º 1 do artigo 69.º, e artigos 70.º, 72.º, 73.º e 76.º a 79.º da Lei n.º 12 -A/2008, de 27 de Fevereiro, que se traduzem, designadamente, na definição das componentes da remuneração e respectivos conceitos, na existência de uma tabela remuneratória única que contém todos os níveis remuneratórios a ser utilizados para a fixação da remuneração base dos trabalhadores que exerçam funções ao abrigo de relações jurídicas de emprego público, na fixação das condições de atribuição de suplementos remuneratórios e na enumeração e definição dos respectivos descontos. Em obediência aos princípios anteriormente enunciados, e tendo igualmente presente a Lei n.º 11/89, de 1 de Junho, que estabelece as bases gerais do estatuto da condição militar, procurou - se assegurar a indispensável harmonização com os regimes de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas, tendo em consideração as especificidades decorrentes da organização, competências e funcionamento das Forças Armadas. Pretende -se, ainda, com o presente decreto -lei solucionar algumas distorções que se verificam no actual regime remuneratório, designadamente as que respeitam à existência de sobreposições indiciárias dentro de cada categoria e posto. É também propósito contemplar no presente decreto- -lei normas que respeitam à atribuição dos subsídios de Natal e de férias, 14.º mês e férias nos casos de cessação definitiva de funções. No que concerne ao suplemento de condição militar, cuja atribuição assenta no regime especial de prestação de trabalho, na permanente disponibilidade e nos ónus e restrições específicas da condição militar, prosseguem se os objectivos de actualização iniciados com as alterações introduzidas no Decreto -Lei n.º 328/99, de 18 de Agosto, alterado pelo Decreto -Lei n.º 50/2009, de 27 de Fevereiro. Por último, procede -se também à actualização do regime de abono mensal de despesas de representação dos militares titulares de determinados cargos ou funções, por se encontrar desajustado. O presente decreto -lei obedece aos princípios consagrados nos artigos 66.º e seguintes da Lei n.º 12 -A/2008, de 27 de Fevereiro, alterada pela Lei n.º 64 -A/2008, de 31 de Dezembro, que define os regimes de vinculação de carreiras e de remunerações dos trabalhadores que exercem funções públicas. Foram ouvidas as associações profissionais de militares. Assim: Nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Pág 421 de 461 Páginas

422 CAPÍTULO I Princípios gerais Artigo 1.º Objecto 1 O presente decreto -lei altera a estrutura do regime remuneratório aplicável aos militares dos quadros permanentes (QP), em regime de contrato (RC) e de voluntariado (RV) dos três ramos das Forças Armadas. 2 O disposto no presente decreto -lei aplica -se ainda aos aspirantes a oficial, aspirantes a oficial tirocinantes, cadetes dos estabelecimentos de ensino superior público militar, alunos dos cursos de formação destinados aos QP e militares em instrução básica. Artigo 2.º Direito à remuneração 1 O direito à remuneração reporta -se: a) À data de ingresso no primeiro posto do respectivo quadro, para os militares dos QP; b) À data do início da prestação de serviço em RC ou RV, em conformidade com as normas especificamente aplicáveis; c) À data da incorporação. 2 O direito à remuneração suspende -se nas situações de ausência ilegítima, deserção e noutras situações previstas na lei. 3 O direito à remuneração cessa com a verificação de qualquer das causas que legalmente determinam a cessação do vínculo às Forças Armadas. Artigo 3.º Componentes da remuneração A remuneração dos militares é composta por: a) Remuneração base; b) Suplementos remuneratórios. Artigo 4.º Remuneração base 1 A remuneração base mensal é o montante pecuniário correspondente ao nível remuneratório da posição remuneratória em que o militar se encontra no posto. 2 A remuneração base está referenciada à titularidade do posto e ao posicionamento remuneratório do militar. 3 A remuneração base anual é paga em 14 mensalidades, correspondendo uma delas ao subsídio de Natal e outra ao subsídio de férias. Artigo 5.º Opção de remuneração Sempre que o militar, nos termos estatutariamente aplicáveis, passe a desempenhar cargos ou a exercer funções em comissão especial ou a desempenhar cargos militares fora do âmbito das Forças Armadas, pode optar, a todo o tempo, pela remuneração devida na situação jurídico- - funcional de origem. Artigo 6.º Suplementos remuneratórios 1 Os militares das Forças Armadas beneficiam dos suplementos remuneratórios previstos no presente decreto lei e de suplementos remuneratórios específicos, conferidos em função das particulares condições de exigência relacionadas com o concreto desempenho e exercício de cargos e funções que impliquem, designadamente, penosidade, insalubridade, risco e desgaste, cujos regimes constam de legislação específica. 2 Os militares beneficiam ainda de outros suplementos, designadamente para compensação de despesas feitas, cujos regimes constam de legislação específica. Pág 422 de 461 Páginas

423 CAPÍTULO II Remuneração dos militares na situação de activo SECÇÃO I Remuneração base Artigo 7.º Posições remuneratórias e níveis remuneratórios 1 As posições remuneratórias dos postos militares constam do anexo I ao presente decreto -lei, do qual faz parte integrante, que fixa também os níveis da tabela remuneratória única que lhe correspondem. 2 A remuneração base dos militares a que se refere o n.º 2 do artigo 1.º consta do anexo II ao presente decreto- -lei, do qual faz parte integrante. 3 A remuneração base do Chefe do Estado -Maior- -General das Forças Armadas é fixada por referência ao nível remuneratório 92 da tabela remuneratória única. 4 A remuneração base dos Chefes e dos Vice Chefes dos Estados -Maiores dos três ramos das Forças Armadas são fixadas, respectivamente, por referência aos níveis remuneratórios 89 e 75 da tabela remuneratória única. 5 A remuneração base dos almirantes da Armada e marechais é fixada por referência ao nível remuneratório 89 da tabela remuneratória única. Artigo 8.º Promoção e graduação 1 A promoção é regulada de harmonia com as disposições estatutárias e regulamentares aplicáveis, designadamente a avaliação de mérito, e processa -se para a primeira posição remuneratória do posto a que o militar é promovido. 2 O militar graduado em posto superior tem direito à remuneração correspondente à primeira posição remuneratória do posto em que foi graduado. 3 O militar graduado nos termos do disposto no número anterior retoma a remuneração do posto em que se encontra promovido quando cessar a graduação, sendo lhe contado o tempo em que esteve graduado, para efeitos de mudança de posição remuneratória. 4 O militar dos QP, que no quadro de origem tenha posto superior ao do ingresso em novo quadro especial, é graduado no posto que detém e percebe a remuneração correspondente à posição remuneratória em que se encontrava naquele posto. 5 O militar em RC que ingresse nos QP, quando detenha o posto de ingresso ou seja graduado no posto que detém na data de ingresso, percebe a remuneração correspondente à posição remuneratória em que se encontrava naquele posto. Artigo 9.º Cargo de posto superior 1 O militar nomeado, nos termos das disposições estatutárias e regulamentares, para o exercício de cargos ou funções a que corresponda posto superior tem direito à remuneração correspondente à primeira posição remuneratória desse posto. 2 A portaria ou o despacho de nomeação do militar nas condições referidas no número anterior, bem como a cessação do exercício efectivo de funções, são publicados, conforme o caso, no Diário da República, em Ordem do ramo ou em Ordem de Serviço. 3 O direito à remuneração previsto no n.º 1 adquire- -se à data de início do exercício efectivo de funções. 4 Para efeitos de mudança de posição remuneratória, o tempo em que o militar desempenhou cargo de posto superior é considerado apenas no seu próprio posto. Pág 423 de 461 Páginas

424 SECÇÃO II Suplementos remuneratórios Artigo 10.º Suplemento de condição militar 1 Com fundamento no regime especial de prestação de trabalho, na permanente disponibilidade e nos ónus e restrições específicos da condição militar, é atribuído aos militares um suplemento, designado por suplemento de condição militar. 2 O suplemento de condição militar é remunerado por inteiro e em prestação mensal única a todos os militares nos termos do disposto no Decreto -Lei n.º 50/2009, de 27 de Fevereiro. 3 O suplemento de condição militar é considerado para efeitos do cálculo dos subsídios de férias e de Natal. 4 O suplemento de condição militar é igualmente considerado para efeitos do cálculo da remuneração de reserva e pensão de reforma, nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 47.º do Estatuto da Aposentação. 5 Os valores do suplemento de condição militar são anualmente actualizados na percentagem em que o sejam os níveis da tabela remuneratória única. Artigo 11.º Despesas de representação 1 O Chefe do Estado -Maior -General das Forças Armadas e os Chefes dos Estados -Maiores dos três ramos das Forças Armadas têm direito à atribuição de um abono mensal por despesas de representação de montante de 1808,23 e de 1754,16, respectivamente. 2 Os almirantes da Armada e marechais e os almirantes e generais na efectividade de serviço têm direito à atribuição de um abono mensal por despesas de representação de montante de 501,19. 3 Os oficiais titulares dos cargos previstos no anexo III ao presente decreto -lei, do qual faz parte integrante, têm direito à atribuição de um abono mensal por despesas de representação nos termos previstos para o pessoal dirigente dos serviços e organismos da administração central do Estado, por equiparação aos cargos de direcção superior de 1.º e 2.º graus e de direcção intermédia de 1.º grau. 4 Os valores do abono por despesas de representação são anualmente actualizados na mesma percentagem em que o sejam para os correspondentes cargos de direcção da administração pública. SECÇÃO III Descontos Artigo 12.º Descontos Sobre as remunerações dos militares incidem: a) Descontos obrigatórios; b) Descontos facultativos. Artigo 13.º Descontos obrigatórios 1 São descontos obrigatórios os que resultam de imposição legal. 2 São descontos obrigatórios, entre outros previstos na lei, os seguintes: a) Imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS); b) Quotizações para o regime de protecção social aplicável; c) Descontos para a assistência na doença aos militares; d) Penhoras e pensões resultantes de decisão judicial. 3 Os regimes dos descontos obrigatórios constam de legislação própria. Artigo 14.º Descontos facultativos 1 São descontos facultativos os que, sendo permitidos por lei, carecem de autorização expressa do titular do direito à remuneração. Pág 424 de 461 Páginas

