DIAGNÓSTICO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE A PARTIR DE UMA FERRAMENTA DE AUTOANÁLISE

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1 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA AMBIENTAL MESTRADO ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GESTÃO E TECNOLOGIA AMBIENTAL Luiza Portz DIAGNÓSTICO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE A PARTIR DE UMA FERRAMENTA DE AUTOANÁLISE Santa Cruz do Sul 2015

2 Luiza Portz DIAGNÓSTICO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE A PARTIR DE UMA FERRAMENTA DE AUTOANÁLISE Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Tecnologia Ambiental Mestrado, Área de Concentração em Gestão e Tecnologia Ambiental, Universidade de Santa Cruz do Sul UNISC, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Tecnologia Ambiental. Orientadora: Profª. Drª. Lourdes Teresinha Kist Coorientadora: Profª. Drª Rosí Cristina Espíndola da Silveira. Santa Cruz do Sul, fevereiro de 2015.

3 Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações. Carta da Terra UNEP, 2000.

4 RESUMO Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) têm se destacado na atualidade, devido ao aumento do número de estabelecimentos de saúde e de patologias adquiridas por acidentes de trabalho. Estes resíduos demandam atenção à medida que seu impacto incide sobre a saúde pública e meio ambiente, sendo considerados fontes potenciais de doenças e infecções bem como toxicidade, radioatividade, corrosividade entre outros. Da mesma forma, avaliar e hierarquizar impactos do gerenciamento de RSS é uma maneira de gerar subsídios para a definição e elaboração de programas e projetos, focando as ações que precisam ser monitoradas, mitigadas e/ou evitadas. A presente dissertação objetivou quantificar os RSS gerados em unidades públicas de saúde do Município de Estrela-RS, qualificar a segregação destes resíduos e desenvolver uma ferramenta para avaliação dos impactos causados pelo seu gerenciamento. Inicialmente realizou-se uma revisão bibliográfica acerca do assunto, para, posteriormente, diagnosticar a realidade municipal. Foram três meses de quantificação mássica da geração de resíduos em conjunto com qualificação dos mesmos. Para perceber as principais dificuldades e facilidades das unidades estudadas, aplicou-se um questionário com questões abertas e fechadas, construído com base na legislação pertinente. No período de pesquisa, os resultados evidenciaram que foram gerados 403,85kg de RSS nas unidades, totalizando 563 amostras coletadas. Dessas, a média de massa foi de 0,72kg/amostra, sendo que 63,6% dos resíduos não estavam devidamente segregados. Quanto a média de geração mássica mensal, quantificou-se um total de 164,6kg/mês de RSS infectantes. A eficácia do gerenciamento dos RSS foi averiguada a partir da ferramenta proposta. Procurou-se criar uma adaptação da Matriz de Leopold e identificar as atividades de maior impacto ambiental do gerenciamento de RSS municipais de Estrela-RS. As ações impactantes identificadas foram determinadas quanto aos aspectos magnitude e importância. A multiplicação dos valores destes dois aspectos resultou na identificação das fases de gerenciamento mais impactantes. A ferramenta utilizada e os índices obtidos atestaram servir como motivadores para tomada de decisão, permitindo identificar as fases mais impactantes e instrumentar a criação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. A partir dos resultados obtidos foi possível levantar alternativas para a melhoria de desempenho do gerenciamento de RSS. PALAVRAS-CHAVE: Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde; Avaliação de impactos; Gerenciamento; Segregação.

5 ABSTRACT The Health Waste (HW) have been highlighted today, due to the increased number of health facilities and diseases acquired by accidents. These residues require attention in so far as concerns its impact on public health and the environment and can settle potential sources of diseases and infections as well as toxicity, radioactivity, corrosivity and others. Similarly, evaluate and rank Health Waste management of impacts is a way to generate data for the definition and development of programs and projects, focusing on the actions that need to be monitored, mitigated and or avoided. This work aimed to quantify the RSS generated in public health units of the Estrela-RS, qualify the segregation of waste and develop a tool to evaluate the impacts caused by its management. Initially there was a literature review on the subject, was later diagnosed the municipal reality. There were three months of mass quantification of waste generation in conjunction with qualification thereof. To understand the main difficulties and facilities of the units studied were applied a questionnaire with open and closed questions, built on the relevant legislation. In the research period, the results showed that were generated 403,85kg of RSS in the units, totaling 563 samples collected. Of these, the mass average was 0,72kg / sample, and 63.6% of the waste were not properly segregated. As the mean monthly mass generation, a quantified total 164,6kg / month Health Waste infective. The effectiveness of the management of Health Waste was determined from the proposed tool. We tried to create an adaptation of the original Matrix Leopold and identify the operations of greater environmental impact of management Health Waste of Estrela-RS. The impactful actions identified were determined in the matters magnitude and importance. The multiplication of the values of these two aspects resulted in the identification of the phases of most impressive management. The tool used and the obtained indices testified motivate for decision, allowing to identify the most impactful phases and create a Project of Health Waste Management. Based on the results it was possible to raise alternatives to improve performance of the Health Waste management. KEYWORDS: Health Waste; Impact assessment; management; Segregation.

6 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Proporção da segregação de RSS por ponto de coleta Tabela 2: Medidas descritivas dos resíduos gerados por unidade de saúde Tabela 3: Frequência das observações... 96

7 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Proporção de RSS segregados Gráfico 2: Quantidade (em kg) de RSS coletada Gráfico 3: Média de massa por amostra (kg) Gráfico 4: Visualizações de materiais em amostras não segregadas

8 LISTA DE QUADROS: Quadro 1: Grupos de RSS Quadro 2: Armazenamento, identificação e simbologia dos RSS Quadro 3: Métodos de tratamentos e disposição final recomendados por grupo de RSS Quadro 4: Comparativo entre as características de alguns processos de tratamento Quadro 5: Matriz de Leopold adaptada Quadro 6: Atributos de Magnitude e Importância Quadro 7: Pesos para atributos de Magnitude Quadro 8: Pesos para atributos de Importância Quadro 9: Atributos de Magnitude e Importância da interação segregação x economia da UBS Auxiliadora Quadro 10: Matriz de avaliação de impactos do gerenciamento de RSS UBS Auxiliadora Quadro 11: Demonstração de preenchimento da matriz da UBS Auxiliadora Quadro 12: Resultado da aplicação da Ferramenta na UBS Auxiliadora Quadro 13:Resultado da aplicação da Ferramenta na UBS Central Quadro 14: Resultado da aplicação da Ferramenta na ESF Imigrantes Quadro 15: Resultado da aplicação da Ferramenta para a Unidade de Saúde Indústrias Quadro 16: Resultado da aplicação da Ferramenta para a Unidade Moinhos Quadro 17: Resultado da aplicação da Ferramenta para a Unidade Boa União Quadro 18: Unidades e suas etapas de gerenciamento de RSS Quadro 19: Ranking dos impactos

9 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Etapas do gerenciamento de RSS Figura 2: Esquematização da célula da matriz Figura 3: Localização do Município de Estrela-RS Figura 4: Roteiro de pontos fixos de coleta de RSS Figura 5: Colaboradores da UTL Figura 6: RSS encontrado na UTL Figura 7: Área de transbordo Figura 8: Coletor rígido de material perfurocortantes Figura 9: Funcionário da Vigilância Sanitária faz a coleta prévia de RSS Figura 10: Porta do abrigo externo com grades violadas Figura 11: Bombonas para acondicionamento dos RSS no abrigo externo Figura 12: Carro utilizado para transportar RSS ao abrigo externo Figura 13: Unidade Móvel de Saúde do município de Estrela Figura 14: Recipiente acondicionante de RSS A Figura 15: Banheiro público abriga RSS Figura 16: Recipiente rígido de acondicionamento para perfurocortantes com lembretes Figura 17: Falta de identificação no dispositivo recipiente Figura 18: Identificação de recipientes acondicionantes Figura 19: Guarda temporária de RSS e banheiro masculino Figura 20: RSS têm guarda temporária próximo à sala de espera de pacientes Figura 21: Perfurações nas caixas de descarga dos vasos sanitários Figura 22: Acondicionamento de RSS Figura 23: Resíduos além da linha de preenchimento indicada Figura 24: Coletor de perfurocortantes Figura 26: Mistura de resíduos no dispositivo acondicionante para RSS A Figura 25: Recipientes acondicionantes sem identificação Figura 27: Abrigo externo (transbordo) visto de dois ângulos Figura 28: Armadilha para controle de roedores inspecionada em Figura 29: Mistura de RSS Figura 30: Identificação dos recipientes acondicionantes Figura 31: Sanitário de funcionários também serve de abrigo de RSS Figura 32: Falha na segregação de RSS Figura 33: Mistura indevida de RSS Figura 34: Identificação deficiente das lixeiras Figura 35: Abrigo externo de RSS da ESF Moinhos Figura 36: Recipientes acondicionantes sem identificação Figura 37: Abrigo temporário de RSS (frente e fundos)

10 LISTA DE SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária ART Anotação de Responsabilidade Técnica CAPS Centro de Atenção Psicossocial CNEN Conselho Nacional de Energia Nuclear CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente DST Doença Sexualmente Transmissível EPI Equipamento de Proteção Individual ESF Estratégia de Saúde da Família FEAM Fundação Estadual de Meio Ambiente FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística NBR Norma Brasileira de Referência NR Norma Reguladora OMS Organização Mundial da Saúde PGRSS Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde PMGIRS Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PNI Programa Nacional de Imunização PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos PPRA Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais RDC Resolução de Diretoria Colegiada RSS Resíduos de Serviço de Saúde RSU Resíduos Sólidos Urbanos SAE Serviço de Atenção Especializada SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência SMAG Secretaria Municipal de Agricultura UBS Unidade Básica de Saúde UTL Usina de Tratamento de Lixo

11 Sumário 1. INTRODUÇÃO REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Resíduos Sólidos Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) Classificação dos resíduos sólidos Quanto à origem Quanto à periculosidade ou inerência Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSS) Classificações dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) Gerenciamento de RSS Plano de Gerenciamento de RSS Etapas do Gerenciamento de RSS Segregação Acondicionamento Transporte Interno Armazenamento Temporário ou Armazenamento Interno Armazenamento Externo Coleta e transporte externo Tratamento e Disposição Final Matriz de avaliação de impactos METODOLOGIA Metodologia do estudo Metodologia da quantificação Metodologia da qualificação Ferramenta para avaliação de impactos do gerenciamento de RSS RESULTADOS E DISCUSSÕES O Município de estudo Pontos fixos de recolhimento de RSS Pontos de recolhimento esporádico de RSS SAE CAPS SMAG... 59

12 4.3.4 UTL Farmácia Básica Central SAMU Destinação dos RSS Público Gerenciamentos de RSS Diagnóstico da Unidade Móvel Diagnóstico da Unidade Básica de Saúde Auxiliadora Resíduos Classe D Resíduos Classes A, B e E Diagnóstico da Unidade Básica de Saúde Central Resíduos Classe D Resíduos Classes A, B e E Diagnóstico da Unidade de Estratégia da Família Imigrantes Resíduos Classe D Resíduos de Classes A, B e E Diagnóstico da Unidade Básica de Saúde Indústrias Resíduos Classe D Resíduos Classes A, B e E Diagnóstico da Unidade de Estratégia de Saúde da Família Moinhos Resíduos Classe D Resíduos Classes A, B e E Diagnóstico da Unidade Básica de Saúde Boa União Resíduos Classe D Resíduos Classes A, B e E Diagnóstico Geral Análise Estatística quanto à segregação dos resíduos Avaliação de impactos do gerenciamento de RSS Rankingde impactos CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS ANEXOS Anexo A: Questionário por unidade de Saúde

13 12 1. INTRODUÇÃO A área da saúde tem se desenvolvido muito ao longo dos anos. Essa contribuição vem dos avanços tecnológicos e biotecnológicos, devido ao aprimoramento dos equipamentos médico-hospitalares bem como, devido a utilização de novos materiais, medicamentos, descoberta de novas vacinas, transplante de órgãos, dentre outros. O desenvolvimento nessa área é notório quando se analisa a quantidade de estabelecimentos do ramo. Apesar de tantas vantagens, o aumento do número de instituições de saúde, bem como a demanda crescente por estes serviços, tem refletido diretamente na geração de Resíduos de Serviços de Saúde (RSS). Tanto os benefícios, quanto a geração de resíduos vêm aumentando à medida que os atendimentos ultrapassam as barreiras dos estabelecimentos de saúde, chegando ao domicílio por meio da assistência de profissionais capacitados e de profissionais da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Segundo Moresch et al (2014, apud RIBEIRO2013), os serviços de saúde geram resíduos sólidos que somente representam pequena parcela do total produzido em uma cidade: 1 a 3 %. Contudo, requerem cuidados especiais, sobretudo, em função de que parte deles são constituídos de materiais com grande concentração de organismos patogênicos (CHARTIER,2013) potencializando riscos à saúde e ao meio ambiente, quando gerenciados de forma incorreta (OROFINO, 1996). Os RSS são partes importantes do total de resíduos sólidos urbanos, não necessariamente pela quantidade gerada, mas pelo potencial de risco que representam à Saúde Pública e ao meio ambiente (SERRADILHA, et al., 2007). Os resíduos provindos dos diferentes serviços de saúde são classificados em grupos, de acordo com suas características: A (resíduos potencialmente infectantes); B (resíduos químicos); C (resíduos radioativos); D (resíduos comuns) e E (resíduos perfurocortantes). Independente do grupo nos quais se enquadram, os RSS devem ser gerenciado de acordo com as seguintes etapas: segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta e transporte externos e disposição final (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, ANVISA, 2004). Os estudos destacam a necessidade de capacitar os profissionais de saúde para o correto gerenciamento dos resíduos, visto que parte deles não sabe o que são resíduos, tampouco atribuem importância ao correto manuseio desses nas práticas de saúde.

