ESTADOS NAÇÕES E NACIONALISMOS

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2 OBJETIVOS DA CADEIRA A disciplina de Estados, Nações e Nacionalismos do Curso de Licenciatura em Sociologia tem os seguintes objectivos gerais: a) Conhecimento e compreensão das dinâmicas sociais que sustentaram os processos de construção do Estado Moderno e a emergência do Estado-nação, bem como dos movimentos sociais deles decorrentes; b) Capacidade de aplicação das perspectivas analíticas da sociologia histórica comparada a estes processos; c) O conhecimento e compreensão da estruturação dos movimentos nacionalistas, designadamente da relação indissociável com a construção social da nação; d) A capacidade de problematizar e de analisar a influência e persistência das concepções ideológicas e dos movimentos nacionalistas na actualidade a partir dos estudos e materiais empíricos disponíveis; e) Desenvolver competências avançadas no trabalho de leitura crítica de textos e de problematização face aos contextos sociais a analisar. MÉTODO DE ENSINO 1. Aulas teóricas (50%) Aulas práticas (50%): análise e discussão pelos alunos de questões com relevância sociológica; apresentação e discussão de textos pelos alunos, de forma a criar mecanismos que possibilitem uma leitura crítica de textos. David Justino e Sílvia de Almeida Página 2/ 8

3 PROGRAMA 0. Apresentação. Estados, Nações e Nacionalismos: problemas e conceitos fundamentais. 1. Estado e Nação: estados modernos, nações antigas? 1.1. Estado-nação: State building e Nation building. Uma consequência da modernidade ou uma construção pré-moderna? 1.2. A formação do estado moderno: monopólio legítimo da violência ou da coerção? 1.3. Como é que o Estado construiu a Nação? 1.4. Religião, coerção e disciplina social. 2. Protesto e revolução 2.1. Modernidade, protesto e revolução 2.2. A Revolução Americana e a primeira vaga de emancipação das nações 2.3. A Revolução Francesa e a ideia de Nação 2.4. As Revoluções liberais do séc. XIX 3. Para uma tipologia da formação das nações e dos nacionalismos 3.1. As velhas nações europeias 3.2. As novas nações das Américas 3.3. A unificação da Alemanha e as origens do nacionalismo alemão 3.4. A unificação italiana e o Rissorgimento 3.5. Crise dos impérios e a afirmação dos nacionalismos: o Leste Europeu, e os Balcãs Os nacionalismos pós-coloniais. 4. Teorias das nações e dos nacionalismos 4.1. As teorias modernistas 4.2. Primordialismo e legitimação histórica. Perenialismo As perspectivas etno-simbólicas 5. Território, educação e Nação 5.1. Estado, Território e Identidade Nacional: instrumentos e representações 5.2. A construção e a reprodução da identidade: o papel da escola e da literatura Os sistemas nacionais de ensino e as teorias da Nation-Building David Justino e Sílvia de Almeida Página 3/ 8

4 6. O caso português 6.1. Estado e Nação: uma identificação precoce 6.2. Nacionalidade e nacionalismo: do liberalismo ao republicanismo 6.3. Identidades Imaginadas e narrativas nacionalistas 6.4. Nacionalismo e Estado Novo 7. Estados, Nações e Nacionalismos na Era da Globalização 7.1. Nações sem Estado e as Comunidades Políticas 7.2. A globalização e crise do estado-nação: transnacionalização e desnacionalização Identidades na era da informação David Justino e Sílvia de Almeida Página 4/ 8

5 AVALIAÇÃO A avaliação consiste na apreciação do processo de aprendizagem do aluno e das capacidades adquiridas e desenvolvidas ao longo das aulas. Propomos os seguintes instrumentos de avaliação: 1. Uma apresentação oral em Grupo O conteúdo da apresentação oral para a disciplina deverá versar sobre os conceitos estruturantes de um dos textos dados nas aulas práticas, a escolher pelos alunos. 2. Um trabalho escrito individual O trabalho escrito para a disciplina assume a forma de um ensaio e consiste no desenvolvimento da apresentação oral realizada por cada um dos alunos individualmente. 3. Assiduidade e Participação nas aulas Avaliação contínua dos níveis de assiduidade e participação do aluno nas aulas teóricas e práticas. As classificações serão atribuídas numa escala de 0 a 20 valores e a classificação final encontra-se a partir da média ponderada das classificações obtidas em cada instrumento de avaliação de acordo com os seguintes pesos percentuais: Quadro n. 1 Avaliação e ponderação Instrumentos de avaliação Ponderação Uma Apresentação Oral em Grupo 20 Um Trabalho Escrito Individual 70 Assiduidade e Participação nas aulas 10 David Justino e Sílvia de Almeida Página 5/ 8