425 2 São, designadamente, descontos facultativos: a) Quotizações para cofres de previdência ou outras instituições afins; b) Prémios de seguros de vida, de doença, de acidentes pessoais, complementos de reforma e planos de poupança -reforma; c) Desconto para o fundo de pensões dos militares das Forças Armadas. CAPÍTULO III Remuneração dos militares na situação de reserva Artigo 15.º Forma de cálculo 1 A remuneração dos militares na situação de reserva é igual à 36.ª parte da remuneração base mensal multiplicada pela expressão em anos do número de meses de serviço contados para a reserva, a qual não pode ser superior a À remuneração referida no número anterior acresce uma parcela de valor igual à 36.ª parte do suplemento de condição militar e dos suplementos devidos pelo exercício de funções em particulares condições de perigosidade, insalubridade, risco e desgaste percebidos no último posto do activo, multiplicada pela expressão em anos do número de meses em que foi exercida a actividade que conferiu direito aos suplementos, a qual não pode ser superior a A remuneração dos militares na reserva na efectividade de serviço é igual à dos militares do activo do mesmo posto e posição remuneratória. Artigo 16.º Contagem de tempo de serviço 1 O tempo de serviço prestado na situação de reserva, na efectividade de serviço, é, no fim de cada ano, levado em conta para efeitos de melhoria da remuneração, até ao limite de 36 anos. 2 Não é contado, para efeitos de remuneração de reserva, o tempo em que o militar tiver permanecido nas situações de licença pelas quais não tenha direito, de acordo com as disposições estatutárias e regulamentares em vigor, ao abono de remuneração base. 3 Nas situações em que, nos termos estatutários e regulamentares, não haja lugar à contagem do tempo de serviço, este não é igualmente levado em conta para efeitos de cálculo de remuneração de reserva. 4 O tempo de permanência do militar na situação de reserva fora da efectividade de serviço releva para efeitos do cálculo da pensão de reforma, passando as quotizações ou contribuições para a Caixa Geral de Aposentações (CGA) ou para o regime geral de segurança social a incidir sobre a remuneração relevante para o cálculo da remuneração de reserva. Artigo 17.º Actualização A remuneração dos militares na situação de reserva é actualizada sempre que se verifiquem alterações das remunerações dos militares do mesmo posto e posição remuneratória do activo, em igual percentagem, com efeitos reportados à data da entrada em vigor das referidas actualizações. CAPÍTULO IV Subsídios de Natal e de férias, 14.º mês e férias em caso de interrupção ou cessação definitiva de funções SECÇÃO I Subsídio de Natal Artigo 18.º Efectividade de serviço ou com direito a remuneração Os militares na efectividade serviço ou em qualquer situação que confira direito a remuneração têm direito a receber, em cada ano civil, um subsídio de Natal, abonado em Novembro, de montante igual ao da remuneração base que lhe seja devida no dia 1 do referido mês, acrescido dos suplementos que a lei preveja como integrantes do respectivo cálculo. Pág 425 de 461 Páginas

426 Artigo 19.º Primeiro ano de serviço Os militares, no primeiro ano civil em que prestem serviço efectivo, têm direito a receber um subsídio de Natal de montante correspondente a tantos duodécimos quantos os meses completos de serviço que vierem a perfazer até 31 de Dezembro, contando -se, para o efeito, os meses de calendário, sem prejuízo do disposto no artigo 25.º Artigo 20.º Situação que não confira direito a remuneração 1 Os militares, no ano em que incorram em qualquer situação que não confira direito à remuneração, têm direito a um subsídio de Natal de montante correspondente a tantos duodécimos quantos os meses de serviço efectivo prestado nesse ano. 2 No caso previsto no número anterior, o subsídio é abonado com a última remuneração devida ou, em caso de impossibilidade, nos 60 dias subsequentes, sendo o respectivo montante determinado com base na remuneração auferida à data da mudança de situação se o militar não estiver na efectividade de serviço em 1 de Novembro. 3 No ano em que cessam as situações referidas no n.º 1 aplica -se o disposto no artigo anterior. Artigo 21.º Cessação definitiva de funções Os militares abatidos aos QP, nos termos do Estatuto dos Militares das Forças Armadas (EMFAR), bem como os militares em RC e RV que passem à reserva de disponibilidade, têm direito a receber, com a última remuneração devida, um subsídio de Natal de montante correspondente a tantos duodécimos quantos os meses completos de serviço efectivo prestado nesse ano, determinado com base na última remuneração auferida. Artigo 22.º Fora da efectividade de serviço 1 O subsídio de Natal dos militares na situação de reserva, fora de efectividade de serviço, na reforma ou desligados do serviço a aguardar conclusão do processo de reforma corresponde ao montante da remuneração ou pensão a que tenham direito no dia 1 de Novembro. 2 No ano em que deixem a efectividade de serviço por transitarem para qualquer das situações previstas no número anterior, os militares têm direito, independentemente da entidade processadora, a um subsídio de Natal de montante igual ao que lhes seria atribuído se, à data de 1 de Novembro, estivessem na efectividade de serviço, excepto se da aplicação do número anterior resultar um montante mais elevado. SECÇÃO II Subsídio de férias, 14.º mês e férias em caso de interrupção ou cessação definitiva de funções Artigo 23.º Efectividade de serviço ou com direito a remuneração 1 Aos militares na efectividade de serviço ou em qualquer outra situação que confira direito a remuneração é atribuído, em cada ano civil, um subsídio de férias, abonado por inteiro no mês de Junho, desde que até ao dia 1 daquele mês tenham completado um ano de serviço efectivo. 2 Os militares referidos no número anterior que completem o primeiro ano de serviço efectivo entre 1 de Junho e 31 de Dezembro, são abonados do subsídio de férias no mês seguinte àquele em que perfaçam esse tempo de serviço. 3 O subsídio de férias é de montante igual à remuneraçãobase a que os militares tenham direito no dia 1 de Junho ou, nos casos previstos no número anterior, no dia 1 do mês em que completem um ano de serviço efectivo, acrescido dos suplementos que a lei preveja como integrantes do respectivo cálculo. Pág 426 de 461 Páginas

427 Artigo 24.º Fora da efectividade de serviço 1 Os militares na situação de reserva, fora de efectividade de serviço, na reforma ou desligados do serviço a aguardar conclusão do processo de reforma, com excepção dos que no ano da passagem a qualquer das situações referidas tenham recebido subsídio de férias, têm direito a receber, em cada ano civil, um 14.º mês, abonado em Julho, de montante igual à remuneração ou pensão correspondente a esse mês. 2 O abono do 14.º mês compete à CGA ou à segurança social se o militar se encontrar na situação de reforma ou à entidade de que dependa o militar se este se encontrar na situação de reserva, fora da efectividade de serviço ou desligado do serviço aguardando conclusão do processo de reforma. Artigo 25.º Interrupção de funções 1 No ano em que ocorra a interrupção de funções com perda de remuneração, os militares têm direito a receber, nos 60 dias subsequentes, o subsídio de férias, se ainda o não tiverem percebido, bem como a remuneração correspondente ao período de férias vencidas em 1 de Janeiro desse ano, que não tenha sido e não possa ser gozado, por motivo de serviço, antes da mudança de situação. 2 Quando o início e o termo da interrupção ocorram no mesmo ano civil, os militares têm direito, no ano seguinte, a um período de férias e aos correspondentes abonos proporcionais ao tempo de serviço prestado no ano da interrupção. 3 Quando a interrupção abranja dois anos civis, os militares têm direito, no ano de regresso e no seguinte, a um período de férias e aos correspondentes abonos, proporcionais ao tempo de serviço prestado, respectivamente, no ano da interrupção de funções e no ano do regresso à efectividade de serviço. Artigo 26.º Cessação definitiva de funções 1 Os militares abatidos aos QP nos termos do EMFAR, bem como os militares em RC ou RV que passem à reserva de disponibilidade, têm direito a receber, cumulativamente com a última remuneração devida, a remuneração correspondente a dois dias e meio por cada mês completo de serviço efectivo prestado nesse ano e o subsídio de férias proporcional. 2 Para além do disposto no número anterior, os militares ainda têm direito ao subsídio correspondente ao período de férias vencido em 1 de Janeiro do ano do abate ou da passagem à reserva de disponibilidade, se ainda o não tiverem percebido, bem como à remuneração relativa a esse período, se ainda o não tiverem gozado. 3 Os abonos previstos nos números anteriores são calculados com base na última remuneração auferida. Artigo 27.º Princípio da unicidade O regime previsto no artigo anterior é aplicável, por uma única vez, aos militares que deixem a efectividade de serviço por transitarem para as situações de reserva ou reforma. CAPÍTULO V Disposições complementares, transitórias e finais Artigo 28.º Prestações familiares e outras prestações sociais Os militares têm direito a protecção social, a outros benefícios sociais e ao subsídio por morte nos termos da lei geral. Artigo 29.º Alimentação e fardamento Os militares das Forças Armadas, na efectividade de serviço, têm direito a abono de alimentação, atribuída, em regra, em espécie e a comparticipação na aquisição de fardamento, cujos regimes constam de legislação específica. Pág 427 de 461 Páginas

428 Artigo 30.º Contagem do tempo de serviço Para efeitos do presente decreto -lei, considera -se como mês completo o período de duração superior a 15 dias que restar do cômputo, em meses, do tempo de serviço prestado. Artigo 31.º Regime de transição para as posições remuneratórias 1 A transição para a nova tabela remuneratória única é efectuada nos seguintes termos: a) O militar é reposicionado na posição a que, no respectivo posto, corresponda nível remuneratório cujo montante pecuniário seja igual ao montante pecuniário correspondente à remuneração base a que tem direito, incluindo adicionais e diferenciais de integração even tualmente devidos; b) Na falta de identidade, o militar é reposicionado na posição remuneratória, automaticamente criada, cujo montante pecuniário seja igual ao montante pecuniário correspondente à remuneração base a que actualmente tem direito, incluindo adicionais e diferenciais de integração eventualmente devidos. 2 Quando, na transição efectuada nos termos do número anterior, a remuneração base, incluindo adicionais e diferenciais de integração eventualmente devidos, seja inferior à primeira posição remuneratória prevista no anexo I ao presente decreto -lei, do qual faz parte integrante, para o respectivo posto, o militar é transitoriamente posicionado no nível remuneratório, automaticamente criado, de montante pecuniário igual à remuneração a que tem direito à data de entrada em vigor do presente decreto -lei. 3 Quando da aplicação conjugada das regras de reposicionamento, mencionadas nos números anteriores, com as regras de promoção e progressão estatutariamente previstas, resulte, pela primeira vez, uma situação em que um militar transite para posição remuneratória igual ou superior a militares do mesmo posto e maior antiguidade, estes, por despacho do respectivo Chefe de Estado -Maior, transitam para a mesma posição. 4 Para efeitos de mudança de posição remuneratória releva todo o tempo de serviço contado no escalão remuneratório em que o militar se encontra na data de entrada em vigor do presente decreto -lei, bem como para efeitos de aplicação do previsto no número anterior. 5 O regime de transição previsto nos números anteriores aplica -se também aos militares na situação de reserva e aos deficientes das Forças Armadas. 6 A execução orçamental do disposto nos n.os 2 e 3 é assegurada por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da defesa nacional. Artigo 32.º Formalidades da transição 1 Pelos competentes serviços dos respectivos ramos são publicadas listas de transição para as novas posições remuneratórias para conhecimento de todos os interessados. 2 Da integração cabe reclamação e recurso hierárquico nos termos estatutários, sem prejuízo do recurso contencioso nos termos gerais. Artigo 33.º Salvaguarda de direitos Da aplicação do presente decreto -lei não pode resultar para os militares redução da remuneração actualmente auferida. Artigo 34.º Norma revogatória 1 São revogadas todas as disposições que contrariem o disposto no presente decreto -lei, designadamente: a) Decreto -Lei n.º 498 -E/74, de 30 de Setembro; b) Decreto -Lei n.º 329 -E/75, de 30 de Junho; c) Decreto -Lei n.º 543 -A/80, de 10 de Novembro; d) Decreto -Lei n.º 57/81, de 31 de Março; e) Decreto -Lei n.º 330/83, de 12 de Julho; Pág 428 de 461 Páginas