14 13 Outrossim, existe negligência nos procedimentos realizados que geram impacto ambiental e suas repercussões para a sociedade. (PEREIRA MS, et al., 2013) A carência de informações quanto à geração de resíduos por unidade/semana certamente contribui para um gerenciamento inadequado de RSS, o qual pode causar, segundo Confortin (2001), riscos ao trabalhador, à saúde pública e ao meio ambiente. Nesse contexto, dado à carência de informações sobre os RSS na cidade de Estrela/RS, observa-se a importância de uma avaliação do seu gerenciamento. Assim sendo, esta dissertação teve como objetivo averiguar o gerenciamento dos RSS nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Estratégia de Saúde da Família (ESFs) e criar uma ferramenta para sua avaliação de impactos. Os resultados obtidos são capazes de gerar contribuições para a definição e elaboração de programas e projetos, focando as ações que precisam ser monitoradas, mitigadas e ou evitadas. Estudar as características qualitativas e quantitativas dos RSS do município de Estrela é um dos primeiros passos que facilitarão a criação do seu Plano de Gerenciamento. A presente dissertação deu-se em três etapas distintas. A primeira etapa constou de um estudo da bibliografia disponível e da legislação existente no país sobre os RSS, em termos de terminologia, de classificação e de gestão. A segunda etapa referiu-se à constatação in loco do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde, nas UBSs e ESFs do município de Estrela/RS, sendo apontada como diagnóstico. A terceira etapa foi a criação e aplicação de uma ferramenta para análise de impactos causados pelo gerenciamento de RSS. Baseada na matriz proposta por Leopold, a ferramenta possibilita o cruzamento de informações entre fases do gerenciamento de RSS e seus aspectos, para, em seguida, ponderar a magnitude e a importância de cada impacto. O resultado deste cruzamento de informações reproduz um índice de impacto, o qual permite rápida identificação, ainda que preliminar, dos problemas de gerenciamento. A ferramenta permite à Secretaria Municipal de Saúde verificar os impactos oriundos do gerenciamento de RSS, conferindo-lhe a visualização de quais são suas fases mais sensibilizadas. Ela permite, além de uma estimativa de cada estabelecimento de saúde individualmente, uma estimativa geral, favorável para a autoavaliação da própria Secretaria de Saúde, auxiliando o direcionamento de suas atuações para o controle da qualidade ambiental referente ao gerenciamento de RSS e da segurança de profissionais de saúde, pacientes e comunidade.

15 14 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Resíduos Sólidos A Política Nacional de Resíduos Sólidos 1 define os resíduos sólidos como materiais, substâncias, objetos ou bens descartados resultantes de atividades humanas em sociedade, cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido. Logo, esses são materiais gerados em diversos momentos do processo produtivo, desde a extração e beneficiamento da matériaprima até a distribuição e consumo de mercadorias. Ressalta-se que são várias fontes geradoras de resíduos sólidos, além dos diversos tipos, composição química e grau de periculosidade. Segundo a Norma Brasileira de Referência NBR (Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT,2004 p.1): Resíduos sólidos são resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades da comunidade, de origem: industrial, doméstica, de serviços de saúde, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Consideram-se também resíduos sólidos os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d'água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Estas definições compreendem um universo de resíduos e rejeitos bem mais extenso que o dos resíduos sólidos urbanos, podendo-se excluir deste último os resíduos sólidos de origem industrial, hospitalar e agrícola; os semissólidos tais como os lodos de estações de tratamento de águas residuais; e os próprios efluentes líquidos industriais (LIBÂNIO, 2002). Conforme Schneider et al(2004), estes resíduos apresentam caráter antropogênico e inesgotável. Antropogênicos, pois são gerados exclusivamente pelo homem em suas atividades, e inesgotáveis pois o homem está aumentado sua população e seus conhecimentos, gerando, cada vez mais, novos produtos e, consequentemente, mais resíduos. O crescimento da geração e volume de resíduos sólidos coletados merece atenção das gestões municipais, sendo importante que seja acompanhado de estratégias adequadas de gerenciamento, reciclagem e destinação final, dado que a destinação inadequada gera 1 Lei Nº , de 2 de Agosto de 2010.

16 15 impactos sociais, ambientais e econômicos negativos, prejudicando a população e o meio ambiente. Vários são os fatores que interferem na geração dos resíduos sólidos como: número de habitantes, hábitos e costumes da população, poder aquisitivo, hábitos higiênicos, nível de educação, entre outros (NÓBREGA, 2003). Apesar do empenho de muitos municípios na implementação de planos, programas e atividades para o desenvolvimento dos sistemas de limpeza urbana e de seu gerenciamento, e, que várias iniciativas sejam realizadas pelas comunidades, em especial a coleta seletiva e reciclagem, é sabido que a realidade ainda não é a desejada: além de recursos, são necessários o aprimoramento e a capacitação das administrações municipais para enfrentar o problema. O gerenciamento eficaz dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) é uma carência brasileira e passa a ser prioridade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, principalmente no que diz respeito à adoção de um planejamento integrado da gestão. O objetivo desse é diagnosticar os problemas, estabelecer alternativas tecnológicas e definir metas e prazos de atuação visando a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento e destinação final adequado dos resíduos sólidos Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) A Lei nº /10 (BRASIL, 2010), que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é considerada uma legislação recente e contém instrumentos oportunos para permitir o avanço do gerenciamento de problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Ela determina a prevenção e a redução da geração de resíduos, estabelecendo para tanto, o consumo sustentável; institui instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos e a prescreve a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos. Estabeleceram-se metas importantes nesta lei, que visam eliminar lixões e instituir instrumentos de planejamento em nível de país, estado, região, microrregião e cidade, impondo a esses a elaboração de seus devidos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em seus termos previstos. A elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) e do Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PEGIRS) é premissa para os municípios e os estados, respectivamente, terem acesso a recursos da União destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por

17 16 incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade Classificação dos resíduos sólidos Quanto à origem Segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei /2010, os Resíduos Sólidos podem ser classificados quanto a sua origem: a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas; b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; c) resíduos sólidos urbanos: resíduos domiciliares e de limpeza urbana; d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades; e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os resíduos sólidos urbanos; f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais. g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional de Meio Ambiente e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária; h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis; i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira. Constituem os resíduos sépticos, que podem conter organismos patogênicos como materiais de higiene e de

18 17 passeio pessoal, restos de alimentos, etc., e veicular doenças de outras cidades, estados e países; k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios Quanto à periculosidade ou inerência A NBR :04 da ABNT (ABNT, 2004, p.3) dispõe sobre a classificação dos resíduos sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública para que possam ser gerenciados adequadamente. a) Resíduos Classe I Perigosos: São aqueles que apresentam periculosidade e características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. b) Resíduos Classe II A Não Inertes: São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B Inertes. Os resíduos classe II A Não inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. c) Resíduos Classe II B Inertes: São quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. 2.2 Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (RSS) Os RSS são considerados pela lei /2010 uma classe de RSU no que diz respeito a sua origem, uma vez que são oriundos, como o próprio nome já diz, de serviços de saúde. Também, segundo a mesma legislação, classificam-se como perigosos, por possuir característica danosas a saúde humana e ambiental. Definem-se como geradores de RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo (ANVISA, 2004). Dentre os RSU, os RSS constituem um desafio com múltiplas interfaces, uma vez que, segundo Scheneider et al (2004), além das questões ambientais inerentes a qualquer tipo de resíduo, eles incorporam uma preocupação maior no que tange o controle de

19 18 infecções em ambientes prestadores de serviços, nos aspectos da saúde individual, ocupacional, pública e ambiental. Os RSS são resíduos de efetiva ou potencial contaminação, provenientes dos vários serviços de saúde cujas características podem determinar perigo à saúde humana ou ao meio ambiente, quando impropriamente tratados, armazenados, transportados e destinados (ANDRADE, 1997). Estes resíduos podem conter micro-organismos patogênicos, entre os quais bactérias, fungos e vírus. Desse modo, são considerados potenciais transmissores de doenças (PHILIPPI JR, et al., 2004). Um dos conceitos de RSS pode ser extraído dos artigos1º e 2º da Resolução nº 358/2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos RSS. Nesta normativa eles são definidos como todos aqueles resultantes de atividades relacionadas com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento; serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares (CONAMA, 2005). A ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas foi mais sucinta, quando definiu, na NBR :2013 os RSS como aqueles resíduos produzidos pelas atividades de unidades de serviços de saúde (hospitais, ambulatórios, postos de saúde etc.). A Norma Técnica :2004 considera-os como de Classe I (perigosos). Tais resíduos são gerados por prestadores de assistência médica, odontológica, laboratorial, famacêutica e instituições de ensino e pesquisa médica relacionados tanto à população humana quanto à veterinária. Apesar de representarem uma pequena parcela em relação ao total de resíduos gerados em uma comunidade, são fontes potenciais de propagação de doenças e apresentam um risco adicional aos trabalhadores dos serviços de saúde e comunidade em geral, quando gerenciados de forma inadequada(bidone, 1999). Estes resíduos demandam atenção especial em todas as suas fases de manejo (segregação, condicionamento, armazenamento, coleta, transporte, tratamento e

20 19 disposição final) em decorrência dos riscos intrínsecos, principalmente por apresentarem componentes químicos, biológicos e radioativos. Por causa das suas características físico-químicas e infecto-contagiosas, necessitam ser segregados e gerenciados de forma adequada, visando minimizar os impactos intra e extra-unidades. Nos estabelecimentos de saúde, os RSS podem contribuir para agravar as condições sanitárias do ambiente, influindo nos índices de infecção hospitalar e acidentes ocupacionais. No ambiente externo à unidade de saúde, os RSS devem ser encaminhados para destino adequado, evitando a poluiçãoambiental e as situações de risco que representam a sua disposição no solo sem controle(gunther, 2008). A preocupação com a questão dos resíduos conduz as instituições de saúde a criar um sistema adequado de manejo, na busca da consciência ecológica, da criação de uma visão de futuro articulada com a questão ética e política, respeitando o meio ambiente, as relações sociais e a subjetividade humana. Além disso, a identificação de valores, potencialização de pessoas, do redesenho do processo de avaliação de resultados e do comprometimento de todos com a satisfaçãodas necessidades e adoção de medidas de proteção do meio ambiente para a preservação ambiental e para promoção e proteção da saúde humana(leonel, 2002). Trabalhadores que lidam com os processos de higienização, coleta, transporte, tratamento e armazenamento de RSS estão diretamente ligados aos riscos de acidentes de trabalho (FERREIRA, 2001) e, por este motivo, devem ser capacitados na ocasião de sua admissão e mantidos sob educação continuada para as atividades de manejo de resíduos, bem como, devem ser imunizados em conformidade com o Programa Nacional de Imunização-PNI (FEAM, 2008). Segundo a RDC 306 (ANVISA, 2004), o correto gerenciamento de RSS permite e redução da incidência de acidentes ocupacionais dentre outros benefícios à saúde pública e ao meio ambiente. Quanto aos riscos ao meio ambiente, destaca-se o potencial de contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas. Quando lançados em lixões ou aterros controlados, os RSS proporcionam riscos aos catadores, seja por meio de lesões provocadas por materiais cortantes e/ou perfurantes, por ingestão de alimentos contaminados ou aspiração de material particulado contaminado em suspensão. Quando a destinação final dos RSS é realizada de maneira inadequada, causa contaminação dos lençóis freáticos por metais pesados (chumbo, mercúrio, cádmio), entre outros (VALLE e TEIXEIRA, 1998). A contaminação do solo reflete diretamente na saúde humana, quer

21 20 por ingestão de água poluída, quer por consumo de verduras irrigadas com água que possa estar contaminada (CUSSIOL, 2000). Igualmente, há o risco de contaminação do ar, dada quando os RSS são tratados pelo processo de incineração descontrolado que emite poluentes para a atmosfera contendo, por exemplo, dioxinas e furanos (ANVISA, 2006). Na conjectura dos riscos potenciais dos RSS, deve-se ponderar que os estabelecimentos de saúde têm evoluído no campo da ciência médica, com o estímulo de novas tecnologias incorporadas aos métodos de diagnósticos e tratamento. Produto deste avanço é a geração de novos materiais, substâncias e equipamentos mais complexos e, muitas vezes, mais perigosos para o trabalhador que os manuseia e ao meio ambiente que os recebe. Os resíduos produzidos nos estabelecimentos assistenciais de saúde devem ser tratados de maneira adequada, seguindo o que determina a legislação. Tais resíduos podem conter micro-organismos causadores de doenças, podem possuir toxicidade, corrosividade ou até mesmo inflamabilidade. Também, em algumas classes de resíduos, há riscos de conter algum tipo de irradiação (como é o caso dos resíduos radioativos), de causar acidentes ou podem, simplesmente, ser recicláveis. Por isso, é de suma importância basear-se em uma legislação específica e consistente para proceder com coerência o gerenciamento dos RSS. No Brasil, foram criadas leis, resoluções, portarias e normas com o objetivo de regularizar o gerenciamento de resíduos em todas as atividades, inclusive na área da saúde, definindo as formas de descarte, coleta, transporte e disposição final, tendo como principal objetivo diminuir os graves problemas relacionados ao descarte incorreto que causam contaminação no ambiente e riscos à saúde das pessoas (ANVISA, 2006). Diante disso, políticas públicas têm sido discutidas e legislações elaboradas com vistas a garantir o desenvolvimento sustentável e a preservação da saúde pública. Estas políticas têm seu respaldo em propostas diferentes, as quais estabelecem conexões entre a saúde pública e as questões ambientais. No estado do Rio Grande do Sul, a lei n de 27 de julho de 1993, regulamentada pelo decreto n de 1 de abril de 1998, dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos no Estado. Destaca-se que, em seu artigo 8, estabelece-se a coleta, o transporte, o processamento e a destinação final dos resíduos sólidos de estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços, inclusive de saúde, são de responsabilidade da fonte geradora, independentemente da contratação de terceiros, de direito público ou privado, para a execução de uma ou mais dessas atividades. Ainda, o

22 21 estado gaúcho promulgou a lei n de fevereiro de 1994, a qual dispõe sobre os resíduos sólidos provenientes de serviços de saúde e dá outras providências. Nesse aspecto, a Agência Nacional da Vigilância Sanitária - ANVISA, de acordo com suas competências, responsabilizou-se pela promoção de um grande debate público para orientar a publicação de uma norma específica. Logo, em 2003, foi promulgada a Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 33/03 com enfoque na metodologia de manejo interno de resíduos, na qual consideram-se os riscos envolvidos para os trabalhadores, para a saúde e para o meio ambiente. A adesão desse critério de análise de risco resultou na identificação e na definição de regras de manejo que, todavia, não condiziam com as orientações da área ambiental definidas na Resolução CONAMA nº 283/01. Esta situação levou os dois órgãos ANVISA e CONAMA- a associar suas regulamentações. O ajuste foi obtido com a promulgação da RDC nº 306 pela ANVISA, em dezembro de 2004, e da Resolução nº 358 pelo CONAMA, em maio de A associação exigiu esforços de ambas as partes, constituindo em um avanço na delimitação de regras prudentes para o tratamento dos resíduos sólidos no País, com a premissa de considerar as especificidades locais de cada Estado e seus respectivos municípios. Essas duas resoluções tornam obrigatória a existência do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde em todos os estabelecimentos de saúde brasileiros. Contudo, segundo Ventura et al (2010), outras resoluções também são importantes neste quesito, são elas: a) a NBR 12808:1993 (ABNT, 1993), que classifica os resíduos de serviços de saúde quanto aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que tenham gerenciamento adequado; b) a Norma Regulamentadora (NR) 32/2005 do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, MTE, 2005), que aborda alguns aspectos de biossegurança e saúde no trabalho em serviços de saúde, destacando as condições mínimas para evitar os riscos biológicos e químicos; c) a NR 9/1995 do Ministério do Trabalho e Emprego (BRASIL, MTE, 1994), que aborda sobre o Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais (PPRA) e visa à preservação dos recursos naturais, bem como a proteção da saúde do trabalhador

23 22 em qualquer situação em que o funcionário/colaborador tiver a possibilidade de sofrer riscos ambientais; e d) a Lei Nº , agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos Classificações dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) A classificação dos RSS é necessária para promover o manejo adequado e a correta segregação, sendo esses classificados em função de suas características e consequentes riscos que podem acarretar ao meio ambiente e à saúde. Conforme o Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (ANVISA, 2006) esta classificação vem sofrendo um processo de evolução contínuo, à medida que são introduzidos novos tipos de resíduos nas unidades de saúde. Como resultado do conhecimento do comportamento desses perante o meio ambiente e à saúde, foram criadas formas de gestão segura baseadas nos princípios da avaliação e gerenciamento dos riscos envolvidos. Para efeitos de classificação dos RSS, na presente dissertação, utiliza-se como referência as normativas e resoluções vigentes da ANVISA e do CONAMA, que os classifica em cinco grupos: A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características, podem apresentar risco de infecção; B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade; C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos 2 em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista; D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares; 2 Substâncias com propriedades físicas adequadas aos procedimentos desejados (partículas emissoras de radiação beta, para terapêutica; ou partícula emissora de radiação gama, para diagnóstico).