6 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ANDERSON, Benedict (2005), Comunidades Imaginadas, Reflexões Sobre a Origem e a Expansão do Nacionalismo, Lisboa, Edições 70. BOLI, John & Francisco RAMIREZ (1992), Compulsory Schooling in the Western Cultural Context, in Robert ARNOVE, Philip ALTBACH, Gail KELLY (Editors), Emergent Issues in Education. Comparative Perspectives, N. York, State University of New York Press. BREUILLY, John (1993), Nationalism And The State. Manchester, MUP. HALL, John A., States in History, Oxford, Basil Blackwell, CASTELLS, Manuel (1997), The Power of Identity, vol. II de The Information Age: Economy, Society and Culture, Oxford, Blackwell. DELANTY, Gerard and KUMAR, Krishan (2006), The Sage Handbook of Nations and Nationalism, London, Sage. EISENSTADT, Samuel Noah e Bernhard GIESEN (1995), The Construction of Colective Identity, Archives Européennes de Sociologie, XXXVI, pp GELLNER, Ernest, Nações e Nacionalismo, Lisboa, Gradiva, s/d GODINHO, Vitorino Magalhães (2004), Portugal A Emergência de uma Nação. Lisboa, Colibri. GREENFELD, Liah (1998), Nacionalismo: cinco caminhos para a modernidade, Mem Martins, Europa-América. GUIBERNAU, Monserrat and HUTCHINSON, John (2001), Understanding Nationalism, Cambridge, Polity Press, GUIBERNAU, Montserrat (1999), Nations without States. Political Communities in a Glogal Age, Cambridge, Polity Press. HARP, Stephen (1998), Learning to be Loyal. Primary Schooling as Nation Building in Alsace and Lorraine , Illinois, University Press. HOBSBAWM, Eric (2004), A Questão do Nacionalismo. Nações e nacionalismo desde Programa, mito, realidade. Lisboa, Terramar. HUTCHINSON, John and SMITH (1994), Anthony D., Nationalism, Oxford Readers, Oxford, OUP. HUTCHINSON, John (ed.) (2001), Understanding Nationalism, Cambridge, Polity Press. David Justino e Sílvia de Almeida Página 6/ 8

7 JUSTINO, David (2011), Estado, Território e Nação: Dualismos Múltiplos nas Representações da Identidade Nacional in Identidade Nacional. Entre o discurso e a prática, Porto, Fronteira do Caos Editores. MANN, Michael (1984), The autonomous power of the state: its origins, mechanismus and results in Archives Européennes de Sociologie, pp Disponível em MANN, Michael (1993), The Sources of Social Power, 2 vols., Cambridge U.P., Cap. 14, pp ; Cap. 15, pp (I Volume). MOORE, Barrington(1975), As Origens Sociais da Ditadura e da Democracia. Senhores e Camponeses na Construção do Mundo Moderno, Lisboa, Edições Cosmos. NADAL, Francesc (1990), Los nacionalismos Y la Geografía in Revista Geocritica, 86, Março de 1990, pp SETON-WATSON, Hugh (1997), Nations And States. Na Enquiry into the Origins of Nations and the politics of nationalism. London, Methuen. SEYMOUR, Michel (1999), La nation en question, Montréal, L Hexagone. SMITH, Anthony (1986) State-Making and Nation-Making, em John A. Hall (ed.), States in History, Basil Blackwell, 1986, pp SMITH, Anthony (1986) The Ethnic Origins of Nations, Oxford, Blackwell. SMITH, A. D. (1999), A Identidade Nacional, Lisboa, Gradiva. SMITH, Anthony D. (1998), Nationalism and Modernism, Londres, Routledge. SMITH, Anthony D. (1999), Myths and Memories of the Nation, Oxford, Oxford University Press. SMITH, A. D. (1999), Nações e Nacionalismo Numa Era Global. Lisboa, Celta. SMITH, Anthony D. (2000), The Nation in History, Cambridge, Polity Press. SMITH, A. D. (2001), Nacionalismo, Lisboa, Teorema. SOBRAL, José Manuel (2004), O Norte, O Sul, a raça, a nação representação da identidade nacional portuguesa (séculos XIX e XX), Análise Social, XXXIX, (171), pp SOBRAL, José Manuel (2012), Portugal, Portugueses: Uma Identidade Nacional. Lisboa, FFMS. SCHULZE, Hagen (1997), Estado e Nação na História da Europa, Lisboa, Ed. Presença. David Justino e Sílvia de Almeida Página 7/ 8

8 TILLY, Charles (1990), in Coercion, Capital, and European States, AD , Basil Blackwell, David Justino e Sílvia de Almeida Página 8/ 8