429 f) Decreto -Lei n.º 299/97, de 31 de Outubro; g) Portaria n.º 149/2003, de 13 de Fevereiro. 2 Mantém -se em vigor, em tudo o que não contrarie o previsto no presente decreto -lei, o disposto no Decreto- -Lei n.º 328/99, de 18 de Agosto, alterado pelos Decretos- -Leis n.os 207/2002, de 17 de Outubro, e 50/2009, de 27 de Fevereiro. Artigo 35.º Entrada em vigor O presente decreto -lei entra em vigor em 1 de Janeiro de Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 20 de Agosto de José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa Emanuel Augusto dos Santos João António da Costa Mira Gomes. Promulgado em 2 de Outubro de Publique -se. O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. Referendado em 6 de Outubro de O Primeiro -Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa. Pág 429 de 461 Páginas

430 Decretos Regulamentares Decreto Regulamentar n.º 5/86 de 28 de Fevereiro DR n.º 49/86 Série I Presidência do Conselho de Ministros c) Ministério da Indústria e Comércio, nos termos do artigo 16º. Delimita as respectivas áreas de actuação dos serviços sociais de vários ministérios. (Edição/Visualização de Notas Pessoais) PÁGINAS 502 a 503 A nova Lei Orgânica do Governo, aprovada pelo Decreto-Lei n.º 497/85, de 17 de Dezembro, veio determinar profundas alterações na estrutura da Administração, com evidentes reflexos no âmbito de acção das várias obras e serviços sociais na Administração Pública, pelo que urge proceder, em cumprimento do disposto no n.º 3 do artigo 24º. daquele diploma, à delimitação das respectivas áreas de actuação. Assim: O Governo decreta, nos termos da alínea c) do artigo 202º. da Constituição, o seguinte: Artigo 1º. Os Serviços Sociais da Presidência do Conselho de Ministros abrangem os funcionários e agentes dos serviços e organismos dependentes dos seguintes ministérios: a) Presidência do Conselho de Ministros, nos termos do artigo 7º. e do n.º 1 do artigo 8º. do Decreto-Lei n.º 497/85, de 17 de Dezembro; b) Ministério da Defesa, nos termos do artigo 10º.; c) Ministério da Administração Interna, nos termos do artigo 12º.; d) Ministério do Plano e da Administração do Território, nos termos do artigo 13º.; e) Ministério dos Negócios Estrangeiros, nos termos do artigo 14º. Art. 2º. Os Serviços Sociais do Ministério das Finanças (SOFE) abrangem os funcionários e agentes dos seguintes ministérios: a) Ministério das Finanças, nos termos do artigo 11º. do Decreto-Lei n.º 497/85, de 17 de Dezembro; b) Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação, nos termos do artigo 15º.; Art. 3º. A Obra Social do Ministério da Educação (OSME) abrange os funcionários e agentes dos serviços e organismos dependentes do Ministério da Educação e Cultura, nos termos do artigo 17º. do Decreto-Lei n.º 497/85, de 17 de Dezembro. Art. 4º. A Obra Social do Ministério das Obras Públicas (OSMOP) abrange os funcionários e agentes dos serviços e organismos dependentes do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, nos termos do artigo 18º. do Decreto-Lei n.º 497/85, de 17 de Dezembro. Art. 5º. Os Serviços Sociais do Ministério da Saúde abrangem os funcionários e agentes dos serviços e organismos dependentes do Ministério da Saúde, nomeadamente os organismos referidos no artigo 19º. do Decreto-Lei n.º 497/85, de 17 de Dezembro. Art. 6º. Os Serviços Sociais do Ministério do Trabalho e Segurança Social abrangem os funcionários e agentes do Ministério do Trabalho e Segurança Social, nos termos do artigo 20º. do Decreto-Lei n.º 497/85, da 17 de Dezembro. Art. 7º. Os serviços e obras sociais deverão, no prazo da 30 dias a contar da entrada em vigor deste diploma, propor as alterações orçamentais que se justifiquem face à alteração do número de beneficiários e de organismos abrangidos pela sua acção. Art. 8º. Os beneficiários dos serviços e obras sociais passam, a partir da data da entrada em vigor deste diploma, a estar abrangidos pelas obras e serviços sociais definidos nos artigos anteriores, devendo proceder aos respectivos pedidos de Pág 430 de 461 Páginas

431 inscrição no prazo de 30 dias a contar da mesma data. Art. 9º. O direito a benefícios que se prolonguem no tempo, já adquiridos à data da entrada em vigor deste diploma, mantém-se durante o período para que foram concedidos, não podendo, em caso algum, ser acumulados com benefícios análogos a conceder pelos novos serviços ou obras sociais para cujo âmbito de actuação passem os respectivos titulares. Art. 10º. Este diploma entra em vigor 10 dias após a sua publicação. Aníbal António Cavaco Silva - Leonardo Eugénio Ramos Ribeiro de Almeida - Miguel José Ribeiro Cadilhe - Eurico Silva Teixeira de Melo - Luís Francisco Valente de Oliveira - Pedro José Rodrigues Pires de Miranda - Álvares Roque de Pinho Bissaia Barreto - Fernando Augusto dos Santos Martins - João de Deus Rogado Salvador Pinheiro - João Maria Leitão de Oliveira Martins - Maria Leonor Couceiro Pizarro Beleza de Mendonça Tavares - Luís Fernando Mira Amaral. Promulgado em 10 de Fevereiro de Publique-se. O Presidente da República, ANTÓNIO RAMALHO EANES. Referendado em 13 de Fevereiro de O Primeiro-Ministro, Aníbal António Cavaco Silva. Pág 431 de 461 Páginas

432 Decreto Regulamentar n.º 24-A/97 de 30 de Maio - alterado pelo Decreto Regulamentar nº 15/99 de 17 de Agosto Regulamenta o regime jurídico das prestações por encargos familiares, constante do Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de Maio DR n.º 124/97 Série I-B 2º. SUPLEMENTO Ministério da Solidariedade e Segurança Social O Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de Maio, estabeleceu o novo regime jurídico das prestações por encargos familiares, no âmbito dos regimes geral da segurança social e de protecção social da função pública, tendo procedido a uma reformulação global da legislação existente neste domínio. Das principais inovações da actual concepção e estrutura do regime ressaltam, para além da racionalização do respectivo elenco de prestações, o reconhecimento do direito às mesmas a descendentes casados, desde que considerados a cargo, e a modulação dos montantes do subsídio familiar a crianças e jovens, a conceder de acordo com critérios de selectividade, aferidos em função dos rendimentos dos agregados familiares e indexados ao valor do salário mínimo mensal garantido à generalidade dos trabalhadores. Para execução das medidas que caracterizam a nova legislação, afigura-se indispensável a definição de um conjunto de regras, de natureza regulamentar, as quais devem configurar-se em instrumento normativo adequado, que garanta uma correcta e uniforme aplicação do disposto no decreto-lei. O artigo 72º. do Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de Maio, prevê que a regulamentação das matérias que o integram seja feita por decreto regulamentar, sendo essa a finalidade do presente diploma. Assim: Ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 72º. do Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de Maio, e nos termos da alínea c) do artigo 202º. da Constituição, o Governo decreta o seguinte: Artigo 1º. Objectivo 1 - O presente diploma regulamenta o regime jurídico das prestações por encargos familiares, previsto no Decreto-Lei n.º 133-B/97, de 30 de Maio. 2 - As remissões para artigos constantes das normas subsequentes devem considerar-se como feitas para o diploma referido no número anterior. Artigo 2º. Declaração de rendimentos 1 - Dependem de apresentação de declaração de rendimentos por parte do interessado: a) A atribuição e a manutenção do direito às prestações familiares a pessoas consideradas a cargo, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 17º.; b) A determinação do escalão de rendimentos de que depende o montante do subsídio familiar a crianças e jovens, de acordo com o disposto no artigo 31º. 2 - Da declaração de rendimentos devem constar todos os elementos que permitam apurar os rendimentos, em conformidade com o estabelecido nos artigos seguintes. Artigo 3º. Rendimentos 1 - São considerados, para os efeitos referidos no artigo anterior, os seguintes rendimentos anuais ilíquidos: a) Rendimentos do trabalho dependente e ou independente; b) Rendimentos comerciais, industriais e ou agrícolas; c) Rendimentos de capitais; d) Rendimentos prediais; e) Pensões. f) Outras prestações sociais compensatórias da perda ou inexistência de rendimentos concedidas no âmbito dos regimes de protecção social. 2 - Os rendimentos compreendidos no âmbito das categorias enunciadas nas alíneas a) a e) do número anterior são os estabelecidos para as correspondentes categorias na legislação que regula o imposto sobre os rendimentos das pessoas singulares (IRS). Pág 432 de 461 Páginas

433 3 - Não são considerados os rendimentos relativos a prestações familiares e ao subsídio por assistência de terceira pessoa concedidos no âmbito dos regimes de protecção social. Artigo 4º. Momento e periodicidade da apresentação da declaração de rendimentos 1 - A declaração de rendimentos, para efeitos do reconhecimento do direito às prestações e da determinação do escalão de rendimentos de que depende o montante do subsídio familiar a crianças e jovens, é apresentada aquando da entrega do respectivo requerimento, sem prejuízo do disposto no artigo 63º. 2 - A declaração de rendimentos, para efeitos da manutenção do direito às prestações e de reavaliação do escalão de rendimentos de que depende o montante do subsídio familiar a crianças e jovens, é apresentada, a partir do ano civil seguinte ao da vigência deste diploma, anualmente, no mês de Outubro. Artigo 5º. Período de referência da declaração de rendimentos A declaração de rendimentos é feita por referência ao ano civil anterior àquele em que é apresentada. Artigo 6º. Apuramento dos rendimentos 1 - Para efeito da atribuição ou manutenção do direito às prestações, são apurados os rendimentos das pessoas referidas nas alíneas a) e b) do n.º 2 do artigo 17º. e dos respectivos cônjuges, se for caso disso. 2 - Para efeito de determinação do escalão de rendimentos de que depende o montante do subsídio familiar, são apurados os rendimentos do agregado familiar de que o titular do direito à prestação é dependente. 3 - Nas situações em que o titular do subsídio familiar a crianças e jovens for tributado autonomamente, nos termos da legislação fiscal, os rendimentos próprios, bem como os do respectivo agregado familiar, devem ser igualmente apurados e conglobados com os do agregado familiar do beneficiário, para efeito da determinação do escalão. 4 - O agregado familiar a considerar nos termos dos números anteriores é o definido na legislação que regula o imposto sobre IRS. Artigo 7º. Produção de efeitos da declaração de rendimentos 1 - Os efeitos decorrentes do apuramento de rendimentos, efectuado com base na declaração inicial de rendimentos, repercutem-se à data da atribuição da prestação e durante o ano civil subsequente. 2 - Os efeitos decorrentes do apuramento de rendimentos, efectuado com base na declaração anual de rendimentos, produzem-se a partir do mês de Janeiro do ano civil subsequente àquele em que a mesma tem lugar, sem prejuízo da aplicação das regras de caducidade do direito à prestação. Artigo 8º. Efeitos da não apresentação da declaração de rendimentos A não apresentação da declaração de rendimentos nos prazos estabelecidos para o efeito determina: a) A não atribuição da prestação, nas situações em que o reconhecimento do direito dela dependa; b) A suspensão do direito à prestação a partir do mês seguinte ao do termo do prazo e até ao subsequente àquele em que seja efectuada nas situações em que a manutenção do direito dela dependa; c) A concessão dos montantes de subsídio familiar a crianças e jovens pelos valores correspondentes ao 3º. escalão de rendimentos. Artigo 9º. Actuação das instituições ou serviços gestores das prestações 1 - Sempre que da obrigação de declarar anualmente os rendimentos resulte, por acção ou omissão, posicionamento em escalão de rendimentos de que venha a resultar valor de subsídio familiar a crianças e jovens inferior ao que vinha sendo concedido ao seu titular, devem as instituições gestoras das prestações observar os seguintes procedimentos: a) Notificar os interessados de que o valor do subsídio familiar a crianças e jovens irá sofrer redução a partir do início do ano civil subsequente àquele em que a prova de rendimentos teve lugar, como consequência do posicionamento em escalão diferente daquele em que estavam posicionados; b) Conceder prazo até 31 de Dezembro do ano civil em que é feita a prova de rendimentos para os interessados requererem a respectiva rectificação de escalão, sendo caso disso; Pág 433 de 461 Páginas