24 23 E: Materiais perfurocortantes 3 ou escarificantes. 4 Conforme o quadro 1, dos grupos de RSS, o grupo A possui 5 subclasses denominadas A1, A2, A3, A4 e A5. Dentre os componentes químicos destacam-se as substâncias ou preparados químicos: tóxicos, corrosivos, inflamáveis, reativos, genotóxicos, mutagênicos; produtos mantidos sob pressão - gases, quimioterápicos, pesticidas, solventes, ácido crômico; limpeza de vidros de laboratórios, mercúrio de termômetros, substâncias para revelação de radiografias, baterias usadas, óleos, lubrificantes usados etc. Dentre os componentes biológicos destacam-se os que contêm agentes patogênicos que possam causar doença e dentre os componentes radioativos utilizados em procedimentos de diagnóstico e terapia, os que contêm materiais emissores de radiação ionizante. O quadro 1 a seguir apresenta os grupos A ao E. 3 Materiais perfurocortantes, Segundo a Resolução nº 5/93 do CONAMA, são seringas, agulhas, escalpes, ampolas, vidros de um modo em geral ou, qualquer material pontiagudo ou que contenham fios de corte capazes de causar perfurações ou cortes 4 Materiais que podem cortar e abrir feridas.

25 A2 Quadro 1: Grupos de RSS. Grupo A A1 - Culturas e estoques de micro-organismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microorganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. - Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microorganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. - Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta. - Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de micro-organismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica. A3 - Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com massa menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 A4 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares. - Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. - Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares. - Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou micro-organismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. - Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. - Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. - Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica. 24

26 - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações. - Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. A5 - Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. Grupo B - Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações. - Resíduos de saneantes, desinfetantes, resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes. - Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores). - Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas - Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 1004:2004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). Grupo C - Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clinicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN Grupo D - Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, - Resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, - Equipo de soro e outros similares não classificados como A1; - Sobras de alimentos e do preparo de alimentos; - Resto alimentar de refeitório; - Resíduos provenientes das áreas administrativas; - Resíduos de varrição, flores, podas e jardins - resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. Grupo E Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. Fonte: adaptado de ANVISA(2004) e CONAMA (2005). 25

27 Gerenciamento de RSS Segundo a RDC ANVISA no 306/04, o gerenciamento dos RSS consiste em um conjunto de procedimentos planejados e implementados, a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais. Tem o objetivo de minimizar a geração de resíduos e proporcionar aos mesmos um manejo seguro, de forma eficiente, visando a proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde, dos recursos naturais e do meio ambiente. Para Freitas (2000), esta administração deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS. O propósito de manejar os RSS é reduzir a sua geração e promover um encaminhamento seguro, de forma apropriada, tendo como objetivo a proteção da saúde humana e ambiental. Administrar corretamente estes resíduos significa não só controlar os riscos, mas também, alcançar a minimização desde o ponto de origem, elevando a qualidade e a eficiência dos serviços oferecidos pelo estabelecimento de saúde. Um sistema adequado de manejo possui controle e redução com segurança e economia, proporcionando a diminuição de riscos associados (OPAS, 2008). A ideia principal do gerenciamento é promover um acompanhamento dos RSS, desde a sua geração até a disposição final, passando por etapas e as distinguindo, visando a minimização ou ao bloqueio dos efeitos por eles causados, no âmbito sanitário, ambiental e ocupacional. Confortin (2001) consolida essa afirmação, quando diz que este processo tem como finalidade estabelecer todas as etapas do sistema, que vai desde a geração até a disposição final dos RSS. Pimentel (2006 p.40, apud GÜNTHER, 1993) afirma que: Este instrumento tem como finalidade estabelecer em cada etapa do sistema, quais sejam: geração, segregação, acondicionamento, coleta, transporte, armazenamento, tratamento e disposição final, manejo seguro, equipamentos e facilidades necessários à conscientização e treinamento adequado, equipamentos de proteção individual indispensáveis (EPI), além de determinar, em função dos tipos de resíduos, qual o melhor sistema de tratamento e consequente disposição final, de modo a garantir o manejo seguro do ponto de vista de saúde pública e do meio ambiente. Desse modo, gerenciar RSS é um mecanismo capaz de minimizar, ou, até mesmo, impedir os efeitos adversos do ponto de vista sanitário, ambiental e ocupacional, sempre que realizado adequadamente. Os geradores devem adotar um PGRSS constituindo-se de um conjunto de procedimentos a partir de bases científicas, normativas e legais, tendo por objetivo a redução e o encaminhamento seguro e eficiente, visando proteger o trabalhador, preservar a saúde pública e os recursos naturais.

28 27 Baseado nas características e no volume dos RSS gerados, deve ser elaborado um PGRSS, estabelecendo as diretrizes de manejo. Esses resíduos são considerados um sério problema para os administradores, pois ainda existe falta de informação sobre qual o procedimento adequado para seu tratamento. Cada grupo deve receber tratamento diferenciado, observando-se que tipo de resíduo é gerado no estabelecimento de serviço. Cabe aos profissionais de saúde conhecer as fontes geradoras e dispor rotinas para classificar, manusear, segregar adequadamente os RSS e conhecer o sistema de identificação quanto aos símbolos, cores e tipos de recipientes. (RDC nº 306/2004) Na gestão de RSS, os estabelecimentos geradores podem contratar empresas devidamente licenciadas para realizar serviços de limpeza, coleta de resíduos, tratamento e disposição final. Para tal, é importante ter à disposição mecanismos que permitam verificar se os procedimentos desempenhados e suas condutas estão em concomitância com as leis. As terceirizações devem exigir e garantir que as empresas cumpram as legislações vigentes. Em síntese, o correto gerenciamento dos RSS significa não apenas administrar e minimizar os riscos, mas também alcançar a redução da geração desses, desde o ponto de origem, cumprindo as normas referentes ao acondicionamento, recolhimento, destinandoos, de forma segura e ambientalmente adequada, aumentando a qualidade e a eficiência dos serviços. Ou seja, devem-se respeitar todas as etapas deste plano de gerenciamento, de acordo com a legislação vigente e as normas técnicas, observando-se o cumprimento de todos os preceitos para um ambiente seguro e saudável Plano de Gerenciamento de RSS O Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) é o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manejo RSS, observadas suas características e riscos no âmbito dos estabelecimentos (ANVISA, 2004). Deve considerar aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como, contemplar as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente. Para Almeida (2003), o PGRSS auxilia na administração dos resíduos gerados em um estabelecimento de saúde, sendo considerado uma excelente ferramenta para minimizar os riscos e impactos ambientais. O autor (2003) infere que as vantagens de implantar um PGRSS são: redução de riscos de contaminação ambiental; redução do número de acidentes de trabalho ocasionado no manejo dos RSS; redução dos custos de

29 28 manejo dos resíduos; redução do número de infecções hospitalares, reciclagem de materiais, entre outros. Salienta-se que, todos os geradores de RSS (em operação ou a serem implantados) devem elaborar e implantar o PGRSS. Umas das premissas é que esse seja formulado por profissional de nível superior, com habilitação concedida pelo seu conselho de classe e munido de sua Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Essa conjectura pode garantir que o projeto seja concebido por um profissional com conhecimento, habilidade, visão de especialista, garantindo mais confiabilidade ao plano e segurança profissional (ANVISA, 2004). No que concerne a mesma legislação, o plano deve ser elaborado em conformidade às características próprias de cada estabelecimento, além das normas vigentes, devendo abranger alternativas viáveis, tendo recursos e pessoal responsável pela sua implementação. Esta obrigatoriedade torna instrumento singular ao estabelecimento de saúde para qual foi desenvolvido, de forma a ser projetado de acordo com a realidade local e as suas demandas. 2.3 Etapas do Gerenciamento de RSS O manuseio apropriado dos RSS segue um fluxo de operações que começa a partir do manejo, que é entendido como a ação de gerenciar os resíduos, em seus aspectos intra e extra estabelecimento, desde a geração, até a disposição final, incluindo as etapas ilustradas na Figura 1 (CONAMA, 2005). Figura 1: Etapas do gerenciamento de RSS. Fonte: Adaptado de ANVISA (2004) e CONAMA (2005)

30 Segregação Fundamenta-se na separação do resíduo no momento e local de sua geração. Esta separação depende das características físicas, químicas, biológicas, do estado físico e da classificação do resíduo. Os recipientes de coleta interna e externa, assim como os locais de armazenamento onde são colocados os RSS, devem ser identificados em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando símbolos, cores e frases, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e aos riscos específicos de cada grupo de resíduos. De acordo com o Manual de Gerenciamento de RSS da ANVISA (2006 p.106): Uma boa administração dos RSS deve ter como princípio a segregação na fonte, o que resulta na redução do volume de resíduos com potencial de risco e na incidência de acidentes ocupacionais. O ideal é que tal operação seja pensada como um processo contínuo. Ela deve se expandir a todos os tipos de resíduos progressivamente, tendo em vista a segurança, o reaproveitamento e redução de custo no tratamento ou reprocessamento dos mesmos. A ideia primordial da segregação no contexto dos RSS é separar os resíduos que possuem risco potencial daqueles considerados domésticos, mas que também são gerados nas unidades de atendimento à saúde, evitando a contaminação de resíduos comuns. Bidone (1999) cita que o acondicionamento conjunto dos RSS com os resíduos comuns leva inexoravelmente à contaminação da mistura, resultando em uma massa de resíduos potencialmente infectantes, com aumento de volume, de custos com transporte, tratamento adequado e destinação final. Ainda, segundo o Manual de Gerenciamento de RSS (ANVISA, 2006 p. 106), as vantagens de praticar a segregação na origem são: Redução dos riscos para a saúde e para o ambiente, impedindo que os resíduos potencialmente infectantes ou especiais, que geralmente são frações pequenas, contaminem os outros resíduos gerados nas unidades; Diminuição de gastos, já que apenas terá tratamento especial uma fração e não todos; Aumento da eficácia da reciclagem. Normas técnicas Referentes à Segregação dos RSS NBR : 1993 Resíduos de Serviços de Saúde: Classificação. NBR 12809: Resíduos de serviços de saúde: Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde intraestabelecimento.

31 Acondicionamento É o ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes impermeáveis, resistentes à punctura, ruptura e vazamentos (BRASIL, 2003). A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. A NBR 12809:2013 normatiza que as unidades geradoras devem dispor de recipientes para guarda de resíduos, em número suficiente e com capacidade compatível à geração e à natureza do risco do resíduo. Sempre que em um RSS de saúde ocorrer a presença de agentes biológicos e químicos, este resíduo deve ser gerenciado de acordo com o risco preponderante (ABNT, 2013). Quando os resíduos forem acondicionados em sacos (exceto perfurocortantes), esses devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente à punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e ser resistentes ao tombamento, de acordo com a RDC 306/ 2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (ANVISA,2004). Quanto aos sacos de acondicionamento branco leitoso ou vermelho, esses são usados apenas para acondicionamento de RSS do grupo A. Quando os RSS devem receber tratamento obrigatório são acondicionados em sacos vermelhos e quando não precisam de tratamento ou para reacondicionar resíduos já tratados, são acondicionados em sacos brancos. A NBR 9191:2008 prescreve que os sacos devem ser confeccionados com resinas termoplásticas virgens ou recicladas, sendo que aditivos ou pigmentos eventualmente empregados na fabricação não devem alterar as características de resistência). A impressão de frases de advertência em cada amostra é imprescindível, além do volume que o saco comporta e do símbolo de substância infectante, com a inscrição RESÍDUO INFECTANTE (ABNT,2008). Salienta-se que todo saco plástico deve ser utilizado no máximo a 2/3 de sua capacidade, torcendo e amarrando sua abertura com dispositivo apropriado ou nó. Os resíduos perfurocortantes ou escarificantes - grupo E - devem ser acondicionados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso, em recipiente rígido, estanque, resistente à punctura, ruptura e vazamento, impermeável, com tampa, contendo a simbologia de identificação dos resíduos que contém.

32 31 Normas Técnicas Referentes ao Acondicionamento NBR 9191: Especificação. Sacos plásticos para acondicionamento; NBR 13853: Requisitos e métodos de ensaio para coletores para resíduos de serviços de saúde perfurantes ou cortantes; NBR 12809: Resíduos de serviços de saúde: Gerenciamento de resíduos de serviços de saúde intraestabelecimento Os recipientes para o acondicionamento dos resíduos são estabelecidos com base nas características desses e no grupo que pertencem. Como o acondicionamento deverá estar de acordo com o tipo de resíduo, no quadro 2, apresenta-se a adequada forma de acondicionamento dos cinco grupos de RSS, conforme determinação da Resolução nº306/2004 do CONAMA. (Quadro 2)

33 32 Quadro 2: Armazenamento, identificação e simbologia dos RSS. GRUPO Resíduos Armazenamento Identificação Símbolo A1 Vacinas com micro-organismos vivos e atenuados, incluindo frascos de vacinas com expiração do prazo de validade, agulhas e seringas. Recipientes rígidos, resistentes a punctura, ruptura e vazamento, com tampa. Substituído ao atingir 2/3 de sua capacidade. São identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. A1 Culturas e estoques de micro-organismos, resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; meios de cultura e instrumentos utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. Saco branco leitoso, sendo substituído, quando atingir 2/3 de sua capacidade ou, pelo menos, 1 vez a cada 24 horas. São identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. A1 Resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes Classe de Risco 4 5, microorganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente. Sacos vermelhos devidamente identificados. Estes sacos precisam ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou, pelo menos 1, vez a cada 24 horas. São identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. A1 Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitados por contaminação ou por má conservação; sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de Sacos vermelhos, os quais devem ser substituídos, quando atingirem2/3 de sua capacidade ou, pelo menos, 1 vez a cada 24 horas. São identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. 5 São micro-organismos que representam sério risco para o homem e para os animais, sendo altamente patogênicos, de fácil propagação, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas. Exemplos: Vírus Marburg e Vírus Ebola. (Brasil, 1997)

34 33 assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. A2 Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de micro-organismos e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de micro-organismos de relevância epidemiológica. Saco branco leitoso, que deve ser substituído, quando atingir 2/3 de sua capacidade ou, pelo menos, 1 vez a cada 24 horas, e identificado como Peças Anatômicas de Animais. São identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos + a frase PEÇAS ANATÔMICAS DE ANIMAIS. PEÇAS ANATÔMICAS DE ANIMAIS A3 Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com massa menor que 500g ou menor que 25cm ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenha valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente. a. Sepultamento em cemitério; ou b. Após tratamento térmico por incineração ou cremação, acondicionar em saco vermelho, que deve ser substituído, quando atingir 2/3 de sua capacidade ou, pelo menos, 1 vez a cada 24 horas, e identificado com a inscrição PEÇAS ANATÔMICAS. PEÇAS ANATÔMICAS A4 Kits de linhas arteriais; filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções( sem relevância epidemiológica); tecido adiposo proveniente cirurgia plástica; recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica; carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de micro-organismos; cadáveres Saco branco leitoso e ser substituídos quando atingir 2/3 de sua capacidade ou, pelo menos 1, vez a cada 24 horas.

