MATERIAIS DE REVESTIMENTO EM COBERTURAS INCLINADAS
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- Iasmin Frade Teves
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1 MATERIAIS DE REVESTIMENTO EM COBERTURAS INCLINADAS Jorge de Brito, Professor Associado IST 1. Introdução Neste início da coluna Elementos de construção não estruturais, inserido no número da revista dedicado aos materiais, pretende-se fazer uma breve abordagem à temática dos revestimentos de coberturas inclinadas. Trata-se de materiais que geralmente são secundarizados em termos de concepção mas que, no entanto, marcam indelevelmente a traça do património construído. O artigo incide fundamentalmente sobre a forma como estes materiais podem ser classificados [1], com particular incidência na natureza dos mesmos. Assim, são focadas soluções tradicionais, como a telha cerâmica, e não tradicionais, como os plásticos, deixando de fora soluções hoje caídas em desuso como as vegetais (colmo, palha e ramos de árvores) e pétreas naturais (soletos de ardósia e placas de granito ou calcário) [2], assim como materiais sintéticos (PVC, borracha butílica e EPDM) por serem pouco utilizados. 2. Natureza dos materiais de revestimento 2.1 Pétreos artificiais Neste grupo, inserem-se a telha cerâmica, a telha de argamassa (por vezes referida como de betão ou de cimento), as chapas, canaletes e soletos de fibrocimento e os soletos de pedra artificial. A telha cerâmica (Fig. 1) é o material mais marcante e corrente nas coberturas em Portugal e está associado a uma imagem de tradição mas também a algumas dificuldades na normalização, na montagem e na garantia da exigências funcionais (ex. térmica, estanqueidade e durabilidade). Figura 1 - Telhados consecutivos em telha Lusa, Marselha e Canudo Pelo contrário, a telha de argamassa tem-lhe associado um estigma de falta de autenticidade mas
2 melhor controlo de qualidade de fabrico, reflectida em diversas propriedades. De facto, nos últimos anos estas diferenças entre a telha cerâmica e a de argamassa têm-se vindo a esbater (Fig. 2), podendo-se afirmar que o que actualmente as distingue é o maior peso e resistência mecânica da última. Figura 2 - Utilização de telhas de argamassa em reabilitação de construções existentes Os elementos em fibrocimento têm vindo a perder importância como revestimento final devido a questões relacionadas com as fibras utilizadas e a uma estética menos conseguida (ainda que já exista fibrocimento pigmentado). Actualmente, a sua produção está muito orientada para a opção sub-telha, em alternativa às chapas fibro-betuminosas. Os soletos de pedra artificial são utilizados sobretudo em reabilitação, em substituição da solução tradicional em soleto de ardósia Betuminosos Neste grupo, inserem-se as placas betuminosas, as membranas, telas e feltros betuminosos e as chapas fibro-betuminosas. As placas ou telhas betuminosas (Fig. 3) são constituídas por diversas camadas (granulado cerâmico, betume oxidado, fibra de vidro e areia de sílica) e têm um bom comportamento se bem que uma estética menos conseguida. Figura 3 - Cobertura revestida com telhas asfálticas
3 As membranas, telas e feltros betuminosos são utilizadas fundamentalmente como soluções de impermeabilização e não como revestimento final. Quanto às chapas betuminosas com fibras celulósicas, geralmente com recurso a uma resina termo-endurecida, cargas minerais e pigmentos ou pinturas, são utilizadas como solução de subtelha. Nessa aplicação e por comparação com a congénere em fibrocimento, são mais leves e flexíveis e menos quebráveis, mas o brigam a uma menor distância entre apoios (menor resistência mecânica) e não são incombustíveis. 2.3 Metálicos Neste grupo, inserem-se as chapas de zinco, alumínio (Fig. 4) e aço galvanizado e inoxidável, as folhas de cobre, as placas de chumbo e as telhas metálicas (Fig. 5). Figura 4 - Revestimento em alumínio em ginásio Figura 5 - Chapa a imitar telha Independentemente do metal utilizado, estes revestimentos têm algumas vantagens (bom controlo de qualidade, versatilidade, leveza, boa ventilação e durabilidade) e desvantagens (fraco isolamento sonoro ou térmico, problemas de corrosão, aspecto estético e preço) comuns. 2.4 Plásticos Neste grupo, inserem-se as chapas de policloreto de vinilo, de poliéster reforçado com fibras de vidro, de polimetacrilato de metilo e alveolares de policarbonato (Fig. 6). Comuns aos vários tipos de plástico, este tipo de revestimento apresenta algumas vantagens (elevada transmitância de luz, estética e peso reduzido) e desvantagens (durabilidade, resistência mecânica e combustibilidade).
4 Figura 6 - Perfil de chapa alveolar ondulada 2.5 Mistos Registe-se ainda a existência de revestimentos em que vários tipos de material são utilizados, como é o caso sãs chapas de aço revestidas com betume e folhas de alumínio (Fig. 7), os painéis sanduíche com camada de isolamento térmico e as telhas metálicas revestidas com grânulos minerais. Nestas soluções, de carácter tecnologicamente inovador, o que se procura é colmatar algumas insuficiências do material que constitui o núcleo do revestimento com outros materiais mais eficientes. Figura 7 - Materiais constituintes de chapas de aço galvanizada revestidas com betume e folhas de alumínio 3. Continuidade dos elementos de revestimento Os elementos de revestimento são classificados em: elementos contínuos (telas e feltros betuminosos e membranas de betumes-polímeros e sintéticas); elementos descontínuos (telhas, chapas metálicas, de plástico, etc., placas betuminosas e soletos). 4. Forma dos elementos de revestimento Os elementos de revestimento podem ser:
5 planos; curvos; ondulados; espaciais, em forma de pirâmide, etc.; mistos (combinações dos anteriores). 5. Dimensão dos elementos de revestimento Os elementos de revestimento podem ser classificados nas seguintes categorias: pequenas dimensões (telhas e soletos); médias dimensões (chapas); grandes dimensões (canaletes, painéis e cascas). 6. Opacidade dos elementos de revestimento Os elementos de revestimento podem ser classificadas como: opacos; translúcidos; transparentes. 7. Referências [1] Coberturas de edifícios, Seminário de Especialização e Aperfeiçoamento, CPP 516, LNEC, Lisboa, [2] Brito J. de, Paulo, P.V., Classificação das coberturas inclinadas e respectivos revestimentos, Edifícios, n.º 3, LNEC, Lisboa, Setembro 2004.
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