434 c) O não cumprimento do prazo referido na alínea anterior sem justificação atendível determina a concessão da prestação pelos montantes inferiores no ano civil subsequente àquele em que a prova de rendimentos teve lugar. 2 - As instituições ou serviços gestores das prestações podem solicitar, sempre que se justifique, quaisquer elementos que permitam comprovar a veracidade das declarações de rendimentos prestadas pelos interessados, designadamente a especificação das despesas regulares dos agregados familiares. Artigo 10º. Produção de efeitos Os efeitos do presente diploma reportam-se à data da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 133- B/97, de 30 de Maio. Presidência do Conselho de Ministros, 30 de Abril de António Manuel de Oliveira Guterres - Fernando Teixeira dos Santos - Eduardo Luís Barreto Ferro Rodrigues - Fausto de Sousa Correia. Promulgado em 27 de Maio de Publique-se. O Presidente da República, JORGE SAMPAIO. Referendado em 30 de Maio de O Primeiro-Ministro, António Manuel de Oliveira Guterres. Pág 434 de 461 Páginas

435 Portarias Portaria n.º 545/80 de 26 de Agosto DR n.º 196/80 Série I Conselho da Revolução - Estado-Maior do Exército Aprova o Regulamento de Admissão aos Estabelecimentos Militares de Ensino PÁGINAS 2350 a 2355 Manda o Conselho da Revolução, pelo Chefe do Estado-Maior do Exército, ouvidos os Chefes dos Estados-Maiores da Armada e da Força Aérea, nos termos do artigo 1º. do Decreto-Lei n.º 192/80, de 18 de Junho, aprovar o Regulamento de Admissão aos Estabelecimentos Militares de Ensino, anexo à presente portaria e dela fazendo parte integrante. Estado-Maior do Exército, 30 de Julho de O Chefe do Estado-Maior do Exército, Pedro Alexandre Gomes Cardoso, general. REGULAMENTO DE ADMISSÃO AOS ESTABELECIMENTOS MILITARES DE ENSINO CAPÍTULO I Condições de admissão Artigo 1º. 1 - A admissão dos alunos faz-se para o 1º. ano ou 2º. ano do ciclo preparatório do ensino secundário ou Colégio Militar (CM), Instituto Militar dos Pupilos do Exército (IMPE) e Instituto de Odivelas (IO). 2 - No Instituto Militar dos Pupilos do Exército a admissão faz-se também para o 1º. ano dos cursos superiores ali ministrados, nas condições a estabelecer em diploma próprio. 3 - A título excepcional, pode o CEME autorizar, por despacho, a admissão a concurso para qualquer ano dos cursos dos estabelecimentos de ensino ou a dispensa das condições previstas nas alíneas a) do artigo 3º. e do artigo 4º. a candidato órfão, desde que: a) A orfandade tenha ocorrido há menos de um ano à data da abertura do concurso de admissão; ou b) Verificando-se há mais tempo, tenha entretanto ocorrido, no mesmo período, facto superveniente que provoque grave desequilíbrio no agregado familiar do órfão. Art. 2º. São condições gerais de admissão: a) Ser português; b) Possuir as condições físicas e psicotécnicas e os conhecimentos literários indispensáveis à frequência do estabelecimento de ensino a que o candidato se destina, comprovados em provas do concurso de admissão. Art. 3º. São condições especiais de admissão ao 1º. ano do ciclo preparatório do ensino secundário (5º. ano de escolaridade): a) Ter menos de 12 anos de idade até 31 de Dezembro do ano civil em que tem lugar o concurso; b) Ter sido aprovado no ciclo elementar do ensino primário. Art. 4º. São condições especiais de admissão ao 2º. ano do ciclo preparatório do ensino secundário (6º. ano de escolaridade): a) Ter menos de 13 anos de idade até 31 de Dezembro do ano civil em que tem lugar o concurso; b) Ter sido aprovado na frequência do 1º. ano do ciclo preparatório do ensino secundário. Art. 5º. O candidato referido no n.º 3 do artigo 1º. deve obedecer às seguintes condições especiais de admissão: a) Ser filho de militar do QP; b) Ter obtido aprovação no ano anterior àquele a que concorre, devendo essa aprovação obedecer aos mesmos requisitos que vigorarem, nessa matéria, para aplicação aos alunos do estabelecimento respectivo; c) Ter, no ano civil em que concorre, idade igual à que teria um aluno que nunca tivesse perdido ano algum de escolaridade e se apresentasse à matrícula no ano pretendido, acrescida de um ano; d) Não exceder em mais de um ano, quando se trate de admissão ao 1º. ou 2º. ano, as idades constantes na alínea a) do artigo 3º. ou na alínea a) do artigo 4º., para efeitos da dispensa prevista no n.º 3 do artigo 1º. Pág 435 de 461 Páginas

436 CAPÍTULO II Concurso de admissão Art. 6º. 1 - A aptidão física, cultural e psicotécnica dos candidatos ao concurso de admissão é apreciada por meio das seguintes operações: a) Prova de aptidão cultural; b) Prova de aptidão psicotécnica; c) Inspecção médica; d) Prova de aptidão física (só para CM e IMPE). 2 - Em princípio, as diferentes operações do concurso realizam-se pela ordem indicada, podendo a mesma ser alterada quando conveniente. 3 - Os candidatos que, após a realização das provas cultural e psicotécnica, revelem não possuir os conhecimentos culturais ou a capacidade de aprender mínimos necessários para a frequência do estabelecimento de ensino a que concorrem são excluídos das restantes operações do concurso. 4 - O Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) definirá, por despacho, o critério de apuramento dos candidatos. Art. 7º. 1 - Normalmente, as operações do concurso têm lugar nos estabelecimentos de ensino a que os candidatos concorrem, podendo, no entanto, para os candidatos residentes nas ilhas e em Macau, as mesmas ser realizadas localmente. 2 - Os júris, no caso de as operações do concurso se realizarem nas ilhas e em Macau, serão nomeados pelos respectivos comandantes militares. 3 - A elaboração e classificação das provas de aptidão cultural compete ao estabelecimento de ensino a que os candidatos concorrem. 4 - A elaboração e classificação das provas psicotécnicas compete ao Centro de Estudos Psicotécnicos do Exército (CEPE). Art. 8º. Os candidatos que em qualquer altura do concurso declarem, através do respectivo encarregado de educação, por escrito, desistir do mesmo são desde logo eliminados, devendo o facto ser averbado nos registos. Art. 9º. Os candidatos convocados para as várias operações do concurso devem comparecer com pontualidade nos locais, dias e horas que lhes sejam fixados, sendo sempre portadores do respectivo bilhete de identidade ou, não o possuindo ainda, de cédula pessoal. O não cumprimento desta disposição pode implicar a exclusão do concurso. Art. 10º. 1 - Para cada uma das operações do concurso são realizadas duas chamadas. 2 - Os candidatos que por motivo de doença ou acidente intercorrente não possam comparecer no dia e hora marcados para a realização das operações na 1.ª chamada terão de justificar, no prazo máximo de três dias úteis a contar da data em que se verificou a falta, as razões do impedimento, através de atestado médico com assinatura reconhecida ou outro documento legal comprovativo. Art. 11º. 1 - Aos candidatos a quem for justificada a falta à 1.ª chamada será fixada a data da realização da 2.ª chamada, não devendo a mesma efectuar-se depois de dez dias úteis após a primeira. 2 - A falta à 2.ª chamada implica a exclusão do concurso, qualquer que seja o motivo. Art. 12º. 1 - A fim de superintender no processamento das operações do concurso é nomeada anualmente, por despacho do director do estabelecimento de ensino, uma comissão de admissão a que presidirá o subdirector e da qual fazem parte: Presidente da junta de inspecção médica; Presidente do júri das provas de aptidão física; Presidente do júri das provas de aptidão cultural; Presidente do júri da prova de aptidão psicotécnica; Secretário coordenador. 2 - O director do estabelecimento de ensino nomeará o pessoal necessário ao apoio administrativo da comissão. Art. 13º. A comissão de admissão mantém-se constituída desde a abertura do concurso até ao seu encerramento e tem por atribuições as seguintes: a) Proceder à análise dos processos de admissão dos candidatos; b) Superintender no processamento de todas as provas de admissão; c) Fazer cumprir as disposições insertas neste Regulamento no que respeita à realização das provas de admissão; d) Elaborar informações, propostas e recomendações sobre a matéria da sua competência que requeiram decisão superior. Pág 436 de 461 Páginas