35 34 de animais provenientes de serviços de assistência; bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. A5 Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. Sacos vermelhos, que devem ser substituídos após cada procedimento. Devem ser utilizados dois sacos como barreira de proteção, com preenchimento somente até 2/3 de sua capacidade B B Químicos sólidos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente. Químicos líquidos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente. Recipientes de material rígido, adequados para cada tipo de substância química, respeitadas as suas características físico-químicas e seu estado físico. Recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. C Rejeitos radioativos sólidos. Recipientes de material rígido, e forrados internamente, com saco plástico resistente.

36 35 C Rejeitos radioativos líquidos. Frascos de até dois litros ou em bombonas de material compatível com o líquido armazenado, sempre que possível, de plástico, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante, acomodados em bandejas de material inquebrável. C Os materiais perfurocortantes contaminados com radionuclídeos 6. Recipientes estanques, rígidos, com tampa, devidamente identificados. D Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos RSU. E Materiais perfurocortantes ou escarificantes. Acondicionados, de acordo com as orientações dos serviços locais de limpeza urbana, utilizando-se sacos impermeáveis, contidos em recipientes, e receber a devida identificação. Recipientes, rígidos, resistentes a punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados. Fonte: Adaptado de CONAMA (2004) 6 Pequenos núcleos usados na Medicina para terapias e diagnósticos. São produzidos artificialmente em reatores ou aceleradores de partículas.

37 Identificação Conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS (ANVISA, 2004). Estas medidas são de relevante importância no que tange a prevenção de riscos, sendo a identificação dos RSS essencial para a correta segregação. Devem-se utilizar rótulos (símbolos e expressões) para identificar os recipientes de acondicionamento, sacos de acondicionamento, carros de transporte interno e externo, salas e abrigos de resíduos (locais de armazenamento). A identificação deve estar em local de fácil visualização e utilizar-se dos parâmetros referenciados na norma NBR 7500:2013(ABNT, 2013). Todos os grupos de RSS são identificados por símbolos que representem a sua categoria, como mostra o quadro 2, anteriormente citado. Os RSS devem ser identificados, de acordo com a Resolução 306 da ANVISA, do seguinte modo: Grupo A: é identificado pelo símbolo de substância infectante constante da NBR7500:2013 com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos (ABNT, 2013); Grupo B: é identificado através do símbolo de risco associado, de acordo com a NBR 7500:2013 (ABNT, 2013), com discriminação de substância química e frases de risco; Grupo C: é representado pelo símbolo internacional de presença de radiação ionizante (trifólio de cor magenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão REJEITO RADIOATIVO (ABNT, 2013); Grupo E: é identificado pelo símbolo de substância infectante constante da NBR 7500:2013 (ABNT, 2013), com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescido da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicando o risco que apresenta o resíduo. Para os resíduos de classe D, usam-se rótulos com fundo de cores específicas, de acordo com o tipo do material reciclável. Neste caso, baseia-se na resolução CONAMA 275/01 para definir as cores, sendo: cor azul para papel, vermelha para plásticos, verde para vidros, amarelo para metais, marrom para orgânicos, preto para madeira e cinza para rejeitos (CONAMA, 2001).

38 Transporte Interno É o traslado de resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de apresentação para a coleta (ANVISA, 2004). A NBR 12810:2010 fixa os procedimentos exigíveis para coleta interna e externa dos resíduos de serviços de saúde, sob condições de higiene e segurança. O transporte interno de resíduos deve ser realizado em sentido único, com roteiro definido e em horários não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas (ANVISA, 2004). Esse deve ser feito separadamente e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos, sendo de material rígido, lavável, impermeável, provido de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos arredondados, e serem identificados. Além disso, os recipientes devem ser providos de rodas revestidas de material que reduza o ruído, caso sejam desprovidos de rodas, devem ser respeitadas as capacidades de transporte dos trabalhadores. Salienta-se que, para RSS de classe A1 e A2, esta etapa é precedida de tratamento interno, no qual os RSS devem ser submetidos a tratamento por equipamentos que reduzam ou eliminem a carga microbiana, compatível com nível III de inativação. O recolhimento dos resíduos, quando ocorrer em locais onde haja risco de infecção para o paciente, deve seguir práticas de segurança. Entre elas: Atentar para a cor do saco utilizado na coleta; Utilizar equipamentos de segurança individual recomendados para cada tipo de resíduo; Fechar totalmente o saco, amarrando-o com arame ou cordão, de modo que o mesmo seja totalmente vedado; Lavar os recipientes acondicionantes, de acordo com necessidade e quantidade de resíduo, para manter a higiene. Atentar para os efluentes desta lavagem, uma vez queos despejos infectados com micro-organismos patogênicos só poderão ser lançados após tratamento especial (CONAMA, 2011); Caso haja derramamento do conteúdo, o material derramado deve ser coberto com um pano embebido em desinfetante, sendo posteriormente recolhido com o auxílio de uma pá. O local deve ser lavado para a desinfecção, sendo o funcionário

39 38 obrigado a usar Equipamentos de Proteção Individuais (EPI s) e o pano e materiais usados para esse procedimento desinfetados; Ao colocar um saco novo, deve-se fixá-lo firmemente nas bordas do recipiente acondicionante, de modo a evitar escapes. Os EPI s necessários para o transporte interno de RSS, de acordo com a NBR 12810:93, 7 são: Uniforme (calça comprida e camisa com manga, no mínimo de 3/4, de tecido resistente e de cor clara); Luvas (PVC, impermeáveis, resistentes, de cor clara, preferencialmente branca, antiderrapantes e de cano longo); Gorro; Máscara (impermeável); Óculos de proteção; Avental (impermeável); Armazenamento Temporário ou Armazenamento Interno A RDC 306 (CONAMA, 2004 p.3), define o Armazenamento Temporário como: Guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o translado entre os pontos geradores e o ponto destinado à apresentação para coleta externa. Neste mesmo contexto, proíbe-se o armazenamento temporário com disposição direta dos sacos de resíduos sobre o piso, não sendo permitida a retirada desses de dentro dos recipientes ali estacionados, somente quando ocorrer a coleta externa. As normas também condizem no que diz respeito à sala para o armazenamento temporário, podendo esta ser compartilhada apenas com a sala de utilidades. Quando houver o compartilhamento, devem ser reservados, no mínimo, 2m² para os recipientes acondicionantes de RSS. A sala para guarda temporária, de acordo com a RDC 306/2004, deve ter pisos e paredes lisas e laváveis, iluminação (artificial) e área suficiente para armazenar, no mínimo, dois recipientes coletores. Este local deve estar identificado como SALA DE 7 No manuseio de resíduo comum, pode ser dispensado o uso de gorro, óculos e máscara.

40 39 RESÍDUOS (CONAMA, 2004). Caso o volume de resíduos gerados e a distância entre o ponto de geração e o armazenamento final justifiquem, o armazenamento temporário poderá ser dispensado. Os resíduos de fácil putrefação, não coletados diariamente, devem ser conservados sob refrigeração, se ainda assim não mantiverem conservação, devem ser submetidos a outro método que o proceda Armazenamento Externo O dimensionamento do ambiente de armazenamento externo deve ser de acordo com as características quantitativas e qualitativas dos resíduos gerados. É obrigatório, em todos os casos, possuir área específica de higienização para limpeza e desinfecção simultânea dos recipientes coletores. Caso o estabelecimento gere até 150L de resíduos por dia ou 750L por semana, o abrigo pode ser reduzido, tendo características como: construção em alvenaria, fechado, dotado apenas de aberturas teladas para ventilação, restrita a duas aberturas de 10 x 20 cm cada uma delas, uma a 20 cm do piso e a outra a 20 cm do teto. No que diz respeito ao piso, paredes, porta e teto de material liso, de material impermeável e lavável, sendo o piso com caimento para ao lado oposto ao da abertura, contendo serviço de canaletas de escoamento de águas servidas direcionadas para a rede de esgoto do estabelecimento e ralo sifonado com tampa que permita a sua vedação. É imprescindível que este local tenha identificação na porta com o símbolo de acordo com o tipo de resíduo armazenado (CONAMA/2004). O abrigo de resíduos do Grupo B exigido apenas quando necessário, deve ter características que se somam às anteriores: ventilação adequada, com tela de proteção contra insetos, deve possuir sistema de drenagem com ralo sifonado provido de tampa que permita a sua vedação, deve estar identificado, em local de fácil visualização, com sinalização de segurança RESÍDUOS QUÍMICOS, com símbolo baseado na norma NBR 7500:2013 (ABNT, 2013). O armazenamento de resíduos perigosos deve contemplar ainda as orientações contidas na NBR 12235:1992 (ABNT, 1992) e, para precaução, o local deve estar munido com extintores de incêndio, chuveiros de segurança e lava-olhos e, a sala deve estar projetada de modo a evitar a incidência direta de luz solar. O armazenamento externo, denominado de abrigo de resíduos, deve ser construído em ambiente exclusivo, com acesso externo facilitado à coleta, possuindo, no mínimo, um ambiente separado para atender o armazenamento de recipientes de resíduos do Grupo

41 40 A juntamente com o Grupo E e um ambiente para o Grupo D. O abrigo deve ser identificado e restrito aos funcionários do gerenciamento de resíduos, ter fácil acesso para os recipientes de transporte e para os veículos coletores. Os recipientes de transporte interno não podem transitar pela via pública externa à edificação para terem acesso ao abrigo de resíduos (ANVISA, 2006). Outrossim, o abrigo de resíduos deve ser dimensionado de acordo com o volume de resíduos gerados, com capacidade de armazenamento compatível com a periodicidade de coleta do sistema de limpeza urbana local. O piso deve ser revestido de material liso, impermeável, lavável e de fácil higienização. O fechamento deve ser constituído de alvenaria revestida de material liso, lavável e de fácil higienização, com aberturas para ventilação, de dimensão equivalente a, no mínimo, 1/20 (um vigésimo) da área do piso, com tela de proteção contra insetos. As portas dos abrigos devem ser providas de tela de proteção contra roedores e vetores, de largura compatível com as dimensões dos recipientes de coleta externa, pontos de iluminação e de água, tomada elétrica, canaletas de escoamento de águas servidas direcionadas para a rede de esgoto do estabelecimento e ralo sifonado com tampa que permita a sua vedação Coleta e transporte externo Consiste no recolhimento dos resíduos do abrigo externo e na sua remoção para a destinação visando o tratamento ou a disposição final. Devem ser realizados de acordo com as normas NBR 12810:1993 que fixa os procedimentos exigíveis para coleta interna e externa dos RSS, sob condições de higiene e segurança (ABNT, 1993) e NBR 14652:2013 que normatiza o coletor-transportador de resíduos de serviços de saúde (ABNT, 2013). A coleta pode ficar a cargo de empresa com devida habilitação e licenciamento para tal e/ou da municipalidade, desde que observadas as regras determinantes. Seus funcionários devem ter serviço de apoio que os condicione higienização e manutenção dos veículos, lavagem e desinfecção dos EPI e higienização corporal. Os EPI s necessários para a atividade, de acordo com a NBR 12810:1993, são: Uniforme (calça comprida e camisa com manga, no mínimo de 3/4, de tecido resistente e de cor clara); Luvas (PVC, impermeáveis, resistentes, de cor clara, preferencialmente branca, antiderrapantes e de cano longo);

42 41 Botas (Devem ser de PVC, impermeáveis, resistentes, de cor clara, preferencialmente branca, com cano 3/4 e solado antiderrapante); Boné; e Colete (Deve ser de cor fosforescente para o caso de coleta noturna). Na NBR 12810:1993 também é frisada a utilização de contêineres para a coleta externa, devendo esses ser constituídos de material rígido, lavável e impermeável, de forma a não permitir vazamento de líquido e com cantos arredondados. Também, é necessário possuir tampa articulada ao próprio corpo do equipamento e o provimento de dispositivo para drenagem com sistema de fechamento. Diferentemente dos contêineres de coleta interna (veículos coletores), os contêineres de coleta externa devem ter rodas do tipo giratório, com bandas de rodagem e sua coloração externa deve ser branca, ostentando em lugar visível o símbolo de substância infectante, conforme modelo e especificação determinados pela NBR 7500:2013. (ABNT, 2013) Quanto aos veículos coletores, deve constar em local visível o nome da municipalidade, o nome da empresa coletora e a especificação dos resíduos transportáveis. Também precisam estar munidos com os seguintes equipamentos auxiliares: pá, rodo, saco plástico de reserva, solução desinfetante. (ABNT, 2008) A empresa transportadora deve observar o Decreto Federal nº , de 18 de maio de 1988 (aprova o Regulamento para o transporte rodoviário de produtos perigosos) e a Portaria Federal nº 204, de 20 de maio de 1997 (aprova instruções complementares transporte rodoviário de produtos perigosos) Tratamento e Disposição Final São processos e procedimentos que alteram as características físicas, físicoquímicas, químicas ou biológicas dos resíduos, podendo promover a sua descaracterização, visando a minimização do risco à saúde pública, a preservação da qualidade do meio ambiente, a segurança e a saúde do trabalhador (ANVISA, 2006). A Resolução ANVISA no 306/04 define o tratamento como: Aplicação de método, técnica ou processo que modifique as características dos riscos inerentes aos resíduos, reduzindo ou eliminando o risco de contaminação, de acidentes ocupacionais ou de danos ao meio ambiente. O tratamento pode ser realizado no estabelecimento em que é gerado ou em outro local, sendo que os sistemas para tratamento de RSS devem ser objeto de licenciamento

43 42 ambiental, de acordo com a Resolução CONAMA 237/97 e são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente. As resoluções do CONAMA e da ANVISA (nº358/2005 e nº306/2004, respectivamente), na maioria das vezes em que fazem referência ao tratamento a ser dado às diversas classes de resíduos, apenas mencionam que eles devem receber tratamento prévio, no entanto não especificam qual tipo. No quadro 3, expôs-se o tratamento de cada tipo de resíduo, de acordo as mencionadas resoluções. Quanto aos principais métodos de tratamento de RSS levantados por Ventura (2009), foram identificados os processos térmicos e físico-químicos. Processos térmicos (aumento de temperatura como meio de eliminação de agentes patogênicos): autoclavagem, micro-ondas, incineração e pirólise. Processos físico-químicos (trituração e imersão dos materiais em líquido desinfetante), radiação ionizante e outras como a tocha de plasma (introdução de gás ionizado em forno revestido de sílica, alumina e Magnesita a altas temperaturas), desativação eletrotérmica ETD (exposição dos RSS a aquecimento por um campo elétrico de alta potência para inativação microbiológica) e Dismo, tecnologia italiana que promove a quebra molecular completa da matéria. Quadro 3: Métodos de tratamentos e disposição final recomendados por grupo de RSS. TRATAMENTO GRUPO A Risco Biológico GRUPO B Risco Químico GRUPO C Risco Radioativo Incineração x x Autoclave x Tratamento x x Químico Micro-ondas x Radiação ionizante x Decaimento x Fonte: Adaptado de FIESP, Para a seleção do tipo de tratamento mais adequado dos RSS, convém avaliar o impacto ambiental, os custos de instalação e manutenção, o número de horas diárias de utilização do sistema em função da quantidade de RSS que serão tratados e ainda fatores de segurança. Existem diversas tecnologias viáveis no Brasil para tratamento de RSS, porém a mais apropriada será aquela que melhor representar a combinação entre eficiência do tratamento e custo energético (FIESP, 2010). Os métodos de tratamento

44 43 recomendados e a disposição final de acordo com os grupos de resíduos estão indicados no quadro 4. Observa-se que nem a incineração, nem a pirólise resolvem integralmente o problema da destinação dos RSS, havendo a necessidade de se providenciar uma disposição final adequada para as cinzas e para o lodo resultante do tratamento dos gases. Salienta-se que os sistemas de disposição final de RSS devem estar licenciados pelo órgão ambiental competente para fins de funcionamento e submetidos a monitoramento de acordo com parâmetros e periodicidade definidos no licenciamento ambiental.

45 44 Quadro 4: Comparativo entre as características de alguns processos de tratamento Tratamento Químico Autoclave Pirólise Processo Redução de Volume Eficiência da desinfecção Impacto Ambiental Capacidade de tratamento Custo de investimento Observações Alta Completa Médio-alto Alta Alto Elevado risco de contaminação do ar, com geração de dioxinas a partir da queima de materiais clorados existentes nos sacos de PVC e desinfetantes Baixa Alta Baixa Média-alta Média Por exigir o aquecimento por igual (penetração do vapor e a condução de calor) por toda massa de resíduos, é um método impróprio (...) para o tratamento de grandes volumes de resíduos, pela espessura e estado físico dos RSS (...) (TAKAYANAGUI, 2005) Baixa Incompleta Média Média-alta Média-baixo Os RSS são triturados e logo após mergulhados numa solução desinfetante. A massa de resíduos permanece nesta solução por alguns minutos e o tratamento ocorre por contato direto. Após, passam por um sistema de secagem, gerando um efluente líquido nocivo ao meio ambiente, necessitando ser neutralizado. Radiação Baixa Baixa Média Pequena unidade Média Processo que não existe no Brasil e que utiliza a radiação ionizante (gama), a partir do cobalto (Co) 60 e ultravioleta

46 45 Micro-ondas Baixa Alta Baixa Pequena unidade Alta Pode oferecer risco ocupacional durante manuseio dos resíduos, principalmente na fase inicial de trituração antes da aplicação da radiação (BLENKHARN, 1995). Incineração Alta Alta Baixo (se manter a eficiência) Sem limites Alta Assegura condições sanitárias adequadas, pois elimina os agentes patogênicos e exige pouco espaço físico; no entanto, requer cuidados devido aos investimentos necessários e atenção à flexibilidade de adaptação de quantidades a tratar, à presença de resíduos perigosos (metais, halogênios) e ao lançamento de compostos perigosos na atmosfera (dioxinas, furanos, entre outros como Sox, Nox) (IPEA,2012). Fonte: Adaptado de FIESP (2010), CONAMA (2006) e ALA (1996).

47 Matriz de avaliação de impactos Devido à heterogeneidade dos RSS, vários instrumentos têm sido criados para auxiliar em sua classificação e, consequentemente, no seu gerenciamento adequado (SANCHEZ-TRIANA, 2005). A partir do conhecimento de alguns tipos de matrizes utilizadas em processos de avaliação de impactos ambientais, procurou-se desenvolver uma matriz que apresentasse, de forma mais direta, uma interação entre a determinada ação e seus impactos. Apesar do seu papel vital na gestão ambiental, a avaliação dos impactos ambientais de um projeto é considerada como um dos elementos mais difíceis e menos compreendidos do processo, principalmente devido a sua natureza subjetiva (LAWRENCE, 2007). Porém, ao ser traduzida em uma forma numérica, a avalição dos impactos pode ser facilmente comparada e analisada pelas partes interessadas não envolvidas no processo de avaliação propriamente dita (IJÄS, et al., 2010). Uma das matrizes que se mostra promissora para este trabalho é a Matriz de Impactos ou Matriz de correlação Causa x Efeito, que foi inicialmente proposta por Leopold (LEOPOLD, 1971) e vem sendo alterada e aperfeiçoada com intuito de melhor adequá-la aos objetivos do Estudo de Impacto Ambiental. A matriz de Leopold é um dos métodos mais utilizados na identificação e classificação dos aspectos e impactos ambientais quantificados na Avaliação de Impactos Ambientais (AIA), consistindo na união de duas listas de verificação. Uma lista de ações ou atividades é mostrada horizontalmente enquanto uma lista de componentes ambientais aparece verticalmente. A inclusão dessas duas listas de verificação em uma matriz ajuda a identificar os impactos, uma vez que os itens de uma lista podem ser sistematicamente relacionados a todos os outros itens da outra lista, com o objetivo de identificar os possíveis impactos (SANTOS, 2014 apud LEOPOLD et al, 1971). Segundo Tommasi (1994), o método da matriz de Leopold permite uma rápida identificação dos problemas ambientais envolvidos em um dado projeto. É bastante abrangente, pois envolve aspectos físicos, biológicos e socioeconômicos. Também permite utilizar poucos dados na sua elaboração, sendo eles qualitativos e quantitativos. Possui caráter multidisciplinar, baixo custo e simplicidade na elaboração, apresentando boa orientação e disposição visual. (SILVA, et al., 2012) Para Costa (2005 p. 8): O princípio básico da Matriz de Leopold consiste em, primeiramente, assinalar todas as possíveis interações entre as ações e os fatores, para, em seguida, estabelecer numa escala que varia de 1 a 10, a magnitude e importância de cada

48 47 impacto, identificando-o como positivo ou negativo. Enquanto a valoração da magnitude é relativamente objetiva ou empírica, pois se refere ao grau de alteração provocado pela ação sobre o fato ambiental, a pontuação da importância é subjetiva ou normativa, uma vez que envolve atribuição de peso relativo ao fator afetado no âmbito do projeto. Fundamentadas na matriz de Leopold, as novas matrizes adaptam-se a uma relação bidimensional para identificação de impactos, propiciando, portanto, a suposição de valores de magnitude e importância para cada tipo de impacto. Os impactos positivos e negativos de cada meio (físico, biótipo e socioeconômico) são posicionados no eixo vertical da matriz, de acordo com a fase em que se encontra o empreendimento (implantação ou operação), e com as áreas de influência (direta ou indireta). Cada impacto é, então, posicionado na matriz por meio (físico, biótipo e socioeconômico), e cada um contém subsistemas distintos no eixo vertical, sobre o qual os impactos são avaliados nominal e ordinalmente, de acordo com os seus atributos. Os atributos de impacto, com suas escalas numerais (atribuindo quantificações para índices, por exemplo, alto, médio e baixo) possibilitam melhor análise quantitativa, como destacado a seguir, com base em Costa et al (2005, apud Almeida et al, 2003): Tipo de ação primária, secundária e enésima; definidas respectivamente como uma simples relação de causa e efeito, como reação secundária quando faz parte de uma cadeia de reações ou como uma relação enésima em relação à ação; Ignição imediata, médio prazo e longo prazo; definidas como imediata quando o efeito surge simultaneamente com a ocorrência da ação; e, quando o efeito se manifesta com certa defasagem de tempo em relação à ação, é considerada como de médio ou longo prazo; Sinergia e criticidade alta, média e baixa; definidas como o nível de interatividade entre os fatores, de modo a aumentar o poder de modificação do impacto; Extensão maior, igual ou menor do que a bacia hidrográfica; definidas, respectivamente, quando o impacto sobre o subsistema abrange área maior, igual ou menor do que a bacia hidrográfica em questão; Periodicidade permanente, variável e temporária; definidas, respectivamente, quando os efeitos não cessam de se manifestar enquanto durar a ação, ou quando não se tem conhecimento preciso de quanto tempo dura determinado efeito e, ainda, quando o efeito tem duração limitada; Intensidade alta, média e baixa; definidas pela quantificação da ação impactante. Cada célula da matriz reproduz o vínculo entre as atividades do projeto analisado e as características ambientais, designando a magnitude e a importância dos impactos. A magnitude é colocada no canto superior esquerdo de cada célula e, a importância, no canto

49 48 inferior direito, conforme mostra a figura 2. O valor 1 corresponde à menor deterioração, logo, a melhor situação ambiental. Figura 2: Esquematização da célula da matriz. Fonte: Adaptado de Leopold (1971). A matriz original é constituída de 100 colunas representando as ações do projeto, e de 88 linhas relativas aos fatores ambientais, totalizando possíveis interações. Porém, devido à dificuldade de se trabalhar com tantas interações, vem sendo reduzida e adaptada de acordo com cada projeto (ROCHA, 2005; MAVROULIDOU, 2007; IJÄS, 2010; SOUSA, 2011).

50 49 3.METODOLOGIA 3.1 Metodologia do estudo O presente estudo foi desenvolvido junto às unidades municipais de saúde do Município de Estrela-RS: uma unidade móvel de saúde, quatro UBSs, duas ESFs e seis pontos de coletas esporádicas. Buscou-se avaliar dados quantitativos e qualitativos acerca do gerenciamento de RSS nestas unidades. A pesquisa deu-se em três etapas principais: revisão bibliográfica acerca do tema, diagnóstico in loco e criação e aplicação da ferramenta de autoavaliação do gerenciamento de RSS. Iniciou-se com a revisão bibliográfica sobre os Resíduos Sólidos, em especial, os gerados em Serviços de Saúde, sua implicação na sociedade e o papel das equipes de saúde no gerenciamento adequado para a proteção e manutenção da saúde humana e ambiental. As informações utilizadas foram, em sua maioria, obtidas através de livros, dissertações, teses, artigos científicos e da legislação que regulamenta o gerenciamento de RSS e oferece as informações necessárias a elaboração do PGRSS. O período de coleta de dados in loco abrangeu três meses, com início das atividades no dia 07/02/2014 e término no dia 24/04/2014. Para tal, foram quantificados todos os RSS gerados nas unidades supramencionadas, fazendo o uso de uma balança portátil, devidamente auferida. Concomitantemente, foram qualificados os resíduos como segregados ou não segregados, por meio na análise visual, após a abertura manual das embalagens. No total, foram coletadas 563 amostras de RSS infectantes e perfurocortantes. A quantificação e qualificação foram feitas semanalmente, em todas as unidades, antes da coleta de RSS. Todas as unidades de saúde foram visitadas individualmentepara aplicação de questionário a fim de perceber suas principais demandas, dificuldades e facilidades. Para a coleta de dados foram elaborados questionários (ver anexo 1) e check list, respondidos com o auxílio dos profissionais responsáveis pelas unidades, com questões abertas e fechadas, construído com base na resolução CONAMA nº 306 de Também foi utilizado um diário de campo para registro de dados relacionados à geração e manejo de resíduos que não estivessem contemplados no check list, além da realização de registro fotográfico e análise documental. Combinou-se a metodologia quantitativa e qualitativa, tendo intuito de proporcionar uma base contextual mais rica para interpretação e validação dos resultados (KAPLAN & DUCHON, 1988). O meio de investigação escolhido foi a pesquisa de

51 50 campo com objetivo de procurar informações empíricas das unidades de saúde. Além da observação direta, foram envolvidas técnicas padronizadas para a coleta de dados: questionários, observação sistemática e quantificação mássica da geração de RSS. Os dados foram processados no programa SPSS versão 20, analisados por meio de estatística descritiva (medidas de frequência simples), agrupados em forma de tabelas e relacionados com as normas regulamentadoras. Com base na matriz original de Leopold (1971) e nos fundamentos de algumas matrizes adaptadas por importantes autores como Kurtz (2002), Mota (2002), Rocha (2005), Costa (2005) e Richieri (2006), utilizadas em processos de avaliação de impactos ambientais, buscou-se desenvolver uma matriz que apresentasse da forma mais clara possível uma interação entre as atividades do gerenciamento de RSS e seus impactos sobre as características do meio, seja ele antrópico ou biótico. Desse modo, desenvolveuse uma ferramenta para autoavaliação de impactos do gerenciamento de RSS Metodologia da quantificação Todos os RSS gerados nas unidades durante três meses foram medidos semanalmente quanto sua composição mássica, antes de serem enviados ao abrigo externo. Salienta-se que estes eram compostos por infectantes e perfurocortantes. Para tal, utilizou-se uma balança portátil Metodologia da qualificação Todos os RSS gerados nas unidades durante três meses foram qualificados como segregados ou não segregados, por meio de abertura das embalagens acondicionantes e análise visual. Esta qualificação ocorreu semanalmente, após a quantificação mássica dos RSS gerados e antes que estes fossem enviados ao abrigo externo. Os RSS analisados eram infectantes e perfurocortantes. 3.2 Ferramenta para avaliação de impactos do gerenciamento de RSS A ferramenta para avaliação de impactos do gerenciamento de RSS constitui-se de uma Matriz de Interação, aplicada através do software Microsoft Excel. A opção pelo método de Matriz de Interação foi escolhida considerando os recursos técnicos e financeiros disponíveis, o tempo para aplicação, os dados existentes e a possibilidade da obtenção das informações. Outro fator decisivo para escolha do software é seu fácil acesso pela municipalidade.