437 CAPÍTULO III Organização do concurso de admissão Art. 14º. Com base em informação dos estabelecimentos de ensino e mediante proposta do director do departamento de instrução (DDI), o CEME fixará anualmente, por despacho, o número de vagas a atribuir em cada um deles para cada ano de admissão. Art. 15º. O anúncio da abertura do concurso, respectivo calendário e número de vagas previstas serão efectuados até 31 de Maio, pelo que os estabelecimentos de ensino deverão remeter ao Estado-Maior do Exército (EME), até 15 do mesmo mês, as respectivas propostas. Art. 16º. 1 - As vagas criadas serão repartidas anualmente, por despacho do CEME, pelos seguintes grupos e subgrupos de candidatos: A) Grupo A - Casos especiais: 1) 1º. subgrupo - serem órfãos de militares ou militarizados falecidos no exercício das suas funções e por motivo do seu desempenho, com preferência para os que tenham falecido em campanha ou na manutenção da ordem pública e por esta prioridade; 2) 2º. subgrupo - ser órfão de militar dos quadros permanentes, com prioridade para os órfãos de pai e mãe; 3) 3º. subgrupo - ser filho de militar dos quadros permanentes, nas seguintes condições: a) Órfão de mãe; b) Pai em situação de invalidez, com grau de incapacidade mínimo de 30%, resultante do exercício das suas funções militares e por motivo do seu desempenho, com preferência para os que se tenham incapacitado em campanha ou na manutenção da ordem e por esta prioridade; c) Ter seis ou mais irmãos menores, exceptuando os já matriculados nos estabelecimentos militares de ensino, e não possuir outros rendimentos além do vencimento da função militar; 4) 4º. subgrupo - ser filho de militar que tenha prestado serviços à Pátria recompensados a título individual com qualquer grau da Ordem Militar da Torre e Espada ou com medalhas militares de valor militar ou cruz de guerra e serviços distintos com palma pela ordem legal de precedências. B) Grupo B - Filhos de militares do quadro permanente (QP): 1) 1º. subgrupo - filhos de oficiais; 2) 2º. subgrupo - filhos de sargentos; 3) 3º. subgrupo - filhos de praças. C) Grupo C - Outros candidatos: 1) 1º. subgrupo: a) Filhos de oficiais graduados, praças ou guardas da Guarda Nacional Republicana (GNR), Guarda Fiscal (GF) ou Polícia de Segurança Pública (PSP) servindo em permanência e na efectividade de serviço ou falecidos nesta situação; b) Filhos de funcionários civis do Exército com mais de cinco anos de serviço; 2) 2º. subgrupo - candidatos não abrangidos nos grupos anteriores. 2 - Os candidatos abrangidos pelo disposto no 1º. subgrupo do grupo A, bem como os filhos dos condecorados em qualquer grau da Ordem Militar da Torre e Espada ou da medalha militar de valor militar, desde que satisfaçam as condições de admissão, serão sempre admitidos, ainda que excedam o número de vagas. 3 - As vagas destinadas a candidatos do grupo A atribuídas a qualquer dos seus subgrupos que não forem preenchidas reverterão em primeira instância a favor dos restantes subgrupos pela ordem em que são indicados e, se não forem preenchidas, a favor do grupo B. 4 - As vagas destinadas a candidatos do grupo B que não forem preenchidas reverterão a favor dos candidatos do grupo C, proporcionalmente às vagas atribuídas inicialmente a cada subgrupo. 5 - As vagas destinadas a candidatos do grupo C e atribuídas a qualquer dos subgrupos que não forem preenchidas reverterão a favor do outro subgrupo e, se não forem preenchidas a favor do grupo B. Art. 17º. Para efeitos de admissão, são equiparados a filhos de militares dos QP, de acordo com as suas categorias hierárquicas: a) Os órfãos de pai, filhos de militares dos QP das forças armadas (FA), ainda que a mãe tenha posteriormente casado com indivíduo civil; b) Os órfãos de pai, filhos de civis cuja mãe tenha posteriormente casado com militar dos QP das FA. Art. 18º. 1 - Os candidatos aprovados no concurso de admissão serão agrupados pelo CEPE de acordo com as classificações obtidas nas provas cultural e psicotécnica e admitidos com base neste agrupamento, até ao limite das vagas. 2 - Em caso de igualdade de classificação, são condições de preferência: a) Para os candidatos dos grupos A e B: 1) Menor capitação; 2) Maior tempo de serviço do pai; b) Para os candidatos do grupo C: Pág 437 de 461 Páginas

438 1) Ser neto de militar dos QP; 2) Ser filho de antigo aluno do estabelecimento a que o candidato concorre; 3) Menor capitação. Art. 19º. 1 - Concluídos os trabalhos de ordenação, a comissão de admissão elaborará as listas dos candidatos a admitir e a excluir, submetendo-as à aprovação do director do respectivo estabelecimento de ensino. 2 - As listas, devidamente informadas e aprovadas, serão enviadas ao EME para homologação pelo CEME. Art. 20º. A documentação comprovativa das condições gerais e especiais e outra relacionada com a admissão será indicada pelos estabelecimentos de ensino aos interessados, a partir de 25 de Maio de cada ano. Art. 21º. 1 - Para efeitos do n.º 3 do artigo 1º., será organizado, para cada candidato ou grupo de candidatos nas mesmas condições, concurso de admissão ad hoc, com vista ao disposto na alínea b) do artigo 2º. 2 - O concurso referido no número anterior constará das provas previstas no artigo 6º. deste Regulamento, devidamente adaptadas em função do ano escolar a que respeitarem e a submeter a prévia aprovação do CEME. CAPÍTULO IV Prova de aptidão cultural Art. 22º. Os candidatos serão submetidos a uma prova de aptidão cultural, que se destina não só a avaliar se possuem um mínimo aceitável de conhecimentos necessário à frequência dos cursos ministrados nos estabelecimentos de ensino a que concorrem, mas também a capacidade de aprender. Art. 23º. 1 - Os candidatos residentes no continente realizarão a prova de aptidão cultural nos estabelecimentos de ensino a que concorrem, perante um júri a nomear pelo respectivo director. 2 - Os candidatos residentes nas ilhas e em Macau poderão realizar localmente as provas de aptidão cultural, perante um júri nomeado pelo comandante militar respectivo. A elaboração e classificação das provas será sempre feita nos estabelecimentos de ensino a que os candidatos concorrem. 3 - Em relação aos candidatos residentes nas ilhas e em Macau deverá observar-se o seguinte: a) Compete aos comandantes militares: 1) Nomear os júris respectivos; 2) Avisar os candidatos da data, hora e local em que devem comparecer para a realização das provas; 3) Terminadas as provas de aptidão cultural, enviar com a maior urgência e pelo meio mais rápido ao estabelecimento de ensino respectivo as referidas provas, as actas e registos elaborados pelo júri; b) Os júris funcionarão na sede dos comandos militares, actuarão como delegações dos júris dos estabelecimentos de ensino e terão a seguinte constituição: 1) Um oficial superior, que preside; 2) Dois oficiais, devendo, sempre que possível, um deles ter experiência do exercício de funções docentes. Art. 24º. 1 - O CEME, sob proposta dos estabelecimentos de ensino, definirá por despacho quais as matérias a incluir na prova de aptidão cultural, bem como as instruções referentes à sua execução. 2 - A prova de aptidão cultural ordena os candidatos de acordo com as classificações obtidas, com vista ao apuramento dos que prosseguirão em concurso. CAPÍTULO V Prova de aptidão psicotécnica Art. 25º. Os candidatos serão submetidos a uma prova de aptidão psicotécnica cuja elaboração compete ao CEPE e que se destina a avaliar se possuem a capacidade mínima necessária para a frequência do estabelecimento de ensino. Art. 26º. 1 - Os candidatos residentes no continente realizarão no estabelecimento de ensino a que concorrem, perante um júri, do qual fará parte obrigatoriamente um delegado a designar pelo CEPE. 2 - Os candidatos residentes nas ilhas e em Macau poderão realizar localmente as provas de aptidão psicotécnica perante um júri nomeado pelo comandante militar respectivo, do qual deverá fazer parte um oficial com a especialidade do CEPE, quando exista. A elaboração e classificação das provas será sempre feita no CEPE. Pág 438 de 461 Páginas

439 Art. 27º. 1 - Os resultados das provas psicotécnicas serão traduzidos segundo o critério em uso no CEPE. 2 - Estes resultados serão conjugados com os obtidos na prova de aptidão cultural e o agrupamento deles resultante servirá de base ao apuramento dos candidatos que devem prosseguir em concurso, nos termos do n.º 3 do artigo 6º. Art. 28º. Sempre que o CEPE verificar, face às provas prestadas pelos candidatos, a existência de anomalias que justifiquem um exame individual mais completo, informará os respectivos estabelecimentos, a fim de que os pais ou encarregados de educação possam solicitar, no prazo de cinco dias úteis a partir da data em que tiverem oficialmente conhecimento, que os candidatos sejam submetidos a provas especiais. CAPÍTULO VI Inspecção médica Art. 29º. A verificação das condições físicas dos candidatos para a frequência dos estabelecimentos de ensino é feita através de inspecção médica. Art. 30º. Para efeitos do disposto no artigo 29º. é constituída uma junta de inspecção, a funcionar em cada um dos estabelecimentos de ensino, na altura adequada, com a seguinte constituição: a) CM e IMPE: Um oficial superior, de preferência coronel ou tenente-coronel, que preside; Um professor de Educação Física; Dois médicos; b) IO: Uma professora, a nomear pela directora, que preside; Duas médicas. Art. 31º. Na constituição e funcionamento da junta de inspecção deverá ser observado o seguinte: a) Sempre que possível, serão nomeados os médicos do respectivo estabelecimento de ensino; b) Quando se tornar necessário, os estabelecimentos de ensino solicitarão à Direcção do Serviço de Pessoal (DSP) e Direcção do Serviço de Saúde (DSS) a nomeação dos médicos em falta para o funcionamento da junta de inspecção; c) O Hospital Militar Principal (HMP) apoiará a junta de inspecção no exercício das suas funções em todos os exames e análises que tenham de ser realizados e sempre em regime de prioridade. Art. 32º. 1 - Os candidatos residentes nas ilhas e em Macau poderão ser submetidos localmente à inspecção médica de acordo com as normas aplicáveis a cada estabelecimento de ensino, perante juntas de inspecção a nomear pelos respectivos comandantes militares. 2 - Em relação aos candidatos residentes nas ilhas e em Macau deverá observar-se o seguinte: a) Compete aos comandantes militares: 1) Nomear as juntas de inspecção médica respectivas; 2) Avisar os candidatos da data, hora e local em que devem comparecer para a inspecção; 3) Terminadas as inspecções, recolher as actas e os registos elaborados pela junta e enviá-los, com a maior urgência e pelo meio mais rápido ao estabelecimento de ensino respectivo; b) As juntas de inspecção médica funcionarão na sede dos comandantes militares, actuarão como delegações da junta do estabelecimento de ensino e terão a constituição definida pelo comandante militar, dentro dos princípios estabelecidos no artigo 30º. Art. 33º. Aos candidatos podem ser exigidas análises ou exames médicos complementares em hospitais militares ou noutros hospitais, no caso de as inspecções terem lugar nas ilhas ou em Macau, sempre que a junta de inspecção os considere necessários para fundamentar a sua decisão. Art. 34º. Os candidatos devem apresentar no acto da inspecção médica os documentos que para cada estabelecimento de ensino forem estabelecidos em normas próprias, a elaborar de acordo com o artigo 20º. deste diploma. Art. 35º. 1 - A junta de inspecção julga da aptidão ou inaptidão dos candidatos para a frequência do estabelecimento de ensino respectivo, classificando-os nas categorias de «Apto», «Apto condicionalmente» ou «Inapto». a) São considerados «Aptos» os candidatos que superarem sem restrições as tabelas de inaptidão e possam ser admitidos nesse ano lectivo. b) São considerados «Aptos condicionalmente» os candidatos em relação aos quais a decisão da junta de inspecção esteja dependente do Pág 439 de 461 Páginas