52 51 Nesta ferramenta foram feitas adaptações a partir da Matriz de Leopold (LEOPOLD, 1971), permitindo a aplicação do processo para os RSS. A matriz de interação foi organizada em linhas e colunas, onde, no eixo das colunas são elencados aspectos do gerenciamento de RSS e, nas linhas, estão dispostas as fases do gerenciamento dos RSS. São aspectos elencados: economia, sensibilização, segurança ocupacional, vetores, contaminação e danos ao meio ambiente. São fases do gerenciamento elencadas: segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno e armazenamento temporário. Para elencar as fases do gerenciamento de RSS, optou-se por introduzir apenas fases que ocorrem individualizadas em cada unidade de saúde. Desse modo, quesitos como armazenamento temporário (transbordo), transporte externo e tratamento, os quais são comuns a todas as unidades e receberiam a mesma pontuação, foram excluidos da matriz. Ou seja, a matriz foi proposta para analisar o gerenciamento, primeiramente, de cada unidade de saúde e, posteriormente, das unidades municipais como um todo. No quadro 5, tem-se o modelo proposto. Quadro 5: Matriz de Leopold adaptada. Fonte: Adaptado de Leopold (1971). Legenda: M= magnitude; I= importância. Posteriormente, cada cruzamento da matriz deve ser calculado quanto a magnitude e importância. Para a magnitude considera-se a soma dos pesos determinados para os

53 52 atributos extensão, periodicidade e intensidade. Já a importância é o resultado da soma dos valores dos atributos de ação, ignição e criticidade (Quadro 6). Quadro 6: Atributos de Magnitude e Importância. Fonte: Adaptado de Silva (2012) Os atributos de impacto, com suas escalas numerais (valores que são referidos a cada atributo), possibilitam melhor análise quantitativa. Cada atributo possui 3 a 4 opções que o identificam. Para calcular a magnitude dos impactos devem ser levados em conta os atributos: Extensão tamanho da ação ambiental ou área influenciada. Pode ser pequena, média, grande ou muito grande. Periodicidade é a duração do efeito da ação. Pode ser permanente, variável e temporária. Intensidade alta, média e baixa; definidas pela dimensão da ação impactante. Para calcular a importância dos impactos devem ser levados em conta os seguintes atributos: Ação é dada pelo número de efeitos que a ação causa. Ignição- tempo que a ação leva para ser percebida. Ou seja, tempo entre a ação e o efeito. Criticidade- nível de interatividade entre os fatores de ação e efeito.

54 53 As opções de valores para cada atributo são mencionadas nos quadros 7 e 8. Quadro 7: Pesos para atributos de Magnitude. Fonte: adaptado de Rocha (2005). Quadro 8: Pesos para atributos de Importância. Fonte: Adaptado de Rocha (2005) É importante salientar que o resultado da ponderação de atributos não é uma medida do impacto, no sentido físico de uma grandeza que possa servir de padrão para avaliar outras do mesmo gênero, mas uma apreciação qualitativa da importância do impacto (SÁNCHEZ, 2006). Outrossim, quando não existirem impactos usa-se a sigla NI, que significa Não Impactante. Para melhor entender como se dá o preenchimento da ferramenta exemplificou-se através da aplicação detalhada da UBS Auxiliadora. Cruzando a linha 1 com a coluna 1 temos a interseção de segregação e economia. Para preencher a célula calculou-se a magnitude e importância dos impactos causados por este dado cruzamento. (Quadro 9 e Quadro 10)

55 54 Para a magnitude obteve-se os seguintes valores: Extensão: 1 ponto (pequena). Esta pontuação está diretamente ligada a proporção de segregação de RSS desta unidade, uma vez que 75% deles estavam devidamente segregados, portanto a área de influência menor. Periodicidade: 1 ponto (temporária). Dado que o impacto cessa após o término da ação. Ou seja, resíduos devidamente segregados geram economia. Intensidade: 2 pontos (média). A ação tem médio impacto, causa prejuízos econômicos e ambientais. Soma dos pontos de magnitude: 4 Para a importância obteve-se os seguintes valores: Ação: 1 ponto (primária). Cruzando economia e segregação temos apenas um efeito, que são os prejuízos financeiros. Ignição: 1 ponto (imediato prazo). Os prejuízos econômicos são cessados imediatamente com a segregação dos RSS. Criticidade: 3 pontos (médio). Existe um alto nível de relação entre segregação e economia. Soma dos pontos de importância: 5 Quadro 9: Atributos de Magnitude e Importância da interação segregação x economia da UBS Auxiliadora

56 55 Quadro 10: Matriz de avaliação de impactos do gerenciamento de RSS UBS Auxiliadora. Da mesma forma foram preenchidos os cruzamentos restantes da matriz, até que todas as linhas e colunas fossem cruzadas. Posteriormente calculou-se o valor médio de magnitude e importância de cada linha. Para obter o índice final foram multiplicadas as médias de magnitude por importância. (Quadro 11) Quadro 11: Demonstração de preenchimento da matriz da UBS Auxiliadora.

57 56 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 O Município de estudo Estrela é um município brasileiro, pertencente ao estado do Rio Grande do Sul. Localizado no Vale do Taquari, possui uma latitude 29 30' 07" sul e a uma longitude 51 57'57" oeste (Figura 3). Figura 3: Localização do Município de Estrela-RS. Fonte: Adaptado de SESCON-RS (2012). Em 2010, o município possuía habitantes (IBGE, 2010), em uma área de 184,2 km², tendo assim uma populacional de 166,3 hab/km². Segundo o censo de 2010 (IBGE, 2010), possui um total de homens (49,3862%) e mulheres (50,6138%). Na área rural, são 4706 pessoas (15.37%) e na área urbana pessoas (84,63%). No quesito referente à saúde, o Município possui quatro UBSs, duas ESFs, uma Unidade Móvel, um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), uma Unidade de Serviço de Assistência Especializada DST (SAE/DST) e Farmácia Básica Central, os quais atendem à população a partir do Sistema Único de Saúde (SUS).

58 Pontos fixos de recolhimento de RSS Em Estrela, a Administração Municipal possui contrato de Prestação de Serviço com a empresa Ambientuus Tecnologia Ambiental Ltda, através de processo Licitatório, para coleta, transporte, tratamento e destino final dos resíduos sólidos oriundos dos serviços de saúde do Município. O Município possui quatro UBS s, duas unidades de ESF s, uma Unidade Móvel, as quais geram diariamente RSS. Nestas unidades ocorre a coleta semanal de RSS, que por sua vez são destinados para um abrigo temporário, localizado na Unidade de Estratégia de Saúde da Família Bairro Imigrantes, o qual tem a característica de transbordo. A coleta semanal é realizada por um funcionário da equipe de Vigilância Sanitária (Secretaria Municipal de Saúde) que coleta os resíduos gerados nas unidades municipais ao longo da semana. Esta coleta ocorre nas sextas-feiras pela manhã, com frequência semanal e durante o horário de expediente das unidades supramencionadas. O carro utilizado para a coleta é um veículo de passeio, não licenciado para este fim, pertencente ao Departamento de Vigilância Sanitária. Os sacos plásticos de RSS são acondicionados no porta-malas e as embalagens de perfurocortantes são colocadas nos bancos traseiros do veículo. Após a coleta dos RSS nas unidades, esses são armazenados no abrigo externo da unidade ESF Bairro Imigrantes, onde permanecem até a coleta externa, realizada pela empresa terceirizada. O local para servir como abrigo temporário para a coleta externa (área de transbordo) foi escolhido em consequência da sua proximidade com a BR 386, a pedidos da empresa responsável pela destinação final dos RSS. Esta empresa faz, quinzenalmente, a coleta de todo o resíduo armazenado, cujo o mesmo a legislação determina que não ultrapasse 72 horas no abrigo temporário. O abrigo temporário supramencionado é feito de material de alvenaria, sem paredes lisas e laváveis. Possui uma janela para ventilação gradeada com dimensões de 20cmx20cm e uma porta gradeada de malha fina. Ressalta-se que esse não tem licenciamento para o desemprenho desta função. O roteiro (figura 4) realizado semanalmente pelo carro da Vigilância Sanitária para coletar os RSS nos pontos fixos de geração é o seguinte:

59 58 Figura 4: Roteiro de pontos fixos de coleta de RSS. Unidade Móvel de Saúde UBS Auxiliadora UBS Central ESF Moinhos UBS Indústrias UBS Boa União ESF Imigrantes = transbordo Os locais supramencionados são percorridos em um tempo estimado de duas horas e meia, sendo o responsável pela coleta incumbido, também, de dirigir o veículo. O é percurso determina o tempo de coleta, sendo este influenciado quando há necessidade de realização de coletas esporádicas em locais diferentes daqueles previstos no roteiro. Esta coleta prévia dos RSS pela Vigilância Sanitária não é adequada, uma vez que o profissional não é capacitado para exercer a atividade e o veículo de transporte não é adequado. Porém, segundo o mesmo, esta coleta ocorre em virtude da dificuldade da empresa terceirizada coletar os RSS nas unidades. Alega-se que são muitos locais de coleta e todos eles distantes entre si, o que tornaria o serviço mais dificultoso. 4.3 Pontos de recolhimento esporádico de RSS Os recolhimentos esporádicos são realizados pela Secretaria de Saúde em outros departamentos municipais. Por não serem em UBS s e, consequentemente terem uma demanda menor, as coletas externas não ocorrem semanalmente. Nesses estabelecimentos, os resíduos em questão são, na maioria das vezes, perfurocortantes e, algumas das ocasiões, materiais potencialmente infectados que não podem ser destinados como resíduos comuns. Seis estabelecimentos recebem o apoio de coleta externa. São eles: Serviço de Assistência Especializada(SAE), Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Secretaria Municipal de Agricultura (SMAG), Usina de Tratamento de Lixo (UTL), Farmácia Básica e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) SAE A unidade SAE-DST é uma unidade de serviços de assistência especializado em DST, HIV/AIDS. Nela são recolhidos resíduos perfurocortantes e infectantes, os quais não representam grandes volumes. A coleta externa ocorre de acordo com a demanda, sendo efetuada quando solicitada, geralmente em intervalos de 45 dias. Ao efetuar o

60 59 pedido de coleta, a mesma é inclusa no roteiro previamente estabelecido pela Vigilância Sanitária CAPS Os resíduos gerados pelo CAPS são perfurocortantes originados das injeções antipsicóticas, as quais são aplicadas eventualmente, apenas para casos de maior gravidade. A coleta externa de RSS nesta unidade ocorre com frequência muito baixa, de acordo com a demanda. Isto é, aproximadamente a cada 60 dias SMAG Nesta unidade são recolhidos resíduos perfurocortantes provindos da everminação e vacinação animal. Quanto à característica dos resíduos, a maioria dos perfurocortantes são vidros de medicamento, visto que os animais são vacinados com pistolas e usa-se uma agulha por rebanho, o que reduz gastos e, consequentemente, resíduos. A coleta nesta secretaria é realizada quando solicitada, com intervalos médios de 60 dias UTL Na UTL está localizado o Aterro Sanitário de Resíduos Sólidos Domésticos (RSD) de Estrela. Cerca de 19 toneladas de RSD diárias passam por um processo de seleção manual em duas esteiras (figura 5), sendo que 30 colaboradores terceirizados, entre homens e mulheres, são responsáveis por separar o que é reaproveitável do que será destinado a célula de rejeitos. Embora a UTL seja responsável especificamente pelos resíduos domésticos, recebem-se RSS misturados em meio aos resíduos comuns. Mesmo com campanhas de sensibilização realizadas nas administrações anteriores, a população ainda envia erroneamente este tipo de resíduos, tornando-se um risco à segurança dos trabalhadores locais. Os RSS mais comumente localizados na UTL são agulhas e outros perfurocortantes (figura 6). Quando encontrado este tipo de resíduo nas esteiras de segregação, realiza-se a retirada e armazenado do material em recipientes resistentes à punctura, anualmente, recolhido pela Secretaria de Saúde para destinação correta. Neste local podem ser identificados e quantificados fatores de riscos no ambiente de trabalho, podendo ocasionar doenças ocupacionais e acidentes (COSTA, 2007).

61 60 Figura 5: Colaboradores da UTL. Figura 6: RSS encontrado na UTL Farmácia Básica Central Está localizada junto a Unidade Básica de Saúde Central. Os Resíduos gerados são medicamentos vencidos do programa, os quais perderam sua validade antes de serem distribuídos. Também são coletados nesse ponto, medicamentos vencidos, trazidos pela comunidade, depositados em um coletor, junto à sala de espera. O montante é coletado anualmente pela Vigilância Sanitária e destinado à coleta de RSS SAMU A coleta dos RSS é realizada em caráter esporádico, dado que os resíduos produzidos pelo SAMU são destinados, na maioria das vezes, ao Hospital de Estrela. Isso ocorre quando o paciente é encaminhado ao pronto-socorro e os resíduos resultantes do atendimento deste trajeto são depositados juntamente aos resíduos infectantes do Hospital. Os resíduos produzidos pelos outros atendimentos, os quais não são encaminhados ao Hospital, são acumulados em local específico na base da SAMU e coletados quinzenalmente pelo departamento de Vigilância Sanitária. 4.4 Destinação dos RSS Público O sistema de coleta funciona com a arrecadação de todos os RSS gerados nas unidades municipais de Estrela através da Vigilância Sanitária. O resíduo coletado é encaminhado ao abrigo temporário transbordo- onde é acondicionado em bombonas

62 61 termoplásticas. Quinzenalmente, os resíduos acumulados na área de transbordo (figura 7) são recolhidos e destinados. Figura 7: Área de transbordo. Para dar um destino final adequado, o município tem contrato com uma empresa terceirizada a qual é responsável pela prestação deste serviço. A empresa localizada em Cachoeirinha-RS, aproximadamente 115 quilômetros de Estrela-RS, realiza a coleta quinzenal, transporte, tratamento e destino final dos resíduos gerados nos estabelecimentos prestadores de serviços de saúde municipais de Estrela. O processo de coleta externa, como é chamado a coleta realizada pela empresa, é dividido em vários subsistemas, os quais são: Subsistema de Coleta: Os RSS são acondicionados em bombonas de termoplásticos (com os devidos reforços para manuseio e transporte) junto ao abrigo externo da ESF Imigrantes (área de transbordo). Quinzenalmente ocorre a coleta externa, realizada pela Ambientuus. Sempre que os RSS são recolhidos há a troca sistemática de recipientes devidamente higienizados, ou seja, após a utilização e a remoção do seu conteúdo, as bombonas são higienizadas com produtos bactericidas a base de cloro e novamente reutilizadas. Essa higienização é realizada na empresa terceirizada, sendo que as bombonas cheias são levadas e outras vazias, já higienizadas, são deixadas no lugar. Subsistema de Transporte: O transporte é realizado por veículos especiais e licenciados pela FEPAM-RS (Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul), com equipes de funcionários licenciados e capacitados para a