440 resultado de exames médicos complementares, de análises ou pequenas intervenções cirúrgicas a que se devam submeter antes do início do ano lectivo. c) São considerados «Inaptos» os candidatos que não satisfizerem nem se preveja que possam vir a satisfazer as tabelas de aptidão por terem insuficiências incuráveis ou que constituam índices morfológicos ou patológicos considerados inibitórios pelas tabelas de aptidão. 2 - Podem ser considerados «Aptos» os candidatos sobre os quais a junta de inspecção se possa pronunciar definitivamente, apesar de virem a necessitar de ser submetidos a qualquer intervenção cirúrgica em data posterior ao início do ano lectivo, desde que o pai ou encarregado de educação tome, por escrito, o compromisso de autorizar essa intervenção cirúrgica na data em que o médico chefe dos serviços de saúde do respectivo estabelecimento de ensino venha a determinar. Art. 36º. 1 - A decisão de «Inapto» aplicada pela junta de inspecção a um candidato inibe-o de concorrer a todos os estabelecimentos de ensino abrangidos por este diploma no concurso desse ano. 2 - Os candidatos julgados «Aptos condicionalmente» podem continuar em concurso até decisão em contrário. Art. 37º. 1 - Das decisões da junta de inspecção pode ser interposto recurso pelo pai ou encarregado de educação do candidato para o CEME, que decidirá, em face do relatório a elaborar pela respectiva junta escolar e baseado em parecer da DSS, se o candidato deverá ou não ser presente a nova inspecção médica, a efectuar por uma junta do HMP. 2 - No caso de deferimento do recurso a que se refere o número anterior, o resultado da junta do HMP substituirá o anterior para todos os efeitos legais. 3 - O prazo de interposição do recurso é de cinco dias úteis a contar da data da afixação do resultado da inspecção médica. 4 - Da decisão da junta do HMP, depois de homologada pelo CEME, não há recurso. CAPÍTULO VII Provas de aptidão física Art. 38º. A prova de aptidão física destina-se, em conjugação com a inspecção médica, a verificar se o candidato reúne as condições físicas indispensáveis ao regime próprio do estabelecimento a que se destina. Art. 39º. A prova de aptidão física é constituída por um conjunto de exercícios, cuja composição e condições de execução serão estabelecidas por despacho do CEME. Art. 40º. A prova de aptidão física é prestada perante um júri constituído por: a) Comandante do corpo de alunos ou, no caso de impossibilidade deste, por um oficial a designar pelo director, que preside; b) Dois professores de Educação Física. Art. 41º. Relativamente às provas de aptidão física a realizar pelos candidatos residentes nas ilhas e em Macau deverá observar-se o seguinte: a) Compete aos comandantes militares: 1) Nomear os júris respectivos; 2) Avisar os candidatos da data, hora e local em que devem comparecer para a realização das provas; 3) Terminadas as provas de aptidão física, recolher as actas e os registos elaborados pelo júri e enviá-los, com a maior urgência e pelo meio mais rápido, ao estabelecimento de ensino respectivo; b) Os júris funcionarão na sede dos comandos militares, actuarão como delegações dos júris dos estabelecimentos de ensino e terão a seguinte constituição: 1) Um oficial superior, que preside; 2) Dois oficiais, devendo, sempre que possível, um deles ser especializado em educação física. Art. 42º. Os riscos a que os candidatos são sujeitos no decorrer das provas são cobertos através de um seguro a estabelecer e da responsabilidade das forças armadas. Art. 43º. Antes do início da prova e dos diversos exercícios os candidatos serão elucidados pelo júri sobre todas as condições da sua realização e demais disposições da prova e suas consequências. Art. 44º. O júri, terminadas as provas, lança em registo próprio os resultados alcançados por cada candidato, com as necessárias observações, para permitir a sua apreciação final. Pág 440 de 461 Páginas

441 Art. 45º. Das decisões do júri da prova de aptidão física somente caberá recurso por desrespeito do Regulamento destas provas. CAPÍTULO VIII Disposições finais e transitórias Art. 46º. Para efeitos de aplicação deste diploma, consideram-se militares dos QP das FA os oficiais e sargentos dos QP em qualquer situação e as praças readmitidas do Exército e similares dos outros ramos das FA. Art. 47º. Para efeitos de aplicação deste diploma, os oficiais abrangidos pelo disposto no Decreto-Lei n.º 90/78, de 9 de Maio, são considerados para todos os efeitos como oficiais dos QP. Art. 48º. A execução do presente diploma será regulada por normas especiais para cada um dos estabelecimentos de ensino, que entrarão em vigor depois de aprovadas pelo CEME, ouvido o departamento de instrução. Art. 49º. As dúvidas ou casos omissos serão resolvidos por despacho do CEME, ouvido o departamento de instrução. O Chefe do Estado-Maior do Exército, Pedro Alexandre Gomes Cardoso, general. Pág 441 de 461 Páginas

442 Portaria n.º 301/97 de 7 de Maio Fixa montantes a abonar a título de suplemento de missão aos militares participantes em acção de cooperação técnico-militar O Decreto-Lei n.o 238/96, de 13 de Dezembro, no seu artigo 7.o, instituiu o suplemento de missão a abonar aos militares participantes em acções de cooperação técnico- militar, habilitando os Ministros da Defesa Nacional e das Finanças a definirem, por portaria, o seu valor, impondo apenas como limite mínimo metade da ajuda de custo no estrangeiro para os mesmos postos e categorias. Colhida alguma experiência de participação de militares dos três ramos das Forças Armadas em acções de cooperação técnico-militar, nomeadamente em países africanos de expressão oficial portuguesa, cumpre definir a tabela de valores de suplemento de missão adequada àquelas acções e às capacidades financeiras do Estado Português, em geral, e das Forças Armadas, em particular. Assim, ao abrigo do n.o 3 do artigo 7.o do Decreto-Lei n.o 238/96, de 13 de Dezembro: Manda o Governo, pelos Ministros da Defesa Nacional e das Finanças, o seguinte: 1.o O suplemento de missão a que alude o artigo 7.o do Decreto-Lei n.o 238/96, de 13 de Dezembro, é o constante da tabela anexa à presente portaria e que dela faz parte integrante. 2.o O suplemento de missão é diário, pago mensalmente. 3.o O militar pode optar por receber o suplemento de missão conjuntamente com o vencimento, remuneração ou retribuição monetária a que tiver direito, ou separadamente e pago em numerário no local da missão, sempre que tal seja possível. 4.o Sempre que a missão seja superior a 60 dias, o militar pode requerer o abono antecipado à data da partida, por conta do suplemento referente ao último mês de missão, até ao montante de 15 dias de suplemento de missão. 5.o A presente portaria produz efeitos desde 1 de Janeiro de Ministérios da Defesa Nacional e das Finanças. Assinada em 1 de Abril de O Ministro da Defesa Nacional, António Manuel de Carvalho Ferreira Vitorino. Pelo Ministro das Finanças, Maria Manuela de Brito Arcanjo Marques da Costa, Secretária de Estado do Orçamento. TABELA Oficiais-generais $00 Outros oficiais $00 Sargentos $00 Praças $00 Pág 442 de 461 Páginas

443 Portaria n.º 119/99 de 10 de Fevereiro DR n.º 34/99 Série I-B Ministério da Defesa Nacional Aprova o Estatuto da Liga dos Combatentes. Revoga as Portarias n.ºs 745/75, de 16 de Dezembro, 725/81, de 27 de Agosto, 801/81, de 16 de Setembro, 392/92, de 12 de Maio, e 901/95, de 18 de Julho PÁGINAS746 a 750 A Liga dos Combatentes, inicialmente designada por Liga dos Combatentes da Grande Guerra, fundada em 1923 e oficializada pela Portaria n.º 3888, de 29 de Janeiro de 1924, mantém-se, de acordo com o disposto na alínea b) do artigo 4º. do Decreto-Lei n.º 47/93, de 26 de Fevereiro, sujeita à tutela do Ministro da Defesa Nacional e rege-se actualmente por um estatuto aprovado pela Portaria n.º 745/75, de 16 de Dezembro, alterado pelas Portarias n.ºs 725/81, de 27 de Agosto, 801/81, de 16 de Setembro, 392/92, de 12 de Maio, e 901/95, de 18 de Julho. As sucessivas alterações do estatuto e a sua desactualização face a inúmeras alterações legislativas ocorridas posteriormente à sua publicação impõem que se proceda à sua actualização, conformando-o com o regime jurídico-legal vigente e definindo e ordenando coerentemente as diversas matérias que comporta, por forma a torná-lo mais simples e de mais fácil consulta. O presente estatuto foi objecto de aprovação pela assembleia geral da Liga dos Combatentes. Assim, nos termos da alínea g) do artigo 199º. da Constituição: Manda o Governo, pelo Ministro da Defesa Nacional, o seguinte: 1º. É aprovado o Estatuto da Liga dos Combatentes, anexo à presente portaria, da qual faz parte integrante. 2º. São revogados os seguintes diplomas: Portaria n.º 745/75, de 16 de Dezembro; Portaria n.º 725/81, de 27 de Agosto; Portaria n.º 801/81, de 16 de Setembro; Portaria n.º 392/92, de 12 de Maio; Portaria n.º 901/95, de 18 de Julho. Ministério da Defesa Nacional. Assinada em 20 de Janeiro de O Ministro da Defesa Nacional, José Veiga Simão. ANEXO ESTATUTO DA LIGA DOS COMBATENTES CAPÍTULO I Natureza, objectivos e âmbito de acção Artigo 1º. Natureza jurídica e tutela 1 - A Liga dos Combatentes é uma pessoa colectiva de utilidade pública administrativa, sem fins lucrativos, de ideal patriótico e de carácter social, dotada de plena capacidade jurídica para a prossecução dos seus objectivos. 2 - A Liga dos Combatentes exerce a sua actividade sob a tutela do Ministro da Defesa Nacional. Artigo 2º. Objectivos 1 - Constituem objectivos da Liga dos Combatentes: a) Promover a exaltação do amor à Pátria e a divulgação, em especial entre os jovens, do significado dos símbolos nacionais, bem como a defesa intransigente dos valores morais e históricos de Portugal; b) Promover o prestígio de Portugal, designadamente através de acções de intercâmbio com associações congéneres estrangeiras; c) Promover a protecção e auxílio mútuo e a defesa dos legítimos interesses espirituais, morais e materiais dos sócios; d) Cooperar com os órgãos de soberania e da Administração Pública com vista à realização dos seus objectivos, nomeadamente no que respeita à adopção de medidas de assistência a situações de carência económica dos associados e de recompensa daqueles a quem a Pátria deva distinguir por actos ou feitos relevantes praticados ao seu serviço; e) Criar, manter e desenvolver departamentos ou estabelecimentos de ensino, cultura, trabalho e solidariedade social em benefício geral do País e directo dos seus associados. 2 - À Liga dos Combatentes está vedado o exercício ou participação em actividades de carácter político, partidário, sindical ou ideológico. Artigo 3º. Âmbito de acção e sede 1 - A Liga dos Combatentes exerce a sua actividade através dos seus órgãos centrais e núcleos. 2 - A sede da Liga dos Combatentes é em Lisboa. Pág 443 de 461 Páginas