63 62 execução do serviço. Os caminhões são equipados, devidamente preparados e identificados, seguindo um roteiro pré-determinado, com motoristas treinados em transporte de RSS e direção defensiva. Subsistema de Tratamento: A empresa realiza o tratamento térmico dos RSS, com a utilização da tecnologia de incineração, esterelização e descaracterização. O tratamento é realizado em sua sede, no município de Cachoeirinha-RS. Subsistema de Destino Final: O resíduo final, posterior ao tratamento térmico, é disposto em aterros para resíduos sólidos industriais classe I (perigosos). De acordo com o contrato de terceirização do serviço de coleta, transporte, tratamento e destinação final dos RSS, é pago o valor de R$ 0,37 (trinta e sete centavos) por litro de RSS coletado, sendo que a empresa contratada para executar a coleta disponibiliza 3 bombonas de 200 litros por coleta, totalizando litros/mês (um mil e duzentos litros por mês). Quando o volume produzido é maior, são realizados tomadas de preços para coletas além das contratadas. As despesas resultantes do gerenciamento dos RSS correm por conta da Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social através do Fundo Municipal de Saúde. 4.5 Gerenciamentos de RSS O município de Estrela possui um sistema de gerenciamento de RSS baseado em procedimentos implantados, não havendo um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde implementado a partir de bases científicas e legais. A operacionalização apenas cumpre o papel de controlar os riscos eminentes, impossibilitando a minimização dos resíduos com segurança e economia em todas as etapas de manejo. As sete unidades de saúde de domínio público realizam a segregação de resíduos, sendo as principais classificações: A4, D e E. Nestas unidades não são produzidos outros resíduos do subgrupo A e do grupo C. O mesmo ocorre com as unidades que necessitam de coleta esporádica, contudo os resíduos gerados são apenas os de classe E. A separação tem sido realizada na fonte, no momento da geração dos resíduos. Salienta-se que todos os funcionários das unidades supramencionadas devem ser capacitados para segregar adequadamente os resíduos e reconhecer o sistema de identificação, de modo com que esta a segregação já realizada torne-se eficiente. Constatou-se que, em geral, os recipientes acondicionantes, assim como os locais de armazenamento temporários de RSS careciam de informações. Quando identificados, necessitavam de avisos, estando em locais de difícil visualização, sem caracterização de

64 63 cores, símbolos ou frases. Ou seja, estavam em desacordo com a NBR 7500:2013, que determina os símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de RSS. Os recipientes rígidos acondicionantes de resíduos classe E estavam todos corretos, uma vez que as caixas eram do tipo padronizadas de acordo com a legislação vigente. Estes coletores rígidos para perfurocortantes possuem segurança e qualidade, além de ser um produto descartável. (Figura 8) Figura 8: Coletor rígido de material perfurocortantes. Fonte: Cada unidade de saúde tem sua coleta interna, que ocorre de acordo com o fluxo de pacientes. Os RSS são coletados das salas de atendimento e armazenados em uma sala de armazenamento interno, a qual, na maioria dos casos, não é individualizada. Semanalmente estes resíduos são arrecadados em todas a unidades, pelo Departamento de Vigilância Sanitária, e armazenados no abrigo externo da unidade do bairro Imigrantes. Posteriormente, a empresa terceirizada efetua a coleta, tratamento e destinação. Percebeu-se que, em todas as unidades, as coletas internas eram feitas sem qualquer tipo de treinamento para os funcionários responsáveis, bem como a maioria desses trabalhava sem uso de quaisquer EPI s (Figura 9). Desse modo, o desconhecimento acerca do assunto é notório, vulnerabilizando ainda mais os colaboradores que trabalham diretamente com RSS. Outrossim, em apenas uma unidade a coleta interna respeitava o horário de consultas, sendo todas as outras realizadas durante o fluxo de pacientes.

65 64 Figura 9: Funcionário da Vigilância Sanitária faz a coleta prévia de RSS. O sistema de coleta funciona com a arrecadação de todos os RSS gerados nas unidades municipais de Estrela através de um colaborador da Vigilância Sanitária. Este funcionário também não faz uso de EPI s (figura 12) e não possui treinamentos para tal atividade, suscetível aos riscos inerentes da atividade associados à vulnerabilidade de trabalhar sem os equipamentos indicados. Esta ação desrespeita as regras da NBR 12810:1993, a qual, em seu capítulo quarto, incumbe ao funcionário o dever de usar os equipamentos de proteção individual, tais como: gorro, óculos, máscara, uniforme, luvas e botas. A coleta feita pela Vigilância Sanitária, geralmente ocorre nas sextas-feiras pela manhã, sendo realizada durante o horário de expediente das unidades, em meio aos pacientes que ali aguardam por atendimento. Após todo o resíduo ser coletado, este destinado ao abrigo externo da unidade ESF Bairro Imigrantes e depositado em bombonas (figura 10) com tampa rosqueável fornecidos pela empresa responsável pela destinação final. Este abrigo externo possui fácil acesso para a coleta externa e tem capacidade para abrigar tal quantia de resíduos, porém, a infraestrutura é inadequada: paredes e piso sem revestimento liso e lavável, grades com malha rompida (figura 11) e local de fácil violação.

66 65 Figura 11: Bombonas para acondicionamento dos RSS no abrigo externo Figura 10: Porta do abrigo externo com grades violadas. O abrigo externo de resíduos -nesse caso, também chamado de transbordo- deve, ainda, obedecer as seguintes premissas: ter porta com abertura para fora, dotada de proteção inferior, dificultando o acesso de vetores; ter piso com caimento mínimo de 2% para o lado oposto à entrada, sendo recomendada a instalação de ralo sifonado ligado à rede de esgoto sanitário; ter porta ostentando o símbolo de substância infectante, conforme NBR 7500: Este deve ser higienizado após cada coleta externa ou sempre que ocorrer derramamento, fato não visualizado durante os meses de pesquisa. Outrossim, deve ter uma guarda de materiais e utensílios para a higienização em anexo, sendo esta de caráter exclusivo ao ambiente a que concerne. Diferentemente do observado, os resíduos de classe B devem ter seu destino ambientalmente adequado. Muitas unidades de saúde estavam os destinando como resíduos comuns e, quando líquidos, os despejando juntamente com os efluentes comuns, no ralo da pia. Os resíduos farmacêuticos e químicos perigosos, conforme NBR 10004:2004, têm que ser dispostos em recipientes compatíveis com suas características físico- químicas, de forma a não sofrer alterações que comprometam a segurança durante o armazenamento e o transporte. Estes recipientes têm que ser identificados de forma visível e indelével, com o nome da substância ou resíduo, sua concentração e principais características físico-químicas. O carro utilizado para a coleta é um veículo de passeio, ano 1997, não licenciado para tal atividade, pertencente ao Departamento de Vigilância Sanitária. Esse também é

67 66 utilizado para os trabalhos e fiscalizações do departamento mencionado. Quando utilizado para a coleta de RSS, há deposição de material nos bancos e porta-malas, sem qualquer limpeza posterior. Esta dupla utilização é inadequada, uma vez que o carro utilizado para coleta de RSS deve ser licenciado para tal atividade e ter uso exclusivo para esta finalidade. Além de não ser um carro conveniente para realizar o serviço de coleta de RSS, apresenta frequentes problemas mecânicos. Figura 12: Carro utilizado para transportar RSS ao abrigo externo. Ou seja, os problemas vão além dos mecânicos. Trata-se de um veículo que tem dupla utilização. Ora é utilizado como veículo de passeio, necessário para o serviço de fiscalização, ora é usado como veículo de transporte de produtos perigosos. De fato, os RSS têm um possível grau de patogenicidade e são altamente contaminados, expondo ao risco trabalhadores e ocupantes do veículo usado para seu transporte, os quais ficam sujeitos a vestígios virulências e bactérias. O veículo coletor deve ter superfícies internas lisas, de cantos arredondados e de forma a facilitar a higienização, não permitir vazamento de líquido, ser provido de ventilação adequada, devendo ter, como segurança adicional, caixa coletora impermeabilizada de líquido percolado com volume adequado para a coleta do resíduo infectante, diferentemente da realidade existente. Salienta-se que este veículo deve contar com equipamentos auxiliares, como por exemplo: pá, rodo, saco plástico de reserva, solução desinfetante. Esta munição pode auxiliar em possíveis acidentes de pequenas proporções. Também se faz necessário, ao final de cada coleta semanal, a limpeza e desinfecção simultânea do veículo, usando-se jato de água, preferencialmente quente e sob pressão. A desinfecção interna pode ser feita com solução de hipoclorito de sódio a 2% (dois por cento) e sabão ou detergente.

68 67 Durante os três meses de pesquisa foram analisadas todas as UBS s e ESF s do Município de Estrela e a partir destas análises pode-se realizar um diagnóstico de cada delas. Neste capítulo, os diagnósticos de cada unidade foram dispostos em subitens, para melhor compreensão. 4.6 Diagnóstico da Unidade Móvel Número de funcionários: 4 (1 médico, 1 dentista, 1 enfermeiro e um auxiliar técnico) Média semanal de pacientes: de acordo com o bairro e temporada. A Unidade Móvel, como o próprio nome diz, é uma unidade adaptada a um veículo. (Figura 13) Seu principal objetivo é atender os bairros que não possuem unidades de saúde, distritos interioranos e eventos que porventura ocorrem na extensão do município. Nela são oferecidos serviços médicos, atendimentos odontológicos e de enfermagem além dos medicamentos da farmácia básica municipal. Embora os RSS da Unidade Móvel sejam coletados todas as semanas, seu volume é baixo. Figura 13: Unidade Móvel de Saúde do município de Estrela. A Unidade Móvel é, certamente, a menor unidade dentre todas as pertencentes ao município. Possui uma área reduzida e, necessariamente, bem organizada, fazendo a segregação de RSS em duas classificações: infectantes e perfurocortantes. Os resíduos classe D são devidamente separados e destinados à UTL. Os funcionários parecem estar capacitados para lidar com os RSS, de maneira com que a segregação esteja sendo realizada com sucesso. Desse modo, a unidade produz volumes mínimos de RSS, sendo esses bem segregados. Os coletores de perfurocortantes estavam identificados devido às embalagens serem padronizadas, compradas em lotes licitatórios. A deficiência encontrava-se, principalmente, na identificação de coletores para resíduos A4, que costumavam ser

69 68 sinalizados apenas de maneira escrita. Os sacos de acondicionamento para resíduos de saúde estavam corretos, sendo esses de cor branca leitosa e eram identificados pelo símbolo de substancia infectante constante na NBR 7500:2013 (ABNT, 2013). Observouse que eram feitos de materiais resistentes à ruptura e ao vazamento, são impermeáveis e suportam os limites de peso especificados. Os resíduos infectantes são coletados ao final de cada dia de expediente. Já para os resíduos perfurocortantes, não existe a necessidade de coleta diária, sendo esta realizada quando o limite traçado nas embalagens é atingido, o que representa um volume de 10 litros dos 13 litros de capacidade. O movimento de coleta é após o horário de expediente e atendimento ao público e, posteriormente, os resíduos são armazenados indevidamente na garagem do veículo. Neste local, os sacos de resíduos infectantes são depositados em uma bombona não identificada, feita de material lavável, resistente à punctura, a ruptura e ao vazamento, com tampa provida de sistema de abertura com contato manual, com cantos arredondados e resistentes ao tombamento, forrada com saco de acondicionamento preto não identificado e com acesso do público. Os volumes ficam armazenados por uma semana, sendo coletados todas as sextas-feiras pela manhã. Salienta-se que não há identificação de Guarda Temporária de RSS, nem mesmo no recipiente de guarda, sendo este um local de fácil acesso ao público, fato que caracteriza uma situação de relevante risco. 4.7 Diagnóstico da Unidade Básica de Saúde Auxiliadora Número de funcionários: 3 funcionários + 2médicos +4 dentistas Horário de atendimento: 7h às 14h Média de pacientes diária: 40 Média semanal de pacientes: Resíduos Classe D Há segregação de resíduos secos, orgânicos e rejeitos. Todos os resíduos comuns são coletados diariamente e recolhidos pela coleta municipal. Contudo, não se segue o roteiro de coleta seletiva, uma vez que o resíduo seco é recolhido apenas uma vez por semana pelo município. Desse modo, todos os dias os resíduos são enviados para a Usina de Tratamento de Lixo. Em nenhuma das lixeiras havia identificação Resíduos Classes A, B e E Segregação, Identificação e Armazenamento Temporário

70 69 A unidade faz a segregação de resíduos infectantes (A4), perfurocortantes (E) e resíduos químicos (B). Todos os consultórios de atendimento aos pacientes possuem recipientes para depósito de resíduos secos (classe D), infectantes (A4) e perfurocortantes (E). Todos os recipientes para coleta de RSS A4 carecem de identificação, contudo, encontravam-se corretos em relação à abertura sem contato manual. (Figura 14) Figura 14: Recipiente acondicionante de RSS A4. Todos os recipientes rígidos de acondicionamento para perfurocortantes estavam identificados devido à padronização das embalagens, compradas em lotes licitatórios. As salas de atendimento aos pacientes não eram providas de lixeiras para rejeitos (papel toalha usado na higiene de mãos), sendo estes misturados aos resíduos secos, ou, por vezes, aos resíduos infectantes. Os sacos de acondicionamento para resíduos infectantes estavam corretos em todos os ambientes. Sendo eles feitos de materiais resistentes à ruptura e ao vazamento, impermeáveis e suportando os limites de peso especificados. Também apresentavam coloração branca leitosa e eram identificados pelo símbolo de substância infectante constante na NBR 7500:2013. A frequência de coleta interna dos RSS A4 é diária, diferentemente dos resíduos perfurocortantes, que são coletados de acordo com a necessidade. O movimento de coleta é realizado posterior ao horário de atendimento ao público, estando de acordo com as indicações. Ou seja, diariamente os RSS A4 são coletados nas salas de atendimento da unidade e são depositados no abrigo temporário.

71 70 O abrigo temporário de RSS está localizado no banheiro da unidade, de acesso ao público, com acesso facilitado aos frequentadores, separado apenas por um compartimento de box. O local em questão não é identificado como Abrigo temporário de RSS, apenas como Banheiro. (Figura 15) Os sacos de resíduos infectantes são depositados em uma bombona devidamente identificada, de material lavável, resistente à punctura, a ruptura e ao vazamento, com tampa provida de sistema de abertura com contato manual, com cantos arredondados e resistentes ao tombamento, forrada com saco de acondicionamento de cor preta. Neste quesito, o recipiente de armazenamento deve ser provido de abertura sem contato manual e o saco de forração deve ser branco leitoso. As caixas contendo os resíduos perfurocortantes ficam dispostas diretamente sobre o chão, ao lado desta bombona. Funcionários afirmam não se incomodar com a presença dos resíduos no local, não tendo problemas com odores e vetores. Figura 15: Banheiro público abriga RSS. Esta unidade tem serviços odontológicos de raio-x disponibilizados à população. Neste serviço, há a geração de três efluentes: o revelador usado, o qual torna visível a prata sensibilizada pelos raios X; o fixador que remove a prata não sensibilizada e a água residual proveniente do enxágue de radiografias. Todos estes resíduos são armazenados em garrafas de polietileno de alta densidade e são destinados juntamente com os outros RSS. Esta é a única unidade que faz o correto manejo e destinação dos resíduos químicos (RSS de classe C).

72 71 Coleta e transporte interno e segurança do trabalhador A funcionária responsável pela coleta de resíduos infectantes é encarregada pelos serviços gerais de limpeza da unidade. Como a quantidade é pequena, não se faz necessário o uso de carros coletores, apenas o uso de EPI s, que independe de quantidade manejada. A utilização dos EPI s dá-se de forma correta e evidente. Haveria necessidade de fornecimento de equipamentos além dos quais são fornecidos (luvas, óculos e máscaras), sendo necessário o uso de botas impermeáveis e resistentes à punctura e de aventais com as mesmas características. Indagados sobre treinamentos de segregação e manuseio de RSS e sobre o uso adequado de EPI s, os funcionários afirmam que nunca os receberam nesta instituição, mas que estão preparados e acreditam não necessitar de capacitações. 4.8 Diagnóstico da Unidade Básica de Saúde Central Número de funcionários: 20 funcionários + 10 médicos Horário de atendimento: 6h às 21h Média de pacientes diária 500 Média semanal de pacientes: Resíduos Classe D Existe a segregação de resíduos comuns, sendo estes separados em três classificações: seco, orgânico e rejeito. Os resíduos secos são produzidos em todas as salas de consulta, nas salas de apoio, cozinha de funcionários e recepção. Os orgânicos são oriundos da cozinha de funcionários e, os rejeitos, das salas de consultas (papel toalha para higiene de mãos) e banheiros, os quais não têm características perigosas. A coleta interna é feita diariamente e, para os rejeitos de banheiro, as coletas são realizadas de acordo com as necessidades. O recolhimento para destinação final é diário, sendo os resíduos encaminhados para Usina de Tratamento de Lixo (UTL) de Estrela-RS Resíduos Classes A, B e E Segregação, Identificação e Armazenamento Temporário A unidade faz a segregação de resíduos em duas classificações: infectantes (A4) e perfurocortantes (E). Os funcionários não possuem treinamentos institucionais para lidar com RSS e, mesmo muitos deles sendo graduados, acabam cometendo equívocos, tornando a segregação deficiente. Mostrou-se necessário o treinamento das equipes de

73 72 serviços gerais, diretamente responsáveis pela coleta de RSS, as quais, por vezes, praticam-na erroneamente em função do desconhecimento sobre o assunto. Todos os consultórios de atendimento de pacientes possuíam recipientes para depósito de resíduos secos, rejeitos, infectantes e perfurocortantes. Contudo, alguns destes recipientes careciam de identificação. Salienta-se que todos os dispositivos de acondicionamento de perfurocortantes eram rígidos e estavam identificados devido às embalagens serem padronizadas, compradas em lotes. Em muitas salas havia lembretes acima destes coletores, alertando para que neles fossem descartados apenas o material da classe E. (figura 16) A principal deficiência encontrava-se na identificação de coletores para resíduos A4, que, quando identificados, estavam sinalizados apenas de maneira escrita. Também havia carência nas identificações de coletores de rejeitos e resíduos secos comuns. (Figuras 17 e 18) Figura 16: Recipiente rígido de acondicionamento para perfurocortantes com lembretes. Figura 17: Falta de identificação no dispositivo recipiente.

74 73 Figura 18: Identificação de recipientes acondicionantes. Os sacos de acondicionamento para resíduos de saúde estavam adequados em todos os ambientes. Sendo eles feitos de materiais resistentes à ruptura e ao vazamento, caracterizando-se pela impermeabilidade e suporte de peso especificados. Também apresentavam coloração branca leitosa e eram identificados pelo símbolo de substância infectante constante na NBR 7500:2013. Os resíduos infectantes são coletados uma vez por dia, e, de acordo com o movimento e/ou os procedimentos, são coletados mais vezes. Já para os resíduos perfurocortantes, não existe a necessidade de coleta diária, sendo esta realizada quando o limite traçado nas embalagens é atingido, o que representa um volume de 10 Litros dos 13 litros de capacidade. O movimento de coleta é feito durante o horário de expediente e atendimento ao público e, posteriormente, os resíduos são armazenados em um abrigo temporário, não identificado e com acesso do público externo. Os volumes ficam armazenados por uma semana, sendo coletados todas as sextas-feiras pela manhã. O abrigo temporário está localizado no corredor de entrada ao banheiro masculino (Figura 19) e distante poucos metros de uma sala de espera e recreação infantil. (Figura 20) O local em questão não é identificado como Abrigo Temporário de Resíduos de Saúde, apenas como Banheiro Masculino. Acidentes envolvendo crianças já ocorreram, além de perfurações múltiplas e propositais, utilizando-se os perfurocortantes, nas caixas de descarga dos vasos sanitários. (Figura 21) Neste local de abrigo temporário, os sacos de resíduos infectantes são depositados em uma bombona de material lavável, resistente à punctura, a ruptura e ao vazamento, com tampa provida de sistema de abertura com contato manual, com cantos arredondados e resistentes ao tombamento, forrada com saco de lixo preto. Embora o saco de forração

75 74 seja indevido, a bombona apresenta identificação correta de acordo com as normas. As caixas contendo os resíduos perfurocortantes ficam dispostas diretamente no chão, ao lado da bombona. (Figura 22) Funcionários contestam os maus odores que os resíduos produzem e a consequente atração de moscas. Figura 19: Guarda temporária de RSS e banheiro masculino. Figura 20: RSS têm guarda temporária próximo à sala de espera de pacientes.

76 75 Figura 21: Perfurações nas caixas de descarga dos vasos sanitários. Figura 22: Acondicionamento de RSS. Coleta e transporte interno e segurança do trabalhador A coleta interna e o transporte dos resíduos ocorrem com traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local destinado ao armazenamento temporário, com a finalidade de disponibilização para a coleta externa, realizada pela Vigilância Sanitária. Nesta fase o processo se torna visível para o usuário e ao público em geral, pois os resíduos são carregados manualmente em áreas comuns, em horários de atendimento. Nesta fase, a coleta é feita separadamente, de acordo com o grupo de resíduos, contudo, quando se trata de RSS do grupo A4, o movimento é ainda mais visível, em virtude da diferenciação dos sacos de armazenamento. Nas sextas-feiras, quando há coleta externa, o movimento também ocorre manualmente, sendo coletados os RSS do abrigo interno de resíduos e depositados diretamente no carro coletor. Este movimento ocorre em horário de atendimento ao público. As funcionárias responsáveis pela coleta interna de RSS são, da mesma forma, encarregadas pelos serviços gerais de limpeza da unidade em questão. Como a quantidade produzida de RSS é considerada pequena, não se faz necessário o uso de carros coletores, apenas o uso de EPI s, que independe de quantidade manejada. Relatos contam que a utilização destes equipamentos é deficiente e o conhecimento sobre o assunto não permite

77 76 que as funcionárias entendam a importância desta proteção. Outrossim, haveria necessidade de fornecimento de outros EPI s além dos quais são fornecidos (luvas, óculos e máscaras). Seria necessário o uso de botas impermeáveis e resistentes à punctura, de aventais com as mesmas características e gorros. A enfermeira responsável pela unidade sugere que sejam feitos formulários de recebimento de EPI s e formulários de advertência pelo não uso de desses. Esta seria uma maneira de responsabilizar a entidade pelo fornecimento, treinamento quanto à maneira correta de usá-los, guardá-los e os higienizar, bem como a responsabilidade do trabalhador quanto a seu uso de todos os equipamentos necessários para sua segurança. Indagados sobre treinamentos de segregação e manuseio de RSS e sobre o uso adequado de EPI s, os funcionários afirmam que nunca o receberam nesta instituição e que sentem necessidade de saber mais sobre o assunto. Relatam que muitas vezes não sabem como proceder com alguns resíduos e procuram realizar as tarefas da melhor maneira possível, nas condições a eles fornecidas. Aprovam que sejam realizados treinamentos periódicos e acreditam que esta seria uma forma de as autoridades se preocuparem com a saúde do trabalhador. 4.9 Diagnóstico da Unidade de Estratégia da Família Imigrantes Número de funcionários: dentista Horário de atendimento: 7h e 30 min. às 12h/ 13h às 16h Média de pacientes diária 50 Média de pacientes semanal: Resíduos Classe D Todos os resíduos comuns são segregados. São definidas três classificações: secos, orgânicos e rejeitos. Os resíduos secos provêm dos consultórios (embalagens de materiais, papel de escritório, caixa de medicamentos vazias), sala de espera e cozinha. Os rejeitos são provenientes dos banheiros e de consultórios (toalhas de papel para higiene de mãos). Por fim, os orgânicos têm sua origem apenas na cozinha. Os resíduos comuns são coletados diariamente e recolhidos pela coleta municipal. O roteiro de coleta seletiva não é seguido, uma vez que o resíduo seco tem sua coleta efetuada pelo município apenas uma vez por semana. De tal modo, o destino dos resíduos comuns produzidos é a UTL.

78 Resíduos de Classes A, B e E Segregação, Identificação e Armazenamento Temporário A unidade faz a segregação de resíduos A4 e E, apresentando algumas falhas comuns. A falta de treinamento para lidar com este tipo de resíduos fica evidente quando se trata de segregação e acondicionamento. Por repetidas vezes foram encontrados recipientes acondicionantes de resíduos E preenchidos acima da capacidade permitida, representando risco eminente. (Figura 23) Outrossim, resíduos classe D e E foram avistados nos coletores indevidos. (Figura 24) A mistura tornou-se característica nesses, os quais, de forma geral, não estavam identificados. Assim como em outras unidades, a equipe de funcionários não recebeu capacitação para lidar com RSS e, acaba cometendo equívocos na hora de segregar e manusear. A responsável pela unidade considera importante a realização de atividades que abranjam a lida correta dos RSS e o uso de EPI s. Figura 23: Resíduos além da linha de preenchimento indicada. Figura 24: Coletor de perfurocortantes. Todos os consultórios de atendimento aos pacientes possuem recipientes para depósito de resíduos D, A4 e E, sendo sua principal deficiência a identificação dos coletores. Referente a figura 25, pode-se verificar a existência de lixeira para resíduos comuns (classe D) ao lado da lixeira para resíduo contaminado (A4), nenhuma delas é identificada, o que as diferencia é o saco de coleta. Salienta-se que apenas os coletores de perfurocortantes estão identificados devido à padronização dos dispositivos rígidos de acondicionamento. Este pode ser um dos motivos pelos quais a maioria dos resíduos apresentava erro de segregação nesta unidade, como visualizado na figura 26.

79 78 Figura 25: Recipientes acondicionantes sem identificação. Figura 26: Mistura de resíduos no dispositivo acondicionante para RSS A4 Os sacos de acondicionamento para resíduos infectantes estavam apropriados em todos os ambientes. Sendo eles feitos de materiais resistentes à ruptura e ao vazamento, impermeáveis e caracterizados por suportar os limites de peso especificados. Também apresentavam coloração branca leitosa e eram identificados pelo símbolo de substância infectante constante na NBR 7500:2013 da ABNT. Os resíduos A4 são coletados com frequência variável: de uma vez por dia ou a cada dois dias, dependendo da quantidade de procedimentos realizados. Em contrapartida, os resíduos perfurocortantes são coletados com menos assiduidade. Este movimento de coleta é feito fora horário de atendimento ao público, evitando eventuais transtornos. Diferentemente de algumas unidades, a ESF Imigrantes tem serviços odontológicos de raio-x disponibilizados à população. Neste serviço, há a geração de três efluentes: o revelador usado, o qual torna visível a prata sensibilizada pelo raio X; o fixador que remove a prata não sensibilizada e a água residual proveniente do enxágue de radiografias. Todos estes resíduos não recebem nenhum tipo de tratamento, sendo despejados juntamente com os outros efluentes líquidos, os quais sofrem tratamento por fossa séptica. A fossa séptica é uma unidade que trata, a nível primário, os esgotos, a qual não está preparada para receber tais resíduos e apresenta frequentes problemas de entupimento. O abrigo temporário está localizado na parte externa da unidade, sem acesso de pacientes e com sistema de gradeamento precário. Esta unidade recebe os resíduos de todas as outras unidades do município, os quais são acondicionados no abrigo externo, ou transbordo, e coletados quinzenalmente pela empresa terceirizada. (Figura 27) O local em questão não é identificado como Abrigo temporário de RSS.

80 79 Figura 27: Abrigo externo (transbordo) visto de dois ângulos Neste abrigo, os sacos de resíduos infectantes são depositados em bombonas (3 unidades) de material lavável, resistente à punctura, a ruptura e ao vazamento, com tampa provida de sistema de abertura rosqueável com contato manual. As caixas contendo os resíduos perfurocortantes ficam dispostas diretamente sobre o chão, ao lado desta bombona. Funcionários afirmam já ter ocorrido a violação das grades de proteção do abrigo externo, episódio que todo o resíduo ficou espalhado no pátio, inclusive os perfurocortantes. Acreditam que este tenha sido movido por usuários de drogas, os quais reutilizariam as seringas. Desse modo, os responsáveis reivindicam por melhorias no gradeamento, o qual possui violações. Outro fator negligenciado no abrigo externo é o controle de pragas. As medidas preventivas e corretivas de controle integrado de pragas e de controle químico devem ser realizadas com periodicidade, diferentemente da situação visualizada. Conforme a figura 28, o último controle foi realizado em 2012, fato este que indica descaso quanto às medidas preventivas e corretivas.

81 80 Figura 28: Armadilha para controle de roedores inspecionada em Coleta e transporte interno e segurança do trabalhador A funcionária responsável pela coleta de RSS é encarregada dos serviços gerais da unidade. Como a quantidade é pequena, não se faz necessário o uso de carros coletores, apenas o uso de EPI s, que independe de quantidade manejada. A utilização dos EPI S é constante, contudo, haveria necessidade de fornecimento de equipamentos como botas impermeáveis e resistentes à punctura e de aventais com as mesmas características. Indagados sobre treinamentos de segregação e manuseio de RSS e sobre o uso adequado de EPI s, os funcionários afirmam que nunca o receberam nesta instituição e que acham necessário saber mais sobre o assunto. Também sugerem a padronização de lixeiras e coletores, o que diminuiria os equívocos de segregação Diagnóstico da Unidade Básica de Saúde Indústrias Número de funcionários: 5 funcionários + 3 médicos + 3 dentistas Horário de atendimento: 7h às 14h Média diária de pacientes: 80 Média semanal de pacientes: Resíduos Classe D Não existe a segregação de resíduos secos, orgânicos e rejeitos. Todos os resíduos comuns são coletados diariamente e recolhidos pela coleta municipal. A unidade não segue o roteiro de coleta seletiva, uma vez que os resíduos secos são recolhidos apenas uma vez por semana pela coleta seletiva municipal. Desse modo, todos os dias, os resíduos são enviados para a UTL.

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