444 CAPÍTULO II Dos sócios Artigo 4º. Sócios 1 - A Liga dos Combatentes admite como sócios todas as pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que professem o ideário da instituição e que se disponham a servila, contribuindo com o seu patrocínio e o seu esforço ou auxílio monetário para a manutenção e funcionamento da mesma. 2 - Não podem ser admitidos como sócios da Liga dos Combatentes os indivíduos que hajam sido condenados pela prática de crime com dolo e os que não possuam reconhecidas qualidades morais e cívicas. Artigo 5º. Categorias dos sócios 1 - Os sócios da Liga dos Combatentes agrupamse nas seguintes categorias: a) Sócios combatentes; b) Sócios efectivos; c) Sócios extraordinários; d) Sócios honorários; e) Sócios beneméritos; f) Sócios apoiantes. 2 - São admitidos como sócios combatentes: a) Os cidadãos que prestem ou tenham prestado serviço nas Forças Armadas Portuguesas e tenham participado em missões de defesa, de segurança, de soberania, humanitárias e de paz ou de cooperação; b) Os elementos das forças de segurança que participem ou tenham participado em missões equiparadas às condições referidas na alínea anterior; c) Os cidadãos que prestem ou tenham prestado serviço, ainda que integrados em organizações civis, em missões de defesa, de segurança, de soberania, humanitárias e de paz ou de cooperação no interesse de Portugal; d) Os cidadãos que, em território nacional, tenham participado em missões de segurança no decorrer de situações de estado de sítio ou de emergência; e) Os estrangeiros nas condições referidas nas alíneas anteriores. 3 - São sócios efectivos os cidadãos que prestem ou tenham prestado serviço nas Forças Armadas Portuguesas, mas que não preencham as condições referidas no número anterior. 4 - São sócios extraordinários os cônjuges, os cônjuges sobrevivos e os ascendentes e descendentes até ao 2º. grau dos sócios combatentes e dos sócios efectivos. 5 - São sócios honorários as pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, a quem, por mérito ou pelos serviços relevantes prestados à Pátria ou à Liga dos Combatentes, a assembleia geral confira esse título. 6 - São sócios beneméritos as pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, a quem, por actos praticados em benefício da Liga dos Combatentes ou dos seus associados, a direcção central atribua essa qualidade. 7 - São sócios apoiantes as pessoas singulares ou colectivas, nacionais ou estrangeiras, que apoiem de forma regular com donativos ou quotização os núcleos em que estejam filiados. Artigo 6º. Quota O valor da quota a pagar pelos sócios é estabelecido em assembleia geral. Artigo 7º. Direitos e deveres dos sócios Os direitos e deveres dos sócios serão regulados pelo regulamento geral de funcionamento da Liga dos Combatentes. Artigo 8º. Perda da qualidade de sócio 1 - A qualidade de sócio da Liga dos Combatentes perde-se pela verificação de alguma das seguintes situações: a) Renúncia expressa do sócio; b) Falecimento ou extinção, consoante se trate de pessoa singular ou colectiva; c) Não pagamento de quotização, depois de notificado; d) Decisão da direcção central, justificada por motivos de natureza disciplinar ou criminal. 2 - A decisão a que se refere a alínea d) do número anterior deve ser ratificada pela assembleia geral na primeira reunião que tiver lugar após a ocorrência. CAPÍTULO III Dos órgãos sociais Artigo 9º. Enumeração dos órgãos A Liga dos Combatentes dispõe dos seguintes órgãos sociais: 1) O conselho supremo; 2) Os órgãos de eleição por mandato, designadamente: a) A assembleia geral e as assembleias dos núcleos; b) A direcção central e as direcções dos núcleos; c) O conselho fiscal. Pág 444 de 461 Páginas

445 Artigo 10º. Duração dos mandatos Os membros eleitos dos órgãos sociais da Liga dos Combatentes, com excepção dos membros do conselho supremo, têm mandatos de três anos de duração, podendo ser reeleitos. Artigo 11º. Conselho supremo 1 - O conselho supremo é o órgão consultivo do mais alto nível da Liga dos Combatentes para todos os assuntos relacionados com a actuação, funcionamento e organização da instituição. 2 - O conselho supremo tem como presidente de honra o Presidente da República e como vogais honorários o Ministro da Defesa Nacional, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas e os chefes dos estados-maiores dos ramos das Forças Armadas. 3 - O conselho supremo é constituído por membros efectivos vitalícios, eleitos pela assembleia geral, em número igual ou superior a 10 e inferior a O presidente e os secretários efectivos do conselho supremo são eleitos pelos membros efectivos do conselho de entre os seus pares. 5 - Compete ao conselho supremo garantir a fidelidade da Liga dos Combatentes aos seus objectivos e, designadamente: a) Emitir pareceres por sua iniciativa ou sobre quaisquer questões colocadas à sua consideração por solicitação da assembleia geral e da direcção central; b) Propor à direcção central, quando o julgue necessário, as alterações ao estatuto ou ao regulamento geral de funcionamento da Liga dos Combatentes; c) Sensibilizar os órgãos de soberania e da Administração Pública para o apoio ao desenvolvimento da Liga dos Combatentes. 6 - O conselho supremo reúne ordinariamente uma vez por ano e extraordinariamente sempre que convocado pelo seu presidente ou por solicitação do presidente da assembleia geral, da direcção central ou por mais de dois terços dos seus membros. 7 - As deliberações do conselho supremo são tomadas por maioria absoluta de votos, quando esteja presente a maioria dos seus membros efectivos. 8 - Em caso de empate na votação, o presidente do conselho supremo tem voto de qualidade. Artigo 12º. Assembleia geral 1 - A assembleia geral é o órgão deliberativo máximo da Liga dos Combatentes. 2 - A assembleia geral é constituída por: a) Membros efectivos do conselho supremo; b) Sócios honorários; c) Presidentes das direcções dos núcleos. 3 - Compete à assembleia geral, designadamente: a) Garantir a unidade e a solidariedade institucional da Liga dos Combatentes em todo o território nacional e no estrangeiro, onde existam núcleos constituídos; b) Analisar e aprovar os relatórios anuais de actividades e contas apresentados pela direcção central, após prévia apreciação e parecer do conselho fiscal; c) Aprovar, por maioria de dois terços dos votos dos seus membros, as alterações ao Estatuto antes de serem submetidas à aprovação do ministro da tutela; d) Aprovar, por maioria de dois terços dos votos dos seus membros, o regulamento geral de funcionamento da Liga dos Combatentes e respectivas alterações; e) Eleger os membros para o conselho supremo sob proposta deste órgão, para a direcção central e para o conselho fiscal; f) A assembleia geral pode delegar no sócio eleito para presidente da direcção central a escolha e nomeação dos restantes membros da direcção central; g) Analisar e aprovar a celebração pela direcção central de acordos ou contratos que envolvam alteração da composição do património imobiliário da Liga dos Combatentes; h) Pronunciar-se sobre qualquer questão submetida à sua apreciação, pelo conselho supremo ou pela direcção central; i) Ratificar as decisões da direcção central relativas à exclusão de sócios da Liga dos Combatentes por motivos de natureza disciplinar ou criminal; j) Votar, por maioria de quatro quintos dos votos dos seus membros, a dissolução da Liga dos Combatentes. 4 - A mesa da assembleia geral é constituída por um presidente e dois secretários, eleitos em assembleia geral. 5 - A assembleia geral reúne anualmente com carácter ordinário e extraordinariamente quando convocada pelo seu presidente, por sua iniciativa ou a pedido dos presidentes da direcção central ou do conselho fiscal ou, ainda, quando pedido por mais de um terço dos seus membros. 6 - Para efeitos de deliberação, os membros e os sócios referidos nas alíneas a) e b) do n.º 2 têm direito a um voto e os presidentes das direcções dos núcleos têm direito a um voto por cada grupo de 1000 sócios ou fracção. Pág 445 de 461 Páginas

446 Artigo 13º. Assembleias dos núcleos Em cada núcleo haverá uma assembleia de núcleo, constituída por todos os sócios desse núcleo, que funcionará em moldes idênticos e com funções semelhantes às da assembleia geral, mas restritas ao seu âmbito. Artigo 14º. Direcção central 1 - A direcção central é o órgão executivo máximo da Liga dos Combatentes. 2 - A direcção central é constituída pelos seguintes membros: a) Presidente; b) Vice-presidente; c) Secretário-geral; d) Sete vogais, sendo dois administrativos e um bibliotecário e director do museu; e) Secretário. 3 - À direcção central compete, designadamente: a) Administrar, dirigir e coordenar os assuntos que respeitem à vida e actividade da Liga dos Combatentes; b) Administrar o património da Liga dos Combatentes praticando todos os actos de mera administração e os actos de disposição que não envolvam o seu património imobiliário; c) Elaborar as propostas de alteração ao estatuto e ao regulamento geral de funcionamento para apreciação e aprovação da assembleia geral, após prévia audição do conselho supremo; d) Elaborar e submeter à apreciação e aprovação da assembleia geral os relatórios anuais de actividades e contas, após obtido parecer do conselho fiscal; e) Submeter à fiscalização prévia do conselho fiscal, quanto à sua legalidade, bem como à aprovação da assembleia geral, os contratos que se proponha celebrar e que envolvam a aquisição, a alienação ou a oneração do património imobiliário da Liga dos Combatentes; f) Executar e fazer executar as deliberações da assembleia geral; g) Apreciar e decidir sobre os pareceres do conselho supremo; h) Elaborar os orçamentos e os planos de actividades, submetendo-os ao parecer do conselho fiscal; i) Enviar ao ministro da tutela, para aprovação, as propostas de alterações ao Estatuto; j) Estabelecer o quadro de pessoal da Liga dos Combatentes; l) Deliberar sobre todas as questões submetidas à sua consideração pelos restantes órgãos sociais; m) Exercer as atribuições que lhe cabem no âmbito disciplinar, de acordo com o estabelecido no regulamento geral de funcionamento. 4 - A direcção central reúne ordinariamente duas vezes por mês e extraordinariamente quando convocada pelo presidente ou por mais de um terço dos seus membros. 5 - Compete ao presidente da direcção central representar a Liga dos Combatentes em juízo ou fora dele, designadamente nas relações com entidades oficiais, nacionais ou estrangeiras. Artigo 15º. Direcções dos núcleos 1 - Em cada núcleo existirá uma direcção, constituída por um presidente, um secretário, um tesoureiro e dois vogais, eleitos na respectiva assembleia, que assumirá a direcção, administração e coordenação do núcleo, bem como as funções que lhe forem delegadas pela direcção central. 2 - Quando não for possível eleger as direcções dos núcleos, a direcção central poderá confiar a sua gestão a uma comissão administrativa, constituída por sócios do núcleo em causa. Artigo 16º. Conselho fiscal 1 - O conselho fiscal é um órgão de acompanhamento e fiscalização da gestão financeira e patrimonial da Liga dos Combatentes. 2 - O conselho fiscal é constituído por três membros efectivos e dois suplentes, eleitos pela assembleia geral. 3 - O presidente do conselho fiscal é cooptado de entre os membros efectivos do conselho. 4 - Compete ao conselho fiscal, designadamente: a) Apreciar e dar parecer sobre os orçamentos, os planos de actividades e os relatórios anuais de actividades e contas da Liga dos Combatentes; b) Apreciar e dar parecer prévio sobre os contratos que envolvam a aquisição, a alienação ou a oneração do património imobiliário da Liga dos Combatentes; c) Fiscalizar os actos administrativos praticados pela direcção central e pelas direcções dos núcleos, vigiando o exacto cumprimento dos regulamentos internos em vigor e a fiel observância das leis; d) Vigiar o cumprimento das disposições impostas em legados ou doações de que a Liga dos Combatentes tenha sido beneficiária; e) Examinar, sempre que entender necessário, a contabilidade e a escrita da gestão financeira ou outras contas de gerência dos órgãos da Liga dos Combatentes; Pág 446 de 461 Páginas

447 f) Propor ao presidente da direcção central, perante situações de irregularidade que detecte, a adopção de medidas que entenda convenientes. 5 - O conselho fiscal reúne ordinariamente uma vez por trimestre e extraordinariamente quando convocado pelo presidente, por sua iniciativa ou a solicitação do presidente da direcção central. CAPÍTULO IV Do pessoal Artigo 17º. Pessoal militar 1 - Os militares dos quadros permanentes das Forças Armadas podem, quando autorizados, desempenhar funções nos órgãos e serviços da Liga dos Combatentes. 2 - O serviço prestado na Liga dos Combatentes pelos militares dos quadros permanentes das Forças Armadas na situação de reserva é considerado como serviço militar efectivo, se assim for determinado no respectivo despacho de autorização. Artigo 18º. Pessoal civil 1 - Para assegurar o seu normal e regular funcionamento, a Liga dos Combatentes disporá de um quadro de pessoal privativo (QP/LC), ao qual se aplica o regime jurídico do contrato individual de trabalho. 2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, ao pessoal do QP/LC aplicam-se as tabelas da função pública no que respeita a vencimentos. 3 - O pessoal do QP/LC só pode ser contratado através da direcção central da Liga dos Combatentes, por contrato de trabalho outorgado pelo respectivo presidente. CAPÍTULO V Do património, recursos e benefícios Artigo 19º. Gestão financeira A gestão financeira da Liga dos Combatentes compete aos órgãos de direcção, sendo sujeita à fiscalização do conselho fiscal. Artigo 20º. Património 1 - O património da Liga dos Combatentes é único e inclui os bens mobiliários e imobiliários, direitos, quotas e recursos de qualquer origem ou natureza, designadamente o direito de usufruto de bens de acordo com protocolos, figurando todos em nome da Liga dos Combatentes, podendo, por decisão da direcção central, ficar afectos a núcleos e serviços. 2 - Em caso de dissolução da Liga dos Combatentes, o seu património transmite-se para o Ministério da Defesa Nacional, cabendo ao ministro da tutela decidir sobre a sua afectação. Artigo 21º. Recursos económicos Para a realização e desenvolvimento das suas actividades, a Liga dos Combatentes conta com os seguintes recursos: a) Quotas dos sócios; b) Subvenções e apoios concedidos pelos órgãos da Administração Pública; c) Donativos, heranças, doações e legados recebidos a benefício de inventário; d) Rendimentos do seu património; e) Produto de retribuições percebidas fruto dos serviços prestados pela Liga dos Combatentes; f) Quaisquer outras ajudas, contribuições ou subvenções que possa receber de entidades e pessoas, públicas ou privadas, nacionais ou estrangeiras, destinadas à prossecução dos seus objectivos. Artigo 22º. Benefícios Para a prossecução dos seus objectivos, a Liga dos Combatentes desfruta das isenções, bonificações e benefícios fiscais previstos na lei, nomeadamente os reconhecidos às pessoas colectivas de utilidade pública e às instituições particulares de solidariedade social, e, bem assim, dos benefícios que solicite e lhe sejam concedidos pelos órgãos da Administração Pública. Artigo 23º. Apoio do Estado O apoio do Estado à Liga dos Combatentes é assegurado pelo Ministério da Defesa Nacional. CAPÍTULO VI Disposições finais Artigo 24º. Agregação de obras de assistência e de solidariedade social A Liga dos Combatentes pode, por deliberação da assembleia geral, sob proposta da direcção central, agregar quaisquer obras de assistência ou de solidariedade social já existentes ou que venham a ser criadas, desde que essas obras visem a prossecução dos seus objectivos. Pág 447 de 461 Páginas

448 Artigo 25º. Sucessão de direitos e obrigações A Liga dos Combatentes mantém, na plenitude, todos os direitos, obrigações e património da antiga Liga dos Combatentes da Grande Guerra. Artigo 26º. Dissolução da Liga dos Combatentes A dissolução da Liga dos Combatentes, deliberada em assembleia geral, só se torna efectiva mediante a sua publicação em portaria, a qual regulamentará as condições de liquidação e fixará a devolução do seu activo.. Pág 448 de 461 Páginas

449 Portaria n.º 394/2000 de 14 de Julho Actualiza o suplemento de missão a ser abonado aos militares das Forças Armadas que participem em missões humanitárias e de paz fora do Território Nacional. Considerando que a Portaria n.o 370/97, de 6 de Junho, veio fixar o quantitativo do suplemento de missão dos militares envolvidos em missões humanitárias e de paz fora do território, no quadro dos compromissos internacionais assumidos por Portugal, a que se refere o artigo 3.o do Decreto- Lei n.o 233/96, de 7 de Dezembro, bem como estabelecer as condições da sua atribuição; Atendendo à necessidade de se proceder à actualização dos montantes do suplemento de missão dos militares das Forças Armadas participantes em missões de paz e humanitárias, nos anos de 1998 e 1999, respectivamente, em termos semelhantes às actualizações das ajudas de custo relativas a deslocações em missão oficial ao estrangeiro e no estrangeiro a abonar aos militares das Forças Armadas; Considerando, ainda, que a experiência colhida recomenda, em termos de eficácia legislativa, que os montantes dos suplementos de missão sejam actualizados, de forma automática, com referência ao valor percentual correspondente à revisão das ajudas de custo a abonar aos militares das Forças Armadas que se desloquem em missão oficial ao estrangeiro e no estrangeiro: Assim, ao abrigo do n.o 3 do artigo 3.o do Decreto-Lei n.o 233/96, de 7 de Dezembro: Manda o Governo, pelos Ministros da Defesa Nacional e das Finanças, o seguinte: 1.o O suplemento de missão a que alude o artigo 3.o do Decreto-Lei n.o 233/96, de 7 de Dezembro, cujo montante foi fixado pela Portaria n.o 370/97, de 6 de Junho, é actualizado, relativamente ao ano de 1998, em 2,75%, produzindo a presente portaria efeitos desde 1 de Janeiro de o É, ainda, aumentado de 3%, para o ano de 1999, o valor do suplemento de missão calculado de harmonia com o número precedente, com efeitos desde 1 de Janeiro de o O suplemento de missão a abonar aos militares das Forças Armadas que participem em missões humanitárias e de paz é actualizável em Janeiro de cada ano, de acordo com o valor percentual correspondente à revisão anual das ajudas de custo a abonar aos militares das Forças Armadas por deslocações em missão oficial ao estrangeiro e no estrangeiro. Em 16 de Junho de O Ministro da Defesa Nacional, Júlio de Lemos de Castro Caldas. Pelo Ministro das Finanças, Fernando Manuel dos Santos Vigário Pacheco, Secretário de Estado do Orçamento. Pág 449 de 461 Páginas

450 Portaria n.º 1035/2009 de 11 de Setembro Aprova os formulários de requerimentos destinados aos antigos combatentes para efeitos de contagem de tempo de serviço, referidos na Lei nº 3/2009 de 13 de Janeiro A Lei n.º 3/2009, de 13 de Janeiro, procedeu à regulamentação do disposto nas Leis n.os 9/2002, de 11 de Fevereiro, e 21/2004, de 5 de Junho, e definiu os procedimentos necessários à atribuição dos benefícios decorrentes dos períodos de prestação de serviço militar em condições especiais de dificuldade ou perigo. Nesse âmbito, e face ao disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 12.º da Lei n.º 3/2009, o direito aos benefícios depende de requerimento do antigo combatente, o qual pode ser apresentado a todo o tempo, cumprindo o disposto no artigo 15.º da Lei n.º 3/2009, de 13 de Janeiro. Verifica -se, assim, a necessidade de aprovar os respectivos formulários de requerimento, os quais, nos termos do disposto no artigo 18.º da citada lei, são aprovados por portaria conjunta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças, da defesa nacional e do trabalho e da solidariedade social. Assim: Manda o Governo, pelos Ministros de Estado e das Finanças, da Defesa Nacional e do Trabalho e da Solidariedade Social, ao abrigo do artigo 18.º da Lei n.º 3/2009, de 13 de Janeiro, o seguinte: Artigo 1.º Formulários de requerimento São aprovados os formulários de requerimento destinados aos antigos combatentes para efeitos de contagem do tempo de serviço militar, constantes dos anexos I, II e III a esta portaria e que dela fazem parte integrante. Artigo 2.º Meios de entrega do requerimento Os requerimentos podem ser entregues ou enviados pelos seguintes meios: a) No Centro de Atendimento aos Antigos Combatentes do Departamento de Apoio aos Antigos Combatentes/ Direcção -Geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Ministério da Defesa Nacional, sito na Rua Braamcamp, 90, em Lisboa, entre as 9 horas 30 minutos e as 17 horas; b) Nos Centros de Recrutamento Militar dos ramos das Forças Armadas; c) Na Liga dos Combatentes, sita na Rua de João Pereira da Rosa, 18, em Lisboa, ou nos seus núcleos; d) Através da Internet no site: e) Por correio registado com aviso de recepção para o seguinte endereço: Departamento de Apoio aos Antigos Combatentes/ Direcção -Geral de Pessoal e Recrutamento Militar do Ministério da Defesa Nacional, Apartado 24048, Lisboa. Artigo 3.º Entrada em vigor A presente portaria entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. Em 9 de Julho de O Ministro de Estado e das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos. Pelo Ministro da Defesa Nacional, João António da Costa Mira Gomes, Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar. O Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, José António Fonseca Vieira da Silva. Pág 450 de 461 Páginas

451 ANEXO I Formulário de requerimento [a que se referem as alíneas a), b) e c) do artigo 2.º da Lei n.º 3/2009, de 13 de Janeiro] Pág 451 de 461 Páginas

452 Pág 452 de 461 Páginas

453 ANEXO II Formulário de requerimento [a que se referem as alíneas d) e e) do artigo 2.º da Lei n.º 3/2009, de 13 de Janeiro] Pág 453 de 461 Páginas

454 Pág 454 de 461 Páginas

455 ANEXO III Formulário de requerimento [a que se refere a alínea f) do artigo 2.º da Lei n.º 3/2009, de 13 de Janeiro] Pág 455 de 461 Páginas

456 Pág 456 de 461 Páginas

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